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Consumo Hídrico de Alface Americana Cultivada em Sistema Hidropônico NFT


com Águas Salobras

Conference Paper · January 2014


DOI: 10.12702/ii.inovagri.2014-a654

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6 authors, including:

Diego de Melo Mairton Gomes Da Silva


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
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http://dx.doi.org/10.12702/ii.inovagri.2014-a654

CONSUMO HÍDRICO DE ALFACE AMERICANA CULTIVADA EM SISTEMA


HIDROPÔNICO NFT COM ÁGUAS SALOBRAS

F. T. O. de Freitas1, T. M. Soares2, D. M. de Melo1, M. R. S. Rafael1, M. G. da Silva3, J. A. da Silva


Filho4

RESUMO: O cultivo hidropônico pode ser uma alternativa viável para o uso de águas salobras,
frequentemente encontradas em poços do Semiárido. Diante do exposto, objetivou-se com o presente
trabalho avaliar o consumo hídrico da alface americana (cv. Lucy Brown) em sistema hidropônico
NFT (Fluxo Laminar de Nutrientes), com a utilização de águas salobras. O experimento foi conduzido
em seis blocos casualizados, com o estudo dos efeitos de sete níveis de salinidade da água (T1 =
0,372; T2 = 1,905; T3 = 2,67; T4 = 4,31; T5 = 5,33; T6 = 6,35 e T7 = 7,27 dS m-1), obtidos pela
adição de NaCl à água doce do abastecimento local (0,372 dS m-1). Ao longo do tempo houve
salinização da solução nutritiva devido à reposição da evapotranspiração com águas salobras.
Observou-se efeito altamente significativo da salinidade sobre o consumo hídrico acumulado, sendo o
maior consumo obtido pelo tratamento testemunha: 4,76 L durante o período de 25 dias. Registrou-se
uma redução linear no consumo hídrico acumulado de 13,62%, para cada aumento unitário da
salinidade da água (em dS m-1). Quanto à eficiência do uso da água, houve um decréscimo relativo de
7,66 % para cada aumento unitário da salinidade da água (em dS m-1).

PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa L., salinidade, cultivo sem solo.

HIDRIC CONSUMPTION OF LETTUCE AMERICAN CULTIVATED IN NFT


HYDROPONIC SYSTEM WITH WATER BRACKISH

ABSTRACT: The hydroponic demonstrates to be a viable alternative to the use of brackish waters,
often found in wells in the semiarid region. Given the above, the aim of the present work is to assess
the hidric consumption of lettuce (cv. Lucy Brown) in Hydroponic NFT (Nutrient Laminar Flow),
with the use of brackish water. The experiment was conducted in six randomized blocks, with the
study of the effects of seven levels of salinity (T1 = 0.372, T2 = 1.905, T3 = 2.67, T4 = 4.31, = 5.33
T5, T6 = T7 = 6.35 and 7.27 dS m-1), obtained by adding NaCl in local supply water (0.372 dS m-1).
Over time there was salinization of the nutrient solution due to the replacement of evapotranspiration
with brackish water. We observed a highly significant effect of salinity on the accumulated hidric
consumption, with the highest consumption obtained by the control treatment: 4.76 L during the
period of 25 days. Was recorded a linear reduction in the accumulated hidric consumption of 13.62%
for each unit increase in salinity of the water (dS m-1). Regarding the efficiency of water use, there
was a relative decrease of 7.66% by unitary increase in salinity of the water (dS m-1).

KEY WORDS: Lactuca sativa L., salinity, soilless cultivation.

