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ROSE, Gillian. Feminism & Geography. The limits of Geographical Knowledge.

Cambridge: Polity Press, 1993, p. 137- 143 / 150 - 160.

ALGUMAS POLÍTICAS DO ESPAÇO PARADOXAL

Este capítulo do livro concentra-se na imaginação espacial do que Teresa de Lauretis (1987)
tem chamado de "o sujeito do feminismo". Este sujeito do feminismo é de um sentido
particular de identidade do sujeito original. Eu sugiro que se imaginam espaços que não são
estruturados através das afirmações masculinistas. De Lauretis argumenta que a construção
do sujeito do feminismo é um projeto político – "uma estratégia pessoal-política de
sobrevivência e resistência que é também, ao mesmo tempo, uma prática crítica e um modo
de conhecimento - que tenta substituir o patriarcal dualismo homem / mulher. Isto tenta
afirmar primeiramente a importância de outros eixos da identidade social. Teresa de Lauretis
insiste que para a sair do campo de conhecimento masculinista, o feminismo tem que pensar
além da diferença sexual: no desafio à alegação de que o domínio patriarcal homem / mulher
é exaustivo, o sujeito do feminismo deve ser posicionado em relação às relações sociais que
vão além do gênero. O sujeito do feminismo é, assim constituído...
não apenas pelas diferença sexual, mas em toda a representação linguistica e
cultural; um sujeito de gênero no experienciamento da raça e classe, como bem das
relações sexuais; portanto, um sujeito não unificado, mas múltiplo, e não apenas
dividido como contraditório.

E se a mediação da feminilidade por outras identidades sociais devem ser central para
feminismo, segue-se, diz de Lauretis, que "as diferenças entre as mulheres podem ser melhor
entendida como diferença dentro das mulheres... o sujeito feminino é um local de diferença".
O sujeito do feminismo abraça estas diferenças, a fim de se desviar do masculinismo.
A segunda maneira em que o sujeito do feminismo desafia o dualismo homem / mulher, de
acordo com De Lauretis, é a indicação da possibilidade de ir além dos discursos dominantes
de identidade. Ela sugere que, assim como as posições dos sujeitos são interpeladas pelos
discursos dominantes, o sujeito do feminismo também se representa, e que esta auto-
representação pode desafiar a exaustividade dos masculinismo. Sua sugestão é que este
desafio assume uma forma não explícita, prescritiva, uma alternativa utópica a organização
prevalecente do poder, mas sim de um sentimento de que existem outras possibilidades além
do discursivo status quo. Esta é uma forma de pensar que não é representada no discurso
masculinista, mas que as próprias mulheres podem dar um sentido não articulado. (...) Este
segundo aspecto do sujeito do feminismo parece-me que descreve exatamente a intenção das
geografias feministas subversivas - a nossa suspeita de que há algo diferente acontecendo
além do que a nossa disciplina pode dizer.
Tanto as diferenças dentro do sujeito do feminismo e da possibilidade de sua auto-
representação, têm sido articuladas pelas feministas através de imagens espaciais. Sua
constituição através de diversas identidades, por exemplo, é muitas vezes relacionada em
termos de uma “política de localização". Estes termos implicam que qualquer pessoa pode ser
localizada dentro de matrizes materiais e discursivas particulares de poder, resistência e
subjetividade. Os detalhes de localização em relações complexas de poder também
descrevem os locais das diferenças de alguns sujeitos particulares do feminismo. (...)

(...) Este espaço é multidimensional, em movimento e contingente. É também paradoxal (...)


quero dizer que o espaço que seria cartografado exclusivamente em um mapa bidimensional -
centro e margem, insider e outsider - são ocupados simultaneamente. De Lauretis
argumentam que, devido à sua constituição, bem como através de sua resistência aos
discursos do masculinismo, o sujeito do feminismo está em dois lugares ao mesmo tempo.
(...)

"É um movimento entre o (representado) e o que a representação deixa de fora, ou


mais precisamente, tornado irepresentável. É um movimento entre o (representado)
espaço discursivo da posição disponibilizada pelos discursos hegemônicos e o
espaço-off, o outro lugar, os outros discursos..., há dois tipos de espaços, que não
estão nem em oposição um ao outro, nem ao longo de uma cadeia de significação,
mas que coexistem em simultâneidade e contradição. O movimento entre eles,
portanto, não é a de um dialetica de integração, de uma combinatory, ou de uma
diferença, mas é a tensão da contradição, da multiplicidade e heteronomia. "

