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GEOGRAFIA

7º ANO

3º Corte Temporal
MATERIAL DIDÁTICO
DE APOIO – ESTUDANTE
2023
SUMÁRIO

AULA 11: Revisão ................................................................................................................ 5

AULA 12: Função das redes de transporte e comunicação ........................................... 07

AULA 13: Desigualdade na função das redes de transporte e comunicação ............... 12

AULA 14: Industrialização brasileira ................................................................................ 17

AULA 15: O processo de industrialização e inovação tecnológica ............................... 21


GEOGRAFIA TURMA: 7º ANO
AULA 11 – REVISÃO

ATIVIDADES

1. O mundo conheceu, por séculos, vários mecanismos econômicos


em que monarquias e repúblicas incluíam suas províncias e países.
Sendo assim, o que é o Mercantilismo?
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2. Quais são as principais características do Mercantilismo?


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3. O processo mercantil era empregado em qual vertente política e de poder?


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4. Dentre os vários mecanismos econômicos que o mundo conheceu, o que seria o Capitalismo?
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5. “No século XVI, vigorava o [...]. A Espanha é o melhor exemplo desta fase, pois enriqueceu com o ouro e a prata,
explorados no continente americano, mas como não desenvolveu a agricultura e a indústria, passou a importar produtos
pagos com ouro e prata”.

O texto acima refere-se a que fase do Mercantilismo?


(A) Metalista. (C) Comercial.
(B) Industrial. (D) Turístico.

6. “Portugal foi o país que demonstrou maior flexibilidade na aplicação do mercantilismo. No século XVI, com a descoberta
do caminho marítimo para as Índias, pois em prática o mercantilismo [...], comprando e revendendo mercadorias do
Oriente”.

O texto acima refere-se a que fase do Mercantilismo?


(A) Metalista. (C) Comercial.
(B) Industrial. (D) Turístico.

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7. O capitalismo é um sistema econômico que visa ao lucro e à
acumulação das riquezas. Podemos dizer que o capitalismo está
dividido, historicamente, em quatro fases que são
(A) comercial; industrial; financeiro; extrativista.
(B) comercial; financeiro; colonial; técnico informacional.
(C) comercial; industrial; financeiro; informacional.
(D) industrial; financeiro; informacional; colonial.

https://t5z6q4c2.rocketcdn.me/wp-content/uploads/2020/11/fases-do-capitalismo-quais-
sao-contexto-historico-e-caracteristicas-2.jpg

8. A economia de mercado prega a total liberdade de seus participantes, para o fluxo de trocas de mercadorias e o mínimo
de intervenção estatal.
Nesse modelo, a lei fundamental que deve regular toda a economia é a
(A) lei da oferta e procura. (C) lei trabalhista.
(B) lei do mais forte. (D) lei do retorno.

9. O Brasil é dividido em Estados e Regiões. A regionalização, proposta em 1969, foi elaborada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), e sua implantação efetiva vigorou a partir de 1° de janeiro de 1970.
Quais são as duas principais formas de se regionalizar o território brasileiro?
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10. Constituída por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, totaliza uma área de 1.604 852 km2 que
abriga aproximadamente 14 milhões de pessoas.
O texto refere-se a qual região brasileira?
(A) Centro-Oeste (C) Nordeste
(B) Sul (D) Norte

11. A região caracterizada pela seca ocupa uma área de 1.556.001 km2, onde vivem aproximadamente 53 milhões de
pessoas. É composta pelos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Piauí e Maranhão.
Qual região é demonstrada no texto?
(A) Centro-Oeste (C) Nordeste
(B) Sul (D) Norte

12. Quais são as principais características ao qual o IBGE se apegou para regionalizar o território brasileiro, formando
assim as cinco principais regiões geopolíticas do território?
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13. Faça uma diferenciação entre as redes MATERIAIS e
IMATERIAIS de transporte.
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14. As ferrovias são frequentemente indicadas como a melhor opção para o escoamento de cargas e, até mesmo, de
pessoas em todo o território nacional. Entre as vantagens que esse tipo de transporte oferece para o país, podemos
assinalar, EXCETO:
(A) O baixo custo de manutenção e consumo.
(B) A participação no deslocamento de todo o percurso da mercadoria a ser entregue.
(C) O desafogamento do trânsito nas rodovias.
(D) As melhorias na relação entre cargas transportadas e combustível consumido.

15. Qual o meio de transporte abaixo que mais foi utilizado no período da colonização, entre os séculos XV e XVI?
(A) Navios. (C) Caminhões.
(B) Metrôs. (D) Carroças.

16. Em qual período da história brasileira que foi aplicada as ferrovias


em nosso território?
(A) Ciclo do ouro.
(B) Ciclo da madeira.
(C) Silvicultura.
(D) Ciclo da cana de açúcar.

https://massa.ind.br/wp-content/uploads/2020/08/pasted-image-0-7-1-1.png

AULA 12
Objeto de conhecimento: Função das redes de transporte e comunicação
Habilidade: (EF07GE07-A) Compreender a importância e a função das redes de transporte e comunicação no
desenvolvimento do território brasileiro e suas implicações socioeconômicas, ambientais e culturais.

REDES DE TRANSPORTE

As trocas comerciais mundiais e as prestações de serviços tiveram as suas ações modificadas ao longo do
processo da Revolução Técnico-Científica-Informacional, tanto no sentido de prática como no que se refere às "forças"
entre os países. Com isso, a dinâmica econômica e a social em cada país também foram alteradas.

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REDES MATERIAIS: são a materialização dos
fluxos (aquilo que se movimenta) que transportam
cargas (bens materiais) e passageiros.

Disponível em:
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1190162-6091,00-
VEJA+JEITINHOS+PARA+TRANSPORTE+DE+CARGAS+GIGAN
TES+EM+VEICULOS+PEQUENOS.html Acesso em: 23 de jun. de
2021.

REDES IMATERIAIS: ocorrem quando as


informações são enviadas virtualmente (a
telefonia) e ainda necessitam de suporte
físico, como cabos, centrais, antenas etc.
Em outros casos elas podem ser operadas por
meio de centros de emissores e receptores, ou
de satélites artificiais (wireless/sem fio).
Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/dividindo-
para-crescer/ Acesso em: 23 de jun de 2021

Um dos fatores que contribuíram para essas alterações foi a velocidade das trocas, principalmente, de informações.
A fibra ótica, os satélites artificiais, a banda larga aumentou a velocidade e a capacidade de transmissão de dados e
portanto, a troca de informações passou a ser realizadas em tempo real. Isso foi possível em função da internet que
possibilita a comunicação on-line.
Assim ficamos sabendo o que acontece no mundo em poucos segundos, o que no passado era um processo muito
lento.
Os fluxos de informações e de bens ocorrem em função da existência de redes que podem ser materiais e
materiais.

