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PROCESSOS DE FABRICO I

3 – Teoria da Plasticidade
Tensão
Uma tensão é definida como a intensidade de uma força aplicada sobre uma superfície, tendo
por isso, unidades de força por unidade de área.

Estados de tensão elementares

tração compressão corte flexão torção


2
Tensor das Tensões
Generalizando os conceitos anteriores para casos 3D, temos que a tensão de um ponto
material tem nove componentes e é definida pelo tensor das tensões σij.

z dy
zz
 zy
 zx  xx  xy  xz 
 
 yz  ij =   yx  yy  yz 
yy   zx  zy  zz 
 xz 
 yx
xx
dz

 xy y

dx
Índices:
1º - direção normal ao plano em que
x a tensão atua
2º - eixo segundo o qual a tensão se
exerce

7
Tensor das Tensões
Generalizando os conceitos anteriores para casos 3D, temos que a tensão de um ponto
material tem nove componentes e é definida pelo tensor das tensões σij.

z dy
zz
Equilíbrio de momentos em relação ao eixo z:
 zy
 zx 𝝈𝒛𝒛 , 𝝉𝒚𝒛 e 𝝉𝒙𝒛 não contribuem porque estão aplicadas num
eixo paralelo ao eixo z
 yz
yy
 xz
 yx
xx
dz

 xy y

dx

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑧
σ 𝑀𝑧 = 0 ֞ 𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜎𝑦𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝜎𝑦𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 +
2 2 2 2
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝜏𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧 𝑑𝑦 + 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 +
2 2
𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 =0
2 2

֞ 𝜏𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧𝑑𝑥 − 𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑑𝑦 = 0


֞ 𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑦𝑥

8
Tensor das Tensões
Generalizando os conceitos anteriores para casos 3D, temos que a tensão de um ponto
material tem nove componentes e é definida pelo tensor das tensões σij.

z dy
zz
Equilíbrio de momentos em relação ao eixo z:
 zy
 zx 𝝈𝒛𝒛 , 𝝉𝒚𝒛 e 𝝉𝒙𝒛 não contribuem porque estão aplicadas num
eixo paralelo ao eixo z
 yz
yy
 xz
 yx
xx
dz

 xy y

dx

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑧
σ 𝑀𝑧 = 0 ֞ 𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜎𝑦𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝜎𝑦𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧 +
2 2 2 2
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝜏𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧 𝑑𝑦 + 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 +
2 2
𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 =0
2 2

֞ 𝜏𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧𝑑𝑥 − 𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑑𝑦 = 0


֞ 𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑦𝑥

9
Tensor das Tensões
Realizando o equilíbrio de momentos para os três eixos.

z dy
zz
 zy 𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑦𝑥
 zx

 yz 𝜏𝑦𝑧 = 𝜏𝑧𝑦
yy
 xz
 yx
𝜏𝑥𝑧 = 𝜏𝑧𝑥
xx
dz

 xy y

dx

  xx  xy  xz 
 
 ij =  yx =  xy  yy  yz 
 zx =  xz  zy =  yz  zz 

O tensor das tensões é simétrico


e tem 6 componentes de tensão,
3 normais e 3 de corte

10
Tensões Principais
As direções principais resultam de uma reorientação do elemento de volume de tal modo
que as tensões de corte atuantes em cada uma das suas faces sejam nulas e,
consequentemente, a tensão normal e o vetor tensão total sejam coincidentes.

z dy
zz
 zy
 zx
 xx  xy  xz 
 yz  
 xz
yy  ij =   yx  yy  yz 
 yx   zx  zy  zz 
xx 
dz

 xy y

dx

1

3

2

14
Invariantes do Tensor das Tensões
Os invariantes são quantidades cujo valor não varia com o sistema de eixos considerado.

z dy
 xx  xy  xz 
zz
 
 zx
 zy  ij =   yx  yy  yz 
  zx  zy  zz 
 yz
yy 
 xz
 yx
xx
dz

 xy y
Determinar vetores e valores próprios
dx
 1 para i = j
x  ij −  ij = 0  ij = 
0 para i  j

1
 xx −   xy  xz
3  yx  yy −   yz = 0   3 − I1 2 − I2 − I3 = 0
 zx  zy  zz −  Equação do 3º grau
2

