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Mecânica Quântica 3 - Prof.

Sidiney de Andrade Leonel -


02/06/2016
Lista de Exercı́cios no 1
Aluno: João Vitor Frossard
Matrı́cula: 102110148

Resolução dos exercı́cios da 1a lista correspondente aos exercı́cios do capı́tulo 01 do


livro-texto do autor J. J. Sakurai, intitulado ”Modern Quantum Mechanics”, conforme
citado nas notas de aula do professor.
OBSERVAÇÕES: Estas listas foram construı́das usando a notação de bra-ket de
Dirac. Todos os operadores são representados com o sobrescrito ”hat” ou seja, A b é a
representação para um operador A. O que não possuir sobrescrito ”hat” serão considerados
números complexos. Sempre que possı́vel usa-se as relações de completeza para simplificar
as expressões, bem como as relações de ortonormalização. σi são as matrizes de Pauli.
Em todas as matrizes omitimos o sobrescrito ”hat” para não carregar demais a notação.
Quando tratamos dos operadores em três dimensões (para o caso de spin) usamos a
notação de ”hat” com letras em negrito.

Exercı́cio 1 (1.1). O jeito mais simples de provar tal resultado é desenvolver ambos os
lados da relação e ver que temos uma identidade. Comecemos com o lado esquerdo:

h i
A
bB,
b C
bDb =A
bBbC
bDb −C
bDbA
bB.
b (1)

Para desenvolver o lado direito, devemos lembrar que:

n o
A,
bBb =A
bBb+B
b A.
b (2)

E aı́ teremos:

h i h i h i h i
−A b D,
bC b Bb +Ab C,
b Bb Db −C b D,
b A
b B b + C,b A
b D bB
b
       
= −AAbCb D bBb+B
bDb +A b C bBb+B bCb D b −C b DbAb+AbD
b B b+ CbA
b+A
bCb DbB
b

= −A
bCbD
bBb−AbC
bBbDb +A
bCbB
bDb +A
bBbC
bDb −C
bDbA
bBb−C
bAbD
bBb+C
bAbD
bBb+A
bCbD
bBb
=AbB
bC b −C
bD bDbA
bB.
b

Que é o mesmo resultado obtido do lado esquerdo, conforme querı́amos demonstrar.

Exercı́cio 2 (1.2). a) A matriz X está escrita em termos de um produto escalar ~σ ·~a que
pode ser escrito na forma de um somatório como:
3
X
~σ · ~a = σ l al . (3)
l=1

Em que σl são as matrizes de Pauli. Elas são:

!
0 1
σ1 = σx = . (4)
1 0

!
0 −i
σ2 = σy = . (5)
i 0

!
1 0
σ3 = σz = . (6)
0 −1

Fica claro que todas elas satisfazem a propriedade:

T r (σl ) = 0. (7)

Para qualquer valor de l. Agora, calculemos o traço da matriz X:

3
! 3
!
X X
T r (X) = T r a0 + σl al = T r (1a0 ) + T r σ l al
l=1 l=1
X3
= a0 T r (1) + al T r (σl ) = 2a0 .
l=1

Pois usamos as propriedades:

T r(1) = 2 e T r (aX) = a T r (X) . (8)

Em que 1 representa o operador identidade num espaço bidimensional. Agora, calcu-


lemos:

3
! 3 3
X X X
T r (σk X) = T r σk a0 + σk σ l al = a0 T r (σk ) + T r (σk σl ) al = T r (σk σl ) al
l=1 l=1 l=1
Calculemos agora:

! ! !
0 1 0 −i i 0
σ1 σ2 = · = .
1 0 i 0 0 −i
! ! !
0 −i 0 1 −i 0
σ2 σ1 = · = .
i 0 1 0 0 i

Consequentemente:

σ1 σ2 + σ2 σ1 = 0. (9)

Por outro lado:

! ! !
0 1 0 1 1 0
σ1 σ1 = · = .
1 0 1 0 0 1

Portanto, vemos que:

1
(σ1 σ1 + σ1 σ1 ) = 1. (10)
2
Combinando os resultados (10) e (9) vemos que vale a relação geral:

1
(σi σj + σj σi ) = δij . (11)
2
Que, na verdade, é a relação de anticomutação para as matrizes de Pauli. Com
isso, podemos usar as técnicas de simetrização para escrever o traço de σk X da seguinte
maneira:

3 3
1X X
T r (σk X) = T r (σk σl + σl σk ) al = δkl T r (1) al = 2ak . (12)
2 l=1 l=1

Consequentemente as relações pedidas são:

T r (X) T r (σk X)
a0 = , ak = . (13)
2 2
b) Como X é uma matriz sua forma geral é:
!
X11 X12
X= . (14)
X21 X22

Disto sai imediatamente que:

X11 + X22
a0 = . (15)
2
Agora, realizando os produtos de matrizes:

! ! !
0 1 X11 X12 X21 X22
σ1 X = · = .
1 0 X21 X22 X11 X12
! ! !
0 −i X11 X12 −iX21 X22
σ2 X = · = .
i 0 X21 X22 X11 iX12
! ! !
1 0 X11 X12 X11 X12
σ3 X = · = .
0 −1 X21 X22 X21 −X22

Donde concluı́mos:

X12 + X21 i (−X21 + X12 ) X11 − X22


a1 = , a2 = , a3 = . (16)
2 2 2
Exercı́cio 3 (1.3). i) Este é o cálculo do item em que o autor do livro pede para mos-
trarmos que o determinante do produto ~σ · ~a é invariante mediante a transformação:

   
0 i~σ · n̂φ −i~σ · n̂φ
~σ · ~a = exp (~σ · ~a) exp . (17)
2 2
Lembrando da propriedade:

det (AB) = det (A) det (B) . (18)

Vem que:

   
0 i~σ · n̂φ −i~σ · n̂φ
det (~σ · ~a ) = det exp (~σ · ~a) exp
2 2
     
i~σ · n̂φ −i~σ · n̂φ
= det exp det [(~σ · ~a)] det exp .
2 2
Podemos usar a relação (3.2.44) do livro-texto:

      
±i~σ · n̂φ φ φ
det exp = cos ± i sin . (19)
2 2 2

E usando o fato de que o determinante é um número real e, portanto, podemos per-


mutá-lo a vontade, teremos:

         
0 φ φ φ φ
det (~σ · ~a ) = cos + i sin det (~σ · ~a) cos − i sin
2 2 2 2
          
2 φ φ φ φ φ
= det (~σ · ~a) cos − i sin cos + i sin cos
2 2 2 2 2
      
φ φ φ
−(i2 ) sin2 = det (~σ · ~a) cos2 + sin2
2 2 2
= det (~σ · ~a) .

Conforme querı́amos.
ii) Neste item calcularemos os termos a0k em função dos ak . Para fazer isto, comecemos
calculando:

   
~σ · n̂ = σ1 î + σ2 ĵ + σ3 k̂ · k̂ = σ3 . (20)

Agora, vamos escrever a seguinte expansão em série de Taylor:

x2 x3 x4
eiAx = 1 + iAx + (iA)2 + (iA)3 + (iA)4 + ... (21)
2 6 24
Usando que: i2 = −1 e i3 = −i bem como todas as demais potências pares e ı́mpares
da unidade imaginária, obtemos:

x2 x3 x4
eiAx = 1 + iAx − (A)2 − i (A)3 + (A)4 + ... (22)
2 6 24
O que nos permite separar essa soma em parte real e parte imaginária do seguinte
modo:

x2 4 3
 
iAx 2 4 x 3 x
e = 1 − (A) + (A) + i Ax − (A) + ... (23)
2 24 6
Se A for um operador e x um número real, a mesma expressão anterior permanece
válida, tendo o cuidado de trocar o número 1 para o operador identidade, 1. Note que,
quando A b = σ3 vale que:

σ32 = 1 ⇒ σ33 = σ3 . (24)

