Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE ODONTOLOGIA
RIBEIRÃO PRETO
2023
ANA CLARA ROMANI ARMAROLI
Ribeirão Preto
2023
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da
Biblioteca Central da UNAERP
Aprovação:___/___/_____.
Avaliador (a) 1
Universidade de Ribeirão Preto
Avaliador (a) 2
Universidade de Ribeirão Preto
Dedico esse trabalho a minha mãe, Ana Luiza, pelo exemplo de paciência, caridade e fé, que
com muito amor e carinho me ensinou a seguir sempre o melhor caminho para atingir todas
as minhas metas; ao meu pai, José Gilberto, por todo exemplo de simplicidade,
autoconfiança e perseverança em seus objetivos.
Dedico também ao meu irmão, Gabriel, por estar sempre ao meu lado, e a minha falecida
avó, Regina, que, apesar de não estar mais presente fisicamente aqui na Terra, está presente
em espírito ao meu lado e foi um dos pilares na minha formação como ser humano e um dos
maiores exemplos de amor na minha vida.
AGRADECIMENTOS
Principalmente a Deus pela vida que eu tenho, pelas inúmeras vezes em que me guiou
pelo melhor caminho, pela sabedoria e discernimento essenciais durante toda minha
caminhada, e principalmente por toda a força e autoconfiança em mim mesma como ser
humano, para que eu tivesse fé em todos os momentos bons e ruins dentro desses quatro anos
e meio de faculdade.
Além disso, agradeço a meus pais, Ana Luiza e José Gilberto, por todo amor,
carinho, paciência, ensinamentos, por depositarem em mim extrema confiança e por não
medirem esforços para que eu pudesse ter a oportunidade de cursar o que eu tanto sonhava,
mesmo nos momentos mais difíceis, obrigada por terem feito o meu sonho, o de vocês.
Ao meu irmão, Gabriel, por me apoiar em todas as situações, sempre estar ao meu
lado, me entender como ninguém e por ser meu ombro amigo, sempre pronto para me ouvir
quando eu preciso.
Agradeço também aos meus amigos Amanda, Bárbara, Clara, Henrique e Ieska,
por todo o apoio necessário, por terem sido minha segunda família em Ribeirão Preto, por
toda a confiança e por terem feito parte da minha “peça de teatro”, como diz Charles Chaplin,
por terem vivido intensamente esses anos comigo, e finalmente, obrigada por terem
contribuído para eu me tornar uma pessoa melhor.
A minha querida Orientadora, Prof.ª Dra. Izabela C. M. Moris Rivera, pelo
excepcional acolhimento como sua orientanda, por toda a dedicação, paciência e pela
constante ajuda, não só profissional, quanto pessoal, você é um ser humano de luz e muito
especial para mim.
A todos os meus professores, mas principalmente à Prof.ª Dra. Erica Alves Gomes,
Prof.ª Dra. Ana Beatriz Silva Sousa, Prof. Dr. Walter Martins Junior, Prof.ª Dra.
Graziela Bianchi Leoni e Prof. Dr. Celso Bernardo de Souza Filho, por todo o carinho e
conhecimento adquirido durante todas as aulas, que foram essenciais para o meu crescimento
profissional.
Por fim, gostaria de agradecer a todos os meus amigos e família que participaram
dessa fase da minha vida, por todo incentivo, palavras de amparo em momentos de
dificuldade e por sempre estarem ao meu lado torcendo por mim em todas as decisões
tomadas.
Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Pesquisas em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto e da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, com apoio financeiro
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Processo:
A utilização de materiais cerâmicos na reabilitação oral têm se tornado frequente por suprirem
os requisitos funcionais e estéticos exigidos. Porém dificuldades inerentes a longevidade
desses materiais quando em função é questionável, uma vez que, por se tratar de material
cerâmico reabilitador, estes estão sujeitos a possíveis ajustes oclusais, seguido de acabamento
e polimento superficial antes de serem submetidos a função, o que pode influenciar em suas
propriedade ópticas e textura, acarretando em prejuízos estéticos devido a alteração da cor do
material. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes acabamentos
superficiais na cor e textura da cerâmica a base de dissilicato de lítio após envelhecimento
artificial. Neste estudo foram avaliados 4 grupos (n=10), representados por diferentes grupos,
de acordo com o acabamento e polimento recebidos: (sem acabamento (GC), polimento (GP),
glaze (GG) e polimento + glaze (GPG). Dez blocos cerâmicos de dimensões 10x10x1,5
foram obtidos para cada grupo e foram submetidos ao processo de cristalização.
