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Comitê Editorial
Editora-Chefe Editor Comercial
Sandra Heck Diego Ferreira dos Santos Vieira
Editor-Coordenador Arte da Capa e Ilustrações
Lucas Zavarelli Bruno Veríssimo Hingst
Diagramação e Projeto Gráfico Revisão Editorial e Textual
Samuel Hugo Thais Valentim
Vários colaboradores
ISBN 978-65-5861-594-1
HEROÍNAS OCULTAS:
AS HISTÓRIAS
NUNCA CONTADAS
DA CIÊNCIA
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APRESENTAÇÃO
Algumas palavras
As autoras
Qual destas narrativas você vai ler primeiro?
Encantadora de Números 8
A paixão pela eletricidade 11
Uma artista inovadora 14
As grandes precursoras do Eniac 17
Pequenos passos para grandes aventuras 20
Uma grande conquista matemática 23
A Rainha da Computação 26
Entre mundos da matemática e tecnologia 26
Entre mundos da matemática e tecnologia 29
Letras e números podem ficar juntos? 32
Com a cabeça na Lua 35
homem chegar à Lua 35
Sempre vigilante 38
Os símbolos da felicidade 41
Experimentar sempre foi o seu forte 44
Do desconhecido ao sucesso 47
Uma mulher gloriosa 50
Uma cientista nacional 53
Descoberta espacial 56
Referências 58
Autoras 59
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Ada Lovelace é conhecida como a primeira programadora da
história. Nasceu em Londres, no dia 10 de dezembro de 1815. Influenciada
por sua mãe, despertou cedo o interesse por matemática e lógica. Na sua
juventude, trabalhou com o matemático Charles Babbage em seu projeto
sobre a máquina analítica. Com todo o seu conhecimento e utilizando suas
próprias anotações, traduziu um artigo científico chamado de “primeiro
algoritmo”. No dia 15 de outubro é comemorado o Ada Lovelace Day, por
conta de suas contribuições para a ciência e tecnologia. Na década de
70, a linguagem de programação de alto nível foi batizada de ADA.
Encantadora de Números
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Com o decorrer do tempo, a menininha cresceu e passou a ter
um conhecimento maior, principalmente sobre os números. Virou ami-
ga de um homem, que, assim como ela, era muito inteligente, e logo
começaram a trabalhar juntos. Ele se chamava Charles Babbage e
estava trabalhando em sua criação, uma máquina que poderia fazer
cálculos complicados.
Ela tinha um superpoder, o de ver o futuro. Ada via que a máquina
de seu amigo poderia fazer mais do que apenas aqueles cálculos. Uma
missão lhe foi dada: traduzir o documento que falava sobre essa criação.
Como nada era impossível para aquela garota, a missão foi um sucesso
tão grande que, além de traduzir, ela fez importantes anotações, um
verdadeiro tesouro de sua vida, e para comemorar fez uma das coisas
que mais gostava de fazer: jogar.
Imagine que para um computador funcionar ele precise que
alguém mande, mostre como fazer qualquer coisa. Pois bem, era isso
que as anotações de Ada faziam, davam ordens para o computador.
Hoje elas são conhecidas no mundo inteiro como “algoritmos”.
Antes de ver toda a sua descoberta funcionando, a brilhante
menina acabou indo morar junto com seu pai, em um lugar bem distante.
Passados alguns anos, a máquina de Babbage ficou conhecida como o
primeiro modelo de computador e Ada como a primeira programadora
do mundo.
Nos dias de hoje todo mundo utiliza sua famosa criação, e
nada mais justo que uma data para comemorar tudo isso: o dia 15 de
outubro. E não para por aí! A linguagem recebeu o seu nome como
forma de homenagem a essa grande contribuição para a tecnologia:
linguagem ADA.
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Edith Clarke se formou em astrologia e matemática, mas não se
contentou com apenas essas duas. Além disso, começou a faculdade
de Engenharia Civil, graduou-se em Engenharia Elétrica e obteve mes-
trado nessa área. Foi a primeira engenheira eletricista dos EUA e também
ajudou na criação de uma calculadora que resolvia enormes cálculos,
a “Calculadora Clarke”. Este texto, em memória a Edith Clarke, mostra
algumas de suas realizações e avanços tecnológicos que ajudaram no
desenvolvimento mundial.
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sachusetts e o mestrado por mais um ano. Tornou-se, assim, a primeira
mulher formada em Engenharia Elétrica e mestre na área.
Formada e certa do que queria fazer, prosseguiu com seus so-
nhos. Infelizmente, foi muito difícil conseguir emprego, visto que ela era
mulher, única de sua área, e muitos duvidavam de sua capacidade.
Mas ela não deixou por isso mesmo. Após muito tempo lecionando,
resolveu largar o seu emprego e partir em busca do que realmente
queria. Edith conseguiu retornar para a empresa que no passado
havia trabalhado, não como assistente dos engenheiros homens, mas
como a primeira engenheira eletricista dos Estados Unidos.
Além de ser a pioneira na Engenharia Elétrica, Edith foi uma
das inventoras da calculadora gráfica, ferramenta que auxilia na
determinação das características elétricas de longas linhas de trans-
missão de eletricidade.
