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Apostila Gestao Custos
Apostila Gestao Custos
UCEFF FACULDADES
Autorizado pela portaria nº 3.376, de 17 dezembro de 2003.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Bacharelado
Autorizado pela portaria nº. 818, de 20 de setembro de 2007.
APOSTILA DE
GESTÃO DE CUSTOS
Acadêmico (a):________________________________________
2013
SUMÁRIO
somente utilizada para empresas comercias, para as indústrias, pois tinha que incorporar
ao custo dos produtos vendidos além da matéria-prima, os gastos de mão-de-obra,
depreciação, energia elétrica e outros custos de produção.
A solução natural foi utilizar o mesmo esquema das empresas comerciais,
substituindo o item “compras” pelos fatores que entraram na produção: matéria-prima
consumida, mão-de-obra, energia elétrica, depreciações, enfim todos os gastos de
produção. Este método de apuração de resultado em indústrias foi denominado de
contabilidade de custos.
Nos primórdios a contabilidade de custos tinha como principal função a
avaliação de estoques, que por sua vez era muito mais complexa do que era nas
empresas comerciais, pois envolvia todos os fatores de produção. No caso a empresa
comercial possuía somente estoque de mercadorias que eram fáceis de ser valorizados
pelo valor de sua aquisição, nas indústrias apenas era possível valorizar os estoques de
matéria-prima desta forma, já que o estoque de produtos era composto de produtos em
processo e acabados e todos os gastos de produção deveriam ser distribuídos aos
mesmos, sendo que parte dos custos de mão-de-obra, energia elétrica e outros deveriam
compor o estoque final para a apuração do balanço.
Como já comentado anteriormente, a solução adotada para apuração dos
resultados era similar àquela utilizada no comércio. Avaliam-se os estoques inicias e
finais de produtos acabados e em elaboração e substitui-se a conta compras pelos gastos
efetuados para produzir:
Reflexão
Muitas vezes a definição do recurso como um custo ou despesa depende da natureza
comercial do negócio da empresa, por exemplo, a conta telefônica de uma indústria
normalmente é tratada como uma despesa operacional, mas, se a empresa for de
telemarketing, provavelmente será tratada como um custo do serviço. É importante
ressaltar que o ponto principal na separação entre custo e despesa está na definição do
objeto de custos. Um gasto pode ser despesa em uma determinada atividade e custo em
outra, dependendo do que se está efetivamente avaliando. Por exemplo, para uma
transportadora o combustível dos caminhões é um custo. Esse mesmo combustível do
caminhão de entregas de uma grande loja de departamento é despesa de venda.
Para que exista uma homogeneidade nas apurações de resultado e para que haja
comparatividade entre os demonstrativos de outras empresas ou até mesmo da própria
empresa em períodos diferentes é necessário a adoção de alguns critérios para a
apuração de custos que são a base para a apuração do resultado.
Este método consiste em não distribuir ou ratear os custos fixos aos produtos,
sendo que os mesmos são tratados como do período e não dos produtos. A diferença
para o método de absorção é que este apenas considera como custo dos produtos o custo
variável seja ele direto ou indireto, enquanto que o método de absorção distribui e rateia
todos os custos aos produtos.
Por este método o resultado tende a ser sempre menor a não ser que não haja
saldo de estoque de produtos acabados no inicio ou no final do período de apuração de
resultado, por este motivo não é aceito pelo fisco, pois acaba postergando o
recolhimento de IR e CSLL.
É bom lembrar que quando não existir saldo de estoques inicial e final de
produto acabado, tanto por um como por outro método o resultado será igual.
1.8.3 Contabilização
Custo da produção:
Neste método os custos fixos indiretos não são rateados ou distribuídos aos
produtos, sendo que os mesmos são tratados como custo do período e não do produto.
Portanto o custo unitário de produção é calculado somente com os custos variáveis.
Como custos variáveis temos acima:
Perfazendo um custo unitário por produto de: 185.000 / 58.000 unid. = 3,1896......
Portanto em casos em que não exista saldo inicial e nem final os resultados serão
exatamente iguais tanto por um quanto por outro método. Caso exista somente saldo
final sem a existência de saldo inicial como no exemplo apresentado acima o método
por absorção apresentara sempre um valor de lucros maior em comparação com o
método variável. No entanto se houver saldo inicial e final a tendência é de que o
método por absorção de um resultado menor, mas isso não vale como regra, pois
depende das quantidades produzidas e da quantidade de saldo inicial e final.