Posteriormente, foi realizada a mensuração da luz refletida e do brilho de cada corpo de prova
e foi realizada a avaliação da rugosidade superficial, após as amostra foram submetidas ao
envelhecimento térmico acelerado em autoclave, à temperatura de 134oC, sob pressão de 2
bars por 5 horas. Após o ensaio de envelhecimento, foi realizada novamente a mensuração da
luz refletida e do brilho de cada corpo de prova e avaliação da rugosidade superficial das
amostras. Ao final, análise qualitativa das amostras por microscopia elétronica de varredura
(MEV) será realizada tanto antes quanto após o envelhecimento. Os efeitos do
envelhecimento térmico sobre a rugosidade da superfície das cerâmicas foi avaliado
utilizando modelo linear de efeitos mistos e teste de Bonferroni (p<0,05) e para a alteração de
cor foi utilizado ANOVA a 1 fator e teste complementar de Bonferroni, com nível de
significância de 5%. Para a rugosidade superficial, na análise intramuros, houve diferença
significante (p < 0,05) para todos os grupos avaliados antes e após o envelhecimento térmico
acelerado. Na análise intergrupos antes do envelhecimento térmico acelerado, pode-se
observar que houve diferenças estatísticas (p < 0,05) para os diferentes tratamentos de
superfície, sendo que houve diferenças entre os grupos GC e GP, GC e GG, GC e GPG, GP e
GG, GP e GPG. Já na análise intergrupos após o envelhecimento térmico acelarado, pode-se
observar diferenças estatísticas entre os grupos GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG.
Para a alteração de cor (∆E) comparando os diferentes tempos antes e após o envelhecimento
térmico acelerado a análise estatística mostrou não haver diferença significante (p < 0,05)
para todos os grupos. A análise qualitativa das imagens demonstrou para o grupo GP uma
surperfície mais lisa, polida e regular e para os grupos GG e GPG uma superfície irregular,
rugosa e com a presença de muitos poros, sendo que o envelhecimento termico acelerado
deixou a superfície ainda mais porosa, rugosa e irregular para os grupos GG e GPG. Assim,
com os resultados do presente estudo t foi possível concluir que o grupo GP apresentou os
melhores resultados para rugosidade e textura superficial, além de bons resultados para a
alteração de cor após o envelhecimento térmico acelerado. Sendo este um resultado promissor
que pode contribuir para o desempenho clínico das restaurações cerâmicas.
The use of ceramic materials in oral rehabilitation has become frequent due to their ability to
meet functional and aesthetic requirements. However, the longevity of these materials when
in function is questionable due to inherent difficulties. As ceramic rehabilitative materials,
they are subject to possible occlusal adjustments, followed by surface finishing and polishing
before being subjected to function, which can influence their optical properties and texture,
resulting in aesthetic disadvantages due to changes in material color. Therefore, the aim of
this study was to evaluate the effect of different surface finishes on the color and texture of
lithium disilicate-based ceramics after artificial aging. In this study, 4 groups (n=10) were
evaluated, represented by different groups according to the received finishing and polishing:
(no finishing (GC), polishing (GP), glaze (GG), and polishing + glaze (GPG)). Ten ceramic
blocks with dimensions of 10x10x1.5 were obtained for each group and subjected to the
crystallization process. Subsequently, the measurement of reflected light and gloss of each
specimen was performed, and the evaluation of surface roughness was conducted. The
samples were then subjected to accelerated thermal aging in an autoclave at a temperature of
134°C and a pressure of 2 bars for 5 hours. After the aging test, the measurement of reflected
light and gloss of each specimen was repeated, and the surface roughness of the samples was
evaluated. Finally, qualitative analysis of the samples using scanning electron microscopy
(SEM) was conducted before and after aging. The effects of thermal aging on the surface
roughness of the ceramics were evaluated using a linear mixed-effects model and Bonferroni
test (p<0.05), while one-way ANOVA and Bonferroni's post hoc test with a significance level
of 5% were used for color change analysis. In the intragroup analysis of surface roughness,
significant differences (p < 0.05) were observed for all evaluated groups before and after
accelerated thermal aging. In the intergroup analysis before accelerated thermal aging,
statistical differences (p < 0.05) were observed among the different surface treatments, with
differences between the GC and GP groups, GC and GG groups, GC and GPG groups, GP
and GG groups, and GP and GPG groups. In the intergroup analysis after accelerated thermal
aging, statistical differences were observed between the GC and GG groups, GC and GPG
groups, GP and GG groups, and GP and GPG groups. Regarding color change (∆E)
comparing different time points before and after accelerated thermal aging, the statistical
analysis showed no significant difference (p < 0.05) for all groups. Qualitative analysis of the
images demonstrated that the GP group had a smoother, polished, and regular surface, while
the GG and GPG groups had an irregular, rough surface with the presence of many pores. The
accelerated thermal aging made the surface even more porous, rough, and irregular for the GG
and GPG groups. Thus, based on the results of this study, it was possible to conclude that the
GP group presented the best results in terms of surface roughness and texture, as well as
satisfactory results for color change after accelerated thermal aging. These findings are
promising and can contribute to the clinical performance of ceramic restorations.
