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São Cristóvão
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
São Cristóvão
2014
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CDU 371.13:5
À minha avó Maria Luiza (in memoriam)
Aos meus pais Ana Selma e Gildo
“Educação é a formação integral do indivíduo, capacitando-o a
exercer o seu inalienável direito à liberdade”. (John Michaelis)
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, ao meu pai Gildo e minha mãe Ana Selma pelos esforços
empregados durante suas vidas para que eu pudesse estudar e escolher o meu futuro, sem que
nada me faltasse durante esse tempo. Agradeço também à minha avó, Maria Luiza, in
memoriam, que sempre me dedicou apoio e cuidados durante grande parte da minha
existência.
Aos meus irmãos, Saulo e Helber, que estiveram ao meu lado em todas as situações.
Minhas sobrinhas, Yanna Lua e Lara Beatriz, que me proporcionam momentos de alegria e
diversão com suas presenças.
Às minhas tias Edinha, Bebé, Marta, Tânia, Cristina, Clécia e Miriam. Meus tios
Urânio, Ubaldo e Jorge, que tem me ajudado quando necessário, presente em todos os
momentos do meu dia a dia.
Aos meus primos Igor, Iury, Larissa, Lili, Micaela, João Victor, Ricardo, Juliana,
Anselmo (Xexeu), amigos desde criança presentes na alegria e na tristeza.
Aos meus amigos Matheus e Wolber, amizade construída desde a infância, na qual
posso contar até hoje, em qualquer hora do dia.
Um agradecimento especial à minha namorada Leide, que desde o início dessa
jornada, com paciência e sabedoria, soube me indicar os melhores caminhos para que eu
pudesse chegar ao fim dessa jornada. Uma grande companheira para os momentos tristes e
alegres da minha vida.
Ao meu orientador Itamar Freitas, que me ensinou parte do que sei hoje sobre
pesquisa. Com paciência nos momentos complicados, tornou-se um grande companheiro
durante esse importante desafio. Também agradeço ao Grupo de Pesquisa em Ensino de
História por me acolher.
Às professores Marizete Lucini e Ilka Miglio de Mesquita, pelas orientações nas
bancas de qualificação e defesa. Agradeço também a todos os professores do NPGED (Núcleo
de Pós-Graduação em Educação) da Universidade Federal de Sergipe.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela
concessão da bolsa de estudos, que facilitou a execução da presente pesquisa.
Às colegas, de pesquisa e vida acadêmica, Ana Maria Garcia Moura e Carla Karinne
Santana. Aos colegas que fizeram parte da turma de Mestrado em Educação da Universidade
Federal de Sergipe 2012.1.
Enfim, agradeço a todos, os aqui citados e os não citados pelas contribuições, tanto
acadêmicas, quanto na vida pessoal, saibam que fizeram parte de uma grande história que
nunca será esquecida.
RESUMO
The present text analyses teacher formation manuals in Social Studies, produced between the
years of 1960 and 1980, in Brazil, with the goal of identify what is the place of History in the
Social Studies discipline. For that, are taken as a basis the ideas about school discipline from
André Cheryel, ownership of Roger Chartier. Furthermore, it will be examined Jerome Brune
and John Michaelis contributions to Social Studies teaching, and the ideas defended by Elza
Nadai. The first chapter, divided into three parts, has as its major goal to verify if the
Brazilians authors took ownership of the North American authors concepts, as well as to
identify, teacher formation manuals in Social Studies, what are the purposes and what is the
notion of evaluation the authors elaborated to the discipline. Likewise, we approach the Social
Studies history in the United States os America and summarily describe the teacher formation
manuals authors analyzed in this present dissertation. Lastly, we point what is teaching and
learning according to the authors of the books in question. In the second chapter, which has as
a major goal to find out the “place" of History in the Social Studies discipline, we present
what is teaching and learning according to the authors of the books in question and to the
curriculum components of the Social Studies discipline. With the uses of History, we
ascertain what is the human privileged dimension (society, politics , economy, among others)
and what are the events that predominate in these publications. The major idea raised in this
research is that the Social Studies teaching aims to integrate the student into society. With
that, we can affirm that the authors took ownership of some concepts for the implantation of
this discipline in Brazil.
Key Words: Social Studies, teacher formation, History, manuals, Brazil, United States.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO........................................................................................................................15
CAPÍTULO 1 – DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE ESTUDOS SOCIAIS (1960-1980).........................................................27
1.1.BREVE HISTÓRIA DOS ESTUDOS SOCIAIS NOS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA..........................................................................................................................27
1.2.PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE JEROME BRUNER E JOHN
MICHAELIS.......................................................................................................................32
1.3.OS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESTUDOS SOCIAIS NO
BRASIL: EM BUSCA DAS MATRIZES ESTADUNIDENSES......................................39
1.3.1. Descrição Sumária........................................................................................................43
1.3.2. Inventário dos conteúdos..............................................................................................46
1.3.3. Finalidades dos Estudos Sociais...................................................................................47
1.3.4. Ideias sobre a avaliação da aprendizagem em Estudos Sociais....................................51
Considerações...........................................................................................................................53
CAPÍTULO 2 – O LUGAR DA HISTÓRIA NOS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE ESTUDOS SOCIAIS (1960-
1980).........................................................................................................................................57
2.1 APRENDER E ENSINAR NOS ESTUDOS SOCIAIS.....................................................58
2.2 DEFINIÇÕES DE ESTUDOS SOCIAIS...........................................................................62
2.3 COMPONENTES DOS ESTUDOS SOCAIS....................................................................65
2.4 CONTEÚDOS ENSINADOS EM ESTUDOS SOCIAIS..................................................67
2.5 USOS DA HISTÓRIA NOS ESTUDOS SOCIAIS...........................................................71
Considerações...........................................................................................................................73
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................76
ANEXO.....................................................................................................................................79
REFERENCIAS .......................................................................................................................94
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Didática dos Estudos Sociais: MONTEIRO, Ieda da Silva e OLIVEIRA, Maria Helena 1984
como aprender como ensinar Cozzolino
O ensino de Estudos Sociais BALZAN, Newton Cesar; HOLFING, Eloisa de Mattos; 1986
no primeiro grau LEME, Dulce Maria P. Camargo e ZAMBONI, Ernesta
Didática de Estudos Sociais ROCHA, Dayse Maria Alves 1986
nas primeiras séries do 1 grau
Numa primeira observação, também foi possível perceber que quinze dos livros
observados foram publicados por instituições ligadas ao governo federal e universidades tanto
públicas quanto privadas. O restante dos manuais de professores foi publicado por editoras
particulares. O conjunto do material, adquirido por compra ou copiado, foi submetido a uma
segunda seleção a fim de separar livros didáticos de manuais de formação do professor. A
17
influência direta, foi publicado, em 1934, um Programa de Ciências Sociais para a escola
elementar que teve várias edições sucessivas até 1955 (FERNANDES, 2008).
Em 1971, é sancionada a Lei 5692/71 que estrutura a educação de primeiro e segundo
graus no Brasil. Segundo Cusinato (1987), “é princípio básico da Lei, que os currículos de
ensino terão um núcleo comum em âmbito nacional, e uma parte diversificada para atender as
necessidades de cada região” (CUSINATO, 1987, p.51). O núcleo comum, que deve fazer
parte da educação de cada cidadão, foi fixada em três grandes áreas: Comunicação e
Expressão, Estudos Sociais e Ciências. Ainda para o pesquisador, aos Estudos Sociais foi
dada a função de constituir ligação entre as Ciências e as diversas formas de Comunicação e
Expressão, por ter uma abordagem mais científica e colocar no centro a preocupação com o
humano (CUSINATO, 1987).
Em que consistiam esses programas e quais as matrizes orientadoras dos currículos,
livros didáticos, manuais de formação e práticas de ensino, são informações desconhecidas
para grande parte dos investigadores da história da educação. Os que exploram o tema
demoram-se no período relativo ao regime ditatorial civil-militar que importou, em larga
escala, as teorias educacionais estadunidenses e as implantou em diferentes níveis de ensino.
A esse respeito, informa a pesquisadora Elza Nadai – em seu artigo intitulado Estudos Sociais
no primeiro grau, publicado na revista Em Aberto– que os principais conceitos incorporados
no Brasil acerca da disciplina Estudos Sociais foram produzidos pelos pesquisadores norte-
americanos John Michaelis e Jerome Bruner.
John Michaelis, em seu livro Estudos Sociais para crianças numa democracia,
editado no ano de 1970 pela editora Globo, centra as ideias nos valores e comportamentos
democráticos à concepção de que democracia é “um modo efetivo de viver, baseado em ideais
fundamentais e duradouros” (MICHAELIS, 1970, p.16). Ou seja, os indivíduos são
respeitados, tem dignidade, fazem escolhas e tomam decisões, assumem responsabilidades e
levam-nas a termo, exercem e ajudam a preservar direitos inalienáveis e têm a oportunidade
de cooperar com os outros na construção de interesses comuns. No qual, a educação é “a
formação integral do indivíduo, capacitando-o a exercer o seu inalienável direito à liberdade”
(MICHAELIS, 1970, p.i). Portanto, segundo o pesquisador, as metas, planejamentos,
processos e materiais de instrução, assim como a avaliação, devem estar coerentes com este
tema.
