Você está na página 1de 47

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

CURSO DE ODONTOLOGIA

ANA CLARA ROMANI ARMAROLI

EFEITO DE DIFERENTES ACABAMENTOS SUPERFICIAIS NAS


PROPRIEDADES ÓPTICAS E TEXTURA SUPERFICIAL DA
CERÂMICA A BASE DE DISSILICATO DE LÍTIO

RIBEIRÃO PRETO
2023
ANA CLARA ROMANI ARMAROLI

EFEITO DE DIFERENTES ACABAMENTOS SUPERFICIAIS NAS


PROPRIEDADES ÓPTICAS E TEXTURA SUPERFICIAL DA
CERÂMICA A BASE DE DISSILICATO DE LÍTIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade de Ribeirão Preto UNAERP, como
requisito parcial para obtenção do título de
Cirurgião-Dentista.

Orientadora: Prof.ª Dra. Izabela Cristina Mauricio


Moris Rivera

Ribeirão Preto
2023
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da
Biblioteca Central da UNAERP

- Universidade De Ribeirão Preto -

ARMAROLI, Ana Clara Romani, 1999-


A727e Efeito de diferentes acabamentos superficiais nas propriedades
ópticas e textura superficial da cerâmica a base de dissilicato de lítio /
Ana Clara Romani Armaroli. – Ribeirão Preto, 2023.
40 f.: il. color.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Izabela Cristina Mauricio Moris Rivera.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de


Ribeirão Preto, UNAERP, Odontologia, 2023.

1. Cerâmicas odontológicas. 2. Envelhecimento térmico acelerado.


3. Acabamento superficial. 4. Propriedades ópticas dos materiais. II.
Título.
CDD 617.6
ANA CLARA ROMANI ARMAROLI

EFEITO DE DIFERENTES ACABAMENTOS SUPERFICIAIS NAS


PROPRIEDADES ÓPTICAS E TEXTURA SUPERFICIAL DA CERÂMICA A BASE
DE DISSILICATO DE LÍTIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade de Ribeirão Preto UNAERP, como
requisito parcial para obtenção do título de
Cirurgião-Dentista.

Aprovação:___/___/_____.

Prof.ª Dra. Izabela Cristina Mauricio Moris Rivera


Universidade de Ribeirão Preto
Orientadora

Avaliador (a) 1
Universidade de Ribeirão Preto

Avaliador (a) 2
Universidade de Ribeirão Preto
Dedico esse trabalho a minha mãe, Ana Luiza, pelo exemplo de paciência, caridade e fé, que
com muito amor e carinho me ensinou a seguir sempre o melhor caminho para atingir todas
as minhas metas; ao meu pai, José Gilberto, por todo exemplo de simplicidade,
autoconfiança e perseverança em seus objetivos.
Dedico também ao meu irmão, Gabriel, por estar sempre ao meu lado, e a minha falecida
avó, Regina, que, apesar de não estar mais presente fisicamente aqui na Terra, está presente
em espírito ao meu lado e foi um dos pilares na minha formação como ser humano e um dos
maiores exemplos de amor na minha vida.
AGRADECIMENTOS
Principalmente a Deus pela vida que eu tenho, pelas inúmeras vezes em que me guiou
pelo melhor caminho, pela sabedoria e discernimento essenciais durante toda minha
caminhada, e principalmente por toda a força e autoconfiança em mim mesma como ser
humano, para que eu tivesse fé em todos os momentos bons e ruins dentro desses quatro anos
e meio de faculdade.
Além disso, agradeço a meus pais, Ana Luiza e José Gilberto, por todo amor,
carinho, paciência, ensinamentos, por depositarem em mim extrema confiança e por não
medirem esforços para que eu pudesse ter a oportunidade de cursar o que eu tanto sonhava,
mesmo nos momentos mais difíceis, obrigada por terem feito o meu sonho, o de vocês.
Ao meu irmão, Gabriel, por me apoiar em todas as situações, sempre estar ao meu
lado, me entender como ninguém e por ser meu ombro amigo, sempre pronto para me ouvir
quando eu preciso.
Agradeço também aos meus amigos Amanda, Bárbara, Clara, Henrique e Ieska,
por todo o apoio necessário, por terem sido minha segunda família em Ribeirão Preto, por
toda a confiança e por terem feito parte da minha “peça de teatro”, como diz Charles Chaplin,
por terem vivido intensamente esses anos comigo, e finalmente, obrigada por terem
contribuído para eu me tornar uma pessoa melhor.
A minha querida Orientadora, Prof.ª Dra. Izabela C. M. Moris Rivera, pelo
excepcional acolhimento como sua orientanda, por toda a dedicação, paciência e pela
constante ajuda, não só profissional, quanto pessoal, você é um ser humano de luz e muito
especial para mim.
A todos os meus professores, mas principalmente à Prof.ª Dra. Erica Alves Gomes,
Prof.ª Dra. Ana Beatriz Silva Sousa, Prof. Dr. Walter Martins Junior, Prof.ª Dra.
Graziela Bianchi Leoni e Prof. Dr. Celso Bernardo de Souza Filho, por todo o carinho e
conhecimento adquirido durante todas as aulas, que foram essenciais para o meu crescimento
profissional.
Por fim, gostaria de agradecer a todos os meus amigos e família que participaram
dessa fase da minha vida, por todo incentivo, palavras de amparo em momentos de
dificuldade e por sempre estarem ao meu lado torcendo por mim em todas as decisões
tomadas.
Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Pesquisas em Odontologia da Universidade de

Ribeirão Preto e da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, com apoio financeiro
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Processo:

2022/01157-0), por meio de Financiadora de Inovação e Pesquisa – Finep.


“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva
intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
(Charles Chaplin)
RESUMO

A utilização de materiais cerâmicos na reabilitação oral têm se tornado frequente por suprirem
os requisitos funcionais e estéticos exigidos. Porém dificuldades inerentes a longevidade
desses materiais quando em função é questionável, uma vez que, por se tratar de material
cerâmico reabilitador, estes estão sujeitos a possíveis ajustes oclusais, seguido de acabamento
e polimento superficial antes de serem submetidos a função, o que pode influenciar em suas
propriedade ópticas e textura, acarretando em prejuízos estéticos devido a alteração da cor do
material. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes acabamentos
superficiais na cor e textura da cerâmica a base de dissilicato de lítio após envelhecimento
artificial. Neste estudo foram avaliados 4 grupos (n=10), representados por diferentes grupos,
de acordo com o acabamento e polimento recebidos: (sem acabamento (GC), polimento (GP),
glaze (GG) e polimento + glaze (GPG). Dez blocos cerâmicos de dimensões 10x10x1,5
foram obtidos para cada grupo e foram submetidos ao processo de cristalização.
Posteriormente, foi realizada a mensuração da luz refletida e do brilho de cada corpo de prova
e foi realizada a avaliação da rugosidade superficial, após as amostra foram submetidas ao
envelhecimento térmico acelerado em autoclave, à temperatura de 134oC, sob pressão de 2
bars por 5 horas. Após o ensaio de envelhecimento, foi realizada novamente a mensuração da
luz refletida e do brilho de cada corpo de prova e avaliação da rugosidade superficial das
amostras. Ao final, análise qualitativa das amostras por microscopia elétronica de varredura
(MEV) será realizada tanto antes quanto após o envelhecimento. Os efeitos do
envelhecimento térmico sobre a rugosidade da superfície das cerâmicas foi avaliado
utilizando modelo linear de efeitos mistos e teste de Bonferroni (p<0,05) e para a alteração de
cor foi utilizado ANOVA a 1 fator e teste complementar de Bonferroni, com nível de
significância de 5%. Para a rugosidade superficial, na análise intramuros, houve diferença
significante (p < 0,05) para todos os grupos avaliados antes e após o envelhecimento térmico
acelerado. Na análise intergrupos antes do envelhecimento térmico acelerado, pode-se
observar que houve diferenças estatísticas (p < 0,05) para os diferentes tratamentos de
superfície, sendo que houve diferenças entre os grupos GC e GP, GC e GG, GC e GPG, GP e
GG, GP e GPG. Já na análise intergrupos após o envelhecimento térmico acelarado, pode-se
observar diferenças estatísticas entre os grupos GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG.
Para a alteração de cor (∆E) comparando os diferentes tempos antes e após o envelhecimento
térmico acelerado a análise estatística mostrou não haver diferença significante (p < 0,05)
para todos os grupos. A análise qualitativa das imagens demonstrou para o grupo GP uma
surperfície mais lisa, polida e regular e para os grupos GG e GPG uma superfície irregular,
rugosa e com a presença de muitos poros, sendo que o envelhecimento termico acelerado
deixou a superfície ainda mais porosa, rugosa e irregular para os grupos GG e GPG. Assim,
com os resultados do presente estudo t foi possível concluir que o grupo GP apresentou os
melhores resultados para rugosidade e textura superficial, além de bons resultados para a
alteração de cor após o envelhecimento térmico acelerado. Sendo este um resultado promissor
que pode contribuir para o desempenho clínico das restaurações cerâmicas.