REDE DE TRANSPORTES
Os transportes correspondem ao conjunto de materiais
e instrumentos técnicos utilizados no deslocamento de
pessoas e cargas de um lugar para o outro. No contexto do
desenvolvimento dos países e das sociedades, os meios de
transporte são uns dos principais elementos para garantir a
infraestrutura, ou seja, o suporte material para que tal
crescimento ocorra.
Quanto maior o crescimento econômico de um
determinado país – o que equivale dizer que há uma maior
presença de indústrias, atividades agrárias e comerciais –,
maior a demanda e a pressão sobre os meios de transporte.
Nesse caso, se esses meios não tiverem uma estrutura
adequada para suportar essa carga, fatalmente o

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desenvolvimento desse país encontrará maiores
desafios e dificilmente se concretizará. Por esse
motivo, dizemos que os transportes, ao lado da
comunicação, são um elemento estratégico para
qualquer país ou governo.
O próprio sistema capitalista necessitou, ao
longo da história, da evolução dos meios de
transporte para desenvolver-se. Nos séculos XV e
XVI, foram o desenvolvimento das técnicas de
navegação e a produção das grandes caravelas
que permitiram a expansão colonial europeia e a
reprodução de seu sistema econômico para outras
sociedades, dando início ao processo de mundialização do capitalismo que, hoje, chamamos por globalização.
Esse processo de globalização para evoluir e, ao final do século XX, consolidar-se no mundo precisou da
transformação e aprimoramento do setor de transportes. E isso foi possível graças aos instrumentos técnicos dos
diferentes tempos, a exemplo da Revolução Industrial e da implementação do trem a vapor e dos grandes navios, bem
como da invenção do carro e sua
popularização posterior. Mais tarde, a
invenção e a difusão do transporte aéreo
deram uma nova dimensão à forma como
as pessoas, matérias-primas e
mercadorias deslocam-se.
A Revolução Técnico-Científica-
Informacional deu novos contornos à
dinâmica dos transportes, permitindo a
modernização dos meios já existentes e a
criação de novas formas de deslocamento
ao longo do espaço geográfico. Se, nos
primeiros tempos, viagens em curtas distâncias levavam dias, atualmente os voos mais longos do mundo levam algumas
horas (sem considerarmos as escalas e conexões) para efetuarem-se.
Portanto, entender o funcionamento e as características dos meios de transporte é entender também o próprio
processo de evolução das
sociedades, pois todo país precisa
de um sistema de transporte
eficiente e adequado às condições
de seu território para desenvolver-
se. Assim, quando vemos notícias
de que o governo anuncia a
construção, por exemplo, de uma
grande rodovia, ferrovia ou
hidrovia, entendemos que essa
ação é fruto de uma necessidade
de crescimento para gerar mais
riquezas, empregos e
investimentos.

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Outra consideração necessária é a de
que os diferentes sistemas de deslocamento
se articulam em redes, as redes de
transportes, que costumam também ser
chamadas de modais. Como toda rede, os
transportes articulam-se por nós, que são
pontos fixos, e linhas, por onde passam os
fluxos. Isso acontece com os transportes
rodoviário, ferroviário, hidroviário, marítimo,
aéreo, dutoviário, que transportam materiais
fluídos, como gás (gasoduto), óleo oleoduto) e
minerais (minerodutos).
Desse modo, a eficiência desses modais,
bem como a capacidade de interligação (o que
chamamos de intermodalidade), é
determinante para medir a capacidade de um
Distância percorrida com um galão de combustível (comparação)
determinado país de desenvolver-se em um Disponível em: http://docplayer.com.br/2584735-2-matriz-do-transporte-de-
futuro a médio e longo prazo. É por isso que cargas-no-brasil.html Acesso em: 24 de jun de 2021

ouvimos costumeiramente muitas pessoas dizendo que os transportes são os fatores decisivos no crescimento de
qualquer território do mundo.

INTERMODAL/ MULTIMODAL
A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se
realizam pela utilização de mais de um modal de transporte. Isto quer
dizer transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega
no destino final por modalidades diferentes.
A intermodalidade caracteriza-se pela responsabilidade de tráfego
individual por uma empresa, envolvendo mais de uma ou várias
modalidades de transporte, é indicado para atingir locais de difícil
acesso.

Na multimodalidade, ao contrário, existe a


utilização de apenas uma empresa transportadora,
cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de
origem até o ponto de destino final. Ou seja, uma
única empresa se responsabilizará pelo processo de
transporte de várias mercadorias entre vários modais
de transporte diferentes. Geralmente se trata das
empresas que fazem a logística (trajetos/viagens) de
importações e exportações
Texto disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/transportes.htm#:~:text=No%20contexto%20do%20desenvolvimende%20dos,que%20tal%20crescimento%20instrume
ntalize-se http://geoconceicao.blogspot.com/2016/05/as-trocas-comerciais-mundiais-e-as.html & Disponível em: https://cabotagembrasil.com.br/retrato-da-
cabotagem-no-brasil/ Acesso em: 25 de jun de 2021

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ATIVIDADES

1. Sobre os diferentes tipos e usos dos transportes no Brasil e no mundo, considere as afirmações a seguir:
I - Recomendado para distâncias menores, porém com custos mais elevados. A vantagem está em transportar o produto
do início ao fim, ou seja, retira-o de seu local de produção e entrega-o ao seu destino final sem a necessidade de outros
meios de transporte.
II - Utilizado para grandes distâncias, envolvendo principalmente o deslocamento de pessoas e mercadorias de custo (e
lucro) mais elevado. Apresenta um elevado custo, porém uma velocidade maior.
III - Recomendado para países de grande extensão territorial, apresentando altos custos em sua estruturação e baixos
custos em sua manutenção. Transporta pessoas e mercadorias, consumindo uma quantidade de energia relativamente
pequena.
As proposições acima representam, respectivamente, as descrições dos transportes:
(A) rodoviário, ferroviário e hidroviário (C) marítimo, pluvial e aéreo
(B) ferroviário, rodoviário e aéreo (D) rodoviário, aéreo e ferroviário.

