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ENTRETENIMENTO
RESUMO: Este trabalho busca refletir sobre a resignificação de um hábito social, o ato de ir ao cinema,
ao ser incorporado em um outro referencial de espaço. A incorporação das salas de cinema nos shopping
centers propiciou uma nova forma de sociabilidade, respaldada nos parâmetros da modernidade. Tal
processo é extremamente significativo na cidade de Uberlândia na década de 1990.
ABSTRACT: This work intends to reflect about the resignification of a social habit and discuss the next
human custom: “go to the cinema”. This article converse this routine in another referential space. Thus,
this paper demonstrate that the rooms of cinema in shopping-centers propitiated a new form of
sociability, endorsed in the parameters of modernity. This process, by the way, is extremely significant in
the Uberlândia city in the 1990s.
*
É mestranda em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bolsista do CNPq e
integra o Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC).
Fênix – Revista de História e Estudos Culturais 2
Outubro/ Novembro/ Dezembro de 2006 Vol. 3 Ano III nº 4
ISSN: 1807-6971
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SINGER, Ben. Modernidade, hiperestímulo e o inicio do sensacionalismo popular. In: CHARNEY, Leo;
SCHWARTZ, Vanessa. (Orgs.). O Cinema e a Invenção da Vida Moderna. São Paulo: Cosac &
Naify, 2001, p. 116.
2
Ibid., p. 133.
3
Ibid., p. 139.
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ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. Metrópole e cultura – São Paulo no meio século XX.
Bauru/S: EDUSC, 2001, p. 30.
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O que antes se limitava aos passeios em Praças, Ruas, Clubes ou Igrejas passou por transformações.
Hoje em dia, há outras opções: bares, boates, restaurantes, churrascarias, casas de shows, teatros, danças
e museus para os mais variados gostos.
6
SIMÕES, Inimá. Salas de cinema em São Paulo. Pesquisa realizada pela equipe técnica de cinema,
PW/Secretaria Municipal de Cultura/ Secretaria de Estado da Cultura, São Paulo, 1990, p. 49.
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Para conhecer de forma mais detalhada a construção do shopping, ver: CASTRO, Kellen Cristina
Marçal de. Salas de cinema em Uberlândia: as novas formas de exclusão social. 2004. 64 f.
Monografia (Graduação em História) – INHIS, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004.
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mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos,
tudo o que somos.8
8
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: A aventura da modernidade. São Paulo: Cia
das Letras, 1986, p. 15.
9
SIMÕES, Inimá. Salas de cinema em São Paulo. Pesquisa realizada pela equipe técnica de cinema,
PW/Secretaria Municipal de Cultura/ Secretaria de Estado da Cultura, São Paulo, 1990, p. 49.
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RODRIGUES, Eliane Aparecida Silva. Sociabilidade em Catalão (GO): entre o arcaico e o moderno.
(1920-1960). 2004. 140 f. Dissertação (Mestrado em História) – PPGHIS, Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2004, f. 72.
11
Ibid., f. 73.
12
Para maiores esclarecimentos, consultar: NOVAIS, Fernando Antonio; MELLO, João Manuel Cardoso
de. Capitalismo tardio e sociabilidade moderna. In: SCHWARZ, Lilia Moritz. (Org.). História da Vida
Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1998. p. 560-658. v. 4.
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HANSEN, Miriam Bratu. Estados Unidos, Paris, Alpes: Kracauer (e Benjamin) sobre o cinema e a
modernidade. In: CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa. (Orgs.). O Cinema e a Invenção da Vida
Moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2001, p. 498.
14
Ibid.
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PADILHA, Valquíria. Shopping Center: a catedral das mercadorias. São Paulo: Boitempo, 2006, p.
22.
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O primeiro shopping brasileiro foi construído em São Paulo em 1966, o Iguatemi. Posteriormente, na
década de 1980, acompanhando a dinâmica da economia brasileira, com forte concentração de renda,
há uma solidificação destes modelos, sendo desenvolvidos e consolidados em várias cidades. Estes
espaços representavam a onipresença de um poder aquisitivo de uma parcela relativamente pequena da
sociedade.
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PADILHA, 2006, op. cit., p. 68.
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Esta escolha deve-se, acima de tudo, à possibilidade empírica que este espaço, Center Shopping,
propiciou à cidade de Uberlândia, como ícone de desenvolvimento e modernidade. Como foram
gestadas e apropriadas as imagens e o significado desta estrutura, tão valorosa e respeitada por uma
parcela da população. Desta forma, a necessidade de priorizar e problematizar este espaço, pensando
um momento característico não só de Uberlândia, mas de todas as cidades que priorizam os shoppings
centers enquanto locais consagrados.
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A inauguração ocorreu em 28 de abril de 1992. O complexo contém 117 lojas e 22 mil metros
quadrados, funcionando na modalidade varejo. Para outras informações, consultar: Um shopping ao
lado de um hipermercado. Jornal Correio, Uberlândia, 23 de abril de 1992, p. 4.
20
Grande empresa atacadista de Uberlândia que mantêm relações com diversas cidades brasileiras.
21
JORNAL CORREIO, Uberlândia, 18 de fevereiro de 1990, p. B – 8. Ver especialmente a reportagem
intitulada Um gesto de amor à Uberlândia.
22
JORNAL CORREIO, Uberlândia, 18 de fevereiro de 1990, p. B –2. Consultar a reportagem intitulada
Arcom vai construir um novo shopping center de 60 mil metros.
23
JORNAL CORREIO, Uberlândia, 31 de março de 1991, p. B – 2. Para outras informações consultar a
reportagem intitulada Um novo centro fora do centro.
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24
JORNAL CORREIO, Uberlândia, 04 de março de 1990, p. B – 1. Caderno suplemento.
25
JORNAL CORREIO, Uberlândia, 25 de março de 1990, p. 01. Caderno de suplemento.
26
Este empreendimento fora do grande centro da cidade veio ao encontro das aspirações dos governantes
e empresários locais, justamente pela saturação e superlotação do comércio e do lazer em determinadas
avenidas centrais, que congregam muitos serviços. Estes acabavam provocando congestionamentos e
um déficit na infra-estrutura da cidade de Uberlândia. Por esta razão, um Plano Diretor foi elaborado na
intenção de dinamizar o fluxo de pessoas e veículos e procurando eliminar os obstáculos criados pelo
crescimento urbano.
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Esta parceria parece ser proveitosa, segundo as palavras de Pedro Naves, proprietário
das salas de cinema no Center Shopping:
[...] é um casamento que deu certo. O casamento entre cinema e
shopping já vinha dando certo em diversos lugares no mundo. E
quando chegou ao Brasil deu certo também. Pois onde se fazia um
shopping se fazia também um cinema. O cinema é uma loja-âncora do
shopping center, isto é, ele ajuda a atrair público.27
27
Entrevista concedida por Pedro Naves (proprietário da rede Cinemais em Uberlândia, localizada no
Center Shopping) à pesquisadora Kellen Marçal de Castro, no dia 31 de março de 2004.
28
Este sistema multiplex foi desenvolvido para revolucionar a estrutura da rede de exibição de filmes, em
salas que têm um formato stadium, isto é, que permitem a visualização da tela graças aos diferentes
níveis existentes entre cada fileira de poltronas, suporte para copos e isolamento acústico. Esta estrutura
foi montada pela Cinemark, a maior rede de cinemas do Brasil desde 1987. A Cinemark foi criada em
1984 nos Estados Unidos. Disponível em:
http://www.google.com.Br/sear.../nem3211.sntmi/cinemark&m. Acesso em: 25 de mar. 2004.
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