Que é uma propriedade importante das matrizes de Pauli. Note, então, que todas as
potências pares de σ3 são a matriz identidade, enquanto que todas as potências ı́mpares
de σ3 são a própria matriz. Colocando estes valores para fora, temos:

x2 x4 x3
   
iσ3 x
e =1 1− + + ... + iσ3 x − + ... (25)
2 24 6
A parte real da expressão anterior coincide exatamente com a expansão em séries
de Taylor para a função cosseno. A parte imaginária da expressão anterior coincide
exatamente com a expansão em séries de Taylor para a função seno. Assim chegamos na
importante relação:

   
iσ3 φ/2 φ φ
e = 1 cos + iσ3 sin . (26)
2 2
De modo que, obviamente:

   
−iσ3 φ/2 φ φ
e = 1 cos − iσ3 sin . (27)
2 2
Dado que a matriz σ3 é conhecida podemos calcular estas quantidades explicitamente:

! ! !
cos φ2 φ φ φ
   
0 i sin 0 cos + i sin 0
eiσ3 φ/2 = φ
 + 2
φ
 = 2 2
φ
 φ

0 cos 2 0 −i sin 2
0 cos 2 − i sin 2

Consequentemente:

!
φ φ
 
cos − i sin 0
e−iσ3 φ/2 = 2 2
φ
 φ

0 cos 2 + i sin 2

Por outro lado:

~σ · ~a = σ1 a1 + σ2 a2 + σ3 a3 . (28)
Usando as representações matriciais chegamos em:

! ! ! !
0 1 0 0 −i 0 1 0 a03 a01 − ia02
~σ · ~a0 = a1 + a2 + a03 . = .
1 0 i 0 0 −1 a01 + ia02 −a03

Calcularemos, então:

       
φ φ φ φ
exp iσ3 (~σ · ~a) exp −iσ3 = a1 exp iσ3 σ1 exp −iσ3
2 2 2 2
       
φ φ φ φ
+ a2 exp iσ3 σ2 exp −iσ3 + a3 exp iσ3 σ3 exp −iσ3 .
2 2 2 2
Então, teremos que calcular:

             
φ φ φ φ φ φ
exp iσ3 σk exp −iσ3 = 1 cos + iσ3 sin σk 1 cos − iσ3 sin
2 2 2 2 2 2
           
φ φ φ φ φ φ
= σk cos2 + iσ3 σk sin cos − iσk σ3 sin cos + σ3 σk σ3 sin2 .
2 2 2 2 2 2
       
2 φ φ φ 2 φ
= σk cos + 2iσ3 σk sin cos + σ3 σk σ3 sin
2 2 2 2
Pois usamos que:

σk σl = −σl σk . (29)

Permutando o último termo, temos:

       
2φ φ φ 2 φ
σk cos + 2iσ3 σk sin cos − σk sin . (30)
2 2 2 2
Pois σ3 σ3 = 1. Agora, percebendo que:

σa σb = iabc σc + δab 1. (31)

Logo:



 iσ2 , se k = 1;
σ3 σk = −iσ1 , se k = 2; (32)

1, se k = 3.

Logo para k = 1 teremos:

       
2φ φ φ 2 φ
σ1 cos − 2σ2 sin cos − σ1 sin = σ1 cos(x) − σ2 sin(x). (33)
2 2 2 2
Para k = 2 vem:

       
2φ φ φ 2 φ
σ2 cos + 2σ1 sin cos − σ2 sin = σ2 cos(x) + σ1 sin(x). (34)
2 2 2 2
Porém, para k = 3 teremos:

   
2φ 2 φ
σ3 cos + σ3 sin = σ3 . (35)
2 2
Em que usamos as relações trigonométricas:

sin (x)
cos2 (x/2) − sin2 (x/2) = cos (x) , cos (x/2) sin (x/2) = . (36)
2
Então teremos:

   
φ φ
exp iσ3 (~σ · ~a) exp −iσ3 =
2 2
a1 [σ1 cos (φ) + iσ2 sin (φ)] + a2 [σ1 cos (φ) − iσ2 sin (φ)] + a3 σ3 .

Usando as representações matriciais vemos que o termo anterior será:

! !
0 cos (φ) + i sin (φ) 0 −i cos (φ) + sin (φ)
a1 + a2 +
cos (φ) − i sin (φ) 0 i cos (φ) + sin (φ) 0
! !
1 0 a3 (a1 − ia2 ) [cos (φ) + i sin (φ)]
a3 = .
0 −1 (a1 + ia2 ) [cos (φ) − i sin (φ)] −a3

Agora, podemos realizar a seguinte igualdade de matrizes:

! !
a03 a01 − ia02 a3 (a1 − ia2 ) [cos (φ) + i sin (φ)]
= .
a01 + ia02 −a03 (a1 + ia2 ) [cos (φ) − i sin (φ)] −a3 .

Que é a relação entre o produto das matrizes ~σ ·~a0 que dão a transformação em relação
ao produto ~σ · ~a. Disto podemos tirar o seguinte sistema linear:


 a01 + ia02 = (a1 + ia2 ) [cos (φ) − i sin (φ)] ;
a01 − ia02 = (a1 − ia2 ) [cos (φ) + i sin (φ)] ; (37)

a03 = a3 .

Portanto resolvendo o sistema temos que:

a01 = a1 cos (φ) + a2 sin (φ) , a02 = a1 cos (φ) − a2 sin (φ) , a03 = a3 . (38)

Que representam rotações de ângulos φ em relação ao eixo z tomadas no plano-xy.

Exercı́cio 4 (1.4). a) Para mostrar essa relação basta lembrar que o traço de um operador
é a soma dos elementos de matriz da diagonal principal e usar a relação de completeza,
ou seja:

  X X XX
Tr Xb Yb = ha| X
b Yb |ai = ha| X1
b Yb |ai = ha| X
b |bi hb| Yb |ai
a a a b
XX X  
= hb| Yb |ai ha| X
b |bi = hb| Y X |bi = T r Y X .
b b b b
a b b

Pois, como os elementos de matriz são números reais, podemos permutá-los a vontade.
b) Sejam X̂ e Ŷ operadores. Para demonstrar tal relação, suponhamos:

X̂ |αi = |βi , Ŷ |αi = |γi . (39)

Que são as formas como os operadores atuam no ket |αi. Calculemos, então:

X̂ Ŷ |αi = X̂ (|Y αi) = X̂ |γi . (40)

Por outro lado:

 
† † †
hα| Ŷ X̂ = hα| Ŷ X̂ = hγ| X̂ † . (41)

Agora, tomando o operador † na equação (40):

 †  †  †
X̂ Ŷ |αi = X̂ |γi ⇒ hα| X̂ Ŷ = hγ| X̂ † . (42)
Que é exatamente igual à equação (41). Portanto podemos concluir que:

 †
X̂ Ŷ = Ŷ † X̂ † . (43)

c) Podemos usar a relação de clausura para obter:

X
exp [if (A)] = exp [if (A)] |αi hα| . (44)
α

d) Calculemos:


X X X
ψa∗ (x0 )ψa (x00 ) = hx0 |ai hx00 |ai = ha|x0 i hx00 |ai (45)
a a
*a +
X X
= hx00 |ai ha|x0 i = x00 |ai ha| x0 (46)


a a

= hx |1|x i = hx |x i = δ (x − x0 ) .
00 0 00 0 00
(47)

Onde usamos a relação de fechamento da base {|ai} e a relação de ortonormalização


para a base hx00 |x0 i.

Exercı́cio 5 (1.5). a) Seja a definição do seguinte operador:

b = |αi hβ| .
C (48)

Lembrando que vale a relação de completeza (supondo que a base é discreta):

X
|a0 i ha0 | = 1. (49)
a0

Assim, usando isto, podemos calcular:

X X
|αi = 1 |αi = |a0 i ha0 |αi = ha0 |αi |a0 i
a0 a0
X
hβ| = hβ| 1 = hβ|a00 i ha00 | .
a00

Assim teremos:
XX
hβ|αi = ha0 |αi |a0 i hβ|a00 i ha00 |
a0 a00
XX
= ha0 |αi hβ|a00 i |a0 i ha00 | .
a0 a00

Percebamos que: ha0 |αi hβ|a00 i são números gerados pelos produtos escalares entre os
kets da base e os kets |αi e |βi, portanto, são os elementos de matriz do operador Ĉ.
Logo, podemos escrever:

ha0 |αi hβ|a0 i ha0 |αi hβ|a00 i ...


