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2020
1. CONTEXTO
Segundo o MAE (2005), o surgimento e desenvolvimento da então povoação do Dondo está ligado a
construção da Linha Férrea entre Beira e Mutare, cidade fronteiriça Zimbabweana; particularmente a
construção da estação ferroviária de Dondo, nos fins do século XVIII e início do século XIX. Relatos
históricos dão a entender que a primeira povoação sedentária surgiu graças a estacão do Dondo, em finais
do seculo XVIII e início do seculo XIX (que pertencia a Beira Railway). Com a independência do pais em
1975, a livre circulação de pessoas e bens deu origem a uma mistura da população oriundas de várias tribos
do país. Os dois principais grupos étnicos (Senas e Ndaus) estão distribuídos da seguinte forma: Na zona
Sul e Sudeste do distrito registra-se uma maior concentração dos Ndaus que se dedicam à pesca artesanal
e à agricultura de subsistência. Por sua vez, os Senas, estão mais concentrados no Sudeste e Norte
dedicando-se à caça, pesca artesanal, agricultura de subsistência e exploração florestal. O distrito de Dondo
apresenta actualmente uma população de 184,458 (segundo o Censo Geral de 2017). Em 2007,
apresentava uma população de 141,003, tendo tido em 10 anos apresentado um crescimento de 30,8%.
A área de estudo 04 compreende a zona de Thundane, tendo como um dos cenários a expansão
habitacional que o presente trabalho vem abordar.
1.1. INTRODUÇÃO
A expansão da mancha urbana cria um cenário ideal para e o desenvolvimento das cidades,
aumentando a demanda de serviços e a oferta de emprego, essas ações são instrumentos que instigam
a migração Inter-regional com promessa de acumulo de riquezas e em busca de melhores condições
de vida. Esse fenômeno antecede outro fenômeno urbano, a superlotação das cidades, resultando em
vários problemas de infraestrutura para atender a nova demanda da população urbana, dentre eles, o
déficit de moradia. A falta de habitações contribuiu para o rápido crescimento de assentamentos
irregulares e habitações precárias, disseminando um processo de favelização das periferias. Diante
dessa problemática os esforços do Estado com programas sociais para produzir habitações expressas
e de má qualidade tema e funcional são indiscutivelmente insuficientes para acompanhar a demanda
sempre crescente. (PALERMO et al. 2007. Não paginado)
2. JUSTIFICATIVA
O Homem já percebeu que com seus hábitos consumistas estão levando o planeta a uma catástrofe
ambiental no que diz respeito à relação homem versus Natureza. Assim, encontramo – nos em uma crise
ambiental, pois a exploração dos recursos naturais cresce potencialmente para suprir as necessidades
população humana.
Entretanto, as alternativas capazes de conscientizar, a relação do homem com o meio ambiente no qual
estão inseridos, devem ser fortalecidas. Além disso, sabe-se que deve haver respeito e responsabilidade
com o meio, incluindo o homem e a natureza. Para garantir a qualidade de vida das gerações futuras, a
utilização sustentável dos recursos naturais na área de construção é algo indispensável.
Desse modo, dentre as principais alternativas para a mudança do estado desta relação homem versus
natureza na área do estudo, está a proposta da ecovila, a qual surge como resposta a proposta de
crescimento habitacional do Plano Diretor para a área, como também um meio alternativo para o modo de
vida, em âmbito social, econômico e, sobretudo ambiental. Trata se de um modelo de habitação de interesse
social com diretrizes sustentáveis. Sabe-se que os recursos são limitados e insuficientes para suprir a
demanda da população e suas necessidades e essa limitação interfere diretamente na qualidade de vida
das pessoas. Vale ressaltar que a sociedade busca novas formas de combater e/ou minimizar a deterioração
dos ecossistemas. (FACCIN, 2016). Para garantir a qualidade de vida das gerações futuras, a utilização
sustentável dos recursos naturais na área de construção civil se tornou algo indispensável (GAUZIN-
MÜLLER, 2003 apud HULSMEYER, 2008).