O espaço paradoxal aparece com freqüência nos trabalhos das feministas que compartilham
as preocupações De Lauretis sobre a diferença. Outras feministas falam das viagens feitas
"dentro do movimento para frente e para trás": de como "a textura dos pontos de partida e de
chegada são intesecções perpétuas de origem e destino"; que quando "voltamos no passado,
alargamos a espiral e nunca voltamos para o mesmo lugar onde aconteceu a infância,
primeiro em nossas famílias, com nossas mães e pais"; "Tons de extrema localização, do
intimamente pessoal e individualizado corpo, vibrante no mesmo campo que as emissões
globais de alta tensão"; identidades são um processo entre" desterritorialização e
reterritorialização"; "confronto e aceitação de uma dispersão e fragmentação, como parte da
construção de uma nova ordem mundial que revela mais plenamente onde estamos, e o que
podemos nos tornar"; "cada outsider é um alongamento; a diferença entre a distância e a
proximidade, nem sempre é distância. Essas noções de espaço, localização, lugar, posição,
mapeamento e paisagem implicam radicalmente geometrias heterogêneas. Eles são vividos,
experienciados e sentidos. Eles também articulam argumentos específicos sobre poder e
identidade. Suas complexas e contraditórias espacialidades são um "tipo de precária
geometria conceitual não Euclidiana", que fala de poder, resistência e ao reconhecimento da
diferença. Então eu argumento que este sentido paradoxal de espaço pode desafiar as
exclusões da geografia masculinista. (...)

Por Que Pensar Sobre o Espaço e o Sujeito do Feminismo?

Um interesse no trabalho realizado pelas imagens espaciais na teoria contemporânea não é


incomum; as imagens espaciais estão se proliferando na teoria social e cultural. Hebdige tem
sugerido duas razões para a sua popularidade. Primeiro, ele observa a assombrosa mudança
da geografia sócio-econômica, entre outras geografias que estão sendo traçadas: globalização,
compressão tempo-espaço e localização. Em segundo lugar, Hebdige aponta para a influência
intelectual de Foucault. Ele sugere que Foucault rejeita a teleológica versão da história, e seu
resgate do espaço "mortos, o fixo, não dialético e imóvel", tendo encorajado muitos outros a
pensar a espacialidade. Contudo, é questionável se a sua genealogia é apenas aplicável às
feministas. Obviamente as feministas estão respondendo ao chamado mundo pós-moderno, e
alguns têm explicitamente trabalhado com as idéias de Foucault (embora seus escritos tenham
dado relevância à sexualidade ao invéz do espaço). Mas penso que o uso feminista destas
imagens também tem uma trajetória. Também existe nesta trajetória uma história intelectual
materialmente embutida, mas com uma geografia muito diferente das narrativas econômico-
globais que são geralmente construídas de forma a contextualizar o pensamento pós-
moderno. Considere esta parábola, dita por Marilyn Frye, para concluir sua discussão da raiva
como uma demanda por respeito, e dos limites localizados nas mulheres que é expressão de
raiva:

duas mulheres não vivem, em caminhos diários e detalhados, em espaços


idênticamente criados por variações identicas do conceito de mulher ... para melhor
ou para pior, no entanto, em cada uma de nossas vidas, outros conceitos de nós são
revelados pelos limites da inteligibilidade da nossa raiva. A raiva pode ser
instrumento de cartografia. Ao determinar onde, com quem, sobre o quê e em que
circunstâncias podemos enfurecer e obter aceitação, podemos mapear outro
conceitos de quem e o que somos.
Uma mulher teve esse pensamento em sua casa; caminhando ela nas partes do
apartamento, não infelizmente, com seu jovem marido, testando na imaginação a
viabilidade de sua raiva - em que situações poderia trabalhar, permitindo obter
aceitação. Ela descobriu que o padrão era muito simples e claro. (...) Ela podia
enfurecer livremente na cozinha, e de forma mais limitada na sala. Ela não podia
enfurecer no quarto.
Furia. Domínio. Respeito.

A geografia doméstica de Frye traça quê papéis as mulheres têm na sociedade patriarcal:
existe uma expectativa que ela seja uma dona de casa na cozinha, o local do seu trabalho
doméstico, ela pode desafiar seu marido, enfurecer, falar com autoridade, ser ouvida, "e obter
aceitação". Mas no quarto ela não tem nenhuma autoridade para falar de forma independente.
Lá ela não pode falar o que pensa, mas apenas ser eloqüente com o corpo, com o prazer. Sua
geografia cotidiana é a cozinha e o quarto – ruas, locais de trabalho e vizinhança - é a
geografia da espacialidade de muitas mulheres, e do feminismo também. Penso que o
feminismo é a tomada de consciência da política do quotidiano, sempre teve uma consciência
muito forte da intersecção entre espaço e poder - e o conhecimento. Como De Lauretis diz,
isto é "uma prioridade epistemológica que o feminismo tem localizado no pessoal, no
subjetivo, no corpo, no sintomático, no cotidiano, como o próprio local de inscrição material
da ideologia". De Lauretis também localiza a luta pela auto-representação do sujeito do
feminismo no cotidiano e sua "constelação ou configuração de efeitos de significado".
O minha própria opinião sobre espaço e poder – opinião que tem em grande parte motivação
neste capítulo - certamente vêm de minhas próprias experiências no espaço cotidiano. Eu
tenho um forte sentido de espaço como opressivo, por exemplo, devido ao medo de andar à
noite na cidade em que moro. Tenho que dizer os termos do meu receio em termos de espaço:
quando me senti ameaçada, o espaço que me rodeava me sufocava com uma opacidade que
rouba o meu direito de estar ali; eu não podia olhar em volta, os detalhes do entorno me
inundavam, a inocente transparência das ruas vazias transformava-se em lentes plasticas
agressivas em mim. O espaço torna-se quase como um inimigo em si. Este medo é em parte
sobre ser definida como uma mulher. Isso significa que posso sonhar para além do
patriarcado, talvez como nas palavras de Susan Griffin:

