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Manoel Paiva

Licenciado em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santo André.


Mestre em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professor em escolas particulares por 29 anos.

Matemática
Paiva
Volume

3
Componente curricular: Matemática

MANUAL DO PROFESSOR

1a edição

São Paulo, 2009

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Título original: Matemática Paiva
© Manoel Paiva 2009

Coordenação editorial: Juliane Matsubara Barroso


Edição de texto: Ana Paula Souza Nani, Débora Regina Yogui, Fabio Jun Fujikawa
Kawakami, Willian Raphael Silva
Assistência editorial: Priscila Mayumi Haseyama
Leitura crítica: Nilza Eigenheer Bertoni
Preparação de texto: Denise de Almeida
Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma
Projeto gráfico: Alexandre Gusmão
Capa: Everson de Paula
Foto de capa: © Paul Steeger / Age Fotostock – Keystone
Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues
Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho
Edição de arte: Elaine Cristina da Silva
Editoração eletrônica: Formato Comunicação Ltda.
Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero
Revisão: Márcia Leme, Nancy H. Dias
Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares
Pesquisa iconográfica: Camila D’Angelo, Marcia Sato
Coordenação de bureau: Américo Jesus
Tratamento de imagens: Pix Art

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pré-impressão: Helio P. de Souza Filho, Marcio Hideyuki Kamoto
Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque
Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Paiva, Manoel
Matemática – Paiva / Manoel Paiva. —
1. ed. — São Paulo : Moderna, 2009.

Bibliografia.

1. Matemática (Ensino médio) I. Título.

09-05969 CDD-510.7

Índice para catálogo sistemático:


1. Matemática : Ensino médio 510.7

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
EDITORA MODERNA LTDA.
Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho
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2010
Impresso no Brasil

1 3 5 7 9 10 8 6 4 2

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Conheça seu livro

Este livro foi elaborado para oferecer, de forma clara e objetiva,


conteúdos matemáticos fundamentais para o Ensino Médio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A teoria vem acompanhada dos Em todos os capítulos, entremea-


exercícios resolvidos, cujo dos aos conteúdos, os exercícios
desenvolvimento ajuda na com- propostos objetivam verificar
preensão dos conceitos. o aprendizado, trazendo uma
aplicação mais imediata dos con-
teúdos além de algumas conexões
com o cotidiano.

A proposta da página de abertura, que tem


por objetivo estimular a reflexão sobre um pro-
blema contextualizado, traz questões para avaliar
seus conhecimentos prévios e ainda questões-
-desafio, que poderão ser resolvidas após o
estudo do capítulo.

Ao final de cada capítulo, o A seção Matemática sem


roteiro de trabalho apresenta fronteiras traz textos inte-
questões que estimulam os ressantes, com situações que
alunos a argumentar, questionar aplicam os conceitos trabalha-
e sintetizar os principais dos no capítulo.
conceitos tratados no capítulo.
Para finalizar, há os exercícios
complementares que oferecem
questões de aprofundamento dos
assuntos abordados.

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Sumário

CAPÍTULO CAPÍTULO

1 Noções de Estatística 6 5 Equações da circunferência 76

1. O que é Estatística 7 1. Equação reduzida de uma


2. Conceitos preliminares 7 circunferência 77
3. Distribuição de frequências 9 2. Equação geral (ou normal) de uma
4. Medidas estatísticas 16 circunferência 80
Exercícios complementares 25 3. Posições relativas entre um ponto e uma
circunferência 83
4. Posições relativas entre uma reta e uma
circunferência 84
CAPÍTULO Geometria analítica:
Exercícios complementares 87
2

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ponto e reta 28

1. A origem da Geometria analítica 29


2. Distância entre dois pontos 29 CAPÍTULO As cônicas: elipse, hipérbole
3. Ponto médio de um segmento de reta 32
6 e parábola 90
4. As bissetrizes dos quadrantes e as retas horizontais
e verticais 41 1. O que é uma figura cônica 91
Exercícios complementares 43 2. Elipse 93
3. Hipérbole 101
4. Parábola 111
CAPÍTULO Formas da equação da reta, Exercícios complementares 119
3 paralelismo e perpendicularidade 45

1. Formas da equação da reta 46


CAPÍTULO
2. Equação geral da reta 46
3. Equação reduzida da reta 50 7 Conjuntos dos números complexos 123
4. Equações paramétricas da reta 56
1. A escalada do número 124
Exercícios complementares 57
2. Número complexo 125
3. Operações elementares com números
complexos 128
CAPÍTULO Complementos sobre o estudo 4. Potências de números complexos com
4 da reta 61 expoentes inteiros 130
5. Representação geométrica do conjunto dos
1. Introdução 62 números complexos 132
2. Distância entre ponto e reta 62 6. Módulo de um número complexo 134
3. Aplicação de determinantes na Geometria analítica 64 7. Coordenadas polares no plano complexo 137
4. Condição de alinhamento de três pontos 67 8. Operação com números complexos na forma
5. Representação gráfica de uma inequação do 1‚ grau 68 trigonométrica 141
Exercícios complementares 74 Exercícios complementares 144

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CAPÍTULO CAPÍTULO

8 Polinômios 148 9 Binômio depolinomiais


Equações Newton 314
166

1. Os polinômios na Economia 149 1. Um pouco de história 167


2. Polinômio com uma variável 150 2. Equações polinomiais 167
3. Fração polinomial 156 3. Teorema fundamental da Álgebra 168
4. Divisão de polinômios por binômios do 1‚ grau 157 4. Teorema da decomposição 169
Exercícios complementares 165 5. Teorema das raízes imaginárias 173
6. Teorema das raízes racionais 174
7. Relações de Girard 175
Exercícios complementares 180
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Indicação de leituras complementares 183

Respostas 184

Lista de siglas 199

Bibliografia 200

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CAPÍTULO Noções de

1 Estatística

THOMAS COEX/AFP/GETTY IMAGES


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Anderson Varejão em partida pela seleção


brasileira de basquete, Porto Rico. (2009)

Além da teoria

A distribuição dos pontos marca-


Pontos marcados
FAUSTINO

dos por um jogador de basquetebol


25
nos últimos seis jogos dos quais partici-
22 Neste capítulo, você
pou é dada pelo gráfico ao lado. 20
Número de pontos

18 aprenderá conceitos
16
Observando o gráfico, em qual jogo básicos de Estatística
o atleta marcou 20 pontos? nos jogos 1 e 4 e poderá resolver
Qual é o total de pontos marcados problemas como esse,
pelo jogador nesses seis jogos? 121 pontos que envolvem análise de
Como você calcularia a média de gráficos e cálculo de
1 2 3 4 5 6
pontos por jogo desse atleta nesse Jogo média aritmética.
período? Resposta pessoal. Dados fictícios.

6 Capítulo 1 Noções de Estatística

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1 O que é Estatística

Ao preparar uma sopa, Adriana prova uma colherada, para avaliar o teor de sal. Não é preciso
tomar toda a sopa da panela para avaliar o tempero.

SERRALHEIRO
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O mesmo princípio que orienta Adriana é um dos fundamentos da Estatística, que é a ciência
da indução lógica, isto é, das generalizações de características observadas em uma parte da cole-
tividade que se deseja conhecer.
Detalhando, a Estatística é um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa que abrange,
entre outros temas: planejamento de experimentos, coleta de dados, representação de dados
numéricos por meio de tabelas e gráficos, análise de dados, previsões e tomadas de decisões com
base na análise de dados.
Nós temos contato com essa ciência quando vemos, por exemplo, nos noticiários a previsão
do tempo, os resultados de pesquisas eleitorais, a porcentagem de eficácia de um remédio ou as
previsões de inflação para o ano seguinte.
Vivemos em um mundo de números. E saber relacionar números com fatos facilita o acompa-
nhamento das rápidas transformações do dia a dia, assim como dificulta o engano induzido por
resultados falseados.

2 Conceitos preliminares

No período de 28 de junho a 1 1‚ de julho de 2007, o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião


Pública e Estatística) realizou uma pesquisa de opinião, de abrangência nacional, sobre expectati-
vas de vida pessoal, inflação, desemprego e renda do povo brasileiro.
Uma das perguntas feitas aos entrevistados foi:
JANINE WIEDEL PHOTOLIBRARY/ALAMY/OTHER IMAGES

“Pensando em 2007,
de maneira geral, para o
sr., pessoalmente, o ano de
2007 até o momento está
sendo muito bom, bom, ruim
ou muito ruim?”

Noções de Estatística Capítulo 1 7

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Esta tabela descreve o percentual de respostas a essa pergunta:

Resposta Percentual
Muito bom 6%
Bom 70%
Ruim 17%
Muito ruim 7%
Não sabe/não opinou 0%

Essas respostas permitiram ao Ibope a seguinte conclusão, transcrita do relatório divulgado:


“Concluído o primeiro semestre do ano, mais de três quartos dos brasileiros consideram
que 2007 está sendo ‘muito bom’ ou ‘bom’, enquanto 24% dizem que o ano está sendo
‘muito ruim’ ou ‘ruim’.”
Observando que essa conclusão se refere ao universo de todos os brasileiros, algumas ques-
tões surgem naturalmente:
• Como são realizadas pesquisas como essa?
• O Ibope teria entrevistado toda a população brasileira para chegar a essa conclusão?
Veremos que não é necessário entrevistar toda a população para chegar a uma conclusão
confiável. Esses resultados são obtidos por amostragem, ou seja, da população toda é escolhido
um subconjunto, chamado de amostra, e a pesquisa é feita nessa amostra.
Este exemplo mostra o principal papel da Estatística, que é estudar comportamentos coletivos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e traduzir as conclusões em resultados numéricos.

Universo estatístico (ou população estatística)


Na coleta de dados sobre determinado assunto, chama-se universo estatístico, ou popu-
lação estatística, o conjunto formado por todos os elementos que possam oferecer dados re-
lativos ao assunto em questão.
Exemplos
a) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, periodicamente, um estudo
sobre o salário médio do trabalhador brasileiro. O universo estatístico (ou população esta-
tística) é, nesse caso, o conjunto de todos os assalariados brasileiros.
b) O departamento de controle de qualidade de uma fábrica de lâmpadas faz, diariamente,
um teste por amostragem das unidades produzidas no dia. Nesse procedimento, o univer-
so estatístico é o conjunto de todas as lâmpadas produzidas em um dia.

Amostra
Quando o universo estatístico é muito vasto ou quando não é possível coletar dados de todos
os elementos desse universo, seleciona-se um subconjunto dele, chamado amostra, no qual os
dados para a pesquisa são coletados.
Para que a amostra seja representativa, isto é, para que ela não apresente tendências distintas
das do universo estatístico, devem ser adotados alguns critérios para torná-la imparcial.
Exemplo
Um partido político quer conhecer a tendência do eleitorado quanto à preferência entre dois
candidatos ao governo do estado do Ceará. Para isso, encomenda uma pesquisa a um institu-
to especializado.
O universo estatístico (ou população estatística) é, nesse caso, o conjunto de todos os eleitores
que votam no estado do Ceará. Para a realização da pesquisa, os técnicos do instituto esco-
lhem algumas regiões do estado e, nessas regiões, entrevistam os eleitores. Os eleitores entre-
vistados formam a amostra da pesquisa.
A escolha das regiões deve obedecer a critérios que procurem aproximar o máximo possível
as tendências da amostra às tendências do universo estatístico, tais como:
• as regiões devem estar igualmente distribuídas pelo estado;
• os entrevistados devem estar proporcionalmente distribuídos pelas várias classes sociais;
• a quantidade de entrevistados em cada região deve ser proporcional ao número de eleito-
res dessa região.

8 Capítulo 1 Noções de Estatística

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Amplitude de uma amostra de dados numéricos
Acompanhe a situação.
Uma amostra de barras de ferro para a construção civil apresenta os seguintes comprimentos,
em metro:
6,28 6,35 6,26 6,30 6,20 6,38 6,28 6,29 6,30 6,25 6,26 6,32

Observando que o maior e o menor comprimento dessa amostra são, respectivamente, 6,38 m
e 6,20 m, dizemos que a amplitude da amostra é (6,38 2 6,20) m, ou seja, 0,18 m.
Assim, podemos definir: sendo a e b, respectivamente, o menor e o maior elemento de uma
amostra de dados numéricos, chama-se amplitude da amostra o número b 2 a.

Rol
Os dados coletados em uma amostra podem ser organizados em tabelas ou gráficos. Quando
esses dados são numéricos, podemos ainda organizá-los em sequências chamadas rol.
Rol é toda sequência de dados numéricos (a1, a2, a3, ..., an ) tal que cada elemento, a partir do
segundo:
• é maior ou igual a seu antecessor, ou
• é menor ou igual a seu antecessor.

Exemplo
Em uma amostra de sete dias, os números de atendimentos diários em um posto de saúde
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foram: 28, 25, 32, 18, 29, 32, 25.


Apresentando esses dados em rol, temos:

(18, 25, 25, 28, 29, 32, 32) ou (32, 32, 29, 28, 25, 25, 18)

3 Distribuição de frequências
Di

A análise dos dados numéricos de uma amostra é facilitada pela organização dos dados em uma
tabela ou em um gráfico. Para isso, os elementos da amostra são separados em classes.
Exemplos
a) Uma amostra de pares de sapato produzidos por uma indústria em determinado período
pode ser agrupada em classes representadas por um único número, referente ao tamanho
do sapato: 38, 39, 40, 41, 42 e 43. Uma classe representada por um único número é cha-
mada de classe unitária.
b) Uma amostra das estaturas, em centímetro, de pessoas adultas de certa região pode ser se-
parada em classes representadas por intervalos reais: [140, 150[ , [150, 160[ , [160, 170[ ,
[170, 180[ , [180, 190[ e [190, 200].
Apresentamos a seguir a construção da tabela e do gráfico em situações que apresentam a
amostra separada em classes unitárias ou em classes representadas por intervalos reais.

Distribuição de frequências em classes unitárias


Tabela
Para uma pré-avaliação do desempenho dos candidatos em um exame vestibular, foi selecio-
nada uma amostra de 80 provas.
Depois de corrigidas essas provas, as notas foram organizadas, obedecendo-se aos seguintes
critérios:
• a amostra foi separada em classes determinadas pelas notas das provas;
• a quantidade de notas de uma mesma classe é chamada de frequência (F ) dessa classe;
• a soma das frequências de todas as classes é chamada de frequência total (Ft ) da amostra;
• dividindo-se a frequência F de uma classe pela frequência total Ft , obtém-se um número
chamado de frequência relativa (F %) da classe.

Noções de Estatística Capítulo 1 9

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Com os resultados, construiu-se a tabela a seguir, chamada de tabela de distribuição de
frequências.
Desempenho dos candidatos
Classe Frequência
Frequência relativa
(nota) (número de alunos)
4 8 10%
5 17 21,25%
6 24 30%
7 20 25%
8 11 13,75%
Frequência total: Ft 5 80
Dados fictícios.
F
O cálculo da frequência relativa de uma classe é dado por: 
Ft
Observe:
8
• a frequência relativa da nota 4 é:   5 0, 1 5 10 %
80
17
• a frequência relativa da nota 5 é:   5 0, 2125 5 21, 25 %
80
24
• a frequência relativa da nota 6 é:   5 0, 3 5 30 %
80
20
• a frequência relativa da nota 7 é:   5 0, 25 5 25 %

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
80
11
• a frequência relativa da nota 8 é:   5 0, 1375 5 13, 75 %
80
Os dados da tabela anterior podem também ser descritos por gráficos de diferentes tipos,
conforme é mostrado a seguir.

Gráfico de linha
Desempenho dos candidatos
Marcamos os pontos determinados pelos pares or- 24
Frequência (número de candidatos)

denados (classe, frequência) e os ligamos por segmen-


tos de reta. 20
Nesse tipo de gráfico, apenas os extremos dos seg- 17
mentos de reta que compõem a linha oferecem infor-
mações sobre o comportamento da amostra.
11

ilustrações: faustino
0
4 5 6 7 8 Classe (nota)

Dados fictícios.
Gráfico de barras verticais
Desempenho dos candidatos
As frequências são indicadas em um eixo vertical.
Marcamos os pontos determinados pelos pares ordena- 24
Frequência (número de candidatos)

dos (classe, frequência) e os ligamos ao eixo das classes


por meio de barras verticais. 20

17

11

0
4 5 6 7 8 Classe (nota)

Dados fictícios.

10 Capítulo 1 Noções de Estatística

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Gráfico de barras horizontais
Desempenho dos candidatos
As frequências são indicadas em um eixo horizontal.
Marcamos os pontos determinados pelos pares ordenados
(frequência, classe) e os ligamos ao eixo das classes por 8
meio de barras horizontais. 7

Classe (nota)
6
5
4

0
8 11 17 20 24
Frequência (número de candidatos)

Dados fictícios.

Gráfico de setores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Dividimos um círculo em setores, com ângulos de medidas direta- Desempenho


mente proporcionais às frequências das classes. dos candidatos
A medida α, em grau, do ângulo central que corresponde a uma

ilustrações: faustino
360°
classe de frequência F é dada por: α     F   90°
Ft 108°
Observe: nota 7
nota 6
• a medida do ângulo central que corresponde à nota 4 é: 
360 °
α     8  36 °
80
nota 8
nota 5 49,5°
• a medida do ângulo central que corresponde à nota 5 é: 
360 ° nota 4
α     17   76, 5 °
80 76,5°
36°

• a medida do ângulo central que corresponde à nota 6 é:  Dados fictícios.

360 °
α     24  108 °
80

• a medida do ângulo central que corresponde à nota 7 é: 


360 °
α     20  90 °
80 Desempenho
dos candidatos
• a medida do ângulo central que corresponde à nota 8 é: 
360 °
α     11  49, 5 °
80
nota 7
A forma mais usual do gráfico de setores é a que apresenta em cada nota 6 25%
setor a frequência relativa da respectiva classe. Por exemplo, o gráfico 30%
ao lado é o gráfico anterior representado com as frequências relativas
das classes. nota 8
13,75%
Note que a frequência relativa de cada classe pode ser obtida divi-
nota 5
dindo-se a medida, em grau, do arco de setor por 360°; por exemplo, o 21,25% nota 4
arco da classe “nota 5” mede 76,5°; então, a frequência relativa dessa 10%
classe é:
76, 5 °
  0, 2125  21, 25 % Dados fictícios.
360 °

Noções de Estatística Capítulo 1 11

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Exercícios propostos

1 Os conteúdos de vinte caixas de leite longa-vida


Segmentos religiosos
apresentaram os seguintes volumes, em litro:
da Índia
0,98 1,00 1,01 0,98 0,99
0,99 1,01 1,01 1,00 0,99
1,00 1,02 0,98 0,99 1,00
0,99 1,00 1,01 0,98 0,99 x
outras

fAustino
a) Calcule a amplitude dessa amostra. 0,04 8x hinduísmo
b) A tabela a seguir apresenta a coluna relativa às classes islamismo
dessa amostra. Copie-a em seu caderno e complete-a 36°
com as colunas correspondentes à distribuição de
frequências e às frequências relativas.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
Classe
(volume em litro)
0,98 Dados obtidos em: http://www.indiaconsulate.org.br>.
Acesso em: 16 mar. 2010.
0,99
Pelo gráfico, a população hinduísta da Índia corres-
1,00
ponde a: alternativa d

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1,01
a) 780 milhões d) 832 milhões
1,02
b) 924 milhões e) 980 milhões
c) Construa os gráficos de linha, de barras verticais c) 894 milhões
e de setores dessa distribuição. (Em cada arco do

HeMis/DioMeDiA
gráfico de setores, indique a frequência relativa
da respectiva classe.)
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
2 O gráfico abaixo corresponde à distribuição de fre-
quências dos televisores vendidos por uma loja em
certo mês, segundo a medida da diagonal da tela,
em polegada: 20, 21, 27, 29, 32 e 42. Mercado em Delhi, na Índia. (2009)

4 A balança comercial de um país é a diferença entre


Televisores vendidos
o valor monetário das exportações e o das importa-
71 ções, nessa ordem. O gráfico abaixo mostra os va-
lores, em bilhão de dólares, das exportações e das
importações de um país no período de janeiro a ju-
Frequência

lho de certo ano.


37
33
iLustRAções: fAustino
Saldo da balança comercial
25
19
(bilhão de dólares)
15
exportações 6,372
importações 6,104
5,874
20 21 27 29 32 42
5,711
Classe (polegada)
5,239
5,001
Dados fictícios. 4,805
Saldo
a) Quantos televisores foram vendidos por essa Saldo 1,717
1,116
loja nesse mês? 200 televisores Saldo Saldo
b) Qual é a frequência relativa da classe “20 1,155 1,543
4,047
polegadas”? 9,5% 3,885 3,994
3,696 3,863
3,650
3,517
3 A população da Índia é estimada em 1,04 bilhão de
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul.
habitantes. Os segmentos religiosos que compõem
essa população são descritos, quantitativamente, Dados fictícios.
pelo gráfico de setores a seguir, em que x represen- Qual foi o maior saldo mensal da balança comercial
ta uma medida em grau. nesse período? 2,509 bilhões de dólares

12 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 12 16.04.10 18:42:20


5 (Enem) Muitas usinas hidroelétricas estão situadas em barragens. As características de algumas das grandes represas
e usinas brasileiras estão apresentadas no quadro abaixo.

Área alagada Potência


Usina Sistema hidrográfico
(km2) (MW)
Tucuruí 2.430 4.240 Rio Tocantins
Sobradinho 4.214 1.050 Rio São Francisco
Itaipu 1.350 12.600 Rio Paraná
Ilha Solteira 1.077 3.230 Rio Paraná
Furnas 1.450 1.312 Rio Grande

A razão entre a área da região alagada por uma represa e a potência produzida pela usina nela instalada é uma das
formas de estimar a relação entre o dano e o benef ício trazidos por um projeto hidroelétrico. Pelos dados apresenta-
dos no quadro, o projeto que mais onerou o ambiente em termos de área alagada por potência foi: alternativa e
a) Tucuruí b) Furnas c) Itaipu d) Ilha Solteira e) Sobradinho

Resolva as questões 1 e 2 (a e b) do Roteiro de trabalho.

Distribuição de frequências em classes


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

representadas por intervalos reais


Para avaliar o tamanho de seus peixes, um piscicultor retirou dos açudes uma amostra de
vinte carpas e mediu o comprimento delas, em centímetro, obtendo os seguintes resultados:

JunioR/otHeR iMAGes
49 52 56 52 50

54 57 60 48 59

48 49 57 53 55

51 53 52 55 57
Carpas em açude.

Para representar esses dados em uma tabela de distribuição de frequências, com classes
não unitárias, os procedimentos usuais são:
I. Calcular a amplitude da amostra, que é a diferença entre o maior e o menor elemento da
amostra:
(60 2 48) cm 5 12 cm
II. Escolher um intervalo fechado, de comprimento maior ou igual à amplitude da amostra,
que contenha a amostra, isto é, todos os elementos dela devem pertencer ao intervalo
escolhido. Por exemplo, escolhemos o intervalo fechado [48, 60], que tem comprimento
igual a 12 e contém a amostra.
III. Dividir o intervalo escolhido no item (II) em subintervalos de mesmo comprimento, fecha-
dos à esquerda e abertos à direita, exceto o subintervalo de extremos maiores, que deve
ser fechado. Por exemplo, como o quociente de 12 por 3 é igual a 4, vamos dividir o inter-
valo do item (II) nos 4 subintervalos de comprimento igual a 3: [48, 51[, [51, 54[, [54, 57[
e [57, 60]. Esses subintervalos são chamados de classes, e o comprimento de cada um é
chamado de amplitude da respectiva classe.
IV. Agrupam-se os elementos da amostra de modo que cada agrupamento seja formado por
elementos que pertençam a uma mesma classe:
• 48, 48, 49, 49 e 50 pertencem à classe [48, 51[;
• 51, 52, 52, 52, 53 e 53 pertencem à classe [51, 54[;
• 54, 55, 55 e 56 pertencem à classe [54, 57[;
• 57, 57, 57, 59 e 60 pertencem à classe [57, 60].

Noções de Estatística Capítulo 1 13

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 13 16.04.10 18:42:24


O total de elementos da amostra que pertencem a uma mesma classe é a frequência F dessa
classe; por exemplo, a frequência da classe [48, 51[ é 5, pois 5 elementos da amostra pertencem
a essa classe.
A soma das frequências de todas as classes é a frequência total Ft da amostra; nesse caso, 20.
F
A frequência relativa F % de uma classe é dada por  .
Ft
Assim, podemos construir a seguinte tabela de distribuição de frequências:

Tamanho dos peixes

Classe
F F%
(comprimento em centímetro)

[48, 51[ 5 25%

[51, 54[ 6 30%

[54, 57[ 4 20%

[57, 60] 5 25%

Ft 5 20
Dados fictícios.
Notas:
1. No item (II) dos procedimentos, em vez do intervalo [48, 60], poderíamos ter escolhido

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
outro intervalo que contém a amostra, por exemplo [47,5; 60,5] ou [47, 61].
2. Poderiam ter sido escolhidos outros intervalos para representar as classes; por exemplo,
poderíamos ter dividido o intervalo [48, 60] em 5 intervalos de classe, e não em 4.
3. Os extremos de cada intervalo de classe não precisam ser, necessariamente, elemen-
tos da amostra, mas, se forem, deve-se tomar o cuidado de não permitir que um
mesmo elemento da amostra pertença a duas classes simultaneamente. Por isso, nes-
se exemplo, foram escolhidos intervalos de classe abertos à direita, com exceção do
último intervalo.
4. Embora não seja obrigatório, é conveniente que, em duas classes consecutivas, o extremo à
direita (aberto) da primeira classe coincida com o extremo à esquerda (fechado) da segunda.

Histograma

Os dados dessa tabela de distribuição de frequências podem também ser descritos pelo gráfi-
co a seguir, chamado de histograma.

Tamanho dos peixes


faustino

Frequência

6
5
O histograma é utilizado para representar
uma distribuição de frequências em que as
4
classes são intervalos reais. No caso das classes
unitárias (classes formadas por um único nú-
mero), são usados gráficos de linha, de barras
ou de setores.

0 48 51 54 57 60 Classe
(comprimento
em centímetro)

Dados fictícios.
Notas:
1. Adotando-se amplitudes iguais para as classes, a altura de cada retângulo do histograma é
a própria frequência da respectiva classe.
2. Se fossem adotadas amplitudes diferentes para as classes, a altura de cada retângulo do
histograma não seria a frequência da respectiva classe; por isso, é conveniente escolher
classes de mesma amplitude.

14 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 14 16.04.10 18:42:26


Exercício resolvido

R.1 As massas, em grama, de dezoito pacotes de café são: IV. Agrupamos os elementos da amostra de modo
506 500 504 490 503 485
que cada agrupamento seja formado por ele-
506 498 500 494 485 510
mentos que pertençam a uma mesma classe:
495 508 520 480 490 495 • 480, 485 e 485 pertencem a [479, 486[;
• 490 e 490 pertencem a [486, 493[;
Construir uma tabela de distribuição de frequên- • 494, 495, 495 e 498 pertencem a [493, 500[;
cias dessa amostra, com seis classes de mesma • 500, 500, 503, 504, 506 e 506 pertencem a
amplitude, e o respectivo histograma. [500, 507[;
Resolução • 508 e 510 pertencem a [507, 514[;
I. Calculamos a amplitude da amostra: • 520 pertence a [514, 521].
(520  480) g  40 g Assim, temos a tabela de distribuição de frequências:
II. Escolhemos um intervalo fechado, de compri- Massa dos pacotes de café
mento maior ou igual à amplitude da amostra,
Classe
que contenha a amostra. Frequência
(massa em grama)
Se escolhêssemos o intervalo [480, 520], tería-
[479, 486[ 3
mos um inconveniente, pois, como o problema
[486, 493[ 2
pede que a amostra seja separada em seis classes
de comprimentos iguais, teríamos de dividir o [493, 500[ 4
comprimento do intervalo escolhido por 6, o [500, 507[ 6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que resulta em uma dízima periódica [507, 514[ 2


(40 : 6  6,666...). Vamos, então, escolher um in- [514, 521] 1
tervalo de comprimento tal que seu quociente por Ft  18
6 seja um número com representação decimal fini-
Dados fictícios.
ta. Por exemplo, escolhemos o intervalo [479, 521].
(É conveniente escolher um intervalo de extremos O histograma correspondente a essa distribuição é:
relativamente próximos dos extremos da amostra.) Massa dos pacotes de café
III. Dividimos por 6 a amplitude 42 do intervalo es- Frequência
colhido em II, obtendo o comprimento 7 de cada 6
um dos seis subintervalos em que será separada a

FAUSTINO
4
amostra. Considerando esses subintervalos fe-
3
chados à esquerda e abertos à direita, exceto o de
2
extremos maiores que deve ser fechado, temos as 1
classes:
0 Classe (massa
[479, 486[, [486, 493[, [493, 500[, [500, 507[,
9
6
3
0
7

1
4
51
47
48
49
50
50

52

em grama)
[507, 514[ e [514, 521]
Dados fictícios.

Exercícios propostos

6 As barras de cobre de uma amostra apresentaram 7 Para um teste, um aparelho de ar condicionado foi
os seguintes comprimentos, em metro: programado para manter a temperatura de um am-
biente em 20 °C. Depois desse procedimento, a
3,55 3,55 3,54 3,46 temperatura do ambiente foi medida a cada hora
do dia, durante 24 horas, e obtiveram-se os seguin-
3,45 3,40 3,45 3,35
tes resultados, em grau Celsius:
3,58 3,58 3,28 3,18
20,8 22,4 22,4 21,3 20,0 21,6
3,10 3,28 3,40 3,60 21,8 21,0 20,2 19,8 20,2 20,8
3,25 3,52 3,52 3,38 23,0 20,8 20,2 19,4 19,6 19,6
21,3 19,4 18,2 21,3 19,5 22,2

Construa uma tabela de distribuição de frequên- Construa uma tabela de distribuição de frequências
cias dessa amostra, com cinco classes de mesma dessa amostra, com 4 classes de mesma amplitude,
amplitude, e o respectivo histograma. e o respectivo histograma.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

Resolva a questão 2c do Roteiro de trabalho.

Noções de Estatística Capítulo 1 15

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 15 17.04.10 15:12:32


4 Medidas estatísticas

Dividindo a renda nacional anual de um país pelo número de habitantes, obtém-se a renda
per capita, isto é, a renda por pessoa.
Supondo que a renda per capita de um país é de 5.000 dólares, pode-se concluir que a distri-
buição de renda nesse país é equitativa?
É claro que não, pois pode-se ter, por exemplo, metade da população não ganhando nada e
cada cidadão da outra metade ganhando 10.000 dólares; a renda per capita continuaria sendo de
5.000 dólares.
Esse exemplo ajuda a entender que é necessário mais de um parâmetro para avaliar a distri-
buição dos valores de uma amostra de números. Alguns desses parâmetros são as medidas esta-
tísticas, classificadas como medidas de posição e medidas de dispersão.

Medidas de posição
Três engenheiros de uma indústria testaram o tempo de dura-
MATTHIAS KULKA/ZEFA/CORBIS/LATINSTOCK

ção de um tipo de lâmpada. Para isso, deixaram acesas, ininterrup-


tamente, nove lâmpadas.
Os tempos de vida útil, em hora, das lâmpadas foram: 890,
890, 890, 930, 950, 960, 970, 990 e 990.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No rótulo das lâmpadas que serão vendidas aos consumido-
res, deve constar o tempo aproximado de vida útil de cada lâm-
pada. Para decidir sobre o número que melhor representava esse
tempo, um dos engenheiros escolheu o número 890, o outro,
950, e o terceiro, 940, com os seguintes argumentos, respectiva-
mente:
• o valor de maior frequência é 890; logo, o tempo de vida mais provável é de 890 horas;
• o valor 950 é o melhor, por estar exatamente no ponto médio do rol;
• o valor 940 é o melhor, pois, somando os tempos de duração das nove lâmpadas e dividin-
do a soma por 9, obtém-se 940.

Observe que cada escolha está fundamentada em uma argumentação lógica e convincen-
te. Em Estatística, os três números escolhidos pelos engenheiros são chamados, respectiva-
mente, de moda, mediana e média aritmética da amostra de números. No tipo de esco-
lha desse exemplo, é usual adotar-se a média aritmética, 940, como o valor representativo da
amostra.
Moda, mediana e média aritmética são denominadas medidas de posição, pois indicam o
posicionamento dos elementos de uma amostra de números quando esta é apresentada em rol.

Média aritmética
Os conteúdos de quatro baldes de água são: 3 L, 5 L, 2 L e 1 L. Se toda essa água fosse igual-
mente distribuída entre esses baldes, com quantos litros ficaria cada um?
A quantidade de água de cada balde seria o resultado da divisão entre a quantidade total de
água e o número de baldes, nessa ordem, isto é:
3  5  2  1
  2, 75
4

O resultado 2,75 L é chamado de média aritmética dos valores 3 L, 5 L, 2 L e 1 L.


Podemos entender a média aritmética de duas ou mais quantidades como o valor que cada
uma teria se todas fossem iguais, mantendo-se a soma delas. Genericamente, definimos:

A média aritmética dos n números x1, x2 , x3 , ..., xn , indicada por xy, é dada por:

x 1   x 2    x 3   ...   x n


xy 
n

16 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 16 5/5/10 1:16:55 PM


Exemplo Pontos marcados
Voltando à situação apresentada na página de abertura, notamos que a distribuição 25
dos pontos marcados por um jogador de basquetebol nos últimos seis jogos é dada 22
20

Número de pontos
pelo gráfico ao lado. 18
Para calcular a média de pontos por jogo desse atleta nesse período, efetuamos: 16

faustino
20 1 18 1 22 1 20 1 16 1 25
x y 5   ⇒ x y  20
6

Então, esse atleta marcou em média 20 pontos por jogo nos últimos seis jogos. 1 2 3 4 5 6
Jogo

Dados fictícios.

Média aritmética ponderada


Considere dez baldes de água tal que cinco deles contêm 4 L cada um, três outros contêm
2 L cada um, e os dois restantes contêm 5 L cada um. Se toda essa água fosse igualmente distri-
buída entre esses baldes, com quantos litros ficaria cada um?
A quantidade de água de cada balde seria o resultado da divisão entre a quantidade total de
água e o número de baldes, nessa ordem, isto é:
4  5 1 2  3 1 5  2
 5 3,6
10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O resultado 3,6 L é chamado de média aritmética ponderada dos valores 4 L, 2 L e 5 L, com


pesos (fatores de ponderação) 5, 3 e 2, respectivamente. Genericamente, definimos:

A média aritmética ponderada dos n números x1, x2 , x3 , ..., xn , com pesos p1, p2 , p3 , ..., pn ,
respectivamente, é o número x y tal que:
x 1p1 1  x 2 p2  1  x 3 p3  1 ... 1  x n pn
x y 5 
p1 1  p2  1  p3  1 ... 1  pn

Exercício resolvido

R.2 A tabela abaixo mostra a distribuição de frequências dos volumes de uma amostra de
frascos de óleo comestível.

Volumes dos frascos de óleo comestível


Classe Frequência
(volume em mililitro) (número de frascos) Embora o mais usual
seja adotar classes de
[894, 926[ 4 mesma amplitude,
[926, 944[ 7 nada impede que se
adotem classes de
[944, 966[ 9 amplitudes diferen-
tes, como feito nesse
[966, 984[ 12
exercício.
[984, 1.006] 8

Dados fictícios.

Qual é o volume médio de óleo por frasco nessa amostra?

Resolução
Quando as classes são representadas por intervalos reais, como nesse caso, para calcular
a média tomamos o ponto médio xM de cada classe e calculamos a média aritmética
ponderada entre os valores xM, atribuindo a cada um o peso igual à respectiva frequên-
cia da classe. Isto é:

Noções de Estatística Capítulo 1 17

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 17 16.04.10 18:42:37


Classe Ponto médio Frequência
(volume em mililitro) (xM) (número de frascos)

894  1 926
[894, 926[  5 910 4
2
926  1 944
[926, 944[  5 935 7
2
944  1 966
[944, 966[  5 955 9
2
966  1 984
[966, 984[  5 975 12
2

984  1 1 . 006


[984, 1.006]  5 995 8
2

Ft 5 40

Calculando a média aritmética ponderada dos números 910, 935, 955, 975 e 995, com
pesos 4, 7, 9, 12 e 8, respectivamente, temos:
910    4  1 935  7  1 955  9  1 975  12  1 99 5  8 38.440
xy 5  5   5 961
4  1 77 1 9
9  1 12
1 2  1 8 40

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Logo, o volume médio de óleo por frasco é 961 mL.

Moda
Nem sempre a média aritmética é o melhor elemento para a representação de uma amostra.
Dependendo da situação, é possível que outro elemento seja a melhor escolha ou, até mesmo,
que não exista média aritmética — é o caso de amostras cujos elementos não são números. Por
exemplo, suponha que cada um de cinco medicamentos, A, B, C, D e E, indicados contra insônia
tenha sido testado em vinte pacientes e que os resultados sejam descritos na tabela abaixo:

Teste dos medicamentos contra insônia


Medicamento Número de resultados positivos
A 12
B 14
C 11
D 12
E 16
Dados fictícios.

Observe que o medicamento E corresponde à maior frequência na amostra de resultados


positivos. Portanto, se não houver contraindicação médica, a escolha do medicamento E é a
melhor opção contra insônia. O elemento de maior frequência em uma amostra é chamado
de moda da amostra.

Em uma amostra cujas frequências dos elementos não são todas iguais, chama-se moda e
se indica por Mo todo elemento de maior frequência.

Exemplos
a) Na amostra 2, 6, 4, 6, 4, 6 e 5, temos Mo 5 6.
b) Na amostra 1, 4, 3, 7, 2, 7, 8 e 4, temos duas modas (amostra bimodal): Mo 5 4 e Mo’ 5 7.
c) A amostra 1, 8, 3, 5, 0, 2, 7 e 4 não tem moda, pois todos os elementos têm a mesma
frequência.

18 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 18 16.04.10 18:42:44


Mediana
Em um escritório de contabilidade, trabalham cinco pessoas com salário médio de R$ 2.460,00,
isto é, a média aritmética entre os cinco salários é R$ 2.460,00.
Essa informação pode dar a falsa ideia de que os cinco trabalhadores desse escritório têm sa-
lário próximo de R$ 2.460,00. Para perceber que apenas a média aritmética não é representativa
dessa amostra, observe os salários dos cinco funcionários apresentados em rol:
R$ 450,00   R$ 500,00   R$ 520,00   R$ 4.550,00   R$ 6.280,00
Na verdade, os altos salários estão concentrados em um extremo do rol. Isso faz a média
aritmética perder a tendência central e ficar mais próxima desse extremo que do extremo dos
baixos salários. Por isso, nesse caso, além da média aritmética, convém informar o valor do centro
do rol (R$ 520,00), que é chamado de mediana da amostra. Note como a amostra fica mais
bem representada pelas informações:
O salário médio dos cinco funcionários é R$ 2.460,00, e a mediana é R$ 520,00.
Com essas informações, concluímos que três funcionários têm salário menor ou igual a
R$ 520,00 e que os outros dois têm salário maior ou igual a R$ 520,00. E, como a média
aritmética é R$ 2.460,00, concluímos também que há uma grande desigualdade de salários
entre os extremos do rol.
Podemos definir mediana, genericamente, assim:
Para determinar a
Considerando n números, x1, x2 , x3 , ..., xn , dispostos em rol: mediana em uma
amostra de números
• sendo n ímpar, chama-se mediana, indicada por Md, o termo central do rol, isto é, o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

diferentes, a amos-
n  1 1
termo xi com i  5  ; tra pode ser coloca-
2 da em rol, do núme-
• sendo n par, chama-se mediana (Md ) a média aritmética entre os termos centrais desse ro menor para o
n maior ou do maior
rol, isto é, a média aritmética entre os termos xi e xi 1 1 com i  5  .
2 para o menor. Nos
dois róis, a mediana
é a mesma.
Exemplos
a) No rol com número ímpar de termos, como 2, 3, 9, 12, 25, 29, 34, a mediana é o termo
central 12, isto é: Md 5 12
b) No rol com número par de termos, como 3, 5, 14, 20, 27, 31, 32, 35, a mediana é a mé-
dia aritmética entre os termos centrais, 20 e 27, isto é:

20 1 27
Md  5   5 23, 5
2

Exercício resolvido

R.3 A tabela abaixo mostra a distribuição de frequências das quantias pagas mensalmen-
te a um sindicato pelos 250 operários de uma fábrica.

Quantias pagas mensalmente para o sindicato


Classe Frequência
(em real por operário) (número de operários)
12 100
15 80
18 50
22 20

Dados fictícios.

a) Qual é a quantia média mensal paga por operário?


b) Qual é a moda da amostra formada pelas quantias pagas por todos os operários
dessa fábrica?
c) Qual é a mediana da amostra formada pelas quantias pagas por todos os operários
dessa fábrica?

Noções de Estatística Capítulo 1 19

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 19 16.04.10 18:42:46


Resolução
a) A quantia média xy é a média aritmética ponderada entre as quantias R$ 12,00,
R$ 15,00, R$ 18,00 e R$ 22,00, com pesos 100, 80, 50 e 20, respectivamente, isto é:

12   100  1 15  80  1 18   50  1  22    20 3 . 740


xy 5  5   5 14 , 96
100 1 80  1 50  1  20 250
Logo, a quantia média paga ao sindicato mensalmente, por operário, é R$ 14,96.
b) A amostra tem 250 elementos, que são as quantias pagas por todos os operários. Como
o elemento de maior frequência na amostra é R$ 12,00, concluímos que a moda (Mo)
é R$ 12,00.
c) Para determinar a mediana, devemos representar a amostra em rol:
8. a)
R$ 12,00; …; R$ 12,00; R$ 15,00; …; R$ 15,00; R$ 18,00; …; R$ 18,00; R$ 22,00; …; R$ 22,00;
h
6,2 100 elementos 80 elementos 50 elementos 20 elementos
5,6
4,8 Como o rol tem um número par de termos, a mediana é a média aritmética entre
fAustino

3,6 os elementos centrais do rol, que são aqueles que ocupam a 125ª e a 126ª posições.
2 Então, os elementos centrais são R$ 15,00 e R$ 15,00, portanto a mediana é dada por
15 1 15
0 1 2 3 4 5 t Md  5   5 15, ou seja, Md 5 R$ 15,00.
2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8. c) Temos que 3,5 é o ponto médio do intervalo [3, 4].
Admitindo-se que o crescimento da planta nesse intervalo
seja linear, a altura da planta, em centímetro, será o ponto
médio do intervalo [4,8; 5,6], que é a média aritmética
entre 4,8 e 5,6, ou seja, 5,2 cm.
Exercícios propostos

8 A tabela mostra a altura h, em centímetro, de uma 10 Os levantamentos que determinam os níveis de au-
planta em função do tempo t, em dias. diência de emissoras de TV são feitos por amostra-
gem, por meio de entrevistas, telefonemas ou dispo-
h 0 2 3,6 4,8 5,6 6,2 sitivos conectados a certo número de televisores,
t 0 1 2 3 4 5 que recolhem informações sobre o tempo em que a
tevê permanece ligada e os canais sintonizados. A
a) Construa o gráfico de linha correspondente a
audiência é medida em pontos, sendo que cada pon-
essa tabela, descrevendo h em função de t.
to indica um determinado número de espectadores.
b) Qual foi o crescimento médio da planta em cada
A tabela abaixo mostra a audiência de uma emisso-
um desses cinco dias? 1,24 cm
ra durante dez horas consecutivas.
c) Estime a altura da planta 3,5 dias depois de seu
nascimento. Explique o processo que você utili-
Audiência
zou para a estimativa.
Número de horas Número de pontos
9 A tabela abaixo mostra a distribuição das notas ob-
tidas pelas catorze componentes de uma equipe de 3 18
ginastas em uma competição. 4 19
2 20
Notas da equipe de ginastas 1 21
Classe Frequência
Dados fictícios.
(nota) (número de ginastas)
8 2 Qual foi a média horária de pontos de audiência
dessa emissora nesse período? 19,1
8,5 3
9 4 11 A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)
9,5 3 calcula a cada semana as variações quadrissemanais
10 2 do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para a faixa
de renda familiar de 1 a 20 salários mínimos.
Dados fictícios. O Índice Geral de Preços (IGP) é a média aritmética
a) Calcule a nota média dessas ginastas. 9 ponderada entre as variações de preços de sete gru-
b) Determine a moda dessa amostra de notas. 9 pos, com fatores de ponderação que representam o
c) Determine a mediana dessa amostra de notas. 9 percentual médio de gastos de uma família, com ren-

20 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 20 16.04.10 18:42:51


da na faixa considerada, com os respectivos grupos. Mês Consumo (kWh)
A tabela abaixo apresenta esses grupos, os fatores
Maio 250
de ponderação e as taxas de variação quadrissema-
nal calculadas em determinada semana. Junho 300
Julho 255
Taxa de variação da 1ª quadrissemana
Agosto 262
de dezembro de 2009
Setembro 313
Grupos Ponderação (%) Variação (%)
Outubro 300
Habitação 32,8 0,07 Novembro 280
Alimentação 22,7 0,17
Por essas informações, é correto afirmar: alternativa e
Transporte 16,0 0,17 a) O valor do consumo mediano supera o valor do
Despesas consumo médio em 20 kWh.
12,3 0,47
pessoais b) O valor do consumo médio supera o valor do
Saúde 7,1 0,17 consumo modal em 20 kWh.
c) O valor do consumo mediano supera o valor do
Vestuário 5,3 0,66 consumo modal em 20 kWh.
Educação 3,8 0,09 d) O valor do consumo modal é igual ao valor do
consumo mediano.
Dados obtidos em: <http://www.fipe.org.br>.
e) O valor do consumo médio é igual ao valor do
Acesso em: 11 dez. 2009.
consumo mediano.
Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

apresenta o valor mais próximo do Índice Geral de 14 (UFMS)


Preços (IGP) obtido nessa tabela. alternativa d
a) 0,30% d) 0,20% Filhos por mulher no Brasil
7
b) 0,24% e) 0,36% 6
c) 0,65% 6,3
5

fAustino
4
12 A distribuição da população economicamente ativa 2,3
3
de um pequeno município, por grupos de idade, é
2
descrita pelo histograma:
1
0
População

00

20
50

60

70

80

90

10
20
20

20
19

19

19

19

19
economicamente ativa

População Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


De acordo com os dados sobre o Brasil, disponibili-
zados pelo quadro, é correto afirmar que:
(001) entre 1950 e 1960, a média de filhos por
28.200 mulher manteve-se estável.
(002) em meados da década de 1980, as mulheres
já tinham, em média, menos de 3 filhos.
fAustino

20.400 21.300
(004) as projeções futuras indicam que, daqui a 16
10.100 anos, cada mulher terá apenas um filho.
(008) a queda mais drástica da fertilidade ocorreu
no período entre 1960 e 1980.
16 28 40 52 64 Idade
(016) em meio século (1950-2000), a média de
filhos por mulher diminuiu 50%.
• Qual é a soma dos números que antecedem as
Dados fictícios. alternativas corretas? 11
A idade média da população economicamente ati-
15 (Mackenzie-SP) A média aritmética de n números
va desse município é: alternativa e
positivos é 7. Retirando do conjunto desses núme-
a) 35,165 anos d) 36,282 anos
ros o número 5, a média aritmética dos números
b) 34,280 anos e) 37,165 anos
que restam passa a ser 8. O valor de n é:
c) 37,200 anos
a) 2 b) 3 c) 5 d) 6 e) 9
alternativa b
13 (UFMT) A tabela abaixo contém os dados referen- 16 (Fuvest-SP) Sabe-se que a média aritmética de cinco
tes ao consumo de energia elétrica de uma residên- números inteiros distintos, estritamente positivos, é 16.
cia, em quilowatt-hora, no período de maio a no- O maior valor que um desses inteiros pode assumir é:
vembro do ano passado. a) 16 b) 20 c) 50 d) 70 e) 100
alternativa d

Noções de Estatística Capítulo 1 21

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 21 16.04.10 18:42:54


Medidas de dispersão
As medidas de posição, como a
Salários mensais
média aritmética, a mediana e a moda
de um conjunto de dados numéricos, Escritório A B
(número de (número de
não são suficientes para uma análise Salário funcionários) funcionários)
conclusiva sobre como variam os valo-
R$ 4.900,00 0 2
res desse conjunto; por exemplo, o
R$ 4.500,00 1 0
quanto esses valores estão próximos
R$ 2.700,00 1 0
ou distantes de uma medida previa-
R$ 1.600,00 2 0
mente fixada. Esse fato pode ser perce-
R$ 500,00 2 0
bido pela tabela ao lado, que apresen-
R$ 400,00 0 4
ta os salários mensais dos funcionários
Dados fictícios.
de dois escritórios, A e B.
Apesar de a média salarial nos dois escritórios ser a mesma, R$ 1.900,00, as distribuições são
muito diferentes; por exemplo, os salários no escritório A estão mais próximos da média aritmé-
tica do que os salários no escritório B.
Por isso, precisamos de outras medidas para avaliar a distribuição de uma amostra de núme-
ros. Neste item vamos estudar algumas dessas medidas, chamadas de medidas de dispersão,
que podem ser entendidas a partir do problema a seguir.
Para preencher uma vaga de gerente de produção, o departamento de recursos humanos de
uma empresa, após realizar vários testes, selecionou dois candidatos: Ana e Felipe. A tabela abai-
xo mostra o desempenho dos dois nas provas a que se submeteram.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Notas de Ana e Felipe
Candidato
Ana Felipe
Assunto
Conhecimentos de Informática 8,5 9,5
Língua Portuguesa 9,5 9,0
Língua Inglesa 8,0 8,5
Matemática 7,0 8,0
Conhecimentos de Economia 7,0 5,0
Média 5 8,0 Média 5 8,0
Dados fictícios.
Os dois candidatos obtiveram a mesma média. Como proceder, cientificamente, para estabe-
lecer um critério de desempate na avaliação?
A comparação entre os desempenhos desses dois candidatos pode ser feita por meio de medi-
das estatísticas, como o desvio absoluto médio, a variância ou o desvio padrão. Essas medi-
das, chamadas de medidas de dispersão, indicam o quanto os elementos de uma amostra estão
afastados da média aritmética. Calculando uma dessas medidas, em cada uma de duas amostras de
mesma média aritmética, será considerada menos dispersa e, portanto, mais regular, a amostra que
apresentar a menor medida. No caso de Felipe e Ana, um critério de desempate pode ser a regula-
ridade, isto é, o candidato escolhido será o que apresentar a amostra de notas menos dispersa.

Desvio absoluto médio


Nas cinco provas realizadas, Ana obteve 8,0 de média aritmética, e suas notas foram 8,5; 9,5;
8,0; 7,0 e 7,0, conforme a tabela anterior.
Para determinar o quanto cada nota está afastada da média aritmética, basta efetuar a dife-
rença entre a nota e a média, nessa ordem; essa diferença é chamada de desvio da nota. Esses
desvios são:
8,5 2 8,0 5 0,5 (a nota 8,5 está 0,5 acima da média)
9,5 2 8,0 5 1,5 (a nota 9,5 está 1,5 acima da média)
8,0 2 8,0 5 0,0 (a nota 8,0 coincide com a média)
7,0 2 8,0 5 21,0 (as duas últimas notas, 7,0, estão 1,0 abaixo da média)

O módulo de cada um desses desvios é chamado de desvio absoluto da nota correspondente:


• o desvio absoluto da nota 8,5 é |0,5| 5 0,5
• o desvio absoluto da nota 9,5 é |1,5| 5 1,5
• o desvio absoluto da nota 8,0 é |0,0| 5 0,0
• o desvio absoluto de cada uma das duas últimas notas 7,0 é |21,0| 5 1,0

22 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 22 16.04.10 18:42:55


A média aritmética entre esses desvios absolutos é chamada de desvio absoluto médio e se
indica por Dam:
|0, 5| 1  |1, 5|  1  |0, 0|  1  |2 1, 0|  1  |2 1, 0| 0, 5 1 1, 5 1 0, 0 1 1, 0 1 1, 0
Dam 5   ⇒  Dam  5   ⇒
5 5
4, 0
⇒  Dam  5   5 0, 8
5

De maneira análoga, tem-se o desvio absoluto médio das notas obtidas por Felipe, Dam’, no
conjunto de provas:
Dam’ 5 1,2

Assim, verificamos que as notas de Ana estão, em média, 0,8 acima ou abaixo da média arit-
mética 8, e as notas de Felipe estão, em média, 1,2 acima ou abaixo da média aritmética 8. Como A medida da disper-
são dos números de
Dam , Dam’, conclui-se que Ana teve um desempenho mais regular que Felipe e, por isso, me-
uma amostra, em
rece a vaga. relação à média arit-
mética desses nú-
Para uma amostra numérica qualquer, definimos: meros, não pode ser
calculada pelo desvio
médio (média arit-
Sendo x y a média aritmética de uma amostra de números x1, x2, x3, ..., xn , chama-se desvio mética entre os des-
absoluto médio, e se indica por Dam, o número: vios), porque este é
sempre igual a zero.
|x 1 2  x | 1  |x 2  2  x |  1  |x 3  2  x |  1 ... 1  |x n  2  x |
Dam  5  Por isso é que se ado-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

n ta o módulo de cada
desvio.

Variância
Outra medida que indica o afastamento dos valores dos elementos de uma amostra, em rela-
ção à média aritmética, é a variância, que se representa por s2 (s é a letra grega “sigma”).

Chama-se variância a média aritmética entre os quadrados dos desvios dos elementos de
uma amostra, isto é:
2 2 2
( x 1 2  x ) 2  1  ( x 2  2  x )  1  ( x 3  2  x )  1 .. .  1  ( x n  2  x )
s 2  5 
n

Calculando as variâncias dos conjuntos de notas de Ana, sA2 , e de Felipe, s 2F , citados anterior-
mente, temos:
(0, 5) 2  1 (1, 5) 2  1 (0, 0) 2  1 (2 1, 0) 2  1 ((2 1, 0) 2
s 2A  5   5 0, 9 e
5
(1, 5) 2  1 (1, 0) 2  1 (0, 5) 2  1 (0, 0) 2  1 (2 3, 0) 2
sF2  5   5 2, 5
5

Como s 2A  , sF2 ,  concluímos que Ana obteve nas provas um desempenho mais regular que
Felipe.

Desvio padrão Não esqueça que a


comparação da dis-
Na interpretação da variância podem surgir algumas dificuldades em relação à unidade de me-
persão de duas amos-
dida dos elementos da amostra. Por exemplo, quando os elementos da amostra indicam capacida- tras de números pode
des em litros (L), a variância representa um resultado em L2. Como essa unidade não tem significa- ser feita por qual-
do físico, não é conveniente utilizar a variância nesse caso. Por causa de dificuldades como essa, foi quer um dos índi-
criado o desvio padrão, representado por s, definido como a raiz quadrada da variância. ces: desvio absoluto
Calculando o desvio padrão do conjunto de notas de Ana, sA, e de Felipe, sF , citados ante- médio, variância ou
desvio pa­drão. Note
riormente, temos:
que as três medidas
s A  5  0, 9   0, 949 e  sF  5  2, 5   1, 581 conduziram à mes-
ma conclusão.
Como sA , sF , concluímos que Ana teve nas provas um desempenho mais regular que Felipe.

Noções de Estatística Capítulo 1 23

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 23 16.04.10 18:43:00


Exercícios propostos

17 Para fiscalizar as queimadas provocadas por agri-


Diâmetro
cultores, os técnicos do Núcleo de Monitoramento Diâmetro das esferas
Máquina médio
Ambiental (NMA) dividem o mapa do Brasil em (em milímetro)
(em milímetro)
quadrículas e estudam em cada uma delas os pon-
tos de queimada na região correspondente. A 10,6 9,6 10,0 9,4 9,9
Comentar com os alunos que, por convenção cartográfica, todos os mapas
devem ter a rosa dos ventos, que indica a orientação do mapa. B 10,2 10,6 9,6 9,2 9,9
Monitoramento orbital de queimadas
ALessAnDRo PAssos DA CostA

Brasil — jun.-nov. de 2009 Qual das duas máquinas apresentou, nessa amos-
tra, maior dispersão de medidas em relação ao diâ-
metro médio? a máquina B

19 Gustavo e Lucas tiveram a mesma média no vestibular,


conforme pode ser constatado nos boletins abaixo.

Boletim de Gustavo
Disciplina Nota
Biologia 7,0
História 7,5
Geografia 8,0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nenhum N Português 7,0
De 1 a 49
O L
De 51 a 100 Inglês 6,0
De 106 a 226 S
Matemática 7,0
De 296 a 1.014 680 km
Física 6,5
Disponível em: <http://www.queimadas.cnpm.embrapa.br>.
Química 7,0
Acesso em: 8 jan. 2010.
Esta tabela mostra a distribuição de pontos de quei-
mada detectados em cinco quadrículas: Boletim de Lucas
Disciplina Nota
Número de pontos
Quadrícula
de queimada Biologia 7,0
Q1 845 História 6,5
Q2 446 Geografia 8,0
Q3 936
Português 6,5
Q4 461
Inglês 7,5
Q5 672
Matemática 7,5
a) Calcule o número médio de pontos de queimada
Física 6,0
por quadrícula dessa distribuição. 672
174,8 b) Calcule o desvio absoluto médio dessa distribuição. Química 7,0
c) Se fosse incluída nessa distribuição mais uma
quadrícula, com 672 pontos de queimada, o desvio Como eles disputavam a última vaga, foi adotada
absoluto médio da nova distribuição seria maior, como critério de desempate a variância do conjun-
menor ou igual ao desvio absoluto médio calculado to de notas em todas as disciplinas: o candidato
no item b? O desvio absoluto médio seria menor. com desempenho mais regular teve direito à vaga.
(Entende-se por desempenho mais regular aquele
18 Em uma fábrica de rolamentos, duas máquinas, A e cujas notas apresentaram menor dispersão em re-
B, fabricam esferas de aço, projetadas para ter lação à média aritmética.)
10 mm de diâmetro. Uma amostra de quatro esfe- a) Calcule a média aritmética do conjunto de notas
ras de cada máquina foi analisada para verificar se de cada candidato. 7,0
os inevitáveis erros de medida, produzidos no pro- b) Calcule a variância do conjunto de notas de cada
cesso de fabricação, são aceitáveis. A tabela a seguir candidato. Gustavo: 0,3125; Lucas: 0,375
mostra as medidas, em milímetro, do diâmetro das c) Qual dos candidatos teve o desempenho mais
esferas dessa amostra. regular? Por quê? Gustavo teve o desempenho mais regular, pois a
dispersão de seu conjunto de notas foi menor.

Resolva a questão 3 do Roteiro de trabalho.

24 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 24 16.04.10 18:43:20


Roteiro de trabalho
Ver Suplemento com orientações para o professor.
1 Em duplas, descrevam uma situação do cotidiano em b) Neste capítulo estudamos as medidas de posição e
que estejam presentes os conceitos de universo esta- as medidas de dispersão. Em uma amostra de
Respostas possíveis: sala de aula (universo
tístico e de amostra. estatístico) e alunos com mais de 1,50 m de números, o que é avaliado por uma medida de
altura (amostra); população feminina brasileira (universo estatístico) e posição? E por uma medida de dispersão?
mulheres brasileiras com mais de 25
2 Em grupos, respondam: anos (amostra) etc. c) Quais foram as medidas de posição e as de disper-
a) O que é uma tabela de distribuição de frequência? são estudadas neste capítulo?
b) Em uma distribuição de frequência, como é d) Por que não se aplica o desvio médio no estudo da
Ver Suplemento com
calculada a frequência relativa de uma classe? orientações para o dispersão de uma amostra de números?
c) Qual é a diferença entre gráfico de barras e histo- professor
professor. e) Na comparação de dispersão de duas amostras de
grama? No histograma são apresentadas as frequências de números, qual das medidas podemos aplicar:
dados agrupados em intervalos reais, enquanto no gráfico de
barras são apresentadas frequências de classes unitárias. desvio absoluto médio, variância ou desvio
3 Junte-se a um colega e respondam: padrão? Ver Suplemento com orientações para o professor.
a) Qual é o objetivo das medidas estatísticas obtidas 2. a) Espera-se que os alunos respondam que é uma tabela em que são
de uma amostra de números? descritas as classes, em que foram separadas a amostra e suas respectivas
As medidas estatísticas obtidas de uma amostra de números têm como frequências, facilitando a análise dos dados numéricos da amostra.
objetivo propiciar a melhor compreensão da distribuição dos elementos na 3. c) As medidas de posição estudadas até aqui foram a média
amostra e avaliar o afastamento desses elementos em relação a um valor aritmética, a moda e a mediana; e as de dispersão foram o desvio
fixo. absoluto médio, variância e desvio padrão.
3. d) Porque a soma dos desvios é sempre zero e, portanto, a média
Exercícios complementares aritmética dos desvios também é sempre zero.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 (Enem) c) a máquina I é ideal, de acordo com a definição


apresentada.
Consumo de energia (kWh) d) a máquina que menos consome energia elétrica
não é a que consome menos água.
1,83
1,53 e) a máquina que mais consome energia elétrica não
1,24
0,94 0,93
é a que consome mais água.

2 O gráfico abaixo descreve a produção total de grãos e


I II III IV V
a produção de soja de certo país no intervalo de 2008
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

a 2011.

Figura I
Produção de grãos e de soja
Consumo de água (L)
325,80
100 80,2 84,4 82,4 84,8
toneladas
Milhão de

215,80
50

FAUSTINO
24,9 25,2 26,9 27,2
99,35 109,31
76,38
0
2008 2009 2010 2011 Ano
I II III IV V
produção total de grãos
Figura II produção de soja
Fonte: Associação Brasileira de Defesa do Consumidor
(com adaptações). Dados fictícios.
As figuras acima apresentam dados referentes aos con- Considerando, em cada um dos anos registrados, o
sumos de energia elétrica e de água relativos a cinco má- percentual que a produção de soja representava da
quinas industriais de lavar roupa comercializadas no produção total de grãos desse país no respectivo ano,
Brasil. A máquina ideal, quanto a rendimento econômi- concluímos que esses percentuais: alternativa c
co e ambiental, é aquela que gasta, simultaneamente, a) formam uma sequência crescente, de 2008 a 2011.
menos energia e água. b) formam uma sequência decrescente, de 2008 a
Com base nessas informações, conclui-se que, no 2011.
conjunto pesquisado: alternativa d c) decresceram de 2008 a 2009 e cresceram de 2009 a
a) uma máquina de lavar roupa, quanto mais eco- 2010.
nomiza água, mais consome energia elétrica. d) formam uma sequência decrescente de 2008 a
b) a quantidade de energia elétrica consumida por uma 2010 e crescem de 2010 para 2011.
máquina de lavar roupa é inversamente proporcional e) de 2008 a 2011, são iguais em pelo menos dois
à quantidade de água consumida por ela. anos consecutivos.

Noções de Estatística Capítulo 1 25

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 25 17.04.10 15:13:48


3 O gráfico de setores abaixo mostra a distribuição das 6 Na tentativa de controlar a pesca predatória, o Ibama
notas de 500 alunos em uma prova de redação. fiscaliza barcos pesqueiros nos rios do Pantanal. Se um
exemplar com menos de 2,8 kg de determinada espécie
Notas da prova de redação de peixe for encontrado em um barco, o pescador é mul-
nota 10 tado e corre o risco de perder sua licença de pesca.
3%
nota 9 nota 0

AnDRe seALe/PuLsAR iMAGens


nota 8 3% 3% nota 1
4% 5%
nota 2
nota 7
6%
7%
nota 3
10%

nota 6
20%
Pirapitangas, Bonito, MS.
nota 4
18%
Em uma dessas inspeções, foram encontrados a bordo
nota 5 de um barco pesqueiro dez exemplares dessa espécie
21% de peixe. Os fiscais puseram os dez peixes, simultanea-
Dados fictícios. mente, em uma balança, registrando 28 kg de pescado;
iLustRAções: fAustino

a) Construa uma tabela de distribuição de frequências a seguir retiraram nove exemplares da balança, consta-
dessa amostra, separando as notas em quatro tando que o peixe que restou sobre a balança pesou
classes de mesma amplitude. Ver Suplemento com
orientações para o professor.
3,2 kg. Com isso, concluíram que o pescador era um
b) Construa o histograma correspondente à tabela do infrator e, portanto, multaram-no. O pescador era
item a. mesmo um infrator? Justifique sua resposta.
Ver Suplemento com orientações para o professor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 (Uerj) A posição de um automóvel em viagem entre 7 A equipe de edição de uma produtora selecionou as
duas cidades foi registrada em função do tempo. O cinquenta principais cenas para a montagem de um
gráfico a seguir resume as observações realizadas do filme. Como essas cenas totalizam 160 minutos de
início ao fim da viagem. filmagem e o filme deve ter 120 minutos de duração,
devem ser feitos alguns cortes. Após um estudo, a
Posição (km) equipe concluiu que é possível manter todas as cenas
120
selecionadas, efetuando cortes, sem perder o essen-
100
cial de cada uma. Os cálculos mostraram que os 40
minutos de cortes devem ser distribuídos em partes
50 proporcionais aos tempos das cenas selecionadas. A
tabela a seguir mostra o número de cenas e o tempo
de duração de cada uma, antes dos cortes.
0 1,0 1,8 3,0 Tempo (h)
Tempo de duração de cada
Número de cenas
cena antes do corte (min)
a) Indique durante quanto tempo o automóvel per-
18 3
maneceu parado. 48 minutos
11 4
b) Calcule a velocidade escalar média do automóvel
5 6
nessa viagem. 40 km/h
16 2

5 Um teste de durabilidade com uma amostra de baterias O desvio médio absoluto dos tempos dos cortes será de:
de automóvel apresentou a seguinte distribuição: a) 0,324 min c) 0,520 min e) 0,460 min
b) 0,228 min d) 0,380 min alternativa b
Durabilidade de baterias de automóvel
8 (Fuvest-SP) A distribuição dos salários em uma em-
Frequência (número de baterias) presa é dada na seguinte tabela:
78
72 Salário (R$) Número de funcionários
500,00 10
50
1.000,00 5
40
1.500,00 1
2.000,00 10
10 5.000,00 4
0 10.500,00 1
2 4 6 8 10 Classe
(durabilidade R$ 2.000,00
em mês) a) Qual é a média dos salários nessa empresa?
b) Suponha que sejam contratados dois novos fun-
Dados fictícios. cionários, com salário de R$ 2.000,00 cada um. A
Qual foi o tempo médio de duração por bateria dessa variância da nova distribuição de salários ficará
amostra? 4,104 meses menor, igual ou maior que a anterior? menor
6. Como a média dos nove peixes é 2,76 kg, tem-se que ou os nove peixes têm 2,76 kg
cada ou algum deles tem menos de 2,76 kg e, portanto, o pescador é infrator.
26 Capítulo 1 Noções de Estatística

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 26 16.04.10 18:43:31


Matemática sem fronteiras

Janaúba – Menor mortalidade infantil da América Latina


O município de Janaúba, no Norte de Minas, uma das regiões mais carentes

ALESSANDRO PASSOS DA COSTA


Localização: Janaúba
do Estado, conseguiu atingir um índice de mortalidade infantil de 4,2 óbitos por
grupo de mil nascidos, que é igual ao da Suíça. Esse desempenho é resultado BA

de várias ações na área de saúde que vêm sendo desenvolvidas pelo governo DF Janaúba
de Minas no município desde 2003.
GO
Com essa taxa, a mortalidade infantil de Janaúba é inferior ao índice dos
Estados Unidos, onde são registrados 6 óbitos por grupo de mil nascidos vivos,
MINAS GERAIS
ao do Chile, cuja taxa de mortalidade infantil é de 8 mortes por grupo de mil
nascidos vivos, e muito próxima à do Japão, que tem a menor taxa de mortali- ES
N
dade infantil do mundo, com 3 mortes por grupo de mil nascidos vivos. Belo Horizonte

Em 2000, a taxa de mortalidade infantil em Janaúba podia ser comparada à O L


SP
África Subsaariana, com 31 mortes por grupo de mil nascidos vivos. Por essa S OCEANO
200 km RJ ATLÂNTICO
razão, o resultado conseguido pelo município em 2007 é considerado por es-
pecialistas como excepcional. Maria Elena Simielli. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2006.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Janaúba e mais 15 municípios do seu entorno (da chamada microrregião),


uma das mais carentes do Estado, foram escolhidos para receber um projeto
piloto na área de saúde, que já está sendo levado para outras regiões do Estado.

OLIVEIRA JUNIOR
A intenção do governo era mostrar que com os recursos do Sistema Único de
Saúde (SUS) é possível oferecer à população, em uma das regiões mais pobres
do Estado, uma saúde de qualidade.
Desde 2003, o governo vem realizando na cidade e na região investimentos
na chamada atenção primária (unidades básicas de saúde), em programas vol-
tados especificamente para o atendimento às gestantes e recém-nascidos, no
transporte sanitário e na distribuição de medicamentos.
Com uma população de mais de 70 mil habitantes, Janaúba conta com 11
unidades básicas de saúde, sendo três na zona rural, e possui 20 equipes de
Programa de Saúde da Família (PSF), com cobertura de 99,1% da população do
SUS. A cidade foi também beneficiada com várias ações do programa Viva
Vida, como a instalação de UTI neonatal.
[...]
Disponível em: <http://www.mg.gov.br>. Acesso em: 12 dez. 2009. Vista aérea da cidade de Janaúba, MG. (2009)

Atividades

1 O texto apresenta a melhora do índice de mortalidade infantil da cidade de Janaúba (MG).


Esse índice de mortalidade expressa qual medida estatística? alternativa a
a) Média aritmética. b) Mediana. c) Moda. d) Desvio médio.
O índice é a média aritmética, pois é a razão entre o
• Justifique sua resposta. total de óbitos e o total de classes de 1.000 nascidos
vivos de Janaúba.
2 Calcule, em porcentagem, a variação do índice de mortalidade infantil da cidade de Janaúba
entre os anos de 2000 e 2008. Aproximadamente, 86%, ou seja, diminuiu.

3 Quais foram as providências adotadas na microrregião a que Janaúba pertence que ajudaram
a melhorar o índice da mortalidade infantil? Investimentos nas unidades básicas de saúde, em
programas voltados especificamente para o atendimento às gestantes e recém-nascidos, no transporte sanitário,
na distribuição de medicamento, além da instalação de UTI neonatal.
4 Construa no caderno um gráfico que apresente os países e suas respectivas taxas de morta-
lidade infantil citadas no texto. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

5 Em média, qual é o número de habitantes para cada unidade básica de saúde na cidade de
Janaúba? ≈ 6.364 habitantes

Noções de Estatística Capítulo 1 27

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C01(006a027).indd 27 5/3/10 8:03:54 PM


CAPÍTULO Geometria analítica:

2
ponto e reta
BRANDON COLE/GETTY IMAGES

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alguns animais marinhos, como as baleias,
migram em determinados períodos em busca
de águas mais quentes.

Além da teoria
Para um estudo oceanográfico, foram feitas duas medições da temperatura das
águas de certa região do oceano Atlântico: uma na superfície, onde se obteve a
temperatura de 27 °C, e outra a 100 m de profundidade, obtendo-se a temperatura
de 21 °C.

Em um gráfico cartesiano que expresse a temperatura em função da profundidade,


represente os dois pontos descritos nesse texto.

Admitindo que o gráfico que representa a temperatura em função da profundidade


seja um segmento de reta com extremos nos pontos assinalados no item a, calcule
a temperatura da água a 40 m de profundidade.

Com os conteúdos deste capítulo, você poderá resolver esse e outros


problemas que envolvem grandezas que variam linearmente.

28 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 28 5/5/10 5:48:37 PM


LATT
IA P
AR
M

1 A origem da Geometria analítica


O

ÇÃ
LE O
K-C
/LIBRAR ATINSTOC
Em qualquer ciência, o entendimento de um objeto de estudo é facilitado quando o represen-

Y/ L
tamos por mais de um registro (desenhos, equações, símbolos etc.) e transitamos por esses regis-
tros, de modo que a carência de um seja suprida pelo outro.
Um exemplo notável dessa prática é a Geometria analítica, concebida pelo matemático francês

OTO
René Descartes (1596-1650). Transitando entre Álgebra e a Geometria euclidiana, a Geometria

PH
CE
analítica possibilita a representação de figuras geométricas por meio de pares ordenados, equações

N
IE
SC
ou inequações. EVA
NS

Por exemplo, o par ordenado (5, 4) representa o ponto P da figura 1, a equação y  x2 repre- Frans Hals, René Descartes,
senta a parábola da figura 2 e a inequação x  4, o semiplano da figura 3. c. 1649.
y
René Descartes rompeu
com as tradições clássicas
da Geometria grega e criou
9 a Geometria analítica.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

y y

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
P
4
4

0 4 x
1

0 5 x �3 �2 �1 0 1 2 3 x

Figura 1 Figura 2 Figura 3

2 Distância entre dois pontos

Considere os pontos A, B, C e D, representados no plano cartesiano abaixo, em que u é a unida-


de adotada nos eixos:
y
4 D
FAUSTINO

A B
O 3 7 x

�2 C

• Qual é a distância entre os pontos A e B? E entre os pontos C e D?

Quatro unidades u separam os pontos A e B. Por isso dizemos que a distância entre A e B é 4 ou
que o comprimento do segmento At B é 4. Essa distância, que indicaremos por AB, pode ser calcu-
lada como o módulo da diferença entre as abscissas de A e B, isto é, AB  »7  3» ou AB  »3  7» ou,
simplesmente, a abscissa maior menos a menor, AB  7  3.
De maneira análoga, a distância entre C e D é 6 e pode ser calculada como CD  »4  (2)»
ou CD  »2  4»  6 ou, simplesmente, a ordenada maior menos a menor, CD  4  (2).

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 29

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 29 17.04.10 15:43:35


Note que, se um segmento A t B é paralelo ao eixo Ox, então o seu comprimento é igual ao
t
comprimento de sua projeção ortogonal AB sobre esse eixo, pois o quadrilátero ABBA é um
retângulo. Analogamente, se um segmento C t D é paralelo ao eixo Oy, então o seu comprimento
t
é igual ao comprimento de sua projeção ortogonal CD sobre esse eixo.

D�
y 6 D

A B
3

2 C� C

A� B�
O 1 7 x O 5 x

AB 5 A'B' 5 7 2 1 5 6
CD 5 C'D' 5 6 2 2 5 4

Consideremos, finalmente, o cálculo da distância entre os dois pontos A e B tal que o segmen-
to At B não é paralelo a nenhum dos eixos coordenados; por exemplo, A(4, 2) e B(7, 6). Represen-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tando o segmento At B no plano cartesiano e traçando por A e B as retas paralelas aos eixos coor-
iLustRAções: fAustino

denados, obtemos o triângulo retângulo ABC, abaixo.

6 B Pelo teorema de Pitágoras, temos:


(AB )2 5 (AC)2  (BC)2

(AB)2 5 32  42 ⇒ (AB)2 5 25
 AB 5 ± 5
2 A C
Como a distância não pode assumir valor nega-
tivo, concluímos que AB 5 5.
O 4 7 x

O cálculo da distância entre dois pontos do plano cartesiano pode ser generalizado pelo teo-
rema a seguir.

A distância entre os A distância AB entre dois pontos A (xA , yA ) e B(xB , yB ) é dada por:
pontos A e B é indi-
cada por AB ou dAB AB 5 ( x B  2  x A ) 2   ((y B  2 y A ) 2

Nota:
Observando que (xB 2 xA )2 5 (xA 2 xB )2 e que (yB 2 yA )2 5 (yA 2 yB )2, a fórmula da distância AB

pode ser AB  5  ( x A  2  x B ) 2   (y A  2 y B ) 2 ou, mais simplificadamente:

AB  5  ( x ) 2   ( y ) 2 ,
x lê-se “delta x ” e
y lê-se “delta y ”. em que x e y representam, respectivamente, a diferença entre as abscissas e a diferença entre
as ordenadas dos pontos A e B, em qualquer ordem.

30 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 30 16.04.10 19:18:44


Exercícios resolvidos

R.1 Sendo A(3, 2) e B(5, 4), calcular o compri- R.2 Determinar o ponto P, pertencente ao eixo Ox,
mento do segmento tABu. que dista 5 unidades do ponto Q(6, 3).
Resolução
Resolução
Podemos resolver este exercício representando
Todo ponto do eixo Ox possui ordenada zero; logo,
os pontos e as retas auxiliares ,AC= e ,BC= no plano
o ponto P é da forma P(x, 0).
cartesiano:
y
y Q(6, 3)
3
A 2
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

5
0 P(x, 0) 6 x
�3 x
Devemos ter PQ  5, ou seja:
  6)2   (
( x    (0   3)2   5
C �4 B Quadrando ambos os membros dessa igualdade,
obtemos:
Aplicando o teorema de Pitágoras no ABC: (x  6)2  (0  3)2  25 ⇒ x 2  12x  20  0
(AB )2  (AC)2  (BC)2
Resolvendo essa equação do 2º grau, obtemos x  2
 (AB)2  62  82 ⇒ (AB)2  100 ou x  10. Assim, existem dois pontos P(x, 0) que
 AB  10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

satisfazem a condição do enunciado. São eles P1(2, 0)


Também podemos resolver este exercício usando a e P2(10, 0). Graficamente, temos:
fórmula:
y

AB  ( x )2   (
 (  y )2  3
Q(6, 3)

5 5
 (5  (3))2   ((4    2)2 ⇒ AB  8 2   (6)2
P1 P2

∴ AB  100 ⇒ AB  10 0 2 6 10 x

Exercícios propostos

y
1 Calcule a distância entre os pontos A e B em cada
um dos seguintes casos:
a) A(6, 7) e B(9,
(9, 11) 5 c) A(1, 3) e B(1, 1)
b) A(3, 5) e B(3, 13) 10 2 5

E
2 Calcule a medida do raio da circunferência de cen- 4

tro C representada no plano cartesiano abaixo.


2 2
y
�6 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

P
5

3 C

a) A empresa conseguirá se comunicar com o mo-


2 x toboy, via rádio, quando ele estiver no ponto
P(6, 12)? Por quê? Sim, pois: PE  20 km  23 km
3 Ao mapa de uma região plana foi associado um sis- b) A empresa conseguirá se comunicar com o mo-
tema cartesiano de coordenadas, cuja unidade ado- toboy, via rádio, quando ele estiver no ponto
tada em cada eixo é o quilômetro, conforme mostra M(14, 16)? Por quê? Não, pois: ME ≈ 23,3 km  23 km
a figura a seguir. O ponto E representa uma empre- c) Indicando por G(x, y) um ponto genérico da re-
sa de entregas, que se comunica com seus moto- gião alcançada pelo rádio, obtenha uma sentença
boys via rádio, cujo alcance é de 23 km. matemática relacionando x e y.
GE   23 ⇒   ( x   6) 2   (y   4) 2   23

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 31

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 31 5/5/10 1:42:53 PM


4 Sejam os pontos A(2, 5), B (10, 21) e C (9, 22). tica, significa determinar as coordenadas desse
a) Calcule o perímetro do triângulo ABC. 2(5  4 2) ponto.) P(10, 0) ou P(26, 0)
b) Mostre que ABC é um triângulo retângulo.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. 6 (UFSC) Dados os pontos A(21, 21), B(5, 27) e
5 O ponto A(2, 6) dista 10 unidades de um ponto P C(x, 2), o valor de x para que C seja equidistante de
do eixo das abscissas. Determine o ponto P. A e B é: alternativa a
(Nota: Determinar um ponto, em Geometria analí- a) 8 b) 6 c) 15 d) 12 e) 7

Resolva as questões 1 e 2a do Roteiro de trabalho.

3 Ponto médio de um segmento de


reta
t
Na figura abaixo, M é o ponto médio do segmento AB. Quais são as coordenadas do ponto M?
y

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
B
8
M
yM

fAustino
A
4

A� M� B�
O 2 xM 12 x

Para responder a essa pergunta, observamos que as retas paralelas ,AA-, ,MT M- e ,BB- concorrem
, T B -. Logo, pelo teorema de Tales, temos:
com as transversais ,AB - e A
AM AM
 5 
MB MB

Como AM 5 xM 2 2, MB 5 12 2xM e AM 5 MB, pois M é o ponto médio de AB, temos da
proporção anterior:
x M  2 2
15 ⇒ xM 2 2 5 12 2 xM
12 2  x M
12  2
 2 xM 5 12  2 ⇒ xM 5 57
2

Note que a abscissa xM é a média aritmética entre as abscissas dos pontos A e B.


Raciocinando de maneira análoga em relação ao eixo Oy, a ordenada yM é a média aritmética
entre as ordenadas dos pontos A e B, isto é:
4  8
yM 5 56
2
Assim, concluímos que M(7, 6).
Podemos generalizar esses procedimentos pelo seguinte teorema:

Se A (xA , yA ) e B (xB , yB ) são pontos distintos, então o ponto médio M (xM, yM ) do segmento
t é tal que:
AB

x A    x B y   y B
x M  5  e y M  5  A
2 2

32 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 32 16.04.10 19:19:04


Exercícios resolvidos

R.3 Dados A(5, 7) e B(1, 0), determinar o ponto R.4 Obter o simétrico do ponto P (1, 3) em relação ao
t
médio do segmento AB. ponto T (4, 6).
Resolução Resolução
t
Seja M(xM , yM) o ponto médio do segmento AB. O simétrico de P (1, 3) em relação a T (4, 6) é o ponto
Temos: t P’:
P’(xP’, yP’) tal que T é o ponto médio do segmento P

fAustino
P(1, 3) T (4, 6) P�(xP�, yP�)
25  1
x M  5   5 22  e   Assim, temos:
2
1   x P ’
7   0 7 4  ⇒   x P ’  5 7
 5 4
yM  5   5  2
2 2 3    y P ’
 5 6  ⇒   y P ’  5 9
 7 2
Logo, M  22,   . Logo, o simétrico do ponto P em relação ao ponto
 2
T é P’(7, 9).

tiPs/otHeR iMAGes
Exercícios propostos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

7 Encontre o ponto médio do segmento tABu em cada 11 Para estudar o movi-


um dos seguintes casos: mento de um astro que
a) A(4, 6) e B(8, 10) b) A(23, 1) e B(5, 27) se desloca com veloci-
(6, 8) (1, 23) dade constante em tra-
8 Determine o simétrico de A em relação ao ponto Q jetória retilínea, um
em cada um dos seguintes casos: astrônomo fixou um
1 
a) A(3, 8) e Q(22, 1) b) A(25, 2) e Q  , 3  plano cartesiano, con-
(27, 26) (6, 4) 2 
tendo essa trajetória, e
9 (UFMT) Os vértices de um triângulo são os pontos adotou nos eixos coor-
A(1, 4), B(4, 9) e C(10, 15). O comprimento da me- denados uma unidade
t u é: alternativa c
diana AM conveniente para gran-
Luneta astronômica.
a) 17 b) 13 c) 10 d) 9 e) 8 des distâncias. Em cer-
to momento, o cientista observou que o astro esta-
10 Dois vértices consecutivos de um paralelogramo va no ponto A(3, 6) e quatro minutos depois estava
ABCD são os pontos A(2, 3) e B(5, 4). O ponto de no ponto B(5, 8).
intersecção das diagonais tACu e tBDu é Q(4, 6). Obte- a) Qual era a posição do astro, dois minutos após a
nha C e D. passagem pelo ponto A? (4,7)
(Lembrete: O ponto comum às diagonais de um pa- b) Qual era a posição do astro, um minuto após a
ralelogramo é ponto médio de cada uma delas.) passagem pelo ponto A?  7 ,  13 
C(6, 9) e D(3, 8) 2 2 

Determinação de uma reta


Conhecendo as coordenadas de dois pontos distintos de uma reta, podemos representá-la no
plano cartesiano, pois dois pontos distintos determinam uma reta. Por exemplo, dados os pontos
A (2, 3) e B (5, 1) de uma reta r, a representação de r é:

r
A
fAustino

B
1

2 5 x

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 33

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 33 16.04.10 19:19:15


Há, porém, outras maneiras de determinar uma reta no plano cartesiano. Por exemplo, saben-
do que uma reta s passa pelo ponto P (2, 0) e forma com o eixo Ox um ângulo de 45°, medido
no sentido anti-horário a partir de um ponto do eixo Ox à direita de P, a reta s está assim determi-
nada:
y
s

P 45°
O 2 x

A seguir, definiremos dois importantes conceitos relacionados à determinação de uma reta

ilustrações: faustino
por um ponto e um ângulo.

Inclinação e coeficiente angular de uma reta


No plano cartesiano xOy, seja r uma reta que intercepta o eixo das abscissas em um ponto P
e forma com esse eixo um ângulo de medida α, com 0° < α , 180°, medido no sentido anti-
-horário a partir de um ponto do eixo Ox à direita de P. A medida α é chamada de inclinação
da reta r.
y y

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
r r

α
P α
0 x 0 P x

Chama-se coeficiente angular de uma reta r de inclinação α, com α  90o, o número m


tal que:
m 5 tg α

Exemplos

a) y c) y
r

45° 120°

x x
s
ilustrações: faustino

Retas com 0° de in- •  inclinação de r : 45° •  inclinação de s: 120°


clinação (paralelas •  coeficiente angular de r: tg 45° 5 1 •  coeficiente angular de s: tg 120° 5  3
ao eixo Ox) são cha-
y
madas de retas ho- b) y d) t
rizontais.
Retas com 90° de
u
inclinação (paralelas
ao eixo Oy) são cha-
madas de retas
verticais.
Retas não verticais e x x
não horizontais são
chamadas de retas •  inclinação de u: 0° •  inclinação de t: 90°
oblíquas. •  coeficiente angular de u: tg 0° 5 0 •  Retas com 90° de inclinação não têm
coeficiente angular, pois não existe tg 90°.

34 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 34 17.04.10 15:46:02


Cálculo do coeficiente angular de uma reta não vertical por
dois de seus pontos
Consideremos a reta A, B -, de inclinação α, em que A(3, 2) e B(5, 4). Traçando por A a reta Se achar conveniente, pedir
aos alunos que calculem o
paralela ao eixo Ox e por B a reta paralela ao eixo Oy, determinamos o triângulo retângulo ABP coeficiente angular de uma
cujo ângulo interno B AB P tem medida α. reta fornecendo dois pontos
que estejam nos outros
y quadrantes.