O tema ganha relevância em relação à atualidade ao propor uma reflexão construtiva que se debruça sobre
o modo de vida atual e as possibilidades de mudança que dele derivam. Frente à realidade do momento
caracterizada por desafios globais, a ecovila parece se posicionar com tenacidade, propondo um modo de
vida com características distanciadas das encontradas no meio urbano atual das grandes cidades – proposta
a qual busca ser investigada neste trabalho. Porém, não se trata de uma vida rural necessariamente,
tampouco contra a vida na cidade como se esta fosse uma negação dos princípios de vida mais essenciais
e próprios do ser humano, mas sim uma experiência que busca estabelecer um equilíbrio entre a vida
contemporânea e o contexto físico, social e cultural. O trabalho se baseia na hipótese de que as ecovilas
além de propor uma forma de vida distinta, fazem parte de um conjunto de ações alternativas frente ao
mundo globalizado. Sendo assim, a pesquisa busca apresentar as ecovilas como uma maneira diferenciada
de vida, pautada no compartilhamento de bens, tarefas e espaço físico, e principalmente voltada para a
diminuição do impacto negativo de suas ações no meio ambiente. É uma busca por uma nova forma de agir
no mundo, se reconstruindo a partir do sentido de comunidade. A ecovila se enquadra no cenário atual
contemporâneo, marcado pela problemática ambiental e social das grandes cidades, que se mostra bastante
presente e em constante transformação, se desenvolvendo cada vez mais e colhendo adeptos ao redor de
todo o globo. A proposta busca atender a demanda por novas unidades habitacionais, assim como colaborar
na construção de uma nova paisagem urbana, requalificando o terreno programado para implantação. A
proposta se insere no sítio e dialoga com ele de forma aberta, permitindo a permeabilidade visual e relações
espaciais com o entorno e baseando o partido do projeto em 2 conceitos principais:
Sustentabilidade
Identidade
O projeto valoriza e potencializa a convivência entre os usuários e a sua relação com o entorno imediato
como forma de reforçar a identidade do edifício e sua apropriação pelos moradores. As famílias que serão
os novos ocupantes vivem hoje em comunidades, onde se ajudam e estreitam laços de amizade, por isso
achamos essencial disponibilizar espaços partilháveis para que estas relações continuem se estabelecendo.
3. DEFINICAO DO PROBLEMA
As ecovilas, expressão contemporânea de vida em comunidade, têm o intuito de rever e reorganizar diversos
aspectos da vida social, com a preocupação constante de que sua atuação e ocupação seja o mínimo
impactante possível em relação ao ambiente natural.
Enfrentamos uma crise global, com emergência por um novo paradigma, baseado em uma melhor
compreensão da relação entre o ser humano e a natureza, e a conscientização sobre sua atuação neste
mundo. É necessária a reflexão e pensamento holístico para o desenvolvimento de novas práticas e valores,
de envolvimento social, cultural, físico e econômico. A ecovila aparece como um modelo propositivo de
novas socioespacialidades, redefinindo a forma de viver a partir de uma transformação social, de estilo de
vida, de novos hábitos e nova cultura.
Sob o aspecto da sustentabilidade, a ecovila aparece não somente como um assentamento em busca de
grande alinhamento com o meio ambiente, de respeito e cuidado, como também um assentamento
promissor de resiliência, demonstrando ter capacidade de enfrentar crises e manter suas funções e se
reestruturar novamente após diversos problemas, ou seja, de se regenerar após catástrofes e diversos
problemas ambientais. Essa capacidade de assimilação permite a superação de impactos negativos, por
serem estruturas desenvolvidas de baixo para cima, com liberdade e abertura para reestruturações
conforme as necessidades.
4. OBJECTIVO GERAL
Elaborar um projecto arquitetônico de um modelo de habitação de interesse social com diretrizes
sustentáveis.
Ecovilas são comunidades rurais ou urbanas de pessoas, que buscam integrar um ambiente social
assegurador com um estilo de vida de baixo impacto ecológico. Para atingir este objetivo, as ecovilas
integram muitas práticas como:
1. O desenvolvimento sustentável das cidades implica ao mesmo tempo em crescimento dos fatores
positivos para a sustentabilidade urbana e na diminuição dos impactos ambientais, social e econômicos
indesejáveis no espaço urbano.
3. Reconhecendo a eficácia da ação local, deve-se promover a descentralização da execução das políticas
urbanas e ambientais.
4. Deve –se equilibrar mitigação com inovação das práticas urbanas existentes que apresentem
componentes de sustentabilidade.
•. Utilizar o mínimo possível materiais industrializados, dar preferência a utilizar material reciclado. O material
industrializado consome muita matéria prima da natureza para sua fabricação e desta fabricação se produz
muita poluição, se utilizarmos o máximo possível material reciclado estaremos barateando nossa construção
ao mesmo tempo que diminuímos nosso impacto ambiental.
•. Reciclar o máximo possível os resíduos produzidos pela construção, águas servidas, e lixo produzido no
nosso dia a dia.
6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Luiza Rodrigues de Britto. (2018). Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro:
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
FACCIN L. V. (04 de Junho de 2017). Modelos de sustentabilodade: ecovilas brasileiras. Um estudo de
Viabilidade e Implementacao. TCC. Florianopolis. Fonte:
https:/repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/174326/monografia
HULSMEYER, A. F. (2008). A ecovila urbana: uma alternativa sustentavel. Akropolis, UMUARAMA.
PALERMO C et al. (2007). Habitacao social: uma visao projectual. Santa Catarina: UFMG.