Keywords: Dental ceramics. Accelerated thermal aging. Surface finishing. Optical properties
of materials.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 PROPOSIÇÃO.........................................................................................................15
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................16
3.1 OBTENÇÃO DOS CORPOS DE PROVA............................................................16
3.2 ACABAMENTO SUPERFICIAL DOS CORPOS DE PROVA........................... 19
3.3 CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO CONFOCAL A
LASER..........................................................................................................................21
3.4 ANÁLISE DE COR................................................................................................22
3.5 ENSAIO DE ENVELHECIMENTO TÉRMICO...................................................24
3.6 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA (MEV)................................................................................................. 24
3.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 24
4 RESULTADOS........................................................................................................25
4.1 AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE EM MICROSCÓPIO
CONFOCAL A LASER...............................................................................................25
4.2 AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DE COR POR ESPECTROFOTÔMETRO...27
4.3 AVALIAÇÃO QUALITATIVA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA (MEV).................................................................................................28
5 DISCUSSÃO.............................................................................................................30
6 CONCLUSÃO..........................................................................................................34
REFERÊNCIAS..........................................................................................................35
11
1 INTRODUÇÃO
já foram finalizadas laboratorialmente. Esses ajustes geralmente são feitos com brocas
diamantadas que removem o glaze e a superfície vitrificada, deixando os poros da cerâmica
em evidência, levando, novamente ao surgimento de superfícies rugosas (WRIGHT et al.,
2004; KOU et al., 2006; MARÇAL, 2018). Restauração com polimento inadequado causam
acúmulo e crescimento de biofilme, facilitando o desenvolvimento de lesões de cárie e doença
periodontal no paciente, além de contribuir para o aumento da incidência de trincas, falhas,
descoloração das restaurações, prejudicando tanto o desempenho destas, quanto os tecidos
adjacentes (CARLÉN et al., 2001; MARÇAL, 2018).
Nesse contexto, observa-se a necessidade de devolver uma lisura à superfície
cerâmica. No entanto, a realização de um novo glazeamento exigiria o retorno das peças para
o laboratório, aumentando o número de sessões clínicas e, consequentemente, o cansaço do
profissional e do paciente (PEREIRA, 2019). Sendo assim, para restaurar o polimento e brilho
das superfícies rugosas é realizado o acabamento e polimento das cerâmicas com polidores
que sejam capazes de devolver às cerâmicas a base de dissilicato de lítio, a superfície lisa que
o glaze tinha proporcionado, criando uma condição em que o cirurgião dentista consiga
realizar a cimentação na mesma sessão clínica, no consultório. (TURKUN; TURKUN, 2003;
PEREIRA, 2019).
O acabamento das restaurações tem como objetivo eliminar irregularidades e alcançar
superfícies lisas (SASAHARA et al., 2006; THOLT et al., 2006). Já o polimento tem como
objetivo aumentar a resistência estrutural e recuperar o brilho da restauração (CAMACHO et
al., 2006). Uma textura de superfície lisa é importante para a cor da restauração (SASAHARA
et al., 2006), uma vez que influenciará diretamente nas propriedades ópticas do material
(KURT et al., 2020). Dessa forma, uma superfície lisa refletirá uma quantidade maior de luz
do que uma superfície rugosa (CAMACHO et al., 2006).
No ano de 1931, a Commission Internationale de l'Eclairage (CIE) desenvolveu um
sistema de classificação de cor e, de forma matemática, criou um padrão para as cores. Após
muitas modificações e melhorias, em 1976, introduziu-se as coodenadas L ∗ a ∗ b ∗,
possibilitando a análise tridimensional da percepção das cores, em que faz-se possível a
especificação de qualquer cor com essas coordenadas (PORTO, 2007).
