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Comitê Editorial
Editora-Chefe Editor Comercial
Sandra Heck Diego Ferreira dos Santos Vieira
Editor-Coordenador Arte da Capa e Ilustrações
Lucas Zavarelli Bruno Veríssimo Hingst
Diagramação e Projeto Gráfico Revisão Editorial e Textual
Samuel Hugo Thais Valentim

DOI: 10.31012/ 978-65-5861-594-1


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária: Maria Isabel Schiavon Kinasz, CRB9 / 626
Heroínas ocultas: as histórias nunca contadas da
H559 ciência / Alice Barbosa do Couto ... [et al.] – 1.ed. - Curitiba:
Lumos, 2021.
[recurso eletrônico]

Vários colaboradores
ISBN 978-65-5861-594-1

1. Mulheres – Biografia. 2. Celebridades – Biografia.


I. Couto, Alice Barbosa do.

CDD 920.02 (22.ed)


CDU 92

1ª edição – Ano 2021


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e informadas em nosso site,
contatar a Editora Brazil Publishing:
Tel: (41) 3022-6005
www.aeditora.com.br/lumos
livrarias@aeditora.com.br
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Alice Barbosa do Couto - Amanda Raynara Quintana Theodoro
Ariadne Nicoly Mori de Paula - Bárbara Celsiane de Castro
Bianca Fernandes Ribas - Clara Scatena da Silva
Cláudia Santos Fernandes - Diane Rosa da Silva
Giovanna Mara Paes Franco - Kryslla Barbosa Rocha de Carvalho
Luana Arfux de Castro Nogueira - Márcia Ferreira Cristaldo
Maria Eduarda Alves Barbosa - Marta Luzzi - Yan Arruda Cunha

HEROÍNAS OCULTAS:
AS HISTÓRIAS
NUNCA CONTADAS
DA CIÊNCIA

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APRESENTAÇÃO

Algumas palavras

Este livro é resultado do nosso projeto de extensão, com-


posto por 14 meninas/mulheres, sendo 3 bolsistas extensionistas, 3
professoras e 8 colaboradoras que se dividiram entre escritoras e
ilustradoras. Neste livro contamos, por meio de narrativas, as histó-
rias de mulheres, carinhosamente chamadas por nós de “heroínas”,
que desenvolveram grandes descobertas, as quais estão presentes
até hoje no nosso cotidiano.

Assim, quando a ideia principal foi lançada, acertadamente o


grupo organizou, em ordem cronológica, a vida, o momento histórico
e as descobertas realizadas por elas.

Nesse sentido, com a escrita destas narrativas, podemos


perceber que a superação, as amizades, os conflitos e os preceitos
religiosos foram motivadores para as mulheres, até então vistas com
poucas expectativas pela sociedade científica.

Os códigos de voo, a calculadora, o cinema e a ida do homem


à Lua são algumas das grandes ações e colaborações feitas por estas
mulheres, que nos orgulham e nos enchem de emoção.

Fundamentamos nossas interlocuções entre as ilustrações e as


palavras que foram escolhidas para os textos e que nos fazem viajar
entre conceitos, fatos e experimentos científicos.

Os traços marcantes dos desenhos, das linhas de expressão, o


uso das cores e a visão semiótica que o livro apresenta traduz a sim-
bologia destas mulheres/meninas que carregam em si a diversidade,
unidas pelos sonhos, pela empatia, pelos prêmios que receberam e
pela liderança que exercem entre os seus.

Antes de adentrarmos neste colorido universo, cabe a nós


agradecermos com imensa felicidade àqueles que nos ajudaram
nessa conquista:

Ao Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) pelo incentivo,


essencial para o andamento deste trabalho, dado por meio do auxílio
financeiro, via Programa Institucional de Incentivo ao Ensino, Extensão,
Pesquisa e Inovação do IFMS (Piepi) e pelas bolsas de extensão às(aos)
estudantes, por meio do Programa de Bolsas e Auxílios para Ações de
Extensão do IFMS (Pibaex).

Ao grupo de estudantes que fazem parte do NuAR (Núcleo de


Animação e Roteiro do campus Campo Grande), meninas incríveis,
as quais aceitaram o desafio de criar as histórias destas mulheres,
que construíram, em épocas diferentes, por meio da ciência, o que
chamamos hoje de INOVAÇÃO.

É com grande orgulho que apresentamos este trabalho, escrito de forma


digital, pensado no virtual e materializado/realizado no diálogo constante
entre professoras e estudantes, neste universo que é o IFMS.

Desejamos a todos(as) uma ótima leitura e grandes descobertas!

As autoras
Qual destas narrativas você vai ler primeiro?
Encantadora de Números 8
A paixão pela eletricidade 11
Uma artista inovadora 14
As grandes precursoras do Eniac 17
Pequenos passos para grandes aventuras 20
Uma grande conquista matemática 23
A Rainha da Computação 26
Entre mundos da matemática e tecnologia 26
Entre mundos da matemática e tecnologia 29
Letras e números podem ficar juntos? 32
Com a cabeça na Lua 35
homem chegar à Lua 35
Sempre vigilante 38
Os símbolos da felicidade 41
Experimentar sempre foi o seu forte 44
Do desconhecido ao sucesso 47
Uma mulher gloriosa 50
Uma cientista nacional 53
Descoberta espacial 56
Referências 58
Autoras 59
7
Ada Lovelace é conhecida como a primeira programadora da
história. Nasceu em Londres, no dia 10 de dezembro de 1815. Influenciada
por sua mãe, despertou cedo o interesse por matemática e lógica. Na sua
juventude, trabalhou com o matemático Charles Babbage em seu projeto
sobre a máquina analítica. Com todo o seu conhecimento e utilizando suas
próprias anotações, traduziu um artigo científico chamado de “primeiro
algoritmo”. No dia 15 de outubro é comemorado o Ada Lovelace Day, por
conta de suas contribuições para a ciência e tecnologia. Na década de
70, a linguagem de programação de alto nível foi batizada de ADA.

Encantadora de Números

Grandes Palácios podem ser vistos pela cidade, lugares que


um dia foram ocupados por reis e rainhas. Londres foi onde tudo co-
meçou. A cidade guardava histórias valorosas e uma delas mudou o
rumo de toda a tecnologia conhecida.
Em um dia de inverno, o vento soprava forte lá fora. A cidade
tinha a temperatura ideal para se passar o dia perto de uma fogueira,
contando histórias. Um acontecimento tornaria esse dia ainda mais
especial: a chegada de uma menina ao mundo, Ada Lovelace. Ela
foi a primeira e única filha do casal, mas seu pai, conhecido como um
grande artista, já havia partido para um lugar distante sem ao menos
conhecer a pequena.
Ada era conhecida por ser uma condessa. Sua mãe era uma
inspiração e sempre a ajudava em tudo. Talvez por isso se apaixonou
pelos números. Desde pequena, a ideia de criar algo novo a encan-
tava. Com fértil imaginação, escreveu e ilustrou seu primeiro livro,
juntando suas ideias mais criativas. Mesmo sem conhecer o seu pai,
lá no fundo carregava a poesia em seu sangue. Seu lado artístico era
algo inesquecível.

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Com o decorrer do tempo, a menininha cresceu e passou a ter
um conhecimento maior, principalmente sobre os números. Virou ami-
ga de um homem, que, assim como ela, era muito inteligente, e logo
começaram a trabalhar juntos. Ele se chamava Charles Babbage e
estava trabalhando em sua criação, uma máquina que poderia fazer
cálculos complicados.
Ela tinha um superpoder, o de ver o futuro. Ada via que a máquina
de seu amigo poderia fazer mais do que apenas aqueles cálculos. Uma
missão lhe foi dada: traduzir o documento que falava sobre essa criação.
Como nada era impossível para aquela garota, a missão foi um sucesso
tão grande que, além de traduzir, ela fez importantes anotações, um
verdadeiro tesouro de sua vida, e para comemorar fez uma das coisas
que mais gostava de fazer: jogar.
Imagine que para um computador funcionar ele precise que
alguém mande, mostre como fazer qualquer coisa. Pois bem, era isso
que as anotações de Ada faziam, davam ordens para o computador.
Hoje elas são conhecidas no mundo inteiro como “algoritmos”.
Antes de ver toda a sua descoberta funcionando, a brilhante
menina acabou indo morar junto com seu pai, em um lugar bem distante.
Passados alguns anos, a máquina de Babbage ficou conhecida como o
primeiro modelo de computador e Ada como a primeira programadora
do mundo.
Nos dias de hoje todo mundo utiliza sua famosa criação, e
nada mais justo que uma data para comemorar tudo isso: o dia 15 de
outubro. E não para por aí! A linguagem recebeu o seu nome como
forma de homenagem a essa grande contribuição para a tecnologia:
linguagem ADA.

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Edith Clarke se formou em astrologia e matemática, mas não se
contentou com apenas essas duas. Além disso, começou a faculdade
de Engenharia Civil, graduou-se em Engenharia Elétrica e obteve mes-
trado nessa área. Foi a primeira engenheira eletricista dos EUA e também
ajudou na criação de uma calculadora que resolvia enormes cálculos,
a “Calculadora Clarke”. Este texto, em memória a Edith Clarke, mostra
algumas de suas realizações e avanços tecnológicos que ajudaram no
desenvolvimento mundial.

