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Capítulo I

Gaukroger propõe considerar separadamente a questão da relação entre premissas e


conclusão no silogismo (uma conclusão verdadeira pressupõe que já se conheça todo o
silogismo) e aquela que denuncia sua inaptidão para conduzir a novas verdades. No entanto,
ele mesmo admite que: “após desenvolver a primeira crítica, Descartes se encaminha
diretamente, em ambos os casos (Regra X e XIII), para a firmação de que silogismos não podem
levar a novas verdades.

Ora, não parece ser inadvertidamente que Descartes passa de um a outro ponto. Por que
então Gaukroger pensa poder dissociar as duas críticas?

Ele pretende ver na primeira, que acusa o silogismo de ser uma petição de princípio um eco da
crítica tradicional presente já em Cícero e Sextus Empiricus, onde a questão da descoberta não
está ainda posta. Como diz Gaukroger, “presumivelmente Descartes tem em mente as críticas
tradicionais”, mas isso não significa que tenha se detido nelas. Ele vai além ao perceber que o
expediente lógico empregado pelos dialéticos, pela própria circularidade que acarreta, nos
encerra num circuito que impede de sair dele e, como conseqüência, não se passa dele a novas
verdades.

Argumento de Sextus: “Toda tentativa de apoiar (basear) a inferência na prova falha”

O argumento se apóia sobre a distinção entre argumentos concludentes e não concludentes.

Concludente é aquele em que a conclusão é assegurada em virtude da verdade das premissas


e do modo como se infere a partir das premissas a conclusão.

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