A axial L é conhecida como luminosidade, e é proporcional ao valor no sistema
Munsell de cor, variando de 0 (preto) a 100 (branco). As outras duas coordenadas a*
e b* são coordenadas de cromaticidade, onde a* corresponde ao eixo vermelho-
verde no sistema de Munsell e b* corresponde ao eixo amarelo-azul, e podem ter
valores de -80 a +80 (PORTO, 2007, p.22).
14
2 PROPOSIÇÃO
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 6 – Barras de dissilicato de lítio com dimensões de 10 mm × 10 mm × 1,5 mm, após o processo de
cristalização, imerso em álcool e limpeza em vibração ultrassônica.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
20
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 10 – Corpos de prova com acabamento superficial e brilho, após a queima do glaze
Fonte: Autor
Para o grupo que teve como acabamento superficial o polimento, foi realizado o
polimento superficial das amostras com kit de borrachas de polimento específico EVE
(Odontomega, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) (Figura 11) e ao final uma pasta de
20
polimento (Pasta Lunar Diamantada, Odontomega, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil),
recomendada pelo
21
fabricante do sistema cerâmico, foi aplicada com escovas de nylon sem irrigação, durante 60
segundos, em toda a superfície da amostra. Para o grupo com a associação de glaze e
polimento foi realizado primeiro o polimento e em seguida o glaze.
Fonte: Autor
Figura 13 – Espectrofotômetro Delta Vista usado para avaliação da estabilidade de cor da amostra.
Fonte: Autor
dispositivo com encaixe automático ao aparelho pela ação de imãs (Figura 14). Este
dispositivo de leitura possui um fundo branco padrão para todas as leituras.
Fonte: Autor
onde ∆L = L*f - L*i; ∆a* = a*f - a*i, e ∆b* = b*f - b*i, sendo L*i, a*i e b*i referidos como
as leituras iniciais, e L*f, a*f, e b*f como leituras finais para coordenadas de cores.
Os valores de cor (∆E) e as mudanças nas coordenadas (∆L*, ∆a* e ∆b*) antes das
amostras serem submetidas ao envelhecimento térmico foram tabulados. Após o ensaio de
envelhecimento térmico, os dados foram novamente coletados para posterior análise
estatística.
4 RESULTADOS
Os dados (média e desvio padrão) para a rugosidade de superfície (µm) antes e após o
envelhecimento térmico acelerado estão presentes na tabela II. A análise estatística
intragrupos, demonstrou haver diferença significante (p < 0,05) para todos os grupos
avaliados antes e após o envelhecimento térmico acelerado. Na análise intergrupos antes do
envelhecimento térmico acelerado, pode-se observar que houve diferenças estatísticas (p <
0,05) para os diferentes tratamentos de superfície, sendo que houve diferenças entre os grupos
GC e GP, GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG. Já na análise intergrupos após o
envelhecimento térmico acelarado, pode-se observar diferenças estatísticas entre os grupos
GC e GG, GC e GPG, GP e GG, GP e GPG.
Tabela II – Dados (média e desvio padrão) para a rugosidade de superfície (µm) antes e após o envelhecimento
térmico acelerado.
Antes Após
Grupos Média (DP) Média (DP)
GC 1,000 (0,565) Aa 3,567 (1,649) Ab
GP 0,114 (0,024) Ba 3,567 (1,649) Ab
GG 2,088 (0,660) Ca 9,358 (1,695) Bb
GPG 2,904 (1,181) Ca 9,728 (0,921) Bb
Fonte: Autor
A análise qualitativa das imagens de microscopia confocal a laser (Figura 15) revelou
um padrão de superfície diferente para cada grupo avaliado antes e após o envelhecimento
térmico acelerado. Comparando os diferentes tratamentos de superfície, observou-se que o
grupo que não recebeu nenhum tipo tratamento de superfície (GC) apresentou uma superfície
irregular e com a presença de pequenos poros, para o grupo com a aplicação do glaze (GG)
observou um aumento expressivo na quantidade e volume dos poros na superfície e uma
textura superficial bem mais irregular quando comparado ao grupo sem tratamento. Para o
grupo com o polimento e posterior aplicação do glaze (GPG), observou menor quantidade de
poros comparado ao grupo com apenas glaze, porém poros aumentado e superfície mais
irregular quando comparado ao grupo sem tratamento. Já no grupo que recebeu apenas o
polimento (GP)
26
como tratamento de superfície, observou-se um a superfície mais uniforme, lisa, polida e com
ausência de porosidades. Quando avaliado a influência do envelhecimento térmico acelerado
em cada grupo observou-se que para todos os grupos alterou-se a superfície do material,
deixando a superfície mais irregular e rugosa quando comparado o antes e o após
qualitativamente.