Outros pontos importantes no livro são as características de crescimento e as
diretrizes a adotar para o melhoramento da aprendizagem para os Estudos Sociais, como
também, as funções dos Estudos Sociais, pondo em relevo os objetivos, os valores
20
Capítulo 1
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
ESTUDOS SOCIAIS (1960-1980)
elaborado por especialistas, identificado e dotado de organização própria para o estudo. Esse
conhecimento, ao vincular-se à escola, estabelece novas relações de saber a partir das
atividades de seus agentes principais, ou seja, de professores e alunos (CHERVEL,1990).
Sabendo que as disciplinas escolares fazem parte do currículo e que constituem os saberes, ou
os conteúdos curriculares, há de se investigá-las em interação com a história dos currículos e
com a cultura escolar. Portanto, podemos afirmar que, para André Chervel (1990), existem
pontos importantes na arquitetura de uma disciplina escolar: finalidades, conteúdos e a
avaliação da disciplina escolar.
Com relação às finalidades, André Chervel (1990) afirma que existem dois tipos: as
finalidades de objetivos e as finalidades reais. No entanto, a distinção entre “finalidades reais
e finalidades de objetivo é uma necessidade imperiosa para o historiador das disciplinas. Ele
deve aprender a distingui-las, mesmo que os textos oficiais tenham tendência a misturar umas
e outras” (CHERVEL, 1990, p.17). Ainda para o autor, a definição das finalidades reais da
escola passa pela resposta à questão “por que a escola ensina o que ensina?” Portanto, o
estudo das finalidades não pode excluir os ensinos reais. Deve ser feito de forma que utilize
tanto os objetivos fixados quanto as finalidades da realidade pedagógica.
Em relação aos componentes curriculares, André Chervel (1990) afirma que dos
vários componentes de uma disciplina escolar, o primeiro, na ordem cronológica, é a
exposição pelo professor, ou pelo manual de um conteúdo de conhecimentos. Para o autor,
esse componente chama a atenção, pois é ele que a distingue de todas as modalidades não
escolares de aprendizagem, as da família ou da sociedade.
Essa tarefa é beneficiada por documentos, manuscritos, manuais e periódicos
pedagógicos. A partir desses exames, fica claro que, em cada época, o ensino é idêntico para a
mesma disciplina e para o mesmo nível. Segundo Chervel (1990),
Todos os manuais ou quase todos dizem então a mesma coisa, ou quase isso.
Os conceitos ensinados, a terminologia adotada, a coleção de rubricas e
capítulos, a organização do corpus de conhecimentos, mesmo os exemplos
utilizados ou os tipos de exercícios praticados são idênticos, com variações
aproximadas (CHERVEL, 1990, p.33).
grado que copiar o curso através do ditado não é, em si, o mais estimulante dos
exercícios”(CHERVEL, 1990, p.33-4). Com essas colocações, podemos afirmar que os
conteúdos explícitos da disciplina e as baterias de exercícios constituem, então, o núcleo da
disciplina.
Outro ponto importante para se estudar uma disciplina escolar, segundo Chervel
(1990, p.36), é a avaliação. Segundo o pesquisador, as necessidades de avaliar o aluno
causaram dois fenômenos nos exames internos e externos no desenvolver das disciplinas
ensinadas. O primeiro fenômeno é a especialização de certos exercícios na sua função de
exercícios do controle. O segundo fenômeno é o peso considerável que as provas do exame
final exercem, por vezes, sobre o desenrolar da classe e, portanto, sobre o desenvolvimento da
disciplina, ao menos em algumas das suas formas. Podemos dizer que, a menos que se escape
de qualquer avaliação, todo ensino, por natureza qualitativa, deve resgatar, em seu aparelho
didático, zonas quantitativas ou quantificáveis que possam fornecer escalas de medida
(CHERVEL, 1990).
Portanto, afirmamos que, para estudar uma disciplina escolar, é necessário o estudo do
contexto histórico, suas finalidades reais, bem como seus componentes curriculares. A
disciplina escolar é constituída de vários elementos – um ensino de exposição, os exercícios,
as práticas de incitação e de motivação e um aparelho docimológico – que, em cada estado da
disciplina, funcionam, evidentemente, em estreita colaboração, do mesmo modo que cada um
deles está, à sua maneira, em ligação direta com as finalidades.
Diante dessas informações, analisaremos a obra O processo de Educação de Jerome
Bruner e suas contribuições acerca de disciplina escolar e, em especial, para o ensino de
Estudos Sociais. Essa obra traz o conceito de estrutura da matéria que, segundo Elza Nadai
(1988), está associado à introdução do ensino de Estudos Sociais no Brasil. Bruner afirmava
que, ao compreender a estrutura de uma matéria, o aluno adquire condições para relacioná-la
a outras porque
A ideia de currículo em espiral parte do princípio de que qualquer assunto pode ser
trabalhado pelas crianças desde que adaptado ao concreto. No início de sua formação, o aluno
receberia conceitos básicos que o preparariam a fim de entender a matéria formal ou
científica.
Todos esses conceitos criados pelo Jerome Bruner foram frutos de relatórios das
conferências de Woods Hole, realizadas em 1959, sob a coordenação do próprio teórico. Com
o lançamento do livro O Processo da Educação, os escritos tiveram grande repercussão nas
reformas curriculares, ocorridas nos EUA, na década de 1960. Segundo Santos (2012, p. 6),
Todos esses processos, porém, foram consequências de uma expansão das cidades
ocorridas na metade do século XX, como também do surgimento de indústrias, da construção
de hospitais, escolas e vias de comunicação e dos movimentos migratórios, no sentido do
campo para as cidades, em busca de melhores condições de vida.
Os progressos da Ciência, da Medicina e da Indústria acenavam com grandes
promessas para os homens de todas as partes. Ao mesmo tempo, defrontavam-se com
problemas, tais como o desejo de fortalecer a democracia através do mundo. Portanto, todas
essas mudanças de caráter material influenciaram as estruturas sociais e o pensamento do
homem comum, que precisou se modificar, em relação a atitudes e valores, para desenvolver-
se no novo ambiente que os cercava. Assim, as mudanças verificadas na sociedade serviam
como justificativas para a necessidade de se melhorar a educação social (OLIVEIRA,1993).
Após essas informações, é necessário conhecer um pouco mais dos conceitos que, segundo
Elza Nadai (1988), colaboraram com as ideias para transformar o ensino e a aprendizagem.
Em relação à aprendizagem, Bruner (1968, p. 31) afirma que “qualquer assunto pode
ser ensinado com eficiência, de alguma forma intelectualmente honesta, a qualquer criança,
em qualquer estágio de desenvolvimento”. Assim, aprender um assunto envolve três
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Embora essa obra não esteja diretamente ligada ao ensino da disciplina apresentada na
presente pesquisa, os estudos de Jerome Bruner evidenciam conceitos e procedimentos que
foram adotados no ensino de Estudos Sociais implantados tanto no Brasil, quanto nos Estados
Unidos da América.
Ainda considerando os pontos importantes na arquitetura de uma disciplina escolar –
finalidades, os conteúdos e a avaliação da disciplina escolar (CHERVEL, 1990), analisaremos
o livro Estudos Sociais para crianças numa Democracia, de John Michaelis, com o objetivo
de responder as seguintes questões: quais as finalidades dos Estudos Sociais, segundo
Michaelis? Quais os conteúdos de Estudos Sociais propostos pelo autor? O que é avaliação
nos Estudos Sociais, segundo John Michaelis?
Para Michaelis (1970), o objetivo real dos Estudos Sociais é
Os objetivos dos Estudos Sociais “devem ser encarados com referência especial às
finalidades da educação na democracia americana” (MICHAELIS, 1970, p.10). Com isso, o
autor afirma que os estudos sociais contribuem com quatro finalidades: a autorrealização, as
relações humanas, a eficiência econômica e a responsabilidade cívica.
Segundo Michaelis (1970), a autorrealização proporciona experiências que promovem
o desenvolvimento pessoal, além de oferecer o exercício e o fortalecimento das aptidões
relativas à ação conjunta, linguagem, aos números e ao estudo. Ainda, para o autor,
proporciona a auto-orientação, a cooperação, a responsabilidade, e outras modalidades de
comportamento podem ser desenvolvidas nas atividades.
Nas relações humanas, a disciplina contribui, principalmente, com o respeito a outras
pessoas, em casa e fora dela. Colabora também com a amizade, a cooperação e a cortesia que
devem ser postas em prática e desenvolvidas nas atividades dos estudos sociais. Com relação
à escola, é o lugar onde deve se caracterizar pelas relações cordiais humanas na vida diária
das crianças.
Na eficiência econômica, o autor revela que os estudos sociais, na escola elementar,
“podem contribuir para a eficiência econômica proporcionando experiências que promovam
atitudes, compreensões e aptidões essenciais a um trabalho eficiente” (MICHAELIS, 1970,
37
p.11). O planejamento em grupo, por exemplo, pode ser levado em consideração para várias
tarefas, os meios de realizá-las e o papel de cada indivíduo no desempenho das
responsabilidades aceitas. É a partir dessas experiências que a criança desenvolve as
qualidades necessárias para se tornar um trabalhador competente dentro das atividades do lar,
da escola e da comunidade.
