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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...

)
(...), por seus procuradores (documento 1), com escritó rio na (...), vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor em face de (...), a presente
AÇÃ O DE NUNCIAÇÃ O DE OBRA NOVA
o que faz com supedâ neo nos arts. 1.300 e 1.301 do Có digo Civil e nos argumentos
de fato e de direito que passa a aduzir:
FATOS
O autor, nunciante, é proprietá rio e possuidor do imó vel onde reside (planta e
có pia atualizada da matrícula – documento 2).
O réu é proprietá rio do prédio e terreno vizinho contíguos, sob o nº (...), onde inicia
construçã o de um barracã o (fotos anexas– documento 3), que nã o somente invade
a á rea do terreno do autor como ainda deita sobre ele o beiral, cujas goteiras irã o
precipitar-se necessariamente sobre o terreno do demandante.
A construçã o do réu fere as posturas municipais, vez que nã o se trata de obra
autorizada.
Além disso, em face da altura das paredes, o autor ficará desprovido de ventilaçã o
e claridade, experimentando considerá vel prejuízo, mormente que possui um
escritó rio ao lado da construçã o nova, recebendo claridade e ventilaçã o pelas
janelas do dito lado.
DIREITO
O Direito ampara o vizinho contra os prejuízos no prédio de sua propriedade, suas
servidõ es, ou fins a que é destinado, proveniente da obra nova em outro prédio,
que prejudique oprédio.
O proprietá rio pode embargar a construçã o de imó vel que lhe cause prejuízo ( CC,
art. 1.299):
“Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.”
PEDIDO
Em face do exposto, nos termos dos arts. 294 e seguintes e 301 do Có digo de
Processo Civil, em razã o da urgência, requer a concessã o da tutela antecipada, sem
prejuízo das perdas e danos ( Có digo de Processo Civil, arts. 294, 297, 300, 500,
536 e 537) para embargar a construçã o, ordenando a sua suspensã o liminar e, ao
final, seu desfazimento, sob pena de multa de R$ (...) pela desobediência,
determinando ainda a intimaçã o do construtor (...) e dos operá rios que se
encontrarem em serviço na obra, por mandado, do embargo, para que nã o
continuem os trabalhos, sob pena de desobediência.
Requer, ainda, em razã o dos prejuízos experimentados pelo autor e que serã o
objeto de prova no curso da instruçã o, posto que houve impedimento do uso do
seu imó vel, a condenaçã o do réu, além do desfazimento, a condenaçã o no valor
desde já estimado em R$ (...) a título de perdas e danos.
CITAÇÃ O DO RÉ U E INTIMAÇÃ O DO CONSTRUTOR E DOS OPERÁ RIOS
Nos termos do art. 246, II, do Có digo de Processo Civil e em razã o de, além do ato
citató rio do réu, a necessidade de intimaçã o do construtor (...) e dos operá rios que
se encontrarem na obra, lembrando que estes (construtor e operá rios) serã o
apenas intimados para paralisar os trabalhos sob pena de desobediência e nã o sã o
réus, que os atos sejam praticados por intermédio do Sr. Oficial de Justiça de tal
sorte que, intimados, o construtor e os operá rios paralisem os trabalhos e, citado, o
réu, querendo, responda no prazode 15 dias (art. 335, do Có digo de Processo Civil),
sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos aqui alegados (art. 344 do
Có digo de Processo Civil), devendo o respectivo mandado conter as finalidades da
citaçã o, as respectivas determinaçõ es e cominaçõ es, bem como a có pia do
despacho do (a) MM. Juiz (a), comunicando, ainda, o prazo para resposta, o juízo e
o cartó rio, com o respectivo endereço, facultando-se ao Sr. Oficial de Justiça
encarregado da diligência proceder nos dias e horá rios de exceçã o ( CPC,art. 212, §
2º).
AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O
Nos termos do art. 334, § 5º do Có digo de Processo Civil, o autor desde já
manifesta, pela natureza do litígio, desinteresse em autocomposiçã o.
Ou
Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par
das inú meras tentativas de resolver amigavelmente a questã o, o autor desde já ,
nos termos do art. 334 do Có digo de Processo Civil, manifesta interesse em
autocomposiçã o, aguardando a designaçã o de audiência de conciliaçã o.
PROVAS
Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
incluindo perícia, produçã o de prova documental, testemunhal, inspeçã o judicial,
depoimento pessoal sob pena de confissã o caso o réu (ou seu representante) nã o
compareça, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, § 1º, do Có digo de
Processo Civil).
Dá -se à presente, para efeitos fiscais, o valor de R$ (...)
Respeitosamente, pede deferimento.
Cidade..., de ... de ...
Advogado
OAB/UF