1 Graduandos em Agronomia e Bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica-PIBIC, Universidade


Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, Cruz das Almas, Bahia, CEP: 44380-000. E mail: oibaf.freitas@hotmail.com.
2 Prof. Doutor, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, Cruz das Almas, Bahia.
3 Mestrando em Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, Cruz das Almas, Bahia.
4 Mestrando em Ciências Agrárias, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, Cruz das Almas, Bahia.
II INOVAGRI International Meeting, 2014

INTRODUÇÃO

No Brasil, o cultivo da alface americana teve início na década de 1970. Seu cultivo vem sendo
ampliado no país, em consequência da crescente demanda de consumo, principalmente no verão,
quando a preferência por saladas de folhosas aumenta. Estima-se que a alface americana corresponda a
20% do mercado nacional de alfaces. As principais cultivares disponíveis no Brasil apresentam
limitações de cultivo em determinadas regiões e épocas de plantio. O pendoamento precoce, devido às
temperaturas elevadas, afeta a formação de cabeça, já a alta pluviosidade limita a maioria das
cultivares de alface americana (Sala & Costa, 2008). A alface tem grande importância na alimentação
e na saúde humana, destacando-se principalmente como fonte de vitaminas e sais minerais,
constituindo-se na mais popular hortaliça folhosa (Silva et al., 2011a).
A atividade agrícola nas regiões semiáridas, que se caracterizam pela irregularidade da
distribuição temporal e espacial das chuvas e elevadas taxas de evaporação, torna-se muito vulnerável
quando praticada sem o uso da irrigação. Diante disso, as reservas hídricas subterrâneas poderiam
melhorar a relação de convívio com as estiagens prolongadas, porém, muitos dos poços perfurados
possuem baixas vazões e altos teores de sais dissolvidos, restrições que em parte explicam o abandono
de inúmeros poços públicos e privados (Santos et al., 2009a).
Os efeitos imediatos da salinidade sobre os vegetais são efeito osmótico, proveniente da
diminuição do potencial osmótico, desbalanceamento nutricional devido à elevada concentração
iônica, especialmente o sódio, inibindo a absorção de outros nutrientes e efeito tóxico de íons,
particularmente o cloreto e o sódio (Paulus et al., 2012a). Como alternativa produtiva, para a utilização
de águas salobras subterrâneas, tem-se apontado para estudos de viabilidade técnica com cultivos em
sistema hidropônico (Soares, 2007).
Nesse sentido, trabalhos utilizando águas salobras no cultivo hidropônico têm sido
desenvolvidos, seja com a salinidade das águas produzida artificialmente, mediante adição de NaCl
(Soares, 2007; Soares et al., 2007; Paulus, 2008 ; Silva et al., 2009; Soares et al., 2009; Paulus et al.,
2010; Soares et al., 2010; Alves et al., 2011; Oliveira et al., 2011; Paulus et al., 2012a,b), seja com a
utilização de águas salobras subterrâneas obtidas de poços tubulares (Santos, 2009b; Santos et al.,
2010; Santos et al., 2011; Silva et al., 2011b).
A hipótese básica na maioria desses estudos é que na hidroponia a resposta das plantas em
condições salinas é melhor que no cultivo convencional baseado no solo, visto que na hidroponia pode
não existir o potencial mátrico, que é uma das causas da diminuição da energia livre da água no solo
(Soares et al., 2007).
O sistema hidropônico conhecido como NFT (técnica de nutrientes em filme) tem alcançado
destaque na produção de hortaliças folhosas, sendo o preferido dentre os vários sistemas disponíveis
pelas vantagens de praticidade e eficácia na produção (Rodrigues, 2002; Cometti et al, 2008). Uma das
vantagens da hidroponia, condizente com a conservação de água no Semiárido, é o menor consumo de
água e a maior eficiência de uso da água, o que se explica pela redução das perdas por evaporação,
quando comparada com sistemas convencionais de cultivo (Soares, 2007).
Diante do exposto, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o consumo hídrico e a
eficiência do uso da água (EUA) da alface americana (cv. Lucy Brown) em um sistema hidropônico
NFT, com o uso de águas salobras.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de 26 de agosto a 11 de outubro de 2013, em casa de