Palavras chave: Cerâmicas odontológicas. Envelhecimento térmico acelerado. Acabamento


superficial. Propriedades ópticas dos materiais.
ABSTRACT

The use of ceramic materials in oral rehabilitation has become frequent due to their ability to
meet functional and aesthetic requirements. However, the longevity of these materials when
in function is questionable due to inherent difficulties. As ceramic rehabilitative materials,
they are subject to possible occlusal adjustments, followed by surface finishing and polishing
before being subjected to function, which can influence their optical properties and texture,
resulting in aesthetic disadvantages due to changes in material color. Therefore, the aim of
this study was to evaluate the effect of different surface finishes on the color and texture of
lithium disilicate-based ceramics after artificial aging. In this study, 4 groups (n=10) were
evaluated, represented by different groups according to the received finishing and polishing:
(no finishing (GC), polishing (GP), glaze (GG), and polishing + glaze (GPG)). Ten ceramic
blocks with dimensions of 10x10x1.5 were obtained for each group and subjected to the
crystallization process. Subsequently, the measurement of reflected light and gloss of each
specimen was performed, and the evaluation of surface roughness was conducted. The
samples were then subjected to accelerated thermal aging in an autoclave at a temperature of
134°C and a pressure of 2 bars for 5 hours. After the aging test, the measurement of reflected
light and gloss of each specimen was repeated, and the surface roughness of the samples was
evaluated. Finally, qualitative analysis of the samples using scanning electron microscopy
(SEM) was conducted before and after aging. The effects of thermal aging on the surface
roughness of the ceramics were evaluated using a linear mixed-effects model and Bonferroni
test (p<0.05), while one-way ANOVA and Bonferroni's post hoc test with a significance level
of 5% were used for color change analysis. In the intragroup analysis of surface roughness,
significant differences (p < 0.05) were observed for all evaluated groups before and after
accelerated thermal aging. In the intergroup analysis before accelerated thermal aging,
statistical differences (p < 0.05) were observed among the different surface treatments, with
differences between the GC and GP groups, GC and GG groups, GC and GPG groups, GP
and GG groups, and GP and GPG groups. In the intergroup analysis after accelerated thermal
aging, statistical differences were observed between the GC and GG groups, GC and GPG
groups, GP and GG groups, and GP and GPG groups. Regarding color change (∆E)
comparing different time points before and after accelerated thermal aging, the statistical
analysis showed no significant difference (p < 0.05) for all groups. Qualitative analysis of the
images demonstrated that the GP group had a smoother, polished, and regular surface, while
the GG and GPG groups had an irregular, rough surface with the presence of many pores. The
accelerated thermal aging made the surface even more porous, rough, and irregular for the GG
and GPG groups. Thus, based on the results of this study, it was possible to conclude that the
GP group presented the best results in terms of surface roughness and texture, as well as
satisfactory results for color change after accelerated thermal aging. These findings are
promising and can contribute to the clinical performance of ceramic restorations.

Keywords: Dental ceramics. Accelerated thermal aging. Surface finishing. Optical properties
of materials.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 PROPOSIÇÃO.........................................................................................................15
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................16
3.1 OBTENÇÃO DOS CORPOS DE PROVA............................................................16
3.2 ACABAMENTO SUPERFICIAL DOS CORPOS DE PROVA........................... 19
3.3 CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO CONFOCAL A
LASER..........................................................................................................................21
3.4 ANÁLISE DE COR................................................................................................22
3.5 ENSAIO DE ENVELHECIMENTO TÉRMICO...................................................24
3.6 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA (MEV)................................................................................................. 24
3.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 24
4 RESULTADOS........................................................................................................25
4.1 AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO
CONFOCAL A LASER...............................................................................................25
4.2 AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DE COR POR ESPECTROFOTÔMETRO...27
4.3 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA (MEV).................................................................................................28
5 DISCUSSÃO.............................................................................................................30
6 CONCLUSÃO..........................................................................................................34
REFERÊNCIAS..........................................................................................................35
11

1 INTRODUÇÃO

A busca pela reabilitação, de dentes e tecidos perdidos, a partir da utilização de


materiais estéticos, resistentes e biológicos, tem sido cada vez mais frequente na odontologia.
A prática odontológica estética trouxe inúmeros procedimentos clínicos inovadores e uma
revolução nos materiais odontológicos (OZDOGAN; DUYMUS, 2018). Nesse contexto, a
restauração indireta construída a partir de vários materiais totalmente cerâmicos é amplamente
praticada na prática odontológica contemporânea (HARALUR et al., 2019).
As cerâmicas odontológicas, além de apresentarem uma estética favorável e
semelhante às estruturas do dente humano em comparação a outros materiais restauradores,
são conhecidas também por sua alta resistência mecânica e sua biocompatibilidade (POOLE
et al., 2019). Sendo assim, as restaurações cerâmicas livres de metal foram introduzidas no
mercado, com o intuito de eliminar as infraestruturas metálicas revestidas com porcelana, uma
vez que a melhor distribuição da reflexão da luz, proporcionada pelos sistemas totalmente
cerâmicos, garantem uma melhor estética, ao contrário dos materiais metálicos, que apesar de
apresentarem uma função biomecânica favorável, não contemplam as exigências estéticas
desejadas (STUDART et al., 2007; SANTOS; ALVES, 2020).
No entanto, o cirurgião-dentista encontra um desafio ao optar pela utilização de
restaurações dentárias cerâmicas. Diante da complexidade da estrutura dentária, bem como
suas propriedades de cor e estética favoráveis, alcançar uma combinação ideal entre elas e
aplicá-las nas restaurações cerâmicas, de forma que tenham enorme proximidade com a dos
elementos naturais, é o maior obstáculo que muitos cirurgiões-dentistas se deparam (VAFAEI
et al., 2020). Assim, a confecção bem-sucedida de restaurações estéticas requer conhecimento
adequado sobre as indicações e propriedades ópticas dos materiais dentários (SAILER et al.,
2007).
É possível observar uma rápida evolução das cerâmicas em um contexto científico.
Diversos sistemas cerâmicos têm sido desenvolvidos com objetivo de melhorar as
propriedades mecânicas e ópticas, a estética e a biocompatibilidade para consequentemente,
promover um aumento na durabilidade da restauração e não comprometer o seu desempenho
clínico (GUESS et al., 2011; MATZINGER et al., 2018). Isso, devido à fragilidade e baixa
resistência mecânica de sistemas totalmente cerâmicos, que prejudicam a efetividade e
desempenho do tratamento, uma vez que é colocado em dúvida o êxito da prática
odontológica com esse tipo de material (SANTOS; ALVES, 2020).
12

Como exposto anteriormente, a busca por restaurações com maior resistência


mecânica se intensificou e levou ao desenvolvimento de sistemas cerâmicos reforçados com a
adição de cristais como leucita e dissilicato de lítio e óxidos como o óxido de alumínio e
zircônia (SOARES et al., 2012). Dessa forma, um dos materiais mais difundidos e utilizados
na reabilitação oral é a cerâmica de dissilicato de lítio que apresenta alta translucidez,
possibilitando a enorme proximidade com a estrutura do dente e estética favorável (RAPTIS
et al., 2006; SOARES et al., 2012). É definida como uma cerâmica vítrea que, antes de sua
conversão térmica, apresenta-se como um material vítreo amorfo, com cristais dispostos de
forma entrelaçada em sua matriz, favorecendo a resistência do material, uma vez que dificulta
a ocorrência de trincas internamente. Após o seu tratamento térmico, mostra-se como um
material cristalino composto por aproximadamente 70% de dissilicato de lítio em uma fase
cristalina ortorrômbica (Li2Si2O5), o que lhe garante excelentes propriedades mecânicas e de
biocompatilibidade (SOARES et al., 2012; MA et al., 2013).
Visto que as vitrocerâmicas à base de dissilicato de lítio são consideradas
relativamente novas e populares no mercado (PIEGER; SALMAN; BIDRA, 2014), suas
indicações têm sido ampliadas para a confecção de próteses de múltiplos elementos, assim
como a confecção de inlays, onlays e coroas totais, tanto para reabilitação de dentes naturais,
como também na utilização de próteses sob implantes, por possuírem resistência à flexão
entre 300 e 400 MPa, tenacidade à fratura entre 2,8 e 3,5MPa e excelentes propriedades
ópticas (ZARONE et al., 2016). Além de apresentarem fácil cristalização quando comparado
aos demais materiais vítreos, devido ao processo de nucleação homogênea a que são
submetidas, o que torna possível o seu processamento em sistema CAD/CAM ou em pastilhas
para injeção, obtendo assim alta funcionalidade e prática clínica satisfatória para reabilitações
de dentes anteriores; já em região de dentes posteriores o material pode acometer possíveis
falhas (ZARONE et al., 2019). No entanto, as cerâmicas à base de dissilicato de lítio ainda
causam dúvidas quanto ao seu resultado a longo prazo em relação a sua estabilidade de cor,
sendo assim, é de fundamental importância o acabamento e polimento das restaurações
cerâmicas, a fim de obter superfícies lisas, essenciais tanto para a saúde bucal, quanto para a
estética, uma vez que evita o acúmulo de placa, facilita a limpeza e consequentemente
diminui o acúmulo de pigmentos na superfície cerâmica. (SARAC et al., 2006; INCESU;
YANIKOGLU, 2020; PEREIRA et al., 2022).
O processo de acabamento superficial das cerâmicas CAD/CAM normalmente é
realizado pela aplicação do glaze, sem qualquer intervenção de acabamento e polimento
mecânico da superfície (KILINC et al., 2018). No entanto, após a cimentação das restaurações
12