I1 =  ii =  xx +  yy +  zz =  1 +  2 +  3

I2 = −
1
2
( ii jj −  ij ij ) =
= − ( x y +  y  z +  x z ) +  xy
2
+  yz
2
+  zx2 = − ( 1 2 +  2 3 +  3 1 )
I3 =  ij =  x y  z + 2 xy yz zx −  x yz
2
−  y zx2 −  z xy
2
=  1 2 3
15
Tensões Principais
Tensor das tensões referido às direções principais é uma matriz diagonal.

z dy
zz  3 − I1 2 − I2 − I3 = 0
 zy
 zx
as raízes da equação são as
 yz
yy tensões principais
 xz
 yx
xx
dz

 xy y

dx i =  i
x

associada a cada tensão existe


uma direção principal

1
( ij − i  ij ) ni = 0
3 
cos  i + cos  i + cos  i = 1 i = 1,2, 3
2 2 2

2 tensor das tensões referido às


direções principais é uma matriz
diagonal

1 0 0
 ij =  0  2 0  1   2   3
 0 0  3 

16
Tensões Hidrostáticas e Desviadoras
O tensor total das tensões σij pode ser decomposto num tensor hidrostático/esférico ou de
tensões médias σm envolvendo somente estados puros de tração ou de compressão, e num
tensor desviador σ’ij onde as componentes normais são o remanescente da tensão esférica
para a total e as tensões de corte são as do tensor das tensões.

z dy
zz
 xx  xy  xz 
 zx
 zy
   xx +  yy +  zz
 ij =   yx  yy  yz  m =
 yz
  zx
3
 xz
yy
  zy  zz 
 yx
xx
dz

 xy y

dx

 m 0 0  xx  xy  xz 
1    
 ij =  ij  kk + ij =  0 m 0  +   yx yy  yz 
3
 0 0  m    zx  zy zz 

17
Tensões Hidrostáticas e Desviadoras
O tensor total das tensões σij pode ser decomposto num tensor hidrostático/esférico ou de
tensões médias σm envolvendo somente estados puros de tração ou de compressão, e num
tensor desviador σ’ij onde as componentes normais são o remanescente da tensão esférica
para a total e as tensões de corte são as do tensor das tensões.

z dy
zz
 zy
 x =  x −  m
 zx
 y =  y −  m  xx +  yy +  zz
m =
 yz 3
 xz
yy  z =  z −  m
 yx
xx
dz

 xy y

dx

 2 xx −  yy −  zz 
  xy  xz 
 3 
2 yy −  zz −  xx
ij =  ij −  ij  m =   yx  yz 
 3 
 2 zz −  xx −  yy 
  zx  zy 
 3 

18
Invariantes do Tensor Desviador das Tensões
Os invariantes do tensor desviador das tensões principais obtém-se do mesmo modo que os
invariantes do tensor das tensões.


 xx  xy  xz  J1 =  1 +  2 +  3
 
 ij =   yx   yz 
 yy
J 2 = −(12 + 2 3 + 3 1 )
  zx  zy  zz 

J3 = 1 2 3

I1 =  1 +  2 +  3
= ( 1 +  m ) + ( 2 +  m ) + ( 3 +  m )
= ( 1 +  2 +  3 ) + 3 m
= J1 + I1

J1 = 0

19
Plano de Möhr das Tensões

Ensaio de tração
uniaxial

Corte puro

Estampagem

Trefilagem

20
Ferramenta online para construção de círculo de Möhr
Condição de Incompressibilidade
A deformação plástica dos materiais metálicos é incompressível.

V1 xyz
V0 = V1  = 1 1 1 1 = 1
V0 x0 y 0 z0

 x y z  x  y  z 
ln  1 1 1  = ln 1  ln  1  + ln  1  + ln  1
 x  y  z
=0
  x + y + z = 0
 x 0 y 0 z0   0  0  0 

A igualdade é apenas válida para extensões verdadeiras.