Algumas vezes, nem Clarke acreditava no seu potencial, como
visto em uma de suas frases mais famosas: “Eu sempre quis ser enge-
nheira, mas sentia como se mulheres não devessem estudar coisas
como Engenharia”. Mesmo assim, conseguiu passar por cima de todo
o preconceito e medo para alcançar o seu sonho.
Edith Clarke foi uma estrela. Pouco reconhecida no seu tempo,
mas que aos poucos vem brilhando cada vez mais e mais, lado a lado
de suas amigas cientistas.
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Hedwig Eva Maria Kiesler Lamarr, mais conhecida como Hedy
Lamarr, nasceu em Viena, Áustria, no ano de 1914. Era famosa por sua
beleza e atuação em filmes. Desde pequena estudou piano, influenciada
por sua mãe pianista. Com o compositor George Antheil, ao observar as
diferentes frequências emitidas pelo piano, desenvolveram um aparelho
de interferência em rádio com a habilidade de despistar radares nazis-
tas. Mais tarde essa invenção foi usada como base para a criação das
conexões wi-fi e CDMA, e Hedy ficou conhecida como a “mãe do wi-fi”.
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possuía. Com o avançar da noite, sem ser vista por ninguém e sem olhar
para trás, partiu para um lugar distante. Essa noite mudou a sua vida
para melhor, seu plano foi realizado com sucesso. Chegou à sua nova
casa, mudou o seu nome e passou a se sentir livre novamente.
Naquela época, algo muito terrível acontecia no mundo. Uma
briga gigantesca que perdurava há vários anos. Era muito difícil se co-
municar com qualquer pessoa, pois não existiam celulares e os rádios
sempre tinham interferência.
Hedy, que nunca havia abandonado a sua paixão pelo piano,
notou, enquanto tocava com seu amigo George Antheil, que as notas
tocadas vibravam em frequências diferentes. Depois de muito pensar,
concluiu que com essa descoberta a comunicação entre as pessoas
poderia melhorar. Juntos eles fizeram isso acontecer. A invenção foi
melhorada até resultar em um sistema secreto de comunicação.
Para a surpresa dos dois amigos, a invenção foi desacreditada, já
que na época não confiavam em pesquisas feitas por uma mulher. Mas
Hedy era mais que um rosto bonito do cinema, ela tinha o potencial para ser
uma grande inventora. Tal fato se confirmou quando os chefes de opera-
ções decidiram por utilizar a sua descoberta em comunicação. Mais tarde,
a sua invenção foi utilizada como base para criação do famoso wi-fi que
conhecemos, também sendo utilizada no GPS e no Bluetooth.
Hedy, que tanto contribuiu para o avanço da nossa tecnologia,
nunca recebeu o valor que realmente merecia. Foi julgada por ser mu-
lher e a sua história é por muitos desconhecida. Recebeu homenagem
na Alemanha, que, no dia do seu aniversário, celebra o Dia do Inventor.
Depois de entrar para a Fama Nacional de Inventores, ficou conhecida
como a “mãe do wi-fi”.
Existem muitas Hedys por aí, que pouco a pouco vêm ganhan-
do espaço no encantador mundo da tecnologia e ciência, mostran-
do que podem realizar seus sonhos de brilhar com sua capacidade
intelectual.
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Frances Bilas, Jean Jennings, Ruth Lichterman, Kathleen Mc-
Nulty, Betty Snyder e Marlyn Wescoff foram seis incríveis matemáticas
responsáveis pela programação do primeiro computador eletrônico
da história. Conhecidas como “computadoras”, elas foram escolhidas
para compreender o funcionamento do Eniac (Computador Integrador
Numérico Eletrônico) e para torná-lo operacional. Elas alcançaram tal
objetivo, permitindo a solução em segundos de cálculos antes resolvidos
em horas de trabalho.
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Com o passar do tempo, o exército percebeu que, apesar
do excelente trabalho por elas prestado, era necessário algo ainda
mais rápido para a solução dos problemas. Era preciso um esforço
sobre-humano para que seus objetivos fossem alcançados. Um esfor-
ço sobre-humano? Eureka! Tiveram a brilhante ideia de criação do
Eniac, uma máquina inovadora que faria os cálculos de uma forma
bem mais rápida.
A construção dessa ousada invenção foi coordenada pelo
exército americano em conjunto com um ótimo time de engenheiros.
As matemáticas escolhidas para o desafio de fazê-lo funcionar foram:
Frances Bilas, Jean Jennings, Ruth Lichterman, Kathleen McNulty, Betty
Snyder e Marlyn Wescoff. Elas trabalharam juntas para o entendimen-
to de como a máquina funcionaria e de como poderiam obter os
resultados que esperavam. Após muitos testes, correções e noites em
claro, elas provaram estar à altura da tarefa proposta. Elas consegui-
ram!
O Eniac foi uma inovação para a época e tornou a vida
daqueles trabalhadores muito mais fácil. Porém, por muito tempo,
a importância do trabalho dessas mulheres inspiradoras foi ignora-
da. Infelizmente, até os dias de hoje, o legado deixado por essas
mulheres, na área da computação, é pouco conhecido. Por isso
estamos aqui. É nossa missão não permitir que elas sejam esquecidas
novamente!
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Adele Goldberg nasceu em Cleveland, Ohio, no ano de 1945.
