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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Prof. Dr. Natalino Salgado Filho


Reitor

Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos


Vice-Reitor

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira
Diretor

CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Arkley Marques Bandeira
Prof. Dr. Luís Henrique Serra
Prof. Dr. Elídio Armando Exposto Guarçoni
Prof. Dr. André da Silva Freires
Prof. Dr. Jadir Machado Lessa
Profª. Dra. Diana Rocha da Silva
Profª. Dra. Gisélia Brito dos Santos

Capa
Stephane Serejo

Projeto Gráfico
Stephane Serejo

Revisão
Os autores

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Congresso Internacional de Ficção Especulativa (CONIFE) (1.: 2020: São Luís, MA); Congresso
Internacional de Ficção, Identidade e Discurso (CONIFID) (2.: 2020: São Luís, MA).

Caderno de Resumos do I Congresso Internacional de Ficção Especulativa (CONIFE); II


Congresso Internacional de Ficção, Identidade e Discurso ( CONIFID) / Organizadoras:
Jucélia Martins, Naiara Sales Araujo. — São Luís: EDUFMA, 2020.

150 p.
ISBN: 978-65-86619-60-7
1. Ficção – Encontro Científico - UFMA. 2. Ficção especulativa. 3. Identidade. 4. Discurso. I.
Martins, Jucélia. II. Araújo, Naiara Sales.

CDD 808-300 109 812 1


CDU 82-3:001.32(812.1)

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Marcia Cristina da Cruz Pereira


CRB 13 / 418
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FACES SEM NOME: DESLOCAMENTO E FRAGMENTAÇÃO DE IDENTIDADES


EM PASSAGEIRO DO FIM DO DIA, DE RUBENS FIGUEIREDO

Gabriela Lages Veloso (UEMA)

A literatura brasileira contemporânea encontra-se em um labirinto de possibilidades, dentre as quais


sobreleva-se no constructo ficcional, narrativas que, em sua maioria, se ambientam no universo
urbano. De acordo com Patrocínio (2013), nos textos literários contemporâneos é recorrente a
tríade realidade social, violência e marginalidade, dentre as temáticas versadas, dando corpo a uma
cidade contemporânea que é fragmentada e dispersa, que se tensiona entre local e global, e, por
isso, põe em crise as construções identitárias dos sujeitos que nela vivem e transitam. Nesse sentido,
o presente trabalho tem por objetivo identificar a arquitetura narrativa da obra Passageiro do fim
do dia (2010), de Rubens Figueiredo, considerando, em particular, as muitas faces sem nome dos
personagens que, deslocados e cindidos, constituem seu painel urbano e a própria subjetividade
humana.

Palavras-chave: Identidade; Deslocamento; Fragmentação.

DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE LITERATURA, FOTOGRAFIA E ILUSTRAÇÃO


NA TESSITURA DA OBRA FLORIANA E ZÉ ANÍBAL NO RIO DO BOTA-ABAIXO
NA ÉPOCA DA REPÚBLICA (2005), DE MARIA JOSÉ SILVEIRA

Camila Pereira De Sousa (UFPI)


Alice Maria Araujo Da Fonseca (UFPI)

Na contemporaneidade, as narrativas literárias destinadas ao público infantil e juvenil a


ilustração/imagem vem desempenhando um papel importante na articulação narrativa e na
produção de sentidos junto ao texto verbal. Neste sentido, este trabalho se propõe a analisar as
relações possíveis entre texto literário e imagens existentes no livro Floriana e Zé Aníbal no Rio do
Bota-abaixo(2005), de Maria José Silveira. A obra apresenta as aventuras de duas crianças que
transitam pelos polos do mundo abolicionista e do escravocrata, bem como traça reflexos das
mudanças e valores sociais da época do Brasil República. Para tanto, algumas problemáticas
perpassam esse estudo: Quais as diferenças entre fotografia, ilustração e pintura que influenciaram
ou não, na escolha de seus usos no decorrer da ficção?; Até que ponto as imagens cooperam como
recurso de narratividade no texto e ajudam a compor o quadro social da narrativa, levando em
conta os personagens, enquanto sujeitos inseridos dentro de um espaço-tempo ficcional?; Há uma
pretensão em recorrer à literatura considerando-a como um meio de funcionalidade pragmática?.
A fim de atender a esses questionamentos, apoiamo-nos nas concepções teóricas a respeito do Ato
Fotográfico, defendido por Dubois (1993), da articulação entre texto e imagem no livro ilustrado,
de Nikolajeva e Scott (2011), da ligação entre literatura e história da cultura, por meio de
considerações sobre a fotografia, de Benjamin (2012), entre outros. Como metodologia utilizou-se
pesquisa bibliográfica, de cunho interpretativo e de método comparativo. Em primeiro momento,
apresentam-se as possibilidades existentes entre a relação entre literatura e imagem, posteriormente
algumas reflexões a respeito da função desses recursos imagéticos em relação com o texto literário,
para, por fim realizar a análise de algumas passagens da obra. A partir desse estudo pode-se
depreender que o caráter narrativo é possível de ser extraído das imagens, no entanto a relação
entre os signos não verbais e verbais oscila entre a redundância e a colaboração.
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Palavras-chave: Literatura Infantil; Fotografia; Ilustração; Maria José Silveira.