 
00 0 00 00
C ha |αi hβ|a i ha |αi hβ|a i ...  .
b= (50)

..
: : .

b) Para o caso de um sistema de spin-1/2 temos:

|a0 i = |+i , |a00 i = |−i . (51)

Pois estamos usando a base do operador Sbz para escrever o operador C.


b Para o caso
dos kets |βi e |αi temos:

E 1 1
|βi = Sx ; + = √ |+i + √ |−i . (52)
b
2 2
Como queremos o bra:

1 1
hβ| = √ h+| + √ h−| . (53)
2 2
Assim escolhidos pois estamos tratando do autovalor +~/2 do operador Sbx . Já o ket
|αi é:

|αi = |+i . (54)

Fica claro que, neste caso, teremos uma matriz 2x2. Então, usando o resultado do
item anterior:

 h i h i 
h+|+i √12 h+| + √1
2
h−| |+i h+|+i √12 h+| + √1
2
h−| |−i
C
b=  h i h i . (55)
h−|+i √12 h+| + √1
2
h−| |+i h−|+i √12 h+| + √1
2
h−| |−i

Colocando 1/ 2 em evidência e notando que vale as relações de ortonormalidade para
a base |+i e |−i vem:

! !
b = √1 h+|+i [h+|+i + h−|+i] h+|+i [h+|−i + h−|−i] 1 1 1
C =√ . (56)
2 h−|+i [h+|+i + h−|+i] h−|+i [h+|−i + h−|−i] 2 0 0

Exercı́cio 6 (1.7). a) Seja um ket qualquer expandido na base discreta {|a0 i}:

X
|αi = |a00 i ha00 |αi . (57)
a00

Daı́ podemos escrever:

N 
Y  Y X
b − a0 1 |αi =
A b − a0 1
A |a00 i ha00 |αi . (58)
a0 =1 a0 a00

Para entendermos melhor essa expressão, imagine que tenhamos apenas dois vetores na
base, a saber: |1i e |2i, com autovalors 1 e 2, respectivamente. Expandiremos a expressão
anterior para ambos os vetores:

2 
Y    
b − a0 |αi = A
A b−1 A b − 2.1 [h1|αi |1i + h2|αi |2i]
a0 =1
  
= Ab−1 A b − 2.1 h1|αi |1i
  
+ A − 1 A − 2.1 h2|αi |2i .
b b (59)

Aqui precisamos de mais um artifı́cio. Como sempre 1 representa o operador identi-


dade. Temos que incluı́-lo nas expressões acima para que elas façam sentido matemático
(pois não é possı́vel subtrair um operador de um número complexo). Agora, calcularemos:

h i      
A
b + λ1, B
b + γ1 = Ab + λ1 B b + γ1 − Bb + γ1 A b + λ1

=A
bBb + γA
b + λBb + γλ1 − B
bAb − λB
b − γA
b − γλ1
h i
=A
bBb−B bAb = A,bBb . (60)

Particularizando este resultado para:

h i h i
b − 1, A
A b − 2.1 = A,
bAb = 0. (61)
Ou seja, ambos os operadores comutam. Usando este argumento, podemos escrever o
termo da segunda linha de (59) da seguinte maneira:

2 
Y       
b − a0 |αi = A
A b − 2.1 A b − 1 h1|αi |1i + Ab−1 A b − 2.1 h2|αi |2i .
a0 =1

Lembrando que:

 
A − 1.1 |1i = A
b b |1i − 1 |1i = 1 |1i − 1 |1i = 0. (62)

E o mesmo vale quando o autovalor escolhido for 2. Como os produtos escalares


são constantes e podemos permutá-los com os kets, a relação para o produtório que
particularizamos será:

2 
Y 
0
A − a |αi ≡ 0.
b (63)
a0 =1

Ou seja, essa expressão é identicamente nula. Por indução podemos facilmente gene-
ralizar esse resultado para:

N 
Y 
Ab − a0 |αi ≡ 0. (64)
a0 =1

Para que essa relação se verifique, dado que |αi é arbitrário, teremos:

N 
Y 
Ab − a0 = 0. (65)
a0 =1

Ou seja, a relação só se anulará se o produto de todas as diferenças do operador A


b
com seus autovalores for o operador nulo.
b) Para resolver esse item usaremos o mesmo ket arbitrário expandido numa base
discreta, ou seja:

   
00 b − a00 1 X
Y Ab − a 1 Y A
|αi = ha000 |αi |a000 i . (66)
a00 6=a0
(a0 − a00 ) a0 6=a00
(a0 − a00 ) a000
Usaremos, também, a mesma particularização que fizemos no item anterior. Com isso,
obtemos:

   
1
Y b − a00 1
A b − 2.1
A
|αi = [h1|αi |1i + h2|αi |2i] . (67)
a00 =1
(a0 − a00 ) (1 − 2)
 
Conforme já mostramos no item anterior quando o operador A − 2.1 atua no ket
b
|2i o resultado é nulo, portanto teremos um resultado não nulo quando o operador atua
no primeiro termo da soma dentro dos colchetes. Isto nos dá:

 
1 b − a00 1
A b |1i h1|αi 2.1 |1i h1|αi
Y A 1 |1i h1|αi − 2 |1i h1|αi
|αi = − =
a00 =1
(a0 − a00 ) (1 − 2) (1 − 2) (1 − 2)
(1 − 2) |1i h1|αi
= = |1i h1|αi .
(1 − 2)

Ou seja, esse operador, quando aplicado ao estado do sistema como um todo, fá-lo
colapsar para um estado em particular. Para tentar exemplificar melhor essa ideia vamos
supor que a base de kets é de dimensão três, cujos autovalores são 1, 2 e 3 para autokets
|1i, |2i e |3i, respectivamente. Assim, teremos:

    
2
Y b − a00 1
A A − 2.1 A − 3.1
b b
|αi = [h1|αi |1i + h2|αi |2i + h3|αi |3i]
a00 =1
(a0 − a00 ) (1 − 2) (1 − 3)

 Pelos  mesmos
 argumentos usados anteriormente, a aplicação do operador:
A − 2.1 A − 3.1 em qualquer um dos kets h2|αi |2i ou h3|αi |3i resulta em zero.
b b
Daı́, o único que não se anula é quando este operador atua no ket h1|αi |1i, ou seja:

 
2 b − a00 1
A
Y (1 − 2) (1 − 3)
|αi = |1i h1|αi = |1i h1|αi . (68)
a00 =1
(a0 − a00 ) (1 − 2) (1 − 3)

Que ilustra, novamente, a projeção do ket |αi para o autoket |1i. Assim, por indução,
podemos escrever:

 
Y b − a00 1
A
|αi = |a0 i ha0 |αi . (69)
a00 6=a0
(a0 − a00 )
Que dá a projeção do ket |αi na direção do primeiro autoket do conjunto de kets
escolhidos como base.
b = Sbz de modo que: a0 = ~/2 e a00 = −~/2. Assim teremos:
c) Seja, agora, A

~/2   ~2
  
Y
0 ~ ~ ~ ~
Sz − a = Sz − 1
b b Sz + 1 = Sbz2 + Sbz − Sbz − 1 = 0.
b (70)
2 2 2 2 4
a0 =−~/2

~2
Que se anula pois: Sbz2 = 4
1. Agora calculemos:

 
Y Sbz − a0 Sbz + ~2 1

1 c ~

= = Sz + 1
a00 − a0 ~ ~ 2
a00 =~/2
 
1 ~ ~ ~ ~
= |+i h+| − |−i h−| + |+i h+| + |−i h−| = |+i h+|
~ 2 2 2 2
Que não é senão o operador de projeção na direção do ket |+i. Por outro lado:

 
Y Sbz − a0 Sbz − ~2 1

1 c ~

=− =− Sz − 1
a00 − a0 ~ ~ 2
a00 =−~/2
 
1 ~ ~ ~ ~
=− |+i h+| − |−i h−| − |+i h+| − |−i h−| = |−i h−| .
~ 2 2 2 2
Que é o operador de projeção na direção do ket |−i. Esta particularização para o
operador de spin confirma nossos cálculos dos itens anteriores.

