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LIVRO Reabilitação Oral Com Próteses Totais
LIVRO Reabilitação Oral Com Próteses Totais
Superintendente de Comunicação
SuperintendenteSocial
de Comunicação Social
Samantha Viana Castelo Branco
FenelonRocha
MartinsCarvalho
da Rocha Neto
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Aécio Rômulo Tupinambá Rodrigues
FICHA CATALOGRÁFICA
Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Setorial do CCS
R281
Reabilitação oral com próteses totais / Alessandro Ribeiro Gonçalves, Caroline
de Deus Tupinambá Rodrigues Gonçalves, org. Teresina : EDUFPI, 2021.
277 p. : il.
Capítulo 5 Articuladores........................................................109
Capítulo 8 Biomecânica..........................................................183
Capítulo 9 Reembasadores....................................................213
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de, durante um exame clínico,
identificar fatores que possam influenciar a reabilitação oral com próteses
totais.
Sumário do capítulo:
1. Anamnese 2. Exame clínico
1.1 Identificação 2.1 Extraoral
1.2 Queixa principal 2.2 Intraoral
1.3 Aspectos psicológicos do paciente
1.4 Histórico médico 3. Exames complementares
1.4.1 Doenças cardíacas 3.1 Exames laboratoriais
1.4.2 Osteoporose 3.2 Exames de imagem
1.4.3 Diabetes 3.3 Modelos de estudo
1.4.4 Distúrbios Hormonais 3.4 Exame das próteses atuais
1.4.5 Alzheimer
1.4.6 Parkinson 4. Ficha clínica
1.4.7 Terapias por radiação
1.4.8 Deficiências nutricionais
1.4.9 Utilização de medicamentos
1.4.10 Herpes
1.4.11 Sífilis
1.4.12 AIDS
1.4.13 Hepatite B e C
1.5 Histórico odontológico
13
P
ara qualquer tratamento reabilitador, o exame do paciente tem
importância fundamental. O exame Odontológico pode ser definido
como o conjunto de procedimentos sistemáticos executados pelo
Cirurgião-Dentista com o objetivo de avaliar as condições de saúde geral
e bucal, a fim de obter dados para a elaboração do diagnóstico e plano de
tratamento.
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1. Anamnese
1.1. Identificação do paciente
15
1.2. Queixa principal
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1.4.1 Doenças cardíacas
Deve ser avaliada a pressão arterial do paciente e, em se constatando
hipertensão, o paciente deve ser encaminhado ao médico. A esta condição
deve ser dada maior importância, principalmente, se o paciente necessitar
de procedimento cirúrgico, como por exemplo, uma cirurgia de exodontia
de raízes residuais. O uso de anestésico com vasoconstritor nestes pacientes
não está contraindicado, porém para pacientes com doença cardiovascular
significativa, em particular doença cardíaca isquêmica, a dosagem de epine-
frina deve ser minimizada. Além disso, deve-se monitorar a pressão arterial
e frequência cardíaca no pré-operatório e 5 minutos após a injeção, limitar a
epinefrina a 0,04 mg, levonordefrina a 0,2 mg e evitar epinefrina na concen-
tração 1:50.000 (HAAS, 2002).
1.4.2 Osteoporose
A osteoporose causa um decréscimo na massa esquelética e a densidade
óssea aparece diminuída radiograficamente. Pode provocar severa reabsor-
ção óssea alveolar com o avanço da idade. Há uma tendência ao estreitamen-
to da crista óssea maxilar e alargamento da crista mandibular, direcionando
uma mordida cruzada para os dentes posteriores. Há possibilidade de fratura
óssea fisiológica (TURANO, 2010). A oclusão deve ser bem ajustada e a próte-
se confeccionada, a mais extensa possível, no intuito de distribuir melhor as
cargas oclusais.
1.4.3 Diabetes
Apresenta como principais sintomas: xerostomia, tendência à obesidade,
sede excessiva, aumento do apetite. Pode haver uma redução da tolerância
dos tecidos à prótese, aumento da reabsorção óssea, hiperemia mucosa, sus-
cetibilidade ao trauma e dificuldade de cicatrização. (TURANO, 2010).
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alterado e sensação de queimadura manifestada na língua e no palato. A fase
de ajuste da prótese deverá ser prolongada, devido a alterações na mucosa
e mudanças psicológicas (TURANO, 2010). Outros desequilíbrios hormonais
podem causar reabsorção óssea alveolar e reações inflamatórias bucais, com
alterações na mucosa e consequente diminuição da capacidade de tolerância
dos tecidos à prótese (CUNHA e MARCHINI, 2007; TURANO, 2010).
1.4.5 Alzheimer
Os pacientes portadores desta doença requerem vários e importantes
cuidados sistêmicos e comportamentais. Os problemas mais comuns in-
cluem dificuldade em comer e alteração do paladar. Estes pacientes também
têm um maior risco de disfunção salivar, principalmente devido à utilização
de múltiplas medicações, algumas das quais diminuem o fluxo salivar como
efeito colateral. Pode haver dificuldade desses pacientes em verbalizar suas
queixas, por causa das alterações cognitivas associadas. Episódios de agres-
sividade, comuns a esses pacientes, podem ser um obstáculo ao tratamento
odontológico (MACHADO et al., 2012).
1.4.6 Parkinson
Esta condição clínica leva a uma limitação dos movimentos, que ficam
prejudicados pela rigidez muscular. As alterações nas mucosas incluem hi-
poqueratose, mucosa flácida e suscetibilidade a estomatite provocada pelas
próteses. Ocorrem tremores musculares e a salivação é aumentada, prejudi-
cando a retenção da prótese. Deve-se ensinar a estes pacientes uma higiene
bucal cuidadosa, usar condicionadores de tecido e lançar mão de uma oclu-
são balanceada bem ajustada (TURANO, 2010).
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trismo nos músculos da mastigação. Nestes casos, o uso de próteses totais
fica limitado, devido à redução da dimensão vertical de oclusão por causa
do trismo muscular, da xerostomia, da impossibilidade de sobre-extensão
da área da prótese, para evitar ulcerações de borda (ANDREWS e GRIFFITHS,
2001; TURANO, 2010). Dentes com prognóstico questionável devem ser ex-
traídos antes do início da radioterapia, devido ao risco de osteorradionecrose
(VISSINK et al., 2003). Os dados da literatura sobre a extração de dentes nes-
ses pacientes são confusos e indeterminados, por isso, Tolentino et al. (2011)
sugeriram um protocolo de atendimento odontológico em que preconizam
que os pacientes não devem ser submetidos a procedimentos odontológicos
durante a radioterapia e, sim, somente antes ou após a mesma. Segundo es-
tes autores, procedimentos invasivos devem ser realizados até 30 dias antes
do início da radioterapia ou somente após 6 meses do fim do tratamento
radioterápico, com profilaxia antibiótica.
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ço físico intenso, exposição excessiva aos raios solares, associadas a outras
doenças como gripes e resfriados ou a períodos menstruais nas mulheres. O
vírus é transmitido através do contato direto com as lesões ou com objetos
contaminados, porém, pode ser transmitido através de perdigotos (partícu-
las de saliva lançadas durante a fala, tosse ou espirro).
1.4.11 Sífilis
É uma doença sistêmica altamente contagiosa com manifestações
intrabucais frequentes. Pode haver a transmissão da bactéria presente nas
lesões bucais do paciente para o profissional por meio de uma lesão prévia
nas mãos ou um acidente perfuro cortante.
20
1.4.12 AIDS
É uma doença progressiva que pode levar ao comprometimento do
sistema imunológico. A possibilidade de transmissão durante um acidente
perfurocortante com sangue contaminado é menor que as hepatites, tendo
em vista que o agente etiológico, o vírus HIV, é frágil à luz solar e ao meio
ambiente e possui vida extracorpórea curta. É preciso ficar atento às lesões
de candidíase, leucoplasia pilosa e doença periodontal, pois estas são mani-
festações bucais comuns aos sinais clínicos da AIDS.
1.4.13 Hepatites B e C
Os vírus transmissores são considerados de elevado risco de transmis-
são durante a prática odontológica, que pode ocorrer por meio de acidentes
perfurocortantes contaminados com saliva e sangue. Cirurgiões-Dentistas
apresentam risco duas vezes maior de infecção do que a população em geral.
Ressalta-se, porém, que existe imunização para a hepatite B, e que tal proce-
dimento reduz significativamente o risco de desenvolver a infecção (DEMAS
e McCLAIN, 1999).
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2. Exame clínico
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acometem o sistema estomatognático. Segundo Oliveira (2002), os sinais e
sintomas mais comuns são: dor, ruídos articulares e funções irregulares ou
limitadas da mandíbula. Uma importante medida para avaliação de DTM é a
realização da palpação muscular, que é utilizada para verificar alterações na
sensibilidade e no tônus muscular. Outra técnica utilizada no exame de DTM
é a avaliação do nível de abertura bucal, cuja variação normal é de 53 a 58mm
(OKESON, 2000). Essa medida equivale a aproximadamente três dedos e
pode ser facilmente mensurada durante o exame do paciente. Além disso, é
importante observar a presença de desvios e estalos durante a abertura e o
fechamento bucal, que podem indicar a presença de DTM. Desse modo, após
a investigação dos sintomas de DTM, se estas condições clínicas estiverem
presentes, a DTM deve ser tratada antes de iniciar qualquer tipo de tratamen-
to reabilitador.
O exame dos tecidos orais não pode ser negligenciado, pois, está intima-
mente relacionado com a adaptação da prótese e o conforto do paciente.
Com o passar da idade, a cavidade bucal envelhece assim como o resto do
corpo, e surgem alterações de grande relevância para a confecção de próte-
ses totais. Deve-se inspecionar o rebordo remanescente, a relação intermaxi-
lar e tecidos moles (GENARI FILHO, 2004).
Rebordos residuais
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• Paralelo: Oferece boa retenção à prótese devido às paredes
paralelas. É o mais favorável.
• Afilado: Apresenta a base mais larga e região da crista mais estreita.
• Retentivo: Esse tipo de rebordo possui menor largura na base
do que na crista. Sob o ponto de vista de retenção é o mais
desfavorável. Não oferece resistência ao esforço mastigatório e
constitui uma dificuldade para a moldagem. Há necessidade de
alívio no momento da confecção da moldeira.
A B C
A B C
24
A relação intermaxilar orienta a montagem dos dentes artificiais e segue a
classificação de Angle, podendo ser alterada à medida que ocorre reabsorção
óssea.
25
A B C
26
Os maxilares podem apresentar alterações anatômicas ou patológicas,
que podem interferir na confecção e adaptação da prótese:
Estomatite Protética
27
Figura 8: Hiperplasia Fibrosa Inflamatória.
Figura 10: Câmara de sucção preenchida com resina acrílica autopolimerizável e aspecto
clínico intrabucal após uma semana.
28
A B C
Tórus
Câncer bucal
29
médicos generalistas ou o próprio paciente, através do autoexame, possam
visualizar diretamente alterações suspeitas de câncer, levando ao diagnóstico
precoce. Lesões cancerígenas bucais podem se manifestar de diferentes
maneiras, como: máculas, lesões eritematosas ou esbranquiçadas, pápulas,
nódulos ou úlceras. O diagnóstico definitivo é realizado por biópsia e exame
histopatológico (NEVILLE, 2008).
Macroglossia
Xerostomia
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Causas da xerostomia:
• Alteração hormonal
• Idade avançada
• Diabetes
• Ansiolíticos e antidepressivos
3. Exames complementares
31
Radiografias: devem ser empregadas como rotina antes do início do trata-
mento protético, em virtude das altas taxas de achados radiográficos de alte-
rações patológicas, presença de raízes residuais, cistos, dentes inclusos, cor-
pos estranhos ou alterações anatômicas (JINDAL et al., 2011). Radiografias
panorâmicas apresentam a vantagem de permitir a visualização global da ma-
xila, mandíbula, ATM e estruturas adjacentes, além de constituir um proces-
so que se realiza em menor espaço de tempo e com menos radiação para o
paciente (Figura 13). Diante da impossibilidade de realização de radiografias
panorâmicas, deve-se optar por outras técnicas radiográficas passíveis de se-
rem realizadas pelo cirurgião-dentista clínico geral, que são mais acessíveis e
em muito contribuem na obtenção de um diagnóstico. Nestes casos, pode-se
lançar mão de radiografias oclusais e/ou periapicais que são menos onerosas
e de simples execução, possibilitam a análise das estruturas na mesma sessão
do exame clínico e dispensam a necessidade do paciente se deslocar a uma
clínica especializada.
32
dimensões do tecido ósseo, que podem ser manipuladas em computadores
pessoais utilizando programas simples, tornando-se poderosos auxiliares nos
planejamentos para implantes osseointegrados, cirurgias ortognáticas e ava-
liação de lesões ósseas (Figura 14).