Desde cedo adorava matemática, portanto, graduou-se na Universidade
de Michigan e obteve o título de Ph.D. em Ciência da Informação pela
Universidade de Chicago. Com isso, passou a trabalhar como pesquisa-
dora no Parc (Xerox Palo Alto Research Center — divisão da corporação
Xerox), desenvolvendo a linguagem de programação Smalltalk. A partir
dessa linguagem, e buscando atingir um público mais amplo, fundou a
Parc Place Systems, uma empresa desmembrada da Xerox. Projetou sis-
temas capazes de criar e fornecer cursos online destinados ao auxílio das
matérias de matemática e ciências do Ensino Médio e presidiu a ACM
(Association for Computing Machinery), ganhando diversos prêmios por
seus trabalhos.
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Com o passar dos dias, desenvolveu na Xerox uma linguagem
de programação (tipo de língua utilizada pelos computadores como
meio de comunicação com os humanos), a Smalltalk. Porém, perce-
beu que ao limitar aquele mecanismo a apenas algumas pessoas,
muitas outras eram deixadas de lado. Diante desse descontenta-
mento, Adele buscava uma solução. E qual seria a solução? Optou
por fundar sua própria empresa, concedendo-lhe o poder de tomar
todas as decisões necessárias.
Depois de muita insistência, conseguiu erguer seu negócio,
possibilitando a realização de seus sonhos de criança, dentre eles,
ajudar o máximo de pessoas possíveis. Ela propiciou que a Smalltalk
atingisse mais pessoas para que elas pudessem aproveitar seus benefí-
cios, sendo o seu manuseio de fácil acesso e programação.
Por ser uma mulher que sempre buscou auxiliar todos à sua vol-
ta, aproveitou a oportunidade e bolou um plano destinado a ajudar
estudantes que possuíam dificuldades em matérias como matemática
e ciências. Seu plano envolvia a programação de um sistema para en-
sino-aprendizagem dos conteúdos estudantis e fez grande diferença
na vida acadêmica de muitos, que passaram a compreender melhor
os assuntos abordados.
Com tantos acontecimentos memoráveis, você acha que ela
parou por aí? Não, não. Adele conseguiu liderar a associação ACM,
que investe em tecnologia da computação. Lá, ganhou diversos prê-
mios por conta dos seus serviços, conquistas e avanços.
Essa é Goldberg, uma menina que pouco a pouco conquistou
o seu espaço nesse meio tecnológico. Uma mulher incrível que diaria-
mente inspira diversos jovens e adultos com o prestígio decorrente de
seu esforço, dedicação e trabalho duro.
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Dorothy Johnson Vaughan cursou matemática, trabalhou na Langley
Research Center, antecessora da Nasa, especializou-se em Rotas de Voos
e Programações Matemáticas e se tornou a primeira supervisora preta da
Nasa, assumindo o comando da West Area Computers, grupo formado
somente por mulheres matemáticas pretas, cujos cálculos eram utilizados
na aviação e projetos espaciais.
Essa história é uma homenagem a Dorothy Johnson Vaughan, a
primeira mulher preta a ser supervisora da Nasa e uma das mentes mais
brilhantes que por lá passaram.
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uma de suas integrantes para assumir o controle da operação. Kath
era a mente mais jovem e genial de todo o QG. Muitos duvidaram da
escolha da Doutora, mas ela não poderia ter sido mais certeira. Kath
era sua melhor aluna, havia lhe ensinado tudo o que pôde e com ela
aprendeu até uma coisinha ou outra de volta.
Por conta da precisão de seus cálculos e da dificílima tarefa e
concentração necessárias para a solução das questões, as West Wo-
men’s promoveram a instalação de computadores por todo o quartel
general. Enquanto isso, Kath se dedicava integralmente à solução de
cálculos e mais cálculos para o comandante do QG. Não foi fácil.
Ela sofria preconceito por ser mulher e, principalmente, por ser preta.
Entretanto, isso não a desmotivou.
A Doutora e as West Women’s destinavam todas as suas forças
para que Kath conseguisse calcular o lançamento do foguete e, num
belo dia, ela finalmente conseguiu. O país todo deu as mãos e festejou
a conquista. Finalmente haviam chegado ao espaço, graças à união e
força de muitas pessoas, principalmente das West Women’s. A Terra viu,
enfim, uma esperança de futuro.
A Doutora se sentiu aliviada com a conclusão dessa missão.
Outras logo vieram e, após inúmeros sucessos, ela conheceu o seu
príncipe encantado e se casou. Criou, assim, mais uma família, já que
as West Women’s nunca a deixaram.
Dorothy só conseguiu viajar para o espaço quando faleceu. Ela
virou a mais brilhante estrela do céu, e um dia, quando as astronautas a
visitarem no espaço, ela com certeza irá soltar seu brilho máximo de tanta
felicidade, pois finalmente estarão onde sua mente sempre habitou: entre
as estrelas.
Portanto, na disputa pela corrida espacial, pode-se dizer, com
certeza, que as mulheres, as West Women’s, foram as vitoriosas. E pode
apostar que elas ainda estão andando pelas ruas entre os terráqueos.
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Grace Murray Hopper foi uma brilhante matemática e analista de
EUA. Grace também criou o seu próprio compilador, o que abriu portas
A Rainha da Computação
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conflitos. Tal acontecimento foi positivo para aquele tempo, pois, até
então, não era comum que mulheres fizessem parte de organizações
militares. Dentro do Waves, ela trabalhou em conjunto com mulheres
que compartilhavam da sua mesma paixão pelas ciências exatas e
juntas elas deram o seu melhor em prol do seu país.