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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE
OBRA NOVA
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA …ª VARA ________
DA COMARCA DE ……………………

(nome, qualificação e endereço), por seu advogado infra-assinado, com


escritório situado nesta cidade, à rua…….. onde recebe intimações e avisos, vêm
a presença de V Exa, com fulcro no art. 00034 do Código de Processo Civil,
promover a presente AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA contra (nome,
qualificação e endereço), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

O suplicante é proprietário de um imóvel situado nesta cidade, à rua…… onde o


mesmo reside (doc. anexo).

O suplicado, por sua vez, é vizinho do suplicante, tendo iniciado uma


construção em tal local, conforme se constata das inclusas fotografias (laudo).

Ocorre que com tal construção, o imóvel do suplicante será seriamente


prejudicado, eis que (descrever as consequências da construção vizinha em
prejuízo a seu imóvel). Além do mais, possui o suplicante servidão de que com
tal construção ficará prejudicada em seu prejuízo.

O suplicante já conversou amigavelmente com o suplicado, sem conseguir uma


solução para tanto, tendo o suplicado determinado o prosseguimento da obra,
ainda que em total prejuízo do suplicante.

A vista do exposto, requer-se liminarmente o embargo da mencionada obra,


para ao final (reconstituir, modificar ou demolir) o que estiver feito em seu
detrimento, cominando-se pena pecuniária de………. pelo descumprimento do
embargo, intimando-se do embargo o construtor e os operários para não
continuarem a obra, sob pena de desobediência, citando-se a seguir o
suplicado para contestar, querendo, a presente ação em cinco (5) dias, sob pena
de revelia, acompanhando-a até final decisão, quando desde já se pede seja a
mesma julgada procedente para os fins colimados, condenando-se o suplicado
nos efeitos da sucumbência.

(Pedir, sendo o caso a condenação em Perdas e danos).

Caso entenda V. Exa, de realizar audiência de justificação prévia para prova do


alegado, pretende o suplicante ouvir as seguintes testemunhas: (nome,
qualificação e endereço).
Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas pelo
Direito.

Dá-se a causa o valor de…………..

Pede deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.º da OAB do advogado)

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Ação de nunciação de obra nova, cumulada com pedido de perdas e danos.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO .....

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º .....
CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado ci
do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (pro
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e in
presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA C/C PEDIDO DE PERDAS E DANOS

em face de

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º .....
CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado ci
do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS:

A Requerente é a legítima proprietária de quatro imóveis urbanos, situados na Rua ...., Cidade de ....
apartamentos com numeração predial n°s ...., e construídos em uma só edificação geminada.

Referidas unidades, autônomas entre si, são objeto das matrículas n°s ...., ...., e ...., respectivament
Comarca de ....

É oportuno esclarecer que tais apartamentos estão locados para .... (ap. n° ....), .... (ap. n° ....), e ..
exercem atividades profissionais ou mantém residência. (docs. ....).

Em imóvel contíguo, a empresa Requerida está a construir, em obra de grande porte, a ampliação do
já atingiram profundidade superior a 15 metros do nível da Rua ...., com a conseqüência extração de

Portanto, ao longo da citada rua, a obra, atualmente, se constitui em imensa cratera.


Por volta do princípio do corrente mês, os imóveis pertencentes à Requerente e situados exatamente
apresentar fissuras em suas paredes e, em processo dinâmico, em poucos dias transformaram-se em
estrutura dos apartamentos estava comprometida.

As calçadas laterais começaram a ceder, paredes sofrendo rachaduras, instalações hidráulicas foram
ocorreram em poucos dias. Mais precisamente, em três ou quatro dias.