33
3.3 Exames das próteses atuais
O exame das próteses atuais dos pacientes pode proporcionar uma série
de informações úteis, como: o nível de higienização do paciente (presença ou
não de tártaro) e o cuidado com o trabalho protético (dentes fraturados ou
ausentes, próteses coladas).
4. Ficha clínica
Características:
Objetivos:
• Individualizar o paciente
• Conhecer o estado clínico da boca do paciente
• Conhecer do paciente o estado geral e psíquico
• Anotar fases do tratamento
• Anotar honorários
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MODELO DE FICHA CLÍNICA
Prontuário n° ________________.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome _____________________________________________________________
RG. n°. _______________ Órgão Expedidor __________ CPF n°.____________/____
Data de Nascimento ___/___/___ Sexo ___________ Fone: _____________________
Naturalidade ________________________ Nacionalidade ____________________
Estado Civil ____________________ Profissão ____________________________
Endereço Residencial ___________________________________________________
Endereço Profissional ___________________________________________________
Indicado por ____________________________________________________________
Nome do Acompanhante:________________________________Data ____/____/____
2. QUEIXA PRINCIPAL
______________________________________________________________________
3. HISTÓRICO MÉDICO/ODONTOLÓGICO
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Antecedentes Familiares: _______________________________________________
Outras observações importantes:__________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4. EXAME CLÍNICO
Informações adicionais:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Local, Data, Assinatura do Paciente ou de seu Responsável Legal
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilo facial. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 2008. p.144-420.
38
Capítulo
Moldagem preliminar
2
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Maria Janaína Barroso Andrade
Neusa Barros Dantas Neta
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de identificar as áreas de suporte
e alívio no paciente desdentado, bem como confeccionar modelos de estu-
do e moldeiras individuais, considerando a técnica e material de moldagem
adequado.
Sumário do capítulo:
1. Tipos de moldeira
2. Materiais de moldagem
2.1. Godiva
2.2. Alginato
3. Anatomia dos tecidos de suporte
4. Técnica de moldagem anatômica
4.1 Seleção e individualização da moldeira
4.2 Moldagem do arco superior
4.3 Moldagem do arco inferior
5. Obtenção dos modelos preliminares
6. Análise dos modelos e determinação da área basal
7. Delimitação da área basal e zonas de alívios
8. Confecção de moldeira individual
39
A
moldagem anatômica, preliminar ou de estudo é um conjunto de
procedimentos clínicos que visam obter a impressão da área em que
a futura prótese total irá se apoiar (área chapeável), utilizando mate-
riais próprios e moldeiras adequadas. A moldagem propriamente dita carac-
teriza-se pelo ato de obter a cópia em negativo da boca, chamada de molde.
Uma vez obtido o molde, vaza-se gesso sobre este e como resultado temos
um modelo, que é a réplica positiva da boca do paciente.
1. Tipos de moldeira
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As moldeiras de estoque para desdentados possuem uma bacia mais rasa
e cabo biangulado, o que permite um melhor posicionamento sobre rebordo
alveolar, sem deformar as inserções musculares (Figura 3). Elas devem abran-
ger todo o arco a ser moldado. Geralmente confeccionadas em metal, podem
ser lisas ou perfuradas. As moldeiras lisas para prótese total são utilizadas
com godiva em placa, enquanto, as perfuradas, com alginato.
1 – Cabo
3 - Arestas ou bordas
4- Sulco ou goteira
5 – Bacia
2. Materiais de moldagem
41
irreversíveis ou alginatos, mercaptanas e siliconas. Já os materiais rígidos são
aqueles que após sua reação de presa não apresentam elasticidade. Este é
o caso da godiva e da pasta de óxido de zinco e eugenol. Para a moldagem
anatômica em prótese total normalmente utiliza-se a godiva em placa ou o
alginato (ABRÃO e BÉRGAMO, 2008; DAOU, 2010; TURANO et al., 2010).
2.2 Alginato
42
Existem dois tipos de alginato, que são classificados segundo o tempo de
presa. O alginato Tipo I possui presa rápida (1 a 2 minutos a 23ºC). O Tipo II
apresenta presa normal (2 a 4 minutos a 23ºC).
43
Maxila
Mandíbula
44
Figura 5: Zonas de suporte na maxila: Azul -zona
principal; Amarelo - zona secundária, Laranja - zona
de alívio
45
Para avaliar a mandíbula, a cadeira deverá ser inclinada até 45° e o ope-
rador sentado em seu mocho deve avaliar se a moldeira é capaz de cobrir o
rebordo anterior e posterior (até a papila piriforme).
Esta técnica pode ser utilizada quando a maior moldeira para desdentado
não conseguir atingir o fundo de sulco do paciente em nenhuma área devido
46
à altura excessiva do rebordo residual. Nesses casos opta-se por acrescentar
cera utilidade em toda a borda da moldeira, caso esta, ao ser posicionada
na boca, revele uma distância de 2 a 3 mm do fundo de sulco. Quando essa
distância for superior a 3 mm, a melhor opção será tentar se utilizar de uma
moldeira para dentado.
47
Figura 8: Posicionamento da cadeira para moldagem
superior e inferior.
48
3x
49
A moldeira é centralizada, tendo-se como referência a ponta do nariz. Na
sequência, o profissional se posiciona atrás da cadeira de operações, pede ao
paciente para abaixar a cabeça, apoia o dedo indicador na bacia da moldeira
ou na região da goteira correspondente aos pré-molares exercendo pressão
firme e uniforme para eliminar o excesso do alginato, e pede para o paciente
relaxar a musculatura. A moldeira fica em posição até que ocorra a presa do
material (Figura 10).
Para a retirada do molde, deve-se tracionar com uma das mãos a boche-
cha para cima e para baixo, a fim de permitir a entrada de ar no molde, e com
a outra mão deve-se deslocar a moldeira no sentido vertical. Em seguida, la-
va-se o molde e este é analisado (CUNHA e MARCHINI, 2007; ABRÃO e BÉR-
GAMO, 2008; TURANO et al., 2010; GENARI FILHO, 2013).
50
Figura 11: Moldeira carregada com
alginato e posicionamento do operador
para moldagem inferior.
Se o molde estiver com boa qualidade, ele deve ser lavado com água
corrente e desinfetado com glutaraldeído 2% ou hipoclorito de sódio a 1%
durante 10 minutos. Para evitar alterações dimensionais o vazamento deve
ser realizado imediatamente após a desinfecção. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006; SECRETÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006) (Figura 13).
51
Figura 13: Desinfecção do molde
Observações:
Para a moldagem, tanto o dentista quanto o auxiliar devem estar
utilizando os equipamentos de proteção individual (máscara, gorro, óculos,
luva e jaleco). Se for observado que o tempo de presa do alginato está muito
rápido, pode-se utilizar água gelada para retardar a presa.
Maxila Mandíbula
Após a desinfecção dos moldes, estes devem ser vazados em gesso. En-
tretanto, o molde inferior necessita de um suporte para língua antes que se
coloque o gesso. Então, seca-se o molde inferior, aplica-se ou uma lâmina de
cera utilidade, ou uma porção de alginato ou ainda papel úmido, que servirá
de suporte para aplicação de alginato.
52
O gesso tipo II é o mais indicado para a confecção dos modelos prelimina-
res em prótese total. A espatulação deve ser vigorosa por aproximadamente
45 segundos, tempo suficiente para incorporar todo o pó ao líquido, obtendo
uma massa cremosa e homogênea (Figura 14).
53
7. Delimitações da área basal e zonas de alívio
54
8. Confecção de moldeira individual
Figura 18: Isolamento do modelo superior com isolantes para acrílico e material necessário
para a confecção da moldeira individual.
55
res. Ao final deve-se obter um lençol de resina acrílica com espessura deseja-
da (Figura 19).
56
Observado o estágio exotérmico e presa final de acordo com as instru-
ções do fabricante (aproximadamente 15 minutos), recortam-se os possíveis
excessos, áreas cortantes devem ser suavizadas e ampliam-se as áreas dos
freios e inserções laterais com auxílio de um disco de carborundum para não
machucar o paciente no momento da avaliação da moldeira. Considera-se
ideal aguardar um período mínimo de 24 horas após a confecção da moldeira
para que seja realizada a moldagem funcional, com a finalidade de não trans-
mitir as distorções que ocorrem após a polimerização inicial da resina para o
material de moldagem a ser utilizado (MEDEIROS, 1999).
O ajuste da moldeira individual tem por objetivo evitar traumas aos teci-
dos bucais e verificar se há espaço suficiente para o material a ser utilizado
na moldagem de borda. A borda da moldeira sem ajuste, geralmente invade
o espaço funcional e empurra o material contra as inserções musculares e
tecidos do fundo de vestíbulo. Após a conclusão da prótese total, esse pe-
queno descuido pode resultar em deslocamentos sucessivos da prótese du-
rante a execução de movimentos, além de poder causar lesões traumáticas e
hiperplásicas nos tecidos moles. Dessa forma, interferências com os freios e
demais tecidos paraprotéticos devem ser eliminadas (REIS et al., 2007)
57
A B
C D
58
Da mesma forma, pede-se que o paciente toque a comissura esquerda a
fim de verificar o lado direito e caso haja movimentação da moldeira, o des-
gaste está indicado. Para avaliação do freio lingual, o paciente deve posicio-
nar a ponta da língua na região posterior de palato duro. Vale lembrar que os
movimentos devem estar dentro dos limites fisiológicos. O paciente sempre
deve ser questionado se há algum desconforto durante a prova da moldeira.
Superfícies cortantes devem ser devidamente polidas (Figura 24). Após a rea-
lização dos ajustes o próximo passo será a realização da moldagem funcional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRÃO, W.; BÉRGAMO, P.M.S. Prótese total para o clínico geral. Curitiba:
Tota, 2008.
DAOU, E.E. The elastomers for complete denture impression: A review of the
literature. Saudi Dent J, v. 22, n. 4, p. 153-60, 2010.
59
GENNARI FILH O, H. Moldagens em prótese total. Revista Odontológica de
Araçatuba, v. 34, n. 1, p. 50-55, Janeiro/Junho, 2013.
REIS, J.M.S.N.; PEREZ, L.E.C.; NOGUEIRA, S.S.; ARIOLLI FILHO, J.N.; MOLLO
JÚNIOR, F.A. Moldagem em prótese total – uma revisão da literatura. RFO, v.
12, n. 1, p. 70-74, Janeiro/Abril, 2007.
60
Capítulo
Moldagem Funcional
3
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Érika da Silva Luz Alvarenga
Thaís Alves Elias da Silva
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de realizar a moldagem funcional
bem como selecionar corretamente os materiais mais adequados observan-
do as características individuais dos pacientes.
Sumário do capítulo:
1. Vedamento periférico
1.1 Materiais utilizados
1.2 Testes de retenção
61
M
oldagem funcional é o ato de moldar somente a área que será co-
berta pela prótese com material moldador fluido e em pequena
quantidade, que não comprima os tecidos, ou os comprima pouco,
utilizando uma moldeira individual. É mais elaborada que a moldagem ana-
tômica, pois reproduz, além dos detalhes anatômicos da área chapeável, as
inserções musculares em seu estado de tensão. Pode também ser denomi-
nada de “segunda moldagem”, “moldagem de trabalho”, “moldagem correti-
va”, “moldagem secundária” e “moldagem final” (CUNHA e MARCHINI, 2007;
ABRAÃO e BERGAMO, 2008; TURANO et al., 2010).
1. Vedamento periférico
62
A godiva de baixa fusão tem sido utilizada tradicionalmente na confecção de
selado periférico devido a uma série de vantagens (REIS et al., 2007; TURANO
et al., 2010; DAOU, 2010):
Outra opção existente é a cera utilidade e que pode ser colocada nas
bordas da moldeira diretamente com as mãos, sendo aquecida ligeiramente
somente antes de levar à boca, o que reduz o tempo clínico sensivelmente
e apresenta algumas vantagens como (GENNARI FILHO, 2013; PARDIM e
CUNHA, 2019):
• Menor custo.
63
Mas esse material também apresenta algumas desvantagens como:
64
Figura 1: Deposição da godiva plastificada na borda da
moldeira, inserção na boca e tracionamento do lábio.
65
Figura 2: Plastificação da segunda parte da borda, inserção na
boca e tracionamento da bochecha.
66
Figura 3: Aspecto final após a moldagem de
borda da moldeira funcional superior.
67
Já para os flancos linguais e sublingual são moldados orientando o pa-
ciente a fazer os movimentos da língua dentro dos limites fisiológicos, ins-
truindo que ele posicione a língua nas comissuras labiais direita e esquerda
alternadamente (Figura 6).
Figura 6: Moldagem de borda da região milo-hióidea do lado direito e aspecto final após
conclusão de todos os bordos.
68
Figura 7: Aspecto final da moldagem de bordo
utilizando-se cera utilidade e godiva.
A moldagem da área basal tem como objetivo copiar com detalhes a su-
perfície de suporte dos rebordos superior e inferior.