Exercı́cio 7 (1.8). A condição de ortonormalização dos kets |+i e |−i se traduz mate-
maticamente do seguinte modo:

h+| −i = h−| +i = 0, h−| −i = h+| +i = 1. (71)

Também conhecemos as representações dos operadores Ŝz , Ŝy e Ŝx nessa base, ou seja:

~ i~
Ŝx = [(|+i h−| ) + (| −i h+|)] Ŝy = [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)] (72)
2 2
~
Ŝz = [(|+i h+|) − (|−i h−|)] . (73)
2
Antes de demonstrarmos as relações pedidas, calculemos todas as possibilidades dos
produtos cruzados entre as projeções dos operadores de spin, usando as relações de orto-
normalização:
~ i~
Ŝx Ŝy = [(|+i h−| ) + (| −i h+|)] [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
i~2
= [− |+i h−| +i h−| + |+i h−| −i h+| − |−i h+| +i h−| + |−i h+| −i h+|]
4
i~2
= [|+i h+| − |−i h−|]
4
i~ ~
Ŝy Ŝx = [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)] [(|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
i~2
= [− |+i h−| +i h−| − |+i h−| −i h+| + |−i h+| +i h−| + |−i h+| −i h+|]
4
i~2
= [− |+i h+| + |−i h−|]
4
~ ~
Ŝx Ŝz = [(|+i h−| ) + (| −i h+|)] [(|+i h+|) − (|−i h−|)]
2 2
~2
= [|+i h−| +i h+| − |−i h+| −i h−| − |+i h−| −i h−| + |−i h+| +i h+|]
4
~2
= [− |+i h−| + |−i h+|]
4
~ ~
Ŝz Ŝx = [(|+i h+|) − (|−i h−|)] [(|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
~2
[|+i h+| +i h−| + |+i h+| −i h+| − |−i h−| +i h−| − |−i h−| −i h+|]
4
~2
= [|+i h−| − |−i h+|]
4
i~ ~
Ŝy Ŝz = [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)] [(|+i h+|) − (|−i h−|)]
2 2
i~2
= [− |+i h−| +i h+| + |+i h−| −i h−| + |−i h+| +i h+| − |−i h+| −i h−|]
4
i~2
= [|+i h−| + |−i h+|]
4
~ i~
Ŝz Ŝy = [(|+i h+|) − (|−i h−|)] [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
i~2
= [− |+i h+| +i h−| + |+i h+| −i h+| + |−i h−| +i h−| − |−i h−| −i h+|]
4
i~2
= [− |+i h−| − |−i h+|]
4
Agora, calculemos:
i~2 i~2
Ŝx Ŝy − Ŝy Ŝx = [|+i h+| − |−i h−|] − [− |+i h+| + |−i h−|]
4 4
i~2
= [|+i h+| − |−i h−|] = i~Ŝz ;
2
i~2 i~2
Ŝy Ŝz − Ŝz Ŝy = [− |+i h−| − |−i h+|] − [|+i h−| + |−i h+|]
4 4
i~
= [− |+i h−| + |−i h+|] = i~Ŝx ;
2
~2 ~2
Ŝz Ŝx − Ŝx Ŝz = [|+i h−| − |−i h+|] − [− |+i h−| + |−i h+|]
4 4
~2
= [|+i h−| − |−i h+|] = i~Ŝy .
2
Na última linha usamos que i2 = −1 para chegar na relação. Para finalizar nossa
análise sobre as regras de comutação, vamos calcular:

h i
Â, Â = ÂÂ − ÂÂ = 0. (74)

Logo, se tivermos o comutador de dois operadores iguais, o resultado sempre será nulo,
o que significa que um operador sempre comutará com ele mesmo. Juntando tudo isso,
podemos escrever:

h i h i h i
Ŝx , Ŝy = i~Ŝz , Ŝy , Ŝz = i~Ŝx , Ŝz , Ŝx = i~Ŝy . (75)

E, também devemos notar que:

h i   h i
Â, B̂ = ÂB̂ − B̂ Â = − B̂ Â − ÂB̂ = − B̂, Â . (76)

Ou seja a operação de comutar é antissimétrica. Finalmente, para terminar as relações


de comutação em sua forma geral, devemos utilizar de um ente matemático totalmente
antissimétrico, da seguinte forma:


 1,
 para permutações cı́clicas de i, j e k
ijk = −1, para permutações anti-cı́clias de i, j e k (77)

0, para quaisquer dois ou mais ı́ndices repetidos

Os chamados sı́mbolos de Levi-Civita. Com a ajuda deles, chegamos nas relações de


comutação em sua forma geral:
h i
Ŝi , Ŝj = iijk ~Ŝk . (78)

Conforme querı́amos demonstrar. Agora, para as relações de anticomutação, perceba-


mos que:

Ŝx Ŝy = −Ŝy Ŝx , Ŝy Ŝz = −Ŝz Ŝy , Ŝz Ŝx = −Ŝx Ŝz . (79)

Logo:

n o
Ŝx , Ŝy = Ŝx Ŝy + Ŝy Ŝx = 0;
n o
Ŝy , Ŝz = Ŝy Ŝz + Ŝz Ŝy = 0;
n o
Ŝz , Ŝx = Ŝz Ŝx + Ŝx Ŝz = 0;

Portanto, para quaisquer i e j diferentes entre si, vale que:

n o
Ŝi , Ŝj = 0. (80)

Precisamos analisar o caso onde i = j. Para tal, precisamos calcular:

~ ~
Ŝx Ŝx = [(|+i h−| ) + (| −i h+|)] [(|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
~2
= [|+i h−| +i h−| + |+i h−| −i h+| + |−i h+| +i h−| + |−i h+| −i h+|]
4
~2 ~2
= [|+i h+| + |−i h−|] = 1
4 4
i~ i~
Ŝy Ŝy = [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)] [− (|+i h−| ) + (| −i h+|)]
2 2
~2
= − [|+i h−| +i h−| − |+i h−| −i h+| − |−i h+| +i h−| + |−i h+| −i h+|]
4
2
~ ~2
= [|+i h+| + |−i h−|] = 1
4 4
~ ~
Ŝz Ŝz = [(|+i h+|) − (|−i h−|)] [(|+i h+|) − (|−i h−|)]
2 2
~2
= [|+i h+| +i h+| − |+i h+| −i h−| − |−i h−| +i h+| + |−i h−| −i h−|]
4
~2 ~2
= [|+i h+| + |−i h−|] = 1
4 4
Em que 1 é o operador identidade e usamos a relação de completeza:

X
|αi hα| = |+i h+| + |−i h−| = 1. (81)
α

Lembrando que a delta de Kronecker é 1 para dois ı́ndices iguais e 0 para dois ı́ndices
diferentes. Assim, vemos que:

n o ~2
Ŝi , Ŝj = δij . (82)
2
Que é a relação pedida. Notemos que os cálculos, à força bruta, para as relações de
comutação e de anti-comutação são bastante exaustivos. Para simplificá-los, usamos as
matrizes de Pauli e usamos a álgebra matricial para calcular os produtos de operado-
res. Isso nos economiza muito cálculo. Porém, como elas ainda não foram introduzidas,
tivemos que calcular termo a termo.