2. Leia o texto a seguir e responda.


“O transporte público no Brasil sempre foi alvo de muitas reclamações ao longo do tempo. Na maioria das vezes, as
queixas referem-se ao fato de os veículos estarem sempre lotados, às condições ruins dos carros e à baixa qualidade
dos serviços prestados […]. A insatisfação da população com o transporte coletivo nas cidades brasileiras, no entanto,
não é uma questão recente. Pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2011 e
2012, revelaram um quadro negativo, com avaliações classificadas como “péssimas ou ruins” ultrapassando os 60%”.
(Disponível em: brasilescola.uol.com.br)

Assinale a alternativa que indica um dos principais elementos responsáveis pelos problemas do transporte público no
Brasil.
(A) Ausência de veículos particulares para a população.
(B) Crescimento das cidades menor que o do campo.
(C) Barateamento das passagens, elevando a procura e diminuindo os serviços.
(D) Crescimento desordenado urbano sem um acompanhamento em infraestrutura.

3. As ferrovias são frequentemente indicadas como a melhor opção para o escoamento de cargas e, até mesmo, de
pessoas em todo o território nacional. Entre as vantagens que esse tipo de transporte oferece para o país, assinale a
alternativa que não corresponde a uma característica deste modal de transporte.
(A) Baixo custos de manutenção e consumo.
(B) Participação no deslocamento de todo o percurso da mercadoria a ser entregue.
(C) Desaforamento do trânsito nas rodovias.
(D) Melhorias na relação entre cargas transportadas e combustível consumido.

4. O transporte rodoviário é uma modalidade de transporte:

(A) Fluvial (B) Aéreo (C) Terrestre (D) Marítimo

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5. As modalidades de transporte são diversificadas, sendo que cada uma apresenta pontos positivos e negativos. Tendo
em mente que este é um modal complementar ao ferroviário e mais popular no Brasil, marque a alternativa que indica
uma das maiores vantagens do transporte rodoviário.

(A) Ele apresenta baixos custos para viagens de longas distâncias.


(B) A construção e a manutenção das rodovias possuem baixos valores.
(C) Ele é dinâmico e ágil, sendo muito mais prático para percorrer pequenas distâncias.
(D) Sua capacidade de transporte de carga é bem maior se comparada às outras modalidades.

6. O que são redes imateriais?

7. O que são redes materiais?

AULA 13
Objeto de conhecimento: Desigualdade na distribuição de redes de transportes e de comunicação.
Habilidade: (GO-EF07GE15) Identificar e analisar a desigual distribuição de redes de transportes e de comunicação, bem como suas
implicações no processo de integração do território brasileiro.

O que as condições de transporte dizem sobre a desigualdade

Estudo feito nas 20 maiores cidades brasileiras mostra como facilidade ou dificuldade de acessar serviços e
oportunidades alimenta a discrepância por raça e nível de renda
Um estudo divulgado na quinta-feira (16) estima (“mede”) a acessibilidade a postos de trabalho e serviços de saúde
e educação por moradores dos maiores centros urbanos do país. Com isso, dá dimensão as desigualdades de acesso
por nível de renda e cor/raça.
As estimativas foram calculadas em outubro de 2019 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em
parceria com o ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento).
Elas quantificam a acessibilidade a empregos,
saúde e educação para quem se desloca a pé e de
bicicleta nas 20 maiores cidades do Brasil, e para
quem se desloca de transporte público em 7
municípios: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e
Curitiba.
Para isso, o estudo combina dados de
registros administrativos e pesquisas amostrais,
além de dados de imagens de satélite e de
mapeamento colaborativo.
A iniciativa é importante porque padrões de
acessibilidade urbana têm impacto sobre as
condições econômicas e sociais da população e
Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2017/01/18/10-charges-mostram-
também sobre o desempenho econômico e que-o-brasil-atual-e-coisa-do-passado/ Acesso em 08 de jul. de 2020.

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ambiental das cidades. Ainda há poucas pesquisas sobre o tema com essa abrangência no Brasil.

As desigualdades apontadas pelo estudo


Em todas as 20 cidades estudadas, a concentração de atividades nas regiões centrais, aliada ao desempenho e à
conectividade das redes de transporte, faz com que o centro das cidades e seu entorno sejam áreas de alta acessibilidade
a oportunidades e serviços. As regiões de periferia, por outro lado, são definidas pelo estudo como “desertos de
oportunidades”, por terem níveis de acesso (a redes de transporte) significativamente mais baixos.
Os resultados mostram ainda que a população branca e de alta renda tem, em média, mais acesso a oportunidades
de trabalho, saúde e educação do que a população negra e pobre em todas as cidades estudadas, independentemente
do meio de transporte considerado (a pé, de bicicleta ou transporte público).

“Essa desigualdade pesa sobretudo para os grupos populacionais de baixa renda, os quais são levados a morar em
regiões com menos desenvolvimento econômico e menos servidas de infraestrutura urbana e serviços de transporte”.
Estudo “Desigualdades socioespaciais de acesso a oportunidades nas cidades brasileiras - 2019” (Ipea/ITDP)

O estudo esclarece que não é possível nem desejável eliminar totalmente as desigualdades espaciais de
acessibilidade. No caso dos serviços públicos, eles são posicionados no território de acordo com um planejamento
estratégico, que também leva em conta a eficiência econômica.
A desigualdade de acesso aos postos de trabalho é, segundo estudo, “da dinâmica da economia espacial e urbana
que a localização dos empregos seja influenciada por economias de aglomeração que farão naturalmente com que haja
certa desigualdade” (ou seja, quão maior forem as oportunidades de lucro concentradas num local, maiores serão as
probabilidades de se encontrar empregos/trabalhos ali). Ainda assim, “o mínimo que se espera, do ponto de vista da
justiça distributiva, é que essas políticas contribuam para reduzir tais desigualdades de acesso a oportunidades,
priorizando a melhoria das condições de transporte das pessoas em situação de vulnerabilidade e que mais dependem
do transporte público e ativo”.
A seguir, se destacam 5 casos da pesquisa que ilustram a realidade brasileira.

