Florestan Fernandes (1920 – 1995) • Dedicou-se a olhar a Educação por meio das lentes da Sociologia. • O educador é considerado o fundador da Sociologia crítica no Brasil e hoje patrono da sociologia brasileira. • Bacharel em Ciências Sociais pela USP em 1943, completando a licenciatura no ano seguinte. • Entre 1944 e 1946, cursou pós-graduação em Sociologia e Antropologia na Escola Livre de Sociologia e Política. • Mestre em Ciências Sociais na Escola Livre (1947), e doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP (1951). Pensar politicamente é alguma coisa que não se aprende fora da prática, se o professor pensa que sua tarefa é ensinar o ABC e ignora a pessoa de seus estudantes e as condições em que vivem, obviamente não vai aprender a pensar politicamente ou talvez vá agir politicamente em termos conservadores, prendendo a sociedade aos laços do passado, ao subterrâneo da cultura e da economia.
(FERNANDES, 1989, p. 165)
Florestan Fernandes • Se valia de autores provenientes de outras perspectivas teóricas além do marxismo, como Durkheim e Weber ("possuidores de bens" e "não possuidores de bens“) • Campanha em Defesa da Escola Pública (1958-1966) e suas intervenções na Constituinte e na LDB dos anos de 1990. • Em Educação e sociedade no Brasil o sociólogo confere enorme importância ao problema da "demora cultural", nos embates pela constituinte e pela LDB, ele compreende que as reformas educacionais universais são obstaculizadas pelo capitalismo dependente e pela forma específica da Revolução Burguesa no Brasil. • Na leitura de Florestan, com o projeto de LDB Clemente Mariano, "os 'pioneiros da educação nova' queriam civilizar a sociedade civil" (Fernandes, 1991a, p. 32), "(...) acelerar os ritmos e encurtar o tempo das reformas educacionais inerentes à revolução burguesa", objetivando "a defesa da herança republicana e da filosofia democrática da educação" (Fernandes, 1963, p. 115). Florestan Fernandes • O descompasso entre a educação realmente existente e o papel construtivo da educação para superar os limites do "subdesenvolvimento" foi sintetizado em O dilema educacional brasileiro, texto elaborado em 1960: • O sistema educacional brasileiro abrange instituições escolares que não se ajustam, nem qualitativa nem quantitativamente, a necessidades educacionais prementes[...]. (Fernandes, 1976, p.419) • A polarização entre a escola pública e a privada tem como divisor de águas o Estado que, em sua acepção, deveria gozar de autonomia para estruturar a educação pública. “o dilema número um da sociedade brasileira hodierna é a demora cultural... existe uma resistência intensa à mudança, a qual se torna sociopática nos círculos conservantistas do país”. Florestan Fernandes • Para este autor a relação entre teoria e prática se faz indispensável (FERNANDES, 1966), assim, além do âmbito acadêmico/escolar, a educação se faz para a vida; Sem isso seu desenvolvimento se detém a uma prática formalista e descomprometida com a realidade histórica. • A didática envolve a operacionalização do processo educativo onde a relação ensino-aprendizagem ganha contornos passíveis de “manipulação” (FERNANDES, 1972). • “manipular” significa ajustar, tornar operacional, cognoscível, explícito e/ou compreensível. Assim a didática, mesmo que seja para o ensino de educação científica, possui uma dimensão de domínio cujo objetivo é tornar a construção do conhecimento demonstrável. (FERNANDES, 1966) Anísio Teixeira (1900-1971)
• Anísio Spínola Teixeira foi um jurista, intelectual, educador
e escritor brasileiro/baiano. • Para além disso, Teixeira explica que a educação fundamenta a crença na democracia. • No seu entendimento, tomando por base as ideias de John Dewey (1859- 1952), cabe à educação o aprimoramento do conceito de democracia, reformulando continuamente seu significado de vida associada, haja vista que a educação é uma função cívica: Anísio Teixeira • Numa viagem aos EUA para realizar o mestrado, tem contato com John Dewey e volta para o Brasil munido de pressupostos defendidos por este teórico do pragmatismo. • Escola como “laboratório da Democracia”. • Movimento de renovação do ensino. (Manifesto dos Pioneiros) • Cabe à escola adotar práticas interativas, participativas e democráticas, • A educação está para a superação das desigualdades sociais. Educação pública, laica e gratuita para todos. • Criou as escolas técnicas secundárias e as escolas experimentais. • Transforma a Escola Normal de nível primário em Ensino Superior; Se uma classe possui toda a riqueza e toda a educação, enquanto o restante da sociedade é ignorante e pobre, pouco importa o nome que dermos à relação entre uns e outros: em verdade e de fato, os segundos serão os dependentes servis e subjugados dos primeiros.
[...] A educação, portanto, mais do que qualquer outro
instrumento de origem humana, é a grande igualadora das condições entre os homens - o eixo de equilíbrio da maquinaria social... (TEIXEIRA, 1971, p. 54 apud MANN, 1848, p. 668-669) • Crença na relação entre a teoria e a prática; Entende que o conhecimento é construído quando compartilhamos experiências.
• A escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social.
• O professor é auxiliador no desenvolvimento livre da criança.
