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UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAEM FACULDADE

UCEFF FACULDADES
Autorizado pela portaria nº 3.376, de 17 dezembro de 2003.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Bacharelado
Autorizado pela portaria nº. 818, de 20 de setembro de 2007.

APOSTILA DE

GESTÃO DE CUSTOS

Prof.ª Msc. Juliana Eliza Benetti


Material de apoio a Disciplina de
Gestão de Custos do Curso de
Administração da UCEFF
Faculdades.

Acadêmico (a):________________________________________

2013

Prof.ª Msc. Juliana Eliza Benetti


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS.............................................3


1.1 BREVE HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS....................................3
1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS................................................................................4
1.3 CONCEITOS RELACIONADOS A CUSTOS............................................................5
1.4 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS...................................................8
1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTATIBILIDADE APLICADOS EM
CUSTOS........................................................................................................................9
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS.............................................................................10
1.7 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS.........................................................................12
1.8 CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE CUSTEIO...................................................13
1.8.1 Método de Custeio por Absorção..........................................................................13
1.8.2 Método de Custeio Variável ou Direto..................................................................14
1.8.3 Contabilização.........................................................................................................14
1.9 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS (I)...............................19
1.10 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS (II)...........................25
1.10.1 Critérios de Rateio dos Custos Indiretos............................................................29
REFERÊNCIAS...............................................................................................................33

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1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS

O processo de gestão de custos requer o entendimento dos conceitos


fundamentais e terminologias de custos. É necessário conhecer adequadamente essas
terminologias para que se possa melhor entender todo o processo de custeio. Ao
fornecer essas definições não se tenciona exaurir a apresentação de diferentes
nomenclaturas, mas apresentar um conjunto de definições que possibilite ter uma ideia
como os custos são formulados e gerenciáveis.

1.1 BREVE HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS


Até a revolução industrial (século XVIII), praticamente só existia a
contabilidade financeira, (ou geral), que desenvolvida na era mercantilista, estava bem
estruturada para servir as empresas comerciais.
Para apuração de resultados ou balanço final, bastava ao contador um inventário
físico das quantidades de mercadorias em estoque, pois os mesmos eram valorizados
pelo valor de sua aquisição, tendo-se assim o saldo final de estoque em determinado
período bastava seguir a seguinte fórmula:
Estoque Inicial
(+) Compras
( -) Estoque Final
(=) Custo das mercadorias vendidas
Com o passar do tempo foram surgindo as primeiras indústrias, sendo que a
fórmula acima já não atendia mais as necessidades para a apuração correta dos custos
dos produtos. Como a indústria comprava matérias-primas e as transformava em outros
produtos, os mesmos agregavam valor, ficando difícil para o contador apurar o
resultado.

1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

Com a revolução industrial, e a conseqüente proliferação de indústrias a


contabilidade se deparou com o problema de adaptar a apuração de resultados, até então

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somente utilizada para empresas comercias, para as indústrias, pois tinha que incorporar
ao custo dos produtos vendidos além da matéria-prima, os gastos de mão-de-obra,
depreciação, energia elétrica e outros custos de produção.
A solução natural foi utilizar o mesmo esquema das empresas comerciais,
substituindo o item “compras” pelos fatores que entraram na produção: matéria-prima
consumida, mão-de-obra, energia elétrica, depreciações, enfim todos os gastos de
produção. Este método de apuração de resultado em indústrias foi denominado de
contabilidade de custos.
Nos primórdios a contabilidade de custos tinha como principal função a
avaliação de estoques, que por sua vez era muito mais complexa do que era nas
empresas comerciais, pois envolvia todos os fatores de produção. No caso a empresa
comercial possuía somente estoque de mercadorias que eram fáceis de ser valorizados
pelo valor de sua aquisição, nas indústrias apenas era possível valorizar os estoques de
matéria-prima desta forma, já que o estoque de produtos era composto de produtos em
processo e acabados e todos os gastos de produção deveriam ser distribuídos aos
mesmos, sendo que parte dos custos de mão-de-obra, energia elétrica e outros deveriam
compor o estoque final para a apuração do balanço.
Como já comentado anteriormente, a solução adotada para apuração dos
resultados era similar àquela utilizada no comércio. Avaliam-se os estoques inicias e
finais de produtos acabados e em elaboração e substitui-se a conta compras pelos gastos
efetuados para produzir:

CPV = Estoques iniciais + Gastos de produção – Estoques Finais


LB = Vendas – Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
Pode-se observar que todos os gastos de produção foram absorvidos, seja pelo
estoque final de produtos, ou pelo custo dos produtos vendidos. Este método de
apuração denomina-se Custeio por absorção e é exigido pela legislação do imposto de
renda.
A contabilidade de custos está voltada à análise dos gastos realizados pela
entidade no decorrer de suas operações.

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1.3 CONCEITOS RELACIONADOS A CUSTOS

Para Silva e Lins (2009) custos são os recursos consumidos no processo de


produção de um bem ou serviço que se espera tragam benefícios atuais ou futuros para a
entidade após a conclusão e venda do produto ou serviço.
Galloro e Galloro (2000) salientam que nem todos os gastos ocorridos na produção
são custos, é o caso da utilização de instalações, equipamentos e mão-de-obra para
finalidades que não sejam a fabricação de produtos.
Em outras palavras, custos são ocorridos (consumidos) para produzir benefícios
presentes ou futuros, ou seja, ativos (produtos) que foram produzidos são sacrificados
em troca de um valor que se espera seja superior ao que foi sacrificado (SILVA; LINS,
2009).
Segundo Lawence (1975, p. 1) contabilidade de custos:

[...] é o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para


registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os
dados da produção e das vendas, se torne possível à administração utilizar as
contas para estabelecer os custos de produção e de distribuição, tanto por
unidade, quanto pelo total, para um, ou para todos os produtos fabricados, ou
serviços prestados e os custos das outras diversas funções de negócio, com a
finalidade de obter operação eficiente, econômica e lucrativa.

De acordo com Bruni e Famá (2004) os gastos ou dispêndios consistem no


sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço
qualquer. Segundo a contabilidade, serão em última instância classificados como custos
ou despesas, a depender de sua importância na elaboração do produto ou serviço.
Alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimentos, e à
medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas.
Investimentos representam gastos ativados em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a futuros períodos. Ficam temporariamente “congelados” no ativo
da entidade e, posteriormente e de forma gradual, são “descongelados” e incorporados
aos custos e despesas (BRUNI; FAMÁ, 2004).