69
Tabela 1: Materiais utilizados no procedimento de moldagem funcional
Material anelástico;
• Baixo custo;
• Boa estabilidade dimensional;
Pasta de óxido de zinco e
• Material rígido;
eugenol
• Permite demora no vazamento
do gesso;
• Estabilidade dimensional.
• Materiais elásticos;
Siliconas de condensação e
• Permitem uma fina película de
Mercaptanas (polissulfetos)
material;
• Exigem vazamento quase que
imediato (até duas horas).
• Materiais elásticos;
• Propriedades hidrofílicas;
Poliéteres e Siliconas de • Molde preciso e sem bolhas;
Adição • Permitem demora no vazamento
do gesso - normalmente até
sete dias.
70
Figura 8: Aplicação do adesivo para poliéter.
Figura 9: Proporção do
Poliéter e sua manipulação
com movimentos circulares.
71
Se a moldagem for realizada com a pasta zincoeugenólica, alguns cuida-
dos devem ser tomados, como, por exemplo, usar vaselina para proteger uma
possível barba e/ou bigode do paciente, pois o material de moldagem pode
aderir de forma irreversível aos pelos. Nesse caso, não há necessidade de se
utilizar nenhum adesivo na moldeira, uma vez que a pasta zincoeugenólica
tem boa aderência ao acrílico. Uma observação importante é que materiais
anelásticos estão contraindicados para regiões com áreas retentivas sob o
risco de machucar o paciente ou ter grande dificuldade de remover o molde
da boca do paciente (CUNHA e MARCHINI, 2007; ABRÃO e BERGAMO, 2008;
TURANO et al., 2010) (Figuras 11 a 14).
Figura 11: Proporção da pasta de óxido de zinco e eugenol e a moldeira superior carregada
com o material de moldagem.
72
Figura 13: Moldeira superior em posição na boca aguardando o final da polimerização e
molde concluído.
Figura 14: Procedimento de moldagem inferior com pasta de óxido de zinco e eugenol e
molde finalizado.
73
A B C
Figura 16: Moldes funcionais superiores; na figura da esquerda foi utilizado poliéter e na
da direita pasta de óxido de zinco e eugenol.
74
Figura 17: Dicagem do molde.
75
4. Desinfecção do molde
Após a moldagem funcional e
previamente ao vazamento do
gesso para obtenção do modelo,
o molde deverá ser lavado em
água corrente e, posteriormente,
desinfetado em uma solução de
glutaraldeído a 2% por dez
minutos, por arspersão ou
imersão em recipiente fechado.
Recomenda-se o Glutaraldeído,
por ser um material que, para o
Figura 18: Lavagem em água corrente tempo recomendado, não causa
dano à superfície dos moldes dos
materiais utilizados para a moldagem funcional (Figura 18).
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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JÚNIOR, F.A. Moldagem em prótese total – uma revisão da literatura. RFO, v.
12, n. 1, p. 70-74, 2007.
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SORRENTINO, R. Accuracy of Three Impression Materials on the Totally Eden-
tulous Maxilla: In Vitro/In Silico Comparative Analysis. Materials (Basel), v.
13, n. 3, p. 515- 27, 2020.
77
78
Bases de prova e Relações intermaxilares
Capítulo 4
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues Gonçalves
Carlos Henrique de Carvalho e Souza
Janayla Moreira Abreu
Laynna Marina Santos Lima
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de confeccionar bases de prova
superior e inferior para pacientes desdentados e reconhecer planos e linhas
de referência.
Sumário do capítulo:
1. Base de Prova
1.1. Materiais utilizados para a confecção da base rígida
1.1.1. Placa base de godiva
1.1.2. Resina acrílica quimicamente ativada
1.2. Técnica de Confecção
2. Relações Intermaxilares
3. Determinação dos Planos de Orientação
3.1. Ajuste na base de prova superior
3.1.1. Suporte do Lábio
3.1.2. Altura Incisal
3.1.3. Paralelismo com a linha bipupilar
3.1.4. Curva de Spee:
3.1.5. Corredor Bucal
3.2. Ajustes na base de prova inferior
3.2.1. Dimensão Vertical
3.2.1.1. Métodos para a determinação da dimensão vertical
3.2.1.2. Procedimentos para registro da DVO
3.2.1.3. Demarcação de Linhas de Referência
3.2.2. Relação Cêntrica
3.2.2.1. Métodos de Determinação da RC
3.2.2.2. Procedimentos para registro da relação cêntrica
79
A
pós a confecção dos modelos de gesso obtidos a partir da moldagem
funcional, a próxima etapa a ser executada consiste na confecção das
bases de prova ou de placas articulares, seguida dos registros inter-
maxilares.
80
1. Base de Prova
A base de prova é confeccionada sobre os modelos funcionais, sendo
constituída de uma base rígida sobre a qual se fixa um rolete ou padrão de
cera.
A superfície rígida da base de prova funciona como elemento de fixação,
pois ela se prende aos tecidos de suporte da boca através dos fenômenos
físicos de adesão, coesão e tensão superficial. Enquanto os roletes de cera
constituem os elementos funcionais das bases de prova, já que é sobre eles
que serão registradas as relações intermaxilares, a altura e a inclinação do
plano oclusal, e definidas as formas das arcadas. Quando registramos no
padrão de cera as características individuais do paciente, ele passa a ser
denominado plano de orientação (CUNHA e MARCHINI, 2007; ABRÃO e
BÉRGAMO, 2008; TRENTIN et al., 2016).
As bases de prova funcionam como matrizes das futuras próteses,
permitindo ao profissional: testar a fidelidade das moldagens; determinar
a dimensão vertical; e determinar e registrar a relação cêntrica; além
disso, possibilitam a montagem dos respectivos modelos em articulador
semiajustável, a montagem dos dentes artificiais e as subsequentes provas
clínicas.
As bases de prova devem ser confeccionadas de tal forma que permitam
o registro das relações intermaxilares de maneira precisa. Por essa razão elas
devem apresentar características peculiares como: estabilidade, retenção e
boa adaptação ao rebordo residual; extensão adequada, cobrindo todos os
tecidos que constituem a área de suporte da prótese; espessura adequada e
uniforme, tanto na área de assentamento basal (1 a 2 mm), quanto na área das
bordas (3 a 4 mm); resistência e rigidez adequadas; a par disso, devem evitar
interferência com as atividades funcionais das estruturas orais (mastigação,
fonação, respiração, deglutição).
81
Como citado anteriormente, as bases de prova possuem duas partes, as
bases rígidas e o rolete de cera.
Vantagens:
• Simplicidade na confecção;
Desvantagens:
• Aparência desagradável;
• Baixa estabilidade dimensional frente às mudanças térmicas;
• Baixa resistência a impactos;
• Bordas pouco espessas.
Vantagens:
• Simplicidade de confecção;
• Boa aparência;
• Adaptação;
• Resistência;
• Rigidez;
• Boa estabilidade dimensional,
• Durabilidade;
Desvantagens:
82
A técnica de confecção da base de prova recomendada é a que utiliza
resina acrílica autopolimerizável, devido ao fato de ser resistente e permi-
tir ajustes tanto por acréscimo como por remoção e, quando necessário, po-
der ser reparada. Um detalhe importante é que a resina acrílica está sujeita à
contração de polimerização por pelo menos 24 horas após sua confecção, se
tornando mais estável a partir desse período. Assim, é conveniente aguardar
esse período com a base em acrílico imersa em água antes de ser realizado
qualquer ajuste em boca.
83
O próximo passo é a proteção do modelo com isolante para resina acríli-
ca. Utiliza-se um pincel para aplicá-lo no modelo, inclusive nas bordas. Caso
esta etapa seja negligenciada, existe o risco de quebra do modelo na etapa
seguinte, sendo necessária a realização de uma nova moldagem funcional.
Uma alternativa ao uso do isolante consiste na hidratação do modelo, com a
imersão deste em água por um período de dez minutos (Figura 2).
A B
C
Figura 2: Moldeira individualizada
A: Alívios nas áreas retentivas
B: Isolamento do modelo
C: Hidratação do modelo
84
A B C
D E F
85
Figura 4: Adaptação e recorte do lençol de resina acrílica sobre o modelo.
Roletes de Cera
86
Figura 5: Ranhuras para fixação do rolete de cera.
87
Figura 6: Confecção do rolete de cera.
88
Posicionamento dos roletes de cera
Após a fixação dos roletes de cera sobre as bases rígidas, faz-se o preen-
chimento dos espaços entre o rolete de cera e a base rígida inferior com cera
n° 7 fundida, bem como o acabamento nas superfícies oclusais com auxílio
da espátula n° 36 aquecida (Figura 7).
89
Figura 7: Posicionamento, fixação e acabamento
do rolete de cera superior.
2. Relações Intermaxilares
90
O plano de Camper corresponde ao plano que percorre o extremo da
espinha nasal anterior à porção superior do pório. Este ponto craniométrico
localiza-se na borda superior do orifício do conduto auditivo externo. O pório
pode ser representado nos tecidos moles pelo trágus, que se situa um pouco
adiante.
91
nasolabial, e rejuvenescem a fisionomia do paciente. Da mesma forma, um
excessivo aumento no suporte também interfere na estética do paciente, os
lábios podem ficar muito elevados e provocar um aumento do volume na
região.
Caso o paciente já faça uso de próteses, estas podem ser utilizadas como
parâmetro para avaliar se já existe suporte adequado. Se houver, a nova
prótese poderá ser confeccionada em concordância com a prótese antiga,
mantendo-se o grau de suporte labial. Caso contrário, haverá necessidade
de modificá-la através do acréscimo ou remoção de cera na área vestibular-
anterior da base de prova (TELLES et al., 2004; CUNHA e MARCHINI, 2007;
ABRÃO e BÉRGAMO, 2008).
92
Para fazer essa avaliação, é ne-
cessário que os lábios do pa-
ciente estejam completamente
relaxados. O operador deverá
manipular os tecidos de forma
a obter o relaxamento muscu-
lar, e em seguida, posicionar-
-se em frente ao paciente para
análise adequada da altura do
Figura 9: Altura incisal da base de prova. rolete de cera (Figura 9).
Para realizar esse ajuste será utilizada como referência a linha bipupilar.
O operador poderá fazer uso de uma régua de Fox (Figura 10) ou então duas
espátulas de madeira (abaixador de língua) como método alternativo (Figura
11). Posicionando-se em frente ao paciente, deverá apoiar uma das espátulas
na região anterior da base de prova e a outra corresponderá à linha bipupilar.
O paciente deve ser solicitado a olhar diretamente para o operador para faci-
litar a correta identificação.
93
Figura 10: Paralelismo com a Linha Figura 11: Paralelismo com a Linha bipupilar
bipupilar utilizando a Régua de Fox. utilizando espátulas de madeira.
A curva de Spee é uma curva anteroposterior que vai dos da borda incisal
dos incisivos centrais até as cúspides dos molares. A curva de Spee deve ser
reproduzida mesmo em próteses totais com a finalidade de melhorar tanto a
estética como a função do paciente.
94
3.3.5 Corredor Bucal
O Corredor bucal corresponde ao
espaço entre a superfície vestibular
dos dentes posteriores e a mucosa
interna da bochecha. É necessário
determinar o corredor bucal no ro-
lete de cera, pois, caso o mesmo
não seja determinado, o paciente
mostrará excessivamente os den-
tes posteriores ao sorrir, o que con-
fere um aspecto desarmônico, apa-
Figura 13: Avaliação do corredor bucal.
rentando possuir um maior número
de dentes na boca. Dessa forma, se o arco vestibular do plano de orientação
estiver muito aberto, será necessário retirar cera na vestibular da região pos-
terior, fechando-se um pouco o arco e obtendo-se um formato do corredor
bucal esteticamente agradável (Figura 13).
95
Funcional Livre (EFL). Esse intervalo corresponde ao espaço intermaxilar
quando a mandíbula se encontra na posição de repouso ou equilíbrio postural,
sendo indispensável para a manutenção da saúde dos tecidos de suporte e
músculos da mastigação (CUNHA e MARCHINI, 2007). Na literatura clássica, o
EFL tem sido obtido através da seguinte fórmula: EFL = DVR – DVO.
A Dimensão Vertical aumentada provoca uma série de complicações,
caracterizadas, como exemplo, por: contato prematuro dos dentes durante
a fala; distorção da face porque o indivíduo tem dificuldade em fechar os
lábios; sensação de sorriso constante; dificuldade na deglutição, pois quando
os dentes estiverem em contato oclusal, não permitirão que os músculos
elevadores da mandíbula completem a sua contração. Com isso, os músculos
continuarão a exercer força para superar esse obstáculo e, como resultado, os
tecidos de suporte serão reabsorvidos, até que a distância seja restabelecida.
Caso haja diminuição da dimensão vertical, poderão ser aplicadas forças
excessivas aos rebordos residuais e tecidos moles (BABIUC et al., 2009).