Não estamos mais articuladas para o direito de falar: temos falado: o espaço mudou,
estamos vivendo em uma matriz de nossos próprios sons; ressoam nossas palavras,
por um gráfico que reflete a nossa própria geografia; reconhecemos esta nova
paisagem como nosso lugar de nascimento, onde inventaram nomes para nós; aqui a
linguagem não contradiz o que sabemos, pelo que ouvimos, nós somos movidoa
novamente e novamente para a palavra.

Eu imagino o estar generificado como um significado feminino imaginado além da captura.


Não sei o que isto seria em outros locais; mas estou certa do que isto não seria aqui e agora.
Os argumentos do presente capítulo são parciais; eles dependem de minhas experiências. Eu
não posso oferecer-lhes um pensamento sobre o espaço na geografia como uma nova
ortodoxia feminista. Entretanto, estas experiências não são apenas minhas. (...)

O Espaço Paradoxal do Sujeito do Feminismo

A violência implícita no imaginário espacial do sujeito masculino branco é a maior razão


pelas quais as feministas têm atentado para um pensamento sobre uma diferente
subjetividade. Não queremos ser nem a vítima nem o autor de experiências de remoção,
exílio, prisão e esquecimento. O projeto do sujeito do feminismo é compreender a
"positividade da alteridade". Resistir à exclusão das subjetividades dominantes é articular-se
através de imagens espaciais. Estas imagens não são utilizadas casualmente; eu argumento
que elas são estruturadas em uma ordem que busca resistir a territorialidade do masculinismo.
Elas oferecem uma sensação de espaço que se recusa a ser uma reivindicação de território e,
portanto, permitindo uma radical diferença. Esta secção delineia o político, o complexo e o
espaço paradoxal.

Geométricas da diferenças

O sujeito do feminismo é compreendido como "um local das diferenças", devido ao impacto
das críticas de formas dominantes do feminismo a partir de outras mulheres ao longo da
última década. As mulheres que não são de classe média, branca, heterossexuais e portadoras
de necessidades especiais, tem interpretado suas experiências e insistido em ser ouvidas. Seus
argumentos têm enriquecido o imaginário espacial do feminismo; como notado no capítulo 6,
por exemplo, que a centralidade da distinção público / privado para o feminismo branco tem
sido desafiada por uma diversidade de distintos trabalhos geográficos, como nas casas e
comunidades do feminismo negro. O imaginário político feminista também foi diversificado
pela adição de interpretações da imigração, ou de exílio, ou de determinadas estruturas da
comunidade, para o feminismo das mulheres de cor. Como Miller tem descrito, as
"geopolíticas de uma poética do gênero", tendo criado um fragmentado e rico imaginário
geográfico no feminismo.
Essas articulações de diferentes estruturas espaciais também têm complexificado os
argumentos sobre o conhecimento socioespacial. Para muitas feministas, o pensamento da
geografia da diferença é extremamente complexo. Esta geografia não pode ser simplesmente
um mapeamento das relações sociais de poder sobre espaços territoriais: masculinidades e
feminilidades sobre espaços públicos e privados, por exemplo. O impacto do feminismo
negro e lésbico é evidente no reconhecimento de que todas as mulheres são sujeitos para a
constituição não apenas do gênero, mas também de uma sexualidade, de uma classe, de uma
raça, de uma religião,e de todo um range de outras relações sociais; as feministas de cor
insistem que estas relações são sempre experienciadas simultaneamente. Para o sujeito do
feminismo, então, "a questão é a dispersão". O espaço social não pode ser imaginado
simplesmente em termos de um território do gênero. A geografia do sujeito principal e de seu
feminismo cúmplice foi rompida por uma diversidade de espacialidades de mulheres
distintas. Então, uma imaginação geográfica está emergindo no feminismo, indicando a
complexidade do sujeito do feminismo, articulado por uma plurilocalidade. No
reconhecimento desta diferença, duas dimensões espaciais no mapa são insuficientes. Em vez
disso, muitas outras estruturas de dimensão espacial são necessárias; como Haraway tem
descrito, as “geométricas da diferença e contradição”.
Assim como esta multiplicidade de dimensões, o sujeito do feminismo depende também de
uma geografia paradoxal. Qualquer posição é imaginada não apenas como localizada em
múltiplos espaço sociais, mas também em ambos os pólos de cada dimensão. É esta tensão
que pode articular um sentido em outro lugar além dos territórios do sujeito principal.