Grace fez parte de diversos projetos em sua vida. Por onde
passava sua inteligência e habilidades extraordinárias eram sempre
percebidas. Ela participou da programação do Mark I — um dos pri-
meiros computadores do mundo! — e também do Univac I, o primeiro
computador comercial fabricado e vendido nos Estados Unidos. Como
se não bastasse, ela também criou o seu próprio compilador, uma fer-
ramenta que coletava dados na linguagem humana e transformava
para a linguagem do computador, em meio a uma época em que a
maioria das pessoas acreditava que isso não fosse impossível.
Alguns anos após a sua morte, Grace foi homenageada, com
seu nome estampado em um navio americano, o USS Hopper, cujo
lema é de grande importância para todos nós: AUDE ET EFFICE — OUSE
E FAÇA!
Grace Hopper foi uma das mentes mais brilhantes que já viveu
entre nós e só tivemos o privilégio de conhecer suas ideias porque ela
nunca desistiu. Mesmo em meio a incertezas, quando tudo parecia
impossível, ela decidiu tentar. Lidar com o que ainda não havia sido
criado não a intimidava. Grace decidiu que ela seria a primeira.
Existem mentes tão brilhantes quanto a dela espalhadas pelo
mundo e que ainda não foram descobertas. Ao mesmo tempo, existe
um mundo de inovações aguardando para serem exploradas. Não
tenha medo de ser a primeira a explorá-las. Ouse e faça!
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Lois Haibt se graduou em matemática e ciências pelo Vassar
College e iniciou sua carreira na IBM (International Business Machines
— uma empresa voltada para a área da informática) com o mínimo
de conhecimento sobre programação. Mesmo assim, ficou conhecida
como cientista da computação, destacando-se como membro de um
seleto grupo constituído por dez pessoas da IBM. O grupo foi responsável
por desenvolver uma linguagem de programação chamada Fortran (IBM
Mathematical FORmula TRANslation System — uma linguagem de muito
sucesso). Haibt foi a responsável pelo desenvolvimento do programa
analisador sintático de expressões aritméticas, utilizado no compilador
Fortran. Por fim, ela se dedicou a trabalhos na área de análise de redes
de Petri, criando programas.
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seu período de estudos no Vassar, Lois trabalhou durante as férias em
laboratórios de uma empresa de tecnologia chamada Bell. Nesses
laboratórios, eram feitas pesquisas e análises com o objetivo de de-
senvolvimentos tecnológicos. Naquela época, a tecnologia não era
tão evoluída quanto nos dias de hoje. Nem internet havia!
Passado um tempo estudando, Lois recebeu um canudinho, e
dentro dele havia um diploma apontando a conclusão de seus estu-
dos. Nossa cientista poderia, agora, trabalhar fazendo ciência. E não
é que ela foi convocada para trabalhar em um lugar muito especial?
A IBM era uma empresa dedicada à avaliação e pesquisa de tudo o
que estava acontecendo, tanto das pessoas quanto dos serviços, e
chamou Haibt por ter reconhecido o quão talentosa e esforçada era
aquela mulher.
Nesse trabalho, Lois se dedicava à programação de computa-
dores e, apesar da pouca experiência nessa área da tecnologia, quis
se arriscar a viver um novo capítulo de sua vida. Na nova aventura
na IBM, a cientista trabalhou em conjunto com mais nove pessoas,
integrando o grupo responsável pela criação de uma linguagem para
computadores denominada “Fortran”. Dentro desse processo, Lois
colaborou com a parte de identificação de expressões matemáticas
e frases completas. Todo esse trabalho possibilitou a interação com os
computadores e celulares da forma que hoje fazemos.
E foi assim que Lois Haibt, importante mulher na área da computa-
ção, adquiriu o seu lugar como membro da Associação Matemática da
América e teve seus trabalhos como marcos na história da tecnologia.
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Mary Kenneth Keller foi uma freira estadunidense que conquistou
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mundo gira em torno dos números e como nós giramos em torno deles.
Ela se tornou próxima das tecnologias, acreditando que essas ferramen-
tas poderiam ajudar, defendendo que não havia razão em temê-las,
mas compartilhá-las com todos.
Em 1965, apresentou a sua grande contribuição para o mundo
das tecnologias. Dando finalmente voz ao que acreditava, Mary de-
senvolveu um estudo sobre os computadores, máquinas inovadoras
e desconhecidas na época. Sua pesquisa afirmava que os computa-
dores eram inteligentes e que poderiam tomar decisões, ajudando a
humanidade a resolver problemas do dia a dia, como a prevenção
de queimadas nas florestas ou ajudar a movimentação de pessoas
deficientes.
Após perceber que as tecnologias ajudariam a população,
Mary passou a lutar pelo acesso de todas as pessoas, principalmente
mulheres e crianças, aos benefícios do aprendizado e manuseio dos
computadores. É por isso que hoje você pode navegar livremente
pela internet de sua casa, escola ou qualquer outro lugar.
Os computadores, ao longo da história, foram programados
para funcionar como hoje em dia, foram ajustados para fazer o que
nós comandamos. Mary também contribuiu para isso, trabalhando na
criação de códigos (números e letras) menos complicados e, assim,
toda a comunidade pôde aprender e utilizar a linguagem das máqui-
nas com maior facilidade.