A paixão pela eletricidade

Quando Edith nasceu, a cidade em que ela vivia com sua


família era rodeada de castelos e riqueza, o Condado de Howard.
Seus pais a achavam a pessoa mais inteligente do mundo, porém, o
mundo não notava isso nela, pois ela era uma mulher. Apesar de tudo,
Clarke não se deixou abalar, estudando matemática e astrologia
em salas que só tinha ela de menina. Não era comum que mulheres
entrassem numa faculdade, principalmente em um curso de exatas.
Contudo, ela ainda não estava feliz, pois queria cursar Engenharia,
mesmo sendo este um curso muito “difícil para as mulheres”. Edith não
desistiu de seus sonhos e continuou a estudar mais e mais.
Disso, ingressou na faculdade de Engenharia Civil, mas logo
desistiu e começou a trabalhar em uma empresa como assistente do
cientista George Campbell. É bem provável que você estude sobre
ele na sua escola, mas aqui a parte mais importante é sobre a Edith.
Edith Clarke começou a coordenar o Departamento de
Engenharia e isso a aproximou da área. A paixão pela eletricidade
ascendia e se tornava cada vez mais evidente em sua vida. Foi então
que tomou uma importante decisão. Edith se inscreveu para cursar a
graduação em Engenharia Elétrica no Instituto de Tecnologia de Mas-

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sachusetts e o mestrado por mais um ano. Tornou-se, assim, a primeira
mulher formada em Engenharia Elétrica e mestre na área.
Formada e certa do que queria fazer, prosseguiu com seus so-
nhos. Infelizmente, foi muito difícil conseguir emprego, visto que ela era
mulher, única de sua área, e muitos duvidavam de sua capacidade.
Mas ela não deixou por isso mesmo. Após muito tempo lecionando,
resolveu largar o seu emprego e partir em busca do que realmente
queria. Edith conseguiu retornar para a empresa que no passado
havia trabalhado, não como assistente dos engenheiros homens, mas
como a primeira engenheira eletricista dos Estados Unidos.
Além de ser a pioneira na Engenharia Elétrica, Edith foi uma
das inventoras da calculadora gráfica, ferramenta que auxilia na
determinação das características elétricas de longas linhas de trans-
missão de eletricidade.
Algumas vezes, nem Clarke acreditava no seu potencial, como
visto em uma de suas frases mais famosas: “Eu sempre quis ser enge-
nheira, mas sentia como se mulheres não devessem estudar coisas
como Engenharia”. Mesmo assim, conseguiu passar por cima de todo
o preconceito e medo para alcançar o seu sonho.
Edith Clarke foi uma estrela. Pouco reconhecida no seu tempo,
mas que aos poucos vem brilhando cada vez mais e mais, lado a lado
de suas amigas cientistas.

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Hedwig Eva Maria Kiesler Lamarr, mais conhecida como Hedy
Lamarr, nasceu em Viena, Áustria, no ano de 1914. Era famosa por sua
beleza e atuação em filmes. Desde pequena estudou piano, influenciada
por sua mãe pianista. Com o compositor George Antheil, ao observar as
diferentes frequências emitidas pelo piano, desenvolveram um aparelho
de interferência em rádio com a habilidade de despistar radares nazis-
tas. Mais tarde essa invenção foi usada como base para a criação das
conexões wi-fi e CDMA, e Hedy ficou conhecida como a “mãe do wi-fi”.

Uma artista inovadora

Faz muito, muito tempo que essa história aconteceu. Antes


mesmo de existir celular, GPS e principalmente wi-fi. Em um lugar não
tão distante existia uma pequena menina, chamada Hedy Lamarr, que
passava as suas tardes tocando piano, assim como a sua mãe.
O tempo passou e Hedy cresceu. Foi aí que tudo mudou. A
menina conquistou um novo mundo, no qual ela podia ser quem
ela quisesse, e esse era o famoso mundo do cinema. Tudo estava
dando certo em sua vida, até que ela encontrou um príncipe, os dois
se apaixonaram e se casaram. De repente, sua vida mudou, após o
casamento não havia mais diversão. Hedy não saía para festas e por
muitas vezes se via obrigada a ficar presa em seu casarão. Contudo,
ela não aceitaria mais isso, precisava recuperar a sua vida antiga.
Cansada de tudo, não via outra escolha senão fugir para bem
longe dali. Então, quando a Lua e as estrelas apareceram no céu, Hedy
deu início aos preparativos de seu plano e, uma vez concluída a orga-
nização, descansou para reservar energia para o seu grande dia.
Eis que chega o grande dia! Hedy e seu marido foram juntos
para uma festa. Ela vestia sua melhor roupa e as joias mais caras que

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possuía. Com o avançar da noite, sem ser vista por ninguém e sem olhar
para trás, partiu para um lugar distante. Essa noite mudou a sua vida
para melhor, seu plano foi realizado com sucesso. Chegou à sua nova
casa, mudou o seu nome e passou a se sentir livre novamente.
Naquela época, algo muito terrível acontecia no mundo. Uma
briga gigantesca que perdurava há vários anos. Era muito difícil se co-
municar com qualquer pessoa, pois não existiam celulares e os rádios
sempre tinham interferência.
Hedy, que nunca havia abandonado a sua paixão pelo piano,
notou, enquanto tocava com seu amigo George Antheil, que as notas
tocadas vibravam em frequências diferentes. Depois de muito pensar,
concluiu que com essa descoberta a comunicação entre as pessoas
poderia melhorar. Juntos eles fizeram isso acontecer. A invenção foi
melhorada até resultar em um sistema secreto de comunicação.
Para a surpresa dos dois amigos, a invenção foi desacreditada, já
que na época não confiavam em pesquisas feitas por uma mulher. Mas
Hedy era mais que um rosto bonito do cinema, ela tinha o potencial para ser
uma grande inventora. Tal fato se confirmou quando os chefes de opera-
ções decidiram por utilizar a sua descoberta em comunicação. Mais tarde,
a sua invenção foi utilizada como base para criação do famoso wi-fi que
conhecemos, também sendo utilizada no GPS e no Bluetooth.
Hedy, que tanto contribuiu para o avanço da nossa tecnologia,
nunca recebeu o valor que realmente merecia. Foi julgada por ser mu-
lher e a sua história é por muitos desconhecida. Recebeu homenagem
na Alemanha, que, no dia do seu aniversário, celebra o Dia do Inventor.
Depois de entrar para a Fama Nacional de Inventores, ficou conhecida
como a “mãe do wi-fi”.
Existem muitas Hedys por aí, que pouco a pouco vêm ganhan-
do espaço no encantador mundo da tecnologia e ciência, mostran-
do que podem realizar seus sonhos de brilhar com sua capacidade
intelectual.

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Frances Bilas, Jean Jennings, Ruth Lichterman, Kathleen Mc-
Nulty, Betty Snyder e Marlyn Wescoff foram seis incríveis matemáticas
responsáveis pela programação do primeiro computador eletrônico
da história. Conhecidas como “computadoras”, elas foram escolhidas
para compreender o funcionamento do Eniac (Computador Integrador
Numérico Eletrônico) e para torná-lo operacional. Elas alcançaram tal
objetivo, permitindo a solução em segundos de cálculos antes resolvidos
em horas de trabalho.

As grandes precursoras do Eniac

Você já ouviu falar no Eniac? Ele é conhecido como “o pai dos


computadores” por ser o primeiro computador do mundo! Sua cria-
ção se deu graças ao trabalho duro de vários trabalhadores, homens
e mulheres, mas apenas parte dos envolvidos obtiveram o crédito de
seu desenvolvimento. Que tal conhecer um pouquinho da história
desses que foram esquecidos, ou melhor, esquecidas?
Durante um período de batalhas travadas entre vários países, o
exército americano necessitava de ajuda para a realização de alguns
cálculos muito importantes. Para isso, chamaram pessoas com talentos
especiais em matemática e, como a maioria dos homens estava nos
campos de batalha, grande parte dos escolhidos era mulheres.
Conhecidas como “computadoras”, aquelas que fazem os
cálculos, dedicavam-se diariamente a folhas e mais folhas de inúme-
ras contas. Tratava-se de um trabalho muito cansativo e repetitivo.
Algumas das contas eram tão grandes que demoravam mais de 12
horas para conclusão, mas isso não as impedia. Como compreendiam
que aqueles cálculos eram essenciais para a sua pátria, executavam
tudo com maestria!

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Com o passar do tempo, o exército percebeu que, apesar
do excelente trabalho por elas prestado, era necessário algo ainda
mais rápido para a solução dos problemas. Era preciso um esforço
sobre-humano para que seus objetivos fossem alcançados. Um esfor-
ço sobre-humano? Eureka! Tiveram a brilhante ideia de criação do
Eniac, uma máquina inovadora que faria os cálculos de uma forma
bem mais rápida.
A construção dessa ousada invenção foi coordenada pelo
exército americano em conjunto com um ótimo time de engenheiros.
As matemáticas escolhidas para o desafio de fazê-lo funcionar foram:
Frances Bilas, Jean Jennings, Ruth Lichterman, Kathleen McNulty, Betty
Snyder e Marlyn Wescoff. Elas trabalharam juntas para o entendimen-
to de como a máquina funcionaria e de como poderiam obter os
resultados que esperavam. Após muitos testes, correções e noites em
claro, elas provaram estar à altura da tarefa proposta. Elas consegui-
ram!
O Eniac foi uma inovação para a época e tornou a vida
daqueles trabalhadores muito mais fácil. Porém, por muito tempo,
a importância do trabalho dessas mulheres inspiradoras foi ignora-
da. Infelizmente, até os dias de hoje, o legado deixado por essas
mulheres, na área da computação, é pouco conhecido. Por isso
estamos aqui. É nossa missão não permitir que elas sejam esquecidas
novamente!

