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Estilo de ensino – não há somente uma maneira de abordar um tema, mas sim multiplos
modos e referências. Não há educação politicamente neutra, de forma que temos que estar
atentos até quando somos influenciados por racismo, sexismo etc., ou seja, as “fronteiras” que
moldaram o modo como o conhecimento é compartilhado. A mudança, no entanto, não é
fácil: requer rever estratégias e métodos há muito usados. A questão é evideciar as
parcialidades estabelecidades por cânones.
O professor deve também estar preparado para o resultado dessa mudança de postura: na
sala de aula, na interação com seus alunos e na interação entre seus alunos. Um ensino
tradicional não dá voz a todos alunos de maneira igual e as minorias preferem não manifestar
sua subjetividade e silenciar. Bell fala em criar uma “comuniade” e a maneira de fazer isso é
rechcer o valor de cada voz individual.
Os alunos também notarão a diferença. Segundo a autora, eles tendem a ter uma maior
abertura ao multiculturalismo que os professores, mas ainda assim pode haver resistência,
pois se exige uma postura ativa não estimulada pelas demais disciplinas (e essa postura de
inclusào deve ser incentiva mesmo se a sala for formada somente por alunos brancos)
Conscientização não é um fim em si, deve ser sempre somado a uma práxis significativa (ação e
reflexão)
A autora diz em como, para ela, convergiram a obra de Freire com a pedagogia feminista. As
professoras negras da autora, antes mesmo de terem contato com o feminismo, ao elevarem a
importancia da excelencia academica, se engajavam em práticas antissexistas. O feminismo,
por muito tempo, baseava suas análises nas experiências de mulheres brancas de classe
média, ou seja, não pensavam a questão de raça. Freire, por outro lado, reconhecia a
subjetividade dos menos privilegiados
Esse hábito desenvolvido de maneira espontânea pode não encontrar definição na realidade
ou essa definição ser insuficiente, já que “o ato privilegiado de nomear muitas vezes abre aos
poderosos o acesso a modos de comunicacao e os habiltia a projetar uma interpretação”
(p.86). P.ex: feminismo, incialmente, se tratava da análise específica da vida de mulheres
brancas de classe média, não contemplando as questões da negritude no gênero.
A força dessa “projeção de interpretação” é tamanha que estrutura o próprio modo como o
desenvolvimento se desenvolve: trabalhos de autoras de grupos marginalizados tem circulação
reduzida porém, quando uma autora de um grupo privilegiado cita esses mesmos trabalhos
(ou as vezes até rouba), a circulação é muito mais ampla; padrões de avaliação crítica que
consideram o que é teoria e o que não é, produzindo desvalorização de trabalhos não
considerados suficientemente teóricos. Esses são usos instrumentais da teoria, “criando
hierarquias de pensamento desnecessárias e concorrente que endossam as politicas de
dominacao na medida em que designam certas obras como inferiores ou superiores.” (p.89).
Linguagem pouco acessível cria brecha entre teoria e prática, perpetuando elitismo de classe.
Esperava-se não somente que as feministas incluíssem em suas análises raça e gênero, mas
que o fizesse de maneira a não afirmar as estruturas opressivas tradicionais. Não foi o que
houve. O essencialismo, para a autora, é responsável por “desconstruir a ideia de uma
identidade e uam experiencia negra monoliticas e homegeneas”.
Para a autora a autoridade da experiência é condenada somente quando vem dos grupos
marginalizados. Inclusive, para bell, os proprios sistemas de dominacao já operantes na
academia e na sala de aula silenciam as vozes de individuos dos grupos marginalziados e só
lhes dao espaco quando é perciso falar combase na experiência” [...] “Alunos brancos, homens,
acreditam que vale a pena ouvir tudo o que eles tem a dizer, o mesmo que suas ideias e
experienncias devem ser o foco central da discussao em sala de aula”. Porém, o essencialismo
fruto do privilégio não é alvo de críticas.
Assim, temos que o essencialismo praticado por grupos marginalizados é colocado como um
compartimentalizador, em que só os que partilharam dessas experiência podem participar dos
grupos (critica de Fuss, p.111) (“só mulheres podem falar sobre feminismo, negros sobre
racismo, judeus sobre holocausto etc.) é criador do caos na sala de aula. Para a autora, que
critica o uso do essencialismo como estrategia de exclusao e dominação, não há critica do
essencialismo praticado pelos grupos privilegiados. Grupos que empregam as “mesmas
estrategias de diferentes maneiras e cujo comportamento excludente pode ser firmemente
amparado por estruturas de dominacao institucionalizadas que não o criticam nem o
restringem”. O sexismo, racismo e elitismo de classe moldam a estrutura das sala,
pretedeterminando realidades de confronto entre os de dentro e os de fora que muitas vezes
já está instalada antes mesmod de qualquer discussão – os grupos marginalizados não
precisam introduzir essa oposiçào binária, ela já está la, só usam para seus próprios interesses.