A Irmã Mary sempre acreditou que crianças poderiam inventar
coisas inimagináveis com a sua curiosidade e imaginação, somadas
ao uso das tecnologias. Mesmo longe do convento, ela continuou a
ajudar as pessoas, tornando a sua ajuda uma qualidade mais interior,
não uma característica religiosa. Mary é a prova que todos podem
ser o que quiserem, sejam esses desejos um ou dois destinos diferentes!
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Margaret Heafield Hamilton estudou muito durante a sua vida. Cursou
bastava para sua mente genial, ela também foi a mulher responsável
Com o passar dos anos, o mundo ficou cada vez mais compe-
titivo, transformando as pessoas em uma espécie de máquinas sem
sentimentos. Quando Margaret nasceu, em 1936, muitas coisas ainda
eram diferentes entre os homens e as mulheres. Por conta disso, ela não
teve as mesmas oportunidades que seus amigos de escola pelo simples
fato de ser uma menina. Mas ela queria ser reconhecida de alguma
forma, só não sabia ainda que seria uma grande cientista.
Mesmo sem o apoio de seus pais, visto ser uma menina, e as me-
ninas daquela época não podiam ser nada além de donas de casa,
Margaret insistiu na realização de seu sonho: conquistar o mundo!
Margaret foi e ainda é uma das mulheres mais inteligentes
que o mundo pôde conhecer. Ela cursou três faculdades e foi dispu-
tada por diversos grupos e empresas que notavam o seu destaque
intelectual. Por causa de sua genialidade, trabalhou na Nasa, uma
agência do governo dos Estados Unidos dedicada ao desenvolvi-
mento de altas tecnologias.
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Quando Margareth Heafield entrou para a Nasa, Estados Unidos
e União Soviética brigavam pela liderança da corrida de quem con-
seguiria pousar na Lua primeiro. Esse período ficou conhecido como
Guerra Fria. Apesar da guerra, Margaret Heafield não se contentou
em ficar em casa, como todas as mulheres eram naquele momento
obrigadas. Na verdade, ela foi para a linha de frente da tão temida
guerra, ajudando a combater o inimigo com sua perspicácia.
Margaret foi uma mulher de forte personalidade e durante toda
a sua trajetória nunca se deixou abalar, nem mesmo durante a Guerra
Fria. Ela deixou o valioso ensinamento de que não é preciso se esconder
quando se está com medo, mas se posicionar e enfrentar o inimigo da
maneira que puder.
Foi por sua causa que os Estados Unidos da América consegui-
ram liderar a campanha e finalmente possibilitar ao homem pousar
na Lua. Isso mesmo, se não fosse por ela e sua equipe, o mundo atual
poderia ser muito diferente do que é.
Anos após o desenvolvimento da sua programação, Margaret
obteve o merecido reconhecimento, recebendo a Medalha Presi-
dencial da Liberdade das mãos do ex-presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama.
Margaret não só conquistou o mundo, ela foi além. Margaret
conquistou a Lua.
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Marie Van Brittan Brown desenvolveu, juntamente com seu
Sempre vigilante
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Da mesma forma que seus vizinhos, Marie desejava que tudo
aquilo parasse de acontecer. Foi aí que, juntamente com Albert, passou
a buscar uma alternativa que desse fim ao terrível problema.
Em 1966 os dois começaram a desenvolver um sistema de se-
gurança residencial, algo próximo a uma câmera de vigilância, que
permitiria saber quem estava próximo à porta de suas residências.
Assim, caso um perigo fosse avistado, o resto da vizinhança poderia ser
rapidamente acionado para a expulsão do criminoso. Marie viu nesse
pequeno aparelho uma fonte de autonomia para as mulheres, que
agora poderiam se proteger sozinhas e lutar contra as forças do mal.
Não se sabe ao certo quanto sucesso esse sistema fez na época,
por ter sido um projeto desenvolvido pela Marie, uma mulher preta. Mas
uma coisa é certa, ela revolucionou não só o mundo da segurança e
tecnologia, como também o cenário das mulheres, em uma época em
que somente os homens eram heróis. Não há dúvidas de que esse pro-
jeto tenha inspirado novos equipamentos e, por conta disso, podemos
afirmar que Marie salvou a vida de muitas pessoas.
Na vida real, nunca é do dia para a noite que surgem super-
poderes e magias. Por isso, pessoas reais precisam trabalhar duro para
conquistar seus objetivos. A inteligência é uma arma preciosíssima
para as conquistas e também para o combate às forças do mal.
Essa é a história da super-heroína mais destemida de Nova
Iorque, a eterna heroína do Queens, a Vigilante do Futuro, que re-
volucionou a segurança combatendo as forças do crime: Marie Van
Brittan Brown.
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Rachel Zimmerman nasceu na cidade de Ontário, Canadá, e com apenas
Os símbolos da felicidade
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Com as melhorias inseridas, o sistema ficou muito mais interes-
sante, pois foi adicionada uma placa sensível ao toque, permitindo
que os usuários tivessem maior independência no uso, visto que ante-
riormente era necessário alguém para tradução dos símbolos. Agora
o próprio sistema faria essa função, sendo possível até a tradução a
outros idiomas ou a sua gravação.