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Despesas para Silva e Lins (2009) são recursos consumidos direta ou


indiretamente na forma de um bem ou serviço com intuito de obtenção de receitas.
Outra característica da despesa é o fato de não relacionar-se com o processo produtivo.
É importante ressalvar que, embora teoricamente seja fácil a separação entre
custos e despesas, na prática existe uma série de circunstâncias que a impedem de forma
clara e objetiva. Por exemplo é comum encontrarmos uma única parte administrativa
responsável por toda a empresa, sem separação da que realmente pertence
exclusivamente à fábrica (custos) e a parte administrativa propriamente dita (despesas).
De acordo com Galloro e Galloro (2000) corroboram a afirmação de que na prática
podem parecer problemas para a separação entre custos e despesas, afirmam que nesta
situação deve tomar os seguintes procedimentos:
 valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (conservadorismo,
materialidade);
 valores relevantes que têm sua maior parte considerada como despesa, com a
característica de se repetirem a cada período, devem ser considerados apenas
como despesa em sua íntegra (conservadorismo);
 valores cujo rateio é extremamente arbitrário também devem ser considerados
como despesa do período.
De acordo com Martins (2003) só devem ser rateados e ter uma parte atribuída
aos custos de produção e outra às despesas do período os valores relevantes que
visivelmente contêm ambos os elementos e podem, por critérios não excessivamente
arbitrários, se divididos nos dois grupos.

Reflexão
Muitas vezes a definição do recurso como um custo ou despesa depende da natureza
comercial do negócio da empresa, por exemplo, a conta telefônica de uma indústria
normalmente é tratada como uma despesa operacional, mas, se a empresa for de
telemarketing, provavelmente será tratada como um custo do serviço. É importante
ressaltar que o ponto principal na separação entre custo e despesa está na definição do
objeto de custos. Um gasto pode ser despesa em uma determinada atividade e custo em
outra, dependendo do que se está efetivamente avaliando. Por exemplo, para uma
transportadora o combustível dos caminhões é um custo. Esse mesmo combustível do
caminhão de entregas de uma grande loja de departamento é despesa de venda.

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Silva e Lins (2009) afirmam que perdas referem-se ao consumo de um bem ou


serviço de forma involuntária. São exemplos de perdas: incêndios, deterioração de
estoques, rebarbas etc.
As perdas podem ser classificadas em dois grupos:
Perdas Normais – são aquelas inevitáveis e inerentes ao processo produtivo
como um todo. Por exemplo, fazer círculos em uma chapa de aço acarretará perdas nas
áreas entre os círculos bem como nas extremidades da chapa. Independentemente do
tratamento a ser dado a essa parte que sobra no processo, podem ser venda como sucata
ou simplesmente o descarte, essa perda tem uma parcela incorporada no custo de cada
círculo produzido. Considerando o exemplo, imagine-se que a chapa de aço custou R$
10.000,00 e foram produzidos dez círculos. Nesse caso, cada círculo vai receber de
custo de material o valor de R$ 1.000,00 já com as perdas/sobras embutidas.
Perdas Anormais – são perdas que não são incorporadas ao custo de produção e
sim transferidas diretamente para o resultado do período como despesas no momento da
sua ocorrência. Considerando o exemplo das perdas normais, suponha agora que a
máquina que cortava os círculos danificou cinco dos dez círculos que se pretendia
produzir. Nesse caso, será necessário dividir as partes em custo e perda, sendo R$
5.000,00 para custos e R$ 5.000,00 para o resultado do período como perda. No caso d
venda como sucata da parte descartada como perda, o seu valor deverá ser contabilizado
como dedução do custo do produto vendido no período.
Desembolso são pagamentos em dinheiro resultantes da aquisição do bem ou
serviço. O desembolso pode ocorrer antes, no decorrer ou depois da entrada do bem ou
serviços comprados. É oportuno lembrar que o desembolso, ou o pagamento, não é fato
gerador do reconhecimento contábil do curso e sim, o seu uso. Nesse sentido para
efeitos contábeis e fiscais, um custo deve ser considerado quando um recurso é inserido
no processo de produção e transformado em produto manufaturado que depois será
vendido, não na ocasião do pagamento (SILVA; LINS, 2009).
Muitas são as definições de qualidade, essa diversidade depende do enfoque
que queremos dar ao termo:
 para Feigenbaum (1994) qualidade em produtos e serviços pode ser
definida como a combinação de características de produtos e serviços

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referentes a marketing, engenharia, produção e manutenção, por meio


dos quais produtos e serviços em uso corresponderão à expectativa do
cliente;
 para Juran (1991) qualidade consiste nas características do produto que
vão ao encontro das necessidades dos clientes e, dessa forma,
proporcionam satisfação em relação ao produto e ainda acrescenta que
qualidade é a ausência de falhas;
 qualidade também pode ser definida como sendo a conformidade com
alguns padrões preestabelecidos;
 ou, ainda, qualidade significa entender, aceitar, atender e exceder as
necessidades, os desejos e expectativas do cliente, continuadamente,

1.4 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

 Determinação do lucro utilizando os dados dos registros convencionais da


contabilidade, ou compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis
à administração;
 Controle das operações e dos estoques, estabelecimento de padrões e
orçamentos, comparações entre custo real e custo orçado e ainda fazer previsões;
 Tomada de decisões, formação de preços, determinação da quantidade a ser
produzida, escolha de qual produto produzir, avaliação de decisão sobre corte de
produtos ou decisão de comprar ou fabricar.

1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTATIBILIDADE APLICADOS EM


CUSTOS

Para que exista uma homogeneidade nas apurações de resultado e para que haja
comparatividade entre os demonstrativos de outras empresas ou até mesmo da própria
empresa em períodos diferentes é necessário a adoção de alguns critérios para a
apuração de custos que são a base para a apuração do resultado.