O acesso à saúde no Rio de Janeiro


O estudo estimou o tempo mínimo que se levaria no transporte público em horário de pico para acessar
estabelecimentos do Sistema Único de
Saúde, começando a viagem a partir de
diferentes regiões da cidade do Rio de
Janeiro.
No caso do Rio, cerca de 46% da
população conseguiria chegar a um dos 318
estabelecimentos de saúde com serviço de
média complexidade em menos de 15
minutos por transporte público. Esse tipo de
serviço dá alcance a clínicas, Unidades de
Pronto-Atendimento e hospitais-escolas, que
dão conta de alguns procedimentos de
intervenção, bem como tratamentos a casos
crônicos e agudos de doenças.
Mas apenas 17% da população Cotidiano do transporte coletivo no Rio de Janeiro
Disponível em: https://www.soniarabello.com.br/tico-e-teco-no-transporte-publico-no-rio/
conseguiria chegar à unidade mais próxima Acesso em: 08 de jul de 2020.
de casa nesse mesmo tempo caso
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precisasse acessar um dos 108 estabelecimentos com serviços de alta complexidade (hospitais de grande porte, onde
são realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida).

A proximidade de escolas em Belém


Foi calculado o tempo mínimo de caminhada até a escola pública mais próxima a partir de uma casa hipotética,
localizada em diferentes pontos da cidade. A análise incluiu escolas de ensino infantil e fundamental.
Foi observada, em geral, uma boa cobertura de escolas na cidade, sem muitos desertos de oportunidades. Apesar
disso, a cobertura de escolas de ensino fundamental é melhor do que a de escolas de ensino infantil. Isso reflete a
realidade do país, que ainda enfrenta desafios na expansão da oferta desta modalidade de ensino. Vale destacar que a
distribuição de creches e unidades de ensino infantil afeta particularmente o deslocamento de mulheres, já que o cuidado
com filhos e a família ainda recai de forma desproporcional sobre elas.
Belém é uma das cidades em que a desigualdade de renda mais pesa no tempo gasto para chegar de bicicleta até
a escola de ensino médio mais próxima de casa. Os 20% mais pobres da população precisam gastar em média o dobro
de tempo dos 20% mais ricos para acessar a escola mais próxima de casa.

A concentração de empregos em Fortaleza


Na capital cearense, foi quantificada a
proporção de empregos que podem ser
acessíveis em até 15 ou 30 minutos, de bicicleta,
a partir de diferentes regiões da cidade. A
estimativa ilustra a desigualdade espacial,
existente principalmente em função da
concentração de empregos na zona central da
cidade.
Partindo do centro expandido de Fortaleza é
possível acessar cerca de 50% de todos os
empregos da cidade em 30 minutos de pedalada.
Reduzindo esse tempo pela metade, para 15
minutos, somente a região central da cidade tem
https://gcmais.com.br/noticias/fortaleza/2022/04/01/fortaleza-tem-saldo-de-5-
uma acessibilidade que pode chegar a mil-empregos-em-fevereiro-e-apresenta-melhor-desempenho-do-norte-e-
aproximadamente 25% dos empregos, enquanto nordeste/

regiões periféricas (e mais pobres) sofrem com


baixos níveis de acesso.
No contexto brasileiro, a população de baixa renda é quem mais depende do transporte ativo, como bicicletas, para
acessar o seu trabalho. Ao mesmo tempo, nas periferias urbanas a infraestrutura cicloviária (para ciclistas) costuma ser
mais precária.

A desigualdade racial em São Paulo


São Paulo é a cidade mais desigual entre todas as analisadas quando levado em conta o acesso ao emprego em
até 30 minutos de caminhada. Isso foi calculado pela chamada Razão de Palma, quociente entre a acessibilidade média
dos 10% mais ricos da população e a acessibilidade média dos 40% mais pobres. No caso da capital paulista, a razão
encontrada é maior que 9. Isso significa que a quantidade de empregos acessíveis pelos 10% mais ricos da população
em São Paulo é mais do que nove vezes maior do que o número de empregos acessíveis por todos dos 40% mais pobres.
São Paulo também apresenta a maior diferença entre o número de estabelecimentos de saúde de alta complexidade
acessíveis por transporte público em até 60 minutos pela população branca e negra.

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A população branca da capital paulista tem acesso a um número 50% maior de hospitais de alta complexidade na
comparação com a população negra. Todas as cidades apresentam um quociente maior que 1, o que aponta que a
população branca tem acesso mais fácil aos serviços de saúde do que a população negra.

O que o projeto pretende


O estudo é o primeiro diagnóstico divulgado pelo Projeto Acesso a Oportunidades, destinado a fazer estimativas
anuais sobre as condições de acessibilidade urbana das cidades brasileiras. As informações ficarão disponíveis em uma
base de dados abertos para que possam ser usadas por gestores públicos, sociedade civil e pesquisadores no
planejamento e avaliação de políticas públicas urbanas e de transporte.
Texto disponível em: https://tinyurl.com/yyfqxot9 Acesso em: 04 de set de 2020.

ATIVIDADES

1. A falta de mobilidade urbana no Brasil, um problema recorrente nas grandes metrópoles do país, vem se tornando
uma questão com soluções cada vez mais difíceis. Dentre suas principais causas, destaque a opção que não tem
relação com a falta de mobilidade.
(A) O crescimento desordenado das grandes cidades brasileiras.
(B) A precarização dos sistemas públicos de transporte urbano.
(C) As políticas urbanas e sociais que privilegiaram o uso do automóvel.
(D) O excesso de ciclovias e faixas exclusivas de ônibus nos grandes centros citadinos.

2. Muitos movimentos sociais urbanos, além de lutarem pela mobilidade urbana, reivindicam que as cidades se construam
em torno da mobilidade urbana sustentável, cujo conceito envolve
(A) a prioridade na preservação da natureza em detrimento da disseminação de veículos.
(B) a combinação de desenvolvimento urbano, qualidade ambiental e justiça social.
(C) a redução da emissão de poluentes no ambiente urbano pelos meios de transporte.
(D) o reordenamento das cidades a fim de garantir a preservação das áreas naturais.

3. Leia o texto a seguir.


“O sistema de rodízio de veículos está esgotado em São Paulo. Entendo que chegou a hora do pedágio urbano”, decretou
Candido Malta, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, anteontem durante o Fórum de Mobilidade
Urbana. Para ele, o pedágio é uma medida de contenção de congestionamentos melhor do que o aumento do preço da
gasolina, que criaria um aumento no custo dos transportes como um todo, fosse na cidade, no Estado ou no país.
(Folha de São Paulo, 12/10/2013. Adaptado).