B
4
FAUSTINO

A α
2
P

α
O 3 5 x

No triângulo ABP podemos calcular a tg α, que é o coeficiente angular da reta A, B -:


4  2 2
m  tg α      1
5  3 2
Note, portanto, que o coeficiente angular é a razão da diferença das ordenadas para a dife-
rença das abscissas dos pontos A e B.
O teorema a seguir generaliza o cálculo do coeficiente angular de uma reta não vertical A, B -,
qualquer que seja a sua posição no plano cartesiano.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Se os pontos distintos A(xA, yA) e B(xB, yB) pertencem a uma reta r não vertical, então o coe-
ficiente angular mr da reta r é dado por:
y B   y A
mr   
x B    x A

Nota:
y   y A
Multiplicando por 1 o numerador e o denominador da fração B , obtém-se uma fração
x B    x A
y   y A y   y B
equivalente a ela: mr    B    A . Por isso, podemos simplificar a notação, escrevendo:
x B    x A x A    x B
y
mr    ,
x
em que x e y representam as diferenças entre as abscissas e entre as ordenadas, respectivamente,
y   y B y   y A
obtidas em um mesmo sentido: ambas de A para B, A ou ambas de B para A, B .
x A    x B x B    x A

Exercício resolvido

$ B% nos seguintes casos:


R.5 Calcular o coeficiente angular da reta A
a) A(4, 7) e B (3, 1) b) A(7, 9) e B (2, 9) c) A(2, 5) e B (2, 7)

Resolução
yy 7   1 6
a) m         
xx 4   ( (3) 7

yy 9   9 0
b) m            0
xx 7    2 5
$ % é horizontal.
Note que, neste caso, a reta AB

yy 7   −  5 2
c) m            (∃)
xx 2  −  2 0
$ % é vertical.
Note que, neste caso, a reta AB

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 35

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 35 17.04.10 15:46:52


15. Espera-se que os alunos respondam que as retas desenhadas devem ser paralelas
e não verticais, pois sendo paralelas elas têm a mesma inclinação e, não sendo
Exercícios propostos verticais, retas de mesma inclinação têm o mesmo coeficiente angular.

12 Determine a inclinação  e o coeficiente angular m • Comparem seus resultados com as outras duplas
das seguintes retas: e elaborem um texto explicando a relação exis-
a) y b) y
tente entre o crescimento ou decrescimento de
r uma função e o coeficiente angular da reta que a
135°, 1 representa.
60°, 3 s
18 O gráfico abaixo descreve a temperatura y, em grau
135° Celsius, de um aquecedor de ambiente, em função
do tempo x, em minuto, desde o instante em que foi
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

0 0 x
x
ligado (instante zero), quando sua temperatura era
150° de 32 °C, até o instante em que atinge sua tempera-
tura máxima, que é de 50 °C.
y

, B - em
13 Determine o coeficiente angular m da reta A 50

cada um dos casos:


a) A(2, 6) e B(4, 14) 4 c) A(1, 3) e B(2, 3) zero
3 32
b) A(3, 5) e B(1, 1)  d) A(8, 1) e B(8, 6)
2
não existe

14 Considerando o gráfico ao y

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lado, determine: r
a) o coeficiente angular da 12 x
√3
reta r.  3
b) a inclinação da reta r. a) Calcule o coeficiente angular da reta que contém
120° esse gráfico. 1,5
0 1 x
b) O que significa esse coeficiente no contexto do
enunciado?
Significa que a cada minuto a temperatura aumentou 1,5 °C.
15 Junte-se a um colega e desenhem no plano cartesia- 19 O gráfico a seguir descreve a evolução da dívida ex-
no duas retas que tenham o mesmo coeficiente an- terna brasileira, em bilhão de dólares, do ano 2000
gular. Depois, respondam: ao ano 2007.
• Como devem ser desenhadas as retas no plano
cartesiano para que elas tenham o mesmo coefi- Evolução da dívida externa brasileira
ciente angular? Justifiquem sua resposta.
216,9
16 As retas r e s representadas no gráfico são paralelas. 214,9
210,7
a) Determine a inclinação y 209,9
Dívida (bilhão de US$)

r s
e o coeficiente angular

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
201,4
da reta r. 45°; 1 197,7
b) O ponto A(5, 3) 191,3
45°
pertence à reta r ? 0 2 x 176,5
Por quê?
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
17 Junte-se a um colega e façam o que se pede.
a) Desenhem uma reta no plano cartesiano que
seja o gráfico de uma função crescente. Ano
00

02

03

04

05

06

07
01

b) Calculem o coeficiente angular da reta repre-


20
20

20

20

20

20

20

20

sentada no item a.
c) Desenhem uma reta no plano cartesiano que Fonte: Banco Central do Brasil.

seja o gráfico de uma função decrescente. a) Calcule os coeficientes angulares das retas que
d) Calculem o coeficiente angular da reta repre- contêm os segmentos do gráfico de 2001 a 2002
sentada no item c. e de 2002 a 2003. 0,8; 4,2
e) Desenhem uma reta no plano cartesiano que b) Comparando os coeficientes angulares obtidos
seja o gráfico de uma função constante. no item a, em qual dos dois períodos de tempo
f) Calculem o coeficiente angular da reta repre- considerados houve maior taxa de variação da
sentada no item e. dívida externa brasileira? No período de 2002 a 2003.

Resolva a questão 2b do Roteiro de trabalho.


17. Espera-se que os alunos percebam que funções que são representadas
graficamente por uma reta são: crescentes, quando o coeficiente angular é
36 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta positivo; decrescentes, quando é negativo; e constantes, quando é nulo.

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 36 17.04.10 15:47:48


Condição de alinhamento de três pontos y

Os pontos A (3, 1), B (5, 2) e C (9, 4), representados ao lado, são colineares? Isto é, 4 C

fAustino
pertencem à mesma reta?
Para responder a essa pergunta, não basta traçar a reta $AB% com o auxílio da régua, 2 B
pois o ponto C pode estar fora dessa reta a uma distância tão pequena que não seja 1 A
detectada graficamente. Por isso, vamos usar o conceito de coeficiente angular e a
0 x
seguinte propriedade: 3 5 9

Se duas retas são paralelas e têm um ponto comum, então elas são paralelas coincidentes.

$ B% e B$ C %, respectivamente, calculamos:
Indicando por mAB e mBC os coeficientes angulares das retas A
2 2 1 1 4 2 2 2 1
m AB  5   5    e   mBC  5   5   5 
5 2 3 2 9 2 5 4 2

Como mAB 5 mBC , deduzimos que $AB% e $BC % têm a mesma inclinação; logo, essas retas são para-
lelas. Além de paralelas, $AB% e $BC % têm o ponto B em comum e, portanto, essas retas são paralelas
coincidentes, com o que concluímos que os pontos A, B e C são colineares.
Podemos generalizar a condição de alinhamento de três pontos pelo teorema a seguir.

Três pontos A (xA, yA), B (xB , yB ) e C (xC , yC ) são colineares se, e somente se, mA B 5 mBC ou
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

não existem mAB e mBC .

Nota:
Se três pontos D, E e F do plano cartesiano são tais que não existem os coeficientes angulares das
retas $DE % e $EF ,% então essas retas são verticais e, portanto, são paralelas. Como, além de paralelas, as
retas $DE %e $EF % têm o ponto E em comum, concluímos que essas retas são paralelas coincidentes, logo,
os pontos D, E e F são colineares.

Exercício resolvido

R.6 Verificar se os pontos A, B e C são ou não colinea- 8  2  4 4


b) m AB  5   5  (∃)
res nos seguintes casos: 3  2 3 0
a) A(2, 4), B (3, 7) e C (5, 13) 4  2 (
 (21) 5
b) A(3, 8), B (3, 4) e C (3, 1) mBC  5   5  (∃)
323 0
c) A(4, 2), B (4, 7) e C (1, 3)
Como não existem mAB e mBC , concluímos que
d) A(5, 1), B (3, 3) e C (0, 4)
A, B e C são colineares.
Resolução
Em cada item, devemos observar mAB e mBC : 7  2  2 5
c) m AB  5   5  (∃)
• se mAB 5 mBC ou não existirem mAB e mBC , então 4  2  4 0
concluímos que A, B e C são colineares; 7  2 3 4
• se mAB  mBC ou se existir apenas um dos coefi- m BC  5  5
4  2 1 3
cientes angulares mAB e mBC , então concluímos Como existe apenas um dos coeficientes angula-
que A, B e C não são colineares. res, concluímos que A, B e C não são colineares.
7  2  4 3  2 1
a) m AB  5   5 3 d) m AB  5   5 21
3  2  2 3  2 5
13  2 7 4  2 3 1
mBC  5   5 3 mBC  5   5 2
5 2 3 0  2 3 3
Como mAB 5 mBC , concluímos que A, B e C são Como mAB  mBC, concluímos que A, B e C não
colineares. são colineares.

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 37

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 37 16.04.10 19:19:48


Exercícios propostos

20 Usando a condição de alinhamento por coeficiente Admitindo as expectativas mais pessimistas, responda:
angular, verifique se os pontos A, B e C são colinea- a) Se, nos próximos 100 anos, a quantidade desses
res, nos seguintes casos: gases na atmosfera aumentar linearmente em
a) A(1, 6), B(0, 4) e C(1, 2) sim função do tempo, qual será o percentual de aumento
b) A(1, 2), B(5, 2) e C(6, 2) sim em relação à quantidade atual daqui a 54 anos? 108%
c) A(4, 1), B(4, 7) e C(4, 9) sim b) Se, nos próximos 100 anos, a temperatura do
d) A(3, 6), B(1, 4) e C(4, 1) não planeta aumentar linearmente em função do
tempo, daqui a quanto tempo haverá um
21 (PUC-RJ) O valor de x para que os pontos (1, 3), acréscimo de 1,7 °C nessa temperatura? 29,3 anos
(2, 4) e (x, 0) do plano sejam colineares é: c) Admitindo a hipótese do item b, calcule a taxa
a) 8 c) 11 e) 5 alternativa d média anual de variação da temperatura do plane-
b) 9 d) 10 ta na primeira década do período considerado.
0,058 °C por ano
Quando não são
22 Junte-se a um colega e respondam: colineares. 24 (Enem) O gráfico abaixo, obtido a partir de dados
a) Quando três pontos determinam um triângulo? do Ministério do Meio Ambiente, mostra o cresci-
b) Quais são os números reais q para os quais os mento do número de espécies da fauna brasileira
pontos A(6, 2), B (1, 4) e C (2, q  3) são vértices ameaçadas de extinção.
de um triângulo? 3
q   
5

número de espécies ameaçadas de extinção


23 Efeito estufa é o nome dado à retenção de calor na

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Terra causada pela concentração de diversos tipos de 461
gases na atmosfera. Estudos têm mostrado que, se as
emissões dos gases que provocam o efeito estufa não
diminuírem, a quantidade desses gases presentes na
atmosfera pode triplicar em 100 anos. Entre os cien-

FAUSTINO
tistas há um con-
239
senso de que o re-
ÉBER EVANGELISTA

sultado mais direto


das mudanças cli-
máticas seja o au-
mento da tempera-
tura do planeta em
até 5,8 °C ao final 1983 1987 1991 1995 1999 2003 2007 ano
desses 100 anos.
(fonte: Cetesb) Se mantida, pelos próximos anos, a tendência de
crescimento mostrada no gráfico, o número de es-
pécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a:
Esquema representando
a) 465 d) 538
o efeito estufa. As figuras b) 493 e) 699
não estão na mesma c) 498 alternativa c
proporção.

Resolva a questão 2c do Roteiro de trabalho.

Equação fundamental da reta


A reta r representada abaixo passa pelo ponto P (6, 3) e seu coeficiente angular é mr  2.
y
r
FAUSTINO

P
3
mr  tg α  2

6 x

38 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 38 17.04.10 15:48:48


Com base nesses dados, podemos obter uma equação que represente todos os pontos (x, y)
que pertencem à reta r. Para obtê-la, consideremos um ponto genérico G(x, y), distinto de P. O
ponto G pertence à reta r se, e somente se, o coeficiente angular calculado pelos pontos P e G for
igual ao coeficiente angular de r, isto é:
y

G y  2 3
y
mPG  5 mr  ⇒    5 2
x  2 6
faustino

P
3   y  2 3 5 2( x 2 6) ⇒ y 2 3 5 2x 2 12
  y  5 2x  2 9

6 x x

Note que o ponto P(6, 3) também satisfaz a equação y 5 2x 2 9, pois substituindo x por 6 e
y por 3, essa igualdade é satisfeita; observe:
352?629⇔353
Assim, concluímos que a equação y 5 2x 2 9 representa todos os pontos (x, y) do plano car-
tesiano que pertencem à reta r, por isso ela é chamada de equação da reta r.
Podemos generalizar esse raciocínio pelo teorema a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Se r é a reta não vertical que passa pelo ponto P (x0, y0) e tem coeficiente angular m, então
uma equação de r é:
y 2 y0 5 m (x 2 x0 )
Essa equação é denominada equação fundamental da reta r.

Demonstração

Seja G(x, y) um ponto genérico de r, distinto de P.


y

G
y

y0 P
faustino

α
x0 x x

O ponto G pertence à reta se, e somente se, o coeficiente angular calculado pelos pontos
P e G é igual ao coeficiente angular m de r, isto é:
y  2 y 0
 5 m
x  2  x 0

Logo:
y 2 y0 5 m(x 2 x0 )

Note que o ponto P (x0, y0) também satisfaz essa equação, pois:
y0 2 y0 5 m (x0 2 x0) ⇔ 0 5 0

Assim, a equação y 2 y0 5 m (x 2 x0) representa todos os pontos do plano cartesiano que
pertencem à reta r.

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 39

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 39 16.04.10 19:20:02


Exercícios resolvidos

Substituindo x0 por 0, y0 por 6 e m por 21 na equação


R.7 Obter uma equação da reta r que passa pelo pon-
fundamental da reta, y 2 y0 5 m (x 2 x0), temos:
to P (5, 2) e tem coeficiente angular m  3.
Resolução y 2 6 5 21(x 2 0)
Na equação fundamental da reta, y 2 y0 5 m(x 2 x0), Concluímos que: y 5 2x  6
substituímos x0, y0 e m, respectivamente, por 25, 2 Essa equação da reta r também pode ser apresenta-
e 3, obtendo: da sob a forma: x  y 2 6 5 0
y 2 2 5 3[x2(25)]
R.9 Obter uma equação da reta que passa pelos pon-
Assim, concluímos que:
y 5 3x  17 tos A(1, 2) e B(4, 7).

Essa é uma equação da reta r, que também pode ser Resolução


apresentada sob a forma: 3x 2 y  17 5 0 $ B%, temos:
Calculando o coeficiente angular da reta A
7  2 (
 (22)
R.8 Representar por meio de uma equação a reta r m AB  5   5 23
24  2 ( (21)
cujo gráfico é:
Com esse coeficiente angular e qualquer um dos
y dois pontos A ou B, obtemos a equação pedida.
r
Consideremos o ponto A(21, 22).
6
Fazendo x0 5 21, y0 5 22 e m 5 23 na equação
fundamental da reta, y 2 y0 5 m(x 2 x0), obtemos:
fAustino

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
135° y 2 (22) 5 23[x 2 (21)]
0 x Assim, concluímos que a equação da reta $AB% é:
Resolução y 5 23x 2 5
A reta r passa pelo ponto P (0, 6) e tem coeficiente Ou, em outra forma de apresentação:
angular m 5 tg 135° 5 21. 3x  y  5 5 0

Exercícios propostos

25 Obtenha uma equação da reta que passa pelo pon- c) y y54


to P e tem coeficiente angular m em cada um dos 4 r
seguintes casos:
a) P (6, 3) e m 5 2 c) P (0, 0) e m 5 8 y 5 88xx
2x 2 y 2 9 5 0 0 x
3 1 5
b) P (4, 25) e m 5 1 d) P  , 2   e m  5
52
2 4 6
x2y2950 28 Represente, por meio de uma equação, a reta que
5x  6
6yy 2 6 5 0
passa pelos pontos A e B nos seguintes casos:
26 (Unifor-CE) Uma reta do plano cartesiano passa
2xx 2 1 a) A(2, 3) e B (6, 11) c) A(4, 8) e B (6, 8)
iLustRAções: fAustino

y52
pelo ponto A(2, 25) e tem 135° de inclinação. Essa y58
b) A(21, 5) e B (2, 21)
reta é representada pela equação: alternativa d y 5 22
22x  3
a) 2x  y  1 5 0 d) x  y  3 5 0
29 Quando um tanque con- Volume (L)
b) 2x 2 y 2 9 5 0 e) x  y 2 3 5 0
tinha 10 L de água, foi
c) 3x  y 2 1 5 0
aberta uma torneira com 40
27 Obtenha uma equação para cada uma das retas re- vazão constante. Vinte e
presentadas a seguir: quatro segundos depois
o tanque havia atingido 10
a) y y5 3 x  2 4 3 b) y
sua capacidade total, que
r é de 40 L, conforme o 0 24 Tempo (s)
s
2 gráfico ao lado.
135° a) Quantos litros de água continha o tanque 8 se-
0 5 x gundos depois que a torneira foi aberta? 20 L
60°
y5x23 b) Quanto tempo depois que a torneira foi aberta a
0 4 x
água atingiu 75% da capacidade total do tanque? 16 s

Resolva a questão 2d do Roteiro de trabalho.

40 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 40 16.04.10 19:20:12


4 As bissetrizes dos quadrantes e
as retas horizontais e verticais
Os gráficos a seguir mostram retas em quatro posições notáveis do plano cartesiano. Vamos
obter as equações dessas retas.
I. y
bi A reta bi , chamada de bissetriz dos quadrantes
ímpares, passa pelo ponto (0, 0) e tem coeficiente angu-
lar m 5 tg 45° 5 1; logo, sua equação é dada por:
45°
O y 2 0 5 1(x 2 0), ou seja: y 5 x.
x
Por exemplo, são pontos da reta bi: (0, 0), (1, 1) e
( )
5 ,  5 . Podemos representar um ponto genérico des-
sa reta por (x, x), com x  ®.

II. y A reta bp , chamada de bissetriz dos quadrantes


pares, passa pelo ponto (0, 0) e tem coeficiente angular
m 5 tg 135° 5 21; logo, sua equação é dada por:
135°
y 2 0 5 21(x 2 0), ou seja: y 5 2x
iLustRAções: fAustino

O x Por exemplo, são pontos da reta bp: (0, 0), (1, 21) e
( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

bp 2 5 ,  5 . Podemos representar um ponto genérico


dessa reta por (2x, x), ou por (x, 2x), com x  ®.

III. y
A reta r, chamada de reta horizontal, passa pelo
4 r
ponto (0, 4) e tem coeficiente angular m 5 tg 0° 5 0;
logo, sua equação é dada por: y 2 4 5 0(x 2 0), ou seja,
y 5 4. Podemos generalizar esse resultado do seguinte
modo: toda reta horizontal que passa por um ponto de
0 x ordenada k tem equação y 5 k.

IV. y s A reta s, chamada de reta vertical, não tem coefi-


ciente angular, pois não existe tg 90°, portanto, sua equa-
ção não pode ser obtida a partir da equação fundamental
y 2 y0 5 m(x 2 x0). Porém, podemos obter uma equação
dessa reta observando que ela é formada por todos os
pontos do plano cartesiano que têm abscissa 2, e somen-
0 2 x te eles, o que nos permite representar essa reta pela equa-
ção x 5 2. Podemos generalizar esse resultado do seguin-
te modo: toda reta vertical que passa por um ponto de
abscissa k tem equação x 5 k.

Exercício resolvido

R.10 Determinar o ponto P, pertencente à bissetriz dos quadrantes ímpares, equidistante dos pontos A(2, 5) e B(4, 2).
Resolução
Todo ponto da bissetriz dos quadrantes ímpares possui a abscissa igual à ordenada. Logo, o ponto P é da forma P (x, x).
y
Devemos ter: AP 5 BP ⇒ ( x  2  2)2   (
 ( x  2 5)2  5  ( x  2  4 )2   (
 ( x  2  2)2
A bi
Quadrando ambos os membros dessa igualdade, obtemos: 5
fAustino

P(x, x)
(x 2 2)2  (x 2 5)2 5 (x 2 4)2  (x 2 2)2 ⇒ x2 2 10x  25 5 x2 2 8x  16
9 2
∴ 2x 5 9 ⇒ x 5 B
2
 9 9 0
Assim, o ponto P é P  ,  . 2 4 x
 2 2

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 41

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 41 16.04.10 19:20:23


Exercícios propostos

30 Obtenha as equações das retas r e s representadas abaixo, sabendo que r  s 5 {(22, 3)}.

r y

(r) x 5 22
22
(s) y 5 3

0 x

31 No gráfico abaixo, bp e bi são as bissetrizes dos quadrantes pares e ímpares, respectiva-


iLustRAções: fAustino

mente, e M é o ponto médio do segmento tOQ.


y
M (4, 4) r
bp Q (8, 8) bi
T (24, 4) Q

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
T M s

8 x
O

a) Determine os pontos M, Q e T.
b) Escreva as equações das retas s, r, bi e bp.
(s) y 5 4; (r
(r ) x 5 8; (b
(bi ) y 5 x; (bp) y 5 2x
2x
32 (Mackenzie-SP) Identifique a sentença falsa:
a) O ponto (0, 2) pertence ao eixo y. alternativa e
b) O ponto (4, 0) pertence ao eixo x.
c) O ponto (500, 500) pertence à bissetriz dos quadrantes ímpares.
d) O ponto (80, 280) pertence à bissetriz dos quadrantes pares.
e) O ponto ( 3  1, 3  1) pertence à bissetriz dos quadrantes pares.

33 Determine o ponto P, pertencente à bissetriz dos quadrantes ímpares, cuja distância ao


ponto Q(1, 3) é igual a 10. P (25, 25) ou P (9, 9)
(Sugestão: escreva o ponto P como P(x, x).)

Roteiro de trabalho
Ver respostas do Roteiro de trabalho no Suplemento com orientações para o professor.
1 Em duplas, descrevam situações do cotidiano em que estejam presentes funções cujos gráficos
são retas.

2 Junte-se a um colega e redijam um texto, explicando e exemplificando o que se pede em cada


um dos itens seguintes.
a) Como se calcula a distância entre dois pontos do plano cartesiano através das coordenadas
desses pontos?
b) Conhecendo dois pontos distintos A e B de uma reta não vertical r do plano cartesiano,
como se calcula o coeficiente angular de r através das coordenadas de A e B?
c) Conhecendo três pontos A, B e C do plano cartesiano, como podemos verificar se esses
pontos são ou não colineares através de suas coordenadas?
d) Como podemos representar uma reta r no plano cartesiano a partir da equação de r?

42 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 42 16.04.10 19:20:28


Exercícios complementares

1 Um sistema cartesiano ortogonal é associado à planta 7 Para um estudo oceanográfico foram feitas duas me-
de uma cidade plana de modo que o eixo Ox é orientado dições da temperatura das águas de certa região do
de oeste para leste, o eixo Oy é orientado de sul para oceano Atlântico: uma na superf ície, onde se obteve a
norte e a unidade adotada em cada eixo é o quilôme- temperatura de 27 °C, e outra a 100 m de profundidade,
tro. Um automóvel que parte do ponto A do terceiro onde se obteve a temperatura de 21 °C. Admitindo
quadrante distante 3 km do eixo Ox e 5 km do eixo Oy que a temperatura varie linearmente com a profun-
percorre o seguinte trajeto: 15 km para o leste, 3 km didade, de 0 a 100 m, calcule a temperatura da água a
para o norte, 3 km para o oeste e, finalmente, 2 km para 40 m de profundidade. 24,6 °C
o norte, estacionando em um ponto B. O ponto A, em
relação a esse sistema de coordenadas, e a distância 8 Na troposfera, que é a camada da atmosfera que vai
entre os pontos A e B são: alternativa b desde o nível do mar até a altitude de 40 mil pés, a
a) A(5, 3) e AB  15 km N temperatura varia linearmente em função da altitude.
b) A(5, 3) e AB  13 km Quando a temperatura, ao nível do mar, é 36 °C, pode-se

FAUSTINO
c) A(5, 3) e AB  10 km O L representar essa variação por meio do gráfico abaixo.
d) A(3, 5) e AB  13 km
Temperatura (°C)
e) A(3, 5) e AB  10 km S
36

2 (FGV) No plano cartesiano, o triângulo de vértices


A(1, 2), B(m, 4) e C(0, 6) é retângulo em A.
40.000
O valor de m é igual a: alternativa c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

0 Altitude (pés)
a) 47 b) 48 c) 49 d) 50 e) 51

3 (Unicamp-SP) As transmissões de uma determinada


emissora de rádio são feitas por meio de quatro antenas
�44
situadas nos pontos A(0, 0), B(100, 0), C (60, 40) e D (0, 40),

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
sendo o quilômetro a unidade de comprimento. Des- Analisando o gráfico, concluímos que a 20 mil pés de
prezando a altura das antenas e supondo que o alcance altitude a temperatura é: alternativa c
máximo de cada antena é de 20 km, a área da região a) 0 °C c) 4 °C e) 6,4 °C
limitada pelo quadrilátero ABCD que não é alcançada b) 6 °C d) 8 °C
pelas transmissões da referida emissora é: alternativa b
a) 100  (16  2π) km2 d) (85  12π) km2 9 (UFPB) O gráfico abaixo mostra como varia a pressão
b) 400  (8  π) km 2
e) (408  25π) km2 da água do mar em função da profundidade.
c) 100  (15  2π) km 2

Pressão
(atm)
4 (Fuvest-SP) O segmento A t Bu é diâmetro de uma circun-
6
ferência de centro C(0, 5). Se A é o ponto (3, 1), então
5
B é o ponto: alternativa a
a) (3, 9) d) (3, 1) 4
b) (3, 9) e) (1, 3) 3
c) (0, 10) 2

5 Lembrando que duas retas paralelas do plano cartesia-


no têm a mesma inclinação, classifique como paralelas
ou concorrentes as retas ,AB - e ,CD-, em cada um dos
10 20 30 40 50 Profundidade (m)

casos abaixo: Baseado nesse gráfico, são feitas as seguintes afir-


a) A(1, 4) e B(3, 2); C(2, 5) e D(1, 1) concorrentes mativas:
b) A(4, 3) e B(2, 5); C(1, 8) e D(2, 7) paralelas I. Uma pessoa, ao passar de 20 m para 30 m de profun-
c) A(4, 3) e B(4, 9); C(1, 5) e D(1, 1) paralelas
didade, sofre um acréscimo de pressão de 1 atm.
II. O aumento na pressão é maior quando se passa de
6 Obtenha o valor de a no gráfico:
40 m para 50 m de profundidade do que quando se
y passa de 10 m para 30 m.
a3 III. A pressão da água ao nível do mar é 1 atm.
IV. Um mergulhador, portando um relógio que
FAUSTINO

a
suporte no máximo 10 atm, pode descer até 100 m,
sem danificá-lo.
135°
5 Estão corretas: alternativa a
0
�1
1 x a) I e III c) III e IV e) II e IV
b) II e III d) I e IV

Geometria analítica: ponto e reta Capítulo 2 43

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 43 17.04.10 15:49:48


Matemática sem fronteiras

Interpolação linear
Geralmente, ao estudar um fenômeno natural, social, político etc., coletamos dados e os
representamos em uma tabela ou gráfico, formados por pontos isolados (x, y). Se, de alguma
forma, soubermos que entre dois pontos consecutivos do gráfico a função não tem variações
“bruscas”, é razoável admitir, com alguma margem de erro, que a variação entre esses pontos
é linear, portanto, podemos ligá-los por um segmento de reta. Essa técnica, chamada de
interpolação linear, permite estimar valores intermediários às observações realizadas na
experiência, por meio do conceito de colinearidade de pontos.
Para exemplificar, consideremos a situação descrita a seguir.
Ao estudar uma cultura bacteriológica, um biólogo contou as bactérias em determinado
instante, ao qual chamou de instante zero; e, ao final de cada uma das seis horas seguintes, fez
nova contagem.
NIBSC/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Bactéria Escherichia coli.
Imagem colorizada por
scanner de microscópio
eletrônico. Ampliação de,
aproximadamente,
5.500 vezes.

Os resultados dessa experiência são apresentados na tabela abaixo.

Quantidade de bactérias
Tempo (hora) Número de bactérias
0 32
1 47
2 65
3 90
4 135
5 190
6 275
Dados fictícios.
Embora não tenha sido feita a contagem no instante 5 h e 30 min, que equivale a 5,5 h, é
possível estimar o número n de bactérias nele. Vamos estimar esse número nas atividades a seguir,
usando alguns conceitos vistos neste capítulo.

Atividades

1 Construa o gráfico, correspondente à tabela, do número de bactérias em função do tempo.


Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
2 Para encontrar um valor intermediário entre dois pontos, consideramos que um segmento
de reta une esses dois pontos. Assim, ligue os pontos A(5, 190) e B(6, 275).
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

3 Agora, usando os conceitos de coeficiente angular e colinearidade de pontos, determine


o número n de bactérias no instante 5 h e 30 min, que equivale a 5,5 horas. 233

44 Capítulo 2 Geometria analítica: ponto e reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C02(028a044).indd 44 17.04.10 15:50:47


CAPÍTULO Formas da equação da reta,

3
paralelismo e perpendicularidade
fABio CoLoMBini
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Bromeliário localizado no Jardim Botânico


do Rio de Janeiro, criado em 1808 com o
objetivo de fazer a aclimatação das
plantas vindas do Oriente. Atualmente, é
um importante centro de pesquisa, além
de se manter como um ambiente natural
de grande beleza. (2009)

Além da teoria

Uma bióloga avaliou o crescimento de um vegetal em um determinado período,


constatando que a altura h da planta, em centímetro, em função do tempo t,
t em dia,
pôde ser calculada por h  10  0,25t. Nesse mesmo período, a massa m da planta,
em grama, em função do tempo t, em dia, pôde ser calculada por m  3  0,1t.

Qual era a altura e a massa da planta no início das pesquisas? 10 cm; 3 g

Obtenha uma equação que expresse a altura h em função da massa m.

Neste capítulo você aprenderá outras formas de representar equações de


retas, e também irá aprender a determinar a posição relativa de duas
retas a partir de suas equações.

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 45

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 45 17.04.10 16:19:53


1 Formas de equação da reta

Vimos que, no plano cartesiano, a reta que passa pelo ponto P (x0, y0) e tem coeficiente angu-
lar m pode ser representada pela equação y 2 y0 5 m (x 2 x0), e a reta vertical que passa por
P (x0, y0) tem como representação a equação x 5 x0.
Embora essas equações sejam suficientes para representar qualquer reta do plano cartesiano,
é útil conhecer outras formas de apresentação dessas equações.
Estudaremos três formas de equação da reta: a forma geral, a forma reduzida e a forma
paramétrica. Cada uma delas tem uma utilidade específica: a forma geral recebe esse nome
porque permite a representação de qualquer reta do plano, horizontal, vertical ou oblíqua; a
forma reduzida explicita o coeficiente angular e o coeficiente linear, que é a ordenada do ponto
de intersecção da reta com o eixo Oy; e a forma paramétrica permite o estudo de cada variável
da equação em função de um parâmetro real.

2 Equação geral da reta

Toda reta do plano cartesiano é gráfico de uma equação da forma ax 1 by 1 c 5 0, em que


x e y são variáveis e a, b e c são constantes reais com a e b não simultaneamente nulas. Recipro-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
camente, toda equação dessa forma representa uma reta do plano cartesiano. Essa equação é
chamada de equação geral da reta.
Note, portanto, que a equação geral da reta é uma equação do 1‚ grau com duas variáveis
em que um dos membros da igualdade é zero.
Exemplos
a) A reta oblíqua de equação y 5 5x 2 6 pode ser representada pela equação geral
5x 2 y 2 6 5 0.
b) A reta horizontal de equação y 5 7 pode ser representada pela equação geral
0x 1 y 2 7 5 0.
c) A reta vertical de equação x 5 2 pode ser representada pela equação geral x 1 0y 2 2 5 0.

Exercícios resolvidos

R.1 Construir o gráfico da reta r cuja equação geral é R.2 Obter uma equação geral para cada um dos eixos
3x  5y  15  0. coordenados, Ox e Oy, do plano cartesiano.
Resolução Resolução
Dois pontos distintos determinam uma reta; assim, No plano cartesiano xOy, todos os pontos do eixo
para construir o gráfico da reta r, basta representar Ox, e somente eles, têm ordenada zero; logo, pode-
no plano cartesiano dois pontos distintos de r e tra- mos representar esse eixo pela equação y 5 0.
çar a reta que passa por eles. De maneira análoga, todos os pontos do eixo Oy, e
• Substituindo x 5 0 na equação 3x 1 5y 2 15 5 0, somente eles, têm abscissa zero; logo, podemos re-
obtemos: presentar esse eixo pela equação x 5 0.
3  0 1 5y 2 15 5 0 ⇒ y 5 3 y
• Substituindo y 5 0 na equação 3x 1 5y 2 15 5 0,
obtemos: reta y � 0
3x 1 5  0 2 15 5 0 ⇒ x 5 5
x
Portanto, dois y
iLustRAções: fAustino

pontos distintos y
(0, 3) reta x � 0
de r são (0, 3) e
(5, 0). Logo, o
gráfico de r é:
O (5, 0) x
x
r

46 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 46 17.04.10 16:19:58


R.3 Considerando o ponto P (1, 5) e a reta r de equa- Resolvendo essa equação do 2º grau, obtemos
ção x  y  3  0, determinar o(s) ponto(s) de r a 5 4 ou a 5 5.
que dista(m) 5 unidades de P. Há, portanto, dois pontos, G e G’, de r que distam
Resolução 5 unidades de P:
• para a 5 4, temos G (4, 1);
Tomemos um ponto genérico de r. Para isso, basta
• para a 5 5, temos G’ (5, 2).
atribuir um valor genérico para x. Substituindo x
por um valor genérico a, temos: y

P
a2y2350⇒y5a23 5

Assim, um ponto genérico da reta r é G (a, a 2 3). r


Impomos a condição exigida no enunciado, isto é,
PG 5 5: G�

fAustino
2
G
PG  5 5 ⇒   ( a  2 1)2  1 ( a  2 3  2 5)2  5 5 1

Quadrando ambos os membros dessa igualdade,


1 4 5 x
obtemos:
(a 2 1)2 1 (a 2 8)2 5 52 ⇒
⇒ a2 2 2a 1 1 1 a2 2 16a 1 64 5 25
 2a2 2 18a 1 40 5 0 ⇒ a2 2 9a 1 20 5 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Intersecção de retas concorrentes


Seja P (x0, y0) o ponto comum às retas concorrentes r e s de equações a1x 1 b1y 1 c1 5 0 e
a2x 1 b2y 1 c2 5 0, respectivamente.
y

fAustino
P
y0

O x0 r x

{P } 5 r  s

Como P (x0, y0) pertence às duas retas simultaneamente, o par ordenado (x0, y0) é solução do
sistema:
a1x  1 b1y  1 c 1 5 0

a2 x  1 b2y  1 c 2  5 0 
Assim, concluímos que, para obter o ponto de intersecção de duas retas concorrentes, basta
resolver o sistema formado por suas equações.

Exercícios resolvidos

R.4 As retas r e s representadas no plano cartesiano ao y r s


lado têm equações 2x  y  1  0 e x  y  1  0,
respectivamente. Determinar o ponto P, comum a P
fAustino

r e s.

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 47

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 47 17.04.10 16:20:05


Resolução
As coordenadas do ponto P formam a solução do sistema:
 x  2  yy 1 1 5 0  x  2  yy 5 21
 que é equivalente a 
 2 x  2  yy  2 1 5 0  2 x  2  yy  5 1
Resolvendo esse sistema linear, temos:

 x  2  yy 5 21 22  x  2  yy 5 21 (I)
 1  
 2 x  2  yy  5 1  0 x  1  y  5 3 (II)

De (II), temos: y 5 3
Substituindo y por 3 em (I), temos:
x 2 3 5 21 ⇒ x 5 2
Concluímos então que P (2, 3).

R.5 Sendo r a reta oblíqua de equação 3x  5y  12  0, determinar o ponto de


intersecção de r com o eixo das abscissas.
Resolução
Vimos no exercício resolvido R.2 que a equação do eixo Ox, das abscissas, é y 5 0.
Assim, o par ordenado que representa o ponto de intersecção de r com esse eixo é a
solução do sistema:
 3 x  1 5 y  2 12  5 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 y  5 0
Substituindo y por 0 na primeira equação do sistema, temos:
3x 1 5  0 2 12 5 0 ⇒ x 5 4
Concluímos, então, que a reta r intercepta o eixo das abscissas no ponto (4, 0).
y
r

fAustino
(4, 0) x

Uma condição de concorrência de duas retas


Sejam a1x 1 b1y 1 c1 5 0 e a2x 1 b2y 1 c2 5 0 as equações de duas retas quaisquer r e s, res-
pectivamente. O sistema formado por essas equações, que pode ser representado sob a forma:
a1x  1 b1y  5 2c 1

a2 x  1 b2y  5 2c 2

a1 b1
é possível e determinado se, e somente se:   0
a2 b2

Isso significa que:

Duas retas de equações a1x 1 b1y 1 c1 5 0 e a2x 1 b2y 1 c2 5 0 são concorrentes se, e so-
a1 b1
mente se:   0
a2 b2

48 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 48 17.04.10 16:20:15


Como consequência, temos:

Duas retas de equações a1x 1 b1y 1 c1 5 0 e a2x 1 b2y 1 c2 5 0 são paralelas (distintas ou O estudo do paralelis-
mo entre retas será
a1 b1 feito mais adiante.
coincidentes) se, e somente se:  5 0
a2 b2

Exercício resolvido

R.6 As equações de duas retas, r e s, são, respectiva- Como D  0, o sistema linear é possível e determi-
mente, 5x  y  21  0 e 3x  y  13  0. De- nado, isto é, admite uma única solução. Portanto,
monstrar que r e s são retas concorrentes. as retas r e s têm um único ponto em comum, ou
Resolução seja, r e s são retas concorrentes.
Considere o sistema linear: Nota:
Poderíamos ter resolvido o sistema
 5 x  2  y  5  2
21 (r )  5 x  2  y  5  2
21
  e constatado que apenas um par or-
 3 x  2  y  5 13
1 (s) 3 x  2  y  5 13
1

Sendo D o determinante de matriz dos coeficientes
denado satisfaz as duas equações simultaneamente,
desse sistema, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

com o que concluiríamos que as duas retas têm


5 21 um único ponto em comum, portanto, são con-
D 5   5 5  (
 (21)) 2 3   (
 (21)) 5 22
3 21 correntes.

Exercícios propostos

1 Construa o gráfico cartesiano da reta: 5 No plano cartesiano xOy, a reta r de equação


a) q de equação geral 3x 2 2y 212 5 0. 4x 2 3y 1 12 5 0 intercepta os eixos Ox e Oy nos
b) t de equação geral 2x 1 3y 5 0. pontos P e Q, respectivamente. Calcule a distância
c) v de equação geral x 2 6 5 0. entre P e Q. 5
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

2 Os itens a seguir apresentam as equações das retas 6 Em duplas, obtenham uma equação geral para cada
r e s. Obtenha dois pontos distintos quaisquer de uma das retas r e s representadas no plano cartesia-
cada reta e calcule seu coeficiente angular a partir no abaixo e determinem o ponto de intersecção das
desses pontos. retas. 3x 1 22yy 5 0; 2x
2x 2 y 1 8 5 0
Resposta possível: (0,3) e
a) (r) x 1 2y 2 6 5 0 1
 216 24 
(6, 0); m 5 2  7 ,  7  y
b) (s) 4x 2 3y 2 24 5 0 2 r s
4
Resposta possível: (0, 28) e (6, 0); m 5
3
3 Considerem a reta r de equação geral
x 1 y 2 1 5 0.
fAustino

a) Construam o gráfico da reta r no plano carte- �6 �4 2


Ver Suplemento com orientações para o
siano. professor
professor.. 0 x
b) Se um ponto G da reta r tem abscissa k, qual é a
ordenada de G, em função de k? 1 2 k
c) Determinem o(s) ponto(s) da reta r que dista(m) �3
5 unidades da origem do sistema. (4, 23); (2 (23, 4) �4
(Sugestão: Usem ponto genérico G do item b.)

4 Determine o ponto de intersecção das retas r e s, 7 As retas r e s têm, respectivamente, as equações


em cada um dos seguintes casos: 4x 1 2y 2 3 5 0 e 5x 1 ky 2 15 0, sendo k um
a) (r) x 1 2y 2 1 5 0 e (s) 2x 2 y 1 3 5 0 (21, 1) número real. Para que valores de k as retas r e s são
5
b) (r) 5x 1 y 2 3 5 0 e (s) 2x 1 3y 1 17 5 0 (2, 27) concorrentes? k   ≠  
2

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 49

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 49 17.04.10 16:20:28


3 Equação reduzida da reta

Vimos que uma equação da reta r que passa pelo ponto P (x0, y0) e tem coeficiente angular
igual a m é y 2 y0 5 m(x 2 x0). Isolando a variável y nessa equação, obtemos:
y 5 mx 1 y0 2 mx0
Indicando por q a constante y0 2 mx0, podemos representar:

y 5 mx 1 q

Essa equação é chamada de equação reduzida da reta r.


O coeficiente de x na equação reduzida é o coeficiente angular da reta. Ao termo q, inde-
pendente de x e y, que é a ordenada do ponto de intersecção da reta com o eixo das ordenadas,
damos o nome de coeficiente linear da reta.
Exemplos
a) Na equação reduzida y 5 4x 1 8, de uma reta r, temos:
m 5 4 (coeficiente angular)
q 5 8 (coeficiente linear)
O gráfico de r pode ser construído a partir de dois de seus pontos distintos; por exemplo,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a partir dos pontos de intersecção de r com os eixos coordenados:
y

fAustino
x y
0 8
22 0

α
�2 O x

Observe no gráfico as interpretações geométricas do coeficiente angular e do coeficiente


linear da reta r:
• No triângulo retângulo limitado pela reta r e pelos eixos coordenados, a tangente de
α é a razão entre o comprimento do cateto oposto a α e o comprimento do cateto
adjacente a α, isto é:
8
tg α  5   5 4
2
Esse número, que é o coeficiente angular da reta r, é o coeficiente de x na equação
reduzida de r.
• A ordenada do ponto de intersecção da reta r com o eixo das ordenadas é 8. Esse nú-
mero, que é o coeficiente linear da reta r, é o termo independente de x e y na equação
reduzida da reta.
b) Seja s a reta de equação geral 7x 1 3y 2 12 5 0. Obtemos a forma reduzida da equação
de s isolando a variável y na equação geral, isto é:
7x
3y  5 2 7 x  1 12 ⇒ y  5 2  1 4
3
Assim, temos:
7
m 5 2 (coeficiente angular)
3
q 5 4 (coeficiente linear)

50 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 50 17.04.10 16:20:33


O resultado obtido nesse exemplo pode ser generalizado do seguinte modo:

Sendo r uma reta não vertical de equação geral ax 1 by 1 c 5 0, seu coeficiente angular m
a c
e seu coeficiente linear q são m  5 2  e q  5 2 , pois a forma reduzida da equação des-
b b
ax c
sa reta é y  5 2  2  .
b b

Exercícios propostos

8 Considere a reta r de equação reduzida O ponto de intersecção dos gráficos das funções
y 5 2x 1 6. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. R e C é chamado de break-even point (ponto de
a) Construa o gráfico de r. equilíbrio), que é o ponto onde as funções R e C
b) Determine: se igualam; isto é, nesse ponto, a receita gerada
• o coeficiente angular da reta r; m 5 2 pela venda da quantidade produzida se iguala ao
• o coeficiente linear da reta r. q 5 6 custo de produção e, portanto, não há lucro nem
c) Explique, a partir do gráfico da reta r: prejuízo.
• a interpretação geométrica do coeficiente an- Suponha que, para determinado período, um fa-
gular da reta r; bricante de tesouras tem um custo fixo de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• a interpretação geométrica do coeficiente li- R$ 5.000,00 e um custo de R$ 4,00 por tesoura fa-
near da reta r.
bricada. Se cada tesoura é vendida por R$ 12,00, e
9 A inclinação α da reta r, represen- y r toda produção de x tesouras é vendida nesse pe-
fAustino

tada ao lado, é tal que tg α 5 3. Ob- ríodo, as funções C, R e L e o break-even point são,
tenha a equação reduzida de r. respectivamente: alternativa c
y53
3xx 22
α
a) C(x) 5 5.000 1 4x, R(x) 5 8x, L(x) 5 4x 2 5.000
x e (1.250, 10.000)
�2 b) C(x) 5 5.000 1 12x, R(x) 5 14x,
L(x) 5 2x 2 5.000 e (2.500, 35.000)
10 Em Economia destacam-se três conceitos básicos:
c) C(x) 5 5.000 1 4x, R(x) 5 12x,
função custo (C), função receita (R) e função lucro
L(x) 5 8x 2 5.000 e (625, 7.500)
(L). A função C descreve o custo de produção de
um bem, a função R descreve o total bruto recebido d) C(x) 5 1.000 1 8x, R(x) 5 12x,
pela venda de determinada quantidade do produto L(x) 5 4x 2 1.000 e (250, 3.000)
fabricado, e a função lucro (L) expressa a diferença e) C(x) 5 8.000 1 4x, R(x) 5 12x,
entre as funções R e C, nessa ordem. L(x) 5 8x 2 8.000 e (1.000, 12.000)

Resolva as questões 1 e 2 do Roteiro de trabalho.

Estudo das posições relativas de duas retas no


plano cartesiano
No plano cartesiano, duas retas, r e s, podem ser paralelas distintas, paralelas coincidentes ou
concorrentes. A seguir, vamos determinar as posições relativas de duas retas a partir de seus coe-
ficientes angulares e lineares.
(I) As retas r e s são paralelas se, e somente se, têm o mesmo coeficiente angular ou não
existem seus coeficientes angulares:

y r y
y s r�s
y
iLustRAções: fAustino

r s r�s

α α α
0 x 0 x 0 x 0 x

mr 5 ms ⇒ r // s mr 5 ms ⇒ r // s ∃ mr e ∃ ms ⇒ r // s ∃ mr e ∃ ms ⇒ r // s

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 51

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 51 17.04.10 16:20:45


(II) As retas r e s são concorrentes se, e somente se, têm coeficientes angulares diferentes
ou existe o coeficiente angular de uma delas e não existe o da outra:

y y

ilustrações: faustino
s r s r

α β α
0 x 0 x

mr  ms ⇒ r concorre com s ∃ mr e ∃  ms  ⇒ r concorre com s

As propriedades apresentadas em (I) e (II) nos permitem enunciar:

Duas retas não verticais, r e s, de equações reduzidas y 5 mr x 1 qr e y 5 ms x 1 qs , res-


pectivamente, são:

• Paralelas distintas se, e somente se, mr 5 ms e qr  qs.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
r s

α α
0 x
qr

qs
ilustrações: faustino

• Paralelas coincidentes se, e somente se, mr 5 ms e qr 5 qs.

r�s

α
0 x

qr � qs

• Concorrentes se, e somente se, mr  ms.

r s

α β
0 x

52 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 52 17.04.10 16:20:51


Exercícios resolvidos

R.7 Determinar a equação reduzida da reta r, que Para que sejam paralelas, as retas r e s devem ter o
passa pelo ponto P e é paralela à reta s represen- mesmo coeficiente angular, assim
tada abaixo. 2
mr  5  ms  5 2 ; logo:
3
y 2
(r ) 
)  y  2 (22) 5 2 ( x  2 3)
3
A
portanto, a equação reduzida da reta r é
fAustino

2 2x
y  5 2 .
3
B
O 1 3 4 x R.8 Obter uma equação da reta r que passa pelo pon-
s to P (5, 1) e é paralela à reta s de equação
�2 P 6x  3y  1  0.
Resolução
Representando sob a forma reduzida a equação da
Resolução
1
A reta s passa pelos pontos A(1, 2) e B (4, 0); logo, reta s, obtemos y  5 22 xx 1  ; portanto, ms 5 22.
3
seu coeficiente angular ms é dado por: Para que sejam paralelas, as retas r e s devem ter o
yy 2  2 0 2 mesmo coeficiente angular; então mr 5 ms 5 22;
ms  5   5   5 2 assim, como r passa pelo ponto P (–5, 1), temos:
xx 1 2  4 3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A reta r passa pelo ponto P (3, –2); logo, sua equa- (r) y 2 1 5 22 [x 2 (25)]
ção fundamental é: y 2 (22) 5 mr (x 2 3) Portanto, uma equação da reta r é 2x 1 y 1 9 5 0.

Exercícios propostos

11 Considere as retas r, t, v e z de equações: 14 Determine a equação reduzida da reta r que passa


(r) y 5 5x 1 2 pelo ponto P e é paralela à reta s, nos seguintes casos:
11.a) paralelas coincidentes
(t) 10x 2 2y 1 4 5 0 a) P (2, 5) e (s) 3x 1 y 2 2 5 0 y 5 23 23x 1 11
b) concorrentes
(v) x 5 7 b) P (0, 1) e (s) y 5 24x 1 2 y 5 2
244x 1 1
c) paralelas distintas 2x
(z) x 5 4 c) P (0, 0) e (s) 2x 2 3y 1 1 5 0 y 5
3
Descreva a posição relativa entre:
a) r e t b) t e v c) v e z 15 Em um paralelogramo ABCD, tem-se que: A(3, 1),
B (1, 7) e C (5, 2), em que A e B são vértices conse-
12 Obtenha uma equação geral da reta r que passa cutivos. Obtenha uma equação geral da reta $CD %.
pelo ponto P(5, 4) e é paralela à reta s representada 3x 1 y 2 17 5 0

no plano cartesiano a seguir. x 1 y 2 9 5 0 16 (FGV) Considere a receita R de uma indústria como


iLustRAções: fAustino

y a quantia em dinheiro recebida por ela com a venda


s 4
P dos milhares de litros de suco que produz e o custo
de produção C como a quantia gasta por ela para
produzir esse suco. Chamamos de lucro dessa em-
135° presa a diferença, quando positiva, entre a receita e
5 x o custo de produção, e de prejuízo, essa diferença,
quando negativa. Sabendo que a receita R e o custo
13 Qual é a equação reduzida da reta r que passa pelo de produção C, referentes à quantidade x em mi-
ponto P (23, 1) e é paralela à reta s representada no lhares de litros de suco produzidos e vendidos por
plano cartesiano abaixo? y 5 22 22x 2 5 essa empresa, variam de acordo com as leis R 5 2 x
16.a) y y e C 5 x 1 3, em milhares de reais.
R a) Represente R e C num mesmo sistema cartesiano.
C
6 4 b) Interprete o significado:
P
• do ponto P 5 (xP , yP), comum às duas curvas;
3
P • da posição relativa das duas curvas para x  xP
1
e para x  xP , de acordo com a situação apre-
0 3 x �3 2 x sentada.
s
b) • O ponto P, comum às duas retas, indica quando o custo C e a receita R são iguais, ou seja, quando não há lucro nem prejuízo.
• Para x  xp, a curva que representa C está acima da curva que representa R. Dessa forma, C  R e a empresa, neste caso, tem prejuízo.
Para x  xp, a curva que representa C está abaixo da curva que representa R. Dessa forma, C  R e a empresa, neste caso, tem lucro.
Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 53

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 53 17.04.10 16:21:06


Retas perpendiculares
O gráfico a seguir mostra duas retas perpendiculares, r e s, de coeficientes angulares mr e ms ,
respectivamente.
y

s r
A

fAustino
90° � α
α
O B C x

Note que a inclinação de s é a medida do ângulo externo relativo ao vértice C do triângulo


B e BB.
ABC, por isso essa inclinação é a soma das medidas dos ângulos internos A
Da Trigonometria, temos:
sen (90°  1 α ) sen 90 °   cos α  +  sen  α   cos 90 ° cos α
tg (90 °  1 α ) 5   5   5   
cos (90 °  1 α ) cos 90 °    cos α   −  sen 90°   sen  α 2 sen α
1
∴ t g  (90° 1 α ) 5 2
tg α
Portanto, os coeficientes angulares das retas r e s são:
mr  5 tg α
 1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 1      ⇒     ms  5 2
ms  5 tg (90 °  1 α ) 5 2 tg  α mr

Demonstramos assim que, se duas retas não verticais são perpendiculares, então o coeficiente
angular de uma delas é igual ao oposto do inverso do coeficiente angular da outra. A recíproca
desse teorema também é verdadeira, isto é, se os coeficientes angulares mr e ms de duas retas r e s
1
satisfazem a condição ms  5 2 , então r e s são perpendiculares.
mr
Assim, o teorema demonstrado acima e sua recíproca podem ser sintetizados no enunciado:

Duas retas, r e s, não verticais são perpendiculares se, e somente se, o coeficiente angu-
lar de uma delas é igual ao oposto do inverso do coeficiente angular da outra.

Nota:
Sendo t uma reta vertical, uma reta u é perpendicular a t se, e somente se, u é horizontal.
y
t
fAustino
u

O x

Exercícios resolvidos

R.9 Obter uma equação geral da reta r que passa pelo inverso do coeficiente angular de s. Assim:
ponto P (1, 5) e é perpendicular à reta s de equa- 1 1 1
ção 2x  y  4  0. mr  5 2  5 2  5 
ms 22 2
Resolução Como a reta r passa pelo ponto P (1, 5), temos:
Representando na forma reduzida a equação da 1
(r ) 
)  y  2 5 5    ( x  2 1)
reta s, temos: y 5 22x 2 4; portanto, ms 5 22. 2
Para que as retas r e s sejam perpendiculares, o coe- Logo, uma equação geral da reta r é:
ficiente angular de r deve ser igual ao oposto do x 2 2y 1 9 5 0

54 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 54 17.04.10 16:21:14


Graficamente, temos: O ponto médio de tAB é:
y  22  1  4 1 1 5 
M ,  5  M
M((1, 3)
P r
 2 2 
s
5
9 t é perpendicular a $AB %, portan-
A mediatriz r de AB
2 1
to, mr  5 2 .
m AB
5 2 1 4 2
�9 �2 1 x Como m AB  5   5   5  , obtemos:
4  2 (
 (22) 6 3
1 3
mr  5 2  5 2
�4 m AB 2

iLustRAções: fAustino
A reta r passa pelo ponto M(1, 3); assim:
R.10 Determinar a equação reduzida da mediatriz do 3
segmento tAB, representado a seguir. (r ) 
)  y  2 3  5 2   (x
2
 ( x  2 1)

y Logo, a equação reduzida da mediatriz r é:


B 3x 9
5 y  5 2  1 
2 2
Graficamente, temos:
y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A r
1
5 B

�2 4 x 9
2
M
Resolução
A mediatriz do segmento tAB é a reta r que passa
A
1
pelo ponto médio M de tAB e é perpendicular à reta
$AB %. �2 3 4 x

Exercícios propostos

17 Obtenha uma equação da reta s que passa pelo ponto P


e é perpendicular à reta r nos seguintes casos:
y
a) P (2, 4) e (r) x 1 2y 2 10 5 0 y 5 22xx P
b) P (0, 24) e (r) 5x 1 4y 5 0 4x 2 55yy 2 20 5 0 6
r

18 Obtenha uma equação da reta s que passa pelo ponto P 4


e é perpendicular à reta r representada ao lado.
y52
2xx 1 2 iLustRAções: fAustino

2 8 x

19 Considere o gráfico ao lado.


a) Obtenha uma equação da reta r. 2x 1 y 1 2 5 0 x222yy 2 9 5 0
y
b) Obtenha uma equação da reta s que passa por P e é perpendicular a r. 5
c) Determine o ponto A de intersecção de r com a reta s obtida no item b. (1, 24) x
�1
(Observação: O ponto A é a projeção ortogonal de P sobre a reta r.)
d) Determine o ponto P’, simétrico de P em relação ao ponto A obtido no item c. �2 P
(Observação: O ponto P’ é o simétrico de P em relação à reta r.) (23, 26)
r

20 (Fuvest-SP) Uma das diagonais de um quadrado está contida na reta x 1 y 5 4.


Determine os vértices desse quadrado, sabendo que um deles é o ponto (1, 1).
(1, 1), (1, 3), (3, 1) e (3, 3)

Resolva a questão 3 do Roteiro de trabalho.

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 55

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 55 17.04.10 16:21:29


4 Equações paramétricas da reta

Um corretor da bolsa de valores avaliou que o preço p, em real, de determina-


CheMistRy/Getty iMAGes

da ação, em certo dia, em função do tempo t, em hora, poderia ser estimado pela
equação p 5 20 1 0,05t. Simultaneamente, projetou que o número n dessas ações
vendidas nesse dia, em função do tempo t, em hora, poderia ser estimado pela
equação n 5 100t. Assim, obteve o sistema de equações:

 p  5 20 1 0, 05t

n  5 100t

A partir desse sistema, o corretor avaliou, também, o preço p em função do número n de


ações vendidas. Para isso, isolou a variável t na segunda equação e substituiu o valor assim obtido
na primeira:

 p  5 20 1 0, 05t
 n
 n  ⇒   p  5 20 1 0, 05  
t  5  100 100

   p  5 20 1 0, 0005n

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As equações p 5 20 1 0,05t e n 5 100t são chamadas de equações paramétricas as-
sociadas à equação p 5 20 1 0,0005n. A variável t é chamada de parâmetro das equações
paramétricas.
De modo geral, para qualquer equação que relacione apenas as variáveis x e y, podemos
apresentar essas variáveis em função de um parâmetro t:

 x  5 f (t )

y  5  g (t )

Se essas equações têm como gráfico uma reta r, são chamadas de equações paramétricas
da reta r.

Nota:
Quando as equações paramétricas são aplicadas em situações práticas, como em Física, Quí-
mica, Economia etc., o parâmetro t pode representar qualquer grandeza, como tempo, tem-
peratura, pressão e preço.

Exercício resolvido

 x   2t   5
R.11 As equações paramétricas de uma reta r são: 
 y    4t   2
em que t é o parâmetro. Obter uma equação geral da reta r.
Resolução
Isolamos o parâmetro t em uma das equações; por exemplo, na primeira:

 x  2 5
 t  5  (I)
 2
 y  5  4 t  2  2 (II)
Substituímos o parâmetro t da equação (II) pela expressão obtida em (I):
 x  2 5 
y  5  4      2  2  ⇒   y  5  2 x  2 12
 2 
Logo, uma equação geral da reta r é: 2x 2 y 2 12 5 0

56 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 56 17.04.10 16:21:42


Exercícios propostos

21 As equações paramétricas de uma reta r são: em que o parâmetro t assume todos os valores reais
e k é uma constante real. Determine o coeficiente
x 1  x    2t   5
y      angular dessa reta. mr  3
2 2  y   3   t
y
em que o parâmetro t assume todos os valores r
reais. Obtenha a equação reduzida da reta r.

FAUSTINO
22 Ao estudar o movimento de um projétil, um peri-
to concluiu que sua trajetória é plana e que seus 2
deslocamentos, em metro, na horizontal e na ver- x
tical são descritos, respectivamente, pelas equa-
ções x  t  5 e y  3 t  6, em que t representa o �2
tempo, em segundo. Obtenha uma equação que re-
lacione apenas as variáveis x e y. 3xx  y  9  0
24 Represente no plano cartesiano o conjunto dos
23 A reta r, representada no plano cartesiano a seguir, pontos (x, y) tais que
tem equações paramétricas:
 x   co
 coss 2 
 x   t   1
  , com   R .
m    
 y    kt
kt   5  y   se
 senn2 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ver resolução no Suplemento com orientações para o professor


professor..

1. Espera-se que os alunos percebam que na equação ax  by  c  0, ao dividirmos todos os termos por b (b  0) e isolarmos a variável yy, obtemos a forma
ax c a c
reduzida y       . Assim o seu coeficiente angular será m    e o coeficiente linear será q    . Espera-se ainda que os alunos se lembrem de que,
b b b b
Roteiro de trabalho para podermos encontrar a forma reduzida da equação da reta, a equação geral não
pode representar uma reta vertical, ou seja, o coeficiente de y deve ser diferente de zero.

1 Junte-se a um colega, descrevam e justifiquem o pro- 3 Em duplas, redijam um texto descrevendo as condições
cedimento para o cálculo dos coeficientes angular e que devem satisfazer os coeficientes angulares e os
linear de uma reta, a partir de sua equação geral. Sob coeficientes lineares de duas retas não verticais para
que condição o cálculo é possível? que estas sejam:
a) concorrentes. 3.a) coeficientes angulares diferentes
b) coeficientes angulares iguais e
2 Em grupos, redijam um texto explicando as inter- b) paralelas distintas. coeficientes lineares diferentes
pretações geométricas dos termos m e q na equação c) paralelas coincidentes. c) coeficientes angulares iguais
e coeficientes lineares iguais
reduzida de uma reta, y  mx  q
q.. 2. Espera-se que os alunos d) perpendiculares.
respondam que m é o coeficiente angular da reta e que q é o coeficiente linear. O coeficiente d) O coeficiente angular de uma reta deve ser o oposto do
angular indica a tangente da inclinação da reta. Já o coeficiente linear indica a ordenada do inverso do coeficiente angular de outra reta.
ponto em que a reta intercepta o eixo das ordenadas.

Exercícios complementares

1 Um capital de R$ 5.000,00 foi aplicado em regime de torno da Terra – aproximadamente 12 por ano, o que
juro simples à taxa de 20% ao ano. No mesmo instante corresponde a anos intercalados de 254 e 255 dias.
dessa aplicação, um capital de R$ 4.000,00 foi aplicado Considerando que o calendário muçulmano teve início
em regime de juro simples à taxa de 25% ao ano. em 622 da era cristã e que cada 33 anos muçulmanos
a) Em cada aplicação, obtenha uma equação que correspondem a 32 anos cristãos, é possível estabele-
expresse o montante acumulado y, em real, em cer uma correspondência aproximada de anos entre
função do tempo x, em ano. os dois calendários, (sendo C os anos cristãos e M os
b) Represente no plano cartesiano os gráficos das anos muçulmanos), dada por: alternativa a
equações obtidas no item a. M
a) C    M   622   
c) Depois de quanto tempo do início das aplicações 33
os montantes acumulados serão iguais?  622 
b) C    M   622     C   
2 (Enem) Existem muitas diferenças entre as culturas  32 
cristã e islâmica. Uma das principais diz respeito ao M
c) C    M   622   
calendário. Enquanto o calendário cristão (gregoriano) 33
considera um ano como o período correspondente ao  622 
d) C    M   622     C   
movimento de translação da Terra em torno do Sol –  33 
aproximadamente 365 dias, o calendário muçulmano
M
se baseia nos movimentos de translação da Lua em e) C    M   622   
1.a) y  5.000  1.000x; y  4.000  1.000x 32
b) Ver Suplemento com orientações para o professor.
c) Os montantes nunca serão iguais. Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 57

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 57 5/4/10 7:26:59 AM


3 Determine o ponto de intersecção das retas r e s dadas 7 No gráfico abaixo, cada ponto (x, y), com x  N,
por: da semirreta r representa o custo y de produção de
(r) 2x 1 3y 2 1 5 0 e (s) 3x 1 4y 1 2 5 0 x bicicletas fabricadas por uma indústria; e cada ponto
(210, 7) (x, y), com x  N, da semirreta s representa a receita y
4 Sendo r a reta de equação 3x 1 5y 2 30 5 0, determine obtida com a venda de x bicicletas. Por exemplo, para
o ponto de intersecção de r com: iniciar a produção, o custo foi de R$ 50.000,00 e, para
a) o eixo das abscissas. (10, 0) a fabricação das 100 primeiras unidades, o custo de
b) o eixo das ordenadas. (0, 6) produção foi de R$ 60.000,00 e a receita obtida com a
venda dessas unidades foi de R$ 15.000,00.
5 (UFPB) Determine as coordenadas do ponto P, repre-
sentado no gráfico abaixo. y
r
y 60.000
50.000

faustino
s
15.000

0 100 x
6

 6 24 

IMAGEBROKER/alamy/other images
P
P , 
5 5 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ilustrações: faustino

�2 0 6 x

6 Uma torneira foi aberta para encher um tanque A,


até então vazio. Algum tempo depois foi aberta uma
segunda torneira para encher um tanque B, até então Operária testando bicicleta infantil. (2003)
1.000
vazio. As semirretas a e b, representadas a seguir, a) Quantas bicicletas devem ser produzidas e vendidas
descrevem, respectivamente, o volume de água contida para que a receita se iguale ao custo de produção?
nos tanques A e B em função do tempo, a partir do b) A partir de quantas unidades fabricadas e vendidas
instante em que foi aberta a segunda torneira. a indústria passará a obter lucro?
1.001
Volume 8 Considere os pontos A(2, 3) e B(1, 5).
(L)
a) Represente no plano cartesiano a reta r que passa
por A e B. Ver Suplemento com orientações para o
professor.
b) Obtenha a equação reduzida da reta r. y 5 22x 1 7
a c) Determine o coeficiente angular e o coeficiente
19 linear da reta r. m 5 22 e q 5 7
b
15
9 As retas r e s representadas no gráfico são paralelas.
10 y

4 B
faustino

3 Tempo
(minuto)
1 P
A
a) Qual o volume de água contida no tanque A �2 O 3 x
quando foi aberta a segunda torneira? 10 L r s
b) Quais são as equações das retas r e s que contêm
os gráficos a e b, respectivamente? (r) y 5 3x 1 10
(s) y 5 5x
c) Depois de quanto tempo de aberta a segunda a) Obtenham a equação reduzida da reta s. y 5 2x 2 5
torneira, os dois tanques ficaram com o mesmo b) Se um ponto G da reta s tem abscissa k, qual é a
volume de água? Qual era esse volume? 5 min; 25 L ordenada de G em função de k? 2k 2 5
d) Depois de quanto tempo de aberta a primeira c) Determinem o ponto da reta s que equidista do
torneira a segunda foi aberta? 3 min 20 s ponto B e da origem O do sistema.  7 
 2 , 2
 

58 Capítulo 3 Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 58 17.04.10 16:22:12


10 As retas r e s têm equações (2k 1 3)x 2 3y 2 1 5 0 e  13 A inclinação α da reta s, representada abaixo, é tal que 
3x 1 3
y  5   1  ,  respectivamente. tg α  5  .  Obtenha a equação reduzida da reta r que
2 3 5
a) Determine o número real k para que r seja paralela passa por P e é perpendicular a s.
3
a s. k 5  y
4
b) Para o valor encontrado no item a, as retas r e s são
P
paralelas distintas ou paralelas coincidentes? 5
paralelas distintas
11 Um botijão cheio de gás foi conectado a um fogão. 5x 5
s
Dez dias depois dessa conexão, um medidor mostra- y  5 2  1 
3 3
va que havia no botijão 8 kg de gás; e, 16 dias depois
α
da conexão, o medidor mostrava que havia 5 kg de gás �2 x
no botijão. Considere que a quantidade de gás consu- k

mida diariamente seja constante.


a) Obtenha uma equação que expresse a quantidade

ilustrações: faustino
14 O volume v de mercúrio no bulbo de um termômetro
de gás, em quilograma, restante no botijão em varia em função da temperatura T, de acordo com o
x
função do tempo, em dia. y  5 2 2  1 13 gráfico (I) abaixo. Simultaneamente, o comprimento c
b) Quantos quilogramas de gás havia no botijão no da coluna de mercúrio varia em função da temperatura
momento em que ele foi conectado ao fogão? 13 kg T de acordo com o gráfico (II). Obtenha uma equação
c) Em quantos dias será consumido todo o gás do que expresse v em função de c.
botijão? 26 dias
c(mm)
d) Qual é o coeficiente angular da reta que contém o v (mm3)
gráfico da equação deduzida no item a? No con-
90
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1.001,8
texto do problema, o que significa esse coeficiente
angular? 2 1 ;  isso significa que, por dia, foi consumido
2 1.000
0,5 kg de gás. 40
12 Obtenha uma equação da reta s que passa pelo ponto
P e é perpendicular à reta r nos seguintes casos:
a) P (21, 2) e (r) 2x 1 y 1 7 5 0 x 2 2y 1 5 5 0 0 10 T (°C)
0 10 T (°C)
b) P (2, 6) e (r) 2x 1 5y 2 1 5 0 5x 2 2y 1 2 5 0
c) P (21, 0) e (r) 3x 2 4y 5 0 4x 1 3y 1 4 5 0 gráfico (I) gráfico (II)
v 5 0,036c 1 998,56, com 40 < c < 90

Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade Capítulo 3 59

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 59 17.04.10 16:22:23


Matemática sem fronteiras

Análise de tendências
Vários problemas envolvem previsões relacionando dois grupos de medidas correspondentes
e distintas, em que a ocorrência de valores num dos grupos condiciona os valores possíveis no
outro; por exemplo, para estabelecer um cronograma de obras, o Departamento de Saneamento
Básico de uma cidade deve fazer previsões sobre o aumento de consumo de água decorrente do
crescimento populacional da região. Esse tipo de problema é objeto de um ramo da Estatística
Aplicada chamado Análise de Regressão.
Para exemplificar, vamos admitir que se disponha dos dados descritos pelo gráfico da figura 1,
em que é apresentado o consumo (y) de água, em quilolitro, em função da população (x), em
milhar, dessa cidade, e que se necessite estimar o consumo de água quando a população atingir
200 mil habitantes.
y y
25.000

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
23.000
19.000
17.000

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
13.000

80 100 120 140 160 x x

Figura 1 Figura 2

A figura 2 mostra que os pontos do gráfico estão próximos de uma mesma reta e, portanto,
as variáveis x e y podem ser relacionadas, aproximadamente, pela equação dessa reta. Por meio
de métodos estatísticos, demonstra-se que a reta que melhor se ajusta a esses dados é dada pela
equação y  1.400  150x, logo, para x  200, obtém-se uma estimativa do consumo de água
quando a população for de 200 mil habitantes:
y  1.400  150  200  31.400
Assim, o consumo será de 31.400 kL, aproximadamente.
Vale ressaltar que em muitas situações a reta não é a melhor curva que se aproxima dos
dados.

Atividade

1 O gráfico ao lado descreve a evolução dos índices inflacioná-


rios, em porcentagem, de um país, nos primeiros sete meses Evolução dos índices de inflação (%)
de 2012. Índice de
inflação (%)
a) Associe a essa figura um sistema cartesiano de eixos orto-
gonais, de modo que os índices de inflação correspondam 3,5
FAUSTINO

às ordenadas e os meses de janeiro a julho correspondam 2,8 3,0


2,5
às abscissas naturais de 1 a 7. Seguindo apenas a sua intui- 2,0
1,5
ção, obtenha a equação de uma reta próxima dos sete pon-
tos desse gráfico (essa reta pode passar por um ou mais
desses pontos). Resposta possível: y  0,25
0,25xx  1,25 jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. Meses
b) A partir da equação obtida no item a, estime os índices in-
Dados fictícios.
flacionários dos meses de agosto e setembro. 3,25% e 3,5%

60 Capítulo 3 Formas de equação da reta, paralelismo e perpendicularidade

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C03(045a060).indd 60 5/4/10 7:33:39 AM


CAPÍTULO Complementos sobre o

4
estudo da reta

DAViD R. fRAZieR PHotoLiBRARY/ALAMY-otHeR iMAGes


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Produção de tecido
em tear industrial.
Além da teoria

Uma tecelagem produz apenas dois tipos de tecido — brim e algodão —, e os gastos mensais com a
produção não podem ultrapassar R$ 54.000,00. A capacidade de produção mensal dessa indústria é de
8.000 m2 de tecido, e o custo de produção do metro quadrado de brim é R$ 3,00 e o do metro quadrado
de algodão é R$ 4,00. Indicando, respectivamente, por x e y as quantidades, em metro quadrado, de
brim e de algodão produzidas mensalmente por essa tecelagem:
x 1 y < 8.000
Elabore uma inequação que represente as possibilidades de produção mensal dessa tecelagem.
Elabore uma inequação que represente as possibilidades do custo de produção mensal dessa tecelagem.
3x 1 4
4yy < 54.000

Com os conteúdos deste capítulo, você aprenderá a representar o gráfico de inequações no


plano cartesiano e poderá resolver problemas similares a esse.

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 61

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 61 17.04.10 16:49:06


1 Introdução

A Geometria analítica plana estuda as figuras geométricas planas quanto à sua forma, posição
e medidas de comprimento ou de área. Por isso, é fundamental para esse estudo conhecer os
conceitos de gráfico, distância e área. Neste capítulo, ampliaremos esses conceitos, que já foram
abordados nos capítulos anteriores.

2 Distância entre ponto e reta

A distância entre duas figuras geométricas quaisquer é a medida do menor segmento de reta
que liga uma figura à outra. Já estudamos o cálculo da distância AB entre dois pontos A (xA , yA ) e
B (xB , yB), que é dada por:

AB  5  ( x B  2  x A ) 2  2 (y B  2 y A ) 2

Veremos agora o cálculo da distância d entre um ponto P e uma reta r. Essa distância é a me-
dida do segmento tPP’, em que P’ é a projeção ortogonal de P sobre r.
Por exemplo, vamos calcular a distância entre o ponto

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y
P (1, 5) e a reta r de equação x 2 y 2 2 5 0, representados ao P
5
lado.
d
r

P�

O 1 2 x

�2
iLustRAções: fAustino

Para esse cálculo, observamos que todo ponto da reta r y


é da forma (k, k 2 2). Portanto, podemos representar P ’ por
P’(k, k 2 2). P(1, 5)
5

d
r

P�(k, k � 2)

0 1 2 x

�2

Como a reta P $ P’% é perpendicular a r, o coeficiente angular de $PP ’% é o oposto do inverso do


coeficiente angular de r, isto é:

1 k  2 2 2 5 1
mPP ’  5 2  ⇒    5 2
mr k  2 1 1
  k  5 4

Assim, substituindo k por 4 em P’(k, k 2 2), obtemos o ponto P’(4, 2), portanto:

PP’ 5  ( 4 2 1) 2  1 (2 2 5) 2  5 3 2

Ou seja, a distância entre o ponto P e a reta r é 3 2 .

62 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 62 17.04.10 16:49:12


Esse procedimento pode ser generalizado pelo seguinte teorema:

A distância d entre um ponto P (x0 , y0) e uma reta r de equação geral ax 1 by 1 c 5 0 é


dada por:
|ax 0  1 by 0  1 c |
d  5 
a 2  1 b 2

Exemplo
Para aplicar esse teorema no cálculo da distância d entre o ponto P(1, 5) e a reta r de equação
y 5 x 2 2, devemos inicialmente representar a reta r por meio de sua equação geral, isto é,
x 2 y 2 2 5 0. Assim, na fórmula:
|ax  1  by  1 c |
d  5  0 2 0 2
a  1 b
atribuímos os valores a 5 1, b 5 21, c 5 22, x0 5 1 e y0 5 5, obtendo:
|1  1 1 (2 1)  5 2 2| |2 6| 6
d  5   ⇒  d  5   5   5 3 2
12  1 (2 1) 2 2 2

Exercício resolvido
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

R.1 Calcular a distância entre as retas Para obter um ponto P em r, basta atribuir um valor
(r) 3x 1 4y  11 5 0 e (s) 3x 1 4y 1 9 5 0. qualquer a x na equação de r e encontrar o corres-
Resolução pondente valor de y. Por exemplo, atribuindo o va-
lor 1 à variável x, temos:
As retas r e s são paralelas, pois têm o mesmo coefi-
3 3  1 1 4y 2 11 5 0 ⇒ y 5 2
ciente angular, 2 . Para determinar a distância en-
4
tre elas, basta tomar um ponto P qualquer em uma Assim, um ponto de r é P (1, 2).
delas e calcular a distância entre P e a outra reta: Calculando a distância entre P e s, temos:
|3   1 1  4    2  1 9| |20| 20
d  5   5   5   5  4
3  1  4
2 2 25 5
fAustino

s
Portanto, a distância entre r e s é 4.
d

P
r

Exercícios propostos
3x 1 4
4yy 2 15 5 0
1 Calcule a distância do ponto P à reta r em cada um a) Obtenha uma equação geral da reta $AB %.
dos casos: b) Calcule a medida da altura relativa ao vértice C. 1
a) P(1, 3) e r : 5x 1 12y 2 2 5 0 3
b) P(22, 24) e r : y 5 x 2 8 3 2 4 Determine o(s) ponto(s) do eixo Oy que dista(m)
c) P(9, 6) e r : x 5 4 5 duas unidades da reta r : 15x 1 8y 1 2 5 0.  9
P(0, 4) e P ’  0, 2 
d) P(5, 22) e r : y 5 3 5  2
5 (UCS-RS) Na bissetriz dos quadrantes ímpares há
2 Lembrando que todo ponto da bissetriz de um ân- dois pontos distintos A e B que distam três unida-
gulo equidista dos lados do ângulo, prove que o des da reta r : 4x 2 3y 1 12 5 0. O ponto médio do
ponto P(0, 28) pertence a uma das bissetrizes dos
segmento tAB é: alternativa e
ângulos formados pelas retas r e s de equações
2x 1 y 2 2 5 0 e x 1 2y 1 6 5 0, respectivamente. a) (23, 23) d) (0, 0)
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. b) (3, 3) e) (212, 212)
3 Os vértices de um triângulo são os pontos A(1, 3), c) (29, 29)
B(5, 0) e C(0, 5).

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 63

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 63 17.04.10 16:49:22


6 (FGV) As retas cujas equações são r : x 1 3y 5 5 Os cientistas de um observatório astronômico
e s : x 1 3y 5 0 são paralelas. A distância entre elas constataram que um imenso asteroide, em trajetó-
vale: alternativa e ria retilínea, pode estar em rota de colisão com o
planeta Terra. Para avaliar as possibilidades de co-
9 2 3 10
a) c) e) lisão, os astrônomos fixaram um sistema cartesia-
8 2 2 no xOy no plano da trajetória do asteroide, toman-
3 3 do como referência as distâncias e os ângulos
b) d) 10 determinados pela Terra e duas estrelas fixas, ado-
4
tando a Terra como origem O e dividindo os eixos
coordenados na unidade u, com u 5 100.000 km.
7 O mundo viveu momentos de angústia, quando foi
Em relação ao sistema xOy, as equações paramétri-
noticiado, em março de 1998, que em outubro de
cas da trajetória do asteroide, em função do tempo
2028 ocorreria a colisão da Terra com um imenso
t, em ano, são:
asteroide de diâmetro estimado entre 1,2 e 2,4 km,
batizado de 1997XF11.  t
Felizmente, tratou-se apenas de um erro de cálculo  x  5  3  1  2
dos cientistas da Nasa. Novos dados sobre as posi- 
 y  5 2 t  1  9
ções do asteroide mostraram que a menor distância  4 2
entre ele e a Terra, que ocorrerá em 26 de outubro
de 2028, será de 950.000 km, portanto, uma distân- Desse modo, os astrônomos concluíram que não
cia segura para o nosso planeta. haverá colisão.
Cálculos desse tipo são realizados por meio das equa- a) Calcule a menor distância a que o asteroide
ções das trajetórias dos astros envolvidos e de estu- passará da Terra. 480.000 km

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos sobre as possíveis posições relativas dessas traje- b) Considerando como instante zero (t 5 0) o mo-
tórias, além de outros parâmetros, como a velocidade mento em que os cientistas deduziram essas equa-
de cada astro. O problema a seguir é uma simulação ções paramétricas, depois de quanto tempo ocorre-
simplificada da situação descrita nesse texto. rá a distância mínima entre o asteroide e a Terra?
2,64 anos

Resolva a questão 1 (a e b) do Roteiro de trabalho.

3 Aplicação de determinantes na
Geometria analítica
Os determinantes têm aplicações em vários ramos da Matemática; por exemplo, na Geome-
tria analítica eles podem ser aplicados no cálculo de áreas de polígonos e na condição de alinha-
mento de três pontos, conforme veremos a seguir.

Área de um triângulo
Como já vimos em Geometria plana, a área de um triângulo é igual à metade do produto da
medida de uma base pela medida da altura relativa. Aplicando essa ideia, podemos calcular a área
de um triângulo representado no plano cartesiano, a partir das coordenadas de seus vértices,
conforme mostram os procedimentos a seguir.
Inicialmente, vamos estudar o caso mais simples, que é o cálculo da área de um triângulo que
possui um dos lados paralelo a um dos eixos coordenados. Consideremos, por exemplo, os triân-
gulos DEF e GHI representados a seguir, em que o lado tEF é paralelo ao eixo Ox e o lado tHI é pa-
ralelo ao eixo Oy.

y y
d G
5 5
D
4 4
iLustRAções: fAustino

H
3 h 3
2 F 2
E
1 1 I

�2 �1 0 1 2 3 4 5 6 x �2 �1 0 1 2 3 4 5 6 x
�1 �1
�2 �2

64 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 64 17.04.10 16:49:31


No triângulo DEF, como a base tEF é paralela ao eixo Ox, a altura relativa a essa base é
paralela ao eixo Oy; logo, EF 5 6 2 1 5 5 e h 5 4 2 2 5 2, portanto, a área ADEF do triângulo
DEF é dada por:
5  2
ADEF  5   5 5
2
De modo análogo, no triângulo GHI, como a base tHI é paralela ao eixo Oy, a altura relativa a
essa base é paralela ao eixo Ox; logo, HI 5 4 2 1 5 3 e d 5 6 2 2 5 4, logo, a área AGHI do triân-
gulo GHI é dada por:
3  4
AGHI  5   5 6
2
Vamos considerar agora o caso em que nenhum dos lados do triângulo é paralelo a um dos
eixos coordenados. Nesse caso, podemos calcular a área construindo um retângulo com lados
paralelos aos eixos coordenados tal que os três vértices do triângulo (ou pelo menos dois) perten-
çam a lados desse retângulo. Por exemplo, para calcular a área do triângulo de vértices M (5, 6),
N (3, 2) e P (11, 5), construímos o retângulo representado abaixo:
y

M
6
1
5 P
2

fAustino
3
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

0 3 5 11 x

Note que a área do triângulo MNP é igual à área desse retângulo menos as áreas dos triângu-
los (1), (2) e (3), isto é:
6  1 2  4 8  3
AMNP  5 8
   4 2   2   2   5 13
2 2 2
A
  A
 
A A
  

Se reproduzirmos os procedimentos anteriores para um triângulo qualquer de vértices M(xM , yM),


N(xN, yN) e P(xP , yP), teremos a área A desse triângulo, dada por:
xMy N x y x y x y x y x y
A  5   1  P M  1  N P  2  P N  2  N M  2  M P
2 2 2 2 2 2
Para facilitar, podemos organizar esse cálculo em um determinante, obtendo o seguinte teorema:

A área A de um triângulo qualquer de vértices M (x M , yM ), N (xN , yN ) e P (xP , yP ) é dada


por:
xM yM 1
|D |
A  5  , em que D é o determinante x N yN 1
2
xP yP 1

Exercícios resolvidos

R.2 Calcular a área do triângulo cujos vértices são os pontos M(1, 2), N (1, 5) e P (6, 0).
Resolução
Inicialmente, calculamos o seguinte determinante:

21 2 1
D 5  1 5 1 = 25 1 1 2  2 3 0  2  2  5 225
6 0 1
|D| |225| 25
Pelo teorema anterior, a área A do triângulo MNP é dada por: A 5   ⇒   A 5   5   5 12, 5
2 2 2
Comentar com os alunos que este exercício poderia ser resolvido representando os pontos no plano
cartesiano e seguindo os mesmos procedimentos do exemplo anterior.
Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 65

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 65 17.04.10 16:49:40


R.3 Em uma região plana, os pontos E, F, G e H são Resolução
vértices de um terreno quadrilateral, onde será A área do quadrilátero EFGH é igual à soma das áreas
construído um aeroporto. dos triângulos EFG e EGH.
Um sistema cartesiano ortogonal, cuja unidade • Área AEFG do triângulo EFG:
adotada nos eixos é o quilômetro, foi associado
ao plano dessa região, conforme mostra a figura: 21 21 1
D 5  23 4 1  5 24  2 1 8  2 1 2  4  1 6  2 3 5
5  22 4
y 1 6 1
G |D| |2 24|
6    AEF  5
 5 5   5 12
EFGG
2 2
• Área AEGH do triângulo EGH:
fAustino

F 4
21 21 1
D ’  5  1 6 1  5 26  1 1 2 5 2 30  1 1 1 1 5
5  23 8
5 1 1
1 H
�1 |D ’| |2 38|
   AEG  5
 5  5   5 19
�3 1 5 x EGHH
2 2
�1
E Logo, a área AEFGH do quadrilátero EFGH é dada por:
AEFGH 5 12 1 19 5 31
Calcular a área do terreno destinada à constru- Concluímos, então, que a área do terreno destinado à

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção do aeroporto. construção do aeroporto é 31 km2.

Exercícios propostos

8 Considerando os pontos B(1, 2), C(3, 6) e D(7, 5): 25


a) represente o triângulo BCD no plano cartesiano e 11 (Mackenzie-SP) A área de um triângulo é e
2
desenhe o retângulo BEFG, com B t E / Oy t F
Oy, C  E seus vértices são (0, 1), (2, 4) e (27, k). Um possível
e D  tFG. para o professor
Ver Suplemento com orientações
professor.. valor de k é: alternativa a
b) calcule a área do retângulo BEFG e as áreas dos a) 3 c) 2 e) 5
triângulos BEC, CFD e DGB, sem usar determi- b) 2,5 d) 4
nante. ABEFG 5 24; ABEC 5 4; ACFD 5 2; ADGB 5 9
c) calcule a área do triângulo BCD, sem usar deter- 12 Ao sul e a oeste de um terreno, com a forma de um
minante. 9 quadrilátero convexo ABCD, há duas calçadas de
d) calcule a área do triângulo BCD, usando deter- margens r e s, retas e perpendiculares, conforme
minante. 9 mostra a figura abaixo. As distâncias de A, B, C e D
à margem r são 4 m, 5 m, 15 m e 7 m, respectiva-
9 (Facceba) A área do triân- y mente, e as distâncias de A, B, C e D à margem s são
gulo de vértices nos pon- 10 C 6 m, 10 m, 8 m e 3 m, respectivamente. Qual é a
tos A, B e C, representa- área desse terreno em metro quadrado? 40,5 m2
dos na figura ao lado, é: 7 B
fAustino

a) 9 d) 21 r
b) 12 e) 27 N
B
c) 17 alternativa b A 3
O L
fAustino

�1 3 x C
A

10 (Cesgranrio-RJ) A área do triângulo cujos vértices


D
são os pontos de intersecção das retas de equações
x 2 y 1 1 5 0, 2x 2 y 2 2 5 0 e y 5 0 é igual a:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6 s
alternativa c

Resolva a questão 1c do Roteiro de trabalho.