( )
 x +  y +  z = ln (1 + e x ) + ln 1 + e y + ln (1 + ez ) = 0  (1+ ex )(1+ ey )(1+ ez ) = 1
e x + e y + ez  0

24
Critérios de Plasticidade
Se as deformações fossem do tipo uniaxial, como é −

por exemplo o caso do ensaio de tracção, seria fácil Força máxima Verdadeira
determinar o início da deformação plástica do


material. R
Correcção da
No entanto, a generalidade dos processos R estricção

tecnológicos de deformação plástica envolve e Nominal


estados de tensão do tipo biaxial ou triaxial e o
problema torna-se mais complexo, dando origem a
que tenham que existir critérios de plasticidade no
sentido lato do conceito.
0 ee r er
e, 

Teoria de Rankine considera que se enta no regime


plástico quando uma das tensões atinge a tensão limite
de elasticidade.

Os critérios de plasticidade são relações matemáticas,


𝑭(𝝈𝒊𝒋) = 𝑲 comprovadas por um conjunto consistente
de ensaios experimentais, que permitem conhecer as
condições de entrada em domínio plástico de um
material, quando sujeito a uma combinação arbitrária
de tensões.
25
Critérios de Plasticidade
Hipóteses simplificativas

As hipóteses simplificativas que são geralmente consideradas na formulação dos critérios de


plasticidade de materiais dúcteis são as seguintes:

(i) Os estados hidrostáticos de tensão não só não provocam deformação plástica, como
também não influenciam a entrada em domínio plástico.

(ii) Se o material for considerado isotrópico, a condição de plasticidade deve depender da


intensidade das tensões aplicadas, não sendo afetada pela rotação dos eixos de
referência, ou seja, deverá ser um invariante das tensões (desviadoras).

𝐹(𝜎𝑖𝑗) = 𝐹(𝜎𝑖𝑗′ ) = 𝐹( 𝐽2 , 𝐽3 ) = 𝐾

26
Critério de Plasticidade de Tresca

O critério de plasticidade de Tresca (1864) considera que a deformação plástica tem início
quando a tensão de corte máxima, max, ultrapassar um valor crítico, k.

1 −  3 e
 max = k k= sigma_e = tensão limite de elasticidade =
tensão de cedência
2 2

O valor da tensão de corte crítica k obtém-se substituindo na equação anterior, o valor da


tensão limite de elasticidade do material no ensaio de tração uniaxial e .


tracção uniaxial
deformação plástica
+k


−e e

-k

1 =  e
2 = 3 = 0 27
Critério de Plasticidade de Tresca
Representação no plano de Möhr

Existe um número infinito de estados de 


tensão que produzem círculos do mesmo
+k
diâmetro e que, portanto, dão origem a
plasticidade.  xy y
k  xy
y  x
1 −  3  e x
= =k
2 2 −xy
Pólo
-k
(x+y )

tracção-compressão
compressão uniaxial
deformação plástica  deformação plástica

tracção uniaxial
deformação plástica
+k


−e e

-k

compressão tracção
deformação elástica 28
deformação elástica
Critério de Plasticidade de Tresca
Representação no plano das tensões principais

Este tipo de representação efetua-se a partir de um tensor das tensões orientado segundo as
direções principais.

1 0 0
Ver Semana 2
j  ij =  0  2 0  1   2   3
 0 0  3 
deformação elástica
e
i   j  k = 0
1 =  i 2 =  j 3 = k = 0
1 −  3 =  i −  k =  e  i = e
−e i
e

Os exemplos apresentados são relativos a


k=  estados de tensão biaxiais (em condições de
tensão plana)
−e

29
Critério de Plasticidade de Tresca
Representação no espaço tridimensional das tensões principais
Generalizando este tipo de representação ao espaço tridimensional das tensões principais
(espaço de Haig-Westergaard), verifica-se que a intersecção da superfície limite de
elasticidade de Tresca por um plano 𝒌 = 𝟎 dá origem a um hexágono distorcido, conforme
se mostrou no caso bidimensional analisado anteriormente.
Este resultado permite então inferir que a forma geométrica da superfície limite de
elasticidade de Tresca no plano das tensões principais é representada por um hexágono
regular infinito, cujo eixo coincide com a diagonal espacial do sistema de eixos, definida
por 𝟏 = 𝟐 = 𝟑 .
Tresca

von Mises
k
j

deformação elástica
e Corte por um plano
i +  j +  k = Cte.