vegetação no Núcleo de Engenharia de Água e Solo/NEAS, da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia/UFRB, localizada no município de Cruz das Almas, Bahia. O clima da região é classificado
como úmido a subúmido, com umidade relativa de 80% e temperatura média anual de 24,1°C,
apresentando pluviosidade média anual de 1.170 mm (ALMEIDA, 1999 apud ALVES, 2011).
A estrutura da casa de vegetação é de aço galvanizado e as paredes laterais e frontais
confeccionadas com tela do tipo clarite com 50% de sombreamento. A cobertura é em arco tipo túnel,
medindo 32,0 m de comprimento, 14,0 m de largura e 4 m de pé direito.
Foram utilizadas 42 unidades experimentais, sendo que cada unidade ou parcela representava
um sistema hidropônico NFT (técnica do fluxo laminar de nutrientes) independente, composto por
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F. T. O. de Freitas et al.

uma eletrobomba de circulação, um reservatório de plástico com capacidade para 45 L, onde ficava
armazenada a solução nutritiva; um depósito para reabastecimento da água consumida, construído em
tubulação de PVC 200 mm, com capacidade para 20 L. O depósito de abastecimento foi dotado de
uma régua graduada, fixada a uma mangueira transparente. Esse tipo de sistema permitiu a saída
automática de água salina para o reservatório de solução nutritiva, por uma torneira-boia,
possibilitando a manutenção da solução nutritiva com água salina. O sistema foi ainda composto por
um perfil hidropônico de polipropileno, com diâmetro comercial de 100 mm, com 3 m de
comprimento, contendo 9 orifícios de 0,05 m de diâmetro e espaçados a cada 0,3 m. As unidades
foram instaladas aos pares, sobre cavaletes de tubulações de PVC (50 mm), a uma altura de 1,0 m da
superfície do solo e com inclinação de 4%; o espaçamento entre os perfis foi de de 0,5 m e entre os
pares foi deixado um corredor de 0,9 m de largura.
O volume diário evapotranspirado por planta foi calculado, dividindo-se a água consumida no
reservatório pelo número de plantas no canal de cultivo (Eq. 1).

VETc 
Lf  Li  x π x D 2 x103 (1)
4 x n x ΔT
em que:
VETc - volume evapotranspirado por planta, L dia-1; Lf - leitura final do nível da água no depósito de
abastecimento automático, m; Li - leitura inicial do nível da água no depósito de abastecimento
automático, m; D - diâmetro interno do depósito de abastecimento automático, m; “T - intervalo de
tempo entre as leituras, dias n - número de plantas no perfil no intervalo de tempo “T.
Também foi calculada a eficiência do uso da água (EUA), que foi determinada a partir da
relação entre a massa fresca da parte aérea (MFPA) e o consumo hídrico acumulado dos 2 aos 25
DAT, conforme a Eq. 2:
EUA=(MFPA/VETc) (2)
em que:
EUA- Eficiência do uso da água (g L-1); MFPA- massa fresca da parte aérea por planta; e VETc -
consumo hídrico por planta ao longo do ciclo (L).
A solução nutritiva empregada no cultivo foi baseada na recomendação de Furlani (1998) para
cultivo hidropônico de alface. A solução nutritiva era bombeada do reservatório até os perfis pela
bomba de circulação acionada por um timer programado para ligar o sistema a cada 15 minutos. O
tempo de funcionamento seguiu a seguinte programação: de 06:00 às 11:00 horas e das 14:00 às 19:00
horas o sistema funcionava a cada 15 minutos em intervalos de 15 minutos; das 11:00 às 14:00 horas a
irrigação foi constante; e às 21:00, 23:00 e 02:00 horas realizava-se uma irrigação de 15 minutos.
A salinização da solução nutritiva foi avaliada a cada dois dias com a utilização de
condutivímetro e com a mesma frequência monitorou-se o pH. As leituras de pH foram feitas em um
pHmetro de mesa, mantendo-se sempre o pH das parcelas na faixa ideal de 5,5-6,5; quando o pH se
encontrava fora dessa faixa, corrigia-se imediatamente com hidróxido de potássio e ácido fosfórico.
A cultivar de alface utilizada foi a “Lucy Brown”. No dia 26 de agosto de 2013, sementes
peletizadas foram semeadas em espuma fenólica (células de 2x2x2 cm), sendo irrigadas com água de
abastecimento local; quatro dias após a germinação as mudas foram transferidas para um berçário,
construído como sistema hidropônico NFT, sendo irrigadas com solução nutritiva (formulação de
FURLANI et al., 1999). Após 16 dias, quando as mudas já apresentavam de 4 a 5 folhas definitivas,
foram transplantadas para as parcelas experimentais, cultivando-se cinco plantas por parcela.
O delineamento experimental foi o aleatorizado em blocos, com seis repetições. Foram
estudados os efeitos de sete níveis de salinidade da água. As águas utilizadas foram salinizadas
artificialmente, com adição de cloreto de sódio (NaCl) à água doce, resultando em seis níveis de
salinidade da água (Tabela 1); como controle foi usada a água doce. No manejo hidropônico da alface
americana, as águas doce ou salobras, respectivas de cada tratamento, foram empregadas tanto para o
preparo da solução nutritiva quanto para a reposição das perdas por evapotranspiração.
A colheita foi realizada após 25 DAT, sendo colhidas as duas plantas centrais de cada perfil. Os
dados das variáveis consumo hídrico e eficiência de uso da água foram submetidos à análise de
variância e de regressão (SISVAR), selecionando-se os modelos com base na significância de seus
termos e no valor do coeficiente de determinação.