Vejamos o que acontece no resultado da indústria acima caso ela tivesse os
seguintes custos no mês seguinte:
Custo da produção:
Custo total / quantidade produzida
R$ 262.000 / 50.000 = R$ 5,24 de custo por unidade.
Descrição Valores
1- Receita Operacional (68.000 un. x R$ 8,00) R$ 544.000,00
2- (-) Custo Variável dos Produtos Vendidos (18.000 x 3,1896....) (R$ 216.413,79)
+ ( 50.000 x 3,18) = 57.413,79 + 159.000,00 = 216.413,79
3- (=) Margem de Contribuição (1 – 2) R$ 327.586,21
4- (-) Custo Fixo (R$ 103.000,00)
3- (=) Lucro Bruto R$ 224.586,21
Podemos observar que o resultado pelo método de absorção agora ficou menor
em comparação com o método variável, isso se deve ao valor de custo fixo que estava
embutido no estoque final do mês anterior que era de R$ 32.586,21, mesma diferença
que havia no resultado do mês anterior. O que aconteceu é que zerando os estoques
neste mês, esse valor foi baixado para o custo dos produtos vendidos pelo método de
absorção. Sendo que pelo método variável este já havia sido baixado no mês passado.
Se verificarmos a diferença de resultado do segundo mês R$ 224.586,21 –
192.000 teremos essa diferença = R$ 32.586,21.
DESCRIÇÃO VALORES
Comissões de Vendedores R$ 80.000,00
Salários da Fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima Consumida R$ 350.000,00
Salários da Administração R$ 90.000,00
Depreciação na Fábrica R$ 60.000,00
Seguros da Fábrica R$ 10.000,00
Despesas Financeiras R$ 50.000,00
Honorários da Diretoria R$ 40.000,00
Materiais Diversos – Fábrica R$ 15.000,00
Energia Elétrica – Fábrica R$ 85.000,00
Manutenção – Fábrica R$ 70.000,00
Despesas de Entrega R$ 45.000,00
Correios, Telefone e Telex R$ 5.000,00
Material de Consumo – Escritório R$ 5.000,00
TOTAL GASTOS R$ 1.025.000,00
Quadro 2 – Classificações dos sistemas de rateio
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
CUSTOS DE PRODUÇÃO
Salários de Fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima Consumida R$ 350.000,00
Depreciação na Fábrica R$ 60.000,00
Seguros da Fábrica R$ 10.000,00
Materiais Diversos - Fábrica R$ 15.000,00
Energia Elétrica – Fábrica R$ 85.000,00
Manutenção – Fábrica R$ 70.000,00
TOTAL R$ 710.000,00
Quadro 3 – Custos de produção
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Salários da Administração R$ 90.000,00
Honorários da Diretoria R$ 40.000,00
Correios, Telefone e Telex R$ 5.000,00
Material de Consumo – Escritório R$ 5.000,00
TOTAL R$ 140.000,00
Quadro 4 – Despesas administrativas
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
DESPESAS DE VENDAS
Comissões de Vendedores R$ 80.000,00
Despesas de Entrega R$ 45.000,00
TOTAL R$ 125.000,00
Quadro 5 – Despesas de Vendas
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
Matéria-Prima
Produto A R$ 75.000,00
Produto B R$ 135.000,00
Produto C R$ 140.000,00
TOTAL R$ 350.000,00
Quadro 7 – Matéria-Prima
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
MÃO-DE-OBRA
Indireta R$ 30.000,00
Direta
Produto A R$ 22.000,00
Produto B R$ 47.000,00
Produto C R$ 21.000,00 R$ 90.000,00
TOTAL R$ 120.000,00
Quadro 8 – Mão-de-obra
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
DIRETOS
Produto A Produto B Produto C Indiretos Total
Matéria-prima R$ 75.000,00 R$ 135.000,00 R$ 140.000,00 R$ 350.000,00
Mão-de-obra R$ 22.000,00 R$ 47.000,00 R$ 21.000,00 R$ 30.000,00 R$ 120.000,00
Energia Elétrica R$ 18.000,00 R$ 20.000,00 R$ 7.000,00 R$ 40.000,00 R$ 85.000,00
Depreciação R$ 60.000,00 R$ 60.000,00
Seguros R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
Materiais Diversos R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
Manutenção R$ 70.000,00 R$ 70.000,00
TOTAL R$ 115.000,00 R$ 202.000,00 R$ 168.000,00 R$ 225.000,00 R$ 710.000,00
Quadro 10 – Resumo Apropriação Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
Esquema Básico
Custos Despesas
Indiretos Diretos
Rateio Vendas
Produto A
Produto B
Produto C
Estoque
Resultado
Qualquer tipo de rateio já é subjetivo, caso seja feito de forma incorreta causa prejuízos
enormes à informação de custos.