O tempo passou e finalmente estava pronta para apresentar a
sua criação aos outros alunos: a impressora Blissymbol. Tratava-se de
uma grande invenção criada por uma pequena menina. Era dia da
tão esperada feira e lá ela a apresentaria.
Quando a feira acabou e foram revelados os resultados, Ra-
chel não acreditou no que estava acontecendo, ela havia ganhado
uma medalha de prata. Daí em diante suas conquistas só cresciam.
Em uma competição com todo o Canadá, ganhou outra medalha
de prata. Em seguida, vários outros prêmios foram juntados à sua cole-
ção. Mais tarde, foi convidada a competir em um evento muito maior,
a Exposição Mundial de Realizações de Jovens Inventores.
As horas passaram, as estações mudaram, os segundos cor-
riam tão rápido que ela nem se deu conta de que a pequena menina
estava dando lugar para uma grande mulher, carregando consigo a
coisa mais importante que tinha: o amor pela ciência.
Entre alguns dos seus pensamentos, sempre retornava a lem-
branças dos anos passados, de quando suas criações eram apenas
projetos de ciências, de quando não tinha noção de que suas inven-
ções poderiam se tornar algo grande. Ela não acreditava em si, mas o
tempo lhe mostrou que poderia realizar qualquer coisa que quisesse.
Rachel nunca abandonou seus estudos, seus conhecimentos
sobre física e astronomia eram impressionantes. Por ser muito boa no
que fazia, juntou-se à equipe da Nasa e de lá leva a ciência para
crianças como vocês, mostrando que os cientistas podem ser interes-
santes e estão por aí criando e fazendo coisas sensacionais. É assim
que vive uma cientista!
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Shirley Ann Jackson nasceu no dia 5 de novembro de 1946. Foi a primeira
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amigos a agirem da mesma forma, buscando sempre ajudá-los. A
empatia também fazia parte dos seus superpoderes.
Completado o período escolar, entrou para a faculdade dos
seus sonhos. Contudo, por lá, notou que não havia muitas pessoas
parecidas com ela. Os professores não confiavam no seu potencial,
por ela ser uma mulher preta. Nesse momento, muitas inseguranças
vieram à sua mente, mas pôde se lembrar que precisou deixar todo
o medo de lado para conquistar seu espaço e, principalmente, de
forma involuntária, destacar-se nele.
Mesmo com todos esses desafios, Shirley lutou por aquilo
que queria, vencendo e se tornando um exemplo para seus
amigos, principalmente aqueles iguais a ela, que enxergavam na
ciência o progresso.
Ao longo de sua vida, aventurou-se pelos diversos laboratórios,
realizando experimentos interessantes, obtendo resultados grandiosos
que, mais tarde, facilitariam a vida de diversas pessoas. O identificador
de chamada e a chamada em espera, o fax portátil e os cabos de fibra
óptica, tudo isso carrega um pouquinho de Shirley, suas pesquisas estão
por trás dessas invenções.
Seus estudos e suas pesquisas nunca pararam e, por conta
disso, nossa heroína conquistou vários prêmios, sendo um exemplo
para outras mulheres que um dia desacreditaram de si mesmas ou
que foram desacreditadas pelos outros. Além de se tornar professora
em algumas instituições, ocupou cargos de liderança e continua
com esses trabalhos até hoje. Shirley é a prova de que se, por acaso,
você ouvir um chamado da ciência, é importante respondê-lo de
coração e mente aberta.
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Marissa Mayer foi contratada para trabalhar no Google com apenas 24
empresa Lumi Labs. Ela é hoje uma líder prestigiada e muito respeitada
Do desconhecido ao sucesso
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Em pouco tempo, por estar sempre muito atenta aos detalhes,
Marissa foi promovida e se tornou responsável por liderar diversas fer-
ramentas de sucesso da empresa, como o Gmail, Maps e Books. Hoje
eles são muito conhecidos e facilitam a vida de diversas pessoas. Tudo
isso chefiado por uma mulher! Não é incrível?!
Depois dessa longa aventura, chefiando a invenção de po-
derosas ferramentas, Marissa decidiu por outro desafio, assumindo a
presidência de outra empresa na área de informática, o Yahoo. Em
2018, ela teve a ideia de criar seu próprio projeto, o Lumi Labs, com
foco total em tecnologia. Hoje, Marissa é uma das profissionais mais
influentes e respeitadas na área tecnológica.
Imagina ser uma cientista da computação e auxiliar em inven-
ções que mudaram o mundo? Marissa o fez e mostrou que as mulheres
podem liderar, criar, desenvolver e se destacar!
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Maria da Glória Guimarães dos Santos é brasileira, formada em Tecnologia
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lou, continuou fazendo o que tanto queria com muita determinação
e força de vontade. Com isso, pouco a pouco, ela foi conquistando o
seu merecido lugar, após tanto trabalho duro.
Até aquele momento, a Serpro havia sido comandada por ho-
mens apenas, os quais decidiam todas as medidas a serem tomadas
naquele lugar. E por tudo estar no poder deles, as mulheres acabavam
por não exercer cargos tão importantes quanto os que eles exerciam.