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II INOVAGRI International Meeting, 2014

RESULTADOS E DISCUSSÃO

É importante ressaltar que os dados do presente experimento foram obtidos durante período de
altas temperaturas (Figura 1), fator que reconhecidamente prejudica a resposta das plantas à
salinidade. Durante esse período, a temperatura do ar superou os limites máximos ideais para
hidroponia, que é entre 20 e 30 oC , respectivamente, conforme recomendação da literatura
especializada (Rodrigues, 2002). Por esse motivo, houve dificuldade na formação de cabeças.
Também foi registrada a presença de tipburn, mas de maneira aleatorizada entre os tratamentos.
O efeito da salinidade da água sobre o consumo hídrico da alface americana foi altamente
significativo (P<0,01), ajustando-se um modelo linear (Figura 1), conferindo que a evapotranspiração
decresceu linearmente no domínio dos níveis de salinidade estudados. A partir desse modelo linear
(Figura 2 A) foi possível estimar um decréscimo do consumo hídrico da ordem de 7,34% para cada
aumento unitário da salinidade da água (em dS m-1).
Em outros experimentos com o cultivo de alface hidropônica em condições salinas também se
registrou o efeito negativo da salinidade da água sobre o consumo hídrico, o que repercutiu na
diminuição das produtividades alcançadas. Soares et al. (2010), por exemplo, fazem esse registro,
entretanto, esses autores não manejaram as águas salobras como no presente trabalho, ou seja, ou
empregaram essas águas apenas no preparo da solução nutritiva ou apenas na reposição das perdas por
evapotranspiração.
A magnitude da redução do consumo hídrico da alface americana, em termos de acréscimo
unitário na salinidade da água, está dentro da faixa de valores registrada por autores que também
utilizaram exclusivamente águas salobras na produção hidropônica de diferentes cultivares de alface.
Alves (2011), trabalhando com alface crespa cultivar ‘Verônica’ em sistema NFT, verificou um
decréscimo com tendência linear com o aumento da salinidade da água, de 4,0% por incremento
unitário de CEa. Paulus et al. (2012) também trabalharam com alface crespa cultivar ‘Verônica’ em
sistema hidropônico NFT e relataram redução percentual da evapotranspiração de 3,9 e 10 % por
incremento unitário da condutividade elétrica, no primeiro e no segundo cultivo, respectivamente.
No cultivo hidropônico de alface cultivar “Vera” em sistema NFT no semiárido brasileiro e
utilizando águas salobras naturais, Santos et al. (2010) verificaram que o incremento dos níveis de
salinidade exerceu efeito linear negativo sobre o consumo hídrico. O uso de águas salobras, tanto para
o preparo da solução nutritiva quanto para a reposição do consumo hídrico, resultou em reduções
lineares de 17 e 15,7% (dS m-1) no rendimento das variedades ‘Vera’ e ‘AF-1743’, respectivamente.
No presente trabalho, o maior consumo médio de água pela cultura da alface americana foi de
4,76 L obtido com a água doce (0,372 dS m-1), durante de 25 dias após o transplantio; o menor
consumo médio foi de 2,35 L com o tratamento (6,35 dS m-1), com uma redução em relação à
testemunha de 49,45%, o que se reconhece como o efeito osmótico da salinidade que reduziu a
disponibilidade de água para a planta, contribuindo com o estresse hídrico, com redução progressiva
da superfície transpiratória (Richards, 1974 apud Paulus et al., 2012b).
Observando-se a relação entre a EUA e a CEa, verifica-se uma queda de 7,66% da EUA por
aumento unitário na salinidade da água (dS m-1) (Figura 2 B).Quando a EUA foi calculada em função
da massa de matéria seca da parte aérea (MSPA), observou-se uma redução linear de 8,76 % (Figura 2
C). No cultivo de rúcula em sistema hidropônico NFT, Silva et al. (2012) também reportaram que
houve um decréscimo na EUA em função do aumento da CEa. Bione (2013) também relata que em
seu experimento com manjericão houve uma queda de 1,64% da EUA por aumento unitário na
salinidade da águam, mas essa autora verificou aumento de 0,703 % da EUA quando essa foi
calculada com base na massa de matéria seca da parte aérea.

