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Lousa 1930

 Pós revolução de 1930 havia duas correntes:

- Constitucionalista: PDSP, burguesia industrial, oligarquias

- Autoritária: tenentistas (Clube 03 de outubro)

 Revolução constitucionalista

- Formação da Frente Única Paulistas (FUP) = PD e PRP + Borges de Medeiros (RS) + Artur
Bernardes (MG). Criticam o autoritarismo varguista.

- M.M.D.C: Morte de manifestantes em São Paulo

- Getúlio coloca interventor paulista e promulga o código eleitoral (voto feminino, deputados
classistas)

1932: São Paulo pega em armas, mas acaba isolado. Derrota militar, mas vitória “moral”:
Armando Salles de Oliveira é nomeado interventor, é chamada a Assembleia Constituinte de
33. Vargas derrotado ou estrategista?

 Constituição de 1934:
- Voto secreto
- Voto feminino
- Justiça eleitoral
- Ensino primário gratuito e obrigatório
- Criação da justiça do Trabalho
- Direitos trabalhistas: jornada de 8h, descanso semanal remunerado, indenização por
dispensa sem justa causa, proteção ao trabalho do menor, férias remuneradas,
estabilidade à gestante, possibilidade na nacionalizar empresas estrangeiras,
deputados classistas + DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA.

 Enquanto isso, no mundo:

Mussolini, fascista, há 10 anos no poder. Hitler entra no poder na Alemanha em 1933; Salazar,
em Portugal, em 1932; Guerra Civil espanhola em 1933.

 1935: Lei de segurança nacional.

Tenentistas fascistas criam a Ação Integralista Brasileira (AIB): Nacionalismo exaltado, “Deus,
pátria e família”, anticomunistas e antidemocráticos. Líder: Plínio Salgado

Em resposta, surge, em 1935,a ANL (Aliança Nacional Libertadora): Uma ampla aliança liderada
pelo comunista ex-capitão Luis Carlos Prestes, incluía anarquistas, liberais e moderados.
Defendiam um governo popular, calote na dívida externa, nacionalização de empresas
estrangeiras, reforma agrária, liberdades individuais, “Pão, terra e liberdade”, jornada de oito
horas, salario mínimo e seguro social, eliminação de privilégios decorrentes de raça, cor ou
nacionalidade e liberdade religiosa. Lutava também contra o fascismo e imperialismo

ANL fechada. Em 1935 estoura em Natal, Recife e Rio de Janeiro levantes tenentistas em nome
da ANL. São rapidamente controlados e inicia-se a perseguição a qualquer opositor ao
governo, da ANL ou não. “No Brasil é mais fácil uma revolução acontecer no quartel do que
nas fábricas” (Prestes)

- Invenção do Plano Cohen e Estado Novo.

Estado novo

Salário mínimo 1936

CLT 1943

Justiça do Trabalho 1941

- Nova Constituição “A polaca” – Presidente governa por decreto lei, eleições suspensa, greves
proibidas, sindicatos ainda mais controlados

- Projeto autoritário do ponto de vista politico e modernizador do ponto de vista econômico

-Industrialização: ministério do trabalho, indústria e comercio, interferência na relação


capital/trabalho, direitos trabalhistas, peleguismo, maior participação da indústria nas
exportações, redução das taxas sobre maquinário, emprego do potencial ocioso das industrias
brasileiras, nacionalismo econômico: Estado produz bens de capital e burguesia produz bens
de consumo.

Trabalhismo: Getúlio buscou se aproximar dos trabalhadores, seja através do seu


discurso acolhedor e carismático ou da adoção de novas políticas sociais em relação ao
trabalho. Ao mesmo tempo controlava a classe trabalhadora através dos sindicatos
ligado ao Ministério do trabalho

Grupos hegemônicos

Exército

Burguesia industrial: GV mantém boa relação com este grupo pois dele depende a
modernização

Burocracia estatal: constrói legitimidade + legitimidade

Burocracia estatal:

DASP: Departamento administrativo do serviço público

DOPS: Departamento de ordem social e política (Polícia política)

DIP: Departamento de Imprensa e propaganda: filmes, censura, festas cívicas (01 de maio e 07
de setembro).

Características:

Nacionalismo: reforçar o sentimento patriótico, tudo que importa é a nação.

Autoritarismo: censura, fechamento de movimentos sociais.

Apartidarismo: não há partido oficial.


Trabalhismo: “Pai dos pobres”. Trabalhador urbano recebe proteção.

CLT: 1943. Junta leis trabalhistas já existentes e adiciona novas.

Samba

Paralelo rap – samba (voz a população preta, periférica)

Projeto de branqueamento, abracado por geração de intelectuais (monteiro lobato). Solução


para problema brasileiro é branquear (duas dimensões: cor da pele e da cultura, do simbólico,
da identidade nacional brasileira. Excluir o que não era branco/europeu – descarta-se o
indígena e negro do discurso civilizatório brasileiro.

Lei de vadiagem, por exemplo: desqualificava saberes, sociabilidades dos negros. Persegue-se
terreiros, capoeira e samba.

CULTURA DIASPORICA. Diáspora fragmenta, aniquila, estraçalha. Sequestra-se da africa, tira-se


sua identidade, língua,....solidão do escravizado.