j
−e i e
e

k=  e
−e i =  j =  k Corte por um plano
k = 

30
i
Energia de Deformação Elástica

A energia de deformação elástica 𝑾𝒆 é a energia que é consumida pela ação das forças
exteriores na deformação elástica de um corpo sólido.

 dx + u  u
 x = ln 
 dx  dx

W e = F u = ( x A)( x dx ) =  x xV
1 1 1
2 2 2
energia de
deformação elástica
por unidade de
volume

We 1 1  x2 1 2
w =e
=  x x = = x E
V 2 2 E 2
Generalização para as restantes direções (3D):
J 2  m2  m2
w =  ij  ij = ( x  x +  y  y +  z  z +  xy  xy +  xz  xz +  yz  yz ) =
1 1 3 2
e
+ =  oct +
2 2 2G 2K 4G 2K

E Módulo de elasticidade
K=
3(1 − 2 ) volumétrico Energia elástica de Energia elástica de
distorção por unidade dilatação ou contração
de volume volumétrica
E
G= Módulo de elasticidade (variação de forma) (variação de volume)
2(1 +  ) transversal 31
Tensões octaedrais
São as tensões que atuam em planos particulares, os planos octaedrais e apresentam
especial interesse na teoria da plasticidade.
Os planos octaedrais são superfícies que coincidem com as faces de um octaedro regular,
cujas normais fazem ângulos iguais com cada uma das direções principais.

𝛼 = 𝛽 = 𝛾 = 54.74°

cos      1 0 0   3 
1 1

  
3
  
1  =  ij  n =  0  2 0   13 
noct = cos   =  3
Toct
 cos   
   1   0 0  3   1 
3  3 

1 I
Tensão normal octaedral  oct = Toct
T
 ni = ( 1 +  2 +  3 ) =  m = 1
3 3
1 2
Tensão de corte octaedral  oct Toct −  oct ( 1 −  2 ) + (  1 −  3 ) + ( 2 −  3 ) =
2 2 2 2
= 2
= J2
3 3

32
Critério de Plasticidade de von Mises
O critério de plasticidade de von Mises (1913) considera que a deformação plástica tem
início quando o valor da energia elástica de distorção por unidade de volume, 𝒘𝒆𝒅 , atinge
um valor crítico.

J2 3 2
w de = =  oct  w crítico
2G 4G

Em que 𝑱𝟐 representa o segundo invariante do tensor desviador das tensões:

1
J 2 = − ( 1 2 +  2 3 +  3 1 ) = ( 1 −  2 ) + ( 2 −  3 ) + ( 1 −  3 ) 
2 2 2

6  

E a 𝝉𝒐𝒄𝒕 representa a tensão de corte octaedral:

 oct =
1
( 1 −  2 ) + ( 2 −  3 ) + ( 1 −  3 )
2 2 2

33
Critério de Plasticidade de von Mises

O valor da energia elástica de distorção crítica 𝒘𝒄𝒓í𝒕𝒊𝒄𝒐 obtém-se substituindo na equação


anterior, o valor da tensão limite de elasticidade do material no ensaio de tração uniaxial e .

1 1 1
(  1 −  2 ) + ( 2 −  3 ) + ( 1 −  3 )  =  12 =  e2
2 2 2
J2 =
6   3 3

1 2 12 2 e2
 oct ( 1 −  2 ) + (  2 −  3 ) + ( 1 −  3 ) =
2 2 2
= =
3 3 3

2
1 =  e J 1 2 3 2 3 1 
w crítico = 2 = e w crítico =  oct =  2 e2 
2 = 3 = 0 2G 6G 4G 4G  3 
1 1
 J 2 =  e2   oct = 2 e2
3 3

(1 −  2 )2 + ( 2 −  3 )2 + (1 −  3 )2 = 2 e2
( x
−  y ) + ( y −  z ) + ( z −  x ) + 6 ( 2xy +  2yz +  2xz ) = 2  e2
2 2 2

34
Critério de Plasticidade de von Mises
A tensão limite de elasticidade em corte puro k que se encontra associada ao critério de
plasticidade de von Mises obtém-se substituindo as tensões principais características do
estado de corte puro.