Preocupados, melhor dizendo, apavorados, os diretores da empresa Requerente mantiveram contato


especializada em cálculo estrutural, obtendo-se, após minucioso exame, os preocupantes laudos anex
fotografias do local, deixam bem claro o risco de desabamento das construções, caso não sejam toma
de terra.

Sugerem os profissionais acima referidos que se tomem providências urgentes, pois o processo de de
debaixo da construção) é dinâmico, devendo ser realizadas obras de contenção na lateral que divide a

Salientam, ainda, o risco iminente em razão das fortes chuvas que vêm ocorrendo e que, indiscutivelm

As cortinas de concreto, colocadas no início da construção, conforme se vê das fotografias juntadas (f


conter o afundamento do terreno, pois, à medida que a terra do talude é retirada, deveriam ser execu

Cumpre ressaltar que na .... Vara Cível desta ...., tramita pedido de PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PRO
CONDOMÍNIO ...., localizado nos fundos do imóvel pertencente à Requerente e também confrontante

A referida medida judicial foi tomada em razão da existência de inúmeros danos ocorridos no edifício,
necessária proteção, compatível com o tamanho da obra que a Requerida está a construir.

É importante frisar que na outra lateral do terreno, a que faz divisa com a construção já existente do
Requerida), as cortinas de concreto foram devidamente protegidas com os ditos tirantes, não ocorren

A Requerente já advertiu verbalmente o representante legal da Requerida, bem como o engenheiro re


visitarem o imóvel abalado e constatarem a existência dos danos, nada fizeram no sentido de protegê
ao problema, argumentando perante os locatários do imóvel que nada irá acontecer.

Com relação aos locatários dos apartamentos sobreditos, ante o comunicado da existência do risco de
preferiram desocupá-los.

Isto aliado ao fato de que o efeito visual provocado pelas rachaduras é, sobremaneira, impressionant

A superveniência de fortes chuvas provocará a aceleração do processo de recalque do terreno, tornan


construção existente.

Diante da perícia realizada no imóvel, conclui-se que a única forma de impedir o desabamento será e
existente, medida essa que a Requerida está evitando realizar, pois o problema e a solução são de se

A paralisação da escavação e a suspensão da retirada de terra é medida que se impõe.

DO DIREITO

O Código Civil determina, em seu artigo 1277 caput, in verbis:

"O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciai
o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha ."

A respeito, ensina CARVALHO SANTOS:

"O Código refere-se à segurança do morador do prédio. A segurança tanto pode ser prejudicada tend
própria pessoa, como ao dano que afetando o imóvel, indiretamente vá prejudicar o morador, como q
(Código Civil Brasileiro Interpretado, 13ª de., vol. VIII, pg. 12, F. Bastos).

Por seu turno, o artigo 934 e seguintes do Código de Processo Civil asseguram ao proprietário, para a
nunciação de obra nova, que, pode ser, como é o caso, cumulada com perdas e danos.

"É admissível a ação de nunciação de obra nova, quando desta resulte dano ao prédio vizinho, em su
(Ac. unân. da 1ª Câm. do TJ-PA, na Ap. Cível 2.294, rel. Des. SÍLVIO HALL DE MOURA, in ALEXANDR
Jurisprudência, vol. VIII, Nova Série, pg. 9, Forense).

O Tribunal de Justiça de Alagoas, em acórdão unânime n° 177/87, proferido na ap. 8.790, rel. Des. P
Alagoana", vol. 1, pg. 219, decidiu com propriedade:

"O agente passivo - réu - na ação de nunciação será aquele que estiver dando início a uma obra nova
prejudicar o prédio do autor, suas servidões ou os fins a que esse prédio destine. A ação de nunciaçã
vizinhança de prédios."

2. A URGÊNCIA DO PEDIDO

Desde a constatação dos problemas físicos que estão ocorrendo no imóvel pertencente à Requerente
Requerida, as tentativas amigáveis se desenrolaram durante aproximadamente 10 dias, prevendo-se
medidas - não só emergenciais, mas definitivas - por parte desta última.

