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Belle Époque a Bangu: o industrial e a modernidade suburbana carioca

(1903 – 1919)

Vitor Guilherme G. B. de Almeida1


vitor.historia88@gmail.com

Este artigo tem o objetivo de estabelecer um ensaio acerca do período em que o espanhol João
Ferrer ocupou um dos postos de direção da Companhia Progresso Industrial do Brasil (CPIB),
empresa responsável pela Fábrica de Tecidos Bangu. Como um de seus proprietários, investiu
na transformação espacial – e, consequentemente, social e cultural - do território em que o
empreendimento fabril se estabeleceu, tornando não só a Fábrica como tudo aquilo dentro de
seus limites exemplo de progresso naquele período. Para esta pesquisa serão utilizadas fontes
da imprensa carioca e fluminense da época em que Ferrer ficou à frente da Fábrica.
Entendemos que tais publicações nos dão panorama necessário para entendermos as relações
sociais, políticas e econômicas estabelecidas por Ferrer e como estes veículos de comunicação
descrevem questões materiais e imateriais ligadas à empresa, à Fábrica e aos impactos
estéticos, sociais e culturais transmitidos a operários e visitantes.

Palavras-chave: Rio de Janeiro; industrialização; João Ferrer; Belle Époque; Bangu.

Introdução

A escolha do objeto – a Fábrica de Tecidos Bangu – foi levantada para a pesquisa


de mestrado no Programa de Pós-graduação em História Social do Território da UERJ-FFP2
quando ainda terminava a graduação. A temática das reformas urbanas impostas sobre ao Rio
de Janeiro na primeira década do século XX suscitaram diversas questões acerca do
estabelecimento, de fato, de uma belle époque na capital do então Distrito Federal e
principalmente os avanços da urbanização rumo aos arrabaldes, constituindo os chamados
subúrbios.
Como conclusão da pesquisa, verificamos que o surgimento de uma “bela época”
em Bangu, com a chegada da Fábrica no local de predomínio social e espacial rural,

1 Graduado no curso de licenciatura em História pela Fundação Educação Unificada Campograndense –


FEUC; Mestre em História Social do Território pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP.
2 ALMEIDA, Vitor. A Cidade, a Freguesia e a Fábrica: a belle époque suburbana e a industrialização na
freguesia de Campo Grande (1889-1914). Dissertação (Mestrado em História Social), Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de Professores, São Gonçalo, 2020.

1
estabeleceu uma ambivalência que permitiu o convívio, no mesmo espaço, de atividades
rurais e urbanas, encabeçadas pela inserção de um fator ligado à modernidade – a fábrica – e
os consequentes impactos dessa modernização no local, através da criação de um clube de
futebol, um grêmio literário, um cassino e outras atividades ligadas ao cotidiano de controle e
estabelecimento de uma ordem fabril sobre o corpo operário. Portanto, como foi discutido ao
longo da pesquisa, verificamos que a belle époque suburbana, em Bangu, aconteceu de forma
singular pelas características particulares de promover a convivência do tradicional e do
moderno em um mesmo espaço geográfico, enquanto a cerca de 30 km de distância, o
epicentro das ordenações modernizantes revirava costumes e o espaço urbano e social da
cidade.
A partir destas observações, iniciaremos apontamentos a respeito da trajetória de
João Ferrer à frente da empresa. É observado pelo professor Márcio Piñon de Oliveira (2010)
o quanto, a partir de 1904, as mudanças na orientação da CPIB acontecidas um ano antes
praticam ações de modernização do espaço. O período, coincide com a chegada de Ferrer na
direção da Fábrica,. Esse novo momento é a passagem definitiva para o estabelecimento
capilarizar sua influência não só de forma espacial, como também social e cultural em seus
arredores, tornando-se uma “cidade-fábrica” (OLIVEIRA, 2010; p. 113).
Ensejando tais transformações, as orientações que partiam desta nova
administração amplia a construção de imóveis residenciais e comerciais, fomenta a
participação desportiva, musical e literária, além de trazer novos formatos sobre a geografia
local. Segundo Oliveira,

“A urbanização, que seria o ponto alto dessas transformações, teve início em


1907. Começou justamente pelas estradas e caminhos já existentes, usados
para transporte por carros de boi. (…) O traçado dessas ruas deu origem a
quadras cujos terrenos mantêm, por um lado, uma simetria com a fábrica e a
vila operária e, por outro, com a estação de Bangu e a estrada de ferro,
compondo um padrão ortogonal de ‘tabuleiro de xadrez’ alinhado com a
fábrica, a vila, a estação e a ferrovia.” (OLIVEIRA, 2010; p. 114)

