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Coordenação-Geral de Tributação
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Solução de Divergência n.º 11 Cosit
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Relatório
A pessoa jurídica em epígrafe, devidamente qualificada nos autos, formulou
recurso especial de divergência com base no § 6º do art. 48 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro
de 1996, no § 1º do art. 101 do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011, e no art. 16 da
Instrução Normativa RFB no 740, de 2 de maio de 2007.
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6. Em seguida assenta que “as demais receitas das atividades por ela
desenvolvidas – que não especificadas acima – como por exemplo, as decorrentes da
prestação de serviços de manutenção, permaneciam submetidas à incidência do PIS e da
Cofins pelo regime não cumulativo.”
8. Aduz ainda que “apesar de não haver menção expressa no Ato Declaratório
Normativo Cosit nº 30/99 à construção de sistema central de ar condicionado e de prevenção
contra incêndio, como tais atividades envolvem a instalação de benfeitorias agregadas ao
solo, como bem retratado acima, tais serviços também se enquadram no conceito de obra de
construção civil.”
10. Defende tese segundo a qual a divisão das atividades de execução de construção
civil, constante no Anexo VII da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, em ‘obras de
construção civil’ e ‘serviços de construção civil’, “visa apenas diferenciar o tratamento formal
a ser adotado pelos executores de cada atividade, caso sejam exercidas por pessoas distintas.”
11. Conclui seu raciocínio nos seguintes termos: “isso não significa que a
classificação do Anexo VII da Instrução Normativa nº 971/2009, criada para ordenar a
administração previdenciária, possa ser transposta, sem qualquer ponderação, ao debate
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travado nestes autos. Como se viu, a discriminação em tela foi criada, tão somente, para
racionalizar a administração tributária das contribuições previdenciárias.”
Fundamentos
(...)
Art. 15. Aplica-se à contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa de que trata a Lei
no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865,
de 2004)
(...)
18. Em que pese a existência de atos decisórios desta Cosit apresentando seu
entendimento acerca do disposto no inciso XX do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, emerge da
Solução de Consulta SRRF08 nº 248, de 2012, deflagradora da divergência, fundamento de
decisão extraído de outro ato normativo da RFB (Instrução Normativa nº 971, de 2009) até
então não examinado expressamente no âmbito dos atos decisórios anteriores emitidos pela
Cosit. Tal inovação exige desta Coordenação a devida averiguação, para fins de ratificação ou
retificação do entendimento anteriormente adotado.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais:
(...)
21. O legislador ordinário, por sua vez, ao traçar as diretrizes e normas para
instituição do custeio da seguridade social, prevendo a potencialidade das obras de construção
civil para a arrecadação das contribuições previdenciárias, devido ao uso intensivo de mão-de-
obra nesses empreendimentos, estabeleceu uma série de critérios delineadores a recair sobre a
atividade. Vide trechos da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, concernentes à disciplina das
obras de construção civil no tocante às contribuições previdenciárias.
(...)
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(...)
(...)
Art. 49. A matrícula da empresa será efetuada nos termos e condições estabelecidos
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
(...)
24. Por seu turno, a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009,
dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições
sociais. Concretizando as normas superiores, a Normativa estabelece as “normas e
procedimentos aplicáveis à atividade de construção civil” em seu Título IV, Capítulo I, Seção
Única.
......
X - serviço de construção civil, aquele prestado no ramo da construção civil, tais como
os discriminados no Anexo VII;
......
26. Verifica-se que, como não poderia deixar de ser, o conceito de “obra de
construção civil” constante do inciso I do art. 322 da Instrução Normativa RFB nº 971, de
2009, é exatamente igual ao constante do § 13 do art. 257 do Decreto nº 3.048, de 1999.
Ademais, nota-se que o mencionado artigo da Normativo também estabeleceu o conceito de
“serviço de construção civil”.
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31. Fixada essa premissa, resta averiguar qual legislação pode ser mais
plausivelmente utilizada como parâmetro interpretativo das disposições do inciso XX do art. 10
da Lei nº 10.833, de 2003.
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- 41 - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS;
- 42 - OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA; e
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5. terraplenagem e pavimentação;
47. Por fim, deve-se ressaltar que, na hipótese de a pessoa jurídica apresentar tanto
receitas sujeitas ao regime de apuração cumulativa, como receitas sujeitas ao regime de
apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devem ser observadas
as disposições constantes dos §§ 7º a 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de
2002, e dos §§ 7º a 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que, em síntese,
somente permitem a apuração de créditos da não cumulatividade das aludidas contribuições em
relação aos custos, despesas e encargos vinculados às receitas sujeitas ao regime de apuração
não cumulativa.
Conclusão
49. Em decorrência:
À consideração superior.
Assinado digitalmente
AYLTON JOSÉ DA SILVA PEREIRA
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB)
Assinado digitalmente
RONI PETERSON BERNARDINO DE BRITO
Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Direi
Assinado digitalmente
JOÃO HAMILTON RECH
Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador da Cotex
Ordem de Intimação
Assinado digitalmente
FERNANDO MOMBELLI
Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador-Geral da Cosit
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