Além do sistema de rodízio e do pedágio urbano, citados na reportagem acima, uma outra medida possível para promover
a mobilidade urbana nas cidades é
(A) a melhoria nos padrões de qualidade dos veículos automotores.
(B) a redução da passagem para estimular o deslocamento por meio de ônibus e metrôs.
(C) o incentivo ao uso de meios de transportes alternativos e de massa.
(D) a realização de ações públicas de conscientização no trânsito.

4. Qual foi a principal conclusão do estudo sobre a acessibilidade às redes de transporte urbanas em relação as diferentes
classes sociais?

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5. Explique porque o estudo aponta que mulheres são as que mais sofrem quanto as distâncias das creches e escolas
de educação primária na cidade de Belém - PA.
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6. O que (em relação a escassez de redes de transportes) significa a expressão “deserto de oportunidades”?
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Leia o texto a seguir.


“Um trilhão de reais: é este o valor que o Brasil precisa investir em infraestrutura de transportes até 2030 para se equiparar
ao padrão de países como Rússia e Austrália.
A conclusão é de um estudo do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP assinado pelos professores Claudio
Tavares de Alencar e João da Rocha Lima Júnior com o mestrando Flávio Abdalla Lage e apresentado no final da semana
passada na 14ª Conferência Internacional da LARES (Latin American Real Estate Society).”
CALEIRO, J. P. Brasil precisa de R$ 1 tri em infraestrutura de transportes. Exame.com, 22 set. 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br>. Acesso em: 15 jun. 2015.

7. O desenvolvimento dos países depende da estruturação dos territórios para a difusão e distribuição de cargas,
mercadorias e pessoas. O próprio sistema capitalista, em sua conjuntura embrionária, só conheceu o seu inicial
desenvolvimento e expansão a partir da estruturação técnica de um importante sistema de transporte, que foi
(A) os trens de ferro a vapor, no século XVIII.
(B) as aeronaves modernas, no século XX.
(C) as caravelas de longo alcance, no século XVI.
(D) os grandes navios de carga, no século XIX.

8. Em geral, países com dimensões continentais encontram mais dificuldade em desenvolver uma logística eficiente,
pois, além de enfrentar as distâncias, há o desafio de se superar as diversidades climáticas e os obstáculos naturais.
Nesse sentido, esses países precisam desenvolver políticas que visem à diversificação de seus modais e ampliação da
tecnologia adequada.
O meio de transporte mais recomendado para a integração terrestre em territórios com as características acima é o
(A) rodoviário. (B) ferroviário. (C) aéreo. (D) subterrâneo.

Leia o fragmento a seguir.


“[…] Pensar mobilidade urbana vai muito além de restringir a circulação de automóveis, ampliar o número de ciclovias ou
de linhas de metrô, de priorizar o transporte coletivo em detrimento do particular.

16
Significa também encontrar alternativas de inserção segura e confortável de todas as pessoas na dinâmica da cidade,
oferecendo múltiplas possibilidades para que elas possam ocupar o espaço público e por ele circular, transformando esse
processo numa experiência rica de interação e integração social.
Esse talvez seja o sentido mais profundo que o conceito de mobilidade urbana deva ganhar, enriquecendo o próprio
significado que se possa atribuir à ideia de urbanidade e cidadania”.
SOUZA, J. C. Caminhos alternativos. Carta na Escola, nov. 2014. Disponível em: <http://www.cartanaescola.com.br> . Acesso em: jun. 2015.

9. Um efeito sobre o modo de vivência no espaço geográfico ocasionado por políticas de promoção da mobilidade urbana
é
(A) a concentração de pessoas e moradias nas áreas centrais da cidade.
(B) a diminuição de condomínios fechados autossegregados.
(C) a descentralização dos serviços e menor necessidade de deslocamento.
(D) a distribuição de veículos automotores para todos os estratos sociais.

AULA 14
Objeto de conhecimento: Industrialização brasileira
Habilidade: (EF07GE08-A) Estabelecer relações entre as modificações do território brasileiro a partir dos processos de
industrialização e inovação tecnológica.

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
O processo de industrialização brasileiro é
considerado tardio, quando comparado à
industrialização dos países capitalistas
centrais. Ela teve início somente no século XX,
quase 200 anos depois da industrialização na
Europa.
Foi somente na terceira fase da
industrialização do Brasil que o governo e
classe burguesa fizeram maciços
investimentos no setor, adquirindo maquinários
e melhorando o setor de transportes e energia,
fator esse que tornou o país competitivo e apto
para receber indústrias mundiais, integrando-
se ao sistema capitalista global.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-industrializacao-brasileira.htm
Atualmente, o país encontra-se
totalmente industrializado, participando de
todos os tipos de indústrias, com economia global forte e caminhando para uma independência tecnológica e econômica.

Características da industrialização no Brasil

O Brasil faz parte do grupo de países que realizaram sua industrialização de forma tardia, no século XX, ou seja,
bastante atrasada em relação aos pioneiros da industrialização, que iniciaram esse processo ainda no século XVIII.

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Dentre os fatores que explicam essa situação, podemos considerar o fator histórico como sendo o mais influente,
pois, na ocasião do início da industrialização, o Brasil era colônia de Portugal e estabeleceu durante o período colonial
uma forte parceria comercial com a Inglaterra, que foi o primeiro país a se industrializar. Dessa forma, o Brasil passou a
fornecer matéria-prima e produtos agropecuários para seu parceiro, que, na contramão do processo, industrializou-se
fortemente ainda no século XVIII. Em 1785, porém, a colônia foi proibida de produzir produtos manufaturados, dessa
forma, o que restou para o país foi continuar com a sua economia agropecuária.
Ao se industrializar, o que ocorreu somente na década de 1930, a indústria encontrava-se concentrada na Região
Sudeste. Ela só foi descentralizada, indo para as demais regiões, na década de 1970 em diante.
Atualmente, o Brasil é um dos países mais industrializados do mundo, com economia global forte e intensa
participação capitalista global. Desde a década de 1990 é visto como um dos melhores países para se investir e instalar
indústrias do mundo.

