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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ENSINO DA


EDUCAÇÃO INFANTIL DE UMA ESCOLA
PRIVADA NO INTERIOR DO CEARÁ

Conference Paper · November 2017

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Francisco Jeci de Holanda


Centro universitário católica de Quixadá-Unicatólica
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XVII ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
Universidade de Fortaleza
16 a 18 de outubro de 2017

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ENSINO DA EDUCAÇÃO INFANTIL


DE UMA ESCOLA PRIVADA NO INTERIOR DO CEARÁ
1 2
Francisco Jeci de Holanda * (PG),Ingrid Medeiros Camelo (PQ).

1.Pós- Graduando em Fisiologia do Exercício na Saúde e no Desempenho- Centro Universitário Católica de


Quixadá-CE. Membro do Grupo de Pesquisa em Comportamento Motor da Unicatólica.
2.Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE.

holandajeci@bol.com.br

Palavras-chave: Aprendizagem.Criança.Estrutura.Avaliação. Aula.

Resumo
Educação Infantil tomou maiores proporções nas últimas décadas em termo de qualidade e
quantidade no Brasil. O estudo tem como objetivo analisar o processo de ensino-aprendizagem
nas aulas de Educação Física na Educação Infantil em uma escola, situada em um município do
interior do interior do Ceará. O estudo é de caráter exploratório, descritivo, de natureza qualitativa,
tendo como principal característica a observação. A mostra foi construída por 40 alunos da
Educação Infantil (20 do infantil IV e 20 do infantil V), respectivamente, crianças de 4 e 5 anos de
idade, sendo 20 do sexo masculino e 20 feminino. As aulas foram observadas durante 8 meses,
mediante 8 horas semanais e sempre pelo período da manhã. Observou-se o desenvolvimento de
atividades que contemplam diferentes ritmos corporais, psicomotoras e atividades da expressão
corporal da criança, em como atividades estimuladoras de percepções de espaço e de tempo.
Com os resultados aqui descritos e discutidos, acredita-se ocasionar reflexões e, por
consequência, novas ações docentes e maiores ações interventivas nos meio educacional.

Introdução
O acesso à educação no que diz respeito às crianças com idade inferior a sete anos tomou
maiores proporções nas últimas décadas do século XX, tanto em termos quantitativos, ou seja,
números de matrículas em creches e pré-escolas, quanto qualitativos, em relação à melhoria da
estrutura e do ensino das instituições educacionais. Tais mudanças têm fortes influências da
urbanização, do crescimento econômico e financeiro, bem como do ingresso das mulheres no
mercado de trabalho (CAMPOS et al., 2011; KRAMER; NUNES; CORSINO, 2011).
Com isso, é importante destacar as abordagens pedagógicas construtivista, psicomotora e
a desenvolvimentista, nas quais exerceram/exercem influências nas práticas pedagógicas na
Educação Infantil, sendo estas, relevantes na aquisição de novas habilidades e competências,
tanto cognitivas quanto motoras (MARTINS, 2015).
1
Dessa forma, a Educação Física escolar nesse nível de ensino tem recebido mais atenção
das políticas públicas educacionais e da comunidade escolar (MARTINS; SCOTTÁ; MELLO,
2016), obtendo mais reconhecimento das esferas políticas e sociais em relação as suas
contribuições no desenvolvimento físico, cognitivo e socioafetivo das crianças.
Contudo, A Educação Física sempre foi alvo de discussão sobre as suas possíveis
contribuições na Educação Básica (OLIVEIRA; MARTINS; PIMENTEL, 2013; CARVALHO et al.,
2015), se estendendo mais ainda quando o assunto é Educação Infantil. Desse modo, buscar na
realidade como acontece e quais os desafios da docência ao atuar nesse nível de ensino é de
suma importância para novas tomadas de decisões.
Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo analisar o processo de ensino-
aprendizagem nas aulas de Educação Física na Educação Infantil em uma escola privada do
interior do Ceará.

Metodologia

O estudo é de caráter exploratório, descritivo segundo (GIL, 2008). Descrever as


características de determinados indivíduos em sociedade. O estudo caracterizar de natureza
qualitativa, tendo como principal característica a observação. A mostra foi construída por 40
alunos da Educação Infantil (20 do infantil IV e 20 do infantil V), respectivamente, crianças de 4 e
5 anos de idade, sendo 20 do sexo masculino e 20 feminino. Todos os alunos estavam
regularmente matriculados em uma escola privada do município de Quixadá-CE. A professora
preceptora é graduada em Licenciatura em Educação Física, a qual leciona nesse nível de ensino
há 6 anos. As aulas foram observadas durante 6 meses, mediante 6 horas semanais e sempre
pelo período da manhã. Foi realizada uma busca dos artigos científicos nas bases de dados
Scielo, Google acadêmico, Pubmed, Bireme.
Inicialmente foi realizada uma pesquisa documental com base no RCNEI e em outros
documentos que norteiam esse nível de ensino. Logo após, foram realizadas observações das
aulas sob a supervisão do professor titular da turma. Desse modo, fez-se necessário utilização de
um diário de campo das observações realizadas, sendo analisadas via técnica de análise
temática.
O instrumento utilizado para avaliar o desenvolvimento da criança. Devido escassez de
instrumento padronizado no Brasil para avaliação da criança será utilizado um instrumento
Internacional ASQ-Br e um questionário contendo perguntas e questões em modelo de
entrevista; sendo respondido pelo professores ou pais em crianças de 6 meses a 5 anos de idade
(WOODWARD et al., 2011). No estudo foi aplicado dentro dos princípios éticos do conselho
nacional de ciência, os pais das crianças fizeram a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido(TCLE).