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A legislação do Imposto de renda também obriga o cumprimento dos mesmos


para o cálculo da base para recolhimento do respectivo imposto.
Os princípios contábeis que devem ser seguidos em custos são:

a) Principio da realização da receita – consiste em reconhecer o lucro/prejuízo de


determinado produto apenas quando se dá a receita do mesmo.
b) Principio da Competência ou da confrontação entre despesas e receitas – Este
princípio é de muita importância para custos, após a realização da receita determina
quando se deve reconhecer a despesa, ou seja, após o reconhecimento da receita deve-se
reconhecer a despesa incorrida para a obtenção dessa receita. Consiste em lançar as
despesas no mesmo período em que se realizou a receita correspondente àquela despesa.
c) Princípio do Custo Histórico como base de valor – Os ativos são registrados pelos
seus valores de compra, ou seja, históricos, no entanto se ficarem estocados por muito
tempo o seu valor fica desatualizado no caso de existir taxas de inflação, no caso a
legislação brasileira não permite essas atualizações que seriam chamadas de correção
monetária, sendo que o resultado deve ser apurado baseado sempre no valor original de
compra das matérias-primas ou produtos para revenda. Muitas empresas mantêm uma
contabilidade paralela fazendo essas atualizações monetárias para fins gerenciais.
d) Consistência ou Uniformidade – Quando existem diversas alternativas para a
contabilização do mesmo evento, todos aceitos pelos princípios contábeis a empresa
deverá optar por um e não alterar o critério a cada período. Caso haja interesse de mudar
de critério o mesmo deverá ser informado nas notas explicativas e devera ser reportada a
alteração no resultado devido essa mudança.
e) Conservadorismo ou Prudência – Este princípio obrigado o contador a ter um
espírito de precaução, na dúvida entre tratar determinado gasto como ativo ou redução,
o mesmo devera sempre ser considerado redução no resultado. Ex.: Na duvida do
recebimento de determinada duplicata de um cliente a mesma devera der baixada para o
resultado.
f) Materialidade ou relevância – Essa regra é de extrema importância para custos e
desobriga o tratamento rigoroso de itens de valor monetário irrelevante. Ex.: Não é
obrigatório controlar o estoque de parafusos utilizados na manutenção em uma indústria

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de alimentos, pois o valor em R$ é irrelevante dentro do total de gastos podendo ser


essa compra ser lançada diretamente em custo da produção.

1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos,


podem ser classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos
elaborados (unidade do produto), de acordo com a variação dos custos em relação ao
volume de produtos fabricados (comportamento em relação ao volume), em relação aos
controles exercidos sobre os custos (contabilidade), em relação a alguma situação
específica (decisões especiais) e em função da análise do comportamento passado (base
monetária).
Em relação à forma de associação dos custos com os produtos fabricados, para
Bruni e Famá (2004) os primeiros podem ser classificados de diferentes formas quanto à
aplicabilidade em:
 diretos ou primários são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos.
Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra
direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de
maneira objetiva. Exemplos: aço para fabricar chapas, salários dos operários
etc.;
 indiretos necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para
serem atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e aluguéis da fábrica,
supervisão de diversas linhas de produção;
 de transformação igualmente denominados custos de conversão ou custos de
agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do
produto. Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.

Algumas classificações de custos podem variar de empresa para empresa. Por


exemplo, gastos com energia são quase sempre classificados como variáveis – aumentos
dos volumes de produção estão associados a aumentos nos níveis consumidos de
energia elétrica. Os custos com energia, porém, podem ser classificados como custos

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diretos de produção de produtos intensivos em energia, como lâminas de alumínio,


produtos metálicos em geral e vidros, como custos indiretos nos demais produtos – que
geralmente consideram como custos diretos apenas os gastos com matérias-primas,
embalagens e materiais diretos.
O comportamento dos custos em relação ao volume permite analisar as variações
nos custos totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção. O custos
segundo Bruni e Famá (224) podem ser genericamente classificados quanto a
variabilidade em:
 fixos são os custos que em determinado período de tempo e em certa capacidade
instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa.
Existem mesmo que não haja produção. Podem ser agrupados em: custo fixo de
capacidade – custo relativo às instalações da empresa, refletindo a capacidade
instalada da empresa, como depreciação, amortização, etc.; custo fixo
operacional – relativo à operação das instalações da empresa, como seguro,
imposto predial, etc. Exemplos: clássicos de custos fixos podem ser
apresentados por meio dos gastos com aluguéis e depreciação –
independentemente dos volumes produzidos, os valores produzidos com ambos
os gastos serão os mesmos. É importante destacar que a natureza de custos fixos
ou variáveis está associada aos volumes produzidos e não ao tempo. Assim, se
uma conta de telefone apresenta valores diferentes todos os meses, porém não
correlacionados com a produção, esses gastos devem ser classificados como
fixos – independentemente de suas variações mensais. Os custos fixos possuem
uma característica interessante: são variáveis quando calculados unitariamente
em função das economias de escala;
 variáveis seu valor total altera-se diretamente em função das atitudes da
empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis. Exemplos
óbvios de custos variáveis podem ser expressos por meio dos gastos com
matérias-primas e embalagens. Quanto maior a produção, maior o consumo de
ambos. Assim, como os custos fixos, os custos variáveis possuem um a
interessante característica: são genericamente tratados como fixos em sua forma
unitária;

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 semifixos correspondem a custos que são fixos em determinados patamar,


passando a ser variáveis quando esse patamar for excedido. Exemplo quando o
consumo é inferior a um patamar definido pela empresa fornecedora do serviço,
a conta é faturada de acordo com o patamar. Quando o consumo excede o valor
do patamar, o valor cobrado torna-se variável de acordo com o consumo;
 semivariáveis correspondem a custos variáveis que não acompanham
linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de
certos limites. Exemplo os custos por meio dos gastos com contratação e
pagamento de supervisores ou referentes ao aluguel de máquinas copiadoras.
Dentro de certos limites, como o número de funcionários sob supervisão ou
quantidade de cópias realizadas, os gastos são fixos. Quando o patamar é
excedido, porém, os gastos variam, assumindo um novo patamar.

1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS

De forma similar aos custos, as despesas também podem ser classificadas,


segundo Bruni e Famá (2004), as despesas classificam-se em:

 despesas fixas: não variam em função do volume de vendas. Exemplo: Aluguel


e seguro das lojas;
 despesas variáveis: variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissões de
vendedores, gastos com fretes.