O apelo às delimitações e ordenações espaciais trazem, também, uma


representação de ordenamento social característico do período. Como aponta David Harvey
(1992), uma tirania da linha reta influencia nos ajustes e práticas diárias de uma sociedade
moderna, entrecruzando sentidos de tempo pautados pelo desejo de progresso e criando uma
sensação de segurança escorada em movimentos cíclicos “do café da manhã e da ida ao

2
trabalho a rituais sazonais como festas populares, aniversários, férias, aberturas das
temporadas esportivas” (HARVEY, 1992; pp. 187-190).
No caso de Bangu, o resultado de sua transformação paisagística é destaque nos
principais jornais da época, com importantes parágrafos a serem apontados, como em A
Notícia. Em sua coluna com título “Bangu – uma cidade rural”, o jornal diz:

“(…) Possuindo prédios de moderna arquitetura e em não pequeno


número, esta localidade é um poderoso núcleo industrial e comercial.
Dotada de bem alinhadas ruas e estradas, Bangu oferece, a quem a
visita, agradabilíssimo aspecto, causando ótima impressão a quem
desembarca na gare da respectiva estação da Estrada de Ferro Central
do Brasil, que é uma das mais elegantes, asseadas, higiênicas e bem
iluminadas da nossa primeira via férrea.”3

Adjetivos espetaculosos e frases de efeito acerca do impacto visual causado pelas


obras urbanísticas e de arquitetura sobre Bangu são encontrados em outros momentos pelos
periódicos ao longo do período, descrevendo não só os aspectos urbanos e estéticos4, como
também a imponência da própria fábrica disposta no contexto industrial do momento5.
Elencados argumentos introdutórios para justificar nossas investidas sobre o tema,
é preciso destacar, por último, que a percepção da ambivalência feita em pesquisa anterior já
apontada encontra respaldo para desdobramento em novos estudos a partir obra do sociólogo
Zygmunto Bauman (1999). Tendo como percepção que a belle époque suburbana traduzida
em Bangu precisou uma característica ambígua por permitir, lado a lado, iniciativas modernas
e tradicionais6, Bauman nos auxilia a perceber o que ele chama de busca pela ordem ao traçar
uma das características da modernidade e sua incessante busca pelo domínio das
ambivalências através de uma ordem:

“(…) A luta pela ordem não é a luta de uma definição contra outra, de uma
maneira de articular a realidade contra uma proposta concorrente. É a luta da
determinação contra a ambiguidade, da precisão semântica contra a
ambivalência, da transparência contra a obscuridade, da clareza contra a
confusão. A ordem como conceito, como visão, como propósito, só poderia

3 A Notícia, 4 e 5 de Novembro de 1909, p. 2.


4 “Bangu, a salubérrima e formosa localidade suburbana (...)”. Jornal do Brasil, 12 de Maio de 1910, p. 7.
5 “A Fábrica de Bangu é a expressão mais forte da iniciativa particular e figura no primeiro plano entre os
estabelecimentos desta natureza na América do Sul”. Jornal do Comércio – Edição da Tarde, 30 de Junho
de 1916, p. 4.
6 “Foi ainda nesse ano [1904] que a administração da fábrica destinou uma área para a criação de um mercado
permanente, onde os rendeiros e pequenos produtores rurais do lugar poderiam vender seus produtos”.
OLIVEIRA, Márcio Piñon, op. cit., p. 113.

3
ser concebida para discernimento da ambivalência total, do acaso do caos. A
ordem está continuamente engajada na guerra pela sobrevivência”
(BAUMAN, 1999; p. 12)

Tendo essa percepção, podemos, por ora, traçar o caminho que seguiremos para
descrever como os esforços da administração de João Ferrer elevaram Bangu ao que páginas
de periódicos apontavam com surpresa e adjetivos positivos em consonância com os desejos
da modernidade e seus consequentes progressos técnicos e científicos. Também traçaremos os
caminhos do diretor entre a sociedade carioca e fluminense, o que pode auxiliar a entender
suas atitudes não só para a urbanização de Bangu, como também seu incentivo ao esporte,
cultura e lazer naquela localidade, construindo, assim, uma importante hipótese para
desenvolvimento futuro, acerca de como todo o esforço da empresa no local tornou o
empreendimento e seu espaço geográfico e social agregado em uma vitrine moderna. É
importante trazer, nesta mesma esteira, os descritos jornalísticos a respeito das relações do
operariado para com Ferrer, assim como suas relações políticas e econômicas para dinamizar
nossos objetivos.