1 = k
2 = 0
 3 = −k

 =k
( 1
−  2 ) + ( 2 −  3 ) + ( 1 −  3 ) = 2  e2
2 2 2


corte puro
deformação plástica
+k
e
k=
3

−e e

-k

( 1 −  2 ) + ( 2 −  3 ) + ( 1 −  3 ) = 2  e2 = 6k 2
2 2 2

35
Critério de Plasticidade de von Mises

Representação no plano das tensões principais


Tensão plana 𝒌 = 𝟎

( i −  j ) + ( j − k ) + (k − i ) = 2 e2
2 2 2
 2i +  2j −  i  j =  e2

j Tracção
k = 

i
j Tresca

p=0
e

^
i
j
i i
j
^
j
von Mises

Compressão −e e i
Tracção
i i

 j

i
i −e
j Máximo desvio ~15.5%

j

i
36
Compressão
Trabalho Plástico
Os processos de deformação plástica são processos irreversíveis, em que grande parte do
trabalho despendido na deformação é convertido em energia térmica.
Este trabalho, designado por trabalho plástico, contrasta com a energia armazenada durante
a deformação elástica, por não ser recuperável.

w0
Incremento de trabalho plástico por unidade de volume (1D)

F dl
t0 dw p = =  x d x
z wtl
y w
l0 t
F
x
Incremento de trabalho plástico por unidade de volume (3D)
l dl
dw p =  ij d ijp
=  x d x +  y d y +  z d z +  xy d xy +  yz d yz +  zx d zx
=  1d 1 +  2 d 2 +  3 d 3

Trabalho plástico por unidade de volume

w p =   ij d ijp

37
Tensão e extensão efetiva
Os processos de deformação plástica envolvem geralmente estados complexos de tensão
de natureza multiaxial mas a teoria da plasticidade desenvolve-se apoiada em ensaios
experimentais simples com características uniaxiais ou quanto muito biaxiais.
Neste contexto existe a necessidade de se definirem variáveis que permitam efetuar esta
equivalência entre estados complexos de deformação e estados de deformação
unidirecionais, surgindo, assim, os conceitos de tensão e extensão plástica equivalente ou
efetiva.

w p =   ij d  ijp =   d  p

von Mises

 ( 
1

−  2 ) + ( 2 −  3 ) + (1 −  3 )
1
=
2 2 2 2
1
2
1

 (d  =  (d12 + d 22 + d 32 )
2 
1

− d 2 ) + (d 2 − d 3 ) + (d1 − d 3 )
2 2
d p =
2 2 2 2
1
3 3 

38
Tensão e extensão efetiva

Os conceitos de tensão e extensão plástica equivalente (ou efetiva) estão diretamente


ligados aos critérios de plasticidade.

w p =   ij d  ijp =   d  p

Tresca

 = 1 − 3

d p = d i max
i = 1, 2, 3

39
Encruamento
Evolução da superfície limite de elasticidade
A continuação da deformação plástica, regra geral, exige um nível de tensões diferente do
inicial, dependente do grau de deformação plástica entretanto sofrida pelo material.
Este fenómeno designa-se por encruamento e determina que a superfície limite de
elasticidade varie com a progressão da deformação plástica em função das extensões
plásticas entretanto experimentadas pelo material.
e
(1 −  2 )2 + ( 2 −  3 )2 + (1 −  3 )2 = 2 e2 J2 =
1
6
( 1 − 2 ) + ( 2 − 3 ) + ( 1 − 3 )  = k 2
2 2 2


k=
3
Superfície limite de
F(ij - ij ) =
1 e2
elasticidade F(ij ) =
1 2 3
e
3

F ( ij ) = K e2
1
j F(ij ) = j j
3


Critério de plasticidade de
ij
von Mises i i i
  

F ( ij ) = J 2 J2 = k 2
1 F(ij ) =
1 e2
F ( ij ) =  e2 3
3 F(ij ) =
1 2
3

Perfeitamente plástico Encruamento isotrópico Encruamento cinemático

F ( ij )
Carregamento plástico dF ( ij ) = d ij  0
 ij 40
Encruamento
Evolução da superfície limite de elasticidade
A condição de deformação plástica estável está na base do tratamento matemático da evolução
da superfície limite de elasticidade.