1.8 CLASSIFICAÇÕES DE SISTEMAS DE CUSTEIO

Custeio significa apropriação de custos, assim existem basicamente dois tipos de


métodos de custeio, o custeio por absorção e o custeio variável, alguns autores tratam o
ABC e o RKW como métodos de custeio, porém os mesmos seguem a linha do custeio
por absorção, com a diferença de apropriarem aos produtos além dos custos também as
despesas administrativas.

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1.8.1 Método de Custeio Por Absorção

Segundo Martins (2003) Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação


dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica
mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens
elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são
distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.
Em alocar todos os custos aos produtos ou serviços, a empresa obtém os
verdadeiros custos dos estoques dos produtos acabados, em processo e vendidos.
O custeio por absorção observa com bastante rigor o Princípio da competência e
o Princípio da realização da receita em confronto com custos e despesas.
O principio da Competência conforme já vimos anteriormente, ensina que todos
os custos, despesas e receitas, relativas às operações do período sejam alocados e
reconhecidos nos períodos da ocorrência dos fatos. Desta forma, quando a empresa
produz o produto ou serviço, aloca todos os custos possíveis pelo custeio por absorção.
Quando do encerramento do período, os produtos ou serviços acabados e em processo
serão destinados aos estoques.
Desta forma os valores de custos indiretos absorvidos pelo método de absorção,
existentes nos estoques de produtos não comercializados, permanecem em estoque, sem
onerar o resultado.
Por este motivo o resultado tende a ser sempre maior a não ser que não haja
saldo de estoque de produtos acabados no inicio ou no final do período de apuração.
O custeio por absorção é o método de custeamento aceito pela legislação do
imposto de renda, tendo em vista que distribui e modera os resultados, para fins de
formação do lucro que servirá de base de calculo para IR e CSLL.
O método por absorção é básico para avaliação de estoques pelo contabilidade
financeira, para fins de levantamento dos balanços fiscais e societários.
Este método é falho para analises gerenciais de rentabilidade por produto devido
aos rateio efetuados para distribuição dos custos indiretos fixos e variáveis.

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1.8.2 Método de Custeio Variável ou Direto

Este método consiste em não distribuir ou ratear os custos fixos aos produtos,
sendo que os mesmos são tratados como do período e não dos produtos. A diferença
para o método de absorção é que este apenas considera como custo dos produtos o custo
variável seja ele direto ou indireto, enquanto que o método de absorção distribui e rateia
todos os custos aos produtos.
Por este método o resultado tende a ser sempre menor a não ser que não haja
saldo de estoque de produtos acabados no inicio ou no final do período de apuração de
resultado, por este motivo não é aceito pelo fisco, pois acaba postergando o
recolhimento de IR e CSLL.
É bom lembrar que quando não existir saldo de estoques inicial e final de
produto acabado, tanto por um como por outro método o resultado será igual.

1.8.3 Contabilização

Supomos que uma indústria produz apenas um tipo de produto, e que em


determinado mês tenho tido os seguintes custos e produção:

Matéria-Prima (Custo Variável Direto) R$ 150.000,00


Material de embalagem (Custo Variável Direto) R$ 25.000,00
Mão-de-Obra Indireta (Custo Fixo Indireto) R$ 50.000,00
Energia Elétrica (Custo Fixo Indireto) R$ 30.000,00
Depreciação das Máquinas (Custo Fixo Indireto) R$ 20.000,00
Material de Consumo (Custo Variável Indireto) R$ 10.000,00
Outros Custos de Produção (Custo Indireto Fixo) R$ 5.000,00
Total R$ 290.000,00

A produção do mês foi de 58.000 unidades;


Não havia saldos iniciais de produto acabado;
Foram vendidas 40.000 unidades neste mês a 8,00 cada.

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a) Resultado pelo método de absorção:

Custo da produção:

Custo total / quantidade produzida


R$ 290.000 / 58.000 = R$ 5,00 de custo por unidade.

Demonstrativo do resultado do Exercício (Absorção)


Descrição Valores
1- Receita Operacional (40.000 un. x R$ 8,00) R$ 320.000,00
2- (-) Custo dos Produtos Vendidos (40.000 x 5,00) (R$ 200.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 120.000,00

Pelo método de custeio por absorção o resultado seria R$ 120.000,00 e o estoque


final de 18.000 unidades seria valorizado a R$ 5,00 sendo contabilizado no balanço
patrimonial pelo valor de R$ 90.000. Pode-se observar que por este método todos os
custos foram absorvidos pelos produtos sejam eles diretos ou indiretos fixos ou
variáveis, desta forma o estoque final contém em seu valor final de R$ 90.000 tanto
matéria-prima como mão-de-obra, depreciação, etc...

b) Resultado pelo método de custeio variável:

Neste método os custos fixos indiretos não são rateados ou distribuídos aos
produtos, sendo que os mesmos são tratados como custo do período e não do produto.
Portanto o custo unitário de produção é calculado somente com os custos variáveis.
Como custos variáveis temos acima:

Matéria-Prima (Custo Variável Direto) R$ 150.000,00


Material de embalagem (Custo Variável Direto) R$ 25.000,00
Material de Consumo (Custo Variável Indireto) R$ 10.000,00
Total R$ 185.000,00

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Perfazendo um custo unitário por produto de: 185.000 / 58.000 unid. = 3,1896......

Demonstrativo do resultado do Exercício (Variável)


Descrição Valores
1- Receita Operacional (40.000 un. x R$ 8,00) R$ 320.000,00
2- (-) Custo Variável dos Produtos Vendidos (40.000 x 3,1896....) (R$ 127.586,21)
3- (=) Margem de Contribuição (1 – 2) R$ 192.413,79
4- (-) Custo Fixo (R$ 105.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 87.413,79

Podemos verificar que houve uma diferença de menos R$ 32.586,21 no


resultado em comparação com o método de absorção. Essa variação se deve aos custos
fixos, que pelo método anterior foram rateados ao produto e aqui estão sendo reduzidos
diretamente no resultado representando R$ 105.000,00.
Pelo método de custeio variável o saldo final de estoque de produto acabado será
valorizado a R$ 3,1896..., (18.000 unidades x 3,1896...), perfazendo um valor de R$
57.413,79. Enquanto que pelo método de absorção o estoque é valorizado pelo custo
total (Matéria-prima, mão-de-obra, depreciações, etc...) pelo método variável apenas é
valorizado pelo custo variável (Matéria-prima, material de embalagem, material de
consumo).
A diferença de valores de estoque final (R$ 90.000 do método de absorção para
R$ 57.413,79) será a diferença do resultado. Vejamos: R$ 90.000 – 57.413,79 =
32.586,21.
As variações nos resultados entre um método e outro somente existirão nos
casos em que existem saldos iniciais ou finais de produtos acabados. Vejamos como
seria a DRE se tivéssemos vendido toda a produção de 58.000 unidades.