Se é diáspora é fragmentação de grupo, perda de referência, mata a comunidade, toda cultura


da diáspora é baseada na RECONSTRUCAO. Cultura diaspórica é coletiva, grupo identidade,
criação de rede de proteção social, não há individualismo. Capoeira é diaspórico, candomblé é
diaspórico, samba é diaspórico.

Samba tem base do norte de angola, império do congo e gabão. Elementos ritmos são de la,
atravessam atlântico e estrutura o que será o samba brasileiro, que é múltiplo: samba de
bumbo ,de roda baiano, urbano do rio. Mas é RECONSTRUCAO DE LAÇO COMUNITARIO.
Instrumentos de ascensão social daqueles que foram excluídos. Analfabetos não votam, então
não participam.

João da baiana

GV vê de outra maneira: melhor maneira não é combatendo, proibindo, mas domestica-las.


Samba é considerado como referencia da cultura mas controlado, domesticado pelo governo
getulista.

Aqui no brasil, samba se transforma: violão, cavaquinho (colonização português), pandeiro


(cultura árabe, ciganos. Joao da bandeira: praça XI). Samba é referencia cultural adequada ao
discurso que pensa brasil a partir da mestiçagem “deglutir informações e construir original”.

Radiodifusão

Mercado do disco – décadas 20 e 30.

Música como produto a ser consumido pela classe média em ascensão. Para ser aceito para
indústria e para os clientes, ele é desafricanizado, retira-se características africanas mais
marcantes, do ponto de vista estético e das gramaticas do tambor: tira características rítmicas
africanas mais evidentes – tambores desaparecem e adota-se sopro, piano...o apogeu é a
bossa nova.

A LEGITIMACAO DO SAMBA COMO RITMO DFINIDOR DA NOSSA IDENTIDADE, AO INVES DE SER


ELEMENTO QUE NEGA RACISMO ESTRTURAL BRASILEIRO, ELE NEGA. POIS PARA SER
INCORPORADO, PASSOU POR PROCESSO EFETIVO DE DES-AFRICANIZAÇÃO.
Não foi o samba que deu origem a roda, mas a roda que deu origem ao samba.

• Qual o tema das músicas?

• De que maneira essas músicas estão de acordo com a agenda do DIP?

O nosso samba, humilde samba


Foi de conquistas em conquistas
Conseguiu penetrar o Municipal
Depois de atravessar todo o universo
Com a mesma roupagem que saiu daqui
Exibiu-se para a duquesa de Kent no Itamaraty

Impressão:

Como parte do culto ao trabalho, o DIP fecha o cerco sobre o samba que tem por mote a
crítica ao trabalho. Ao mesmo tempo em que tentava censurar os sambas-malandro, o DIP
influenciava sambistas a comporem músicas mais de acordo com a ideologia oficial
estadonovista. Os sambistas que cederam às tentações – seja por interesse ou por concordar
com as ideias de Vargas – compuseram músicas que elogiavam o ditador e buscavam incutir
um sentimento nacionalista e uma apreciação do trabalho em si. Entre as músicas que fazem
um elogio do trabalho – e, portanto, recebem o aval do DIP – está O bonde de São Januário,
composta por Ataulfo Alves e Wilson Batista em 1940, e Trabalha, composta por Roberto
Roberti e Pedro Camargo em 1944.

Nem todos estavam dispostos a ecoar o discurso estadonovista. Não foram poucos os sambas
que denunciavam as agruras e sofrimentos causados pelo trabalho. Apesar da censura, várias
composições chegaram aos ouvidos e gosto popular nas vozes de Dircinha Batista, Aurora
Miranda, Ciro Monteiro entre outros. Essas músicas iam na contramão do culto ao trabalho
denunciando os problemas causados pela labuta na vida do povo. Desde o sofrimento da
mulher que era obrigada a trabalhar pelo companheiro até o homem que perde sua família
por não ter tempo para ela.
„Pois não estavam vendo que ele era de carne e osso? Tinha obrigação de trabalhar
para os outros, naturalmente, conhecia o seu lugar. Bem. Nascera com esse destino,
ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. Que fazer? Podia
mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possível melhorar de situação, espantar-se-ia.
Tinha vindo ao mundo para amansar brabo, curar feridas com rezas, consertar cercas
de inverno a verão. Era sina. O pai vivera assim, o avô também. E para trás não existia
família. Cortar mandacaru, ensebar látegos — aquilo estava no sangue. Conformava-se,
não pretendia mais nada. Se lhe dessem o que era dele, estava certo. Não davam. Era
um desgraçado, era como um cachorro, só recebia ossos. Por que seria que os homens
ricos ainda lhe tomavam uma parte dos ossos? Fazia até nojo pessoas importantes se
ocuparem com semelhantes porcarias.“

Brasil meu Brasil brasileiro


Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de nosso Senhor
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o Rei Congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da Lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Esse coqueiro que dá coco
Oi onde amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a Lua vem brincar
Oh esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de nosso Senhor
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o Rei Congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da Lua
Toda canção do seu amor
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Esse coqueiro que dá coco
Onde amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a Lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro

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