Primus Inter Pares: João Ferrer e a Belle Époque suburbana de Bangu

“O sr. João Ferrer é um industrial inteligente e ativo, dotado de um coração


sensível e de uma alma simples, que lhe vale bem a estima de que goza no
meio daquele núcleo de operários que, satisfeitos e risonhos, trabalham
debaixo de sua administração. O Bangu, que antes de ser confiado a esse
benemérito, era um foco de sapos, mosquitos, cobras e miasmas, está hoje
transformado, graças ao seu esforço, ao seu grande valor administrativo, em
verdadeira cidade”7

O trecho destacado da coluna Nos Subúrbios do jornal A Época descreve o


sentimento de uma época cuja tradução se reflete na acelerada transformação tecnológica e
dos exemplos a serem expostos como superação do atraso. Bangu, sob a administração de
João Ferrer, transformara-se em uma cidade, onde o ritmo de vida era ditado pelo apito da
imponente fábrica de tecidos e a urbanização contrastava com a realidade de seus arredores
rurais da freguesia de Campo Grande, onde começou a ser instalada a partir de 1889.
O espanhol assumiu um dos postos de diretoria da Fábrica em 1903. Entretanto,
sua relação com a CPIB era anterior quando era sócio da Companhia Indústria e Comércio de
Papéis Pintados. Em 1901, ocupa o posto de tesoureiro da Fábrica Bangu até chegar ao
7 A Época, 8 de Setembro de 1913, p. 6.

4
referido posto de diretoria (SEVERINO, 2015; pp. 133-152). Tal descrição da vida de Ferrer
diante do comando da Fábrica nos auxilia a perceber sua visão modernista como um vivente
na questão dos progressos, tendo experiência em uma sociedade industrial.
O ritmo acelerado de tais transformações destacava, dia após dia, desde 1903, a
chegada de Bangu nos requintes da modernidade. A inauguração do botequim do operário
Chico Porteiro, “o operário mais popular e mais querido entre os seus companheiros”,
explicita os novos ares da localidade, motivo de destaque em uma coluna do jornal A
Imprensa:
“O estabelecimento do ‘Chico’ pode rivalizar vantajosamente com os seus
congeneres da Capital Federal, pois nele, além do gosto artístico aprimorado,
encontram os fregueses o melhor café, as melhores bebidas e comedorias
preparadas à la minute”.

Reflexo dos caminhos que tomavam Bangu, rumo à modernidade e à


modernização de seu espaço, e que, segundo a mesma coluna, “dia para dia, vai num
crescendo fantástico de melhoramentos e assim não duvidamos que, em época muito próxima,
venha a ser o primus inter pares de todos os subúrbios do Rio de Janeiro”8.
O espaço de tempo entre uma fonte e outra confirma a linearidade do pressuposto
para a época: o progresso material como chave de superação de um passado ainda presente
traz o tom que se dá durante a chamada Belle Époque, período em que uma ideia de sociedade
era superada por um outro modelo de vida, caracterizado por avanços técnicos, tecnológicos e
artísticos. A importação dessa ideia é transmitida por países centrais na esteira da Segunda
Revolução Industrial; Inglaterra e França encabeçam a influência sobre o mundo que
receberia suas investidas verticais sobre os territórios de outros países na busca de uma
harmonia de regras para o novo momento do capitalismo, caracterizado pelas grandes
indústrias. Segundo Renato Ortiz (1991 apud JÚNIOR e FERNANDES; 2013), é o momento
em que a França se torna uma sociedade moderna.

Seria, esta, um refluxo de uma época que, ao mesmo tempo, trazia o fim de
uma civilização, e portava os germes de que, a partir dali, nascia a nova
sociedade francesa. A ideia de uma Idade de Ouro só veio posteriormente;
os que ali viviam não entendiam dessa forma, mas como um momento de
declínio (JÚNIOR, FERNANDES; 2013, p. 20).

8 A Imprensa, 23 de Maio de 1909, p. 4.

5
O declínio apontado por uma sociedade conservadora em seus estamentos e ritmos
de vida tradicionais nada mais era do que os avanços tecnológicos inerentes ao momento. É
como dito nas palavras de Marshall Berman (1986) a respeito do turbilhão que tragava todos
aqueles dispostos sobre o espaço que sofria as mudanças da modernidade:

“A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras


geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia: nesse
sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é
uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade; ela nos despeja a todos
num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e
contradição, de ambiguidade e angústia. Ser moderno é fazer parte de um
universo no qual, como disse Marx, ‘tudo o que é sólido se desmancha no
ar’”. (BERMAN, 1986; p. 15).

