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Rio de Janeiro, 13 de Março de 2023

O Homem Espiritual II
Ana Beatriz Zacconi

O livro se inicia abordando que sem a vida no espírito — Zoe, no grego — ninguém
pode conhecer a Deus, isso só vem depois que recebemos Sua vida, e nos
regeneramos. O propósito de Deus ao homem regenerado é levá-lo a livrar-se de tudo
o que pertence à velha criatura, através de Seu Espírito, onde estão todas as obras que
Deus tem para ele. Quando ele é regenerado, o seu espírito é vivificado através da vida
de Deus que entra nele, e ele se torna um templo santo, adequado para que Deus
habite nele. E isso tudo acontece pela fé e obediência no Senhor. A obediência ao
Espírito Santo gera crentes espirituais. Ser espiritual significa pertencer ao Espírito
Santo, que fortalece o espírito humano e dá a ele poder de governar seu ser.
O Espírito Santo não pode habitar na carne, ou na alma, porque ali está tudo o que
o homem era antes da sua regeneração. E é a cruz que sempre conduz os homens ao
Espirito e a carne que impede eles de se tornarem espirituais. Nossa utilidade no Reino
de Deus é proporcional à profundidade com quem cruz tiver penetrado em nós.
Precisamos também conhecê-lo em experiência. Não basta apenas ter o Espírito Santo,
sem que Ele inunde o nosso espírito para nos fortalecer interiormente. Só quando
percebemos nossa fraqueza interior é que buscamos o Seu fortalecimento. E somente
esses que são fortes no espírito que sabem exercitar essa força espiritual para resistir
ou atacar ao inimigo.
O autor cita também a alma, que não pode mais agir de maneira independente do
espírito, porque se torna uma espécie de mordomo para ele. É através dela que o
espírito se comunica e comanda o corpo. Viver pelo espírito é seguir a intuição. É
permitir que ele dirija toda a nossa vida e nossas ações, estando sempre debaixo de
seu governo e recebendo a capacitação devida. Isso exige confiança e fé. As “boas
obras” da carne revelam independência de Deus, e se agimos de acordo com nossos
próprios interesses, não teremos comunhão com Deus. Só cultivamos nossa confiança
no Senhor quando reconhecemos nossa natureza pecaminosa e carnal, de inutilidade,
e que precisamos dEle.
Os trabalhos e realizações da carne e alma são passageiros e há um prazo, mas os
do espírito são duradouros. O esforço excessivo para as obras é um obstáculo para
andarmos no espírito, pois nos impossibilita de alcançar a realização espiritual. Um
homem pode ler muito a bíblia, orar, comover-se a lágrimas sem que, em seu espírito
tenha fluído vida de Deus. A alma do homem é capaz de operar isso.
A oração, como muitos fazem dela, parece servir de meio para alcançar propósitos e
objetivos, mas a realidade é que é apenas o homem declarando aquilo que é a vontade
de Deus.A oração espiritual não vem da carne nem da alma, pois é infrutífera, mas é
aquilo que apresentamos a Ele de acordo com Sua vontade, produzida no espírito.
O livro menciona que, quem não experimentou o batismo do Espírito Santo não
conhece bem a realidade espiritual. Só depois disso, sua intuição adquire uma
sensibilidade e passa a conhecer e discernir no espírito um mundo espiritual que ele
passa a enxergar e conhecer. Quanto mais atacamos e lutamos contra o inimigo, nosso
espírito é fortalecido cada vez mais. O Espírito Santo não faz sem nossa cooperação.
As faculdades do espírito são: intuição, comunhão e consciência. Não são as únicas,
mas as principais. O espírito sente. Assim como na alma há pensamento, sentimento e
vontade, o espírito também possui. Esse sentir espiritual é chamado de intuição, que é
o ponto onde ocorre a unção que nos ensina tudo.
Para que o homem ande em comunhão com o Espírito, é necessário que sua
natureza seja semelhante à dEle, andando em realidade espiritual. É necessário
também que tenhamos o espírito de sabedoria e revelação, para ter comunhão com
Deus, e podemos obtê-lo também através da oração. Mas não se pode confundir
sabedoria da alma e a espiritual. A primeira vem da mente do homem e a outra, de
Deus para nosso espírito.
A consciência realiza a importante tarefa de nos corrigir, nos repreender. É na
consciência que Deus expressa Sua santidade. Quando éramos pecadores, nosso
espírito estava morto e nossa consciência também. Tudo que não tem vida de Deus é
considerado morto, então se não há vida de Deus em mim, tudo o que eu possuo está
morto. Para termos comunhão com Deus, é necessário que nossa consciência esteja
purificada por Seu sangue, e assim seremos regenerados. Com a consciência
purificada, nossa intuição pode servir a Deus. A consciência e a intuição são
inseparáveis.
Durante nossa vida espiritual, afirma o autor, enfrentaremos muitos obstáculos.
Satanás quer nos impedir de conhecer as funções do espírito, justamente porque ele
reconhece a importância dele na comunhão com Deus. Ele tenta nos seduzir a viver
pela vida da alma, pelos pensamentos e vontade. Além de Satanás nos acusar diante
de Deus, ele nos acusa diante de nós mesmos. Precisamos saber a diferença entre a
acusação de espíritos malignos e a repreensão da nossa consciência. Além disso, há
perigos que enfrentamos todos os dias, como interpretarmos outros sentidos e
sensações como sendo intuição do espírito, ou interpretar mal as intuições. São nessas
pequenas coisas que podemos ser derrotados, e grande parte dessas derrotas se dão
também de atuações independentes de crentes bem-intencionados, mas que seguem
o próprio espírito.
Se nós queremos viver segundo o espírito, ressalta o livro, precisamos entender
todas as suas leis. Precisamos também viver pela fé, que não olha para aquilo que
acontece mas para Aquele em quem cremos. É a fé que estabelece nosso
relacionamento com Deus. A fé contempla a Deus, enquanto o sentimento contempla
o ego. O Senhor quer que prossigamos crendo e confiando nEle, quer sintamos
conforto ou angústia, mas que não mudemos de atitude perante o Senhor.

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