A falta de tomada de providências neste espaço de tempo conduz a Autora à presente ação, por não l

A continuidade das obras do Shopping ...., de forma como estão sendo realizadas pela Requerida, pro
prédio da Requerente.

É a opinião abalizada de dois técnicos. A bem da verdade, até o leigo se aperceberá dessa situação, b

Assim sendo, presentes os indícios de periculum in mora e do fumus boni juris, impõe-se a concessão
embargo das obras executadas pela Requerida, independentemente de justificação prévia, a fim de e

3. A REPARAÇÃO DOS DANOS JÁ CAUSADOS

Por derradeiro, o Código Civil estabelece, na parte primeira do artigo 186, que:

"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito e causar dan
comete ato ilícito".

Em escólio ao dispositivo legal supra, que era baseado no antigo artigo 159 do Código Civil de 1916 ,

"Segundo o artigo 159 em estudo, o direito à indenização surge sempre que, da atuação do agente, v
importa que essa atuação tenha sido dolosa ou por simples culpa; desde que dela decorreu um prejuí
Comentado, Parte Geral, De. Atlas, vol. I, pg. 210).

O dever da Requerida indenizar é conseqüência do seu ato. Ao promover uma escavação do porte da
tomado todas as cautelas técnicas que lhe competia.

Não se alegue que apenas a cortina de concreto levantada ao longo da divisa seria suficiente, pois na
construção já existente no Shopping .... e que também é de propriedade da Requerida, as providênci

Portanto, tem a Requerente o direito de se ver ressarcida dos danos que já sofreu e os que, talvez, v
oportunamente avaliados por empresas especializadas.

4. OS LUCROS CESSANTES
Conforme se infere dos inclusos contratos de locação (docs. ....), os apartamentos rendem à Requere
de R$ .... (....), que evidentemente, deixará de ser paga pelos inquilinos em razão da desocupação do

É disposição expressa no artigo 402 do Código Civil:

"Salvo as exceções previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele
deixou de lucrar."

Dessa forma, a Requerida está obrigada também ao ressarcimento das verbas oriundas das locações,
a título de imposto predial e territorial urbano, cuja obrigação de pagar fora assumida pelos locatários

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) na forma do artigo 937 do CPC seja concedido o embargo liminarmente, determinando a suspensã
as providências necessárias sejam tomadas, intimando-se o engenheiro responsável pela obra, o cons
continuem a obra, com a cominação de pena diária de R$ .... (....) pela desobediência;

b) após a lavratura de auto circunstanciado do embargo (artigo 938 da lei adjetiva), seja citada a Req
querendo, contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia;

c) seja, a final, julgada procedente a presente ação, com a condenação da Requerida a promover pre
à perfeita segurança do prédio vizinho, além do pagamento dos danos causados nos imóveis da Requ
partir do corrente mês; das custas processuais e honorários advocatícios;

d) seja-lhe permitido provar o alegado, se necessário, através de prova pericial, juntada de novos do
depoimento pessoal do representante legal da Requerida, sob pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA


CAPITAL - SC
Autos nº: XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXXXXXXXXXXXXXXXX)
 
