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"Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço ungiu os
pés de Jesus [...] Então um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de
traí-lo, disse: Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos
pobres? Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e
tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava. Disse, pois, Jesus: deixai-a..." (Jo 12,3-6).
Como vemos não se refere à pessoa de Judas e sim, aos seus discípulos em geral.
"E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor permita-me que primeiramente vá sepultar
meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa aos mortos sepultar seus mortos" (Mt
8,21.22).
A expressão: ter vida ou ser vivo define as pessoas que possuem conhecimento das
verdades do Espírito. Contrariamente, não ter vida ou estar morto, define as pessoas que
ainda, não possuem tais conhecimentos.
É prioritário, porém, distinguir o que os evangelistas anotaram, do que foi alterado ou
anexado mais tarde, nas cópias e traduções, por ignorância ou para satisfazer interesses
outros.
Para exemplo, citaremos duas passagens, entre várias que podemos encontrar,
absolutamente incompatíveis com a doutrina de Jesus:
"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25,46), ou
ainda: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo" (Mt 28,19).
"Para que sobre vós caia todo sangue justo, que foi derramado sobre a Terra, desde o
sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Barraquias, que mataste entre o
santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre essa geração"
(Mt 23,35.36).
Nesta passagem, nota-se uma interpolação, pois Zacarias foi assassinado no Templo, no
ano 67, ou seja, trinta e quatro anos após a morte de Jesus, segundo o historiador Flávio
Josefo; citação de Léon Denis em Cristianismo e Espiritismo, (1978, p. 269).
Verdadeiramente, torna-se necessário, repetindo as próprias palavras de Jesus: "separar
o joio do trigo".
Além das modificações colocadas pelos homens, alguns de seus ensinamentos,
especialmente aqueles referentes ao Espírito, e que foram, prudentemente, velados pelo
simbolismo, só poderiam ser perfeitamente compreendidos, através da Doutrina Consoladora,
que Ele mais tarde nos enviaria.
Ninguém consegue ter acesso às verdades do Espírito se não estiver preparado para tal,
se não for capaz de digeri-las e assimilá-las, num processo benéfico para si próprio, ou como
disse Jesus, capaz de suportá-las. Em caso contrário, pode ser contraproducente, como vimos
acontecer em relação a determinadas passagens evangélicas, de natureza simbólica, que
geraram interpretações errôneas e trouxeram como consequência a criação de dogmas, de
rituais, de crenças e filosofias incompatíveis com a verdadeira Doutrina do Mestre.
Com a chave que o consolador nos legou, todas as palavras de Jesus apresentam-se puras
e impregnadas das verdades que ele nos ensinou, inclusive as relativas ao mundo espiritual.
São suas palavras referentes ao Consolador:
"Ainda tenho muito a vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora, mas quando vier
aquele Espirito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo,
mas dirá tudo que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16,12.13).
"Mas o Consolador que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos
fará lembrar tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14,16).
Vamos, assim, destacá-las nos Evangelhos, buscando nos textos que os evangelistas nos
legaram, as quatro bases em que se apoiam ambas as Doutrinas para, em seguida, ancorados
nesses parâmetros, estudar o restante das passagens, agrupando-as segundo uma de suas
mensagens. Veremos que as palavras de Jesus se destacarão, claras, daquelas que foram
colocadas posteriormente, assim como seu verdadeiro sentido, mostrando-nos a perfeita
coerência entre a Doutrina Espírita e o Evangelho, inclusive nas citações do Velho Testamento
feitas por Jesus.