O Paradoxo da Ocupação do Centro e da Margem

Tenho verificado que o território do mesmo é diferenciado entre o centro do mesmo e a


margem do outro. O outro não é outsider do território discursivo do mesmo. Eve Kosofsky
Sedgwick tem explorado este paradoxo, no caso do homossexual e da metáfora do armário;
ela sugere que a imagem do armário representa a homossexualidade como um segredo
público em torno de um certo conhecimento – podendo a ignorância estar o centro. Diana
Fuss também apontam para a complexidade desta dupla posição de gays e lésbicas. Sua
condição de simultaneidade entre insider e outsider produz muitos imprevistos paradoxos:
por exemplo

"Estar fora, na linguagem comum gay... é realmente estar dentro- dentro do


realmente visivel, do dizível, do culturalmente inteligível... [mas] vir para fora é
também não trabalhar para se situar dentro, mas para libertar-se a partir dele"

Estes paradoxos de insider e outsider podem dolorosamente prender os capturados no interior


dos mesmos, mas como Fuss também argumenta, "é possível, utilizando essas palavras
contestadas, valorizando-as, exautando-as, transformá-las nos conceitos históricos que são e
que sempre foram". Aqui vou analisar o potencial subversivo deste posicionamento
paradoxal.
A ruptura do despercebido exaustivo mesmo / outro tentada pela estratégia de oscilação tem
sido imaginada como uma mobilidade entre a posição do centro e margem. Snitow descreve
essa oscilação de uma passagem que está cheia de imagens de mobilidade e acesso:

A decisão nunca pode ser sentida como sólida ou definitiva. Ninguém pode ficar
firme no seu lado, não passa de um repouso em uma posição claramente fiável...
Mesmo quando uma mulher opta pelos sapatos que vai usar hoje (...) Ela decide
sobre o próprio local, o momento e o espectro corrente possível de imagens de
mulher. Seja qual for a nossa posição habitual sobre a divisão, na vida cotidiana nos
deslocamos para frente e para trás, ou como uma mudança metafórica, nós lutamos
pelo que pudermos."

A oscilação como Snitow argumenta é inerente no feminismo, o envolvimento da ocupação


de duas posições de uma só vez, no seu constante movimento entre atrás e a frente: um outro
paradoxo espacial. A desestabilização do mesmo / outro é também parte de outra posição
paradoxal descrita por Patricia Hill Collins. Ela descreve a ocupação simultânea de uma
posição entre insider e outsider, o centro como o posicionamento dentro do outsider. Ela
sugere que esta é uma posição articulada frequentemente por mulheres negras, devido seus
papéis como trabalhadoras domésticas em casas brancas. Lá elas são intimas das crianças da
família, mas também sabem que não pertencem a família, que só são empregadas. Estão e não
estão ali. Collins argumenta que as feministas negras dão uma perspectiva única para as
contradições entre a ideologia e as práticas dos grupos dominantes. É uma posição a partir do
qual a credibilidade deste assunto pode ser comprometida. Frye sugere uma posição similar
para gays e lésbicas brancas, mas permitida por diferentes razões; atuando de forma reta no
centro (insider), mas também como periferia (outsider).
Esta ocupação simultânea de centro e margem pode criticar a autoridade do masculinismo,
então. Outro tipo de espaço paradoxal ajuda algumas feministas a pensar tanto no
reconhecimento das diferenças entre mulheres, como a continuidade da luta por mudanças
com as mulheres. Isto é evidente em algumas recente discussão sobre separatismo. Para estas
feministas mais insistentes na interpretação pós-estruturalista do sujeito posicionado, o
feminismo radical essencialista e estas práticas associadas do separatismo físico são vistas
frequentemente como um momento de passagem de grande importância para o feminismo,
mas com uma política que já não é defensável. A alegação de que apenas a separação dos
espaços das mulheres permite a recuperação da essência de uma identidade feminina é
condenada como um mero reflexo da importância das fronteiras para a subjetividade
hegemônica, com toda a violenta exclusão que isso implica.
Diamond e Quinby, que escrevam um dos epitáfios para o feminismo separatista, descrevem
o separatismo como um “discurso reverso”, que simplesmente inverte o sistema de valores
dominantes sem pôr em causa as suas categorias fundamentais. No entanto, uma espécie de
separatismo não está morto: ainda é defendida por muitos escritores feministas. Há boas
razões para o separatismo: Freedman tem argumentado que no século XIX este "ajudou na
mobilização das mulheres ganhando maior influência política da sociedade", e muitas
mulheres ,continuam a alegar que o separatismo pode dar as mulheres um espaço para
reflexão e meditação, ganhando força e recuperando um sentido de identidade. June Jordan
levanta uma questão crucial: "Qual é o propósito de sua identidade? Essa é a questão. E dai?"
É a forma que eu colocaria na minha abrupta maneira americana". Estando intimamente
ligado a seguinte pergunta: Quais são os limites dos distintos gostos? Separatismo como uma
fortaleza, ou mesmo como o estudo cartesiano, é o feminismo com toda a sua velocidade em
marcha ré. Mas muitas vezes essas não são as imagens defendidas dos espaços separados,
nem são suas lutas objetivas ou universais. Muitas vezes o separatismo é oferecido,
paradoxalmente, como uma forma de pensar sobre a coalizão e a resistência. Esta é a postura
assumida por Barbara Smith, por exemplo. Sua definição preferida de separatismo para
mulheres lésbicas é apenas a inexistência de homens, levando imediatamente seu pensamento
a refletir sobre o que pode ser perdido através do separatismo; ela pergunta o que homens e
mulheres partilham, o que cor e mulheres partilham, quais suas potenciais alianças. Bernice
Reagon também vê a separação em comunidades como de vital importância para decidir
quem você é, mas apenas como uma estratégia temporária; coligações com outros grupos
também são necessárias para evitar o chauvinismo da exclusão. A imagem que ela usa para
comunidades semelhantes é o quarto fechado, que mantém os outros para fora, mas que
também pode se transformar em uma prisão. Pode ser mais dificil que as mulheres encontrem
uma auto contemplação do que reconhecerem a necessidade da alianças para a luta. A
diferença dos outros é reconhecida como alianças estratégicas de luta. Os espaços do
separatimo nesta discussão são também um espaço de interrelações – outro paradoxo.