66 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 66 17.04.10 16:49:55


4 Condição de alinhamento de três
pontos
No Capítulo 3, estudamos uma condição de alinhamento de três pontos aplicando o conceito
de coeficiente angular. Neste tópico, veremos uma condição de alinhamento aplicando o concei-
to de determinante.
De acordo com o teorema anterior, a área A de um triângulo qualquer de vértices M (xM, yM),
N (xN, yN) e P (xP, yP) é dada por:
xM y M 1
|D |
A  5  , em que D é o determinante  x N y N 1
2
xP y P 1
Como interpretar esse teorema no caso em que D 5 0?
Se D 5 0, não existe o triângulo MNP, e portanto os três pontos, M, N e P, estão em uma
mesma reta. Desse modo, podemos enunciar:

Três pontos, M (xM, yM), N (xN, yN) e P (xP, yP), são colineares se, e somente se:
xM y M 1
xN y N 1  5 0
xP yP 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo
a) Para verificar se os pontos A(1, 2), B(0, 21) e C(2, 5) são colineares ou não, calculamos o
seguinte determinante:
1 2 1
D 5  0 2 1 1  5 2 1 1 4 1 2 2 5 5 0
2 5 1
Como D 5 0, concluímos que A, B e C são colineares.
b) Para verificar se os pontos A(1, 4), B(2, 5) e C(1, 3) são colineares ou não, calculamos o
seguinte determinante:
1 4 1
D 5  2 5 1  5 5 1 6 1 4 2 5 2 3 2 8 5 2 1
1 3 1

Como D  0, concluímos que A, B e C não são colineares.

Obtenção da equação de uma reta por meio de


determinante
Consideremos os pontos A(2, 1), B(1, 21) e um ponto genérico G(x, y). Para que A, B e G
x y 1
sejam colineares, devemos ter: 2 1 1  5 0
1 21 1
Desenvolvendo esse determinante, temos:
x 2 2 1 y 2 1 1 x 2 2y 5 0 ⇒ 2x 2 y 2 3 5 0
Essa equação representa todos os pontos G(x, y) que estão alinhados com A(2, 1) e B(1, 21),
por isso, é uma equação da reta $AB %.
Assim, podemos enunciar:

Dados dois pontos distintos, A (xA, yA) e B (xB, yB), uma equação da reta $AB % é dada por:

x y 1
xA y A 1  5 0
xB yB 1

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 67

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 67 17.04.10 16:50:02


Exercícios propostos

13 Em cada um dos itens seguintes, verifique se os três pontos são ou não colineares. (Apli-
que a condição de alinhamento por determinante.)
 1  1   5 
a) A(1, 22), B(0, 25) e C(2, 1) sim c) A  , 24  ,  B  , 23   e C  , 0  sim
4  2  4 
b) A(1, 7), B(0, 1) e C(4, 3) não

14 Para que valores de x os pontos A(x, 4), B(2, 9) e C(0, 2x) são colineares? x 5 1 ou x 5 28

15 (Faap-SP) Os pontos A(2, 5), B(4, 0) e C(k 1 1, 3), com k  R, são vértices de um triângu-
lo se, e somente se: alternativa e
3 3 9
a) k  5  b) k    c) k 5 2 d) k  2 e) k   
2 2 5

16 Usando a condição de alinhamento por determinante, obtenha uma equação da reta que
passa pelos pontos A e B, nos seguintes casos:
a) A(4,
(4, 5) e B(1,
(1, 2) c) A(2, 3) e B(2, 5) x 5 2
x2y1150
b) A(22,2, 0) e B(6, 28) d) A(1, 22) e B(4, 22)
x1y1250 y 5 22

17 A temperatura de uma região va- Temperatura (°C)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
riou linearmente de 12 °C a –3 °C A
das 5 h às 11 h de determinado 12

dia, conforme mostra o gráfico


t
ao lado.

fAustino
• Qual era a temperatura às 6 h
desse dia? 9,5 °C

11
5 6 Horário
(hora)
�3
B

5 Representação gráfica de uma


inequação do 1
1‚ grau

Qualquer reta r de um plano separa esse plano em duas regiões. A reunião da reta r com
qualquer uma dessas regiões é chamada de semiplano de origem r.

r
fAustino

semiplano de origem r

Associado a um sistema de coordenadas, um semiplano pode ser representado por uma ine-
quação do primeiro grau, conforme veremos a seguir.

68 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 68 17.04.10 16:50:11


Semiplano de origem paralela a um dos eixos
coordenados
A reta vertical r, de equação x 5 3, é a origem dos dois semiplanos, α e β, representados abaixo.

y
y

α
β

O 3 x O 3 x

r r
Todos os pontos que pertencem a α, e Analogamente, todos os pontos que pertencem
somente eles, têm abscissa maior ou igual a a β, e somente eles, têm abscissa menor ou
3; por isso, podemos representar esse igual a 3; por isso, podemos representar esse
semiplano pela inequação x > 3. semiplano pela inequação x < 3.

iLustRAções: fAustino
Quando quisermos nos referir a um semiplano que não contenha a reta origem, adotaremos
a denominação semiplano aberto. Para representá-lo graficamente, desenhamos a reta origem
tracejada. Assim:

y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

α�
β�

O 3 x O 3 x

r r

Se excluirmos de α a reta origem, obteremos o Se excluirmos de β a reta origem, obteremos o


semiplano aberto α’ formado por todos os pontos semiplano aberto β’ formado por todos os pontos
do plano cujas abscissas são maiores que 3, ou do plano cujas abscissas são menores que 3, ou
seja, x . 3. Para representar graficamente o seja, x  3.
semiplano aberto α’, basta tracejar a reta r do
semiplano α.

Exercício resolvido

R.4 Representar no plano cartesiano o conjunto dos O conjunto dos pontos (x, y) que satisfazem, simul-
pontos (x, y) que satisfaçam o sistema de ine- taneamente, as duas inequações do sistema é a in-
 x  .  4 tersecção dos semiplanos representados por elas,
quações:  conforme a figura abaixo.
 y   5
Resolução y
Inicialmente, representamos os semiplanos deter-
minados pelas inequações do sistema:
iLustRAções: fAustino

x�4
5
5

y�5
4 x

4 x
x

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 69

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 69 17.04.10 16:50:26


Semiplano de origem oblíqua
Seja a reta r de equação y 5 x 1 3, cujo gráfico está representado abaixo.
y
r

x y5x13
0 3
3
23 0
�3 x

A reta r é origem dos dois semiplanos, α e β, representados a seguir.

y y r
r
α

3
3
�3
�3 x x

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja P um ponto da reta r ; por exemplo, P (3, 6).
ilustrações: faustino

Note que qualquer ponto M de α que tenha a mesma abscissa de P e esteja acima da reta r
tem ordenada y0 maior que a ordenada de P, ou seja, maior que 6.

y
r
α y0 M

6 P

�3 3 x

Generalizando, vamos considerar um ponto qualquer P (x0, x0 1 3) da reta r. Todo ponto
M(x0 , y0), que esteja acima da reta r, terá ordenada maior que x0 1 3, isto é, y0 . x0 1 3.

y
r
α y0 M

x0 � 3 P

�3 x0 x

Temos então:
(I) Se (x, y) é um ponto da reta r, então y 5 x 1 3.
(II) Se (x, y) está acima da reta r, então y . x 1 3.
Por (I) e (II), concluímos que o semiplano α é determinado pela inequação y > x 1 3.
De modo análogo, concluímos que o semiplano β é determinado pela inequação y < x 1 3.

70 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 70 17.04.10 16:50:32


Exercícios resolvidos

R.5 Representar no plano cartesiano o semiplano de- R.7 Representar no plano cartesiano os pontos (x, y)
terminado pela inequação y > 2x 1 4. que formam o conjunto solução do sistema de
Resolução inequações:
Inicialmente, desenhamos a reta r, origem desse se-  x    yy   4    0

miplano, isto é, (r) y 5 22x 1 4:  y  1 3  <  0
y Resolução
r
É conveniente trabalhar com a variável y isolada em
cada uma das inequações do sistema:

4
 y  .  xx 2  4

 y   23
2 x Representando os semiplanos determinados em cada
uma dessas inequações, temos:
y

O semiplano determinado pela inequação


y > 22x 1 4 é a reunião da reta r com o conjunto
y�x�4
de pontos localizados acima dessa reta:
y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

4 x
4 �3
iLustRAções: fAustino

iLustRAções: fAustino
�4 y��3
2 x

O conjunto dos pontos (x, y) que satisfazem, simul-


taneamente, as duas inequações do sistema é a in-
tersecção dos semiplanos representados por elas,
indicada pela figura abaixo.
y
R.6 Representar no plano cartesiano o semiplano de-
terminado pela inequação 4x  3y 12 . 0.
Resolução
É conveniente isolar a variável y na inequação, pois
assim é mais fácil visualizar o semiplano:
4x
4 x  2 3 y  2 12  . 0  ⇒   y     2  4
3
4 x
A reta r, origem desse semiplano, tem equação �3
4x
y  5   2  4 .
3 �4
O semiplano determinado pela inequação
4x
y     2  4 é formado apenas pelos pontos locali- R.8 Um fabricante de óleo comestível produz dois ti-
3
pos, I e II, de mistura. Cada litro do tipo I contém
zados abaixo da reta origem, por isso devemos de-
25% de óleo de algodão e o restante de óleo de
senhar essa reta tracejada:
amendoim, e cada litro do tipo II contém 50% de
y óleo de algodão e o restante de óleo de amendoim.
r
iVAnniA sAnt'AnnA/Kino

3
x

�4

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 71

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 71 17.04.10 16:50:48


Indicando por x e y, respectivamente, as quantida- Relacionando as informações fornecidas, obtemos
des, em litro, das misturas I e II que podem ser fa- o sistema:
bricadas com o estoque de 60.000 L de óleo de al-
 0, 252 5 x  1 0, 50 y   60 .000  x  1  2 yy   240 .000
godão e 90.000 L de óleo de amendoim, representar  
no plano cartesiano o conjunto dos pontos (x, y).  0, 757 5 x  1 0, 50 y   90 .00 0  3 x 1  2 y   360 .000 .
    ⇒    
 x     0  x    0                    
 y   0  y   0                    
Resolução
Sintetizando os dados desse enunciado em uma ta- cujas soluções são representadas pela região som-
bela, temos: breada a seguir.
y

Óleo de Óleo de
algodão amendoim 180.000

Tipo I (quantidade
0,25 0,75 C

fAustino
por litro)
120.000
B
90.000
Tipo II (quantidade
0,50 0,50
por litro)

Óleo em estoque
60.000 90.000
(em litro)
O A 120.000 x

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
60.000 240.000

Exercícios propostos

18 Represente no plano cartesiano os semiplanos determinados pelas inequações:


a) x > 3 c) y < x 2 5
b) y 2 4  0 d) 3x 1 y 2 6 . 0
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
19 Represente a região do plano cartesiano determinada por todos os pontos P(x, y) tais que:
 x   3
 y    x  x    4 
a)  b)  c)  y    4
 x  1  yy 2  2   0  2 x  1  yy  2  4  . 0  5 y  2  4 x  .  4
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. 
20 (FEI-SP) No gráfico, a região em destaque representa as condições de temperatura (x) e umidade (y)
favoráveis ao desenvolvimento de um tipo de fungo.
y
15
fAustino

0 30 x

Identifique a alternativa cujo conjunto de desigualdades descreve a região: alternativa a


a) x > 0, y > 0, x 1 2y < 30
b) x > 0, y > 0, x 1 2y > 30
c) x  0, y > 0, x 1 2y > 30
d) x > 0, y > 0, x < 2y
e) x < 0, y < 0, x > 2y
21 Retomando o exercício da página de abertura, uma tecelagem produz apenas dois tipos de te-
cido – brim e algodão —, e os gastos mensais com essa produção não podem ultrapassar
R$ 54.000,00. A capacidade de produção mensal dessa indústria é de 8.000 m2 de tecido, e o custo
de produção do metro quadrado de brim é R$ 3,00 e o do metro quadrado de algodão é R$ 4,00.

72 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 72 17.04.10 16:51:00


Indicando, respectivamente, por x e y as quantidades, em metro quadrado, de brim e de al-
godão produzidas mensalmente por essa tecelagem, o gráfico que representa todos os valo-
res possíveis de x e y é: alternativa b

a) y d) y

18.000
32.000
24.000
8.000

48.000 54.000 x 12.000 18.000 x

iLustRAções: fAustino
b) y e) y

18.000

8.000 12.000

0 8.000 x
18.000 24.000 x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) y

44.000

23.000

27.000 54.000 x

Resolva a questão 2 do Roteiro de trabalho.

Roteiro de trabalho
Ver respostas do Roteiro de trabalho no Suplemento com orientações para o professor
professor.
1 Junte-se a um colega e discutam os itens seguintes.

a) A distância dAB entre dois pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) do plano cartesiano é calculada por
d AB  5  ( x A  2  x B )2  1 ( y A  2  y B )2 . Afirmamos que é possível aplicar essa fórmula para o
cálculo da distância entre um ponto P e uma reta r desse plano. Expliquem os procedimentos
necessários para esse cálculo.
b) Se forem aplicados os procedimentos que vocês descreveram no item a para um ponto
P(x0, y0) e uma reta r de equação geral ax 1 by 1 c 5 0, qual é a expressão que representa
a distância dPr entre o ponto P e a reta r?
c) A área A de um triângulo MNP, M(xM, yM), N(xN, yN) e P(xP, yP), é dada por:

xM yM 1
|D|
A 5  ,  com D  5  x N yN 1
2
xP yP 1

Afirmamos que é possível aplicar essa fórmula no cálculo da área de qualquer polígono do
plano cartesiano. Expliquem os procedimentos necessários para esse cálculo.

2 Em duplas, considerando a inequação y > ax 1 b, com a e b reais:


a) Como é o gráfico dessa inequação?
b) Descrevam os procedimentos para a construção do gráfico descrito no item a.

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 73

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 73 17.04.10 16:51:08


Exercícios complementares

1 Um lado de um quadrado está contido na reta cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte
r : 3x 1 y 2 1 5 0, e outro, na reta s : 3x 1 y 2 2 5 0. e Vitória são, respectivamente,
Calcule a área desse quadrado. 1
10
 23   1   3   7 
 2 , 0  ,   2,  2  ,   2 ,  4  ,   5,  2  ,
2 Duas partículas se movem em trajetórias retilíneas e
coplanares. Ao plano dessas trajetórias foi associado todas medidas em centímetro.
um sistema cartesiano xOy, adotando-se o metro como a) Calcule, em quilômetro quadrado, a área do
unidade nos eixos coordenados. Em relação a esse quadrilátero cujos vértices estão representados
sistema, as equações paramétricas das trajetórias r e s por essas quatro cidades, supondo que a escala do
dessas partículas são: mapa seja 1:10.000.000. 122.500 km2
b) Determine as coordenadas de uma cidade que
 x  5  4 t  1  2    x  5  4 t  1 5 fique equidistante das cidades de São Paulo, Rio de
r:  e  s : 
 y  5  3t  y  5  2t  1  4 Janeiro e Belo Horizonte. (0, 2)

em que t representa o tempo em segundos. 5 (ITA-SP) A área de um triângulo é de 4 unidades de


a) No instante inicial da marcação do tempo (t 5 0), superf ície, sendo dois de seus vértices os pontos A(2, 1)
qual era a distância entre as duas partículas? 5 m e B(3, 22). Sabendo que o terceiro vértice se encontra
b) No instante inicial da marcação do tempo, qual era sobre o eixo das abscissas, pode-se afirmar que suas
a distância entre a trajetória r e a partícula da outra coordenadas são: alternativa c

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
trajetória? 1,4 m  1   1 
a)  2 , 0  ou (5, 0) d)  2 , 0  ou (4, 0)
 2   3 
3 Calcule a área y
 1   1 
do quadrilátero b)  2 , 0  ou (4, 0) e)  2 , 0  ou (3, 0)
EFGH do gráfi-  2   5 
E
co ao lado. 38,5 4  1 
c)  2 , 0  ou (5, 0)
fAustino

 3 
H 1 F
�5 �3 0 5 x 6 (Unicamp-SP) Considere, no plano xy, as retas y 5 1,
y 5 2x 2 5 e x 2 2y 1 5 5 0.
a) Quais são as coordenadas dos vértices do triângulo
�4 G ABC determinado por essas retas? (3, 1); (23, 1); (5, 5)
b) Qual é a área do triângulo ABC? 12

7 (Fuvest-SP) Sejam a, b e c três números estritamente


4 (Uerj) Observe o mapa da região Sudeste: positivos em progressão aritmética. Se a área do triân-
gulo ABC cujos vértices são A(2a, 0), B(0, b) e C(c, 0) é
Região Sudeste igual a b, então o valor de b é: alternativa e
ALessAnDRo PAssos DA CostA

a) 5 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1
N 15°

O L
8 Sendo A(1, 3), B(a, 7) e C(a 2 2, 21), com a  R,
determine o valor de a de modo que a soma AB 1 BC
S
17°30’
seja a menor possível. 2

Belo Horizonte 9 (UFG-GO) Um motoboy entrega cartuchos (c) e bo-


20° binas (b) para uma empresa. Cada bobina pesa 0,3 kg
Vitória
e cada cartucho 0,25 kg. O motoboy recebe R$ 0,30
por bobina e R$ 0,08 por cartucho entregue. Ele pode
22°30’
carregar no máximo 75 kg e deve receber no mínimo
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO São Paulo Rio de Janeiro
R$ 30,00 por entrega. As quantidades de cartuchos e
220 km bobinas a serem entregues pelo motoboy, por entrega,
25°
52°30’ 50° 47°30’ 45° 42°30’ 40°
de acordo com esses dados, determinam, no plano
cartesiano, b  c: alternativa d
Adaptado de BOCHICCHIO, V. R. Atlas atual: Geografia.
a) um quadrilátero com um dos vértices na origem.
São Paulo: Atual,1999.
b) dois triângulos com um vértice em comum.
Considere o trópico de Capricórnio como o eixo das c) um trapézio determinado por duas retas paralelas.
abscissas e o meridiano de 45° como o eixo das orde- d) uma região triangular, no primeiro quadrante.
nadas. Neste sistema cartesiano, as coordenadas das e) uma região ilimitada, no primeiro quadrante.

74 Capítulo 4 Complementos sobre o estudo da reta

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 74 17.04.10 16:51:20


Matemática sem fronteiras

A Matemática ajudando a tomar decisões


Como obter o maior rendimento de uma máquina com o menor custo possível? Com certa
quantidade de matéria-prima, quanto de cada produto deve ser fabricado para se obter o máxi-
mo lucro? Qual deve ser o formato de uma lata de refrigerante para que seja gasto o mínimo
possível de material na embalagem?
Perguntas como essas são respondidas pela Programação matemática, um ramo da Matemá-
tica aplicado na tomada de decisões em que se procura o mínimo custo com o máximo aprovei-
tamento. Quando as equações ou as inequações envolvidas no modelo são do 1‚ grau, aplica-se
a programação linear — uma subdivisão da Programação matemática.
Para ilustrar, vamos resolver o seguinte problema: uma confecção dispõe de 80 m2 de brim e
120 m2 de popeline. Cada unidade de um modelo A de vestido requer 1 m2 de brim e 3 m2 de
popeline, e cada unidade de outro modelo B requer 2 m2 de brim e 2 m2 de popeline. Se cada
unidade de qualquer um dos modelos é vendida por R$ 80,00, quantas unidades de cada mode-
lo devem ser confeccionadas para se obter a receita máxima, com a venda de toda a produção?
Para facilitar a resolução, organizamos os dados do enunciado em uma tabela.
Modelo A Modelo B Tecido em estoque
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Brim 1m 2
2m 2
80 m2
Popeline 3 m2 2 m2 120 m 2

Sendo x e y as quantidades de unidades dos modelos A e B, respectivamente, a serem fabrica-


das, a expressão E  80x  80y representa a receita obtida com a venda dessas quantidades. Ob-
servando a quantidade em estoque de cada tecido, temos: x  2y  80 e 3x  2y  120. E lem-
brando que as quantidades de vestidos não podem ser negativas, obtemos o seguinte sistema:
x   2y   8 0

3x   2y   120

x   0 y
y   0
 60
Representando suas soluções no plano cartesiano, temos o gráfico ao lado.

FAUSTINO
Demonstra-se que o máximo valor de E  80x  80y é obtido ao atribuirmos M
40
às variáveis x e y as coordenadas de um determinado vértice do polígono MNPQ.
30 N
Para descobrir qual é esse vértice, testamos cada um deles:
M(0, 40) ⇒ E  80  0  80  40  3.200
N(20, 30) ⇒ E  80  20  80  30  4.000
P(40, 0) ⇒ E  80  40  80  0  3.200 P
Q(0, 0) ⇒ E  80  0  80  0  0 Q 20 40 80 x
Assim, o máximo valor de E é obtido no ponto N(20, 30). Portanto, para se
obter a receita máxima, devem ser confeccionados vinte vestidos do modelo A e
trinta vestidos do modelo B.

Atividade

1 Junte-se a um colega e resolvam o problema a seguir.


PHOTONONSTOP/DIOMEDIA

Para um bazar beneficente, uma entidade filantrópica re-


cebeu de uma confecção de roupas uma doação de 300
calças e 300 camisas. Os voluntários decidiram embalar
essas peças em dois tipos de pacote: o do tipo A, formado
por 2 calças e 3 camisas; e o do tipo B, formado por 3 cal-
ças e 2 camisas. Cada pacote do tipo A será vendido por
R$ 70,00, e o do tipo B, por R$ 90,00 cada um. Quantos
pacotes de cada tipo devem ser formados para se obter a
receita máxima com a venda de todos eles?
tipo A: 60; tipo B: 60

Complementos sobre o estudo da reta Capítulo 4 75

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C04(061a075).indd 75 5/5/10 1:48:31 PM


CAPÍTULO Equações da circunferência

JUERGEN STUMPE/LOOK-FOTO/LATINSTOCK

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ponte elevadiça, porto de Barcelona. (2003)

Além da teoria

Uma das metades de uma ponte elevadiça movimenta-se em torno de um ponto O. No extremo
móvel dessa parte da ponte, marca-se um ponto A. Um sistema cartesiano de origem O é associado
a essa estrutura conforme o esquema abaixo.
EDUARDO ALEJANDRO

Supondo que, em relação a esse sis-


tema de eixos, se conheça a equação
da circunferência sobre a qual se mo-
vimenta o ponto A, desde um ponto
P do eixo Ox até um ângulo máximo
B
AOP de 60°, como você calcularia a
altura máxima que pode atingir o
ponto A, em relação ao eixo Ox?
Conhecendo a equação que representa o movimento, pode-se obter o raio e, a partir do raio, calcula-se a
altura máxima. Sabendo que o ângulo máximo é 60°, pode-se calcular a altura através da igualdade
h
sen 60°  , em que h é altura e raio é a medida de uma das metades da ponte elevadiça.
raio
ra io

Com os conteúdos deste capítulo, você poderá resolver esse e outros problemas
que envolvem equação de uma circunferência.

76 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 76 17.04.10 17:23:19


1 Equação reduzida de uma
circunferência

Consideremos no plano cartesiano uma circunferência  de centro C (3, 2) e raio R  6.


y

G(x, y)

6

2 C

3 x

Para obter uma equação dessa circunferência, impomos a um ponto genérico G (x, y) a con-
dição GC  6, isto é:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

( x   3) 2   (y   2) 2   6

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
Quadrando ambos os membros dessa igualdade, obtemos a equação:

(x  3)2  (y  2)2  36

que chamaremos de equação reduzida da circunferência de centro C (3, 2) e raio R  6.


Generalizando esse procedimento, consideremos no plano cartesiano uma circunferência 
de centro C (a, b) e raio R. Sendo G (x, y) um ponto genérico, G pertence a  se, e somente se,
GC  R, ou seja:
( x   a ) 2   (y   b ) 2   R

G(x, y)

R

C(a, b)

Quadrando ambos os membros, obtemos a equação reduzida da circunferência  de cen-


tro C (a, b) e raio R:

(x  a) 2  (y  b) 2  R 2

Exercícios resolvidos

R.1 Obter a equação reduzida da circunferência de Resolução


centro C e raio R em cada um dos seguintes casos: a) Na equação (x  a)2  (y  b)2  R2, substituí-
a) C (4, 5) e R  7 mos a, b e R por 4, 5 e 7, respectivamente, ob-
b) C (0, 2) e R   7 tendo a equação reduzida:
4 (x  4)2  (y  5)2  72, ou seja,
c) C (3, 0) e R 
5
d) C (0, 0) e R  1 (x  4)2  (y  5)2  49

Equações da circunferência Capítulo 5 77

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 77 17.04.10 17:23:30


b) Na equação (x  a)2  (y  b)2  R2, substituí- R.3 Para que valores reais de k a equação
mos a, b e R por 0, 2 e 7 , respectivamente, (x 2)2  (y  3)2  k representa uma circunferência?
obtendo a equação reduzida: Resolução
( 7)
2
( x   0 )2   (
 ( y    2)2    , ou seja, Comparando a equação (x  2)2  (y  3)2  k com
x 2  (y  2)2  7 (x  a)2  (y  b)2  R2, temos:
4
c) Fazendo a  3, b  0 e R  na equação  a    2
5 
(x  a)  (y  b)  R , obtemos a equação
2 2 2  b   3
 R 2    k
reduzida: 2 
2 4
 x   (3)    ( y   0 )2      , ou seja,
 5 Como R2  0, a equação representa uma circunfe-
16 rência de centro C(2, 3) e raio R  k se, e somente
( x   3 )    y    25
2 2
se, k  0.
 ( x    a)2   (( y    b )2    R 2
 R.4 Qual é o conjunto de pontos (x, y) do plano carte-
 a   0
d)                 ⇒ siano tal que (x  2)2  (y  3)2  0?
 b   0
 R   1 Resolução
Como (x  2)2  0 e (y  3)2  0, ∀x, y, com {x, y}  R,
⇒ ( x   0 )2   (
 ( y   0 )2  12 ,  ou seja, x 2   y 2  1 temos:
(x  2)2  (y  3)2  0 ⇔ (x  2)2  0 e (y  3)2  0
R.2 Determinar o centro e o raio da circunferência
x2ey3
que tem por equação:
Assim, a equação (x  2)2  (y  3)2  0 represen-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) (x  6)2  (y  2)2  16
ta um único ponto, que é C(2, 3).
b) (x  4)2  (y  1)2  3
16 R.5 Qual é o conjunto dos pontos (x, y) do plano car-
c) (x  2)2  y2 
25 tesiano tal que (x  2)2  (y  3)2  16?
Resolução
Resolução
a) Comparando a equação (x  6)2  (y  2)2  16
Como (x  2)2  0 e (y  3)2  0 ∀x, y, com {x, y}  R,
com (x  a)2  (y  b)2  R2, temos:
a igualdade (x  2)2  (y  3)2  16 é impossível.
 a   6 Portanto, essa equação representa o conjunto vazio.

 b    2
 R 2   16 ⇒   R    4 R.6 Um ponto O é marcado no eixo em torno do qual

se movimenta a metade de uma ponte elevadiça.
Assim, o centro da circunferência é o ponto C(6, 2)
No extremo móvel dessa parte da ponte, marca-
e o raio é R  4.
-se um ponto A de modo que o segmento de reta
b) A equação (x  4)2  (y  1)2  3 pode ser es- tOA esteja na mesma margem da ponte.
crita na forma [x  (4)]2  (y  1)2  3. Compa-
rando essa equação com (x  a)2  (y  b)2  R2,
temos:
 a   4

EDUARDO ALEJANDRO

 b   1
 R 2   3 ⇒   R    3

Portanto, o centro da circunferência é o ponto
C(4, 1) e o raio é R  3 .
16
c) Podemos escrever a equação (x  2)2  y 2 
25
16
sob a forma [x  (2)]2  [y  0]2  . Com-
25
parando essa equação com (x  a)2  (y  b)2  R2,
concluímos que: Um sistema cartesiano de origem O, cujo plano
contém Ot A, é associado a essa estrutura de modo
 a   2
 que a unidade adotada nos eixos seja o metro e as
 b   0 abscissas estejam na horizontal. Em relação a esse
 sistema, o ponto A se movimenta sobre a circunfe-
 R 2    16 ⇒   R    4
 25 5 rência de equação x 2  y 2  7.500  0 desde um
 ponto do eixo das abscissas até um ângulo máxi-
Logo, o centro e o raio dessa circunferência são, mo de 60° com essa horizontal. Calcular a altura
4 máxima que pode atingir o ponto A, em relação
respectivamente, C(2, 0) e R  .
5 ao eixo das abscissas.

78 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 78 17.04.10 17:23:56


Resolução A
Escrevendo a equação x2  y2  7.500  0 na forma reduzida, temos:
(
x2  y2  50 3 ) 2

Portanto, o raio da circunferência é 50 3 .

FAUSTINO
Assim, sendo h a altura máxima, temos: 50√3 h
h 3 h
sen 60 °     ⇒     
50 3 2 50 3
   h   75 60°
Logo, a altura máxima que o ponto A pode atingir é 75 m. O

Reconhecimento de uma circunferência


Generalizando as conclusões dos exercícios resolvidos R.3, R.4 e R.5, percebemos que a equa-
ção (x  a)2  (y  b)2  k, nas variáveis x e y, com {a, b, k}  ®, representa:
• uma circunferência se, e somente se, k  0;
• um ponto se, e somente se, k  0;
• o conjunto vazio se, e somente se, k  0.
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Exercícios propostos

1 Determine a equação reduzida da circunferência 6 Escreva a equa- y (x  3)2  ((yy  2)2  25


de centro C e raio R nos seguintes casos: ção reduzida da
P
circunferência 5
a) C (4, 6) e R  10 (x  4)2  ((yy  6)2  100
representada no
b) C (7, 0) e R  3 (x  7)2  y 2  3 C
gráfico ao lado. 2
2 2 4
c) C (0, 1) e R  x  ((yy  1)2 
3 9
3 7 x
d) C (0, 0) e R  4 x 2  y 2  16

2 Obtenha o centro C e o raio R da circunferência de

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
equação: 7 Determine os pontos de intersecção da circunferência
a) (x  6)2  (y  2)2  49 C(6, 2) e R  7 () (x  3)2  (y  7)2  64 com o eixo das ordenadas.
b) (x  4)2  y2  5 C (4, 0) e  RR    5
16
(0, 7 7   ) (
55  e   0, 7
7    55 )
4
c) (x  1)2  (y  2)2  C (1, 2) e  R
R    8 A circunferência re- y
4
25 5
presentada ao lado x
3 Em qual das alternativas a seguir os dois pontos tangencia os eixos
pertencem à circunferência de equação coordenados. De-
�4
(x  1)2  (y  5)2  25? alternativa d termine a equação
a) (5, 8) e (1, 3) reduzida dessa cir-
b) (2, 1) e (3, 4) cunferência.
(x  4)2  ((yy  4)2  16
c) (6, 5) e (1, 1)
d) (4, 9) e (1, 0) 9 (UFPB) Escreva as equações das circunferências de
e) (0, 0) e (3, 2) raio R  5 que passam pelo ponto (2, 1) e têm
centro sobre o eixo Ox. x2  y 2  5 e (x
(x  4)2  y 2  5
4 A circunferência de equação (x  5)2  (y  6)2  20
passa pelo ponto P (1, k). Determine os possíveis 10 Considere a equação (x  5)2  (y  1)2  k  4,
valores de k. k  8 ou k  4 nas variáveis x e y. Determine o(s) valor(es) real(ais)
de k de modo que essa equação represente:
5 Determine o número real k para que a circunferên- a) uma circunferência. k  4
cia de equação (x  6)2  (y  8)2  k passe pela b) um ponto. k  4
origem do sistema cartesiano de eixos. k  100 c) o conjunto vazio. k  4

Resolva a questão 1 do Roteiro de trabalho.

Equações da circunferência Capítulo 5 79

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 79 17.04.10 17:24:13


2 Equação geral (ou normal) de uma
circunferência
A equação reduzida de uma circunferência de centro C (a, b) e raio R é:
(x  a)2  (y  b)2  R2
Eliminando os parênteses dessa equação, obtemos x 2  2ax  a 2  y 2  2by  b 2  R 2 ou,
de forma equivalente:

x 2  y 2  2ax  2by  a 2  b 2  R 2  0

Essa é a equação geral ou equação normal da circunferência.


Exemplo
A equação reduzida da circunferência de centro C (4, 2) e raio R  6 é:
(x  4)2  (y  2)2  36
Eliminando os parênteses dessa equação, obtemos:
x2  8x  16  y 2  4y  4  36
Reordenando os termos dessa equação e deixando um dos membros igual a zero, obtemos a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equação geral (ou normal):
x 2  y 2  8x  4y  16  0
Nota:
Multiplicando ambos os membros dessa equação por uma constante k não nula, obtemos
outra equação da mesma circunferência. Por exemplo:
2x 2  2y 2  16x  8y  32  0

Determinação do centro e do raio de uma


circunferência a partir de sua equação geral
Dada a equação geral de uma circunferência , por exemplo, x 2  y 2  12x  6y  41  0,
podemos determinar o centro e raio de  de dois modos: por comparação ou por redução.

Por comparação
Comparando a equação x 2  y 2  12x  6y  41  0 com a equação geral
x 2  y 2  2ax  2by  a 2  b 2  R 2  0, temos:

 2a   12 a    6 (I)


 
 2b    6   ⇒    b   3 (II)
a 2   b 2   R 2   41 a 2   b 2   R 2   41 (III)
 

Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos:


(6) 2  32  R 2  41 ⇒ R 2  4
R2
Assim, concluímos que a circunferência  tem centro C (6, 3) e raio R  2.

Por redução
Esse método consiste na obtenção da forma reduzida a partir da equação geral. Para isso:
• agrupamos os termos em x e os termos em y, isolando em um dos membros da igualdade
o termo independente:
(x 2  12x)  (y 2  6y)  41
• adicionamos a ambos os membros dessa igualdade um mesmo termo, de modo que o
agrupamento em x se transforme num quadrado perfeito:
(x 2  12x  36)  (y 2  6y)  41  36
Note que o coeficiente de x2 é 1, por isso, o termo que deve ser somado a ambos os mem-
bros é o quadrado da metade do coeficiente de x.

80 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 80 17.04.10 17:24:17


• adicionamos a ambos os membros dessa igualdade um mesmo termo, de modo que o
agrupamento em y se transforme num quadrado perfeito:
( x 2   12x   36) +  (y 2   6y   9)   41  36  9
           ↓                       ↓                       ↓
( x   6) 2  (y   3) 2     4
Obtivemos, assim, a equação reduzida da circunferência . Logo, o centro C e o raio R de 
são: C (6, 3) e R  2.

Exercícios resolvidos

R.7 Aplicando o método da comparação, obter o cen- R.8 Aplicando o método da redução, determinar o
tro e o raio da circunferência de equação: centro e o raio da circunferência de equação:
a) x2  y2  6y  16  0 a) x2  y2  6y  16  0
b) 16x2  16y2  16x  8y  31  0 b) 16x2  16y2  16x  8y  31  0
Resolução Resolução
Devemos comparar cada uma das equações com a) Agrupamos os termos em x, os termos em y e
: x 2  y 2  2ax  2by  a 2  b 2  R 2  0. isolamos o termo independente em um dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Comparando com  a equação membros da igualdade: (x2)  (y2  6y)  16


x2  y2  6y  16  0, temos: Completando o quadrado perfeito no agrupa-
mento em y, temos:
2 a   0  ⇒   a a  0 (I )
 (x2)  (y2  6y  9)  16  9
  2 b    6   ⇒   b 
b  3 (II ) ↓
 a 2    b 2    R 2   16 (III )
 Quadrado da metade do coeficiente de y

Substituindo (I) e (II) em (III), temos: Assim, a equação reduzida da circunferência é:


x2  (y  3)2  25
02  (3)2  R 2  16 ⇒ R 2  25 ∴ R  5
Logo, o centro C e o raio R da circunferência são
Portanto, o centro C e o raio R da circunferência
C(0, 3) e R  5.
são C (0, 3) e R  5.
b) Para obter a equação reduzida, convém divi-
b) Para poder comparar com  a equação dir por 16 ambos os membros da equação, ob-
16x2  16y2  16x  8y  31  0, devemos divi- tendo:
dir por 16 ambos os membros dessa igualdade:
y 31
y 31 x 2    y 2    x         0
2 2
x    y    x         0 2 16
2 16
Agrupamos os termos em x, os termos em y e
 1
2 a   1 ⇒   a
a   (I ) isolamos o termo independente em um dos
2 membros da igualdade:

 1 1
Assim, temos: 2b     ⇒   b b   (II )
2 4  y  31
 ( x 2    x ))    y 2        16
 2 2 2 31  2
 a    b    R    16 (III )

Completando os quadrados, obtemos:
Substituímos (I) e (II) em (III):  2 1   2 y 1  31 1 1
2 2  x    xx   4      y    2    16     16    4    16
 1  1 31
  2     4     R    16 ⇒ quadrado da metade ↵ ↵ quadrado da metade
2

do coeficiente de x do coeficiente de y
1 1 31
⇒ R 2          Assim, a equação reduzida da circunferência é:
4 16 16
2 2
36 6 3  1  1 36
2
∴ R    ⇒ R        x    2      yy   4     16
16 4 2

Portanto, o centro C e o raio R dessa circunfe- Portanto, o centro C e o raio R da circunferência


 1 1 3  1 1 6 3
rência são C   ,   e R  . são C   ,   e R     .
 2 4 2  2 4 4 2

Equações da circunferência Capítulo 5 81

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 81 17.04.10 17:24:39


Exercícios propostos

11 Aplicando o método da comparação, determine o a) (–2, –3) c) (0, 3) e) (2, 3)


centro C e o raio R da circunferência de equação: b) (2, 0) d) (3, 2)
a) x 2  y 2  10x  2y  17  0 C(5, 1) e R  3
b) x 2  y 2  8x  6y  19  0 C (4, 3) e  RR    6 14 (FGV) No plano cartesiano, a circunferência que passa
c) x 2  y 2  14x  44  0 C (7, 0) e  RR    5 pelo ponto P (1, 3) e é concêntrica com a circunferência
d) x 2  y 2  3  0 C (0, 0) e  RR    3 x 2  y 2 – 6x – 8y – 1  0 tem a seguinte equação:
e) 5x 2  5y 2  10x  10y  10  0 C(1, 1) e R  2 a) x 2  y 2  6x  8y – 40  0 alternativa c
b) x  y – 3x – 4y  5  0
2 2

12 Utilizando o método da redução, obtenha o centro C c) x 2  y 2 – 6x – 8y  20  0


e o raio R da circunferência de equação: d) x 2  y 2  3x  4y – 25  0
a) x 2  y 2  6x  2y  26  0 C(3, 1) e R  6 e) x 2  y 2 – 3x  4y – 19  0
b) x 2  y 2  4x  8y  19  0 C(2, 4) e R  1
15 Obtenha a equação geral (ou normal) da circunfe-
c) x 2  y 2  10x  23  0 C (5, 0) e  RR    2
rência  que passa pelos pontos A(3, 1) e B (6, 2),
d) 9x 2  9y 2  6x  9y  1  0  1 1  1 cujo centro C pertence ao eixo das abscissas.
C  ,    e  R
R   
 3 2 2 x 2  y 2  10
10xx  20  0
13 (Ufam) A equação x  y  4x  6y  0 determi-
2 2
16 A circunferência  passa pelos pontos A(3, 4) e B (2, 5)
na, no plano cartesiano, um conjunto de pontos e tem o centro no eixo das ordenadas. Qual é a equa-
equidistantes do ponto: alternativa e ção geral de ? x2  y 2  44yy  9  0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Identificação de uma circunferência por uma
equação do 2‚ grau

Chama-se equação do 2‚ grau em duas variáveis x e y toda equação que pode ser
apresentada sob a forma:
A x 2  B y 2  C xy  Dx  Ey  F  0
com {A, B, C, D, E, F }  ®, sendo que A, B e C não são simultaneamente nulos.

Para que essa equação represente uma circunferência, é necessário e suficiente que sejam
obedecidas as condições (I), (II) e (III) a seguir:
(I) A  B  0
(II) C  0
(III) obedecidas as condições (I) e (II), a equação representada na forma (x  p)2  (y  q)2  k,
com {p, q, k}  ®, chamada forma reduzida, apresente como valor de k um número
positivo.

Exercício resolvido

R.9 Qual das alternativas abaixo apresenta a equação de uma circunferência?


a) 4x 2  3y 2  2x  8y  1  0
b) x 2  y 2  5x  9y  0
c) x 2  y 2  3xy  5x  y  0
d) x 2  y 2  2x  4y  6  0
e) 2x 2  2y 2  8x  12y  24  0
Resolução
a) Não é equação de uma circunferência, pois os coeficientes de x 2 e y 2 são diferentes, 4  3.
b) Não é equação de uma circunferência, pois os coeficientes de x 2 e y 2 são diferentes, 1  1.
c) Não é equação de uma circunferência, pois o coeficiente de xy é diferente de zero.

82 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 82 17.04.10 17:24:49


d) Essa equação obedece às condições (I) e (II), isto é, os coeficientes de x 2 e y 2 são iguais e o
coeficiente de xy é igual a zero. Vejamos se a equação obedece à condição (III):
x 2  y 2  2x  4y  6  0 ⇒
⇒ (x 2  2x  1)  (y 2  4y  4)  6  1  4
 (x  1)2  (y  2)2  1
Como o membro constante da equação reduzida é negativo, 1  0, concluímos que a
equação não representa uma circunferência.
e) Essa equação obedece às condições (I) e (II), isto é, os coeficientes de x2 e y2 são iguais e o
coeficiente de xy é igual a zero. Vejamos se a equação obedece à condição (III):
2x 2  2y 2  8x  12y  24  0 ⇒
⇒ x 2  y 2  4x  6y  12  0
 (x 2  4x  4)  (y 2  6y  9)  12  4  9
 (x  2)2  (y  3)2  1
Como o membro constante da equação reduzida é positivo, 1  0, concluímos que a equa-
ção representa uma circunferência.

Exercícios propostos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

17 Qual das equações representa uma circunferência? alternativa e


a) x2  3y2  6x  4y  9  0 c) x2  y2  4xy  2  0 e) x2  y2  8x  7  0
b) x  6x  4y  1  0
2
d) x  y  2x  4y  6  0
2 2

18 (UFMG) Para que valores reais de k a equação x2  y2  2x  4y  k  3  0, nas variá-


veis x e y, representa uma circunferência? k  2

3 Posições relativas entre um


ponto e uma circunferência
No plano cartesiano, um ponto P (x0 , y0) em relação a uma circunferência  de equação
(x  a)2  (y  b)2  R 2 tem uma dentre três posições possíveis: P pode ser interior a , pode
pertencer a , ou pode ser exterior a . Vamos estudar cada um desses casos.

• P é interior a  se, e somente se, a • P pertence a  se, e somente se, a • P é exterior a  se, e somente se, a
distância entre P e o centro C da cir- distância entre P e o centro C da cir- distância entre P e o centro C da cir-
cunferência é menor que o raio R. cunferência é igual ao raio R. cunferência é maior que o raio R.
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

P P
P R
R
R
C C
C
� �

CP   R  ⇒  ( x 0   a ) 2   (y 0   b ) 2   R
CP   R  ⇒  ( x 0   a ) 2   (y 0   b ) 2   R CP   R  ⇒  ( x 0   a ) 2   (y 0   b ) 2   R
Como os dois membros dessa desigual-
dade são números não negativos, pode- Elevando ao quadrado ambos os mem- Como os dois membros dessa desigual-
mos quadrá-los, obtendo: bros dessa igualdade, obtemos: dade são números não negativos, po-
(x0  a)2  (y0  b)2  R 2 demos quadrá-los, obtendo:
(x0  a)2  (y0  b)2  R 2
(x0  a)2  (y0  b)2  R 2
ou, de forma equivalente: ou, de forma equivalente: ou, de forma equivalente:
x  y  2ax0  2by0  a  b  R  0
2
0
2
0
2 2 2
x  y  2ax0  2by0  a  b  R  0
2
0
2
0
2 2 2
x 02  y 02  2ax0  2by0  a 2  b 2  R 2  0

Equações da circunferência Capítulo 5 83

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 83 17.04.10 17:24:58


Exercícios resolvidos

R.10 Em cada um dos casos a seguir, determinar a posi- Resolução


ção relativa entre o ponto P e a circunferência : As soluções (x, y) da inequação (x  5)2  (y  4)2  9
a) P(1, 3) e : (x  1)2  (y  2)2  16 são os pontos interiores à circunferência de centro
b) P(5, 6) e : (x  3)2  (y  6)2  4 C(5, 4) e raio 3, isto é:
c) P(3, 1) e : x2  y2  4x  2y  2  0 y
Resolução
Substituindo as variáveis x e y de cada equação pe-

FAUSTINO
las coordenadas do ponto P, temos:
C
4
a) (
1 

2
 1)  
 ( )2    16
(3    2

5
Logo, P é interior a .
1

b) (
5  2
 3) 
 (
(6   6

2
)    4 0 5 x
4
Logo, P pertence a . Desenhamos a circunferência tracejada porque ela
não faz parte do gráfico.
c) 32  
 12   4
4 
 3
3 
 2
2   1
 1  
2  0 (Observação: A representação gráfica da inequação
2 (x  5)2  (y  4)2  9 é o círculo determinado pela
Logo, P é exterior à circunferência. união da circunferência de centro C(5, 4) e raio 3,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com o seu interior. Nesse caso, a circunferência faz
R.11 Representar no plano cartesiano o conjunto dos parte do gráfico e, portanto, sua representação
pontos (x, y) tais que (x  5)2  (y  4)2  9. deve ser feita por meio de uma linha contínua.)

Exercícios propostos

19 Qual é a posição do ponto P em relação à circunfe- 20 Em cada caso, represente no plano cartesiano a re-
rência , em cada caso? gião formada por todos os pontos P(x, y) que satis-
a) P(1, 2) e : (x  2)2  (y  2)2  5 P é interior a . façam a inequação:
b) P(1, 5) e : x2  y2  8x  6  0 P é exterior a . a) (x  4)2  (y  4)2  4 Ver Suplemento com
orientações para o professor
professor..
c) P(4, 2) e : x2  y2  2x  6y  24  0 b) (x  4)2  (y  4)2  4
P pertence a . c) x  y  12x  16y  75  0
2 2

d) x2  y2  6x  2y  1  0

Resolva as questões 2 e 3 do Roteiro de trabalho.

4 Posições relativas entre uma reta


e uma circunferência

No plano cartesiano, temos três posições relativas possíveis entre uma reta s e uma circunfe-
rência :
s
s
s
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

R
R C
C C
R

s é exterior a  se, e somente se: dCs  R s é tangente a  se, e somente se: dCs  R s é secante a  se, e somente se: dCs  R

84 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 84 17.04.10 17:25:09


Exercícios resolvidos

R.12 Qual é a posição da reta s em relação à circunfe- Passamos para a forma geral a equação da reta:
rência , em cada um dos casos a seguir? s: 4x  3y  10  0
a) s: 3x  4y  4  0 e : (x  1)2  (y  2)2  1 A distância entre C e s é:
b) s: 12x  5y  5  0 e : (x  3)2  (y  1)2  4
|4   1  3(2))  10| |20| 20
4x 10 dCs             4
c) s: y       e : x2  y2  2x  4y  20  0 2
4   (
 (3) 2
25
2 5 5
3 3
Temos dCs  R, pois 4  5; logo, a reta s é secan-
Resolução
te à circunferência .
a) O centro C e o raio R de  são C(1, 2) e R  1. A
distância entre C e s é calculada pela fórmula da
R.13 Obter as equações das retas paralelas à reta
distância entre ponto e reta:
t: 4x  3y  1  0 e tangentes à circunferência 
|3   1   4    2    4| |15| 15 de equação (x  2)2  (y  1)2  4.
dCs          3
2
3    4 2
25 5 Resolução
Temos dCs  R, pois 3  1; logo, a reta s é exte- O centro C e o raio R de  são C(2, 1) e R  2.
rior à circunferência. No plano cartesiano, as equações de todas as retas
paralelas a t podem ser colocadas sob a forma:
b) O centro C e o raio R de  são C(3, 1) e R  2. A
s: 4x  3y  k  0, com k  R.
distância entre C e s é:
Note que para qualquer valor real de k a reta s tem
dCs   
|12   3   5  1  5|
  
|26|
  
26
   2 o mesmo coeficiente angular de t; portanto, s / t . A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2
12   ((5) 2
169 13 reta s é tangente a  se, e somente se, dCs  R:
Assim, dCs  R, pois 2  2; logo, a reta s é tan- |4   (
 (2)  3   1   k| |k   5|
gente a .    2  ⇒      2
2
4   3 2
25
2 5
c) Para obter o centro C e o raio R de , vamos apli- ∴ |k   5|  1
100  ⇒   k   5  10 ou k  5 
  1 0
car o método da redução:
∴ k  15 ou k  5
(x2  2x)  (y2  4y)  20 ⇒
⇒ (x2  2x  1)  (y2  4y  4)  20  1  4 Assim, obtivemos duas retas, s e s’, paralelas a t e
∴ (x  1)2  (y  2)2  25 tangentes a . São elas:
Logo: C(1, 2) e R  5 s: 4x  3y  15  0 e s’: 4x  3y  5  0

23.a) Substituindo as variáveis x e y por 7 e 9, respectivamente,


Exercícios propostos temos: (7  3)2  (9  6)2  25 e, portanto, P  .

21 Dê a posição da reta s em relação à circunferência , em cada um dos casos a seguir:


a) s: 3x  4y  15  0 e : (x  1)2  (y  2)2  4 s é tangente a .
b) s: 2x  y  1  0 e : (x  1)2  (y  4)2  9 s é secante a . y
c) s: 4x  3y  8  0 e : x2  y2  2x  4y  4  0 s é exterior a . s
FAUSTINO

4
22 Considere a reta s e o ponto C representados ao lado.
a) Determine uma equação geral da reta s. 2x  y  4  0.
b) Determine a equação reduzida da circunferência de 1 C
centro C e tangente a s. (x  1)2  ((yy  1)2  5
�2 1 x

23 Considere o ponto P(7, 9) e a circunferência da equação : (x  3)2  (y  6)2  25.


a) Mostre que P pertence a .
b) Obtenha o centro C da circunferência. C(3, 6)
c) Lembrando que a reta t , tangente à circunferência  no ponto P, é perpendicular ao raio
tCP, obtenha uma equação da reta t. 4x  33yy  55  0

24 Obtenha as equações das retas paralelas à reta t: 3x  4y  1  0 e tangentes à circunferência


: (x  1)2  (y  1)2  9. As retas tangentes têm equações:
3x  4
4yy  14  0 e 3x
3x  4
4yy  16  0

Equações da circunferência Capítulo 5 85

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 85 17.04.10 17:25:24


Intersecção entre uma reta e uma circunferência
O conjunto intersecção de uma reta s com uma circunferência , contidas em um mesmo
plano, pode ser vazio, unitário ou binário, conforme a reta seja exterior, tangente ou secante à
circunferência, respectivamente.
• s exterior a  • s tangente a  • s secante a 
s
s
T
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

B
A s

� � �

s s    {T } s    {A, B}

Em qualquer um dos três casos, sendo conhecidas as equações de (s) ax  by  c  0 e de


() (x  x0)2  (y  y0)2  R 2, tem-se que s   é o conjunto solução do sistema:

ax   by   c   0


 2 2 2
( x    x 0 )   (y   y 0 )   R
Esse sistema:
• é impossível se, e somente se, s é exterior a .

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• tem uma única solução se, e somente se, s é tangente a .
• tem exatamente duas soluções se, e somente se, s é secante a .

A partir desse sistema, podemos reconhecer a posição relativa entre a reta s e a circunferência
. Para isso, isola-se uma das variáveis na equação de s e substitui-se o valor obtido na equação
de , gerando, assim, uma equação do 2‚ grau em uma variável; se essa equação tiver:
• discriminante negativo (  0), então a reta s é exterior a .
• discriminante nulo (  0), então a reta s é tangente a .
• discriminante positivo (  0), então a reta s é secante a .

Exercício resolvido

R.14 Obter a intersecção da reta s de equação • Para x  3 temos, da equação (I):


x  y  3  0 com a circunferência  de equação y330
(x  3)2  (y  2)2  4. • Para x  1 temos, da equação (I):
Resolução y312
O conjunto s   é o conjunto solução do sistema: Concluímos, então, que:
s   {(3, 0), (1, 2)}
 x    yy  3   0
 2 2
que é equivalente a Representando graficamente, temos:
 ( x   3)   ( y    2)    4
 y   3    x (I) y
 2 2
 ( x   3)   ( y   2)    4 (II)
s
Substituindo (I) em (II), obtemos:
(x  3)2  (3  x  2)2  4 ⇒
FAUSTINO

⇒ (x  3)2  (1  x)2  4
 x2  6x  9  1  2x  x 2  4 ⇒ �
C
⇒ 2x2  8x  6 0 2
 x2  4x  3  0
  (4)2  4  1  3  4
1 3 x
)  ±   4
(4 )  4  ±  2
x      
2   1 2
∴  x   3  ou xx   1

86 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 86 17.04.10 17:25:36


Exercícios propostos

25 Considerando a reta (s) x  y  6  0 e a circunfe- 27 Obtenha a intersecção da circunferência


rência () (x  1)2  y2  25: s    {(2, 4), (3, 3)} : (x  3)2  (y  2)2  20 com o eixo das abscissas.
a) determine as coordenadas dos pontos de (Sugestão: A equação do eixo das abscissas é y  0.)
intersecção da reta s com a circunferência . Ox    {(7, 0); (
(1, 0)}
b) calcule o comprimento da corda que a circunfe- 28 Represente no plano cartesiano a circunferência
rência  determina na reta s. 2 () x2  y2  4 e, considerando a reta horizontal
(r) y  k, determine os valores reais de k de modo que:
26 Determine a intersecção da reta s com a circunfe- a) r seja exterior a ; c) r seja secante a .
k  2 ou k  2 2  k  2
rência  em cada um dos casos: b) r seja tangente a ;
a) s: x  y  1  0 e k  2 ou k  2
: x2  y2  2x  4y  3  0 s    {(0, 1)} 29 (Efoa-MG) Obtenha os valores reais de m para que
b) s: x  3y  4  0 e a reta de equação y  mx, com m  R, seja secante
: x2  y2  8x  6y  22  0 s à circunferência x2  y2  10x  16  0.  3   m    3
4 4

Resolva as questões 4 e 5 do Roteiro de trabalho.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Roteiro de trabalho
Ver respostas do Roteiro de trabalho no Suplemento com orientações para o professor
professor.
1 Em duplas, escrevam com suas próprias palavras a 4 Junte-se a um colega e respondam: quais as possíveis
definição de circunferência de centro C e raio R. posições relativas entre uma reta e uma circunferência
de um mesmo plano? Façam um desenho ilustrando
2 Junte-se a um colega e respondam: quais as possíveis cada uma das situações.
posições relativas entre um ponto e uma circunferência
de um mesmo plano? Façam um desenho ilustrando 5 Em grupos, resolvam: sendo C o centro de uma circun-
cada uma das situações. ferência, e r a reta tangente à circunferência em um
ponto P, qual é a medida do ângulo formado pelas retas
3 Em duplas, respondam: r e $CP %? Façam um desenho ilustrando essa situação.
O centro de uma circunferência pertence a ela? Por quê?

Exercícios complementares

1 Uma circunferência de raio 5 passa pelo ponto A(0, 4) 3 Uma circunferência  passa pelos pontos A(2, 3) e
e tem o centro C no eixo das abscissas. Obtenha a B(3, 2) e tem como centro um ponto da reta r : y  2x  1.
equação reduzida dessa circunferência. Obtenha a equação reduzida de .
Há duas circunferências possíveis: : (x  3)2  y 2  25 e ': (x  3)2  y 2  25. [Sugestão: Um ponto genérico da reta r é obtido, atri-
2 Considere um sistema cartesiano ortogonal cuja ori- buindo-se um valor genérico para x; por exemplo, fa-
gem O(0, 0) é o centro da Terra e a unidade adotada zendo x  a, obtém-se y  2a  1.
nos eixos Ox e Oy é o km. No plano determinado por Logo, o centro da circunferência é um ponto da forma
esses eixos, um satélite gira em órbita circular com (a, 2a  1).] (x  1)2  (y  1)2  5
centro O(0, 0) e velocidade constante de 12.560 km/h,
completando uma volta a cada 5 horas. Admitindo que 4 Na construção de uma estrada, a detonação de uma
π  3,14, concluímos que a equação da órbita desse dinamite ocorreu em um ponto O de uma região onde
satélite é: alternativa a a velocidade do som é 1.200 km/h.
a) x2  y2  108 Considerando no plano dessa região um sistema carte-
b) x2  y2  28 siano de origem O, em que a unidade adotada nos eixos
c) (x  1)2  (y  1)2  810 Ox e Oy é o quilômetro, calcule o tempo, em segundo,
d) (x  1)2  (y  1)2  810 a partir do instante da detonação, para que o som da
e) x2  y2  210 explosão atinja os pontos (x, y), com x2  y2  100  0.
30 s

Equações da circunferência Capítulo 5 87

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 87 4/21/10 7:30:29 AM


Exercícios complementares

5 (Uepa) Com o projeto Sivam será implantado um radar 6 (UFPB) Cumprindo uma promessa de campanha, a
com capacidade de captar sinais num raio de 250 km. prefeita Maria decidiu construir na praça da cidade
Um técnico situou a ação desse radar no sistema de (figura abaixo) um banheiro público. O esgoto desse
coordenadas cartesianas, conforme a figura abaixo. banheiro deve partir do centro C da circunferência
y x 2  16x  y 2  14y  109  0 e ser ligado a um ponto
P no cano representado pela reta que passa pelos pontos
A  (2, 6) e B  (–4, –6). Determine o ponto P, de modo
que a distância entre C e o cano AB seja mínima.
P(2, 2)
y
FAUSTINO

FAUSTINO
0 O x
x

A equação dessa circunferência tangente aos eixos


coordenados é: alternativa c

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) (x  500)2  (y  500)2  5002
b) (x  250)2  (y  250)2  5002
c) (x  250)2  (y  250)2  2502 7 Um sistema de coordenadas cartesianas, em que as abs-
d) (x  500)2  (y  500)2  2502 cissas x e as ordenadas y são expressas em quilômetro,
e) x 2  y 2  2502 foi associado a um mapa mostrando que o epicentro de
um terremoto ocorreu no ponto E(3, 0). Sabendo que
J. L. BULCÃO/PULSAR IMAGENS

os efeitos desse terremoto foram sentidos, no máximo,


até um raio de 5 km do epicentro, dê uma relação
entre x e y cujo gráfico seja toda a região atingida pelo
terremoto. (x  3)2  y 2  25

6
5
4
3
2
1 Epicentro
E

FAUSTINO
�6�5�4�3�2�1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 x
�1
�2
�3
�4
�5
�6
Radar do sistema de vigilância da Amazônia. (2002)

88 Capítulo 5 Equações da circunferência

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 88 5/5/10 1:55:21 PM


Matemática sem fronteiras

Custo de produção
Inúmeros problemas sobre custo de produção podem ser mode-
lados por inequações em duas variáveis. No capítulo 4 estudamos
alguns desses problemas, quando todas as inequações envolvidas

RENATO STOCKLER/FOLHA IMAGEM


eram do 1‚ grau. Veremos, a seguir, um exemplo desse tipo de pro-
blema envolvendo uma inequação do 2‚ grau.
Uma indústria produz dois tipos, A e B, de perfume. Para a pro-
dução de x litros do tipo A, com x  600, o custo de produção por
x
litro, em real, é 100   ; e para y litros produzidos do tipo B, com
10
y
y  350, o custo de produção por litro, em real, é 50   .
10
Nessas condições, podemos determinar as produções de A e B
de modo que o custo de toda a produção não ultrapasse um valor
previamente estipulado. Para isso, observamos que os custos de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

produção de x litros do tipo A e de y litros do tipo B são, respectiva-


Frascos de colônia em
mente:
processo final de produção
 x   y   x   y  em indústria brasileira.
x  100   e y  50   . Assim, o custo total de produção é x  100     y  50   .
 10   10   10   10  (2005)

Por exemplo, se for estabelecido que o custo total de produção não pode ultrapassar
R$ 30.250,00, os valores x e y devem satisfazer o sistema de inequações:


 x  100   x    y  50   y    30 . 250 ( x   500) 2   (
  (y   250) 2   10 . 000
  10   10  
 ou seja 0   x   600
0   x   600 0  y   350
 
0  y   350

Podemos ainda representar no plano cartesiano a região correspondente às produções (x, y)
de modo que o custo total não ultrapasse R$ 30.250,00:
y
350
c
FAUSTINO

250

500 600 x

Atividades

1 Qual é o custo total de produção de 380 litros do perfume A e 240 litros de B? R$ 17.320,00

2 Represente no plano cartesiano os pontos (x, y) de todas as possibilidades de modo que a


quantidade y seja o dobro da quantidade x. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

3 Observando os pontos representados na atividade 2, qual é o maior custo total possível de


produção, se a quantidade y for o dobro da quantidade x? R$ 19.687,50

Equações da circunferência Capítulo 5 89

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C05(076a089).indd 89 17.04.10 17:26:09


CAPÍTULO As cônicas: elipse, hipérbole

6 e parábola

ALEX UCHÔA/IMAGEM BRASIL

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Além da teoria

Inspirado na construção mostrada na foto, um engenheiro projetou


uma ponte com as seguintes características: ela terá 160 m de compri-
mento e um dos cabos de sustentação será um arco de parábola preso a
pilares verticais de 20 m de altura. O vértice V da parábola será o ponto
médio do segmento de reta que ligará as bases A e B dos pilares, confor-
me mostra a figura.
fAustino

20 m 20 m
A V B

160 m

Entre os pilares haverá seis cabos, que sustentarão o piso da ponte de


modo que a extremidade inferior de cada um dos cabos e o vértice V
da parábola dividirão o segmento tABu em oito segmentos congruentes
entre si. Qual será o comprimento de cada um dos cabos menores? Ponte Hercílio Luz,
1,25 m Florianópolis, SC. (2008)

Neste capítulo, você estudará as cônicas: elipse, hipérbole e


parábola e resolverá exercícios como esse.

90 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 90 17.04.10 18:03:52


1 O que é uma figura cônica

Como o nome sugere, uma figura cônica é obtida a partir de um cone. Para definir esse tipo
de figura, consideramos duas retas r e e concorrentes em V. A figura  obtida pela rotação de
360° de r em torno de e é chamada de superfície cônica circular reta de duas folhas, com
vértice V, eixo de rotação e e geratrizes ilimitadas.

e r e r

geratriz
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

iLustRAções: fAustino
V V

A intersecção de um plano α qualquer com a superfície  é chamada de figura cônica. Essa


figura pode ser um ponto, uma reta, um par de retas, uma circunferência, uma elipse, uma hipér-
bole ou uma parábola. Neste capítulo, estudaremos essas três últimas figuras, definidas a seguir.

r
e

� α
� �

� (hipérbole)

V V V

� (parábola)
� (elipse)

α α

Elipse: α não passa pelo vértice Hipérbole: α não passa pelo Parábola: α é paralelo
V e intercepta todas as geratrizes vértice V e intercepta as duas a uma geratriz de .
de  obliquamente ao eixo de folhas de .
rotação e.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 91

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 91 17.04.10 18:04:03


Visualizando as cônicas
Ao iluminar uma parede plana com o facho cônico de luz proveniente de uma lanterna, ob-
servamos algumas figuras determinadas pelas intersecções da superfície do cone com o plano.
Essas intersecções são chamadas de figuras cônicas. Por exemplo:
• Se o eixo do cone de luz for oblíquo ao plano da parede, de modo que todas as geratrizes
do cone sejam interceptadas pelo plano, então a intersecção desse plano com a superfície
do cone é uma elipse.

Elipse

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Se uma das geratrizes do cone de luz for paralela ao plano da parede, então a intersecção
desse plano com a superfície do cone é uma parábola.
ilustrações: paulo manzi

Parábola


• Se o eixo do cone de luz for paralelo ao plano da parede, então a intersecção desse plano
com a superfície do cone é um dos ramos de uma hipérbole (a hipérbole é formada por
dois ramos como esse).

Há outras posições
possíveis da lanterna
para se determinar Ramo de uma
hipérbole
um ramo de hipér-
bole; esse é apenas
um exemplo.


O mais completo tratado sobre as cônicas foi escrito pelo matemático e astrônomo grego
Apolônio de Perga, por volta de 225 a.C., embora elas já tivessem sido estudadas antes dele.

92 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 92 17.04.10 18:04:08


A obra As cônicas, de Apolônio, foi duramente criticada por alguns sábios de sua
época, que encaravam esse estudo como puro deleite do autor, sem nenhum interesse Os termos elipse, parábola e hi-
pérbole foram usados por Apolô-
no mundo real. O tempo se incumbiu de mostrar que esses sábios estavam enganados:
nio por significarem, respectiva-
por volta de 1605, o astrônomo alemão Johannes Kepler descobriu que os planetas mente, falta, igualdade e excesso.
descrevem órbitas elípticas em torno do Sol; em 1632 Galileu Galilei descreveu como Essas classificações referem-se a
parabólica a trajetória de projéteis; em 1662, Robert Boyle descobriu que, sob tem- um número, chamado excentri-
peratura constante, a função que expressa a relação entre o volume de uma massa fixa cidade da cônica, que é menor
de gás e a pressão exercida sobre ela é hiperbólica. Constatamos, ainda, a presença que 1 na elipse (falta), igual a 1 na
das cônicas em muitas outras situações do mundo real, como na construção de ante- parábola (igualdade) e maior que
1 na hipérbole (excesso).
nas, espelhos e lentes parabólicos ou hiperbólicos; na construção de pontes pênseis;
nas trajetórias elípticas, parabólicas ou hiperbólicas de astros celestes; em Economia,
no estudo da curva parabólica de possibilidades de produção etc.
ricardo azoury/tyba

paulo friedman/samba photo


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Antenas parabólicas de transmissão da Embratel, Itaboraí, RJ. Os pilares da Catedral de Brasília, DF, têm forma de um
(2008) hiperboloide. (2006)

2 Elipse

Observe na foto abaixo o projeto de modernização do Complexo Mineirão/Mineirinho, em


Belo Horizonte, MG, para a copa do mundo de 2014. O estádio manterá a estrutura elíptica
atual e receberá uma cobertura de vidro.
cortesia seej

Montagem fotográfica do projeto de modernização do Complexo Mineirão/Mineirinho. (2009)

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 93

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 93 17.04.10 18:04:18


Definimos elipse como a intersecção de um plano com a superfície de um cone, porém, para
um estudo analítico dessa cônica, convém defini-la a partir da propriedade comum a todos os
seus pontos, enunciada a seguir.

Fixados dois pontos, F1 e F2 , de um plano α, tal que F1F2 5 2c, com c . 0, chama-se elipse
Se achar conveniente, mostrar o conjunto dos pontos P do plano α cuja soma das distâncias PF1 e PF2 é uma constante 2a,
aos alunos a demonstração com 2a . 2c.
dessa propriedade. Ver
Suplemento com orientações PF1 1 PF2 5 2a
para o professor.

PF1 1 PF2 5 2a
F1 2c F2 (2a . 2c . 0)

• Os pontos F1 e F2 são os focos da elipse. A medida 2c é a distância focal (distância entre os


focos), sendo c a semidistância focal.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Qualquer segmento de reta cujos extremos são pontos da elipse é chamado de corda da
elipse. A corda tA1A2 que passa pelos focos F1 e F2 é chamada de eixo maior da elipse e
ilustrações: faustino

sua medida é 2a (veja o item a do exercício resolvido R.1).

A1 A2 A1A2 5 2a
F1 F2

• O ponto médio C do eixo maior tA1A2 , que também é ponto médio do segmento tF1F2 , é
chamado de centro da elipse, sendo tA1C e tA2C os semieixos maiores (veja o item b do
exercício resolvido R.1).

• A corda tB1B2 , que passa por C e é perpendicular ao eixo maior, é o eixo menor da elipse,
sendo os segmentos tB1C e tB2C os semieixos menores. Esses semieixos têm medidas
iguais, que serão indicadas por b, isto é, B1C 5 B2C 5 b. Tem-se também:
B1F1 5 B1F2 5 B2F1 5 B2F2 5 a (veja o item c do exercício resolvido R.1)

B1

b a

A1 A2 B1F1 5 B1F2 5 a
F1 C c F2

B2

Pelo teorema de Pitágoras temos: a2 5 b2 1 c2


• Os pontos A1, A2, B1 e B2 são os vértices da elipse.
c
• O número e  5   é chamado de excentricidade da elipse. Observando que esse número
a
é o cosseno do ângulo agudo B1FB 2C, temos que 0 , e , 1.

94 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 94 17.04.10 18:04:23


Construção de uma elipse
Usando pregos e barbante

Luiz antônio/cid
Fixe dois pregos em dois pontos distintos de uma tábua e amar-
re neles as extremidades de um barbante de comprimento maior
que a distância entre os pregos. A seguir, desenhe uma linha na tá-
bua com um lápis apoiado no barbante, mantendo-o o mais estica-
do possível, conforme mostra a figura.

A linha assim desenhada é uma elipse, pois a soma das distân-


cias de cada um de seus pontos aos dois pregos é igual ao compri-
mento do barbante.

Usando dobraduras
As dobraduras proporcionam interessantes construções geométricas. Uma delas é o traçado
de uma elipse. Para isso, adotamos os seguintes procedimentos.
• Desenhamos em uma folha de papel translúcido (papel-manteiga, por exemplo, é uma
boa escolha) um ponto interior a uma circunferência, distinto do centro.

Paulo manzi/cid
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


• Dobramos a folha em torno de uma corda da circunferência de modo que o arco dobrado
passe pelo ponto.
Paulo manzi/cid


• Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em torno de outra corda, de modo que o arco do-
brado passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento várias vezes. As retas que contêm essas
cordas são tangentes a uma elipse. Quanto mais dobras fizermos, mais visível ficará a elipse.
Paulo manzi/cid

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 95

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 95 17.04.10 18:04:36


Exercícios resolvidos

R.1 Considerando a elipse : temos:


B1 P • tF1C  tF2C, pois C é ponto médio de tF1F2 ;

B 1  B1CF
• B1CF B 2 , pois ambos são retos;
• tB1C é lado comum aos dois triângulos.
fAustino

A1 A2
F1 C F2 Assim, pelo caso L.A.L. de congruência de triân-
gulos, temos que: B1F1C ≅ B1F2C, portanto:
B1F1 5 B1F2 (I)
B2
Temos ainda:
tal que: B1   ⇒ B1F1 1 B1F2 5 2a (II)
• PF1  PF2 5 2a
• F1F2 5 2c, com 2a . 2c Substituindo (I) em (II), obtemos:
demonstrar que: B1F1 1 B1F1 5 2a ⇒ 2B1F1 5 2a
a) a medida do eixo maior tA1A2 é 2a. e, portanto: B1F1 5 a
b) o ponto médio C de tA1A2 também é ponto mé- Logo, B1F1 5 B1F2 5 a.
dio de tF1F2 (C é o centro da elipse). Analogamente, prova-se que B2F1 5 B2F2 5 a.
c) cada um dos segmentos tB1F1 e tB1F2 mede me- d) O quadrilátero B1F1B2F2 é um losango, pois pro-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tade do eixo maior, isto é, B1F1 5 B1F2 5 a. vamos em c que B1F1 5 B1F2 5 B2F1 5 B2F2.
d) C é o ponto médio do eixo menor tB1B2 . Como as diagonais de um losango se cruzam
perpendicularmente no ponto médio de cada
Resolução
uma, concluímos que C é ponto médio de tB1B2 .
a) A1   ⇒ A1F1 1 A1F2 5 2a; logo,
B1
A1 F1  1  A1 F1  1  F1 F2  5  2 a (I) �
 
A1F2

A2   ⇒ A2F1 1 A2F2 5 2a; logo,


A1 A2
F1 C F2
A F2  1  F2 F1  1  A2 F2  5  2 a (II)
2
 
 
A2 F1

Subtraímos (I) e (II) membro a membro: B2

2A1F1 2 2A2F2 5 0 ⇒ A1F1 5 A2F2 (III)

iLustRAções: fAustino
R.2 As figuras abaixo mostram os pontos F1 e F2 e um
Substituímos (III) em (II), concluindo: segmento tP Q, cuja medida é maior que a medida
A F2  1  F2 F1  1  F1 A1  5  2 a  ⇒   A1 A2 5 2a do segmento tF1F2. Com o auxílio de régua e com-
2  passo (a régua deve ser usada apenas para o tra-
A1 A2
çado de linhas retas e não para efetuar medições),
b) A1C 5 A2C ⇒ A1F1 1 F1C 5 A2F2 1 F2C (I) marcar oito pontos quaisquer da elipse de focos
F1 e F2, cujo eixo maior tenha a medida do segmen-
Provamos em a que A1F1 5 A2F2 (II)
t Q.
to P
Substituindo (II) em (I), obtemos:
A1F1 1 F1C 5 A1F1 1 F2C ⇒ F1C 5 F2C F1 F2 P Q

Logo, C é ponto médio de tF1F2.


Resolução
c) Observando os triângulos B1F1C e B1F2C:
• Traçamos a reta r que passa por F1 e F2.
• Traçamos a mediatriz s de Ft 1F2, com s  Ft 1F2 5 {M}.
B1

• Traçamos o arco de centro F1 (ou F2) e raio
PQ
fAustino

, determinando em s os extremos B1 e B2 do
A1 A2 2
F1 C F2 eixo menor.
PQ
• Traçamos o arco de centro M e raio , determi-
2
B2 nando em r os extremos A1 e A2 do eixo maior.

96 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 96 17.04.10 18:04:50


• Tomamos um ponto T, arbitrário, em P t Q, com T  P e T  Q, e traçamos os arcos: de centro F1
e raio PT ; de centro F2 e raio PT ; de centro F1 e raio TQ ; e o de centro F2 e raio TQ. As intersecções
desses arcos são pontos E1, E2, E3, e E4 da elipse.
s
B1
E1 E2
PQ

iLustRAções: fAustino
2
r
A1 F1 M F2 A2 P T Q

E4 E3
s
B2 B1
E1 E2

Obtendo mais pontos dessa maneira, podemos construir a elipse: r


A1 F1 M F2 A2

E4 E3

B2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios propostos

1 (Cesgranrio-RJ) Para delimitar um gramado, um B1


jardineiro traçou uma elipse tangenciando, nos
respectivos pontos médios, os quatro lados de um

iLustRAções: fAustino
Planeta
terreno retangular de 4 m por 3,2 m. Para isso,
usou um fio esticado preso por suas extremidades F1
M e N, como mostra a figura. Qual a distância en- A1 A2
Sol O F2
tre os pontos M e N? 2,4 m

B2
M
N

Sabendo que a maior e a menor distância da Terra


ao Sol são 1,53  108 km e 1,47  108 km, aproxima-
2 A primeira lei de Kepler estabelece que qualquer pla- damente, calcule a medida do eixo maior e a distân-
neta do sistema solar descreve uma órbita elíptica em cia focal da órbita elíptica da Terra em torno do
torno do Sol, estando este em um dos focos da elipse. Sol. A1A2 5 3  108 km; F1F2 5 6  106 km

Resolva a questão 1 do Roteiro de trabalho.

Equação reduzida da elipse y

P (x, y)
Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma elipse, podemos
representá-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em
que os eixos da elipse são, respectivamente, paralelos aos eixos coordenados do
fAustino

A1 A2
sistema cartesiano. Por exemplo, consideremos a elipse de focos F1(21, 0) e F2(1, 0),
F1 (�1, 0) F2 (1, 0) 2 x
cujo eixo maior mede 4 unidades: �2

Obtém-se uma equação dessa elipse considerando um ponto genérico P (x, y) e


impondo que PF1 1 PF2 5 4, ou seja:

( x  2 (2 1)) 2  1 ( y  2 0) 2 1  ( x  2 1) 2  1 ( y  2 0) 2 5 4 ⇒ ( x  1 1) 2  1  y 2  1  ( x  2 1) 2  1  y 2 5 4

∴  ( x  1 1) 2  1  y 2  5 4 2  ( x  2 1) 2  1  y 2

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 97

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 97 17.04.10 18:04:59


Quadrando ambos os membros, obtemos:

( ) 5 (4 2  )
2 2
( x  1 1) 2  1 y 2 ( x  2 1) 2  1 y 2 ⇒
2
⇒ ( x  1 1) 2  1 y  5 16 2 8 ( x  2 1) 2  1 y 2 1 ( x  2 1) 2  1 y 2

∴  x 2  1 2x  1  1 5 16 2 8 ( x  2 1) 2  1 y 2  1  x 2  2 2x  1 1 ⇒

⇒ 8 ( x  2 1) 2  1 y 2  5 16 2 4x

∴   2 ( x  2 1) 2  1 y 2  5 4 2  x

Quadrando ambos os membros, obtemos:

(2 ( x  2 1) 2  1 y 2 ) 2 5 ( 4 2  x ) 2  ⇒  4[( x  2 1) 2  1 y 2 ] 5 ( 4 2  x ) 2 ⇒

⇒ 4( x 2  2 2x  1 1 1 y 2 ) 5 16 2 8x  1  x 2

∴ 4x 2  2  8x  1 4 1 4y 2  2 16 1 8x  2  x 2  5 0 ⇒  3x 2  1 4y 2  2 12 5 0

x2 y2
∴   1   5 1
4 3

Essa última equação é chamada de equação reduzida da elipse.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados nesse exemplo para uma elipse qualquer de
centro C(x0, y0), com eixo maior de medida 2a e eixo menor de medida 2b, conclui-se que, se essa
elipse tem:
• o eixo maior paralelo ao eixo das abscissas, então sua equação pode ser apresentada sob a
forma:
y

b
A1
2 2
y0 A2
( x  2  x 0 ) (y  2 y 0 ) C
 1   5 1 a
a2 b2
iLustRAções: fAustino

O x0 x

• o eixo maior paralelo ao eixo das ordenadas, então sua equação pode ser apresentada sob a
forma:
y
A1

y0
( x  2  x 0 ) 2 (y  2 y 0 ) 2 C
2
 1  2
 5 1 b
b a

A2
O x0 x

Essas duas equações são denominadas equações reduzidas das elipses.

98 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 98 17.04.10 18:05:06


Exercícios resolvidos

R.3 Obter a equação reduzida da elipse de centro C Resolução


nos seguintes casos: a) C (3, 0)
a) y a 2 5 25 ⇒ a 5 5
b2 5 4 ⇒ b 5 2
6 Como o maior denominador é o da fração que
contém a variável x, concluímos que o eixo
maior é paralelo ao eixo Ox.
y
C
2
2

C
3 8 x
�2 3 8 x
iLustRAções: fAustino

�2

b) b) C (24, 5)
y
a2 5 9 ⇒ a 5 3
b2 5 1 ⇒ b 5 1

iLustRAções: fAustino
1 4
Como o maior denominador é o da fração que
x
contém a variável y, concluímos que o eixo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

maior é paralelo ao eixo Oy.


y
C
�4 8

C
5
�8

2
Resolução
a) Pelo gráfico, temos:
• o centro da elipse é o ponto C (3, 2); �5 �4 �3 x
• a medida do semieixo maior (metade do eixo
maior) é a 5 8 2 3 5 5; R.5 Uma elipse  tem como equação
• a medida do semieixo menor (metade do eixo 9x 2  4y 2 2 18x  16y 2 11 5 0.
menor) é b 5 6 2 2 5 4; Representar essa equação na forma reduzida.
• o eixo maior é paralelo ao eixo das abscissas. Resolução
Logo, a equação reduzida da elipse é: A forma reduzida pode ser obtida por meio dos se-
guintes procedimentos:
( x  2 3)2 ( y  2  2)2 • Agrupamos os termos em x e os termos em y e
 1   5 1
25 16 isolamos o termo independente em um dos
b) Pelo gráfico, temos: membros da equação:
• o centro da elipse é o ponto C (1, 24); (9x 2 2 18x) 1 (4y 2 1 16y) 5 11
• a medida do semieixo maior é a 5 0 2 (24) 5 4; • Fatoramos cada agrupamento, pondo em evi-
• a medida do semieixo menor é b 5 4 2 1 5 3; dência os coeficientes de x 2 e y 2:
• o eixo maior é paralelo ao eixo das ordenadas. 9(x 2 2 2x) 1 4 (y 2 1 4y) 5 11
Logo, a equação reduzida da elipse é: • Completamos os quadrados perfeitos nas ex-
2 2 pressões entre parênteses, adicionando um mes-
( x  2 1) ( y  1
 1 
1  4 )
 1   5 1 mo número a ambos os membros da igualdade:
9 16
9(x2 2 2x 1 1) 1 4 (y 2 1 4y 1 4) 5 11 1 9 1 16
R.4 Esboçar o gráfico da elipse  nos seguintes casos: ou seja, 9(x 2 1)2 1 4 (y 1 2)2 5 36
( x  2 3)2 y2 • Dividimos por 36 ambos os membros dessa
a) ()     5 1
25 4 equação, obtendo a forma reduzida:
( y  2 5)2 ( x  2 1)2 1  2)2
( y  1
 1 
b) () ( x    4 )2     5 1  1   5 1
9 4 9

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 99

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 99 17.04.10 18:05:19


Exercícios propostos

3 Obtenha a equação reduzida da elipse  de centro C e eixos tA1A2 e tB1B2 , em cada um dos casos.
a) y
( x  2 6) 2 (y  2 3) 2 c) y
x2 y2
 1   5 1  1   5 1
16 4 36 49
7 A1
B1
5

A1 C A2
3

1
B2
2 6 10 x B1
C 6 x

b) y
( x  2 7) 2 (y  1 4) 2
 1   5 1
4 9

5 7
A1 x
iLustRAções: fAustino

�1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
B1
�4
C

4 Esboce o gráfico da elipse , em cada um dos casos.


( x  2 9)2 ( y  2 6)2 ( x  1  4 )2 y2 x2 y2
a)  1   5 1 b)  1   5 1 c)  1   5 1
25 9 16 9 16 36
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
5 Determine a excentricidade da elipse  de focos F1 e F2.

y
2
5

5
F1 F2

4 8 11 x
eduARdo knAPP/foLhA imAgem

6 Represente graficamente a elipse de equação 4x 2 1 9y 2 2 16x 2 20 5 0.


Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
7 Uma indústria produz dois tipos, A e B, de refrigerante. Para a produção de x
quilolitros do tipo A, o custo de produção por quilolitro, em real, é 100 2 x,
para x  60; e, para y quilolitros produzidos do tipo B, o custo de produção, em
y
real, por quilolitro é 120  2  , para y  260. Sob essas condições, represente no
4
plano cartesiano o gráfico formado pelos pontos (x, y) correspondentes à produ-
ção de x quilolitros do tipo A e y quilolitros do tipo B, de modo que o custo total
da produção seja R$ 16.800,00. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

Linha de produção de refrigerantes


em Jundiaí, SP. (2000)

100 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 100 17.04.10 18:05:36


3 Hipérbole

Devido à sua excepcional estabilidade, a forma do hiperboloide é usada na construção das


torres de refrigeração de usinas nucleares. A superfície desse tipo de hiperboloide é obtida pela
rotação de uma hipérbole em torno do seu eixo imaginário.

w. cody/corbis/latinstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Torres de refrigeração em uma usina de energia nuclear, EUA. (2006)

Da mesma forma que na elipse, necessitamos de uma definição de hipérbole que nos permita
um estudo analítico dessa cônica. Por isso, a seguir, definimos hipérbole a partir de uma proprie-
dade comum a todos os seus pontos.

Fixados dois pontos F1 e F2 de um plano α tais que F1F2 5 2c, com c . 0, chama-se hipér- Se achar conveniente, mostrar
bole o conjunto dos pontos P de α cujas diferenças, em módulo, das distâncias PF1 e PF2 aos alunos a demonstração
dessa propriedade. Ver
são iguais a uma constante 2a, com 0 , 2a , 2c, ou seja: Suplemento com orientações
para o professor.
| PF1 2 PF2 | 5 2a

S T
faustino

F1 F2

• Os pontos T, com T  α, tais que TF1 2 TF2 5 2a, determinam um ramo da hipérbole, e
os pontos S, com S  α, tais que SF2 2 SF1 5 2a, determinam o outro ramo.
• Os pontos F1 e F2 são os focos da hipérbole.
• A medida 2c é a distância focal (distância entre os focos), sendo c a semidistância focal.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 101

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 101 17.04.10 18:05:44


• Os pontos A1 e A2, intersecções da hipérbole com o segmento tF1F2 , são chamados de vér-
tices da hipérbole. O segmento tA1A2 é chamado de eixo real da hipérbole e sua medida
é 2a (veja o item a do exercício resolvido R.6).

2a

F1 A1 A2 F2

2c

• O ponto médio C do eixo real tA1A2 , que também é ponto médio do segmento tF1F2 , é cha-
mado de centro da hipérbole, sendo tA1C e tA2C os semieixos reais (veja o item b do
exercício resolvido R.6).

C
F1 A1 A2 F2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• O segmento t B1B2 do plano α, tal que B1A1 5 B1A2 5 B2A1 5 B2A2 5 c, é chamado de eixo
ilustrações: faustino

imaginário da hipérbole (note que a reta B1B 2 é a mediatriz do eixo real). Os seg-
mentos t B1C e t B2C , que têm medidas iguais e são indicados por b, são os semieixos
imaginários.
B1

c c
b

A1 A2
F1 C a F2

c c

B2

Pelo teorema de Pitágoras, temos do triângulo retângulo B1CA2: c 2 5 a 2 1 b 2


(veja o item c do exercício resolvido R.6).
• Chama-se retângulo referência da hipérbole o retângulo MNPQ cujos pontos médios
dos lados são A1, B1, A2 e B2. As retas $MP % e $NQ %, que contêm as diagonais do retângulo re-
ferência, são denominadas assíntotas da hipérbole. A hipérbole não tem ponto em co-
mum com nenhuma das assíntotas, sendo que a distância entre a hipérbole e cada assín-
tota se aproxima indefinidamente de zero.

M B1 N

A1 A2
F1 F2
C

Q B2 P

102 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 102 17.04.10 18:05:49


Quando o retângulo referência é um quadrado (2a 5 2b), a hipérbole é chamada de
equilátera.
c
• O número e  5   é chamado de excentricidade da hipérbole. Observando que esse nú-
a
mero é a razão entre a hipotenusa e um cateto de um triângulo retângulo, nessa ordem,
concluímos que e . 1.