cerâmicas, ajustes oclusais ou de contorno podem ser necessários, mesmo quando as


cerâmicas
13

já foram finalizadas laboratorialmente. Esses ajustes geralmente são feitos com brocas
diamantadas que removem o glaze e a superfície vitrificada, deixando os poros da cerâmica
em evidência, levando, novamente ao surgimento de superfícies rugosas (WRIGHT et al.,
2004; KOU et al., 2006; MARÇAL, 2018). Restauração com polimento inadequado causam
acúmulo e crescimento de biofilme, facilitando o desenvolvimento de lesões de cárie e doença
periodontal no paciente, além de contribuir para o aumento da incidência de trincas, falhas,
descoloração das restaurações, prejudicando tanto o desempenho destas, quanto os tecidos
adjacentes (CARLÉN et al., 2001; MARÇAL, 2018).
Nesse contexto, observa-se a necessidade de devolver uma lisura à superfície
cerâmica. No entanto, a realização de um novo glazeamento exigiria o retorno das peças para
o laboratório, aumentando o número de sessões clínicas e, consequentemente, o cansaço do
profissional e do paciente (PEREIRA, 2019). Sendo assim, para restaurar o polimento e brilho
das superfícies rugosas é realizado o acabamento e polimento das cerâmicas com polidores
que sejam capazes de devolver às cerâmicas a base de dissilicato de lítio, a superfície lisa que
o glaze tinha proporcionado, criando uma condição em que o cirurgião dentista consiga
realizar a cimentação na mesma sessão clínica, no consultório. (TURKUN; TURKUN, 2003;
PEREIRA, 2019).
O acabamento das restaurações tem como objetivo eliminar irregularidades e alcançar
superfícies lisas (SASAHARA et al., 2006; THOLT et al., 2006). Já o polimento tem como
objetivo aumentar a resistência estrutural e recuperar o brilho da restauração (CAMACHO et
al., 2006). Uma textura de superfície lisa é importante para a cor da restauração (SASAHARA
et al., 2006), uma vez que influenciará diretamente nas propriedades ópticas do material
(KURT et al., 2020). Dessa forma, uma superfície lisa refletirá uma quantidade maior de luz
do que uma superfície rugosa (CAMACHO et al., 2006).
No ano de 1931, a Commission Internationale de l'Eclairage (CIE) desenvolveu um
sistema de classificação de cor e, de forma matemática, criou um padrão para as cores. Após
muitas modificações e melhorias, em 1976, introduziu-se as coodenadas L ∗ a ∗ b ∗,
possibilitando a análise tridimensional da percepção das cores, em que faz-se possível a
especificação de qualquer cor com essas coordenadas (PORTO, 2007).
A axial L é conhecida como luminosidade, e é proporcional ao valor no sistema
Munsell de cor, variando de 0 (preto) a 100 (branco). As outras duas coordenadas a*
e b* são coordenadas de cromaticidade, onde a* corresponde ao eixo vermelho-
verde no sistema de Munsell e b* corresponde ao eixo amarelo-azul, e podem ter
valores de -80 a +80 (PORTO, 2007, p.22).
14

A alteração total de cor (ΔE) expressa matematicamente a quantidade de diferença


entre as coordenadas L ∗ a ∗ b ∗ de amostras diferentes ou da mesma amostra em instâncias
diferentes, ou seja, diferenciar as diferenças de cor (SEGHI et al., 1989; LAI et al., 2003;
PORTO, 2007). O olho humano tem uma capacidade limitada de perceber tais diferenças. Ele
não pode perceber valores de ΔE menores que 1, (BUYUKYILMAZ; RUYTER, 1994). Os
valores de Delta E entre 1 e 3,3 representam uma faixa perceptível e clinicamente aceitável.
Os valores Delta E de 3,3 e superiores são considerados inaceitáveis em condições clínicas
(RUYTER; NILNER; MÖLLER, 1987). Um valor ΔE de 3,3 foi usado como o limite superior
em vários estudos relativos à perceptibilidade das diferenças de cor (KOISHI et al., 2001;
STOBER; GILDE; LENZ, 2001).
O objetivo do acabamento e do polimento é obter contorno correto,
oclusão aceitável e ameias definidas, uma vez que a rugosidade da superfície dos materiais
restauradores deve ser minimizada para eliminar ocorrências desfavoráveis como, aumento do
biofilme, lesões de cárie, doença periodontal, descoloração das cerâmicas, trincas e falhas das
restaurações, além de otimizar a estética e a saúde bucal (MARÇAL, 2018). Uma superfície
de textura rugosa ou irregular refletirá um padrão de luz irregular e difuso, que modificará a
cor da restauração (LEE et al., 2002). Segundo Kim et al., 2003, “a topografia da superfície
influencia a cor da porcelana, principalmente o valor CIE L ∗”. Embora as superfícies
cristalizadas pareçam mais brancas, o valor CIE L ∗ medido com a geometria do componente
especular excluído (SCE) encontrado foi menor do que o das superfícies polidas. Além disso,
foi relatado que após a cristalização, os valores CIE a ∗ e b ∗ da porcelana aumentaram (KIM
et al., 2003).
Vários relatos descreveram diferentes técnicas de polimento para restaurações
cerâmicas e apoiaram o uso do polimento como alternativa para o envidraçamento (SARAC
et al., 2006; MACIEL et al., 2019; INCESU; YANIKOGLU, 2020) . Esses relatos
compararam as técnicas de polimento e a superfície de porcelana esmaltada por meio de
perfilômetro, microscopia eletrônica de varredura e avaliação visual. No entanto, não foram
identificados estudos que investigassem os efeitos dos métodos de polimento na cor e textura
superficial da cerâmica a base de dissilicato de lítio após envelhecimento térmico.
Com a finalidade de avaliar as alterações causadas na superfície do material
cerâmico durante a sua utilização clínica, trabalhos têm sido desenvolvidos utilizando o
envelhecimento artificial para simular uma condição intraoral. Sendo assim, tem-se que os
diferentes acabamentos e polimentos superficial do material cerâmico podem influenciar em
suas propriedade ópticas e textura.
15

2 PROPOSIÇÃO

O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes acabamentos


superficiais na cor e textura da cerâmica a base de dissilicato de lítio antes e após o
envelhecimento térmico acelerado. A hipótese nula do presente estudo é que os diferentes
acabamentos superficiais não afetarão na reflexão de luz, brilho e rugosidade da superfície.
16

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste estudo o fator de variação foi o acabamento superficial da cerâmica a base de


dissilicato de lítio em 4 níveis (sem acabamento, glaze, polimento e glaze + polimento)
totalizando 4 grupos de estudo (Figura 1). A amostra do experimento foi composta por 40
espécimes (n = 10). As variáveis de resposta quantitativas serão mensuração da luz refletida e
do brilho de cada corpo de prova, de acordo com a escala CIE L * a * b * (Commission
Internationale de I’Eclairage) e avaliação da rugosidade de superfície após envelhecimento
térmico. A análise qualitativa será por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV)
após envelhecimento térmico.

Figura 1 – Fluxograma demonstrando os grupos analisados e os testes empregados.