Por fim, a responsabilidade cívica pode ser desenvolvida de diversos modos no âmbito
dos estudos sociais, como ser um membro responsável do grupo, apreciar as necessidades e as
contribuições alheias e prestar assistências – e, também, respeitar os padrões estabelecidos
pelo grupo e as diferenças. Com isso, o papel das pessoas, das leis e das instituições na vida
democrática surgirá como um conceito fundamental no setor das relações humanas.
Em relação aos conteúdos, Michaelis afirma que os componentes curriculares são
história, geografia e educação cívica. Apesar de os sistemas escolares diferenciarem muito
uns dos outros, “os melhores programas incluem conteúdos, materiais e atividades referentes
às relações humanas no lar, na escola, na comunidade e em outros lugares” (MICHAELIS,
1970, p.5). No jardim de infância e primeiro grau, os conteúdos são relativos ao Lar, à Escola
e ao Bairro. No segundo grau, existem conteúdos acerca da Comunidade. No terceiro grau, a
“Grande Comunidade” é colocada em destaque, caracterizando as funções e atividades que a
ela dizem respeito. No quarto grau, o que ganha destaque são os conteúdos sobre outros
países e o Estado natal das crianças.
No quinto grau, destaca-se a vida americana dos primeiros tempos nas diferentes
regiões, como por exemplo, o Movimento para o Oeste, Possessões Americanas etc. No sexto
grau, é dominante a Europa e os antecedentes europeus da História Americana, os
Hemisférios Ocidental e Oriental. No sétimo grau, os conteúdos mais frequentes são a
História dos Estados Unidos, os Direitos e Deveres do Cidadão, a Geografia e o Hemisfério
Oriental. Por fim, o oitavo grau é caracterizado pelos conteúdos A História Americana, a
Constituição e o Desenvolvimento das Instituições Americanas.
Quanto à avaliação nos Estudos Sociais, o pesquisador coloca que “é o processo em
que consiste em determinar a espécie e a extensão das modificações operadas no
comportamento da criança, resultantes de experiências destinadas a promover a aprendizagem
social” (MICHAELIS, 1970, p.430). Em outras palavras, avaliar é mais do que testar e medir,
inclui todos os procedimentos usados para responder à pergunta: “Em que grau estão sendo
alcançados os propósitos dos estudos sociais?” (idem).
Para uma avaliação se tornar eficaz, deve-se obedecer a algumas diretrizes, tais como
a avaliação como ponto de vista desenvolvido cooperativamente. Nesse caso, o professor
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ocupa uma posição importante, pois o seu ponto de vista, os métodos de ensino, o
conhecimento das características da criança, a seleção de materiais e a capacidade de formar
valores democráticos determinam a qualidade da avaliação. Na avaliação como parte
integrante da instrução, o professor observa e registra as necessidades do aluno, introduz
modificações e melhora o programa à medida que este se desenvolve. Segundo o autor, é um
dos processos avaliativos mais valiosos. Na avaliação como processo contínuo, esse princípio
sugere que uma avaliação eficaz se processa a todo instante na sala de aula – isso implica que
sumários periódicos e testes organizados não tenham lugar na avaliação.
A avaliação como processo cooperativo, para John Michaelis (1970), deve ser feita
em cooperação com outros professores, com os alunos, pais, supervisores e administradores.
Alunos e professores participam com o uso de várias técnicas de avaliação; os pais cooperam
na interpretação de dados colhidos mediante uso dos instrumentos avaliatórios; os
supervisores e administradores ajudam no programa com o objetivo de dar sustentação,
direção e assistência. Com relação à avaliação em função dos objetivos do programa, o
pesquisador afirma que se deve atender às atitudes, conceitos, processos de grupo,
aproveitamento de aptidões e desenvolvimento de interesses, e não apenas a fatos e
conhecimentos. Nessa diretriz, é importante que os resultados emocionais, sociais, intelectuais
e físicos também sejam avaliados.
Por fim, o autor coloca a autoavaliação das crianças, que é “um processo natural
usado pelas crianças ao empreenderem atividades significativas. A auto-avaliação, capaz de
conduzir a uma crescente autodeterminação, é parte essencial da avaliação nos estudos
sociais” (MICHAELIS, 1970, p.437). Com o objetivo de avaliar a si mesmas, as crianças
devem ser orientadas no sentido de formarem uma concepção clara dos propósitos capazes de
guiar os seus esforços avaliatórios.
Examinamos o manual Estudos Sociais para crianças numa democracia, de John
Michaelis, e o livro O processo de educação, de Jerome Bruner, na vertente da história das
disciplinas escolares, defendida por André Chervel, para quem os pilares de sustentação de
uma disciplina são os conteúdos, as finalidades e a avaliação. Para Elza Nadai (1988), esses
autores foram os principais responsáveis pela introdução de conceitos e procedimentos para a
disciplina Estudos Sociais no Brasil. Vimos, então, que a disciplina dentro das ideias de
Michaelis, tem por objetivo manter um padrão de comportamento determinado, de modo a
adaptar as mudanças ao contexto social prevalecente, também, integrar os jovens aos
elementos já consolidados do sistema político-social. Assim, faz com que seu fim maior
continue sendo a socialização do homem, a partir dos modelos sociais preexistentes,
39
E, no quinto e último ano do primeiro grau, o aluno tem como objetivos aprender a
“cidadania fundada no conhecimento da realidade brasileira” (GAUDENZI, 1962, p.517),
trazendo como assuntos higiene e saneamento, indústria, trabalho e educação, organização de
uma cooperativa, comércio internacional, ou seja, temas em que o aluno consiga interagir com
a sociedade.
Livro traduzido para o português, escrito em 1965, pelo norte-americano Ralph
Preston, intitulado Ensinando Estudos Sociais na escola primária, o manual pauta-se
principalmente nos objetivos dos Estudos Sociais, no ensino e na aprendizagem e nos recursos
que auxiliam o professor em sala de aula, como por exemplo, o uso de mapas e globos e
recursos audiovisuais. Característica marcante do livro é o seu método da unidade que “é uma
série de atividades pedagógicas relacionadas, organizadas em torno de um tópico ou
programa” (PRESTON, 1965, p.101).
Do autor Pedro Henrique Osório, do ano de 1965, Introdução analítica aos Estudos
Sociais, é um manual que nos revela ‘através de análise ao conceito de Estudos Sociais e
termina sua primeira parte – a menor e menos substancial – com a Evolução das Ciências”
(OSÓRIO, 1965, p.4). Nos mostra também objetivos, ensino e aprendizagem acerca dos
Estudos Sociais. No entanto, esses temas serão discutidos no decorrer desta dissertação. Já o
manual escrito por Maria Onolita Peixoto, também escrito no ano de 1965, intitulado
Habilidades de Estudos Sociais, está focado fundamentalmente nas habilidades dos Estudos
Sociais e nas habilidades específicas de conteúdos. A autora deixa claro que seu livro está
pautado nas ideias do norte-americano John Michaelis, como evidenciamos nas colocações da
própria, “segundo John Michaelis os Estudos Sociais são estudos concernentes às pessoas e
suas interações com seu meio físico e social, são estudos que tratam das relações humanas”
(PEIXOTO, 1965, p.17)
Escrito por Therezinha Deusdará e Leny Werneck Dornelles, Estudos Sociais –
Introdução, divide-se em três unidades. Na primeira unidade “Estudos Sociais no currículo da
escola primária”, as autoras posicionam os objetivos da disciplina, o conceito de Estudos
Sociais e o seu currículo. Já na segunda unidade, “O programa de Estudos Sociais” nos
evidencia a abrangência do programa, como por exemplo, os fatores básicos na organização
do programa. E, na última unidade intitulada “A direção da aprendizagem em Estudos
Sociais”, as autoras descrevem a função do professor, a organização da classe e as técnicas e
os recursos empregados na aprendizagem, como, por exemplo, trabalhos em grupo, recursos
da comunidade, uso dos mapas e globos, recursos audiovisuais, leitura funcional e atividades
de aplicação. Aborda também a avaliação do programa e da aprendizagem de Estudos Sociais.
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No livro escrito por Francisca Alba Teixeira no ano de 1969, Estudos Sociais na
Escola Primária, apresenta seu trabalho em duas partes. Na primeira, denomina-se
“Elementos do processo educativo” onde evidencia “quem aprende”, o aluno, “quem orienta o
aluno no processo da aprendizagem”, o professor, “o que o aluno aprende”, a matéria, e “os
instrumentos para a aprendizagem do aluno”, as atividades. Na segunda parte, intitulada
“Ciclo docente” exibe o plano de curso, o plano de unidade e o plano de aula. Por fim, na
última parte do livro denominada “Conclusão”, comenta para que serve o ensino de Estudos
Sociais.
No manual A aprendizagem dos Estudos Sociais da autora Nilda Bethlem, do ano de
1975, está dividido em nove unidades distintas. Na primeira unidade, a pesquisadora trabalha
com a escola, o professor, o aluno e a aprendizagem. Na segunda, é descrito o conceito de
Estudos Sociais, os objetivos e programas. O foco da terceira unidade é o trabalho de grupo.
Na quarta unidade, trabalha-se com os fatos e conceitos em Estudos Sociais. A quinta
unidade, a preocupação são os meios usados na aprendizagem dos Estudos Sociais. A autora
também dá destaque, em seu livro, para as unidades didáticas, pois é o tema da sexta unidade
do livro. A avaliação faz parte da sétima unidade, na oitava são as organizações de caráter
educativo e a última unidade é a bibliografia.