FULANA DE TAL, brasileira, solteira, aposentada, residente e domiciliada na Rua
[endereço], nesta capital, portadora do RG nº XXXXXXXX e inscrita no CPF nº
XXXXXXXXXX, vem, através de seus procuradores devidamente firmados (procuração
doc. 1), apresentar:
CONTESTAÇÃO
em face de ação que lhe move BELTRANA DE TAL, devidamente qualificada na petição
inicial, nos termos em que passa a expor:
I. DOS FATOS:
1. A autora move Ação de Nunciação de Obra Nova contra a Requerida objetivando a
suspensão de construção de mureta de contenção, requerendo seja ordenada a
reconstituição do terreno.
2. Primeiramente, é de suma importância esclarecer que, após devidamente intimada da
decisão de fl. 35, a qual embargou a obra objeto deste litígio, a ré imediatamente cessou a
sua construção, não devendo incidir, portanto, a multa diária de R$ 500,00 (quinhentos
reais) fixada em caso de descumprimento da ordem judicial.
3. O terreno em que a demandada reside desde o ano X, de Inscrição Imobiliária
XXXXXXXXXXXXXX, localizado na Rua X, pertence à sua irmã (Sicrana de Tal) desde o
ano X, tendo sido regularizado o seu registro em [data] (doc. 2 em anexo).
4. Em meados de [data], por questões de manutenção do imóvel, a requerida compareceu
ao local com a intenção de “limpar o terreno”, a fim de tirar o excesso de vegetação e
eventuais objetos abandonados. Nessa ocasião verificou que entre o seu imóvel e o
terreno vizinho não existia qualquer “barranco” ou acúmulo de terra, ou seja, o espaço que
separava os terrenos das partes era contínuo, conforme será devida e oportunamente
comprovado por prova testemunhal.
5. Em [data], a autora iniciou a construção de sua residência no terreno vizinho ao da
requerida. Observa-se que, de acordo com a fotos nº 1 e 2  (doc. 3) a casa está 1 (um)
metro acima do nível da rua, o que evidencia a ocorrência de aterramento no terreno da
autora, visto que, conforme dito acima, não existia tal desnível anteriormente.
6. Das terras soltas oriundas do aplainamento realizado no terreno de posse da autora,
criou-se um “barranco”, de aproximadamente 3 (três) metros, entre os dois imóveis no
espaço destinado ao acesso para o imóvel da requerida, de forma que este restou obstado
(conforme se extrai da planta abaixo):
PLANTA

7. Sendo assim, na intenção de construir acesso adequado à sua residência, a reclamada


iniciou a construção de mureta de arrimo, de altura de 80 (oitenta) cm, ao nível da rua, na
área interna de sua propriedade, promovendo adequada contenção das terras soltas, bem
como providenciando a canalização das águas oriundas do terreno aplainado
imediatamente acima (conforme item IV do Auto de Defesa anexo - doc. 4).
8. Portanto, vê-se que a obra contestada na presente demanda foi realizada a fim de
viabilizar acesso à residência da requerida, este obstado por terra oriunda do
aplainamento do terreno da autora, além de conter desabamentos de tal monte de terra e
canalizar fluxo de águas pluviais.
9. Diante da necessidade e urgência da construção de contenção de terras entre os
terrenos, a autora iniciou a obra com suas próprias mãos, visto que não possui recursos
suficientes para contratação de mão de obra especializada. Importa ressaltar que dita
mureta foi construída conforme instrução de engenheiro civil da Prefeitura, que
compareceu à residência da ré, aconselhando a construção da mesma a fim de conter a
terra acumulada.
10. Assim, conclui-se que a nunciada não teria a necessidade de iniciar a obra, não fosse
o incorreto despejo de terras em seu terreno pela nunciante e que a ré está agindo
conforme as orientações de profissional da área, de forma a prevenir eventual
desmoronamento entre os dois lotes.
II. DO DIREITO:
II.1. Da Ilegitimidade da Autora para Alegar Irregularidades Administrativas:
11. A autora alegou que a obra realizada pela requerida encontra-se irregular, por não ter
“aprovação da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos” e não estar sendo feita por
profissionais da área e, sim, por suas próprias mãos. Ocorre que a legitimidade para
alegações de irregularidades administrativas interessam apenas ao Poder Público, neste
sentido:
"Ao contrário das demandas de cunho coletivo, a ação de nunciação de
obra nova intentada pelo particular deve ter por objeto unicamente a
proteção decorrente dos direitos de vizinhança. Não pode servir ela para
atacar eventual irregularidade administrativa da construção” (TJSC, AC
n. 2008.005832-8, da Capital, rel. Des. Ronei Danielli, j. em 06/10/2011)
"A legitimidade do autor para propor a ação de nunciação de obra nova
está relacionada à violação aos direitos de vizinhança, não às
irregularidades administrativas da construção, as quais interessam
apenas ao Poder Público" (TJSC, Ag n. 2002.026735-5, da Capital, rel.
Des. Wilson Augusto do Nascimento, j. em 11/08/2003).
12. Assim, constata-se que não cabe à parte autora a alegação de que não há licença
junto à Secretaria Municipal de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP) e que a obra está
sendo realizada sem assessoria técnica, uma vez que tais análises cabem ao Município de
Florianópolis.
13. Além disso, não há que se falar em irregularidade na construção, visto que o caminho
objeto da obra em questão, conforme citado, está previsto em planta devidamente
aprovada e registrada pela Prefeitura do Município de Florianópolis, desde o ano de 2007,
conforme doc. 5.
                              

