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APOSTILA

IMPROVISAÇÃO
EM GUITARRA JAZZ
ALEXANDRE CARVALHO
Alexandre Carvalho é considerado pela
crítica como uma referência da guitarra
jazzística no Brasil e no exterior. É Professor
Doutor pela Manhattan School of Music e já
orientou dezenas de guitarristas profissinais
no Brasil e nos E.U.A. Seu primeiro álbum
“Central Park West” é verbete do “Guia de
Jazz em CD” pela editora Jorge Zahar.
Já atuou com grandes nomes da música
brasileira e internacional, dentre eles
destacam-se: Danilo Perez, Jeff Andrews,
Bob Mintzer, Claudio Roditi, João Bosco,
Hermeto Pascoal, Ed Motta, dentre outros.
Assina os arranjos de seu mais recente
projeto “João Bosco e o Jazz”. Seu novo CD
solo “Rio Joy” será lançado nos próximos
dias. Seu CD solo “Rio Joy” já está disponível
nas plataformas digitais.
APRESENTAÇÃO E GUIA RESUMIDO DE ESTUDO

O exercício de técnica 1234 consiste em 24 combinações de digitação inicialmente na mesma


1 corda. Ele se desdobra ainda mais quando se trabalha em diferentes ritmos, andamentos e
articulações. Ainda é possivel, no mesmo exercicio, mudar para a corda adjacente ou ainda
saltar para uma corda não adjacente. Precisão é mais importante que velocidade, lembrem-se.

As 7 digitações da escala maior ao longo do braço tem como objetivo principal sabê-las em
todos os tons em qualquer região do mesmo. Devem ser praticadas tambem em diferentes
ritmos, andamentos e articulações com precisão, sem necessidade de extrema velocidade.
Abaixando a 3a maior um semitom nas digitações (3a maior para a 3a menor), obtem-se as
2 escalas menores melódicas, assim como abaixando-se as 3as e 6as um semitom, obtem-se as
escalas menores harmônicas. Com o tempo, o estudante deve ser capaz de tocar qualquer
uma das 3 escalas (Maior, Menor Harmônica e Menor Melódica) em qualquer tom e em
qualquer região do braço.

Colcheias de Jazz. A colcheia de jazz ou colcheia “swingada” é a marca do fraseado jazzístico.


3 No jazz, deve se tocar as escalas, padrões e frases usando essa colcheia, salvo instruções
contrárias na partitura.

Padrões na escala maior em diversas digitações, ritmos e articulações. Tocá- los tambem nas
4 escalas menores harmônicas e melódicas, como explicado na aula 2.

Backing tracks escala maior. Programar os backing tracks sugeridos em um aplicativo,


ou grava-los com a guitarra. Tocar as escalas maiores nos tons da armadura. Usar padrões
5 estudados, “brincar” com as notas, criar os seus proprios padrões, usar colcheia swingada,
articular (não palhetar todas as notas, ligar algumas....).

Backing tracks menor harmônica. Fazer o mesmo acima usando a escala menor harmônica
6 do “alvo” (tônica, I grau).

ARPEJOS! Usar arpejos ao improvisar é um terreno seguro, já que não é nada mais do que
“melodizar” o acorde. Para se memorizar os desenhos é as vezes necessário começá-los pela
7 fundamental. Todavia, conectá-los por grau conjunto (2as maiores ou menores) é muito mais
natural e musical. Conectá-los por 3as e 7as (notas guia) confere uma solidez harmônica
ainda maior no improviso.
Arpejos com 9a conectados em Stella by Starlight. Uso de arpejos “quebrados”, para maior
variação melódica. Observem que usando apenas arpejos quebrados e ritmicamente variados
8 foi possível criar uma fraseologia jazzística rebuscada sem o uso de escalas. Não esquecer de
tocar colcheias swingadas!

Superposições básicas de arpejos. Consiste em usar o arpejo de outro acorde que não o
9 acorde do momento adicionando-se portanto uma tensão (aula 11). É uma técnica muito
abrangente que serve para enriquecer a sonoridade do improviso. Nessa aula listei apenas as
mais básicas. Estudá-las em outros tons e praticá-las em backing tracks e músicas.

TABELA DE TENSÕES! São as extensões da tétrade dos acordes básicos e variam de acorde
para acorde. São parte integrante da harmonia jazzística e bossanovística e portanto temos
10 que memorizá-las para sua aplicação nos acompanhamentos e improvisos. Muitas vezes a
aplicação de uma única tensão num ponto chave do improviso é o mais indicado no momento!