Mas a incrível Maria da Glória reverteu esse cenário. Ao longo de
seus anos a serviço, depois de todo o seu esforço, ela conseguiu mostrar
o seu valor e que aquele lugar necessitava dela para evoluir cada vez
mais, e da melhor forma possível. A partir disso, Maria foi convocada,
no ano de 2016, para ocupar um lugar de extrema importância na em-
presa: a presidência, posição para a qual eram indicadas as pessoas
mais importantes, responsáveis por tomar conta de tudo que envolvia
o nome “Serpro”.
Munida de coragem e de sua língua afiada, a jovem resolveu
enfrentar essa nova batalha, usando seus poderosos conhecimentos
e ensinamentos obtidos ao longo de sua vida, saindo vitoriosa e dei-
xando seu nome marcado para sempre na história dessa empresa.
Tornou-se, assim, a primeira mulher a presidir um cargo tão importante
quanto aquele. Diante desses acontecimentos, todos notaram que,
de fato, aquela mulher provou ser capaz de realizar seus sonhos e
provocar diversas mudanças positivas por onde passava.
A jornada de Maria da Glória Guimarães dos Santos, por-
tanto, serviu de inspiração para outras pequenas guerreiras sonha-
doras, encorajando-as à quebra de barreiras e mostrando que as
mulheres têm a capacidade de fazer qualquer coisa que quiserem;
ensinando que todos têm imensa importância, independentemente
de seu gênero. Além disso, propiciou às meninas mais voz e reco-
nhecimento na sociedade.
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Maria Cecília Calani Baranauskas é professora na Unicamp (Universidade
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Durante anos, tudo o que Maria fez foi estudar, na esperan-
ça de que seus poderes fossem recuperados. Em momento algum
esqueceu do sonho que teve quando criança e nunca deixou de
nele acreditar. Perseverante, a cada dia ela ficava mais inteligente
e mais corajosa.
Na sua jornada, conheceu um lugar onde tudo que sonhava
se tornaria realidade, era uma universidade, a Unicamp. Esse lugar se
tornou sua casa. Por lá estudou matemática e a ciência dos compu-
tadores, tornou-se mestra e, posteriormente, doutora em Engenharia
Elétrica, que é o estudo de tudo que é voltado à luz e faz com que
todas as máquinas ao nosso redor funcionem.
Maria se via cada vez mais encantada pela ciência da infor-
mática, que é a comunicação das tecnologias. Dessa paixão, decidiu
ensinar, tornando-se professora na universidade que lhe proporcionou
todos os conhecimentos que tinha, a Unicamp. Atualmente, coordena
um grupo de computação supersecreta e colabora em outro clube
que ensina pessoas a usarem tecnologias. Ela defende que computa-
dores e humanos possuem uma relação.
Maria Cecília viaja o mundo espalhando seus ensinamentos
e toda vez que olha da janela de um prédio bem alto nota a seme-
lhança com o sonho que teve em sua infância. Ela pensa no quanto
a sua vida mudou graças àquele sonho e se sente feliz. Agora, ela
sabe que ninguém pode tirar os seus poderes, pois o conhecimento
é a única coisa que não pode ser roubado de alguém.
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Katherine Louise Bouman, mais conhecida como Katie, é professora-
buraco negro.
Descoberta espacial
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Muitos já ouviram esta história, que repercutiu: o fato de uma
cientista fotografar um buraco negro. Foi um grande passo para a hu-
manidade e um passo maior ainda para as mulheres! A conquista dela
é, sem dúvida, uma grande felicidade, que servirá de incentivo para as
próximas gerações.
As mulheres que tiveram suas histórias contadas representam
as que, de uma forma muito especial e importante, auxiliaram na for-
mação e na construção de diversas outras cientistas e pesquisadoras.
Elas inspiram cada vez mais outras a serem cientistas. Olha, não é fácil,
mas se for o seu sonho, é preciso batalhar e nunca desistir!
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Referências
BIM, S. A.; PORTELA, L. Ada Lovelace: a condessa curiosa. 1. ed. Curitiba: Ed. Inverso, 2019.
GLÓRIA Guimarães deixa a presidência do Serpro e Caio Mario Paes de Andrade assume.
Serpros, 2019. Disponível em: https://serpros.com.br/2019/01/04/gloria-guimaraes-deixa-a-
-presidencia-do-serpro-e-caio-mario-paes-de-andrade-assume/. Acesso em: 20 dez. 2020.
GNIPPER, P. Mulheres Históricas: Hedy Lamarr, a atriz que inventou a base para o Wi-Fi. Canal-
tech, 2016. Disponível em: https://canaltech.com.br/internet/mulheres-historicas-hedy-lamar-
r-a-atriz-que-inventou-a-base-para-o-wi-fi-77347/. Acesso em: 3 dez. 2020.
GOLDBERG, Adele (ed.). A History of Personal Workstations. New York: ACM Press, 1988.
KAY, Alan. The Early History of Smalltalk. In: BERGIN, Thomas J.; GIBSON, Richard G. History of
Programming Languages. New York: ACM Press, 1996. v. 2.
LIGHT, S. J. When computers were women. Technology and Culture, v. 40, n. 3, jul. 1999.
RACHEL, I. As cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo. 1. ed. São Paulo: Ed. Blucher,
2017.
SOUZA, P. D.; ARYANE, C. Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil. 1. ed. São
Paulo: Rio de Janeiro: Ed. Seguinte, 2017.