Importante notar através desta explanação que os rumos de Bangu para ser um
primus inter pares de todo os subúrbios do Rio de Janeiro nos leva a pensar, de forma
preliminar, nas transformações espaciais que se deram no local em comparação a outros
pontos dos chamados subúrbios da cidade. Entre 1890 e 1906 notamos que a população das
zonas suburbanas salta de 92.906 para 185.687 habitantes, um crescimento de 50,03%,
enquanto a população total da cidade, no mesmo período, passava de 522.561 para 811.443
habitantes, um aumento de 55,26% na população carioca total. Suburbanos representavam, em
1890, 17,77% da população da cidade e, em 1906, 22,88%. Em termos de comparação, em
relação a população total da cidade, os subúrbios ampliaram sua demografia em 32% 9,
mostrando a migração das áreas urbanas para seus arrabaldes impulsionada por fatores como
aumento do custo de vida nas áreas centrais urbanizadas, ampliação do transporte e
disponibilidade de lotes de terras onde antes eram dispostas amplas fazendas e chácaras de
uma aristocracia fundiária.
Entre as três freguesias que mais expandiram sua população acima ou próximo
dos 100% entre 1890 e 1906 estão Inhaúma (292,92%), Irajá (108,76%) e Campo Grande
(95,91%)10. As reformas urbanas impostas por Rodrigues Alves e Francisco Pereira Passos nas
áreas centrais e a urbanização de áreas suburbanas, além dos loteamentos já citados,
favoreceram a busca pela alocação nas freguesias imediatas (Inhaúma e Irajá). Não a toa seu
número destacado na ampliação de sua população. Mas, quando nos deparamos com a
freguesia de Campo Grande, não nos foge da ideia a atração populacional propagada pelo

9 Recenseamento de 1906, p. 24. Documento disponível no site do IBGE.


10 Ibdem.

6
estabelecimento da Fábrica de Tecidos Bangu na região, uma vez que o empreendimento
despendeu investimentos em busca de mão de obra e sua manutenção nos em seus arredores
através de sua primeira vila operária, entregue junto quando se deu a inauguração definitiva
da fábrica, em 1893.
Neste contexto, diante das transformações urbanas e estéticas impostas ao espaço
referente à propriedade da Companhia Progresso Industrial do Brasil, os relatos que surgiram
em colunas de jornais dão a dimensão da magnitude que o empreendimento ganhava com o
passar dos anos, sempre destacando as pompas de eventos e inaugurações que aconteciam na
localidade, como quando, em 1904, “esta pitoresca povoação se vestiu de festivas galas, no
dia 18 do corrente, para receber condignamente o venerado Sr. Arcebispo D. Joaquim
Arcoverde”, recebido na estação por João Ferrer. Os reflexos dos acontecimentos se refletiam
no espaço público e principais pontos da localidade11.
As multidões e a grandeza do estabelecimento fabril também são marcas de uma
modernidade pesada (BAUMAN, 2001), para se estabelecer através de um de domínio
territorial que transforma paisagens e transpõe barreiras. Não a toa a Fábrica de Tecidos
Bangu será roteiro de visitas e excursões diversas12. E é aqui, neste ponto, que chamamos
atenção para uma hipótese para o trato de João Ferrer à localidade: a espetacularização do
local para firmar-se entre a sociedade burguesa industrial que emergia na cidade desde as duas
últimas décadas do século XIX. Os relatos da imprensa da época nos dão respaldos que serão
debatidos no avançar da pesquisa. Dentre eles, a descrição retirada da visita do comandante
do navio português Pátria, ancorado cais da cidade naquele ano. Dentre as autoridades que
recepcionam o comandante, está João Ferrer. A Gazeta de Notícias de 11 de Outubro de 1905
descreve a visita do “sr. capitão tenente Silva Ribeiro, comandante da canhoneira Pátria” a
Bangu. Destaca-se o aspecto do edifício, que “era encantador, todas as suas paredes internas e
externas estando belamente decoradas”. Diante da exposição foi notado, do mesmo modo, “o

11 “As ruas, caprichosamente ornamentadas, sob a direção do sr. Joseph Pellegren, apresentavam belíssimo
aspecto (…) A multidão se aglomerava nas imediações da estação (...)”. Jornal do Brasil, 23 de Setembro
de 1904, p. 5.
12 “Depois que João Ferrer começou a fazer a urbanização do bairro -, revogando, inclusive, uma ‘infeliz
proibição do sr. Eduardo Gomes Ferreira” que impedia particulares de construir casas de alvenaria e cobertas
de telhas em terrenos da fábrica -, Bangu passou a servir de rota “turística”para visitantes ilustres e políticos
nacionais e estrangeiros. Junto com os “figurões”, no mesmo trem especial, vinham os fotógrafos e os
representantes de jornais como O Paiz, Correio da Manhã, Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Gazeta de
Notícias” (SEVERINO, 2015; p. 151).