Exercı́cio 8 (1.9). Conforme vemos na figura o vetor unitário n̂ está dado em coordenadas
esféricas do seguinte modo:

n̂ = cos (α) sin (β)î + sin (α) sin (β)ĵ + cos (β)k̂. (83)

Portanto:

Sbz · n̂ = Sx cos (α) sin (β) + Sy sin (α) sin (β) + Sz cos (β). (84)

Podemos usar as matrizes de Pauli apresentadas no exercı́cio [1.2] para calcular:

! ! !
0 1 0 −i 1 0
Sbz · n̂ = cos (α) sin (β) + sin (α) sin (β) + cos (β) .
1 0 i 0 0 −1

O que nos dará:

!
cos (β) cos (α) sin (β) − i sin (α) sin (β)
Sbz · n̂ = . (85)
cos (α) sin (β) + i sin (α) sin (β) − cos (β)

Que pode ser simplificado usando a fórmula de Euler: e±iα = cos (α) ± i sin (α) vem
que:
!
cos (β) e−iα sin (β)
Sbz · n̂ = . (86)
eiα sin (β) − cos (β)

Que é a representação matricial do operador Sbz · n̂ na base |±i a menos da constante


~/2. Como vale:

E E
Sz · n̂ Sz · n̂, + = ~/2 Sz · n̂, + . (87)
b b b

A constante é a mesma em ambas as representações. Para obter, finalmente, a repre-


sentação do autoket de Sbz · n̂ na base de Sz supomos:

!
E a
Sz · n̂, + = . (88)
b
b

Que, pela condição de normalização:

D E
Sbz · n̂, +|Sbz · n̂, + = 1 ⇒ |a|2 + |b|2 = 1. (89)

E da equação de autovalores:

! ! !
cos (β) e−iα sin (β) a a
· = . (90)
eiα sin (β) − cos (β) b b

Donde tiramos a equação:

cos (β)a + e−iα sin (β)b = a. (91)

O que nos permite concluir:

(1 − cos (β))
b = eiα a. (92)
sin (β)
Calculando o módulo, temos:

(1 − cos (β)) (1 − cos (β)) (1 − cos (β))2 2


|b|2 = e−iα a × eiα a= |a| .
sin (β) sin (β) sin2 (β)
Logo, usando a condição de normalização:

2 (1 − cos (β))2 2
1 − |a| = |a| . (93)
sin2 (β)
Dividindo ambos os lados por |a|2

1 − |a|2

2
sin (β) 2 = 1 − 2 cos (β) + cos2 (β). (94)
|a|
Passando o seno ao quadrado para o lado direito e usando a relação trigonométrica
fundamental, obtemos:

sin2 (β)
= 2 (1 − cos (β)) , (95)
|a|2
mas:

 
β 2
(1 − cos (β)) = 2 sin , (96)
2
vem:

sin2 (β)
 
β
2 = 4 sin2 . (97)
|a| 2
Extraindo a raiz e invertendo:

 
sin (β) β
a=  = cos . (98)
2 sin β2 2
.
Disto obtemos:

       
iα (1 − cos (β)) β iα β β iα β
b=e cos = e tan cos = e sin . (99)
sin (β) 2 2 2 2
Conforme já dissemos, a matriz do operador S·n̂
b está representado na base do operador
Sbz obtemos imediatamente:

   
E β iα β
Sz · n̂, = cos |+i + e sin |−i . (100)
b
2 2
Que é o resultado sugerido pelo livro.
Exercı́cio 9 (1.10). O hamiltoniano dado é:

b = a (|1i h1| − |2i h2| + |1i h2| + |2i h1|) .


H (101)

A representação matricial deste operador, na forma como foi dado, é imediata:

!
a a
H
b= . (102)
a −a

De modo que achar seus autovalores e autovetores corresponde a calcular:

!
b − 1E = det a − E a
 
det H = 0. (103)
a −a − E

O que nos dá a seguinte equação polinomial:


− (a − E) (a + E) − a2 = 0 ⇒ a2 − E 2 + a2 = 0 ⇒ E = ±a 2. (104)

Que são os autovalores de H. De volta ao problema para encontrar os autovetores,


temos que calcular:

 
b |vi = E1 |vi
H ⇒ Hb − 1E1 |vi = 0 (105)
 
b |wi = E2 |vi
H ⇒ H − 1E2 |wi = 0.
b (106)

Onde definimos os autokets:

! !
v1 w1
|vi = |wi = . (107)
v2 w2

Logo teremos que resolver:

√ ! ! √  !
a−a 2 a v1 a 1 − 2 v1 + av2
√ · =0 ⇒ √  = 0. (108)
a −a − a 2 v2 av1 − a 1 + 2 v2

O que nos dá como solução:


 √ 
y = − 1 − 2 x. (109)

Assumindo x = 1 para não termos soluções triviais e, por outro lado, ser mais simples
calcular a norma, vem:

!
1
|vi = N1 √ . (110)
2−1

Para calcular N1 temos que fazer:

!
1  √   √ 
hv, vi = 1 ⇒ N12 √ · 1 2 − 1 = 1. ⇒ N12 4 − 2 2 = 1.
2−1

Fazendo o mesmo para |wi obtemos:

√ ! ! √  !
a+a 2 a w1 a 1 + 2 w1 + aw2
√ · =0 ⇒ √  = 0. (111)
a −a + a 2 w2 aw1 + a −1 + 2 v2

O que nos dará como solução:

 √ 
y = − 1 + 2 x. (112)

De tal modo que, por simplicidade, assumiremos x = −1. Daı́ vem:

!
−1
|wi = N2 √ . (113)
2+1

Para calcular N22 temos que fazer:

!
−1  √   √ 
hw, wi = 1 ⇒ N22 √ · −1 2 + 1 = 1. ⇒ N22 4 + 2 2 = 1.
2+1

Assim vemos que as constantes de normalização são:

1 1
N1 = √ 1/2 , N2 = √ 1/2 . (114)
4−2 2 4+2 2
E os autovetores serão:

! !
1 1 1 −1
|vi = √ 1/2 √ , |wi = √ 1/2 √ . (115)
4−2 2 2−1 4+2 2 2+1

Exercı́cio 10 (1.12). a) Sabemos do exercı́cio 9:

γ
!
γ  γ  cos 2
|n̂, +i = cos |+i + sin |−i = γ . (116)
2 2 sin 2

Pois α = 0. Já o autoket (em termos dos autovetores de Sbz ) de Sbx são dados por:

!
E 1 1 1 1
S , + = √ |+i + √ |−i = √ . (117)
b
x
2 2 2 1
De modo que o bra deste ket será:

D 1  
Sbx , + = √ 1 1 . (118)

2
Assim podemos calcular a probabilidade de transição:

! 2 γ γ γ γ
+ sin2
γ
   
D E 2 1   cos 2
cos2 2
+ 2 cos 2
sin 2 2
S , +|n̂, + = √ 1 1 · =
b
x γ
2

2 sin 2

Usando a relação trigonométrica:

γ  γ 
2 cos sin
= sin (γ). (119)
2 2
E a relação trigonométrica fundamental teremos:

D E 2 1 + sin (γ)
Sx , +|n̂, + = . (120)
b
2
b) Calcularemos o valor esperado do operador Sbx na base |n̂, +i do seguinte modo:

! !
γ
D E D E 
γ
 γ
 ~ 0 1 cos 2
Sbx = n̂, + Sbx n̂, + = cos sin · ·

2 2 γ
2 1 0 sin 2
!
cos γ2

~ γ
 γ
 ~ sin (γ)
= sin 2
cos 2
· γ
 = .
2 sin 2 2
Onde usamos a representação matricial para o operador Sbx e a relação trigonométrica
mostrada no item anterior. Agora, precisamos calcular o valor esperado deste operador
ao quadrado. Para tal, calculemos:

~ ~ ~2 ~2
Sbx = σx σx = σx2 = 1. (121)
2 2 4 4
Em que: σx é uma das matrizes de Pauli e usamos o fato que: σx2 = 1. Agora sim
estamos em condições de calcular:

! !
γ
D E   ~2 1 0 cos
Sbx2 = cos γ
sin γ2 ·
 2
2
· γ
4 0 1 sin 2
γ
!
~2   cos ~2 h 2  γ   γ i ~2
γ γ
+ sin2
 2
= cos 2
sin 2
· γ = cos = .
4 sin 2
4 2 2 4

Em que usamos a relação trigonométrica fundamental. Assim podemos calcular:

D E D E2 ~2 ~2 ~2
∆Sbx = Sbx2 − Sbx = − sin2 (γ) = cos2 (γ). (122)
4 4 4
Com efeito, calcularemos os casos particulares γ = 0, γ = π e γ = π/2 ou seja:

~2
∆Sbx = , se γ = 0; (123)
4
~2
∆Sbx = , se γ = π; (124)
4
∆Sbx = 0, se γ = π/2. (125)

Que está de acordo com o esperado. Pois, quando γ = 0 estamos na situação de


medir a dispersão do operador de spin paralelamente ao eixo z e, por isso, a dispersão
tem que ser ~2 /4. Para o caso γ = π estamos antiparalelamente ao eixo z, o que nos dá,
também, o mesmo valor para a medição da dispersão do operador. Finalmente, quando
estamos perpendiculares ao eixo z (γ = π/2) devemos ter como resultado zero, conforme
obtivemos.