VALDÉS, I.; RUBIO, I. Grace Hoopper, a mulher que tornou a linguagem do computador mais
humana. El País, 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/23/cien-
cia/1519391635_401299.html. Acesso em: 1 fev. 2021.
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Autoras
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tenho a honra de compartilhar com vocês um pouquinho da jornada de
algumas mulheres extraordinárias, em duas pequenas narrativas: A Rainha da
Computação e As grande precursoras do Eniac.
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Bianca Fernandes Ribas
Desde pequena sou apaixonada por histórias, e os livros sempre me
acompanharam em todos os lugares, influen-
ciando muito minha vida. A escrita, por outro
lado,pq sempre foi um desafio, comecei com
diários, cartas e algumas histórias fantasiadas,
as quais eu não mostrava para ninguém. En-
contro-me dentro das histórias, e quando entrei
no Núcleo de Animação e Roteiro (NuAR), tive
a oportunidade de poder fazer aquilo que um
dia alguém fez por mim: inspirar, transformar
e influenciar a vida das pessoas por meio da
escrita. No grupo Ctrl+Femme pude conhecer e, agora, compartilhar com vo-
cês, histórias de incríveis mulheres que revolucionaram a tecnologia, entre elas
a de Hedy Lamarr, Rachel Zimmerman, Ada Lovelace e Shirley Ann Jackson.
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Cláudia Santos Fernandes
Sou professora do IFMS desde 2011, atuando na área de informática,
porém, com muito interesse em diversas áreas, como a literatura. Como idea-
lizadora do Núcleo de Animação e Roteiro do
IFMS — NuAR, consegui atuar em ambas as áre-
as de meu interesse, o que tem sido muito de-
safiador e prazeroso, pois é possível incentivar
os estudantes a desenvolverem seus talentos:
na leitura e escrita, nos desenhos, na modela-
gem de objetos e cenários e nas técnicas de
desenvolvimento de animação. A criação do
grupo Ctrl+Femme possibilitou a valorização do
gênero feminino por meio das histórias e das contribuições científicas de todas
as mulheres que ilustram este livro.
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Giovanna Mara Paes Franco
Quando criança, participei de um projeto escolar no qual desen-
volvemos um livro também, mas com poesias
autorais. Ali foi o primeiro contato e onde
peguei gosto pela escrita. Então, ao ingressar
no IFMS/CG, em 2018, busquei projetos que me
deixassem próxima à literatura, dessa forma, o
NuAR surgiu na minha trajetória acadêmica.
Escrever histórias reais é bem diferente daquela
temática livre que estava acostumada, logo,
adorei o desafio. Neste livro, conto quatro his-
tórias: Dorothy Johnson Vaughan, Maria Cecília
Calani Baranauskas, Marie Van Brittan Brown e, por fim, Mary Kenneth Keller.
Espero que nossas narrativas e ilustrações tragam sensações com a mesma
intensidade que aconteceram para mim.
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Luana Arfux de Castro Nogueira
Desde que me lembro, sou apaixonada por livros e pela escrita no
geral. Sempre escrevi diários e relatos de expe-
riências para sempre me lembrar dos detalhes
que esquecemos com o tempo. Quando leio
livros, inspiro-me a viver e sentir a vida com
intensidade. Por isso, sempre busco passar em
minhas histórias o sentimentalismo. Gosto muito
de estudar sobre o ser humano e métodos de
convencimento e, quando me veio o convite
de escrever o livro pelo grupo Ctrl+Femme, vi
uma chance de persuadir as cientistas que,
ainda, estão escondidas. Neste livro escrevi, também, a história de Margaret
Hamilton, e tenho certeza que esta obra pode inspirar a cientista que há
dentro de você!
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Maria Eduarda Alves Barbosa
Em algum momento da minha vida passei a transferir meus senti-
mentos para uma folha em branco com alguns lápis de cor. Quem me via
rabiscar, ousava me chamar de artista e, com
isso, busquei ensinar um pouco do que sabia
em oficinas de arte. No final de tudo acabei
achando um lugarzinho especial no NuAR, pelo
grupo do Ctrl+Femme. Ilustrar a Ada Lovelace,
Hedy Lamarr, Dorothy Vaughan, Margaret
Hamilton, Rachel Zimmerman e Marissa Mayer
e contar parte de suas histórias a partir de um
desenho foi uma honra, e me inspiro em todas
elas. Quando penso na pessoa que eu sou hoje, lembro de todas as leituras
que fiz, penso em como me ensinaram coisas como bondade, coragem e
força, e espero que este livro cative a cientista e curiosa interior de cada
pessoa que o ler.
Marta Luzzi
Na minha adolescência tive boas oportunidades de leitura com os pro-
fessores que fizeram parte da minha escolaridade.
Hoje, atuo como professora e provoco em meus
estudantes práticas de leitura e de escrita que
fazem com que eles se aproximem das melhores
experiências. A partir da parceria com a área de
informática surgiu o NuAR (Núcleo de Animação
e Roteiro do campus Campo Grande), em que
construímos uma identidade de grupo formada
por desenhistas, escritores, roteiristas e musicis-
tas, cada um com sua habilidade, que juntos
protagonizaram projetos incríveis em um constante processo criativo de ensino e
de aprendizagem. Uma dessas realizações é o Ctrl+Femme, que aproximou as
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meninas do grupo em um novo trabalho, que você acabou de ler e que agora faz
parte de sua experiência de leitura.
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