Resultados e Discussão

2
A partir das observações constatamos o desenvolvimento de atividades que contemplam
diferentes ritmos corporais, brincadeiras/brinquedos cantados e ritmados e conhecimento sobre o
corpo. Observou-se também que as atividades mais vivenciadas são de pinturas (desenvolvendo
habilidades motoras finas) e jogos de construções (estimulando a percepção de formas e
tamanhos). Ainda foi verificado que os conteúdos são trabalhados de forma lúdica, sendo os
jogos, esportes e brincadeiras recreativas as atividades preferidas das crianças. Segundo Leal et
al. (2015). Tem-se aumentado a procura por atividades que possibilita ganhos significativos no
desenvolvimento corporal e nas habilidades motoras.
Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998), o
profissional de Educação Física deve oportunizar as crianças vivências capaz de ampliar as
possibilidades de movimentos, bem como desenvolver capacidades físicas, como força,
velocidade, resistência e flexibilidade. Por fim, adequar-se continuamente da sua imagem
corporal.
Em consonância com os nossos resultados, Mariano e Altmann (2016) ao observarem
crianças em um município da Região Metropolitana de Campinas-SP, constataram que há
vivências de atividades que promovem experiências corporais, sem a predominância de filas,
contribuindo para não estereotipagem de meninos versus meninas. Esta temática encontra-se em
discussão na literatura atual (PEREIRA, OLIVEIRA, 2016; FINCO 2016).
Contudo, atividades como pinturas, recortes e colagens são elementos bastante
enriquecedores no desenvolvimento das crianças, sendo de autovalor na aquisição de novas
habilidades. Vale ressaltar que estas atividades são vivenciadas na realidade estudada.
Corroborando com os achados, Raniro e Sigolo (2014) ao revelarem proposições de 15 (quinze)
crianças de Ensino Fundamental e Infantil, evidenciou que as atividades de desenho seguido de
pintura, fazem presentes nas atividades didático-pedagógicas.
Por conseguinte, brinquedos e crianças são dois termos indissociáveis (ou deveria ser).
Portanto, a construção de brinquedos, assim como foi evidenciado nas turmas observadas, é
importante para que o aluno participe da própria estrutura de aprendizagem, quer seja motora
e/ou cognitiva. No que se refere às habilidades motoras, Brito, Citadella e Ferreira (2015) ao
proporcionarem experiências com materiais alternativos (jornais, garrafas pet e caixas de
papelão) concluíram que a construção e utilização dos mesmos, contribuem para aplicação de
diferentes atividades que estimulam o desenvolvimento motor.
Dessa forma, recursos didáticos como brinquedos, jogos e outros implementos pedagógicos
nem sempre atendem a necessidade dos professores e alunos de creches e pré-escolas, assim
como foi constatado nos achados desse estudo. Em contrapartida, Brandão, Trevelin e Pissaia
(2016) ao identificarem situações de diferentes unidades escolares que atendem esse nível de
ensino no município de Matão-SP, concluíram que há uma boa estrutura física e diversidades de
materiais. .

3
Conclusão

Conclui-se que a Educação Física na Educação Infantil tem conseguido resultados


satisfatórios, buscando ofertar uma formação integral para crianças, ou seja, contemplando tanto
os aspectos motores, quanto cognitivos e socioafetivos. Por outro lado, conta com alguns
impasses, que diz respeito à estrutura física e a escassez de materiais pedagógicos.
Com os resultados aqui descritos e discutidos, acredita-se propiciar reflexões e, por
consequência, novas ações docentes (construtivas) e uma maior intervenção de políticas públicas
educacionais para com esse nível de ensino. Nessa perspectiva, sugerimos novos estudos, que
busquem identificar outros fatores que contribuem para a qualidade do processo de ensino-
aprendizagem na Educação Infantil.

Referências

BRANDÃO, C. F.; TREVELIN, F. G. O.; PISSAIA, V. H. A educação infantil e o plano municipal de


educação do município de Matão (SP): atendimento à demanda e infra-estrutura. Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 1, p. 36-48, 2016. Disponível
em:<http://seer.fclar.unesp.br//article/view/7160>. Acesso em: 29 de julho de 2017.

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dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 2014. Disponível
em:<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13005-25-junho-2014-778970-
publicacaooriginal-144468-pl.html>. Acesso em: 29 de julho de 2017.

BRITO, G. E. G.; CITADELLA, T. H.; FERREIRA, V. J A. O desenvolvimento das habilidades


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CAMPOS, M. M.; ESPOSITO, Y. L.; BHERING, E. ; GIMENES, N.; ABUCHAIM, B. A qualidade da


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Jan./Apr. 2011.

CARVALHO, M A. A.; RIBEIRO, D. S. S.; REIS, A. R.; CÉZAR, G. P. J.; SANTANA, J. W. S. O


papel do professor de educação física na educação infantil: Contribuições no processo de ensino-
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1, n. 1, 2015. Disponível em: <http://anais.meefpe.org/index. php/epeef/articl/view/51> .Acesso
em: 30 de julho de 2017.

FINCO D. F. Relações de gênero nas brincadeiras de meninos e meninas na educação


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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

KRAMER. S.; NUNES, M. F. R.; CORSINO, P. Infância e crianças de 6 anos: desafios das
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4
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MARTINS, R. L. D. R.; SCOTTÁ, B. A.; MELLO, A. S. PIBID, EDUCAÇÃO INFANTIL E


EDUCAÇÃO FÍSICA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS CENTRADAS NAS CRIANÇAS Nuancem:
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RANIRO, C.; SIGOLO, S. R. R. L. Pré-escola ou primeiro ano do Ensino Fundamental?
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646, 2011.

Agradecimentos
Agradecemos ao Centro Universitário Católica de Quixadá-CE.

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