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Adele Goldberg nasceu em Cleveland, Ohio, no ano de 1945.
Desde cedo adorava matemática, portanto, graduou-se na Universidade
de Michigan e obteve o título de Ph.D. em Ciência da Informação pela
Universidade de Chicago. Com isso, passou a trabalhar como pesquisa-
dora no Parc (Xerox Palo Alto Research Center — divisão da corporação
Xerox), desenvolvendo a linguagem de programação Smalltalk. A partir
dessa linguagem, e buscando atingir um público mais amplo, fundou a
Parc Place Systems, uma empresa desmembrada da Xerox. Projetou sis-
temas capazes de criar e fornecer cursos online destinados ao auxílio das
matérias de matemática e ciências do Ensino Médio e presidiu a ACM
(Association for Computing Machinery), ganhando diversos prêmios por
seus trabalhos.

Pequenos passos para grandes aventuras

Certo dia, em uma cidadezinha chamada Cleveland, nasceu,


em 1945, uma menininha de belos e sedosos cabelos castanhos: Adele
Goldberg. Desde muito nova, esforçava-se na escola, adorava conhe-
cer os números, fazer operações matemáticas e resolver problemas
difíceis. Após tantas batalhas, deixaria o colégio e iniciaria sua nova
vida adulta, decidindo por cursar uma faculdade para se aprofundar
na matéria que mais gostava, a matemática.
Quanto mais aprendia, mais conhecimento desejava. Por isso,
ao terminar o curso de exatas, decidiu se aventurar no mundo da Ci-
ência da Informação, que lhe apresentou a sua paixão pela ciência,
atualidade e inovação.
Todos esses acontecimentos serviram de experiência e apren-
dizagem para que Adele alcançasse uma posição em uma empresa
famosa e respeitada, a Xerox. Lá, tinha a função de pesquisadora de
um setor empresarial denominado Parc, onde aplicava suas habilida-
des informacionais e lógicas.

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Com o passar dos dias, desenvolveu na Xerox uma linguagem
de programação (tipo de língua utilizada pelos computadores como
meio de comunicação com os humanos), a Smalltalk. Porém, perce-
beu que ao limitar aquele mecanismo a apenas algumas pessoas,
muitas outras eram deixadas de lado. Diante desse descontenta-
mento, Adele buscava uma solução. E qual seria a solução? Optou
por fundar sua própria empresa, concedendo-lhe o poder de tomar
todas as decisões necessárias.
Depois de muita insistência, conseguiu erguer seu negócio,
possibilitando a realização de seus sonhos de criança, dentre eles,
ajudar o máximo de pessoas possíveis. Ela propiciou que a Smalltalk
atingisse mais pessoas para que elas pudessem aproveitar seus benefí-
cios, sendo o seu manuseio de fácil acesso e programação.
Por ser uma mulher que sempre buscou auxiliar todos à sua vol-
ta, aproveitou a oportunidade e bolou um plano destinado a ajudar
estudantes que possuíam dificuldades em matérias como matemática
e ciências. Seu plano envolvia a programação de um sistema para en-
sino-aprendizagem dos conteúdos estudantis e fez grande diferença
na vida acadêmica de muitos, que passaram a compreender melhor
os assuntos abordados.
Com tantos acontecimentos memoráveis, você acha que ela
parou por aí? Não, não. Adele conseguiu liderar a associação ACM,
que investe em tecnologia da computação. Lá, ganhou diversos prê-
mios por conta dos seus serviços, conquistas e avanços.
Essa é Goldberg, uma menina que pouco a pouco conquistou
o seu espaço nesse meio tecnológico. Uma mulher incrível que diaria-
mente inspira diversos jovens e adultos com o prestígio decorrente de
seu esforço, dedicação e trabalho duro.

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Dorothy Johnson Vaughan cursou matemática, trabalhou na Langley
Research Center, antecessora da Nasa, especializou-se em Rotas de Voos
e Programações Matemáticas e se tornou a primeira supervisora preta da
Nasa, assumindo o comando da West Area Computers, grupo formado
somente por mulheres matemáticas pretas, cujos cálculos eram utilizados
na aviação e projetos espaciais.
Essa história é uma homenagem a Dorothy Johnson Vaughan, a
primeira mulher preta a ser supervisora da Nasa e uma das mentes mais
brilhantes que por lá passaram.

Uma grande conquista matemática

Foi durante a grande corrida para ver quem seria o primeiro a


chegar no espaço que a Doutora Dorothy surgiu. Seus superpoderes
eram a inteligência e a astúcia em descobrir mentes brilhantes e, por
isso, fundou um grupo de mulheres intitulado West Women’s.
Ela coordenou o grupo, que possuía habilidades incríveis, com-
posto por mulheres que operavam como computadores humanos
no quartel general (QG) americano. Eram assim consideradas pois se
assemelhavam a máquinas velozes dedicadas aos cálculos das mais
difíceis contas matemáticas.
As poderosas West Women’s se encontravam diariamente na
sala secreta de comando, onde discutiam sobre o destino das suas
máquinas voadoras, um plano perfeito para vencerem a tal corrida
espacial. Mas muitos conspiravam contra elas. A Doutora Dorothy tudo
tentou, entretanto, naquela época ninguém imaginava mulheres che-
gando ao espaço ou até mesmo ajudando no desenvolvimento desta
façanha. Por esse motivo, muitas foram expulsas.
O inimigo parecia estar sempre um passo à frente e as West
Women’s estavam inconformadas. Então, a Doutora Dorothy indicou

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uma de suas integrantes para assumir o controle da operação. Kath
era a mente mais jovem e genial de todo o QG. Muitos duvidaram da
escolha da Doutora, mas ela não poderia ter sido mais certeira. Kath
era sua melhor aluna, havia lhe ensinado tudo o que pôde e com ela
aprendeu até uma coisinha ou outra de volta.
Por conta da precisão de seus cálculos e da dificílima tarefa e
concentração necessárias para a solução das questões, as West Wo-
men’s promoveram a instalação de computadores por todo o quartel
general. Enquanto isso, Kath se dedicava integralmente à solução de
cálculos e mais cálculos para o comandante do QG. Não foi fácil.
Ela sofria preconceito por ser mulher e, principalmente, por ser preta.
Entretanto, isso não a desmotivou.
A Doutora e as West Women’s destinavam todas as suas forças
para que Kath conseguisse calcular o lançamento do foguete e, num
belo dia, ela finalmente conseguiu. O país todo deu as mãos e festejou
a conquista. Finalmente haviam chegado ao espaço, graças à união e
força de muitas pessoas, principalmente das West Women’s. A Terra viu,
enfim, uma esperança de futuro.
A Doutora se sentiu aliviada com a conclusão dessa missão.
Outras logo vieram e, após inúmeros sucessos, ela conheceu o seu
príncipe encantado e se casou. Criou, assim, mais uma família, já que
as West Women’s nunca a deixaram.
Dorothy só conseguiu viajar para o espaço quando faleceu. Ela
virou a mais brilhante estrela do céu, e um dia, quando as astronautas a
visitarem no espaço, ela com certeza irá soltar seu brilho máximo de tanta
felicidade, pois finalmente estarão onde sua mente sempre habitou: entre
as estrelas.
Portanto, na disputa pela corrida espacial, pode-se dizer, com
certeza, que as mulheres, as West Women’s, foram as vitoriosas. E pode
apostar que elas ainda estão andando pelas ruas entre os terráqueos.

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Grace Murray Hopper foi uma brilhante matemática e analista de

sistemas, popularmente conhecida como a Rainha da Computação.

Fascinada, desde pequena, por ciência e tecnologia, participou da

criação do primeiro computador comercial fabricado e vendido nos

EUA. Grace também criou o seu próprio compilador, o que abriu portas

para a programação que conhecemos hoje.

A Rainha da Computação

Grace Hopper nasceu em Nova York no ano de 1906, sendo


a mais velha de três irmãos. Sempre foi uma menina muito esperta e
curiosa. Vocês acreditam que com apenas 7 anos ela descobriu como
funcionava um despertador? Grace sempre contou com o apoio de
seus pais, porém, ela cresceu em uma época em que meninas não
eram encorajadas a investir em seus estudos, mas a conseguirem um
bom casamento e serem boas donas de casa. Como se não fosse
possível fazer todas essas coisas ao mesmo tempo.
Esse futuro era pequeno demais para Grace, que sempre
soube que estava predestinada a ir além. Então, calando todas as
vozes que lhe diziam o contrário, decidiu seguir sua maior paixão: os
números. Estudou matemática e física na faculdade, aprendendo
mais e mais sobre aquilo que fazia seus olhinhos brilharem. Quando
se formou, decidiu compartilhar seus aprendizados, tornando-se uma
ótima professora, com muito amor pelo o que fazia.
Passado algum tempo, o mundo presenciou um período de
muitos conflitos, conhecidos como a Segunda Guerra Mundial. Nessa
condição, Grace se ofereceu para participar do Waves, um grupo
formado apenas por mulheres na Reserva Naval dos Estados Unidos e
responsável por buscar soluções aos problemas relacionados a esses