Demonstrativo do resultado do Exercício (Absorção)


Descrição Valores
1- Receita Operacional (58.000 un. x R$ 8,00) R$ 464.000,00
2- (-) Custo dos Produtos Vendidos (58.000 x 5,00) (R$ 290.000,00)

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3- (=) Lucro Bruto R$ 174.000,00

Demonstrativo do resultado do Exercício (Variável)


Descrição Valores
1- Receita Operacional (58.000 un. x R$ 8,00) R$ 464.000,00
2- (-) Custo Variável dos Produtos Vendidos (58.000 x 3,1896....) (R$ 185.000,00)
3- (=) Margem de Contribuição (1 – 2) R$ 279.000,00
4- (-) Custo Fixo (R$ 105.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 174.000,00

Portanto em casos em que não exista saldo inicial e nem final os resultados serão
exatamente iguais tanto por um quanto por outro método. Caso exista somente saldo
final sem a existência de saldo inicial como no exemplo apresentado acima o método
por absorção apresentara sempre um valor de lucros maior em comparação com o
método variável. No entanto se houver saldo inicial e final a tendência é de que o
método por absorção de um resultado menor, mas isso não vale como regra, pois
depende das quantidades produzidas e da quantidade de saldo inicial e final.
Vejamos o que acontece no resultado da indústria acima caso ela tivesse os
seguintes custos no mês seguinte:

Matéria-Prima (Custo Variável Direto) R$ 130.000,00


Material de embalagem (Custo Variável Direto) R$ 21.500,00
Mão-de-Obra Indireta (Custo Fixo Indireto) R$ 50.000,00
Energia Elétrica (Custo Fixo Indireto) R$ 28.000,00
Depreciação das Máquinas (Custo Fixo Indireto) R$ 20.000,00
Material de Consumo (Custo Variável Indireto) R$ 7.500,00
Outros Custos de Produção (Custo Indireto Fixo) R$ 5.000,00
Total R$ 262.000,00

A produção neste mês foi de 50.000 unidades e o preço de vende se manteve em


R$ 8,00 por unidade.

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Foram vendidas todas as unidades produzidas mais as que havia em estoque no


inicio do período.

Custo da produção:
Custo total / quantidade produzida
R$ 262.000 / 50.000 = R$ 5,24 de custo por unidade.

Demonstrativo do resultado do Exercício (Absorção)


Descrição Valores
1- Receita Operacional (68.000 un. x R$ 8,00) R$ 544.000,00
2- (-) Custo Produtos Vendidos (50.000 x 5,24) + (18.000 x 5,00) (R$ 352.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 192.000,00

Demonstrativo do resultado do Exercício (Variável)

Descrição Valores
1- Receita Operacional (68.000 un. x R$ 8,00) R$ 544.000,00
2- (-) Custo Variável dos Produtos Vendidos (18.000 x 3,1896....) (R$ 216.413,79)
+ ( 50.000 x 3,18) = 57.413,79 + 159.000,00 = 216.413,79
3- (=) Margem de Contribuição (1 – 2) R$ 327.586,21
4- (-) Custo Fixo (R$ 103.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 224.586,21

Podemos observar que o resultado pelo método de absorção agora ficou menor
em comparação com o método variável, isso se deve ao valor de custo fixo que estava
embutido no estoque final do mês anterior que era de R$ 32.586,21, mesma diferença
que havia no resultado do mês anterior. O que aconteceu é que zerando os estoques
neste mês, esse valor foi baixado para o custo dos produtos vendidos pelo método de
absorção. Sendo que pelo método variável este já havia sido baixado no mês passado.
Se verificarmos a diferença de resultado do segundo mês R$ 224.586,21 –
192.000 teremos essa diferença = R$ 32.586,21.

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1.9 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS (I)

Em uma empresa industrial de qualquer ramo de atividade existem diversas


operações e as mesmas devem ser contabilizadas conforme os princípios contábeis
geralmente aceitos. Do mesmo modo os custos devem ser apropriados em cada período
e serem contabilizados também. Para a apuração dos custos devemos seguir os seguintes
passos:

1º Passo: A Separação entre custos e despesas

Como exemplo, supõem-se que os gastos de determinado período da Empresa X,


segue abaixo:

DESCRIÇÃO VALORES
Comissões de Vendedores R$ 80.000,00
Salários da Fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima Consumida R$ 350.000,00
Salários da Administração R$ 90.000,00
Depreciação na Fábrica R$ 60.000,00
Seguros da Fábrica R$ 10.000,00
Despesas Financeiras R$ 50.000,00
Honorários da Diretoria R$ 40.000,00
Materiais Diversos – Fábrica R$ 15.000,00
Energia Elétrica – Fábrica R$ 85.000,00
Manutenção – Fábrica R$ 70.000,00
Despesas de Entrega R$ 45.000,00
Correios, Telefone e Telex R$ 5.000,00
Material de Consumo – Escritório R$ 5.000,00
TOTAL GASTOS R$ 1.025.000,00
Quadro 2 – Classificações dos sistemas de rateio
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

A primeira tarefa é a separação dos custos de produção. Teremos então a seguinte


distribuição dos gastos:

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CUSTOS DE PRODUÇÃO
Salários de Fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima Consumida R$ 350.000,00
Depreciação na Fábrica R$ 60.000,00
Seguros da Fábrica R$ 10.000,00
Materiais Diversos - Fábrica R$ 15.000,00
Energia Elétrica – Fábrica R$ 85.000,00
Manutenção – Fábrica R$ 70.000,00
TOTAL R$ 710.000,00
Quadro 3 – Custos de produção
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Salários da Administração R$ 90.000,00
Honorários da Diretoria R$ 40.000,00
Correios, Telefone e Telex R$ 5.000,00
Material de Consumo – Escritório R$ 5.000,00
TOTAL R$ 140.000,00
Quadro 4 – Despesas administrativas
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

DESPESAS DE VENDAS
Comissões de Vendedores R$ 80.000,00
Despesas de Entrega R$ 45.000,00
TOTAL R$ 125.000,00
Quadro 5 – Despesas de Vendas
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

DESPESAS FINANCEIRAS R$ 50.000,00


Quadro 6 – Despesas Financeiras
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

As despesas, que não entraram no custo de produção, as quais totalizam R$


315.000,00, vão ser descarregadas diretamente no Resultado do período, sem serem
alocadas aos produtos.