11 Frases para II-V maior. Praticá-las em todos os tons.

12 Frases para II-V menor. Praticá-las em todos os tons.

Notas de aproximação (cromatismo organizado). O cromatismo é a “pimenta”, o “tempero”


do fraseado jazzístico. Por causa de sua complexidade e abrangência é necessário sistematizar
13 e organizar sua utilização. Ao se escolher 12 tipos de aproximação, para qualquer uma das 4
notas alvo de uma das 7 tétrades (arpejos) principais listadas, e nos 12 tons, tem-se um total
de 4032 exercicios de cromatismo. Não precisa dizer mais nada certo?

14 Exemplos de frases com cromatismo.

Um dos meus artigos para a revista Guitar Player onde procuro mostrar as varias aplicações
15 da escala menor melódica. É um estudo avançado de potencialização de fraseologia baseada
nessa escala, também chamada de escala menor de jazz.

4
1

Exercício 1 2 3 4 de técnica
Tocar cada grupo numa corda por vez, no andamento seminima = 60 (uma nota por segundo),
depois quialteras de seminima, colcheias, quialteras de colcheia e por fim semicolcheias.

Tambem pode-se criar uma infinidade de outros exercicios mudando de corda no mesmo grupo
da forma que desejar.

1234 2134 3124 4123


1243 2143 3142 4132
1324 2314 3214 4213
1342 2341 3241 4231
1423 2413 3412 4312
1432 2431 3421 4321

5
2

Escala Maior
(7 digitações ao longo do braço)

6
7
8
9
10
11
12
3
Colcheias de Jazz

13
4
Padrões na Escala Maior

14
15
16
17
5

Backing track
(Escala Maior)

18
19
6

Backing track
(Escala Menor Harmônica)

20
7

Arpejos conectados em II-Vs

21
Arpejos conectados em II-Vs

22
8

Stella by Starlight
(Fraseados de arpejo com 9 conectados)

23
24
9

Superposições de arpejos

25
10

Tabela de Tensões
(extensões da tétrade básica para “colorir” os acordes)

X 7M 9, #11, 13 (ou 6)

X m7 9, 11, 13 (ou 6)

não alterado 9, 13

X7 alterado b9, #9, #11 (ou b5), b13 (ou #5)

é o acorde dominante que contém tensões alteradas e não


misto alteradas como: X7 (b9)(13), X7 (9) (b13), X7 (#9) (13), etc.

X m7 b5 9, 11, b13

qualquer nota um tom acima das notas da tétrade (são elas


X dim7 9, 11, b13, 7M).

26
11

Frase II-V Maior

27
12

Frase II-V Menor

28
13

Cromatismo
(Notas alvo)

29
14
Cromatismo
(Exemplos)

30
15

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www.ficaadicapremium.com.br
Alexandre Carvalho é guitarrista, professor Nelson Faria é guitarrista, compositor, e
e compositor. Desde 1983 atuando como arranjador. Também é apresentador do programa
músico profissional, nessa mesma época de entrevistas “Um Café Lá em Casa” e criador/
integrou a banda de Marcos Sabino, além coordenador pedagógico da Escola de Música
de trabalhar com nomes como Jane Duboc, Online “Fica a Dica Premium”. Já trabalhou com
Angela Ro Ro, Mauro Senise e uma longa e nomes como João Bosco, Cássia Eller, Milton
produtiva parceria com Idriss Boudrioua. Nascimento, Paulo Moura e muitos outros.
Estudo regência na Escola Nacional de Estudou no Guitar Institute of Technology,
Música e, morando nos Estados Unidos, atual Musicians Institute e atuou como profesor
ingressou na Berkelee College of Music. convidado da Örebro Universitet, Ingesund
Universitet e KMH

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COMO TUDO COMEÇOU...
Ensinar música sempre foi uma paixão. A vontade de compartilhar minhas descobertas no
instrumento surgiu aos 12 anos de idade, quando ainda aprendia meus primeiros acordes no violão.
Em 1983, aos 19 anos, fui estudar música no GIT, nos Estados Unidos. Quando voltei ao Brasil, era
claro para mim que aquela oportunidade havia sido um privilégio – e por isso mesmo, me senti
no dever de compartilhar toda essa informação. Comecei a dar aulas, workshops, masterclasses,
escrever livros e, mais recentemente, criei o Fica a Dica Premium com o propósito de compartilhar
com o maior número de pessoas tudo que eu aprendi e desenvolvi durante todos esses anos de
carreira nos palcos e nas universidades, no Brasil e no exterior.

– Nelson Faria (Diretor e Coordenador Pedagógico)

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