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E-BOOK 09
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SUMÁRIO
Considerações finais........................................................................................................35
BIBLIOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
Nos últimos anos a eletrônica têm evoluído de forma avassaladora diminuindo cada vez
mais o tamanho dos circuitos. Diminuição no tamanho físico de um circuito significa
diminuição do tamanho dos componentes que compõem o mesmo. Por esta razão todos
os equipamentos eletrônicos atuais usam os minúsculos componentes denominados SMD
(superficial monting device) ou dispositivos de montagem superficial.
Tais componentes são soldados do mesmo lado das trilhas da placa de circuito impresso.
Um resistor SMD, por exemplo, é três vezes menor que um convencional. Já um transistor
é duas ou três vezes menor. Desta forma o tamanho de uma placa de circuito impresso
fica metade de uma placa para componentes convencionais. Porém os componentes
convencionais ainda são usados trabalhando em conjunto com os do tipo SMD.
Na obra que ora se inicia daremos as técnicas para trabalhos com estes pequenos
componentes, desde a identificação deles nos circuitos e no esquema elétrico, passando
pelos procedimentos de teste para os tipos principais de SMD e até os modos para a
substituição deles. Também temos algumas tabelas que ajudarão a identificar códigos e
valores destes componentes.
O autor
COMPONENTES SMD
Os componentes SMD ("superficial monting device") ou componentes de montagem
em superfície têm dominado os equipamentos eletrônicos nos últimos anos. Isto devido
ao seu tamanho reduzido comparado aos componentes convencionais. Veja abaixo na
figura 1 a comparação entre os dois tipos de componentes usados na mesma função em
dois aparelhos diferentes:
Os componentes SMD são fáceis de achar no circuito porque ficam soldados do lado das
trilhas da placa de circuito impresso. Porém são componentes de dimensões reduzidas,
sendo necessária, às vezes, o uso de uma lente de aumento para leitura de seus códigos.
Os CIs podem ter duas ou quatro fileiras de pinos, os transistores são retangulares tendo
dois terminais de um lado e um do outro, os resistores e “jumpers” possuem um número
no corpo indicando o valor e os capacitores são retangulares de cor marrom ou cinza,
porém não vêm com o valor indicado. Os diodos podem ter dois ou três terminais. Veja na
figura 2 uma placa com componentes SMD e a maneira de identificá-los:
Os resistores têm 1/3 do tamanho dos resistores convencionais e são feitos com uma
película metálica resistiva. Tem o valor marcado no corpo através de três números, sendo
o 3° algarismo o número de zeros. Ex: 102 significam 1.000 Ω = 1 K. Os jumpers (fios)
vêm com a indicação 000 no corpo e os capacitores são de cerâmica ou poliéster e não
vem com valores indicados. Só podemos saber através de um capacímetro ou do
esquema elétrico do aparelho. Veja na figura 4 alguns exemplos de capacitores e
resistores SMD com seus valores indicados. Observe que há um pingo de cola vermelha
embaixo para prender o componente na placa durante a soldagem na fábrica.
c. Semicondutores SMD
a. Resistores
Os valores são indicados por três ou quatro dígitos (mais raros). O último dígito é a
quantidade de zeros a acrescentar aos primeiros. Quando for menor que 10 Ω há uma
letra R no lugar da vírgula. Veja na figura 7:
código valor código valor código valor código valor código valor código valor
01 100 17 147 33 215 49 316 65 464 81 681
02 102 18 150 34 221 50 324 66 475 82 698
03 105 19 154 35 226 51 332 67 487 83 715
04 107 20 158 36 232 52 340 68 499 84 732
05 110 21 162 37 237 53 348 69 511 85 750
06 113 22 165 38 243 54 357 70 523 86 768
07 115 23 169 39 249 55 365 71 536 87 787
08 118 24 174 40 255 56 374 72 549 88 806
09 121 25 178 41 261 57 383 73 562 89 825
10 124 26 182 42 237 58 392 74 576 90 845
11 127 27 187 43 274 59 402 75 590 91 866
12 130 28 191 44 280 60 412 76 604 92 887
13 133 29 196 45 287 61 422 77 619 93 909
14 137 30 200 46 294 62 432 78 634 94 931
15 140 31 205 47 301 63 442 79 649 95 953
16 143 32 210 48 309 64 453 80 665 96 976
c. Capacitores cerâmicos
Boa parte destes capacitores tem o corpo marrom ou cinza sem a indicação do valor. Daí
as únicas soluções são recorrer a um capacímetro e usar o esquema elétrico do circuito.