2º Passo: Apropriação dos Custos Diretos

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A Empresa elabora três produtos diferentes, chamados A, B e C. O passo seguinte


é o de se distribuir os custos diretos de produção aos três itens. Supõem-se ainda que
nessa empresa, além da matéria-prima, sejam também custos diretos parte da mão-de-
obra e parte da energia elétrica.
O problema agora é saber quanto da matéria-prima total utilizada, de R$
350.000,00 quanto de Mão-de-obra Direta e quanto da energia elétrica direta foi
aplicado em A, B e C.
Par o consumo de matéria-prima, a empresa mantém um sistema de requisições de
tal forma a saber sempre para qual produto foi utilizado o material retirado do
almoxarifado. E, a partir desse dado, conhece-se a seguinte distribuição:

Matéria-Prima
Produto A R$ 75.000,00
Produto B R$ 135.000,00
Produto C R$ 140.000,00
TOTAL R$ 350.000,00
Quadro 7 – Matéria-Prima
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Para a mão-de-obra, a situação é um pouco mais complexa, já que é necessário


verificar do total de R$ 120.000,00 quanto diz respeito à mão-de-obra direta e quanto é
a parte pertencente à mão-de-obra indireta. A empresa, para poder conhecer bem esse
detalhe, mantém um apontamento (verificação) de quais foram os operários que
trabalharam em cada produto no mês e por quanto tempo. Conhecidos tais detalhes e
calculados os valores, conclui:

MÃO-DE-OBRA
Indireta R$ 30.000,00
Direta
Produto A R$ 22.000,00
Produto B R$ 47.000,00
Produto C R$ 21.000,00 R$ 90.000,00
TOTAL R$ 120.000,00
Quadro 8 – Mão-de-obra
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

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Logo, os R$ 90.000,00 serão atribuídos diretamente aos produtos, enquanto os


R$ 30.000,00 serão adicionados ao rol dos custos indiretos.
A verificação da energia elétrica evidencia que, após anotado o consumo na
fabricação dos produtos durante o mês R$ 45.000,00 são diretamente atribuíveis e R$
40.000,00 só alocáveis por critérios de rateio, já que existem medidores apenas em
algumas máquinas.
Energia Elétrica
Indireta R$ 40.000,00
Direta
Produto A R$ 18.000,00
Produto B R$ 20.000,00
Produto C R$ 7.000,00 R$ 45.000,00
TOTAL
R$ 85.000,00
Quadro 9 – Energia Elétrica
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Segue resumo da apropriação dos custos diretos:

DIRETOS
Produto A Produto B Produto C Indiretos Total
Matéria-prima R$ 75.000,00 R$ 135.000,00 R$ 140.000,00 R$ 350.000,00
Mão-de-obra R$ 22.000,00 R$ 47.000,00 R$ 21.000,00 R$ 30.000,00 R$ 120.000,00
Energia Elétrica R$ 18.000,00 R$ 20.000,00 R$ 7.000,00 R$ 40.000,00 R$ 85.000,00
Depreciação R$ 60.000,00 R$ 60.000,00
Seguros R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
Materiais Diversos R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
Manutenção R$ 70.000,00 R$ 70.000,00
TOTAL R$ 115.000,00 R$ 202.000,00 R$ 168.000,00 R$ 225.000,00 R$ 710.000,00
Quadro 10 – Resumo Apropriação Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Do total de custos de produção R$ 485.000,00 são diretos e já estão alocados e


R$ 225.000,00 precisam ainda ser apropriados.

3º Passo: A apropriação dos Custos Indiretos

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Próximo passo é analisar a forma ou as formas de alocar os custos indiretos que


totalizam, neste exemplo, R$ 225.000,00. Uma alternativa simplista seria a alocação aos
produtos A, B e C proporcionalmente ao que cada um já recebeu de custos diretos. Esse
critério é relativamente usado quando os custos diretos são a grande porção dos custos
totais, e não há outra maneira mais objetiva de visualização de quanto dos indiretos
poderia, de forma menos arbitrária, ser alocado a A, B e C.

Custos Diretos Custos Indiretos


Produtos TOTAL
R$ % R$ %
Produto A R$ 115.000,00 23,71 R$ 53.351,00 23,71 R$ 168.351,00
Produto B R$ 202.000,00 41,65 R$ 93.711,00 41,65 R$ 295.711,00
Produto C R$ 168.000,00 34,64 R$ 77.938,00 34,64 R$ 245.938,00
TOTAL R$ 485.000,00 100,00 R$ 225.000,00 100,00 R$ 710.000,00
Quadro 11 – Custo diretos e Indiretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

A última coluna do Quadro 11 fornece o custo total de cada produto, e a penúltima


a parte que lhes foi imputada dos custos indiretos.
Supondo que a empresa resolva fazer outro tipo de alocação. Conhecendo o tempo
de produção de cada um, pretende fazer a distribuição dos custos indiretos
proporcionalmente a ele, e faz uso dos próprios valores em reais da mão-de-obra direta,
por ter sido esta calculada com base nesse mesmo tempo. Desta forma ter-se-ia:

Mão-de-obra Direta Custos Indiretos


Produtos
R$ % R$ %

Produto A R$ 22.000,00 24,44 R$ 55.000,00 24,44


Produto B R$ 47.000,00 52,22 R$ 117.500,00 52,22
Produto C R$ 21.000,00 23,33 R$ 52.500,00 23,33
TOTAL R$ 90.000,00 100,00 R$ 225.000,00 100,00
Quadro 12 – Mão-de-obra Direta e Custos Indiretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