• Os conteúdos são stabelecidos a partir das experiências vividas pelos alunos
frente às situações problemas.
• O ensino se dá por meio de experiências, pesquisas e método de solução de
problemas.
• A aprendizagem é baseada na motivação e na estimulação de problemas.
Antes a escola suplementava, com algumas informações dogmáticas, uma educação que o lar e a comunidade ministravam ao indivíduo, em uma ordem, por assim dizer, estática. Toda educação consistia em ensinar a seguir e a obedece. (TEIXEIRA, 2000, p. 36)
Para se ensinar a uma criança o que é um coelho ou um gato, é preciso mostrar-
lhe primeiro o coelho ou o gato. A sua primeira noção será imprecisa, inadequada, mas não pode deixar de ser global. Não conseguimos tornar o conhecimento mais simples por lhe querermos ensinar primeiro o focinho, depois os pés, depois o rabo etc. À medida, entretanto, que o seu conhecimento progride, que ela começa a diferenciar as partes e estas passam assim a ter uma existência mental distinta do todo que é o coelho ou o gato, o seu conhecimento do animal se tornará mais minucioso, mais exato, mais completo e, podemos dizer, então, mais complexo (TEIXEIRA, 2000, p. 83). Miguel Arroyo • Miguel González Arroyo é sociólogo e educador espanhol, foi professor da UFMG e atualmente acompanha propostas educativas em várias redes estaduais e municipais do país. • Suas ideias estão relacionadas à educação popular, cultura escolar, gestão escolar, educação básica e currículo. • Pensamento influenciado pelos intelectuais espanhóis (humanistas), marxistas e no Brasil por Freire. Miguel Arroyo • Defensor da educação integral nas políticas educacionais brasileiras (A Educação Integral é uma concepção que compreende que a educação deve garantir o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural) • Defende a gestão democrática, com especial ênfase para a participação dos estudantes e comunidades na escola. Para Arroyo, esta condição é indispensável para a construção de uma proposta curricular alinhada aos interesses dos alunos • A função social da escola para ele é compreender os sujeitos e as lutas sociais para emancipação e a partir daí extrair práticas pedagógicas que podem fortalecer essa construção. • O Estado e a escola, a pública sobretudo, têm função de educar os cidadãos nos valores da cidadania. Não separemos o direito à educação dos demais. Ele só avança se garantida a pluralidade de direitos” (ARROYO, 2018)
• A Escola Plural foi um projeto de renovação da escola que emerge do
reconhecimento dos docentes para aproximar a escola da trajetória dos educandos. Crítica aos Rituais pedagógicos. Dermeval Saviani Saviani nasceu em 1944, na cidade de Santo Antônio de Posse. Concluiu seus estudos pela PUC-SP em 1966, tornando-se Doutor em Filosofia da Educação pela mesma Universidade, no ano de 1971. Em 1986, tornou-se livre docente em História da Educação pela Unicamp, tendo realizado “estágio sênior” na Itália entre os anos de 1994-1995. Dermeval Saviani • Parte da constatação de que a sociedade em que vivemos é dividida em classes com interesses opostos. • Esse método apresenta cinco passos metodológicos que veremos a seguir. • O papel da Escola está para Difusão dos conteúdos • Conteúdos culturais universais que são incorporados pela humanidade • O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber • Baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos. • Papel do aluno como participador e do professor como mediador entre o saber e o aluno PRÁTICA SOCIAL INICIAL
• Ponto de partida de todo o trabalho docente.
• Evidencia que a prática social é comum a professores e alunos.
• Consiste no primeiro contato que o aluno mantém com o conteúdo
trabalhado pelo professor. PROBLEMATIZAÇÃO • Constitui o elo entre a prática e a instrumentalização.
• “Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito
da prática social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar” (Saviani, 1999, p.80). INSTRUMENTALIZAÇÃO • Consiste na apreensão, “dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social;
• Trata-se da apropriação pelas camadas populares de ferramentas
culturais necessárias à luta que travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração em que vivem. CATARSE • Parte da síncrese inicial à síntese; • Momento em que ele estrutura, em nova forma, seu pensamento sobre as questões que o conduziram a construção do conhecimento. • Trata-se da constituição de uma espécie de "segunda natureza“ • Formas de pensar e agir produzidas histórica e socialmente, incorporadas pelo indivíduo que as utiliza de forma natural, mas que na verdade resultam de um longo processo educativo. PRÁTICA SOCIAL FINAL • Conforme Saviani (1999, p.82), a prática social inicial e final é a mesma, embora não o seja. É a mesma enquanto se constitui “o suporte e o contexto, o pressuposto e o alvo, o fundamento e a finalidade da prática pedagógica. • E não é a mesma, se considerarmos que o modo de nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação da ação pedagógica...”. Paulo Freire (1921-1997)
• Paulo Reglus Neves Freire foi um educador e filósofo brasileiro.
• É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira Paulo Freire (1921-1997) • O papel da escola deve ser levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social. • A relação entre educadores e educandos é de igual para igual, horizontalmente . • A aprendizagem se dá por meio de resolução da situação problema da vida cotidiana em grupos de discussão. • Temas/palavras geradores. BONS ESTUDOS!