Exercı́cio 11 (1.13). Quando o conjunto de átomos passa pelo primeiro aparato de Stern-
Gerlach selecionamos o estado |+i. A seguir, quandoE os átomos passam pelo segundo
aparato, teremos que projetar tal estado em Sb · n̂, + que nada mais é que escrever o

projetor:
ED  β   
β
  
β
 
β

S · n̂, + S · n̂, + = cos |+i + sin |−i cos h+| + sin h−| .
b b
2 2 2 2
Usando o resultado do exercı́cio 9 com α = 0. Já quando o conjunto de átomos passa
pelo terceiro aparato teremos os átomos projetados no estado |−i. Então, calcular a
probabilidade de transição significa calcular o valor esperado do operador de projeção
calculado acima entre os estados |+i e |−i ou seja:

D ED 2
P (β) = + Sb · n̂, + Sb · n̂, + −i =

           2
β β β β
= h+| cos
|+i + sin |−i cos h+| + sin h−| |−i
2 2 2 2
     
β β β
h+|−i2

= cos2 h+|+i h+|−i + sin cos
2 2 2
      2
β β 2 β
+ cos sin h+|+i h−|−i + sin h+|−i h−|−i
2 2 2
    2    
β β β β 1
= cos sin = cos2 sin2 = sin2 (β).
2 2 2 2 4

Em que usamos a relação: cos2 (x/2) sin2 (x/2) = sin2 (x) e as relações de ortonorma-
lização para a base dos kets |±i.

Exercı́cio 12 (1.14). Temos para o observável fı́sico a seguinte representação matricial:

 
0 1 0
b = √1 
A 1 0 1

(126)
2
0 1 0

De modo que, para obter os autovalores e autovetores desta matriz temos que calcular
o seguinte determinante:


−λ 1 0

1 −λ 1 = 0. (127)


0 1 −λ

Que nos dá o seguinte polinômio (ou equação) caracterı́stico(a):

−λ3 + λ + λ = 0 λ 1 − λ2 = 0.

⇒ (128)
Portanto, temos os autovalores:

λ1 = 0, λ2 = 1, λ3 = −1. (129)

De modo que não há degeneração. Para calcularmos os autovetores, sejam as matrizes
coluna:

     
v1 w1 z1
|vi = v2  |wi = w2  |zi = z2  . (130)
     

v3 w3 z3

Onde a seguinte equação deve ser verificada para o primeiro autovalor:

 
b |vi = λ1 |vi
A ⇒ b − λ1 1 |vi = 0.
A (131)

Em forma matricial:

     √ 
0 1 0 v1 v2 / 2
1   √ √ 
√ 1 0 1 · v2  = 0 ⇒ v1 / 2 + v3 / 2 = 0 (132)
  
2 √
0 1 0 v3 v2 2

Onde usamos a notação 0 para indicar que é o operador nulo, diferentemente do 0 que
é o número zero. Da equação matricial anterior, concluı́mos que:

v2 = 0, v1 = −v3 (133)

Repetindo o mesmo para o segundo autovalor:

 
b |wi = λ2 |wi
A ⇒ A − λ2 1 |wi = 0.
b (134)

     √ 
−1 1 0 w1 −w1 + w2 / 2
1  √ √ 
√  1 −1 1  · w2  = 0 ⇒ w1 / 2 − w2 + w3 / 2 = 0 (135)
   
2 √
0 1 −1 w3 w2 / 2 − w3

O que nos permite concluir que:


√ √ w √ w
w2 = w1 2, w2 = w3 2, √1 − w1 2 + √3 = 0 ⇒ w1 = w3 . (136)
2 2
Finalmente, para o terceiro autovalor:

 
b |zi = λ3 |zi
A ⇒ b − λ3 1 |zi = 0.
A (137)

     √ 
1 1 0 z1 z1 + z2 / 2
1   √ √ 
√ 1 1 1 · z2  = 0 ⇒ z1 / 2 + z2 + z3 / 2 = 0 (138)
  
2 √
0 1 1 z3 z2 / 2 + z3

O que nos permite concluir que:

√ √
z2 = −z1 2, z2 = −z3 2, ⇒ z1 = z3 . (139)

Podemos escolher, por simplicidade,

v1 = 1, w1 = 1, z1 = 1. (140)

Daı́ teremos os seguintes autovetores:

    
1 1 1
√   √ 
|vi =  0  |wi =  2 |zi = − 2 . (141)
 

−1 1 1

Que, claramente, não estão normalizados. Multiplicando-os por contantes c1 , c2 e c3 ,


respectivamente, teremos que calcular:

 
1
  1
hv|vi = 1 ⇒ c21 1 0 −1 ·  0  = 1, ⇒ c1 = √ .
 
2
−1



 √  √ 1
1
hw|wi = 1 ⇒ c22 1 2 1 ·  2 = 1, ⇒ c22 (1 + 2 + 1) = 1 ⇒ c2 = .
 
2
1
 
1
 √  √ 1
hz|zi = 1 ⇒ c23 1 − 2 1 ·  2 = 1, ⇒ c23 (1 + 2 + 1) = 1 ⇒ c3 = .
 
2
1

O que nos permite escrever, finalmente:

     
1 1 1
1   1 √  1 √ 
|vi = √  0  |wi =  2 |zi = − 2 . (142)
2 2 2
−1 1 1

Exercı́cio 13 (1.18). a) Começaremos resolvendo este item notando que:

(hα| + λ∗ hβ|) (|αi + λ |βi) = hα|αi + λ∗ hβ|αi + λ hα|βi + |λ|2 hβ|βi ≥ 0. (143)

Que é sempre maior ou igual que zero independentemente da escolha de λ. Vamos


escolher, agora, λ da seguinte maneira:

hα|βi
λ=− . (144)
hβ|βi

Substituindo na desigualdade, vem:

hα|βi 2

hβ|αi hα|βi
hα|αi − hβ|αi − hα|βi + hβ|βi ≥ 0
hβ|βi hβ|βi hβ|βi

Cancelando os dois últimos termos, chegamos em:

|hα|βi|2
hα|αi − ≥ 0. (145)
hβ|βi

Isolando o segundo termo e multiplicando por −1 vem:

|hα|βi|2 ≤ hα|αi hβ|βi . (146)

A desigualdade de Cauchy-Schwarz.
b) Seja a relação de incerteza generalizada:
1
(∆A)2 (∆B)2 ≥ |h[A, B]i|2 .

(147)
4
E sejam as relações sobre as dispersões de operadores:

∆A = A − hAi ∆B = B − hBi . (148)

Precisamos mostrar que o sinal de igualdade na equação (147) acontece quando:

∆A |αi = λ∆B |αi . (149)

Com λ puramente imaginário. Isso significa que: λ∗ = −λ. Calcularemos o seguinte


comutador:

[∆A, ∆B] = ∆A∆B − ∆B∆A = (A − hAi) (B − hBi) − (B − hBi) (A − hAi)


= AB − hAi B − A hBi − hAi hBi − BA + hBi A + hBi hAi + B hAi
= AB − BA = [A, B] .

