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Diploma: CIVA
Artigo: Artigo 4.º
Assunto: Incidência - Cedência de posição contratual – Renúncia à isenção
Processo: n.º 20533, por despacho de 12-10-2022, da Diretora de Serviços do IVA
(por subdelegação)
Conteúdo:
I - QUESTÃO COLOCADA
1. Em 2020-12-30 a Requerente assumiu a posição de locatária no contrato de
locação financeira imobiliária n.º […], celebrado junto do Banco […] (locador e
proprietário do imóvel), através da cedência da posição contratual do anterior
locatário […].
2. Pela renda deste contrato de locação, o Banco […] emite mensalmente à
Requerente uma fatura mensal com o valor de 5.031,03 €, isenta de IVA nos
termos da alínea 29) do artigo 9.º do CIVA.
5. O referido imóvel irá continuar a ser utilizado pela [LOCATÁRIA], com a sua
exploração direta do alojamento local, e para a exploração do restaurante por
intermédio de uma terceira entidade, com a qual a [LOCATÁRIA] irá celebrar
um contrato de arrendamento, devidamente autorizado pela Requerente.
6. Para o efeito, a Requerente irá celebrar com a [LOCATÁRIA] um contrato de
sublocação, através do qual vai ceder o referido imóvel a esta, mediante o
pagamento de rendas, com uma fatura inicial de 12.840 € (1.ª renda de 1.500
€, acrescida de dois meses de caução de 11.340 €). A partir de agosto de
2021 a renda mensal será de 5.670 €.
II - CARACTERIZAÇÃO DA REQUERENTE
8. A Requerente exerce as atividades correspondentes aos Códigos de
Atividade Económica (CAE) "68100 - COMPRA E VENDA DE BENS IMOBILIÁRIOS"
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(Principal) e "68200 - ARRENDAMENTO DE BENS IMOBILIÁRIOS" (Secundário 1).
9. Em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), encontra-se
enquadrada no regime normal de periodicidade trimestral, registada como
sujeito passivo misto, utilizando, nos termos do artigo 23.º do Código do IVA
(CIVA), o método da afetação real de todos os bens.
III - ANÁLISE DA QUESTÃO
10. A alínea a) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA, estabelece que estão sujeitas a
imposto "as transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas no território
nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal", vindo, por sua
vez, os artigos 3.º e 4.º do Código, respetivamente, explicitar os conceitos de
"transmissão de bens" e de "prestação de serviços" para efeitos deste imposto.
11. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 4.º do CIVA, "são consideradas
como prestações de serviços as operações efetuadas a título oneroso que não
constituem transmissões, aquisições intracomunitárias ou importações de bens".
12. No entanto, o CIVA prevê derrogações ao princípio geral, nomeadamente,
a derrogação prevista na alínea 29) no artigo 9.º do CIVA, determinando que
se encontra isenta de imposto "a locação de bens imóveis".
13. Bem como a derrogação prevista na alínea 30) da mesma norma, que
determina a isenção do imposto para "as operações sujeitas a imposto municipal
sobre as transmissões onerosas de imóveis".
15. De notar que, nos termos daquele regime, a renúncia é efetuada caso a
caso, através do pedido de certificado de renúncia nos termos estabelecidos,
pelo que a comunicação efetuada na Declaração de Registo ou na Declaração
de Alterações significa apenas, que o sujeito passivo pretende efetuar tais
renúncias à isenção, não se alterando o seu enquadramento.
16. Atendendo ao presente pedido de informação, refira-se que nos termos do
n.º 4 do artigo 2.º do Regime da renúncia, "não é permitida a renúncia na
sublocação de bens imóveis, exceto quanto estes sejam destinados a fins industriais".
17. Deste modo, tratando-se de uma exceção à regra e não existindo no CIVA
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definição concreta de "fins industriais", há que, por força do disposto no artigo
11.º da Lei Geral Tributária (LGT), quanto à interpretação do sentido das
normas fiscais, utilizar o conceito de "prédio urbano" constante do artigo 6.º do
Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI), cuja redação refere:
"1 - Os prédios urbanos dividem-se em:
a) Habitacionais;
d) Outros.
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contraprestação obtida ou a obter do destinatário dos serviços (em regra
corresponde ao valor que o cedente recebe do cessionário). À cedência de
posição contratual é aplicável a taxa normal de imposto definida na alínea c)
do n.º 1 do artigo 18.º do referido Código.
24. A sujeição a IMT ocorre quando o locador adquire o bem imóvel, sendo
que, enquanto adquirente deve pagar este imposto, ou seja, a sujeição a IMT
por parte do locatário ocorre quando este exerce a opção de compra sobre o
bem. O locatário não é o titular do direito de propriedade do imóvel, pelo que,
pela celebração do contrato de locação financeira imobiliária, não há sujeição
a este imposto.
25. No que diz respeito ao caso concreto, não existe uma transmissão onerosa
do direito de propriedade do imóvel pela cessão de posição contratual do
leasing imobiliário, pelo que essa operação não está sujeita a IMT, e, por outro
lado, o locador não efetuou a renúncia à isenção do IVA referente ao novo
locatário em resultado da cessão de posição contratual do leasing imobiliário.
26. Nestes termos, a cedência da posição contratual de locatário no presente
contrato de leasing, é uma operação sujeita a IVA e dele não isenta, tributável
à taxa prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º do CIVA (23%). Quanto ao
valor tributável, estabelece o n.º 1 do artigo 16.º do CIVA, que o mesmo "(...)
é o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um
terceiro", ou seja, é o valor recebido pelo cedente como contraprestação pela
cessão da posição contratual.
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pelos artigos 19.º a 22.º do CIVA.
29. Regra geral, é dedutível o IVA devido ou pago pela aquisição de bens e
serviços para a realização de operações tributadas [alínea a) do n.º 1 do
artigo 19.º e n.º 1 do artigo 20.º, ambos do CIVA].
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