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Como citar platão

República VII, 514a-541b

República II, 514a-541b

PLATÃO. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Editora da Universidade do Pará.


EDUFPA. Livro Aberto.

Platão; NUNES, Benedito (coord.). A República: (ou: sobre a Justiça. Gênero político).
Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. rev. Belém: UFPA, 2000. 470 p. Disponível em:
http://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/100. Acesso em:.

Essa obra de Platão é constituída por 10 livros, cujo universo justiça em prol de uma cidade
ideal é abordado num diálogo , através de figuras , personificada por questionamentos
enriquecendo o tema em sequências de raciocínio e pensamento.

No intuito de refletir melhor e sintetizar os escritos para o seminário corrente, destacamos os


livros II e V , conforme abordagem crucial , para elencarmos junto a cena da Grécia antiga o
recorte da justiça e ampliar nossa visão , na perspectiva da educação , o que é realmente justo
ou injusto  no que tange ao ato de ensinar e aprender.

No livro II  tem a especificidade de nós trazer a luz o início do debate, em que:
"Executando o duplo papel de narrador e de personagem-ator , que desempenha do princípio
ao fim de A república, elaborada no gênero misto, de narrativa dialogada ou de diálogo
narrado, Sócrates detem-se na figura do sofista Trásimaco. De grande efeito retórico , a rápida
descrição que se segue e prolonga , como num suspense , a interferência de Trásimaco,
portador de uma ideia nova , até ali impedido de se manifestar." (NUNES, 2000, P. 9-10).

O livro V já nos remete a ideia complementar , direta e objetiva , contextualizando o aspecto da


justiça , numa visão não individual , para ela ser alcançada é preciso entende-la e pratica-la de
forma coletiva, para se obter a cidade ideal e justa (Kallípolis)  . Evidente que os textos não são
tratados de educação , porém essa não se desvincula dos preceitos morais e políticos , assim :

"A coerência da construção platônica, no plano filosófico de A República - a sua ordem lógica
como concepção de mundo  - corresponde à congruência da construção da Pólis  - sua ordem
axiologica , no plano moral e político do diálogo ."(NUNES, 2000, P. 27).

Almejamos  nestes diálogos um caminho para  o alcance dessa cidade ideal , um embate
coletivo, democrático , algo justo a ser ensinado?  Ou seria injusto por fazer a memória
esquecer um projeto platônico que faça-nos despertar cada dia, a minimizar nossas mazelas de
cunho social?

Nessa primeira proposta tomamos como fator principal, o mito do  anel de Giges:, segundo
República II, 362a:
"O que importa não é ser , porém parecer justo."
E nesse sentido que a educação não nos prepara para evitar a violência. Sendo que os
preceitos de justiça e injustiça é fator dependente de quem estabelece a sentença. Já que nem
mesmo os deuses conferem tal distinção, de acordo com República II, 364e-365a:
"... conforme alegam, e com cujas regras organizam ritual do sacrifícios, o que lhes permite
convencer não apenas particulares, como até mesmo cidades inteiras, de que é possível a
reparação e purificação de qualquer crime por meio de sacrifícios e folguedos por eles, tanto
em vida como depois de morto. A essa cerimônias dão o nome de expiação, atribuindo-lhes o
poder de livrar-nos dos tormentos do outro mundo. A negligência de tais práticas acarreta
terríveis sofrimentos."

Reforçando tais conceitos  no decorrer do diálogo , República II, 365c: "...por conseguinte, visto
proclamarem os sábios que a aparência manda na verdade e dirige a felicidade é para esse
lado que deverei voltar-me. À guisa de vestíbulo e fachada, vou traçar ao redor de mim mesmo
um simulacro da virtude, porém arrastarei atrás de mim a sutil e astuciosa raposa do
sapientismo aquilo porém já ouço alguém observar não ser fácil ao malvado ficar despercebido
muito tempo..."

República II, 367e:


"...Não te limites, portanto, a declarar que a justiça é superior a injustiça, mas mostrar-nos
como cada uma atua por si mesma no seu possuidor e o que faz de uma bem e de outra mal,
quer seja vista ou não seja pelos deuses e pelos homens."

República II, 376c:


"Logo, filósofo, brioso, rápido de movimentos e fortes é como precisará ser o indivíduo
destinado a tornar-se um bom guarda da cidade."

República II, 383c:


"Censuremos o poeta que se referir aos deuses por esse modo e não lhe concederemos
couro ;outros sim não permitiremos que os professores empreguem suas composições na
educação dos moços, caso queiramos que nossos guardas fiquem piedosos e - tanto quanto o
permitir a natureza human- semelhantes aos deuses. Aprovo disse inteiramente essas regras e
me disponho adotá-las como lei."

Como os textos nos ajudam a pensar o valor da educação formal? Informal?

O que desejamos para nossas crianças?

Evitar a violência no mundo ou cultivá-la

A Educação paritária na classe dos guardiões. As três dificuldades (ondas) a serem


enfrentadas numa cidade que se quer justa?
Já somos cidadãos de uma sociedade justa? A revisão contemporânea do Helenismo
platônico. Temas da educação atual.
A guerra na cidade ideal de Platão. Haveria uma pedagogia da guerra? Livro V de A República.
A guerra no cenário atual. Guerra como desculpa para violência de gênero. Declarações de paz
e modelos de Humanidade.
Catharina MacKinnon. As Mulheres são Humanas?

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