Fonte: Autor

3.1 OBTENÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

Blocos cerâmicos de dissilicato de lítio (Rosetta SM,Odontolmega, São Paulo, Brasil)


(Figura 2) foram seccionados com o auxílio de disco diamantado (15LC, Buehler, Lake Bluff,
IL, EUA) em baixa velocidade em cortadeira de precisão (Isomet 1000, Buehler, Lake Bluff,
IL, EUA) sob resfriamento de água constante de acordo com a ISO 6872: 2015 (Figura 3), a
fim de obter 10 corpos de prova do material com dimensões de 10 mm altura × 10 mm de
largura × 1,5 mm de espessura (Figura 4).
17

Figura 2 – Bloco cerâmico de dissilicato de lítio

Fonte: Autor

Figura 3 – Bloco cerâmico pré-cristalizado de dissilicato de lítio em cortadeira de precisão

Fonte: Autor

Figura 4 – Barras de dissilicato de lítio com dimensões de 10 mm × 10 mm × 1,5mm.

Fonte: Autor

Todos os corpos de prova foram polidos em politriz, (Metaserv, Buhler, Winnipeg,


Canadá) utilizando lixas metalográficas de granulação #320, 600 e 1200 SiC por 20 segundos
com irrigação de água (3M, St. Paul, MN, EUA). As dimensões dos corpos de prova foram
aferidas com o auxílio de paquímetro digital e então foram limpos ultrasonicamente (Alpha
3L Plus, Ecel, Ribeirão Preto, SP, Brasil) em banho de etanol isopropílico por 10 min e
submetidos ao processo de cristalização, de acordo com a recomendação do fabricante para
cada material utilizando fornos específicos, sendo P500 (Ivoclar Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) (Tabela I e Figura 5).
18

Tabela I – Parâmetros utilizados para cristalização da cerâmica à base de dissilicato de lítio


Parâmetros Dissilicato de lítio
Temperatura inicial (oC) 403
Tempo de fechamento (min) 6:00
Acréscimo de temperatura (oC/min) – t1 90
Temperatura de queima (oC) – T1 820
Tempo de manutenção (min) – H1 0:10
Acréscimo de temperatura ( C/min) – t2
o
30
Temperatura de queima (oC) – T2 840
Tempo de manutenção (min) – H2 7:00
Vácuo 1: 11 (oC) / 12 (oC) 550/1022
Vácuo 1: 21 (oC) / 22 (oC) 820/1508
Resfriamento lento (oC) - L 700
Fonte: Autor

Figura 5 – Forno P500 (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein)

Fonte: MARQUES, 2017

Posteriormente ao processo de cristalização, os corpos de prova foram novamente


imersos em álcool isopropílico, limpos por vibração ultrassônica (Alpha 3L Plus, Ecel,
Ribeirão Preto, SP, Brasil) durante 10 minutos e divididos em 4 grupos de estudo (n = 10), de
acordo com o acabamento superficial a que foram submetidos: controle negativo (GC),
polimento (GP), glaze (GG) e polimento+glaze (GPG). (Figura 6).
19

Figura 6 – Barras de dissilicato de lítio com dimensões de 10 mm × 10 mm × 1,5 mm, após o processo de
cristalização, imerso em álcool e limpeza em vibração ultrassônica.

Fonte: Autor

3.2 ACABAMENTO SUPERFICIAL DOS CORPOS DE PROVA

Para os diferentes grupos foi aplicado o seu tratamento de superfície correspondente.


O grupo controle negativo não recebeu nenhum tipo de tratamento superficial. Para o grupo
que teve como acabamento superficial a aplicação do glaze, este foi aplicado em toda a
superfície da amostra com o auxílio de um pincel (Figura 7). O glaze em pasta utilizado foi o
glaze Insync (Figura 8), recomendado pelo fabricante do sistema cerâmico utilizado (Glaze
Paste Insync, Odontomega, Ribeirão Preto, Brasil). Após a aplicação em toda a superfície, os
blocos cerâmicos foram levados ao forno Forno P500 (Ivoclar Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) para serem submetidos ao processo de queima do glaze (Figura 9). Após a
finalização da queima do glaze, as amostras foram removidas do forno e aguardou-se o seu
resfriamento (Figura 10).

Figura 7 – Aplicação da pasta Glaze em toda a superfície do corpo de prova

Fonte: Autor
20

Figura 8 – Glaze em pasta.

Fonte: Autor

Figura 9 – Corpos de prova sendo submetidos ao processo de queima do Glaze

Fonte: Autor

Figura 10 – Corpos de prova com acabamento superficial e brilho, após a queima do glaze

Fonte: Autor

Para o grupo que teve como acabamento superficial o polimento, foi realizado o
polimento superficial das amostras com kit de borrachas de polimento específico EVE
(Odontomega, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) (Figura 11) e ao final uma pasta de
20

polimento (Pasta Lunar Diamantada, Odontomega, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil),
recomendada pelo
21

fabricante do sistema cerâmico, foi aplicada com escovas de nylon sem irrigação, durante 60
segundos, em toda a superfície da amostra. Para o grupo com a associação de glaze e
polimento foi realizado primeiro o polimento e em seguida o glaze.

Figura 11 – Kit de borrachas de polimento específico EVE

Fonte: Autor

3.3 CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO CONFOCAL A LASER

Análise em microscópico confocal a laser (LEXT OLS 4000, Olympus,


Massachusetts, EUA) (Figura 12) foi realizada nas amostras (n = 10), após serem submetidas
aos processos de acabamento superficial, antes e após envelhecimento térmico, visando
avaliar a morfologia e rugosidade média (Ra) de superfície. As amostras foram posicionadas
no microscópio de modo que a superfície de teste ficasse paralela à superfície da lâmina.
Foram obtidas imagens de cada amostra com a objetiva de 5 ×, proporcionando um aumento
final de 108 × o tamanho original da amostra. O microscópio utilizado foi acoplado a um
software (OLS4000, Olympus, Massachusetts, EUA) que permitiu a mensuração da
rugosidade superficial de forma linear e em áreas determinadas. A área central da amostra foi
selecionada para a realização das mensurações de rugosidade linear em 10 pontos
equidistantes e uma área delimitada de 500 μm2 (Sa – de acordo com a ISO 25178)
permitindo analisar a rugosidade média da superfície (Ra) do material cerâmico, expressa
como valor numérico (µm). Cinco medições foram realizadas para cada amostra. As
mensurações foram conduzidas por um único examinador calibrado, independente e cego em
relação aos grupos experimentais. Uma imagem representativa para cada grupo foi
selecionada levando em consideração as semelhanças e padrões repetitivos.
22

Figura 12 – Microscópio confocal a laser

Fonte: MACIEL, 2017

3.4 ANÁLISE DE COR

Após a cristalização das amostras e seus respectivos acabamentos superficiais, foi


realizada a análise espectrofotométrica em espectrofotômetro Delta Vista (Delta Color Ind. E
Com. De Equipamentos Eletrônicos Ltda, São Leopoldo, Brasil) (Figura 13) em todos os
grupos, antes (T0 - baseline) e após (T1) o envelhecimento térmico. Previamente à cada
avaliação, os corpos de prova foram lavados em água corrente por 60s e secos por jato de ar.

Figura 13 – Espectrofotômetro Delta Vista usado para avaliação da estabilidade de cor da amostra.

Fonte: Autor

As amostras receberam em sua base marcação que possibilitou a padronização das


leituras de cor através do posicionamento sempre no mesmo local na abertura do aparelho. Foi
confeccionado um pocisionador de silicone de condensação para inserção do corpo de prova
no
23

dispositivo com encaixe automático ao aparelho pela ação de imãs (Figura 14). Este
dispositivo de leitura possui um fundo branco padrão para todas as leituras.

Figura 14 – Amostra posicionada para avaliação da estabilidade de cor.

Fonte: Autor

Uma vez acionado, o equipamento emite luzes de componentes LED-30 lâmpadas


LED, com 10 cores diferentes, dispostas de forma circular, que acendem e incidem o feixe de
luz em 45º com a superfície do material. Esse feixe é refletido em 0º de volta para o aparelho,
e assim este capta e registra os valores de L*, a* e b* de cada amostra, tornando possível a
medição quantitativa da cor do material. As leituras de cor foram realizadas por meio da
mensuração da luz refletida de cada corpo de prova, de acordo com a escala CIE L * a * b *
(Commission Internationale de I’Eclairage). A escala CIE L * a * b * (Comission
Internationale de L’E clairage) consiste em três eixos de coordenadas cartesianas em que L *
(escala de cinza) indica a luminosidade da cor (variando de 0 — preto a 100 — branco); a *
indica a quantidade de vermelho (valores positivos) e verde (valores negativos); e b * indica a
quantidade de amarelo (valores positivos) e azul (valores negativos) da cor (Commission
Internationale de I’Eclairage). Para a leitura da cor, os corpos de prova foram colocados sobre
um fundo branco padrão (White Standard Sphere para 45 °, 0 ° Reflectance e Color Gardner
Laboratory Inc. Bethesda, Geretsried, Alemanha). Três medidas foram realizadas em cada
corpo de prova, e a média obtida foi considerada a leitura inicial da cor. As mudanças de cor
(∆E) dos materiais foram calculadas pela fórmula (PIRES-DE-SOUZA et al., 2009):

ΔE = [(ΔL*)2 + (Δa*)2 + (Δb*)22]/2


24

onde ∆L = L*f - L*i; ∆a* = a*f - a*i, e ∆b* = b*f - b*i, sendo L*i, a*i e b*i referidos como
as leituras iniciais, e L*f, a*f, e b*f como leituras finais para coordenadas de cores.
Os valores de cor (∆E) e as mudanças nas coordenadas (∆L*, ∆a* e ∆b*) antes das
amostras serem submetidas ao envelhecimento térmico foram tabulados. Após o ensaio de
envelhecimento térmico, os dados foram novamente coletados para posterior análise
estatística.