Períodos do processo de industrialização no Brasil


 Primeiro período
O primeiro período do processo de industrialização brasileira ocorreu de 1500 a 1808. Nesse momento não se falava
em indústria no país, pois o Brasil era colônia de Portugal. De certo modo, fazia-se restrição ao processo industrial, e a
produção existente na época era tradicional, com uso da mão de obra.
 Segundo período
O segundo período ocorreu de 1808 a 1930, quando houve a implantação de algumas indústrias no país. Essas
indústrias deveriam seguir algumas regras, como o protecionismo econômico, instaurado em 1828, o qual determinava
que todos os produtos vindos de fora do país, especialmente Inglaterra e Portugal, sofreriam um acréscimo de valor, em
15% e 16%, respectivamente, tarifa que dificultava a importação comercial e favorecia o desenvolvimento da indústria
brasileira.
Mais tarde, em 1844, o valor da tarifa para produtos importados subiu para 60% e, nesse momento, foi criada a Lei
Alves Branco. Dessa forma, investir no setor industrial era algo interessante e bem-visto pela classe burguesa do Brasil.
Naquele mesmo momento, observou-se um declínio da principal atividade econômica do país (a produção cafeeira)
e ocorreram fortes investimentos na produção industrial, isto é, em maquinários, transportes e portos no Brasil,
favorecendo assim o avanço da industrialização brasileira. As primeiras indústrias do país estavam ligadas à extração
mineral, produção de calçados, tecidos e alimentos.
 Terceiro período
No terceiro período, que ocorreu de 1930 a 1955, foram
observados maciços investimentos no setor industrial,
oriundos tanto de iniciativas privadas quanto do governo
brasileiro, na tentativa de alavancar o setor. Foram
realizados avanços no setor de transportes, com aberturas
de ferrovias e rodovias. Observou-se também o
desenvolvimento do setor energético no Brasil e de logística.
Foi instalada a Companhia Siderúrgica Nacional, entre 1942
e 1947, que contribuiu para a oferta de matéria-prima para a
indústria no país. Em 1953, foi criada a Petrobras, maior
empresa estatal do setor energético petroleiro do Brasil. https://www.infomoney.com.br/onde-investir/petrobras-petr4-distribui-
O Brasil, nesse período, viu-se preparado para o amplo dividendos-recordes-vale-a-pena-comprar-para-participar-da-bolada/

desenvolvimento industrial e para os maciços investimentos


no setor. Diversas políticas públicas foram criadas para promover o desenvolvimento econômico nacional rumo a uma
industrialização completa e eficiente.

18
Quarto período

O quarto período acontece desde 1955 até os dias atuais.
Foi marcado pelos projetos políticos instalados no governo do
presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que promoveu
uma intensa abertura econômica do país para as empresas
multinacionais, ampliando fortemente a abertura de novas
empresas, dos mais variados tipos, incentivando o consumo,
o consumismo e a competitividade tanto interna quanto
externa.
O Brasil, a partir daí, pôde conhecer o mercado de
consumo externo e integrar-se aos processos de exportação
https://i.pinimg.com/736x/95/96/80/95968059a8a4bc15621fdf654b4e1
e45.jpg e comércio global. Alguns setores industriais não sofreram
tantos investimentos, como o de tecnologia de ponta, o que
tornou o Brasil um país dependente econômica e tecnologicamente de outras economias globais.
Na década de 1990, o país experimentou um forte crescimento econômico industrial, o que resultou no aumento do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e gradativo aumento da qualidade de vida da população, bem como aumento do
consumo. Esse fenômeno perdura até a atualidade, colocando o Brasil entre as maiores potências econômicas.

Industrialização atual
Atualmente o país vive um forte crescimento e desenvolvimento industrial, motivado e influenciado pelo capital
externo e pelas multinacionais instaladas em nosso território. Há um forte desenvolvimento industrial nos diversos tipos
de indústrias, desde a indústria de base até as indústrias de alta tecnologia.
O Brasil é dependente economicamente de outros países, para quem destina sua produção, seja ela industrial, seja
agroindustrial, e também depende das tecnologias produzidas por países desenvolvidos, o que denota uma fragilidade
na economia nacional, pois faltam investimentos em pesquisa e educação, o que poderia ampliar a produção na área
tecnológica e diminuir essa dependência.
Os desafios que o país enfrenta na atualidade giram em torno de questões como minimizar a dependência de outras
economias e implementar planos governamentais e projetos que viabilizem a produção de ciência e tecnologia para
promover o desenvolvimento industrial.
O Brasil conta com parques industriais sofisticados e competitivos, de maneira descentralizada em todo o território,
com produção de bens de base, intermediários e de ponta. Setores como o farmacêutico, automobilístico, eletroeletrônico,
energético, têxtil, alimentício, entre outros, são destaques na nossa produção, bem como o agroindustrial.

Resumo
 De 1500 a 1808: ausência de atividade industrial, economia brasileira era primária.
 De 1808 a 1930: surgem as primeiras atividades industriais com protecionismo econômico.
 1844: criação da Lei Alves Branco.
 1930: investimentos políticos no setor industrial e privado, com melhorias do setor de transportes.
 1942 a 1947: implantação da Companhia Siderúrgica Nacional.
 1953: criação da Petrobras.
 Década de 1950: implantação de projetos políticos de JK e abertura econômica do Brasil.
 1990: elevação do PIB.
 Século XXI: crescimento e desenvolvimento industrial.
Texto disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-geografia-brasil/exercicios-sobre-industrializacao-brasileira.htm
Acesso em: 20 de ago de 2021.

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ATIVIDADES

1. O processo de desenvolvimento da indústria no Brasil intensificou-se a partir do século XX. Desse modo, a
industrialização brasileira
A) resultou em uma melhor distribuição de renda para toda a população.
B) ocorreu de maneira tardia em relação aos países mais desenvolvidos.
C) derivou da instalação de grandes centrais de geração de energia solar.
D) surgiu em razão do investimento privado na produção automobilística.

2. Os anos 1930 marcam uma virada no processo de industrialização brasileiro. Nesse período, a indústria brasileira
registrou um forte crescimento. São fatores que contribuíram para esse cenário o
A) apoio estatal na produção industrial e a queda do volume da produção cafeeira.
B) investimento em energia limpa e a implantação de indústrias automobilísticas.
C) papel das grandes empresas privadas na produção local e o uso de tecnologia.
D) processo internacional de renovação da indústria e a preocupação ambiental.

3. O governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) ficou marcado, no contexto da industrialização brasileira,
pela abertura econômica do país para as empresas multinacionais. Descreva os principais pontos desse processo.