O custo total de cada produto seria:

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Produtos Custo Direto Custo Indireto TOTAL


Produto A R$ 115.000,00 R$ 55.000,00 R$ 170.000,00
Produto B R$ 202.000,00 R$ 117.500,00 R$ 319.500,00
Produto C R$ 168.000,00 R$ 52.500,00 R$ 220.500,00
TOTAL R$ 485.000,00 R$ 225.000,00 R$ 710.000,00
Quadro 13 – Custo Direto e Indireto
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Esses valores de custo indiretos diferentes e consequentes custos totais também


diferentes para cada produto podem não só provocar análises distorcidas, como também
diminuir o grau de credibilidade com relação às informações de custos. Não há,
entretanto, forma perfeita de se fazer essa distribuição; podemos, no máximo, procurar
entre as diferentes alternativas a que traz consigo menor grau de arbitrariedade.

Esquema Básico

Por enquanto, o esquema básico é:

a) separação entre Custos e Despesas;


b) apropriação dos Custos Diretos diretamente aos produtos ou serviços;
c) rateio dos Custos Indiretos.

Os custos incorridos num período só irão integralmente para o Resultado desse


mesmo período caso toda a produção elaborada seja vendida, não havendo, portanto,
estoques finais. Já as despesas – de Administração, de Vendas, Financeiras etc. –
sempre são debitadas ao resultado do período em que são incorridas: assim é que
funciona o custeio por absorção.

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Custos Despesas

Indiretos Diretos

Rateio Vendas

Produto A

Produto B

Produto C

Estoque

Custo dos Produtos


Vendidos

Resultado

Quadro 14 – Esquema Básico


Fonte: Adaptado de Martins (2003)

1.8 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS (II) –


DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Até o momento em todas as simulações e exemplos vimos rateios simples, ou


seja, pegamos o valor total de custos indiretos e fizemos o rateio adotando algum
critério como, por exemplo, tempo de fabricação, custo direto, mão-de-obra direta, etc.
Normalmente a fabricação de um produto passa por diversos departamentos,
com tempos de fabricação diferentes em cada um e tempos diferentes em cada produto.
Se somarmos todos os custos indiretos da fabrica e ratearmos pelo tempo de
fabricação total de cada produto poderemos causar grandes distorções de custos.

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Qualquer tipo de rateio já é subjetivo, caso seja feito de forma incorreta causa prejuízos
enormes à informação de custos.
Vejamos o exemplo a seguir para entender melhor a importância da
departamentalização na indústria:
Vamos supor que determinada indústria fabrique três produtos: A, B e C e que
os custos diretos dos mesmos sejam:

Custos Diretos
Produto A R$ 60.000,00
Produto B R$ 85.000,00
Produto C R$ 90.000,00
TOTAL R$ 235.000,00
Quadro 15 – Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Falta alocar para cada produto os custos indiretos que são:

Custos Indiretos
Energia Elétrica R$ 20.000,00
Depreciação R$ 25.000,00
Mão-de-obra R$ 50.000,00
Manutenções R$ 30.000,00
TOTAL R$ 125.000,00
Quadro 16 – Custos Indiretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

O rateio dos custos indiretos será feito com base no tempo de fabricação de cada
produto:

Custos Indiretos
Produto A 250 horas máquina
Produto B 300 horas máquinas
Produto C 450 horas máquinas
TOTAL 1.000 horas máquinas
Quadro 17 – Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)

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A atribuição dos custos indiretos e o calculo do custo total ficaria assim:

Custo indireto médio por hora máquina: 125.000 / 1.000 horas = R$ 125 /hm.

Custos Indiretos Custo Direto Total


R$ % R$ R$
Produto A R$ 31.250 25,00 % R$ 60.000 R$ 91.250
Produto B R$ 37.500 30,00 % R$ 85.000 R$ 122.500
Produto C R$ 56.250 45,00 % R$ 90.000 R$ 146.250
Total R$ 125.000 100,0 % R$ 235.000 R$ 360.000

Esse seria o custo de produção total de cada produto. Mas analisando mais a
fundo o processo produtivo verificou-se que na empresa haviam quatro processos assim
divididos: Extrusão, Impressão, Laminação e corte/acabamento. E que o produto A é
extrusado, impresso laminado e cortado, o produto B é Impresso, laminado e cortado e o
C é apenas Laminado e cortado, verificou-se dessa forma que pelo rateio feito acima
havia grande disparidade, pois o produto C, por exemplo, estava recebendo custos
indiretos de todos os setores, sendo que só passava em dois dos quatro.
O levantamento de tempos de fabricação é assim distribuído:

Extrusão Impressão Laminação Corte/Acab. Total


Produto A 50 horas 40 horas 80 horas 80 horas 250 horas
Produto B 70 horas 120 horas 110 horas 300 horas
Produto C 250 horas 200 horas 450 horas
Total 50 horas 110 horas 450 horas 390 horas 1.000 horas

Os custos indiretos estão distribuídos por setor da seguinte forma:

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UCEFF FACULDADES
Autorizado pela portaria nº 3.376, de 17 dezembro de 2003.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Bacharelado
Autorizado pela portaria nº. 818, de 20 de setembro de 2007.