O paradoxo da existência entre o Mesmo/ Outro e além dos outros locais


A manipulação do campo mesmo/outro, estando ambos separados e conectado, a ocupação
simultânea tanto do centro como da margem, sendo ao mesmo tempo insider e outsider: todos
estes espaços discursivos dependem de um sentido de "em outro lugar" para a sua resistência.
O sujeito do feminismo tem que sentir que existe algo além do patriarcado, a fim de adotar
estas estratégias de subversão. Assim, os paradoxos descritos na subsecção anterior
dependem de um espaço paradoxal, que atravesse os espaços de representação e não
representáveis. Estes espaços não representávies podem reconhecer a possibilidade de uma
diferença radical, como De Lauretis argumenta.
Marilyn Frye descreve um espaço para além da representação, que ela chama lesbianismo.
Frye em reverência ao separatismo argumenta o esforço das mulheres e controlar o acesso
dos homens a elas. Seu ponto é a capacitar das mulheres em definir mais claramente quem
são. "Quando separamos as mulheres (retirar, sair para fora, migrar, dizer não) estamos
simultaneamente definindo e controlando seu acesso. Somos duplamente insubordinadas,
uma vez que nenhum destes é permitido". Mas ela não prescreve como as mulheres vão se
definir; na verdade, ela passa a comemorar o lesbianismo como uma existência precisamente
para além da definição. Ela descreve a sua busca por uma definição de lésbicas como
localizadas em uma "estranha não-localização para além do inaceitável", na qual ela está
"dançando sobre uma região de falhas cognitivas e espaços semânticos negativos, mantidos
apenas pelo ritmo e pela dinâmica do seu próprio movimento, tentando se aprumar nos
abismos que são, concordando geralmente em não existir, para mapear as tensões que as
criaram". Sedgwick também vê as práticas lésbicas como ocupando o realmente não
representável; ela sugere que os discursos diminante podem deixar "nos espaços impregnados
de estigma de recusa o reconhecimento, por vezes também um éter estimulante do não
nomeado, a experiência vivida.
Esta noção de um "éter estimulante" não é, deve ser ressaltado, um simples sentido fora dos
discursos de gênero, raça, classe ou sexualidade; isto é significativo apenas em relação às
ausências nesses discursos – daí a paradoxidade destes imaginários espaciais. Esta
cumplicidade é especialmente evidente nas políticas diaspóricas de muitas mulheres de cor. O
feminismo negro tem falado das comunidades segregadas, da imigração, do exílio, da
diáspora, de um "terceiro mundo" agora encontrado nas ruas de Nova York e Londres, bem
como no hemisfério sul. Falando destes espaços não como unidades naturais que dividem
grupos sociais, mas como parte de uma consciência política de partilha de opressão e
potencial coligação. Em um duplo gesto, a política diaspórica feminista tem dois pedidos:
tanto uma identidade negra dada por um racismo branco como uma base de luta, como a
recusa de ser interpelada como o outro do homem branco, rejeitando o exclusivismo, fazendo
uma reivindicação territorial para a identidade. Esta posição complexa também tem
imaginado um espaço paradoxal que é simultaneamente a razão e a negação da identidade -
"um espaço absurdo" -, a fim de articular uma política de resistência.
O sujeito do feminismo, então, depende de uma paradoxal geografia, a fim de reconhecer
tanto o poder dos discursos hegemônicos como insistir na possibilidade de resistência. Esta
geografia descreve a subjetividade tanto como o prisioneiro como o exilados; ele permite que
o sujeito do feminismo ocupe tanto o centro como a margem, tanto insider como outsider.
Esta é uma geografia estruturado por uma tensão dinâmica entre estes pólos, uma geografia
multidimensional estruturada por uma simultânea diversidade contraditória de relações
sociais. É uma geografia que é tão múltipla, contraditória e diferente como a subjetividade
imaginada sobre isso. Já afirmei como algumas das antinomias que fundam o pensamento
geográfico ocidental são negadas por essa subjetividade feminista: sua encarnação que supera
a distinção entre mente e corpo; sua recusa em fazer uma distinção entre o espaço real e o
metafórico; sua recusa em separar experiências e emoções da interpretação dos lugares.
Todos estes pontos ameaçam as polaridades que estruturam a imaginação geográfica
dominante. Eles fragmentam o peso morto do espaço masculinista, rompendo sua exclusão.
Acima de tudo, permitindo a possibilidade de um tipo diferente de espaço, através do qual as
diferença são tolerada e não apagadas.