Para a autora, “o essencialismo excludente porpate dos alunos de grupos marginalizados pode
ser uma repsostas estrategica a dominacao e a coloniacao, uma estrategia de sobrevivencia
que pode, co efeito, inibir a disussao ao mesmo tempo em que resgata esses alunso de um
estado de negação”
A abolição trouxe pouca diferença nesse quesito. Sem a estrutura escravocrata que
institucionalizava a diferença, houve um reforço dos tabus sociais, com a participacao da
mulher branca sendo esencial para perpetuar os estereotipos degradantes sobre a
feminilidade negra. Continuava sendo desuminador, a diferença é que as negras podiam voltar
para casa em seus bairros segregados. Não havia maneiras de se criarem laços de amizade
nesse contexto e, para a autora, as negras estavam em posição semelhante a de antropológos
culturais em relação aos modos de vida dos brancos, obsevando, emitido juizos sobre a
qualidade de vida e comparando-a com as próprias, percebendo, enfim, as absurdas diferenças
e sem campo de linguagem em comum.
Essa divisão gera uma relação ambivalente, até problemática, com o feminismo. Isso,
somado ao antifemisnimo de muitos pensadores negros, afasta ainda mais mulheres negras do
feminismo. Para bell, a falta de apoio coletivo impossibilitou a criação de uma educacao para
consciencia critica, que ensinaria aos negros a importância de investigar a vida negra a partir
de um ponto de vista feminista. Por fim a autora urge às intelectais negras já estabelecidas,
que um dia foram ambivalentes em relação ao feminismo, que discutam as mudanças em seu
pensamento.
Aqui bell analisa que a educação, em sua infância (e na do interlocutor), não era vista
como fim, mas como meio – meio de melhorar a vida econômica
Ser professor não como uma identidade já estruturada, mas como um tornar-se. A
importância disso é que os processos de mudancá e transformação se dão de maneira menos
dolorosa. Ver a educação como um fim em si transforma a sala de aula, do ponto de vista do
professor: não é simplesmente transmitir informações, é um engajamento em trabalhar com
as pessoas e, dessa maneira, temos de estar cientes do impacto do corpo nesse ambientos.
A sala de aula, porém, é um ambiente que convida à separação entre corpo e mente.
Para bell, enquanto professora (e mesmo como aluna), é preciso haver um esforço constante
de reafirmação, para si, de seu corpo em um sistema que não se acostumou com sua presença.
Isso deve acontecer a despeito da raça do professor, já que ser um corpo masculino branco de
30 anos também carrega histórias, que devem ser criticadas. “Quando se fala em sala de aula
sobre o corpo, sobre como vivemos no cpor, estamos automaticamente desafiando o modo
como o poder se orquestrou nesse espaço institucionalziado em particular. A pessoa mais
poderosa tem o prvilégio de negar o próprio corpo”
A pedagogia libertadora exige que o professor trabalhe o corpo em sala de aula. Não
deve ficar atrás de sua mesa, protegido, pois é um lugar de reafirmação da autoridade: uma
muralha que demarca que o que vem dessa lado é ouro, o que vem de fora é algo que deve ser
avaliado. Uma pedagogia engajada exige que o profesosr trabalhe com os limites do corpo,
através deles e até contra. O corpo mascarado, como se fosse só mente, nos encoraja a pensa
naquela fonte como neutra e objetiva. É Preciso entender cmo o poder se orquestro na sala de
aula, negando sujetividade para alguns grupso e facultando-os a outros. Para a autora, esse é o
motivo pelo qual os esforços para reconhecer a
sua subjetividade e de seus alunos geram criticas e reações tão ferozes.
A separação entre mente e corpo, no nível universitário, faz com que professor que se
consideram progressistas ajam de maneira conservadora dentro da sala de aula, agindo como
se raça não importasse, como se houvesse somente o interesse mental. “Esse mascaramento
do corpo se liga ao mascaramento das diferencas de classe e, mais importante, ao
mascaramento do papel do ambiente universitário como loca de reprodução de uma classe
privilegiada de valores, do elitismo”. A autora cita aqui mudanças pró-forma, pode-se até
discutir obras de intelectuais de grupso sub-representandos, mas de modo a entender que, no
final, nào há diferença entre essas obras e obras mais conservodoras escritas por pessoas
privilegiadas em matéria de classe, raça ou gênero. Mesmo conteúdos mais radicais, quando
lidos em sala, tem de ser apresentados de modo que nào pareçam incompatíveis com tudo
que veio antes – o objetivo é atualizar o curriculo superficialmente, não tratar de questoes
como raça, etnia e genero de modo subversivo.
Pelo lado dos alunos, quando se atrabalha com uma pedagogia engajada, que insista
na particpacao dos alunos em sua educacao, há resistência por parte daqueles que foram
educados de maneira convencional: já foram foramdos para se ver como desprovidos de
autoridade e legitmidade. Há um medo de que o professor deixe de ser o capitão e passe a ser
apenas mais um membro da tribulacao.
A classe social impacta nào somente a materialidade, mas também molda os valores,
atitudes, relações socias e preconceitos que dfinem o modo como o conhecimeto seria
distribuído e recebido (modo, atitudes e valores das classes privilegiadas são impostos a todos
por meio de estrategicas pedagogicas tendenciosas). Alunos de grupos marginalizados são
frequentemente silenciados por meio de sua aceitaçõa de valores de classe que ensinam a
manter a ordem a todo custo; aprenderam que não podem dar voz a nenhum aspectode sua
cultura popular nos ambientes de elite.