Construção de uma hipérbole


Usando pregos e barbante
Uma hipérbole pode ser facilmente desenhada com o auxílio de dois pregos, um barbante e
uma haste (pode ser uma régua), da seguinte maneira:
• Em uma das extremidades da haste, amarre uma extremidade do barbante.
• Fixe as outras extremidades da haste e do barbante em dois pregos cravados em pontos
distintos, F1 e F2 , de uma tábua (a diferença entre o comprimento d da régua e o compri-
mento  do barbante deve ser menor que a distância entre F1 e F2, ou seja, d 2  , F1F2).
• Com a ponta de um lápis, pressione o barbante contra a haste, deslizando a grafite sobre
a régua e mantendo o barbante esticado, sempre junto à haste. Dessa forma, obtemos um
ramo da hipérbole.
• Repita a operação, invertendo os pontos de fixação na tábua, isto é, fixe a haste em F2 e o
barbante em F1. Desse modo, obtemos o outro ramo da hipérbole.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Luiz Antônio/CID
F1 F2

Usando dobradura
Assim como fizemos no estudo da elipse, vamos construir a hipérbole por meio de dobradu-
ras. Para isso adotamos os procedimentos a seguir.
• Desenhamos em uma folha de papel translúcido um ponto exterior a uma circunferência.
PAULO manzi/cid

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 103

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 103 17.04.10 18:06:00


• Dobramos a folha em torno de uma corda da circunferência de modo que o arco dobrado
passe pelo ponto.

PAULO manzi/cid
• Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em torno de outra corda, de modo que o arco
dobrado passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento várias vezes. As retas que contêm
essas cordas são tangentes a uma hipérbole. Quanto mais dobras fizermos, mais visível fi-
cará a hipérbole.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PAULO manzi/cid

Exercícios resolvidos

R.6 Considerando a hipérbole ,


M B1 N
S T
faustino

tal que:
F1
A1 C A2
F2 F1F2 5 2c
TF1 2 TF2 5 2a
SF2 2 SF1 5 2a
0 , 2a , 2c
Q B2 P

Demonstrar que:
a) a medida do eixo real tA1A2 é 2a.
t 1A2 também é ponto médio de F
b) o ponto médio C de A t 1F2 (C é o centro da hipérbole).
c) C é o ponto médio do eixo menor tB1B2.

104 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 104 17.04.10 18:06:10


Resolução
a) • A1  
Sem perda de generalidade, vamos supor que A1F2 . A1F1. Assim, temos:
A1F2 2 A1F1 5 2a ⇒ A1 A2  1  A2 F2  2  A1 F1  5  2 a (I)
 
 
A1F2
• A2  
Como estamos supondo que A1F2 . A1F1, temos A2F1 . A2F2. Assim, podemos escrever:
A2F1 2 A2F2 5 2a ⇒ A2 A1  1  A1 F1  2  A2 F2  5  2 a (II)
  
 
A2 F1

Subtraindo membro a membro (I) e (II), obtemos:


2A2F2 2 2A1F1 5 0 ⇒ A2F2 5 A1F1 (III)

Substituindo (III) em (I), concluímos:


A1A2 1 A2F2 2 A2F2 5 2a ⇒ A1A2 5 2a

b) Como C é ponto médio de tA1A2 , temos


A1C 5 A2C e, portanto:
F1C  2  A1 F1  5  F2C  2  A2 F2 ⇒ F1C  1  A2 F2  5  F2C  1  A1 F1 (I)
     
A 1C A 2C
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Provamos no item a que:


A2F2 5 A1F1 (II)

Substituindo (II) em (I), temos:


F1C 1 A1F1 5 F2C 1 A1F1 ⇒ F1C 5 F2C

Logo, C é ponto médio de tF1F2 .

c) O quadrilátero A1B1A2B2 é um losango, pois todos os lados têm a mesma medida c. Como
as diagonais do losango se cruzam perpendicularmente no ponto médio de cada uma,
concluímos que C é ponto médio de tB1B2 .

M B1 N

c c

A1 C A2
F1 F2

c c

Q B2 P
iLustRAções: fAustino

R.7 As figuras abaixo mostram os pontos F1 e F2 e um segmento tP Q, cuja medida é menor


que a medida do segmento tF1F2 . Com o auxílio de régua e compasso (a régua deve ser
usada apenas para o traçado de linhas retas e não para efetuar medições), marcar seis
pontos quaisquer da hipérbole de focos F1 e F2, cujo eixo real tenha a medida do seg-
mento tP Q.

F1 F2 P Q

Resolução
• Traçamos a mediatriz s do segmento tF1F2 , com s  tF1F2 5 {M}.
PQ
• Traçamos o arco de centro M e raio , determinando sobre a reta $F1F2% os extremos
2
A1 e A2 do eixo real.
• Tomamos um ponto arbitrário T da reta $P Q %, com T  tP Q.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 105

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 105 17.04.10 18:06:21


• Traçamos os arcos: de centro F1 e raio PT ; de centro F2 e raio PT ; de centro F1 e raio
QT ; de centro F2 e raio QT. As intersecções desse arcos são os pontos H1, H2, H3 e H4
da hipérbole.

H1 H2

iLustRAções: fAustino
PQ
2

F1 A1 M A2 F2 P Q T

H4 H3

s
H1 H2

Obtendo mais pontos dessa maneira, podemos


construir a hipérbole: F1 A1 M A2 F
2

H4 H3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercícios propostos

8 O gráfico abaixo representa uma hipérbole  de focos F1 e F2.

6 P
a) Determine a medida do eixo real de . 4
b) Determine a distância focal de . 8
c) Determine a medida do eixo imaginário de . 4 3
d) Determine a excentricidade de . 2

fAustino
F1 F2
e) Determine as coordenadas do centro C de . (0, 0) �4 4 x
f) Desenhe o retângulo referência de  . Ver Suplemento
com orientações para o
g) Desenhe as assíntotas de . professor
professor..
h) Obtenha as equações das assíntotas de .
y  5  3 x ; 
; yy  5 2 3 x

9 Um fio suspenso une os topos de dois postes verticais cada um com 15 m de altura, cujas
bases estão em um mesmo plano horizontal a uma distância 24 m uma da outra. Admitin-
do que o formato do fio seja de um arco de hipérbole cujo centro é um ponto do solo
distante 12 m de cada poste e o vértice esteja a 12 m de altura em relação ao solo, concluí-
mos que um dos focos da hipérbole está a:
a) 12,5 m de altura, em relação ao solo.
b) 13 m de altura, em relação ao solo.
c) 13,5 m de altura, em relação ao solo.
d) 15 m de altura, em relação ao solo.
e) 20 m de altura, em relação ao solo.
alternativa e

Resolva a questão 2 do Roteiro de trabalho.

106 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 106 17.04.10 18:06:29


Equação reduzida da hipérbole
Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma hipérbole, podemos representá-
-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em que os eixos da hipérbo-
le são, respectivamente, paralelos aos eixos coordenados do sistema cartesiano. Por exemplo,
consideremos a hipérbole de focos F1(0, 3) e F2(0, 23), cujo eixo real mede 2 unidades:
y

F1 (0, 3)

fAustino
1
P (x, y)

x
�1

F2 (0, �3)

Uma equação dessa hipérbole é obtida considerando-se um ponto genérico P (x, y) e impon-
do que |PF1 2 PF2| 5 2, ou seja:

( x  2 0) 2  1 (y  2 3) 2 2  ( x  2 0) 2  1 [y  2 (2 3)]2 5


   2 ⇒
 

⇒ x 2  1 (y  2 3) 2 2   ( x 2  1 (y  1 3) 2  5  2


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

∴  x 2  1 (y  2 3) 2  5  2 1  x 2  1 (y  1 3)2


Quadrando ambos os membros, temos:

( ) 5 (2 1  )
2 2
( x 2  1 (y  2 3) 2 x 2  1 (y  1 3) 2 ⇒

⇒ x 2  1 (y  2 3) 2  5 4  4 x 2  1 (y  1 3) 2 1  x 2 1 (y  1 3) 2

∴  y 2  2 6y  1 9 5 4  4 x 2  1 (y  1 3) 2  1 y 2 1 6y  1  9 ⇒   4 x 2  1 (y  1 3) 2  5 12y  1 4

∴   x 2  1 (y  1 3) 2  5 3y  1 1

Quadrando ambos os membros, obtemos:

( )
2
x 2  1 (y  1 3) 2 5 (3y  1 1) 2 ⇒ x 2  1 (y  1 3) 2  5 (3y  1 1) 2

∴  x 2  1 y 2  1 6y  1 9 5 9y 2  1 6y 1 1 ⇒  8y 2  2  x 2  2 8 5 0


y2 x2
∴   2   5 1
1 8
Essa última equação é chamada de equação reduzida da hipérbole.

Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados nesse exemplo para uma hipérbole qualquer
de centro C (x0 , y0), com eixo real de medida 2a e eixo imaginário de medida 2b, conclui-se que
se essa hipérbole tem:
• o eixo real paralelo ao eixo das abscissas, então sua equação pode ser apresentada na
forma:
y

b c
fAustino

F1 F2
( x  2  x 0 ) 2 (y  2 y 0 ) 2 y0
a
 2   5 1 C
a2 b2

x0 x

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 107

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 107 17.04.10 18:06:35


• o eixo real paralelo ao eixo das ordenadas, então sua equação pode ser apresentada na
forma:
y

F1

fAustino

(y  2 y 0 ) 2 ( x  2  x 0 ) 2 C b
 2   5 1 y0
a2 b2 a c

F2
x0 x

Essas duas equações são denominadas equações reduzidas das hipérboles.

Exercícios resolvidos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
R.8 Obter a equação reduzida da hipérbole de cen- Resolução
tro C, eixo real tA1A2 e focos F1 e F2 em cada um a) Pelo gráfico:
dos casos: • o centro da hipérbole é o ponto C (7, 4);
a) y
• a medida do semieixo real é a 5 9 2 7 5 2;
• a semidistância focal é c 5 10 2 7 5 3;
• a medida b do semieixo imaginário é dada por:
c 2 5 a 2 1 b 2 ⇒ 32 5 22 1 b2
 b2 5 5 ⇒ b 5 5
• o eixo real é paralelo ao eixo das abscissas.
Logo, a equação da hipérbole é:
F1 C
4
F2 ( x  2 7)2 ( y  2  4 )2
A1 A2  2   5 1
4 5
b) Pelo gráfico:
7 9 10 x • o centro da hipérbole é o ponto C (24, 5);
• a medida do semieixo real é a 5 5 2 4 5 1;
iLustRAções: fAustino

• a semidistância focal é c 5 7 2 5 5 2;
• a medida b do semieixo imaginário é dada por:
c 2 5 a 2 1 b 2 ⇒ 22 5 12 1 b 2
b) y  b2 5 3 ⇒ b 5 3
• o eixo real é paralelo ao eixo das ordenadas.
Logo, a equação da hipérbole é:
( x  1  4 )2
F1 ( y  2 5)2  2   5 1
7 3
A1
C
5
R.9 Esboçar o gráfico da hipérbole  de equação
A2
4 ( x  2 2)2 ( y  2  4 )2
F2
 2   5 1
9 16
Resolução
Temos:
�4 x
• o centro da hipérbole é o ponto C (2, 4);
• o denominador da fração precedida pelo sinal
“1” é o quadrado da medida do semieixo real
e, portanto, a2 5 9 ⇒ a 5 3;

108 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 108 17.04.10 18:06:47


• o denominador da fração precedida pelo sinal b) Temos que:
“2” é o quadrado da medida do semieixo ima- • o centro da hipérbole é o ponto C(23, 2);
ginário e, portanto, b2 5 16 ⇒ b 5 4; • o denominador da fração precedida pelo sinal
• c2 5 a2 1 b2 ⇒ c2 5 9 1 16 5 25 e, portanto, “1” é o quadrado da medida do semieixo real
c 5 5; e, portanto, a2 5 16 ⇒ a 5 4;
• a fração precedida pelo sinal “1” é a que con- • o denominador da fração precedida pelo sinal
tém x no numerador e, portanto, o eixo real é “2” é o quadrado da medida do semieixo ima-
paralelo ao eixo Ox. ginário e, portanto, b2 5 9 ⇒ b 5 3;
Assim, já podemos esboçar o gráfico. • c2 5 a2 1 b2 ⇒ c2 5 42 1 32
Convém, inicialmente, desenhar o retângulo re- ∴ c 5 5;
ferência MNPQ e traçar as assíntotas $MP% e $NQ%. • a fração precedida pelo sinal “1” é a que con-
A seguir, desenhamos a hipérbole aproximando-a tém y no numerador, logo, o eixo real é para-
“indefinidamente” das assíntotas. Observe: lelo ao eixo Oy.
y Para esboçar o gráfico, vamos desenhar o re-
tângulo referência MNPQ e as assíntotas $MP %
8 B2 e $NQ%. A seguir, traçamos a hipérbole, aproxi-
M N
mando-a “indefinidamente” das assíntotas:

y
fAustino

F1 A1 F2
4 C A2
8
F1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

7
M 6
A1 N
Q B1 P

fAustino
�3 �1 2 5 7 x

C 2

R.10 Considerando a hipérbole  de equação �6 �3 x


9y2 2 16x2 2 36y 2 96x 2 252 5 0: A2 P
Q �2
a) obter sua equação reduzida; �3
b) esboçar o seu gráfico; F2
c) obter as equações de suas assíntotas. �4

Resolução
a) Para obter a equação reduzida de , adotamos
os procedimentos a seguir.
• Agrupamos os termos em y e os termos em x c) A assíntota $MP % passa pelo ponto P(0, 22) e tem
e isolamos o termo independente em um dos coeficiente angular igual a
membros da igualdade: 6  2 (2  2
2) 8 4
 5  2  5 2 ; logo, a equação des-
(9y2 2 36y) 1 (216x2 2 96x) 5 252 26  2 0 6 3
• Fatoramos cada agrupamento, pondo em evi- sa assíntota é:
dência os coeficientes de y2 e de x2: 4
y 2 (22) 5 2 (x 2 0)
9(y2 2 4y) 2 16(x2 1 6x) 5 252 3
4x
• Completamos os quadrados perfeitos nas ex- ou seja, y 5 2 22
3
pressões entre parênteses adicionando um
mesmo número a ambos os membros da A assíntota $NQ % passa pelo ponto N(0, 6) e tem
igualdade: coeficiente angular igual a
9(y2 2 4y  4) 2 16(x2 1 6x  9) 5
6  2 (22) 8 4
5 252  36 2 144  5   5  ; logo, a equação dessa as-
0  2 (26) 6 3
ou seja,
9(y 2 2)2 2 16(x 1 3)2 5 144 síntota é:
• Dividimos por 144 ambos os membros dessa 4
y265 (x 2 0)
equação, obtendo a forma reduzida: 3
( y  2  2)2 1 3)2
( x  1
 1  4x
 2   5 1 ou seja, y 5 16
16 9 3

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 109

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 109 17.04.10 18:07:00


Exercícios propostos

10 Obtenha a equação reduzida da hipérbole  de centro C, eixo real tA1A2 e focos F1 e F2 , em


cada um dos casos.
a) y b) y

F2
x2 (y  2 2) 2 6
 2   5 1
9 16 A2
F1 A1 A2 F2 (y  2 3) 2 ( x  2 2) 2
C C  2   5 1
2 4 5
A1
1
�5 �3 x F1
2 x

11 Esboce o gráfico da hipérbole , em cada um dos casos.


( x  2 6)2 ( y  2  2)2 ( x  1  4 )2
a)  2   5 1 c)  2  y 2  5 1
16 9 8
iLustRAções: fAustino

( y  1 3)2 ( x  2 1)2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b)  2   5 1 d) x 2 2 y 2 5 1
36 64
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

5
12 Determine a excentricidade da hipérbole  de focos F1 e F2 e centro C.
3

F1 A1 3 C A2 F2

�3 �1 2 x

13 Considerando a hipérbole  de equação


4x2 2 9y2 2 8x 1 18y 2 41 5 0: ( x 2 1) 2 (y 2 1) 2
a) obtenha sua equação reduzida; 2  5 1
9 4
b) esboce o seu gráfico; Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
c) obtenha as equações de suas assíntotas. y  5 2 2x  1  5  e  y  5  2x  1  1
3 3 3 3

14 Uma metalúrgica fabrica dois tipos de panela de pressão: a do tipo A, com revestimento
antiaderente, e a do tipo B, sem esse revestimento. Para x unidades fabricadas do tipo A,
x
o custo unitário de produção, em real, é 25 2 , para x  400; e para y unidades fabri-
40 y
cadas do tipo B, o custo unitário de produção é 20 2 , para y  150.
10
Projeta-se para o próximo mês uma produção de x panelas do tipo A e de y panelas do tipo
B, de modo que o custo de produção de todas as panelas do tipo A seja R$ 5.000,00 a mais
que o custo de produção de todas do tipo B.
foodPiX/getty imAges

Represente no plano cartesiano o gráfico formado pelos pon-


tos (x, y) correspondentes à produção para o próximo mês.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

110 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 110 17.04.10 18:07:18


4 Parábola

A fachada da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, MG, é composta de arcos parabólicos.

rogério reis/olhar imagem


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Igreja da Pampulha foi projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1943, MG. (2009)

No volume 1 desta obra estudamos a parábola como o gráfico de uma função do tipo
f (x) 5 ax 2 1 bx 1 c, com {a, b, c}  ® e a  0. Neste capítulo, faremos um estudo mais amplo
dessa cônica.
A parábola foi definida, anteriormente, como a intersecção de um plano com a superfície de
um cone. A seguir, apresentamos outra definição dessa cônica a partir de uma propriedade co-
mum a todos os seus pontos.

Dados um ponto F e uma reta r de um plano, com F  r, chamamos parábola o con-


junto dos pontos P desse plano equidistantes de r e F.

Ver demonstração dessa


F propriedade no Suplemento
P com orientações para o
professor e, se achar
necessário, mostrá-la à turma.

P� r

PF 5 PP’
ilustrações: faustino

(P9 é a projeção ortogonal de P sobre r)

• O ponto F e a reta r são o foco e a diretriz da parábola, respectivamente.


• A reta e que passa por F e é perpendicular à diretriz é o eixo de simetria da parábola.
• O ponto V, intersecção da parábola com o eixo e, é o vértice da parábola.

F (foco)

V (vértice)

r (diretriz)

e (eixo de simetria)

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 111

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 111 17.04.10 18:07:27


• A distância p do foco à diretriz é chamada de parâmetro da parábola.

p
V

fAustino
r

Note que a distância entre o vértice V e o foco F é metade do parâmetro, pois V pertence à
parábola, portanto, V equidista de F e r. Assim, temos:

VF  5 Vr
  ⇒ VF  5  p e Vr  5  p
VF  1 Vr  5  p 2 2

• A razão entre as distâncias de um ponto P da parábola ao foco e à diretriz é chamada de


excentricidade da parábola. Como essas distâncias são iguais, a excentricidade da pará-
bola é igual a 1.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Construção de uma parábola
Usando pregos e barbante
Você pode traçar uma parábola com o auxílio de pregos, um pedaço de barbante, uma régua
e um esquadro da seguinte maneira.
• Fixe a régua em uma tábua com dois pregos.
• Amarre a extremidade de um barbante no vértice B do esquadro ABC, retângulo em A.
• Amarre a outra extremidade do barbante em um prego cravado em um ponto F da tábua,
conforme mostra a foto abaixo, de modo que o comprimento do barbante de F até B seja
igual ao comprimento AB.
t C do esquadro, pressionando o barbante contra o lado
• Faça deslizar sobre a régua a base A
At B com a ponta de um lápis, que irá desenhar uma parte da parábola até seu vértice, con-
forme mostra a figura.
• Ao passar pelo ponto F, inverta a posição do esquadro, continuando o traçado da parábola.

Luis Antônio/Cid

Note que, em qualquer ponto em que estiver a ponta do lápis, ela equidista da régua e do
t B do esquadro.
ponto F, pois o comprimento do barbante é igual à medida do lado A

112 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 112 17.04.10 18:07:39


Usando dobraduras
A parábola também pode ser construída por meio de dobraduras, como já fizemos com a
elipse e a hipérbole. Para essa construção, adotamos os seguintes procedimentos.
• Desenhamos em uma folha de papel translúcido uma reta e um ponto que não pertence
a ela.

PAuLo mAnzi/Cid
• Dobramos a folha em torno de um vinco de modo que a semirreta dobrada passe pelo
ponto.

PAuLo mAnzi/Cid
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em tor-

PAuLo mAnzi/Cid
no de outro vinco, de modo que a semirreta dobrada
passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento vá-
rias vezes. Esses vincos serão tangentes a uma pará-
bola. Quanto mais dobras fizermos, mais visível ficará
a parábola.

Exercício resolvido

R.11 O ponto F e a reta r abaixo são o foco e a diretriz de • O vértice V da parábola é o ponto médio do seg-
uma parábola. Com o auxílio de régua e compasso (a mento tFA.
régua deve ser usada apenas para o traçado de linhas
retas e não para efetuar medições), marcar cinco • Marcamos dois pontos arbitrários distintos, B e C,
pontos dessa parábola, dos quais um seja o vértice. FA FA
na semirreta AyF %, com BA .  e CA .  .
2 2
fAustino

F
• Traçamos por B e C, respectivamente, as retas s e
r t, paralelas a r.
Resolução • Traçamos o arco de centro F e raio BA, determi-
• Traçamos por F a reta e, perpendicular a r, com nando sobre a reta s dois pontos distintos P1 e P2
e  r 5 {A}. da parábola.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 113

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(090a113).indd 113 17.04.10 18:07:56


• Traçamos o arco de centro F e raio CA, determi- Obtendo mais pontos dessa maneira, podemos cons-
nando sobre a reta t dois pontos distintos P3 e P4 truir a parábola.
da parábola.

P3 C P4 P3 C P4

iLustRAções: fAustino
t
P1 B P2 P1 B P2

F s F
V V
A r A r

e e

Exercícios propostos

15 O gráfico ao lado mostra uma parábola  de foco F e diretriz r, paralela ao y



eixo Ox. 4 F

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Obtenha:

fAustino
a) a equação da diretriz de ; y 2 1 5 0
b) o parâmetro de ; 3
1 r
c) a equação do eixo de simetria de ; x 2 2 5 0
8 x
d) a ordenada do ponto que pertence à parábola e tem abscissa 1. 2
3

16 Desenhe em seu caderno, usando régua e compasso, uma parábola de parâ-


metro p 5 4 cm. Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

Equação reduzida da parábola


Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma parábola, podemos representá-
-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em que a diretriz da parábo-
la é paralela a um dos eixos coordenados. Por exemplo, consideremos a parábola de foco F(3, 5),
cuja diretriz r tem equação y 2 3 5 0:
y

P (x, y)
F
fAustino

3 r

O 3 x

Uma equação dessa parábola é obtida considerando-se um ponto genérico P(x, y) e impondo
que PF 5 Pr, ou seja:
|0x   y  2 3|
( x  2 3) 2   (y  2 5) 2  5   ⇒   ( x  2 3) 2   (y  2 5) 2  5 |y  2 3|
02   12
Quadramos ambos os membros dessa igualdade:

( )  5 (|y  2 3|)  ⇒ ( x  2 3)   (y  2 5)  5 (y  2 3)


2
( x  2 3) 2   (y  2 5) 2 2 2 2 2

 (x 2 3)2  y 2 2 10y  25 5 y 2 2 6y  9 ⇒ (x 2 3)2 5 4y 2 16


 (x 2 3)2 5 4(y 2 4)
Essa última equação é chamada de equação reduzida da parábola.

114 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 114 17.04.10 18:19:52


Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados no exemplo anterior para uma parábola qual-
quer de vértice V(x0, y0) e parâmetro p, conclui-se que se essa parábola tem:
• a diretriz paralela ao eixo Ox e a concavidade voltada para o sentido positivo do eixo Oy
(concavidade voltada para cima), então sua equação é:

(x 2 x0)2 5 2p(y 2 y0) y0 p


V
r

O x0 x

• a diretriz paralela ao eixo Ox e a concavidade voltada para o sentido negativo do eixo Oy


(concavidade voltada para baixo), então sua equação é:

y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

V r
y0 p
(x 2 x0)2 5 22p(y 2 y0)
F

ilustrações: faustino
O x0 x

• a diretriz paralela ao eixo Oy e a concavidade voltada para o sentido positivo do eixo Ox


(concavidade voltada para a direita), então sua equação é:
y
r

p
y0 F
(y 2 y0)2 5 2p(x 2 x0) V

O x0 x

• a diretriz paralela ao eixo Oy e a concavidade voltada para o sentido negativo do eixo Ox


(concavidade voltada para a esquerda), então sua equação é:

y
r

p
F y0
(y 2 y0)2 5 22p(x 2 x0) V

x0 O x

Essas quatro equações são denominadas equações reduzidas das parábolas.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 115

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 115 17.04.10 18:19:57


Exercícios resolvidos

R.12 Obter a equação reduzida da parábola  de vér- A diretriz é paralela ao eixo Ox e a concavidade da
tice V, foco F e diretriz r, nos seguintes casos: parábola é voltada para o sentido positivo do eixo
a) y Oy (voltada para cima). Assim, identificamos o

1º caso; portanto, a equação da parábola é:
F
(x 2 2)2 5 8(y 2 5)

5 b) O vértice da parábola é o ponto V (0, 24).


V
A distância do foco F à diretriz r é o parâmetro
3 r p. Como a distância do vértice à diretriz é meta-
de do parâmetro, temos:

2 x p p
Vr  5   ⇒   2  2 (
 (24 ) 5  , logo, p  5 12
2 2
b) y A diretriz é paralela ao eixo Ox e a concavidade da
parábola é voltada para o sentido negativo do ei-
2
r
xo Oy (voltada para baixo). Assim, identificamos
o 2º caso; portanto, a equação da parábola é:
x
(x 2 0)2 5 224[y 2 (24)]
ou seja:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
�4 V
x2 5 224(y  4)
c) O vértice da parábola é o ponto médio do seg-
mento de reta de extremos (22, 23) e (4, 23),
iLustRAções: fAustino

isto é:
F
�  22    4 23   (23) 
V ,   5 V (1, 23)
 2 2
c) y
r
� A distância do foco F à diretriz r é o parâmetro
p. Logo:
4
�2 x p 5 4 2 (22) 5 6
A diretriz é paralela ao eixo Oy e a concavidade
�3 F
V da parábola é voltada para o sentido positivo
do eixo Ox (voltada para a direita). Assim,
identificamos o 3º caso; logo, a equação da pa-
rábola é:
[ y 2 (23)]2 5 12(x 2 1)
d) y ou seja:
r
(y  3)2 5 12(x 2 1)

d) O vértice da parábola é o ponto V(25, 4).


F V A distância do foco F à diretriz r é o parâmetro
4
p. Como a distância do vértice ao foco é metade
do parâmetro, temos:
�8 p p
�5 x VF  5   ⇒  25 2 (
 (28) 5  e, portanto, p  5 6
2 2

A diretriz é paralela ao eixo Oy e a concavidade
da parábola é voltada para o sentido negativo
Resolução do eixo Ox (voltada para a esquerda). Assim,
a) O vértice da parábola é o ponto V (2, 5). identificamos o 4º caso; logo, a equação da pa-
A distância do foco F à diretriz r é o parâmetro rábola é:
p. Como a distância do vértice à diretriz é meta-
(y 2 4)2 5 212[x 2 (25)]
de do parâmetro, temos:
ou seja:
p p
Vr  5   ⇒  5 2 3  5  e, portanto, p  5  4 (y 2 4)2 5 212(x  5)
2 2

116 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 116 17.04.10 18:20:09


R.13 Retomando a situação apresentada na página de • A intersecção da parábola com o eixo Ox é obtida
abertura, um dos cabos de sustentação de uma atribuindo-se o valor zero à variável y da equação:
ponte de 160 m de comprimento é um arco de
 1 11
parábola preso a pilares verticais de 20 m de altu- (0 2 2)2 5 14  x 2   ⇒ x 5 
 2 14
ra. O vértice V da parábola é o ponto médio do
segmento de reta que liga as bases A e B dos pila- Portanto, a parábola intercepta o eixo Ox no
res, conforme mostra a figura.  11 
ponto  ,0 .
 14 
20 m
V
20 m • A parábola não intercepta o eixo Oy, pois se atri-
A B
buirmos o valor zero à variável x da equação, te-
remos uma igualdade impossível em R:
160 m
 1
(y 2 2)2 5 14  0  2   , ou seja: (y 2 2)2 5 27
 2
Entre os pilares há seis cabos, que sustentam o
piso da ponte de modo que a extremidade infe- Concluímos, então, que o gráfico de  é:
iLustRAções: fAustino

rior de cada um dos cabos e o vértice V da pará- y


bola dividem o segmento tAB em oito segmentos r

congruentes entre si. Calcular o comprimento de
cada um dos cabos menores.
Resolução

fAustino
Num sistema de coordenadas cartesianas, temos a V F
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

seguinte situação:
y �3 1 11 4 x
2 14

20

�80 �60 �40 �20 0 20 40 60 80 x


Como o eixo de simetria da parábola é perpen-
A B dicular ao eixo Oy, o fato de a abscissa do vérti-
ce ser menor que a abscissa do ponto de inter-
Assim, o vértice da parábola é V(0, 0) e, sendo p seu secção do gráfico com o eixo Ox já garante que
a parábola não intercepta o eixo Oy. Com essa
parâmetro, sua equação é dada por:
observação, não é necessário atribuir o valor zero
x2 5 2py à variável x, como fizemos acima.
Como a parábola passa pelo ponto (80, 20), temos:
802 5 2p  20 ⇒ p 5 160
Logo, uma equação da parábola é x2 5 320y. R.15 Uma parábola  tem equação y  2x 2  4x  3.
Dessa forma, o comprimento dos dois cabos mais Representar essa equação na forma reduzida.
curtos é dado por:
Resolução
202 5 320y ⇒ y 5 1,25
Portanto, cada um dos cabos mais curtos tem 1,25 m Para transformar essa equação para a forma redu-
de comprimento. zida, podemos adotar os seguintes procedimentos.
• Isolamos em um dos membros da igualdade os
R.14 Esboçar o gráfico da parábola termos na variável que contém o expoente 2:
y 2 3 5 2x 2 2 4x
 1
(y  2)  14  x    .
2
• Fatoramos o polinômio do 2º grau isolado, colo-
 2
cando em evidência o coeficiente do termo do 2º
Resolução
grau:
• Comparando a equação y 2 3 5 2(x 2 2 2x)
 1 • Completamos o quadrado perfeito na expressão
(y 2 2)2 5 14  x 2   com a equação do
 2 entre parênteses, adicionando um mesmo núme-
ro a ambos os membros da igualdade:
3º caso, (y 2 y0)2 5 2p(x 2 x0), temos
y 2 3  2 5 2(x 2 2 2x  1)
1 ou seja:
y0 5 2, x0 5 e 2p 5 14.
2 y 2 1 5 2(x 2 1)2
Assim, o vértice V e o parâmetro p são • Concluímos, obtendo a equação reduzida:
1  1
V  , 2 e p 5 7. ( x  2 1)2  5    (
 ( y  2 1)
2  2

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 117

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 117 17.04.10 18:20:25


Exercícios propostos

17 Obtenha a equação reduzida da parábola  de vér- zontal, e a água atinge a altura máxima de 2 m, em re-
tice V, foco F e diretriz r, nos seguintes casos: lação ao solo, em um ponto V sobre uma reta vertical
a) y que dista 1,6 m de B.
F

LeVi MenDes JR/CiD


5 (x  2)2 5 16(
16(yy 2 5)
V

1 r

�2 x

b) y a) A que altura, em relação ao solo, passa a diretriz


dessa parábola? 2,64 m
iLustRAções: fAustino

2 r
b) A que altura, em relação ao solo, está o foco
dessa parábola? 1,36 m
V x x2 5 12(
12(yy  1)
22 Para o estudo de um cometa, cuja órbita é uma pará-
�4 F
bola com o Sol no foco, um astrônomo imaginou um

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
� sistema cartesiano ortogonal no plano dessa órbita,
adotando nos eixos uma unidade u, conveniente
c) y para grandes distâncias. Em relação a esse sistema, a
� r
equação da trajetória do cometa é x 2 5 12(y 2 4).
No momento em que o cometa passar pelo ponto
(8, 1), sua distância ao Sol será igual a: alternativa b
a) 25 b) 10 c) 12 d) 144 e) 5
(y 2 6)2 5 220(
20(xx 2 1)
(Nota: A órbita de um cometa pode ser elíptica, pa-
F 6 rabólica ou hiperbólica. Quando tem órbita elípti-
V
ca, o cometa é periódico, isto é, periodicamente
entra no sistema solar. Quando tem órbita parabó-
lica ou hiperbólica, o cometa não é periódico, pas-
sando uma única vez pelo sistema solar.)
�4 1 x
23 As antenas parabólicas receptoras captam as ondas
eletromagnéticas e as refletem para um receptor, lo-
calizado no foco do paraboloide, que as transforma
18 Esboce o gráfico da parábola , representando tam- em sinais elétricos e as envia a um decodificador
bém o foco, a diretriz e o(s) ponto(s) de intersecção que, por sua vez, os transforma em imagem ou som.
com os eixos coordenados, nos seguintes casos: Se a circunferência que limita uma antena parabóli-
a) () x 2 5 8 (y 2 10) ca tem 2 m de raio e o plano dessa circunferência
b) () (x 2 3) 2 5 220(y 2 1) dista 0,5 m do vértice do paraboloide, a que distância
c) () (y 2 3)2 5 16(x 2 6) do vértice está localizado o receptor da antena?
d) () (y  3)2 5 212(x  4) 2m
CostA fiLHo/tYBA

Ver Suplemento com orientações para o professor


professor..
19 Escreva na forma reduzida a equação da parábola
 em cada um dos casos. (x 2 2)2 5 4(
4(yy  4)
2
x
1 a) y 5 3x  6x 2 5 c) y  5   2  x  2 3
2

( x   1) 2  5  (y   8) 4


3
b) x 5 y 2 2 6y  7 (y 2 3)2 5 x  2

20 Obtenha o vértice V da parábola de equação


y 5 2x 2 2 8x  1. (2, 27)
Antenas de telecomunicação, Tanguá, RJ. (2009)
21 Ao dirigir o jato de água de uma mangueira obliqua-
mente para cima, Pedro observou que a trajetória per- (Nota: A superf ície de um paraboloide é a figura
corrida pela água é parabólica. O bico B da mangueira tridimensional obtida pela rotação completa de
está a 1 m de altura em relação ao solo plano e hori- uma parábola em torno do eixo de simetria.)

118 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 118 17.04.10 18:20:37


1. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas próprias palavras que, fixados dois
pontos, F1 e F2, de um plano, tal que F1F2 5 2c,
cc, chamamos de elipse o conjunto
de pontos P do plano cuja soma das distâncias PF1 e PF2 é uma constante 2a,
Roteiro de trabalho com 2a  2c.

1 Junte-se a um colega e façam o que é pedido: c) A excentricidade é um número e que mostra quan-
a) Escrevam com suas próprias palavras a definição to a hipérbole está próxima de duas semirretas ou
de elipse. próxima de duas retas paralelas.
b) Dê um exemplo de uma situação do cotidiano em
que se observa a forma elíptica. Resposta pessoal.
c) A excentricidade é um número e que mostra quan-
to os pontos da elipse estão próximos de uma cir-
cunferência ou de um segmento de reta. Fixada a
medida 2a do eixo maior, temos: quanto mais pró-
ximos estiverem os focos, mais próximos de uma
circunferência estarão os pontos da elipse e, quan- 1. c) Espera-se que os alunos 2. c) Espera-se que os alunos
to mais distantes estiverem os focos, mais próxi- respondam que, quanto respondam que, quanto
mais próximo do zero mais próximo de 1
mos de um segmento de reta estarão os pontos da estiver o número ee, mais estiver a excentricidade,
elipse. Observe: próximos de uma mais próxima de duas
circunferência estarão os semirretas colineares de
pontos de uma elipse e,e sentidos opostos estará a
iLustRAções: fAustino

quanto mais próximo de 1 hipérbole. E quanto mais


estiver o número ee, mais próxima de  estiver a
próximos de um excentricidade, mais
F1 F2 segmento de reta estarão próxima de duas retas
F1 F2 os pontos da elipse. paralelas estará a
hipérbole.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Analise os valores do número e para que os pontos de


uma elipse estejam mais próximos de uma circunfe-
rência ou mais próximos de um segmento de reta. Analise os valores do número e para que os pontos de
uma hipérbole estejam mais próximos de duas semir-
2 Em grupos, façam o que é pedido. retas ou mais próximos de duas retas paralelas.
a) Escrevam com suas próprias palavras a definição
de hipérbole. 3 Em duplas, escrevam com suas próprias palavras a
b) Dê um exemplo de uma situação do cotidiano em definição de parábola. Dê um exemplo de uma situação
que se observa a forma hiperbólica. Resposta pessoal. do cotidiano em que se observa a forma parabólica.
2. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas próprias palavras que, fixados Espera-se que os alunos respondam que, dados um ponto F e
dois pontos, F1 e F2, de um plano, tal que F1F2 5 2c,
cc, chamamos de uma reta r de um plano, sendo que F não pertence a r,
r
hipérbole o conjunto de pontos P do plano cujas diferenças, em módulo, chamamos de parábola o conjunto de pontos P desse plano que
das distâncias PF1 e PF2 são iguais a uma constante 2a, com 0  2a  2c. equidistam de r e F.
F

Exercícios complementares

1 Obtenha a equação reduzida da elipse  de centro C b) y


e eixos tA1A2 e tB1B2 , em cada um dos casos.
a) y

A1 ( x  2 5) 2 y2
    5 1
13 ( x  2 6) 2 (y  2 7) 2 25 16
    5 1
9 36


iLustRAções: fAustino

B1
4

C B1
A1 A2
C 10 x

1
A2
6 9 x

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 119

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 119 17.04.10 18:20:46


2 Determine a excentricidade da elipse  de focos F1 e F2. Com base nessas informações, resolva o problema
y
a seguir.
A medida do semieixo maior da elipse orbital de Plu-
tão é 100 vezes a medida do eixo maior da elipse orbi-
� tal de Mercúrio. Sabendo que o período da órbita de
2 1
7 F2 Mercúrio é de um ano terrestre, calcule o período
5 4
fAustino

da órbita de Plutão, adotando como unidade de medi-


da de tempo o ano terrestre. 250 anos terrestres

3 F1
6 Obtenha a equação reduzida da hipérbole  de centro C,
t 1A2 e focos F1 e F2 , em cada um dos casos.
eixo real A
a) y
( x  2 2) 2 (y  2 1) 2 x
3. b)     5 1
36 4

x2 y2
3 Dê a equação reduzida da elipse , em cada um dos casos.     5 1
9 16
a) () 16x 2  9y 2  64x 2 54y  1 5 0 ( x   2)2    (y  2 3)  5 1
2

b) () x 2  9y 2 2 4x 2 18y 2 23 5 0 2 9 2 16 F1 A1 C A2 F2
( x  2 2) y
c) () 3x  5y 2 12x 2 3 5 0
2 2
5
  
3
 5 1 3 5 x
x2 y2
d)     5 1 d) () 9x 2  4y 2 5 1
1 1 x 2
y 2

9 4 e) () 3x 2  5y 2 5 2 2    2  5 1

iLustRAções: fAustino
3 5

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 O primeiro satélite artificial, chamado Sputinik, foi
lançado pela extinta União Soviética no ano de 1957.
Sua órbita elíptica tinha o centro da Terra como um
dos focos. O ponto dessa órbita mais próximo da Terra b) y

distava 212 km da superfície do nosso planeta e o ponto


mais afastado distava 616 km dessa superf ície. Admi- F1
7
tindo que o raio da Terra seja 6.400 km, determine a
excentricidade dessa elipse. 101  ou  0, 03
3.407 5
A1
( x   3) 2
(y  2 4) 2  2   5 1
BettMAnn/CoRBis/LAtinstoCK

8 A2

F2 1

�3 x

7 Esboce o gráfico da hipérbole , em cada um dos casos.


y2 x2
a)  2   5 1
144 25

Modelo do satélite soviético Sputinik exposto em Praga. b) (y 2 4)2 2 (x 2 2)2 5 1


(1957) y2
c)  2 ( x  2  2)2  5 1
16
5 O astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.
demonstrou as proposições a seguir, conhecidas como
as três leis de Kepler: 8 Exiba as equações das assíntotas da hipérbole
I. As órbitas dos planetas em torno do Sol são elipses 16x 2 2 y 2 2 160x  399 5 0.
4x  y 2 20 5 0 e 4x 2 y 2 20 5 0
com o Sol situado em um dos focos dessa elipse.
9 Alguns cometas têm órbita elíptica e outros escapam do
II. Um segmento de reta traçado do Sol até um
sistema solar em órbitas parabólicas ou hiperbólicas.
planeta qualquer varrerá áreas iguais em intervalos
de tempo iguais à medida que o planeta realiza seu
sAnDRo eBone

movimento orbital em torno do Sol.


III. O quadrado do período T da órbita de um planeta
qualquer é diretamente proporcional ao cubo da
medida a do semieixo maior da elipse orbital
T2
descrita por esse planeta, isto é, 3  5  k , sendo k
a
uma constante. (O período da órbita é o tempo
necessário para que o planeta complete uma volta
em torno do Sol.) Cometa McNaught visto de Porto Alegre, RS. (2007)

120 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 120 17.04.10 18:21:07


No estudo de um cometa, fixou-se no espaço um siste-  7
ma cartesiano ortogonal xOy, adotando-se nos eixos c) () y 2  5 26  x    
 2
uma unidade conveniente. Observou-se que qualquer
2
ponto A(x, y), com x  21, da órbita desse cometa, em  11   1
relação ao ponto O(0, 0), satisfaz a condição: d) ()  y  2    5 12  x    
 5   3
(AO)2 2 (3x  2)2 5 0 Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.
12 Escreva na forma reduzida a equação da parábola ,
Represente no plano cartesiano xOy o gráfico forma-
em cada um dos casos.
do pelos pontos A(x, y).
a) x 5 2y2  2y 2 1 c) y 5 23x2  6x 4
b) y 5 x  3x
2
d) x 5 1 2 y2
10 Obtenha a equação reduzida da parábola  de vértice
V, foco F e diretriz r, nos seguintes casos:
13 Em missão de socorro, um avião da Cruz Vermelha,
a) voando a 300 m de altura em relação ao solo plano e
y r
horizontal, jogou uma caixa de medicamentos a re-
fugiados de guerra. A caixa percorreu uma trajetória
parabólica, atingindo o solo a 200 m da vertical de onde
foi lançada.
V F
4 (y 2 4)2 5 8(x 2 5)

iLustRAções: fAustino
300 m
3
iLustRAções: fAustino

5 x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


1.000
13. a) m  333,33 m
3

800
b) r y b)
3
m  266,67 m
200 m

a) A que altura, em relação ao solo, passa a diretriz da


parábola que contém essa trajetória?
y 2 5 8x
b) A que altura, em relação ao solo, está o foco da pará-
bola que contém essa trajetória?
�2 V x
14 A figura abaixo é o projeto de uma ponte cujo vão é
um arco parabólico de vértice V. De acordo com as
medidas indicadas, calcule a distância entre os pilares
verticais AB e CD, sabendo que suas bases A e C estão
no mesmo plano horizontal. 60 m

11 Esboce o gráfico da parábola , representando também V


o foco, a diretriz e o(s) ponto(s) de intersecção com os

fAustino
B D 32 m
eixos coordenados, nos seguintes casos:
14 m 14 m
a) () x2 5 24y
A C
 1
b) () (x 2 1)2 5 26  y   
 2 80 m
2
 1 1  3
12. a)  y      5   x    2 
 2 2

2
 3 9
b)  x      5 y   
 2 4

1
c) ( x  2 1) 2  5 2 (y  2 7)
3

d) y 2 5 21(x 2 1)

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola Capítulo 6 121

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 121 17.04.10 18:21:22


Matemática sem fronteiras

Os telescópios
Credita-se ao holandês Hans Lippershey, fabricante de lentes, a invenção do telescópio, em
1608. Lippershey teria associado duas lentes no interior de um tubo, para observar objetos dis-
tantes. De lá para cá houve constantes aperfeiçoamentos dessa invenção.
Há, fundamentalmente, dois tipos de telescópio: o refrator e o refletor.
Os primeiros telescópios construídos, e a maioria dos pequenos telescópios fabricados ainda

EDUARDO SANTALIESTRA/CID
hoje, são refratores, isto é, trabalham com a refração da luz dos objetos observados através de
lentes. Atualmente, os telescópios refratores são compostos por duas lentes convexas: uma obje-
tiva, que coleta as imagens e as concentra no foco da lente, e outra ocular, que aumenta o tama-
nho da imagem para o observador (a ocular pode ter também um conjunto de lentes).
Os telescópios refratores apresentam duas grandes limitações: uma delas, a mais importante,
é o fato de que as lentes provocam distorções cromáticas, prejudicando as observações; a outra
é a dificuldade da construção de grandes lentes. Para contornar essas dificuldades, Isaac Newton
construiu, em 1668, um telescópio refletor, projeto do monge italiano Niccolo Zucchi, que tentou
construí-lo 50 anos antes de Newton, mas desistiu. Esse tipo de telescópio trabalha com a reflexão
da luz por um espelho parabólico, que concentra a luz no foco do paraboloide, onde há outro Exemplo de distorção

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
espelho que reflete a luz para a lente ocular. cromática.

Telescópio refrator Telescópio refletor


objetiva
ocular ocular
ILUSTRAÇÕES: EDUARDO ALEJANDRO

Corte transversal de um telescópio refrator Corte transversal de um telescópio refletor

espelho
raio de luz ocular plano
ocular

objetiva

espelho parabólico
raio de luz

Hoje, a maioria dos telescópios dos grandes observatórios é do tipo refletor com grandes es-
pelhos parabólicos, como os do Observatório Austral Europeu (ESO, na sigla em inglês), no alto
do monte Paranal, no Chile.
GAMA/EYEDEA PRESSE

Espelho parabólico de 4,1 m de diâmetro


de um dos telescópios do Observatório
Austral Europeu. (2009)

122 Capítulo 6 As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C06(114a122).indd 122 4/21/10 7:34:21 AM


MAT – PAIVA – PNLEM – Vol.3 – Cap. 07 – 1.ª Prova (FORMATO ☎ 2618-1009 • 3569-1878)

CAPÍTULO Conjunto dos números

7
complexos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MAuRitius/LAtinstoCK

Superfície lunar e planeta Terra, foto


obtida por satélite. (2006)

Além da teoria

A distância entre o centro da Terra e o da Lua é aproximadamente 384.000 km e


a massa da Terra é oitenta vezes a massa da Lua.
Um número complexo pode ser representado por um ponto (x, y) do plano carte-
siano. Dessa forma, representando nesse plano as posições da Terra e da Lua pelos
pontos (xT , yT) e (xL, yL), respectivamente, o centro C de massa do sistema Terra-Lua
m x  1 mL x L
é o número complexo representado pelo ponto (xC, yC) tal que xC  T T e
m T  1 mL
m T y T  1 mL y L
yC  , em que mT e mL representam as massas da Terra e da Lua, respec-
m T  1 mL
tivamente.

Calcule a distância entre o centro da Terra e o centro de massa do sistema


Terra-Lua.

Neste capítulo você irá aprender sobre os números complexos e sua


representação no plano cartesiano e também verá como resolver esse e
outros problemas envolvendo esses conceitos.

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 123

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 123 4/19/10 4:46:04 PM


Resposta do problema

1
apresentado na abertura:
Sendo m a massa da Lua,
A escalada do número
temos que a massa da Terra é
80m. Representando, no plano
complexo, os centros da Terra
e da Lua pelos afixos dos A descoberta do número como abstração de quantidades observadas no cotidiano foi o pri-
números complexos 0  0i e
384.000  0i, obtemos: meiro, e talvez o mais importante, feito matemático da humanidade. Houve uma longa e árdua
Im caminhada desde os números naturais até os números reais. Mas seriam os números reais o últi-
mo estágio na escalada do conceito de número? Veremos que não.
FAUSTINO

Neste capítulo ampliaremos o conceito de número para além dos reais, definindo os núme-
384.000
ros complexos.
0 Lua Re
Terra (massa: m)
(massa: 80 m)

Assim, o centro de massa é


dado por:
A descoberta de um novo número
0  80
80m
m   384.000  m
   O problema a seguir mostrará a insuficiência dos números reais diante de certas situações
80m   m concretas ou abstratas.
384.000m
   4.784,74
,
81m Um engenheiro projetou duas caixas-d’água de mesma altura: uma em forma de cubo e a
Logo, o centro de massa do outra em forma de um paralelepípedo reto-retângulo com 6 m2 de área da base. O volume da
sistema Terra-Lua está
aproximadamente a caixa cúbica deve ter 4 m3 a menos que o volume da outra caixa. Qual deve ser a medida, em
4.740,74 km do centro da metro, da aresta da caixa cúbica?
Terra.
Indicando por x a medida da aresta da caixa cúbica, temos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

x x

x b
x a

ab  6

Assim, o valor de x é raiz da equação x  6x  4, que é equivalente a x 3  6x  4  0.


3

Essa equação pode ser resolvida pelo método proposto por volta de 1535 pelo matemático ita-
liano Niccolo Fontana, conhecido como Tartaglia (cerca de 1500-1557). Tal método consiste em
substituir x por u  v, de modo que o produto uv seja igual à terça parte do coeficiente de x, ou seja,
6
uv    2. Assim:
3

(u   v )3   6(u   v )  4  0 u 3   3u 2v   3uv 2   v 3   6u   6v   4  0
 , que é equivalente a 
uv    2 uv    2

Fazendo uv  2 na primeira equação, obtemos:

u 3   v 3   4  0 (I)



 2
v    u (II)

Substituindo (II) em (I), chegamos à equação u 6  4u 3  8  0, cuja resolução pode ser feita
através da mudança de variável u 3  t, com a qual obtemos a equação do 2‚ grau:

t 2  4t  8  0

em que   42  4  1  8  16 e, portanto,


 4 ±    16
t   
2

da qual concluímos que:


 4 ±    16
u 3   
2

124 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 124 5/4/10 7:39:22 AM


Nesse momento poderíamos ser levados a concluir que a equação x3 2 6x 1 4 5 0 não possui
raiz real, pois não existe no conjunto ® o número  216 .  Porém, essa conclusão é equivocada,
pois o número real 2 é raiz da equação, como se constata pela substituição de x por 2:

23 2 6 ? 2 1 4 5 0

Essa espantosa constatação nos leva a admitir a possibilidade da existência do número não
real  216 .
Historicamente, Gerônimo Cardano (1501-1576), médico e matemático italiano, após ter
aprendido com Tartaglia o método descrito na página anterior, foi o primeiro a admitir a existên-
cia de números não reais, durante a resolução de uma equação cúbica, como essa que discuti-
mos. Após tal descoberta, um matemático contemporâneo de Cardano, Raphael Bombelli (cerca
de 1526-1573), teve o que considerou uma “ideia louca”: começou a operar com os números
não reais estudados por Cardano. Bombelli admitiu, por exemplo, a identidade:

2 1  2 1  1 3 2  2 1  5 5,

dando, assim, subsídios para o início da construção de um novo conjunto de números: o conjunto
dos números complexos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Número complexo

A insuficiência dos números reais se revela na radiciação: não existem, em ®, raízes quadra-
das, quartas, sextas, ... de números negativos. Para que a radiciação seja sempre possível, os
matemáticos ampliaram o conceito de número, definindo o número i, não real, que chamaram
de unidade imaginária e que satisfaz a seguinte condição:

i2 5 i ? i 5 21

A partir da unidade imaginária, define-se:

Número complexo é todo número da forma a 1 bi, em que a e b são números reais e i é
a unidade imaginária.

Exemplos
a) 5 1 2i
b) 3i
c) 0i (que é igual a zero)

O conjunto dos números complexos é indicado por ç, isto é:

ç 5 {a 1 bi, com a e b reais}

Com esses “novos” números é possível definir raiz de índice par e radicando negativo, pois
potências de números complexos com expoente par podem ser negativas; por exemplo:

(3i)2 5 32 ? i2 5 9 ? (21) 5 29

Assim, 3i é uma raiz quadrada de 29.

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 125

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 125 4/19/10 4:46:11 PM


Forma algébrica de um número complexo

A expressão a 1 bi, com {a, b}  ®, é chamada forma algébrica do número complexo, em


que a é a parte real e b é a parte imaginária.

Exemplos
a) No número complexo 5 1 4i, a parte real é 5 e a parte imaginária é 4.
Todo número complexo cuja parte imaginária é diferente de zero é chamado de número
imaginário.

b) No número complexo 7i, que pode ser representado por 0 1 7i, a parte real é 0 (zero) e
a parte imaginária é 7.
Todo número complexo cuja parte real é zero e a parte imaginária é diferente de zero é
chamado de número imaginário puro.

c) No número complexo 9, que pode ser representado por 9 1 0i, a parte real é 9 e a parte
imaginária é zero.
Todo número complexo com parte imaginária zero é um número real. Note, portanto,
que todo número real a é, também, um número complexo, pois pode ser representado
por a 1 0i. Assim, temos que ®  ç:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
R
fAustino

Exercícios resolvidos

R.1 Determinar x, com x  R, de modo que o número complexo 8 1 (3x  6)i seja real.
Resolução
O número 8 1 (3x 2 6)i é real se, e somente se, a parte imaginária é zero, isto é:
3x 2 6 5 0
Assim, concluímos que x 5 2.

R.2 Obter k, com k  R, de modo que o número complexo k 2  9 1 (k  3)i seja:


a) imaginário.
b) imaginário puro.
Resolução
a) O número k 2 2 9 1 (k 2 3)i é imaginário se, e somente se, a parte imaginária é diferen-
te de zero, isto é:
k230
Assim, concluímos que k  3.
b) O número k 2 2 9 1 (k 2 3)i é imaginário puro se, e somente se, a parte real é zero e a
parte imaginária é diferente de zero, isto é:
 k 2  2 9
9  5 0  k  5  ± 3
 ⇒
 k  2 3
 3   0  k   3
Assim, concluímos que k 5 23.

126 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 126 4/19/10 4:46:13 PM


Igualdade entre números complexos
Dois números complexos a 1 bi e c 1 d i, com {a, b, c, d}  ®, são iguais se, e somente se,
suas partes reais são iguais e suas partes imaginárias são iguais.
Ou seja:
a  5 c
a  1 b i  5 c  1 d i  ⇔   
b  5 d

Exercício resolvido

R.3 Determinar os números reais x e y tais que 2x 1 y 1 5i  6 1 (x 1 y)i.


Resolução
Dois números complexos são iguais se, e somente se, suas partes reais são iguais e suas
partes imaginárias são iguais, ou seja:

 2 x  1  y  5 6  y  5 6  2  2 x (I)


  ⇒   
 x  1   y 
y 5   5  x  1  y 5 5 (II)

Substituindo (I) em (II), obtemos: x 1 6 2 2x 5 5 ⇒ x 5 1


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Substituindo x por 1 na equação (I), obtemos: y 5 6 2 2 ? 1 ⇒ y 5 4

Números complexos conjugados


O número complexo a 1 bi é o conjugado do número complexo c 1 d i, com
{a, b, c, d}  ®, se, e somente se, suas partes reais são iguais e suas partes imaginárias são Indicando por z um
número complexo,
opostas.
o conjugado de z
Ou seja: será indicado por z y.
a  5 c
a 1 bi é conjugado de c 1 d i ⇔ 
b  5 2d

Exemplos
a) O conjugado de z 5 8 1 4i é z y 5 8 2 4i.
b) O conjugado de z 5 5 2 9i é z y 5 5 1 9i.
c) O conjugado de z 5 10i é z y 5 210i.
d) O conjugado de z 5 3 é z y 5 3.

Exercícios propostos

1 No diagrama a seguir, cada uma das letras r, s, t, u e v 2 Classifique, no caderno, como verdadeira ou falsa
representa um dos números: 3,14; 2 ; 23; 4 2 2i e 0. cada uma das afirmações.
verdadeira
Determine o valor associado a cada uma dessas letras. a) Todo número real é também número complexo.
v b) Todo número complexo é também número real. falsa
c) C  R 5  falsa
fAustino

u
verdadeira
t
d) C 2 R 5 {z | z 5 a 1 bi, com {a, b}  R e b  0}
r N Z Q R C
e) O conjugado do número 3 1 4i é 23 2 4i. falsa
s f) O conjugado do número 3 1 4i é 3 2 4i. verdadeira
g) Se a 1 3i 5 6 1 bi, com {a, b}  R, então,
a 1 b 5 9. verdadeira
r 5 0, s 5 23,
23, t 5 3,14, u 5 2 , v 5 4 2 2i

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 127

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3 Sendo os números complexos a) real x 5 3
z1 5 (x 2 5) 1 (x2 2 25)i e z2 5 (x 1 5) 1 (x 2 5)i, b) imaginário x  3
classifique cada um deles como real, imaginário ou c) imaginário puro x 5 23
imaginário puro para: z1 e z2 são números imaginários.
z1 e z2 são números reais.
a) x 5 5 c) x 5 7 5 Dada a igualdade 2a 1 (a 1 2)i 5 (b 2 a) 1 bi,
b) x 5 25 determine os números reais a e b.
z1 é um número real e z2 é um número imaginário puro. a51eb53

4 Determine os valores reais de x para que o número 6 Encontre os números reais x e y de modo que
complexo (x2 2 9) 1 (x 2 3)i seja: x 2 1 4x 1 (x 2 y)i 5 9 2 y 2 1 3i.
(x 5 0 e y 5 23) ou (x
(x 5 1 e y 5 22)

Resolva as questões 1 e 2 do Roteiro de trabalho.

3 Operações elementares com


números complexos
Antes de apresentar as operações elementares com números complexos, é importante ressal-
tar que elas foram definidas como extensões das operações em ®, de modo que fossem conser-
vadas as propriedades dessas operações em ®.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para a adição foram conservadas as propriedades associativa, comutativa, elemento neutro e
elemento oposto, de modo que:
• o elemento neutro da adição é o número zero, ou seja, 0 1 0i;
• o oposto de um número complexo qualquer z 5 a 1 bi, com a e b reais, é o número com-
plexo 2z 5 2a 2 bi.
Para a multiplicação foram conservadas as propriedades associativa, comutativa, elemento
neutro e elemento inverso, de modo que:
• o elemento neutro da multiplicação é o número 1, ou seja, 1 1 0i;
• o inverso de um número complexo não nulo z 5 a 1 bi é o número complexo indicado
1
por z 21 tal que z 21 5  .
a  1 b i
Foram conservadas também a propriedade distributiva da multiplicação em relação à
adição.

Esses princípios resultaram nas seguintes definições:

Para quaisquer números complexos z1 5 a 1 bi e z2 5 c 1 di, em que a, b, c e d são


números reais, temos:
• z1 1 z2 5 (a 1 c) 1 (b 1 d)i
• z1 2 z2 5 z1 1 (2z2)
• z1 ? z2 5 (ac 2 bd) 1 (ad 1 bc)i
1
• z 1 : z 2  5 z 1 ?  (com z2  0)
z2

Nota:
Observe como as propriedades distributiva, associativa e comutativa, que se estendem para a
adição e multiplicação em ç, permitem a definição de multiplicação de números complexos
como foi apresentada anteriormente:
z1 ? z2 5 (a 1 bi) ? (c 1 di) 5 ac 1 adi 1 bci 1 bdi 2 5 ac 1 adi 1 bci 1 bd(21)
 z1 ? z2 5 (ac 2 bd) 1 (ad 1 bc)i
Para agilizar as operações elementares com números complexos, aplicamos as propriedades opera-
tórias — associativa, comutativa, elemento neutro, elemento oposto, elemento inverso e distributiva
— em vez das definições, conforme mostram os exemplos a seguir.

128 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

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Exemplo
Sendo z1 5 3 1 2i e z2 5 4 2 5i, vamos efetuar:
a) z1 1 z2 5 3 1 2i 1 4 2 5i 5 (3 1 4) 1 (2 2 5)i 5 7 2 3i
b) z1 2 z2 5 3 1 2i 2 (4 2 5i) 5 3 1 2i 2 4 1 5i 5 21 1 7i
c) z1 ? z2 5 (3 1 2i) ? (4 2 5i) 5 3 ? 4 1 3 ? (25i) 1 2i ? 4 1 2i ? (25i) 5
5 12 2 15i 1 8i 2 10i2 5 12 2 15i 1 8i 1 10 5 22 2 7i
1 1 3 1 2i
d) z1 : z2 5 z1 ?  5 (3 1 2i) ?   5 
z2 4 2 5i 4 2 5i
Nota:
No exercício resolvido R.5, vamos representar na forma algébrica, a 1 bi, o número complexo
3 1 2i
. Antes, porém, necessitamos da representação, na forma algébrica, do inverso de um
4 2 5i
número complexo, o que veremos a seguir.

Forma algébrica de números complexos inversos


Vimos que o inverso de um número complexo não nulo z 5 a 1 bi, com {a, b}  ®, é o
número: 1 1
z 21 5   5 
z a  1 b i
Para representar esse número na forma algébrica, podemos multiplicar o numerador e o de-
1
nominador de pelo conjugado do denominador, obtendo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a  1 b i
1 1 a  2 b i a  2 b i a  2 b i
z 21 5   5   ?   5  2  5  2
a  1 b i a  1 b i a  2 b i a  2 (b i) 2 a  1 b 2
Logo, a forma algébrica de z 21 é dada por:
a bi
z 21 5  2 2
 2  2
a  1 b a  1 b 2
Exemplo
O inverso de z 5 3 1 4i é: 1
z 21 5 
3 1 4i
Para obter a forma algébrica desse número, basta multiplicar o numerador e o denominador
pelo conjugado do denominador. Observe:
1 1 ? (3 2 4i) 3 2 4i 3 2 4i 3 4i
z 21 5   5   5  2  5   5   2  
3 +  4i (3 1 4i) ? (3 2 4i) 3  2 ( 4i) 2 25 25 25

Exercícios resolvidos

R.4 Determinar o número z  x 1 yi, com {x, y}  R, tal que zi 1 2zy  4  i.


Resolução
(x 1 yi)i 1 2(x 2 yi) 5 4 2 i ⇒ xi 1 yi2 1 2x 2 2yi 5 4 2 i ∴ (2y 1 2x) 1 (x 2 2y)i 5 4 2 i
2y  1  2 x  x  5  4  y  5  2 x  2  4     (I )
Assim:   ⇒   
 x  2  2 y  5  2 1  x  2  2 y  5 21  (II )
Substituímos (I) em (II): x 2 2(2x 2 4) 5 21 ⇒ x 2 4x 1 8 5 21 ∴ x 5 3
Fazendo x 5 3 em (I), temos: y 5 2 ? 3 2 4 ⇒ y 5 2
Logo, z 5 3 1 2i.
3  1 2i
R.5 Determinar a forma algébrica do número complexo z  .
4   5i
Resolução
Para representar esse resultado na forma algébrica, a 1 bi, basta multiplicar o numerador
e o denominador da fração pelo conjugado do denominador, isto é:
3  1  2i (3  1  2i)(4  1 5i) 12  1 15i  8i  1 1 0i 2
15i  1 8 2  1  2 3i
z  5   ⇒   zz 5   5  2 2
 5 
4  2 5i (4 2 5i) ? (
 (4  1 5i ) 4 2 (5i ) 41
2 23i
Logo, a forma algébrica do número complexo é z 5  1  .
41 41

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 129

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Exercícios propostos

7 Dados os números complexos 10 Resolva cada uma das expressões:


z1 5 24 1 2i, z2 5 5 1 i, z3 5 6 e z4 5 23i, calcule: a) 3 1 2i 1 (1 1 5i)(2 2 i) 10 1 11i
a) z1 1 z2 1 1 3i b) z3 1 zy2 2 z4 11 1 2i
2  1 i
b)  1  2i(1 2 3i ) 6 1 3i
1 2  2i
8 Sendo z1 5 5 1 3i, z2 5 6, z3 5 2i e z4 5 2 2 i,
calcule:
a) z1 ? z2 b) z1 ? z3 c) z2 ? zy4 11 Obtenha o número complexo z tal que
30 1 18i 26 1 10i 12 1 6i zy 1 2z 2 i 5 6 1 3i. z 5 2 1 4i
9 Considere os números complexos:
z1 5 2 1 3i, z2 5 2 2 i, z3 5 4i e z4 5 2 12 Obtenha o valor real de a para que o número com-
Calcule: plexo z 5 (1 1 ai)(a 2 4i) seja real. a 5 22 ou a 5 2
z
a) 4 4  2  6i c) (z2)21 2  1  i
z1 13 13 5 5
13 Obtenha o valor real de a para que o número com-
z 4 8i i 2  1 i
b) 3 2  1  d) (z3)21 2 plexo z  5  seja real. a 5 2
z2 5 5 4 a  1 i

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 Potências de números complexos
com expoentes inteiros

Não há unanimida- Sendo w um número complexo qualquer, definimos:


de entre os matemá-
• w 0 5 1, com w  0 1 0i
ticos quanto à ado-
ção do valor 1 para • w1 5 w
a potência 00, por • w n  5 w
 
? w  
? w
  w ,   ∀n , com n   n e n   2
? ... ? 
isso excluímos a base n fatores

zero da definição 1
w 0 5 1. • w 2n  5  , com w   0, e ∀ n , com n  Ω
wn

Exemplos
a) i3 5 i ? i ? i 5 (i ? i) ? i 5 i2 ? i 5 (21) ? i 5 2i
b) i4 5 i ? i ? i ? i 5 (i ? i) ? (i ? i) 5 i2 ? i2 5 (21) ? (21) 5 1
1 1 1 1 1
c) (2i)24  5  4
 5   5  4
 5   5 
(2i) 2i  ? 2i  ? 2i  ? 2i 16i 16 ? 1 16

Propriedades das potências


Através da definição de potência e das propriedades da multiplicação, demonstra-se que, para
quaisquer números complexos w e v, e quaisquer números inteiros m e n, valem as propriedades
seguintes, considerando obedecidas as condições de existência:

P1. w n ? w m 5 w n 1 m
P2. w n : w m 5 w n 2 m
P3. (w n)m 5 w nm
P4. (wv)n 5 w nv n
n
w wn
P5.  v   5 
vn

130 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 130 4/19/10 4:46:24 PM


Exercícios resolvidos

R.6 Calcular (1 1 i)10.


Resolução
P3 P4 P1 P3

(1 1 i)10 5 [(11 i)2]5 5 [1 1 2i 1 i2]5 5 [1 1 2i 2 1]5 5 [2i]5 5 25 ? i5 5 25 ? i4 ? i 5 25 ? (i2)2 ? i 5 32 ? (21)2 ? i 5 32i

R.7 Calcular (2 1 i)4 ? (1 1 2i)4.


Resolução
P4 P4 P3

(2 1 i)4 ? (1 1 2i)4 5 [(2 1 i)(1 1 2i)]4 5 [2 1 4i 1 i 1 2i2]4 5 [2 1 4i 1 i 2 2]4 5 [5i]4 5 54 ? i4 554 ? (i2)2 5 54 ? (21)2 5
5 625 ? 1 5 625

Potências de i
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O cálculo das potências de números complexos com expoentes inteiros envolve, particu-
larmente, potências de i. Para agilizar esse tipo de cálculo, é conveniente conhecer o teorema
a seguir.

Existem quatro, e somente quatro, valores para potências de i com expoentes inteiros. São
eles:
•  i 0 5 1     •  i2 5 21
•  i1 5 i        •  i3 5 2i

Demonstração

Sendo n um número inteiro, vamos calcular o valor da potência in.


1‚ caso: n > 0
Dividindo n por 4, obtemos um quociente inteiro q e um resto inteiro r tal que 0 < r , 4,
isto é, n 5 4q 1 r. Assim, aplicando as propriedades das potências, temos:

i n 5 i 4q 1 r 5 i 4q ? ir 5 (i4)q ? ir 5 1q ? ir 5 1 ? ir 5 ir

Como r é inteiro e 0 < r , 4, concluímos que ir é um dos quatro valores i0, i1, i2 ou i3.
2‚ caso: n , 0
in 5 (i21)2n
1 1
Observando que i21 5  ,  vamos multiplicar o numerador e o denominador de   por 2i:
i i
21 1 1 ? (2i) 2i
i  5   5   5  2  5 2i
i i ? (2i) 2i
Assim, temos:
in 5 (2i)2n 5 (21)2n ? i2n
Como n , 0, temos 2n . 0, portanto, pelo 1‚ caso, i2n é um dos quatro valores i0, i1, i2
ou i3.
E como (21)2n é igual a 1 ou 21, concluímos que (21)2n ? i2n é um dos quatro valores i 0,
i1, i2 ou i3.

Consequência
Para o cálculo da potência in com n inteiro e n > 4, dividimos n por 4, obtendo um resto in-
teiro r. Temos, então, i n 5 i r.

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 131

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Exercício resolvido

R.8 Calcular:
a) i14 b) i61 c) i100 d) i25
Resolução
a) Dividimos 14 por 4, obtendo resto 2. Logo: i14 5 i2 5 21
b) Dividimos 61 por 4, obtendo resto 1. Logo: i61 5 i1 5 i
c) Dividimos 100 por 4, obtendo resto 0. Logo: i100 5 i0 5 1
1
d) i 225  5  25
i
Dividimos 25 por 4, obtendo resto 1. Logo:
1 1 1 1 ? ((2i ) 2i
i 225  5   5  1  5   5  5 2  5 2i
i 25 i i i  ? ((2i ) 2i

Exercícios propostos

14 Copie a tabela a seguir no caderno e complete-a. 16 (UFRGS-RS) (1 1 i)15 é igual a: alternativa b

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) 64(1 1 i)
linha 1 i0 5 1 i4 5 1 i8 5
b) 128(1 2 i)
linha 2 i1 5 i i 5
5
i9 5
linha 3 i 5 21
2
i6 5 i10 5 c) 128(21 2 i)
linha 4 i3 5 2i i7 5 i11 5 d) 256(21 1 i)
Nessa tabela, observamos um padrão nas potências e) 256(1 1 i)
de i. De acordo com esse padrão, responda.
a) Se acrescentássemos mais colunas a essa tabela, em 17 Um número complexo w é uma raiz quadrada de
que linha estaria a potência i246? E a potência i123? 3; 4 um número complexo z se, e somente se, w2 5 z.
b) Qual é o valor de cada uma das potências Em duplas:
calculadas no item a? 21; 2i a) Mostrem que os números
c) Qual é o valor da expressão i0 1 i6 1 i9 1 i40? 1 1 i w1  5  2  1 i 2  e w 2  5 2 2  2 i 2 são raízes
d) Determine o menor número natural n tal que
quadradas do número complexo z 5 4i.
in 1 31 5 1. n 5 1 Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
b) Determinem as raízes quadradas do número
15 Calcule o valor de cada uma das potências: complexo z 5 2i. 1 1 i; 21 2 i
a) i65 i e) (2i)7 2128i
b) i36 1 f) (3i)3 227i (Sugestão: No item b, representem uma raiz qua-
c) i22 21 g) (1 1 i)16 256 drada de z por a 1 bi, com a e b reais, e imponham
d) i51 2i que (a 1 bi)2 5 z.)

5 Representação geométrica do
conjunto dos números complexos

Quando estudamos o conjunto ® dos números reais, vimos que é possível estabelecer uma
correspondência biunívoca entre ® e o conjunto de pontos de uma reta. Assim, podemos repre-
sentar, geometricamente, o conjunto ® por uma reta.

0 1 2 3 4
fAustino

�4 �3 �2 �1
�π �2,7 �√5 �1,8 �√2 O √2 1,8 √5 2,7 π R
�1,5 1,5

Mostraremos, a seguir, como representar, geometricamente, o conjunto dos números complexos.

132 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 132 4/19/10 4:46:28 PM


Plano complexo ou plano de Argand-Gauss
A cada número complexo z 5 x 1 yi, em que x e y são números reais, vamos associar o pon-
to do plano cartesiano determinado pelo par ordenado de números reais (x, y). Essa associação é
biunívoca, isto é, cada número complexo está associado a um único ponto do plano cartesiano,
e cada ponto desse plano está associado a um único número complexo.

fAustino
x � yi

O x R

Por meio dessa associação, representa-se geometricamente o conjunto ç pelo plano, que é
chamado de plano complexo ou plano de Argand-Gauss, em homenagem aos seus criado-
res: o matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855) e o guarda-livros suíço Jean Robert
Argand (1768-1822).
No plano de Argand-Gauss o eixo das abscissas é indicado por Re e é chamado de eixo real,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e o eixo das ordenadas é indicado por Im e é chamado de eixo imaginário. Cada ponto P (x, y)
desse plano é a imagem ou afixo do número complexo x 1 yi.

Exercícios resolvidos

R.10 Representar no plano complexo o L.G. (lugar geo-


R.9 Representar no plano de Argand-Gauss a ima-
métrico) das imagens dos números complexos z
gem de cada um dos números complexos:
que satisfazem a equação zi  zy  3 1 3i.
a) z1  6 1 3i e) z5  4
b) z2  4 1 6i f) z6  5i Resolução
c) z3  6  4i g) z7  3i Lugar geométrico é qualquer conjunto de pontos,
d) z4  2  5i h) z8  2 podendo até mesmo ser o conjunto vazio. Desse
Resolução modo, o enunciado dessa questão pede o conjunto
de pontos do plano complexo que representam os
Aos números z1, z2, z3, z4, z5, z6, z7 e z8 associamos os
números complexos z tais que: zi 2 z . 5 23 1 3i
pontos determinados pelos pares ordenados de nú-
Indicamos o número complexo: z por x 1 yi, com
meros reais (6, 3), (24, 6), (26, 24), (2, 25), (4, 0),
{x, y}  R, obtendo:
(0, 5), (0, 23) e (22, 0), respectivamente, obtendo:
zi 2 zy 5 23 1 3i ⇒
Im
(eixo imaginário) ⇒ (x 1 yi)i 2 (x 2 yi) 5 23 1 3i
 xi 2 y 2 x 1 yi 5 23 1 3i
8
 2(x 1 y) 1 (x 1 y)i 5 23 1 3i
7
z2 Pela definição de igualdade entre números comple-
6
5 z6 xos, temos:
4
2( x  1 
1  y )) 5 23
z1 
 x  1  y  5 3
fAustino

3
2
1 Portanto, r Im
�6 z8 2 z5
x 1 y 5 3. Logo,
0 1
�5 �4 �3 �2 �1
�1
3 4 5 6 Re o L.G. das ima-
(eixo real)
fAustino

�2 gens dos núme-


3
�3 z7 ros complexos
�4 z 5 x 1 yi é a
z3
�5 reta r de equa-
z4
ção x 1 y 5 3, 3 Re
cujo gráfico é:

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 133

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 133 4/19/10 4:46:30 PM


Exercícios propostos

18 Represente no plano de Argand-Gauss as imagens a) a parte real igual a 3.


(afixos) dos seguintes números complexos: b) a parte imaginária igual a 5.
a) z1 5 5 1 4i e) z5 5 6 c) a parte real igual à parte imaginária.
b) z2 5 23 1 6i f) z6 5 23 d) a parte real igual ao oposto da parte imaginária.
c) z3 5 24 2 5i g) z7 5 3i Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
d) z4 5 2 2 4i h) z8 5 22i 20 Represente no plano de Argand-Gauss o lugar geo-
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. métrico das imagens dos números complexos z tais
19 Represente no plano de Argand-Gauss todos os nú- 16 Ver Suplemento com orientações
meros complexos que têm: que zy 5 . para o professor
professor..
z

6 Módulo de um número complexo

No volume 1 desta obra, definimos o módulo de um número real x. Para isso, consideramos
no eixo real de origem O um ponto A de abscissa x, e definimos o módulo de x como a distância

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entre O e A.
O A
0 x R | x | 5 OA

Se estendermos essa definição para o plano complexo, teremos a definição de módulo de um


iLustRAções: fAustino

número complexo. Por exemplo, consideremos a imagem P do número complexo z 5 6 1 8i:

Im
8 P(6, 8)

O(0, 0) 6 Re

A distância entre a origem O e P é chamada de módulo do número complexo z 5 6 1 8i.

| z | 5 OP 5 (6 2 0) 2  1 (8 2 0) 2  5  100  5 10

 | z | 5 | 6 1 8i | 5 10

Definição

O módulo  de um número complexo z 5 x 1 y i, com {x, y}  ®, é a distância do ponto


(x, y) à origem (0, 0) do plano de Argand-Gauss.
Im

(x, y)
fAustino

  5 |z | 5  x 2  1 y 2



Adotaremos a letra
grega  (rô) para in-
dicar o módulo do (0, 0) Re
complexo z.

134 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 134 4/19/10 4:46:32 PM


Exercícios resolvidos

Notas:
R.11 Calcular o módulo de cada um dos seguintes nú-
1. A equação | x | 5 6 no universo C tem infinitas
meros complexos:
raízes, que são todos os números complexos
a) z1  12 1 5i c) z3  6i
representados pelos pontos da circunferência
b) z2  2  4i d) z4  4
anterior.
Resolução
2. A equação | x | 5 6 no universo R tem apenas
a) |z1|| 5  12 2  1 52  5  169  5 13 duas raízes: 6 e 26.

b) |z 2|| 5  2 2  1 (
 (24 )2  5  20  5  2 5 R.13 Representar no plano complexo o L.G. das imagens
dos números complexos z tais que | z  5 |  4.
c) |z 3|| 5  0 2  1 6 2  5  36  5 6
Resolução
d) |z 4 || 5  (24 )2  1 0 2  5  16  5  4 Indicando o número complexo z por x 1 yi, com
{x, y}  R, temos:
R.12 Representar no plano complexo o L.G. das ima-
| z 2 5 | 5 4 ⇒ | x 1 yi 2 5 | 5 4
gens dos números complexos z tais que | z |  6.
Resolução  | (x 2 5) 1 yi | 5 4
Indicando o número complexo z por x 1 yi, com Aplicando a definição de módulo de um número
{x, y}  R, temos: complexo, obtemos:
|  5 6  ⇒   x 2   +   y 2  5 6
|z| 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

( x  2 5)2  1  y 2  5  4  ⇒   (( x  2 5)2  1  y 2  5 1 6


Quadramos ambos os membros dessa igualdade, Logo, o L.G. das imagens dos números complexos
obtendo: z 5 x 1 yi é a circunferência de equação
x2 1 y2 5 36 (x 2 5)2 1 y2 5 16, cujo gráfico é:
Logo, o L.G. das imagens dos números complexos
z 5 x 1 yi é a circunferência de equação
Im
x2 1 y2 5 36, cujo gráfico é:
Im

iLustRAções: fAustino
6

�6 C 6 1 5 9 Re
Re

�6

Propriedades do módulo de um número complexo


Sendo z, z1 e z2 números complexos quaisquer e n um número inteiro, temos:

M1. | z | > 0
M2. z ? zy 5 | z |2
Ver demonstrações
M3. | z1 ? z2 | 5 | z1 | ? | z2 | das propriedades no
Suplemento com
orientações para o
z1 |z | professor.
M4.  5  1 , com z2  0
z2 |z 2 |

M5. | z n | 5 | z |n, para todo n se z  0 ou para n . 0 se z 5 0

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 135

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 135 4/19/10 4:46:37 PM


Exercícios resolvidos

R.14 Calcular:

a) | (6 1 8i)(4  3i) | c) | (3  i)6 |

4  1 2i
b)
15   8i

Resolução
a) Aplicando a propriedade M3 dos módulos, temos:

|(6  1 8i )(4


)(4  2 3i)| 5 |6
 |6  1 8i| ? |4  2 3i| 5

5 6 2  1 8 2  ?  4 2  1 (23)2  5  100  ?  25  5 10  ? 5 5 50

b) Pela propriedade M4 dos módulos, temos:

4  1  2i |4  1  2i| 4 2  1  2 2 20 2 5


 5   5   5   5 
15 2 8i |15  2  8i| 15
1 2
5  1 ((28) 2
289 17

c) Aplicando a propriedade M5 dos módulos, temos:

( )  5 ( )  5 10  5 1.000


6

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6
|(3  2 i )6||  5 |
 |3  2 i|6  5  3 2  1 (
 (21)2 10 3

R.15 Um número complexo é igual ao inverso do seu conjugado. Calcular o módulo desse
número complexo.
Resolução
1
Indicando por z esse número complexo, temos: z  5   ⇒  z  ?  z 5 1
z
Pela propriedade M2, z ? zy 5 | z |2 ; assim:
| z |2 5 1 e, portanto, | z | 5 1.

Exercícios propostos

21 Calcule: c) Qual é o número complexo cuja imagem é o


a) | 4 1 3i | 5 d) | 27i | 7
ponto desse L.G. que está mais próximo da
origem desse sistema de eixos? 2 1 i
b) | 12 2 5i | 13 e) | 9 | 9
d) Qual é o número complexo cuja imagem é o
c) | 4i | 4 f) | 26 | 6 ponto desse L.G. que está mais distante da
origem desse sistema de eixos? 6 1 3i
22 Represente no plano de Argand-Gauss o L.G. das
imagens dos números complexos z em cada um dos 24 Represente no plano de Argand-Gauss o L.G. das
casos. imagens dos números complexos z em cada um dos
a) | z 2 3 | 5 6 b) | z 2 2 1 5i | 5 4 casos.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.. a) | z | 1 | 3z | 5 4
23 No plano complexo, considere o L.G. dos números b) z ? zy 5 | 4z |
 2  4  2  2i||  =   5 .
complexos z tais que |z  2 Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
a) Represente graficamente esse L.G. 25 Represente no plano de Argand-Gauss o L.G. das
b) Quais são os números complexos cujas imagens imagens dos números complexos z tais que
pertencem a esse L.G. e têm parte real igual a 2? z ? zy 2 | z | 1 1 5 0.
2 1 i e 2 1 3i Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

136 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 136 4/19/10 4:46:40 PM


7 Coordenadas polares no plano
complexo

A imagem de um número complexo no plano de Argand-Gauss pode ser determinada também


por meio de uma distância e de um ângulo. Por exemplo, existe um único número complexo z cuja
imagem P dista 4 unidades da origem O do sistema de modo que a semirreta OyP % forma com o se-
mieixo positivo Ox um ângulo de 60°, medido no sentido anti-horário, a partir desse semieixo.

Im

60°

ilustrações: faustino
O Re

As medidas 4 e 60° são chamadas de coordenadas polares da imagem do número comple-


xo z. Com essas coordenadas podemos determinar a parte real a e a parte imaginária b do núme-
ro z. Observe:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Im

 a 1 a
cos 60 °  5  4  2  5  4
 ⇒  
b P sen 60 °  5  b  3  5  b
 4  2 4
4
  a  5 2 e b  5 2 3
60°
O a Re

Logo, a forma algébrica do número z é:


z  5 2 1 2 3 i

Reciprocamente, a partir da forma algébrica podemos determinar as coordenadas polares de


um número complexo não nulo, conforme veremos a seguir.

Argumento de um número complexo


Dado um número complexo não nulo z 5 a 1 bi, com a e b reais, consideremos no plano
complexo os pontos O(0, 0), P(a, b) e o ângulo de medida  cujos lados são o semieixo positivo Ox
e a semirreta OyP %, conforme a figura abaixo:

Im
faustino

P(a, b)
O único número
complexo para o
qual não se define
argumento é o nú-

mero z 5 0. Assim,
O Re um número comple-
xo possui argumen-
to se, e somente se,
A medida , obtida no sentido anti-horário a partir do semieixo positivo Ox, com 0 <  , 2π é diferente de zero.
ou 0° <  , 360°, é chamada de argumento do número complexo z.

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 137

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 137 4/19/10 4:46:42 PM


Exercício resolvido

R.16 Obter o argumento de cada um dos números complexos:


a) z1  4i b) z2  5i c) z3  6 d) z4  3
Resolução
Quando a imagem P de um número complexo pertence a um dos eixos coordenados, o argumento
desse número é facilmente obtido pelo gráfico. Observe:
a) Im c) Im
4 P

P
O
iLustRAções: fAustino

6 Re
�1
O Re Como a semirreta OyP % coincide com o
semieixo positivo Ox e como 0 <  , 2π
π
1  5 90 °  ou  1  5 r ad ou 0° <  , 360°, temos:
2
3 5 0° ou 3 5 0 rad

b) Im d) Im
�2
O

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Re

P �4

�3 O Re

�5 P
4 5 180° ou 4 5 π rad

2 5 270° ou  2  5  rad
2

Cálculo do argumento de um número complexo


No exercício resolvido anterior, vimos que se a imagem do número complexo não nulo per-
tence a um dos eixos coordenados, então é muito simples a determinação do argumento. Veja-
mos agora como se calcula o argumento quando a imagem do número complexo não pertence
a nenhum dos eixos coordenados.
Demonstraremos apenas para a . 0 e b . 0, porém, o resultado obtido vale também para os
demais casos (a , 0 e b . 0, a , 0 e b , 0, a . 0 e b , 0).
Seja z 5 a 1 bi, com a . 0 e b . 0. A imagem P(a, b) de z é um ponto do 1‚ quadrante:
Im P
fAustino


b


O M Re
a

A distância OP 5  é o módulo de z, isto é:


  5  a 2  1 b 2 (I)
 a
cos   5  ρ (II)

No triângulo OMP, temos: 
sen    5  b (III)
 ρ

As igualdades (I), (II) e (III) determinam o argumento de z.


Nota:
As igualdades (I), (II) e (III), obtidas nos quatro casos, são válidas também quando a imagem
P(a, b) do número complexo não nulo z 5 a 1 bi pertence a um dos eixos coordenados.

138 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 138 4/19/10 4:46:46 PM


Os quatro casos e a nota acima nos permitem enunciar:

Se z 5 a 1 bi, com {a, b}  ®, é um número complexo não nulo, de módulo  e argumen-


to , então:
 a
cos   5  ρ

  5  a 2  1 b 2 e 
sen   5 b
 ρ

Exercício resolvido

R.17 Calcular o módulo e o argumento de cada um dos números complexos.


a) z  2 3  1 2i b) w  4  4i
Resolução
 parte real: a  5  2 3
a) z  5  2 3  1  2i 
 parte imaginári r ia: b 5  2
O módulo  e o argumento  do número z são dados por:
  5  a 2  1  b 2  ⇒   5  (2 3 )2  1  2 2  5  1 6  5  4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 a  2 3 3
 cos   5    cos   5  4 5 2
  ⇒        5 30 °
 sen   5  b  sen    5  2  5 1
   4 2
 π 
Concluímos, então, que o número complexo z tem módulo 4 e argumento 30°  ou   rad  .
 6 
 parte real: a  5  4
b) w  5  4  2  4 i 
 parte imaginária: a: b 5 24
O módulo  e o argumento  do número w são dados por:
  5  a 2  1  b 2  ⇒   5  4 2  1 (
 (24 )2  5  32  5  4 2

 a  4 1 2
 cos   5    cos   5  4 2 5 2  5  2
  ⇒        5 315°
 sen   5  b  sen    5 2 4  5 2 1  5 2 2
   4 2 2 2
Concluímos, então, que o número complexo w tem módulo 4 2 e argumento 315°
 7π 
 ou  4  rad  .