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conflitos. Tal acontecimento foi positivo para aquele tempo, pois, até
então, não era comum que mulheres fizessem parte de organizações
militares. Dentro do Waves, ela trabalhou em conjunto com mulheres
que compartilhavam da sua mesma paixão pelas ciências exatas e
juntas elas deram o seu melhor em prol do seu país.
Grace fez parte de diversos projetos em sua vida. Por onde
passava sua inteligência e habilidades extraordinárias eram sempre
percebidas. Ela participou da programação do Mark I — um dos pri-
meiros computadores do mundo! — e também do Univac I, o primeiro
computador comercial fabricado e vendido nos Estados Unidos. Como
se não bastasse, ela também criou o seu próprio compilador, uma fer-
ramenta que coletava dados na linguagem humana e transformava
para a linguagem do computador, em meio a uma época em que a
maioria das pessoas acreditava que isso não fosse impossível.
Alguns anos após a sua morte, Grace foi homenageada, com
seu nome estampado em um navio americano, o USS Hopper, cujo
lema é de grande importância para todos nós: AUDE ET EFFICE — OUSE
E FAÇA!
Grace Hopper foi uma das mentes mais brilhantes que já viveu
entre nós e só tivemos o privilégio de conhecer suas ideias porque ela
nunca desistiu. Mesmo em meio a incertezas, quando tudo parecia
impossível, ela decidiu tentar. Lidar com o que ainda não havia sido
criado não a intimidava. Grace decidiu que ela seria a primeira.
Existem mentes tão brilhantes quanto a dela espalhadas pelo
mundo e que ainda não foram descobertas. Ao mesmo tempo, existe
um mundo de inovações aguardando para serem exploradas. Não
tenha medo de ser a primeira a explorá-las. Ouse e faça!

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Lois Haibt se graduou em matemática e ciências pelo Vassar
College e iniciou sua carreira na IBM (International Business Machines
— uma empresa voltada para a área da informática) com o mínimo
de conhecimento sobre programação. Mesmo assim, ficou conhecida
como cientista da computação, destacando-se como membro de um
seleto grupo constituído por dez pessoas da IBM. O grupo foi responsável
por desenvolver uma linguagem de programação chamada Fortran (IBM
Mathematical FORmula TRANslation System — uma linguagem de muito
sucesso). Haibt foi a responsável pelo desenvolvimento do programa
analisador sintático de expressões aritméticas, utilizado no compilador
Fortran. Por fim, ela se dedicou a trabalhos na área de análise de redes
de Petri, criando programas.

Entre mundos da matemática e tecnologia

Há muito tempo atrás, em 1934, nasceu uma menina de nome


Lois Haibt. A princípio, ela não se destacava das outras ao seu redor.
O que ninguém sabia ainda era que, ao crescer, aquela pequenina
se tornaria uma grande cientista. Para tal, nossa heroína passou por
uma longa caminhada, cheia de aventuras e descobertas. Vamos
conhecer a sua jornada?
Quando criança, frequentou a escola com seus amiguinhos,
teve uma infância normal. Com o passar dos anos, conforme ela
crescia, ia se descobrindo, refletindo e tomando diversas decisões.
Uma destas foi a de cursar uma faculdade, uma escola para gente
grande estudar aquilo que se identifica e gosta. Por ser uma garota
muito inteligente e esperta, conseguiu uma bolsa de estudos, o que
lhe permitia frequentar a faculdade sem gastar nenhuma moedinha
de seu dinheiro. Tornou-se, então, acadêmica do Vassar College.
Apaixonada pelos números e contas, escolheu o curso de
matemática, o pontapé para se tornar uma grande cientista. Durante

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seu período de estudos no Vassar, Lois trabalhou durante as férias em
laboratórios de uma empresa de tecnologia chamada Bell. Nesses
laboratórios, eram feitas pesquisas e análises com o objetivo de de-
senvolvimentos tecnológicos. Naquela época, a tecnologia não era
tão evoluída quanto nos dias de hoje. Nem internet havia!
Passado um tempo estudando, Lois recebeu um canudinho, e
dentro dele havia um diploma apontando a conclusão de seus estu-
dos. Nossa cientista poderia, agora, trabalhar fazendo ciência. E não
é que ela foi convocada para trabalhar em um lugar muito especial?
A IBM era uma empresa dedicada à avaliação e pesquisa de tudo o
que estava acontecendo, tanto das pessoas quanto dos serviços, e
chamou Haibt por ter reconhecido o quão talentosa e esforçada era
aquela mulher.
Nesse trabalho, Lois se dedicava à programação de computa-
dores e, apesar da pouca experiência nessa área da tecnologia, quis
se arriscar a viver um novo capítulo de sua vida. Na nova aventura
na IBM, a cientista trabalhou em conjunto com mais nove pessoas,
integrando o grupo responsável pela criação de uma linguagem para
computadores denominada “Fortran”. Dentro desse processo, Lois
colaborou com a parte de identificação de expressões matemáticas
e frases completas. Todo esse trabalho possibilitou a interação com os
computadores e celulares da forma que hoje fazemos.
E foi assim que Lois Haibt, importante mulher na área da computa-
ção, adquiriu o seu lugar como membro da Associação Matemática da
América e teve seus trabalhos como marcos na história da tecnologia.

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Mary Kenneth Keller foi uma freira estadunidense que conquistou

bacharelado em ciências com ênfase em matemática e, logo após,

mestrado em matemática e física. Com sua carreira acadêmica, foi

a primeira mulher na história a conseguir um doutorado em Ciências

da Computação. Mary também escreveu livros sobre a computação

e lutou pelo direito das mulheres e crianças terem acesso à educação

por meio das tecnologias, como os computadores.

Letras e números podem ficar juntos?

Era finalzinho de 1913. Em meio à transição da estação cinzenta


do outono ao gelado e branco inverno na América do Norte, nasceu
uma garotinha com poderes divinos: Mary, a irmã das máquinas.
Os anos se passaram e, com eles, Mary descobria os seus preciosos
dons. Sua capacidade de se sensibilizar com as pessoas à sua volta era
extraordinária. Logo ela compreendeu que sua vida seria compartilhar os
seus poderes com o resto da humanidade. E não é que ela conseguiu?!
Em 1932, ela entrou para um grupo de mulheres denominadas
“Irmãs de Caridade da Abençoada Virgem Maria” e, em 1940, tor-
nou-se freira, passando a ser conhecida como a querida Irmã Mary,
dando início ao seu maior desafio.
Existia, na época, um terrível vilão que não gostava de mulheres
ganhando espaço no mundo científico. Ele abominava garotinhas in-
teligentes como ela, e é claro que Mary o temia. Mas nossa heroína era
muito especial, ela acreditava em si mesma e nos sonhos que almejava
para o mundo todo.
Enfrentando os seus medos e superando as barreiras, Mary se
graduou em ciências matemáticas e física, compreendendo como o

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mundo gira em torno dos números e como nós giramos em torno deles.
Ela se tornou próxima das tecnologias, acreditando que essas ferramen-
tas poderiam ajudar, defendendo que não havia razão em temê-las,
mas compartilhá-las com todos.
Em 1965, apresentou a sua grande contribuição para o mundo
das tecnologias. Dando finalmente voz ao que acreditava, Mary de-
senvolveu um estudo sobre os computadores, máquinas inovadoras
e desconhecidas na época. Sua pesquisa afirmava que os computa-
dores eram inteligentes e que poderiam tomar decisões, ajudando a
humanidade a resolver problemas do dia a dia, como a prevenção
de queimadas nas florestas ou ajudar a movimentação de pessoas
deficientes.
Após perceber que as tecnologias ajudariam a população,
Mary passou a lutar pelo acesso de todas as pessoas, principalmente
mulheres e crianças, aos benefícios do aprendizado e manuseio dos
computadores. É por isso que hoje você pode navegar livremente
pela internet de sua casa, escola ou qualquer outro lugar.
Os computadores, ao longo da história, foram programados
para funcionar como hoje em dia, foram ajustados para fazer o que
nós comandamos. Mary também contribuiu para isso, trabalhando na
criação de códigos (números e letras) menos complicados e, assim,
toda a comunidade pôde aprender e utilizar a linguagem das máqui-
nas com maior facilidade.
A Irmã Mary sempre acreditou que crianças poderiam inventar
coisas inimagináveis com a sua curiosidade e imaginação, somadas
ao uso das tecnologias. Mesmo longe do convento, ela continuou a
ajudar as pessoas, tornando a sua ajuda uma qualidade mais interior,
não uma característica religiosa. Mary é a prova que todos podem
ser o que quiserem, sejam esses desejos um ou dois destinos diferentes!

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Margaret Heafield Hamilton estudou muito durante a sua vida. Cursou

Ciência da Computação e Engenharia de Software, além de administrar

uma carreira de empresária, quando sobrava um tempinho. Isso não

bastava para sua mente genial, ela também foi a mulher responsável

pela criação do algoritmo que possibilitou ao homem chegar à Lua.

Nasceu em 1936 e nunca encontrou muito apoio em sua carreira de

cientista. Seguiu, porém, os seus sonhos e conquistou muito mais que o

mundo. Este texto é em homenagem a Margaret Heafield, a mulher que

possibilitou ao homem chegar à Lua.

