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MÁQUINAS
Marcelo Quadros
Tensão e flexão em
barras prismáticas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará a tensão e a flexão em barras prismáticas.
A tensão de flexão é considerada um dos pontos mais críticos em um
projeto de estruturas, máquinas, mecanismos e componentes mecânicos,
e a que, provavelmente, mais problemas de carregamento provoca nesses
projetos. Essa tensão não é utilizada somente em cálculos estruturais,
visto que os principais elementos e mecanismos mecânicos como eixos,
alavancas, molas, cantoneiras e inúmeros outros também promovem esses
esforços. O projetista deve estar ciente de que, se essa força de tensão
provocar apenas uma deformação elástica no elemento, terá o esforço
de flexão; entretanto, precisa estar atento para não deixá-la produzir
uma deformação plástica. Essa deformação danificará o componente e,
consequentemente, haverá a quebra do mecanismo e da máquina ou,
ainda, da estrutura. Por se tratar de um esforço de alta criticidade em
projetos, o profissional da área deverá saber de modo preciso diferenciar,
calcular e reconhecer o efeito do esforço de flexão.
Você aprenderá a diferenciar barras prismáticas e seus principais tipos
de secções por meio das fórmulas e tabelas em função de cada secção,
bem como a calcular as tensões em barras prismáticas em função dos
esforços aplicados. Por fim, por meio de exemplos práticos, reconhecerá
o efeito da flexão em barras prismáticas.
2 Tensão e flexão em barras prismáticas
Eixos fixos ou rotativos, virabrequins, alavancas, molas, cantoneiras e rodas, bem como
muitos outros elementos, são calculados da mesma maneira que as vigas no projeto,
assim como na análise de estruturas de sistemas mecânicos.
Módulo de resistência
Secção Momento de inércia
à flexão (Wf)
Y
bh3 bh2
Jx = Wx =
12 6
hb3 hb2
JY = WY =
h
X 12 6
(Continua)
Tensão e flexão em barras prismáticas 3
(Continuação)
Módulo de resistência
Secção Momento de inércia
à flexão (Wf)
Y
a4 a3
JX = JY = WX = WY =
12 6
a
Y
D πd4 πd3
JX = JY = WX = WY =
64 32
X
d
Y
a4 a3 √2
JX = JY = WX = WY =
a
12 12
X
Y
bh3 bh3
Jx = Wx =
36 24
h
X hb3 hb2
JY = WY =
36 24
b
Y
a4 – b4 a4 – b4
JX = JY = WX = WY =
12 6a
b
a
b
a
(Continua)
4 Tensão e flexão em barras prismáticas
(Continuação)
Módulo de resistência
Secção Momento de inércia
à flexão (Wf)
Y a4 – b4 √2(a4 – b4)
a JX = JY = WX = WY =
b 12 12a
b
a
r Y WX = 0,19 r3
JX = 0,1098 r4
X JY = 0,3927 r4 WY = 0,3927 r3
Sendo:
JX = momento de inércia em relação ao eixo X;
JY = momento de inércia em relação ao eixo Y;
Wf X = módulo de resistência à flexão relativo ao eixo X;
Wf Y = módulo de resistência à flexão relativo ao eixo Y.
MF
σf =
Wf
Tensão e flexão em barras prismáticas 5
F
S
–σ = σe → material dúctil
f n
–σ = σr → material frágil
f n
Todo elemento sofre a ação de uma força F, que atua na direção perpen-
dicular ao eixo. Quando essa força provoca apenas uma deformação elástica
no material, dizemos que se trata de um esforço de flexão. Quando produz
uma deformação plástica, temos um esforço de dobramento.
→ →
F 4 F →
F
10
10
4
X X
bh2
Wfx =
6
4 ∙ 102
Wfx = = 66,67 cm3
6
bh2
Wfx =
6
10 ∙ 42
Wfx = = 26,67 cm3
6
0,5 m 1m 0,5 m
Tensão e flexão em barras prismáticas 9
RA RB
0,5 m 1m 0,5 m
∑ MTOA F = 0
RA = 575 kgf
Secção S1 → 0 ≤ × ≤ 0,5 m
•O
R A = 575 kgf
X
10 Tensão e flexão em barras prismáticas
MF = MTOORA → MF = 575 ∙ X
Para X = 0 → MF = 575 ∙ 0 = 0
Para X = 0,5 m → MF = 575 ∙ 0,5 = 287,5
F1 = 500 kgf
S1
•O
R A = 575 kgf
X
0,5 m X – 0,5
MF = MTOORA + MTOOF1
MF = 575X – 500(X – 0,5) → MF = 575X – 500X + 250 → MF = 75X + 250
kgf
MFmáx. 362.500
mm2
Wf= – →Wf= → W f = 25.000 mm3
σf kgf
14,5
mm2
Tensão e flexão em barras prismáticas 11
a3 a3
W fX = → 25.000 mm3 = → 6 ∙ 25.000 = a3 → a3 = 150.000 mm3
6 6
3
a = √150.000 mm3 → a = 53,13 mm
Para conhecer mais sobre os cálculos destas forças, recomendamos o livro: Elementos
de Máquinas de Shigley, (BUDYNAS; NISBETT, 2016).
Referência
BUDYNAS, R. G.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2016.
Leituras recomendadas
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGH.
2012
PLESHA, M. E.; GRAY, G. L.; COSTANZO, F. Mecânica para engenharia: estática. Porto
Alegre: AMGH, 2017.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos da engenharia e ciência dos materiais. 5. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2012.
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