3.5 ENSAIO DE ENVELHECIMENTO TÉRMICO

Os blocos cerâmicos obtidos para cada grupo (n=10) foram submetidas à


envelhecimento térmico acelerado em autoclave (Phoenix AB 25, São Carlos, SP, Brasil), à
temperatura de 134oC, sob pressão de 2 bars por 5 horas (correspondente à 21 anos de
utilização clínica à 37oC) (BORBA et al., 2016, POOLE et al., 2019). Cinco ciclos de 1 hora
foram realizados para que se completasse o processo de envelhecimento.

3.6 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE


VARREDURA (MEV)

Três espécimes de cada grupo foram submetidos ao processo de metalização (SCD


050, Bal-Tec, Fürstentum, Liechtenstein) com tempo de recobrimento com ouro por 120
segundos, sob 0,1 mbar de vácuo e, foram avaliados por meio de microscopia eletrônica de
varredura (MEV) (EVO 50, Carl Zeiss, Cambridge, UK), contraste topográfico, vácuo de 3 ×
10-5 Torr, com aumento de 1000 ×, a fim de avaliar qualitativamente a característica da
superfície do material nos diferentes grupos.

3.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O teste estatístico de Kolmogorov-Smirnov para a normalidade e o teste de Levéne


para homogeneidade revelaram distribuição normal para os dados (p < 0,05). Os resultados da
rugosidade foram analisados por meio do modelo linear de efeitos mistos e teste
complementar de Bonferroni, com nível de significância de 5%. Para análise dos resultados
de alteração de cor foi realizada ANOVA a 1 fator e teste complementar de Bonferroni, com
nível de significância de 5%. Os resultados foram analisados estatisticamente com auxílio do
software SPSS (SPSS 15.0, SPSS Inc., EUA).
25

4 RESULTADOS

4.1 AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO


CONFOCAL A LASER

Os dados (média e desvio padrão) para a rugosidade de superfície (µm) antes e após o
envelhecimento térmico acelerado estão presentes na tabela II. A análise estatística
intragrupos, demonstrou haver diferença significante (p < 0,05) para todos os grupos
avaliados antes e após o envelhecimento térmico acelerado. Na análise intergrupos antes do
envelhecimento térmico acelerado, pode-se observar que houve diferenças estatísticas (p <
0,05) para os diferentes tratamentos de superfície, sendo que houve diferenças entre os grupos
GC e GP, GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG. Já na análise intergrupos após o
envelhecimento térmico acelarado, pode-se observar diferenças estatísticas entre os grupos
GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG.

Tabela II – Dados (média e desvio padrão) para a rugosidade de superfície (µm) antes e após o envelhecimento
térmico acelerado.
Antes Após
Grupos Média (DP) Média (DP)
GC 1,000 (0,565) Aa 3,567 (1,649) Ab
GP 0,114 (0,024) Ba 3,567 (1,649) Ab
GG 2,088 (0,660) Ca 9,358 (1,695) Bb
GPG 2,904 (1,181) Ca 9,728 (0,921) Bb

Fonte: Autor

A análise qualitativa das imagens de microscopia confocal a laser (Figura 15) revelou
um padrão de superfície diferente para cada grupo avaliado antes e após o envelhecimento
térmico acelerado. Comparando os diferentes tratamentos de superfície, observou-se que o
grupo que não recebeu nenhum tipo tratamento de superfície (GC) apresentou uma superfície
irregular e com a presença de pequenos poros, para o grupo com a aplicação do glaze (GG)
observou um aumento expressivo na quantidade e volume dos poros na superfície e uma
textura superficial bem mais irregular quando comparado ao grupo sem tratamento. Para o
grupo com o polimento e posterior aplicação do glaze (GPG), observou menor quantidade de
poros comparado ao grupo com apenas glaze, porém poros aumentado e superfície mais
irregular quando comparado ao grupo sem tratamento. Já no grupo que recebeu apenas o
polimento (GP)
26

como tratamento de superfície, observou-se um a superfície mais uniforme, lisa, polida e com
ausência de porosidades. Quando avaliado a influência do envelhecimento térmico acelerado
em cada grupo observou-se que para todos os grupos alterou-se a superfície do material,
deixando a superfície mais irregular e rugosa quando comparado o antes e o após
qualitativamente.

Figura 15 – Imagens da rugosidade de superfície em microscópio confocal a laser


Antes Após

GC

GP
27

GG

GPG

Fonte: Autor

4.2 AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DE COR POR ESPECTROFOTÔMETRO

Os dados (média e desvio padrão) para a alteração de cor (∆E) comparando os


diferentes tempos antes e após o envelhecimento térmico acelerado estão apresentados na
tabela III. A análise estatística mostrou não haver diferença significante (p < 0,05) para todos
os grupos avaliados antes e após o envelhecimento térmico acelerado (tabela IV).

Tabela III – Dados (média e desvio padrão) para a alteração de cor (∆E) comparando os diferentes tempo antes
e após o envelhecimento térmico acelerado.

Grupos Média (DP)


GC 0,718 (0,097)
GP 0,459 (0,068)
GG 1,082 (0,274)
GPG 1,123 (0,246)
Fonte: Autor
28

Tabela IV – Análise estatística ANOVA 1 fator


Sum of df Mean Square F Sig.
Squares
Between 3,009 3 1,003 2,670 0,062
groups
Within groups 13,528 36 0,376
Total 16,537 39
Fonte: Autor

4.3 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE


VARREDURA (MEV)

A análise qualitativa das imagens por microscopia eletrônica de varredura revelou um


padrão diferente de superfície para os diferentes grupos (Figura 16). O grupo controle
negativo demonstrou a presença de cristais vítreos dispersos em sua superfície e pequenas
ondulações. O grupo polimento apresentou uma superfície bem mais lisa comparada aos
demais grupos, com pequena quantidade de cristais vítreos, porém com a presença de
ranhuras. O grupo glaze apresentou a superfície mais irregular de todos, com grandes
ondulações e uma superfície totalmente modificada, com a presença de muitos poros por
todas a superfície. Para o grupo polimento + glaze também foi observado uma superfície
irregular com a presença de ondulações, porém com menor alteração da sua morfologia
quando comparado ao grupo controle. Já quando avaliado a influência do envelhecimento
térmico acelerado dentro do mesmo grupo, observou-se que para todos o envelhecimento
térmico provocou uma alteração na superfície, todos apresentaram superfície mais rugosa
após o envelhecimento, sendo que para o grupo sem tratamento de superfície observou-se que
aumentou as ondulações presentes na superfície, porém sem alteração dos cristais com relação
ao seu tamanho e disposição. No grupo polimento observou-se que aumentou a intensidade
das ranhuras na superfície, porém sem alteração dos cristais com relação ao seu tamanho e
disposição como no grupo controle. Já no grupo glaze observou-se uma superfície totalmente
alterada, com fragmentos do produto glaze disperso pela superfície. No grupo polimento +
glaze também foi observado alteração na superfície com destacamento de fragmentos do
produto glaze na superfície, porém em menor intensidade quando comparado ao grupo apenas
com a aplicação do glaze.
29

Figura 16 – Imagens da rugosidade de superfície em microscopia eletônica de varredura