Forma trigonométrica de um número complexo


Para todo número complexo não nulo z 5 a 1 bi, com {a, b}  ®, de módulo  e argumento
, temos:
 a
cos   5   a  5  cos 

  ⇒   
sen   5  b b  5  sen   Embora não se defina
  o argumento do nú-
mero complexo z 5 0,
Assim, podemos representar o número z 5 a 1 bi sob a forma z 5  cos  1 ( sen )i ou, ainda: pode-se representar
z sob a forma trigo-
nométrica
z 5 (cos  1 i sen ) z 5 0(cos  1 i sen ),
para qualquer valor
de .
Essa forma é chamada de forma trigonométrica ou forma polar do número complexo z.

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 139

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 139 4/19/10 4:46:51 PM


Exercício resolvido

c) z3 5 24i
R.18 Representar na forma trigonométrica cada um
dos números complexos: Como z3 é um imaginário puro, sua imagem
a) z1  2 1 2i c) z3  4i pertence ao eixo imaginário e, nesse caso, pode-
b) z 2   5
5  1 5 3 i mos obter graficamente o módulo e o argumen-
to de z3, sendo desnecessárias as fórmulas.
Resolução
 parte real: a  5  2 Im
a) z1  5 2
2  1  2i 
 parte imaginária: a: b 5  2

fAustino
� � 270°
O módulo  e o argumento  do número z1 são
dados por: O Re
2 2 2 2
  5  a  1  b  ⇒   5  2  1  2  5  8  5  2 2

 a  2 1 2 �4i P
 cos ϕ  5  ρ  cos   5  5  5 
  2 2 2 2
  ⇒   
 sen    5 b  sen    5  2 1 2
 5   5 O módulo de z3 5 24i é a distância  do ponto
 ρ  2 2 2 2
P à origem O do sistema, isto é,  5 4.
  5 45° Logo, a forma trigonométrica de z3 é:
Logo, a forma trigonométrica de z1 é: cos  270 °  1 i sen  27 0° ) ou
z 3  5  4 ( cos 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cos  45 °  1 i sen 4 5° ) ou
z1  5  2 2 ( cos   3π 3π 
z 3  5  4  cos   1 i sen
 π π  2 2 
z1  5  2 2  cos  1 i sen 
 4 4
Nota:
 parte real: a  5 25 Pode-se representar um número complexo não
b) z 2  5 25
5 1 5 3 i  nulo z também na seguinte forma:
 parte imaginár ár ia: b 5 5 3
z 5 (cos  1 i sen ), com   [0, 2π[ e
O módulo  e o argumento  do número z2 são   [0°, 360°[
dados por:
Por exemplo, z 5 8(cos 390° 1 i sen 390°).
  5  a 2  1  b 2 ⇒ Essa forma de representação é denominada forma
trigonométrica secundária, e a medida  é chama-
⇒    5 (25)2  1 (
 (5 3 )2 5  100  5 10
da de argumento secundário de z.
 a  5 1 Para que não haja confusão de linguagem, conven-
 cos   5    cos   5 2 10 52
52 cionamos que:
2
  ⇒       5 120 °
 sen   5  b  sen    5  5 3 3 • ao usar a expressão “argumento de um número
5  5
   10 2 complexo”, estamos nos referindo à medida  no
intervalo [0, 2π[ ou [0°, 360°[ (alguns autores cha-
Logo, a forma trigonométrica de z2 é: mam esse argumento de argumento principal);
cos 120 °  1 i sen 12 0° ) ou
z 2  5 10 ( cos  • ao usar a expressão “forma trigonométrica de
um número complexo”, estamos nos referindo à
 2π 2π 
z 2  5 10  cos   1 i sen forma z 5 (cos  1 i sen ), com 0° <  , 360°
 3 3 
ou 0 <  , 2π.

Exercícios propostos

26 Represente no plano complexo cada um dos núme- 28 Calcule o módulo e o argumento de cada um dos
ros z1 5 4i, z2 5 25, z3 5 26i e z4 5 3, e determine números complexos.
o módulo e o argumento de cada um deles. a) z1 5 1 1 i 2 ; 4455°
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..
b) z 2  5 1
1 2  3 i 2; 300°
27 Sabendo que o argumento de um número comple-
π 2 2i
xo z é rad, determine o argumento de cada um c) z 3  5 2  1  1; 135°
7 2 2
dos seguintes números:
13π 8π 6π
a) zy b) 2z c) 2zy d) z 4  5 25 3  2 5i 10; 210°
7 7 7

140 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 140 4/19/10 4:46:59 PM


29 Represente na forma trigonométrica cada um dos 30 Represente na forma algébrica cada um dos núme-
números complexos. ros complexos.
a) z1  5 1
1 1  3 i

2(cos 60° 1 i sen 60°) ou 2  co
π
coss  1 is en  
π a) z1 5 2(cos 90° 1 i sen 90°) 2i
 3 3
 
b) z2 5 6(cos 30° 1 i sen 30°) 3 3  1 3i
7π 7π
b) z2 5 1 2 i 2 (cos 315° 1 i sen 315°) ou 2  co coss  1 is en 
 4 4  5π 5π 2 2
c) z 3  5 cos 
cos 
cos   1 i sen 2  2  i
c) z 3  5 2 3  1 i 4 4 2 2
 5π 5π 
2(cos 150° 1 i sen 150°) ou 2  co
coss  1 is en 
 6 6 
Resolva a questão 3 do Roteiro de trabalho.

8 Operação com números complexos


na forma trigonométrica

Multiplicação
Sejam os números complexos z 5 3(cos 30° 1 i sen 30°) e w 5 2 (cos 240° 1 i sen 240°).
Efetuando a multiplicação z ? w, temos:
z ? w 5 3(cos 30° 1 i sen 30°) ? 2 (cos 240° 1 i sen 240°) 5
5 3 2 (cos 30° 1 i sen 30°)(cos 240° 1 i sen 240°)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Aplicando a propriedade distributiva, temos:


z ? w 5 3 2 (cos 30° cos 240° 1 i cos 30° sen 240° 1 i sen 30° cos 240° 1 i2 sen 240° sen 30°) 5 Lembre-se de que:
sen (a 1 b) 5 sen a ?
5 3 2 (cos 30° cos 240° 1 i cos 30° sen 240° 1 i sen 30° cos 240° 2 sen 240° sen 30°) 5 ? cos b 1 sen b ? cos a
5 3 2 [(cos 30° cos 240° 2 sen 240° sen 30°) 1 i(cos 30° sen 240° 1 sen 30° cos 240°)] 5 cos (a 1 b) 5 cos a ?
5 3 2 [cos (30° 1 240°) 2 i sen (30° 1 240°)] ? cos b 2 sen a ? sen b

Generalizando esse resultado temos:

Se z 5 (cos α 1 i sen α) e w 5 (cos β 1 i sen β) são as formas trigonométricas dos núme- Ver demonstração no
ros complexos z e w, então: Suplemento com orientações
para o professor.
z ? w 5 [cos (α 1 β) 1 i sen (α 1 β)]

Nota:
A propriedade associativa da multiplicação de complexos permite a extensão dessa fórmula
para o produto de mais de dois números, da seguinte maneira: sendo z1, z2 , z3 , ..., zn , com
n > 2, cujas formas trigonométricas são 1(cos α11 i sen α1), 2(cos α2 1 i sen α2),
3(cos α3 1 i sen α3), … e n(cos αn 1 i sen αn), respectivamente, tem-se:
z1 ? z2 ? z3 ? ... ? zn 5
5 1(cos α 1 1 i sen α1) ? 2(cos α 2 1 i sen α2) ? 3(cos α 3 1 i sen α3 ) ? … ? n(cos α n 1 i sen αn) 5
5 1 ? 2 ? 3 ? … ? n ? [cos (α 1 1 α2 1 α3 1 … 1 αn) 1 i sen(α 1 1 α2 1 α3 1 … 1 αn)]

Exercícios resolvidos

R.19 Sendo z1  3(cos 20° 1 i sen 20°),


 2 2i 
z2  2(cos 25° 1 i sen 25°) e ⇒   z 1  ?  z 2 5 6   1   
 2 2 
z3  5(cos 90° 1 i sen 90°), calcular:
∴  z 1  ?  z 2  5 3 2  1 3 2 i
a) z1 ? z2 b) z1 ? z2 ? z3
Resolução b) z1 ? z2 ? z3 5 3(cos 20° 1 i sen 20°) ? 2(cos 25° 1
a) z1 ? z2 5 3(cos 20° 1 i sen 20°) ? 2(cos 25° 1 i sen 25°) 5 1 i sen 25°) ? 5(cos 90° 1 i sen 90°) 5
5 3 ? 2 ? [cos (20° 1 25°) 1 i sen (20° 1 25°)] 5 5 3 ? 2 ? 5 ? [cos(20° 1 25° 1 90°) 1 i sen(20° 1
5 6[cos 45° 1 i sen 45°] ⇒ 1 25° 1 90°)] 5 30[cos 135° 1 i sen 135°] ⇒

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 141

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 2 2i  Resolução
⇒ z1 ? z2 ? z3 5 30 2  1      a) z2 5 z ? z 5 (cos  1 i sen ) ? (cos  1 i sen ) 5
 2 2 
5  ?  ? [cos ( 1 ) 1 i sen ( 1 )] ⇒
 z1 ? z2 ? z3 5
5 215 2  1 1
155 2i ⇒ z2 5 2[cos 2 1 i sen 2]
b) z3 5 z ? z ? z 5 (cos  1 i sen ) ?
R.20 Sendo z  (cos  1 i sen ) a forma trigonomé- ? (cos  1 i sen ) ? (cos  1 i sen ) 5
trica do número complexo z, calcular: 5  ?  ?  ? [cos ( 1  1 ) 1 i sen ( 1 1 )] ⇒
a) z2 b) z3 ⇒ z3 5 3[cos 3 1 i sen 3]

Divisão
Do mesmo modo que fizemos para a multiplicação, podemos generalizar o resultado para a
divisão de números complexos na forma trigonométrica.
Assim:

Se z 5 (cos α 1 i sen α) e w 5 (cos β 1 i sen β) são as formas trigonométricas dos com-


plexos z e w, com w  0, então:
z 
5 [cos (α 2 β) 1 i sen (α 2 β)]
w 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Demonstração

z z  ? w (cos α  1 i sen  α ) ? (cos  β  2 i sen  β)


 5   5   5
w w  ? w |w |2
( )
(cos α  1 i sen  α ) ?  c o s  2β  1 i sen  2β  ( )

2
z  
∴  5  2 cos (α  2 β ) 1 i sen (α  2 β )  5  cos (α  2 β ) 1 i sen (α  2 β)
w  

Exercício resolvido

z1
R.21 Sendo z1  8(cos 70° 1 i sen 70°) e z2  2(cos 40° 1 i sen 40°), calcular .
z2
Resolução
z1 8
 5   ?   cos 
cos (
co s ((70 °  2  40 °) 1 i sen (70 °  2 4
400 °)   5
z2 2
 3 1
5 4  cos 3
300 °  1 i sen 30 °   5  4  1 i  ?    5  2 3  1 2i
 2 2

Exercícios propostos

31 Dados os números complexos z 5 2(cos 45° 1 i sen 45°), z


Determine  e  de modo que  5  3  1 i. 14; 48°
u 5 8(cos 255° 1 i sen 255°) e w 5 cos 120° 1 i sen 120°, w
dê a forma algébrica do resultado de cada uma das 33 Dados os números complexos
expressões: 22 3 2 2i 216
u z uz  π π  tπ tπ 
a) z ? u b) c) d) z 5  2  cos 
cos   1 i sen  e w  5 3  cos 
cos   1 i sen ,
z 10 
3 1 u w
8 2 8 3i 2  1  i  5 5  10
8 8
32 Seja z 5 (cos  1 i sen ) a forma trigonométrica do
determine o menor valor real positivo de t tal que o
número complexo z, e seja w 5 7(cos 18° 1 i sen 18°). produto zw seja um número imaginário puro. 3

142 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

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Potências de números complexos na forma
trigonométrica
Sendo z 5 (cos  1 i sen ) a forma trigonométrica do número complexo z, temos:
Obtivemos z 2 e z 3
• z0 5 1 5 1(cos 0 1 i sen 0) 5 10(cos 0 1 i sen 0) no exercício resolvi-
• z1 5 (cos  1 i sen ) 5 1(cos 1 1 i sen 1) do R.20.
• z2 5 2(cos 2 1 i sen 2)
• z3 5 3(cos 3 1 i sen 3)

Observe que cada resultado apresenta o módulo  elevado ao expoente de z, e o argumento 


multiplicado por esse expoente. Essas constatações podem ser generalizadas por meio do teorema
a seguir, demonstrado pelo matemático francês Abraham De Moivre (1667-1754).

Teorema de De Moivre

Se z 5 (cos  1 i sen ) é a forma trigonométrica do número complexo não nulo z e n é Ver demonstração no
um número inteiro qualquer, então: Suplemento com orientações
para o professor.
z n 5 n (cos n 1 i sen n)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios resolvidos

Assim:
 π π 
R.22 Sendo z  2  cos 
cos   1  i sen , calcular z5.
 15 15    5  a 2  1 b 2  ⇒  
Resolução 2 2
 2   2 
Pela fórmula de De Moivre, temos: ⇒   5    1  2
 2   2 

 5π 5π  1 1
z 5  5  25  cos 
cos   1 i sen ⇒
 15 15  ∴   5
2
 1   5  1  5
 1
2
 5 1

 π π
⇒ z 5 5 3 2  cos   1 i sen   2
 3 3  a  2 2
 cos   5    cos   5 

5
1 3i   ⇒    1 2
∴  z 5 5 32   1 
2 2   5 16  1 16 3 i  sen   5  b  2

  
sen    5  2  5 2 2
 1 2
10
 2 2i      5 315 °
R.23 Calcular     .
 2 2 
Logo, a forma trigonométrica de z é dada por:
Resolução z 5 1(cos 315° 1 i sen 315°)
Inicialmente, vamos representar na forma trigono-
métrica a base z dessa potência. Para isso, determi- Pela fórmula de De Moivre, temos:
namos seu módulo  e seu argumento . Temos: z10 5 110(cos 10 ? 315° 1 i sen 10 ? 315°) 5
5 cos 3.150° 1 i sen 3.150°
 2
parte real: a  5  Reduzindo 3.150° à primeira volta positiva, obte-
2 2 i  2
z  5   2   mos 270°. Assim, concluímos:
2 2  2
parte imaginár ár ia: b 5 2
 2 z10 5 cos 270° 1 i sen 270° 5 0 2 i 5 2i

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 143

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 2π 2π 
34. a) 256  cos  1 isen   ou 256(cos 120°  1 i sen 120°)
 3 3 
Exercícios propostos

34 Dado o número complexo 35 Calcule:



z 5  2  cos 
π
cos   1 i sen
π 
, determine: (
a) 1 1  3 i ) 8
2128 1 128 3 i
 12 12 
a) a forma trigonométrica de z8.
b) ( 2 3  1 i ) 10
512 1 512 3 i

b) o menor valor inteiro positivo n de modo que zn


seja um número real. 12 36 Sendo z 5  3  1 3i, determine o menor valor in-
c) o menor valor inteiro positivo n de modo que zn teiro positivo n de modo que zn seja um número
seja um número imaginário puro. 6 real. 3

3.a) Espera-se que os alunos respondam que o afixo de um número complexo z 5 a 1 bi é o ponto (a, b) representado no plano de Argand-Gauss. O módulo
é a distância do afixo do número complexo até a origem do plano de Argand-Gauss. O argumento é o ângulo formado pela semirreta de origem no
ponto (0, 0) que passa pelo afixo, com o semieixo positivo Ox medido no sentido anti-horário.

Roteiro de trabalho

1 Escrevam, em duplas, um breve texto destacando a b) Quais são as condições para que um número complexo
insuficiência dos números reais que motivou a criação na forma z 5 a 1 bi, com {a, b}  R, seja um número
dos números complexos. Resposta pessoal. real? E para que seja um imaginário puro?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b 5 0; a 5 0 e b  0

2 Em grupos, respondam às questões abaixo: 3 Em grupos, respondam:


a) “Todos os números reais são números complexos.” a) O que é o afixo, o módulo e o argumento de um
Escreva um texto explicando por que essa afirma- número complexo?
ção é verdadeira. b) Como podemos representar na forma trigonomé-
Espera-se que os alunos respondam que todos os números reais trica um número z 5 a 1 bi, com {a, b}  R?
cuja parte imaginária é igual a zero são complexos.
Espera-se que os alunos respondam que qualquer número complexo
z 5 a 1 bi, com {a, b}  ®, pode ser representado na forma
z 5 (cos  1 i sen ), em que  é o módulo do número complexo, 
a b
é o argumento do número complexo, cos   5  e sen   5  .
Exercícios complementares  

1 Para que valores reais de x o número complexo 7 Determine o valor real de a de modo que o número
(3x 2 12) 1 (x2 2 16)i é real? x 5 4 ou x 5 24 2 a  1 1 1
complexo z  5  seja imaginário. a   ≠  0 e  a   ≠  2
1 1  ai 2
2 (UEPB) O valor de x, real, para que o número complexo
(x2 2 5x 1 6) 1 (x 2 1)i seja um número imaginário 8 Determine o número imaginário puro z tal que
puro é: alternativa a 2 z 1 3i 3i
seja um número real. z  5 2
a) x 5 3 ou x 5 2 d) 2 , x , 3 1 1 i 2
b) x  1 e) x  3 ou x  2
9 No diagrama a seguir cada uma das letras t, u e v re-
c) x 5 1
presenta um dos números:
2i 2 2
3 Obtenha os valores reais de p e q para que se tenha a z1  5   1 i(2  2 i ), z 2  5   1  e
4  1 3i 2 2  2 i 9i
igualdade: p 5 22 e q 5 3
2 2
2p 1 q 1 (p 1 q)i 5 21 2 (2p 1 q)i z 3  5   2  .
1 1  2 i 3i
4 (Ufam)A forma algébrica do número complexo Determine o número associado a cada uma dessas
letras. t 5 z2
2  2  2i
z 5  é: alternativa a v
u 5 z3
1 1 i u v 5 z1

a) 22i d) 1 2 i
fAustino

C
b) 2i e) 2 1 2 i t
Q R

c) 1 1 i

2 2i 4i
5 Resolva a expressão  2   2 i(1 2 3i) 1  4i. 24 1 
3
3i 1 1 i
10 Represente na forma algébrica o número z tal que
6 Qual é o número complexo z que satisfaz a equação i 80  1 i 401  1 i 128 1 3i
z 5  . z  5   1 
zzy 1 (z 1 zy)i 5 4? z 5 2i ou z 5 22i i 40  1 i 39 2 2

144 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

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192
11 Resolva a expressão  (1 1 i )2  1 (1 2 i )2  . zero 19 Determine o módulo  e o argumento , em grau, de
cada um dos números complexos, z1, z2, z3 e z4, repre-
25 sentados a seguir.
 1 2 i 
12 (UFRN) O número complexo  é igual a:
 1 1 i  2 Im
alternativa d z1: ; 45°
2
a) i c) 21 z2: 1; 150°
1
z2 2 z1
b) 1 d) 2i z3: 4; 210° �2√3 3

z4: 3 2 ; 315° √3 1 Re
13 No plano complexo abaixo, estão representadas as � 2
2
imagens dos números complexos z1, z2 e z3. z3 �2

Im �3
z4

4 z1

20 Represente na forma trigonométrica cada um dos


fAustino

z2 números complexos.
2
a) z1 5 22 2 2i c) z 3  5 22 3  2  2i
3 i
b) z 2  5   2 
�4 5 Re 2 2
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.

�2 z3
21 Represente na forma algébrica cada um dos números
complexos:

iLustRAções: fAustino
Calcule:  π π
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) z1  5  4  cos   1 i sen   2 1 2 3 i


a) z1 1 z2 1 1 6i  3 3
b) z2 ? z3 2 z1 21 1 4i
b) z2 5 7(cos 0 1 i sen 0) 7
c) (z2 2 z1)2 1 (z3)7 77 1 164i
 3π 3π 
c) z 3  5 6  cos   1 i sen 
2 
26i
14 (UFV-MG) A representação no plano complexo dos nú-  2
meros z tais que a parte real de z2 é igual a 2 é uma:
a) hipérbole d) reta alternativa a 22 Os números complexos z e w têm como imagens,
b) elipse e) parábola respectivamente, os pontos Z e W de uma mesma
c) circunferência circunferência de centro na origem O do sistema,
conforme mostra a figura.
15 Lembrando que o módulo de um número complexo é a Im
distância entre sua imagem e o ponto O(0, 0) do plano
de Argand-Gauss, represente nesse plano: Z

a) todos os números reais que têm módulo igual a 5.


W
b) todos os números complexos que têm módulo
igual a 5.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.

16 Calcule: O Re
a) | 22 2 3i | 13 c) 1 1  3 i 2
Sabendo que z 5 22  1  2 3 i e que a medida do ân-
b) | 28 1 15i | 17
B
gulo ZOW é 20°, podemos concluir que: alternativa d
a) w 5 2(cos 120° 1 i sen 120°)
17 Represente no plano de Argand-Gauss o lugar geomé-
b) w 5 4(cos 120° 1 i sen 120°)
trico das imagens dos números complexos z em cada
c) w 5 2(cos 140° 1 i sen 140°)
um dos casos:
d) w 5 4(cos 140° 1 i sen 140°)
a) | z 2 3i | 5 5
b) | z 1 4 2 2i | 5 3 e) w 5 2 (cos 160° 1 i sen 160°)
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor.
23 Sejam:
18 Calcule o módulo e o argumento de cada um dos nú-
meros complexos.  5π 5π 
z  5  20  cos   1 i sen 
7π  3 3 
a) z1 5 2 2 2i 2 2 ; 315° ou 
4
 7π 7π 
7π w  5 5  cos   1 i sen   e
b) z 2  5 2 3  2 i 2; 210° ou 
6  6 6 

3 i π π π
c) z 3  5   1  1; 30° ou  u  5 cos   1 i sen 
2 2 6 6 6

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 145

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Considerando os números complexos anteriores, dê a (Nota: O centro de massa de um corpo é o ponto
forma algébrica dos seguintes números: onde se considera concentrada toda a massa do cor-
z wu 1 3i po, para simplificação de cálculos.)
a) 4i c)  2 
w z 8 8

w 1 3 i 27 A definição de centro de massa z, apresentada no


b) 25 d)  2 
u u 2 2 exercício anterior, é estendida para qualquer número
n de pontos materiais, com n  N9, de massas m1, m2,
24 Calcule: m3, ..., mn localizados, respectivamente, em n pontos
100 do plano complexo, imagens de z1, z2, z3, ..., zn , isto é:
 2 2i 
a)  2  2   21
 2 2 m1 z1  1  m2 z 2  1  m3 z 3  1 ... 1  mn z n
z  5 
m1  1  m2  1  m3  1 ... 1  mn
( )
6
b) 2 3  1 i  2 i 43 24.096
De acordo com essa ideia, considere cinco pontos ma-
teriais, de mesma massa m, localizados nas posições
25 No plano complexo abaixo está representada a imagem indicadas no plano complexo abaixo. Determine o nú-
de um número complexo z. Calcule z6. 24.096 mero complexo que representa o centro de massa do
Im sistema constituído por esses cinco pontos materiais.

Im
fAustino

z 2

30° 4 2i
z  5   1 
5 5

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a Re

26 É comum, em Física, estudar o centro de massa de um


corpo, aproximadamente plano, considerando-o conti- 3
do no plano de Argand-Gauss. Dessa forma, define-se

fAustino
2
o centro de massa de um conjunto de pontos materiais
de massas m1, m2 e m3 localizadas, respectivamente, �2 3
nas imagens dos números complexos z1, z2 e z3 como a
�4 1 6 Re
imagem do número complexo z dado por:
m1 z1  1  m2 z 2  1  m3 z 3
z  5 
m1  1  m2  1  m3 �3

De acordo com essa ideia, considerando três pontos


materiais de massas 2 kg, 3 kg e 5 kg localizados no �5
plano de Argand-Gauss nos afixos dos complexos
z1 5 6 1 3i, z2 5 22 1 4i e z3 5 6i, determine o centro
de massa desse conjunto de pontos. z  5  3  1  24i
5 5

146 Capítulo 7 Conjuntos de números complexos

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 146 4/19/10 4:47:34 PM


Matemática sem fronteiras

Movimentos no plano
Qualquer movimento no plano pode ser estudado por meio de operações com números com-
plexos. Para isso, basta associar a esse plano um sistema de eixos real e imaginário. Como exem-
plos, mostramos a seguir dois tipos de movimentos no plano.
Translação
Para transladar uma figura no plano, basta adicionar um mesmo número complexo não nulo
a cada número complexo associado aos pontos da figura.
Im Im

figura 2

iLustRAções: fAustino
5
3

2
3 figura 1
1 �2

�1 3 Re
4 9 Re �1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A figura 2 foi obtida adicionando-se 5 1 2i a cada número A circunferência 2 foi obtida adicionando-se
complexo z com imagem na figura 1. Assim, a figura 2 é o 3 1 2i a cada número complexo z com imagem em 1.
conjunto das imagens dos números z 1 5 1 2i. Note que a figura
deslocou-se cinco unidades para a direita e duas para cima.

Rotação
No plano de Argand-Gauss, uma rotação  da imagem de um complexo z, em torno da origem,
é obtida multiplicando-se z por um complexo w de módulo 1 e argumento .
Para entender esse movimento, considere z 5 (cos  1 i sen ) e w 5 (cos  1 i sen ), com
 e  pertencentes ao intervalo [0, 2π[. O produto desses complexos é:
zw 5 (cos ( 1 ) 1 i sen ( 1 ))
Observando que zw tem o mesmo módulo de z e tem argumento igual ao de z acrescido de
, concluímos que a imagem de zw é a transformação da imagem de z por uma rotação , no
sentido anti-horário, em torno da origem O do sistema de eixos do plano complexo. O gráfico
abaixo ilustra essa situação.
2π 2π
A figura 2 foi obtida multiplicando-se por cos 3  1 i s en cada número complexo z
Im 3
com imagem na figura 1. Por exemplo, a imagem do número complexo 2 3  1 2i, que pode ser
figura 2
2
 π π
representado por 4  ?   coss  1 i sen
n  , é transformada em 2 2 3  1 2i, observe:
fAustino

figura 1
 6 6
4 2π 4
3 π
6  π π  2π 2π   π 2π  π 2π  
4 ?  cos
co s  1 i   sen
se n  ?  ccos
os  1  i  ssen  5 4  ?  cos
co s   1   1 i  sen   1   5 
�2√3 O 2√3 Re  6 
6  3 
3   6 3  6 3  

 5π 5π   3 i
5 4  ccos
cos 
os  1 i sen  5 4 2  1    5 2 2 3  1 2i
 6 6   2 2

Atividades

1 Resolvam em grupos. 1. a) Uma translação de 5 unidades para a direita e 2 unidades para baixo. Im
A�
a) Ao somar 5 2 2i a cada número complexo com imagem em uma figura do plano 5

de Argand-Gauss, qual será o movimento dessa figura?


A
fAustino

b) Observando o gráfico ao lado, qual é o número complexo que deve ser somado a 3 B�
cada número complexo com imagem no segmento de reta tAB para obtermos o
segmento tA’B’ ? 1 1 2i 1 B
2 Por qual número complexo devemos multiplicar cada número complexo com imagem 1 2 3 4 Re
em uma figura do plano de Argand-Gauss para obter uma rotação de 45° dessa figura,
no sentido anti-horário, em torno da origem do sistema de eixos? cos 45° 1 i sen 45°

Conjuntos de números complexos Capítulo 7 147

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C07(123a147).indd 147 4/19/10 4:47:39 PM


CAPÍTULO Polinômios

8 Além da teoria

Uma equipe de cientistas, estudando a população de uma espécie de animal em


risco de extinção, concluiu que o número de espécimes f ((x)) em todo o mundo de-
cresce, desde o final do ano de 2008, segundo a função polinomial
f (x)  x 2 2 120x 1 2.000, em que x representa o tempo, em ano, a partir do final
de 2008.

De acordo com os dados apresentados, quantos espécimes desse animal havia em


todo o planeta no final do ano de 2008? Se a tendência observada pelos cientistas se
mantiver, quantos espécimes desse animal haverá no final do ano 2018?

Neste capítulo, você irá aprender polinômios e, com isso, saberá resolver esse e
outros problemas envolvendo esse conceito.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
J. L. BuLCÃo/PuLsAR iMAGEns

Mico-leão-de-cara-dourada, reserva
biológica de Una, BA.

148 Capítulo 8 Polinômios

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1 Os polinômios na Economia

Um construtor destinou determinada verba para a construção de casas de alto padrão ou de


apartamentos populares. O dinheiro pode ser empregado apenas na construção de casas, ou
apenas na construção de apartamentos, ou ainda, uma parte na construção de casas e a outra na
construção de apartamentos.
ALAn sCHEin PHotoGRAPHY/CoRBis/LAtinstoCK

CRistiAno MAsCARo/sAMBAPHoto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Casa em condomínio residencial de alto padrão. Conjunto residencial em fase final de construção.

Após o estudo das possibilidades de construção com os recursos disponíveis, o construtor


obteve o gráfico a seguir, em que cada ponto (x, y), sendo x e y números naturais, representa o
número x de casas e o número y de apartamentos.
y
(número de Você pode ter estra-
apartamentos) nhado o fato de o
gráfico não ser for-
mado por pontos de
80 uma reta. Isso ocor-
re por vários moti-
65
vos, dentre eles,
porque o custo por
fAustino

apartamento cons-
truído diminui con-
forme aumenta o
número de aparta-
mentos. Por isso não
há proporcionalida-
20 60 x
(número
de entre as variações
de casas) correspondentes de
x e y. O mesmo ocor-
Em Economia, esse gráfico é chamado de curva de possibilidade de produção e pode ser re com o número de
aproximado pelo gráfico de uma função do tipo y 5 ax 2 1 bx 1 c. Para determinar os valores a, casas construídas.
b e c, basta substituir x e y pelas coordenadas dos três pontos (0, 80), (20, 65) e (60, 0), obtendo
o sistema:
a   02  1 b   0 1 c  5 80
 2
a   20  1 b   20 1 c  5 65
a   602  1 b   60 1 c  5 0

7 11 7x 2 11x
do qual temos: a  5 2 , b  5 2 e c  5 80 e, portanto, y  5 2  2   1 80 .
480 24 480 24
7x 2 11x
A expressão 2  2   1 80 é chamada de polinômio na variável x.
480 24

Polinômios Capítulo 8 149

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 149 4/19/10 3:34:07 PM


As funções polinomiais são muito utilizadas quando se pretende obter resultados numéricos,
isso porque os cálculos efetuados com esse tipo de função exigem apenas adições e multiplica-
ções. Muitos matemáticos dedicaram boa parte de sua vida em busca de funções polinomiais que
se aproximassem o máximo possível de funções não polinomiais como a exponencial ex, o seno,
o cosseno etc.
A importância teórica e prática dos polinômios nos motiva a dedicar este capítulo ao seu estudo.

2 Polinômio com uma variável

Polinômio na variável x é toda expressão P (x) que pode ser apresentada sob forma:
anx n 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a1x 1 a0,
em que {a0, a1, a2, ..., an }  ç, {n, n 2 1, n 2 2, ..., 1, 0}  n e a variável x pode assumir qualquer
valor complexo.
• Para indicar que P (x) representa a expressão anx n 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a1x 1 a0,
O símbolo  deve escrevemos:
ser lido:
P (x)  anx n 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a1x 1 a0   ou
“é idêntico a”.
P (x) 5 anx n 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a1x 1 a0

• Cada uma das parcelas anx n, an 2 1x n 2 1, an 2 2x n 2 2, ..., a1x e a0 é um termo ou monômio

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do polinômio, sendo a0 o termo independente da variável x.
• Os números an  , an 2 1 , an 2 2 , ..., a1 e a0 são os coeficientes do polinômio. Se todos esses
coeficientes forem iguais a zero, o polinômio é chamado de identicamente nulo. Indica-
-se que um polinômio P (x) é identicamente nulo por P (x)  0.
• O grau de um polinômio não identicamente nulo é o maior expoente da variável dentre
os termos de coeficientes não nulos. Indicamos o grau de um polinômio P pelo símbolo ∂P
(lê-se: “del P”) ou pelo símbolo gr (P).
• Não se define grau de um polinômio identicamente nulo, pois todos os seus coeficientes
são nulos.
• O coeficiente não nulo da variável de maior expoente é o coeficiente dominante do poli-
nômio, ou seja, o coeficiente dominante é o do termo que determina o grau do polinômio.
• Atribuindo um valor complexo α à variável x, obtemos a expressão
anαn 1 an 2 1αn 2 1 1 an 2 2αn 2 2 1 ... 1 a1α 1 a0 , cujo resultado é chamado de valor numé-
rico do polinômio para x 5 α. Indica-se esse valor numérico por P (α).
• Chamamos raiz do polinômio P (x) todo número complexo α tal que P (α) 5 0. A raiz
também é chamada de zero do polinômio.

Exemplos
a) A expressão 6x 4 1 2x 3 1 x 2 2 7x 1 9 é um polinômio de grau 4 em que:
• 6, 2, 1, 27 e 9 são seus coeficientes;
• x é sua variável;
• 6x 4, 2x 3, x 2, 27x e 9 são seus termos ou seus monômios;
• 9 é seu termo independente;
• 6 é seu coeficiente dominante.
b) A expressão 7t 5 1 6it 3 2 10t, que pode ser representada sob a forma
7t 5 1 0t 4 1 6it 3 1 0t 2 2 10t 1 0 é um polinômio de grau 5 em que:
• 7, 0, 6i, 0, 210 e 0 são seus coeficientes;
• t é sua variável;
• 7t 5, 0t 4, 6it 3, 0t 2, 210t e 0 são seus termos ou seus monômios;
• 0 é seu termo independente;
• 7 é seu coeficiente dominante.
c) O número 3 é um polinômio de grau zero, pois pode ser representado na forma 3x 0. Todo
número complexo não nulo é um polinômio de grau zero.
Todo número complexo é chamado de polinômio constante, inclusive o número zero,
do qual não se define grau.

150 Capítulo 8 Polinômios

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1
d) As expressões 5x23 1 6x 2 1 4x21 1 7 e 3t 2  1 4t 3  1 5t  2 2 não são polinômios, pois em
cada uma delas há pelo menos um termo não nulo cujo expoente da variável não é nú-
mero natural.
e) O número 2 é a raiz do polinômio P(x)  x3 2 5x2 1 3x 1 6, pois:
P(2) 5 23 2 5  22 1 3  2 1 6 5 0

Exercícios resolvidos

R.1 Para que valor complexo de k o polinômio Resolução


P (x)  (k 2 2 4)x 3 1 (k 2 2)x é identicamente a) O símbolo P(3) indica o valor numérico do poli-
nulo? nômio para x 5 3. Assim, temos:
Resolução P(3) 5 34 2 2  32 1 5  3 1 1 5
Por definição de polinômio identicamente nulo, 5 81 2 18 1 15 1 1 ⇒ P(3) 5 79
temos: b) P(23) 5 (23)4 2 2  (23)2 1 5  (23) 1 1 5
 k 2  2  4  5 0 5 81 2 18 2 15 1 1 ⇒ P(23) 5 49
P ( x )  0   ⇔  
 k  2  2  5 0 R.4 Determinar as raízes do polinômio Q(x)  x3 2 1.
Da primeira equação do sistema, deduzimos que Resolução
k 5 2 ou k 5 22; e da segunda, que k 5 2. Logo, o As raízes de Q(x) são as raízes da equação Q(x) 5 0,
valor de k que satisfaz as duas equações simulta- ou seja, as raízes da equação do 3º grau x3 2 1 5 0.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

neamente é k 5 2. Podemos fatorar o primeiro membro como uma


Concluímos, então, que P (x) é identicamente nulo diferença de cubos e aplicar a propriedade do pro-
para k 5 2. duto nulo:
(x 2 1)(x 2 1 x 1 1) 5 0 ⇒
R.2 Determinar os possíveis valores complexos de a ⇒ x 2 1 5 0 ou x 2 1 x 1 1 5 0
de modo que o polinômio • De x 2 1 5 0, obtemos:
P (t)  (a2 2 9)t 4 1 2t 3 2 3t 2 8 x51
tenha grau 4. • De x 2 1 x 1 1 5 0, temos:
 5 12 2 4  1  1 5 23
Resolução
gr(P) 5 4 ⇔ a2 2 9  0 Como as raízes quadradas de 23 são
 a  3 e a  23 3 i e  2  3 i, obtemos:
Logo, o polinômio P (t) tem grau 4 para todo núme- 21 1  3 i 21 2  3 i
ro complexo a tal que a  3 e a  23. x  5  ou xx 5 
2 2

R.3 Sendo P(x)  x4 2 2x2 1 5x 1 1, calcular: Concluímos, então, que as raízes de Q(x) são 1,
a) P(3) 21 1  3 i 21 2  3 i
e .
b) P(23) 2 2

Exercícios propostos

1 Dentre as expressões apresentadas abaixo, qual é 3 Para que valor complexo de k o polinômio
polinômio na variável x? alternativa e P (z)  (k 2 2 4)z7 1 (k 2 2)z 5 1 9z2 2 1 tem grau 5?
3 k 5 22
a) x  1  x 2  2 5
5 x  1 3 d) x  1 3 x 2  2  2 x
5x 9 4 O polinômio P (x)  x 3 1 (a 1 4)x 2 1 1, com a  C,
b) 4x 5 1 2x23 1 x21 1 5 e) 9ix 3  2   2  7 é tal que P (22) 5 5. Determine o número com-
7
1 plexo a. a 5 21
c) 6 x  1   1  x  2 1
x4
5 Determine o polinômio P (x) do 2º grau tal que
2 Determine os números complexos a e b de modo P (0) 5 2, P (1) 5 3 e P (2) 5 8.
que o polinômio P (x)  (2a 1 3b)x 4 2 (a 2 b 1 5)x 2 (Sugestão: Indique o polinômio por
seja identicamente nulo. a 5 23; b 5 2 P(x)  ax 2 1 bx 1 c, com {a, b, c}  C e a  0).
P(x)  2x2 2 x 1 2

Polinômios Capítulo 8 151

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1 3i 1 3i
6. b) 2 1,  1  , 2  
2 2 2 2

6 Determine as raízes de cada um dos polinômios a seguir.

ALAn sCHEin PHotoGRAPHY/CoRBis/LAtinstoCK


1
a) P (x)  2x 2 2 x 2 1 1, 2
2
b) Q (x)  x 1 1
3

c) T (x)  x 3 2 4x 2 1 x 2 4 4, i, 2i
(Sugestão: Fatore o polinômio T(x).)

7 Determine os números complexos a e b sabendo


que 1 e 21 são raízes do polinômio a 5 0; b 5 2 1
2
P (x)  (2a 2 b)x 4 1 ax 3 1 (3b 2 2a)x 2 1 1.

8 Durante quatro horas consecutivas, os técnicos do P (t)  40


40tt 3 1 50
50tt 2 1 100
100tt
Detran monitoraram três pontos, A, B e C, com a a) Dê o polinômio P(t) que representa o total de
finalidade de avaliar o fluxo de veículos em cada automóveis que passaram pelos três pontos após
ponto em função do horário. Indicando por 0 (zero) t horas do início da contagem.
o instante em que os técnicos iniciaram simulta- b) Sendo P(t) o polinômio do item a, qual é o signi-
neamente a contagem nos três pontos, constatou- ficado de P(3) no contexto desse problema?
-se que no ponto A passaram 100 veículos por hora, c) Qual foi o total de automóveis que passaram
no ponto B passaram 50t2 veículos em t horas, e no pelos três pontos durante o tempo de
ponto C passaram 40t3 veículos em t horas. monitoramento? 3.760 automóveis

Resolva as questões 1 e 2 do Roteiro de trabalho.


8.b) P(3) é o número de veículos que passaram pelos três pontos nas três primeiras horas de monitoramento.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Identidade de polinômios
Considere os polinômios P (x)  2x 2 1 4x 1 3 e Q (x)  ax 2 1 bx 1 c, em que a, b e c são
constantes complexas. Dizemos que P (x) e Q (x) são polinômios idênticos se, e somente se,
P (α) 5 Q (α) para qualquer α  ç.
Assim, para determinar as constantes a, b e c, podemos atribuir a x três valores distintos quais-
quer e formar um sistema de três equações e três incógnitas. Por exemplo:
P (0) 5 Q (0) 2  02  1 4  0 1 3 5 a   02  1 b   0 1 c
 
P (1) 5 Q (1)    ⇔    2  12  1 4  1 1 3 5 a   12  1 b   1 1 c
P (2 1) 5 Q (2 1) 2   (2 1) 2  1 4  (2 1) 1 3 5 a   (2 1) 2  1 b   (2 1) 1 c
 
c  5 3

ou seja, a  1 b  1 c  5 9  a  5 2, b  5 4 e  c  5 3
a  2 b  1 c  5 1

Assim, concluímos que os polinômios P (x) e Q (x) são idênticos se, e somente se, os coeficien-
tes de termos de mesmo grau são iguais. De modo geral, podemos definir que:

Os polinômios anx n 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a1x 1 a0 e


bnx n 1 bn 2 1x n 2 1 1 bn 2 2x n 2 2 1 ... 1 b1x 1 b0, na variável x, são idênticos se, e somente
se, os coeficientes aj e bj obedecerem à condição:
aj 5 bj , para todo número natural j e 0  j  n

Indicamos que dois polinômios P (x) e Q(x) são idênticos por P (x)  Q (x); caso não sejam
idênticos, indicamos por P (x)  Q (x).

Exercício resolvido

R.5 Determinar os valores de a e b para que os polinômios P(x)  (a2 2 4)x3 1 2x 1 6 e


Q(x)  5x3 1 (a 2 3)x2 1 (a 2 b)x 1 6 sejam idênticos.
Resolução  a 2  2 4
4  5 5  a  5  ± 3
 
Temos P(x)  Q(x) se, e somente se:  a  2 33  5 0  ⇒    a 5 3  ∴  a  5 3  e b  5 1
 a  2  b
b 5  2 
  a  2  b  5  2

152 Capítulo 8 Polinômios

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Exercícios propostos

9 Sendo P(x)  (a 2 4)x5 2 x4 1 x e 10 Dados os polinômios P(x)  (2 1 c)x3 2 2ax2 2 7 e


Q(x)  (a 2 2b)x5 2 x4 1 (a 2 3b)x3 1 x, determine Q(x)  (a 1 b)x3 2 (b 1 5)x2 1 (a 2 4)x 2 7, obte-
os valores de a e b, de modo que P(x)  Q(x). nha os valores de a, b e c, de modo que P(x)  Q(x).
a56eb52 a 5 4, b 5 3 e c 5 5

Operações com polinômios

Adição de polinômios
A soma dos polinômios P(x) e Q(x), que se indica por P(x) 1 Q(x), é o polinômio obtido ao se
adicionarem os coeficientes de P(x) com os coeficientes de Q(x) que têm, respectivamente, o
mesmo expoente na variável (caso não conste um termo com determinado expoente na variável,
considera-se que seu coeficiente é zero). Valem para a adição as propriedades associativa, comu-
tativa, elemento neutro (que é o polinômio identicamente nulo) e elemento oposto (o oposto de
um polinômio P(x) é o polinômio simbolizado por 2P(x), que é obtido trocando-se os sinais de
todos os monômios de P(x)).

Exemplo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Para calcular a soma dos polinômios P (x)  12x 4 1 6x 2 1 2x 1 7 e Q (x)  4x 3 1 9x 2 2 x 2 8,


que devem ser entendidos como P (x)  12x4 1 0x3 1 6x 2 1 2x 1 7 e
Q (x)  0x 4 1 4x 3 1 9x 2 2 x 2 8, adicionamos os coeficientes dos termos de P (x) com os coe-
ficientes dos termos de Q (x) que têm, respectivamente, o mesmo expoente na variável, isto é:
P (x) 1 Q (x)  (12 1 0)x 4 1 (0 1 4)x 3 1 (6 1 9)x 2 1 (2 2 1)x 1 7 2 8,
ou seja, P (x) 1 Q (x)  12x 4 1 4x 3 1 15x 2 1 x 2 1

Subtração de polinômios
A diferença entre os polinômios P (x) e Q (x), nessa ordem, que se indica por P (x) 2 Q (x), é
definida como a soma de P (x) com o oposto de Q (x), isto é: P (x) 2 Q (x) 5 P (x) 1 [2Q (x)]

Exemplo
Sejam P (x)  x 5 1 8x 3 1 7x 2 1 3 e Q (x)  4x 5 1 6x 4 2 2x 3 2 2, que devem ser entendidos
como P (x)  x 5 1 0x 4 1 8x 3 1 7x 2 1 0x 1 3 e Q (x)  4x 5 1 6x 4 2 2x 3 1 0x 2 1 0x 2 2. Para
obter P (x) 2 Q (x), subtraímos os coeficientes dos termos que têm o mesmo expoente na
variável, isto é:
P (x) 2 Q (x)  (1 2 4)x 5 1 (0 2 6)x 4 1 [8 2 (22)]x3 1 (7 2 0)x 2 1 (0 2 0)x 1 3 2 (22),
ou seja, P (x) 2 Q (x)  23x 5 2 6x 4 1 10x 3 1 7x 2 1 5

Multiplicação de polinômios
O produto dos polinômios P (x) e Q (x), que se indica por P (x)  Q (x), é o polinômio obtido
pela soma dos produtos de cada monômio de P por todos os monômios de Q.
Valem para a multiplicação as propriedades associativa, comutativa e elemento neutro, além
das distributivas em relação à adição e à subtração.

Exemplos
a) Sendo P(x)  5x2 2 3x 1 2, temos: 3P(x)  3(5x2 2 3x 1 2)  15x2 2 9x 1 6
b) Sendo H(x)  5x 3 1 2x e G(x)  2x 2 1 4x 2 1, temos:

H(x)  G(x)  (5x 3 1 2x)(2x 2 1 4x 2 1)  10x 5 1 20x 4 2 5x 3 1 4x 3 1 8x 2 2 2x ⇒

⇒ H(x)  G(x)  10x 5 1 20x 4 2 x 3 1 8x 2 2 2x

Polinômios Capítulo 8 153

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 153 4/19/10 3:34:16 PM


Exercícios propostos

11 Dados os polinômios P (x)  3x3 1 2x2 2 4x,


Q(x)  x2 1 3x 2 1 e T (x)  4x 2 2, calcule:

fAustino
x�5
a) P (x) 1 Q (x) 3x3 1 33xx2 2 x 2 1 x
x
b) P (x) 2 Q (x) 3x3 1 x2 2 77xx 1 1
c) 4P (x) 12
12xx3 1 8
8xx2 2 16
16xx 4x � 2

d) 2P (x) 2 5Q(x) 6x3 2 x2 2 23 23xx 1 5


6x
e) Q(x)  T (x) 1 P (x) 7x 1 12 3
12xx2 2 14
14xx 1 2
f) [Q(x)]2 x4 1 66xx3 1 77xx2 2 66xx 1 1 15 Um corretor da bolsa de valores realizou um estudo
sobre a oscilação de preço, em real, de duas ações
12 Considerando os polinômios dos tipos A e B, num período de quatro dias, a partir
Q(x)  2x 4 2 4x 3 1 3x 2 2 1 e T (x)  x3 1 2x 1 4, de um mesmo instante, denominado instante zero.
determine o polinômio P(x) tal que O preço f (x) de cada ação do tipo A variou de acordo
P (x) 1 3Q(x)  2T (x). P(x)  2
266x4 1 14
14xx3 2 9
9xx2 1 4
4xx 1 11 com a função polinomial f (x) 5 x3 2 8x2 1 15x 1 1
e o preço g (x) de cada ação do tipo B variou de acor-
13 Obtenha os valores das constantes a e b na identi- do com a função polinomial g (x) 5 x3 2 10x2 1 21x 1 1,
dade: a 5 2; b 5 1
em que x representa o tempo em dia.
(x 1 x 1 1)(ax 1 b) 1 4x 2 3x 2 1  2x 1 x3 1 6x2
3 2 4
a) Qual era o preço de cada ação do tipo A no iní-
cio desse estudo? R$ 1,00
14 Uma peça de madeira tem a forma de um paralele- b) Qual era o preço de cada ação do tipo B dois dias

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pípedo reto-retângulo de comprimento 6x, largura após o início do estudo? R$ 11,00
4x 1 2 e altura x 1 5. Um furo sob a forma de para- c) Três dias após o início do estudo, qual das duas
lelepípedo reto-retângulo atravessa o paralelepípe- ações estava mais cara? As duas tinham o mesmo valor.
do ao longo de cada dimensão tal que as bordas do d) Dê um polinômio que represente, no instante
furo em cada face são lados de um quadrado de x, o preço de um lote de 10 ações do tipo A e 20
lado x, com o mesmo centro da face e com lados do tipo B. P(x)  30
30xx3 2 280
280xx2 1 570
570xx 1 30
paralelos aos lados da respectiva face, conforme e) Dê um polinômio através do qual se tenha, no
mostra a figura a seguir. Calcule, em função de x, o instante x, o valor comparativo entre cada ação
volume V dessa peça. V 5 1515xx3 1 125
125xx2 1 60
60xx do tipo A e cada ação do tipo B. 2x2 2 66xx

Divisão de polinômios

Dividir o polinômio E (x) pelo polinômio não nulo D (x) significa obter os polinômios Q (x) e
R (x) tais que:
Q (x)  D (x) 1 R (x)  E (x) e gr(R)  gr(D) ou R (x)  0
• Os polinômios E (x), D (x), Q (x) e R (x) são chamados, respectivamente, de dividendo, divi-
sor, quociente e resto da divisão.
• Demonstra-se que existe um único quociente Q (x) e um único resto R (x) na divisão de E (x)
por D (x).
• Quando R (x)  0, dizemos que a divisão de E (x) por D (x) é exata, ou, ainda, que E (x) é
divisível por D (x).
Exemplos
a) Na identidade
(3x  1 5)( x 4 1 2x ) 1 10x 3   3x 5  1 5x 4  1 10x 3  1 6x 2  1 10x
Q(x) D(x) R(x) E(x)

temos gr(R)  gr(D). Portanto, devido à unicidade do quociente e do resto, concluímos


que Q (x) e R (x) são, respectivamente, o quociente e o resto da divisão de E (x) por D (x).
b) Na identidade
( x  1 3)( x  2 3) 1 0   x 2 2 9
Q(x) D(x) R(x) E(x)

temos R (x)  0. Por isso, dizemos que Q (x) é o quociente exato da divisão de E (x) por
D (x). Dizemos, também, que E (x) é divisível por D (x).

154 Capítulo 8 Polinômios

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Método da chave para a divisão de polinômios
O método da chave utilizado na divisão de números pode ser estendido para a divisão de
polinômios. Por exemplo, para dividir o polinômio E (x)  3x 5 1 16x3 1 x 2 2 10x 1 9 pelo poli-
nômio D (x) 5 x 2 1 6:
I. Dispomos E (x) e D (x) sob a forma:
2
3x 5  1 0x 4  1 16x 3  1  x 2  2 10x  1 9 x  1 6 

II. Dividimos o monômio de mais alto grau de E (x) pelo monômio de mais alto grau de D(x).
III. Subtraímos do dividendo o produto do divisor D (x) pelo quociente encontrado em (II),
obtendo assim o primeiro resto parcial.
IV. Dividimos o monômio de mais alto grau do primeiro resto parcial pelo monômio de mais
alto grau de D (x).
V. Subtraímos do primeiro resto parcial o produto do divisor D (x) pelo quociente encontrado
em (IV), obtendo assim o segundo resto parcial.
E assim sucessivamente, até obter o resto final R (x), que deve obedecer a uma das condições:
gr(R)  gr(D) ou R (x)  0
Observe:
3x 5 1 0x 4 1 16x 3 1 x 2 2 10x 1 9 x2 1 6
2
3x 5
1 18x 3
3x 3 2 2x 1 1
quociente
2
22x 3 1 x 2 2 10x 1 9
22x 3 2 12x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x 2 1 2x 1 9
2
x2 16
2x 1 3
resto
Concluímos, então, que o quociente Q (x) e o resto R (x) são dados por:
Q (x)  3x3 2 2x 1 1 e R (x)  2x 1 3

Exercícios resolvidos

R.6 Dividindo-se um polinômio P (x) por 2x 3 2 1, Multiplicando-se o quociente pelo divisor e adicio-
obtêm-se o quociente 4x 1 2 e o resto x 2 1 3. De- nando-se ao resultado o resto da divisão, obtém-se
terminar P (x). o polinômio dividendo, isto é:
Resolução P(x) D(x) ⇒ P(x)  Q(x)  D(x) 1 R(x)
Multiplicando-se o quociente pelo divisor e adicio- R(x) Q(x)
nando-se ao resultado o resto da divisão, obtém-se
o dividendo. Assim, temos: Então, temos:
6x3 1 4x2 1 2x 2 1  (3x 1 2)(ax2 1 bx 1 c) 1 11x 1 5
P (x) 2x3 2 1 ⇒ P (x)  (4x 1 2)(2x3 2 1) 1 x2 1 3
∴ 6x 3 1 4x 2 1 2x 2 1  3ax 3 1 3bx 2 1 3cx 1
x2 1 3 4x 1 2 1 2ax 2 1 2bx 1 2c 1 11x 1 5
∴ P (x)  8x4 2 4x 1 4x 3 2 2 1 x 2 1 3  ∴ 6x3 1 4x 2 1 2x 2 1  3ax 3 1 (3b 1 2a)x 2 1
 8x 4 1 4x 3 1 x 2 2 4x 1 1 1 (3c 1 2b 1 11)x 1 2c 1 5

R.7 Dividindo-se o polinômio P (x)  6x 3 1 4x 2 1 2x 2 1  3 a 


a  5 6

pelo polinômio D(x), obtêm-se o quociente   1  2 a  5  4
3 b
Logo :  ⇒   a  5  2,  b  5 0  e c  5 23
Q(x)  3x 1 2 e o resto R(x)  11x 1 5. Determi-  3c  1  2b  1 11 5  2
nar D(x).  2c  1 5 5 21
Resolução
O grau do polinômio quociente, 1, é a diferença en- Finalmente, temos: D(x)  2x2 1 0x 2 3, ou seja,
tre os graus dos polinômios dividendo, 3, e divisor, D(x)  2x 2 2 3.
gr(D). Assim, temos 3 2 gr(D) 5 1; logo, gr(D) 5 2.
Sabendo que o grau de D(x) é 2, podemos escrever
D(x)  ax 2 1 bx 1 c, com {a, b, c}  C.

Polinômios Capítulo 8 155

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Exercícios propostos

16 Aplicando o método da chave, obtenha o quociente Q(x) e o resto R(x) da divisão de E(x)
por D(x), nos casos a seguir.
a) E(x)  8x 4 1 4x 3 1 10x 2 1 14x 2 1 e D(x)  2x 2 1 3 Q(x)  4x2 1 22xx 2 1 e R(x)  88xx 1 2
b) E(x)  x5 1 x4 1 3x3 1 x2 1 4x 1 2 e D(x)  x3 1 2x 2 1 Q(x)  x2 1 x 1 1 e R(x)  33xx 1 3
c) E(x)  x4 2 1 e D(x)  x 2 1 Q(x)  x3 1 x2 1 x 1 1 e R(x)  0

17 Dividindo o polinômio E(x)  2x 4 1 6x 3 2 x 2 2 3x 1 5 pelo polinômio D(x), obtemos


o quociente Q(x)  2x2 2 1 e o resto R(x)  5. Determine D(x). D(x)  x2 1 3x
(Sugestão: O grau do quociente é a diferença entre os graus do divisor e do dividendo.)

18 Uma peça de queijo prato tem a forma de um paralelepípedo reto-retângulo de compri-


mento 2x2 1 x, largura 8x e altura x 2 2, com x  2. Essa peça foi cortada em cubos de
volume 2x2 23x 2 2 cada um. Expresse por um polinômio o total de cubos obtidos.
P(x)  8x2

Resolva a questão 3 do Roteiro de trabalho.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Fração polinomial

P(x )
Chama-se fração polinomial toda expressão do tipo , em que P(x) e Q(x) são polinô-
Q(x )
mios, com Q(x)  0.

Exemplos
5x 4  1 2x  2 1
a)
x  1 3
5
b) 2
x  2 1

3x 3 1 2x 2
c)
x 5 1 4

x 30 2  2
d)
10x  1 i

Frações polinomiais idênticas


P(x ) S(x )
Duas frações polinomiais e são idênticas se, e somente se,
Q(x ) T (x )
P (α ) S (α )
 5  , para todo número complexo α, desde que Q (α)  0 e T (α)  0.
Q (α ) T (α )

Exemplos

( x  1 1)( x  2 1) x 2   −  1
a)    , com x   2 5
x  1 5 x  +  5

ax  +  b 7 x  +  6
b) 3
    ⇔  ax  1 b   7 x  1 6 e, portanto: a 5 7 e b 5 6
x x3

156 Capítulo 8 Polinômios

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Exercício resolvido

R.8 Para que valores das constantes complexas a e b temos a identidade


ax  1  b 2i 3 x 2  1 (10  1 2i)x  1 8  2 10i
 1     ?
x  2 5 x   +  2 x 2  2 3 x  2 1
10

Resolução
ax 1  b 2i 3 x 2  1 (
 (1 0  1  2i)x  1 8  2 1 0i
 1     ⇒
x  2 5 x  1  2 x 2  2 3 x  2 1
10
( ax  1  b )(
)( x  1  2) 1  2i( x  2 5) 3 x 2  1 (10
1 0  1 2i)x 1 8  2 1 0i
⇒   
( x  2 5))(( x  1  2) x 2  2 3 x  2 1 0
ax 2  1  2 ax  1  bx  1  2b  1  2ix  2 1 0i 3 x 2  1 (10
1 0  1  2i)x  1 8  2 1
10i
 2
   ⇒
x  2 3 x  2 1 100 x 2 − 3x − 1 10
ax 2  1 ((2 a  1  b  1  2i )x
)x  1 2
  2b  2 1 0i 3 x 2  1 (10
1 0  1  2i)x  1 8  2 1
10i
⇒ 2
   2
  
x  2 3 x  2 1 10 0 x  2 3 x  2 1 0

Pela definição de identidade de frações polinomiais, obtemos o sistema:


 a  5 3  a  5 3
 
 2 a  1  b
b  1  2i  5 10  1  2i     que é equivalente a   2 a  1  b  5 10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 2b 
b    1 0i  5 8  2 10i
10i  2b 
 2  b  5 8
e concluímos que: a 5 3 e b 5 4

Exercícios propostos

a b 3x 3 3
19 Determine as constantes a e b na identidade:  1     2 a  5   e  b
b  5 
x  2 3 x  1 3
x  x  2 9 2 2

2 x  2 1 a b
20 (Unifor-CE) Se 2
    1  , então a e b devem ser números reais tais que:
x  1 5 x  1 6 x  1  2 x  1 3
a) a 5 b 1 1 c) a  b 5 35 e) a 5 b 2 6
b) b 5 a 1 1 d) b 5 a 1 12 alternativa d

4 Divisão de polinômios por


binômios do 1‚ grau

Toda propriedade da estrutura algébrica dos polinômios tem sua correspondente na estrutura
algébrica dos números inteiros; por isso, é possível compreender muitos procedimentos realiza-
dos com polinômios a partir de uma analogia com os números inteiros. Por exemplo, para dividir
40 por 10, podemos efetuar:

40 10
0 4

Ou podemos dividir 40 por um fator de 10 e, a seguir, dividir o quociente obtido pelo outro
fator de 10; assim, o último quociente obtido será o resultado da divisão de 40 por 10. Observe:
fatores de 10
40 2
0 20 5
0 4

Polinômios Capítulo 8 157

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 157 4/19/10 3:34:26 PM


Procedimento análogo pode ser realizado na divisão de polinômios; por exemplo, para dividir
o polinômio P (x)  x 3  5x 2  9x  45 por D (x)  x 2  9, podemos efetuar:
x 3  5x 2  9x  45 x 2  9

x3  9x x5
5x  0x  45
2

5x 2  45
0
Ou podemos efetuar as divisões sucessivas pelos fatores do 1‚ grau de x 2  9:
fatores de x 2  9
x 3  5x 2  9x  45 x3
x 3  3x 2 x 2  8x  15 x3
8x 2  9x  45 x 2  3x x5
8x 2  24x 5x  15
15x  45 5x  15
15x  45 0
0

Mesmo que a divisão não fosse exata (resto zero), seria possível obter o quociente de P (x) por
D(x) por meio de divisões sucessivas por binômios do 1‚ grau; e, relacionando de maneira conve-
niente os restos dessas divisões, seria possível obter o resto da divisão de P (x) por D (x), como

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mostra o exercício resolvido R.9 a seguir.
Generalizando, o quociente e o resto da divisão de polinômios podem ser obtidos por meio
de divisões por binômios do 1‚ grau, o que justifica um estudo particular da divisão por esse tipo
de binômio.

Exercício resolvido

R.9 O esquema a seguir mostra a divisão de P(x)  x4  6x3  13x2  28x  39 por x  4,
e a divisão do quociente obtido por x  2.
x 4  6x 3  13x 2  28x  39 x  4
x 4  4x 3 x 3  2x 2  5x  8 x  2
2x  13x  28x  39 x 3  2x 2
3 2
x2  5
2x 3  8x 2 5x  8
5x 2  28x  39 5x  10
5x 2  20x 2
8x  39
8x  32
7
A partir desse esquema, determinar o quociente e o resto da divisão de P(x) por x2  6x  8.
Resolução
Sendo Q1(x)  x3  2x2  5x  8 e Q2(x)  x2  5, temos:
P(x) x  4
7 Q1(x) x  2
2 Q2(x)

 P ( x )  Q1 ( x )  (( x    4 ))   7 (I)


e, portanto: 
 Q1( x )   Q2 ( x )  ( x    2)  2 (II)
Substituindo (II) em (I), obtemos:
P (x)  [Q2(x)  (x  2)  2]  (x  4)  7, ou seja,
P (x)  Q2(x)  (x  2)(x  4)  2(x  4)  7, ou ainda,
P (x)  Q2(x)  (x2  6x  8)  2x  1 e concluímos que o quociente de
P (x) por x2  6x  8 é Q2(x)  x2  5 e o resto é R(x)  2x  1.

158 Capítulo 8 Polinômios

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 158 4/21/10 7:39:37 AM


Teorema do resto

Sendo a uma constante complexa qualquer, o resto da divisão de um polinômio P (x)


por x 2 a é igual a P (a).

Demonstração

Sejam, respectivamente, Q (x) e R (x) o quociente e o resto da divisão de P (x) por x 2 a,


ou seja:
P (x)  Q (x)  (x 2 a) 1 R (x) (I)
Como gr(R) 5 0 ou R(x)  0, podemos indicar R(x) por uma constante R.
Assim, a sentença (I) pode ser representada sob a forma:
P (x)  Q (x)  (x 2 a) 1 R
Calculando P(a), obtemos:
P (a) 5 Q(a)  (a 2 a) 1 R ⇒ P (a) 5 R
Logo, o resto R da divisão é igual a P (a).

Exemplos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) O resto R da divisão do polinômio P (x)  4x 3 1 x 2 2 3 pelo binômio x 2 2 é igual a P (2),


isto é: R 5 P (2) 5 4  23 1 22 2 3 5 33
b) Para se obter o resto R da divisão do polinômio P (x)  x 5 1 5x 3 2 x 1 6 pelo binômio
x 1 1, observamos que este binômio pode ser representado na forma x 2(21) e, portanto,
pelo teorema do resto, temos:
R 5 P(21) 5 (21)5 1 5  (21)3 2 (21) 1 6 5 1

Exercício resolvido

R.10 Determinar o polinômio P(x) do 2º grau que, di- P (2) 5 7 ⇒ 4a 1 2b 1 c 5 7


vidido por x 2 1, x 2 2 e x 2 3, apresenta restos P(3) 5 14 ⇒ 9a 1 3b 1 c 5 14
iguais a 4, 7 e 14, respectivamente.  a  1  b
b 1  c  5  4

Resolução Resolvendo o sistema  4 a  1  2b  1  c  5 7
 9 a  1 3b  1  c  5 14
Sendo P (x)  ax 2 1 bx 1 c, com {a, b, c}  C, pelo  4
teorema do resto, temos: obtemos: a 5 2, b 5 23 e c 5 5; logo:
P (1) 5 4 ⇒ a 1 b 1 c 5 4 P(x)  2x 2 2 3x 1 5

Exercícios propostos

21 Calcule o resto da divisão de P(x) por D(x) nos se- 23 (PUC-RJ) O resto da divisão do polinômio
guintes casos: x 3 1 px 1 q por x 1 1 é 4, e o resto da divisão desse
a) P(x)  3x 4 2 2x 3 1 1 e D(x)  x 2 2 33 mesmo polinômio por x 2 1 é 8. O valor de p é:
b) P(x)  x 3 1 6x 2 2 5x 2 10 e D(x)  x 1 1 0 a) 5 b) 24 c) 0 d) 1 e) 8
1 1 alternativa d
c) P(x)  32x 4 2 8x 3 1 x 2 2 1 e D(x)  x 2 24 (Unifor-CE) Na divisão de um polinômio f por x 2 2,
2 4
obtêm-se quociente x 2 2 2x 1 1 e resto 1. O resto
22 (UFBA) O resto da divisão de P(x)  3x 5 1 2x 4 1 da divisão de f por x 1 1 é: alternativa e
1 3kx 3 1 x 2 1 por (x 1 1) é 4, se k é igual a: a) 2 b) 1 c) 0 d) 221 e) 211
5 alternativa e
a) d) 210
3 25 Qual é o polinômio do 2º grau que, dividido por
7
b) 22 e) 2 x 2 2, x 2 3 e x 2 4, apresenta restos 3, 10 e 21,
c) 23 3 respectivamente? 2xx2 2 3x 1 1

Polinômios Capítulo 8 159

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Teorema de D’Alembert
Jean le Rond D'Alembert, matemático, filósofo e físico francês, considerado o cientista mais
influente da França em sua época. D'Alembert participou ativamente do movimento que abriu

S
GE
IMA
caminho para a Revolução Francesa.

ECTION/GETTY
Vários teoremas levam o nome desse importante matemático francês; no estudo dos polinô-
mios, é de D’Alembert o teorema:

COLL
Sendo a uma constante complexa qualquer, um polinômio P(x) é divisível por x  a se, e
AN

somente se, a é raiz de P(x).


KE

Jean le Rond D‘Alembert Demonstração


(1717-1783)
Por definição de raiz de um polinômio, temos que a é raiz de P (x) se, e somente se, P (a)  0.
Mas, pelo teorema do resto, P (a) é o resto R da divisão de P (x) por x  a. Concluímos,
assim, que:
a é raiz de P (x) ⇔ R  0
Ou seja, afirmar que o número a é raiz de P (x) equivale a afirmar que P (x) é divisível por x  a.

Exemplo
O polinômio P (x)  x5  3x 3  3x 2  4x  12 é divisível pelo binômio x  2, pois P(2)  0.
Observe:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P (2)  25  3  23  3  22  4  2  12  0

Exercícios propostos

26 Considerando o polinômio 28 (Unitau-SP) O polinômio f (x)  x 3  4x 2  mx  5


P (x)  2x 4  x 3  7x 2  4x  4, classifique no seu é divisível por x  3. Dessa forma, m tem o valor:
caderno como verdadeira ou falsa cada uma das a) 3 d) 0 alternativa e
afirmações a seguir. 14
1 b) 3 e)
a) P (x) é divisível por x   . verdadeira c) 1 3
2
b) P (x) é divisível por x  1. verdadeira
c) P (x) é divisível por x  3. falsa 29 Determine as constantes a e b, de modo que o poli-
d) P (x) é divisível por x  2i. verdadeira nômio P(x)  x 3  ax 2  bx  6 seja divisível por
x  2 e por x  1. a  4 e b  1
27 Sem efetuar as divisões, prove que o polinômio
P(x)  x4  4x 3  4x 2  4x  3 é divisível por x  3 30 Para que valores de n, com n natural não nulo, o
e por x  i. Basta mostrar que P (3)  0 e P (i )  0. polinômio P(x)  x n  1 é divisível por x  1?
Para qualquer número n natural par, não nulo.

Dispositivo prático de Briot-Ruffini


Para efetuar a divisão de um polinômio E (x) por um binômio da forma x  a, em que a é uma
constante qualquer, podemos aplicar o método da chave. Porém, com o objetivo de facilitar essa
operação, apresentaremos um dispositivo prático conhecido como dispositivo prático de
Briot-Ruffini, em homenagem aos matemáticos que a criaram, Charles August Briot (1817-
-1882) e Paolo Ruffini (1765-1822).
Vamos descrever esse dispositivo a partir da divisão do polinômio
E (x)  e4x 4  e3x 3  e2x 2  e1x  e0 por x  a.
O quociente Q(x) dessa divisão deve ser um polinômio do 3‚ grau e o resto R (x) deve ser um
polinômio constante, ou seja:
Q (x)  q3x3  q2x 2  q1x  q0 e R (x)  R
Devemos ter:
E(x)  (x  a)  Q(x)  R ⇒ e4 x 4  e 3 x 3  e2 x 2  e1 x  e0 
 (x  a)(q3x 3  q2 x 2  q1x  q0)  R ⇒ e4 x 4  e3 x 3  e2 x 2  e1x  e 0 
 q3x 4  q2 x 3  q1x 2  q0 x  (aq3 x 3  aq2 x 2  aq1x  aq0 )  R
∴ e4 x 4  e3 x 3  e2 x 2  e1x  e0  q3 x 4  (q2  aq3)x3  (q1  aq2 )x 2  (q0  aq1)x  aq 0  R

160 Capítulo 8 Polinômios

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q3  5 e 4

q2  2 aq3  5 e3  ⇒  q2  5 e3  1 aq3

Logo, obtemos: q1 2 aq2  5 e 2  ⇒  q1 5 e 2  1 aq2
q  2 aq  5 e  ⇒  q  5 e  1 aq
 0 1 1 0 1 1
2aq0  1 R  5 e 0  ⇒  R  5 e 0  1 aq0

Os valores q3, q2, q1, q0 e R podem ser calculados rapidamente, executando-se os passos des-
critos pelo esquema a seguir, conhecido como dispositivo prático de Briot-Ruffini:




a e4 e3 e2 e1 e0

faustino
início
e4 aq3 � e3 aq2 � e2 aq1 � e1 aq0 � e0
q3 q2 q1 q0 R




Assim, temos: Q(x) ; e4x 3 1 (aq3 1 e3)x 2 1 (aq 2 1 e2)x1 1 aq1 1 e1 e R ; aq0 1 e0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Pode-se generalizar esse método para qualquer polinômio E(x) com grau maior ou igual a 1.

Exercícios resolvidos

R.11 Aplicar o dispositivo prático de Briot-Ruffini para obter o quociente Q(x) e o resto R
da divisão de E(x)  2x5 1 3x4 2 17x3 2 70x 1 6 por x 2 3.
Resolução
Observando que o polinômio E(x) pode ser escrito na forma
E(x)  2x5 1 3x4 2 17x3 1 0x2 2 70x 1 6, temos:





3 2 3 �17 0 �70 6
faustino

início
2 9 10 30 20 66





Assim, concluímos: Q(x)  2x4 1 9x3 1 10x2 1 30x 1 20 e R 5 66

R.12 Obter o quociente Q(x) e o resto R da divisão do polinômio


E(x)  4x6 1 6x5 1 5x3 2 4x2 2 8 por x 1 2.
Resolução
Aplicando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, temos:
22 4 6 0 5 24 0 28

4 22 4 23 2 24 0

Concluímos, então, que: Q(x)  4x5 2 2x4 1 4x3 2 3x2 1 2x 2 4 e R 5 0

Polinômios Capítulo 8 161

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 161 5/4/10 7:42:10 AM


Divisão de um polinômio P(x) por kx 2 a
Sendo, respectivamente, Q(x) e R o quociente e o resto da divisão de um polinômio P (x) por
kx 2 a, em que k e a são constantes, com k  0, temos a identidade:
P (x)  (kx 2 a)  Q (x) 1 R
que é equivalente a:
 a
P ( x )   x  2     k   Q ( x ) 1 R
 k
a
Assim, observamos que o quociente e o resto da divisão de P (x) por x  2  são, respectiva-
k
mente, k  Q (x) e R. Logo, podemos estabelecer os seguintes procedimentos:

Para a obtenção do quociente Q(x) e do resto R da divisão de um polinômio P (x) por


kx 2 a:
a
• inicialmente, dividimos P (x) por x  2  , obtendo o quociente Q1(x)  k  Q (x) e o
k
resto R;
Q1( x )
• a seguir, dividimos Q1(x) por k, obtendo, assim:  5 Q ( x )
k

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercícios resolvidos

R.13 Efetuar a divisão do polinômio P (x)  8x5 1 2x 4 2 6x 3 1 4x 1 2 por 4x 2 3.


Resolução
 3
Temos: 4 x  2 3    4  xx 2  
 4
3
Inicialmente, dividimos P (x) por x 2  e, a seguir, dividimos o quociente obtido por 4.
4
3
Aplicando o dispositivo de Briot-Ruffini na divisão de P (x) por x 2  , temos:
4
3
8 2 26 0 4 2
4
8 8 0 0 4 5
3
Assim, o quociente Q1(x) e o resto R1 da divisão de P (x) por x 2  são:
4
Q1(x)  8x 4 1 8x 3 1 4 e R1 5 5
Logo, o quociente Q(x) e o resto R da divisão de P (x) por 4x 2 3 são:
Q (x)
Q( x )   1    2 x 4  1  2 x 3  1 1 e R 5 R1 5 5
4

R.14 Dividir o polinômio E(x)  23x5 1 12x4 2 x3 1 5x2 2 5x 1 4 por 4 2 x.


Resolução
Como 4 2 x  2(x 2 4), podemos dividir E(x) por x 2 4 e, a seguir, dividir o quociente
obtido por 21.
Aplicando o dispositivo de Briot-Ruffini na divisão de E(x) por x 2 4, temos:

4 23 12 21 5 25 4

23 0 21 1 21 0

Assim, o quociente Q1(x) e o resto R1 da divisão de E(x) por x 2 4 são:


Q1(x)  23x 4 2 x2 1 x 2 1 e R1 5 0
Logo, o quociente Q(x) e o resto R da divisão de E(x) por 4 2 x são:
Q (x)
Q( x )   1    3x4 1 x2 2 x 1 1 e R 5 R1 5 0
−1

162 Capítulo 8 Polinômios

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 162 4/19/10 3:34:37 PM


x4 x3 2x 2 x 1
34. a) Q(x)   1   2   2   2  e R 5 22
Exercícios propostos 3 3 3 3 3

31 Por meio do dispositivo de Briot-Ruffini, obtenha o 33 Dado o polinômio P(x)  x7 1 1, transforme-o em


quociente Q(x) e o resto R da divisão de E(x) por um produto de dois polinômios, sendo um deles do
D(x), nos seguintes casos: 6º grau.
a) E(x)  6x4 2 x 3 1 3x 2 1 x 2 2 e D(x)  x 2 2 P (x)  (x 1 1)(
1)(xx 6 2 x5 1 x4 2 x3 1 x2 2 x 1 1)
b) E(x)  2x 5 1 x 3 2 3x 1 1 e D(x)  x 1 1
c) E(x)  x 4 2 81 e D(x)  x 2 3 34 Utilizando o dispositivo prático de Briot-Ruffini,
obtenha o quociente Q(x) e o resto R da divisão de
32 Transforme o polinômio P(x)  x 5 2 1 em um produ- E(x) por D(x) nos seguintes casos:
to de dois polinômios, sendo um deles do 1º grau. a) E(x)  x 5 2 3x 3 1 x 2 2 1 e D(x)  3x 2 3
(Sugestão: Observe que P(1) 5 0 e, portanto, P(x) é b) E(x)  6x 3 1 2x 1 2 e D(x)  2x 2 1
divisível por x 2 1.) c) E(x)  x 6 2 1 e D(x)  2 2 x
P((x)  (x 2 1)(
1)(xx 4 1 x3 1 x2 1 x 1 1)

3x 7 15
34. b) Q(x)  3x2 1  1   e  R  5  31. a) Q(x)  6x3 1 11x2 1 25x 1 51 e R 5 100
2 4 4
34. c) Q(x)  2x5 2 2x 4 2 4x 3 2 8x 2 2 16x 2 32 e R 5 63 b) Q(x)  2x4 2 2x3 1 3x2 2 3x e R 5 1
Extensão do teorema do resto c) Q(x)  x3 1 3x2 1 9x 1 27 e R 5 0

Sendo k e a constantes complexas quaisquer, com k  0, o resto da divisão de um polinô-


a
mio P (x) por kx 2 a é igual a P   .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

k

Demonstração

Sejam, respectivamente, Q (x) e R (x) o quociente e o resto da divisão de P (x) por kx 2 a,


ou seja:
P (x)  Q (x)  (kx 2 a) 1 R (x) (I)

Como gr(R) 5 0 ou R (x)  0, podemos indicar R (x) por uma constante R. Assim, a
sentença (I) pode ser representada na forma:

P (x)  Q (x)  (kx 2 a) 1 R

a a a  a  a


Calculando P   , obtemos: P    5 Q      k     2 a  1 R  ⇒  P    5 R
k k k  k  k

a
Logo, o resto R da divisão é igual a P   .
k

Exemplos
a) O resto R da divisão do polinômio P (x)  5x 3 1 3x 2 2 3 pelo binômio 2x 2 1 é o valor
numérico do polinômio P, quando x é substituído pela raiz do binômio, isto é:
3 2
 1  1  1 5 3 13
R  5 P    5 5     1 3     2 3 5   1   2 3 5 2
 2  2  2 8 4 8
b) O resto R da divisão do polinômio P (x)  2x 5 1 7x 4 2 2x 2 9 por 9x é o valor numérico
do polinômio P, quando x é substituído pela raiz do binômio 9x 2 0, isto é:
R 5 P (0) 5 2  05 1 7  04 2 2  0 2 9 5 29

Extensão do teorema de D’Alembert

Sendo k e a constantes complexas quaisquer, com k  0, um polinômio P(x) é divisível por


a
kx 2 a se, e somente se, P    5 0 .
k

Polinômios Capítulo 8 163

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C08(148a165).indd 163 4/19/10 3:34:40 PM


Demonstração

a
Pela definição de raiz de um polinômio, o número é raiz de P (x) se, e somente se,
k
a a
P    5 0 . Mas, pela extensão teorema do resto, P   é o resto R da divisão de P (x) por
k k
kx 2 a. Concluímos, assim, que:
a
é raiz de P(x) ⇔ R 5 0
k
a
Ou seja, afirmar que o número é raiz de P (x) equivale a afirmar que P (x) é divisível por
kx 2 a. k

Exemplo
O polinômio P(x)  3x 3 2 4x 2 1 4x 2 1 é divisível pelo binômio 3x 2 1, pois a raiz do binô-
mio também é raiz do polinômio P, isto é:
3 2
 1  1  1 1
P    5 3      2 4      1 4    2 1 5 0
 3  3  3 3

2. b) A expressão x2 2 120x 1 2.000 é um polinômio de grau 2 em que: 1, 2120 e


2.000 são seus coeficientes; x é sua variável; x2, 2120x, 2.000 são seus termos e
Exercícios propostos 2.000 é seu termo independente.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
35 Determine o resto da divisão de P(x) por D(x) nos seguintes casos:
a) P(x)  9x 3 2 3x 2 1 1 e D(x)  3x 2 1 1 c) P(x)  2x 5 2 3x 4 1 1 e D(x)  2x 2 2i 22 1 2
2ii
b) P(x)  16x 2 2x 2 3 e D(x)  2x 1 1 21
4

45
36 O resto da divisão de P(x)  x 2 1 kx 1 3 por 4x 2 1 é . Determine a constante k. k 5 21
16
 2
37 Sem efetuar a divisão, mostre que o polinômio P(x)  27x 3 1 9x 2 1 3x 2 14 é divisível por 3x 2 2. Basta mostrar que P   5 0.
 3
38 Obtenha o valor da constante k, sabendo que o poli-nômio P(x)  x 5 1 4x 3 2 3x 1 k é divisível por 2x 2 4. k 5 258

3. a) Dividir o polinômio E(x) pelo polinômio D(x) significa obter os polinômios Q(x) e R(x) tais que: Q(x)  D(x) 1 R(x)  E(x) e gr(R)  gr(D) ou R(x)  0.

2. c) Para encontrar quantos espécimes desse animal havia ao final do ano de 2008
basta atribuir o valor zero à variável x, já que esse instante representa o início
Roteiro de trabalho da marcação do tempo.

1 Junte-se a um colega e respondam aos itens abaixo.


a) O que é um polinômio complexo de variável complexa? Dê um exemplo.
b) O que é polinômio real de variável real? Dê um exemplo.
c) O exemplo dado no item b também serve como exemplo do item a? Por quê?
Sim, pois o conjunto dos números reais está contido no conjunto dos números complexos.

2 Em grupos, voltem ao problema apresentado na página de abertura do capítulo.


a) Qual é o polinômio que representa o número de espécimes do animal em extinção em todo o mundo em função do
tempo? f (x) 5 x2 2 120x 1 2.000
b) Qual é o grau do polinômio do item a? Quais são seus coeficientes, sua variável, seus termos e seu termo
independente?
c) O que devemos fazer para encontrar quantos espécimes desse animal havia em todo o planeta ao final de 2008?

3 Em duplas, respondam com suas palavras:


a) O que significa dividir um polinômio E(x) por um polinômio não nulo D(x)?
b) O que significa dizer que um polinômio E(x) é divisível por um polinômio D(x)?
Quando R(x)  0, dizemos que a divisão de E(x) por D(x) é exata, ou ainda, que E(x) é divisível por D(x).
1.a) Polinômio complexo na variável x é toda expressão P(x) que pode ser apresentada na forma: anxn 1 an 2 1xn 2 1 1 … 1 a1x 1 a0 , em que
{a0, a1, …, an}  C, {n, n 2 1, n 2 2, …, 1, 0}  n e a variável x pode assumir qualquer valor complexo. Exemplo possível: P(x)  ix2 1 5x 1 2
b) Polinômio real na variável x é toda expressão P(x) que pode ser apresentada na forma: anxn 1 an 2 1xn 2 1 1 … 1 a1x 1 a0 , em que {a0, a1, …, an}  ®,
5x 3
{n, n 2 1, n 2 2, …, 1, 0}  n e a variável x pode assumir qualquer valor real. Exemplo possível: P(x)  3x4 2  1  2 x  1 1
2

164 Capítulo 8 Polinômios

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Exercícios complementares

1 Quando um reservatório está cheio de água, uma tor-


5 x  1 1 A B
neira é aberta para esvaziá-lo. A quantidade de água 5 Na identidade     1  , as constan-
remanescente no reservatório, em metro cúbico, após x 2  2 1 x  2 1 x  1 1
t horas do início do esvaziamento, é dada pela função tes A e B obedecem à condição: alternativa a
polinomial f(t) 5 t3 2 t2 2 t 1 1. Supondo que não seja A
a) A 1 B 5 5 d) 53
acrescida mais água no reservatório, responda: B
a) Qual é a quantidade de água, em metro cúbico, b) A 2 B 5 3 e) 3A 5 2B
contida no reservatório após 30 minutos do início c) A  B 5 10
do esvaziamento? 0,375 m3 6 Determine o polinômio do 2º grau que, dividido por
b) Em quanto tempo, após o início do esvaziamento, x, x 2 1 e x 1 1, apresenta restos iguais a 21, 0 e 4,
toda a água do reservatório terá sido escoada? 1 hora respectivamente. 3x2 2 2x 2 1

2 Três contêineres, A, B e C, contêm, respectivamen- 7 (Mackenzie-SP) O polinômio P(x) 5 x 3 1 ax 2 1 bx 1 c


x x é divisível por x 2 1 e por x 1 1. Quando o dividimos
te, x caixas pequenas, caixas médias e caixas
2 4 por x 2 2, obtemos resto igual a 12. Nessas condições,
2
x a, b e c valem, respectivamente: alternativa b
grandes. Cada caixa pequena contém pacotes
8 a) 22, 1 e 2 d) 2, 1 e 1
com seis livros em cada um; cada caixa média contém b) 2, 21 e 22 e) 2, 2 e 1
x3 c) 1, 2 e 22
pacotes com oito livros em cada um; e cada caixa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

24
x4 8 Uma coluna de sustentação tem a forma de um prisma
grande contém pacotes com doze livros em cada
288 regular hexagonal cuja altura é o quádruplo de uma
um. Represente por um polinômio P(x) o total de livros aresta da base. Um operário deve pintar as faces laterais
3 4
dos três contêineres. P ( x )   3x  1  x  1  x
5
dessa coluna, uma parede com 6 m2 e outra de compri-
4 6 96 mento 12 m e altura igual à medida da aresta da base
siRi stAffoRD/GEttY iMAGEs

da coluna. Sendo x a medida, em metro, de cada aresta


da base desse prisma com x  1,5, a tinta usada para a
pintura tem rendimento de 2x2 1 x metros quadrados
por litro. Sabendo que a tinta é vendida em múltiplos
inteiros de 1 litro, qual é a quantidade mínima de tinta
que deve ser comprada? 13 L

9 De cada vértice de um cubo de mármore com x cm de


aresta (sendo x  2) retirou-se um cubinho com 1 cm
de aresta, obtendo-se a figura abaixo.

Contêineres são bastante usados em importação e

fAustino
exportação por mar.

