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Mecânica dos solos computacional

Paulo Ivo Braga de Queiroz

20 de fevereiro de 2014
Resident evil (2002)

Figura: Laser scene


The cell (2000)

Figura: Horse scene


“Gedankenexperiment”

(a) corpo inteiro (b) corpo seccionado

Figura: Esforços internos


O conceito do vetor-tensão

~1
F
~1 ~2
F ~
T
A
~2
A ~n
~3
~3 F
A

~ = lim ~ ~
F
Figura: Vetor-tensão: T |A|→0 |~A|
O tensor de tensões

τab  
~a - vetor área σx τyx
~b - vetor tensão τxy σy
Tensões normais: σa = τaa

σy
τyx
σx τxy
τxy σx
τyx
σy
(a) eng. mecânica (b) errada (c) geotecnia

Figura: Tensor de tensões bidimensional


O tensor de tensões
σz

σx τyx τzx
 τzy
 τxy σy τzy  τzx
τxz τyz σz τxy
σx
τyx

τxz
τyz σy
z

x
y

Figura: Tensor de tensões tridimensional


Volume Elementar Representativo

vazio
sólido
contato

microscópica REV macroscópica

Figura: Propriedades médias em função da escala


Rotação de sistemas de coordenadas

    
Tx 0 cos(θ) sin(θ) Tx
=
Ty 0 − sin(θ) cos(θ) Ty

y
y0

x0
Ty

Tx 0

Ty 0
θ x
Tx
Figura: Rotação das componentes de um vetor-tensão
Rotação de sistemas de coordenadas

τnx = σx nnx + τyx nny


= σx cos(θnx ) + τyx cos(θny )
τny = τxy nnx + σy nny
= τxy cos(θnx ) + σy cos(θny )

τny

σx θnx τnx

τxy
τyx
σy

Figura: Componentes do vetor-tensão em um plano qualquer


Vetores-tensão nas faces de um elemento rotacionado

τx 0 x = σx cos(θx 0 x ) + τyx cos(θx 0 y ) = σx cos(θ) + τyx sin(θ)


 
cos(θ)
= {σx τyx }
sin(θ)
τx 0 y = τxy cos(θx x ) + σy cos(θx 0 y ) = τxy cos(θ) + σy sin(θ).
0
 
cos(θ)
= {τxy σy }
sin(θ)
τy 0 x = σx cos(θy 0 x ) + τyx cos(θy 0 y ) = −σx sin(θ) + τyx cos(θ)
 
− sin(θ)
= {σx τyx }
cos(θ)
τy 0 y = τxy cos(θy 0 x ) + σy cos(θy 0 y ) = −τxy sin(θ) + σy cos(θ).
 
− sin(θ)
= {τxy σy }
cos(θ)
Rotação de sistemas de coordenadas
    
τx 0 x τy 0 x σx τyx cos(θ) − sin(θ)
=
τx 0 y τy 0 y τxy σy sin(θ) cos(θ)
 
σx 0 τy 0 x 0
=
τx 0 y 0 σy 0
   
cos(θ) sin(θ) σx τyx cos(θ) − sin(θ)
− sin(θ) cos(θ) τxy σy sin(θ) cos(θ)
Fazendo-se todas as multiplicações de matrizes, obtém-se,
considerando-se τxy = τyx ,

σx 0 = σx cos2 (θ) + 2τxy sin(θ) cos(θ) + σy sin2 (θ)


τy 0 x 0 = [σy − σx ] cos(θ) sin(θ) + τxy [cos2 (θ) − sin2 (θ)]
τx 0 y 0 = [σy − σx ] cos(θ) sin(θ) + τxy [cos2 (θ) − sin2 (θ)]
σy 0 = σx sin2 (θ) − 2τxy sin(θ) cos(θ) + σy cos2 (θ)
Rotação de sistemas de coordenadas

1 + cos(2θ)
cos2 (θ) =
2
2 1 − cos(2θ)
sin (θ) =
2
1
cos(θ) sin(θ) = sin(2θ),
2
tem-se que
   σx +σy    σx −σy 
σx 0 2
cos(2θ) sin(2θ) 2
= +
τx 0 y 0 0 − sin(2θ) cos(2θ) τxy

   σx +σy    σ −σ 
σy 0 2
cos(2θ) sin(2θ) − x2 y
= + .
−τx 0 y 0 0 − sin(2θ) cos(2θ) −τxy
Invariantes do estado de tensões (2D) - Circunferência de
Mohr
τ
(p, q) (σx 0 , τx 0 y 0 )

θ (σx , τxy )

σ3 σ1 σ

(σy , −τxy )

(σy 0 , −τx 0 y 0 )
  r 2
σx +σy σx −σy 2 =q
Centro: 2 ,0 = (p, 0) Raio: 2 + τxy
r r
σx −σy 2 σx −σy 2
 