Antes Após

GC

GP

GG

GPG

Fonte: Autor
30

5 DISCUSSÃO

As crescentes exigências estéticas para restaurações dentárias levaram a uma rápida


evolução no campo dos materiais vitrocerâmicos. Estes são conhecidos por suas excelentes
propriedades ópticas, biocompatibilidade e lisura de sua superfície, fator essencial no controle
do biofilme bacteriano (VASILIU et al., 2020). As cerâmicas vítreas de dissilicato de lítio
estão entre os materiais restauradores mais confiáveis para restaurações indiretas, tanto para
fins estéticos quanto funcionais (HALLMAN et al., 2018 ).
As propriedades ópticas das cerâmicas são influenciadas por fatores intrínsecos, como
a microestrutura da cerâmica e sua camada superficial e também por fatores extrínsecos.
Sendo assim, uma textura de superfície lisa é importante para a cor da restauração
(SASAHARA et al., 2006), uma vez que influenciará diretamente nas propriedades ópticas do
material (KURT et al., 2020), refletindo uma quantidade maior de luz do que uma superfície
rugosa (CAMACHO et al., 2006). Dessa forma, o acabamento e polimento final das
restaurações cerâmicas se torna fundamental na longevidade e sucesso do tratamento, uma vez
que o acabamento tem como objetivo eliminar irregularidades e alcançar superfícies lisas
(SASAHARA et al., 2006; THOLT et al., 2006) e o polimento tem como objetivo aumentar a
resistência estrutural e recuperar o brilho da restauração (CAMACHO et al., 2006).
Assim, com os resultados do presente estudo têm-se que a primeira hipótese nula foi
aceita, uma vez que os diferentes acabamentos superficiais não afetaram as propriedades
ópticas do material de dissilicato de lítio. No entanto, esses achados não corroboram com os
resultados encontrados por Maciel et al. (2019), em que os diferentes acabamentos
interferiram na alteração de cor do sistema cerâmico. Porém, importante ressaltar que a marca
comercial do sistema cerâmico utilizado no estudo de Maciel et al., 2019 (E-Max) e no
presente estudo (Rosetta) foram diferentes, assim como os materiais empregados para o glaze
e polimento da superfície que foram compatíveis com o sistema cerâmico utilizado nos
respectivos estudos.
Avaliando os resultados quantitativos do presente estudo para a variável alteração de
cor observou-se que, para os grupos GC (0,718) e GP (0,459) os valores de ΔE foram abaixo
de 1 e para os grupos GG (1,082) e GPG (1,123) estes apresentaram valores de ΔE superiores
a 1. O olho humano tem capacidade limitada de perceber tais diferenças, não identificando
valores de ΔE menores que 1 (BUYUKYILMAZ; RUYTER, 1994). Os valores de ΔE entre 1
e 3,3 representam uma faixa perceptível e clinicamente aceitável. Os valores ΔE de 3,3 e
30

superiores são considerados inaceitáveis em condições clínicas (RUYTER; NILNER;


MÖLLER, 1987). Sendo assim, todos os grupos apresentaram resultados clinicamente
31

aceitáveis, sendo que o grupo GP foi o que apresentou o melhor resultado clinicamente,
certamente sua alteração não seria perceptível a olho nu. Neste estudo, o sistema CIELab foi
escolhido para análise da alteração de cor por meio de coordenadas 3D. Este sistema foi
selecionado porque pode identificar pequenas diferenças de cor e também é usado na
mensuração de propriedades ópticas (ARDU et al., 2010). Um fundo preto foi eleito para
analisar as amostras, visto que o preto representa a situação clínica nos dentes anteriores
(BAGIS; TURGUT, 2013).
A segunda hipótese nula deste estudo foi rejeitada, uma vez que os diferentes
acabamentos superficiais influenciaram na rugosidade de superfície do material de dissilicato
de lítio antes e após o envelhecimento térmico acelerado. Os resultados sugeriram que antes
do envelhecimento térmico acelerado, o grupo GP apresentou menores valores para a
rugosidade superficial, apresentando uma superfície mais lisa e polida sem a presença de
porosidades, sendo estatisticamente diferente dos demais grupos (GC, GG e GPG), sendo que
o grupo GC apresentou uma superfície irregular e pequena quantidade de poros. Já o grupo
GG e GPG além de apresentarem os maiores valores, também apresentaram uma superfície
muito irregular, com quantidade de poros aumentado, além do tamanho dos poros
apresentarem tamanho superior aos apresentados no grupo GC. Após o envelhecimento
térmico acelerado o padrão da superfície do grupo GP se manteve mais regular e com poucos
poros quando comparado aos demais, porém apresentando-se estatisticamente semelhante ao
grupo GC e diferente dos grupo GG e GPG, os quais apresentaram uma superfície ainda mais
rugosa, com grande quantidade de poros, um poro quase que conectado ao outro, o que gerou
uma superfície bem porosa.
Os resultados do presente estudo, para a influência do acabamento superficial,
corroboram com os resultados encontrados por Vasiliu et al. (2020), no qual o polimento
promoveu maior lisura e brilho quando comparado ao glaze. Fato este que pode ser justificado
pelo glaze ser aplicado sobre a superfície em pasta e após ser submetido a queima, o que pode
favorecer a um residual do produto na superfície após a queima que pode ter ocasionado em
um aumento na rugosidade da superfície, enquanto que o polimento pode ter contribuído para
remoção de todas as irregularidades presentes na superfície, deixando-a mais lisa e regular
que o GC que não sofreu nenhum acabamento superficial.
Com relação a influência do envelhecimento térmico acelerado, este promoveu para
todos os grupos um aumento significativo nos valores de rugosidade de superfície. Quando
avaliado as imagens da superfície ficou nítido o efeito térmico na superfície da amostra, foi
31

observado maior quantidade de poros e superfície mais irregular. Sendo que o grupo com
polimento apresentou superfície mais lisa quando comparado aos grupos submetidos a
32

aplicação de glaze, pois o glaze parece degradar durante o teste térmico, como pode ser
observado nas imagens de MEV no presente estudo.
A rugosidade superficial é uma propriedade dos materiais restauradores que influencia
diretamente na formação do biofilme dentário (CASSIRAM, MITSUI, MITSUI, 2019).
Estudos sugerem que a rugosidade de 0,2 μm é considerada ideal para reduzir a proliferação
bacteriana na superfície dos sistemas cerâmicos. Além disso, as fibras sensoriais da língua
conseguem detectar uma rugosidade superficial superior a 0,5 µm o que pode causar
desconforto para o paciente (NEVES, 2022). Logo, a partir da comparação dos resultados do
presente estudo, é possível observar que a média dos valores de rugosidade superficial das
amostras do grupo GG e GPG, antes e após o envelhecimento térmico, estão muito acima do
valor limite para o início do acúmulo de biofilme em restaurações indiretas, facilitando, além
do desenvolvimento de bactérias, a sensibilidade ao toque pela língua do paciente, gerando
maior desconforto e prejudicando a reabilitação no decorrer do tempo na cavidade oral.
Nesse contexto, é de extrema importância a utilização de protocolos para acabamento
superficial, que garantam lisura, brilho e ausência de porosidades à superfície da cerâmica,
uma vez que em superfícies rugosas e irregulares o biofilme forma-se em maior quantidade e
com maior rapidez quando comparado às superfícies lisas, contribuindo para a formação de
lesões de cárie e inflamação dos tecidos gengivais do paciente (CARLEN et al., 2001;
MARÇAL, 2018; CASSIRAM, MITSUI, MITSUI, 2019). Além disso, a existência de
porosidades na superfície da cerâmica prejudica os tecidos adjacentes, mas também o
desempenho dos sistemas cerâmicos, já que favorece a incidência de trincas e falhas da
restauração. Dessa forma, as amostras do grupo GP, que apresentaram média de valores igual
a 0,114µm antes do envelhecimento térmico proporciona melhores resultados, garantindo
maior lisura superficial e consequentemente, reduzindo o acúmulo de biofilme e dificultando
o enfraquecimento da estrutura cerâmica.
Os materiais cerâmicos têm uma microestrutura diferente, tamanho de grão e
distribuição dos grãos. Sua microestrutura diferente tem um impacto significativo em seu
desempenho clínico. Uma ferramenta útil na quantificação da microestrutura e avaliação das
superfícies das amostras de cerâmica é a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). As
imagens de MEV do presente estudo demonstraram diferentes comportamentos nos diferentes
grupos. Observou a formação de poros na superfície dos grupos GG e GPG que podem ser
atribuídas ao produto glaze aplicado na superfície, gerando uma superfície mais irregular
quando comparado aos grupos GC e GP. Avaliando a influência do envelhecimento térmico
acelarado, foi possível observar um padrão de superfície totalmente diferente entre os
33

grupos, sendo que nos grupos GG e GPG foi possível observar lascas na superfície da
cerâmica que podem ser atribuídas a degradação do produto glaze aplicado, além da formação
de vários poros em toda a superfície, o que a deixa com um aspecto mais irregular, fato este
que não foi observado nos grupos GC e GP.
Sendo assim, com os resultados obtidos no presente estudo têm-se que para as
variáveis estudadas: alteração de cor e rugosidade e textura superficial o grupo GP foi o que
apresentou os melhores resultados, por apresentar menor rugosidade de superfície, maior
lisura e regularidade superficial além de apresentar o menor valor numérico para a alteração
de cor, não sendo perceptível ao olho humano. Dessa forma, tem-se que quando corretamente
aplicado, o polimento parece ser um acabamento superficial promissor na reabilitação oral,
pois evita-se a necessidade da utilização do glaze, o que acarreta em não ter que submeter as
peças cerâmicas a queima do glaze. Além disso, elimina-se uma sessão clínica, uma vez que a
peça não terá que retornar ao laboratório de prótese para mais uma aplicação e queima do
glaze em função dos ajustes oclusais necessários pelo profissional, o que irá agilizar o
tratamento, além de aparentemente proporcionar maior longevidade ao tratamento.
Porém, deve-se salientar que este é um estudo in vitro que tem suas limitações. Assim
a extrapolação dos achados deste estudo deve ser cautelosa, sugerindo novas pesquisas com o
polimento como acabamento superficial dos diversos sistemas cerâmicos disponíveis no
mercado.
34