Com a cabeça na Lua

Com o passar dos anos, o mundo ficou cada vez mais compe-
titivo, transformando as pessoas em uma espécie de máquinas sem
sentimentos. Quando Margaret nasceu, em 1936, muitas coisas ainda
eram diferentes entre os homens e as mulheres. Por conta disso, ela não
teve as mesmas oportunidades que seus amigos de escola pelo simples
fato de ser uma menina. Mas ela queria ser reconhecida de alguma
forma, só não sabia ainda que seria uma grande cientista.
Mesmo sem o apoio de seus pais, visto ser uma menina, e as me-
ninas daquela época não podiam ser nada além de donas de casa,
Margaret insistiu na realização de seu sonho: conquistar o mundo!
Margaret foi e ainda é uma das mulheres mais inteligentes
que o mundo pôde conhecer. Ela cursou três faculdades e foi dispu-
tada por diversos grupos e empresas que notavam o seu destaque
intelectual. Por causa de sua genialidade, trabalhou na Nasa, uma
agência do governo dos Estados Unidos dedicada ao desenvolvi-
mento de altas tecnologias.

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Quando Margareth Heafield entrou para a Nasa, Estados Unidos
e União Soviética brigavam pela liderança da corrida de quem con-
seguiria pousar na Lua primeiro. Esse período ficou conhecido como
Guerra Fria. Apesar da guerra, Margaret Heafield não se contentou
em ficar em casa, como todas as mulheres eram naquele momento
obrigadas. Na verdade, ela foi para a linha de frente da tão temida
guerra, ajudando a combater o inimigo com sua perspicácia.
Margaret foi uma mulher de forte personalidade e durante toda
a sua trajetória nunca se deixou abalar, nem mesmo durante a Guerra
Fria. Ela deixou o valioso ensinamento de que não é preciso se esconder
quando se está com medo, mas se posicionar e enfrentar o inimigo da
maneira que puder.
Foi por sua causa que os Estados Unidos da América consegui-
ram liderar a campanha e finalmente possibilitar ao homem pousar
na Lua. Isso mesmo, se não fosse por ela e sua equipe, o mundo atual
poderia ser muito diferente do que é.
Anos após o desenvolvimento da sua programação, Margaret
obteve o merecido reconhecimento, recebendo a Medalha Presi-
dencial da Liberdade das mãos do ex-presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama.
Margaret não só conquistou o mundo, ela foi além. Margaret
conquistou a Lua.

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Marie Van Brittan Brown desenvolveu, juntamente com seu

marido Albert, o primeiro sistema de segurança doméstico, algo

revolucionário para a época e que foi aprimorado na atualidade

com uma série de equipamentos, deixando as residências mais

seguras por todo o mundo.

Sempre vigilante

Com o passar dos séculos, a humanidade foi adquirindo os seus


tesouros, como se cada pessoa se tornasse um guardião de memórias.
De relíquias de família até materiais pessoais, tudo é guardado dentro
dos próprios lares. Com o passar do tempo, tornou-se cada vez mais
perigoso guardar esses objetos em casa, já que vilões começaram a
invadir as residências, levando embora aquilo que as pessoas tanto
prezavam. Algo precisava ser feito.
Em 1960, em uma vizinhança afastada do centro na cidade
de Nova Iorque, vivia uma cidadã chamada Marie, juntamente de
seu marido, um cientista chamado Albert. Marie dedicava sua vida
aos cuidados dos necessitados como enfermeira e, devido ao seu tra-
balho, passava longas e longas horas fora de casa em plantões, por
vezes madrugada adentro. Sempre muito dedicada, amava o que
fazia, sendo uma curandeira e tanto. Porém, algo temeroso começa-
va a surgir no bairro em que morava.
Uma quadrilha de vilões se dedicava à invasão das residências
daquelas redondezas, e as ocorrências dos episódios só aumentavam
na região. Aos poucos, toda a vizinhança passou a viver com medo,
pois, em um piscar de olhos, qualquer um deles poderia vir a sofrer da
terrível maldição e ser visitado pelos gatunos, perdendo, assim, os seus
preciosos tesouros.

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Da mesma forma que seus vizinhos, Marie desejava que tudo
aquilo parasse de acontecer. Foi aí que, juntamente com Albert, passou
a buscar uma alternativa que desse fim ao terrível problema.
Em 1966 os dois começaram a desenvolver um sistema de se-
gurança residencial, algo próximo a uma câmera de vigilância, que
permitiria saber quem estava próximo à porta de suas residências.
Assim, caso um perigo fosse avistado, o resto da vizinhança poderia ser
rapidamente acionado para a expulsão do criminoso. Marie viu nesse
pequeno aparelho uma fonte de autonomia para as mulheres, que
agora poderiam se proteger sozinhas e lutar contra as forças do mal.
Não se sabe ao certo quanto sucesso esse sistema fez na época,
por ter sido um projeto desenvolvido pela Marie, uma mulher preta. Mas
uma coisa é certa, ela revolucionou não só o mundo da segurança e
tecnologia, como também o cenário das mulheres, em uma época em
que somente os homens eram heróis. Não há dúvidas de que esse pro-
jeto tenha inspirado novos equipamentos e, por conta disso, podemos
afirmar que Marie salvou a vida de muitas pessoas.
Na vida real, nunca é do dia para a noite que surgem super-
poderes e magias. Por isso, pessoas reais precisam trabalhar duro para
conquistar seus objetivos. A inteligência é uma arma preciosíssima
para as conquistas e também para o combate às forças do mal.
Essa é a história da super-heroína mais destemida de Nova
Iorque, a eterna heroína do Queens, a Vigilante do Futuro, que re-
volucionou a segurança combatendo as forças do crime: Marie Van
Brittan Brown.

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Rachel Zimmerman nasceu na cidade de Ontário, Canadá, e com apenas

12 anos desenvolveu para seu projeto de ciências um software usando

semantografia (sistema de símbolos que, independentemente da língua

falada, pode ser aprendido e compreendido por qualquer um). Esse

projeto ajudou pessoas com dificuldades em se comunicar, incluindo os

portadores de graves doenças, como a paralisia cerebral. Atualmente,

ela é especialista em divulgação do Laboratório de Propulsão a Jato da

Nasa e tem como objetivo adaptar as inovações ao atendimento das

necessidades de pessoas com deficiência.

Os símbolos da felicidade

Por toda parte do mundo existem pessoas diferentes, não é


mesmo? Você já parou para pensar que existem aquelas que não
conseguem se comunicar? Nesta história vamos descobrir como algu-
mas pessoas conseguiram fazer isso com maior facilidade.
Tudo começou no Canadá. Lá, Rachel levava sua vida
normalmente, ia para a escola e, como qualquer outro estudante,
participava das feiras de ciências. Assim como acontecia todo ano,
chegando o momento da escolha do que seria apresentado na feira,
chegava também o momento de elaborar algo criativo. Depois de
muito pensar, Rachel tomou uma decisão baseada na lembrança de
algo muito interessante que havia lido há um tempo. Essa decisão foi
importantíssima, tornando-se sua primeira invenção.
Naquela época, o sistema de símbolos chamado “Blissymbo-
lics” era bem conhecido. Os “símbolos da felicidade” foram criados
para que as pessoas que tinham dificuldades em se comunicar com
as outras os usassem. Ao longo dos dias, Rachel colocou sua brilhante
ideia em prática, fazendo algo até então impensável, melhorando o
sistema Blissymbolics.

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Com as melhorias inseridas, o sistema ficou muito mais interes-
sante, pois foi adicionada uma placa sensível ao toque, permitindo
que os usuários tivessem maior independência no uso, visto que ante-
riormente era necessário alguém para tradução dos símbolos. Agora
o próprio sistema faria essa função, sendo possível até a tradução a
outros idiomas ou a sua gravação.
O tempo passou e finalmente estava pronta para apresentar a
sua criação aos outros alunos: a impressora Blissymbol. Tratava-se de
uma grande invenção criada por uma pequena menina. Era dia da
tão esperada feira e lá ela a apresentaria.
Quando a feira acabou e foram revelados os resultados, Ra-
chel não acreditou no que estava acontecendo, ela havia ganhado
uma medalha de prata. Daí em diante suas conquistas só cresciam.
Em uma competição com todo o Canadá, ganhou outra medalha
de prata. Em seguida, vários outros prêmios foram juntados à sua cole-
ção. Mais tarde, foi convidada a competir em um evento muito maior,
a Exposição Mundial de Realizações de Jovens Inventores.
As horas passaram, as estações mudaram, os segundos cor-
riam tão rápido que ela nem se deu conta de que a pequena menina
estava dando lugar para uma grande mulher, carregando consigo a
coisa mais importante que tinha: o amor pela ciência.
Entre alguns dos seus pensamentos, sempre retornava a lem-
branças dos anos passados, de quando suas criações eram apenas
projetos de ciências, de quando não tinha noção de que suas inven-
ções poderiam se tornar algo grande. Ela não acreditava em si, mas o
tempo lhe mostrou que poderia realizar qualquer coisa que quisesse.
Rachel nunca abandonou seus estudos, seus conhecimentos
sobre física e astronomia eram impressionantes. Por ser muito boa no
que fazia, juntou-se à equipe da Nasa e de lá leva a ciência para
crianças como vocês, mostrando que os cientistas podem ser interes-
santes e estão por aí criando e fazendo coisas sensacionais. É assim
que vive uma cientista!

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Shirley Ann Jackson nasceu no dia 5 de novembro de 1946. Foi a primeira

mulher afro-americana a obter um doutorado no Instituto de Tecnologia

de Massachusetts e a segunda mulher nos EUA a obter um doutorado

em física. Trabalhando na Bell Laboratories, desenvolveu invenções de

telecomunicações, como o fax portátil, tons de telefone, células solares,

cabos de fibra óptica, identificador de chamadas e chamadas em espera.