Além disso, quando os dentes estão em oclusão, ocasionam um fechamento
exagerado, o que é prejudicial para articulação temporomandibular (ATM).
O espaço normal da língua fica limitado; os músculos da expressão facial
perdem tonicidade e a face parece flácida, em vez de firme; as comissuras
labiais tocam-se excessivamente e os lábios perdem volume. A etiologia
da queilite angular é muitas vezes atribuída ao fechamento exagerado e à
alteração da distância interoclusal, provocados pela diminuição da DVO
(BABIUC et al., 2009).
Dessa forma, para se devolverem as funções perdidas a indivíduos
reabilitados com próteses totais duplas, é importante a correta orientação do
plano oclusal e altura da dimensão vertical. A falta de estruturas de referência
reprodutíveis para determinar a dimensão é um problema. Desta forma, o
sucesso na reabilitação oral com próteses totais depende consideravelmente
das habilidades clínicas do operador (SIERPINSKA et al, 2009).
96
registros prévios às extrações (TURNER, 1969), força máxima de mordida
(BOOS, 1940), medidas faciais (WILLIS, 1935).
Willis (1935) acreditava no uso das proporções faciais para o
estabelecimento da dimensão vertical. Afirmou que as distâncias do canto
externo do olho até a comissura labial eram iguais à distância da base do nariz
ao mento, quando o paciente estivesse em posição de repouso muscular,
ou seja, em DVR. Quando os planos de oclusão dos pacientes desdentados
totais estão ajustados, estas distâncias devem coincidir. Para aferição dessas
medidas idealizou um instrumento denominado compasso de Willis (CUNHA
e MARCHINI, 2007).
Boos (1940) determinou a dimensão vertical de oclusão por medidas
de forças máximas da mordida usando o gnatodinamômetro. Por sua vez,
Shanahan (1955) propôs o método de deglutição fisiológica (na deglutição, a
mandíbula sobe para ocupar sua posição terminal habitual, após isto, esta é
retruída para a posição fisiológica de relação cêntrica); e Silverman (1953), o
espaço mais fechado da fala como guia para o restabelecimento da dimensão
vertical de oclusão, através de sons sibilantes.
Segundo Tamaki (1988), a dimensão vertical de oclusão pode ser
determinada diretamente; ou, inicialmente, se estabelece a dimensão vertical
de repouso, a partir da qual é obtida a dimensão vertical de oclusão. Chou
et al. (1994) propôs um método craniométrico para determinar a dimensão
vertical de oclusão.
Preti, Koller e Bassi (1992) classificam os métodos de determinação da
dimensão vertical de oclusão em: métodos fisiológicos e métodos mecânicos.
Os fisiológicos utilizam parâmetros clínicos como: posição de repouso,
relaxamento, deglutição, fonética e parâmetros neuromusculares, enquanto
os mecânicos utilizam registros de pré-extração e valores craniométricos.
Tamaki (1998) indicou a técnica mista para ser usada em desdentados to-
tais, isto com objetivo de que o profissional pudesse contar com maior núme-
ro de dados, para estabelecer uma medida mais adequada. Inicialmente dei-
xou o paciente à vontade, para conseguir a posição de repouso da mandíbula
e, a seguir, com o compasso de Willis mediu a distância da base do nariz ao
mento. Dessa medida subtraiu 3 mm que correspondem ao espaço funcional
de pronúncia, para obter a dimensão vertical de oclusão, que foi controlada
após a confecção dos planos de cera através da fonética e da estética.
97
O fundamento que considera a dimensão vertical de repouso (DVR) para
alcançar a dimensão vertical de oclusão (DVO) é bastante simples, bastando
determinar a posição de repouso mandibular e realizar a mensuração da
dimensão vertical de repouso entre dois pontos da face, sendo um na
mandíbula e outro na maxila. Em seguida deve-se reduzir deste valor à quantia
desejada de espaço funcional livre (EFL), ou seja: DVO = DVR – EFL, podendo
o EFL variar de 2 a 4 mm (WULFF e BERED, 1991).
98
lete de cera inferior, acrescentando ou removendo cera até que, quando em
oclusão com o rolete superior, ele fique próximo da DVO encontrada. Uma
observação importante é que normalmente só se fazem alterações no rolete
de cera inferior, o superior não deve ser mais alterado.
Após esse ajuste inicial, faz-se a avaliação pelo método Fonético, quando
se pede ao paciente para pronunciar a palavra “Mississipi” ou “sessenta”. Para
executar esses fonemas, a mandíbula se desloca de tal forma que as bases de
provas se aproximam, mas não se tocam. Caso haja toque entre os roletes de
cera, isso indica uma dimensão vertical alta, invadindo o EFL, necessitando
de remoção de cera em todo o rolete inferior até que não haja mais toque
durante a pronúncia.
Ainda com os planos de orientação em boca, faz-se a avaliação dos
fatores estéticos. Esse julgamento é baseado principalmente na proporção
facial, conformação dos sulcos nasogenianos e harmonia do terço inferior. É
importante observar se os lábios do paciente estão visíveis e se o contorno
dos lábios está adequado, pois lábios muito finos podem indicar perda de
sustentação devido a uma dimensão vertical diminuída.
Outro fator que deve ser verificado é o toque dos lábios quando o
paciente é solicitado a fechar a boca. Esse toque deve ocorrer de forma suave
e natural, sem que, para isso, o paciente precise exercer força. A melhor
forma de fazer essa avaliação é posicionando os planos de orientação na
boca do paciente e aguardando alguns minutos para que haja um completo
relaxamento muscular. Caso durante esse período os lábios deixem de se
tocar, é uma indicação de dimensão vertical elevada.
Por último, verifica-se a função de
deglutição do paciente. Com os pla-
nos de orientação em posição, o pa-
ciente é solicitado a deglutir porções
de água, sendo orientado a informar
se houver dificuldades durante a
realização do ato. Com uma dimen-
são vertical corretamente determi-
nada, a deglutição acontece natural-
mente (Figura 15). A medida da
Figura 15: Método da deglutição. dimensão vertical, também, pode
99
ser determinada com a utilização do compasso de Wills para realização das
medidas, seguindo os mesmos princípios já apresentados.
100
3.2.2 Relação Cêntrica
101
ção temporomandibular e mecanismos neuromusculares associados; a pres-
são aplicada durante o registro; técnica utilizada; associação de dispositivos
de gravação; a habilidade do dentista; a saúde e a cooperação do paciente; e
a postura do paciente (YURKSTAS e KAPUR, 2005).
102
3.2.2.2 Procedimentos para registro da relação Cêntrica
A B
103
Outra opção para registrar a posição de RC é utilizando a pasta de Óxido
de Zinco e Eugenol. Com auxílio de um Le Cron deve ser confeccionada uma
canaleta na superfície oclusal do plano de orientação superior em ambos os
lados, em região de primeiro molar, em toda a extensão vestibulolingual do
rolete de cera. Em seguida, o rolete de cera superior é isolado com vaselina
em toda a extensão e reposicionado na cavidade oral (Figuras 18 e 19).
Figura 19: Base de prova superior com vaselina e base de prova inferior com ranhuras.
104
Figura 20: Bases de prova posicionadas na boca com a pasta de óxido de zinco e eugenol
interposta e bases de prova fora da boca.
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records. J Prosthet Dent, v. 21, n.4, p 364-70, 1969.
107
108
Capítulo
Articuladores
5
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Marina Sena Lopes da Silva Sacchetto
Moema Modesto Fonseca Rocha
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de identificar os tipos de articu-
ladores mais utilizados na prática clínica, bem como as vantagens, desvanta-
gens e indicação de cada um deles.
Sumário do capítulo:
1. Articuladores não ajustáveis (ANA)
2. Articuladores Semiajustáveis
3. Articuladores totalmente ajustáveis (ATA)
4. Componentes dos Articuladores Semiajustáveis
5. Arco Facial
109
O
articulador é um aparelho mecânico que representa os maxilares e
as articulações temporomandibulares (CUNHA e MARCHINI, 2007).
É um instrumento regulável que simula o movimento de mastigação
entre modelos de gesso (TASORA e SIMEONE, 2010). Essencial em tratamen-
tos reabilitadores extensos, pois, permite a simulação dos movimentos man-
dibulares (CANNING et al.,2011).
110
Figura 1: Verticulador Figura 2: Charneira.
2. Articuladores Semiajustáveis
111
em valores médios (pequeno, médio e grande), trajetória condilar sagital e
lateral (Bennett) e trajetória incisal (CUNHA e MARCHINI, 2007; GENNARI
FILHO, 2007).
Tipos de ASA
112
Os articuladores semiajustáveis são utilizados nas seguintes situações
(MIYASHITA et al., 2010):
I - Determinação do Diagnóstico
113
Figura 5: Visão posterior de contato prematuro de caso
clínico montado em ASA.
114
b) o planejamento do ajuste oclusal por desgaste seletivo antes de ser exe-
cutado na cavidade oral. Isso dá condições ao profissional de avaliar o
nível de desgaste necessário, planejar se será possível realizar tal procedi-
mento somente com pequenos desgastes ou será necessária a confecção
de prótese fixa, ou, ainda, se o desgaste está contraindicado e será neces-
sário encaminhar o paciente para tratamento ortodôntico (Figuras 7 a 9);
115
Figura 9: Marcação em carbono dos pontos de contato após o ajuste oclusal nos modelos
de estudo.
116
IV - Execução de tratamentos protéticos
Figura 11: Montagem dos dentes em cera no articulador de um caso de Prótese total
superior e Prótese Parcial Removível inferior.
117
duzir todos os chamados determinantes da morfologia oclusal, propiciando a
construção de elementos protéticos mais compatíveis com a condição real de
oclusão do paciente, e reduzindo o tempo de ajuste oclusal. Entretanto, sua
utilização tem caído em desuso devido à complexidade do procedimento de
montagem e ao custo (PEGORARO, 2004).
Os Ramos superior e inferior são hastes horizontais que devem estar pa-
ralelas durante o trabalho protético e que têm a função de manter os mode-
los em relação, pelos seus suportes.
118
Nos articuladores do tipo Arcon elas situam-se no ramo superior e, nos
do tipo não Arcon, nos postes (Figura 12). Como elas representam as fossas
articulares, têm a finalidade de orientar os movimentos das esferas condila-
res tanto no sentido antero-posterior (trajetória condílica sagital), quanto no
sentido lateral (trajetória condílica lateral ou Ângulo de Bennett) (GENNARI
FILHO,2007). A guia sagital controla o deslocamento para baixo do côndilo
de balanceio quando ele se move durante os movimentos de protrusão ou
lateralidade (Figura 13). A guia lateral controla o deslocamento do côndilo
de balanceio quando ele se move para dentro durante a lateralidade (ângulo
de Bennett) (Figura 14). Essas guias podem ser ajustadas dentro de médias
predeterminadas; para o ângulo de Bennett usam-se 15° e na guia sagital 30°.
As guias condilares podem ser ajustadas individualmente para cada paciente
por meio de registros em cera. A guia incisal está situada na parte anterior e
mediana do aparelho; é constituída pelo pino ou haste incisal e pela platafor-
ma ou mesa incisal. Permite registrar a amplitude dos movimentos de latera-
lidade em três planos: horizontal, vertical e sagital (MIYASHITA et al.,2010).
Ramo superior
Guia Condilar
Corpo
Ramo Inferior
Mesa Incisal
119
Figura 13: Guia Sagital regulada em 30º.
As Placas de montagem são dispositivos que são presos aos ramos supe-
rior e inferior do articulador e permitem a fixação dos modelos de gesso ao
articulador. Elas podem ser metálicas ou plásticas ou até mesmo imantadas a
fim de facilitar a troca de modelos (Figuras 15 a 17).
120
Figura 17: Placa de montagem plástica imantada para fixação nos ramos do articulador A7
Fix (Bio-art).
5. Arco Facial
121
• Arco: determina a distância intercondilar;
• Olivas: se adaptam aos condutos auditivos externos e localizam os
côndilos;
• Násio, relacionador ou posicionador nasal: se adapta ao nariz do
paciente, mais precisamente à glabela;
• Garfo: faz a conexão da maxila com o arco facial através de registros
oclusais que podem ser realizados através de uma base de prova
no caso de um paciente desdentado; ou através de godiva, cera
ou elastômero, nos casos em que os pacientes possuem dentes
superiores.
122
Figura 18: Posicionamento da base de prova no garfo para dentado utilizando silicone de
condensação densa.
123
O procedimento de montagem é o mesmo para os três tipos de fixação,
observada a sequência clínica a seguir.Após a fixação da base de prova,
verificar a centralização da haste do garfo com a linha média do paciente.
Figura 20: Garfo oclusal posicionado na Figura 21: Olivas do Arco facial sendo
boca do paciente. inseridas no conduto auditivo externo.
124
Figura 22: Fixação do posicionador nasal.