3 (FUERN) Se A(x) 5 x 2 2 x 1 1, B(x) 5 (x 2 2)2 e


C(x) 5 23x, então A(x) 1 B(x)  C(x) vale:
a) 23x 3 1 13x 2 2 13x 1 1 alternativa a
b) 23x 3 1 13x 2 1 13x 1 1
c) 23x 3 1 15x 2 2 15x Qual das alternativas a seguir apresenta o volume re-
d) 23x3 2 15x 2 2 15x manescente do bloco, em centímetro cubico, após a
e) 3x 3 2 15x 2 1 15x retirada dos pequenos cubos? alternativa c
a) (2 1 x)(4 2 2x 1 x 2)
4 (Uece) O resto da divisão do polinômio b) (2 2 x)(4 1 2x 1 x 2)
P(x) 5 2(x 1 1)2 1 x(x 2 1) 1 8 por x 2 1 x 1 1 é: c) (x 2 2)(4 1 2x 1 x 2)
a) 5 c) 7 alternativa c
d) (x 2 2)(4 2 2x 1 x 2)
b) 6 d) 8 e) (x 1 2)(4 2 2x 1 x 2)

Polinômios Capítulo 8 165

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CAPÍTULO Equações polinomiais

AnDRÉ DUssek/AGÊnCiA estADo

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Trânsito intenso na Esplanada dos
Ministérios, no final da tarde, em
Brasília, DF. (2009)

Além da teoria

O Departamento de Trânsito de uma cidade descreve a velocidade mé-


dia do tráfego no centro da cidade, no período de rush (das 15 h às 20 h) de
um dia útil da semana, por meio da função: v(t)  at 3  bt 2  9t  20, em
que v é a medida em quilômetro por hora, t é o número de horas transcor-
ridas após o início do período de rush, e a e b são constantes.

Sabendo que, após uma hora e duas horas do início do período de rush, as
velocidades médias são, respectivamente, 18 km/h e 20 km/h, determine
os valores de a e b. a 5 1
1 e b 5 6

Qual é a velocidade média do tráfego às 15 h 30 min?  16,9 km/h

Em que horário do período de rush a velocidade média do tráfego é


16 km/h?

Neste capítulo, você irá aprender equações polinomiais e verá


como resolver esse e outros problemas envolvendo esse assunto.

166 Capítulo 9 Equações polinomiais Polinômios Capítulo


Equações polinomiais 166
Capítulo10
8

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 166 4/19/10 4:05:52 PM


1 Um pouco de história

k
n/CoRbis/LAtinstoC
"Equacionar significa traduzir um determinado problema para a linguagem algébrica, ou seja,
para a linguagem das fórmulas matemáticas."
Essa frase do físico e matemático inglês Isaac Newton (1642-1727) define uma prática frequen-
te nas pesquisas científicas que envolvem medidas. O cientista observa um fenômeno, enuncia-o

n
tmA
verbalmente e descreve-o por meio de equações. O completo entendimento de um fenômeno

be t
pode depender da solução dessas equações, e por esse motivo estudam-se as equações em suas
diversas formas.
Neste capítulo, trataremos de um tipo particular de equação, aquela que pode ser representada
Niels Henrik Abel
na forma de um polinômio igualado a zero. Um dos trabalhos pioneiros sobre esse tipo de equação é
(1802-1829), matemático
a obra Al-jabr wa’l muqabalah, escrita no século IX pelo matemático árabe Mohammed ibu-Musa al-
norueguês.
-Khowarizmi, na qual são estudadas as equações polinomiais do 1‚ e do 2‚ grau.
Essa obra inspirou os tratados posteriores até o Renascimento, quando os matemáticos busca-
vam uma fórmula resolutiva para equações polinomiais de qualquer grau, o que já haviam con-
seguido até o 4‚ grau. Os matemáticos Niels Henrik Abel e Évariste Galois encerraram essa busca,
demonstrando que equações de grau superior a 4 não podem ser resolvidas por radicais e com-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

binações de coeficientes, isto é, não existe fórmula geral que resolva equações polinomiais de

oCk
oRbis/LAtinst
grau maior que 4.
Estudaremos, a seguir, importantes teoremas que surgiram nesse fecundo período da História
da Matemática.

Ann/C
tt m
be
2 Equações polinomiais
Évariste Galois (1811-1832),
matemático francês.

Equação polinomial na incógnita x é toda equação que pode ser representada sob a
forma:
anx n  an  1x n  1  an  2x n  2  ...  a1x  a0 5 0,

com {a0, a1 , …, an}  ç, n  n e n > 1.


• Uma equação polinomial também é chamada de equação algébrica.
• O grau de uma equação polinomial P (x) 5 0 é o grau do polinômio P (x).
• As raízes de uma equação polinomial P (x) 5 0 são as raízes do polinômio P (x).
• No universo dos números complexos, o conjunto formado por todas as raízes da equação
polinomial P (x) 5 0 é chamado de conjunto solução (S ) ou conjunto verdade (V) da
equação.

Exemplos
a) 4x  8 5 0 é uma equação polinomial do 1‚ grau na incógnita x, cuja raiz é 2. O conjun-
to solução dessa equação é S 5 {2}.
b) A equação 3x 2  4x 5 2x 2  3x  12 pode ser apresentada sob a forma x 2  7x  12 5 0;
logo, é uma equação polinomial do 2‚ grau na incógnita x. Suas raízes são 3 e 4, e, por isso,
seu conjunto solução é S 5 {3, 4}.
c) x 3  3x 2  4x  12 5 0 é uma equação polinomial do 3‚ grau na incógnita x. Para deter-
minar suas raízes complexas, podemos fatorar o primeiro membro:
x 3  3x 2  4x  12 5 0 ⇒ x 2 (x  3)  4(x  3) 5 0
 (x  3)(x 2  4) 5 0
Pela propriedade do produto nulo, obtemos: x  3 5 0 ou x 2  4 5 0, e, portanto: x 5 3
ou x 5 2i ou x 5 2i.
Assim, o conjunto solução da equação é S 5 {3, 2i, 2i}.

Equações polinomiais Capítulo 9 167

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Exercício resolvido

R.1 Sabendo que uma das raízes da equação x3  3x2  10x  24  0 é o número 2, deter-
minar as outras raízes complexas dessa equação.
Resolução
Como 2 é raiz do polinômio P (x)  x3  3x2  10x  24, temos, pelo teorema de
D’Alembert, que P (x) é divisível por x  2. Logo, P (x) pode ser representado como o
produto de x  2 por um polinômio do 2º grau Q(x), isto é:
P (x)  (x  2) ? Q(x)
Para obter Q(x), basta dividir P (x) por x  2. Por Briot-Ruffini, temos:
2 1 3 10 24
1 1 12 0

Logo, Q(x)  x2  x  12, portanto, P (x)  (x  2)(x2  x  12).


Assim, a equação x3  3x2  10x  24 5 0 é equivalente a (x  2)(x2  x  12) 5 0.
Pela propriedade do produto nulo, obtemos:
x  2 5 0 ou x2  x  12 5 0, portanto, x 5 2 ou x 5 3 ou x 5 4.
Concluímos, assim, que além da raiz 2 a equação tem como raízes os números 3 e 4.

1. a) (x  1) (x  2) (x  4) 5 0 ⇒ x3  7x2  14x  8 5 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercícios propostos b) x3  7x2  11x  5 5 0

1 Nesta atividade, você vai formar equações polino- 3 Duas raízes da equação polinomial
miais a partir de suas raízes. 2x 4  2x3  13x2  x  6 5 0 são os números 2 e 3.
a) Substitua por números as letras a, b e c de modo Determine o conjunto solução dessa equação no
que as raízes da equação na incógnita x, repre- universo C. S 5 {2, 3, 2 ,  2 }
sentada abaixo, sejam 1, 2 e 4. 2 2
(x  a)(x  b)(x  c) 5 0 4 (Uerj) Um ciclista e um corredor começam, juntos,
A seguir, elimine os parênteses do primeiro mem- uma competição.
bro, aplicando a propriedade distributiva. A equação e 5 t 3  6t 2  9t descreve a posição e,
b) Forme uma equação do 3º grau que possua uma em metro, do ciclista, em função do tempo t, em
raiz igual a 5 e duas raízes iguais a 1. segundo. No instante em que ambos partem da po-
c) Forme a equação do 4º grau P(x) 5 0 que possua sição zero, o corredor inicia um movimento, des-
todas as raízes iguais a 2, de modo que o crito pela equação e 5 4t, na mesma pista e no mes-
coeficiente dominante de P(x) seja igual a 3. mo sentido. Determine a posição mais afastada do
3x4  24
24xx3  72
72xx2  96
96xx  48 5 0 ponto de partida na qual o ciclista e o corredor vol-
2 Considerando o universo dos números complexos, tam a se encontrar. 20 m
resolva a equação x 3  7x 2  12x  10 5 0, saben-
do que uma das raízes é o número 5.
S 5 {5, 1  i, 1  i}

Resolva a questão 1a do Roteiro de trabalho.

3 Teorema fundamental da Álgebra

Antes de enunciar o teorema fundamental da Álgebra, vamos pensar nas questões a seguir.
• Existe alguma equação polinomial do 1‚ grau que não possua raiz complexa? E do 2‚ grau?
Para responder à primeira pergunta, basta observar que toda equação polinomial do 1‚ grau
b
pode ser representada sob a forma ax  b 5 0, com {a, b}  ç e a  0. Logo, o número  é
a
raiz dessa equação para quaisquer valores complexos de a e b, com a  0. Concluímos, então,
que toda equação do 1‚ grau tem raiz complexa.
Para responder à segunda pergunta, destacamos que toda equação do 2‚ grau pode ser re-
presentada sob a forma ax2  bx  c 5 0, com {a, b, c}  ç e a  0. Para qualquer valor do
discriminante dessa equação,  5 b2  4ac, existem duas raízes quadradas complexas de , w1 e w2 ;

168 Capítulo 9 Equações polinomiais

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 168 4/19/10 4:05:56 PM


b   w 1 b   w 2
portanto, existem, em ç, os números  e   , que são raízes da equação do 2‚ grau.
2a 2a
Concluimos, então, que toda equação do 2‚ grau possui raiz complexa.
Uma nova questão que surge naturalmente nesse momento é:
• Existe alguma equação polinomial, de determinado grau, que não possua raiz complexa?

ock
A resposta a essa pergunta é dada pelo teorema fundamental da Álgebra, cujo enun-

bis/latinst
ciado é:

nn/cor
Toda equação polinomial admite pelo menos uma raiz complexa.

a
ttm
be
A demonstração desse teorema foi a tese de doutoramento do matemático alemão Carl Friedrich
Gauss, apresentada na universidade de Helmstädt no ano de 1798. Embora outros matemáticos já
tivessem tentado fazer essa demonstração, Gauss foi o primeiro a realizá-la com perfeição. Carl Friedrich Gauss
Gauss deu quatro demonstrações diferentes para o teorema fundamental da Álgebra, a última (1777-1855), matemático
em 1850. Como todas elas exigem conhecimentos de Matemática superior, não faremos a de- alemão cujo talento
monstração desse teorema. revelou-se precocemente.
Doutorou-se aos 21 anos de
idade.

4 Teorema da decomposição
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Uma consequência imediata do teorema fundamental da Álgebra é o teorema da decom-


posição, apresentado a seguir.

Todo polinômio de grau n, com n > 1, P(x)  anx n  an  1x n  1  an  2 xn  2  ...  a1x  a0


pode ser fatorado sob a forma P(x)  an(x 2 r1)(x 2 r2)(x 2 r3) ? ... ? (x 2 rn), em que r1, r2,
r3, ..., rn são todas as raízes de P(x).

Demonstração

Seja P(x)  anx n  an  1x n  1  an  2x n  2  ...  a1x  a0 um polinômio de grau n, com
n > 1.

Pelo teorema fundamental da Álgebra, P(x) admite uma raiz complexa r1. Logo, P(x) é
divisível por x 2 r1 e, portanto,
P(x)  (x 2 r1) ? Q1(x)   (I)

em que Q1(x) é um polinômio de grau n 2 1.

Se n 2 1 > 1 temos, novamente pelo teorema fundamental da Álgebra, que Q1(x) tem
uma raiz complexa r2 e, portanto,

Q1(x)  (x 2 r2) ? Q2(x)   (II)

em que Q2(x) é um polinômio de grau n 2 2.


Substituindo (II) em (I), obtemos:
P(x)  (x 2 r1)(x 2 r2) ? Q2(x)

Aplicando n vezes esse procedimento, obtemos:


P(x)  (x 2 r1)(x 2 r2)(x 2 r3) ? ... ? (x 2 rn ) ? Qn(x)

Por definição de identidade de polinômios, deduzimos que o coeficiente dominante an de


P(x) deve ser igual a Qn(x). Logo:
P(x)  an(x 2 r1)(x 2 r2)(x 2 r3 ) ? ... ? (x 2 rn )

Equações polinomiais Capítulo 9 169

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Exercícios resolvidos

Resolução
R.2 Decompor o polinômio P(x)  2x2  7x  15 em
um produto de uma constante por polinômios do Como 1 é raiz de P(x), temos, pelo teorema de
1º grau. D’Alembert, que P(x) é divisível por x  1. Portan-
to, P(x) pode ser representado por:
Resolução
P(x)  (x  1) ? Q(x)
As raízes de P(x) são as mesmas da equação
2x 2  7x  15 5 0. Dividindo P(x) por x  1, obtemos Q(x):
Temos: 1 4 11 5 2
 5 72  4 ? 2 ? (15) 5 169 e, portanto, 4 7 2 0
7   ±   169 7   ±  1 3 3 Logo, Q(x)  4x 2  7x  2.
x  5   5   ⇒   xx 5  ou x 5
5  5
2  ?  2 4 2 As raízes de Q(x) são as mesmas da equação
Aplicando o teorema da decomposição, concluí- 4x 2  7x  2 5 0. Temos:
mos que:  5 (7) 2  4 ? 4 ? (2) 5 81
 3
P ( x )   2  x     ( x   5) )  ±   8
 (7)  811 7   ±  9 1
 2 x  5   5   ⇒   xx 5  2 ou x 5 
5 .
2  ?  4 8 4
Como as raízes de Q(x) também são raízes de P(x),
R.3 Uma das raízes do polinômio
concluímos, pelo teorema da decomposição, que:
P(x)  4x 3  11x 2  5x  2 é o número 1. Fatorar
esse polinômio em um produto de uma constante  1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P ( x )   4( x   1)( x    2)  x    
por polinômios do 1º grau.  4 

Exercícios propostos

5 Decomponha P(x) como o produto de uma cons- condição P(1) 5 P(2) 5 0, represente P(x) como o pro-
tante por polinômios de 1º grau, em cada um dos duto de uma constante por polinômios do 1 1º grau.
1
seguintes casos: P(x)  3[x  ](x  1)(
1)(xx  2)(
2)(xx  5)
3 3
a) P(x)  4x2  x  3 P((x)  4( 1)[[x 
4(xx  1) ] 7 (Vunesp) Duas raízes, x1 e x2, de um polinômio P(x)
4
b) P(x)  x  8x  12x P(x)  x(x  2)(
3 2
2)(xx  6) de grau 3, cujo coeficiente do termo de maior grau
c) P(x)  3x3  6x2  3x  6, sabendo que P(2) 5 0 é 1, são tais que x1  x2 5 3 e x1 ? x2 5 2.
P(x)  3(
3(xx  2)(
2)(xx  i )(
)(xx  i )
a) Dê as raízes x1 e x2 de P(x). 2 e 1
6 Sabendo que o polinômio b) Sabendo que x3 5 0 é a terceira raiz de P(x), dê o
P(x)  3x4  25x 3  59x2  47x  10 satisfaz a coeficiente do termo de grau 2 de P(x). 3

Resolva a questão 1b do Roteiro de trabalho.

Número de raízes de uma equação polinomial


Consideremos a seguinte equação polinomial de grau n, com n > 1, na variável x:
anx n  an  1x n  1  an  2x n  2  ...  a1x  a0 5 0

Pelo teorema da decomposição, essa equação pode ser apresentada na forma:


an(x  r1)(x  r2)(x  r3) ? ... ? (x  rn ) 5 0,

em que r1, r2, r3, ..., rn são todas as raízes da equação.

Assim, uma consequência imediata do teorema da decomposição é que:

Qualquer equação polinomial de grau n, com n > 1, admite exatamente n raízes comple-
xas, não necessariamente distintas entre si.

170 Capítulo 9 Equações polinomiais

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Exemplos
a) A equação 3x5  2x4  2x  1 5 0 é do 5‚ grau e, portanto, possui exatamente cinco
raízes complexas.
b) A equação polinomial (x  7)3(x  2)(x  4)2 5 0 é do 6‚ grau e, portanto, tem seis raízes.
Para visualizar as seis raízes, podemos representar a equação sob a forma:
(x  7)(x  7)(x  7)(x  2)(x  4) (x  4) 5 0
Assim, pela propriedade do produto nulo, temos:
x  5
  7  ou 
 x  
5 
7  ou x  5
 7  ou  x  2  ou 
5 x  5 4
  ou x  5
  4
três raízes iguais a 7 uma raiz duas raízes iguais a 4
igual  a  2

Multiplicidade de uma raiz


Considere a equação: (x  7) (x  7) (x  5) (x  7) (x  5) 5 0.
Note que o número 7 aparece três vezes como raiz da equação; por isso dizemos que 7 tem
multiplicidade 3.
Do mesmo modo, dizemos que 5 tem multiplicidade 2.
Generalizando, seja a seguinte equação polinomial de grau n, variável x e raízes r1, r2, r3, ..., rn :
an(x  r1)(x  r2)(x  r3) ? ... ? (x  rn ) 5 0
• Se uma raiz rj comparecer uma única vez dentre os fatores do primeiro membro, então rj é
chamada de raiz simples da equação.
• Se uma raiz rj comparecer k vezes (com k > 1) dentre os fatores do primeiro membro,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

então rj é chamada de raiz de multiplicidade k da equação.

Exemplo
A equação (x  1)3(x  9)(x  6)2 5 0 pode ser escrita como:
(x  1)(x  1)(x  1)(x  9)(x  6)(x  6) 5 0
Assim, observamos que:
• a raiz 1 tem multiplicidade 3, ou podemos dizer que 1 é raiz tripla;
• a raiz 9 tem multiplicidade 1, ou podemos dizer que 9 é raiz simples da equação;
• a raiz 6 tem multiplicidade 2, ou podemos dizer que 6 é raiz dupla.

Exercícios resolvidos

R.4 Construir a equação polinomial P(x)  0 com Nessas condições, P(x) é o polinômio
conjunto solução S  {2, 3, 6} tal que 2 é raiz P(x)  4(x  2)(x  2)(x  2)(x  3)(x  3)(x  6)
tripla, 3 é raiz dupla, 6 é raiz simples e o coefi- e, portanto, a equação polinomial pedida é:
ciente dominante de P(x) é 4.
4(x  2)3(x  3)2(x  6) 5 0
Resolução
Toda equação polinomial P(x) 5 0 de grau n pode
ser representada sob a forma: R.5 Dado que o número 1 é raiz dupla da equação
an(x  r1)(x  r2)(x  r3) ? ... ? (x  rn ) 5 0, x4  2x3  2x2  2x  1  0, determinar as outras
em que an é o coeficiente dominante de P(x) e r1, r2, raízes dessa equação.
r3, ..., rn são todas as raízes de P(x).
Resolução
O enunciado desse problema exige que: Pelo teorema da decomposição, essa equação pode
• o coeficiente dominante de P(x) seja 4; ser representada sob a forma:
• 2 seja raiz tripla, ou seja, o fator x  2 deve com-
Q (x)
parecer exatamente três vezes na decomposição  
2 

de P(x); ( x   1)(
) ( x   1))(( x    r1 )(
)( x    r2 ) 5 0,
 
 
• 3 seja raiz dupla, ou seja, o fator x  3 deve Q1( x )
comparecer exatamente duas vezes na decompo-
sição de P(x); em que r1 e r2 são as outras raízes, além da raiz 1.
• 6 seja raiz simples, ou seja, o fator x  6 deve Dividindo o polinômio P(x)  x4  2x3  2x2  2x  1
comparecer exatamente uma vez na decomposi- por x  1, obtemos Q1(x); e dividindo Q1(x) por x  1
ção de P(x). obtemos Q2(x).

Equações polinomiais Capítulo 9 171

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 171 4/19/10 4:06:01 PM


Por Briot-Ruffini, vamos dividir P(x) por x  1, ob- divisível por x  2, sendo Q1(x) o quociente des-
tendo Q1(x): sa divisão;
1 1 2 2 2 1 II. Q1(x) é divisível por x  2, sendo Q2(x) o quo-
ciente dessa divisão;
1 1 1 1 0
III. Q2(x) é divisível por x  2, sendo Q3(x) o quo-
Logo, Q1(x)  x3  x2  x  1. ciente dessa divisão;
Aplicando novamente Briot-Ruffini, vamos dividir IV. Q3(x) não é divisível por x  2.
Q1(x) por x  1, obtendo Q2(x): Vamos às constatações:
I. Aplicando Briot-Ruffini, dividimos P(x) por x  2:
1 1 1 1 1
1 0 1 0 2 1 7 12 16 64 48
1 5 2 20 24 0
Logo, Q2(x)  x2  1.
Logo, P(x) é divisível por x  2 e o resultado des-
Assim, a equação P(x) 5 0 pode ser escrita como: sa divisão é Q1(x)  x4  5x3  2x2  20x  24.
(x  1)(x  1)(x2  1) 5 0
II. Aplicando Briot-Ruffini, dividimos Q1(x) por x  2:
Pela propriedade do produto nulo, obtemos:
2 1 5 2 20 24
x  1 5 0 ou x  1 5 0 ou x2  1 5 0
1 3 4 12 0
e, portanto:
Logo, Q1(x) é divisível por x  2 e o resultado
x 5 1 ou x 5 1 ou x 5 i ou x 5 i
dessa divisão é Q2(x)  x3  3x2  4x  12.
Concluímos, então, que, além da raiz dupla 1, a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equação possui as raízes simples i e i. III. Aplicando Briot-Ruffini, dividimos Q2(x) por x  2:
2 1 3 4 12
R.6 Mostrar que o número 2 é raiz tripla da equação 1 1 6 0
x5  7x4  12x3  16x2  64x  48  0.
Logo, Q2(x) é divisível por x  2 e o resultado
Resolução
dessa divisão é Q3(x)  x2  x  6.
Para que 2 seja raiz tripla da equação proposta, te-
mos, pelo teorema da decomposição, que essa IV. Aplicando Briot-Ruffini, dividimos Q3(x) por x  2:
equação deve ser equivalente a: 2 1 1 6
Q2 ( x ) 1 1 4
 
 
Q3 ( x )
   Logo, Q3(x) não é divisível por x  2, pois o res-
( x    2)(
) ( x    2)(
) ( x    2))(( x    r1 )(
)( x    r2 ) 5 0
 

 to da divisão (4) é diferente de zero.
Q1( x ) Assim, o polinômio P(x) é tal que:
em que r1 e r2 são raízes da equação, distintas de 2. P(x)  (x  2)3(x2  x  6)
Assim, devemos ter: em que x2  x  6 não é divisível por x  2 e,
I. o polinômio portanto, concluímos que 2 é raiz tripla da
P(x)  x5  7x4  12x3  16x2  64x  48 é equação P(x) 5 0.

Exercícios propostos

8 Considerando a equação: 10 No universo dos números complexos, o conjunto so-


(x  2)3 ? (x  5)4 ? (x  7) 5 0, determine: lução da equação x5  4x4  x3  10x2  4x  8 5 0
a) o seu conjunto solução. S 5 {2, 5, 7} é S 5 {1, 2}. Determine a multiplicidade de cada
b) a multiplicidade de cada raiz. 2 é a raiz tripla; 5 é a raiz dessa equação.
c) o grau da equação. raiz quádrupla; 7 é A raiz 1 tem multiplicidade 2 e a raiz 2 tem multiplicidade 3.
a raiz simples.
8‚ grau 11 Sabendo que o número 1 é raiz dupla da equação
9 Construa a equação polinomial P(x) 5 0 cujo con- x4  7x3  17x2  17x  6 5 0, resolva-a em C.
S 5 {1, 2, 3}
junto solução é S 5 {1, 2, 3} tal que o número 1
12 (FEI-SP) O número 1 é a raiz dupla da equação
seja raiz dupla, 2 seja raiz tripla, 3 seja raiz sim-
x3  3x2  px  q 5 0. Determine as constantes p e q.
ples e P(x) tenha coeficiente dominante igual a 6. p 5 9 e q 5 5
(Sugestão: Deixe P(x) na forma fatorada.) 13 Mostre que o número i é uma raiz tripla da equação
6(xx  1)2(x  2)3(x  3) 5 0
6( x4  5ix3  9x2  7ix  2 5 0.
Ver Suplemento com orientações para o professor
professor..

Resolva a questão 1c do Roteiro de trabalho.

172 Capítulo 9 Equações polinomiais

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 172 4/19/10 4:06:03 PM


5 Teorema das raízes imaginárias

Estudaremos agora um importante teorema que diz respeito às raízes imaginárias de uma
equação polinomial. Lembre-se de que número imaginário é todo número complexo não real,
isto é, todo número da forma z 5 a  bi, com {a, b}  ® e b  0.
O enunciado desse teorema é:

Se um número imaginário é raiz de uma equação polinomial com coeficientes reais,


então seu conjugado também é raiz dessa equação.

Consequências
• Se um número imaginário z é raiz de multiplicidade k de uma equação polinomial de coefi-
cientes reais, então o conjugado de z também é raiz de multiplicidade k dessa equação.
• O número de raízes imaginárias de uma equação polinomial de coeficientes reais é neces-
sariamente par.
• Se uma equação polinomial de coeficientes reais tem grau ímpar, então essa equação pos-
sui pelo menos uma raiz real.

Exercícios resolvidos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assim, o polinômio
R.7 Qual é o menor grau possível de uma equação po-
linomial P(x)  0 de coeficientes reais que possui P(x)  x4  2x3  x2  18x  72 é divisível por
como raízes simples os números 4, 6  3i e 5i? (x  3i)(x  3i)  x2  9.

Resolução Efetuando essa divisão, temos:


Pelo teorema das raízes imaginárias, como P(x) 5 0 x 4    2 x 3     x 2  1 8 x   7 2 x 2   9
é uma equação polinomial de coeficientes reais e os x4  9 x 2 x 2   2 x   8
números imaginários 6  3i e 5i são raízes simples  2 x 3   8 x 2    18 xx   72
dessa equação, temos que os seus conjugados, 6  3i 2 x 3 18 x
e 5i, também são raízes simples dessa equação. Assim,  8x 2  72
a equação P(x) 5 0 tem pelo menos cinco raízes e,  8x 2  72
portanto, o menor grau possível dessa equação é 5.
0

R.8 Resolver em C a equação Assim, a equação P(x) 5 0 é equivalente a:


(x2  9)(x2  2x  8) 5 0
x 4  2x 3  x 2  18x  72  0, sabendo que 3i é
uma de suas raízes. Pela propriedade do produto nulo, obtemos:
x2  9 5 0 ou x2  2x  8 5 0
Resolução
ou seja, x 5 3i ou x 5 3i ou x 5 4 ou x 5 2.
Como os coeficientes dessa equação são reais, se 3i
Logo, o conjunto solução da equação é:
é uma raiz dessa equação, então 3i também o é. S 5 {3i, 3i, 4, 2}

Exercícios propostos

14 No universo dos números complexos, uma equação 16 Forme uma equação polinomial de coeficientes reais
polinomial do 4º grau com coeficientes reais possui e de menor grau possível que possua uma raiz sim-
uma raiz dupla igual a 5 e uma raiz simples igual a ples igual a 3i e uma raiz dupla igual a 1.
3  2i. Qual é o conjunto solução dessa equação? x4  2
2xx3  10
10xx2  18
18xx  9 5 0
S 5 {5, 3  2
2ii, 3  2
2ii} 17 O número complexo 4i é uma das raízes da equa-
15 Qual é o menor grau possível de uma equação poli- ção x4  x3  10x2  16x  96 5 0. Determine o
nomial de coeficientes reais que tem uma raiz sim- conjunto solução dessa equação, no universo C.
S 5 {4
{4ii, 4i, 3, 2}
ples igual a 1, uma raiz simples igual a 3i e uma 18 No universo dos números complexos, resolva a
raiz dupla igual a 4  i? 7 equação x4  4x3  7x2  6x  2 5 0, sabendo que
uma de suas raízes é o número 1  i.
S 5 {1  i, 1  i, 1}

Resolva a questão 1d do Roteiro de trabalho.

Equações polinomiais Capítulo 9 173

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 173 4/19/10 4:06:04 PM


6 Teorema das raízes racionais

Nem toda equação polinomial admite raiz racional; por exemplo, a equação x 2  2 5 0 ad-
mite apenas as raízes irracionais 2 e  2 . O teorema enunciado a seguir permite descobrir se
uma equação polinomial de coeficientes inteiros admite, ou não, raízes racionais.

p
Seja com p e q inteiros primos entre si e q  0.
q
p
Se é raiz da equação polinomial an xn  an  1xn  1  an  2xn  2  …  a0 5 0, na variável
q
x e coeficientes inteiros, então p é divisor de a0 e q é divisor de an.

Consequência
Se a equação polinomial de coeficientes inteiros P (x) 5 0 tem o coeficiente dominante de P (x)
igual a 1 e admite raiz racional, então toda raiz racional dessa equação é necessariamente inteira.
p
Por exemplo, se , com p e q inteiros primos entre si e q  0, é raiz da equação x2  6x  8 5 0,
q

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
então p é divisor de 8 e q é divisor de 1, ou seja, p  {±1, ±2, ±4, ±8} e q  {±1}; logo,
p
 {±1, ±2, ±4, ±8}.
q

Exercícios resolvidos

R.9 Determinar, se existirem, as raízes racionais da 3 2


 3  3  3  3
equação 2x3  x2  6x  3  0. P     5 2  ?         6 ?      3  5
 5 3
 2  2  2  2
Resolução
Como a equação tem os coeficientes inteiros, po- Logo, a equação admite apenas uma raiz racional: o
demos aplicar o teorema das raízes racionais. As- 1
sim, se essa equação admite uma raiz do tipo número .
p 2
, com p e q inteiros primos entre si e q  0, en-
q
Nota:
tão p é divisor de 3 e q é divisor de 2, isto é:
O teorema do resto nos garante que o resto da divi-
p  {±1, ±3} e q  {±1, ±2} e, portanto,
são de um polinômio P (x) por x  a é igual a P (a).
p  1 3 Assim, neste exercício, poderíamos ter abreviado
    ±1,  ± 3,  ± ,  ±  os cálculos aplicando o dispositivo prático de Briot-
q  2 2
Ruffini. Observe o exercício seguinte, em que utili-
Testando cada uma das “candidatas” à raiz racional zaremos esse recurso.
da equação P (x) 5 0, em que
P (x)  2x3  x2  6x  3, temos:
P (1) 5 2 ? 13  12  6 ? 1  3 5 2 R.10 Resolver, em C, a equação x 4  x 3  x 2  x  2  0.
P (1) 5 2 ? (1)3  (1)2  6 ? (1)  3 5 6 Resolução
P (3) 5 2 ? 33  32  6 ? 3  3 5 30 A equação tem os coeficientes inteiros; logo, se ela
P (3) 5 2 ? (3)3  (3)2  6 ? (3)  3 5 42 p
3 2 admitir raiz do tipo , com p e q inteiros primos
 1  1  1  1 q
P    5  2  ?           6 ?     3  5 0
 2  2  2  2 entre si e q  0, então p é divisor de 2 e q é divisor
3 2 de 1, isto é:
 1  1  1  1 11 p
P     5 2  ?         6  ?      3  5 p  {±1, ±2} e q  {±1} e, portanto,  {±1, ±2}
 2  2  2  2 2 q
3 2 Vamos testar as “candidatas” à raiz racional da equa-
 3  3  3  3 3 ção P (x) 5 0, em que P (x)  x 4  x 3  x 2  x  2,
P    5  2  ?           6 ?     3  5 
 2  2   2   2  2 aplicando o dispositivo prático de Briot-Ruffini.

174 Capítulo 9 Equações polinomiais

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 174 4/19/10 4:06:09 PM


• Dividindo P (x) por x  1: • Dividindo Q1(x) por x  2.
1 1 1 1 1 2 2 1 2 1 2
1 0 1 2 4 1 0 1 0
resto
resto
Como o resto é diferente de zero, 1 não é raiz da
equação. Como o resto é zero, 2 é raiz da equação e pode-
mos escrever:
• Dividindo P (x) por x  1:
P (x)  (x  1)(x  2)(x 2  1)
1 1 1 1 1 2
Não precisamos continuar testando as “candida-
1 2 1 2 0
tas” a raízes racionais, pois, com essa forma fato-
resto
rada de P (x), a equação P (x) 5 0, que é equiva-
Como o resto é zero, 1 é raiz da equação. As- lente a (x  1)(x  2)(x 2  1) 5 0, pode ser
sim, podemos escrever: facilmente resolvida.
Pela propriedade do produto nulo, temos:
x 3
P ( x )  (( x   1) (    22
x  

   x   

 2)
Q1( x ) (x  1)(x  2)(x 2  1) 5 0 ⇒
⇒ x  1 5 0 ou x  2 5 0 ou x 2  1 5 0
Logo, se existirem outras raízes racionais, elas
serão raízes de Q1(x). Como, pelo teorema das ou seja, x 5 1 ou x 5 2 ou x 5 i ou x 5 i
raízes racionais, essas raízes só podem ser 2 ou Concluímos, então, que o conjunto solução da
–2, testamos a seguir cada uma delas: equação proposta é S 5 {1, 2, i, i}.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios propostos

19 Determine, se existirem, as raízes racionais de cada 22 Um engenheiro projetou duas caixas-d’água de


uma das seguintes equações: mesma altura: uma em forma de cubo e a outra em
1
a) 2x4  x3  x2  x  1 5 0 1 e forma de paralelepípedo reto-retângulo com 6 m2
2
b) x5  3x4  8x3  7x  2 5 0 2 de área da base. O volume da caixa cúbica deve ter
4 m3 a menos que o volume da outra caixa.
20 Resolva, em C, a equação: x4  3x3  3x2  3x  2 5 0 a) Indicando por x a medida, em metro, de cada
S 5 {{
1, 2, i, i } aresta da caixa cúbica, que é também a medida
21 Sabendo que a equação 5x5  bx3  cx  7 5 0, da altura da outra caixa, qual é a equação que
com b e c inteiros, admite uma raiz racional não relaciona os volumes dessas caixas? x3  66xx  4 5 0
inteira e maior que 1, essa raiz é: alternativa b b) Resolvendo a equação sugerida no item a,
a) 1,2 c) 1,6 e) 1,82 obtém-se a medida da aresta da caixa cúbica.
b) 1,4 d) 1,8 Qual é essa medida? 2 m ou ( 3  1) m

Resolva a questão 1e do Roteiro de trabalho.

7 Relações de Girard

A busca por fórmulas gerais que resolvessem equações polinomiais provocou o surgimento
de importantes teoremas sobre esse tipo de equação. Um deles, conhecido como “Relação de
Girard”, foi descoberto pelo matemático francês Albert Girard (1590-1633) e publicado, em
1629, em sua obra Invention nouvelle en l’algèbre. Esse teorema nos leva a relacionar os coefi-
cientes de uma equação polinomial à soma de suas raízes, à soma dos produtos dessas raízes
tomadas duas a duas, à soma dos produtos dessas raízes tomadas três a três etc. e, finalmente,
ao produto dessas raízes.
Antes de estudar as relações de Girard em sua forma geral, vamos apresentá-las particular-
mente para equações polinomiais do 2‚ e do 3‚ grau.

Equações polinomiais Capítulo 9 175

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 175 4/19/10 4:06:11 PM


As relações de Girard em uma equação
polinomial do 2‚ grau
Consideremos o polinômio P (x)  ax 2  bx  c, com {a, b, c}  ç, a  0 e raízes r1 e r2. Pelo
teorema da decomposição, temos:
ax 2  bx  c  a(x  r1)(x  r2)

Dividindo por a ambos os membros, obtemos a identidade:

bx c
x 2         ( x   r1)( x   r2 )
a a
que é equivalente a:
bx c
x 2          x 2   (r1  r2 ) x   r1r2
a a

Por definição de identidade de polinômios, concluímos:

 b  b
(r1  r2 ) 5  a r1  r2  5  a
   ⇒    
r r  5  c r r  5  c
 12
a  1 2 a
Provamos, então, que:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As raízes r1 e r2 de uma equação polinomial do 2‚ grau ax 2  bx  c 5 0 obedecem às
condições:

 b
r1  r2  5  a

r r  5  c
 1 2 a

Exercício resolvido

R.11 Sendo r1 e r2 as raízes da equação do 2º grau 3


r2    r1 
2
5 x    3 x    7    0
0, calcular: c) 1 1 5 3 21
    5   5   5   5 
r1 r2 r1r2 7 7 7
a) r1  r2 d) r12  r22
5
1 1 d) Observando a identidade
b) r1r2 e) 2
   2
r1 r2
(r1  r2) 2 5 r12  2r1r2  r22, temos:
1 1
c)    r12  r22 5 (r1  r2)2  2r1r2; logo,
r1 r2
2
Resolução  3  2 7 3   1
100 7
r1 2    r2 2  5         5 
 5  5 25
Os coeficientes da equação
5 x 2    3 x    7  5 0 são a 5 5, b 5 3 e c 5 7 . 2
1 1
2
r2    r12
r2    r1
2

Temos, então: e) 2    2  5  2 2  5   5 


r1 r2 r1 r2 (r1r2 )2
b 3
a) r1    r2  5   5  3   1
100 7
a 5
25 3   1
100 7
5 2
 5 
c 7  7  7
b) r1r2  5   5   5 
a 5

176 Capítulo 9 Equações polinomiais

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 176 4/19/10 4:06:17 PM


Exercícios propostos

23 Determine as constantes b e c, sabendo que as raí- 25 Sendo r1 e r2 as raízes da equação


zes da equação 2x2  bx  c 5 0 são 2x2  3 x  6 5 0, calcule:
3 3  4 6
3  5 e 3  5 . b 5 12; c 5 8 a) r1  r2 2 d) r 12  r 22
4
6 1 1 3  4 6
24 Determine as constantes reais b e c, sabendo que b) r1 ? r2 e)    2
2 r2 r 6
uma das raízes da equação 1 1 2
1 2

4x2  bx  c 5 0 é 3  i. b 5 24; c 5 40 c)   


r1 r2 2

As relações de Girard em uma equação


polinomial do 3‚ grau
Seja o polinômio P (x)  ax 3  bx 2  cx  d, com {a, b, c, d}  ç, a  0 e raízes r1, r2 e r3. Pelo
teorema da decomposição, temos:
ax 3  bx 2  cx  d  a(x  r1)(x  r2)(x  r3)
Dividindo por a ambos os membros, obtemos a identidade:
bx 2 cx d
x 3            ( x   r1)( x   r2 )( x   r3 )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a a a
que é equivalente a:
bx 2 cx d
x 3             x 3   (r1  r2   r3 ) x 2   (r1r2   r1r3   r2r3 ) x   r1r2r3
a a a
Por definição de identidade de polinômios, concluímos:
 b  b
(r1  r2   r3 ) 5  a r1  r2   r3  5  a
 
 c  c
r
12r    r r
13
    r r
2 3
 5       ⇒    r1r2   r1r3   r2r3  5 
 a  a
 d  d
r1r2r3  5  a r1r2r3  5  a
 
Provamos, então, que:

As raízes r1, r2 e r3 de uma equação polinomial do 3‚ grau ax 3  bx 2  cx  d 5 0 obedecem


às condições:
 b
r1  r2   r3  5  a

 c
r1r2   r1r3   r2r3  5 
 a
 d
r1r2r3  5  a

Exercícios resolvidos

R.12 Sendo r1, r2 e r3 as raízes da equação Resolução


4x 3  3x 2  5x  2  0, calcular: Os coeficientes da equação 4x 3  3x 2  5x  2 5 0
a) r1  r2  r3 e) r12  r22  r32 são a 5 4, b 5 3, c 5 5 e d 5 2. Temos, então:
b) r1r2  r1r3  r2r3 f) (r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2 b (3) 3
a) r1    r2    r3  5   5   5 
1 1 1 a 4 4
c) r1r2r3 g)    2    2
r12 r2 r3
1 1 1 c 5
d)       b) r1r2    r1r3    r2 r3  5   5 
r1 r2 r3 a 4

Equações polinomiais Capítulo 9 177

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d 2 1 1 1 1 r2 2 r3 2    r1 2 r3 2    r1 2 r2 2
c) r1r2 r3  5   5   5  g)        5   5 
a 4 2 r1 2 r2 2 r3 2 r1 2 r2 2 r3 2
1 1 1 r r    r1 r3    r1 r2 37
d)        5  2 3 5
r1 r2 r3 r1 r2 r3 (r2 r3 )2   (r1 r3 )2   (r1 r2 )2 37
5  5  16 2  5 
5 (r1 r2 r3 )2  1 4
5   2 
5 4  5 
1 2

2
e) Observando a identidade: R.13 Determinar o valor da constante complexa k, sa-
(r1  r2  r3)2 5 bendo que as raízes da equação
x3  3x2  6x  k  0 formam uma progressão
5 r12  r22  r32  2r1r2  2r1r3  2r2r3, temos:
aritmética.
r12  r22  r32 5 (r1  r2  r3)2  2(r1r2  r1r3  r2r3)
Resolução
Logo:
2 Indicando as raízes da equação por p  r, p e p  r,
 3 5 31
r1 2    r2 2    r3 2  5       2  ?   5  temos, por uma das relações de Girard:
4 4 16 prppr53⇒p51
f) Observando a identidade (r1r2  r1r3  r2r3)2 5 Logo, o número 1 é uma das raízes da equação pro-
5 (r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2  2r12r2r3  2r1r22r3  2r1r2r32, posta P(x) 5 0. Efetuando a divisão de P(x) por x  1,
temos: obtemos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2 5 1 1 3 6 k
5 (r1r2  r1r3  r2r3)  2r1r2r3(r1  r2  r3)
2
1 2 8 k8
Logo:
Como P(x) é divisível por x  1, pois 1 é raiz de
(r1r2 )2   ((r1r3 )2   ((r2 r3 )2 5 P(x), o resto dessa divisão é igual a zero, isto é:
2
 5  1 3 37 k850⇒k58
5    2 ?     ?   5
 4  2  4 16 Assim, obtemos como resposta k 5 8.

Exercícios propostos

26 Sendo r1, r2 e r3 as raízes da equação 29 (Cesgranrio-RJ) Se a, b e c são as raízes da equação


3x3  3x2  6x  1 5 0, calcule: x3  10x2  2x  20 5 0, então o valor da expressão
a) r1  r2  r3 1 a2bc  ab2c  abc2 é igual a: alternativa d
b) r1 ? r2  r1 ? r3  r2 ? r3 2 a) 400
c) r1 ? r2 ? r3 1 b) 200
3
1 1 1 c) 100
d)       6
r1 r2 r3 d) 200
e) r 12  r 22  r 32 e) 400
3
10
f) (r1 ? r2)  (r1 ? r3)2  (r2 ? r3)2 30 Resolva, em C, a equação
2
3
1 1 1 x3  60x2  1.100x  6.000 5 0, sabendo que suas
g) 2    2    2 30
r1 r2 r3 raízes estão em progressão aritmética.
S 5 {10, 20, 30}

27 Resolva a equação 2x  x  13x  6 5 0, sabendo


3 2 31 (Unifor-CE) As três raízes reais do polinômio
que a soma de duas de suas raízes é igual a 1. P(x) 5 x3  15x2  ax  b formam uma progressão
1
S 5 {3, 2, } aritmética de razão 3. Nessas condições, os valores
2
28 (Cesgranrio-RJ) O produto de duas raízes da equa- de a e b são, respectivamente: alternativa a
ção 2x3  19x2  37x  14 5 0 é 1. A soma das duas a) 66 e 80
maiores raízes da equação é alternativa c b) 33 e 40
19 c) 66 e 80
a) 7 d)
b) 8 2 d) 33 e 40
c) 9 e) 19 e) 66 e 80

178 Capítulo 9 Equações polinomiais

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As relações de Girard em uma equação
polinomial de grau n
Finalmente, vamos apresentar as relações de Girard em sua forma geral.

Em toda equação polinomial de grau n, com n > 1,

anx n  an  1x n  1  an  2x n  2  ...  a1x  a0 5 0,

cujas raízes são r1, r2, r3, ..., rn , tem-se:


an   1
• a soma das raízes é  , isto é:
an
an   1
r1  r2   r3  ...  rn  5 
an
an    2
• a soma dos produtos das raízes tomadas duas a duas é , isto é:
an
a
r1r2   r1r3   r1r4  ...  rn   1rn  5 n    2
an
an   3
• a soma dos produtos das raízes tomadas três a três é  , isto é:
an
a
r1r2r3   r1r2r4   r1r2r5  ...  rn    2rn  1rn  5  n   3
an
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e assim por diante.


( 1)n  ? a0
• o produto de todas as raízes é , isto é:
an
( 1)n  ? a0
r1r2r3 ? ... ? rn  5
an

Exercício resolvido

R.14 Calcular a soma dos inversos das raízes da equação 5x4  3x2  x  4  0.
Resolução
A equação pode ser escrita na forma: 5x4  0x3  3x2  x  4  0
Assim, seus coeficientes são a 5 5, b 5 0, c 5 3, d 5 1 e e 5 4.
Indicando as raízes por r1, r2, r3 r4, temos:

1 1 1 1 r  ? r  ? r    r1 ? r3  ? r4    r1  ? r2  ? r4    r1  ? r2  ? r3
          5  2 3 4 5
r1 r2 r3 r4 r1 ? r2  ? r3 ? r4
d (1)
 

a
 5 5  5  1
e 4 4
a 5
r1  r2   r3   r4  5 0

r r   r1 r3   r1 r4   r2 r3   r2 r4   r3 r4  5 3
32.  1 2  
 1 r2 r3   r1 r2 r4   r1 r3 r4   r2 r3 r4  5 1
r
Exercícios propostos  r r r r  5
 1 2 3 4 5 0

32 As raízes da equação x4  3x2  x 5 0 são r1, r2, r3 e r4. raiz simples igual a 2 e uma raiz tripla igual a 4.
Escreva todas as relações de Girard para essa equação. a 5 10; b 5 24; c 5 32; d 5 128
34 Resolva, em C, a equação x5  6x4  64x2  144x 
33 Determine as constantes a, b, c e d, sabendo que a  96 5 0, sabendo que três de suas raízes são iguais
equação x4  ax3  bx2  cx  d 5 0 possui uma e as outras duas são opostas entre si.
S 5 {2, 2 3 , 2 3 }

Resolva a questão 1f do Roteiro de trabalho.

Equações polinomiais Capítulo 9 179

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Roteiro de trabalho
Ver respostas do Roteiro de trabalho no Suplemento com orientações para o professor.
1 Junte-se a um colega e respondam: e) Se uma equação polinomial P (x)  0 de coeficien-
a) O que é uma equação polinomial? Deem exemplos. tes inteiros tem o coeficiente dominante de P (x)
b) Um polinômio de grau n, com n  1, pode ser de- igual a 1 e tem raízes racionais, então essas raízes
composto como um produto de quantos polinô- são inteiras. Expliquem por que essa afirmação é
mios de 1º grau? Exemplifiquem sua resposta. verdadeira.
c) O que significa dizer que um número é raiz tripla
de uma equação polinomial? f) Em uma equação polinomial P(x)  0, se o termo
d) Se uma equação polinomial de coeficientes reais independente de x é zero, então pelo menos uma
tem grau 5, qual é o número máximo de raízes das raízes da equação é zero. Expliquem por que
imaginárias que essa equação pode ter? Expliquem essa afirmação é verdadeira, usando uma das
sua resposta. relações de Girard.

Exercícios complementares
P(x)  4x3  40x2  100x
1 Resolva, em C, a equação P(x)  0, dada uma de suas a) Indicando por x a medida, em centímetro, do lado
raízes r, em cada um dos seguintes casos: de cada quadrado retirado, dê o polinômio P (x) que
a) x3  2x2  13x  10  0 e r  5 S  {5, 2, 1} represente o volume da caixa assim construída.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 1
b) 2x3  x2  2x  1  0 e r  S  { , i, i} b) Calcule a medida do lado de cada quadrado retirado.
2 2
3 ou
7    33
2
2 (PUC-MG) Se P(x)  x  4x  ax  6 e P(2)  0,
3 2
5 (UFRN) O volume do cubo de aresta 6 é igual à soma
então P(x) fatorado é igual a: alternativa a dos volumes dos cubos de arestas 5, 4 e 3, conforme
a) (x  1)(x  2)(x  3) d) (x  1)(x  2)(x  3) ilustração abaixo.
b) (x  1)(x  2)(x  3) e) (x  1)(x  2)(x  3)
c) (x  1)(x  2)(x  3)

FAUSTINO
� � �
3 Retomando a questão da página de abertura, o Departa-
mento de Trânsito de uma cidade descreve a velocidade
Ver Suplemento com orientações para o professor.
média do tráfego no centro da cidade, no período de a) Comprove essa afirmação, explicitando os cálculos.
rush de um dia útil da semana, por meio da função: b) Determine as raízes inteiras e positivas da equação
polinomial n3  (n  1)3  (n  2)3  (n  3)3, para
v(t)  at 3  bt 2  9t  20
justificar que o único cubo de aresta inteira n que
Nesta função, v é medida em quilômetro por hora, t é tem volume igual à soma dos volumes dos cubos de
o número de horas transcorridas após o início do pe- arestas n 1, n 2 e n 3 é o cubo de aresta 6.
n6
ríodo de rush, e a e b são constantes. Verifica-se, ainda,
que após 2 horas e 3 horas do início do período de rush, 6 Construa a equação polinomial P(x)  0, cujo conjunto
as velocidades médias são, respectivamente, 18 km/h e solução é S  {1, 2}, tal que cada uma das raízes seja
20 km/h. Se o período de rush é considerado das 15 h dupla e o coeficiente dominante de P(x) seja 1.
às 20 h, responda: x4  2x3  3x2  4x  4  0
 16,9 km/h
a) Qual é a velocidade média do tráfego às 15 h 30 min? 7 Mostre que:
b) Em que horário do período de rush a velocidade a) 5 é raiz dupla da equação
média do tráfego é de 16 km/h? 16 h e às 19 h x6  10x5  25x 4  x 2  10x  25  0
b) 2 é raiz tripla da equação
4 Uma folha de cartolina tem a forma de um quadrado com x5  6x4  11x3  2x2  12x  8  0
10 cm de lado. São retirados dessa folha quatro quadra- Ver Suplemento com orientações para o professor.
dos congruentes de modo que cada um deles tenha um 8 O número 1 é raiz da equação
dos vértices em um vértice da folha. A seguir, dobra- x5  3x 4  2x3  2x2  3x  1  0. Determine a mul-
-se a parte remanescente, conforme mostra a figura, tiplicidade dessa raiz. multiplicidade 4
formando-se uma caixa na forma de um paralelepípedo
reto-retângulo sem tampa com 48 cm3 de volume. 9 (FUERN) Sabe-se que 2 é raiz de multiplicidade 2
10 cm
da equação x4  4x3  8x2  16x  16  0. Então
o conjunto solução dessa equação, no universo dos
complexos, é: alternativa b
FAUSTINO

10 cm
a) {2, i, i} d) {2, 2i, 1}
b) {2, 2i, 2i} e) {2, 4i, 4i}
c) {2, 3i, 3i}

180 Capítulo 9 Equações polinomiais

PNLEM_Mat_Paiva_v3_C09(166a182).indd 180 5/4/10 10:43:03 AM


10 (UFU-MG) Sabe-se que a equação 17 (FEI-SP) Resolva a equação
x4 2 6x3 1 15x2 2 18x 1 10 5 0 admite as raízes com- x3 1 11x2 1 36x 1 36 5 0, sabendo que o produto de
plexas 1 2 i e 2 1 i. Quais são as demais raízes dessa duas de suas raízes é 18. S 5 {22, 23, 26}
equação? alternativa e
a) 21 2 i e 22 1 i d)  1 2 i e 2 2 i 18 (Unifor-CE) As raízes da equação
b) 1 1 i e 2 1 i e)  1 1 i e 2 2 i x3 2 10x2 1 31x 2 30 5 0 são as dimensões — com-
c) 21 1 i e 22 2 i primento, largura e altura —, em centímetro, de um
paralelepípedo reto-retângulo. A área total e o volu-
11 (PUC/Campinas-SP) Uma das raízes do polinômio me desse paralelepípedo são, respectivamente:
2x4 1 3x3 1 3x2 1 3x 1 1 é o número complexo i. a) 62 cm2 e 30 cm3 alternativa a

Determine a maior raiz real desse polinômio. 1 b) 62 cm e 15 cm


2 3

2 c) 31 cm2 e 30 cm3
12 Determine, se existirem, as raízes racionais de cada d) 31 cm2 e 15 cm3
uma das equações: e) 10 cm2 e 30 cm3
a) x4 1 3x3 1 3x2 1 3x 1 2 5 0 21 e 22
b) 2x3 1 x2 2 3 5 0 1 19 (Fuvest-SP) As raízes do polinômio
P(x) 5 x3 2 3x2 1 m, em que m é um número real,
13 Resolva, em C, as equações: estão em progressão aritmética. Determine:
1   3 1   3
a) 2x4 2 4x3 1 x2 1 x 5 0 {0, 1, ,  } a) o valor de m; 2
2 2
b) x4 1 2x3 1 2x2 1 2x 1 1 5 0 b) as raízes do polinômio. 1, 1 1 3 e 1 2 3
S 5 {21, i, 2i}

14 Em um mesmo dia, Carlos tomou emprestado 20 (Fuvest-SP) Sabe-se que o produto de duas raízes da
R$ 20.000,00 de um banco A, à taxa anual x de juro equação algébrica 2x3 2 x2 1 kx 1 4 5 0 é igual a 1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

simples, e R$ 10.000,00 do banco B, à taxa anual x de Então o valor de k é: alternativa a


juro composto. Três anos depois ele pagou quantias a) 28 d) 4
iguais aos dois bancos, liquidando as dívidas. b) 24 e) 8
a) Sabendo que no decorrer desses três anos não foi c) 0
feita nenhuma amortização das dívidas, qual é a
equação, na incógnita x, que relaciona as quantias 21 (Unifor-CE) Se 22 é uma das raízes do polinômio
pagas aos bancos? x3 1 3x 2 2 3x 2 1 5 0 P(x) 5 4x4 1 4x3 2 9x2 2 x 1 2, então a soma das
b) Resolvendo a equação sugerida no item a, obtém- demais raízes é igual a: alternativa d
-se a taxa x. Qual é essa taxa? 100% a) 24 d) 1
b) 21 e) 4
15 O comprimento e a largura de um retângulo, em cen- c) 0
tímetro, são as raízes da equação do 2º grau
ax2 1 bx 1 c 5 0. Considerando que a, b e c são nú- 22 (Unifor-CE) Se, no universo C, a equação
meros reais conhecidos, calcule o perímetro e a área x5 2 x4 2 5x3 1 x2 1 8x 1 4 5 0 admite a raiz 21, com
desse retângulo. 2b  cm;  c  cm2 multiplicidade 2, então a soma das demais raízes é:
a a alternativa b
a) 4 d) 23
16 (Cesgranrio-RJ) A soma dos inversos das raízes da b) 3 e) 24
equação 19x2 2 53x 1 1 5 0 é: alternativa d c) 0
1
a) d) 53
1 .007
1
b) e) 19
53
1
c) 
19

Equações polinomiais Capítulo 9 181

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Matemática sem fronteiras

Modelando fenômenos por meio de equações


Um modelo matemático é uma representação simbólica e simplificada de um objeto de estudo.
Ele é usado para descrever o objeto, constatar propriedades desse objeto, formular novas hipóteses
e fazer predições. O modelo pode ser geométrico, quando utiliza figuras para representar o objeto
de estudo; ou algébrico, quando utiliza expressões algébricas ou equações para representar esse
objeto. Para exemplificar, você vai ver a seguir um modelo que descreve, por meio de equações, o
crescimento de uma população por equações.
Considere uma população que, em certo momento, tenha X0 indivíduos em uma geração.
Admita que a cada geração a população seja completamente substituída pelos filhos da geração
anterior. Assim, a quantidade Xn de indivíduos de cada geração é dada por:
Xn 5 αXn  1 (I)
em que n  n9, α é o número médio de filhos por indivíduo e Xn  1 é a quantidade de
indivíduos da geração anterior à de Xn.
Observando que a sequência (x0, x1, x2, ..., xn, ...) é uma progressão geométrica, podemos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
expressar Xn em função de X0 e de α:
Xn 5 αnX0 (II)
Note que, para α 5 1, o número de indivíduos em qualquer geração será sempre o mesmo;
para α  1, o número de indivíduos de cada geração é maior que o da geração anterior; e para
α  1, o número de indivíduos de cada geração é menor que o da geração anterior, portanto, a
espécie caminha para a extinção.
O economista inglês e estudioso do crescimento populacional Thomas Malthus (1766-1834)
criou, em 1798, uma teoria que afirmava haver uma disparidade entre o crescimento demográfi-
co e a produção de alimentos, o que levaria ao aumento da fome e da pobreza, pois segundo ele:
“A população cresce em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética”.

seRRALHeiRo

No século XX, os cientistas modernos constataram que o modelo de Malthus era simplista e irreal,
e, para melhorá-lo, acrescentaram um termo k, chamado de capacidade de suporte, que representa
a população máxima que pode ser sustentada com os recursos disponíveis. Assim, a equação passou
a ser:
 X 
Xn  5 α Xn   1  1   n   1 
 k 

 X 
portanto, a nova taxa de natalidade é α  1   n   1  .
 k 

Esse exemplo tem também o objetivo de mostrar que um modelo não é o retrato fiel da reali-
dade; ele é uma aproximação do real; por isso, pode ser melhorado indefinidamente.

182 Capítulo 9 Equações polinomiais

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Indicação de leituras complementares

Desafios e enigmas – uma forma descontraída de


REPRODUÇÃO

colocar à prova seu raciocínio


Juliano Niederauer e Maria Fernanda C. de Aguiar
São Paulo: Novera, 2008.
Por meio de um texto bem-humorado, os autores exploram desafios e
enigmas matemáticos que estimulam a criação de estratégias de resolução e
também divertem. São situações que envolvem conhecimentos matemáticos e
propiciam a aplicação de conteúdos como equações, sistemas de equação, teoria
dos conjuntos, análise combinatória, probabilidade e outros. Para aprender e
se divertir.

Para que tantos impostos? Dinheiro público e


cidadania
REPRODUÇÃO

Silvia Cintra Franco


São Paulo: Moderna, 2005.
Qual é a importância de conhecer os impostos que pagamos e como esse
dinheiro é usado? Para responder a essa e a outras questões sobre esse assunto
é que esse livro foi escrito. Alguns temas discutidos na obra são: cidadania, uso
do dinheiro público, carga tributária, prestação de contas, entre outros.

Novas aventuras científicas de Sherlock Holmes


REPRODUÇÃO

Colin Bruce
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
O famoso detetive inglês Sherlock Holmes, criado pelo escritor Arthur Co-
nan Doyle, é a personagem que soluciona os intrigantes casos narrados nesse
livro. Mas não se trata apenas de contos matemáticos, são histórias de mistério
e de crimes assustadores solucionados pelo mestre do romance policial. O livro
é muito interessante, pois demonstra como a argumentação pode ser útil na
compreensão dos acontecimentos e na tomada de decisões que alteram o curso
e o desfecho dos contos. É uma leitura divertida e estimulante.

Indicação de leituras complementares 183

PNLEM_Mat_Paiva_v3_(183).indd 183 4/19/10 4:44:21 PM


Respostas

Capítulo 1 Gráfico de setores: 7.


Temperatura do ambiente

Volume de leite Classe


Exercícios propostos (temperatura
1,02 L Frequência
5% em grau
1. a) 0,04 20% Celsius)
b) 20%
0,98 L
Volume de leite 1,01 L [18,2; 19,4[ 1

Classe Frequência [19,4; 20,6[ 10


Frequência
(volume relativa 0,99 L
(F ) 1,00 L [20,6; 21,8[ 8
em litro) (F %) 25% 30%
[21,8; 23,0[ 5
0,98 4 20%

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dados fictícios. Ft  24
0,99 6 30%
2. a) 200 televisores Dados fictícios.
1,00 5 25%
b) 9,5%
1,01 4 20% Temperatura do ambiente
3. alternativa d
1,02 1 5%
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
4. 2,509 bilhões de dólares Frequência
Ft  20 10
5. alternativa e 10
Dados fictícios. 8
6. 8
Comprimento das barras
c) Gráfico de linha:
de cobre
6
Classe 5
Volume de leite (comprimento Frequência 4
7 em metro)
6 2
[3,10; 3,20[ 2 1
5
Frequência

4 [3,20; 3,30[ 3 0 Classe


,6
,8
,0
,2
,4

3
20
21
23
18
19

[3,30; 3,40[ 2
2 Dados fictícios.
1 [3,40; 3,50[ 5
0 8. a) h
0,98 0,99 1,00 1,01 1,02 [3,50; 3,60[ 8 6,2
Classe 5,6
Ft  20
4,8
Dados fictícios. Dados fictícios. 3,6
Gráfico de barras verticais:
Comprimento das barras 2
de cobre
Volume de leite
Frequência
7 0 1 2 3 4 5 t
8
6 8
b) 1,24 cm
5
Frequência

6 c) Temos que 3,5 é o ponto médio do


4 5
3 intervalo [3, 4]. Admitindo-se que o
4
2 3 crescimento da planta nesse intervalo seja
1 2 2 linear, a altura da planta, em centímetro,
2
0 será o ponto médio do intervalo [4,8; 5,6],
0,98 0,99 1 1,01 1,02
que é a média aritmética entre 4,8 e 5,6,
Classe 0 Classe ou seja, 5,2 cm.
20
30
40
50
60
10
3,
3,
3,
3,
3,
3,

Dados fictícios. Dados fictícios. 9. a) 9 b) 9 c) 9

184 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 184 4/19/10 4:41:03 PM


10. 19,1 As medidas de dispersão medem o afas- 4. a) 48 minutos
tamento dos elementos da amostra de b) 40 km/h
11. alternativa d números em relação a um valor fixo.
c) As medidas de posição estudadas até 5. 4,104 meses
12. alternativa e
aqui foram a média aritmética, a moda
6. Como a média dos 9 peixes é 2,76 kg, tem-se
13. alternativa e e a mediana; e as de dispersão foram o
que ou os 9 peixes têm 2,76 kg cada ou algum
desvio absoluto médio, variância e desvio
deles tem menos de 2,76 kg e, portanto, o
14. 11 padrão.
pescador é infrator.
d) Porque a soma dos desvios é sempre
15. alternativa b zero e, portanto, a média aritmética dos 7. alternativa b
desvios também é sempre zero.
16. alternativa d
e) A comparação da dispersão de duas 8. a) R$ 2.000,00
17. a) 672 amostras de números pode ser feita por b) menor
b) 174,8 qualquer um dos índices: desvio abso-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) O desvio absoluto será menor. luto médio, variância ou desvio padrão.


Adotando um desses índices para a com-
18. a máquina B paração da dispersão de duas amostras, Matemática sem fronteiras
a que tiver um menor índice é a menos
19. a) 7,0 1. alternativa a
dispersa.
Pois, esse índice é a razão entre o total de
b) Gustavo: 0,3125; Lucas: 0,375
óbitos e o total de classes de 1.000 nascidos
c) Gustavo teve o desempenho mais regular,
Exercícios complementares vivos de Janaúba.
pois a dispersão do seu conjunto de notas
foi menor. 2. Aproximadamente, 86%, ou seja, dimi-
1. alternativa d
nuiu.
2. alternativa c
Roteiro de trabalho
3. a) 3. Investimentos nas unidades básicas de
Notas dos alunos na prova
1. Respostas possíveis: sala de aula (universo saúde, em programas voltados especifica-
de redação
estatístico) e alunos com mais de 1,50 m de mente para o atendimentos às gestantes e
altura (amostra); população feminina brasi- Classe Frequência recém-nascidos, no transporte sanitário, na
leira (universo estatístico) e mulheres brasi- (nota) (número de alunos) distribuição de medicamentos, além da
leiras com mais de 25 anos (amostra), etc. [0; 2,5[ 70 instalação de UTI neonatal.

2. a) É uma tabela em que são descritas as [2,5; 5,0[ 140 4.


classes, em que foram separadas a amos-
[5,0; 7,5[ 240
tra e suas respectivas frequências, faci- Taxa de mortalidade infantil
litando a análise dos dados numéricos [7,5; 10,0[ 50
da amostra. Ft  500
b) A frequência relativa (Fr ) de uma classe é 31
Dados fictícios.
a razão entre a frequência absoluta (F )
dessa classe e a frequência total (Ft ) da b)
F Notas dos alunos na
amostra, nessa ordem, isto é: Fr    prova de redação
Ft
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

c) No histograma são apresentadas as


Frequência (número de alunos)

frequências de dados agrupados em 240


250
intervalos reais, enquanto no gráfico de
8
barras são apresentadas frequências de 200 6
classes unitárias. 4,2
3
150 140
3. a) As medidas estatísticas obtidas de uma 0 Países
A

na
Su Á o
a

le

aa ca

íç
EU

hi

amostra de números têm como objetivo


ria

100
Su

bs fri
C

Ja

propiciar a melhor compreensão da dis- 70 50


tribuição dos elementos na amostra e 50
avaliar o afastamento desses elementos
em relação a um valor fixo. 0 2,5 5,0 7,5 10,0 Classe Fonte: <http://www.mg.gov.br>.
b) As medidas de posição estabelecem a (nota) Acesso em: 12 dez. 2009.
localização de um elemento da amostra de
números, quando esta é disposta em rol. Dados fictícios. 5.  6.364 habitantes

Respostas 185

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 185 4/19/10 4:41:06 PM


Capítulo 2 17. Respostas pessoais. 2. a) A distância AB entre dois pontos
Funções que são representadas graficamen- A(xA, yA) e B(xB, yB) é dada por:
te por uma reta são: crescentes, quando o
Exercícios propostos AB = ( x B  x A )2   (y B  y A )2
coeficiente angular é positivo; decrescentes
quando é negativo; e constantes quando é b) Se a reta não é vertical, considere
1. a) 5
nulo. A(xA, yA) e B(xB, yB) dois pontos distintos
b) 10
da reta. Seu coeficiente angular é dado
c) 2 5 18. a) 1,5
y  yB
por: m    A
b) Significa que a cada minuto a temperatura x A  xB
2. 2 2
aumentou 1,5 °C.
c) Se as retas ,AB- e ,BC - têm o mesmo coe-
3. a) Sim, pois: PE  20 km  23 km 19. a) 0,8; 4,2 ficiente angular, elas têm a mesma incli-
b) Não, pois: ME ≈ 23,3 km  23 km b) No período de 2002 a 2003. nação e, portanto, são paralelas. Mas, se
tais retas são paralelas e têm o ponto B
c) GE  23 ⇒ (x   6)   (y    4 )  23
2 2
20. a) sim em comum, então elas são paralelas coin-
cidentes e, portanto, A, B, e C pertencem
4. (
a) 2 5   4 2 ) b) sim
a uma mesma reta.
( ) ( ) c) sim
2 2
b) Como 10 2    2    7 2 , ou seja, d) Dois pontos distintos determinam uma
(AB)2  (BC)2  (CA)2, temos que o d) não reta, dessa forma basta atribuirmos dois
triângulo ABC é retângulo em C. valores distintos a uma das variáveis e
21. alternativa d
encontramos os respectivos valores da
5. P(10, 0) ou P(6, 0)
outra. Determinamos, assim, dois pontos
22. a) Quando não são colineares.
distintos da reta. Marcamos, então, tais
6. alternativa a
3 pontos no plano e traçamos a reta.
b) q 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7. a) (6, 8) 5
b) (1, 3)
23. a) 108%
Exercícios complementares
8. a) (7, 6) b) ≈ 29,3 anos
1. alternativa b
b) (6, 4) c) 0,058 °C por ano
2. alternativa c
9. alternativa c 24. alternativa c
3. alternativa b
10. C(6, 9) e D(3, 8) 25. a) 2x  y  9  0

b) x  y  9  0 4. alternativa a
11. a) (4, 7)
c) 8x  y  0 5. a) concorrentes
 7 13 
b)  ,   d) 5x  6y  6  0
 2 2  b) paralelas
26. alternativa d c) paralelas
12. a) 135°; 1
6. 3
27. a) y = 3x− 4 3
b) 60°; 3
b) y  x  3 7. 24,6 °C
13. a) 4 c) y  4
3 8. alternativa c
b) 
2 28. a) y  2x  1
9. alternativa a
c) zero b) y  2x  3
d) não existe
c) y  8
Matemática sem fronteiras
14. a) − 3
29. a) 20 L
1. Número de bactérias
b) 120° b) 16 s

15. As retas desenhadas devem ser paralelas e B


30. (r) x  2; (s) y  3 275
não verticais, pois sendo paralelas elas têm
a mesma inclinação e, não sendo verticais, 31. a) M(4, 4); Q(8, 8); T(4, 4)
retas de mesma inclinação têm o mesmo A
b) (s) y  4; (r) x  8; (bi) y  x; (bp) y  x 190
FAUSTINO

coeficiente angular.

32. alternativa e 135


16. a) 45°; 1

b) Sim, pois calculando o coeficiente angular 90


33. P(5, 5) ou P(9, 9)
65
da reta que passa pelo ponto A(5, 3) e 47
B(2, 0) temos que a inclinação da reta 32
,AB - é 45°.
Roteiro de trabalho 0 1 2 3 4 5 6 Tempo
Como ,AB - // r e B  r, concluímos que (hora)
,AB -  r e, portanto, A  r. 1. Resposta pessoal.

186 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 186 4/19/10 4:41:10 PM


2. Número de bactérias b) Resposta possível: (0, 8) e (6, 0); 16. a) y
4
m
B 3 R C
275
6 P

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
C 3. a) y
n

190
FAUSTINO

A 3

135 1

90 1 x
65 0 3 x
r
47
32

0 1 2 3 4 5 6 Tempo b) 1  k b) • O ponto P, comum às duas retas,


5,5 (hora) indica quando o custo C e a receita
c) (4, 3); (3,4)
R são iguais, ou seja, quando não há
lucro nem prejuízo.
4. a) (1, 1)
3. ≈ 233 • Para x  xp, a curva que representa C
b) (2, 7)
está acima da curva que representa R.
5. 5 Dessa forma, C  R e a empresa, neste
Capítulo 3 caso, tem prejuízo; para x  xp, a curva
 16 24  que representa C está abaixo da curva
6. 3 x    2y    0; 2 x  y   8    0;  ,  
Exercícios propostos  7 7  que representa R. Dessa forma, C  R
e a empresa, neste caso, tem lucro.
5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. a) y 7. k
2 17. a) y  2x
q
8. a) y
b) 4x  5y  20  0

18. y  2x  2
r

0 4 x
6 19. a) 2x  y  2  0

FAUSTINO
b) x  2y  9  0
c) (1, 4)
d) (3, 6)

�6 20. (1, 1), (1, 3), (3, 1) e (3, 3)


�3
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

0 x x 1
21. y      
2 2
22. 3x  y  9  0
b) y
b) m  2; q  6 23. mr  3
c) O coeficiente angular da reta é a tangente
da inclinação de r. O coeficiente linear da 24. y
3 reta é a ordenada do ponto em que a reta
0 intercepta o eixo das ordenadas.

FAUSTINO
x

�2 1
9. y  3x  2
t
0 x
10. alternativa c 1

11. a) paralelas coincidentes


c) y v
b) concorrentes Roteiro de trabalho

c) paralelas distintas 1. Equação ax  by  c  0, ao dividirmos


todos os termos por b (b  0) e isolarmos a
12. x  y  9  0
variável y, obtemos a forma reduzida
ax c
13. y  2x  5 y     . Assim, o seu coeficiente
b b
0 6 a
x
14. a) y  3x  11
angular m será m    e o coeficiente li-
b
c
b) y  4x  1 near será q    . Para podermos encon-
b
2x trar a forma reduzida da equação da reta, a
2. a) Resposta possível: (0, 3) e (6, 0); c) y   
3 equação geral não pode representar uma
1 reta vertical, ou seja, o coeficiente de y deve
m 15. 3x  y  17  0 ser diferente de zero.
2

Respostas 187

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 187 4/19/10 4:41:16 PM


2. m é o coeficiente angular da reta e q é o 8. a) y Capítulo 4
coeficiente linear. O coeficiente angular
indica a tangente da inclinação da reta. Já o
coeficiente linear indica a ordenada do Exercícios propostos
ponto em que a reta intercepta o eixo das
r 1. a) 3
ordenadas.
b) 3 2
3. a) coeficientes angulares diferentes c) 5

b) coeficientes angulares iguais e coeficien- d) 5


5 B

FAUSTINO
tes lineares diferentes
2    0  8  2 10
c) coeficientes angulares iguais e coeficien- 2. d Pr        2 5 ;
tes lineares iguais 2 2   12 5
3 A
d) O coeficiente angular de uma reta deve 0    2   ( 8 )  6 10
d Ps          2 5
ser o oposto do inverso do coeficiente 12    2 2 5
angular de outra reta.
Como o ponto P equidista de r e s, conclui-
-se que P pertence a uma das bissetrizes dos
Exercícios complementares 0 1 2 x ângulos formados por r e s.

3. a) 3x  4y  15  0
1. a) y  5.000  1.000x; y  4.000  1.000x
b) y  2x  7 b) 1
b) y
c) m  2; q  7  9

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. P(0, 4) e P’  0,  
 2
9. a) y  2x  5
5. alternativa e
b) 2k  5
6.000 6. alternativa e
7 
5.000 c)  , 2 7. a) 480.000 km
2 
FAUSTINO

4.000 b) 2,64 anos

3 8. a) y
10. a) k   
4

b) paralelas distintas 6
E C F

FAUSTINO
5 D
0 1 x x
11. a) y      13
2
b) 13 kg 2 G
B
c) Os montantes nunca serão iguais.
c) 26 dias
1 3 7 x
2. alternativa a 1
d)  ; isso significa que, por dia, foi con-
2
3. (10, 7) sumido 0,5 kg de gás.
b) ABEFG  24; ABEC  4; ACFD  2; ADGB  9
c) 9
12. a) x  2y  5  0
4. a) (10, 0) d) 9
b) 5x  2y  2  0
b) (0, 6)
c) 4x  3y  4  0 9. alternativa b

10. alternativa c
 6 24  5x 5
5. P ,
 5 5  13. y   
3
  
3 11. alternativa a

6. a) 10 L 12. 40,5 m2
14. v  0,036c  998,56, com 40  c  90
b) (r) y  3x  10; (s) y  5x 13. a) sim
c) 5 min; 25 L b) não
d) 3 min 20 s Matemática sem fronteiras c) sim

a) 1.000 14. x  1 ou x  8
7. 1. a) Resposta possível: y  0,25x  1,25
b) 1.001 b) 3,25% e 3,5% 15. alternativa e

188 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 188 4/21/10 8:06:32 AM


16. a) x  y  1  0 19. a) y Para estabelecer qual dos dois semipla-
nos determinados por r é o gráfico da
b) x  y  2  0
inequação, pode-se considerar um ponto
c) x  2  0 P fora da reta e testá-lo na inequação: se
d) y  2  0 esse ponto satisfizer a inequação, então
2
o semiplano determinado por P e r é o
17. 9,5 °C 1
gráfico da inequação; caso contrário,
o gráfico da inequação é o semiplano
18. a) y 1 2 x
oposto em relação a r.

Exercícios complementares

1
b) y 1.
10
2. a) 5 m
4 5
0 b) 1,4 m
x
3 x
3. 38,5

4. a) 122.500 km2
�4 b) (0, 2)
b) y
5. alternativa c
�6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

6. a) (3, 1); (3, 1); (5, 5)


4
b) 12
c) y
7. alternativa e

8. 2
8

x 9. alternativa d

4 Matemática sem fronteiras

c) y 1. tipo A: 60; tipo B: 60


ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

Capítulo 5
0 3 5 9 x
5 Exercícios propostos
x
1. a) (x  4 )2   (y  6)2   100
20. alternativa a
�5 b) ( x  7)2    y 2   3
21. alternativa b
4
c) x 2   ( y  1)2   
9
d) x 2    y 2   16
Roteiro de trabalho
2. a) C(6, 2) e R  7
1. a) A distância entre o ponto P e uma reta r
é a medida do segmento de reta tPPu’, em b) C(4, 0) e R  5
d) y que P ’ é a projeção ortogonal de P sobre r. 4
c) C(1, 2) e R 
b) A distância d entre um ponto P(x0, y0) e uma 5
reta r de equação geral ax  by  c  0 3. alternativa d
ax    by   c
é dada por: d    0 2 0 2 4. k  8 ou k  4
a    b
6 c) Qualquer polígono pode ser decomposto
5. k  100
em triângulos cujos vértices são vértices
do polígono; logo, a área do polígono é 6. ( x  3)2   ( y  2)2   25
a soma das áreas desses triângulos, que
2 x podem ser calculadas pela fórmula em
questão.
7. (0, 7   ) (
55 e 0, 7  55 )
8. ( x  4 )2   ( y    4 )2   16
2. a) É um semiplano.
b) Desenha-se a reta origem do semiplano. 9. x 2    y 2   5 e ( x  4 )2    y 2   5

Respostas 189

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 189 4/19/10 4:41:27 PM


10. a) k  4 c) y 2. Ponto P interior à circunferência:
b) k  4
c) k  4
P
11. a) C(5, 1) e R  3

8 C
b) C(4, 3) e R  6

c) C(7, 0) e R  5
3
d) C(0, 0) e R  3

e) C(1, 1) e R  2 6 x
Ponto P pertencente à circunferência:
12. a) C(3, 1) e R  6
P
b) C(2, 4) e R  1 d) y
c) C(5, 0) e R  2

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
 1 1 1
d) C  ,  e R 
 3 2 2
4
13. alternativa e

1
14. alternativa c
3 x
15. x 2    y 2  10 x    20    0 Ponto P exterior à circunferência:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 2
16. x    y  4 y  9    0
21. a) s é tangente a . P
17. alternativa e
b) s é secante a .
18. k  2 c) s é exterior a .

19. a) P é interior a . 22. a) 2 x  y    4    0

b) P é exterior a . b) ( x  1)2   ( y  1)2   5


c) P pertence a . 23. a) Substituindo as variáveis x e y por 7 e 9,
respectivamente, temos: 3. O centro de uma circunferência não perten-
20. a) y
(7  3)2   (9  6)2   25 e, portanto, ce a ela, pois a distância do centro a ele
P  . mesmo é nula e, portanto, diferente do raio
b) C(3, 6) da circunferência.
c) 4 x   3 y  55  0
4. Reta s exterior à circunferência:
C 4 24. As retas tangentes têm equações:
3 x    4 y   14   0 e 3 x    4 y  16   0 s
2
25. a) s   {(2, 4 ), (3, 3)}

b) 2
�4 �2 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

26. a) s     {(0, 1)}

b) s      

27. Ox    {(7, 0); (1, 0)}


b) y
28. a) k  2 ou k  2

b) k  2 ou k  2
Reta s tangente à circunferência:
c) 2  k  2
3 3 s
C 4 29.  m
4 4

2
Roteiro de trabalho

1. Resposta possível: Sendo C um ponto de um


�4 �2 x
plano  e R uma medida positiva, chama-se
circunferência de centro C e raio R o con-
junto dos pontos do plano  que distam de
C a medida R.

190 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 190 4/19/10 4:41:36 PM


Reta s secante à circunferência: Capítulo 6 7. y

s Exercícios propostos
260
C
1. 2,4 m
240
220
2. A1A2  3  108 km; F1F2  6  106 km

( x  6 )2 ( y  3 )2
3. a)      1
16 4
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

( x  7 )2 ( y    4 )2
b)      1
4 9
5. É formado um ângulo reto.
x2 y2
c)      1
36 49
r

4. a) y
P

0 40 60 x
C C 50
6

3 8. a) 4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) 8
9 14 x c) 4 3
d) 2

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
Exercícios complementares e) (0, 0)
b) y f) y
1. Há duas circunferências possíveis:

λ : ( x  3)2    y 2   25 e


3
λ' : ( x   3)2    y 2   25 6 P

C A 2√3 B
2. alternativa a x
�4 0

3. ( x  1)2   ( y  1)2   5 F1 F2


C
�4 �2 0 2 4 x
4. 30 s
c) y
5. alternativa c D C
�2√3
6
6. P(2, 2)

7. ( x  3)2    y 2  25
C g) y
�4 0 4 x
Matemática sem fronteiras s r
6 P
1. R$ 17.320,00
A 2√3
N
2. y �6

A F1 F2
2
350 5. �4 �2 2 4 x
C 5
250
6. y
C
D �2√3
2
O 175 500 600 x
C
2 5 x

3. R$ 19.687,50 h) y    3 x ; y    3 x

Respostas 191

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 191 4/19/10 4:41:42 PM


( x  1)2 ( y  1)2
9. alternativa e 13. a)    1 b) y
9 4
x2 ( y  2 )2
10. a)    1 b) y
9 16 6 d

( y  3 )2 ( x  2 )2 3 � 2√5 V 3 � 2√5
b)    1 M 3 N
1
4 5
F1 A1 1 C A2 F2 3 x
4
11. a) y �2
x �4
1 � √13 1 1 � √13 F
Q �1 P

F1 A1 C A2 F2
2 c) y
2x 5 2x 1
c) y       ; y       d
0 1 2 6 10 11 x 3 3 3 3

14. y
V F
3

b) y
2 x
6 10

150 F1 A1 C A2 F2 105
7 F1 100
16

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
400 500 600 x
A1
3 500 � 50√5 500 � 50√5
d) y
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
1 x
15. a) y  1  0
�3 C
b) p  3

c) x  2  0
�7 �4 �1
8
�9 d) x
A2 3
�3
F V
16.
�13 F2
F
d

c) 4 cm
y V
1
19. a) ( x   1)2    ( y   8)
3
d
F1 A1 C A2 F2 b) ( y  3)2    x   2
e
�7 �4 �1 x
�4 � 2√2 �4 � 2√2 c) ( x  2)2    4( y    4 )
17. a) ( x    2)2   16( y  5)
20. (2, 7)
b) x 2   12( y   1)
d) y
c) ( y  6)2   20( x  1) 21. a) 2,64 m

b) 1,36 m
18. a) y
22. alternativa b

F1 A1 C A2 F2 23. 2 m
12 F
�1 0 1 √2 x
�√2
10 V d
8 Roteiro de trabalho

1. a) Fixados dois pontos, F1 e F2, de um plano,


tal que F1F2  2c, chamamos de elipse o
x
conjunto de pontos P do plano cuja soma
5 das distâncias PF1 e PF2 é uma constante
12.
3 2a, com 2a > 2c.

192 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 192 4/21/10 8:17:50 AM


b) Resposta pessoal. 7. a) y
10. a) ( y  4 )2   8( x  5)
c) Quanto mais próximo do zero estiver o b) y 2   8 x
número e, mais próximo de uma circun-
ferência estarão os pontos de uma elipse 11. a) y
e, quanto mais próximo de 1 estiver o nú-
1 d
mero e, mais próximos de um segmento 13 F1 V
de reta estarão os pontos da elipse. 0 x
�1 F
12 A1
2. a) Fixados dois pontos, F1 e F2, de um plano,
tal que F1F2  2c, chamamos de hipérbo- C
le o conjunto de pontos P do plano cujas 0 x
diferenças, em módulo, das distâncias PF1
e PF2 são iguais a uma constante 2a, com �12 A2
0  2a  2c.
�13 F2 b) y
b) Resposta pessoal.

c) Quanto mais próximo de 1 estiver a excen-


tricidade, mais próxima de duas semirretas 1 d
colineares de sentidos opostos estará a 1
hipérbole. E quanto mais próxima de   �0,5 x
2 V
estiver a excentricidade, mais próxima de �
3 �2
duas retas paralelas estará a hipérbole. b) y F

3. Dados um ponto F e uma reta r de um plano,


4 � √2
sendo que F não pertence a r, chamamos de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

F1
parábola o conjunto de pontos P desse 5 A1

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
plano que equidistam de r e F. 4 C A2
3 y
d
F2 c)
4 � √2
Exercícios complementares
2 x

( x  6 )2 ( y  7 )2
1. a)      1
9 36 F V
�5 �2 0 x
( x  5) 2 y2 c) y
b) 7
     1 �
25 16 2

2
2.
5
F1 d) d y
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

2 2
√17
( x   2) ( y  3) 4 A1
3. a)      1
9 16

C
( x  2 )2 ( y  1)2
b)      1 2 x 11
36 4 5 F
V

( x  2 )2 y2 A2
c)      1 �4
5 3 �√17 F2 10 1 8 x
� �
2 2 3 3 3
x y
d)      1
1 1
9 4
2
x2 y2  1 1 3
e) 12. a)  y         x    
     1  2 2 2
2 2 8. 4 x    y  20   0 e 4 x  y  20    0
2
3 5  3 9
9. y b)  x        y   
 2 4
101 1
4. ≈ 0,03 c) ( x  1)    ( y  7)
2
3. 407 3
2
d) y 2   1( x  1)
5. 250 anos terrestres

x2 y2 1. 000
1 0 x 13. a) m ≈ 333,33 m
6. a)    1 �
2 3
9 16
�2 800
b) m ≈ 266,67 m
( x   3)2 3
b) ( y  4 ) 
2
  1
8 14. 60 m

Respostas 193

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 193 4/19/10 4:41:59 PM


Capítulo 7 15. a) i d) Im

b) 1
Exercícios propostos c) 1
d) i 45° Re
1. r  0; s  3; t  3,14; u  2 ; v  4  2i
e) 128i
2. a) verdadeira f) 27i
b) falsa g) 256
20. Im
c) falsa 16. alternativa b 4
d) verdadeira
( )   
2
e) falsa 17. a) (w1 )2    2   i 2
C
( 2 )   2  
2
f) verdadeira  2   i 2   (i 2 ) 2   �4 0 4 Re
g) verdadeira  2    4 i  2    4i
( )
2
(w 2 )2     2   i 2   
3. a) z1 e z2 são números reais �4

( )   4i
2
b) z1 é um número real e z2 é um número   2   i 2
21. a) 5
imaginário puro
Logo, w1 e w2 são raízes quadradas de 4i. b) 13
c) z1 e z2 são números imaginários
b) 1  i; 1  i c) 4
4. a) x  3 d) 7
b) x  3 18. Im e) 9
c) x  3 f) 6
z2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6
5. a1eb3 22. a) Im
z1
4
6. (x  0 e y  3) ou (x  1 e y  2) 3 z7
C
7. a) 1  3i �3 3 9 Re

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
�4 z6 2 z5
b) 11  2i 0
�3 5 6 Re
8. a) 30  18i �2 z8

b) 6  10i
�4
c) 12  6i z4 b) Im
�5
z3 2 6
4 6i
9. a)  Re
13 13
19. a) Im
4 8i
b)    
5 5 �5
C
2 i
c)     
5 5
i
d) 0 3 Re
4
23. a) Im
10. a) 10  11i

b) 6  3i 2 � √5
b) Im
11. z  2  4i 2 C

12. a  2 ou a  2 5
4 Re
13. a  2
b) 2  i e 2  3i
0 Re
14. c) 2  i
linha 1 i0  1 i4  1 i8  1
d) 6  3i
linha 2 i1  i i5  i i9  i
linha 3 i2  1 i6  1 i10  1 c) Im 24. a) Im
1
linha 4 i3  i i7  i i11  i

a) 3; 4 45° C
�1 0 1 Re
b) 1; i Re

c) 1  i
�1
d) n  1

194 Respostas

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 194 4/21/10 8:28:32 AM


b) Im 31. a) 8  8 3 i 3i
2 8. z  
2
b) 2 3  2i 9. t  z2; u  z3; v  z1
C
3 1 1 3i
�2 0 2 Re c)     i 10. z     
8 8 2 2
d) 16 11. zero
�2
32. 14; 48°
12. alternativa d
25. Im
2 33. 3
13. a) 1  6i
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

 2π 2π 
34. a) 256  cos   isen ou b) 1  4i
 3 3 
C c) 77  164i
�2 0 2 256(cos 120°  isen 120°)
Re
14. alternativa a
b) 12
c) 6
�2
35. a) 128  128 3 i 15. a) Im
26. Im
b) 512  512 3 i
4 z1 �5 0 5 Re
36. 3

z2 z4
b)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Roteiro de trabalho Im
�5 3 Re
5
1. Resposta pessoal.