Escrito por Antônio Teles Xavier, seu manual Estudos Sociais nova perspectiva das
ciências humanas, no ano de 1975, está dividido em duas partes. Na primeira parte, o autor
trabalha com a conceituação dos Estudos Sociais, os processos sociais básicos, ou seja, os
fatos sociais, a sociedade e o comportamento social. Dedica-se também aos efeitos dos
processos sociais, como, por exemplo, estereótipos, ideologia, atitudes, preconceitos, cultura e
civilização e também os diversos grupos sociais. Na segunda parte, o autor começa
trabalhando a infraestrutura social, economia, desenvolvimento econômico, industrialização e
seus efeitos sociais. A seguir, discute acerca do tema população, demografia, urbanização, e
modernização. A estrutura social também é preocupação no livro, em que discutem-se temas
como a sociologia moral, sociologia jurídica, liberdade e direitos humanos. E, por fim, analisa
as diversas instituições sociais, ou seja, as instituições de comunicação, educacional e a
religião.
O livro elaborado pela Equipe Renov, coordenado pela pedagoga Maria Regina Viana
Pannuti, no ano de 1976, intitulado Estudos Sociais: uma proposta para o professor, está
dividido em oito capítulos. Neles, estão contidos observações e descrições acerca do conceito
de Estudos Sociais, dos objetivos, conhecimento sobre a realidade educacional, o professor,
métodos de ensino, como, por exemplo, ensinar por conceitos a unidade pedagógica em
42
quarto módulo estão os materiais para ensino e aprendizagem e, no último módulo, está a
avaliação para a disciplina.
Por fim, o livro escrito por Rosalva Portella e Rosaly Maria Braga Chianca, com sua
primeira edição publicada no ano de 1989, está dividido em seis capítulos. No primeiro
capítulo, está descrito o objeto e para que serve os Estudos Sociais, no segundo, as autoras
apresentam a proposta pedagógica do ensino da referida disciplina. Já no terceiro capítulo,
partem para a ideia de “conhecer o aluno” com técnicas desenvolvidas que estimulam o aluno
a “pensar”. No capítulo seguinte, estão as técnicas de ensino. No quinto capítulo, estão os
conteúdos relacionados à História, como por exemplo, “a importância das datas
comemorativas” e, no sexto capítulo, têm sugestões de unidades de ensino para serem
trabalhadas em sala de aula.
Vimos que cada um dos materiais tem suas características e especificidades, como
também semelhanças. Com isso, apresentamos os manuais que trabalharemos nos tópicos a
seguir. O trabalho de descrição é importante porque visa um melhor conhecimento acerca do
que se é estudado e ajuda a ter uma “visualização” do livro e do conteúdo. A seguir
descreveremos a formação dos autores.
preocupa-se com esse item, destacando a pesquisadora Francisca Alba Teixeira, pois, em seu
livro, dedicou três capítulos para esse componente.
A avaliação está presente em 65% dos manuais de estudos sociais analisados. No
entanto, apenas cinco livros tratam desse elemento: Ensinando Estudos Sociais na Escola
Primária, Estudos Sociais na escola primária, Introdução Metodológica aos Estudos Sociais,
O ensino de Estudos Sociais no primeiro grau e Didática de Estudos Sociais nas primeiras
séries do 1 grau. A aprendizagem, presente em seis manuais analisados, faz parte de 4% do
total de capítulos analisados.
Em relação à atividade, presente em 5% do total analisado, está presente em apenas
dois livros, no entanto, os autores dão destaque importante para esse elemento, colocando-o
em quatro capítulos no livro Estudos Sociais na escola primária e dois capítulos em Didática
de Estudos Sociais nas primeiras séries do 1 grau. Itens como aluno, ensino, formação
(docente), fundamentos e histórico aparecem em apenas 4,5%.
Com esses detalhes, podemos colocar em evidência o livro do norte-americano Ralph
Preston, intitulado Ensinando Estudos Sociais na Escola Primária (1965), pois esse manual
contém todos os componentes analisados. Afirmamos, assim, que os autores dos manuais de
professores de Estudos Sociais observados têm uma grande preocupação em indicar quais os
conteúdos da disciplina devem ser ensinados. Os elementos considerados importantes para o
professor, como por exemplo, aprendizagem, ensino e planejamento foram pouco citados nos
livros.
CARVALHO, Introdução “Os objetivos dos Estudos Sociais são: conhecer e compreender os
Delgado de Metodológica conceitos sociais e o valor das instituições; desenvolver, no indivíduo, a
aos Estudos capacidade de estudar, ler e interpretar, com senso crítico, o que leu,
Sociais ouviu ou viu; despertar a personalidade do educando, desenvolvendo seus
interesses culturais e seu senso de responsabilidade; integrar o indivíduo
na sociedade democrática em que deve viver, promovendo a sua
cooperação como bom cidadão; compreender a interdependência das
Nações no mundo moderno, respeitando as funções particulares dos
diferentes grupos e contribuindo à compreensão internacional”. (p.67-68)
CHIANCA, Rosaly Didática de “Desmembrar fatos, interligar os marcos da construção humana, associar
Maria Braga; Estudos Sociais o homem-indivíduo ao homem-social nas relações político-sociais e
PORTELLA, econômicas são perspectivas desafiantes para os Estudos Sociais” (p.5).
Rosalva
DEUSDARÁ, Estudos “O principal objetivo dos Estudos Sociais na escola primária é o fim
Therezinha e Sociais: mesmo da educação, isto é, o ajustamento social e pessoal do aluno”.
DORNELLES, Introdução (p.9)
Leny Werneck
MONTEIRO, Ieda Didática dos “Os objetivos dos Estudos Sociais visam: ao desenvolvimento integral do
da Silva e Estudos aluno, à integração do aluno, à aquisição de valores morais e espirituais
OLIVEIRA, Maria Sociais: como de acordo com a pessoa humana e a formação cultural do país”. (p.8)
Helena Cozzolino aprender como
ensinar
PANNUTI, Maria Estudos “A área de Estudos Sociais tem por objetivo a integração social espaço-
Regina Viana Sociais: uma temporal e social do educando em âmbitos gradativamente mais amplos”
proposta para o (p.19)
professor
PEIXOTO, Maria Habilidades de “Educar para uma democracia – educar para viver democraticamente, isto
Onolita Estudos Sociais é, em base de cooperação mútua, de respeito à integração individual e
na escola responsabilidade social, constituem, pois tarefa de relevo na época atual”
primária (p.19)
PILETTI, Claudino Didática “Os objetivos do ensino de Estudos Sociais podem ser assim
Especial sintetizados: integração do educando com a sua realidade, percepção do
processo histórico na sua totalidade, desenvolvimento da capacidade de
interpretação crítica dos fatos e das situações reais, percepção de si como
ser social e sua integração na sociedade, desenvolvimento das habilidades
de estudo e desenvolvimento da capacidade de interpretar fatos históricos
da sua região” (p.199-200)
49
PRESTON, Ralph Ensinando “O objetivo dos Estudos Sociais, é auxiliar a criança a compreender os
estudos sociais conceitos relativos à sociedade humana, e ao mesmo tempo desenvolver
na escola as qualidades intelectuais e morais imprescindíveis à formação de um
primaria cidadão democrático”. (p.34)
ROCHA, Dayse Didática de “O objetivo dos Estudos Sociais é o ajustamento crescente do educando
Maria Alves Estudos Sociais ao meio, cada vez mais amplo e complexo, em que deve não apenas viver
nas primeiras como conviver, dando-se ênfase ao conhecimento do Brasil na
séries do 1 grau perspectiva atual do seu desenvolvimento”. (p.19)
TEIXEIRA, Estudos Sociais “O objetivo dos Estudos Sociais diz respeito às relações humanas: relação
Francisca Alba na Escola entre pessoas, relações entre pessoas e instituições, relações entre pessoa
Primária e terra e relação entre pessoa e mercadoria”. (p.9)
TELES, Antônio Estudos Sociais “A finalidade do enfoque sociológico nos Estudos Sociais é mais prática:
Xavier nova dar uma visão dos diversos problemas sociais mais próximos do homem”.
perspectiva das (p.20)
ciências
humanas
Fonte: Baseado nos manuais de Estudos Sociais para formação de professores, produzidos no Brasil, no período de 1960 a
1980.
1 Apenas o manual Estudos Sociais na escolar primária (1962) não traz as finalidades dos Estudos
Sociais.
50
Uma das matrizes da arquitetura elaborada por André Chervel (1990), acerca da
disciplina escolar, a avaliação consiste em medir a capacidade de absorção do conteúdo em
determinado aluno. A partir dessa afirmação e, de acordo com as premissas elaboradas nesta
pesquisa, descreveremos e analisaremos a tabela a seguir.
PANNUTI, Maria Estudos Sociais: uma “A avaliação incide sobre os participantes do processo educativo
Regina Viana proposta para o como um todo. Os diferentes aspectos de comportamento,
professor componentes da personalidade, o desempenho e os interesses
serão objetos da avaliação” (p.74).