Vejamos o exemplo a seguir para entender melhor a importância da
departamentalização na indústria:
Vamos supor que determinada indústria fabrique três produtos: A, B e C e que
os custos diretos dos mesmos sejam:
Custos Diretos
Produto A R$ 60.000,00
Produto B R$ 85.000,00
Produto C R$ 90.000,00
TOTAL R$ 235.000,00
Quadro 15 – Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
Custos Indiretos
Energia Elétrica R$ 20.000,00
Depreciação R$ 25.000,00
Mão-de-obra R$ 50.000,00
Manutenções R$ 30.000,00
TOTAL R$ 125.000,00
Quadro 16 – Custos Indiretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
O rateio dos custos indiretos será feito com base no tempo de fabricação de cada
produto:
Custos Indiretos
Produto A 250 horas máquina
Produto B 300 horas máquinas
Produto C 450 horas máquinas
TOTAL 1.000 horas máquinas
Quadro 17 – Custos Diretos
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
Custo indireto médio por hora máquina: 125.000 / 1.000 horas = R$ 125 /hm.
Esse seria o custo de produção total de cada produto. Mas analisando mais a
fundo o processo produtivo verificou-se que na empresa haviam quatro processos assim
divididos: Extrusão, Impressão, Laminação e corte/acabamento. E que o produto A é
extrusado, impresso laminado e cortado, o produto B é Impresso, laminado e cortado e o
C é apenas Laminado e cortado, verificou-se dessa forma que pelo rateio feito acima
havia grande disparidade, pois o produto C, por exemplo, estava recebendo custos
indiretos de todos os setores, sendo que só passava em dois dos quatro.
O levantamento de tempos de fabricação é assim distribuído:
50 hm x R$ 40 hm x R$ 80 hm x R$ 80 hm x R$
Produto A 290,00 = 481,82 = R$ 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 44.500,93
R$ 14.500 19.272,73 6.933,33 3.794,87
70 hm x R$ 120 hm x R$ 110 hm x R$
Produto B - 481,82 = R$ 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 49.345,22
33.727,27 10.400 5.217,95
250 hm x R$ 200 hm x R$
Produto C - - 86,67 = R$ 47,44 = R$ R$ 31.153,85
21.666,67 9.487,18
Total R$ 14.500 R$ 53.000 R$ 39.000 R$ 18.500 R$ 125.000
Podemos fazer uma comparação entre os valores dos custos indiretos alocados a
cada produto sem a departamentalização (uso de uma única taxa horária para todos) e
com a departamentalização (uma taxa para cada departamento).
Total R$ 5.000,00
Custo Total:
Total R$ 11.000,00
Total R$ 5.000,00
Custo Total:
Total R$ 11.000,00
Total R$ 5.000,00
Custo Total:
Total R$ 11.000,00
Total R$ 5.000,00
Custo Total:
Total R$ 11.000,00
Podemos observar que conforme o critério utilizado o custo dos produtos varia
muito, o produto 1 por exemplo varia entre R$ 4.500 até R$ 5.000. Qual seria, no
entanto, o critério mais correto?
Para fazermos essa analise precisamos saber de que é composto o valor de R$
5.000 de custos indiretos.
Vamos supor que seja em sua maior parte depreciação e manutenção das
maquinas, neste caso estaria mais coerente fazer o rateio pelo tempo de utilização da
maquina.
Caso o valor seja em sua maior parte, salário e encargos dos supervisores estaria
mais correto fazermos pelo valor da mão-de-obra direta.
Assim por diante deve haver sempre uma analise dos valores para depois definir
o rateio. Nada impede de se adotar um critério para cada conta.
REFERÊNCIAS
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. 3 ed.
São Paulo: Atlas, 2004.