o leproso, onde demonstrou sua agressividade a Judas: "Então Maria, tomando um arrátel de
unguento de nardo puro, de mui-to preço ungiu os pés de Jesus [...] Então um dos seus
discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu
este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora ele disse isto, não pelo
cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se
lançava. Disse, pois, Jesus: deixai-a..." (Jo 12,3-6). Comparando com a anotação da mesma
passagem, feita pelos evangelistas Mateus e Marcos, notamos sensível diferença. "Aproximou-
se dele uma mulher com um vaso [...] E os seus discípulos, vendo isto, indignaram-se, dizendo;
por que este desperdício? Pois este unguento podia vender-se por grande preço, e dar-se o
dinheiro aos po-bres. Jesus, porém..." (Mt 26,7-10). Como vemos, não se refere à pessoa de
Judas e sim, aos seus dis-cípulos em geral. Vejamos segundo Marcos (provavelmente relatada
por Pedro): "E estando ele em Betânia [...] veio uma mulher, que trazia um vaso de ala-bastro,
com unguento de nardo puro, [...] E alguns houve que em sí mesmos se indignaram, e
disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? Porque podia vender-se por mais de
trezentos dinheiros, e dá-lo aos po-bres. E bramavam contra ela. Jesus, porém disse: Deixai-a"
(Mc 14,3.6). Marcos relata que alguns dos presentes, sem apontar quais. Esse e outros fatos
nos levam a deduzir que Jesus, naquela belís-sima oração pelos seus discípulos, relatada por
João em seu Evange-lho, cap. 17, não teria dito o que está colocado no final do versículo 12,
que reflete, muito mais, seu próprio sentimento: "...e nenhum deles se perdeu, senão o filho
da perdição, para que a escritura se cumprisse", além do mais, esta colocação é totalmente
incompatível com o res-tante do texto e com o conteúdo dos ensinamentos de Jesus. Como
exemplo de expressões próprias de correntes religiosas que existiam na época, podemos citar,
no Evangelho de Mateus, esta de origem gnóstica: "E outro de seus discípulos lhe disse:
Senhor, permita-me que primei-ramente vá sepultar meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-
me e (1(.1.3 aos mortos sepultar seus mortos" (Mt 8,21.22).
A..expressão: ter vida_ ou ser vivo define as pessoas que possuem °conhecimento das
verdades do Espírito. Contrariamente,zão ter villa ou estar morto, define as Ressoas que,
ainda,,não_posauem tais conlie-cimeatos.- É prioritário, porém, distinguir o que os
evangelistas anotaram, do que foi alterado ou anexado mais tarde, nas cópias e traduções, por
ignorância ou para satisfazer interesses outros. Para exemplo, citaremos duas passagens, entre
várias que pode-mos encontrar, absolutamente incompatíveis com a doutrina de Jesus: "E irão
estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25,46), ou
ainda:"Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as CM nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo" (Mt 28,19). Vejamos esta outra passagem: "Para que sobre vós caia todo
sangue justo, que foi derramado sobre a Terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue
de Zacarias, filho de Barraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo
que todas essas coisas hão de vir sobre essa geração" (Mt 23,35.36). Nesta passagem, nota-se
uma interpolação, pois Zacarias foi as-sassinado no Templo, no ano 67, ou seja, trinta e quatro
anos após a morte de Jesus, segundo o historiador Flávio Josefo; citação de Léon Denis em
Cristianismo e Espiritismo, (1978, p. 269). Verdadeiramente, torna-se necessário, repetindo as
próprias pa-lavras de Jesus: "separar o joio do trigo". Além das modificações colocadas pelos
homens, alguns de seus ensinamentos, especialmente aqueles referentes ao Espírito, e que fo-
ram , prudentemente, velados pelo simbolismo, só poderiam ser_..r-feitamente
compreendidos, através_da Doutrina Consoladora, que ?le mais tarde nos enviaria. Ninguém
consegue ter acesso às verdades do Espírito se não es-tiver preparado para tal, se não for
capaz de digeri-las e assimilá-las, num processo benéfico para si próprio, ou como disse Jesus,
capaz de suportá-las. Em caso contrário, pode ser contraproducente, como vi-mos acontecer
em relação a determinadas passagens evangélicas, de natureza simbólica, que geraram
interpretações errôneas e trouxeram como consequéncia a criação de dogmas, de rituais, de
crenças e filo-sonds ompatívris com a verdadeira Dmitri' ia do Mvslre 11111 o11',o1.1(11)i ley,
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