PRESTON, Ralph Ensinando estudos “O aproveitamento do aluno, tanto nos Estudos Sociais como em
sociais na escola outras áreas, deve ser avaliado em função dos objetivos do ensino
primaria (...) as quatro categorias de objetivos são: aproveitamento em
conhecimento e compreensão, em atitudes e comportamento,
capacidade de aplicar o raciocínio científico aos problemas
sociais e aproveitamento na capacidade de utilizar os
instrumentos dos Estudos Sociais” (p.382).
ROCHA, Dayse Didática de Estudos “Avaliar consiste em comparar o desempenho do aluno com os
Maria Alves Sociais nas primeiras objetivos de ensino” (p.81).
séries do 1 grau
TELES, Antônio Estudos Sociais nova “A avaliação é um último estágio de um processo complexo que
Xavier perspectiva das ciências envolve outros comportamentos, como conhecimentos,
humanas compreensões, aplicação, análise, síntese” (p.41)
Fonte: Baseado nos manuais de Estudos Sociais para formação de professores, produzidos no Brasil, no período de 1960 a
1980.
52
Como podemos observar, apenas sete livros dos quinze analisados na presente
pesquisa descrevem o conceito de avaliação2. Para os autores, avaliar consiste em analisar o
desempenho do aluno, como, por exemplo, descreve o autor Antônio Xavier Teles, segundo o
próprio,“avaliação é um último estágio de um processo complexo que envolve outros
comportamentos, como conhecimentos, compreensões, aplicação, análise, síntese” (TELES,
1975, p.41). No entanto, durante a avaliação é importante o uso de jogos, elaboração de
trabalhos, excursões e desenhos, como afirma Josephina Gaudenzi em seu livro, intitulado
Estudos Sociais na escola primária, “a avaliação organizada e contínua consiste na
conversação dirigida, trabalhos de classe, jogos e outras atividades, além de entrevistas com
os professores e é tarefa exclusiva do professor” (GAUDENZI, 1962, p.36).
Já a pesquisadora Pannutti (1976) vai além da avaliação direta entre professor e aluno.
Segundo a autora, o aluno deve praticar a autoavaliação com o objetivo de “colocar-se”
dentro do grupo. Ou seja, outros fatores também devem estar em evidência para realizar a
avaliação do aluno, como os fatores mental e psicológico, pois, para a pesquisadora “a
avaliação é uma auto-avaliação e um "colocar-se" de cada indivíduo no grupo. Os diferentes
aspectos do comportamento, os componentes da personalidade, o desempenho e os interesses
serão objetos da avaliação” (PANNUTTI, 1976, p.19).
De acordo com o norte-americano Ralph Preston, a avaliação tem como principal
objetivo avaliar os conhecimentos, as habilidades e os valores adquiridos pelo aluno. E,
diferentemente de alguns autores brasileiros, avaliar é trabalho exclusivo do professor. Pois,
segundo o autor, “avaliação do professor precisa avaliar o aproveitamento em conhecimento e
compreensão, em atitudes e comportamento, a capacidade de aplicar o raciocínio científico
aos problemas sociais e a capacidade de utilizar os instrumentos dos Estudos Sociais”
(PRESTON, 1962, p.25).
De acordo com o que foi descrito em relação ao item avaliação, podemos afirmar que
tanto o conceito elaborado por André Chervel como as ideias elaboradas pelos autores dos
manuais analisados estão diretamente ligadas. Os teóricos afirmam diretamente que o
principal objetivo da avaliação é testar a capacidade de aprendizagem do aluno de acordo com
os preceitos elaborados pelo professor em sala de aula. Portanto, desde os anos de 1960 à
2 Os livros O ensino de Estudos Sociais no primeiro grau (1986), Didática de Estudos Sociais
(1989),Introdução aos Estudos Sociais (1972), Estudos Sociais: Introdução (1967), Didática dos Estudos
Sociais: como aprender como ensinar (1984), Introdução Analítica aos Estudos Sociais (1965), Habilidades de
Estudos Sociais na escola primária (1965), Didática Especial (1984), o e Estudos Sociais na Escola Primária
(1962)não apresentaram em seus livros o conceito de avaliação nos Estudos Sociais.
53
década de 1990, do século XX, o quesito avaliação sofreu poucas mudanças em seus
fundamentos, princípios e finalidades.
Considerações
Vimos no presente capítulo que o ensino de Estudos Sociais nos Estados Unidos da
América, no período aqui analisado, desde sua oficialização como disciplina em 1916 nos
EUA e nos anos de 1970, período em que foi instituído no Brasil, caracterizou-se por manter
um padrão comportamental cujo objetivo principal é adaptar o cidadão ao contexto social
vigente e integrá-lo ao sistema político-social. Como também, aprofundamos a análise dos
principais teóricos norte-americanos Jerome Bruner (1968) e John Michaelis (1970). Teriam
sido as propostas de Bruner e Michaelis efetivamente apropriados pelos autores brasileiros?
Seriam Bruner e Michaelis os teóricos que fundamentaram a instituição dos Estudos Sociais
no Brasil?
Após a análise dos conceitos elaborados por Jerome Bruner (1968), em seu livro O
Processo da Educação, afirmamos que, na aprendizagem, a criança pode aprender qualquer
coisa no seu estágio de desenvolvimento. Na avaliação, a informação deve ser adequada à
tarefa. Para Bruner (1968), o ensino é a predisposição para aprender e explorar alternativas.
Pode-se ensinar um conteúdo para uma criança de qualquer idade, desde que seja apresentado
em termos da visualização que a criança tem das coisas. Portanto, no ensino, o aluno deve
estar disposto a aprender e explorar as alternativas. Com relação aos conteúdos, o autor
determina que esses elementos estão relacionados às informações transmitidas. No entanto,
apesar de contribuir, significativamente, para as ciências humanas, seus estudos trouxeram
mais resultados para as ciências naturais e exatas.
Já na apreciação dos escritos de John Michaelis (1970), em seu livro intitulado
Estudos Sociais para crianças numa democracia, que diferente do Bruner (1968), está
diretamente ligado ao ensino de Estudos Sociais. Concluímos que, para o estudioso, a
principal finalidade dessa disciplina “é proporcionar experiências que ajudem cada criança a
viver eficientemente na nossa sociedade democrática” (MICHAELIS, 1970, p.13).
Democracia essa que, segundo o próprio, é “um modo efetivo de viver, baseado em ideais
fundamentais e duradouros” (MICHAELIS, 1970, p.16), ou seja, os indivíduos são
respeitados, têm dignidade, fazem escolhas e tomam decisões, assumem responsabilidades e
54
Portanto, o principal campo dos estudos sociais são as relações humanas. Esta ideia
está vinculada aos manuais de formação de professores produzidos no Brasil. Contribuindo,
assim, para um melhor desenvolvimento dos alunos nas escolas brasileiras. Com relação a
Jerome Bruner (1968), apenas seis dos quinze livros adotaram o principal conceito elaborado
pelo teórico. A concepção de estrutura da matéria que, em suma, é aprender como as coisas se
relacionam (...) os currículos escolares e os métodos didáticos devem estar articulados para o
ensino das ideias fundamentais em todas as matérias que estejam sendo ensinadas (BRUNER,
1968, p.7).
A partir dessas análises, concluímos que alguns dos conceitos elaborados pelos
intelectuais norte-americanos, de fato, foram apropriados pelos autores de manuais de
formação de professores de estudos sociais brasileiros. Consideramos assim, John Michaelis e
o Jerome Bruner um dos teóricos que fundamentaram a instituição dos Estudos Sociais no
Brasil, pois, num exame direto de conceitos, finalidades e das referências bibliográficas dos
referidos manuais, percebemos que existe uma grande quantidade de teóricos, não só norte-
americanos, como também brasileiros e europeus, que foram apropriados para a elaboração
das descritas publicações brasileiras.
No capítulo seguinte, que tem como principal objetivo descobrir o “lugar” da História
dentro da disciplina Estudos Sociais, tendo como base as indagações: é possível aprender
história por meio da matéria Estudos Sociais? O ensino disciplinarizado de História é
superior, qualitativamente, ao ensino de história como conteúdo dos Estudos Sociais? Os
Estudos Sociais desapareceram como matéria, com a inclusão da história disciplinarizada nos
Parâmetros Curriculares Nacionais? Finalmente, em que consistia o ensino de história dentro
dos Estudos Sociais, no período mais estigmatizado pelos pesquisadores de história no Brasil
– o regime ditatorial civil-militar?
Para respondermos a essas questões, analisaremos especificamente a autonomia
disciplina História em relação aos Estudos Sociais. Para tanto, utilizaremos as dimensões de
cada componente dos Estudos Sociais a partir do anúncio das definições e dos conteúdos,
verificaremos as ideias dos conhecimentos, habilidades e valores elaborados pelos autores dos
livros publicados, como também os usos da História, averiguaremos qual a dimensão humana
privilegiada (sociedade, política, economia, entre outras) e quais os acontecimentos que
56
Capítulo 2
O LUGAR DA HISTÓRIA NOS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
ESTUDOS SOCIAIS (1960-1980)
Neste tópico, apresentaremos as ideias sobre aprender e ensinar nos Estudos Sociais,
descritas nos manuais de formação de professores da disciplina, tomando como base, os
conceitos de André Chervel, publicados no artigo intitulado História das disciplinas
escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa, no ano de 1990. Nesse texto, o
pesquisador, após confrontar o historiador acerca de novas disciplinas escolares, indaga-se
com um grande problema sobre as mesmas: “A escola pode ensinar tudo? Todas as
59
MONTEIRO, Didática dos “O aluno poderá adquirir ou ampliar “O ensino de Estudos Sociais deve
Ieda da Silva e Estudos informações, responder a perguntas, atender as seguintes funções: formar um
OLIVEIRA, Sociais: como resolver problemas, aprender a bom cidadão, um ser humano
Maria Helena aprender como confeccionar, experimentar, construir socializado” (p.8).