Foi eleita presidente da Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos e

também foi escolhida como membro do Conselho Consultivo de Inteligência

de Barack Obama. Recebeu, em 2014, a Medalha Nacional de Ciência.

Experimentar sempre foi o seu forte

Nas noites agitadas de uma cidadezinha na América do Norte,


tudo seguia seu curso: a Lua iluminava as ruas, os carros se misturavam
em meio as pessoas e os sons se mesclavam entre si. Entretanto, cres-
cia por aquelas redondezas alguém muito especial que estava prestes
a fazer algo que iria impulsionar a humanidade.
Em uma das milhares de casas que por lá existiam, morava uma
menina com cabelos bem enroladinhos e escuros. Seu nome? Shirley
Ann Jackson. Vivia em meio a seus sonhos, fantasiando, assim como
outras crianças, ser inventora, exploradora ou até mesmo astronauta.
Mal sabia que quando se sonha com o coração e perseverança tudo
que se almeja é realizado.
A ciência se fazia presente em sua vida. Desde pequena era
incentivada na escola e, com a ajuda de seu pai, realizava seus pro-
jetos para apresentação nas aulas. Destacava-se entre os alunos da
sua escola e as pessoas ao seu redor enxergavam seu talento para
a ciência como algo natural, que fazia parte dela. Em meio a suas
aventuras, nenhum obstáculo era grande, e Shirley incentivava seus

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amigos a agirem da mesma forma, buscando sempre ajudá-los. A
empatia também fazia parte dos seus superpoderes.
Completado o período escolar, entrou para a faculdade dos
seus sonhos. Contudo, por lá, notou que não havia muitas pessoas
parecidas com ela. Os professores não confiavam no seu potencial,
por ela ser uma mulher preta. Nesse momento, muitas inseguranças
vieram à sua mente, mas pôde se lembrar que precisou deixar todo
o medo de lado para conquistar seu espaço e, principalmente, de
forma involuntária, destacar-se nele.
Mesmo com todos esses desafios, Shirley lutou por aquilo
que queria, vencendo e se tornando um exemplo para seus
amigos, principalmente aqueles iguais a ela, que enxergavam na
ciência o progresso.
Ao longo de sua vida, aventurou-se pelos diversos laboratórios,
realizando experimentos interessantes, obtendo resultados grandiosos
que, mais tarde, facilitariam a vida de diversas pessoas. O identificador
de chamada e a chamada em espera, o fax portátil e os cabos de fibra
óptica, tudo isso carrega um pouquinho de Shirley, suas pesquisas estão
por trás dessas invenções.
Seus estudos e suas pesquisas nunca pararam e, por conta
disso, nossa heroína conquistou vários prêmios, sendo um exemplo
para outras mulheres que um dia desacreditaram de si mesmas ou
que foram desacreditadas pelos outros. Além de se tornar professora
em algumas instituições, ocupou cargos de liderança e continua
com esses trabalhos até hoje. Shirley é a prova de que se, por acaso,
você ouvir um chamado da ciência, é importante respondê-lo de
coração e mente aberta.

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Marissa Mayer foi contratada para trabalhar no Google com apenas 24

anos, fazendo muito sucesso na empresa. Inicialmente, ela pretendia cursar

medicina, mas durante uma aula introdutória sobre Ciência da Computação

decidiu mudar totalmente. Logo após terminar sua faculdade, começou a

trabalhar para o Google e, em pouco tempo, tornou-se responsável pela

gestão de diversos dos famosos produtos da empresa, como o Gmail, Maps

e Books. Além disso, assumiu a presidência do Yahoo e é cofundadora da

empresa Lumi Labs. Ela é hoje uma líder prestigiada e muito respeitada

dentro do ramo tecnológico.

Do desconhecido ao sucesso

No ano de 1975, em Wausau, nos Estados Unidos, nasceu uma


bela garotinha que se tornaria uma brilhante mulher por meio dos
seus superpoderes: inteligência, atenção e competência. Seu nome
é Marissa Mayer e a sua jornada é inspiradora.
Ela sempre foi uma excelente aluna e, durante o ensino médio,
viu-se frente à decisão do que gostaria de ser na vida. Marissa se can-
didatou para várias faculdades, sendo aceita em todas, por causa
de seu superpoder da inteligência. Inicialmente, pensava em cursar
medicina, mas logo mudou de ideia. Durante uma aula inaugural de
Ciência da Computação, apaixonou-se e percebeu que gostaria de
usar seus poderes nessa área. Mesmo não sendo um campo muito
escolhido pelas mulheres, Marissa decidiu encarar o desafio e viver
aventuras nesse ramo.
Sua jornada estava apenas no começo. Ao concluir o curso,
e com todo o destaque adquirido durante a faculdade, recebeu di-
versas propostas de emprego, optando por trabalhar numa pequena
empresa de tecnologias da época, o Google.

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Em pouco tempo, por estar sempre muito atenta aos detalhes,
Marissa foi promovida e se tornou responsável por liderar diversas fer-
ramentas de sucesso da empresa, como o Gmail, Maps e Books. Hoje
eles são muito conhecidos e facilitam a vida de diversas pessoas. Tudo
isso chefiado por uma mulher! Não é incrível?!
Depois dessa longa aventura, chefiando a invenção de po-
derosas ferramentas, Marissa decidiu por outro desafio, assumindo a
presidência de outra empresa na área de informática, o Yahoo. Em
2018, ela teve a ideia de criar seu próprio projeto, o Lumi Labs, com
foco total em tecnologia. Hoje, Marissa é uma das profissionais mais
influentes e respeitadas na área tecnológica.
Imagina ser uma cientista da computação e auxiliar em inven-
ções que mudaram o mundo? Marissa o fez e mostrou que as mulheres
podem liderar, criar, desenvolver e se destacar!

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Maria da Glória Guimarães dos Santos é brasileira, formada em Tecnologia

de Processamento de Dados e MBA em Gestão Estratégica de Sistemas. Foi

a primeira mulher a se tornar diretora-presidente da empresa de tecnologia

Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), desenvolvendo sua

carreira dentro da tecnologia no Banco do Brasil e se destacando como

um forte nome no ramo da tecnologia brasileira.

Uma mulher gloriosa

Em um dia ensolarado, nasceu uma menininha que recebeu o


nome de Maria da Glória Guimarães dos Santos. Ela cresceu em meio ao
carinho e amor, rodeada de outras crianças e se destacando pelo seu
esforço e inteligência. Enquanto seus amigos cresciam e sonhavam em
ser bailarinas, professores e médicos, ela se interessava pela informática,
vendo naquelas máquinas e nas programações a sua paixão, apesar de
ser uma área dominada por meninos.
Quando chegou na fase adulta, resolveu cursar a faculdade
de Tecnologia da Informação para trabalhar com o que sempre a en-
cantou: as máquinas. Como era muito dedicada e talentosa, passou
em todos os testes e venceu todas as dificuldades. Percebeu, então,
que ali teria início a sua maior aventura.
De posse de um papel, que lhe dava poderes para trabalhar
com o que tanto queria, a doce garota se sentia imbatível. Mal sabia
que muitas batalhas ainda estavam por vir. Maria conseguiu uma
oportunidade para trabalhar em uma importantíssima empresa, a Ser-
pro, fundada em 1964, na capital do Brasil, Brasília. Essa empresa tinha
como principal objetivo trazer inovação e tecnologia para todo país.
Nesse local, ela começou do zero, em um cargo menor, e, por
ser mulher, muitos ao seu redor desacreditaram fielmente em seu po-
tencial. Mesmo com tais apontamentos, Maria da Glória não se aba-

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lou, continuou fazendo o que tanto queria com muita determinação
e força de vontade. Com isso, pouco a pouco, ela foi conquistando o
seu merecido lugar, após tanto trabalho duro.
Até aquele momento, a Serpro havia sido comandada por ho-
mens apenas, os quais decidiam todas as medidas a serem tomadas
naquele lugar. E por tudo estar no poder deles, as mulheres acabavam
por não exercer cargos tão importantes quanto os que eles exerciam.
Mas a incrível Maria da Glória reverteu esse cenário. Ao longo de
seus anos a serviço, depois de todo o seu esforço, ela conseguiu mostrar
o seu valor e que aquele lugar necessitava dela para evoluir cada vez
mais, e da melhor forma possível. A partir disso, Maria foi convocada,
no ano de 2016, para ocupar um lugar de extrema importância na em-
presa: a presidência, posição para a qual eram indicadas as pessoas
mais importantes, responsáveis por tomar conta de tudo que envolvia
o nome “Serpro”.
Munida de coragem e de sua língua afiada, a jovem resolveu
enfrentar essa nova batalha, usando seus poderosos conhecimentos
e ensinamentos obtidos ao longo de sua vida, saindo vitoriosa e dei-
xando seu nome marcado para sempre na história dessa empresa.
Tornou-se, assim, a primeira mulher a presidir um cargo tão importante
quanto aquele. Diante desses acontecimentos, todos notaram que,
de fato, aquela mulher provou ser capaz de realizar seus sonhos e
provocar diversas mudanças positivas por onde passava.
A jornada de Maria da Glória Guimarães dos Santos, por-
tanto, serviu de inspiração para outras pequenas guerreiras sonha-
doras, encorajando-as à quebra de barreiras e mostrando que as
mulheres têm a capacidade de fazer qualquer coisa que quiserem;
ensinando que todos têm imensa importância, independentemente
de seu gênero. Além disso, propiciou às meninas mais voz e reco-
nhecimento na sociedade.