Explorações em Diferentes Espaços

O sujeito do feminismo insiste que os espaços são extraordinariamente complexos. A secção


anterior tentou descrever e representar algumas das características específicas dessa
complexidade. A sua multidimensionalidade refere-se a complicada e nunca auto-evidente
matriz histórica, social, sexual, racial e de classe que as mulheres ocupam: sua geometria é
uma extensão entre locais paradoxais. Estes mapas feministas são multiplos e
interseccionados, provisórios e instáveis, exigindo “ainda uma maior habilidade em
cartografia". Quero terminar este livro com os trabalhos de duas feministas quem invocam
essa geografia na compreensão de suas próprias vidas, a fim de pensar sobre uma política de
resistência que reconheça a necessidade do conhecimento da diferença. Tento especificar
algumas das diferenças dos diferentes recursos de suas geografias, que diferem de acordo
com a politica experienciada das mulheres em questão.
Bell Hooks descreve uma política que fragmenta a lógica territorial da masculinidade branca,
descrevendo um lugar tanto dentro como fora da cultura dominante. Seu argumento
desenvolve-se a partir de sua experiência de crescer em uma comunidade negra do Sul,
segregados do centro branco da cidade pelos trilhos. A sua segregação na margem da cidade
desmente a sua importância para a economia da cidade, no entanto, para muitos dos
trabalhadores na área de serviços - sem que a cidade deixe de funcionar - ali vivem. A
comunidade marginal também faz parte da cidade no sentido de que seus limites não são
apenas físicas estradas de ferro, mas também linhas menos tangíveis, como "fronteiras
opressivas estabelecidas pelo sexo, pela raça e pela classe dominante”. Sua pobreza é
estruturada por essas relações sociais. Mas Hooks recusa compreender a sua geografia como
sendo mapeada apenas nestes termos, uma margem definida apenas pela sua relação com o
centro. Ela insiste que isto também pode ser re-pensado, re-imaginado, em um caminho
diferente e libertador, como um lugar de resistencia, e que este re-pensar se realiza a partir de
uma posição diferente, vendo margem e centro como juntos. Hooks descreve isto como um
processo de transgressão, “deslocando-se para fora do lugar". Contudo, esta resistência não é
algo que é facilmente alcançável. Seu ensaio começa por conectar a força da luta com a dor
da recordação, o silenciamento da margem e do centro. Essa dor decorre das dificuldades de
resistência, o alto preço pago por muitas pessoas negras, tomando seu sentimento de que eles
estão no centro racista, e da privação e da exploração, que também fazem parte da margem.
Justamente por causa desta dor do sofrimento, Hooks exige um espaço de resistência, um
espaço onde se é capaz de resgatar e recuperar o passado, os legados de dor, sofrimento e
triunfo, em caminhos que de transformação da realidade atual. Ela argumenta que as novas
interpretações da casa são possibilitadas por experiências em noutros locais. A intersecção
entre a casa e o espaço do centro permite uma nova política de resistência. O falar da margem
exige, portanto, o seu próprio espaço paradoxal, quando teorizar é basear-se em um
sentimento histórico-geográfico. Para Hooks isto produz vozes fragmentadas, múltiplas e
oposicionais: "a fala privada em discurso público, a intervenção íntima, fabricando outro
texto, um espaço que me permita recuperar tudo o que sou na linguagem". Hooks argumenta
que esta posição contém tanto centro como margem. Um espaço resultado de lutas, porque é
um espaço de abertura radical que permite a criação de uma política contra-hegemônica. Ela
convida seu leitor a participar de sua existência. Na reflexão de Hooks, então, não é colocada
em uma geografia territorial imaginada, onde centro e margem estão permanentemente
marcados e mutuamente exclusivos. Em vez disso, ela se posiciona em uma topografia fluída
e multidimensional, duplicada entre dois pólos. Todavia, empregado na tensão produtiva na
imaginação de outro lugar.
Hooks observa que sua compreensão da margem e do centro é condicionada pela sua
particular luta política e intelectual; uma geografia perturbadora produzida através de muitos
caminhos diferentes. Isto é claramente demonstrado pela comparação das imagens de Hooks
de sua comunidade negra, com a discussão da casa, no ensaio de Minnie Bruce Pratt. Pratt
interpreta sua própria posição como uma mulher branca cristã lésbica do sul dos U.S.A. Ela
usa uma geografia fragmentada como um meio de destruição da ilusória coerência do centro.
Para ela, a opressivo (assustadora e solitária) identidade de pai representa o centro; sua
constituição como uma burguesa branca e masculina, teve uma visão excludente dos outros
como inferiores – mulheres negras e pessoas pobres. Pratt imagina essas identidades como
uma reivindicação territorial - "um círculo estreito do eu", um "confinamento do coração e do
corpo" – sugerindo que seu pai via a paisagem material da mesma maneira dominante. Ela
descreve a visão de infância da cidade, que seu pai queria lhe dar, levando-a ao topo da
cidade, na torre do tribunal:

O que eu gostaria de ter visto no topo: no entorno das ruas a praça do tribunal, a
igreja metodista, o edifício de mármore com o Departamento de Saúde, o Conselho
de Educação, o Departamento de Bem-Estar (minha mãe trabalhadora lá), a igreja
batista com tijolos amarelos, a estação do Golfo, a piscina municipal (não
autorizado para as mulheres), a mercearia Cleveland,a loja de calçados Ward: então,
todos em uma linha, conectados, o banco, os correios, o escritório do Dr. Nicholson,
uma porta para os brancos, um para os negros ... . Fui formada pela minha relação
com os edifícios e para as pessoas nos edifícios, pela ideia de que deveríamos
trabalhar no Conselho de Administração da Educação, que deveriamos estar no
banco manuseamento dinheiro, de quem deveria ter as armas e as chaves para o
prisão, e quem deveria estar na prisão: eu foi moldada por aquilo que eu não via, ou
pelo que não era anunciado naquelas ruas.

O privilégio da posição de Prett e o poder de uma mulher branca é incorporado na opinião da


torre, que parecia tão natural, mas como ela reconhece, continha toda uma série de idéia sobre
hierarquias sociais de raça, gênero e classe.
Pratt iniciou sua auto-critica, quando criança, quando começou um relacionamento lésbico.
Ela viu que foi a sua vulnerabilidade como mulhere que a tornou cada vez mais envolvida nas
campanhas feministas. Seu desejo era uma existência sem limites. Entretanto, ela percebeu
gradualmente “um espaço muito limitado, estreito e de curta duração, que seria apenas da
minha imaginação, onde os conhecimentos e habilidades é que marcariam o mesmo. Sua
fantasia do espaço livre, por exemplo, baseou-se nas memórias de infância, e os
acontecimentos realizados mais tarde foram baseados no poder de sua família branca: com a
segurança proporcionada por um servo negro, Laura Cates, passeava no bosque, possibilitado
pela participação de seu pai no Conselho de Cidadãos Brancos. Gradualmente e
continuamente, decidindo trabalhar para isto, Prett começava a ver uma geografia não
definida pela exclusão do racismo, do classismo, da centralidade patriarcal, mas pela
complexidade:

Eu aprendi uma maneira de olhar o mundo que é mais precisa, complexa, formada
por múltiplas camadas, multi-dimensional, mais sincero: para ver um mundo de
círculos sobrepostos, como o movimento da água após o salto de um peixe. Ao
invés da praça do tribunal comigo no meio, eu estando no chão.

Assim, os encontros cotidianos tornam-se fragmentados através das histórias de raça, do


sexo, da classe. Aqui ela descreve as incertezas que isto provoca na subjetividade feminista
no caminhar estabelecido em uma rua em uma área negra de Washington

Eu posso discutir se, em uma noite no espaço de três quaerteirões, jovens mulheres
negras não falam porque estão cansadas, na periferia urbana, ou porque odeiam
mulheres brancas; me pergunto por que eu não iria falar com jovens mulheres
brancas profissionais, sobre suas maneiras de trabalhar pela manhã, mas eu faço a
noite: ela não fala a todos: isto é sobre quem eu penso, eu preciso muito de uma
segurança física?
E sobre o fato de falar com um jovem homem negro: se não, vai ser o velho medo
racial-sexual. Maldição do passado, de qualquer forma. Quando eu falo
diretamente, normalmente obtenho uma respeitosa resposta: é que a resposta
violenta exortada pela história, o tabu sobre as mulheres brancas?