GC
GP
27
GG
GPG
Fonte: Autor
Tabela III – Dados (média e desvio padrão) para a alteração de cor (∆E) comparando os diferentes tempo antes
e após o envelhecimento térmico acelerado.
GC
GP
GG
GPG
Fonte: Autor
30
5 DISCUSSÃO
aceitáveis, sendo que o grupo GP foi o que apresentou o melhor resultado clinicamente,
certamente sua alteração não seria perceptível a olho nu. Neste estudo, o sistema CIELab foi
escolhido para análise da alteração de cor por meio de coordenadas 3D. Este sistema foi
selecionado porque pode identificar pequenas diferenças de cor e também é usado na
mensuração de propriedades ópticas (ARDU et al., 2010). Um fundo preto foi eleito para
analisar as amostras, visto que o preto representa a situação clínica nos dentes anteriores
(BAGIS; TURGUT, 2013).
A segunda hipótese nula deste estudo foi rejeitada, uma vez que os diferentes
acabamentos superficiais influenciaram na rugosidade de superfície do material de dissilicato
de lítio antes e após o envelhecimento térmico acelerado. Os resultados sugeriram que antes
do envelhecimento térmico acelerado, o grupo GP apresentou menores valores para a
rugosidade superficial, apresentando uma superfície mais lisa e polida sem a presença de
porosidades, sendo estatisticamente diferente dos demais grupos (GC, GG e GPG), sendo que
o grupo GC apresentou uma superfície irregular e pequena quantidade de poros. Já o grupo
GG e GPG além de apresentarem os maiores valores, também apresentaram uma superfície
muito irregular, com quantidade de poros aumentado, além do tamanho dos poros
apresentarem tamanho superior aos apresentados no grupo GC. Após o envelhecimento
térmico acelerado o padrão da superfície do grupo GP se manteve mais regular e com poucos
poros quando comparado aos demais, porém apresentando-se estatisticamente semelhante ao
grupo GC e diferente dos grupo GG e GPG, os quais apresentaram uma superfície ainda mais
rugosa, com grande quantidade de poros, um poro quase que conectado ao outro, o que gerou
uma superfície bem porosa.
Os resultados do presente estudo, para a influência do acabamento superficial,
corroboram com os resultados encontrados por Vasiliu et al. (2020), no qual o polimento
promoveu maior lisura e brilho quando comparado ao glaze. Fato este que pode ser justificado
pelo glaze ser aplicado sobre a superfície em pasta e após ser submetido a queima, o que pode
favorecer a um residual do produto na superfície após a queima que pode ter ocasionado em
um aumento na rugosidade da superfície, enquanto que o polimento pode ter contribuído para
remoção de todas as irregularidades presentes na superfície, deixando-a mais lisa e regular
que o GC que não sofreu nenhum acabamento superficial.
Com relação a influência do envelhecimento térmico acelerado, este promoveu para
todos os grupos um aumento significativo nos valores de rugosidade de superfície. Quando
avaliado as imagens da superfície ficou nítido o efeito térmico na superfície da amostra, foi
31
observado maior quantidade de poros e superfície mais irregular. Sendo que o grupo com
polimento apresentou superfície mais lisa quando comparado aos grupos submetidos a
32
aplicação de glaze, pois o glaze parece degradar durante o teste térmico, como pode ser
observado nas imagens de MEV no presente estudo.
A rugosidade superficial é uma propriedade dos materiais restauradores que influencia
diretamente na formação do biofilme dentário (CASSIRAM, MITSUI, MITSUI, 2019).
Estudos sugerem que a rugosidade de 0,2 μm é considerada ideal para reduzir a proliferação
bacteriana na superfície dos sistemas cerâmicos. Além disso, as fibras sensoriais da língua
conseguem detectar uma rugosidade superficial superior a 0,5 µm o que pode causar
desconforto para o paciente (NEVES, 2022). Logo, a partir da comparação dos resultados do
presente estudo, é possível observar que a média dos valores de rugosidade superficial das
amostras do grupo GG e GPG, antes e após o envelhecimento térmico, estão muito acima do
valor limite para o início do acúmulo de biofilme em restaurações indiretas, facilitando, além
do desenvolvimento de bactérias, a sensibilidade ao toque pela língua do paciente, gerando
maior desconforto e prejudicando a reabilitação no decorrer do tempo na cavidade oral.