6 CONCLUSÃO

Diante da metodologia empregada e com base nos resultados obtidos foi possível
concluir que o grupo GP apresentou os melhores resultados para rugosidade e textura
superficial, além de bons resultados para a alteração de cor após o envelhecimento térmico
acelerado. Sendo este um resultado promissor que pode contribuir para o desempenho clínico
das restaurações cerâmicas.
35

REFERÊNCIAS

ARDU, S. et al. A long-term laboratory test on staining susceptibility of esthetic composite
resin materials. Quintessense International. [S.L.], p. 695-702. set. 2010. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20657860/. Acesso em: 9 maio 2023.

BAGIS, B; TURGUT, S. Optical properties of current ceramics systems for laminate


veneers. Journal Of Dentistry, [S.L.], v. 41, p. 24-30, ago. 2013. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jdent.2012.11.013. Acesso em: 9 maio 2023.

BORBA, M. et al. Effect of different aging methods on the mechanical behavior of multi-
layered ceramic structures. Dental Materials, [S.L.], v. 32, n. 12, p. 1536-1542, dez. 2016.
Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.dental.2016.09.005. Acesso em: 9
maio 2023.

BUYUKYILMAZ, S; RUYTER, IE. Color stability of denture base polymers. The


International Journal Of Prosthodontics. p. 372-382. ago. 1994. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7993550/. Acesso em: 09 maio 2023.

CAMACHO, G. B. et al. Surface roughness of a dental ceramic after polishing with different
vehicles and diamond pastes. Brazilian Dental Journal, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 191-194, 2006.
FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-64402006000300003.
Acesso em: 9 maio 2023.

CARLÉN, A. et al. Surface characteristics and in vitro biofilm formation on glass ionomer and
composite resin. Biomaterials, [S.L.], v. 22, n. 5, p. 481-487, mar. 2001. Elsevier BV.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0142-9612(00)00204-0. Acesso em: 9 maio 2023.

CASSIRAM, L. C. M.; MITSUI, A. R. P.; MITSUI, F. H. O. Análise quantitativa da


rugosidade superficial da cerâmica IPS E.max CAD após acabamento e polimento. Arquivos
em Odontologia, [S.L.], v. 55, p. 1-6, 3 dez. 2019. Universidade Federal de Minas Gerais -
Pro-Reitoria de Pesquisa. Disponível em: http://dx.doi.org/10.7308/aodontol/2019.55.e16.
Acesso em: 9 maio 2023.

GUESS, P. C. et al. All-Ceramic Systems: laboratory and clinical performance. Dental Clinics
Of North America, [S.L.], v. 55, n. 2, p. 333-352, abr. 2011. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.cden.2011.01.005. Acesso em: 9 maio 2023.

HALLMANN, L et al. Effect of microstructure on the mechanical properties of lithium


disilicate glass-ceramics. Journal Of The Mechanical Behavior Of Biomedical Materials,
[S.L.], v. 82, p. 355-370, jun. 2018. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jmbbm.2018.02.032. Acesso em: 9 maio 2023.

HARALUR, S. B.; ALQAHTANI, N. R. S.; MUJAYRI, F. A. Effect of Hydrothermal Aging


and Beverages on Color Stability of Lithium Disilicate and Zirconia Based
Ceramics. Medicina, [S.L.], v. 55, n. 11, p. 749, 19 nov. 2019. MDPI AG. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.3390/medicina55110749. Acesso em: 9 maio 2023.
36

INCESU, E.; YANIKOGLU, N. Evaluation of the effect of different polishing systems on the
surface roughness of dental ceramics. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 124, n.
1, p. 100-109, jul. 2020. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2019.07.003. Acesso em: 9 maio 2023.

KILINC, H. et al. Optical behaviors of esthetic CAD-CAM restorations after different surface
finishing and polishing procedures and UV aging: an in vitro study. The Journal Of
Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 120, n. 1, p. 107-113, jul. 2018. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2017.09.019. Acesso em: 9 maio 2023.

KIM, I-J. et al. Effect of the surface topography on the color of dental porcelain. Journal Of
Materials Science: Materials in Medicine, [S.L.], v. 14, n. 5, p. 405-409, 2003. Springer
Science and Business Media LLC. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1023/a:1023206716774.
Acesso em: 9 maio 2023.

KOISHI, Y. et al. Colour reproducibility of a photo-activated prosthetic composite with


different thicknesses. Journal Of Oral Rehabilitation, [S.L.], v. 28, n. 9, p. 799-804, set.
2001. Wiley. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2842.2001.00739.x. Acesso em:
9 maio 2023.

KOU, W. et al. Surface roughness of five different dental ceramic core materials after grinding
and polishing. Journal Of Oral Rehabilitation, [S.L.], v. 33, n. 2, p. 117-124, fev. 2006.
Wiley. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2842.2006.01546.x. Acesso em: 9 maio
2023.

KURT, M. et al. Effects of glazing methods on the optical and surface properties of silicate
ceramics. Journal Of Prosthodontic Research, [S.L.], v. 64, n. 2, p. 202-209, abr. 2020.
Japan Prosthodontic Society. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpor.2019.07.005.
Acesso em: 9 maio 2023.

LAI, Y-L. et al. In vitro color stability, stain resistance, and water sorption of four removable
gingival flange materials. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 90, n. 3, p. 293-300,
set. 2003. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0022-3913(03)00432-3.
Acesso em: 9 maio 2023.

LEE, Y-K. et al. Effect of surface conditions on the color of dental resin composites. Journal
Of Biomedical Materials Research, [S.L.], v. 63, n. 5, p. 657-663, 2002. Wiley. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.1002/jbm.10383. Acesso em: 9 maio 2023.

MA, L. et al. Load-bearing properties of minimal-invasive monolithic lithium disilicate and
zirconia occlusal onlays: finite element and theoretical analyses. Dental Materials, [S.L.], v.
29, n. 7, p. 742-751, jul. 2013. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.dental.2013.04.004. Acesso em: 9 maio 2023.

MACIEL, A. P. C. Avaliação da rugosidade de resinas compostas após imersão em solução


ácida com uso de confocal. 2017. 69 f. TCC (Graduação) - Curso de Odontologia, A
Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em:
https://bdm.unb.br/handle/10483/19706. Acesso em: 31 maio 2023.
37

MACIEL, L. C. et al. Influence of polishing systems on roughness and color change of two
dental ceramics. The Journal Of Advanced Prosthodontics, [S.L.], v. 11, n. 4, p. 215, 2019.
The Korean Academy of Prosthodontics. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.4047/jap.2019.11.4.215. Acesso em: 9 maio 2023.

MARÇAL, D. M. CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE DE CERÂMICA


REFORÇADA POR DISSILICATO DE LÍTIO APÓS DIFERENTES PROTOCOLOS
DE ACABAMENTO E POLIMENTO EXTRAORAIS. 2018. 16 f. TCC (Graduação) -
Curso de Odontologia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/23508/1/Caracteriza%c3%a7%c3%a3oSuperf
%c3%adcieCer%c3%a2mica.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.

MARQUES, Artur Gaiotto. AVALIAÇÃO DA CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE E


RESISTÊNCIA À FRATURA DE MATERIAIS CERÂMICOS CAD/CAM
SUBMETIDOS A ENVELHECIMENTO TÉRMICO ARTIFICIAL. 2017. 46 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Odontologia, Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão
Preto, 2017. Disponível em: file:///C:/Users/Clientes/Dropbox/My%20PC%20(DESKTOP-
ESQ0U5J)/Downloads/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Artur%20Gaiotto%20Marques
%202017%20(1).pdf. Acesso em: 31 maio 2023.