125
• Como o posicionador nasal, constitui apenas um referencial de
posicionamento, sendo que alguns tipos de arco facial possuem uma
haste a ser direcionada ao forame infraorbitário em substituição
a este dispositivo, não sendo necessário que o paciente solte o
conjunto para se verificar se a fixação está adequada. Dependendo
da forma do nariz do paciente, essa fixação no sentido vertical só
é conseguida com aplicação de uma grande força no posicionador
nasal, o que, além de desnecessário, pode causar algum dano ao
tecido retrodiscal, que está imediatamente à frente das olivas.
• Em alguns modelos de articuladores existem três números ou
letras na borda anterior do arco facial correspondentes às medidas
intercondilares: pequena, média e grande. Para os demais modelos
a distância intercondilar é fixa, na média de 110 mm, não havendo,
portanto, regulagem da distância intercondilar.
• Afrouxe o parafuso de fixação do posicionador nasal e retire o
suporte do bloco do násio. Em seguida, afrouxe o parafuso central
do arco facial e segure a barra transversal do arco ao mesmo tempo
que o paciente abre lentamente a boca, retirando todo o conjunto
com cuidado.
6. Montagem do Articulador
126
consultar o manual do articulador para se obter mais detalhes de cada mode-
lo (TELLES et al., 2004).
127
Montagem dos Modelos
Maxila:
128
Mandíbula:
129
7. Acessórios dos Articuladores Semiajustáveis
Figura 27: Arco facial profissional. Figura 28: Dispositivo posicionador preso ao
articulador.
130
Figura 29: Articulador com placa indexadora.
Figura 32: Mesa incisal metálica. Figura 33: Suporte para montagem.
131
8. Limitações
Por ser mecânico, o articulador não permite a reprodução in vivo dos te-
cidos moles, os quais interagem e interferem nos tecidos duros que procu-
ramos reproduzir. Além disso, a caixa articular possui ângulos retos que não
condizem com a realidade fisiológica da articulação temporomandibular, cuja
forma é curvilínea e, muitas vezes, difere do lado esquerdo para o direito
quanto à angulação; e possui os côndilos esféricos distintos dos mandibula-
res, que são elipsóides. Outro fator de limitação é que os aparelhos não pos-
suem dispositivos para registro do ângulo de Fisher, permitindo uma medida
intercondilar apenas simplificada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
132
CANNING ,T.; O´CONNELL, B.C.;HOUSTON, F.; O´SULLIVAN, M. The Effect
of Skeletal Pattern on Determining Articulator Settings for Prosthodontic
Rehabilitation: An In Vivo Study. Int. J Prosthodont ,v. 24, n. 1, p. 16-25, Jan/
Feb 2011.
133
134
Capítulo
Dentes Artificiais e Estética em Prótese Total
6
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Ana Clarissa Cavalcante Elvas Bohn
Rianny Maria Barros Lopes
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de selecionar e corrigir a posição
de dentes artificiais montados em cera.
Sumário do capítulo:
1. Seleção de dentes artificiais
2. Seleção da cor
3. Gengiva artificial
4. Montagem dos dentes
5. Enceramento Gengival
6. Referências bibliográficas
135
A
estética é uma das principais preocupações dos indivíduos, que provo-
ca sentimentos de aprovação e desaprovação, expectativas pessoais
e profissionais, interferindo nas relações sociais, sendo ela, portan-
to, importante para a saúde e bem-estar do indivíduo (CARRILHO e PAULA,
2007).
136
1. Seleção de Dentes Artificiais
137
Outros fatores como elementos artísticos, cor, forma, altura dos dentes,
simetria, proporção, posição e alinhamento dos dentes são importantes para
restaurar esteticamente um paciente. Diante disso, várias teorias surgiram na
tentativa de auxiliar a escolha de diferentes tipos de dentes para atender o
maior número de indivíduos, que surgiam com o crescimento populacional e
a miscigenação das raças.
Existem vários métodos para a escolha dos dentes artificiais, não haven-
do, infelizmente, um método válido para todas as situações. Uma solução é
escolher o método que mais se adapte ao caso clínico e realizar uma prova es-
tética antes da acrilização da prótese a fim de avaliar a satisfação do paciente.
138
Figura 1: A distância mésio-distal do Incisivo Central Superior corresponde a 1/16 da
distância bizigomática da face.
139
Figura 3: Marcação da Comissura labial Figura 4: Marcação da linha média.
direita.
140
Figura 6: Distância em curva de uma Figura 7: Altura do incisivo central sem o
comissura labial à outra. colo.
141
adaptá-los às necessidades estéticas de determinado caso, individualizando-o
de acordo com as características e com a idade da pessoa que irá usá-lo
(FRUSH e FISHER, 1955; GROSSI et al., 2001; SELLEN et al., 2002).
142
sendo que a qualidade fica comprometida quando temos uma distância
grande do objeto a ser examinado. Outro ponto a ser avaliado é a idade que
o paciente possuía quando tirou a foto.
2. SELEÇÃO DA COR
Os dentes anteriores são mais claros que os posteriores, não só pela lumi-
nosidade, como também pela espessura dos dentes posteriores. Ao compa-
rarmos as arcadas, os inferiores tendem a ser mais escuros que os superiores.
143
As características do indivíduo que devem ser consideradas para a seleção
da cor dos dentes da prótese total são a idade, a cor e o sexo do paciente. À
medida que se envelhece, os dentes tornam-se mais escuros, pela incorpora-
ção fisiológica dos pigmentos bem como com a diminuição da câmara pulpar
e aumento da espessura da dentina. Pessoas mais jovens possuem dentes
mais claros com um tom opaco e apresentam bordos incisais azulados pela
passagem de luz (refração) através do esmalte, já um indivíduo de idade mais
avançada perde o bordo incisal azulado por desgaste, expondo a dentina aos
fluidos bucais, tabaco, bactérias cromógenas, tendendo a escurecer o dente
pela impregnação dos canalículos (GROSSI et al., 2001).
Quanto mais escura a pele, teoricamente, mais escuro deverá ser o dente.
Outro fator de variação é o sexo, geralmente temos nas mulheres tons mais
claros de dentes.
144
A escolha da cor deve ser feita em ambiente iluminado com luz natural
(Figura 8), preferivelmente entre 9 e 16 horas. Cuidados especiais devem
ser tomados para evitar que cores dominantes possam interferir com nosso
critério:
Não ficar olhando muito tempo sobre a cor para não perder a noção das
pequenas nuances de tonalidade dos dentes;
145
Quando há algum remanescente natural, a cor deve ser escolhida por
este elemento, caso contrário, se comparam os dentes da escala com o tom
de pele do paciente (Figuras 9 e 10).
Figura 9: Escolha da cor pelos dentes Figura 10: Escolha da cor pelo tom de pele
do paciente
146
Figura 11: Paciente segura o espelho para colaborar com a
escolha da cor.
3. GENGIVA ARTIFICIAL
A cor e a caracterização da base da prótese devem receber atenção
do profissional. A gengiva emoldura os dentes e este conjunto deve estar
esteticamente harmônico.
147
Marcas comerciais disponibilizam no mercado resinas termopolimerizá-
veis para gengiva em vários tons básicos (Figura12).
148
4. MONTAGEM DOS DENTES
A montagem de dentes em prótese total é uma etapa laboratorial
minuciosa que deve levar em consideração cinco fatores: posição, disposição,
alinhamento, articulação e oclusão dos dentes artificiais. Existem diversas
técnicas de montagem descritas na literatura, como visualizado nas
ilustrações abaixo, uma adaptação da montagem da técnica da Faculdade de
Odontologia de Araraquara – UNESP.
V L
V L
149
CANINO SUPERIOR
V L
1º PRÉ-MOLAR SUPERIOR
V L
150
2º PRÉ-MOLAR SUPERIOR
V L
1º MOLAR SUPERIOR
V L
151
2º MOLAR SUPERIOR
V L
1º MOLAR INFERIOR
V L
152
2º MOLAR INFERIOR
V L
2º PRÉ-MOLAR INFERIOR
V L
153
1º PRÉ-MOLAR INFERIOR
V L
V L
154
INCISIVO LATERAL INFERIOR
V L
CANINO INFERIOR
V L
155
PERSONALIZAÇÃO
Muitas posições podem ser usadas para a montagem dos dentes superio-
res anteriores, a fim de que se harmonizem com a feição do paciente:
CORREDOR BUCAL
156
Sempre o bom senso do profissional deve prevalecer, devendo estar ciente
de que a presença de um corredor bucal cria a sensação de profundidade
e naturalidade a um sorriso; por outro lado, a ausência de corredor gera
a percepção de um número exagerado de dentes na boca; e um corredor
exagerado causa uma impressão de poucos dentes ou dentes ausentes.
5. ENCERAMENTO GENGIVAL
157
Figura 14: Enceramento simples. Figura 15: Enceramento mais elaborado,
reproduzindo o contorno radicular dos
dentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRÃO, W.; BÉRGAMO, P.M.S. Prótese total para o clínico geral. Editora
Tota. 1° ed. Ribeirão Preto:SP, 2008.
GROSSI, M.L.; NOOCHI, P.; BERED, P.A.; WALBER, L.F. Teoria dentogênica em
estética de próteses totais. Rev. Odonto. Ciênc.,v.34,p. 259-66, 2001.
MOLLO JÚNIOR, F.A.; VARJÃO, F.M.; CEDANO, V.P.; ARIOLI FILHO, J.N.; RUS-
SI, S. Estudo da relação entre a cor da pele e a cor dos dentes em pacientes
desdentados naturais. PCL: Rev. Bras. Prót. Clín. Labor.,v. 22,p. 86-88 2000;
22: 86-88.
SELLEN, P.N.; JAGGER, D.C.; HARRISON, A. The selection of anterior teeth ap-
propriate for the age and sex of the individual. How variable are dental staff
in their choice? J. Oral Rehabil.., v. 29, p. 853-57, 2002.
158
TELLES, D.; HOLLWEG, H.; CASTELLUCCI, L. Prótese total convencional e so-
bre implantes. 2ª ed. São Paulo: Editora Santos, 2009.
159
160
Capítulo
Provas Funcionais e Instalação de
7
Próteses Totais
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues Gonçalves
Éllen Maria Matos de Andrade
Lorenna Bastos Lima Verde Nogueira
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de identificar as provas funcionais
a serem realizadas e os passos a serem seguidos durante a instalação.
Sumário do capítulo:
1. Introdução
2. Provas funcionais
3. Instalação
4. Adesivos para Prótese Total
5. Higiene Oral e da Prótese
6. Consultas de Retorno
7. Referências bibliográficas
161
A
prova dos dentes em cera, também chamada de prova funcional ou
clínica, é uma etapa essencial para o sucesso da reabilitação com pró-
teses totais e que precede à sessão de instalação das mesmas. Repre-
senta a oportunidade que o profissional tem de avaliar os passos realizados
até o momento, sendo, pois, a última chance de observar eventuais erros de
procedimento e fazer as correções necessárias. Além disso, esta etapa é um
momento importante também para o paciente, pois este tem uma visão mui-
to próxima do trabalho final, podendo dar seu aval ou não sobre o tratamen-
to (ABRÃO e BÉRGAMO, 2008).
Para que se possa ter uma prova funcional realmente válida é necessário
que as bases de prova com os dentes já estejam com o enceramento realiza-
do na sua totalidade (Figura 1).
2. PROVAS FUNCIONAIS
162
Estética
Por ser a principal queixa do paciente, a estética é avaliada com cautela.
Devem ser observados os contornos dos lábios e das bochechas, com o pa-
ciente de boca fechada. Espera-se um suporte labial harmônico com um ân-
gulo aproximado de 90° entre a base do nariz e o lábio, mas ressalvas devem
ser feitas com narizes angulados na ponta, tanto para cima como para baixo,
sempre devendo prevalecer o bom senso e a percepção do profissional (Figu-
ra 2). O filtro labial, depressão do lábio abaixo do nariz e que normalmente se
localiza na linha média do rosto do paciente, deve estar bem definido. Quan-
do o filtro desaparece, normalmente está associado a um suporte excessivo
do lábio. Verifica-se também a presença dos sulcos nasolabiais, que devem
estar discretos, mas presentes (Figura 3). Um sulco acentuado pode significar
ou suporte deficiente ou dimensão vertical inadequada; já um sulco ausente
pode significar excesso de suporte (ABRÃO e BÉRGAMO, 2008).
Figura 2: Avaliação do suporte do lábio com Figura 3: Análise estética com visão
as bases de prova na boca. frontal.
Deve-se observar uma harmonia dos terços da face, com a distância entre
as comissuras labial e palpebral próxima da distância da base do nariz ao men-
to, na posição de repouso mandibular.
163
a letra “F”, os incisivos centrais devem tocar a linha “seco/molhado” do lábio
inferior. Esse último teste, apesar de não influenciar muito na fonética do
paciente, é muito importante para as mulheres, pois dentes muito compridos
na região anterior significam dentes constantemente manchados de batom.