Cozzolino ensinar alguma coisa e a recrear-se” (p.22).
TEIXEIRA, Estudos Sociais “A direção da aprendizagem deve ser “O trabalho do professor, em Estudos
Francisca Alba na Escola planejada e orientada tendo-se em vista Sociais, (...), é planejar e orientar a
Primária os fatores ativos do processo educativo situação ensino-aprendizagem, de modo
(o aluno no seu meio social), os que o aluno, por esforço próprio,
objetivos ou mudanças a serem desenvolva a habilidade de pensar
alcançados e a natureza da matéria” logicamente, elaborando novas noções e
(p.13). operações” (p.19)
Fonte: Baseado nos manuais de Estudos Sociais para formação de professores, produzidos no Brasil, no período de 1960 a
1980.
Como podemos observar, na tabela 03, a maioria dos autores dos manuais3 descritos,
não direcionam a aprendizagem e o ensino com as finalidades, componentes curriculares e a
avaliação dos Estudos Sociais, já descritos anteriormente. Ou seja, os manuais tratam esses
elementos de uma forma geral e, com isso, servem não só para o ensino e aprendizagem de
Estudos Sociais, mas também para outras disciplinas. Como comprovação, temos o exemplo
da autora Francisca Alba Teixeira, a qual, em seu livro afirma que
3
Os manuais escritos por Antônio Teles Xavier intitulado Estudos Sociais nova perspectiva das ciências
humanas (1975), Dayse Maria Alves Rocha Didática de Estudos Sociais nas primeiras séries do 1 grau (1986),
Josephina Gaudenzi Estudos Sociais na escola primária (1962) e Ralph Preston Ensinando estudos sociais na
escola primaria (1962) não explicitaram as ideias de aprendizagem e ensino.
61
Outro exemplo são os pensamentos das autoras Ieda da Silva Monteiro e Maria Helena
Oliveira, as quais afirmam que “o ensino de Estudos Sociais deve atender as seguintes
funções: formar um bom cidadão, um ser humano socializado” (MONTEIRO; OLIVEIRA,
1984, p.8).
Também em baixa frequência, destacam-se nessa descrição, os métodos e os recursos
que os professores devem utilizar em sala de aula. Como afirma Delgado de Carvalho (1957),
“ensinar consiste na utilização de um bom método e o conhecimento da matéria por parte de
quem se propõe a ensiná-la” (CARVALHO, 1957, p.177).
A partir dessas observações acerca dos manuais descritos, afirmamos, que apesar da
preocupação com o ensino e aprendizagem de Estudos Sociais, as ideias levantadas sobre
esses elementos fazem parte de uma visão geral, que os próprios autores possuem sobre o
tema. As finalidades da disciplina, por exemplo, não entram em conformidade com os
conceitos levantados na maioria dos manuais de formação de professores apresentados. Com
isso, concluímos que os itens analisados neste tópico diferem dos demais, pois os
pensamentos dos autores estão ligados aos teóricos da psicologia da aprendizagem, como por
62
exemplo, Jean Piaget. Como evidenciamos no manual escrito por Chianca e Portella (1989),
“segundo Piaget, a partir dos sete anos, a criança entra no terceiro estágio do pensamento: da
operação concreta, quando já é capaz de realizar uma operação até o fim e retornar ao ponto
de partida (CHIANCA, PORTELLA, 1989, p.14).
O ensino de Estudos “Estudos Sociais é o conhecimento das relações do homem com o meio através do
Sociais no primeiro tempo e a compreensão de como este homem vive e utiliza o que o cerca” (p.14).
grau
Introdução “Os Estudos Sociais tratam de relações humanas, os Estudos Sociais podem constituir
Metodológica aos matéria de ensino em todos os graus escolares” (p.16)
Estudos Sociais
63
Didática de Estudos “Estudos Sociais é a disciplina que induz à reflexão de determinados aspectos que
Sociais muitas pessoas preferem ignorar” (p.6).
Estudos Sociais: “Os Estudos Sociais têm por fim levar o aluno a compreender o mundo em que vive, os
Introdução homens e suas relações sociais, bem como a situar-se nesse mundo como uma pessoa a
quem deve ser dada a garantia de sua individualidade, e de quem é esperada a
participação útil como membro de uma sociedade democrática” (p.8).
Estudos Sociais na Os Estudos Sociais é a disciplina que deve integrar a criança à vida social.
escola primária
Didática dos Estudos “Os Estudos Sociais têm por objeto de estudo a presença do homem no mundo, portanto
Sociais: como seu conteúdo baseia-se no estudo do processo de transformação da natureza e da
aprender como ensinar sociedade, tudo que diz respeito às relações humanas” (p.7).
Introdução Analítica “Estudos Sociais significam a prática de um conjunto de séries de atos através do qual
aos Estudos Sociais conheceremos a vida social” (p.7).
Estudos Sociais: uma “A área de Estudos Sociais tem por objeto de estudo processo de transformação da
proposta para o natureza e da sociedade, ou seja, estuda a presença do Homem no Mundo” (p.19).
professor
Habilidades de “Estudos Sociais pode ser definido como sendo o estudo do homem e de todos os seus
Estudos Sociais na problemas nas suas relações com outros homens e com seu meio ambiente” (p.17).
escola primária
Didática Especial “Estudos Sociais como o conjunto de estudos do homem e de suas relações com a
natureza e com os outros homens, ou seja, as Ciências Sociais trabalhadas a nível de 1
grau” (p.199).
Ensinando estudos “Os Estudos Sociais são capítulos das Ciências Sociais selecionados para serem
sociais na escola utilizados no ensino” (p.15).
primaria
Didática de Estudos “São conjuntos de conhecimentos e noções que estão situados nos vários ramos das
Sociais nas primeiras Ciências Sociais e que foram selecionados para serem utilizados no ensino” (p.11).
séries do 1 grau
Estudos Sociais na “É uma expressão usada em alguns países para designar o conteúdo programático da
Escola Primária escola elementar que trata diretamente das relações humanas” (p.9).
Estudos Sociais nova “Nos Estudos Sociais, a preocupação é pesquisar e esclarecer cientificamente os
perspectiva das problemas da vida social mais próximos e mais vitais do homem” (p.19).
ciências humanas
Fonte: Baseado nos manuais de Estudos Sociais para formação de professores, produzidos no Brasil, no período de 1960 a
1980.
segundo os autores desses manuais, é preparar a criança para viver em sociedade e/ou no
mundo em que vive. Uma segunda observação é que palavras como cidadão, sociedade e
relações humanas aparecem com uma alta frequência em todos os manuais analisados; no
entanto, em nenhum deles, apresenta-se o conceito dessas palavras utilizadas.
Afirmamos então, que dos quinze livros analisados, quatorze trabalham com a ideia de
que os Estudos Sociais devem formar o jovem com o objetivo de ser um bom cidadão e
integralizá-lo com a vida em sociedade, isto é, trabalha na formação da cidadania do aluno.
Podemos tomar como exemplo, a definição do manual Estudos Sociais na Escola Primária
(1969), escrito pela pesquisadora Francisca Alba Teixeira, para quem Estudos Sociais “é uma
expressão usada em alguns países para designar o conteúdo programático da escola elementar
que trata diretamente das relações humanas” (TEIXEIRA, 1969, p.9).
A única das definições, que não está diretamente ligada a essa concepção citada, é a da
pesquisadora Daisy Maria Alves Rocha, para quem os Estudos Sociais “são conjuntos de
conhecimentos e noções que estão situados nos vários ramos das Ciências Sociais e que foram
selecionados para serem utilizados no ensino (ROCHA, 1986, p. 11). Portanto, esse conceito
de disciplina está voltado a um entendimento de que os Estudos Sociais, nada mais são do que
um agrupamento das ideias dos vários ramos das Ciências Sociais, cujo objetivo é transmitir
esse conhecimento aos alunos.
Vale ressaltar também que o único livro que fala em democracia é o de Therezinha
Deusdará e Lenny Werneck Dornelles, intitulado Estudos Sociais: Introdução (1967):
Do mesmo modo, Maria Onilota Peixoto afirma que o objetivo dos Estudos Sociais é
educar para a cidadania. Com isso, podemos concluir que a principal ideia de Estudos Sociais
transmitida no Brasil pelos autores pesquisados, durante o período analisado, é a que trata das
relações humanas, ou seja, essa disciplina trata de um conjunto de valores, que tem por
objetivo maior, ensinar aos alunos viver em harmonia na sociedade.
65
BETHLEM, A aprendizagem dos Estudos História, Geografia, Sociologia, Economia, Antropologia, Moral
Nilda Sociais e Civismo.
CARVALHO, Introdução Metodológica aos História, Política, Economia, Geografia Humana e Antropologia
Delgado de Estudos Sociais Cultural.
CHIANCA, Didática de Estudos Sociais “O conteúdo de Estudos Sociais abrange desde as primeiras
Rosaly Maria experiências vividas pelo aluno, quando criança, até a análise do
Braga; modo como os homens intervêm na natureza” (p.5).