7
extraordinário asseio e perfeita ordem que predomina naquele estabelecimento industrial e
admirando os seus maquinismos aperfeiçoados”13.
Outro relato é de uma longa coluna dedicada a Bangu, em 27 de Setembro de
1907, no Diário da Tarde, do Paraná. Intitulada “Uma grande indústria nacional”14, a escrita
é consequência de como o político francês, futuro presidente do país, Paul Doumer, e o futuro
prefeito da capital federal, Serzedelo Correia, se surpreendem com o impacto causado pelo
tamanho da Fábrica e suas imediações – tamanho não apenas no sentido de dimensão, mas
também os elementos de destaque que despertaram atenção nos ilustres visitantes. Correia
compara a Fábrica Bangu com os grandes empreendimentos fabris europeus na Inglaterra,
França e Alemanha, quando de sua visita ao continente, “não encontrando um só que em
perfeição e asseio excedesse a grande fábrica nacional”. Assim o fez Doumer, cheio de
entusiasmo “pelo quanto observara nesse estabelecimento modelo que disse não temer a
concorrência dos mais importantes do mundo”. E, se duas figuras de destaque na vida de seus
países visitaram o local, o jornal também o faria, enviando correspondente para ir até Bangu
verificar a localidade onde foram “recebidos mui amavalmente pelo sr. João Ferrer, diretor
secretário, um distinto e operoso cavalheiro a quem o estabelecimento deve em grande parte o
estado de grandeza e prosperidade em que atualmente se encontra”.
Vale destacar desta visita as descrições estéticas do local para observarmos a
surpresa com o impacto visual das transformações feitas no espaço por parte do jornalista:

“É o Bangu um núcleo de aparência e caráter absolutamente industriais onde


se erguem em conceito com o estabelecimento fabril centenas de elegantes
habitações, confortáveis e caprichosamente edificadas e de propriedade
também da companhia industrial. O aspecto de todo esse conjunto,
simetricamente recortado de amplas e graciosas avenidas, larga e fartamente
iluminadas à luz elétrica, semeado de encantadores jardins com os seus
canteiros policromos e cheios de viço, impressiona de tal forma o visitante
que ele, nesse momento de extase ante a beleza sedutora da pequenina
cidade, bem poderia esquecer, eu creio, aquilo que de mais admirável e
interessante o havia trazido ali: a fábrica e as suas dependências”15.

13 Gazeta de Notícias, 11 de Outubro de 1905, p. 2.


14 Jornal da Tarde (PR), 27 de Setembro de 1907, p. 1.
15 Depois de dar detalhes sobre o maquinário, espaço fabril e corpo operário, segue a descrição do espaço
quando decide visitar o restante da vila “realmente pitoresca, com suas vivendas elegantes e confortáveis”.
No passeio, foram “introduzidos no teatro, construído especialmente para recreio dos mesmos [operários], e
podemos desinteressadamente afirmar que é um dos primeiros do Rio. O Club Banguense possui uma banda
de música excelente que tem merecido de pessoas competentes as melhores referências. Um sem número de
outras divisões como jardins, campos para jogos esportivos e etc, a vila do Bangu possui um magnífico
serviço de iluminação pública e particular, canalização d’água e esgotos, o que bem poderá por desde logo
em evidência os ingentes esforços tão dignos de aplausos de seus operosos proprietários”, Diário da Tarde,
idem.

8
Outras tantas descrições nesse sentido foram feitas ao longo do período, sempre
fazendo menção a João Ferrer como um homem cordial, sintonizado com os avanços
tecnológicos e gostos estéticos de seu tempo. Os relatos das recepções proporcionadas por
Ferrer e o corpo de diretores a personalidades e grupos diversos que visitavam o local
mostravam que sua figura aparecia constantemente ligada às transformações e avanços
proporcionados, quando da visita do Ministro da Fazenda e Indústria, em 190816, ou do
conselheiro e estadista português Martins de Carvalho, em 1911, “por convite gentil da
Diretoria”17.
Em pesquisa sobre o operariado da Fábrica de Tecidos Bangu, Carlos Molinari
Rodrigues Severino (2015) dedica um dos tópicos às análises sociais e relacionamentos
costurados por João Ferrer no período. O historiador mostra o quanto o círculo de
personalidades que visitavam o local era vasto18. Notamos, com isso, de forma preliminar, o
que já tínhamos levantado de forma hipotética como caminho a ser trilhada nas percepções
acerca do uso da Fábrica e seus arredores como uma vitrine para o produto a ser exposto: a
grandeza do empreendimento, o investimento no ordenamento urbano local, suas opções de
lazer, o aparente conforto das casas operárias, o número de estabelecimentos comerciais que
brotavam na localidade, o tamanho do seu plantel de máquinas e do corpo operário local.
Tudo isso nos faz reivindicar as análises de Edward Thompson (1998) sobre a
materialização do poder de forma teatral diante de uma plateia a ser impressionada e
impressionável pela gentry inglesa do século XVIII. A demonstração de força era exposta na
simbologia dos ritos e aparições públicas, de forma a estabelecer espaço dentro de um sistema
de relações sociais e políticas. Para Thompson, os “patrícios” agiam de forma teatral:

16 “Os excursionistas, recebidos muito afetuosamente na estação pelo secretário, sr. João Ferrer e todos os
chefes de serviço, espalharam-se logo pelas alamedas do vasto parque que borda a grande fábrica. De ano
para ano esse belo logradouro se vai tornando cada vez mais pitoresco e agradável (...)” Jornal do
Commercio, 11 de Novembro de 1908, p. 3.
17 “Nada falta à bela cidade, movimentada, com suas ruas largas, arborizadas e parques iluminados à luz
elétrica, com casas confortáveis, escolas, teatro, igreja, farmácia, médicos, armazéns e jogos diversos”,
Jornal do Commercio Edição da Tarde, 3 de Julho de 1911, p. 3.
18 “Dessa forma, a convite de João Ferrer, passaram por Bangu os presidentes Rodrigues Alves, em 11 de
outubro de 1906, Nilo Peçanha, em 23 de outubro de 1909, Hermes da Fonseca, em 14 de novembro de 1910
(um dia antes de sua posse). Os ministros do governo Affonso Penna, David Campista (da Fazenda) e
Miguel Calmon (da Viação e Obras Públicas), em 10 de novembro de 1908, o prefeito Souza Aguiar
acompanhado de seu secretário Olavo Bilac, em 28 de abril de 1908. O político francês Paul Doumer, em 9
de setembro de 1907, o embaixador francês Georges Clemenceau, em 4 de outubro de 1910, os oficiais
portugueses da Canhoneira ‘A Pátria’, em 10 de outubro de 1905 e até mesmo a tripulação dos navios
Lodore e Marion Joseph da Marinha Mercante Britânica, que foram ao bairro jogar uma partida de futebol
contra o time do Bangu, em 10 de setembro de 1905” (SEVERINO, 2015; p. 152)

9
“Ao desempenhar essas funções [justiça e ocasiões de clientelismo popular],
a sua visibilidade era formidável, assim como as formidáveis mansões
impunham sua presença, afastadas da aldeia ou da cidade, mas vigiando-as.
Suas aparições em público tinham muito da estudada representação teatral.
(…) E, de vez em quando, havia a oportunidade de um cerimonial mais
amplo, que tinha funções paternalistas (…). Uma grande parte da política e
da lei é sempre teatro. Uma vez ‘estabelecido’ um sistema social, ele não
precisa ser endossado diariamente por exibições de poder. (…) O que mais
importa é um continuado estilo teatral.” (THOMPSON, 1998; p. 48)

Diante dos convites às excursões para exposição da Fábrica e sua “pequena


cidade” que formava ao redor, Ferrer cumpria seu papel teatral não só dentro do sistema
industrial carioca, como também diante de autoridades e dos próprios operários. Bangu surge
no interior da freguesia de Campo Grande como um expoente do progresso para qual estava
destinada a humanidade nos tempos da Belle Époque. Lado a lado com uma paisagem
bucólica, ainda dispondo de atividades estritamente agropastoris, a Fábrica despontava com
toda sua simbologia e representação de novos tempos. Por isso, o trecho destacado de
Thompson nos ajudará no ensaio de análise da vida social do diretor, descrita nas colunas
sociais da imprensa da época, para buscarmos entender como esse personagem transitava
pelos diversos círculos que compunham a sociedade carioca – e também brasileira – a partir
de seu desempenho como diretor fabril.

Máquinas, salões, banquetes e operários: o industrial em dois tempos

A edição referente aos meses de Maio e Junho de 1911 da revista A Faceira traz
em sua página 31 a imagem de uma casa imponente na esquina da Rua Paisandú, número 1,
no Flamengo19. Naquele tempo, a casa ficava à beira da enseada. Era a residência de João
Ferrer, distante cerca de 42 km da Fábrica de Tecidos Bangu, aos fins de semana. Nas
palavras de Carlos Molinari Rodrigues Severino,

Ferrer, que durante a semana morava numa residência destinada ao diretor-


gerente, conhecido popularmente como “chalé dos ingleses”, construído em
1900 nas terras da antiga Fazenda do Retiro, na Estrada do Engenho, nos
finais de semana ia para sua casa na Rua Paysandu no 1, de frente à praia do
Flamengo. (SEVERINO, 2015; p.153)

Sustentamos que as amplitudes das relações sociais e políticas de João Ferrer são
consequências da produção espacial e dos investimentos tecnológicos impostos a Bangu. É
19 A Faceira – Culto à Mulher, edição mensal Maio/Junho de 1911, p. 31.