II.2. Da Inexistência de Risco ao Imóvel da Autora:


14. No caso em tela, o direito de construir não pode ser obstacularizado pelo vizinho, visto
tratar-se de obra destinada a possibilitar acesso da nunciada à sua própria residência,
além de ter a essencial função de contenção de desabamento de terras advindas do
terreno vizinho em razão das chuvas frequentes na região e do declive entre os terrenos.
15. Nesse sentido, dispõe o art. 934, I, do Código de Processo Civil:
“Art. 934.  Compete esta ação:
I - ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de
obra nova em imóvel vizinho lhe prejudique o prédio, suas servidões ou
fins a que é destinado;”
16. Assim, só poderá intentar ação de nunciação de obra nova aquele que tiver seu imóvel
prejudicado. Ocorre que, como se vê na foto nº 6 (doc. 3), não há qualquer prejuízo à
autora, conforme explicação a seguir.
17. O imóvel da autora encontra-se em terreno elevado em relação ao da requerida,
sendo que qualquer deslocamento, seja de terra ou de água, prejudicará o terreno que
está em nível inferior, ou seja, o da ré.
18. Além disso, da altura total de aproximadamente 3 (três) metros do barranco entre os
terrenos, está sendo retirada terra de menos de 1 (um) metro. Tal importância é
fundamental para possibilitar o acesso da requerida à sua residência, bem como incapaz
de gerar risco de desmoronamento ao terreno vizinho.
19. Portanto, estando o imóvel da ré em nível inferior (o que se comprova através das
fotos anexas), é esta quem sofrerá os danos de eventual desmoronamento de terras.
20. Assim, tendo a nunciante despejado dolosamente as terras no imóvel da nunciada e
sendo esta última quem terá maiores danos em caso de desmoronamento das terras
soltas entre os terrenos, compete à requerida o direito de fazer cessar tais interferências,
prejudiciais à sua segurança, sossego e saúde, conforme leciona o art. 1.277 do Código
Civil:
“Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de
fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à
saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade
vizinha.”
21. Resta caracterizado, pois, que a demandada age de acordo com o seu direito,
porquanto não pode ser prejudicada pelas atitudes infortunas decorrentes do imóvel
vizinho. Em razão disso, pode-se claramente afirmar que a requerida atua no exercício
regular de um direito, frente ao abuso cometido pela autora na sua propriedade.
22. Sobre o assunto, pertinente é a lição de Sergio Cavalieri Filho:
“Exercício regular de um direito - o nome já diz - é o direito
exercido regularmente, normalmente, razoavelmente, de acordo com o
seu fim econômico, social, a boa fé e os bons costumes. Quem exerce o
seu direito subjetivo nesses limites age licitamente, e o lícito exclui o
ilícito” (CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 9
ed. São Paulo: Atlas, 2010. p. 19. Grifamos.).
23. Oportuno, ainda, faz-se os ensinamentos de Carlos Roberto Gonçalves:
“Abusivos são os atos que, embora o causador do incômodo se
mantenha nos limites de sua propriedade, mesmo assim vem a
prejudicar o vizinho [...]. Consideram-se abusivos não só os atos
praticados com o propósito deliberado de prejudicar o vizinho, senão
também aqueles em que o titular exerce o seu direito de modo irregular,
em desacordo com a sua finalidade social” (GONÇALVES, Carlos
Roberto. Direito civil brasileiro, volume 5: direito das coisas. 7 ed. São
Paulo: Saraiva, 2012. p. 351).
24. De fácil compreensão que o ato de despejar terras em terreno vizinho a fim de aplainar
imóvel próprio configura ato abusivo praticado pela autora, estando a ré agindo de modo a
cessar a irregularidade praticada.
25. Frisa-se, ademais, que as fotos acostadas aos autos pela demandante (fls. 17 a 20),
com o intuito de demonstrar a plausibilidade do direito, bem como o dano iminente, não
atingem esse objetivo, pois se encontram completamente ilegíveis, sendo impossível
identificar os terrenos mencionados na presente lide. Assim, percebe-se que a autora não
trouxe aos autos a necessária comprovação do direito alegado, nos moldes do disposto
pelo art. 333,I, do CPC.
25. Nesse sentido, não havendo elementos suficientes para amparar o direito alegado,
tem-se por descabida a alegação de risco de dano ao imóvel vizinho, devendo o pedido da
autora ser julgado improcedente, já que o dano constitui requisito essencial para a
procedência da presente ação, conforme já se decidiu:
“Daí porque a demonstração do dano experimentado pelo autor
em decorrência de obra edificada, representa requisito intransponível ao
sucesso de sua pretensão” (TJSC, AC n. 2005.042576-4, da Capital, rel.
Des. Luiz Cézar Medeiros, j. em 09/11/2009).
26. Com isso, conclui-se que a nunciada agiu em conformidade com os seus direitos no
tocante à construção embargada, tendo em vista que apenas tenta cessar abuso praticado
por sua vizinha, no caso, a nunciante, que irregularmente, despejou terras provenientes de
aplainamento de seu imóvel no terreno de outrem, impedindo, assim, devido acesso da
requerida à sua residência, além de proporcionar riscos de desabamentos, que poderão
causar enormes prejuízos à nunciada, visto que seu imóvel encontra-se em nível inferior
ao da autora no declive da rua dos imóveis.
III. REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer:
a)        A concessão do Benefício de Justiça Gratuita, para a qual junta declaração de
hipossuficiência e comprovante de renda (docs. 1);
b)        A revogação da liminar e a continuidade da obra objeto da presente lide;
c)        A improcedência da presente ação, na medida em que não houve qualquer ilícito
cometido pela requerida quando da construção do caminho no interior de seu
imóvel;
d)         A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental,
pericial, depoimento das partes e testemunhas, se necessário.
e)        A condenação da autora aos ônus sucumbenciais.
Termos em que pede deferimento.
[município], [data].
Advogado
OAB/SC XXXXX