CONCLUSÕES

A utilização de água salobra no preparo da solução nutritiva e na reposição da lâmina diária


evapotranspirada resultou na redução do consumo hídrico da alface americana “Lucy Brown”, sendo o
maior consumo obtido pelo tratamento testemunha: 4,76 L durante o período de 25 dias.
Registrou-se uma redução linear no consumo hídrico acumulado de 7,34 %, para cada aumento
unitário da salinidade da água (em dS m-1).
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F. T. O. de Freitas et al.

A eficiência do uso da água calculada em função da massa de matéria fresca foi reduzida em
7,66 % e da matéria seca reduzida em 8,76 % para cada aumento unitário da salinidade da água (em
dS m-1).

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Salinidade (INCTSAL) e ao Conselho


Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro à infraestrutura
hidropônica (Edital Universal 14/2011; Processo 484645/2011-0).

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Tabela 1: Concentração de NaCl e condutividade elétrica da água (CEa) para os diferentes tratamentos
aos quais foram submetidas as plantas de alface americana
Tratamentos NaCl (g L-1) CEa (dS m-1)
T1 0 0,372
T2 0,585 1,905
T3 1,170 2,670
T4 1,755 4,310
T5 2,340 5,330
T6 2,925 6,350
T7 3,510 7,270

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F. T. O. de Freitas et al.

Figura 1. Temperatura do ar dentro do ambiente protegido à mesma altura das plantas (1 m de altura).

4876
II INOVAGRI International Meeting, 2014

Figura 2. Consumo hídrico acumulado do cultivo hidropônico de alface em sistema NFT, com o uso
de águas salobras (A.); eficiência do uso da água (EUA), para a massa de matéria fresca da parte aérea
(B.) e massa de matéria seca da parte aérea (C.), em função da condutividade elétrica (CEa). **
representa efeito significativo (P<0,01).

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