10
assim que Ferrer aparece nas colunas sociais da imprensa da época entre personalidades de
sobrenome destacado dentro da burguesia brasileira em evento de corrida de cavalos, em
Petrópolis20 e como frequentador dos eventos de Belas Artes que acontecem na capital21.
Assim também frequenta o garden party oferecido pelo então presidente Nilo Peçanha em
homenagem ao comércio e à indústria do Brasil22, um banquete oferecido ao senador Pinheiro
Machado no salão principal do Theatro Municipal23 e, no dia da Proclamação da República,
embarca para um almoço no navio cruzador Rio Grande do Sul, ancorado em Itacuruçá, em
comitiva composta pelo presidente Nilo Peçanha, o presidente em exercício, marechal Hermes
da Fonseca, ministros da Viação e da Marinha, entre outras personalidades24.
As demonstrações de impacto estético e artístico nas recepções feitas na Fábrica
fazem jus às influências artísticas das quais Ferrer parece se inspirar. Ainda nas colunas da
vida social da capital federal, seu nome aparece em listas de apresentações encenadas no
Theatro Municipal, ocupando lugar nas frisas e camarotes de primeira ordem. Foi assim no
caso da ópera de Verdi “Aida”, cuja recepção no salão “rose” de espetáculos foi “decorado
com as mais elegantes damas do ‘set’ carioca” e lembrava “um grande colar onde as pedrarias
faiscavam deslumbrantemente”25, e também como assinante de umas das 24 frisas da
temporada lírica do Theatro26. Esteve, inclusive, entre personalidades com títulos de nobreza e
políticos na estreia de “Sanson et Dalila”27
Fica cada vez mais consolidado a visão de que seu trânsito entre a alta sociedade
carioca desponta em consequência do vultuoso destaque que a Fábrica de Tecidos Bangu
encena na rede produtiva industrial brasileira, não só pelos seus números produtivos e de mão
de obra, mas como produto de um ambicioso projeto urbanístico em seus arredores e pela
transmissão de ares culturais consonantes com o período aos seus habitantes, em sua maioria
operários. Neste papel, João Ferrer desempenha duas personalidades: diante da alta sociedade,

20 João Ferrer aparece listado como juiz de arquibancada geral em um evento de corrida de cavalo que
aconteceria em Petrópolis no dia 13 de Março de 1904, compondo o corpo de arbitragem junto com Octávio
e Guilherme Guinle, Paulo de Frontin e Joaquim Xavier da Silveira Júnior, entre outros nomes. Gazeta de
Notícias, 8 de Março de 1904, p. 3.
21 “Círculo de Belas Artes”. O Paiz, 21 de Novembro de 1909, p. 3.
22 “Devemos abrir esta notícia, que é a do garden party , que o Sr. Presidente da República e a Sra. Nilo
Peçanha ofereceram ontem ao comércio e à indústria desta capital, com o registro do belo gesto de distinção
que ela representa para com as duas classes laboriosas, que, vivendo tão vinculada à vida do país, tão
poderosamente têm concorrido para o seu desenvolvimento”. O Paiz, 21 de Julho de 1910, p. 3.
23 O Paiz, 5 de Setembro de 1910, p.2.
24 O Paiz, 15 de Novembro de 1910, p. 6.
25 Gazeta de Notícias, 4 de Setembro de 1915, p. 5.
26 Jornal do Commercio Edição da Tarde, 4 de Julho de 1917, p. 6.
27 Gazeta de Notícias, 20 de Setembro de 1918, p. 5.

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o industrial de sucesso, o gentleman, aquele que recebe seus ilustres convidados nos jardins
banguenses e no escritório da empresa com toda pompa, expressão do progresso e do
desenvolvimento propagandeados no contexto; diante do corpo operário, o provedor do bem-
estar, lazeres, esportes e cultura ilustrada através da arte e da música aos habitantes da cidade
industrial que se formava nos subúrbios da Central.
Foi assim que, em 1913, ocorreu no Cassino Bangu um “concorridíssimo baile”
em sua homenagem, “que se revestiu do mais completo brilhantismo”28. Ostentou, em
contexto de promotor do esporte e lazer locais, a presidência deste mesmo Cassino, do grupo
carnavalesco Pingas de Bangu29 e do Bangu Athletic Club30. Na festa inaugural deste último,
promoveu grande evento repleto de simbolismos e expressões artísticas. Distribuiu prêmios
para participantes de corridas e para crianças que participavam de gincanas31.
No caminhar de sua encenação neste teatro do poder, também apadrinhou
casamentos, batizou crianças e compareceu a funerais de pessoas importantes, pessoalmente
ou por meio de sentimentos enviados. Como é diverso o número de acontecimentos destes
portes que são registrados pela imprensa, optamos por caminhar sem destacá-lo, para fins de
não esgotarmos as possibilidades de análise em pesquisa futura. Registramos, apenas, para
lembrarmos de como sua projeção enquanto industrial de sucesso para o período lhe deu
margem para transitar, como dissemos, entre a alta sociedade e conquistar a confiança de
operários e moradores de Bangu por meio de benesses implementadas sob materialidade e
representações de proximidade em cerimônias de lazer e intimistas.