Porém alguns têm o valor indicado no corpo através de uma ou duas letras seguidos de
um número. A 1ª letra indica o fabricante, a 2ª o valor através de uma tabela abaixo e o
número indica os zeros a acrescentar. Veja na figura 10 a leitura destes modelos:
d. Diodos
Alguns diodos SMD vêm com uma cor na faixa do catodo, a qual pode indicar o seu
código. Veja abaixo uma tabela com o significado das cores:
Estes têm sempre três faixas para indicar a tensão, porém a 3ª é sempre verde:
f. Transistores
Este componente é bem mais complicado de identificar o código. Como existem milhares
de transistores e o tamanho do corpo é reduzido, os fabricantes indicam o código através
de uma, duas ou três letras devendo ser consultada a tabela do site referido para localizar
o código. Veja na figura 11 alguns exemplos:
Observe na figura 17 abaixo um exemplo de como testar um resistor SMD numa placa de
circuito impresso com o multímetro analógico:
3. Teste de diodos – Alguns diodos SMD possuem dois terminais e outros três,
porém o teste é feito da mesma forma conforme explicado a seguir:
a. Multímetro analógico – Coloque na escala de X1 e meça nos dois sentidos. O
ponteiro mexe num sentido e não mexe no outro ou bem pouco (alta resistência).
Se o ponteiro mexer nos dois sentidos ou não mexer em nenhum, o diodo está com
defeito. Veja abaixo na figura 18:
A posição dos terminais pode variar de acordo com o código do diodo, porém o teste no
circuito é feito sempre da mesma forma. Para diferenciar o diodo do transistor SMD
podemos usar a indicação no impresso: D para diodo e Q ou T para transistor.
b. Multímetro digital – Colocamos a chave na posição com o símbolo do diodo e
medimos o componente nos dois sentidos. Num deles devemos ter uma resistência
baixa (entre 200 e 800 Ω) e no outro não indica nada. Veja o teste na figura 20:
5. Teste de bobinas SMD – As bobinas podem ter diversos formatos, porém os mais
usados são parecidos com “caixinhas”. No multímetro analógico, usamos a escala
de X1 e o ponteiro deve mexer. No digital usamos a escala de ohms até 2000 ou
2K. É um teste de continuidade simples e o multímetro deve indicar uma
resistência baixa como visto na figura 24:
c. Chaveadores de áudio e vídeo (AV) – Em alguns TVs modernos são usados CIs
SMD para chavear os sinais das entradas auxiliares de AV. Observe o exemplo da
figura 31:
d. Placa do tubo – Em vários TVs já são usados transistores SMD até na placa do
cinescópio. Veja um exemplo na figura 32:
3. DVD player – Assim como o CD player, o circuito do DVD também é formado por
componentes em sua grande maioria do tipo SMD. Observe abaixo na figura 34,
uma placa de um DVD player:
Estes foram apenas alguns exemplos de aplicações dos componentes SMD nos
aparelhos eletrônicos. Existem inúmeros aparelhos e circuitos usando esta tecnologia, os
quais o leitor terá contato durante sua carreira seja como um profissional ou apenas um
hobbista (amador) na área da eletrônica.
2. CIs com quatro fileiras de pinos – Em primeiro lugar olhamos o CI com o código
virado para o lado certo. O primeiro pino fica embaixo à esquerda e às vezes
indicado por um ponto ou um chanfro no corpo da peça. Os demais pinos contam
em sentido anti-horário. Veja abaixo na figura 38:
O componente retirado com defeito deve ser trocado preferivelmente por outro também
SMD. Porém um componente comum de mesmo valor serve no lugar do SMD. Daí o
problema passa ser o espaço ocupado por ele na placa. Se a peça comum couber no
espaço deixado pelo SMD, o circuito funcionará perfeitamente.
A – Ferro de solda ponta fina de 30W. Também pode ser uma estação de solda (é até
melhor). No suporte do ferro devemos ter uma esponja vegetal para limpar a ponta;
B – Fluxo de solda “No Clean” ou similar. Pode ser o transparente ou o escuro feito com
breu e álcool isopropílico;
C – Solda comum de boa qualidade (“Best”, “Cobix”, “Cast” ou similares);
D – Solda de baixo ponto de fusão (vendida em barras num frasco);
E – Pinça ou chave de fenda bem fina (de preferência de relojoeiro);
F – Escova de dente e um pouco de álcool isopropílico para limpeza da placa.
Para determinados modelos de SMD há bicos próprios para o soprador, devendo ser
encaixado no CI, facilitando ainda mais a retirada dele. Na colocação também se pode
usar o soprador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Para se aprender bem as técnicas de trabalho com componentes SMD vale o
ditado “A prática leva à perfeição”. Portanto sempre que possível adquira placas de
sucata que tenham componentes SMD. Assim você poderá treinar a retirada e a
colocação dos CIs com qualquer que seja a técnica. Desta forma você irá conseguir
grande habilidade e velocidade no trabalho com componentes SMD;
2. As placas de sucata com componentes SMD podem servir para fornecer
componentes de reposição;
3. Para medir tensão num CI SMD devemos fazê-lo sempre numa trilha que vá para o
pino. Desta forma evitamos colocar em curto dois pinos e queimar o CI.
Chegamos ao final desta obra. Espero que ela seja útil de alguma forma para os amantes,
hobbistas e profissionais de eletrônica. Qualquer dúvida ou consulta mande-me um e-mail
no endereço lburgos@terra.com.br.
SUMÁRIO