PORTELLA,
Rosalva
ROCHA, Dayse Didática de Estudos Sociais História, Geografia, Economia, Antropologia, Sociologia,
Maria Alves nas primeiras séries do 1 grau Política.
TEIXEIRA, Estudos Sociais na Escola História, Geografia Humana, Economia, Política, Sociologia e
Francisca Alba Primária Antropologia Cultural.
Como demonstra a Tabela 05, os componentes curriculares descritos pelos autores dos
livros destinados a formação docente de Estudos Sociais são: História, Geografia, Geografia
Humana, Economia, Política, Antropologia, Antropologia Cultural, Sociologia, Educação
Cívica, Moral e Civismo, Ética, Ciências Sociais, Lógica, Arte, Higiene e Saúde,
Administração Pública e Organização Política. Totalizando dezoito elementos diferentes
constituintes para a disciplina.
No entanto, apesar da grande variedade de elementos curriculares identificados, não
foi encontrado nenhum item correspondente aos componentes que fazem parte do ensino da
disciplina em um dos livros examinados. É o caso do manual Didática de Estudos Sociais nas
primeiras séries do 1 grau (1990), de autoria de Rosaly Maria Braga Chianca e Rosalva
Portella. Segundo as autoras, “os Estudos Sociais abrangem desde as primeiras experiências
vividas pelo aluno, quando criança, até a análise do modo como os homens intervêm na
natureza” (CHIANCA e PORTELLA, 1990, p. 5).
Os demais livros descritos explicitam quais os elementos curriculares que acreditam
ser importantes para um bom ensino da disciplina Estudos Sociais. A exemplo, afirma Piletti
(1989), “Estudos Sociais, portanto, não é apenas a soma de duas ciências, História e
Geografia, mas a construção do conhecimento elaborado por todas as Ciências Sociais
(Sociologia, Antropologia, Política, Arte, Economia)” (PILETTI, 1989, p.199). Do mesmo
67
modo, o pesquisador Rahph Preston (1965), que afirma que “os ramos das Ciências Sociais
mais frequentemente estudados na escola primária são a História, a Geografia Humana,
Economia, Educação Cívica, Sociologia e a Antropologia (PRESTON, 1965, p.16). E, para
Panutti (1977), que declara que “a área de Estudos Sociais não é a soma de História e
Geografia. Ela constitui uma área de conhecimento (...) por todas as Ciências Sociais”
(PANUTTI, 1977, p.11). Logo, para esses pesquisadores, a base para os Estudos Sociais são
as Ciências Sociais.
É importante salientar, também, que apesar do elemento História fazer parte de todos
os manuais de formação descritos, em nenhum dos livros esse componente é considerado o
único. Em apenas dois manuais, a História está acompanhada da Geografia, completando,
assim, os itens indispensáveis para o ensino de Estudos Sociais no Brasil. A Geografia, que
também pode ser encontrada como Geografia Humana, aparece em segundo lugar, excluída
apenas em Introdução Analítica aos Estudos Sociais e Estudos Sociais nova perspectiva das
ciências humanas (1965). Presente em 50% dos livros descritos, aparecem a Economia,
Antropologia – que também é encontrada como Antropologia Cultural – e Sociologia.
A partir da descrição e análise dos componentes curriculares, concluímos que os
elementos – História, Geografia, Economia, Sociologia e Antropologia – fazem parte da base
dos componentes curriculares do ensino de Estudos Sociais no Brasil. No entanto, vale
ressaltar a importância dos elementos que compõe as Ciências Sociais, que também aparecem
na maioria dos manuais descritos na tabela acima. Já os itens Administração Pública, Higiene
e Saúde, Lógica, Arte, Ética, Moral e Civismo e Educação Cívica foram mencionados em um
ou dois manuais, fazendo parte, assim, dos conhecimentos básicos que a criança deve adquirir
ao longo do período escolar.
ensinados na disciplina Estudos Sociais de acordo com os manuais em questão. Essa análise,
tem por objetivo, verificar os conteúdos mais evidentes dos componentes curriculares
descritos anteriormente. Pois, segundo Chervel (1990), para cada uma das disciplinas, o peso
especifico desse conteúdo explícito constitui uma variável histórica, cujo estudo deve ter um
papel privilegiado na história das disciplinas escolares.
BALZAN, O ensino de Estudos “Trabalharmos noções de tempo, espaço e relações sociais, contribuem
Newton Cesar; Sociais no primeiro para que a criança entenda a sua participação no meio em que vive”
HOLFING, grau (p.12).
Eloisa de Mattos;
LEME, Dulce
Maria P.
Camargo e
ZAMBONI,
Ernesta
BETHLEM, O ensino de Estudos “As áreas gerais dentro das quais o conteúdo é selecionado devem ser:
Nilda Sociais no primeiro arte, religião, comércio e indústria, conservação e proteção, produção e
grau consumo, transporte e comunicação, recreação, governo, família,
escola, comunidade, estado, país, mundo” (p.18).
CARVALHO, Introdução “Nas três primeiras séries do curso ginasial, a geografia geral do Brasil,
Delgado de Metodológica aos seria ensinada paralelamente à História do Brasil, Colônia, Império e
Estudos Sociais República; a Geografia Física e Humana acompanharia a História
Antiga e Medieval; por fim à Geografia dos continentes, corresponderia
à História moderna e Contemporânea” (p.208,209).
CHIANCA, Didática de Estudos “Os conceitos devem ser transmitidos de forma interligada e gradativa
Rosaly Maria Sociais nas (…). Conceitos fundamentais como tempo espaço e sociedade, que dão
Braga e primeiras séries do 1 embasamento aos trabalhos de Estudos Sociais, podem ser analisados
PORTELLA, grau separadamente, mas a prática se inter-relacionam”(p.10).
Rosalva
DEUSDARÁ, Estudos Sociais: “O programa deve abranger o conhecimento das atividades do homem,
Therezinha e Introdução no tempo e no espaço para a satisfação de suas necessidades básicas”
DORNELLES, (p.18).
Leny Werneck
GAUDENZI, Estudos Sociais na “A comunidade e o trabalho, novas formas de vida e aproveitamento
Josephina de escola primária dos recursos naturais no sentido da melhoria do progresso de vida, a
Castro e Silva realidade brasileira, cidadania” (p.2-6).
MONTEIRO, Didática dos Estudos “Partindo do mais próximo para o distante, enfocando cada círculo,
Ieda da Silva e Sociais: como certos dados como: organização, governo, produção, distribuição,
OLIVEIRA, aprender como transporte, comunicação, religião, expressão artística, educação,
Maria Helena ensinar recreação, proteção, conservação, aspectos físicos, fatos históricos,
Cozzolino comemorações sociais e cívicas, acontecimentos da atualidade” (p.13).
PANNUTI, Estudos Sociais: “O conteúdo básico da área de Estudos Sociais, como já afirmamos em
Maria Regina uma proposta para o momento anterior desta obra, é a realidade social no todo de suas
Viana professor manifestações e na modulação destas, através dos tempos” (p.46).
PRESTON, Ensinando estudos As fontes de conteúdo são: “a comunidade, processos sociais, regiões e
Ralph sociais na escola culturas e o passado” (p.57-61).
primaria
ROCHA, Dayse Didática de Estudos “A expressão Estudos Sociais (…), surgem como conjuntos organizados
Maria Alves Sociais nas de conhecimentos aplicáveis à escola de primeiro grau, atendendo ao
primeiras séries do 1 nível mental do educando, correspondendo às áreas da vida: família,
grau escola, vizinhança, comunidade local, estado, mundo” (p.12).
Nas três primeiras séries do curso ginasial, a geografia geral do Brasil, seria
ensinada paralelamente à História do Brasil, Colônia, Império e República; a
Geografia Física e Humana acompanharia a História Antiga e Medieval; por
fim à Geografia dos continentes, corresponderia à História moderna e
Contemporânea (CARVALHO, 1957, p.208,209).
BETHLEM, Nilda O ensino de Estudos Sociais “A História é uma lição de moral. Ela nos ajuda a entender o
no primeiro grau comportamento humano” (p.14).
CHIANCA, Rosaly Didática de Estudos Sociais “Na História, há momentos decisivos e importantes, que nos
Maria Braga; situam no processo histórico, construídos no cotidiano por
PORTELLA, toda a coletividade” (p.5).
Rosalva
72
MONTEIRO, Ieda Didática dos Estudos Estuda “a relação do meio com o homem, através do tempo”
da Silva e Sociais: como aprender (p.6).
OLIVEIRA, Maria como ensinar
Helena Cozzolino
PANNUTI, Maria Estudos Sociais: uma “A História estuda os fatos ao longo do tempo, o
Regina Viana proposta para o professor relacionamento dos indivíduos entre si e de um fato com
outro” (p.15).
ROCHA, Dayse Didática de Estudos Sociais “Estuda os fatos mais notáveis do passado e do presente da
Maria Alves nas primeiras séries do 1 humanidade” (p.12).
grau
relações humanas. Vale ressaltar, também, a ideia estabelecida por Peixoto (1965), de que a
História deve “promover um entrelaçamento de matérias, cujo objeto comum eram as relações
do homem com o seu meio físico e social” (p.16). Isso implica dizer, segundo a pesquisadora,
que deve existir uma união entre a História e a Geografia, dentro do ensino dos Estudos
Sociais.