Nesse contexto, é de extrema importância a utilização de protocolos para acabamento
superficial, que garantam lisura, brilho e ausência de porosidades à superfície da cerâmica,
uma vez que em superfícies rugosas e irregulares o biofilme forma-se em maior quantidade e
com maior rapidez quando comparado às superfícies lisas, contribuindo para a formação de
lesões de cárie e inflamação dos tecidos gengivais do paciente (CARLEN et al., 2001;
MARÇAL, 2018; CASSIRAM, MITSUI, MITSUI, 2019). Além disso, a existência de
porosidades na superfície da cerâmica prejudica os tecidos adjacentes, mas também o
desempenho dos sistemas cerâmicos, já que favorece a incidência de trincas e falhas da
restauração. Dessa forma, as amostras do grupo GP, que apresentaram média de valores igual
a 0,114µm antes do envelhecimento térmico proporciona melhores resultados, garantindo
maior lisura superficial e consequentemente, reduzindo o acúmulo de biofilme e dificultando
o enfraquecimento da estrutura cerâmica.
Os materiais cerâmicos têm uma microestrutura diferente, tamanho de grão e
distribuição dos grãos. Sua microestrutura diferente tem um impacto significativo em seu
desempenho clínico. Uma ferramenta útil na quantificação da microestrutura e avaliação das
superfícies das amostras de cerâmica é a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). As
imagens de MEV do presente estudo demonstraram diferentes comportamentos nos diferentes
grupos. Observou a formação de poros na superfície dos grupos GG e GPG que podem ser
atribuídas ao produto glaze aplicado na superfície, gerando uma superfície mais irregular
quando comparado aos grupos GC e GP. Avaliando a influência do envelhecimento térmico
acelarado, foi possível observar um padrão de superfície totalmente diferente entre os
33
grupos, sendo que nos grupos GG e GPG foi possível observar lascas na superfície da
cerâmica que podem ser atribuídas a degradação do produto glaze aplicado, além da formação
de vários poros em toda a superfície, o que a deixa com um aspecto mais irregular, fato este
que não foi observado nos grupos GC e GP.
Sendo assim, com os resultados obtidos no presente estudo têm-se que para as
variáveis estudadas: alteração de cor e rugosidade e textura superficial o grupo GP foi o que
apresentou os melhores resultados, por apresentar menor rugosidade de superfície, maior
lisura e regularidade superficial além de apresentar o menor valor numérico para a alteração
de cor, não sendo perceptível ao olho humano. Dessa forma, tem-se que quando corretamente
aplicado, o polimento parece ser um acabamento superficial promissor na reabilitação oral,
pois evita-se a necessidade da utilização do glaze, o que acarreta em não ter que submeter as
peças cerâmicas a queima do glaze. Além disso, elimina-se uma sessão clínica, uma vez que a
peça não terá que retornar ao laboratório de prótese para mais uma aplicação e queima do
glaze em função dos ajustes oclusais necessários pelo profissional, o que irá agilizar o
tratamento, além de aparentemente proporcionar maior longevidade ao tratamento.
Porém, deve-se salientar que este é um estudo in vitro que tem suas limitações. Assim
a extrapolação dos achados deste estudo deve ser cautelosa, sugerindo novas pesquisas com o
polimento como acabamento superficial dos diversos sistemas cerâmicos disponíveis no
mercado.
34
6 CONCLUSÃO
Diante da metodologia empregada e com base nos resultados obtidos foi possível
concluir que o grupo GP apresentou os melhores resultados para rugosidade e textura
superficial, além de bons resultados para a alteração de cor após o envelhecimento térmico
acelerado. Sendo este um resultado promissor que pode contribuir para o desempenho clínico
das restaurações cerâmicas.
35
REFERÊNCIAS
ARDU, S. et al. A long-term laboratory test on staining susceptibility of esthetic composite
resin materials. Quintessense International. [S.L.], p. 695-702. set. 2010. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20657860/. Acesso em: 9 maio 2023.