2. a) Todos os números reais cuja parte ima- C


�6 z3 0 5
ginária é igual a zero são complexos. �5 Re

π b) b  0; a  0 e b  0.
z1    4 e 1   90° ou ; z 2  5 
2 �5
3. a) Afixo de um número complexo z  a  bi,
e 2   180° ou π ; z 3   6 e 3   
com {a, b}  R, é o ponto (a, b) represen-
3π 16. a) 13
 270° ou ; z 4   3 ou  4  0°   tado no plano de Argand-Gauss. O mó-
2 dulo é a distância do afixo do número b) 17

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
ou 0 rad complexo até a origem do plano de Ar- c) 2
gand-Gauss. O argumento é o ângulo
27. a) 13 π formado pela semirreta de origem no 17. a) Im
7 ponto (0, 0) que passa pelo afixo, com o 8
8π semieixo positivo Ox medido no sentido
b)
7 anti-horário.

c) b) Qualquer número complexo z  a  bi,
7
com {a, b}  R, pode ser representado 3 C
28. a) 2 ; 45° na forma z  (cos   isen ) onde
 é o módulo do número complexo, 
b) 2; 300°
é o argumento do número complexo, Re
c) 1; 135° a b
cos   e sen   . �2
d) 10; 210°  

29. a) 2(cos 60°  isen 60°) ou


 π π Exercícios complementares b) Im
2  cos    isen  
 3 3 5
1. x  4 ou x  4
b) 2 (cos 315°  isen 315°) ou
 7π 7π  2. alternativa a C 2
2  cos    isen 
 4 4 
3. p  2 e q  3 �4
c) 2(cos 150°  isen 150°) ou Re

 5π 5π  4. alternativa a
2  cos    isen  7π
 6 6  4i 18. a) 2 2 ; 315° ou
5. 4  4
30. a) 2i 3

b) 3 3  3i 6. z  2i ou z  2i b) 2; 210° ou
6
2 2 1 π
c)   i 7. a0ea c) 1; 30° ou
2 2 2 6

Respostas 195

PNLEM_Mat_Paiva_v3_Respostas_(184a198).indd 195 4/21/10 8:40:06 AM


2 1 27. Basta mostrar que P(3)  0 e P(i)  0.
19. z1: ; 45° 6. a) 1;
2 2
28. alternativa e
z2: 1; 150° 1 3i 1 3i
b) 1;     ; 
2 2 2 2 29. a  4; b  1
z3: 4; 210°
c) 4; i;  i
z4: 3 2 ; 315° 30. Para qualquer número n natural par, não
1 nulo.
7. a  0; b  
20. a) 2 2 (cos  225°    isen  225° ) ou 2
 5π 5π  31. a) Q(x)  6 x 
3 2
   11x   25 x   51 e R  100
2 2  cos   isen 8. a) P(t)  40t 3   50t 2   100t
 4 4 
b) P(3) é o número de veículos que passaram b) Q(x)  2 x 4  2 x 3   3 x 2  3 x e R  1
b) cos 330°   isen 330° ou pelos três pontos nas três primeiras horas c) Q(x)  x 3   3 x 2   9 x   27 e R  0
11π 11π de monitoramento.
cos   isen 4 3
32. P(x)  ( x  1)( x    x    x    x   1)
2
6 6 c) 3.760 automóveis
6 5 4 3 2
c) 4(cos 210°   isen 210° ) ou 9. a  6; b  2 33. P(x)  ( x   1)( x  x    x  x    x  x   1)
 7π 7π 
4  cos   isen 10. a  4; b  3; c  5 x4 x3 2x2 x 1
 6 6  34. a) Q(x)       
3 3 3 3 3
11. a) 3 x 3    3 x 2  x  1
21. a) 2  2 3 i e R  2
b) 3 x 3    x 2  7 x   1
b) 7 3x 7 15
c) 12 x 3   8 x 2  16 x b) Q(x)  3 x 2       e R 
2 4 4
c) 6i
d) 6 x 3  x 2  23 x   5 c) Q(x) 
22. alternativa d e) 7 x 3   12 x 2  14 x   2  x 5  2 x 4  4 x 3  8 x 2  16 x  32 e
R  63

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f) x 4   6 x 3   7 x 2  6 x   1
23. a) 4i
12. 6 x 4   14 x 3  9 x 2    4 x   11 35. a) 1 b) 1 c) 2  2i
b) 5
1 3i 13. a  2; b  1 36. k  1
c) 
8 8  2
3 2
14. V  15 x   125 x   60 x 37. Basta mostrar que P   0.
3 i  3 
d) 
2 2 15. a) R$ 1,00 38. k  58
24. a) 1 b) R$ 11,00

b) 4.096 c) As duas tinham o mesmo valor.


d) P(x)  30 x 3  280 x 2    570 x   30 Roteiro de trabalho
25. 4.096
e) 2 x  6 x
2
1. a) Polinômio complexo na variável x é
3 24 i toda expressão P(x) que pode ser apre-
26. z      16. a) Q(x)  4 x    2 x  1 e R(x)  8 x   2
2
5 5 sentada na forma:
4 2i b) Q(x)  x 2    x   1 e R(x)  3 x  3 an x n  an1x n1  ...  a1x  a0,
27. z     
5 5 c) Q(x)  x 3    x 2    x   1 e R(x)  0 em que {a0, a1, ..., an}  C,
2 {n, n  1, n  2, ..., 1, 0}  N e a variá-
17. D(x)  x    3 x
vel x pode assumir qualquer valor
Matemática sem fronteiras 2 complexo. Exemplo possível:
18. P(x)  8 x
P(x)  ix 2  5x  2
1. a) Uma translação de 5 unidades para a di- 3 3
reita e 2 unidades para baixo. 19. a    ; b    b) Polinômio real na variável x é toda expres-
2 2
são P(x) que pode ser apresentada na forma:
b) 1  2i 20. alternativa d anxn  an1xn1  ...  a1x  a0, em que {a0,
a1, ..., an}  R,
2. cos 45°  isen 45° 21. a) 33
{n, n  1, n  2, ..., 1, 0}  N e a variável
b) 0 x pode assumir qualquer valor real.
1
Capítulo 8 c)
4
Exemplo possível:
5x 3
22. alternativa e P(x)  3x4     2 x  1
Exercícios propostos
2
23. alternativa d c) Sim, pois o conjunto dos números reais
1. alternativa e está contido no conjunto dos números
24. alternativa e complexos.
2. a  3; b  2 2
25. 2 x  3 x   1 2. a) f (x)  x2  120x  2.000
3. k  2 b) A expressão x2  120x  2.000 é um poli-
26. a) verdadeira
nômio de grau 2 em que: 1, 120 e 2.000
b) verdadeira são seus coeficientes; x é sua variável;
4. a  1
c) falsa x2, 120x, 2.000 são seus termos e 2.000
5.
2
P(x)  2 x  x   2 d) verdadeira é seu termo independente.

196 Respostas

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c) Para encontrar quantos espécimes desse 9. 6( x  1)2 ( x   2)3 ( x  3)  0 d) 6
animal havia ao final do ano de 2008 e) 3
basta atribuir o valor zero à variável x, já 10. A raiz 1 tem multiplicidade 2 e a raiz 2
tem multiplicidade 3. 10
que esse instante representa o início da f)
marcação do tempo. 3
11. S  {1, 2, 3} g) 30
3. a) Dividir o polinômio E(x) pelo polinômio
D(x) significa obter os polinômios Q(x) e 12. p  9 e q  5  1
R(x) tais que: Q(x)  D(x)  R(x)  E(x) 27. S  3, 2, 
 2
e gr(R)  gr(D) ou R(x)  0. 13. Dividindo o polinômio
P(x)  x 4  5i x 3  9 x 2   7i x   2, por x  i, 28. alternativa c
b) Quando R(x)  0, dizemos que a divisão
temos:
de E(x) por D(x) é exata, ou, ainda, que
29. alternativa d
E(x) é divisível por D(x).
x 3
P(x)  (x  i)  (  4 i x 2 5 x   2
 i)
Q1 ( x ) 30. S  {10, 20, 30}

Exercícios complementares Dividindo Q1(x) por x  i, temos:


31. alternativa a
1. a) 0,375 m 3 2
P(x)  (x  i)  (x  i)  ( x  3i x  2)
  r1   r2   r3   r4   0
Q2 ( x )
b) 1 hora 
Dividindo Q2(x) por x  i, temos: r r   r1r3   r1r4   r2 r3   r2 r4   r3 r4   3
32.  1 2
3x3 x4 x5
2. P(x)        r1r2 r3   r1r2 r4   r1r3 r4   r2 r3 r4   1
4 6 96 r r r r   0
P(x)  (x  i)  (x  i)  (x  i)  (x  2i) 123 4
3. alternativa a
Logo, observamos assim que i é raiz tripla 33. a  10; b  24; c  32; d  128
4. alternativa c de P(x) e 2i é raiz simples.
{ }
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

34. S  2, 2 3 ,  2 3
5. alternativa a 14. S  {5, 3  2i, 3  2i}

6. 3 x 2  2 x 1 15. 7
Roteiro de trabalho
7. alternativa b 4 3 2
16. x  2 x   10 x  18 x   9    0
1. a) Equação polinomial na incógnita x é toda
equação que pode ser representada na
8. 13 L 17. S  {4i, 4i, 3, 2}
forma:
9. alternativa c 18. S  {1  i, 1  i, 1} an x n   an1 x n1   an2 x n2   ...  a1 x   a0   0,

1 com {a0, a1, ..., an}  C, n  N e n  1


19. a) 1 e
Resposta possível:
Capítulo 9 2
b) 2 6 x 4   2 x 3    x 2  7 x   9  0
b) Um polinômio de grau n, com n  1,
Exercícios propostos 20. S  {1, 2, i, i}
pode ser decomposto como produto de
1. a) ( x  1)( x  2)( x  4 )  0 ⇒ n polinômios do 1º grau.
21. alternativa b
⇒ x 3  7 x 2   14 x  8   0 Resposta possível:
22. a) x  6 x    4    0
3
b) x 3  7 x 2   11x  5  0 P(x)  x 3  9 x 2   26 x  24   0 ⇒
c) 3 x 4  24 x 3   72 x 2  96 x    48   0 b) 2 m ou ( 3  1) m ⇒ P(x)  (x 4)(x  2)(x  3)
c) Um número r é raiz tripla de uma equação
2. S  {5, 1  i, 1  i} 23. b  12; c  8
polinomial P(x)  0 se, e somente se, essa
 2 2 equação for equivalente a
3. S  2, 3, , 24. b  24; c  40

 2 2  (x  r)3  Q(x)  0, em que Q(x) é um
3 polinômio com Q(r) ≠ 0.
4. 20 m 25. a)
2 d) O número máximo de raízes imaginárias
 3
5. a) P(x)  4( x  1)  x     que uma equação polinomial de grau 5
 4 6 pode ter é 4, pois como consequência do
b)
b) P(x)  x( x  2)( x  6) 2 teorema de raízes imaginárias, sabemos
2 que o número de raízes imaginárias é
c) P(x)  3( x  2)( x  i)( x   i) c) necessariamente par.
2
 1 e) Pois, segundo o teorema:
6. P(x)  3  x   ( x  1)( x  2)( x  5)
 3 34 6
d) p
4 Seja , com p e q inteiros primos entre
7. a) 2 e 1 q
34 6 si e q ≠ 0.
b) 3 e)
6 p
Se é raiz da equação polinomial
8. a) S  {2, 5, 7} 26. a) 1 q
b) 2 é raiz tripla; 5 é raiz quádrupla; 7 é raiz anxn  an1xn1  an2 xn2  ... a1x  a0  0,
b) 2
simples na variável x e coeficientes inteiros, então
1
c) 8º grau c) p é divisor de ao e q é divisor de an.
3

Respostas 197

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f) Se na equação anxn  an1xn1  an2xn2  5. a) Os volumes dos cubos de arestas 6, 5, 4 e 12. a) 1 e 2
...  a1x  a0  0, an  0, temos que 3 são, respectivamente, 63, 53, 43 e 33. b) 1
zero é uma das raízes, então, sabemos que Assim temos:
o produto de todas as raízes, incluindo o  1   3 1  3 
(1)n   a0 5 3    4 3   3 3   125  64   27   216 ⇒ 13. a) S  0, 1, , 
zero, é dado por . Assim:  2 2 
an ⇒ 5 3    4 3   3 3   6 3
(1)n   a0 b) n  6 b) S  {1, i, i}
  0 ⇒ a0   0
an
14. a) x    3 x  3 x  1   0
3 2
6. x 4   2 x 3  3 x 2  4 x    4   0
Concluímos que o termo independente é
b) 100%
zero. 7. a) Por Briot-Ruffini, temos que o polinômio
P(x) x 6 10 x 5   25 x 4    x 2  10 x   25 2b c
15.  cm; cm2
é divisível por (x  5)2 e não é divisível a a
Exercícios complementares
por (x  5)3, assim, concluímos que 5 é
raiz dupla da equação P(x)  0. 16. alternativa d
1. a) S  {5, 2, 1}
b) Por Briot-Ruffini, temos que o polinômio 17. S  {2, 3, 6}
1  P(x)  x 5  6 x 4   11x 3  2 x 2  12 x   8
b) S   , i,  i
2  é divisível por (x  2)3 e não é divisível 18. alternativa a
por (x  2)4, assim, concluímos que 2 é
2. alternativa a
raiz tripla da equação P(x)  0. 19. a) 2
3. a) ≈ 16,9 km/h 8. multiplicidade 4 b) 1, 1  3,1 3
b) 16 h e às 19 h
9. alternativa b 20. alternativa a
4. a) P(x)  4 x 3  40 x 2   100 x

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
10. alternativa e 21. alternativa d
7  33
b) 3 ou 1
2 11.  22. alternativa b
2

198 Respostas

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Lista de siglas

Cesgranrio-RJ: Fundação Cesgranrio Uerj: Universidade Estadual do Rio de Janeiro


Efoa-MG: Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas Ufam: Universidade Federal do Amazonas
Enem: Exame Nacional do Ensino Médio UFBA: Universidade Federal da Bahia
Faap-SP: Fundação Armando Álvares Penteado UFG-GO: Universidade Federal de Goiás
Facceba: Faculdade Católica de Ciências Econômicas da Bahia UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais
FEI-SP: Faculdade de Engenharia Industrial UFMS: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
FGV: Fundação Getulio Vargas UFMT: Universidade Federal de Mato Grosso
FUERN: Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do UFPB: Universidade Federal da Paraíba
Norte
UFRGS-RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Fuvest-SP: Fundação Universitária para o Vestibular
UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ITA-SP: Instituto Tecnológico de Aeronáutica
UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina
Mackenzie-SP: Universidade Presbiteriana Mackenzie
UFU-MG: Universidade Federal de Uberlândia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PUC-MG: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais


UFV-MG: Universidade Federal de Viçosa
PUC-RJ: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Unicamp-SP: Universidade Estadual de Campinas
UCS-RS: Universidade de Caxias do Sul
Unifor-CE: Universidade de Fortaleza
Uece: Universidade Estadual do Ceará
Unitau-SP: Universidade de Taubaté
Uepa: Universidade do Estado do Pará
Vunesp: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual
UEPB: Universidade Estadual da Paraíba Paulista

199

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Bibliografia

ADAS, M. Geografia. São Paulo: Moderna, 1999, v. 3.


AGUIAR, A. F. A. et al. Cálculo para ciências médicas e biológicas. São Paulo: Harbra, 1988.
BARBOSA, J. L. M. Geometria euclidiana plana. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 1985.
BERLOQUIN, P. Cem jogos lógicos. Lisboa: Gradiva, 1991.
BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1974.
CÂNDIDO, S. L. Formas num mundo de formas. São Paulo: Moderna, 1997.
CARAÇA, B. de J. Conceitos fundamentais de Matemática. Lisboa: Brás Monteiro, 1951.
CARVALHO, T. M. Matemática para os cursos clássico e científico. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1946, v. 1, v. 2 e v. 3.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D'AMBROSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre Educação e Matemática. Campinas: Editora da
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ENCICLOPÉDIA ENCARTA 2000. Microsof t .
EVES, H. Introdução à História da Matemática. Campinas: Editora da Unicamp, 1997.
GAMOW, G. Um, dois, três… infinito. Rio de Janeiro: Zahar, 1962.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. São Paulo: Nova Cultural, 1995.
HOGBEN, L. Maravilhas da Matemática. Porto Alegre: Globo, 1952.
IEZZI, G. et al. Fundamentos da Matemática elementar. São Paulo: Atual, 1977, v. 2 e v. 4.
IFRAH, G. História universal dos algarismos. Trad. Alberto Muñoz e Ana Beatriz Katinsky. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997.
JOHNSON, D. A. et al. Matemática sem problemas. São Paulo: José Olympio, 1972.
KAPLAN, W. & LEWIS, D. J. Cálculo e Álgebra linear. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos & Editora
da Universidade de Brasília, 1973, v. 3.
KARSON, P. A magia dos números. Porto Alegre: Globo, 1961.
KASNER, E. & NEWMAN, J. Matemática e imaginação. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
LEME, R. A. da S. Curso de Estatística. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1969.
LESH, R. & LANDAU, M. Aquisition of mathematics concepts and process. London: Academic Press, 1983.
MIORIN, M. Â. O ensino de Matemática: evolução e modernização. Faculdade de Educação da Unicamp,
1995. (Tese, Doutorado)
NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 2000.
PENROSE, R. A mente nova do rei. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
PERUZZO, T. M. & CANTO, E. L. do. Química: na abordagem do cotidiano. São Paulo: Moderna, 1993.
RAMALHO JUNIOR, F. et al. Os fundamentos da Física. São Paulo: Moderna, 1993.
REVISTA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA. São Paulo: Sociedade Brasileira de Matemática. Publicação
quadrimestral.
SCHOOL MATHEMATICS STUDY GROUP. Matemática: curso colegial. São Paulo: Edart, 1966.
SPIEGEL, M. R. Estatística. São Paulo: McGraw-Hill, 1961.
VERAS, L. L. Matemática aplicada à Economia. São Paulo: Atlas, 1995.

200

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suplemento
com orientações
para o professor

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sumário

1. A Matemática no Ensino Médio_________________________________ 5

2. A interdisciplinaridade e a Matemática___________________________ 6

3. Apresentação da obra_________________________________________ 7

4. Objetivos da obra_____________________________________________ 7

5. O trabalho com o livro ________________________________________ 7

6. Avaliação e reflexões_ _________________________________________ 7

7. Sugestões de leitura para o professor____________________________ 10

8. Sugestões de leitura para o aluno_______________________________ 14

9. Atividades para o desenvolvimento do pensamento científico_______ 14

10. Considerações sobre a organização do volume_ __________________ 19

11. Conteúdos e objetivos específicos dos capítulos___________________ 20

12. Sugestões para o desenvolvimento dos capítulos__________________ 23

13. Resolução dos exercícios_______________________________________ 47

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adquiridos no Ensino Fundamental e visar ao pleno exercício da cidadania,
1. A MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO
à preparação para o trabalho e ao prosseguimento dos estudos.
Para iniciar a abordagem sobre a Matemática no Ensino Médio, Não são apenas as estatísticas que desafiam a imaginação de analistas e
tomamos por base a apresentação do livro Ensino médio: ciência, formuladores de políticas. Ao lado da refutação de mitos – como o que atri-
cultura e trabalho, em que o secretário de Educação Média e
bui o fracasso escolar às condições socioeconômicas dos estudantes e o do
Tecnológica, Antonio Ibañez Ruiz, descreve o início de seu trabalho
reconhecimento de uma complementaridade possível entre trabalho e escola
nessa secretaria e destaca os problemas que caracterizam o Ensino
–, torna-se necessário rever muitas das representações e estereótipos sobre
Médio.
o jovem brasileiro. Considerar de forma mais ampla todas as dimensões de
O ano de 2003 foi, para a política de Ensino Médio, um período de
sua vida é um passo importante, e o recurso à categoria jovem indica uma
construção. Por princípio, a equipe que assumiu a Secretaria de Educação
mudança de perspectiva. Em outras palavras, o papel social de estudante não
Média e Tecnológica (Semtec) não iniciou mudanças sem, antes, equacionar
é tomado de forma absoluta como se fora suficiente para a análise de con-
a problemática que constitui o Ensino Médio. Para isso, principiou uma
textos e a definição de políticas. Há uma mudança de perspectiva, mas essa
discussão com a sociedade, identificando os limites e as possibilidades de
requer a realização de novas pesquisas que focalizem também o universo
ação e, a partir de então, desenvolveu uma proposta política consistente
simbólico. É necessária, por exemplo, uma indagação sobre a consistência
com as orientações de governo, respeitando a autonomia dos sistemas
da representação prevalecente, que acentua a ausência de bandeiras e utopias
de ensino.
entre a juventude. Tal perspectiva acaba por contribuir para a construção
Os problemas que caracterizam o Ensino Médio foram assim definidos: de um novo mito: a visibilidade e o protagonismo dos jovens ocorreriam
a identidade dessa etapa de ensino, expressa pelos objetivos de formação dos apenas em situações especiais e de extrema individualização, seja nos casos
sujeitos individuais e coletivos que a vivenciam – os jovens; a política cur- de sucesso no mundo das artes, seja em ações de violência.
ricular, a ser definida em coerência com uma concepção de conhecimentos
É significativo o fato de muitas vezes os jovens serem simplesmente
associada às relações político-pedagógicas que se instituem no interior da
apresentados como problema, tal como se pode ver em um documento
escola e entre a escola e a sociedade, a formação de professores, valorizando
da Cepal: “Outro setor que merece especial atenção são os jovens, atual-
esses sujeitos como construtores de conhecimentos e como profissionais
mente um problema comum a muitos países da região” (Cepal, 1993, cf.
eticamente reconhecidos; a gestão democrática da escola, considerando
MADEIRA, 1998, p. 248, grifo meu). Tal ponto de vista não se restringe
sua singularidade como instituição e sujeito social; o livro didático, visto
aos países latino-americanos. Tanto nos Estados Unidos como na Europa,
como instrumento de sistematização e veiculação de saberes, virtuoso em
multiplicam-se estudos sobre os dilemas para a incorporação dos jovens,
seu potencial de facilitar e ampliar o acesso ao conhecimento, porém restrito
seja aos sistemas educacionais, seja no mercado de trabalho. Seja qual for
quanto à riqueza de iniciativas, interpretação e criação que pode caracterizar
o peso demográfico, o reconhecimento público da importância da juventude
a relação professor-aluno no confronto com o conhecimento.
como fenômeno social e sua inadequada caracterização como problema
Frigotto, Gaudêncio; Ciavatta, Maria (Org.). Ensino Médio: ciências cultura
e trabalho. Brasília: MEC; Semtec, 2004. político parecem ser hoje um fenômeno mundial.
Muito se tem discutido o impacto das mudanças no mundo do tra-
balho, a partir da adoção de políticas econômicas neoliberais na década
Como a discussão desses problemas é extensa e complexa,
de 1990. O que se tem observado é o fato de essas mudanças, ainda que
iremos nos deter, aqui, apenas ao início da reflexão sobre dois dos
atingindo toda a sociedade, repercutirem diferentemente para adultos e
problemas levantados na apresentação: a identidade do Ensino
jovens. Observa-se que, mesmo em situações de retomada de crescimento
Médio e o livro didático.
econômico, a oferta de empregos, ou mesmo de postos de trabalho, se dá
O início do Ensino Médio é, para todos os alunos, e em todas
de forma diferenciada, favorecendo a população adulta. Em síntese, deve se
as disciplinas, um momento de crescimento e de desafios. O aluno
reconhecer que a condição dos jovens se altera, bem como o significado a
que começa o Ensino Médio faz parte de um grande e heterogêneo
grupo, que, de forma mais intensa ou não, é pressionado por ques- ela atribuído, apreensível apenas quando se leva em conta o conjunto mais
tões que não são recentes, mas, nos dias de hoje, têm características amplo de transformações na sociedade.
Lima, Nísia Trindade. Juventude e Ensino Médio: de costas para o futuro? In:
específicas, como o trabalho e/ou o prosseguimento dos estudos
Frigotto, Gaudêncio; Ciavatta, Maria (Org.), Ensino Médio: ciência, cultura
num mundo globalizado. Em seu estudo Juventude e Ensino Médio: de e trabalho. Brasília: MEC; Semtec, 2004.
costas para o futuro?, a pesquisadora Nísia Trindade Lima apresenta
reflexões sobre esse sujeito: o aluno do Ensino Médio. Nesse universo, tão rico e paradoxal, será ao mesmo tempo um
desafio e uma condição para o professor desempenhar um bom
trabalho, conhecer e entender como seus alunos pensam, quais são
Uma “onda jovem” desafia conhecimentos estabelecidos e modos de
suas expectativas e seus questionamentos. É importante lembrar que,
olhar para a sociedade brasileira. O termo designa uma das mais importantes
embora as políticas educacionais sejam únicas e os recursos, como
modificações na pirâmide etária nesse início do século XXI: a geração de 20
o livro didático, limitados, caberá ao professor fazer as adaptações
a 24 anos é uma das maiores de nossa história (MADEIRA, 1998, p. 430).
necessárias para adequar sua aula e os instrumentos de que dispõe
Ao lado do fenômeno demográfico, chama a atenção o fato de apenas 37% (como o livro didático) à realidade de cada turma.
(aproximadamente 4 milhões) de adolescentes, jovens na faixa etária de 15 a
Por isso, neste Suplemento, além de textos para ajudar nas refle-
17 anos, estarem cursando o Ensino Médio. Considerando-se o contingente
xões de alguns temas, incluímos textos de aprofundamento teórico
de 1 milhão ainda cursando o Ensino Fundamental ou frequentando cursos e sugestões de atividades e de desenvolvimento do conteúdo na
nas modalidades Educação de Jovens e Adultos e profissionais, chega-se ao sala de aula e ainda diversas opções de trabalho para adequá-las a
número de cerca de 5 milhões de jovens fora da escola (documento-base cada realidade. Porém, mesmo com os recursos que apresentamos,
“Seminário Ensino Médio: Construção Política”). Ora, a superação dessa acreditamos que, devido à pluralidade de situações, vivências e aspi-
característica excludente do sistema de ensino requer uma melhor compreen- rações encontradas na população jovem, esses instrumentos podem
são sobre os jovens brasileiros e o papel a ser representado pela escola para não ser suficientes para um bom trabalho em sala de aula. Nesse
que se assegure a todos o objetivo do Ensino Médio tal como prescrito na Lei caso, é importante buscar informações em centros de formação de
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: consolidar os conhecimentos professores ou em universidades da região.

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Devemos ter em mente que o ensino da Matemática deverá Comunicação; a Língua e a Matemática entrelaçam-se nos jornais diários;
acompanhar e atender às exigências de uma sociedade de infor- a propaganda evidencia a flexibilidade das fronteiras entre a Psicologia e
mação globalizada. Os Parâmetros curriculares nacionais do Ensino a Sociologia, para citar apenas alguns exemplos.
Médio contemplaram a necessidade dessa adequação para o de- Em consequência, a ideia de interdisciplinaridade tende a transformar-
senvolvimento e a promoção de alunos às diferentes realidades, de -se em bandeira aglutinadora na busca de uma visão sintética, de uma
forma a criar condições para sua inserção em um mundo sempre reconstrução da unidade perdida, da interação e da complementaridade nas
em mudança. ações envolvendo diferentes disciplinas.
O estudo da Matemática deverá desenvolver no aluno diversas
Interdisciplinaridade: obstáculos
habilidades, como aquelas concernentes aos procedimentos, mas,
Este aparente consenso não deve, no entanto, minimizar certas dificul-
especialmente, as exigidas na elaboração de argumentação, na
validação de soluções, na apresentação de conclusões, na análise dades renitentes na abordagem da interdisciplinaridade e que podem explicar
de informações, na elaboração de estratégias e na tomada de de- em parte resultados tão pouco expressivos nas ações docentes, mesmo
cisões. Além disso, a Matemática do Ensino Médio deve auxiliar o originados em grupos que se debruçaram seriamente sobre o tema. Roland
aluno a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo e também Barthes, em O rumor da língua (1988), apreendeu com muita perspicácia
a adquirir algumas ferramentas úteis à execução das atividades do algumas dessas dificuldades, ao afirmar:
dia a dia. Contudo, a Matemática do Ensino Médio não tem ape-
O interdisciplinar de que tanto se fala não está em confrontar
nas características de formação e instrumentalização, posto que é
estruturada como ciência. Diante dessas concepções, é importante disciplinas já constituídas das quais, na realidade, nenhuma consente
capacitar o estudante a participar da vida social e produtiva, a utili- em abandonar-se. Para se fazer interdisciplinaridade, não basta tomar
zar as informações aprendidas e as habilidades desenvolvidas para um “assunto” (um tema) e convocar em torno duas ou três ciências. A
continuar aprendendo. interdisciplinaridade consiste em criar um objeto novo que não pertença
Nesse panorama, esta coleção destaca como objetivos gerais a ninguém. O texto é, creio eu, um desses objetos. (p. 99)
alguns dos objetivos preconizados pelos Parâmetros curriculares
De fato, o confrontamento de docentes que não consentem em abando-
nacionais do Ensino Médio. Dentre eles, citamos os que devem esti-
nar seus objetivos e pontos de vista, ou a fixação de um tema gerador em
mular o aluno a:
torno do qual borboletearão as diversas disciplinas pode ser a caracterização
• desenvolver a compreensão dos conceitos e procedimentos e mais frequente, ainda que simplificada, das tentativas de implementação
a conhecer estratégias matemáticas para que ele possa conti- de ações interdisciplinares, e isso parece claramente insuficiente. A solida-
nuar aprendendo e adquira conhecimentos para enriquecer
riedade e as concessões necessárias para a constituição de um novo objeto
sua formação científica;
ainda não são bastantes.
• conhecer situações em que os conhecimentos matemáticos Machado, Nílson José. Educação: projetos e valores. 5. ed. São Paulo:
são aplicados e possa estender essa aplicação em situações Escrituras, 2004.
diversas;
• desenvolver e aprimorar sua comunicação matemática, Conforme exposto pelo autor, de modo geral, o trabalho inter-
descrevendo, representando e apresentando resultados com disciplinar é desenvolvido superficialmente, envolvendo um tema que
precisão, valorizando ainda a precisão das demonstrações; relaciona conhecimentos de duas ou três disciplinas. Essa superficia-
lidade, muitas vezes justificada pela exiguidade de tempo disponível
• reconhecer que um mesmo conceito pode ser apresentado dos professores, dificulta o entendimento pelo aluno do que seja
de diferentes formas, relacionando os procedimentos corres- um trabalho interdisciplinar. Para um trabalho desse tipo é preciso
pondentes a diferentes representações. pensar em um projeto que envolva a produção de um objeto de
aprendizagem que empregue os conhecimentos de outras áreas, mas
que seja único. Assim, a obra sugere propostas interdisciplinares, mas
2. a interdiscipliNaridade e a ressalte-se que compete a cada escola e equipe de profissionais definir
matemática o projeto que será desenvolvido de acordo com sua realidade.
Nesse vasto panorama do processo de ensino-aprendizagem, a Nesse sentido, cabe uma reflexão e discussão coletivas entre os
formação do aluno em Matemática não se restringe à construção profissionais da escola para que realizem um trabalho interdisciplinar
do “edifício da Matemática”, mas está imbricada nas outras áreas consistente e coerente com a proposta da escola. Há vários textos
de conhecimento. Então, esse ensino apenas será completo se hou- que apontam caminhos para esse trabalho, sugerimos o texto dos
ver um trabalho interdisciplinar na escola. Cabe aqui uma reflexão Parâmetros curriculares nacionais de matemática do Ensino Médio:
sobre o trabalho interdisciplinar, de acordo com o professor Nílson “Rumos e desafios para o ensino na área”, p. 95-110.
José Machado: Cabe ainda ressaltar que a Matemática, devido à sua univer-
Interdisciplinaridade: consenso salidade de quantificar e de expressar, entendida, portanto, como
linguagem, incorpora uma característica única.
Já há algum tempo, no entanto, interdisciplinaridade tem sido uma
palavra-chave na discussão da forma de organização do trabalho escolar Nesse segmento de ensino, momento em que a abordagem das
ou acadêmico. Dois fatos parecem estar diretamente relacionados com tal Ciências tem um caráter mais elaborado e abstrato, a Matemática
fornece instrumentos que favorecem a compreensão de vários fe-
emergência.
nômenos. Contudo, há Matemática impregnada em quase todas as
Em primeiro lugar, uma fragmentação crescente dos objetos do co-
atividades da vida atual (na informática, na música, no comércio, na
nhecimento nas diversas áreas, sem a contrapartida do incremento de uma meteorologia, na medicina, nas comunicações etc.), permitindo às
visão de conjunto do saber instituído, tem-se revelado crescentemente pessoas codificar, ordenar, criar e analisar índices ou taxas, avaliar e
desorientadora, conduzindo certas especializações a um fechamento no interpretar dosagens etc.
discurso que constitui um óbice na comunicação e na ação. Também devemos considerar que a Matemática entendida
Em segundo lugar, parece cada vez mais difícil o enquadramento de como ciência desenvolve os processos de construção e validação
fenômenos que ocorrem fora da escola no âmbito de uma única disciplina. de conceitos, elaboração e refutação de argumentações, e as ha-
Hoje, a Física e a Química esmiúçam a estrutura da matéria; a entropia é um bilidades de generalizar, relacionar e concluir contribuindo para o
conceito fundamental na Termodinâmica, na Biologia e na Matemática da estabelecimento de relações e para a interpretação de fenômenos

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e informações. As competências formadas por essa disciplina, por- 5. O trabalho com o livro
tanto, não se limitam a descrever uma situação, mas abrangem a
elaboração de modelos, propondo soluções. No Ensino Fundamental, os alunos tiveram contato com vários
campos do conhecimento matemático. No Ensino Médio, espera-se
Isso posto, espera-se que o desenvolvimento da Matemática
que estejam em condições de utilizar e enriquecer esses conheci-
incorpore habilidades globais para o desenvolvimento do aluno, mas
mentos, desenvolvendo de modo mais amplo capacidades como
também compartilhe com as outras disciplinas a responsabilidade de
abstrair, investigar, analisar e compreender os fatos matemáticos e
desenvolver habilidades de raciocínio e expressão de pensamento.
interpretar a própria realidade.
Esse trabalho, feito de forma coordenada, permitirá que o aluno
desenvolva as competências que são esperadas. É importante ainda que percebam que as verdades matemáticas
(não sendo definição nem postulado) podem ser demonstradas.
Não defendemos que todos os teoremas devam ser demonstrados
3. apresentação DA obra em sala de aula, mas que alguns o sejam, para que o aluno com-
Esta obra traz uma seleção de tópicos programáticos fundamen- preenda o significado de uma demonstração e o método da ciência
tais à disciplina, utilizando uma linguagem clara, objetiva e fundada matemática.
no rigor conceitual. As atividades propostas nas seções Exercícios propostos e Exer-
Para começar cada novo capítulo, nas aberturas, apresentamos cícios complementares, por serem bastante diversificadas, podem
recursos visuais e textuais diferenciados para despertar o interesse do ser desenvolvidas individualmente, em duplas ou em grupos, de
aluno, buscando ainda levantar seus conhecimentos prévios. acordo com a finalidade didática e características de cada turma. O
trabalho em grupo favorece a comunicação oral, a argumentação
A apresentação da teoria, a escolha das introduções, das ativi-
e a troca de experiências.
dades e aplicações no desenvolvimento dos exercícios resolvidos, o
estabelecimento gradual da terminologia matemática e de outros Para complementar o desenvolvimento do estudo e as atividades
procedimentos visam facilitar a compreensão dos assuntos pelo alu- propostas no livro do aluno, inserimos textos e atividades extras no
no. Isso, porém, não significa que optamos pela exclusão de situações Suplemento de cada volume. São jogos, textos informativos sobre
mais complexas, mas sim que sua inclusão foi criteriosa. história da Matemática, estratégias e outros recursos a serem traba-
lhados em sala de aula a critério do professor.
Todos os capítulos trazem Exercícios propostos, distribuídos ao
longo do texto explicativo e, ao final, uma seção de Exercícios com- Ainda, oferecemos ao professor textos que propõem uma refle-
plementares, para fixação e revisão dos conteúdos. xão metodológica, com exemplos, implicações e recursos práticos
Sugerimos, ainda, um Roteiro de trabalho, proposto para grupos para o dia a dia, que objetivam dar suporte ao desenvolvimento do
de dois ou mais alunos, cujo objetivo é revisar os aspectos mais trabalho com cada turma, ainda que, certamente, não tenham a
importantes de cada tópico e o desenvolvimento da habilidade de pretensão de esgotar os assuntos.
comunicação em Matemática. Outro aspecto importante trabalhado no livro do aluno refere-
Os Exercícios complementares podem ser desenvolvidos conforme se à comunicação matemática, que pode ser apresentada como
as características de cada turma e as necessidades didáticas, por relato escrito ou oral, registro ou expressão. Pode-se também
exemplo, como: tarefa extraclasse, revisão do conteúdo trabalha- explorar a seção Matemática sem fronteiras, trabalhando-a como
do, fonte de exercícios para uma recuperação paralela ou reforço tema de pesquisa ou como problematização do texto. Destacamos
do conteúdo desenvolvido. Seu objetivo primordial, no entanto, é ainda a relevância de estimular os alunos a falar, ler e escrever
verificar do aprendizado, pois permitem avaliar se os alunos compre- sobre assuntos matemáticos. Um recurso adequado para isso é
enderam os conteúdos conceituais e assimilaram os procedimentos trabalhar com notícias de jornais, revistas ou retiradas de sites
envolvidos. da internet.
Alguns capítulos apresentam a seção Matemática sem fronteiras,
que traz um texto sobre uma aplicação prática do assunto desenvol-
vido no capítulo. Essa seção tem dois objetivos: primeiro, contex-
6. avaliação e refLexões
tualizar a teoria matemática por meio de situações reais; segundo, A avaliação é um instrumento fundamental para se obter infor-
despertar a curiosidade do aluno para aplicações mais elaboradas. mações sobre o andamento do processo de ensino-aprendizagem.
Se considerar os temas dessa seção relevantes para a comunidade E para avaliar esse processo, é preciso que os momentos de avaliação
onde a escola se situa, sugerimos promover uma discussão com os não se restrinjam ao final de cada bimestre. Somente o diagnóstico
alunos levantando situações relacionadas que eles conheçam. contínuo possibilita a reformulação de procedimentos e estratégias,
visando o sucesso efetivo do estudante.
4. Objetivos da obra Ao longo do curso, muitas oportunidades de observação e ava-
liação surgem e podem ser aproveitadas para isso. A identificação
• Estabelecer ligações entre o estágio de aprendizado do do conhecimento prévio do aluno, proposto na abertura de cada
Ensino Médio e os conhecimentos adquiridos no Ensino capítulo, por exemplo, pode ser um bom início de uma avaliação.
Fundamental. Além disso, no decorrer do trabalho com o conteúdo do capítulo,
• Apresentar os rudimentos do pensamento científico. pontuar, registrar e relatar procedimentos comuns, relevantes e
diferentes contribuem para melhor avaliar o aluno. Acompanhar
• Propiciar a compreensão da evolução do pensamento cientí-
a resolução de atividades e as produções orais e escritas da turma
fico por meio da ampliação de conceitos e/ou da construção
possibilita a criação de perfis e a percepção sobre quais aspectos
de objetos abstratos.
devem ser reforçados no ensino, quais conteúdos e habilidades
• Ampliar as possibilidades de representações, por meio da convêm privilegiar e quais assuntos podem ser avançados.
linguagem matemática, exercitando: a construção de esque-
Para obter informações sobre a apreensão de conteúdos pelos
mas, tabelas e gráficos; as argumentações lógicas; o uso de
estudantes, pode-se observar: a compreensão conceitual, a leitura
expressões algébricas etc.
e a interpretação do texto matemático e as atitudes (hesitante,
• Fornecer embasamento científico para a tomada de decisões, alheio, preocupado com as questões sociais e ambientais, con-
por meio de análises de dados. fiante, interessado etc.) na resolução das atividades. Também
• Exercitar a visão tridimensional. pode ser útil verificar se o aluno faz perguntas, se participa

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das atividades e trabalhos em grupo, se é cooperativo com os somente o que ele não sabe? Qualquer produção, seja aquela que apenas
colegas, se argumenta com justificativas coerentes para defender repete uma resolução-modelo, seja a que indica a criatividade do estudante,
suas opiniões. tem características que permitem detectar as maneiras como o aluno pensa
Além de empregar esses recursos, podem-se criar outras opor- e, mesmo, que influências ele traz de sua aprendizagem anterior, formal
tunidades de avaliação, por exemplo: ou informal. Assim, analisar as produções é uma atividade que traz para o
• solicitar que o aluno explique, na lousa ou oralmente, exer- professor e para os alunos a possibilidade de entender, mais de perto, como
cícios, resoluções de problemas ou ainda textos lidos em se dá a apropriação do saber pelos estudantes.
sala de aula; A análise das respostas, além de ser uma metodologia de pesquisa, pode
• propor que o aluno faça estimativas de cálculo para a solução ser também enfocada como metodologia de ensino, se for empregada em
de uma situação-problema; sala de aula como “trampolim para a aprendizagem” [...], partindo dos erros
detectados e levando os alunos a questionar suas respostas para construir
• propor que o aluno elabore, individualmente ou em grupo,
o próprio conhecimento.
uma atividade ou situação-problema para o colega resolver,
individualmente ou em grupo. Assim, a análise das produções dos estudantes não é um fato isolado
na prática do professor; ela é – ou deveria ser – um dos componentes dos
Essas estratégias auxiliam a avaliar a coerência da argumentação
planos pedagógicos das instituições e dos planos de aula dos docentes,
e do pensamento matemático do aluno, a adequação das situações-
-problema criadas e do que é exigido na sua resolução. levando em conta os objetivos do ensino de cada disciplina.
Muitos e importantes autores tratam do tema avaliação em seus
estudos pedagógicos. Em seu livro Avaliar para promover: as setas do Essa introdução às ideias da autora nos possibilita refletir um pou-
caminho (Porto Alegre: Mediação, 2001), Jussara Hoffmann discute co sobre o tratamento dado ao erro. Habitualmente, ele é associado
aspectos relacionados à avaliação do ensino e da aprendizagem. No ao fracasso escolar, mas seria mais apropriado abordá-lo como mais
capítulo 4, “Avaliação e mediação”, a autora afirma: um instrumento de aprendizagem e reflexão disponível ao professor.
Entre outras estratégias a serem empregadas para trabalhar com
o erro em sala de aula, podem-se propor discussões com a turma
Quando se desenvolve um processo mediador de avaliação, não há como
sobre as causas de determinado tipo de erro ter aparecido com mais
prever todos os passos e tempos desse processo, pois as condições e ritmos frequência. Dessa maneira, estimula-se o levantamento de dúvidas
diferenciados de aprendizagem irão lhe conferir uma dinâmica própria. comuns entre os alunos e seu esclarecimento, favorecendo a apren-
As novas concepções de aprendizagem propõem fundamentalmente dizagem daquele conteúdo. Outro recurso seria dividir a turma em
situações de busca contínua de novos conhecimentos, questionamento e grupos, entregando a cada um algumas situações-problema resol-
crítica sobre as ideias em discussão, complementação através da leitura de vidas de maneira errada. Caberia aos alunos identificar o que está
diferentes portadores de texto, mobilização dos conhecimentos em variadas errado e fazer a correção. Em seguida, os grupos exporiam a situação-
situações-problema, expressão diversificada do pensamento do aprendiz. -problema que receberam e sua solução. Caberia aos demais grupos
Nesse sentido, a visão do educador / avaliador ultrapassa a concepção de verificar a correção da resolução e propor outra, justificando-a, caso
alguém que simplesmente “observa” se o aluno acompanhou o processo a apresentada não estivesse correta. Essas atividades, de simples apli-
e alcançou resultados esperados, na direção de um educador que propõe cação em sala de aula, podem proporcionar resultados significativos
ações diversificadas e investiga, confronta, exige novas e melhores soluções para o processo de aprendizagem dos estudantes.
a cada momento. Dentro do exercício da docência, espera-se ainda que o professor,
ao analisar a frequência com que determinados erros vêm ocorrendo
(em um grupo de alunos ou, até mesmo, em várias turmas), reflita
Assim, pode-se afirmar que a avaliação deve ser um processo,
sobre sua prática docente e pense como poderá retomar e condu-
não uma série de obstáculos a serem vencidos. As provas escritas,
zir o desenvolvimento do conteúdo em que os alunos apresentam
quando atendem aos objetivos dos conteúdos, são meios adequados
dificuldades. É importante lembrar que o professor não está sozinho
para examinar o domínio dos procedimentos, a interpretação de
no processo de ensino-aprendizagem, e que há outros profissionais
texto, a compreensão conceitual e o entendimento de contextos.
na escola que poderão contribuir com um trabalho didático que
Mas mesmo esse tipo de avaliação, muito comum no cotidiano
auxilie os alunos e/ou as turmas a superar suas dúvidas, colaborando
escolar, pode ser utilizado como um momento de aprendizagem,
com visões e ideias diferentes, ou mesmo com uma proposta de
pois permite a percepção dos avanços e dificuldades dos alunos em
trabalho em conjunto.
relação ao conteúdo avaliado. Com esse propósito, também pode
ser bastante interessante promover a aplicação de provas elaboradas
pelos próprios alunos, em duplas ou em grupos. A correção dessas Autoavaliação
provas seria feita pelos próprios alunos, que trocariam de prova com Além do processo de avaliação promovido pelo professor, é de
o colega, sob a supervisão do professor. O fato de serem requisitados fundamental importância que o aluno realize, pelo menos, uma
a “trocar de lugar” com o professor, pode proporcionar momentos autoavaliação bimestral. O objetivo desse instrumento de avaliação
produtivos de reflexão sobre o que eles esperam do curso de Ma- é verificar a visão que o aluno tem de si mesmo, como pensa seu
temática no Ensino Médio e como “se veem” como produtores de processo de aprendizagem e se consegue estabelecer estratégias para
conhecimento. avançar nos conteúdos. Deve-se ressaltar que cada aluno poderá
Outro ponto importante a ser discutido quando tratamos de obter ajuda, com o auxílio do professor e dos colegas.
avaliação é abordar o erro e seu papel no processo de aprendiza- A seguir, sugerem-se alguns modelos de ficha de autoavaliação,
gem. Conforme Helena de Noronha Cury, em seu livro Análise de que podem ser adaptadas de acordo com seu interesse.
erros: o que podemos aprender com as respostas dos alunos (Belo a) Ficha para acompanhamento da resolução de situações-
Horizonte: Autêntica, 2007): -problema.
Essa ficha pode ser preenchida em sala de aula, após verifi-
Ao corrigir qualquer prova, teste ou trabalho de Matemática, muitas car se os alunos compreenderam seu objetivo e os critérios
vezes, o professor costuma apontar os erros cometidos pelos alunos passando estabelecidos. É importante pedir à turma sugestões sobre
pelos acertos como se estes fossem esperados. Mas quem garante que os como um aluno pode melhorar seu desempenho no item
acertos mostram o que o aluno sabe? E quem diz que os erros evidenciam avaliado.

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Ficha de autoavaliação de resolução de problemas
Nome do aluno: Sempre Às vezes

Leio, compreendo o texto, identifico os dados principais do problema e consigo


resolvê-lo.

Tenho dificuldade para compreender o texto do problema, mas identifico os dados


principais e tento resolvê-lo, porém, se não consigo, procuro ajuda.

Tenho muita dificuldade para compreender o texto e identificar os dados principais do


problema. Só consigo resolvê-lo quando peço ajuda.

Tenho muita dificuldade para compreender o texto e identificar os dados principais do


problema e não peço ajuda para resolvê-lo.

Não compreendo o texto, não identifico os dados principais do problema e não me


interesso em pedir ajuda para resolvê-lo.

Observe quantas vezes você assinalou “Sempre” e “Às vezes”.


Como você analisa as respostas mais frequentes? O que elas representam para você?
Agora, escreva em uma folha avulsa se você está satisfeito com o seu desempenho na resolução de problemas e o que pretende fazer
para avançar na aprendizagem.

b) Ficha para acompanhamento de desenvolvimento de atitudes.


Uma ficha de autoavaliação para acompanhamento das atitudes diante do processo de aprendizagem também pode ser proposta
para os estudantes. É importante discutir com eles quais atitudes consideram mais adequadas para o processo de aprendizagem e
se uma mudança de conduta pode trazer benefícios para a produtividade de cada um.

Ficha de autoavaliação de atitudes diante do processo de aprendizagem


Nome do aluno: Sempre Às vezes

Presto atenção nas aulas e estudo em casa.

Presto atenção nas aulas, mas não vejo necessidade de estudar em casa.

Converso bastante com meus colegas, mas procuro estudar em casa.

Converso durante as aulas e não estudo em casa.

Gosto de desafios e procuro resolvê-los.

Verifico se a solução que encontrei para o exercício é a correta.

Tento resolver um exercício, mesmo que o considere difícil e trabalhoso.

Comparo minhas resoluções às dos colegas e gosto de conversar sobre como eles
resolvem os exercícios.

Resolvo os exercícios e não acho necessário saber como os colegas os resolvem.

Não tento resolver os exercícios, prefiro pedir ajuda.

Não tento resolver os exercícios e não peço ajuda.

Observe quantas vezes você assinalou “Sempre” e “Às vezes”.


Como você analisa as respostas mais frequentes? O que elas representam para você?
Agora, escreva em uma folha avulsa se você está satisfeito com as suas atitudes de aprendizagem e o que pretende fazer para mudá-las,
se julgar necessário.

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7. Sugestões de leitura para solucionar e seus desenvolvimentos sucessivos, por uma
o professor ótica mais abstrata e abrangente. Embora explore conquistas
da Matemática mais avançadas, boa parte do livro envolve
Conteúdo matemático conhecimentos mais básicos, desenvolvidos da mesma forma
aprofundada e envolvente.
BUSSAB, Wilton; MORETTIN, Pedro. Estatística básica. 5. ed. São
Paulo: Saraiva, 2003. LIMA, Elon Lages et al. A Matemática do Ensino Médio. Rio
O livro é voltado para diversos cursos do Ensino Superior. Há de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 1996. v.1.
porém muitos tópicos que podem ser aproveitados para o (Coleção do Professor de Matemática.)
Ensino Médio. O livro é dividido em três partes: a primeira O livro refere-se ao programa do 1o ano do Ensino Médio e
trata da análise de dados unidimensionais e bidimensionais, aos tópicos preliminares. Aborda conjuntos, números e fun-
especialmente os métodos gráficos; a segunda explora os ções. A ideia central é mostrar como conceitos abstratos da
conceitos básicos de probabilidade e variáveis aleatórias; a Matemática servem de modelos para situações concretas.
terceira aborda tópicos especiais de inferência estatística. Segundo o autor: “as aplicações aqui sugeridas despertam
Para facilitar a fixação dos conceitos pelos estudantes, além o interesse, justificam o esforço, exibem a eficiência e a uti-
da inclusão de novos exemplos, as aplicações imediatas vêm lidade dos métodos da Matemática mas, por outro lado, só
logo após as seções teóricas. Em todos os capítulos há uma podem ser levadas a bom termo se contarem com uma base
seção que ensina a aplicar a teoria por meio de pacotes conceitual adequada”.
computacionais. LINDQUIST, M. M.; SHULTE, A. P. (Org.). Aprendendo e ensi-
CARIBÉ, Carlos; CARIBÉ, Roberto. Introdução à computação. São nando Geometria. São Paulo: Atual, 1994.
Paulo: FTD, 1996. Coletânea de 20 artigos, com muitas sugestões sobre tópi-
O livro trata da evolução do tratamento da informação e cos especiais de Geometria. Aborda modos de incentivar
mostra a trajetória de algumas inovações tecnológicas, como os alunos a resolver problemas associando essa área do
as primeiras máquinas de calcular e várias gerações de com- conhecimento matemático a outros conteúdos e outras
putadores. Aborda também o hardware, descrevendo a estru- ciências. A obra preocupa-se em explorar as dificulda-
tura associada ao funcionamento do computador, deten- des de aprendizagem que os alunos apresentam e o que
do-se em noções matemáticas, como o sistema binário e poderia ser feito para transformar em desafios instigantes
a álgebra de Boole. Explica o funcionamento do software, e agradáveis o que tem sido visto como barreiras penosas
apresentando diversas linguagens, como Fortran, COBOL, e desinteressantes.
Basic, e como são os softwares básicos, utilitários e aplicati- PARENTE, Eduardo; CARIBÉ, Roberto. Matemática comercial
vos, dedicando uma parte à internet. Trata ainda da progra- e financeira. São Paulo: FTD, 1992.
mação e de algoritmos e fluxogramas. Os autores salientam a importância prática da Matemática
CARVALHO, Maria Cecília Costa e Silva. Padrões numéricos e comercial e financeira na vida das pessoas e defendem que
sequências. São Paulo: Moderna, 1997. seu ensino não fique restrito às escolas técnicas e profissio-
nalizantes. O livro trata de números proporcionais, grande-
O livro valoriza a observação e a inferência sobre padrões,
zas proporcionais, sistema de capitalização simples e finan-
sejam aritméticos, algébricos, sejam geométricos. Apresenta
ciamentos. Cada capítulo apresenta a parte conceitual em
vasta gama de padrões presentes na natureza e nas cons-
pequenos textos, muitas vezes com situações do contexto
truções humanas. A exploração dos conteúdos matemáticos
social, seguidos de exercícios resolvidos e de exercícios pro-
associados é feita de modo adequado e consistente, como no
postos, com as respectivas respostas.
caso de sequências aritméticas finitas e infinitas, sequências
geométricas, números de Fibonacci. Aborda ainda conheci- Educação matemática
mentos históricos pertinentes e interessantes.
ARAÚJO, F. Ulisses. Temas transversais e a estratégia de proje-
CASTRUCCI, Benedito. Lições de Geometria plana. São Paulo: tos. São Paulo: Moderna, 2003.
Nobel, 1976. O livro trata da transversalidade e de sua relação com temá-
Livro didático sobre Geometria plana, usado no ensino supe- ticas que perpassam vários campos de conhecimento. Na
rior. Composto de quatro capítulos que abordam: o estudo escola, devem ser exploradas temáticas contextualizadas
da reta e os segmentos e postulados relacionados; retas, tri- de interesse da maioria dos alunos, vinculadas à busca de
ângulos, polígonos e equivalências; circunferência e seus ele- uma vida digna, abordando temas como saúde, ética, meio
mentos, posições relativas entre circunferências, entre retas e ambiente, entre outros. No último capítulo, o autor apre-
circunferências, ângulos na circunferência e polígonos regu- senta um exemplo de um projeto desenvolvido em sala de
lares; conceitos e resultados relativos a grandezas geométri- aula de 4a série do ensino fundamental I (atual 5o ano), corpo-
cas, segmentos proporcionais, polígonos semelhantes, áreas rificando as ideias de transversalidades defendidas no livro.
poligonais. Inclui também relações métricas no triângulo,
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos fundamentais da
na circunferência e nos polígonos regulares, comprimentos
Matemática. Lisboa: Sá da Costa, 1989.
e áreas no círculo. Traz também demonstrações.
No prefácio, o autor destaca dois aspectos usuais da aborda-
COURANT, Richard; ROBBINS, Herbert. O que é Matemática? gem da Matemática. Um é o dos livros didáticos, que enca-
Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2000. deiam os assuntos, ignorando as contradições – no caso, a
O livro faz uma ampla abordagem do conhecimento mate- Matemática é considerada como uma ciência à parte, des-
mático, incluindo tópicos sobre números, álgebra, constru- ligada da realidade. O outro é o do desenvolvimento histó-
ções geométricas, transformações geométricas, geometria rico, cujos fundamentos mergulham em problemas e neces-
não euclidiana, topologia, cálculo. Os autores situam com sidades da vida real. Na obra, o autor opta pela segunda
clareza as origens das teorias, os problemas que visavam abordagem, vinculada a problemas, investigações, hipóteses,

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experimentações, tentativas de contraexemplos e de provas tridimensional usual e curvo, explorando ainda o espaço
formais. curvo de quatro dimensões; trata ainda da relatividade entre
CARRAHER, David. Senso crítico. São Paulo: Pioneira, 1983. o espaço e o tempo; “Microcosmos”, que estuda a estru-
Embora o livro explore o senso crítico nas ciências sociais, tura intrínseca da matéria e a natureza das transformações
esse estudo pode ser extrapolado para outras áreas, pois é químicas, desvendando moléculas e átomos, discutindo
útil à formação dessa competência em todas as pessoas. Um também a natureza e as propriedades das partículas ele-
dos objetivos da obra é ajudar o estudante a pensar com cri- mentares, os processos de fusão e fissão; “Macrocosmos”,
ticidade, explicitando sua argumentação de maneira lógica. que discute as concepções antigas do universo. Desenvolve
O autor define como um indivíduo dotado de senso crítico conhecimentos sobre as galáxias, os limites do conheci-
aquele “que possui a capacidade de analisar e discutir proble- mento, as origens do universo, o caos inicial e o universo
mas inteligente e racionalmente, sem aceitar, de forma auto- em expansão.
mática, suas próprias opiniões ou opiniões alheias”. Também KRULIK, Stephen; REYS, Robert E. (Org.). A resolução de pro-
propõe exercícios ao leitor, que permitem exercitar sua com- blemas na Matemática escolar. São Paulo: Atual, 1997.
preensão das ideias desenvolvidas, com anexo de soluções. Trata-se de uma coletânea de 22 artigos. O primeiro, de
CARRAHER, Terezinha Nunes (Org.). Aprender pensando. 16. Polya, afirma que resolver problemas é a realização espe-
ed. Petrópolis: Vozes, 2002. cífica da inteligência humana, e que todo professor deveria
A finalidade do livro é propor estratégias para ensinar pen- fazer o máximo possível para desenvolver essa habilidade
sando. São apresentados cinco textos, de autores diferentes. em seus alunos. O segundo texto também apresenta uma
Quatro deles referem-se à aprendizagem da Matemática. O fundamentação para o tema, abordando a resolução de pro-
primeiro texto – “Educação tradicional e educação moderna” blemas como meta, processo e habilidade básica. O livro
– , de David William Carraher, faz uma contraposição entre apresenta também vários artigos propondo metodologias,
o ensino tradicional e o baseado no modelo cognitivo do incluindo sugestões e estratégias que capacitam melhor os
conhecimento. O segundo texto, “O desenvolvimento alunos a abordar, entender, formular e resolver problemas,
mental e o sistema numérico decimal”, de Terezinha Nunes usando linguagens ilustradas, calculadora e outros recursos;
Carraher, aponta certas ambiguidades em verbalizações traz ainda estratégias que exploram matemática recreativa,
numéricas e complicações do sistema decimal, valorizando simetrias na resolução de problemas etc.
métodos próprios de pensar e resolver dos alunos, antes de KUENZER, Acácia (Org.). Ensino Médio: construindo uma pro-
chegarem à sistematização da Matemática da sala de aula. posta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez,
O terceiro texto, “As operações concretas e a resolução de 2001.
problemas de Matemática”, de Analucia Dias Schliemann, O propósito da obra é apresentar elementos que permitam
dá ênfase às fases do desenvolvimento cognitivo. O quarto aos profissionais da educação construírem um novo projeto
texto, “Iniciação ao conceito de fração e o desenvolvi- político-pedagógico para o Ensino Médio. Os vários artigos
mento da conservação de quantidade”, de José Maurício de fazem uma abordagem panorâmica do ensino, enfocando
Figueiredo Lima, explora uma das origens da fração, situada também as mudanças no mundo do trabalho, que altera-
na divisão de terras no Egito. O autor opta pela abordagem ram a formação dos trabalhadores, tornando essencial uma
de divisão de figuras, enfatizando a conservação da área, sólida educação geral, cabendo ao Ensino Médio o desafio de
como pré-requisito à noção de fração. se democratizar e de articular as formações científica, sócio-­
CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões -histórica e tecnológica.
sobre um campo de pesquisa. In: Teoria & Educação. n. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São
2. Porto Alegre: Pannonica, 1990. Paulo: Cortez, 2000.
O autor aborda a história das disciplinas e a questão da liber- O livro apresenta um panorama geral de contextos e abor-
dade pedagógica da escola e do professor, que, empenhado dagens relacionados à avaliação da aprendizagem, incluindo
em implantar as próprias formas de conhecimento, de racio- focos como a pedagogia de provas e exames; a avaliação
cínio, de expressão, vive em tensão com o grupo. Destaca articulada a concepções duais de educação, como conserva-
os aspectos de precaução e lentidão na instauração de uma dora ou transformadora, domesticadora ou humanizadora;
disciplina e discute a influência da transformação social e da e ainda o erro como fonte de castigo ou como diagnóstico
cultura do público escolar na escolha e evolução das disci- e propulsor de avanço, a articulação necessária entre: con-
plinas. A sociedade impõe à escola suas finalidades e influi cepção de educação, proposta pedagógica, planejamento,
na criação das disciplinas, que são embasadas nas políticas execução e avaliação. Desenvolve a ideia de avaliação não
educacionais e nos programas de estudo. As disciplinas são como um julgamento definitivo, mas destinada ao diagnós-
o meio de que a sociedade se serve para poder transmitir sua tico e à inclusão do aluno.
cultura no contexto da escola. MORAN, José Manuel; MASSETO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda
GAMOW, George. Um, dois, três... infinito. Rio de Janeiro: Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica.
Zahar, 1962. Campinas: Papirus, 2000.
O livro procura reunir os mais interessantes fatos e teorias Composto de três capítulos, um de cada autor. No pri-
da ciência moderna, dando ao leitor uma visão microscó- meiro, “Ensino e aprendizagem inovadores com tecnolo-
pica e macroscópica do universo. Organizado em quatro gias audiovisuais e telemáticas”, o autor aborda os proble-
partes: “Brincando com números”, que apresenta casos e mas do ensino e a educação com qualidade. O segundo,
histórias interessantes sobre o conhecimento e a magnitude “Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma
dos números naturais, as sucessivas ordens de infinito, os diferente”, destaca o papel da educação na formação de um
números imaginários etc.; “Espaço, tempo & Einstein”, que profissional competente e também de um cidadão crítico,
aborda dimensões e coordenadas, considerando o espaço autônomo e criativo. O terceiro, “Mediação pedagógica

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e o uso da tecnologia”, trata do uso da tecnologia como cuja referência fundamental foi a psicolinguística. Critica o
mediação pedagógica. uso do termo competência sem um conteúdo próprio. O
PERRENOUD, Phillipe. Dez novas competências para ensinar. livro ainda aborda a questão dos saberes e competências no
Porto Alegre: Artmed, 2000. mundo do trabalho, nas ciências cognitivas e a sociologia
O livro privilegia várias práticas utilizadas na escola, entre as das competências.
quais a prática reflexiva, a profissionalização, o trabalho em RUÉ, Joan. O que ensinar e por quê? Elaboração e desenvolvi-
equipe, as pedagogias diferenciadas. O autor define compe- mento de projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
tência como uma capacidade de mobilizar diversos recursos O livro trata dos currículos escolares, da influência acadê-
cognitivos para enfrentar uma situação, desenvolvendo ideias mica que sofrem e de certa inadequação que apresentam
sobre competências profissionais para ensinar. São também diante do conhecimento e condições do mundo atual.
desenvolvidas considerações e sugestões para a administra- Perante a ampla oferta de informações de hoje, a proposta
ção da heterogeneidade de uma turma, incluindo coopera- institucional parece ser ainda bastante restrita. O autor arti-
ção entre os alunos e trocas de experiências de aprendiza- cula o problema com a atuação do professor, suas deci-
gem entre eles. sões e a margem disponível para isso. O autor defende que
PERRENOUD, Phillipe. Pedagogia diferenciada: das intenções à sejam oferecidas ao aluno mais experiências de aprendiza-
ação. Porto Alegre: Artmed, 2000. gem, incluindo diversificação e o mundo do trabalho. Nesse
O autor aborda as associações entre contextos ou entre sentido, o modelo gerador do planejamento de ensino deve
domínios, que são a base para a transferência de conheci- selecionar os conteúdos visando a promoção de oportuni-
mentos, devendo fazer parte dos conhecimentos transmi- dade de desenvolvimento pessoal.
tidos pela escola. O autor cita práticas que podem desen- TAILLE, Yves de L. A indisciplina e o sentimento de vergo-
volver a capacidade de transferência, entre elas: reconstruir nha”. In: AQUINO, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na
objetivos, conteúdos e avaliação, aproximando-os de com- escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,
petências utilizáveis; propor tarefas e situações que prepa- 1996.
rem e exercitem a transferência. Trata ainda da distância O autor trata da indisciplina sob o prisma da moralidade
cultural na relação com o saber. Discute o problema de e do sentimento de vergonha. Uma autoimagem positiva
transformar os programas, para diminuir a distância que os é uma tendência vital, sendo a vergonha sempre temida e
separam das famílias populares, o que pode ser feito, por motivadora de escolha de condutas. O autor discute a rela-
exemplo, por situações de aprendizagem adequadas e per- ção entre vergonha, moral e conduta, uma abordagem rele-
cursos individualizados, dependendo também da maneira vante para os dias atuais, em que os limites entre público e
como o professor encara e organiza o currículo e o traba- privado se tornaram bastante tênues. Análises sobre nossa
lho escolar. sociedade apontam o declínio do homem público, a valo-
RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma rização individual da esfera íntima, interessando a cada um
docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2001. mais seu grupo de amigos do que a sociedade, o que res-
tringe o espaço da moralidade. Existe sempre um vínculo
A autora destaca a prática educativa relacionando-a à
entre disciplina em sala de aula e moral. Ambas colocam
Filosofia — reflexão que busca compreender a realidade e a
em jogo a relação do indivíduo com um conjunto de
didática. Para a autora, a tarefa fundamental da educação,
normas. Vários atos de indisciplina centram-se no des-
ao construir, reconstruir e socializar o conhecimento, é for-
respeito – pelo colega, pelo professor, pela instituição e
mar cidadãos, pessoas que possam atuar criativamente no
o espaço escolar, fator que preocupa muito os
contexto social e exercer seus direitos com competência,
educadores.
que pode ser definida como saber fazer bem o que é dese-
jável e necessário no espaço de cada profissão. A autora História da Matemática
comenta as dimensões técnica, estética, ética e política da
competência. Por fim, associa cidadania à felicidade, usando BAUMGART, John K. Álgebra. São Paulo: Atual, 1992. (Tópicos
o termo “felicidadania”, afirmando que essa associação se de história da Matemática para uso em sala de aula. v. 4.)
dá à medida que o exercício da cidadania é possibilitador O livro divide a história da Álgebra em duas fases: Álgebra
da experiência da felicidade. antiga ou elementar, que é o estudo de equações e méto-
dos de resolvê-las, e Álgebra moderna, também motivada
ROPÉ, F.; TANGUY, l. (Org.). Saberes e competências: o uso de tais
por soluções de equações, mas que levou ao estudo das
noções na escola e na empresa. Campinas: Papirus, 1997.
estruturas matemáticas, tais como grupos, anéis e corpos.
As autoras partem das reformas escolares realizadas na estu-
O livro inclui também pequenos textos detalhando resulta-
tura organizacional e no currículo, ocorridas na França por
dos algébricos significativos na construção da história dessa
volta de 1980, motivadas pela evolução dos conhecimen-
ciência.
tos e de novas relações entre escola e sociedade. Com base
em alguns aspectos das escolas técnicas, deu-se relevância BOYER, Carl B. Cálculo. São Paulo: Atual, 1992. (Tópicos de his-
à pedagogia dos objetivos, que visa formar competências, tória da Matemática para uso em sala de aula. v. 6)
sendo destacado o papel da avaliação, no qual o instru- A coleção salienta que a Matemática sempre esteve entrela-
mento dos descritores visa definir resultados a serem atin- çada com a história da civilização, sendo uma das alavancas
gidos em cada série e ciclo do universo escolar, contendo principais das transformações humanas. A primeira parte do
uma visão democrática deigual chance para todos. No pri- texto apresenta uma visão ampla do desenvolvimento histó-
meiro texto, a autora pondera sobre os riscos de perda de rico do cálculo; a segunda é formada por episódios impor-
sentido inerentes a esses processos de racionalização. Outra tantes da história do cálculo.
autora explora a questão do ensino da língua materna, o BOYER, Carl B. História da Matemática. 2. ed. São Paulo:
francês, nessa trajetória escolar dos saberes à competência, Edgar Blücher, 1999.

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A apresentação menciona que todo o conhecimento dispo- -história, na Mesopotâmia, e são identificados nas primei-
nível atualmente, inclusive o que nos parece trivial, resultou ras sequências numéricas relacionando comprimentos de
de esforço, erros, tentativas, discussões e trocas de experiên- sombras com horas do dia (que constituem a forma embrio-
cias. É um livro destinado a leigos, professores e estudantes. nária do conceito de função). Na segunda parte do livro,
Em 28 capítulos, o desenvolvimento da Matemática é mos- composta de pequenos textos, são abordados, entre outros
trado e contextualizado historicamente desde suas origens temas, o Almagesto, do grego Ptolomeu, em 13 volumes,
até o século XX. tratando do sistema ptolomaico, duração do ano, movi-
DAVIS, Harold T. Computação. São Paulo: Atual, 1992. mento do Sol, eclipses e resultados matemáticos como uma
(Tópicos de história da Matemática para uso em sala de tábua de cordas (que é aproximadamente uma tábua de
aula. v. 2.) senos), para ângulos de ½° a 180°, e ainda fórmulas equi-
O título, Computação, refere-se a todas as maneiras de calcu- valentes ao seno de diferença de dois ângulos ou ao seno
lar usadas pela humanidade: objetos concretos, dedos, escri- do ângulo metade.
tas, ábacos, máquinas de calcular e computadores. O livro
Documentos oficiais
descreve as necessidades humanas por números e cálculos,
partindo de atividades da vida cotidiana e da astronomia, Os documentos oficiais citados trazem orientações sobre meto-
abordando a evolução desses cálculos. dologia, alternativas didático-pedagógicas e subsídios teóri-
EVES, Howard. Geometria. São Paulo: Atual, 1992. (Tópicos cos e práticos voltados à educação brasileira e ao ensino da
de história da Matemática para uso em sala de aula. v. 3.) Matemática, destacando as novas tendências para essa área do
As origens da Geometria são muito remotas, provenientes conhecimento. São documentos que proporcionam um con-
da capacidade humana de reconhecer e comparar formas e junto de reflexões que alimentam a prática docente no processo
tamanhos. No início, com a chamada Geometria subcons- de construção do conhecimento dos alunos.
ciente, incluíram-se a percepção de distâncias, de formas BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e
planas e sólidas, de linhas retas e curvas. Em uma segunda Pesquisas Educacionais. Matrizes curriculares de referência do
etapa, chamada Geometria científica, inferiram-se certas pro- Saeb. 2. ed. Brasília: MEC/Inep, 1999.
priedades gerais. Já o desenvolvimento do cálculo deu ori-
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
gem à Geometria diferencial, pois ele se presta ao estudo de
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio.
curvas e superfícies. As Geometrias não euclidianas surgiram
Brasília: MEC/Semtec, 2002.
da constatação de que o axioma das paralelas, de Euclides,
era independente dos demais. Entre os tópicos especiais que BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média
seguem essa visão histórica geral, encontramos problemas e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: orientações educacio-
com régua e compasso, poliedros regulares, coordenadas nais complementares aos parâmetros curriculares nacionais.
polares. Ciência da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília:
MEC/Semtec, 2002.
GUNDLACH, Bernard H. Números e numerais. São Paulo:
Atual, 1992. (Tópicos de história da Matemática para uso Revistas
em sala de aula. v. 1.)
Gestos e figuras marcaram o registro inicial de quantidades, As revistas indicadas nessa seção propiciam a ampliação dos
que evoluiu com o uso de palavras faladas e, depois, com conhecimentos sobre conteúdos, estratégias e recursos didá-
os sistemas de numeração simbólicos. O autor destaca, a ticos aplicáveis ao ensino de Matemática.
evolução do sistema de numeração entre as várias civiliza-
ções. Entre os tópicos especiais que sucedem essa visão his-
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM REVISTA. São Paulo: Sociedade
tórica geral, encontramos detalhes sobre os vários sistemas
Brasileira de Educação Matemática (SBEM).
de numeração antigos, a infinitude de números primos, os
ternos pitagóricos, o último teorema de Fermat, números NOVA ESCOLA. São Paulo: Fundação Victor Civita.
algébricos e transcendentes. TEMAS E DEBATES. São Paulo: SBEM.
IFRAH, Georges. Os números: a história de uma grande inven- A Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM)
ção. São Paulo: Globo, 1989. tem como objetivos: buscar meios para desenvolver a for-
Muitas vezes, lemos que a numeração foi uma criação dos mação matemática, congregando profissionais e alunos
homens, ocorrendo em vários lugares e épocas, de modo envolvidos com a área de Educação Matemática ou com
descontínuo e hesitante, até que um sistema, passando áreas afins; promover o desenvolvimento desse ramo do
por transformações durante séculos, atingiu a perfeição e conhecimento científico, por meio do estímulo a atividades
sobrepôs-se aos outros, tornando-se universal. Essa história de pesquisa e de estudos acadêmicos; difundir informa-
é narrada com detalhes e de modo fascinante nesse livro. O ções e conhecimentos nas inúmeras vertentes da Educação
autor salienta se tratar de uma história anônima, feita pela Matemática.
e para a coletividade. Nem o inventor do zero ficou conhe- REVISTA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA. São Paulo: Sociedade
cido. Segundo o autor, a história dos algarismos indica que Brasileira de Matemática (SBM).
a inteligência é universal e salienta seu papel no desenvol- A Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) tem o pro-
vimento mental, cultural e coletivo da humanidade. pósito de incentivar o desenvolvimento da pesquisa e do
KENNEDY, Edward. Trigonometria. São Paulo: Atual, 1992. ensino da Matemática no Brasil. Estimular o ensino de qua-
(Tópicos de história da Matemática para uso em sala de lidade em todos os níveis, através da produção e divulga-
aula. v. 5.) ção de textos matemáticos; promover reuniões científicas
Na primeira parte, o autor descreve um panorama da his- periódicas e incentivar o intercâmbio entre profissionais de
tória da trigonometria, cujos primórdios perdem-se na pré- Matemática.

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8. Sugestões de leitura para desmatamentos, inversão térmica, buraco na camada de ozô-
o aluno nio e outros. A obra oferece ainda a possibilidade de atividades
interdisciplinares com Química. Uma leitura fundamental para
NIEDERAUER, Juliano; AGUIAR, Maria Fernanda C. de. Desafios alunos e professores do ensino médio.
e enigmas: uma forma descontraída de colocar à prova seu
TUNDISI, Helena da Silva Freire. Usos de energia: sistemas, fon-
raciocínio. São Paulo. Novera, 2008.
tes e alternativas — do fogo aos gradientes de temperatura
Por meio de um texto bem-humorado, os autores exploram
oceânicos. São Paulo: Atual, 2009.
desafios e enigmas matemáticos que estimulam a criação de
Os gastos com energia para manter as indústrias, os meios
estratégias de resolução e também divertem. São situações
de transporte, a iluminação das cidades, o funcionamento
que envolvem mais que conhecimentos matemáticos, mas
dos aparelhos eletroeletrônicos e de outros equipamentos
propiciam a aplicação de conteúdos como equações, siste-
são imensos. E de onde vem toda essa energia? As fontes
mas de equação, teoria dos conjuntos, análise combinatória,
de energia são inesgotáveis? O livro traz um breve histó-
probabilidade e outros. Para aprender e se divertir.
rico sobre as diferentes fontes de energia empregadas pelo
FRANCO, Silva Cintra. Para que tantos impostos? Dinheiro ser humano desde sua origem e trata das fontes atuais, sua
público e cidadania. São Paulo: Moderna, 2005. utilização, possibilidade de renovação e de continuidade de
Qual é a importância de conhecer os impostos que paga- uso. Uma leitura essencial para entender a época e a socie-
mos e como esse dinheiro é usado? Para responder a essa dade em que vivemos.
e a outras questões sobre esse assunto é que esse livro foi
escrito. Alguns temas discutidos na obra são: cidadania, uso
do dinheiro público, carga tributária, prestação de contas 9. Atividades para o
e outros. desenvolvimento do
BRUCE, Colin. Novas aventuras de Sherlock Holmes. Rio de pensamento científico
Janeiro: Jorge Zahar, 2003. O estudante do Ensino Médio pode entender os três estágios
O famoso detetive inglês Sherlock Holmes, criado pelo do pensamento científico: concreto, concreto-abstrato e abstrato,
escritor Arthur Conan Doyle, é a personagem que solu- considerando-se a abstração como o pensamento sobre um objeto
ciona os intrigantes casos narrados nesse livro. Mas não se ausente, que pode existir concretamente ou não. Para exemplificar
trata apenas de contos matemáticos, são histórias de mis- esses estágios, pode-se realizar a experiência a seguir.
tério e de crimes assustadores solucionados pelo mestre do
Estágio concreto
romance policial. O livro é muito interessante, pois demons-
tra como a argumentação pode ser útil na compreensão Apresentando uma caixa sob a forma de um paralelepípedo reto-
dos acontecimentos e na tomada de decisões que alteram -retângulo e 18 cubinhos “iguais”, em que cada um é considerado
o curso e o desfecho dos contos. É uma leitura divertida e uma unidade de volume u, pede-se o volume da caixa na unidade
estimulante. u, explicando que esse volume é igual à quantidade de cubinhos,
dispostos face a face, necessários para encher completamente
PAIXÃO, Walter. Aprendendo a raciocinar: lógica para iniciantes.
a caixa.
São Paulo: Humanitas, 2007.
O livro introduz o leitor na formação da argumentação e do
raciocínio. O texto é objetivo e adequado ao aluno de ensino

FAUSTINO
médio, sendo de fácil compreensão. É uma obra que possibi-
lita o trabalho fundamentado na construção de argumentos
que tenham coerência, sentido e se justifiquem pelo desen-
volvimento das ideias selecionadas. Traz enigmas e proble-
mas lógicos com as respectivas respostas. Possibilita ainda o
u
trabalho interdisciplinar com Filosofia.
PERELMANN, I. Aprenda álgebra brincando. São Paulo: Hemus,
2001.
Essa obra auxilia o professor a ilustrar sua aula por meio de Estágio concreto-abstrato
atividades práticas, apresentadas por meio de uma aborda- Para calcular o volume da caixa, dispõe-se uma camada de
gem didática e interessante, que deixa de lado as questões 15 cubinhos no fundo da caixa, conforme a figura, sobrando apenas
teóricas mais difíceis. O autor selecionou um grande número 3 cubinhos fora da caixa.
de problemas funcionais ou curiosos, totalmente resolvidos,
discutidos e ilustrados, como: o idioma da álgebra, as equa-
ções de Diofanto, equações do segundo grau, progressões
FAUSTINO

e muitos outros.
SCARLATO, Francisco Capuano; POTIN, Joel Arnaldo. Do nicho
ao lixo. São Paulo: Atual, 2009. (Série Meio Ambiente.)
O livro aborda assuntos relevantes para a época atual, desde
as fontes poluidoras, como os combustíveis fósseis, até os
problemas gerados pelo acúmulo de lixo e o que fazer com
ele. Além disso, os autores discutem outras questões essen-
ciais para a atualidade, como o gerenciamento do processo Observa-se que, embora não haja cubinhos suficientes para
técnico, econômico e social que gera os impactos ambien- encher a caixa, é possível calcular o número de cubinhos necessá-
tais. Assim, ampliam-se os conhecimentos sobre chuva ácida, rios para isso. Inicia-se, então, um raciocínio concreto-abstrato: em

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cada camada podem ser dispostos 15 cubinhos; como são possíveis Planos perpendiculares
4 camadas, conclui-se que o volume da caixa é 60 u.

A
FAUSTINO

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
Estágio abstrato
Propõe-se como atividade o cálculo do volume de uma caixa Retas reversas
em forma de paralelepípedo reto-retângulo de dimensões 10 m por r
6 m por 5 m, considerando como unidade u de volume um cubo
de 1 m de aresta.
A resolução desse problema exige a abstração dos objetos con-
cretos disponíveis anteriormente. Para a maioria dos alunos surge
aí a necessidade de uma representação esquemática do objeto. É o
momento oportuno para falar da importância das representações.
Pode-se exemplificar mostrando representações esquemáticas
s
na Geometria e na Álgebra.
• Na Geometria representamos o ponto, a reta e o plano,
respectivamente, por uma pequena marca feita com a ponta
Os paralelepípedos auxiliares não devem ser apagados do dese-
do lápis; por um traço feito com o auxílio de uma régua; e
nho. Sua presença contribui para um estudo posterior.
por um paralelogramo.
A utilização do paralelepípedo na representação de retas e
planos no espaço vai além da simples representação; ela auxilia no
entendimento de propriedades e na resolução de problemas que
envolvem retas e planos no espaço tridimensional.
FAUSTINO

Por exemplo, considere a figura a seguir representando uma reta


r perpendicular ao plano a em A; uma reta s contida em a e passando
por A; uma reta t contida em a e perpendicular a s em B, com B não
coincidente a A; e uma reta u passando por B e concorrente com r.
Prove que u é perpendicular a t.
• Na Álgebra, também são utilizadas representações esquemá-
ticas como as equações, por exemplo.
r
“Equacionar significa traduzir um determinado problema u
para a linguagem algébrica, ou seja, para a linguagem das
fórmulas matemáticas.” (Isaac Newton)
t
Esse tipo de representação esquemática é trabalhado, por exem-

FAUSTINO
plo, no capítulo 2 do volume 1.
Apresentamos a seguir algumas sugestões de procedimentos e
atividades que podem auxiliar o desenvolvimento do pensamento A
A B s
científico.

Atividade I: Propor o uso do paralelepípedo reto-retângulo na


representação de retas e planos no espaço tridimensional como
facilitador da visualização desses objetos e da compreensão das
propriedades relacionadas a eles. Vamos utilizar um paralelepípedo auxiliar para nos ajudar nessa
prova:
Para representar na folha do caderno as retas e os planos do
espaço tridimensional, é conveniente esquematizar, inicialmente, um
paralelepípedo e, a partir dele, destacar os objetos que queremos r
u
representar; por exemplo:

Planos paralelos
FAUSTINO

B t
FAUSTINO

A
A
A B s

15

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A reta t é perpendicular ao plano b (pois contém uma aresta Completando um quadrado de lado medindo x 1 2, temos:
do paralelepípedo perpendicular a b); logo, qualquer reta de b que
concorra com t é perpendicular a t. Como u y b e u concorre com
1
t, concluímos que u é perpendicular a t.