Nessa fase faz-se, também, a avaliação da cor dos dentes e se, durante o
sorriso forçado, há coincidência do lábio com a cervical dos dentes anteriores
(Figura 5).
• Relação Centrica
164
• Dimensão vertical
165
Figura 7: Teste da deglutição.
Retenção
166
Oclusão
Caso haja alguma discrepância, como mordida aberta anterior, por exem-
plo, o problema deve ser corrigido como descrito a seguir. O primeiro aspec-
to a ser avaliado é se a base de prova superior preenche todos os requisitos
estéticos; caso isso se confirme, removem-se os dentes posteriores inferio-
res, acrescenta-se cera 7 nessas regiões e faz-se novo registro da dimensão
167
vertical e relação central, desta vez com os dentes superiores ocluindo contra
a cera na região posterior da base de prova inferior. Pode-se refinar o registro
com pasta de óxido de zinco e eugenol. Recomenda-se uma remontagem do
modelo inferior no articulador e reposicionamento dos dentes inferiores pos-
teriores para nova prova em boca, antes da acrilização da prótese.
3. INSTALAÇÃO
168
A consulta de instalação requer uma sequência de procedimentos a se-
rem seguidos, devendo as orientações sobre os cuidados necessários e possí-
veis problemas ser abordadas como parte do plano de tratamento.
169
Figura 10: Oclusão das bases de prova em boca.
170
Figura 11: Fina camada de pasta Figura 12: Pressão na região de pré-molares.
catalizadora da pasta de óxido de zinco e
eugenol.
Figura 13: Aspecto após a remoção da Figura 14: Desgaste das áreas de
boca. compressão.
c) Ajuste Oclusal
Em prótese total, se preconiza a Oclusão balanceada bilateralmente. Na
oclusão em prótese total, deve existir pelo menos um contato em cada cús-
pide cêntrica com sua fossa antagonista correspondente, e, nos movimentos
excursivos laterais da mandíbula (movimento de lateralidade), deve existir o
maior número possível de contatos dos com os dentes antagonistas, tanto do
lado de trabalho como de balanceio.
171
No movimento protrusivo, os contatos deverão ser simétricos e equili-
brados a partir da linha média e, se o biotipo do paciente permitir, com a
presença de contatos posteriores bilaterais (TURANO, 2010; ERVOLINO et
al., 2019). Os ajustes podem ser realizados com brocas esféricas em baixa
rotação fora da boca do paciente, e os contatos devem ser marcados com
carbono dos dois lados da arcada, ao mesmo tempo, para isso sendo bastante
úteis as pinças do tipo Miller, que reduzem sensivelmente o tempo de ajuste
(Figuras 15, 16 e 17).
Figura 16: Oclusão Centrica antes Figura 17: Oclusão Centrica após o
do ajuste oclusal. ajuste oclusal.
172
Caso se observe que a oclusão inicial não apresenta grandes discrepâncias,
o ajuste oclusal pode ser realizado durante a consulta de retorno, até mesmo,
porque a prótese ainda está em fase de acomodação na fibromucosa.
173
No caso do teste de retenção posterior, realizam-se leves toques com o
dedo indicador na face palatina dos incisivos (Figura 18); no teste de retenção
lateral, leves toques no sentido lingual-vestibular dos pré-molares, no lado
oposto ao que está sendo verificado. Da mesma forma que na retenção
global, espera-se que a prótese resista em posição a esses movimentos.
174
Em algumas situações, pode ocorrer uma deficiência de retenção nesse
primeiro momento, é importante ter cautela e instalar a prótese assim mes-
mo, avisando o paciente da intercorrência e pedindo a colaboração deste
para que insista na utilização da mesma por uma semana. Existe a possibilida-
de de, após alguns dias, a prótese se acomodar aos tecidos orais e a retenção
ser conseguida. Caso não se obtenha sucesso, a prótese deve ser reavaliada
para possível reembasamento ou para a susbtituição da mesma (ZARB et al.,
1997, TURANO el al., 2010).
f) Orientações ao paciente
Ainda nessa consulta, instruções quanto ao período de adaptação, uso
e higiene das próteses devem ser repassadas tanto verbalmente como por
escrito, esclarecendo os seguintes pontos:
175
e) Sempre que remover a prótese, o paciente deverá deixá-la em um
recipiente com água para que a mesma não sofra distorção;
f) Orienta-se o paciente a retirar a prótese, durante a noite. Esse
procedimento ajuda a preservar a saúde dos tecidos bucais
(mucosa e osso alveolar), pois é importante que eles sejam aliviados
da pressão exercida pela base da prótese de 6 a 8 horas por dia,
permitindo também que haja uma melhor circulação sanguínea
pelos tecidos mais afetados. Além disso, o uso noturno de Próteses
totais está associado a um aumento considerável da prevalência
de estomatites protéticas;
g) As próteses totais duram em média 5 anos, quando devem
ser substituídas por novas. Isso ocorre devido ao processo de
reabsorção óssea ser contínuo;
h) O paciente deve ser informado que durante esses 5 anos, ele
deve retornar para avaliações periódicas, ocasião em que pode ser
necessário a realização de ajustes ou mesmo reembasamentos.
176
Os tipos de adesivos encontrados atualmente no mercado são os cremes
ou pastas, pós e fitas adesivas. Os cremes têm mostrado melhores resultados
quanto à retenção, e seu tempo de ação é mais duradouro, embora comece
mais tardiamente que as outras formas. O pó adesivo tem início de ação mais
rápido, mas cessa precocemente, removido pelo contato da saliva. As fitas
adesivas são as mais bem aceitas, têm mostrado bons resultados e tempo de
ação satisfatório, de 6 a 12 horas. A desvantagem desta é o seu custo, mais
elevado que os demais adesivos (TELLES, et al., 2004; SPENCIERE et al., 2009;
CHOWDHRY et al., 2010, POLYZOIS et al., 2011).
As principais indicações para o uso de adesivos para PT são:
Por não possuírem mais dentes, alguns pacientes tem a ideia errônea de
que não precisam mais higienizar a cavidade bucal e nem a prótese. É de-
ver do profissional destacar a importância da higiene oral diária e ensiná-lo a
como proceder.
A limpeza dos tecidos moles deve ser feita com pano ou gaze umedecida
em água, friccionando em todo o rebordo, mucosas e palato. A língua deve
ser limpa com escova macia ou com um limpador próprio. A prótese deve ser
177
escovada primeiramente com uma escova dura, como a escovinha de unhas,
e sabão de coco e, em seguida, com escova e pasta de dentes para a região
dos dentes (CUNHA e MARCHINI, 2007). A cada 30 dias, durante a noite, as PT
devem ser mergulhadas em solução limpeza, como a de hipoclorito de sódio
10%, para uma limpeza mais profunda. Essa solução pode ser preparada pelo
próprio paciente de forma simples e barata, bastando para isso misturar uma
colher de sopa de água sanitária em um copo de água filtrada.
178
6. Consultas de Retorno
179
ANEXO 1
180
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRÃO, W.; BÉRGAMO, P.M.S. Prótese total para o clínico geral :1 ed. Ribei-
rão Preto: Tota, 2008.
CHOWDHRY, P.; PHUKELA, S.S. ; PATIL, R.; YADAV, H. A study to evaluate the
retentive ability of different denture adhesive materials: an in vitro study. J.
Indian Prosthodont Soc,,v. 10, n. 3, p. 176 -181, July/ Sept 2010.
181
TURANO, J.C.; TURANO, L.M.; TURANO, M.V.B. Fundamentos de prótese to-
tal: 9 ed. São Paulo: Santos, 2010.
182
Capítulo
Biomecânica das Próteses Totais
8
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Carolina Veloso Lima
Danila Lorena Nunes dos Santos
Ao final deste capítulo você deve ser capaz de identificar as provas funcionais a
serem realizadas, bem como os passos a serem seguidos durante a instalação.
Sumário do capítulo:
1. Introdução
2. Provas funcionais
3. Instalação
4. Adesivos para Prótese Total
5. Higiene Oral e da Prótese
6. Consultas de Retorno
7. Referências bibliográficas
183
Os
indivíduos portadores de próteses totais buscam qualidade de
vida com a colocação desses aparelhos, mas, muitas vezes, as
próteses não conseguem atingir as expectativas do paciente.
Cunha e Marchini (2004) relatam que, em um estudo longitudinal do Conse-
lho Regional de Odontologia de São Paulo, a Especialidade Prótese Dentária
apresentava o maior índice de queixas, sendo o registro com relação à reten-
ção das próteses totais o maior de todos.
O sucesso das reabilitações com próteses totais depende de uma boa in-
tegração entre os protesistas e a aceitação psicológica e funcional por parte
dos pacientes. Deve haver uma combinação entre as técnicas utilizadas e a
interação com o paciente, tentando conscientizá-lo da realidade da reabilita-
ção protética escolhida para o tratamento.
184
A retenção das próteses totais depende de fatores físicos, fisiológicos,
psíquicos, mecânicos e cirúrgicos. Fatores físicos como adesão, coesão, ten-
são superficial e pressão atmosférica contribuem para a retenção, mas é
necessária a presença de saliva para que esses fatores exerçam sua função.
Dentre os fatores fisiológicos estão as características anatômicas dos rebor-
dos alveolares, o grau de tonicidade dos tecidos, o controle neuromuscular, o
fluxo e qualidade da saliva. Fatores psicológicos relacionados a aceitação das
próteses também influenciam na retenção, pois alguns pacientes são incapa-
zes de se adaptarem física e psicologicamente às mudanças proporcionadas
pelo uso das próteses (CUNHA e MARCHINI, 2004).
SUCESSO
Estabilidade
Suporte Retenção
185
2. MEIOS FÍSICOS
2.1 Gravidade
186
A B
Figura 2: (A) Prótese total superior com câmara de sucção. (B) Aspecto clínico da mucosa
palatina hiperplasiada.
2.3 Adesão
187
Mucosa
Saliva Adesão
Base da Prótese
188
A xerostomia pode afetar a alimentação, a saúde bucal e ter efeitos psi-
cológicos. O tratamento desses pacientes pode ser a troca da medicação que
utilizam (caso essa seja a causa da xerostomia), uso de saliva artificial e gomas
de mascar, com o intuito de estimular as glândulas salivares e o uso de reem-
basadores resilientes (HALLIKERIMATH e JAIN, 2012).
2.4 Coesão
189
A tensão superficial depende da adesão, da extensão da área basal, pou-
co deslocamento dos tecidos moles, moldagem precisa, coesão e capilarida-
de (TURANO et al., 2010).
K – Força de fixação
a – Coeficiente de tensão superficial
K = 2ay Y – Superfície das bases
b b – Distância entre as bases
Isso significa dizer que a força para romper a retenção das próteses é pro-
porcional a duas vezes o grau de tensão superficial do fluido salivar, multipli-
cado pela área recoberta pela prótese total e inversamente proporcional à
espessura da película de saliva. Ou seja, quanto maior for a área basal de uma
prótese, maior será a força para deslocá-la. E quanto menor for a película
de saliva, também será necessária uma força maior para desalojar a prótese
(TURANO et al., 2010).
2.6 Capilaridade
190
3. MEIOS FISIOLÓGICOS
3.1 Músculos
Para determinar a posição ideal dos dentes artificiais, foi proposta a téc-
nica da zona neutra (TELLES, 2009). A zona neutra é caracterizada pela elimi-
nação das forças laterais e horizontais, causadas pela contração dos músculos
durante a fala, deglutição e mastigação; é a área onde ocorre uma neutraliza-
ção das forças da língua que pressionam os dentes para fora e as forças exer-
cidas pelo lábio e bochechas, que pressionam os dentes para dentro (PEKKAN
et al., 2007). O posicionamento dos dentes artificiais dentro da zona neutra
melhora a estabilidade das próteses.
4. MEIOS PSICOLÓGICOS
191
são dores musculares na região de cabeça e pescoço, nas articulações, limita-
ção dos movimentos mandibulares, ruídos articulares, deformidades faciais e
cefaléias (CÉSAR et al, 2006).
5. MEIOS MECÂNICOS
192
no posicionamento dos dentes anteriores, essencial para obter os contatos
excursivos posteriores. Isso ajuda no desenvolvimento do controle neuro-
muscular por parte do paciente, ocasionando um menor grau de abertura
da boca nos movimentos excursivos. Esse padrão oclusal pode ser obtido em
próteses totais sem que haja a obrigatoriedade da existência de contatos
posteriores.
Farias Neto et al. (2010) defendem que as próteses totais podem ser con-
feccionadas com o uso da guia canina sem que isso resulte em diminuição da
retenção e estabilidade das próteses. Contatos balanceados bilaterais não
são encontrados no momento da mastigação devido à presença do bolo ali-
mentar e, por esse motivo, não são necessários fisiologicamente.
6. MEIOS CIRÚRGICOS
193
lar. Esses procedimentos têm o intuito de melhorar a adaptação da prótese
sobre o rebordo remanescente.