4. Tradicionalmente, o processo de industrialização brasileira, até meados dos anos de 1980, foi altamente concentrado.
Qual região brasileira concentrou o maior volume de indústrias nesse período?

A) Centro-Oeste B) Nordeste C) Norte D) Sudeste

5. Uma característica que permeia a industrialização brasileira até os dias atuais é a


A) dependência de tecnologias produzidas por países desenvolvidos.
B) dificuldade de exportação de bens manufaturados para o exterior.
C) indisponibilidade de matérias-primas em todo o território nacional.
D) política profícua de investimento em pesquisa e desenvolvimento.

6. Assinale a alternativa que apresenta um elemento característico da industrialização do Brasil na atualidade.


A) Diminuição da participação da agroindústria na economia.
B) Diversificação dos ramos de atividade industrial do país.
C) Distribuição homogênea do parque industrial brasileiro.
D) Utilização de mão de obra fabril muito bem remunerada.

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Observe as imagens e responda a questão a seguir.

http://www.arionaurocartuns.com.br/2019/03/charge-exodo-rural-brasil.html https://br.pinterest.com/pin/535998793159164009/

7. O processo de industrialização está intimamente ligado ao de urbanização. No Brasil, a industrialização causou a


intensificação da saída da população do campo para as cidades. Como aconteceu esse processo?

8. O processo de desconcentração da industrialização brasileira foi decorrente, entre outros fatores, da

A) diminuição dos custos de produção nas maiores cidades do país.


B) concentração de mão de obra qualificada no interior brasileiro.
C) implementação de políticas públicas de desenvolvimento regional.
D) redução da participação da agropecuária na economia nacional.

AULA 15
Objeto de conhecimento: O processo de industrialização e inovação tecnológica; Inovação tecnológica e mudanças nas relações de
trabalho.
Habilidade: (GO-EF07GE16) Relacionar o processo de industrialização e de inovação tecnológica com as mudanças nas relações e
nos tipos de trabalho, tanto no campo como na cidade.

TRABALHO NA TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


A Terceira Revolução Industrial ocasionou novas e profundas transformações no mundo do trabalho e no perfil do
trabalhador.

As sucessivas revoluções industriais em muito pouco se assemelham a uma revolução de fato, uma vez que tal
expressão é representativa de uma mudança abrupta ou a derrubada imediata de uma determinada ordem, configuração
ou forma de poder. No caso das revoluções industriais, trata-se de um processo gradual e, sob o ponto de vista histórico,
relativamente lento.

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A terceira etapa desse processo de transformação
nos meios e modos de produção iniciou-se na segunda
metade do século XX e ainda está em curso, a Terceira
Revolução Industrial, também conhecida como
Revolução Técnico-Científica Informacional,
caracteriza-se pelos avanços nos sistemas de
telecomunicações e transportes, pelo surgimento e
rápida expansão da informática e da automação, além
do desenvolvimento da engenharia robótica. Essa nova
configuração estabeleceu profundas transformações no
mundo do trabalho.
Nas etapas anteriores das produções industriais, Linha de produção de veículos. A figura do trabalhador passou a ser cada vez mais
observava-se uma crescente substituição do homem rara no setor secundário.
pela máquina no processo produtivo, tornando o indivíduo apenas um apêndice (um operador) de um maquinário cada
vez mais amplo e complexo. No atual momento, essa situação ganhou novas e maiores proporções, na medida em que,
junto ao maquinário e às novas tecnologias, a informática passou também a atuar. O ser humano passou a ser substituído
não apenas pela mecânica, mas também por softwares (programas de computador), que, em muitos casos, passaram a
gerir a produção fabril.
Além disso, observa-se também a crescente terciarização da economia, em que a maior parte dos empregos
gerados passou a se concentrar no setor de comércio e serviços. Tal processo, aliado à flexibilização do trabalho,
contribuiu para a precarização das condições do trabalho, para a crise das representações sindicais e para a perda de
direitos trabalhistas.
Outro aspecto das transformações no mundo do trabalho ao longo da Terceira Revolução Industrial também está
ligado à questão espacial entre campo e cidade. Ocorreu uma intensa mecanização dos meios rurais e o desenvolvimento
de técnicas e mecanismos agrícolas que propiciaram um grande desemprego nesse meio, o que contribuiu para a
intensificação do êxodo rural, isto é, uma migração em massa da população do campo para a cidade.
O trabalho, tanto no meio urbano quanto no meio rural, passou a ser exigido muito mais em sua qualificação técnica,
uma vez que a operação das novas tecnologias exige determinados conhecimentos específicos que não podem ser
realizados por um profissional que não possui uma determinada formação. Tal contexto contribui para a emergência da
contradição: aumento do número de empregos e aumento do número de desempregados, uma vez que a massa de
trabalhadores que não consegue se adequar às novas condições de trabalho não alcança oportunidades.
Como resultado há um crescimento na geração de emprego nos setores informais, onde não há leis e direitos
trabalhistas, tendo em vista que esse setor se caracteriza pela sua desregulamentação e pela ausência de uma hierarquia
organizada de trabalho (a maior parte é informal). O resultado é a caracterização de diversos problemas, dentre eles, a
pirataria, bastante comum nos países subdesenvolvidos ao final do século XX e início do século XXI.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/trabalho-na-terceira-revolucao-industrial.htm Acesso em: 08 de set de 2020.

ATIVIDADES

1. Assinale quais dos procedimentos abaixo mencionados NÃO fazem parte dos avanços produzidos pela Terceira
Revolução Industrial.

A) Biotecnologia. B) Automação industrial. C) Uso de combustíveis fósseis. D) Robótica.

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2. Leia a tirinha a seguir.

Disponível em: http://palavrasdesaber.blogspot.com/2012/04/batente-tirinha.html Acesso em: 26 de ago. de 2021

A tirinha reproduz uma crítica recorrentemente direcionada aos impactos gerados pela Terceira Revolução Industrial,
dos quais podemos assinalar
A) a excessiva capacidade de memória dos aparelhos industrializados.
B) a superioridade do desempenho dos produtos face à capacidade humana.
C) o processo de substituição do homem pela máquina no campo produtivo industrial.
D) o processo de substituição do homem pela máquina no campo produtivo industrial.

3. Sobre as empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais ou globais, selecione a única característica
incorreta.
A) Domínio de tecnologias avançadas. C) Procura por mão de obra barata.
B) Descentralização industrial. D) Descentralização científica e administrativa.