1
1
dF = d d  0 dF = d d = 0 dF = d d  0
2 2

dF = d ij d ij  0

41
Potencial Plástico

O princípio da normalidade estabelece que as superfícies limite de elasticidade devem ser


convexas e que o vetor incremento de deformação plástica 𝒅𝒑 em qualquer ponto na
superfície é perpendicular à superfície limite de elasticidade (Drucker, 1952).

k
d pij
dij

dnij dtij
j
d jij
m ij' d iij
Curva limite
de elasticidade ij d kij
O
i =  j = k d pij

i

 F ( ij )
d =
p
d F ( ij ) é o potencial plástico
  ij
ij

42
Equações constitutivas de Levy-Mises
A evolução da superfície limite de elasticidade no ensaio de tracção uniaxial (em regime
plástico) permite concluir que o incremento de extensão plástica seja proporcional à tensão
desviadora.

2 1
1  0 1 = 1 −  m = 1 2 = 3 = − 1
3 3
2 = 3 = 0
1 = −2 2 = −2 3 d1p = − 2 d 2p = −2 d 3p
1
m =
3

d1p d 2p d 3p
= = = d
j  1 2 3
F(ij ) =
1 e2 tangente
3 
e
i

d ijp = d ij
-1
2

d ij

 A constante de
F(ij ) =
1 2  proporcionalidade designa-se
3
‘multiplicador plástico’
1 e
( 1 − 2 ) + ( 2 − 3 ) + ( 1 − 3 )  = k 2
2 2 2
J2 = k=
6  3 43
Equações constitutivas de Levy-Mises
O multiplicador plástico pode ser determinado a partir da noção de incremento de trabalho
plástico por unidade de volume 𝒅𝒘𝒑 em condições de tração uniaxial.

dw p =  ij d  ijp =  x d  px = x d  px
1
x d  px = d px d px x =  x −  m  m d px = 0
d
2 1
 x d  px = d px d px
3 d
2 1
 d p = d p d p
3 d

x  0
y = z = 0
3 d p
d =
2 

3 d p
Equações constitutivas de Levy-Mises
d  = d ij =
p
ij
2 
para comportamento rígido-plástico ij
44
Equações constitutivas de Levy-Mises
O potencial plástico é uma função potencial a partir da qual se pode obter o incremento de
𝒑
extensão plástica 𝒅𝒊𝒋 por derivação parcial em relação às componentes da tensão 𝒊𝒋 .

F ( ij ) =
1
6
 ( 1 −  2 ) + ( 2 −  3 ) + (1 −  3 )
2 2 2

F ( ij ) =
1
6
 ( x
2 2 2

−  y ) + ( y −  z ) + ( z −  x ) + ( 2xy +  2yz +  2xz )

 F ( ij )
d ijp = d
  ij

d  ijp = d ij

Exemplos

 
  d   x − ( y +  z ) 
2 1 2 1
d 1p = d   1 = d   1 − ( 2 +  3 )  d  xp = d   x =
3  2  3  2 

45
Equações constitutivas de Levy-Mises

d p 
 x − 2 ( y +  z )
1
d px =
  
3 d p d p  
d  = d ij =
p
ij d yp =  −
1
( +  )
2    
ij y z x
2 
d  
 z − ( x +  y )
p
1
d zp = 
  2 
𝑑
d pxy 3 d p
𝑑𝑡 d p
= =  xy
2 
xy
2
d yzp 3 d p
d yzp = =  yz
2 2 
d zx
p
3 d p
3  p d zx = =  zx
p

 =
p
ij 2 2 
2 
ij

Equações constitutivas viscoplásticas

3 d
d  ijp =  ij
2 H

46
Auto Estudo

Capítulo 3 e 4

47

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