σx +σy 2 σx +σy 2
σ1 = 2 + 2 + τxy σ3 = 2 − 2 + τxy
Invariantes do estado de tensões (3D)

   
σx τyx τzx 1 0 0
σ x + σ y + σ z 
[Sij ] =  τxy σy τzy  − 0 1 0 
3
τxz τyz σz 0 0 1
 2σ −σ −σ 
x y z
3 τyx τzx
−σx +2σy −σz
=  τxy τzy
 
3 
−σx −σy +2σz
τxz τyz 3
I1 = σx + σy + σz
     
S22 S23 S11 S13 S11 S12
J2 = det + det + det
S32 S33 S31 S33 S21 S22
 
S11 S12 S13
J3 = det  S21 S22 S23 
S31 S32 S33
Invariantes do estado de tensões (3D)
σIII
tico σIII
stá
d2 hidro
eixo

d1 θ
σII

σI σII
σI
(a) I1 e J2 (b) J3

I √
d1 = √1 = 3p
3
r
p 2
d2 = −2J2 = q
3
"   #
3 3/2
 
1 27 J3 1 J3 π π
θ = − arcsin 3
= − arcsin ,− < θ <
3 2 q 3 2 −J2 6 6
Tensões efetivas

σ At =u(At − Ac)+σs Ac
σ At = uAt +σ 0 At

Ac At

σc
u τ
(σx0 , τxy ) (σx , τxy )

σ
(σy0 , τyx ) (σy , τyx )
u

(c) Esforços em uma seção (d) Diagrama de Mohr

σx0 0
     
σx τyx τyx u 0
= 0 + .
τxy σy τxy σy0 0 u

σy − σx = (σy0 + u) − (σx0 + u) = σy0 − σx0 .


Trajetórias de tensões na amostragem
σv −σh
q= 2

σv +σh
p= 2
σh0 σv0 σh0 σv0

Solo normalmente adensado (Jaky, 1944):

σh0
K0,nc = = 1 − sin(φ0 )
σv0

Solo sobreadensado (Kulhawy e Maine, 1982):

σh0 0
K0,oc = 0
= K0,nc · OCR sin(φ )
σv

Solo amostrado: σv0 = σh0 = sucção


Ensaio Triaxial
Anel de carga (F) σa = FA + σr
σa0 = σa − u
Pistão
σr0 = σr − u
Cápsula de topo (A) εa = ∆hh
εh = 12 ∆V 1
V − 2 εa
O-ring
Membrana de borracha

Corpo de prova (h, V )


Câmara Entrada e saı́da de água
da câmara
Pedestal
Transdutor de pressão Transdutor de pressão
de poros (u) (σr )
Transdutor volumétrico
Prensa (∆h) (∆V )
Entrada e saı́da de água
dos poros da amostra
Ensaio Triaxial

Tipos de ensaio quando à velocidade de carga:


1. Não consolidado, não drenado
2. Consolidado, não drenado
3. Consolidado, drenado
Tipos de ensaio quanto à trajetória de tensões:
1. Compressão axial: pistão descendente; pressão na câmara
constante
2. Extensão axial: pistão ascendente; pressão na câmara
constante
3. Compressão lateral: pistão ascendente; pressão na câmara
crescente
4. Extensão lateral: pistão descendente; pressão na câmara
decrescente
Trajetórias de tensões na consolidação

σa −σr
q= 2

σa +σr
p= 2
σh0 σv0

Consolidação isotrópica: σr = σa
Consolidação tipo K0 : σr = K0 σa
Trajetórias de tensões totais no ensaio triaxial

σa −σr
q= 2

σa +σr
σh σv σh σv p = 2
σv σh σv σh

Compressão axial
Extensão lateral
Compressão lateral
Extensão axial
Ensaio de compressão triaxial não drenado - amostra
normalmente adensada

Ao longo de todo o ensaio: u > 0 → p 0 < p


Ensaio de compressão triaxial não drenado - amostra
sobreadensada

No final do ensaio: u < 0 → p 0 > p


Envoltórias de resistência - ensaio de compressão axial

τ φ0

c0

Figura: Envoltória de Mohr-Coulomb

Mohr-Coulomb: τ ≤ c 0 + σ 0 tan(φ0 )
Tração: σ ≥ 0
A superfı́cie de escoamento de Tresca

σIII
Eixo hidrostático

σII

σI

max(|σI − σII |, |σII − σIII |, |σIII − σI |) = 2k.


A superfı́cie de escoamento de von Mises

σIII
Eixo hidrostático

σI σII

(σI − σII )2 + (σII − σIII )2 + (σIII − σI )2 = 2σY2 .