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Maria Cecília Calani Baranauskas é professora na Unicamp (Universidade

Estadual de Campinas), trabalha como titular no Instituto de Computação

e também como coordenadora do Núcleo de Informática Aplicada à

Educação. Possui formação em matemática, bacharelado e mestrado

em Ciências da Computação e doutorado em Engenharia Elétrica pela

mesma universidade onde leciona.

Uma cientista nacional

Em uma noite de tempestade na cidade de Campinas-SP,


uma garotinha chamada Maria Cecília teve um sonho muito esquisito.
Nele, ela parecia mais velha e estava em um lugar bem alto, de onde
conseguia enxergar quase uma cidade inteirinha, com muitas luzes e
cores. Porém, ela não reconhecia o lugar e achava aquilo tudo muito
estranho, visto que nunca havia saído de perto dos seus pais.
Maria tinha certeza de que estava sonhando com ela mesma no
futuro, já que conseguia ver seu reflexo pela janela e estava feliz, até que,
de repente, um homem vestido com um ar sombrio se aproximou e tudo
ficou rapidamente triste. Ele sussurrou algumas palavras e tudo que ela
entendeu foi “vou pegar os seus poderes”, desaparecendo no segundo
seguinte, sem deixar rastros. Ela acordou assustada, mas logo voltou a dor-
mir. Entretanto, voltou a sonhar, só que agora, com uma voz robótica que
dizia: “Vá e recupere o seu poder. Dessa vez, ele não poderá te roubar”.
No dia seguinte, a garotinha contou para os seus pais o que
havia sonhado, mas eles não deram muita importância. Acontece
que aquele sonho mexeu com Maria e, daquele dia em diante, ela
passou a seguir o conselho que lhe foi dado, dizendo a si mesma: “Irei
recuperar o que me foi tirado, a qualquer custo”.

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Durante anos, tudo o que Maria fez foi estudar, na esperan-
ça de que seus poderes fossem recuperados. Em momento algum
esqueceu do sonho que teve quando criança e nunca deixou de
nele acreditar. Perseverante, a cada dia ela ficava mais inteligente
e mais corajosa.
Na sua jornada, conheceu um lugar onde tudo que sonhava
se tornaria realidade, era uma universidade, a Unicamp. Esse lugar se
tornou sua casa. Por lá estudou matemática e a ciência dos compu-
tadores, tornou-se mestra e, posteriormente, doutora em Engenharia
Elétrica, que é o estudo de tudo que é voltado à luz e faz com que
todas as máquinas ao nosso redor funcionem.
Maria se via cada vez mais encantada pela ciência da infor-
mática, que é a comunicação das tecnologias. Dessa paixão, decidiu
ensinar, tornando-se professora na universidade que lhe proporcionou
todos os conhecimentos que tinha, a Unicamp. Atualmente, coordena
um grupo de computação supersecreta e colabora em outro clube
que ensina pessoas a usarem tecnologias. Ela defende que computa-
dores e humanos possuem uma relação.
Maria Cecília viaja o mundo espalhando seus ensinamentos
e toda vez que olha da janela de um prédio bem alto nota a seme-
lhança com o sonho que teve em sua infância. Ela pensa no quanto
a sua vida mudou graças àquele sonho e se sente feliz. Agora, ela
sabe que ninguém pode tirar os seus poderes, pois o conhecimento
é a única coisa que não pode ser roubado de alguém.

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Katherine Louise Bouman, mais conhecida como Katie, é professora-

assistente na Universidade de Ciência da Computação na Califórnia.

Além de trabalhar na área acadêmica, ela também é pesquisadora de

métodos computacionais para a geração de imagens. Ela, juntamente

com a sua equipe, foi a principal responsável pela primeira foto de um

buraco negro.

Descoberta espacial

Durante o amadurecimento escolar, aprende-se muito sobre


Isaac Newton e uma infinidade de teorias do Albert Einstein, mas é
incomum ver ou ouvir falar sobre as cientistas e pesquisadoras. A his-
tória de Katie Bouman é atípica, de conhecimento geral, um grande
marco histórico, e contou com a ajuda tanto dos meios jornalísticos
quanto das redes sociais para sua divulgação.
Assim como Bouman, existe uma infinidade de mulheres geniais
em diversas áreas da sociedade, porém, elas não costumam ser lembra-
das, porque no passado não havia espaço para suas presenças nas con-
venções ou nos congressos e suas vozes eram silenciadas pelos homens.
Essa história ocorreu há poucos anos, mais precisamente no ano
de 2017. Quando a tecnologia se tornou mais acessível, as mulheres
despontaram, crescendo cada vez mais na área da tecnologia. É certo
que nos dias de hoje é um pouco mais fácil de se introduzir no mercado
de trabalho e nas faculdades que outrora, mas, ainda assim, existem
preconceitos na área tecnológica, que continuam rodeadas por uma
aura que as define como um “trabalho apenas para os homens”.
A saga de Katie Bouman teve início no dia 9 de maio de 1989
e, quando tinha apenas 29 anos, entrou para a história por fazer o
que ninguém mais havia feito. Katie foi uma das responsáveis pela
criação de uma sequência de comandos, chamada de “algoritmo”,
capaz de entender dados específicos da astronomia, das estrelas e
de decifrar o “invisível”, o buraco negro, mostrando o seu real formato.

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Muitos já ouviram esta história, que repercutiu: o fato de uma
cientista fotografar um buraco negro. Foi um grande passo para a hu-
manidade e um passo maior ainda para as mulheres! A conquista dela
é, sem dúvida, uma grande felicidade, que servirá de incentivo para as
próximas gerações.
As mulheres que tiveram suas histórias contadas representam
as que, de uma forma muito especial e importante, auxiliaram na for-
mação e na construção de diversas outras cientistas e pesquisadoras.
Elas inspiram cada vez mais outras a serem cientistas. Olha, não é fácil,
mas se for o seu sonho, é preciso batalhar e nunca desistir!

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Referências

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GLÓRIA Guimarães deixa a presidência do Serpro e Caio Mario Paes de Andrade assume.
Serpros, 2019. Disponível em: https://serpros.com.br/2019/01/04/gloria-guimaraes-deixa-a-
-presidencia-do-serpro-e-caio-mario-paes-de-andrade-assume/. Acesso em: 20 dez. 2020.
GNIPPER, P. Mulheres Históricas: Hedy Lamarr, a atriz que inventou a base para o Wi-Fi. Canal-
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RACHEL, I. As cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo. 1. ed. São Paulo: Ed. Blucher,
2017.
SOUZA, P. D.; ARYANE, C. Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil. 1. ed. São
Paulo: Rio de Janeiro: Ed. Seguinte, 2017.
VALDÉS, I.; RUBIO, I. Grace Hoopper, a mulher que tornou a linguagem do computador mais
humana. El País, 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/23/cien-
cia/1519391635_401299.html. Acesso em: 1 fev. 2021.

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Autoras

Alice Barbosa do Couto


Todos nós desenhamos. O desenho está presente em nossa infância,
assim como o movimento, as primeiras palavras
e a curiosidade sobre o mundo. Algumas pessoas
continuam desenvolvendo seu movimento por
meio da dança, eu escolhi continuar a desenhar
e aprender sobre as cores e formas. Quando eu
ingressei no Instituto Federal de Ciência e Tecno-
logia de Mato Grosso do Sul (IFMS), fui convidada
a participar do Núcleo de Animação e Roteiro
(NuAR), e foi lá que eu comecei a estudar mais
sobre o desenho e sobre o processo de criação.
Mais tarde, surgiu um grupo dentro desse núcleo chamado Ctrl+Femme, em que
eu tive a honra de participar como desenhista. Desenhei algumas das notáveis
mulheres que foram de muita importância para a tecnologia: Adele Goldberg,
Glória Guimarães, Katie Bouman, Maria Cecília C. Baranauskas e as pioneiras do
Eniac (Betty Holberton, Frances Spence, Jean Jennings Bartik, Kathleen McNulty,
Ruth Teitelbaum, Marlyn Meltzer).

Amanda Raynara Quintana Theodoro


Desde pequena sempre fui apaixonada por palavras. Amava ler,
escrever diários, resolver anagramas, palavras
cruzadas, além de ser uma grande tagarela!
Acredito no poder que elas têm para mudar o
mundo e no impacto que causamos quando
decidimos não nos calar sobre o que realmente
importa. No IFMS — campus Campo Grande, fiz
parte do Núcleo de Animação e Roteiro (NuAR),
onde pude conhecer — e tornar conhecida — a
cultura do meu estado por meio de um casa-
mento inusitado entre a informática e a literatura. E hoje, com o Ctrl+Femme,

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tenho a honra de compartilhar com vocês um pouquinho da jornada de
algumas mulheres extraordinárias, em duas pequenas narrativas: A Rainha da
Computação e As grande precursoras do Eniac.

Ariadne Nicoly Mori de Paula


Minha verdadeira paixão pela leitura começou aos 10 anos, e a partir
dali eu nunca mais parei de ler. As palavras
me deixam curiosa, as histórias me empolgam
e trazem muitos sentimentos juntos, felicidade,
alegria e emoção; por esse motivo, sei o quão
importante é utilizar delas para transformar a
realidade positivamente. Com essa ideia na
minha cabeça, ao encontrar o projeto Núcleo
de Animação e Roteiro (NuAR), existente no
IFMS campus Campo Grande, encantei-me
na hora. No NuAR, entrei como integrante do
grupo Ctrl+Femme, que busca mostrar ao público histórias de grandes mu-
lheres na computação. Meu papel no grupo é como escritora, foi ali que eu
descobri que, além de amar ler, eu adoro escrever. Portanto, participei da
criação de algumas das histórias que vocês irão ler neste livro, entre elas, as
de Lois Haibt, Adele Goldberg e Glória Guimarães.