4. Quais são as principais características da “Terceira Revolução Industrial”?


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5. Quais foram os reflexos da Terceira Revolução Industrial no campo?
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6. De acordo com o texto, o que ocorreu com a situação do trabalho e dos trabalhadores sob a ocorrência deste sistema?
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7. Com base nas mudanças do processo industrial, pode-se afirmar que a Terceira Revolução Industrial fomentou a
expansão das unidades fabris para os países subdesenvolvidos. Por que isso ocorreu?
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8. A Terceira Revolução Industrial, etapa característica do avanço da industrialização, foi marcada pelo avanço das
tecnologias em áreas como transporte e telecomunicações. Cite algumas consequências deste processo.
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MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL E AS RELAÇÕES DE TRABALHO

A sociedade tecnológica é a expressão do meio técnico-científico-informacional

Para compreender o conceito de meio técnico-científico informacional, é necessário entender a evolução das
transformações do espaço, que vão desde o meio natural, passando pelo meio técnico, até chegar ao período atual, em
que há uma maior inserção das ciências e do meio informacional sobre as formas com que as produções espaciais
ocorrem.

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Portanto, as três etapas mencionadas (meio natural,
meio técnico e meio técnico-científico-informacional)
formam uma periodização do meio geográfico, conforme a
sua apropriação pelas atividades humanas. Assim,
estabelece-se uma melhor noção das relações entre
natureza e sociedade ao longo do tempo.
O meio natural corresponde ao período em que o
emprego das técnicas esteve diretamente vinculado à
dependência sobre a natureza, da qual o ser humano fazia
uso sem propiciar grandiosas transformações. Assim, as
ações de interferência sobre o meio eram, sobretudo,
locais, e a participação das atividades antrópicas, bem
A sociedade tecnológica é a expressão do meio técnico-científico-informacional
como as suas transformações, era limitada pela
harmonização e preservação da própria natureza.
O meio técnico representa a emergência do
espaço mecanizado, com a introdução de objetos e
sistemas que provocaram a inserção das tecnologias
no meio produtivo. Podemos citar como exemplo
mais determinante a I Revolução Industrial, mesmo
que antes disso já houvesse algumas técnicas em
que a atuação mecânica existisse e agisse sobre o
meio geográfico.
Assim, nesse período, ocorreu uma crescente
forma de substituição ou de sobreposição dos
objetos técnicos sobre os objetos culturais e naturais,
mesmo que essa substituição não tenha se
Drones: exemplos do poder de transformação do meio técnico-científico- manifestado de forma igualitária, justa e
informacional
homogênea nas diferentes regiões e territórios.
Nesse momento, as relações de trabalho intensificaram-se, bem como a dependência das atividades humanas sobre o
uso de maquinários e instrumentos.
O meio técnico-científico-informacional representa, então, a atual etapa na qual se encontra o sistema capitalista de
produção e transformação do espaço geográfico, estando relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial, que,
não por acaso, passou a ser reconhecida como Revolução Científica Informacional, cuja impactação manifestou-se de
forma mais intensa a partir dos anos 1970.
Nesse momento ocorreu uma união entre técnica e ciência, guiadas pelo funcionamento do mercado, que, graças
aos avanços tecnológicos, expande-se e consolida o processo de Globalização. Um exemplo de como as técnicas e as
ciências estão constantemente se interagindo e propiciando a expansão do capital pode ser visto na recente ação
promovida pelo Facebook em levar o acesso à internet a comunidades afastadas por meio do uso dos drones, veículos
aéreos não tripulados.
Portanto, além de serem técnicos, os objetos também carregam em si a informação e trabalham a partir dela, o que
justifica o nome do atual período de transformação do meio geográfico. Podemos, então, dizer que o processo de
globalização só se manifesta em seu atual estágio graças aos avanços propiciados pelo meio técnico-científico-
informacional.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/meio-tecnicocientificoinformacional.htm. Acesso em: 02 de set de 2021 – Adaptada.

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9. A integração da tecnologia com a construção das sociedades e do espaço geográfico, no momento atual da história,
assinala o conceito de

A) espaço digital.
B) redes
C) territórios virtuais.
D) meio técnico-científico informacional.

10. Observe a fotografia a seguir:

https://www.revendedor.com.br/wp-content/uploads/2020/10/vendedor-ambulante-como-funciona.jpg

Os avanços tecnológicos nas indústrias ocasionaram desemprego. Uma parcela desses operários que ficaram sem
emprego não consegue se realocar no setor industrial, para realizar tarefas que exigiam novas habilidades. Muitos desses
trabalhadores passaram a realizar comércio ambulante, como representado na imagem ao lado.
Assinale a alternativa que estabelece relação correta com o exposto no texto:
A) Trabalhadores especializados têm mais dificuldades para conseguirem um emprego.
B) Procurar outros modos de trabalho foi uma saída para os trabalhadores desempregados nas indústrias.
C) A atividade comercial ambulante não é uma alternativa de trabalho para os desempregados.
D) Os trabalhadores da indústria buscam na atividade comercial ambulante, uma forma de aumentarem sua renda.

11. Sobre o meio técnico-científico informacional selecione a única característica incorreta.


A) Representa a emergência dos espaços mecanizados.
B) Se relaciona a Terceira Revolução Industrial.
C) Inserção das tecnologias no meio produtivo.
D) Caracterizada pela diminuição das tecnologias.

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12. De acordo com o texto, quais foram as consequências do meio técnico-científico informacional para o mercado de
trabalho?
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13. Um dos grandes problemas enfrentados por diversos países é o desemprego, que pode gerar muitas consequências
para a sociedade. Cite duas situações que podem levar ao aumento do desemprego.
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14. De que forma a tecnologia que você utiliza pode contribuir para um cotidiano melhor?
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15. Observe a imagem a seguir:


A imagem faz referência a um mundo globalizado,
marcado pelo desenvolvimento tecnológico. Note as linhas que
remetem a interligação. O avanço tecnológico traz para as
pessoas possibilidades de interação. Com isso, muitas
mudanças e facilidades na execução dos mais diversos tipos
de trabalhos e atividades cotidianas.
Cite dois benefícios que o avanço tecnológico pode trazer para
o trabalhador, você pode pensar e destacar exemplos de
profissões.
encurtador.com.br/pyJKR

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