BORBA, M. et al. Effect of different aging methods on the mechanical behavior of multi-
layered ceramic structures. Dental Materials, [S.L.], v. 32, n. 12, p. 1536-1542, dez. 2016.
Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.dental.2016.09.005. Acesso em: 9
maio 2023.
CAMACHO, G. B. et al. Surface roughness of a dental ceramic after polishing with different
vehicles and diamond pastes. Brazilian Dental Journal, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 191-194, 2006.
FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-64402006000300003.
Acesso em: 9 maio 2023.
CARLÉN, A. et al. Surface characteristics and in vitro biofilm formation on glass ionomer and
composite resin. Biomaterials, [S.L.], v. 22, n. 5, p. 481-487, mar. 2001. Elsevier BV.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0142-9612(00)00204-0. Acesso em: 9 maio 2023.
GUESS, P. C. et al. All-Ceramic Systems: laboratory and clinical performance. Dental Clinics
Of North America, [S.L.], v. 55, n. 2, p. 333-352, abr. 2011. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.cden.2011.01.005. Acesso em: 9 maio 2023.
INCESU, E.; YANIKOGLU, N. Evaluation of the effect of different polishing systems on the
surface roughness of dental ceramics. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 124, n.
1, p. 100-109, jul. 2020. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2019.07.003. Acesso em: 9 maio 2023.
KILINC, H. et al. Optical behaviors of esthetic CAD-CAM restorations after different surface
finishing and polishing procedures and UV aging: an in vitro study. The Journal Of
Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 120, n. 1, p. 107-113, jul. 2018. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2017.09.019. Acesso em: 9 maio 2023.
KIM, I-J. et al. Effect of the surface topography on the color of dental porcelain. Journal Of
Materials Science: Materials in Medicine, [S.L.], v. 14, n. 5, p. 405-409, 2003. Springer
Science and Business Media LLC. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1023/a:1023206716774.
Acesso em: 9 maio 2023.
KOU, W. et al. Surface roughness of five different dental ceramic core materials after grinding
and polishing. Journal Of Oral Rehabilitation, [S.L.], v. 33, n. 2, p. 117-124, fev. 2006.
Wiley. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2842.2006.01546.x. Acesso em: 9 maio
2023.
KURT, M. et al. Effects of glazing methods on the optical and surface properties of silicate
ceramics. Journal Of Prosthodontic Research, [S.L.], v. 64, n. 2, p. 202-209, abr. 2020.
Japan Prosthodontic Society. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpor.2019.07.005.
Acesso em: 9 maio 2023.
LAI, Y-L. et al. In vitro color stability, stain resistance, and water sorption of four removable
gingival flange materials. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 90, n. 3, p. 293-300,
set. 2003. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0022-3913(03)00432-3.
Acesso em: 9 maio 2023.
LEE, Y-K. et al. Effect of surface conditions on the color of dental resin composites. Journal
Of Biomedical Materials Research, [S.L.], v. 63, n. 5, p. 657-663, 2002. Wiley. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.1002/jbm.10383. Acesso em: 9 maio 2023.
MA, L. et al. Load-bearing properties of minimal-invasive monolithic lithium disilicate and
zirconia occlusal onlays: finite element and theoretical analyses. Dental Materials, [S.L.], v.
29, n. 7, p. 742-751, jul. 2013. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.dental.2013.04.004. Acesso em: 9 maio 2023.
MACIEL, L. C. et al. Influence of polishing systems on roughness and color change of two
dental ceramics. The Journal Of Advanced Prosthodontics, [S.L.], v. 11, n. 4, p. 215, 2019.
The Korean Academy of Prosthodontics. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.4047/jap.2019.11.4.215. Acesso em: 9 maio 2023.
MATZINGER, M. et al. Polishing effects and wear performance of chairside CAD/CAM
materials. Clinical Oral Investigations, [S.L.], v. 23, n. 2, p. 725-737, 16 maio 2018. Springer
Science and Business Media LLC. Disonível em: http://dx.doi.org/10.1007/s00784-018-2473-3.
Acesso em: 9 maio 2023.
OZDOGAN, A.; DUYMUS, Z.Y. Investigating the Effect of Different Surface Treatments on
Vickers Hardness and Flexural Strength of Zirconium and Lithium Disilicate
Ceramics. Journal Of Prosthodontics, [S.L.], v. 29, n. 2, p. 129-135, jul. 2018. Wiley.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/jopr.12939. Acesso em: 9 maio 2023.
