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Você sabe o que é “cumbucar” ou simplesmente “fazer cumbuca”?

Se a resposta
para esta pergunta foi sim ou pior, acho que sim, agora posso dizer para vocês que eu
sei e principalmente sei como aplicar em minhas atividades de consultoria! Mas antes
vamos conhecer a origem desta palavra, para que possamos de fato valorizar, quando
usarmos em nosso dia-a-dia.

Se buscarmos o significado em sua origem que é indígena, a língua Tupi-guarani,


iremos encontrar que cumbuca, ou melhor, dizendo “cambuca” é um tipo de vasilha de
barro no qual os proprietários do Brasil utilizam para fazer comida, por exemplo.

Mas voltando ao assunto de buscar desenvolver e/ou compartilhar o conhecimento


adquirido, percebemos claramente que um dos principais problemas nas empresas
brasileiras é não conseguir desenvolver e aproveitar a criatividade de seus funcionários
/ colaboradores. Gritamos “aos quatro cantos” que somos criativos, mas na realidade
desperdiçamos talentos. Mas a pior situação é que às vezes sem percebermos
guardamos para nós o que conhecemos, retemos o “acervo”.

Em plena “era do conhecimento”, cometemos um erro clássico de não transformar o


conhecimento em competência!

Em nosso dia-a-dia, nas organizações que atuamos como agentes de mudança,


percebemos dois comportamentos extremamente condenados, e que infelizmente
somos conviventes, ou seja:

1.     Não compartilhamos conhecimento e informações, e;

2.     Não participamos e nem sequer auxiliamos no desenvolvimento profissional dos


membros da nossa equipe.
Mas como podemos iniciar a mudança destes comportamentos danosos? Simples,
“cumbucando”!

No livro “O Verdadeiro Poder – Práticas de gestão que conduzem a resultados


revolucionários”, do autor Vicente Falconi, vamos encontrar o criador do Método da
Cumbuca!

O Sr. Falconi relata neste livro uma grande dificuldade nas organizações quanto ao


processo de melhoria em função da falta de estudo. Na sua grande maioria, as
pessoas não gostam de ler, conseqüentemente, estudam pouco. Por isso, o método foi
desenvolvido. Apesar de não gostar de ler, a maioria das pessoas gosta de trabalhar
em grupo.

Mas como funciona este método? A seguir descrevo o passo-a-passo, seguindo as


orientações do seu criador, o Sr. Falconi:

1.     Selecionar um tema/assunto para a “cumbuca” considerando as seguintes


características:

a.     Ser de interesse de várias pessoas;

b.    Necessidade de nivelar entendimento, e;

c.     Ser “divisível” em etapas para diversas sessões.

2.     Identificar e formar um grupo de no máximo 6 pessoas e de no mínimo 4 que


possuam interesse comum.
3.     Realizar um encontro por semana de 1h30min, em um mesmo dia e no mesmo
horário (por exemplo: quarta-feira, às 16h).

4.     Estabelecer um local adequado para estes encontros, por exemplo, com conforto
térmico e acústico;

5.     Os participantes devem estar dispostos em um circulo de cadeiras, se possivel em


uma mesa redonda para colocar a “cumbuca”. Nesta “vasilha” iremos colocar papéis
nos quais é escrito o nome de cada participante.

6.     Todos os participantes estudam um determinado assunto, texto, tema, algo de


relevância para o trabalho, algo que o grupo precise aprender ou aperfeiçoar. O
material, por exemplo, um texto ou livro  deve ser fornecido antes do primeiro encontro
para que todos possam estudar. No dia do encontro, dois dos membros do grupo são
sorteados para apresentarem o que estudou. Um dos participantes sorteados inicia,
apresentando o que achou do texto e o segundo sorteado complementa. Como todos
estudaram, a discussão geralmente é muito boa, convidando os demais a contribuírem
com questões e esclarecimentos.

7.     Caso um dos sorteados não tenha estudado / preparado, o encontro é desfeito.
Não se deve sortear ou indicar outros, nem mesmo aceitar voluntários para apresentar.
O método é baseado no compromisso de todos, para o bem comum!

8.     A cada término, o grupo seleciona o próximo assunto / capitulo que será discutido
no próximo encontro.

Observação: aconselhamos sempre, uma adaptação (ajuste) considerando,


principalmente, aspectos de cultura organizacional, e o nível das pessoas integrantes
do grupo. Por exemplo: Um grupo formado de pessoas de baixa escolaridade ou não
acostumado a estudo sistemático, deve ser monitorado/orientado de forma sistemática.

Como havia comentado no inicio do texto, experimentei o método e posso afirmar que
funciona mesmo!
O Método da Cumbuca estimula a comunicação, o estudo, o compromisso, a
responsabilidade, a capacidade de falar em público e de preparar um material sobre o
que foi estudado. É simples e altamente eficaz.

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