=-=-=-=-

xcelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ª Vara _____


da Comarca de _________

….., brasileiro (a), profissional da área de ….., portador (a) do


CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….. e ….., brasileiro (a), profissional da
área de ….., portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., casados
entre si, residentes e domiciliados na Rua ….., n.º ….., Bairro …..,
Cidade ….., Estado ….., além de ESPÓLIO de ….. representado por
seu inventariante, nos autos de Inventário sob nº …. que
processa perante a ….ª Vara Cível da Comarca de …, por
intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a)
(procuração em anexo – doc. 01), com escritório profissional sito
à Rua ….., nº ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., onde recebe
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência propor
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
CUMULADA COM DIVISÃO DE CONDOMÍNIO
em face de ….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de
….., portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., residente e
domiciliado (a) na Rua ….., n.º ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado
….. e ….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de …..,
portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., residente e
domiciliado (a) na Rua ….., n.º ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado
….., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
Os requerentes e requeridos são proprietários, sob o regime de
Condomínio, do imóvel que se descreve:

“…. (descrever o imóvel, com todas as suas características,


preferencialmente copiando-se os exatos termos constantes de
certidão recente, expedida pelo Registro Imobiliário, que deverá
ser anexada à inicial)”.

O imóvel acima descrito foi havido pelos requerentes e


requeridos da seguinte forma: 50% (cinquenta por cento)
através dos autos inventário sob nº …., processados perante a
….ª Vara Cível da Comarca de …., dos bens deixados por
falecimento do pai dos mesmos SR ….. e os outros 50%
(cinquenta por cento) nos autos de inventário sob nº …. dos bens
deixados por falecimento da mãe dos mesmos, Sra. …, que foi
julgado em …/…/… pela ….ª Vara Cível da Comarca de …..