A superfı́cie de escoamento de Mohr-Coulomb
σIII

Eixo hidrostático

σII

σI

|σI0 − σII0 | = sin(φ0 ) σI0 + σII0 + 2c 0 cot(φ0 )


 

|σII0 − σIII
0
| = sin(φ0 ) σII0 + σIII
0
+ 2c 0 cot(φ0 )
 
0
− σI0 | = sin(φ0 ) σIII
 0
+ σI0 + 2c 0 cot(φ0 )

|σIII
A superfı́cie de escoamento de Drucker-Prager
σIII

Eixo hidrostático

σII

σI

q 6 sin(φ0 )
=
p 0 + c 0 cot(φ0 ) 3 − sin(φ0 )

p 0 , q de Cambridge – extensão da envoltória para σ1 > σ2 = σ3


(Compressão axial e Extensão lateral)
Escoamento de metais

Figura: Pontos de escoamento observaro em tração e torção combinadas


em cobre recozido, com vetores de deformação plástica (Muir Wood,
1990 apud Taylor e Quinney, 1931)
Escoamento de solos

Figura: Traço de superfı́cies de escoamento para a argila da Baı́a de São


Francisco (Abelev e Lade, 2004 apud Kirkgard e Lada, 1993)
Envoltórias de resistência - p 0 , q MIT (2D)

σa0 −σr0
q= 2

q = p 0 sin(φ0 ) + c 0 cos(φ0 )

σa0 +σr0
p0 = 2

q = −p 0 sin(φ0 ) − c 0 cos(φ0 )
Envoltórias de resistência - p 0 , q Cambridge (3D)

q = σa0 − σr0

q 6 sin(φ0 )
p 0 +c 0 cot(φ0 ) = 3−sin(φ0 )

σa0 +2σr0
p0 = 3

0
6 sin(φ )
q
p 0 +c 0 cot(φ0 ) = − 3+sin(φ 0)
Envoltórias de resistência

σ
σ3 σ1
Figura: Envoltória de Hoek-Brown – maciços rochosos

a
σ0

Hoek-Brown: σ10 ≤ σ30 + σci mb σci3 + s
Envoltórias de resistência

Figura: Envoltória de Patton – descontinuidades em rocha

Critério de Patton: τ = σn tan(φb + i)


Envoltórias de resistência

25

20

15
τ

10

0
0 10 20 30 40 50 60
σ

Figura: Critério de Barton-Bandis (1990) – descontinuidades em rocha

h  i
Critério de Barton-Bandis: τ = σn tan φr + JRC log10 JCS
σn
Empuxos de terra
τ

45◦ +
φ
2
σ
φ
45◦ −
2

Figura: Empuxo ativo e passivo


Deformações elásticas

σx σy σz
εx = −ν −ν ,
E E E
σx σy σz
εy = −ν + −ν ,
E E E
σx σy σz
εz = −ν −ν + ,
E E E
2(1 + ν)
γxy = τxy ,
E
2(1 + ν)
γyz = τyz ,
E
2(1 + ν)
γzx = τzx .
E
Deformações elásticas

1
− Eν − Eν
    
εx E 0 0 0 σx
 εy   − Eν 1
E − Eν 0 0 0  σy 
− Eν − Eν 1
    

 εz  
= E 0 0 0 
 σz 
,
1

 γxy   0
  0 0 G 0 0 
 τxy 

1
 γyz   0 0 0 0 G 0  τyz 
1
γzx 0 0 0 0 0 G τzx
E
G= 2(1+ν)
Deformações elásticas

1−ν
    
σx ν ν 0 0 0 εx

 σy 


 ν 1−ν ν 0 0 0 
 εy 


 σz  
 = A ν ν 1−ν 0 0 0 
 εz 
,
1

 τxy 


 0 0 0 2 −ν 0 0 
 γxy 

1
 τyz   0 0 0 0 2 −ν 0  γyz 
1
τzx 0 0 0 0 0 2 −ν γzx
E
A= (1−2ν)(1+ν)

σx + σy + σz
= K (εx + εy + εz )
3
onde
E
K= .
3(1 − 2ν)
Deformações elásticas incrementais

δp 0 1 2
δσa0
    
= 3 3
δq 1 −1 δσr0
    
δεp1 2 δεa
= 2
δεq − 32 δεr
 e   13  0 
δεp 0 δp
e = K0 1
δεq 0 3G 0 δq
Deformações elásticas incrementais

δσa0 1 23 δp 0
    
=
δσr0 1 − 31 δq
  1   
δεa 1 δεp
= 31
δεr − 21 δεq
 0   30  e 
δp K 0 δεp
= 0
δq 0 3G δεeq
Deformações plásticas incrementais

" #
∂f ∂g ∂f ∂g
δεpp δp 0
  
−1 ∂p 0 ∂p 0 ∂q ∂p 0
=
δεpq ∂p00 ∂g ∂p00 ∂g ∂f ∂g ∂f ∂g
 
∂f
+ ∂p 0 ∂q ∂q ∂q
δq
∂p00 ∂εpp ∂p 0 ∂εpq ∂q

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