Hiperplasias fibrosa e papilar podem ser causadas por próteses mal adap-
tadas. A remoção cirúrgica é a primeira opção de tratamento, sendo obriga-
tório o envio das peças para o exame histopatológico. Após a remoção desse
tecido, é necessária a confecção de uma nova prótese.
As próteses totais ficam apoiadas em tecido mucoso, que não foi feito
para desempenhar tal função, resultando em um processo de reabsorção do
osso remanescente e lesões nos tecidos moles (TELLES, 2009). Má oclusão,
194
alinhamento inadequado dos dentes nas próteses, deformação nas bases das
próteses e perda de dimensão vertical de oclusão são outros fatores que po-
dem acelerar o processo de reabsorção óssea. Forças geradas pelo funciona-
mento de uma prótese mal confeccionada podem causar pressão, inflamar os
tecidos de suporte e acelerar o processo de reabsorção óssea (KELSEY, 1971).
195
tes e pelo rebordo alveolar remanescente. Nessa técnica se utilizam 2 a 4
implantes instalados de maneira simétrica no rebordo alveolar e sobre esses
implantes são acoplados sistemas de retenção para conectar a prótese aos
implantes. Podem funcionar com sistemas rígidos, semirrígidos e resilientes
(Figuras 4 e 5).
7. ESTABILIDADE
196
Um plano inclinado desvia forças e provoca instabilidade. O protesista
deve procurar sempre forças que atuem em ângulo reto (TURANO, 2010).
Veremos, a seguir, fatores que diminuem a ação de forças oblíquas.
7.2 Oclusão
197
Quando as forças oclusais são geradas sobre as próteses, a sua estabi-
lidade dependerá em maior parte do apoio mucoso. Como a estabilidade e
retenção das próteses totais são obtidas em grande parte pelos procedimen-
tos de moldagem, o dentista precisa saber que o funcionamento oclusal de-
penderá da qualidade deste procedimento. A oclusão balanceada bilateral
tem sido indicada por promover estabilidade. Ela exige contatos simultâneos
bilaterais, tanto em RC como nos movimentos excêntricos, de lateralidade e
protrusão, dentro dos limites normais de função mandibular (TELLES et al.,
2009).
198
KROL, 1983). Quanto mais paralelas forem as superfícies oclusais opostas,
melhor será a estabilidade das próteses (Figura 7).
Vestibular Lingual
199
A B
200
O ideal é que o plano oclusão não possua inclinação. Quando se inclina
no sentido anteroposterior, a prótese superior deslizará para a frente, e a
prótese inferior deslizará para trás. A inclinação do plano no sentido inverso
causa deslize para frente da prótese inferior e para trás da prótese superior
(ABRÃO, 2008).
7.7 Músculos
201
musculatura, assim como a uma ação estabilizadora na prótese (JACOBSON
e KROL, 1983).
MAXILA
Músculo Orbicular do Lábio
O músculo orbicular do lábio tem a forma de um esfíncter. Ele se insere
superiormente na linha mediana da maxila através do freio labial e, lateral-
mente, no canto da boca, numa formação nodular denominada modíolo (AB-
RÃO, 2008). O músculo orbicular do lábio, juntamente com o bucinador, for-
ma uma unidade funcional que depende da forma e da posição das arcadas
e a sua contração pode interferir com a borda vestibular anterior da prótese
(Figura 11) (ABRÃO, 2008).
202
Músculo Bucinador
MANDÍBULA
Quadrado do Mento e Triangular dos Lábios
203
Músculo Orbicular do Lábio
Na região do flanco labial, o orbicular do lábio é o músculo mais importan-
te do ponto de vista de prótese total. Ele se insere no osso mandibular atra-
vés do freio labial e, no canto da boca, através do modíolo. Seus movimentos
não são capazes de deslocar a prótese do seu assentamento basal (ABRÃO,
2008).
Masseter
204
Figura 14: Linhas alaranjadas representando
a direção das fibras do músculo masseter.
205
Figura 15: Seta alaranjada - Músculo palatoglosso (Adaptado de
Fehrenbach & Herring, 2005).
Músculo Milo-hióideo
206
A
B C
Músculo Genioglosso
Dobra Sublingual
É uma dobra da mucosa do assoalho da boca, localizada próxima à linha
média. É formada quase que exclusivamente pelas glândulas sublinguais.
207
Durante os movimentos da língua, a dobra é empurrada para frente e
pressionada contra a borda da prótese, promovendo o selamento da borda.
Para obter um selamento mais efetivo, a borda da prótese deve preencher
todo o espaço compreendido entre o rebordo e a dobra sublingual. A região
da dobra pode ser considerada uma zona de travamento para a prótese
inferior (ABRÃO, 2008).
8. SUPORTE
208
8.3 Forma, superfície e volume dos rebordos
209
reabsorção óssea e são as mais desfavoráveis de todas (MILLARES e MUNIVE,
1995).
A mucosa muda de forma de acordo com sua compressão, e isso não ocor-
re de fmaneira uniforme, mas resultando em forças de alavanca que devem
ser controladas com a regularização e aumento em extensão da área basal da
prótese, aproveitando um melhor apoio ósseo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRÃO, W.; Bérgamo PMS. Prótese Total para o Clínico Geral: 1ª ed. Editora
Tota: Ribeirão Preto, SP. 2008.
210
HALLIKERIMATH, R. B.; JAIN, M. Managing the Edentulous Dry Mouth: The
Two Part Mandibular Denture. Indian Prosthod. Soc., v. 12, n. 1, p. 51-4, 2012.
211
TURANO, J.C. et al. Fundamentos de Prótese Total: 9 ed. São Paulo: Editora
Santos, 2010.
212
Capítulo
Reembasadores
9
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues
Luana Carmem Lino Gomes
Lucas Lopes Araújo Sousa
Sumário do capítulo:
1. Introdução.
2. Indicações e contraindicações do reembasamento.
3. Tipos de Reembasadores.
4. Caso clínico.
5. Referências bibliográficas.
213
A
longevidade de uma prótese está diretamente ligada às condições
orais e aos cuidados que ela recebe ao longo do tempo. Dessa ma-
neira, é difícil estimar a sua longevidade. De forma geral, admite-se
que a cada 5 anos a prótese deve ser substituída, pois geralmente após este
período já ocorrem mudanças nos tecidos orais que afetam a adaptação das
bases das próteses, prejudicando as relações oclusais (FELTON et al., 2011).
214
sa das características da prótese, dos aspectos clínicos do paciente e, princi-
palmente, dos seus desejos e necessidades (JUMBELIC e NASSIF, 1984).
215
problemas de distorções na polimerização e consequente desadaptação da
resina acrílica na região de selado posterior podem ser reembasadas (FELTON
et al., 2011).
Outro fator que deve ser levado em consideração nas indicações ou con-
traindicação de um reembasamento é o grau de sensilidade do paciente. Pa-
cientes com doenças terminais ou degenerativas como o Alzheimer, Parkin-
son são exceções à regra, indicando-se o reembasamento, mesmo que em
condições não ideais, pois a fragilidade e dificuldade de adaptação desses
pacientes podem tornar penosa e injustificada a confecção de uma nova pró-
tese.
Indicações Contraindicações
216
3. Tipos de Reembasadores
Os reembasadores podem ser classificados quanto à resiliência (rígidos
ou flexíveis) e quanto à técnica de confecção (diretos ou indiretos). Os mate-
riais resilientes, ainda, podem ser subdivididos em: de curta duração (condi-
cionadores de tecidos) ou de longa duração.
Assim, esses materiais são mais indicados em casos de rebordos que apre-
sentem uma camada adequada de mucosa alveolar resiliente e elástica, de
forma que possa absorver e minimizar os impactos decorrentes das forças
mastigatórias. Se essa recomendação não for respeitada, pode acarretar em
irritação ou dor que se espalha na região basal do assento da prótese, devido
à compressão da mucosa fina entre a base da prótese e o osso duro durante
a mastigação (LELES et al., 2001).
Outra indicação para o uso desses materiais é para pacientes que apre-
sentem uma lenta reabsorção alveolar, uma vez que os referidos materiais
não sofrem deformações que acompanhem as modificações rápidas do re-
bordo alveolar.
217
basamento pode acarretar a modificações na sua estabilidade e nas suas pro-
priedades mecânicas (ANUSAVICE, 2005). Entretanto, são estes os materiais
que apresentam melhor adesão à base da prótese e maior longevidade.
218
A utilização de metacrilatos de alto peso molecular no líquido como eti-
la, n-propila e n-butila, tornam a temperatura de transição vítrea (Tg) pro-
gressivamente menor. A temperatura de transição vítrea é a temperatura em
que a massa plástica do material reembasador se transforma em um material
rígido, pouco deformável. Assim, a vantagem da utilização de monômeros
de alto peso molecular no líquido é que a reação de polimerização acontece
mais rapidamente, à temperatura próxima à da boca. Entretanto, o aumento
da velocidade desta reação permite que haja maiores instabilidades dimen-
sionais no material (ANUSAVICE, 2005).
219
Visando contornar alguns destes problemas foram lançados no mercado
materiais fotopolimerizáveis ou de presa dual. Estes materiais possibilitam o
melhor controle do tempo de presa e da reação de polimerização, permitin-
do uma redução da quantidade de monômero residual. Além disso, propor-
cionam um melhor acabamento e polimento. Entretanto, são materiais rela-
tivamente caros e que necessitam de uma maior habilidade técnica para sua
utilização. De forma geral, estes materiais apresentam a mesma composição
química dos materiais autopolimerizáveis, com a diferença que o iniciador do
processo é um fotoiniciador (canforoquinona) que é ativado por luz (LELES et
al, 2001; MURATA et al., 2007; CHAVES et al., 2012).
Por isso, esses materiais têm sido indicados em casos de pacientes que
possuam uma fina espessura de mucosa na região suportada pela prótese, ou
que esta não apresente uma elasticidade adequada para absorver os impac-
tos decorrentes das forças mastigatórias. Além disso, o uso destes materiais
é também recomendado em casos de bruxismo, arcada oposta com dentes
naturais, por ter seus efeitos benéficos clinicamente reconhecidos (DOOTZ ,
KORAN e CRAIG, 1992).
220
Como estes materiais fluem sob pressão, adaptando-se a superfícies
basais da mucosa, são, também, indicados para pacientes que apresentem
elevada reabsorção alveolar. Cessado o período de reabsorção alveolar ou
recuperadas as condições de saúde dos tecidos orais, estes materiais podem
ser substituídos por materiais de consistência rígida (AKIN et al., 2013).
221
Apesar das excelentes propriedades elásticas e serem quimicamente es-
táveis, estes materiais não apresentam uma boa adesão à base acrílica das
próteses, necessitando de um agente adesivo de união. A descolagem de re-
vestimentos macios de silicone da prótese é uma ocorrência clínica comum.
Além disso, apresentam alterações significativas de ganho e perda de água,
assim como uma porosidade que permite o acúmulo de microorganimos,
com retenção de odores, ocasionando difícil limpeza. Por isso a longevidade
destes materiais não é muito elevada (KASUGA et al., 2011, KREVE e DOS
REIS, 2019).
222
Estes materiais estão indicados para próteses que estão em bom estado de
conservação, apoiadas em rebordos que estão em processo de reabsorção
lenta, mas que devido ao tempo precisam ser readaptadas na expectativa de
utilização por um longo período.
223
monômero residual, já que o processo pode ser mais facilmente controlado.
Além disso, o processo permite um melhor acabamento e polimento da pró-
tese. Como desvantagem existe a questão do custo laboratorial e o paciente
ficar sem a prótese durante o processamento da base.
224
4. Caso Clínico
225
Dessa forma, como a prótese superior havia sido confeccionada recente-
mente e apresentava-se esteticamente aceitável e com relações maxiloman-
dibulares adequadas, optou-se inicialmente pelo reembasamento resiliente
direto (Figuras 4 a 7), criando condições para a recuperação dos tecidos orais
e, ao mesmo tempo, devolvendo à prótese retenção e estabilidade adequa-
das à nova topografia do rebordo alveolar.
226
antagonista, o que garante a manutenção da oclusão atual do paciente. O
passo seguinte é a remoção dos excessos com tesoura e lâmina de bisturi
(Figuras 8 a 15), seguido do ajuste oclusal.
227
Figura 11: Remoção dos excessos. Figura 12: Remoção dos excessos.
Figura 13: Remoção dos excessos. Figura 14: Remoção dos excessos.
228
Aguardou-se um período de 10 a 15 dias para cicatrização dos tecidos e
posteriormente foi realizado o reembasamento indireto rígido. O material
selecionado para a moldagem foi um elastômero (polissulfeto), devido
à presença de áreas retentivas (Figuras 16 a 29). Após esse procedimento
a prótese foi enviada ao laboratório para a nova prensagem e instalação
(Figuras 30 a 34).