Pois hAi e hBi são números. Diante deste resultado calculemos os valor esperado do
operador de comutação num ket |αi genérico:

hα| [A, B] |αi = hα| [∆A, ∆B] |αi = hα|∆A∆B|αi − hα|∆B∆A|αi . (150)

Podemos usar as seguintes hipóteses

∆A |αi = λ∆B |αi , hα| ∆A = hα| ∆Bλ∗ . (151)

O que nos dará como resultado:

hα| [A, B] |αi = λ∗ hα|∆B∆B|αi − λ hα|∆B∆B|αi = −2λ α| (∆B)2 |α




(152)

Pois λ é um imaginário puro. Consequentemente o lado direito da relação de incerteza


(147) será:

1 2
|h[A, B]i|2 = |λ|2 α| (∆B)2 |α = |λ|2 (∆B)2 .

(153)
4
Logo, com isto, temos a seguinte equação:

2
(∆A)2 (∆B)2 = |λ|2 (∆B)2 .


(154)

Que é a igualdade da relação de incerteza generalizada.


c) Para provar a relação pedida, temos que calcular:

hx0 |∆b
x|αi = x0 hx0 |αi − hx0 | hb
xi |αi = (x0 − hb
xi) hx0 |αi . (155)

Pois hx0 | x
b = hx0 | x0 e ∆b b − hb
x=x xi. Por outro lado:

 
0 0 0 ~ d
hx |∆b
p|αi = hx |b
p|αi − hx | hb
pi |αi = pi hx0 |αi .
− hb (156)
i dx

Em que usamos: hx0 |b d


p|αi = ~i dx hx0 |αi como uma maneira de representar o operador
momento na base dos kets do operador posição. Como:

" #
0 0 2
1 i hb
p i x (x − hb
x i)
hx0 |αi = √ exp − . (157)
2πd ~ 4d2

Cuja derivada, via regra da cadeia, será:

 
~ d 0 ~ 1 0
hx |αi = hb
pi − xi) hx0 |αi .
(x − hb (158)
i dx i 2d2
Logo:

 
0 ~ 1 0 i~
hx |∆b
p|αi = hb
pi − 2
xi) hx0 |αi − hb
(x − hb pi hx0 |αi = 2 (x0 − hb
xi) hx0 |αi . (159)
i 2d 2d
Portanto usando a relação para: hx0 |∆b
x|αi teremos:

hx0 |∆b
p|αi = λ hx0 |∆b
x|αi . (160)

Com:

i~
λ= . (161)
2d2
Um número complexo puramente imaginário.
Exercı́cio 14 (1.23). a)
Para obter considerações a respeito dos autovalores de B precisamos obter o polinômio
caracterı́stico do mesmo e calcular suas raı́zes, ou seja:


b−λ 0 0

0 −λ −ib =0 ⇒ (b − λ) λ2 − b2 (b − λ) = 0 (162)


0 ib −λ

O que vai nos dar a seguinte equação:

−λ3 + bλ2 + b2 λ − b3 = 0. (163)

Percebemos que λ = b é uma raiz da equação. O que nos permite a seguinte decom-
posição:

(b − λ) λ2 − b2 = 0.

(164)

O que vai nos dar os seguintes autovalores: λ1 = b, λ2 = −b e λ3 = b. Logo a matriz


B terá o autovalor λ = b duas vezes degenerado.
b) Para responder a essa pergunta precisamos verificar se ambos os operadores co-
mumtam. Se a resposta for sim, é possı́vel construir uma conjunto de vetores que é base
de ambos simultaneamente. Calculemos, então, o produto entre as duas matrizes do
seguinte modo:

     
a 0 0 b 0 0 ab 0 0
A
bB 0 −a 0  · 0 0 −ib =  0 0 iab .
b= (165)
    

0 0 −a 0 ib 0 0 iab 0

E, também

     
b 0 0 a 0 0 ab 0 0
B
bA 0 0 −ib · 0 −a 0  =  0 0 iab = A
b= bB (166)
     b
0 ib 0 0 0 −a 0 iab 0

Portanto

h i
A,
bB b =A
bBb−B
bAb = 0. (167)
E os operadores comutam.
c) Então para construir uma base comum a ambos precisamos, inicialmente, notar
que:

b |1i = a |1i ,
A b |2i = −a |2i ,
A b |3i = −a |3i .
A (168)

Portanto, os vetores |1i, |2i e |3i são autovetores de A.


b Calculemos os autovetores de
B:

 
b − b1 |vi = 0.
B (169)

Ou seja:
     
0 0 0 v1 0
0 −b ib  · v2  = 0 ⇒ −bv2 + ibv3  = 0 (170)
     

0 ib −b v3 ibv2 − bv3
Logo: v3 = iv2 e v1 é arbitrário. Agora, para o outro autovalor:

 
B + b1 |vi = 0.
b (171)

     
2b 0 0 w1 0
 0 b ib · w2  = 0 ⇒  bw2 + ibw3  = 0 (172)
     

0 ib b w3 ibw2 + ibw3
O que nos fornecerá w3 = −iw2 com w1 arbitrário. Essa arbitrariedade é devido à
degenerescência dos autovalores. Isso nos permite escolher um dos vetores da base como
sendo arbitrariamente igual a um dos vetores dados. Escolhemos, portanto, |1i. Assim,
para construir os outros dois, basta notar as relações entre v2 e v3 bem como as relações
entre w2 e w3 para escrevermos os dois vetores:

|2i + i |3i e |2i − i |3i . (173)

Ainda não normalizados. Como são apenas dois termos, a constante de normalização
é: √1
logo os vetores serão:
2

1 1
√ (|2i + i |3i) e √ (|2i − i |3i) . (174)
2 2
Que juntos com |1i formam uma base para estes dois operadores.
Exercı́cio 15 (1.26). Sabemos que os kets do operador Sbx podem ser escritos em termos
dos kets do operador Sbz ou seja:

E 1
Sx , ± = √ (|+i ± |−i) . (175)
b
2
De modo que queremos construir uma matriz U = uij tal que:

 E
S , +
b ! !
 x u11 u12 |+i
E = · . (176)


Sbx , − u21 u22 |−i

Usando a construção dos operadores Sbx na base dos operadores Sbz mencionada acima
teremos:

1
√ (|+i + |−i) = u11 |+i + u12 |−i ; (177)
2
1
√ (|+i − |−i) = u21 |+i + u22 |−i . (178)
2
Fica claro que existirá a matriz de transformação U se:

1 1
u11 = u12 = u21 = √ , u22 = − √ . (179)
2 2
Assim a matriz que representa U
b será:

! ! !
1 1 √1 √1
b = √1
   
2 2
U = · 1 0 + · 0 1 . (180)
2 1 −1 √1 − √12
2

Lembremos que podemos escrever as seguintes representações para os autokets do


operador Sbz :

   
h+| = 1 0 h−| = 0 1 . (181)

De modo que:

E E X

b = Sbx , + h+| + Sbx , − h−| =
U b(r) a(r) . (182)
r

Conforme querı́amos mostrar.


Exercı́cio 16 (1.28). a) Os parênteses de Poisson são dados por:

∂u ∂v ∂u ∂v
{u, v} = − . (183)
∂q ∂p ∂p ∂q
Na expressão dada identificamos: q = x que é a coordenada do problema, logo:

∂x ∂F (px ) ∂x ∂F (px ) ∂F (px )


{x, F (px )} = − = , (184)
∂x ∂px ∂px ∂x ∂px

pois ∂x
∂x
∂x
= 1 e ∂p x
= 0 pois elas são variáveis independentes.
b) Usando a regra de quantização canônica:

h i
Q̂, P̂ = i~ {q, p} . (185)

Podemos escrever:

h i ∂
X̂, exp (ipbx a/~) = i~ {x, exp (ipbx a/~)} = i~ exp (ipbx a/~) = −a exp (ipbx a/~). (186)
∂ pbx
c) Conforme pede o enunciado, precisamos usar os resultados do item c) para calcular
os autoestados do operador: exp (ipbx a/~). Portanto, calculemos:

h i
X̂, exp (ipbx a/~) |x0 i = −a exp (ipbx a/~) |x0 i ⇒ (187)
X̂ exp (ipbx a/~) |x0 i − exp (ipbx a/~)X̂ |x0 i = −a exp (ipbx a/~) |x0 i ⇒ (188)
0 0 0
X̂ exp (ipbx a/~) |x i = exp (ipbx a/~)X̂ |x i − a exp (ipbx a/~) |x i . (189)

Como X̂ |x0 i = x0 |x0 i vem:

X̂ exp (ipbx a/~) |x0 i = (x0 − a) exp (ipbx a/~) |x0 i . (190)

O que nos permite concluir que (x0 − a) é o autovalor do operador X̂ exp (ipbx a/~) cujo
autovetor é o mesmo do operador posição. Esta última equação nos mostra que o operador
exp (ipbx a/~) nos dá a translação do sistema para uma quantidade finita ∆x = −a.