Entretanto, isto não é apenas uma passagem de uma posição para outra. Assim como Hooks,
Pratt não vê a margem como uma alternativa problemática para o centro. Elas se recusam a
dizer que a sua mudança de sexualidade e política é um processo inevitável de iluminação da
razão; ela insiste que em sua infância, especialmente os temores racistas de seu pai continuam
a moldá-la: "cada um de nós carrega em torno desses crescentes locais as instituições, uma
espécie de pano de fundo, uma fase definida". Ela estava exilada, tanto pelo fato de viver em
Washington, como pelo fato de viver na casa da sua mãe: "Eu sou filha do meu pai, vivendo
no presente em um mundo que eles ajudaram a criar". Para Prett, este reconhecimento da
diferença e da cumplicidade permite seu seu esforço para trabalhar um mundo no qual as
pessoas são capazes de viver sem tentar fazer as outras menos de si.
Estas geografias não acontecem naturalmente para esses escritores: mas salientam o esforço
para construí-lo. Como no ensaio de Haraway, "não existe uma visão imediata do ponto de
vista dos subjugados". Estas geografias paradoxais são projetos políticos que tentam desafiar
uma geografia evidente criada pela subjetividade hegemônica, de uma "posição crítica
excessiva ... alcançada através de práticas de deslocamento político e pessoal através das
fronteiras". Seu envolvimento com as experiências da dispersão e fragmentação cotidiana tem
criado não tanto um espaço de resistência, como uma geometria completamente diferente,
através da qual podemos pensar o poder, o conhecimento, a crítica ao espaço e às identidades,
e esperemos, produzir caminhos libertadores.

Observações Finais

Tenho atentado para a alegação da resistência feminista a um certo tipo de (histórico e


geográfico específico) espaço evidente tornado a partir das imagens espaciais, tais como o
"território", especialmente ressonantes no trabalho feminista. O espaço evidente pode ser
contextualizado nos termos do discurso e do visual do gênero do corpo feminino, e a incrível
especulação destes termos em certas culturas; e os custos para as mulheres, que podem ser
imediatos e dolorosos. Este capítulo explorou a construção feita pelas feministas de um tipo
diferente de espaço, em que as mulheres não precisam ser vítimas. Este espaço foi imaginado
através do feminismos formado por insider / outsider, bem como da instabilidade dos
territórios masculinistas. O feminismo imagina uma outra pessoa, além da violência e da
repressão do sujeito original, ao mesmo tempo que também está aprisionado dentro dos
limites de seus desejos e medos. O presente capítulo descreveu uma historicidade e uma
geograficidade dos específicos espaços politizados. O discurso feminista sobre a qual tenho
pensado imagina um espaço especial, parcial e estratégico - um espaço imaginado em ordem
para mapear o particular dilema político-epistemológico que autores como De Lauretis
argumentam que é central para feminismo contemporâneo. Este espaço é paradoxal porque
deve ser imaginado como um ser posicionado entre o prisioneiro e o exilado, tanto dentro
como fora. É a localização de um lugar crucial para ambos, mas também a negação e o
mesmo; deve ser localizado como um lugar definido e sonhado pelo mesmo, com algo muito
além de seu alcance. O espaço paradoxal então é um espaço imaginado, a fim de articular
uma relação conturbada aos discursos hegemônicos do masculinismo.
Não quero terminar com uma exigência de que geógrafos devam reconhecer o espaço
paradoxal, porque o que eu gostaria de defender é a sua intenção emancipatória. O espaço
paradoxal é uma estratégia adotada por um momento móvel crítico do feminismo enfrentando
um dilema particular, sugerindo que de certo modo seria intrinsecamente radical negar a
flexibilidade política e vigilância que nos outros capítulos deste livro foram defendidas. O
espaço pode ser contestado nos termos da sua evidência ou paradoxidade, mas os termos da
contestação podem se deslocar. O espaço paradoxal não pode manter-se emancipatório. Esta
discussão do espaço paradoxal se mostrou clara. No entanto, são os custos das alegações
contemporânea para ver o espaço evidente.
Levando em conta a dor e as lutas daqueles capturados no espaço evidente, quero terminar
perguntando para uma geografia que reconhece que os motivos do seu conhecimento são
instáveis, multantes, incertos e, acima de tudo, contestáveis. O próprio espaço – a paisagem e
da mesma forma o lugar - longe de ser uma base sólida para o conhecimento disciplinar
especializado e do poder, são inseguros, precários e flutuantes. Eles são desestabilizados
pelas contradições internas do desejo geográfico de saber, e pela resistência das vitimas
marginalizadas do desejo. Outras possibilidades, outros tipos de geografias, com diferentes
compulsões, desejos e efeito, complementado e contestando. Este capítulo tentou descrever
apenas um deles. Entretanto, existem muitas outras.
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