229
Figura 20: Adesivo do Polissulfeto. Figura 21: Adesivo sendo aplicado na
parte interna da prótese.
230
Figura 26: Aspecto clínico após a Figura 27: Base da prótese após a
polimerização do material de moldagem. polimerização do material de moldagem.
Figura 28: Remoção dos excessos com Figura 29: Prótese após a remoção dos
lâmina de bisturi. excessos.
231
Figura 32: Ajuste das áreas de Figura 33: Ajuste oclusal.
compressão.
232
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
233
KASUGA, Y. et al. Basic evaluation on physical properties of experimental
fluorinated soft lining materials. Dent. Mater. J., v. 30, n. 1, p. 45-51, 2011.
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LELES, C. R. et al. Bonding strength between a hard chairside reline resin and
a denture base material as influenced by surface treatment. J. Oral Rehabil.,
v. 28, n. 12, p. 1153-7, Dec. 2001.
234
Capítulo
Overdentures e Próteses
10
do tipo Protocolo
Alessandro Ribeiro Gonçalves
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues Gonçalves
Cacilda Castelo Branco Lima
Suyá Moura Mendes Alencar
Sumário do capítulo:
1. Barras e clipes.
2. Anéis de retenção.
3. Próteses do tipo Protocolo.
4. Conceito da carga imediata.
5. Novas tecnologias aplicadas
6. Manutenção
7. Considerações finais
12. Referências bibliográficas.
235
A
prótese total (PT) é comprovadamente uma alternativa reabilitadora
eficaz para pacientes desdentados. No entanto, este tipo de
prótese apoia-se sobre tecido fibromucoso, não promove pleno
restabelecimento das funções e pode lesionar tecidos moles, resultando em
dificuldade de adaptação, principalmente nas próteses inferiores associadas
a um rebordo reabsorvido, o que compromete o restabelecimento da
qualidade de vida do indivíduo.
As overdentures podem ser definidas como próteses totais removíveis,
que cobrem raízes ou implantes osseointegrados. Inicialmente, seu objetivo
era interromper um processo de reabsorção óssea decorrente da mutilação
dos dentes, que se iniciara com a substituição protética desses elementos,
por próteses fixas pequenas, passando por próteses parciais removíveis,
progredindo com o passar do tempo para a condição de edentulismo
completo (TALLGREN, 1978).
236
Além disso, há uma dificuldade de indicação das overdentures pela falta
de espaço para os componentes protéticos, nos casos com pouca perda óssea,
principalmente quando implantes imediatos serão utilizados, com indicação
de remoção de osso. Nestes casos, as próteses antigas podem ser utilizadas
para avaliação do espaço protético. Se o paciente não as possui ou estas
sejam inadequadas, novas próteses deverão ser confeccionadas.
PRINCÍPIOS MECÂNICOS
237
TIPOS DE DISPOSITIVOS DE RETENÇÃO OU ATTACHMENT
1. BARRAS E CLIPES
1.1 Composição
238
Figura 1: Sistema tipo barra/clipe.
1.3 Classificação
239
muito semelhantes com próteses fixas, mas com possibilidades estéticas e
facilidade de higienização comparáveis às das próteses totais convencionais.
240
1.4 Planejamento com Implantes
Para a sustentação de dispositivos do tipo barra/clipe são necessários
pelo menos dois implantes, que darão origem a um sistema semirrígido, no
qual o espaço limitado entre os implantes geralmente não permite o uso de
mais de um clipe, pois extensões distais em barras sustentadas por apenas
dois implantes não devem ser realizadas. Nestes casos, recomenda-se o uso
de sistemas independentes, pois dois anéis de retenção proporcionarão me-
lhor retenção, além de transferir menos esforços mastigatórios ao osso ao
redor dos implantes, independente da força aplicada (TELLES, 2009).
241
Segundo Bonachela e Rossetti (2003), a barra deve ser posicionada a pelo
menos 2 mm de altura em relação ao rebordo alveolar, para permitir adequada
higienização. Isso faz com que o espaço necessário para utilização do sistema
barra-clipe seja de, pelo menos, 5,5 mm, para acomodar os componentes do
sistema, somado ao espaço correspondente à altura dos dentes artificiais que
serão utilizados. Pode-se, então, dizer que a altura final de uma overdenture
com o sistema barra-clipe será de, no mínimo, 14 mm.
2. ANÉIS DE RETENÇÃO
2.1 Composição
242
Figura 2: Sistema tipo anéis de retenção: componente macho na boca do paciente e
componente fêmea na prótese total.
243
2.4 Indicações
Os anéis de retenção estão indicados quando a distância entre os implan-
tes ou raízes é muito grande, dificultando a obtenção de um segmento reto
de uma barra, ou muito pequena, que não justifique a confecção de uma bar-
ra para acomodar apenas um clipe. Também pode ser usada como comple-
mento para outros sistemas de encaixes (TELLES, 2009).
2.5 Vantagens
244
2.6 Desvantagens
Esse sistema nem sempre funciona a contento nas próteses totais supe-
riores, uma vez que a formação de um eixo de rotação ao redor dos implan-
tes pode comprometer a retenção obtida pelo selamento periférico (TELLES,
2009).
245
Figura 3: Abutment do tipo O`ring e capsula metálica com borracha de retenção em
posição.
246
Figura 5: Conjunto macho/ fêmea/ espaçador cinza e borracha de proteção posicionados
do lado direito do paciente aguardando a captura na prótese total. À direita, foto dos
componentes fêmea presos no interior da prótese total após a captura com resina acrílica
autopolimerizável.
247
2.7.3 Componentes retentivos de náilon
248
tes com uma overdenture maxilar suportada por quatro implantes não foram
influenciadas pelo tipo de projeto, e não detectaram diferença estatística en-
tre os grupos dos implantes esplintados e os isolados. Em outra meta análise,
Oh et al. (2015) concluíram que a perda óssea na região posterior da mandí-
bula com uma overdenture suportada por dois implantes é semelhante ao
uso de uma prótese total convencional; já a utilização de quatro implantes
diminui significativamente a reabsorção. Vale ressaltar aqui a importância de
controles periódicos para reavaliar essas questões.
249
Figura 8: Prótese inferior duplicada em acrílico incolor.
Figura 10: Prótese duplicada já com as perfurações para servir de Guia cirúrgico para a
instalação dos implantes osseointegrados.
250
Figura 11: Guia cirúrgico em boca.
Figura 12: Perfuração óssea usando o guia cirúrgico e instalação de pinos guia para checar
o paralelismo das perfurações.
251
Nas overdentures os processos para obtenção de registros intermaxila-
res e a marcação das linhas de referência nos planos de orientação e demais
procedimentos de sua execução são executados de forma exatamente iguais
aos da Prótese Total convencional. A única diferença seria que, nas overden-
tures, o grau de dificuldade na obtenção das bases de prova e sua utilização
é menor, dada a possibilidade de se aparafusar ou encaixar a base nos inter-
mediários, attachments ou componentes protéticos. Sendo assim, se ganha
muito na exatidão dos registros. Após a instalação da prótese convencional,
se faz a captura dos encaixes do tipo O´ring (Figuras 14 a 23).
252
Figura 16: Prótese superior e inferior na fase de ajuste das áreas de compressão.
Figura 17: Aspecto da prótese total inferior antes e após o ajuste oclusal.
253
Figura 19: Na imagem da esquerda, abutments O`rings instalados e à direita capsula
metálica com espaçador e borracha de proteção em posição aguardando a captura.
254
Figura 22: Visão aproximada das próteses em oclusão e a prótese inferior com as capsulas
fixadas.
Figura 23: Aspecto final das próteses totais em boca. Trabalho acrilizado pelo Técnico
Devandro José de Freitas.
255
Figura 24: Barra metálica de um protocolo inferior de Branemark. Nesse caso foram
utilizados 5 Implantes.
Figura 26: Visão lateral do protocolo inferior concluído posicionado no articulador para
ajuste oclusal.
256
Figura 27: Protocolo metaloplástico inferior concluído, visão frontal e oclusal. Trabalho
laboratorial realizado por Laboratório Vagner LTDA.
257
Mesmo tendo sido a primeira modalidade de tratamento da era dos im-
plantes osteointegrados, ainda hoje, a prótese do tipo protocolo metaloplás-
tica inferior encontra boa indicação em função das seguintes condições:
• Excelente funcionalidade;
• É muito previsível;
258
Figura 28: Visão lateral da base de prova superior em articulação com o modelo inferior.
Figura 29: Visão oclusal da base de prova superior e do antagonista. A opção protética
inferior foi fazer as próteses fixas unidas com o objetivo de corrigir as inclinações dos
implantes e possibilitar a confecção de uma prótese fixa sobre implante parafusada a fim
de facilitar futura manutenção.
259
Figura 31: Visão oclusal das próteses finalizadas. A superior é uma metaloplástica e as
inferiores metalocerâmicas.
Figura 32: Visão oclusal das próteses finalizadas. A superior é uma metaloplástica e as
inferiores metalocerâmicas.
260
Figura 34: Visão frontal do caso clínico finalizado no articulador e em boca.
Figura 35: Fotos frontais do suporte do lábio e do sorriso. Trabalho laboratorial realizado
por Laboratório Vagner LTDA.
261
Figura 37: Protocolo exclusivamente metalocerâmico. Trabalho laboratorial realizado por
Laboratório Vagner LTDA.
262
O aspecto psicossocial é um fator determinante nas novas tendências
reabilitadoras imediatas. O período de espera entre os dois estágios cirúrgi-
cos tem sido considerado inconveniente para os pacientes, pela demora para
se completar a reabilitação protética e pela dificuldade e/ou impossibilidade
de se usar uma prótese provisória durante o tempo de cicatrização e osseoin-
tegração.
263
dos em acrílico. Hoje a utilização de impressoras 3D nos permite, por exemplo,
a impressão de moldeiras individuais, guias cirúrgicos, placas miorrelaxantes
e até mesmo próteses totais. As frezadoras nos permitem também trabalhar
com blocos de acrílico e chegar aos mesmos resultados, embora com um in-
vestimento superior em termos de equipamentos (Figuras 38 a 42).
Figura 39: Confecção digital de guia cirúrgico para cirurgia guiada de instalação de
implantes osseointegrados.
264
Figura 40: Impressora 3D à laser.
265
6. MANUTENÇÃO
6.1 Higiene
O uso de uma escova dental com cerdas macias é um meio efetivo para
se limparem facilmente as áreas acessíveis, como os elementos de retenção
isolados.
266
Para as barras, o uso de gaze ou superfloss (Figura 43) como meio de hi-
gienização é bastante efetivo. A gaze pode ser cortada em tiras para permitir
a passagem através de áreas interproximais, de vestibular para lingual.
267
Entre as complicações mais comuns estão os problemas relacionados ao
tecido mole. A ausência de tecido ceratinizado ao redor dos implantes cria
uma região mais sensível e propensa à inflamação. Deve-se orientar o pacien-
te a realizar uma higienização mais cuidadosa no local na tentativa de mini-
mizar o problema. Em casos persistentes, uma cirurgia de tecido mole pode
ser indicada.
268
No exame radiográfico, avalia-se a perda óssea vertical, cuja progressão
normal no decorrer do primeiro ano encontra-se em torno de 1,0 mm a 1,5
mm. Espera-se que, após o primeiro ano, a mesma seja inferior a 0,1 mm ao
ano, o que oferece um bom prognóstico a longo prazo (TELLES, 2009).
Nos casos persistentes, nos quais os reparos são feitos e a prótese volta
a fraturar no mesmo local, é indicada a confecção de uma estrutura metálica,
com um conector maior reforçando toda a prótese.
269
6.4 Manutenção dos dispositivos de retenção
270
ficada para prevenir sua recorrência. Geralmente esse problema ocorre por
uma falha no ajuste oclusal na fase de adaptação do paciente ou erro no pla-
nejamento. O afrouxamento dos parafusos predispõe à sua fratura e comu-
mente leva a complicações nos tecidos moles, como seu crescimento entre
os componentes, sensibilidade ao toque, formação de fístulas e acúmulo de
placa (Figuras 46 a 48).
Figura 47: Arco superior e protocolo inferior. Chama à atenção a grande extensão distal do
cantilever principalmente do lado esquerdo. A paciente relatou ter refeito recentemente
a prótese superior com um segundo profissional por não ter se adaptado à prótese que foi
confeccionada junto com o protocolo. Ela não retornou ao primeiro profissional por este
morar em outra cidade.
271
Figura 48: Aspecto após a remoção da prótese inferior. Pode-se ver a fratura de dois
parafusos e a fratura do implante anterior do lado esquerdo. A causa foi provavelmente
resultado da combinação de um cantilever extenso somado a um ajuste oclusal.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
272
Os erros comuns na confecção de overdentures implantossuportadas
são: plano de tratamento deficiente, moldagem final imprecisa, modelos de
estudo e de trabalho distorcidos, estrutura inadaptada e escolha deficiente
de material e técnica.
273
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