Ao tempo do falecimento da mãe dos Condôminos, no ano de


…., existia no terreno rural ora em questão, as seguintes
benfeitorias: uma casa de madeira, com aproximadamente ….
m²; uma pocilga com …. m²; um galpão em madeira, com
aproximadamente …. m² e toda área descrita no item I, era
cercada com arame farpado, além de existir aproximadamente
120 (cento e vinte) cabeças de gado.

Após o falecimento da mãe e a conclusão do respectivo


inventário, os Condôminos decidiram em reunião familiar que
toda a área seria dividida, tendo em vista que se trata de uma
área que possibilita a perfeita divisão, obedecendo os limites de
módulo rural exigidos pela legislação, para a região.

Outro fato que deve ser ressaltado é o que condômino …., ficou
na posse e administração do bem, desde o falecimento da mãe
das partes, o qual permanece até a presente data nesta
situação.

A situação acima referida permaneceu sempre contra a vontade


dos Requerentes, uma vez que vêm tentando amigavelmente
fazer a divisão da citada área sem terem sucesso, devido as
“desculpas protelatórias” dos requeridos, em especial do
condômino …., conforme comprova a “Notificação Extrajudicial”,
através da qual os Requerentes tentaram mais uma vez a
divisão amigável, sem terem sequer alguma satisfação por parte
dos ora requeridos.

DO DIREITO
Portanto fica evidente a intenção meramente procrastinatória
dos Requeridos ao negaram-se a aceitar fazer a divisão do
imóvel, uma vez que a Lei é expressa e clara acerca do assunto,
assim dispondo o artigo 1320 do Código Civil:

“Artigo 1320. A todo momento será lícito ao condômino exigir a


divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um
pela sua parte nas despesas da divisão”.

Os Requerentes pleiteiam através da presente, além da divisão


da citada área, o embargo para que fiquem suspensas
quaisquer tipos de atividades que impliquem na modificação da
atual situação do imóvel, tais como: colheitas, novas plantações,
extração de madeiras ou minérios, edificações de quaisquer
construções ou ainda a venda de bovinos que pertençam aos
condôminos, sob pena de restituir em dobro o prejuízo que tal
ato causar ao condomínio.

O embargo ora requerido é medida imprescindível, urgente e


justa, para todos os condôminos, pois nada mais pleiteiam os
Requerentes, interpondo o presente embargo que cada
condômino aguarde a conclusão do processo divisório para,
assim, praticar as atividades que bem lhes aprouverem em área
que lhes pertençam exclusivamente, caso contrário, tal atitude,
indubitavelmente, acarretará prejuízo ao condomínio.

Desde já, propõem os Requerentes que seja classificado o


imóvel, a ser dividido, em área, pois o mesmo, por tratar-se de
uma grande área de terras, possui diversidade de valores
pontos de sua extensão, devendo ser constituído o quinhão que
caberá a cada um dos condôminos, por valor e não por área,
dado o fato de sua heterogeneidade pecuniária das terras em
questão e, uma vez que são em número de …. os condôminos, a
divisão deverá estabelecer o mesmo número de áreas de
valores econômicos idênticos, devendo, ainda, ser feita por
sorteio, a distribuição destas partes entre os condôminos.

DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS


Diante de todo o exposto, pedem e requerem à Vossa
Excelência:

a) o recebimento e processamento da presente;


b) a citação do requerido …., no endereço do imóvel e os demais
por edital, conforme preceitua o Art. 589 c/c Art. 576 do Código
de Processo Civil;

c) que sejam nomeados os arbitradores e o agrimensor para


prestarem o compromisso legal e iniciarem as operações de
divisão;

d) que seja concedido liminarmente o embargo ora requerido,


ou assim não entendendo, digne-se Vossa Excelência, designar
data para justificação prévia;

e) a produção de todos os meios de provas em direito


admitidas, em especial a documental, pericial e testemunhal,
cujo rol será apresentado em fase processual oportuna;

f) a procedência do presente pedido em todos os seus termos


com a condenação dos Requeridos às custas processuais,
honorários advocatícios e demais cominações legais.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

Nestes Termos,

Pede e Espera Deferimento.

João Pessoa, 09 de março de 2084

[Local],      [dia] de [mês] de [ano]

– ASSINATURA –
Nome do Advogado

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