MATZINGER, M. et al. Polishing effects and wear performance of chairside CAD/CAM
materials. Clinical Oral Investigations, [S.L.], v. 23, n. 2, p. 725-737, 16 maio 2018. Springer
Science and Business Media LLC. Disonível em: http://dx.doi.org/10.1007/s00784-018-2473-3.
Acesso em: 9 maio 2023.

NEVES, D. P. EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE POLIMENTO NA


RUGOSIDADE E RESISTÊNCIA FLEXURAL DE CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS.
2022. 41 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Odontologia, Mestrado em Odontologia,
Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2022. Disponível em:
http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1412. Acesso em: 9 maio 2023.

OZDOGAN, A.; DUYMUS, Z.Y. Investigating the Effect of Different Surface Treatments on
Vickers Hardness and Flexural Strength of Zirconium and Lithium Disilicate
Ceramics. Journal Of Prosthodontics, [S.L.], v. 29, n. 2, p. 129-135, jul. 2018. Wiley.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/jopr.12939. Acesso em: 9 maio 2023.

PEREIRA, C. H. R. AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DA CERÂMICA


DE DISSILICATO DE LÍTIO PROCESSADA POR INJEÇÃO E CAD/CAM APÓS
POLIMENTO COM KITS INTRAORAIS. 2019. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2019. Disponível em: file:///C:/Users/Clientes/Dropbox/My%20PC%20(DESKTOP-
ESQ0U5J)/Downloads/CarlosHenriqueRibeiroPereira_Dissert.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.

PEREIRA, C. H. S. et al. ESTABILIDADE DE COR DE DIFERENTES SISTEMAS


CERÂMICOSFRESADOS NO CAD/CAM E POLIDOS COM DIFERENTES
MÉTODOS. Revista Fluminense de Odontologia: INTERNATIONAL JOURNAL OF
SCIENCE DENTISTRY, Niteroi/Rj, v. 1, n. 60, p. 112-126, 19 out. 2022. Disponível em:
https://periodicos.uff.br/ijosd/article/view/54569/33000. Acesso em: 12 mar. 2023.
38

PIEGER, S; SALMAN, A; BIDRA, A. S.. Clinical outcomes of lithium disilicate single crowns
and partial fixed dental prostheses: a systematic review. The Journal Of Prosthetic Dentistry,
[S.L.], v. 112, n. 1, p. 22-30, jul. 2014. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2014.01.005. Acesso em: 30 maio 2023.

PIRES-DE-SOUZA, F. C. P. et al. Color stability of dental ceramics submitted to artificial


accelerated aging after repeated firings. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 101,
n. 1, p. 13-18, jan. 2009. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0022-
3913(08)60282-6. Acesso em: 9 maio 2023.

POOLE, S. F. et al. Physical properties of conventional and monolithic yttria-zirconia materials
after low-temperature degradation. Ceramics International, [S.L.], v. 45, n. 16, p. 21038-
21043, nov. 2019. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ceramint.2019.07.012. Acesso em: 9 maio 2023.

PORTO, L. P. R. S. Estudo in vitro da estabilidade de cor e opacidade de cinco sistemas


cerâmicos sob influência do envelhecimento artificial acelerado. 2007. 154 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Odontologia, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Ribeirão
Preto, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58131/tde-
13122007-085231/en.php. Acesso em: 12 mar. 2023

RAPTIS N. V., MICHALAKIS K. X,. HIRAYAMA H. Optical behavior of current ceramic


systems. The International Journal Of Periodontics & Restorative Dentistry. p. 31-41. 1
fev. 2006. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16515094/. Acesso em: 9 maio
2023.

RUYTER, I.E..; NILNER, K.; MÖLLER, B.. Color stability of dental composite resin
materials for crown and bridge veneers. Dental Materials, [S.L.], v. 3, n. 5, p. 246-251, out.
1987. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0109-5641(87)80081-7. Acesso
em: 9 maio 2023.

SAILER, I. et al. A systematic review of the survival and complication rates of all-ceramic and
metal-ceramic reconstructions after an observation period of at least 3 years. Part II: fixed
dental prostheses.. Clinical Oral Implants Research, [S.L.], v. 18, p. 86-96, jun. 2007. Wiley.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0501.2007.01468.x. Acesso em: 9 maio 2023.

SANTOS, L. R. dos; ALVES, C. M. C. Cerâmicas odontológicas na confecção de facetas


laminadas:qual a melhor escolha? Vittalle –Revista de Ciências da Saúde, São Luís, v. 32, n.
3, p. 257-265, nov. 2020. Disponível em:
https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/12084/8393. Acesso em: 08 mar. 2023.

SARAC, D. et al. The effects of porcelain polishing systems on the color and surface texture of
feldspathic porcelain. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 96, n. 2, p. 122-128,
ago. 2006. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2006.05.009.
Acesso em: 9 maio 2023.

SASAHARA, R. M. C. et al. Influence of the Finishing Technique on Surface Roughness of


Dental Porcelains with Different Microstructures. Operative Dentistry, [S.L.], v. 31, n. 5, p.
577-583, 1 set. 2006. Operative Dentistry. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2341/05-104.
Acesso em: 9 maio 2023.
39

SEGHI, R.R.; HEWLETT, E.R.; KIM, J.. Visual and Instrumental Colorimetric Assessments of
Small Color Differences on Translucent Dental Porcelain. Journal Of Dental Research,
[S.L.], v. 68, n. 12, p. 1760-1764, dez. 1989. SAGE Publications. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1177/00220345890680120801. Acesso em: 9 maio 2023.

SOARES, P. V. et al. Reabilitação Estética do Sorriso com Facetas Cerâmicas Reforçadas por
Dissilicato de Lítio. Revista Odontológica do Brasil Central, Uberlândia, v. 21, n. 58, p. 538-
543, 9 out. 2012. Disponível em:
https://www.robrac.org.br/seer/index.php/ROBRAC/article/view/656. Acesso em: 09 mar.
2023.

STOBER, T; GILDE, H; LENZ, P. Color stability of highly filled composite resin materials for
facings. Dental Materials, [S.L.], v. 17, n. 1, p. 87-94, jan. 2001. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/s0109-5641(00)00065-8. Acesso em: 9 maio 2023.

STUDART, A.R. et al. In vitro lifetime of dental ceramics under cyclic loading in
water. Biomaterials, [S.L.], v. 28, n. 17, p. 2695-2705, jun. 2007. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.biomaterials.2006.12.033. Acesso em: 9 maio 2023.

THOLT, B. et al. Surface Roughness in Ceramics with Different Finishing Techniques Using
Atomic Force Microscope and Profilometer. Operative Dentistry, [S.L.], v. 31, n. 4, p. 442-
449, 1 jul. 2006. Operative Dentistry. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2341/05-54. Acesso
em: 9 maio 2023.

TÜRKÜN, L.S.; TÜRKÜN, M. The effect of one-step polishing system on the surface
roughness of three esthetic resin composite materials. Operative Dentistry. Izmir-Turkey, p.
203-211. nov. 2003.

VAFAEI, F. et al. Comparison of Optical Properties of Laminate Veneers Made of Zolid FX


and Katana UTML Zirconia and Lithium Disilicate Ceramics. Frontiers In Dentistry, [S.L.],
v. 16, n. 5, p. 357-368, 22 jan. 2020. Knowledge E. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.18502/fid.v16i5.2284. Acesso em: 9 maio 2023.

VASILIU, R-D. et al. Effect of Thermocycling, Surface Treatments and Microstructure on the
Optical Properties and Roughness of CAD-CAM and Heat-Pressed Glass Ceramics. Materials,
[S.L.], v. 13, n. 2, p. 381, 14 jan. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ma13020381.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31947634/. Acesso em: 9 maio 2023.

WRIGHT, M. D. et al. Comparison of three systems for the polishing of an ultra-low fusing
dental porcelain. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 92, n. 5, p. 486-490, nov.
2004. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2004.07.021. Acesso
em: 9 maio 2023.

ZARONE, F. et al. “Digitally Oriented Materials”: focus on lithium disilicate


ceramics. International Journal Of Dentistry, [S.L.], v. 2016, p. 1-10, 2016. Hindawi
Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1155/2016/9840594. Acesso em: 9 maio 2023.

ZARONE, F. et al. Current status on lithium disilicate and zirconia: a narrative review. Bmc
Oral Health, [S.L.], v. 19, n. 1, p. 1-14, 4 jul. 2019. Springer Science and Business Media
LLC. http://dx.doi.org/10.1186/s12903-019-0838-x.
40

ANEXO

Anexo A – Certificado de apresentação de painel científico ne 27ª SOURP

Você também pode gostar