Extrusão Impressão Laminação Corte/Acab Total


Energia Elétrica R$ 2.000 R$ 6.000 R$ 10.000 R$ 2.000 R$ 20.000
Depreciações R$ 4.000 R$ 10.000 R$ 5.000 R$ 6.000 R$ 25.000
Mão-de-obra R$ 7.000 R$ 20.000 R$ 15.000 R$ 8.000 R$ 50.000
Manutenções R$ 1.500 R$ 17.000 R$ 9.000 R$ 2.500 R$ 30.000
Total R$ 14.500 R$ 53.000 R$ 39.000 R$ 18.500 R$ 125.000

O custo hora por departamento ficaria assim:

Extrusão Impressão Laminação Corte/Acab Total


Custo Indireto R$ 14.500 R$ 53.000 R$ 39.000 R$ 18.500 R$ 125.000
Horas Trabalhadas 50 horas 110 horas 450 horas 390 horas 1.000 horas
Custo Hora R$ 290 R$ 481,82 R$ 86,67 R$ 47,44 -

Agora a distribuição dos custos indiretos ficaria assim:

Extrusão Impressão Laminação Corte/Acab. Total

50 hm x R$ 40 hm x R$ 80 hm x R$ 80 hm x R$
Produto A 290,00 = 481,82 = R$ 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 44.500,93
R$ 14.500 19.272,73 6.933,33 3.794,87

70 hm x R$ 120 hm x R$ 110 hm x R$
Produto B - 481,82 = R$ 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 49.345,22
33.727,27 10.400 5.217,95
250 hm x R$ 200 hm x R$
Produto C - - 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 31.153,85
21.666,67 9.487,18
Total R$ 14.500 R$ 53.000 R$ 39.000 R$ 18.500 R$ 125.000

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Podemos fazer uma comparação entre os valores dos custos indiretos alocados a
cada produto sem a departamentalização (uso de uma única taxa horária para todos) e
com a departamentalização (uma taxa para cada departamento).

Custos Indiretos Diferença


Sem Com
Em R$ Em %
Departamentalização Departamentalização
Produto A R$ 31.250 R$ 44.500,93 R$ 13.250,93 42,40%
Produto B R$ 37.500 R$ 49.345,22 R$ 11.845,22 31,59%
Produto C R$ 56.250 R$ 31.153,85 (R$ 25.096,15) -44,62%
Total R$ 125.000 R$ 125.000,00

Podem-se observar claramente as distorções que podem ocorrer entre as duas


formas, mesmo que haja arbitrariedades no método de rateio, o mesmo fica muito mais
aceitável quando feito com a departamentalização. Caso a empresa utilizasse esses
números para formação de preços ou análise de rentabilidade podemos imaginar a
distorções que podem acontecer.

1.8.1 Critérios de Rateio dos Custos Indiretos

Como vimos anteriormente o primeiro passo é separar custos de despesas e a


partir daí começam a surgir os aspectos subjetivos dos rateios dos custos indiretos. O
critério a ser utilizado deve ter alguma consistência. Vejamos o seguinte exemplo:
Determinado departamento somou um valor de R$ 5.000 de custos indiretos
fixos que devem ser rateados entre dois produtos:

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Produto 1 Produto 2 Total


Matéria-prima R$ 2.000 R$ 3.000 R$ 5.000
Mão-de-Obra Direta R$ 500 R$ 500 R$ 1.000
Custos Diretos Totais R$ 2.500 R$ 3.500 R$ 6.000
Custos Indiretos ? ? R$ 5.000
Total ? ? R$ 11.000
Horas-Máq. Utilizadas 1.200 hm 1.300 hm 2.500 hm

Vários critérios diferentes poderiam ser utilizados, como por exemplo:


Com base em horas-máquina:

R$ 5.000 / 2.500 hm = R$ 2,00 p/hm.

Produto 1= 1.200 hm x R$ 2,00 = R$ 2.400,00


Produto 2= 1.300 hm x R$ 2,00 = R$ 2.600,00

Total R$ 5.000,00

Custo Total:

Produto 1: R$ 2.500,00 + 2.400,00 = R$ 4.900,00


Produto 2: R$ 3.500,00 + 2.600,00 = R$ 6.100,00

Total R$ 11.000,00

Outro critério poderia ser com base na mão-de-obra direta:

R$ 5.000 / R$ 1.000 = R$ 5,00 de custos indiretos para cada real de M.D.O.

Produto 1= R$ 500 x R$ 5,00 = R$ 2.500,00


Produto 2= R$ 500 x R$ 5,00 = R$ 2.500,00

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Total R$ 5.000,00

Custo Total:

Produto 1: R$ 2.500,00 + 2.500,00 = R$ 5.000,00


Produto 2: R$ 3.500,00 + 2.500,00 = R$ 6.000,00

Total R$ 11.000,00

Com base na Matéria-prima:

R$ 5.000 / R$ 6.000 = R$ 1,00 de custos indiretos para cada real de matéria-


prima.

Produto 1= R$ 2.000 x R$ 1,00 = R$ 2.000,00


Produto 2= R$ 3.000 x R$ 1,00 = R$ 3.000,00

Total R$ 5.000,00

Custo Total:

Produto 1: R$ 2.500,00 + 2.000,00 = R$ 4.500,00


Produto 2: R$ 3.500,00 + 3.000,00 = R$ 6.500,00

Total R$ 11.000,00

Com base no custo direto total:

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R$ 5.000 / R$ 6.000 = R$ 0,83333.... de custos indiretos para cada real de custo


direto total variável.

Produto 1= R$ 2.500 x R$ 0,8333333.... = R$ 2.083,33


Produto 2= R$ 3.500 x R$ 0,8333333.... = R$ 2.916,67

Total R$ 5.000,00

Custo Total:

Produto 1: R$ 2.500,00 + 2.083,33 = R$ 4.583,33


Produto 2: R$ 3.500,00 + 2.916,67 = R$ 6.416,67

Total R$ 11.000,00

Podemos observar que conforme o critério utilizado o custo dos produtos varia
muito, o produto 1 por exemplo varia entre R$ 4.500 até R$ 5.000. Qual seria, no
entanto, o critério mais correto?
Para fazermos essa analise precisamos saber de que é composto o valor de R$
5.000 de custos indiretos.
Vamos supor que seja em sua maior parte depreciação e manutenção das
maquinas, neste caso estaria mais coerente fazer o rateio pelo tempo de utilização da
maquina.
Caso o valor seja em sua maior parte, salário e encargos dos supervisores estaria
mais correto fazermos pelo valor da mão-de-obra direta.
Assim por diante deve haver sempre uma analise dos valores para depois definir
o rateio. Nada impede de se adotar um critério para cada conta.

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REFERÊNCIAS

BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. 3 ed.
São Paulo: Atlas, 2004.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade de Custos: um enfoque


direto e objetivo. 7 ed. São Paulo: Frase, 2003.

SANTOS, Joel José dos. Fundamentos de Custos Para a Formação do Preço e do


Lucro. 5 ed. Revisada, ampliada e modificada. São Paulo: Atlas, 2005.

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