Considerações finais

Diante dos expostos, retomamos o auxílio de Thompson no que diz respeito à


hegemonia cultural das classes dominantes. Concordamos que, mesmo com os relatos de
imprensa no tocante à uma belle époque banguense, nem tudo devia ser as mil maravilhas que
tentavam figurar nas linhas de jornais. Também não descartamos o movimento estratégico de
avanços e recuos pendular, no estilo perde-ganha, dos habitantes e trabalhadores da fábrica
Por isso, segundo Thompson:

28 A Época, 28 de Junho de 1913, p. 5.


29 Jornal do Commercio Edição da Tarde, 6 de Março de 1916, p. 6.
30 Jornal do Brasil, 23 de Abril de 1904, p. 4.
31 Jornal do Brasil, 18 de Junho de 1904, p. 5.

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“Dizer que era ‘cultural’ não é dizer que fosse imaterial, demasiado frágil
para análise, insubstancial. Definir o controle em termos de hegemonia
cultural não é desistir das tentativas de análise, mas se preparar para a
análise nos pontos em que deveria ser feita: nas imagens de poder e
autoridade, nas mentalidades populares da subordinação” (THOMPSON,
1998, p. 46)

As imagens de poder, as formas teatrais como as recepções e celebrações se


davam em Bangu nos liberam para aprofundar as análises do argumento principal em que
entendemos, como dito antes, que a Fábrica foi usada como materialidade de poder para
trânsito em camadas sociais de alta expressão não só a nível municipal, como também
nacional. Além disso, não só nutrimos tal hipótese vinda das visões preliminares das fontes
primárias como também exercitamos a ideia exposta no início deste ensaio acerca do
panorama ambivalente enfrentado por João Ferrer, o que nos parece ter municiado sua
personificação de um industrial bem sucedido à frente de uma fábrica e território com
dimensões imobiliárias e tecnológicas como a Fábrica de Tecidos Bangu.
Destacar-se na imprensa da Primeira República como “um industrial inteligente e
ativo, dotado de um coração sensível e de uma alma simples”32, para nós, diante de um
período de forte conotação de incentivo às transformações territoriais em busca de um
progresso material, tende a ser fortemente fruto proveniente de uma administração que prezou
pela destruição criativa que pairava sobre a mentalidade moderna da época. O desejo do
progresso, o qual a própria empresa carregava em seu nome, não poderia conviver
integralmente com um espaço estagnado em seu passado agrário, onde as novas tecnologias
não encontrariam encaixe para bom funcionamento e, consequentemente, o espaço não
transmitiria influência sobre imaginário à população local a respeito do sentimento do
desenvolvimento que se acreditava ser inerente à condição humana.

32 “O sr. João Ferrer, quando assumiu a direção daquela Fábrica, percorreu todo o local e notou o estado de
miséria em que se achava Bangu. Apenas encontrou dois armazéns funcionando em prédios completamente
imundos, uma farmácia, um armarinho e em construção um prédio belíssimo, que se dizia ser uma
cooperativa. Porém, o sr. Ferrer, pondo em ação a sua inteligência, ainda cedo salvou os operários de
caminharem pela estrada da ignorância”. A Época, 8 de Setembro de 1913, p. 6.

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Fontes consultadas

IBGE

Recenseamento de 1906.

Jornais e periódicos

A Época
A Faceira – Culto à Mulher
A Imprensa
A Notícias
O Paiz
Diário da Tarde
Gazeta de Notícias
Jornal da Tarde (PR)
Jornal do Brasil
Jornal do Commércio
Jornal do Commério Edição da Tarde

Referências bibliográficas

ALMEIDA, Vitor. A Cidade, a Freguesia e a Fábrica: a belle époque suburbana e a


industrialização na freguesia de Campo Grande (1889-1914). Dissertação (Mestrado em
História Social), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de
Professores, São Gonçalo, 2020.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 1991.

__________________. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2001.


BERMAN, Marshall. Tudo o que é Sólido se Desmancha no Ar: a aventura da modernidade.
São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

14
HARVEY, David. Condição Pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança
cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

JÚNIOR, Sérgio Luiz M.; FERNANDES, Tabatha de Farias. A Belle Époque Brasileira: as
transformações urbanas no Rio de Janeiro e a sua tentativa de modernização no século XIX.
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OLIVEIRA, Márcio Piñon de; FERNANDES, Nelson da Nóbrega. 150 Anos de Subúrbio
Carioca. Rio de Janeiro: Ed. UFF, Ed. Lamparina, 2010.

SEVERINO, Carlos Molinari Rodrigues. Mestres Estrangeiros; Operariado Nacional:


resistências e derrotas no cotidiano da maior fábrica têxtil do Rio de Janeiro (1890-1920).
Dissertação (Mestrado em História Social). Universidade de Brasília, Departamento de
História, 2015.

THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional.


São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

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