Em outras definições e descrições apresentadas como, por exemplo, estudar o passado
humano; estudar os fatos mais notáveis do passado e do presente da humanidade; a História
serve para a construção da “linha do tempo”; constatamos que o campo da história é
primordial para produzir identidades socioculturais cidadãs e democráticas, principalmente,
no que tange à compreensão das noções de “espaço e tempo” e da inserção dos sujeitos,
individual e socialmente, nos diferentes tempos e espaços; bem como adquirir noções de
tempo, espaço e relações sociais. Essas são as principais ideias defendidas pelos autores dos
livros de Estudos Sociais para a formação de professor.
Portanto, como o principal objetivo dos Estudos Sociais, segundo os autores
analisados, é de prover ao jovem educando conceitos de atitudes e práticas para que possa
viver em harmonia com a sociedade, a História os auxilia por meio da exposição de conceitos
importantes para que o mesmo se situe dentro da sociedade.
Considerações
é possível aprender história por meio da matéria Estudos Sociais? O ensino disciplinarizado
de História é superior qualitativamente ao ensino de história como conteúdo dos Estudos
Sociais? Finalmente, em que consistia o ensino de história, dentro dos Estudos Sociais, no
período mais estigmatizado pelos pesquisadores de história no Brasil – o regime ditatorial
civil-militar?
De acordo com o que foi descrito e analisado, neste capítulo, acerca da disciplina
Estudos Sociais e o componente curricular história, não é possível aprender História como
disciplina. Pois, pelos autores descritos, apesar de a história ser o elemento curricular que
mais se destaca dentre os outros, a disciplina Estudos Sociais tem como principal objetivo
tratar das relações humanas. Ou seja, essa disciplina ensina, aos alunos, um conjunto de
valores para que consigam viver em harmonia dentro da sociedade. Logo, os conceitos
estruturantes da disciplina no Brasil se entrelaçam com esse propósito, através de uma linha
de tempo elaborada pelo professor, para facilitar a aprendizagem da criança. Portanto, como o
principal objetivo dos Estudos Sociais é de prover ao jovem educando conceitos de atitudes e
práticas para que possa viver em harmonia com a sociedade, a história os auxilia por meio da
exposição de conceitos importantes para que o mesmo se situe dentro da sociedade.
Em termos qualitativos, o ensino de história como conteúdo, dentro da disciplina
Estudos Sociais, supera o ensino disciplinarizado de História, visto que essa disciplina é
auxiliada por vários componentes curriculares, como por exemplo, a antropologia, a
sociologia, moral e civismo dentre outros. Dessa forma, os conteúdos curriculares são, em
grande maioria, elaborados abordando aspectos históricos e geográficos dentro de uma linha
de tempo, como vimos no tópico intitulado “usos da história”, onde afirmamos que o campo
da história tem como objetivo produzir identidades socioculturais cidadãs e democráticas,
principalmente no que tange à compreensão das noções de “espaço e tempo” e da inserção
dos sujeitos, individual e socialmente, nos diferentes tempos e espaços.
Por fim, em que consistia o ensino de história, dentro dos Estudos Sociais, no
período mais estigmatizado pelos pesquisadores de história no Brasil – o regime ditatorial
civil-militar? O ensino de História, de acordo com os manuais analisados no período descrito,
não foi totalmente retirado das escolas brasileiras. Pelo contrário, tanto o componente
curricular história, quanto a disciplina, foram de grande relevância para o ensino de Estudos
Sociais no Brasil. Pois, em todos os manuais citados, esse elemento foi destaque como
principal pilar de sustentação para os Estudos Socais brasileiro. Com isso, afirmamos,
portanto, que o ensino de história e o de Estudos Sociais têm as mesmas características, ou
seja, elaboram estratégias de ensino e aprendizagem para que o aluno consiga viver em
75
harmonia dentro da sociedade em que vive. Fazendo com que os demais elementos
curriculares encontrados nesses manuais sirvam de sustentação nessa elaboração.
Finalizamos o presente capítulo, concluindo que o lugar da história, no ensino de
Estudos Sociais, é o de contribuir para que o aluno desenvolva atividades para um maior
crescimento dos conhecimentos, de forma que consigam compreender e analisar os assuntos
estudados dentro da disciplina e dentro dos valores para integrá-los com a sua realidade
social. A função da história dentro da referida disciplina é, também, estruturar conceitos que
tratem das relações humanas partindo sempre de uma linha de tempo elaborada pelo
professor. Tendo como principal objetivo assegurar ao educando conceitos de atitudes e
práticas para que possa viver em harmonia com a sociedade, e auxiliá-los por meio da
exposição de conceitos importantes para que o mesmo se situe dentro da sociedade.
76
CONSIDERAÇÕES FINAIS
pontos de convergência, como por exemplo, de que a história seria o principal componente
curricular dos Estudos Sociais no Brasil. Com isso, verificamos que a ideia defendida por
alguns intelectuais, de que a disciplina História foi esquecida ou suprimida dos currículos
escolares nacionais divergem das análises nos manuais de formação de professores.
Os resultados obtidos determinaram que os Estudos Sociais no Brasil, veiculados nos
manuais de formação para o professor para o ensino primário, não revelam opção por esta ou
aquela matriz estadunidense. Ao contrário, comparados aos manuais de John Michaelis
(1970) e Ralph Preston (1971), publicados no Brasil, inclusive, apresentam-se como
mutilações dos Estudos Sociais, pois os autores norte-americanos afirmam que o principal
objetivo da disciplina está voltado à vida em democracia. Já no Brasil, nenhum manual
analisado defende esta prática. Portanto, a característica marcante, nos manuais brasileiros, é a
ausência de discussão sobre a democracia. Outro exemplo dessa mutilação é a ideia de
cidadania abordada nos manuais. Todos abordam esse conceito, no entanto, trazem um
sentido amplo, muito distante do defendido por John Michaelis (1970), para quem tal
disciplina traz o indivíduo para os problemas da sociedade em que vive, ou seja, problemas
sociais e políticos, atentando as mudanças necessárias ao bem da comunidade.
Outra importante constatação refere-se aos conteúdos ensinados, observamos que, em
sua grande maioria esses conteúdos são de História e Geografia. A primeira, destaca-se como
a base de ensino, sendo a Geografia uma confirmação para os assuntos elaborados. Os demais
componentes curriculares, como a antropologia, sociologia, por exemplo, surgem apenas
como suporte para esse ensino. Ressaltamos também, que o ensino de Estudos Sociais é
arquitetado com uma linha de tempo elaborada pelo docente, segundo apontam os manuais de
formação de professores examinados na presente pesquisa.
Com isso, defendemos a hipótese de que essa “descaracterização” de uma possível
matriz estadunidense de Estudos Sociais seja responsável pelo hiperdimensionamento da
história no conjunto dos componentes dos Estudos Sociais do Brasil. Pois, sabemos que a
História ocupa todo o ensino de Estudos Sociais. Afirmamos então, limitadas às fontes aqui
examinadas, que os Estudos Sociais no Brasil não retiram a possibilidade de o professor
primário e, consequentemente, de o aluno do primário estudarem História. No entanto, a
História sugerida é caracterizada pela ênfase no aluno e moldada na estrutura acontecimental
comum à época. Enfim, os Estudos Sociais no Brasil não descaracterizam a História.
O componente curricular história aparece em todos os manuais analisados, apesar
disso, vale ressaltar que em nenhuma das obras encontra-se sozinho. Sempre acompanhado de
algum outro componente curricular, como por exemplo, a geografia, abordando aspectos
78
históricos e geográficos através de uma linha de tempo. Portanto, constatamos também que a
função do componente curricular história é de gerar identidades socioculturais cidadãs e
inserir sujeitos, individual e socialmente, nos diferentes tempos e espaços. Ao contrário do
que alguns pesquisadores afirmam, o ensino de História não foi estigmatizado durante a época
do regime militar, pelo contrário, serviu de sustentação para os Estudos Socais brasileiro.
Concluímos assim, afirmando que o lugar da história se confunde com o da própria
disciplina Estudos Sociais, pois, ambos têm as mesmas funções, segundo os manuais de
formação de professores analisados durante os anos de 1960 e 1980. Ou seja, contribuem no
desenvolvimento do aluno, fazendo com que compreendam os assuntos estudados dentro da
disciplina Estudos Sociais. Ensinam valores que têm como objetivo principal integrá-los com
a realidade social em que vivem. E, principalmente, a história ajuda a estruturar conceitos que
tratam das relações humanas certificando ao educando conhecimentos, habilidades e valores
para que vivam dentro de uma proposta elaborada por intelectuais, assegurando assim o
convívio em harmonia com a sociedade.
Enfim, abordamos nesta dissertação, o ensino de Estudos Sociais no Brasil entre os
anos de 1960 e 1980, época em que o Brasil passava por diversas transformações políticas e
sociais. O tema discutido gera diversas discussões, por isso, pretendemos aqui despertar o
interesse dos pesquisadores para a elaboração de pesquisas acerca desse assunto que gerou
grandes debates desde a época da implantação do ensino no país até os dias atuais. A presente
pesquisa, assim, contribui para ampliar possibilidades de estudo sobre o ensino de Estudos
Sociais no Brasil.
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