IMAGENS DO SILÊNCIO NA NARRATIVA FÍLMICA

Anairan Jeronimo da Silva (IFMA/UFPA)

A ficção é um ambiente narrativo repleto de mecanismos retóricos capazes de representar a


realidade nas mais diversas linguagens artísticas. Nesse universo retórico a imagem se torna
potencialmente significativa porque apresenta ao interlocutor uma decodificação visual e icônica
dos discursos veiculados na obra de ficção. A imagem é em si uma decodificação do discurso, que
atravessa a interpretação do artista e chega à outra margem do jogo interpretativo como símbolo e
como conceito, por meio de formas, cores e movimentos. Nesse sentido, desde o Cinema Novo
as imagens do homem nordestino, incialmente modeladas nos romances de 30, têm ajudado a
construir na memória histórica uma ideia de sujeito marcado pelas fraturas causadas pela fome, a
pobreza e a morte; imagens que performam uma realidade histórica de silenciamento desse sujeito
resistente. Essa pesquisa preliminar intenta investigar as imagens que performam uma ideia de
sujeito do sertão no ambiente fílmico contemporâneo. O objetivo é analisar as metáforas
desenhadas no filme enquanto imagens-símbolos dos discursos históricos perpetuados sobre o
Nordeste, e também compreender como o autor da ficção fílmica ressignifica figurativamente os
sujeitos, suas subjetividades, e o sertão como cenário de violência. Para tanto, o foco da
investigação é o filme curta-metragem de animação Vida Maria, de Márcio Ramos (2007). Em
análise ainda inicial, fica evidente que os quadros fílmicos na narrativa representam o silenciamento
histórico vivido pelo sujeito do sertão, corporificado na protagonista Maria. Enquanto imagem o
corpo de Maria é um corpo coletivo, que metaforiza uma realidade cíclica de violência do sujeito
condicionado ao isolamento social. É corpo coletivo porque a vida de Maria é uma perpetuação
das violências vividas por suas ancestrais e descendentes, condicionadas a repetirem os mesmos
discursos e o mesmo destino que lhes foi imposto historicamente; como Sinha Vitória de
Graciliano, uma vida severina. Para Didi-Huberman (1998), pensar as imagens é pensar a história,
portanto as relações dialéticas que circundam nossas instâncias sócio-políticas. Maria é, assim,
imagem da resistência do sujeito do sertão. Seu silêncio é um grito. Para tal, estudos como os de
Benjamin (1994), Bosi (1996), Didi-Huberman (1998), Halbwaks (2003), Sarmento-Pantoja (2005)
nos são referência.

Palavras-chave: Ficção; Imagem; Silêncio; Narrativa Fílmica

UM LAÇO DE ORGULHO NAS RAÍZES MAIS ANTIGAS: (DES) CONSTRUÇÃO


DO SUJEITO E BUSCA PELA IDENTIDADE EM “UM RIO CHAMADO TEMPO,
UMA CASA CHAMADA TERRA”, DE MIA COUTO

Susane Martins Ribeiro Silva (UEMA)

Considerado um dos grandes nomes da literatura africana de língua portuguesa, bem como um dos
maiores prosadores de Moçambique, Mia Couto, através de uma linguagem irreverente e peculiar,
utiliza a sua literatura para apresentar ao público a inigualável cultura de seu país. Sendo marcada
pelo maravilhoso e sutil neologismo, sua produção prosaica propõe um novo olhar sobre o
indivíduo e o modo de vida moçambicano, além de defender a autenticidade de seu povo, isto é, a

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