Exercı́cio 17 (1.30). a) Conforme vimos no exercı́cio anterior:

x, exp (ipbx a/~)] = −a exp (ipbx a/~).


[b (191)
b · l = p1 l1 + p2 l2 + p3 l3 teremos:
Como p


[b
xi , τ (l)] = i~ p · l/~)] = li exp (−ib
[exp (−ib p · l/~) = li τ (l) . (192)
∂p
b) Para calcular a mudança no valor esperado de x
b quando o operador translação atua
sobre ele, calculemos inicialmente:

τ † (l) [b
xi , τ (l)] = τ † (l) li τ (l) = li . (193)

Pois notemos que: τ † (l) τ (l) = 1 por ser um operador unitário. Então calculemos:

hb
xi i = hα|b
xi |αi . (194)

Aplicando o operador translação nos kets |αi teremos:

α|τ † (l) x


bi τ (l) |α = hα| (b
xi + li ) |αi = hα|b
xi |αi + hα|li |αi = hb
xi i + li . (195)

Que é o resultado esperado pela ação do operador translação. Para obter tal resultado
usamos a expressão obtida no item c) do exercı́cio anterior.

Exercı́cio 18 (1.33). a) Comecemos calculando a seguinte expressão:

Z
0 00
hp |b
x|p i = hp0 |b
x|x0 i hx0 |p00 i dx0 . (196)

Onde usamos a relação de completeza para a base dos operadores de posição. Notando
b |x0 i = x0 |x0 i teremos:
que: x

−i (p0 − p00 ) x0
Z Z  
0 00 0 0 0 01 00 0 0
hp |b
x|p i = x hp |x i hx |p i dx = x exp dx0
2π~ ~
−i (p0 − p00 ) x0
Z  
i ∂ ∂
= 0
exp dx0 = i~ 0 δ (p0 − p00 ) .
2π ∂p ~ ∂p
Onde usamos a representação em transformada de Fourier para as funções: hp0 |x0 i e
hx0 |p00 i e usamos a representação integral da função delta de Dirac. Com este resultado
estamos em condições de calcular:

Z Z
0 0 00 00 ∂ 00 ∂
hp |b
x|αi = hp |b
x|p i hp |αi dp = i~ 0 δ (p0 − p00 ) hp00 |αi dp00 = i~ hp0 |αi .
∂p ∂p0
Em que usamos o resultado do item anterior. Para provar o outro resultado, procede-
remos de modo semelhante:

Z Z
0 0 0 ∂
hβ|b
x|αi = hβ|p i hp |b
x|αi dp = φ∗β (p0 )i~ φα (p0 )dp0 . (197)
∂p0
Pois usamos o resultado anterior e φγ (y) = hy|γi.
b) Em comparação com os cálculos já feitos para o operador de translação a expressão
que nos é dada se parece muito com uma espécie de “operador translação de momento”.
Para obter esta constatação, definimos:

 
ixΞ
τ (Ξ) = exp . (198)
~
E, assim, calculemos:

pbτ (Ξ) |p0 i = {τ (Ξ) pb + [b


p, τ (Ξ)]} |p0 i . (199)

Fizemos essa mudança pois:

h i
A
bBb=B
bAb+A
bBb−B
bAb=B
bAb + A,
bBb . (200)

E, do exercı́cio 29 sabemos que:


p, τ (Ξ)] |p0 i = −i~
[b τ (Ξ) |p0 i , (201)
∂x
por analogia com o operador translação no espaço de coordenadas. Assim, retornando a
relação (199) teremos:

 

0 0
pbτ (Ξ) |p i = p τ (Ξ) − i~ τ (Ξ) |p0 i = (p0 + Ξ) |p0 i . (202)
∂x
Pois quando a derivada atua em τ (Ξ) a unidade imaginária e a constante de Planck se
cancelam, restando apenas Ξ. Vemos pela relação anterior que o operador pbτ (Ξ) possui
como autovalor (p0 + Ξ) e os mesmos autovetores do operador pb. Portanto, de fato, o
operador que definimos representação uma translação no espaço de momentos.

A partir de agora resolveremos os exercı́cios extras, aqueles que se encontram durante


as notas de aula do professor. A notação segue a mesma dos anteriores.
Exercı́cio 19 (Força sobre um átomo de prata). Enunciado: Seja um experimento de
Stern-Gerlach com átomos de prata que estão sujeitos a uma força dada por:

F = ∇ (µ · B) . (203)

Mostre que se B for uniforme (não variar com a posição) a força será nula.
Resolução: Trabalhar esse exercı́cio na notação de tensores é muito mais simples.
Adotaremos a convenção de Einstein. Sabemos que:

A · C = Ai C i = A1 C 1 + A2 C 2 + A3 C 3 . (204)

Enquanto que:

∇A = ∂i Aj n̂i . (205)

Logo:

∇ (µ · B) = ∂i µj B j n̂i = (∂i µj ) B j + µj ∂i B j n̂i ≡ 0.


  
(206)

Essa expressão é identicamente nula pois, por hipótese, B não variam com a posição e µ
é uma constante. Portanto vemos que a força será nula. Esse é o motivo do experimento de
Stern-Gerlach usar um imã com uma forma bem irregular para se conseguir um gradiente
de campo e, consequentemente, uma força resultado não nula.
Exercı́cio 20 (Propriedades dos operadores hermitianos). Enunciado: Mostre que o
valor esperado de um operador hermitiano é real. Mostre que o valor esperado de um de
um operador anti-hermitiano é imaginário puro.
Resolução: Seja |αi um ket genérico. Calculemos:

D E D E
A
b = α A
b α . (207)

Calculando o conjugado complexo:

 D E
D E∗ D E∗ D E 
 α A α , se A
b b† = Ab

A = α A α = α A α = (208)
b b b
D E
 − α A
 b† = −A
b α , se A b
D E
Como A b é um número, vemos que a primeira relação diz que ele será real se o
operador for hermitiano e a segunda relação diz que ele será imaginário puro se o operador
for anti-hermitiano. Isso prova a relação pedida.
Exercı́cio 21 (Propriedades do traço de um operador). Enunciado: Prove as seguintes
relações:
a) T r(Ub †X
bUb ) = T r(X),
b em que U
b é um operador unitário.
b) T r (|a0 i ha00 |) = δa0 ,a00 .
c) T r (|b0 i ha0 |) = ha0 |b0 i.

Resolução:
a) Lembrando que o traço se escreve como:

XD E
T r(A)
b = a|A|a .
b (209)
a

Calculemos:

X D E XD E
b †X
T r(U bUb) = † b b
a U X U a =
b b† b b
a U 1X1U a
a
XXX Da ED E XXXD E D E
= b † |bi b|X|c
ha| U b b |a =
c|U c|U b † |bi b|X|c
b |a ha| U b
a b c a b c
XD E XD E
= c|U
bUb † X|c
b = c|X|c
b = T r(X).
b
c c

Onde usamos a relação de fechamento:

X
|bi hb| = 1. (210)
b

b)

X X
T r (|a0 i ha00 |) = ha0 |a0 i ha00 |a0 i = ha00 |a0 i ha0 |a0 i = ha00 |a0 i = δa00 ,a0 . (211)
a a

c)

X X
T r (|b0 i ha0 |) = ha0 |b0 i ha0 |a0 i = ha0 |a0 i ha0 |b0 i = ha0 |b0 i . (212)
a0 a0

Nos últimos dois itens usamos a relação de fechamento:

X
|a0 i ha0 | = 1. (213)
a0

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