Bárbara Celsiane de Castro


Gosto muito de criar personagens com seus jeitos únicos e personalida-
des cabulosas, poder dar vida a eles é a parte
mais legal. Quero ser animadora e criar meu
próprio cartoon para inspirar outras pessoas do
mesmo jeito que este livro irá inspirar muitos a
serem corajosos e destemidos. Sou estudante
do Ensino Médio Técnico Integrado em Informá-
tica no 4º semestre no Instituto Federal de Mato
Grosso do Sul — IFMS campus Campo Grande.
Integrante do NuAR (Núcleo de Animação e
Roteiro) como desenhista, animadora e participando do grupo Ctrl+Femme
como ilustradora.

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Bianca Fernandes Ribas
Desde pequena sou apaixonada por histórias, e os livros sempre me
acompanharam em todos os lugares, influen-
ciando muito minha vida. A escrita, por outro
lado,pq sempre foi um desafio, comecei com
diários, cartas e algumas histórias fantasiadas,
as quais eu não mostrava para ninguém. En-
contro-me dentro das histórias, e quando entrei
no Núcleo de Animação e Roteiro (NuAR), tive
a oportunidade de poder fazer aquilo que um
dia alguém fez por mim: inspirar, transformar
e influenciar a vida das pessoas por meio da
escrita. No grupo Ctrl+Femme pude conhecer e, agora, compartilhar com vo-
cês, histórias de incríveis mulheres que revolucionaram a tecnologia, entre elas
a de Hedy Lamarr, Rachel Zimmerman, Ada Lovelace e Shirley Ann Jackson.

Clara Scatena da Silva


Desde cedo me interesso pelas artes de todas as formas, mas iniciei
na dança e no teatro. Apenas alguns anos
depois comecei no desenho, apaixonando-me
por desenhar, e consigo expressar meus senti-
mentos utilizando as cores, traços e emoções.
Quando ingressei no IFMS — campus Campo
Grande, tive a oportunidade de participar
do NuAR, onde pude aprender sobre a arte
digital, tornando-me participante dos grupos
Melbourne e Ctrl+Femme. Juntamente com as
meninas, ilustrei quatro das incríveis mulheres que colaboraram para o avanço
da ciência, sendo elas: Grace Murray, Mary Kenneth, Shirley Ann Jackson e
Rachel Zimmerman.

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Cláudia Santos Fernandes
Sou professora do IFMS desde 2011, atuando na área de informática,
porém, com muito interesse em diversas áreas, como a literatura. Como idea-
lizadora do Núcleo de Animação e Roteiro do
IFMS — NuAR, consegui atuar em ambas as áre-
as de meu interesse, o que tem sido muito de-
safiador e prazeroso, pois é possível incentivar
os estudantes a desenvolverem seus talentos:
na leitura e escrita, nos desenhos, na modela-
gem de objetos e cenários e nas técnicas de
desenvolvimento de animação. A criação do
grupo Ctrl+Femme possibilitou a valorização do
gênero feminino por meio das histórias e das contribuições científicas de todas
as mulheres que ilustram este livro.

Diane Rosa da Silva


Desde criança, o papel, o lápis de cor e as tintas estavam presentes na
minha vida. No entanto, demorou para que eu realmente percebesse o gosto
pelo desenho, pela pintura e pela possibilidade
de me expressar por meio da arte. Em 2019,
iniciei os estudos no IFMS/CG e, nesse mesmo
ano, participei de um projeto para o Festival de
Arte e Cultura, onde tive participação na pro-
dução de uma pintura em um dos blocos da
instituição. Já em 2020, recebi a oportunidade
de me juntar ao NuAR como uma das ilustrado-
ras do grupo Ctrl+Femme. Este livro visa levar às
crianças o conhecimento de grandes mulheres
da ciência, a partir de histórias e desenhos, como os de Edith Clarke, Marie
Van Brittan Brown e Lois Haibt, ilustrações que tive prazer de fazer.

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Giovanna Mara Paes Franco
Quando criança, participei de um projeto escolar no qual desen-
volvemos um livro também, mas com poesias
autorais. Ali foi o primeiro contato e onde
peguei gosto pela escrita. Então, ao ingressar
no IFMS/CG, em 2018, busquei projetos que me
deixassem próxima à literatura, dessa forma, o
NuAR surgiu na minha trajetória acadêmica.
Escrever histórias reais é bem diferente daquela
temática livre que estava acostumada, logo,
adorei o desafio. Neste livro, conto quatro his-
tórias: Dorothy Johnson Vaughan, Maria Cecília
Calani Baranauskas, Marie Van Brittan Brown e, por fim, Mary Kenneth Keller.
Espero que nossas narrativas e ilustrações tragam sensações com a mesma
intensidade que aconteceram para mim.

Kryslla Barbosa Rocha de Carvalho


Durante a adolescência comecei a desenvolver a paixão pela leitura.
Iniciei lendo os livros que a escola pedia e logo
já não era necessário insistir, eu queria ler tudo.
As histórias me inspiraram e mostraram um
mundo diferente. Assim, quando ingressei no
IFMS/CG, tive a oportunidade de participar do
NuAR com escrita de roteiros sobre a cultura do
Mato Grosso do Sul, podendo mostrar um pou-
co desse estado maravilhoso. Posteriormente,
juntei-me ao grupo Ctrl+Femme para conhecer
e escrever histórias de mulheres incríveis. Neste
livro, escrevi a história da Marissa Mayer e sua jornada inspiradora.

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Luana Arfux de Castro Nogueira
Desde que me lembro, sou apaixonada por livros e pela escrita no
geral. Sempre escrevi diários e relatos de expe-
riências para sempre me lembrar dos detalhes
que esquecemos com o tempo. Quando leio
livros, inspiro-me a viver e sentir a vida com
intensidade. Por isso, sempre busco passar em
minhas histórias o sentimentalismo. Gosto muito
de estudar sobre o ser humano e métodos de
convencimento e, quando me veio o convite
de escrever o livro pelo grupo Ctrl+Femme, vi
uma chance de persuadir as cientistas que,
ainda, estão escondidas. Neste livro escrevi, também, a história de Margaret
Hamilton, e tenho certeza que esta obra pode inspirar a cientista que há
dentro de você!

Márcia Ferreira Cristaldo


Sou professora, moro na cidade de Aquidauana, em Mato Grosso
do Sul, perto do Pantanal. Nessa região, a
tecnologia começou tarde e a internet é muito
lenta. No entanto, nunca desisti de mostrar e
incentivar todos os estudantes sobre tecno-
logia. Trabalho com dois grupos de pesquisa
somente para elas, dentre eles: Maia (Meninas
Aprendendo Inteligência Artificial) e Ctrl+Fe-
mme. Com todas essas autoras um sonho foi
realizado, não de ser princesa, mas de mostrar
que todas as princesas do Brasil podem ser e
estar na área de tecnologia. Este livro mostra que todas devem ser tratadas
de forma ética e com respeito ao próximo e à diversidade

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Maria Eduarda Alves Barbosa
Em algum momento da minha vida passei a transferir meus senti-
mentos para uma folha em branco com alguns lápis de cor. Quem me via
rabiscar, ousava me chamar de artista e, com
isso, busquei ensinar um pouco do que sabia
em oficinas de arte. No final de tudo acabei
achando um lugarzinho especial no NuAR, pelo
grupo do Ctrl+Femme. Ilustrar a Ada Lovelace,
Hedy Lamarr, Dorothy Vaughan, Margaret
Hamilton, Rachel Zimmerman e Marissa Mayer
e contar parte de suas histórias a partir de um
desenho foi uma honra, e me inspiro em todas
elas. Quando penso na pessoa que eu sou hoje, lembro de todas as leituras
que fiz, penso em como me ensinaram coisas como bondade, coragem e
força, e espero que este livro cative a cientista e curiosa interior de cada
pessoa que o ler.

Marta Luzzi
Na minha adolescência tive boas oportunidades de leitura com os pro-
fessores que fizeram parte da minha escolaridade.
Hoje, atuo como professora e provoco em meus
estudantes práticas de leitura e de escrita que
fazem com que eles se aproximem das melhores
experiências. A partir da parceria com a área de
informática surgiu o NuAR (Núcleo de Animação
e Roteiro do campus Campo Grande), em que
construímos uma identidade de grupo formada
por desenhistas, escritores, roteiristas e musicis-
tas, cada um com sua habilidade, que juntos
protagonizaram projetos incríveis em um constante processo criativo de ensino e
de aprendizagem. Uma dessas realizações é o Ctrl+Femme, que aproximou as

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meninas do grupo em um novo trabalho, que você acabou de ler e que agora faz
parte de sua experiência de leitura.

Yan (Nayara) Arruda Cunha


Formas e letras sempre me ajudaram a viven-
ciar o mundo ao meu redor. Era muito mais
fácil representar um sentimento por forma de
um desenho contornado pelos meus materiais
escolares do que com palavras, e muito mais
intuitivo apreciar mundos escritos do que con-
tados. Admito que possuo paixão muito maior
pela área de exatas do que as áreas artísticas,
mas seria errado dizer que a arte não faz parte
da minha vida, afinal, foi ela que me.

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