PIEGER, S; SALMAN, A; BIDRA, A. S.. Clinical outcomes of lithium disilicate single crowns
and partial fixed dental prostheses: a systematic review. The Journal Of Prosthetic Dentistry,
[S.L.], v. 112, n. 1, p. 22-30, jul. 2014. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2014.01.005. Acesso em: 30 maio 2023.
POOLE, S. F. et al. Physical properties of conventional and monolithic yttria-zirconia materials
after low-temperature degradation. Ceramics International, [S.L.], v. 45, n. 16, p. 21038-
21043, nov. 2019. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ceramint.2019.07.012. Acesso em: 9 maio 2023.
RUYTER, I.E..; NILNER, K.; MÖLLER, B.. Color stability of dental composite resin
materials for crown and bridge veneers. Dental Materials, [S.L.], v. 3, n. 5, p. 246-251, out.
1987. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/s0109-5641(87)80081-7. Acesso
em: 9 maio 2023.
SAILER, I. et al. A systematic review of the survival and complication rates of all-ceramic and
metal-ceramic reconstructions after an observation period of at least 3 years. Part II: fixed
dental prostheses.. Clinical Oral Implants Research, [S.L.], v. 18, p. 86-96, jun. 2007. Wiley.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0501.2007.01468.x. Acesso em: 9 maio 2023.
SARAC, D. et al. The effects of porcelain polishing systems on the color and surface texture of
feldspathic porcelain. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 96, n. 2, p. 122-128,
ago. 2006. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2006.05.009.
Acesso em: 9 maio 2023.
SEGHI, R.R.; HEWLETT, E.R.; KIM, J.. Visual and Instrumental Colorimetric Assessments of
Small Color Differences on Translucent Dental Porcelain. Journal Of Dental Research,
[S.L.], v. 68, n. 12, p. 1760-1764, dez. 1989. SAGE Publications. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1177/00220345890680120801. Acesso em: 9 maio 2023.
SOARES, P. V. et al. Reabilitação Estética do Sorriso com Facetas Cerâmicas Reforçadas por
Dissilicato de Lítio. Revista Odontológica do Brasil Central, Uberlândia, v. 21, n. 58, p. 538-
543, 9 out. 2012. Disponível em:
https://www.robrac.org.br/seer/index.php/ROBRAC/article/view/656. Acesso em: 09 mar.
2023.
STOBER, T; GILDE, H; LENZ, P. Color stability of highly filled composite resin materials for
facings. Dental Materials, [S.L.], v. 17, n. 1, p. 87-94, jan. 2001. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/s0109-5641(00)00065-8. Acesso em: 9 maio 2023.
STUDART, A.R. et al. In vitro lifetime of dental ceramics under cyclic loading in
water. Biomaterials, [S.L.], v. 28, n. 17, p. 2695-2705, jun. 2007. Elsevier BV. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.biomaterials.2006.12.033. Acesso em: 9 maio 2023.
THOLT, B. et al. Surface Roughness in Ceramics with Different Finishing Techniques Using
Atomic Force Microscope and Profilometer. Operative Dentistry, [S.L.], v. 31, n. 4, p. 442-
449, 1 jul. 2006. Operative Dentistry. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2341/05-54. Acesso
em: 9 maio 2023.
TÜRKÜN, L.S.; TÜRKÜN, M. The effect of one-step polishing system on the surface
roughness of three esthetic resin composite materials. Operative Dentistry. Izmir-Turkey, p.
203-211. nov. 2003.
VASILIU, R-D. et al. Effect of Thermocycling, Surface Treatments and Microstructure on the
Optical Properties and Roughness of CAD-CAM and Heat-Pressed Glass Ceramics. Materials,
[S.L.], v. 13, n. 2, p. 381, 14 jan. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ma13020381.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31947634/. Acesso em: 9 maio 2023.
WRIGHT, M. D. et al. Comparison of three systems for the polishing of an ultra-low fusing
dental porcelain. The Journal Of Prosthetic Dentistry, [S.L.], v. 92, n. 5, p. 486-490, nov.
2004. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.prosdent.2004.07.021. Acesso
em: 9 maio 2023.
ZARONE, F. et al. Current status on lithium disilicate and zirconia: a narrative review. Bmc
Oral Health, [S.L.], v. 19, n. 1, p. 1-14, 4 jul. 2019. Springer Science and Business Media
LLC. http://dx.doi.org/10.1186/s12903-019-0838-x.
40
ANEXO