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
1
Atividade II: Propor a construção ou a interpretação de desenhos
que esquematizem situações descritas em enunciados de problemas, x x2
teoremas ou propriedades.
x 1
Vejamos dois exemplos. 1
1) No projeto de uma estrada, um engenheiro prevê que uma

curva terá o formato de um arco de circunferência AB, de raio
500 m. Com essa curva, a estrada muda de direção em 30°. A área dessa nova figura, que é expressa por (x 1 2)2, é igual à
área da figura anterior (12) mais 4 unidades, isto é:
a) Faça um desenho que esquematize essa situação.
b) Calcule o comprimento da curva. (x 1 2)2 5 16, ou seja,
No item a, espera-se que o aluno construa o esquema: x 1 2 5 64 , portanto,
x 5 2 ou x 5 26
30°
Embora apenas a raiz positiva possa ser considerada como a
B
medida do lado do quadrado, o processo ofereceu também a raiz
A
negativa da equação. (Aqui cabe a famosa frase de D’Alembert:
“A álgebra é generosa; frequentemente ela dá mais do que se lhe
500 m pediu.”).
Por outro lado, nem sempre uma equação do 2º- grau admite
uma raiz positiva, portanto, não se pode interpretá-la como no caso
A
anterior. Por exemplo, na equação x2 1 6x 1 8 5 0 não podemos
interpretar a expressão x2 1 6x como uma soma de áreas, pois temos
O uma soma negativa: x2 1 6x 5 28; por isso recorremos ao registro
algébrico, abstraindo da figura que nos auxiliou anteriormente.
2) O triângulo ABC a seguir é isósceles de base BC e M é ponto Completamos um trinômio quadrado perfeito no primeiro membro,
médio da base. Determine a medida x, descrevendo o seu adicionando 9 a ambos os membros:
raciocínio.
x2 1 6x 1 9 5 28 1 9, ou seja,
A
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

(x 1 3)2 5 1, ou, ainda,


x 1 3 5 61, portanto,
35°
x 5 22 ou x 5 24

Atividade IV: Ao estudar um objeto em um determinado registro


x
(numérico, algébrico ou geométrico), apresentar diferentes pontos
B M C
de vista.
Espera-se que o aluno redija um texto como: Por exemplo, a inequação x2 2 5x 1 6 . 0 pode ser resolvida,
no conjunto dos reais, dos dois modos a seguir.
A mediana AM coincide com a bissetriz interna relativa ao vértice

A e coincide com a altura relativa a esse vértice; logo, m(BAM) 5 35° 1o modo: Fatorando o polinômio x2 2 5x 1 6 e resolvendo a

e m(AMB) 5 90°. Assim, temos: inequação-produto (x 2 2)(x 2 3) . 0:

x 1 90° 1 35° 5 180° Æ x 5 55° 2 3


x
Atividade III: Transitar pelos campos numérico, algébrico e f � � �
NEIDE TOYOTA

geométrico, apresentando pelo menos dois registros na represen-


tação de um objeto. g � � �

Vejamos um exemplo da aplicação de mais de um registro para


f�g � � �
o entendimento de um objeto.
Para resolver a equação do 2º- grau x2 1 4x 2 12 5 0, que 2 3 x
é equivalente a x2 1 4x 5 12, podemos considerar a expressão
x2 1 4x como a soma da área de um quadrado de lado medindo x
com as áreas de quatro retângulos de dimensões x e 1: Logo: S 5 {x Ñ R [ x , 2 ou x . 3}

2o modo: Estudando a variação de sinal da função


1 f(x) 5 x2 2 5x 1 6 por meio do seu gráfico:
1
FAUSTINO

x + +
2 – 3 x
x 1
1
Logo: S 5 {x Ñ R [ x , 2 ou x . 3}

16

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Atividade V: Apresentar os assuntos de modo que os alunos
façam suas próprias descobertas.
Veja o exemplo.
Escrevendo na lousa a expressão 2x2 1 6x, o professor propõe um
jogo: cada um de nós vai atribuir um valor a x. O vencedor será aquele

FAUSTINO
que conseguir o maior valor numérico para essa expressão.
Espera-se que algum aluno perceba que basta atribuir a x a abscissa
do vértice da parábola. Se nenhum aluno perceber, então o professor
atribui o valor e vence o jogo.
A seguir, o professor desafia a classe, dizendo que vai dar uma
nova chance. Escreve no quadro a expressão 2x2 1 8x e recomeça
o jogo, só que dessa vez desenha o gráfico e, a cada valor atribuído
a x pelos alunos, marca a abscissa x sugerida e a ordenada corres-
pondente y 5 2x2 1 8x, por exemplo (2, 12).
Provavelmente algum aluno vai tentar resolver esse problema
desenhando 31 dominós sobre a figura e, constatando a impos-
y
sibilidade, vai afirmar que 31 dominós não cobrem essa parte do
tabuleiro. Nesse momento, o professor pergunta ao aluno: você
tentou todas as disposições possíveis? Não é porque a disposição
12
escolhida não cobriu a figura que se pode garantir que não exista
uma que a cubra.
Há duas maneiras de resolver esse problema: a primeira é testar,
FAUSTINO

uma a uma, todas as disposições possíveis dos 31 dominós sobre


essa parte do tabuleiro, até encontrar uma disposição que cubra a
figura ou até esgotar todas as disposições possíveis sem encontrar
uma que cubra a figura; a segunda maneira é por meio de uma
0
demonstração (uma argumentação lógica) que, apesar de não testar
2 8 x
todas as disposições, garanta a possibilidade ou a impossibilidade
da cobertura.
Para resolver esse problema por meio de uma demonstração,
podemos raciocinar do seguinte modo: cada dominó cobre exata-
Com essa discussão, espera-se que o aluno descubra sozinho
mente uma casa branca e uma preta; portanto, 31 dominós cobririam
que o valor máximo da função é obtido ao se atribuir a x a abscissa
31 casas brancas e 31 casas pretas. Como foram retiradas do tabuleiro
do vértice da parábola.
2 casas pretas, a parte remanescente ficou com 30 casas pretas e
Atividade VI: Trabalhar atividades lúdicas com o propósito de 32 brancas, conclui-se então que 31 dominós não cobrem essa parte
estudar um conceito matemático. remanescente do tabuleiro.
As atividades lúdicas sempre fazem sucesso em sala de aula, por
isso deve-se aproveitá-las. É necessário, porém, selecionar aquelas Atividade VII: Provocar questionamentos.
que tenham consequências relevantes no pensamento matemático. Quando o professor provoca uma dúvida, está utilizando um
A seguir, apresentamos um exemplo. dos recursos mais eficientes no processo de ensino e aprendizagem.
Para que o aluno compreenda o que é uma demonstração Por exemplo, ao iniciar o estudo das inequações-produto (antes do
matemática, o professor pode propor o seguinte problema: um estudo da função polinomial do 2º- grau), o professor escreve na lousa
tabuleiro de xadrez é composto de 64 casas quadradas, 32 pretas a expressão (2x 2 10)(2x 1 3) e pergunta à classe:
e 32 brancas. Cada dominó cobre exatamente duas casas adja- • Para x 5 5 esse produto é positivo, negativo ou nulo?
centes, podendo ser colocado com um lado paralelo a qualquer
• Para x 5 2 esse produto é positivo, negativo ou nulo?
lado do tabuleiro.
• Para x 5 4 esse produto é positivo, negativo ou nulo?

Até esse momento, o aluno substitui a variável x pelo valor


numérico e efetua a multiplicação, respondendo sem dificuldade.
Então, o professor começa a provocar os primeiros questionamentos,
com as seguintes perguntas:
• Para x 5 53 esse produto é positivo ou negativo?
FAUSTINO

5
• Para x 5 esse produto é positivo ou negativo?
71
As questões que surgirão nesse momento fazem parte do
processo. O professor deve orientar a discussão para que os alunos
percebam que não é necessário efetuar o produto; basta verificar o
sinal de cada fator e aplicar a regra de sinais.
A discussão deverá ficar ainda mais acalorada quando o professor
Nessas condições, 32 dominós cobrem totalmente o tabuleiro. pedir aos alunos que determinem todos os valores reais de x para
Retirando-se duas casas diagonalmente opostas desse tabuleiro, os quais esse produto é positivo.
conforme a figura a seguir, pode-se afirmar que 31 dominós cobrem Podem surgir questões como: os valores devem ser testados
totalmente essa parte remanescente? um por um?

17

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Depois de discutir as dificuldades levantadas, o professor apre- III. Desdobra-se o triângulo
senta uma maneira de resolver o problema por meio dos gráficos da figura 2, retornando-
das funções f(x) 5 2x 2 10 e g(x) 5 2x 1 3. -se ao paralelogramo da CA
Veja essa resolução no item 5 do capítulo 6, no volume 1. figura 1. A seguir, dobra- B
Em seguida, o professor apresenta o algoritmo (quadro de sinais) -se o paralelogramo de

PAULO MANZI/CID
para a resolução desse tipo de inequação. modo que o ponto C
coincinda com o ponto M
Atividade VIII: Estimular o uso da intuição e ao mesmo tempo A, observando-se que o
questioná-la. segmento MC coincide
Grande parte das descobertas matemáticas necessitou de uma com o segmento MA; D Figura 3
boa dose de intuição, porém a intuição deve vir acompanhada de com o que se conclui
uma argumentação lógica que a sustente. Pierre de Fermat, mate- que M é ponto médio da
mático dotado de uma intuição invejável, tropeçou ao confiar apenas diagonal AC (figura 3).
na intuição e conjecturar, por volta de 1630, que todo número da
n
forma 22 1 1 é primo para qualquer número natural n. Um século Constata-se, então, que o ponto comum às diagonais de
mais tarde, o matemático Leonhard Euler provou que para n 5 5 um paralelogramo é ponto médio de cada diagonal.
esse número é composto, ou seja, não é primo.
• Propriedades das diagonais A
É importante apresentar alguns exercícios que contrariem a de um losango
intuição. Por exemplo:
Uma fita de 1 m de comprimento é cortada em três pedaços I. Recorta-se um losango
iguais. qualquer ABCD em uma
a) Dê o número na forma decimal que representa a medida, folha de papel translú-
em metro, de cada pedaço. cido e desenham-se as
diagonais AC e DB, cujo D B
b) Qual é a soma desses números que representam as medidas, M
em metro, dos três pedaços? ponto comum é M (figu-
ra 1).
O item b contraria a intuição e, por isso, merece uma argumen-
tação capaz de convencer o aluno de que 0,9999... é igual a 1. Um
1 Figura 1
argumento possível é: cada pedaço representa da fita; logo, a
3 C
1 1 1
soma dos três pedaços é: 1 1 51 A
3 3 3
II. Dobra-se o losango de
Atividade IX: Propor seminários.
modo que o ponto D

FOTOS: PAULO MANZI/CID


O seminário oferece a oportunidade do trabalho em grupo, o coincida com o ponto B
que favorece a discussão e a reflexão sobre diferentes ideias a res- (figura 2), e dobra-se o
peito do mesmo objeto. O discurso social é essencial para mudar triângulo assim obtido M BD
ou reforçar conceitos. de modo que C coincida
Os resultados são realmente significativos, em termos de apren- com A (figura 3).
dizagem, quando o seminário estimula a criatividade dos estudantes
no sentido da representação de objetos matemáticos por meio de Figura 2
construções de objetos concretos. C
Para exemplificar, vamos citar algumas experiências realizadas
por meio de dobraduras:
III. Após o procedimento II, AC
• Propriedade das diagonais de um paralelogramo observa-se que:

I. Recorta-se um paralelo- – o segmento MD coin-


A cide com o segmen-
gramo qualquer ABCD B
em uma folha de papel to MB, e MC coincide
com MA; com o que se
translúcido e desenham-
conclui que M é ponto
-se as diagonais AC e DB, M BD
M médio das diagonais
cujo ponto comum é M Figura 3
DB e AC.
(figura 1).
FOTOS: PAULO MANZI/CID

D C – os ângulos AM
c c
B, AM c
D, CM c
B e CMD coincidem e, como
a soma das medidas desses ângulos é 360°, concluímos
Figura 1
que cada um deles mede 90°.
II. Dobra-se o paralelo-
A – os ângulos MAcB, MAcD, MCcB e MCcD coincidem, com
gramo de modo que o BD
o que concluímos que as diagonais do losango estão
ponto D coincida com
contidas nas bissetrizes dos ângulos internos.
o ponto B, observando-
-se que o segmento MD Constata-se, então, que as diagonais de um losango
coincide com o segmen- M interceptam-se perpendicularmente no ponto médio de cada
to MB; com o que se uma e estão contidas nas bissetrizes dos ângulos internos.
conclui que M é ponto
médio da diagonal DB C • Construção de uma parábola
(figura 2). Figura 2 I. Desenha-se em uma folha de papel translúcido uma reta
e um ponto que não pertence a ela. (Essa reta e esse

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ponto são chamados, respectivamente, de diretriz e foco 10. Considerações sobre a
da parábola.) organização do volume
Nos capítulos deste volume enfatizamos uma das mais eficientes
PAULO MANZI/CID formas de raciocínio matemático: a utilização de mais de um registro
de representação no estudo de um objeto matemático. Por exem-
plo, nos casos em que apenas o uso de régua e compasso – registro
geométrico – não foi suficiente para a resolução de problemas, a
Geometria analítica – registro algébrico – surgiu, contribuindo para
que problemas milenares fossem resolvidos, como o traçado da reta
tangente por um ponto de uma curva.
Com o objetivo de oferecer uma visão sistêmica da Matemática,
os capítulos foram organizados conforme descrito a seguir.
O tema noções de Estatística, apresentado no capítulo 1, além
de oferecer ao aluno um conjunto de ideias e procedimentos que
capacitem a interpretar dados apresentados em diferentes linguagens
e representações na mídia ou em outros meios de comunicação,
tem a finalidade de fornecer uma fundamentação científica para a
tomada de decisões que exijam a comparação de distribuições de
frequência.
Os capítulos 2 a 6, sobre Geometria analítica, têm por finalidade
II. Dobra-se a folha em torno de um vinco de modo que a
tratar algebricamente as propriedades e os elementos geométricos,
semirreta dobrada passe pelo ponto.
proporcionando ao aluno a oportunidade de conhecer novos regis-
tros de representação para o estudo da Geometria clássica.
PAULO MANZI/CID

O capítulo 7, referente aos números complexos, tem por fi-


nalidade ampliar o campo numérico, apresentar as operações no
conjunto dos números complexos como extensões das operações
no conjunto dos números reais e representar geometricamente os
elementos do conjunto dos números complexos.
O capítulo 8, que trata dos polinômios, visa à apresentação de
uma “nova” estrutura algébrica, que será ampliada no capítulo 9,
sobre equações algébricas, que objetiva a ampliação do estudo das
equações polinomiais.

• Desdobra-se a folha e faz-se outra dobra em torno de outro


vinco, de modo que a semirreta dobrada passe pelo ponto.
Repetimos esse procedimento várias vezes. Esses vincos serão
tangentes a uma parábola. Quanto mais dobras forem feitas,
mais visível ficará a parábola.
PAULO MANZI/CID

19

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11. conteúdos e objetivos específicos dos capítulos

Capítulo 1 – Noções de Estatística


Conteúdo Objetivos

1. O
 que é Estatística Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
2. C
 onceitos preliminares • conceituar população, amostra, frequência e frequência relativa;
3. D
 istribuição de frequência • separar uma amostra de números em classes;
4. M
 edidas estatísticas
• construir tabelas de distribuição de frequência;
• representar uma distribuição de frequência em gráfico de linha, gráfico de barras
(horizontais e verticais) e gráfico de setores;
• construir e interpretar histogramas de uma distribuição de frequência de classes
não unitárias;
• conceituar média aritmética, mediana e moda, e aplicar esses conceitos na
resolução de problemas;
• conceituar desvio absoluto médio, variância e desvio padrão, e aplicar esses
conceitos na resolução de problemas.

Capítulo 2 – Geometria analítica: ponto e reta


Conteúdo Objetivos

1. A
 origem da Geometria analítica Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
2. D
 istância entre dois pontos • calcular a distância entre dois pontos;
3. P
 onto médio de um segmento • obter o ponto médio de um segmento;
de reta
• identificar, graficamente, a inclinação de uma reta no plano cartesiano;
4. A
 s bissetrizes dos quadrantes e
as retas horizontais e verticais • calcular o coeficiente angular de uma reta não vertical, conhecendo sua inclinação
ou as coordenadas de dois de seus pontos;
• verificar se três pontos do plano cartesiano são ou não colineares;
• obter a equação de uma reta, conhecendo seu coeficiente angular e as
coordenadas de um de seus pontos;
• obter as equações das retas bissetrizes dos quadrantes e de retas horizontais e retas
verticais.

Capítulo 3 – Formas da equação da reta, paralelismo e perpendicularidade


Conteúdo Objetivos

1. Formas de equação da reta Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
2. Equação geral da reta • representar qualquer reta do plano cartesiano por meio de uma equação geral;
3. Equação reduzida da reta • determinar as coordenadas do ponto de intersecção de duas retas concorrentes;
4. Equações paramétricas da reta
• representar qualquer reta não vertical do plano cartesiano por meio da equação
reduzida, interpretando, geometricamente, o coeficiente de x (coeficiente angular)
e o termo independente (coeficiente linear);
• expressar a equação geral de uma reta não vertical na forma reduzida;
• reconhecer a posição relativa de duas retas não verticais a partir de seus
coeficientes angulares;
• determinar a perpendicularidade entre duas retas não verticais a partir de seus
coeficientes angulares;
• reconhecer a perpendicularidade entre duas retas, sendo uma delas vertical;
• determinar uma equação de uma reta perpendicular a uma reta dada;
• expressar as equações paramétricas de uma reta na forma geral ou na reduzida.

20

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Capítulo 4 – Complementos sobre o estudo da reta
Conteúdo Objetivos

1. Introdução Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:


2. Distância entre ponto e reta • calcular a distância de um ponto a uma reta;
3. A
 plicação de determinantes na • calcular, por meio de um determinante de terceira ordem, a área de um triângulo,
Geometria analítica conhecidas as coordenadas de seus vértices;
4. C
 ondição de alinhamento de
• verificar, por meio de um determinante de terceira ordem, se três pontos estão
três pontos
alinhados ou não;
5. R
 epresentação gráfica de uma
inequação do 1o grau • obter, por meio de um determinante de terceira ordem, a equação de uma reta a
partir de dois de seus pontos;
• representar graficamente uma inequação do 1o grau;
• representar graficamente as soluções de um sistema de inequações do 1o grau.

Capítulo 5 – Equações da circunferência


Conteúdo Objetivos

1. E quação reduzida de uma Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
circunferência • obter a equação reduzida de uma circunferência, conhecendo o raio e as
2. E quação geral de uma coordenadas do centro dessa circunferência;
circunferência • determinar o raio e as coordenadas do centro de uma circunferência a partir da
3. P osições relativas entre um equação reduzida dessa circunferência;
ponto e uma circunferência
• obter a equação geral de uma circunferência, conhecendo o raio e as coordenadas
4.Posições relativas entre uma reta
do centro dessa circunferência;
e uma circunferência
• determinar o raio e as coordenadas do centro de uma circunferência, a partir da
equação geral dessa circunferência;
• reconhecer se uma equação do tipo Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0, nas variáveis x e y,
representa ou não uma circunferência;
• reconhecer a posição relativa entre um ponto e uma circunferência;
• reconhecer a posição relativa entre uma reta e uma circunferência;
• determinar a coordenada do(s) ponto(s) de intersecção de uma reta com uma
circunferência.

Capítulo 6 – As cônicas: elipse, hipérbole e parábola


Conteúdo Objetivos

1. O que é uma figura cônica Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
2. E lipse • definir elipse a partir de uma propriedade comum a todos os seus pontos;
3. H ipérbole • identificar e calcular a equação reduzida de uma elipse;
4. Parábola
• esboçar o gráfico de uma elipse;
• definir hipérbole a partir de uma propriedade comum a todos os seus pontos;
• identificar e calcular a equação reduzida de uma hipérbole;
• esboçar o gráfico de uma hipérbole;
• definir parábola a partir de uma propriedade comum a todos os seus pontos;
• identificar e calcular a equação reduzida de uma parábola;
• esboçar o gráfico de uma parábola.

21

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Capítulo 7 – Conjunto dos números complexos
Conteúdo Objetivos

1. A escalada do número Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:


2. N
 úmero complexo • conceituar número complexo e representá-lo na forma algébrica;
3. O
 perações elementares com • operar com números complexos na forma algébrica;
números complexos
• calcular potências de expoente inteiro de i e de números complexos na forma
4. P
 otências de números
a + bi, sendo a e b números reais;
complexos com expoentes
inteiros • interpretar geometricamente um número complexo;
5. R
 epresentação geométrica • calcular o módulo de um número complexo;
do conjunto dos números
• aplicar as propriedades dos módulos de um número complexo;
complexos
6. M
 ódulo de um número • determinar o lugar geométrico dos afixos dos números complexos que satisfazem
complexo uma determinada propriedade;
7. C
 oordenadas polares no plano • determinar as coordenadas polares de um número complexo;
complexo • calcular o argumento de um número complexo;
8. O
 peração com números
• representar um número complexo na forma trigonométrica;
complexos na forma
trigonométrica • operar com números complexos na forma trigonométrica;
• aplicar o teorema De Moivre.

Capítulo 8 – Polinômios
Conteúdo Objetivos

1. O
 s polinômios na Economia Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:
2. P
 olinômios com uma variável • reconhecer um polinômio;
3. Fração polinomial • determinar o grau de um polinômio não identicamente nulo;
4. D
 ivisão de polinômios por
• calcular o valor numérico de um polinômio;
binômios do 1o grau
• aplicar o conceito de identidade de polinômios;
• efetuar adições, subtrações e multiplicações com polinômios;
• dividir polinômios pelo método da chave;
• aplicar o teorema do resto e o de D’Alembert;
• aplicar o conceito de identidade de frações polinomiais;
• verificar se um polinômio P(x) é divisível por kx – a, com k  0;
• aplicar o dispositivo prático de Briot-Ruffini na divisão de um polinômio P(x) por
kx – a, com k  0.

Capítulo 9 – Equações polinomiais


Conteúdo Objetivos

1. Um pouco de história Ao final do capítulo, o aluno deve estar preparado para:


2. E quações polinomiais • reconhecer uma equação polinomial;
3. T eorema fundamental da • determinar o grau de uma equação polinomial;
Álgebra
• obter as raízes de uma equação polinomial;
4. Teorema da decomposição
5. Teorema das raízes imaginárias • obter as raízes de uma equação do 3o grau, conhecendo uma delas;
6. Teorema das raízes reais • aplicar o teorema fundamental da Álgebra e o teorema da decomposição;
7. Relações de Girard
• determinar a multiplicidade de uma raiz de uma equação polinomial;
• aplicar o teorema das raízes imaginárias e o teorema das raízes racionais;
• aplicar as relações de Girard em equações polinomiais.

22

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12. SUGESTÕES PARA O O segmento QT tem medida  mn.
DESENVOLVIMENTO DOS T

FAUSTINO
CAPÍTULOS

Capítulo 1 m n
P Q S
CCNoções de estatística
• Média harmônica de n números x1, x2, x3, ..., xn, todos
I. Escolhendo cinco alunos da classe, pede-se o número de diferentes de zero, é o número H, tal que:
pessoas que moram na casa de cada um (ou a nota de cada
1
um na última prova). Anotando esses números na lousa, H5
1 1 1 1
ordenadamente, pode-se definir rol. 1 1 1 ... 1
x1 x2 x3 xn
II. Escolhendo 10, 20 ou 25 alunos, pede-se a estatura de cada n
um, em centímetro (essa escolha do número de alunos Aplicação
tem o objetivo de facilitar o cálculo da frequência relativa). Um homem viaja da cidade A para a cidade B, à veloci-
Anotando na lousa as estaturas dos alunos, em centímetro, dade média de 60 km/h. Na viagem de volta, de B para
pode-se definir classe unitária, construindo a tabela de A, pelo mesmo caminho, o homem viaja à velocidade
distribuição de frequência relativa. média de 100 km/h. Determine a velocidade média de
Representar a tabela construída por meio dos gráficos: de li- toda a viagem, de ida e volta.
nha, de barras horizontais, de barras verticais e de setores.
Resolução
III. A partir da tabela de distribuição de frequência da estatura Sendo d a distância, em quilômetro, entre as cidades A
dos alunos, conceituar classe não unitária, amplitude de e B, temos que:
classe e histograma. d
I) O tempo t1, em hora, gasto na ida foi t1 5 .
Ressaltar que: 60
• os extremos de uma classe não precisam necessariamente d
II) O tempo t2, em hora, gasto na volta foi t2 5 .
pertencer à amostra; 100
ds
• podemos construir histogramas com classes de ampli- A velocidade média vm é definida como vm 5 . Logo,
tudes diferentes, porém, nesse caso, a altura de cada dt
temos:
retângulo não será a frequência da classe (a altura de cada 2d 2
F vm 5 5 ⇒ vm 5 75 km/h
retângulo será em que F e dx são, respectivamente, a d d 1 1
dx 1 1
60 100 60 100
frequência e a amplitude da classe; por isso, é mais simples
adotar a mesma amplitude para todas as classes). Note que vm é a média harmônica entre as velocidades
60 km/h e 100 km/h.
CCMedidas de posição
I. Observe, no exemplo da p. 16 do livro do aluno, CCMedidas de dispersão
que cada escolha está fundamentada em uma argu- É importante que o aluno compreenda que as medidas de disper-
mentação lógica e convincente. Em estatística, esses são mostram o quanto dos dados numéricos de uma amostra se
três números escolhidos são chamados, respectivamen- distanciam entre si ou o quanto eles se distanciam de um valor
te, de moda, mediana e média aritmética da amostra prefixado como, por exemplo, da média aritmética. A aplicação
de números. No tipo de escolha desse exemplo, é usual mais importante dessas medidas é a comparação da dispersão
adotar-se a média aritmética, 940, como o valor represen- de duas amostras, geralmente com o objetivo de se determinar
tativo da amostra. Porém, dependendo da situação, a moda a mais regular (com menor dispersão). Enfatizar que a compara-
ou mediana podem ser a melhor escolha. ção da dispersão de duas amostras pode ser feita com o desvio
absoluto médio, com a variância ou com o desvio padrão.
II. Pode-se fazer um aprofundamento no estudo das médias.
• Média geométrica de n números positivos x1, x2, x3, ..., CCO texto a seguir o ajudará no desenvolvimento do conteúdo
xn é o número g, tal que: do capítulo.

g5
n
x1  x2  x3  ...  xn Texto Fazendo médias

Aplicação Em 1985, o governo decidiu que a correção monetária a ser


utilizada mensalmente para reajustar os salários e depósitos em
Dados os segmentos AB de medida m e o segmento
cadernetas de poupança seria tomada como média geométrica
CD de medida n, construa, com régua e compasso, um
das taxas de inflação dos três meses anteriores. Poucos anos
segmento QT cuja medida seja a média geométrica entre
antes, no governo anterior, um diretor do IBGE se demitiria por
m e n, isto é, QT 5  mn
não concordar com a ordem de usar a média geométrica em
Resolução vez da aritmética (de 2 meses apenas) em situação análoga.
I) Constroem-se dois segmentos consecutivos e colinea- Por que essa preocupação em torno de um processo ou
res, PQ e QS, de medidas m e n, respectivamente. outro de média, a ponto de custar a alguém seu emprego?
Sendo a média geométrica (principalmente para mais de dois
II) Constrói-se uma semicircunferência de diâmetro números) bem mais difícil de calcular do que a média aritmé-
PS. tica, por que essa preferência comum de dois governos tão
III) Pelo ponto Q, traça-se a perpendicular a PS que antagônicos? Mero desejo de complicar a vida do cidadão?
encontra a semicircunferência em T. Complicar, exatamente, não. Quer dizer: não somente.

23

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• •
Tirar-nos mais dinheiro, sim. De que modo?
A média aritmética A e a média geométrica G dos números Dados x . 0 e y . 0, construímos um círculo cujo
positivos x1, ..., xn são definidas pelas igualdades (x 1 y)
diâmetro é x 1 y. Seu raio será A 5 . Segundo
x 1 ... 1 xn 2
A5 1 e G 5 n x1  x2  ...  xn reza Euclides (de Alexandria), “em todo triângulo retân-
n
419 gulo, a altura baixada do vértice do ângulo reto sobre
Por exemplo, a média aritmética de 4 e 9 é A 5 5
2 a hipotenusa é média geométrica entre os segmentos
5 6,5 enquanto a média geométrica é G 5  4 3 9 5  36 5 que ela determina sobre essa hipotenusa”. Sabemos
5 6. Se os números dados forem 2, 5 e 100 teremos também que todo triângulo inscrito num círculo, tendo
2 o diâmetro como um de seus lados, é um triângulo
A 5 35 e G 5 10.
3 retângulo, cuja hipotenusa é o referido diâmetro. Na
Para fazermos jus aos seus nomes, as médias aritmética e figura acima, G é a altura do triângulo, A é a mediana
geométrica estão compreendidas entre o menor e o maior e daí G < A. A igualdade ocorre quando a altura e a
dos números dados. Mas, como se nota nos exemplos aci- mediana coincidem, logo x 5 y.
ma, a média aritmética parece ser sempre maior do que a Terceira
geométrica. No segundo exemplo, a diferença entre uma x�y
e outra é bem grande. Se esta desigualdade for um fato
geral, entenderemos a preferência pela média geométrica, x
y
quando se trata de nos pagarem.

NEIDE TOYOTA
Será que a média geométrica é, em todos os casos, menor
do que a aritmética? Bem, há pelo menos um exemplo em
que as duas coincidem. É quando os números dados são
todos iguais. Neste caso, qualquer média que se tome (há
outras, além das duas que estamos considerando) tem sem-
pre o mesmo valor: é igual aos números que são propostos.
Figura 2
Esta é, porém, a única exceção. Se os números positivos
x1, ..., xn não forem todos iguais, tem-se G , A sempre.
Forme um quadrado de lado  x 1 y justapondo quatro
Como se prova isto? triângulos retângulos congruentes, cada um deles tendo
A desigualdade entre as médias aritmética e geométrica é catetos  x ,  y e hipotenusa  x 1 y . (O Teorema de
um dos resultados mais demonstrados da Matemática. (Mas
Pitágoras garante que, sendo  x e  y os catetos, a
não tanto quanto o Teorema de Pitágoras.) Há demons-
hipotenusa deve medir  x 1 y .) A área do quadrado,
trações de vários tipos, de diversos graus de sofisticação e
x 1 y, é maior do que ou igual a quatro vezes a área
baseadas em diferentes teorias.
de cada triângulo. Logo x 1 y > 2 xy , ou seja, A > G.
Este assunto, que cremos ser interessante para os nossos lei-
Tem-se igualdade somente quando desaparece o qua-
tores, pode ser tratado de forma elementar. Começaremos
com o caso mais simples, de dois números.* dradinho do miolo. Como o lado desse quadradinho é
 y 2  x , segue-se que A 5 G somente quando x 5 y.
1. Médias de dois números
LIMA, Elon Lages. Meu professor de Matemática e outras histórias. Rio
Quando x e y são números positivos, a desigualdade de Janeiro: Instituto de Matemática Pura e Aplicada, 1991. p. 116-118.
(x 1 y)
 xy < pode ser provada facilmente, de muitos
2
(x 1 y) Capítulo 2
modos. Em cada caso, ficará claro que  xy 5
2
se, e somente se, x 5 y. Enumeremos as demonstrações CCDeterminação de uma reta — coeficiente
que daremos aqui (ao todo, sete). angular de uma reta
Primeira Ao desenvolver o item 3, enfatizar que, em Geometria analítica,
(x 1 y) ( x 2  y )2 uma reta pode ser determinada por um de seus pontos e por um
Como 2  xy 5 , vemos que o pri-
2 2 ângulo que ela forma com o eixo Ox. Destacar a simplicidade
meiro membro é > 0, sendo zero se, e somente se, x 5 y, de se calcular o coeficiente angular de uma reta não vertical
pois o quadrado de um número quando se conhecem dois de seus pontos. A facilidade desse
real não pode ser negativo. cálculo é que levou os matemáticos a definir o coeficiente angular
(x 1 y) como a tg a, e não como o sen a ou o cos a. Ressaltar que o
Portanto >  xy . inconveniente de se definir o coeficiente angular como o sen a
2
ou o cos a é que teríamos de calcular a distância AB.
Segunda
G A
CCCondição de alinhamento de três pontos
NEIDE TOYOTA

Na introdução deste item, podem se fazer os questionamentos


x y a seguir.
a) O que significa dizer que três pontos são colineares?
Resposta: Significa que os três pontos pertencem a uma
Figura 1 mesma reta.

* Apresentamos três das seis provas constantes na obra para o caso de dois números. Recomendamos a leitura das demais e de outra referente a
média com vários números.

24

V3_PaivaGuiaComum(023a046).indd 24 4/27/10 3:25:08 PM


b) Dados três pontos A, B e C tais que as retas AB e BC são tivas abscissas e que, se uma reta não passa pela origem, então
paralelas, esses pontos são ou não colineares? Por quê? as variações das ordenadas de seus pontos são proporcionais
Resposta: As retas AB e BC são paralelas e têm em comum o às variações das respectivas abscissas.
ponto B, logo, AB e BC são retas coincidentes, portanto, os CCA seguir, apresentamos um texto para ajudá-lo a aprimorar o
pontos A, B e C são colineares. conteúdo de Geometria analítica trabalhado neste e nos pró-
c) Dados três pontos distintos, A, B e C, tais que as retas AB e ximos capítulos.
BC são concorrentes, esses pontos são ou não colineares?
Por quê? Texto A Geometria analítica
Resposta: Os pontos não são colineares, pois, se fossem, as no Ensino Médio
retas AB e BC seriam coincidentes e não concorrentes.
A Geometria Analítica Plana (GA), aquela que se estuda no
Após essa discussão, apresentar a condição de alinhamento de plano cartesiano, costuma aparecer na 3-3-a série, às vezes na
três pontos. 2--a série, do Ensino Médio, depois de o aluno ter tido bas-
2
tante contato com a tradicional Geometria Plana (sintética)
CCEquação fundamental da reta
(GP). Essa “mudança de geometria” costuma ser um balde
É interessante mostrar que os conceitos de reta e proporção estão de água fria na vida dos dois personagens envolvidos: do
intimamente relacionados em Geometria analítica. Os exemplos aluno e do professor.
a seguir ressaltam essa relação: Geralmente, com o decorrer das aulas, dependendo de
• As sequências (1, 2, 3, 4, 5) e (2, 4, 6, 8, 10) são tais que a como a GA é lecionada, o aluno acaba vendo um apanhado
razão entre termos correspondentes é constante, isto é: de fórmulas a serem decoradas: fórmulas de ponto médio,
baricentro e distância entre dois pontos; as várias equações
2 4 6 8 10
5 5 5 5 da reta (geral, reduzida, segmentária etc.), as condições
1 2 3 4 5
de paralelismo, perpendicularismo, distância entre ponto
Representando no plano cartesiano os pontos (1, 2), (2, 4), e reta (cuja fórmula raramente o professor deduz); as duas
(3, 6), (4, 8), e (5, 10), observa-se que eles pertencem a uma equações da circunferência (reduzida e geral) e as condições
reta que passa pela origem: de tangenciamento.
E, finalmente, e muito raramente, são apresentadas as
y
equações das cônicas: elipse, parábola e hipérbole, quando
o aluno já pode estar desmotivado e o professor frustrado
10
por não ter conseguido cativar o aluno.
8 [...]
A GA fica parecendo uma parte da Matemática que se
6
encerra em si mesma. Para mim, é ai que está a maior
falha no ensino da GA. Não nego que devemos valorizar
4
as fórmulas, afinal a GA é basicamente isso, um estudo da
2 GP por meio de equações.
Mas, se a GA é isso, é primordial que nós, professores,
0 1 2 3 4 5 x revisitemos a GP para resolver alguns exercícios de enun-
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

ciados aparentemente específicos de GP, porém utilizando


recursos aprendidos na GA.
• As sequências (1, 2, 3, 4, 5) e (3, 5, 7, 9, 11) são tais que: Caso contrário, fazendo uma analogia, seria acreditar que
dar uma caixa de ferramentas para um aluno já seria sufi-
523 725 927 11 2 9 ciente para transformá-lo num mecânico.
5 5 5
221 322 423 524 Eu, particularmente, gosto de olhar essas duas geometrias
como irmãs gêmeas. Passo a maior parte do meu trabalho
Representando no plano cartesiano os pontos (1, 3), (2, 5), em frente à lousa, interagindo, se possível, com meus
(3, 7), (4, 9) e (5, 11), observa-se que eles pertencem a uma alunos e noto que alguns deles preferem a GA (e não são
reta que não passa pela origem: poucos!), assim como outros se sentem mais à vontade
com a GP. Muitos deles ficam encantados ao ver um mes-
y mo exercício sendo resolvido de duas maneiras. Eles acham
11 interessantíssima a escolha do melhor posicionamento da
figura do problema no plano cartesiano. Sentem-se emo-
9
cionados de terem a liberdade de escolher as coordenadas
7 para cada ponto estratégico da figura.
Darei a seguir alguns exemplos que costumo usar em sala
5 e que não só revelam uma das principais funções da GA,
como acredito que contribuam para o aluno valorizá-la e
3
até, quem sabe, apreciá-la.

Exemplo 1
0 1 2 3 4 5 x Na figura, o quadrado ABCD tem lado 9 e os pontos
P e Q dividem o lado CD em três segmentos congruentes.
Calcule a distância do vértice A ao baricentro G do triân-
Generalizando, verificamos que, se uma reta passa pela origem, gulo BPQ.
então as ordenadas de seus pontos são proporcionais às respec-

25

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x y
A B A reta BC tem equação segmentária 1 5 1, pois
15 10
determina nos eixos x e y segmentos de medidas 15 e
10 respectivamente. O ponto D, pé da bissetriz AD na
hipotenusa BC, que é intersecção dessas duas retas, pode
G ser obtido resolvendo-se o sistema formado pelas duas
respectivas equações:

Resolução
D P Q C  y5x
x
15
5
y
10
51
, ou seja, D 5 (6, 6)

“Encaixemos” o quadrado ABCD no primeiro quadrante A partir desse momento, podemos calcular as áreas por
do plano cartesiano, com o vértice D coincidindo com GA como por GP. O triângulo ACD tem vértices A 5 (0, 0),
a origem. Sendo A 5 (0, 9), B 5 (9, 9), P 5 (3, 0) e C 5 (15, 0) e D 5 (6, 6) e o triângulo ABD tem vértices
Q 5 (6, 0), é conhecido que as coordenadas do baricentro A 5 (0, 0), B 5 (0, 10) e D 5 (6, 6); logo, suas áreas são:
G são:
x 1 xP 1 xQ 9 1 3 16 0 0 1
xG 5 B 5 56 1
3 3 SACD 5 15 0 1 5 45, ou
2
y 1 yP 1 yQ 9 1 0 10 6 6 1
yG 5 B 5 53
3 3 base 3 altura 15 cm 3 6 cm
Portanto, G 5 (6, 3). SACD 5 5 5 45 cm2
2 2
A distância procurada é:
0 0 1
1
dAG 5  (xG  xA)2 1 (yG  yA)2 5  (6  0)2 1 (3  9)2 5 SABD 5 0 10 1 5 30, ou
2
6 6 1
5  72 5 6 2
base 3 altura 10 cm 3 6 cm
y SABD 5 5 5 30 cm2
2 2
A B
Exemplo 3
As medianas AM e BN de um triângulo ABC são perpendi-
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

culares e medem, respectivamente, 9 cm e 12 cm. Calcule


G o comprimento da terceira mediana desse triângulo.

D P Q C x
N
G
Exemplo 2
Os catetos de um triângulo ABC, retângulo em A, medem
AB 5 10 cm e AC 5 15 cm. Se AD é bissetriz do ângulo A, B
M
C
calcule as áreas dos triângulos ABD e ACD.
Resolução
A O encontro das medianas é o baricentro G do triângulo
ABC. Usando o fato de que as medianas AM e BN se cortam

ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA


15 perpendicularmente em G, coloquemos esse triângulo no
10
plano cartesiano com origem em G. Usando a conhecida
proporção em que G divide as medianas, temos:


B C
D AM 5 9 & AG 5 6 e GM 5 3
, ou seja, A 5 (0, 6),
BN 5 12 & BG 5 8 e GN 5 4
Resolução
M 5 (0, 23), B 5 (28, 0) e N 5 (4, 0). As equações seg-
Coloquemos o triângulo ABC encaixado no 1º- quadrante do
mentárias das retas AN e BM são, respectivamente:
plano cartesiano, de modo que o vértice A coincida com a
origem. Teremos: A 5 (0, 0), B 5 (0, 10) e C 5 (15, 0). x y x y
1 51 e 1 51
A reta AD tem equação y 5 x, pois passa pelo ponto (0, 0) 4 6 28 23
e tem coeficiente angular m 5 tg 45º 5 1. y

6 A
y

B
10
D B G N
�8 4 x
M
�3
45° C
A 15 x
C

26

V3_PaivaGuiaComum(023a046).indd 26 4/27/10 3:25:10 PM


Resolvendo o sistema anterior, encontramos o ponto Agora, para não pensarem que tenho preferência pela GA,
3 apresento a seguir resoluções dos problemas dos exem-
C 5 (8, 26). O comprimento da terceira mediana é da
2 plos considerados neste texto, por meio da Geometria
distância entre C e G:
sintética.
3
 (xC  xG)2 1 (yC  yG)2 5
2 Exemplo 1
3 Faça a figura sem o ponto G. Seja M o ponto médio de PQ
5  (8  0)2 1 (26  0)2 5 15 que também é médio de DC. Trace BM e AC que se cortam
2
em E. Os triângulos ABE e CME são semelhantes e, como
Exemplo 4 AB 5 2MC, temos BE 5 2EM. Logo, E é o baricentro do
Calcule a área do triângulo ADE, retângulo em E, inscrito num triângulo BPQ e os pontos G e E coincidem. Assim:
trapézio retângulo ABCD, com AB 5 10 cm, AD 5 30 cm 2 2
e CD 5 20 cm (figura). AG 5 AC 5 3 9 2 5 6 2
3 3
C Exemplo 2
Faça a mesma figura. Como D equidista dos lados AB e AC,
E
então as áreas dos triângulos ABD e ACD são proporcionais
B
a 10 e 15 (ou seja, a 2 e 3). Como a área do triângulo ABC
é 75, as áreas dos dois triângulos são 30 e 45.

A D Exemplo 3
Trace CG, que, como também é mediana, corta AB no seu
Resolução
ponto médio P. Pela propriedade do baricentro, temos
Encaixemos o trapézio ABCD no primeiro quadrante do pla- AG 5 6 e BG 5 8.
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

no cartesiano, fazendo os lados AD e AB ficarem contidos,


Logo: AB 5 10 e GP 5 PA 5 PB 5 5.
respectivamente, nos eixos x e y. Como a reta BC tem coefi- Se GP 5 5, então CP 5 15.
yC 2 yB 20 2 10 1 Exemplo 4
ciente angular m 5 5 5 e coeficiente
xC 2 xB 30 2 10 3 Tomemos os pontos F, em CD, e H em AD, de modo que
1
linear 10, sua equação reduzida é y 5 x 1 10. BF seja perpendicular a CD e EH perpendicular a AD, com L
3 na intersecção de BF com EH.
y Sendo EL 5 x, e sendo semelhantes os triângulos BLE e BFC,
C
com CF 5 10 e BF 5 30, temos BL 5 3x. Assim, AH 5 3x
e HD 5 30 2 x.
E
20 No triângulo retângulo AED, temos EH2 5 AH 3 HD, ou seja,
B
(10 1 x)2 5 3x(30 2 3x), de onde tiramos x 5 2 ou x 5 5.
10 A área do triângulo AED pode ser:
M
A 15 D x 1 1
AD 3 EH 5 3 30 cm 3 12 cm 5 180 cm2 ou
2 2
1
A circunferência de diâmetro AD, com centro M 5 (15, 0), 3 30 cm 3 15 cm 5 225 cm2
2
passa pelo ponto E e tem equação: (x 2 15)2 1 y2 5 152
NERY, C. A Geometria Analítica no Ensino Médio. São Paulo: Revista


O ponto E é dado pela solução do sistema:
do professor de matemática, n. 67, 3º- quadrimestre de 2008. p. 19-24.
1
y5 x 1 10
3
(x 2 15)2 1 y2 5 225
Ou seja, E 5 (6, 12) ou E 5 (15, 15). Portanto, a área do
triângulo ADE é: Capítulo 3

1
0 0 1 CCEquação geral da reta
SADE 5 30 0 1 5 180 cm2 I. Apresentar a equação geral da reta, ressaltando que
2
6 12 1 existem infinitas equações gerais para uma mesma reta
(dada a equação geral de uma reta, ax 1 by 1 c 5 0, tam-
0 0 1
1 bém é equação geral dessa reta toda equação da forma
ou 30 0 1 5 225 cm2 kax 1 kby 1 kc 5 0, com k  R*).
2
15 15 1 II. Pedir aos alunos que resolvam os sistemas:

 
x 1 2y 5 5 x 1 6y 5 2
Acredito mesmo que, só após a resolução de problemas a) c)
como esses, o aluno passe a enxergar a GA como um ins- 3x 1 4y 5 9 2x 1 12y 5 4
trumento de resolução de problemas geométricos. Só para

x 1 5y 5 1
não perder o hábito, deixo para os nobres colegas a tarefa b)
2x 1 10y 5 3
de tentar resolver (preferivelmente por GA) o problema:
ABCD é um retângulo com AB 5 60 e BC 5 80. Calcule a Espera-se que eles concluam que o sistema do item a é pos-
distância da diagonal AC ao centro de uma circunferência sível e determinado, o do item b é impossível e o do item c
que tangencia os lados AD, AB e BC. é possível e indeterminado. Observando que cada equação

27

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desses sistemas representa uma reta no plano cartesiano, CCNo volume 1 desta obra foi apresentado o conceito de reta de
perguntar à classe: tendência. O texto a seguir retoma e amplia esse conceito, com o
a) Qual é a posição relativa das duas retas do sistema do objetivo de fornecer subsídios para uma discussão mais detalhada
item a? da seção Matemática sem fronteiras do capítulo.
Resposta: Concorrentes, pois têm um único ponto em
comum. (Enfatizar que o ponto comum às retas é repre- Texto Uma aplicação à Estatística:
sentado pela solução do sistema.) a reta de tendência
b) Qual é a posição relativa das duas retas do sistema do Uma montadora de veículos automotores lançou um novo
item b? modelo de automóvel no mercado. O gráfico abaixo apre-
Resposta: Paralelas distintas, pois não têm ponto em senta o número de unidades vendidas desse novo modelo
comum. nos cinco primeiros meses de lançamento, em que y é o
c) Qual é a posição relativa das duas retas do sistema do número de unidades vendidas, em milhar, e x é o mês.
item c? y
Resposta: Paralelas coincidentes, pois têm mais de um
ponto em comum.

CCEquação reduzida da reta 35

A partir da equação fundamental da reta, definir a equação re- 32


duzida, enfatizando a interpretação geométrica dos coeficientes
30
angular e linear.
28
Destacar que, dada uma equação da reta na forma geral, pode-
mos obter os coeficientes angular e linear da reta, representando 25
a equação na forma reduzida.

CCPosições relativas de duas retas


1 2 3 4 5 x
Desenhar na lousa a figura:
y
Assumindo que essa tendência de vendas se mantenha

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
para os próximos meses, é possível estimar o número de
r s unidades que serão vendidas em cada um desses meses.
Para isso, determinamos uma reta a partir da qual será
obtida uma estimativa. Quanto mais próxima essa reta
 estiver de todos esses pontos, melhor será a estimativa.
0 x Por exemplo, podemos construir a reta r que passa pelos
pontos (0, 26) e (5, 31):

Afirmando que r // s e que a inclinação de r é a, perguntar à y


ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

classe qual é a inclinação de s.


Estimular a discussão até que os alunos consigam concluir
35 r
que:
• duas retas no plano cartesiano são paralelas se, e somente se, 32
31
têm a mesma inclinação; 30
• duas retas no plano cartesiano são paralelas se, e somente se, 28
têm o mesmo coeficiente angular ou não existe o coeficiente 26
25
angula de ambas;
• duas retas são concorrentes se têm coeficientes angulares
diferentes ou se existe o coeficiente angular de uma delas e 1 2 3 4 5 x
não existe o da outra.
Com o coeficiente angular m dessa reta, que é
CCRetas perpendiculares 31 2 26
m5 5 1, o ponto (0, 26) e a equação fundamen-
Desenhar na lousa a figura: 520
tal y 2 y0 5 m (x 2 x0), obtemos a equação da reta r:
y y 2 26 5 1(x 2 0) ⇒ y 5 x 1 26
A partir da equação da reta r, y 5 x 1 26, podemos estimar
4 3 o número de unidades que serão vendidas em cada um dos
 próximos meses; por exemplo:

• para o mês 6, o número y de milhares de unidades a
0 x
serem vendidas é estimado em:
y 5 6 1 26 5 32
Pedir aos alunos que determinem os valores de tg a e tg b.
• para o mês 7, o número y de milhares de unidades a
3 4
Resposta: tg a 5 e tg b 5 2 serem vendidas é estimado em:
4 3
y 5 7 1 26 5 33
Concluir com a classe que duas retas não verticais são perpen-
diculares se, e somente se, o coeficiente angular de uma delas é É importante destacar que a estimativa é confiável somente
igual ao oposto do inverso do coeficiente angular da outra. em meses próximos do mês 5, pois para meses distantes a

28

V3_PaivaGuiaComum(023a046).indd 28 4/27/10 3:25:12 PM


tendência de vendas pode se modificar. Por isso, para uma Capítulo 4
estimativa de vendas para o mês 18, por exemplo, será
necessário um estudo de tendência próximo a esse mês. CCAplicações
de determinantes na
Geometria Analítica
A reta de tendência
I. Desenhar na lousa as figuras e pedir aos alunos que deter-
No exemplo anterior, a escolha da reta r foi intuitiva, isto minem a área de cada um dos triângulos.
é, não obedecemos a nenhuma metodologia cientifica. Há,
porém, um método estatístico que determina a reta que
mais se aproxima daqueles cinco pontos, sendo assim a y y
escolha mais adequada para o estudo de tendência. Essa reta A D
é chamada de reta de tendência. Apresentamos, a seguir, 6 6
um método para a determinação da reta de tendência. Não
demonstraremos esse método, pois a demonstração está
além das pretensões desta obra. 3 F
B
2 C
Teorema da determinação da reta de tendência
1
Se (x1, y1), (x2, y2), (x3, y3), ..., (xn, yn) são pontos do plano E
cartesiano, a reta que mais se aproxima desses n pontos 0 1 3 6 x 0 2 7x
tem equação y 5 mx 1 q, sendo m e q os valores obtidos
pelo sistema linear:

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

n n
qn 1 m  xi 5  y1 y
i21 i21
n n n
q  x11 m  (xi)2 5  xiy1 G
i51 i21 i51
6
y
5 I
Exemplo
35
Vamos determinar a equa-
ção y 5 mx – q da reta t de 32
2
tendência para o gráfico do 30 H
exemplo anterior. 28
0 3 5 11 x
Temos:
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

25

5
•  x1 5 1 1 2 1 3 1 4 1 5 5 15 x
i21 1 2 3 4 5 Ressaltar que, quando o triângulo tem um dos lados pa-
5
ralelo a um dos eixos, o cálculo da área é muito simples;
•  y1 5 25 1 28 1 30 1 32 1 35 5 150
i51 é o caso dos triângulos ABC e DEF, cujas áreas são dadas
5
•  (x1)2 5 12 1 22 1 32 1 42 1 52 5 55 (6 2 1) (6 2 2) (7 2 2) (6 2 1)
i21 por e , respectivamente.
5 2 2
•  x1y1 5 1  30 1 2  25 1 3  32 1 4  28 1 5  35 5 463
i51 Para calcular a área do triângulo GHI, podemos circunscrever
Assim, o sistema linear que determina m e q é: em GHI um retângulo que possua lados paralelos aos eixos
coordenados:


5q 1 15m 5 150
⇒ m 5 1,3 e q 5 26,1
15q 2 55m 5 463
y
y
Logo, a equação da reta t
de tendência é: G
t 6
35 I
y 5 1,3x 1 26,1 5 I

FAUSTINO
32,6 II
32
30 III
28
2
26,1 H
25

0 3 5 11 x
1 2 3 4 5 x

Assim, a partir da equação da reta t, y 5 1,3x 1 26,1, ob-


temos estimativas mais confiáveis do que as obtidas pela A área A do triângulo GHI é igual à diferença entre a área
equação da reta r do exemplo introdutório; por exemplo: desse retângulo e a soma das áreas dos triângulos I, II e III,
isto é:
• para o mês 6, o número y de milhares de unidades a
serem vendidas é estimado em: 61 24 83
A5842 2 2 5 13
2 2 2
y 5 1,3  6 1 26,1 5 33,9
Para o cálculo da área do triângulo GHI, podemos também
• para o mês 7, o número y de milhares de unidades a
construir um triângulo G9HI com a mesma altura relativa
serem vendidas é estimado em:
à base HI do triângulo GHI, e com o lado G9I paralelo
y 5 1,3  7 1 26,1 5 35,2 ao eixo Oy:

29

V3_PaivaGuiaComum(023a046).indd 29 4/27/10 3:25:13 PM


y procedimentos, métodos e representações geométricas e
33 G9 de seu ensino. E uma última foi debater alguns aspectos
r
4 internos à matemática presentes na construção histórica
G do conhecimento geométrico.
6
Porém, quando não conseguimos criar problemas a
FAUSTINO

5 I
partir do uso da história para debater algum aspecto que
entendemos ser importante para a construção pedagó-
gica do conhecimento geométrico, lançamos mão de
2
H outros recursos, como poderá ser observado pelo leitor.
Além disto, não respeitamos, necessariamente, a ordem
0 3 5 11 x cronológica dos eventos no que se refere à elaboração
destes problemas.


Além da história da Matemática, algumas questões sobre
G (5, 6) semiótica também se fizeram presentes de forma siste-
r: 522 3 mática neste capítulo. Consideramos que para estudar
mr 5 mHI 5 5
11 2 3 8 Matemática, temos que mobilizar um conhecimento que
3 solicita a utilização de alguma representação semiótica*.
Assim, a equação da reta r é y 2 6 5 (x 2 5).
8 Em Geometria, podemos mencionar as representações
Fazendo x 5 11 na equação da reta r, obtém-se
estudadas por Duval (1995): os desenhos utilizados como
33 33
y5
4 
. Portanto, G9 11,
4 .
parte do enunciado de uma atividade; as demonstrações
sintéticas; os gráficos e as equações da Geometria Ana-
Logo, a área do triângulo GHI é igual à área do triângulo lítica; as definições e os enunciados; as argumentações
G9HI, que é dada por: de “convencimento” em língua natural. As ideias deste
pesquisador também têm inspirado nossas reflexões sobre
33
4 
2 5 (11  3) o ensino e a aprendizagem de Geometria.
Além dos registros de representação estudados por Duval
5 13
2
(1995 e 1999), abordamos também outros registros tais
Ressaltar que, generalizando o raciocínio, demonstra-se que como:
a área pode ser calculada através do determinante.
• os desenhos utilizados como auxiliares de uma explana-
II. Para apresentar a condição de alinhamento, pode-se propor ção ou de uma demonstração sintética ou analítica, ou
o problema a seguir. seja, com função abdutiva;
• Calcular a área do triângulo de vértices A(0, 1), B(21, 21) • sequências de expressões algébricas utilizadas em dedu-
e C(1, 3). ção de fórmulas e em demonstrações de propriedades
Ao tentar calcular a área do triângulo, os alunos vão geométricas;
constatar que: • as fórmulas para cálculo do tamanho dos lados e/ou
0 1 1 arestas, do perímetro, da área, do volume, do número
21 21 1 50 de diagonais e/ou arestas;
1 3 1 • os desenhos utilizados para as representações planas dos
Nesse momento, perguntar à classe o que se pode con- objetos do espaço tridimensional;
cluir desse resultado. • sólidos geométricos construídos em massa de modelar,
Resposta: Não existe o triângulo ABC, ou seja, os três em madeira ou em acrílico (mesmo os “sólidos ocos”,
pontos são colineares. montados a partir de planificações), chamados “material
Apresentar a condição de alinhamento por determinante. de manipulação”.
Completar essa discussão mostrando como se pode obter Pode parecer estranho considerar o material de manipu-
a equação de uma reta por meio de determinante. lação como um registro de representações, porém temos
CCA seguir, apresentamos um texto para o enriquecimento dos que ressaltar que os objetos matemáticos são abstratos
conteúdos trabalhados. e aquela “escultura” que escolhemos para utilizar em
nossas aulas o está representando e permitindo um tipo
de tratamento restrito a suas condições materiais que não
Texto Utilizando a história no
são as mesmas do objeto em si nem de suas propriedades
ensino da Geometria
matemáticas. Voltamos a afirmar que os consideramos
[...]
úteis à medida que despertam reflexões sobre o tema
Nossa preocupação é essencialmente pedagógica, por
matemático em estudo. E é a partir destas reflexões
isso recorremos à história com finalidades diretamente re-
discutidas com seus pares e/ou com o professor que o
lacionadas com nossa prática de sala de aula. Uma delas é
estudante produz conhecimento.
criar problemas que possibilitem emergir discussões sobre
A atividade matemática, e em particular a geométrica, re-
dúvidas que frequentemente nossos alunos apresentam.
quer a utilização de outros sistemas de expressão além da
Tais problemas não são obrigatoriamente os mesmos que
língua natural e das imagens. [...] Duval (1995) considera
os encontrados na história da Matemática, mas recriações
duas questões no ensino: a da distinção entre o objeto
destes. Outra finalidade do uso da história foi discutir
procedimentos diferentes daqueles que possuem certa
hegemonia no ensino de Matemática. Uma terceira fina- * As representações semióticas referem-se a múltiplas formas e repre-
lidade da utilização pedagógica da história, presente em sentações possíveis para explicar um conceito que implica o uso de
todo o texto, foi analisar os fundamentos dos conceitos, diversas linguagens, representações e modos de pensar.

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matemático e sua representação e as das três funções que mensões: dois tipos de perspectivas, a cônica e cavalera,
as representações semióticas têm que cumprir. e a planificação*.
Com relação à primeira questão, concordamos com [...]
o autor que: “não é possível haver compreensão se não
BRITO, A. de J. e CARVALHO, D. L. de. Utilizando a história no
distinguirmos o objeto de sua representação”. Ou seja, é ensino de Geometria. In: MIGUEL, A., BRITO, A. de J., CARVALHO,
essencial jamais confundir os objetos matemáticos (os D. L., MENDES, I. A. História da Matemática em atividades didáticas.
poliedros, as áreas, as transformações geométricas etc.), São Paulo: Livraria da Física, 2009. p. 17-21.
com suas representações, (os desenhos, as definições, as
fórmulas, os gráficos), destacando que um mesmo ob-
jeto pode ser dado por várias representações diferentes
e cada uma delas nos permite estudar alguns aspectos
deste objeto. Capítulo 5
Outra questão decorre da necessidade de que as repre-
sentações cumpram três funções indissociáveis: de comu- CCReconhecimento de uma circunferência
nicação, de tratamento de informação e de objetivação a partir da equação reduzida
do ente matemático em estudo. Assim, as representações Para o reconhecimento de uma circunferência, através de uma
constituídas de signos (enunciados em língua natural, equação, apresentar as equações a seguir e perguntar se cada
fórmulas algébricas, gráficos, figuras geométricas...) uma representa ou não uma circunferência.
nada mais são, ou deveriam ser, que o meio que a pes- (x 2 3)2 1 y2 5 4 & representa uma circunferência de centro
soa dispõe para exteriorizar suas representações mentais C (3, 0) e raio R 5 2
(todo o conjunto de imagens e concepções que pode
(x 1 2)2 1 (y 2 5)2 5 0 & representa o ponto C (22, 5)
ter sobre um objeto, uma situação e sobre tudo aquilo
que lhe é associado) e fazê-las visíveis ou acessíveis aos (x 2 1)2 1 (y 1 4)2 5 24 & representa o conjunto vazio
outros. Este “deveriam ser” se justifica, pois a formação
do pensamento científico é inseparável do desenvolvi-
CCReconhecimento de uma circunferência
a partir da equação normal
mento de símbolos específicos para representar os objetos
e suas relações. Enfatizar que, multiplicando ambos os membros da equação
Fica, então, caracterizada nossa perspectiva de ensino e x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0
da aprendizagem, na qual a pessoa reelabora suas ideias e
por um número real não nulo q, obtém-se a equação:
concepções a respeito do ente matemático que está estu-
dando num processo que compreende indissociavelmen- qx2 1 qy2 2 2aqx 2 2bqy 1 qa2 1 qb2 2 qR2 5 0, com R . 0,
te a elaboração de sistemas de registros de representação. que continua representando a circunferência de centro C (a, b)
Cada um dos registros tem diferentes regras de tratamen- e raio R. Assim, comparando as equações
to do objeto matemático e, segundo Duval (1995,1990),
Ax2 1 By2 1 Cxy 2 Dx 1 Ey 1 F 5 0 e
quanto maior for a flexibilidade que a pessoa tiver
em transitar entre os diferentes registros, maior será a qx2 1 qy2 2 2aqx 2 2bqy 1 qa2 1 qb2 2 qR2 5 0,
apreensão deste objeto. concluímos que a primeira representa uma circunferência se, e
O tratamento do objeto matemático, que se dá no interior somente se, A 5 B i 0, C 5 0 e a forma reduzida dessa equação
de um registro, evidencia algumas de suas propriedades. é (x 2 a)2 1 (y 2 b)2 5 k, com k . 0.
Utilizando a terminologia de Duval, ao fazer a conversão,
ou seja, a passagem ao transitar de um sistema de registro
para outro, a pessoa articula as propriedades que estudou
em cada um deles, donde a importância de dispor de mais Capítulo 6
de um sistema de registros de representação.
CCElipse
Em qualquer processo de tratamento do conhecimento
matemático ou de transitar em diversos sistemas, interfere Se houver possibilidade, mostrar aos alunos a demonstração da
a língua natural munida de um vocábulo técnico do tema propriedade que define uma elipse, apresentada no problema
em estudo. Na Geometria, os termos específicos rara- a seguir:
mente fazem parte do elenco de palavras com as quais • Seja a um plano que não passa pelo vértice de um cone
nos deparamos no cotidiano não escolar. A atribuição circular reto  e intercepta todas as geratrizes desse cone,
de significado a expressões geométricas constitui-se na obliquamente ao seu eixo e. O conjunto , intersecção do
elaboração de sistemas de registro de representação que plano com a superfície lateral do cone, é uma elipse. Provar
vai além do funcionamento cognitivo comum. [...] que todo ponto P, pertencente a , satisfaz a condição
Sendo assim, consideramos que o aluno tem necessidade PF1 1 PF2 5 2a, em que F1 e F2 são dois pontos distintos de a
de conhecer um sistema de registro de representação e 2a é uma medida maior que F1F2.
do espaço no qual as três dimensões principais, com- Resolução
primento, largura e altura, sejam representadas em três Consideremos as duas esferas tangentes a todas as geratrizes
direções diferentes; ele tem necessidade da perspectiva. do cone e ao plano a nos pontos F1 e F2. Os pontos de tangên-
[...] Portanto, consideraremos neste capítulo dois tipos cia das geratrizes na esfera menor formam uma circunferência
de registro de representação plana do espaço a três di- C1 e os pontos de tangência das geratrizes na esfera maior

* Veja mais sobre perspectiva no texto “Representações planas de objetos tridimensionais”.

31

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formam uma circunferência C2. Consideremos, ainda, uma ge- Justificativa
ratriz g qualquer do cone que intercepta C1,  e C2 nos pontos Se PA coincide com PB, temos imediatamente que
T1, P e T2, respectivamente, conforme mostra a figura. PA r PB.
V Se PA não coincide com PB, a intersecção do plano pl (PAB)
com a esfera é um círculo de centro O.

C1 A
T1

F1

α F2
B
P C2 P

T2

Temos:
(I) Os segmentos PF1 e PT1 são tangentes à mesma esfera; A
logo: PF1 5 PT1
O
(Veja nota no final da demonstração.)
(II) Os segmentos PF2 e PT2 são tangentes à mesma esfera;
logo: PF2 5 PT2 B
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

P
Adicionando, membro a membro, (I) e (II), temos:
PF1 1 PF2 5 PT1 1 PT2 5 T1T2 (III)
Vamos provar que a medida T1T2 é constante para qualquer
geratriz g considerada. Para isso, tracemos outra geratriz g9
que intercepta C1 e C2 em Q1 e Q2, respectivamente: Pelo caso R.H.C. (ângulo reto-hipotenusa-cateto) de con-
V gruência de triângulos, constatamos que os triângulos
PAO e PBO são congruentes. Uma das consequências dessa

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
congruência é que PA r PB.

C1 CCHipérbole
T1 Q1
Se for possível, demonstrar a propriedade que define a hipérbole,
a partir do problema a seguir:
• Sejam C uma superfície cônica circular reta de duas fo-
α lhas, de geratrizes ilimitadas e vértice V, e um plano a
C2 que não passa por V e intercepta as duas folhas de C.
T2 Q2 O conjunto , intersecção do plano com essa superfície, é
uma hipérbole. Provar que todo ponto P, pertencente a ,
satisfaz a condição |PF1 2 PF2|5 2a, em que F1 e F2 são dois
g g�
pontos distintos de a e 2a é uma medida menor que F1F2.

Resolução
Temos: Consideremos as duas esferas E1 e E2 tangentes a todas as
geratrizes do cone e ao plano a nos pontos F1 e F2, respec-
(IV) Os segmentos VT2 e VQ2 são tangentes à mesma esfera
tivamente. Os pontos de tangência das geratrizes na esfera
e, portanto: VT2 5 VQ2
E1 formam uma circunferência C1, e os pontos de tangência
(V) Os segmentos VT1 e VQ1 são tangentes à mesma esfera das geratrizes na esfera E2 formam uma circunferência C2.
e, portanto: VT1 5 VQ1 Consideremos, ainda, uma geratriz g qualquer do cone que
Subtraindo (IV) e (V), membro a membro, obtemos: intercepta C1, C2 e  nos pontos T1, T2 e P, respectivamente,
VT2 2 VT1 5 VQ2 2 VQ1 com PF1 . PF2, conforme mostra a figura abaixo.

Portanto: T1T2 5 Q1Q2 α


E1
Assim, de (III) concluímos que a soma PF1 1 PF2 5 k, com
k constante. F1
C1
Essa constante é a medida do eixo maior da elipse, que é
T1
maior que a distância entre os pontos (focos) F1 e F2. V
T2
Nota: C2 P
Vamos justificar a seguinte propriedade, utilizada nessa
E2 F2
demonstração: “Dois segmentos de reta PA e PB tangentes

à mesma esfera nos pontos A e B são congruentes”. g

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Temos: • g a geratriz que passa por M;
(I) O s segmentos PF1 e PT1 são tangentes à mesma esfera; • g9 a geratriz que passa por N;
logo: PF1 5 PT1 • V o ponto de intersecção de g9 com ;
 s segmentos PF2 e PT2 são tangentes à mesma esfera;
(II) O
• g a geratriz que tangencia a esfera em T, com T z N, e
logo: PF2 5 PT2
intercepta em P a parábola;
Subtraindo membro a membro (I) e (II), temos: • h o plano que passa por P, paralelamente a b, interceptando
PF1 2 PF2 5 PT1 2 PT2 5 T1T2 (III) o eixo do cone em Q;
Vamos provar que a medida T1T2 é constante para qual- • X e Y os pontos de intersecção de h com g;
quer geratriz g considerada. Para isso, tracemos outra • P9 a projeção ortogonal de P sobre r.
geratriz g9 que intercepta C1 e C2 em Q1 e Q2, respectiva-
mente. Veja a figura abaixo: U α
g�
β M O N I
T P�
C
V
C1 Q1

FAUSTINO
F
FAUSTINO

T1 E
r
V �
T2 �
C2 Q2 X Q Y

g �
P g�

g
e g�
Temos:
Então:
(I) PT  e PF  são tangentes à esfera; logo: PT 5 PF
 s segmentos VT1 e VQ1 são tangentes à mesma
(IV) O (II) Das congruências :UQP r :UQY e :UOT r :UON,
esfera e, portanto: VT1 5 VQ1 obtemos:
(V) Os segmentos VT2 e VQ2 são tangentes à mesma

PU 5 YU
esfera e, portanto: VT2 5 VQ2 ⇒ PU 2 TU 5 YU 2 NU
TU 5 NU PT YN
Adicionando (IV) e (V) membro a membro, obtemos:
s PT 5 YN
VT2 1 VT1 5 VQ2 1 VQ1
De (I) e (II), deduzimos que: PT 5 PF 5 YN (III)
Portanto: T1T2 5 Q1Q2 (IV) Os triângulos :VQY e :VIN são isósceles, pois ambos são
Assim, de (III) concluímos que a diferença PF1 2 PF2 5 k, semelhantes ao triângulo :UXY, que é isósceles; logo:
com k constante. YN 5 QI
Essa constante é a medida 2a do eixo real da hipérbole, Pelas congruências :UOM r :UON r :UOT e pelo fato de
 
que é menor que a distância entre os pontos (focos) F1 UO M e UO N serem ângulos coplanares e complementares,
  
e F2. deduzimos que UO M, UO N e UO T são ângulos retos e, por-
Se admitíssemos que a geratriz g interceptasse o outro tanto, o eixo e é perpendicular ao plano b:


ramo da hipérbole e, portanto, PF2 . PF1, teríamos, de eg
forma análoga, que PF2 2 PF1 5 T1T2. ⇒gªb
e ª b
Assim concluímos: g ª b, g ª a e r é a reta comum a a e b; logo: r ª g
|PF1 2 PF2| 5 T1T2 ⇒ |PF1 2 PF2| 5 2a r ª g; QI  g e r concorre com QI ; logo: r ª QI
(V) P9 é projeção ortogonal de P sobre r; logo r ª PP 9.
CCParábola Deduzimos, então, que: PP 9 // QI
No problema a seguir, demonstramos a propriedade que define (VI) r  a e QP  a, b e h são planos paralelos distintos,
a parábola. r y b e QP y h; logo: r  QP 5 Ö
• Sejam  uma superfície cônica circular reta de geratrizes Temos, então, que r e QP são retas paralelas, pois são
ilimitadas e vértice U, e um plano a que intercepta  para- coplanares que não têm ponto em comum; logo:
lelamente a uma geratriz g. O conjunto , intersecção do IP9 // QP (VI)
plano a com essa superfície cônica, é uma parábola. Provar
(VII) De (V) e (VI) deduzimos que o quadrilátero PQIP9 é um
que todo ponto P, pertencente a , equidista de um ponto
paralelogramo (observe que ele é um retângulo); logo:
F e de uma reta r, com F  a, r  a e F  r.
QI 5 PP9
Resolução Assim, concluímos, de (I), (IV) e (VII), que PF 5 PP9, ou seja,
Consideremos a esfera E tangente a todas as geratrizes do qualquer ponto P, distinto de V, equidista de F e r.
cone e ao plano a no ponto F. Os pontos de tangência das Para concluir, vamos provar que V também equidista de F
geratrizes na esfera formam uma circunferência C de centro e r.
O, contida no plano b, com b  a 5 r. De fato:
Sejam: VN  e VF  são tangentes à esfera; logo: VN 5 VF
• g o plano que contém o eixo e do cone, com g ª a; :VNI é isósceles de base NI ; logo: VN 5 VI
• M e N os pontos de intersecção de C com g; Deduzimos, então, que: VN 5 VF 5 VI e, portanto, V equidista
• I a intersecção de MN com a; de F e r.

33

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CCA seguir, apresentaremos dois textos que ampliarão o conteúdo Assim, concluímos que essa equação representa;
do capítulo.
• uma elipse se, e somente se, k . 0;
• um ponto se, e somente se, k 5 0;
Texto 1 Reconhecimento de uma
cônica a partir de • o conjunto vazio se, e somente se, k , 0.
uma equação do 2º- grau III. Se a equação Ax2 1 By2 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0 apresenta A
Você pode apresentar alguns complementos sobre o e B não nulos e com sinais opostos (um positivo e outro
estudo das cônicas, como o estudo das equações do negativo), então a equação pode representar uma hi-
2º- grau em duas variáveis. A seguir, apresentamos algumas pérbole ou um par de retas. Para determinar qual dessas
sugestões. possibilidades ocorre, transformamos a equação à forma
reduzida:
Equação do 2º- grau em duas variáveis (x 2 x0)2 (y 2 y0)2
2 5 k,
Equação do 2º- grau com duas variáveis, x e y, é toda equa- p2 q2
ção que pode ser apresentada sob a forma:
com {p, q, k}  R, p . 0 e q . 0.
Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0,
Assim, concluímos que essa equação representa:
em que {A, B, C, D, E, F }  R, com A, B e C não simulta- • uma hipérbole se, e somente se, k i 0;
neamente nulos.
• um par de retas se, e somente se, k 5 0;
Qualquer equação desse tipo representa um dos seguintes
conjuntos de pontos: Se k 5 1, a forma reduzida é chamada de forma reduzida
• circunferência da equação da hipérbole.
• elipse IV. Se a equação Ax2 1 By2 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0 apresenta
• hipérbole A 5 0 e B i 0, ou, ainda, A i 0 e B 5 0, então a equação
• parábola pode representar uma parábola ou um par de retas ou
• par de retas concorrentes o conjunto vazio.
• par de retas paralelas (distintas ou coincidentes) Temos:
• conjunto com um único ponto • uma parábola se, e somente se, a equação pode ser
• conjunto vazio representada sob a forma reduzida:

Ou seja, uma equação do 2º- grau com duas variáveis pode (x 2 x0)2 5 k(y 2 y0) ou (y 2 y0)2 5 k(x 2 x0),
representar uma cônica ou um par de retas paralelas distin- com {x0, y0, k}  R e k i 0;
tas ou o conjunto vazio. (Note que um par de retas para- • um par de retas paralelas se, e somente se, a equa-
lelas distintas e o conjunto vazio não são cônicas, pois não ção é equivalente a uma equação do 2º- grau em
podem ser obtidos pela intersecção de um plano com uma uma só variável com discriminante maior ou igual
superfície cônica de duas folhas e geratrizes ilimitadas.) a zero (no caso do discriminante maior que zero,
temos duas retas paralelas distintas, e no caso do
Reconhecimento de uma curva a partir de sua
discriminante igual a zero, temos duas retas paralelas
equação
coincidentes);
Para identificar o conjunto de pontos representado por uma
• o conjunto vazio se, e somente se, a equação é
equação do 2º- grau com duas variáveis, devemos adotar
equivalente a uma equação do 2º- grau em uma só
alguns procedimentos, que estudaremos em dois casos.
variável com discriminante menor que zero.
1º- caso: equações do 2º- grau cujo coeficiente do pro-
duto xy é nulo 2º- caso: equações do 2º- grau cujo coeficiente do produto
xy é não nulo
I. Se a equação Ax2 1 By2 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0 apresenta
A 5 B (A e B não nulos), então a equação pode repre- Para o estudo desse caso será necessária uma rotação dos
sentar uma circunferência ou um ponto ou o conjunto eixos coordenados do sistema cartesiano. A seguir, demons-
vazio. Para determinar qual dessas possibilidades ocorre, tramos uma fórmula para realizar essa rotação.
transformamos a equação à forma reduzida: Seja P um ponto de abscissa x e ordenada y em relação a
um sistema de coordenadas xOy. Consideremos um novo
(x 2 x0)2 1 (y 2 y0)2 5 k, com k  R
sistema de coordenadas XOY obtido por uma rotação de um
Assim, concluímos que essa equação representa; ângulo de medida a no sentido anti-horário em torno da
• uma circunferência se, e somente se, k . 0; origem O do primeiro sistema. Em relação ao novo sistema,
o ponto P tem abscissa X e ordenada Y. Nosso objetivo é
• um ponto se, e somente se, k 5 0;
determinar uma relação entre x e X e entre y e Y.
• o conjunto vazio se, e somente se, k , 0. y
II. Se equação Ax2 2 By2 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0 apresenta
Y P
A e B ambos não nulos, diferentes e com o mesmo sinal y
(ambos positivos ou ambos negativos), então a equação 
pode representar uma elipse ou um ponto ou o conjunto X
FAUSTINO

vazio. Para determinar qual dessas possibilidades ocorre, C


D
transformamos a equação à forma reduzida: y E X

(x 2 x0)2 (y 2 y0)2
1 5 k,
p2 q2
 A B
com {p, q, k}  R, p . 0 e q . 0. O x x

34

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Os triângulos OAE e PCE são semelhantes e, portanto, Demonstração
 
m(EP C) 5 m(EO A) 5 a
• O caso em que C 5 0 é imediato, pois a equação


x 5 OB 2 AB da curva  em relação ao próprio sistema xOy não
Observando que
y 5 PD 1 DA apresenta o produto xy.
e que: • Suponhamos, então, o caso em que C i 0.
OB 5 X cos a Consideremos que o sistema XOY resulte de uma
rotação a no sentido anti-horário do sistema xOy
AB = DC = Y sen a
em torno da origem.
PD = Y cos a
Sendo (x, y) as coordenadas de um ponto P em
DA = CB = X sen a relação ao sistema xOy, e (X, Y) as coordenadas
do mesmo ponto P em relação ao sistema XOY,

x 5 X cos a 2 Y sen a
temos: temos:
y 5 Y cos a 1 X sen a
cos a 2sen a X x

x 5 X cos a 2 Y sen a  5 ⇒
ou, reordenando as variáveis: sen a cos a Y y
y 5 X sen a 1 Y cos a


Essas equações podem ser representadas na forma ma- X cos a 2 Y sen a 5 x (I)

tricial: X sen a 1 Y cos a 5 y (II)
cos a 2sen a X x
 5 Substituímos as variáveis x e y da equação Ax2 1 By2 1
sen a cos a Y y
1 Cxy 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0 pelos valores em função
Note que essa equação matricial pode ser interpretada
de X e Y, apresentados em (I) e (II), obtendo:
X
também como a rotação a de um ponto do plano A(Xcos a 2 Ysen a) 2 1 B(Xsen a 1 Ycos a) 2 1
Y
xOy em torno da origem O, no sentido anti-horário. 1 C(Xcos a 2 Ysen a) (Xsen a 1 Ycos a) 1
22 1 D(Xcos a 2 Ysen a) 1 E(Xsen a 1 Ycos a) 1
Por exemplo, uma rotação de 45° do ponto P 5
0 1F50
do plano xOy em torno da origem O, no sentido anti- ou seja:
x A(X2 cos2a 2 2XY sen a cos a 1 Y 2 sen2 a) 1 B(X2 sen2 a
-horário, é o ponto tal que:
y
1 2XY sen a cos a + Y 2 cos2 a) 1 C(X2 sen a cos a 1
cos 45° 2sen 45° 22 x 1 XY cos 2 a 2 XY sen 2 a 2 Y 2 sen a cos a) 1
 5 ⇒
sen 45° cos 45° 0 y 1 D(X cos a 2 Y sen a) 1 E(X sen a 1 Y cos a) 1
1F50
2 2
2 A soma dos termos em XY no primeiro membro
2 2 22 x
⇒  5 dessa equação é:
2 2 0 y
(22A sen a cos a 1 2B sen a cos a 2 C cos 2 a 2
2 2
2 C sen2 a) XY
2 x ou ainda:
s 5
2 y
[22A sen a cos a 1
22
Ou seja, no plano xOy, transformamos o ponto P 5 1 2B sen a cos a 2 C (cos2 a 2 sen2 a] XY (III)
0
2 Lembrando que 2 sen a cos a 5 sen 2a e que
no ponto P9 5 , conforme mostra o gráfico abaixo:
2 cos2 a 2 sen2 a 5 cos 2a, a expressão (III) pode ser
y representada sob a forma:

P` (2A sen 2a 1 B sen 2a 1 C cos 2a) XY


NEIDE TOYOTA

2
Devemos provar que existe a tal que:

 P 2A sen 2a 1 B sen 2a 1 C cos 2a 5 0 (IV)


2 2 √2 x Vamos procurar um possível valor de a dentre os
valores que obedecem à condição: sen 2a i 0
O reconhecimento de uma curva a partir de uma equação
Dividimos por sen 2a a equação (IV), obtendo:
do 2º- grau, com o coeficiente do produto xy não nulo, pode
ser feito por uma rotação de um sistema de eixos. Para isso, A sen 2a B sen 2a C cos 2a 0
2 1 1 5 ⇒
demonstraremos o importante teorema: sen 2a sen 2a sen 2a sen 2a
⇒ 2A 1 B 1 C cotg 2a 5 0
Seja  uma curva cuja equação em relação a um siste-
ma cartesiano ortogonal xOy é Ax2 1 By2 1 Cxy 1 Dx 1 Por hipótese, C i 0; logo:
1 Ey 1 F 5 0, em que {A, B, C, D, E, F}  R, com A, B A2B
e C não simultaneamente nulos. Existe pelo menos um cotg 2a 5 (V)
C
sistema de coordenadas XOY, obtido por uma rotação
Como cotg 2a pode assumir qualquer valor real,
de xOy em torno de O, tal que a equação de  em
concluímos que a equação (V) é possível, isto é,
relação a esse novo sistema não apresenta o produto
existe a que satisfaz essa equação e, portanto, existe
XY (ou seja, o coeficiente de XY é zero).
a que anula o coeficiente de XY na expressão (III).

35

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Consequência y y
Dada a equação do 2º- grau das variáveis x e y: 0,9 1

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
Ax2 1 By2 1 Cxy 1 Dx 1 Ey 1 F 5 0, com C i 0
identificamos a curva representada por ela através dos
seguintes procedimentos: �1 1 x �1 1 x
• eliminamos o produto xy através de uma rotação do
sistema de coordenadas;
�0,9 �1
• aplicamos o primeiro caso, ou seja, o reconhecimento
de uma curva a partir de uma equação do 2º- grau que Figura 1 Figura 2
não apresenta o produto xy.
Note que é impossível distinguir, visualmente, a elipse da
circunferência.

Texto 2 A excentricidade das


órbitas dos planetas
Capítulo 7
Após a conclusão do Roteiro de trabalho deste capítulo,
 Número complexo
vale a pena uma breve discussão com seus alunos sobre
I. Embora, historicamente, tenha-se usado o símbolo  21 para
a excentricidade das órbitas dos planetas. Como se sabe, o as-
representar a unidade imaginária i, é preferível não usá-lo,
trônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) demonstrou
porque ao escrever i 5  21 cometem-se dois erros: afirmar
que essas órbitas são elípticas, mas, por que durante tanto
que existem dois valores diferentes para i, pois existem duas
tempo acreditou-se que elas fossem circulares? A resposta a
raízes quadradas de 21; contrariar a propriedade transitiva
essa questão pode ser dada pela tabela a seguir, que apre-
da igualdade (ver a seguir); por isso, a opção para definir a
senta a excentricidade e dos planetas do Sistema Solar:
unidade i como sendo um número tal que i2 5 21.
Planetas e II. A radiciação em Y não é uma operação (por exemplo, há três
raízes cúbicas complexas distintas de 8 e, portanto, como o
Mercúrio 0,206 resultado não é único, a radiciação não é operação em Y);
Vênus 0,007 por isso não se deve usar o símbolo n a para indicar as raízes
Terra 0,017 complexas n-ésimas de a. Por exemplo, se escrevermos
Marte 0,093  8 5 2, 3 8 5 21 1 i  3 , 3 8 5 21 2 i  3
3

Júpiter 0,049 poderemos concluir, equivocadamente, que


Saturno 0,056 2 5 21 1 i  3 5 21 2 i  3 (pela propriedade transitiva
Urano 0,047 da igualdade), assim, o símbolo 3 8 só deve ser usado para
Netuno 0,009 indicar a raiz cúbica real de 8. Se quisermos indicar todas
as raízes, deveremos escrever por extenso “as raízes cúbicas
FARIAS, Romildo P. e outros autores. Fundamentos da Astronomia. São de 8”.
Paulo: Papirus, 2009.
 Plano de Argand-Gauss
Observando que as excentricidades estão mais próximas Esse assunto pode ser introduzido com base no texto a seguir.
de 0 do que de 1, algumas estão muito próximas de zero,
Quando estudamos o conjunto dos números reais, vimos que é
conclui-se que todas as órbitas são quase circulares.
possível estabelecer uma relação biunívoca entre o conjunto R e
Para entender melhor essa conclusão, vamos resolver o o conjunto dos pontos de uma reta. Assim, podemos representar,
problema a seguir, proposto pelo professor Geraldo Ávila geometricamente, o conjunto R pelo conjunto dos pontos de
no livro Funções de uma variável real. uma reta. Como representar, geometricamente, o conjunto dos
• A órbita da Terra é uma elipse de excentricidade 0,017. números complexos?
Tomando o semieixo maior como unidade, calcule o No final do século XVIII, em 1799, o topógrafo norueguês Caspar
semieixo menor e desenhe a elipse correspondente. Wessel (1745-1818) publicou um trabalho em que mostrava
Observe que é impossível distingui-la, visualmente, de uma representação geométrica para os números complexos.
uma circunferência. Wessel raciocinou da seguinte maneira: o conjunto dos números
do tipo x 1 yi, sendo x e y reais, pode ser relacionado, biunivo-
Resolução
camente, ao conjunto dos pares ordenados de números reais
c c (x, y), e o conjunto desses pares, por sua vez, pode ser relacio-
e5 ⇒ 0,017 5
a 1 nado, biunivocamente, ao conjunto dos pontos de um plano
s c = 0,017 através de um sistema cartesiano de eixos. Desse modo, cada
ponto (x, y) do plano cartesiano passa a representar o número
Como a2 5 b2 1 c2, temos:
complexo x 1 yi, e, portanto, a representação geométrica do
12 5 b2 1 (0,017)2 ⇒ b ≈ 0,9999 conjunto Y é um plano.
Assim, as medidas dos semieixos maior e menor são 1 e Em 1806, o matemático Jean Robert Argand (1768-1822), sem
0,9999. Com o auxílio de um programa de computador, conhecer o trabalho de Wessel, criou a mesma representação
desenhamos a seguir essa elipse (figura 1) e uma circun- para os números complexos. A glória dessa criação ficou ligada
ferência de raio 1 (figura 2). ao nome de Argand. Partindo das ideias de Wessel e Argand, o

36

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matemático alemão Johann Carl Friedrich Gauss (1777-1855) Temos:
complementou o estudo do plano complexo, também conhe-
cido como plano de Argand-Gauss. zk 1 1 5 zk  z 5 k(cos kf 1 i sen kf)  (cos f 1 i sen f)

 Propriedades do módulo de um número hipótese de indução


complexo Aplicando a fórmula da multiplicação de números complexos
Se for possível, demonstrar as propriedades do módulo de um na forma trigonométrica, concluímos:
número complexo, apresentadas a seguir:
zk 1 1 5 zk  z 5 k(cos kf 1 i sen kf)  (cos f 1 i sen f) 5
M1. Seja z 5 x 1 yi, com {x, y}  R.
5 k 1 1[cos (k 1 1)f 1 i sen (k 1 1)f]
Como x2 > 0 e y2 > 0, temos que x2 1 y2 > 0 e, portanto,
 x2  y2 > 0, isto é, | z | > 0. Logo, vale a implicação citada em (II).
Como P(n) satisfaz (I) e (II), concluímos pelo PIM que P(n)
M2. Sendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, temos:
é verdadeira para todo n  Z1.
z  z 5 (x 1 yi) (x 2 yi) 5 x2 1 y2 5 ( x2  y2 ) 5 | z |2
2

M2
2a- parte: n , 0
1
M3. | z1  z2 |2 5 (z1  z2)  (z1  z2) 5 (z1  z2)  (z1  z2) 5 Sabemos que zn 5 2n . Como 2n . 0, temos, pela primeira
z
M2 parte:
5 (z1  z1)  (z2  z2) = | z1|2  | z2|2 1 1
zn 5 2n 5 2n 5
z  [cos (2nf) 1 i sen (2nf)]
s | z1  z2 | 5 | z1|  | z2|
M2 M2 1(cos 0 1 i sen 0)
5 2n[cos (2nf) 1 i sen (2nf)]

| |
z1 z1
( )
z1 z1 z1 z1  z1
| z |2
2
M4. 5  5  5 5 12
z2 z2 z2 z2 z2 z2  z2 | z2|
Aplicando a fórmula da divisão de números complexos da forma
|z | |z | trigonométrica, concluímos:
s 1 5 1
| z2| | z2| 1(cos 0 1 i sen 0)
zn 5 5
M2 M2 2n[cos (2nf) 1 i sen (2nf)]
M5. | zn|2 5 zn  zn 5 zn  (z )n 5 (z  z)n 5 (| z |2)n 5 (| z |n)2 1
5 {cos[0 2 (2nf)] 1 i sen [0 2 (2nf)]}
s | zn| 5 | z |n 2n
Logo: zn 5 n(cos nf 1 i sen nf)
 Operação com número complexo na
forma trigonométrica
 A seguir, apresentamos um texto relacionado ao surgimento da
Depois da apresentação desse tópico, demonstrar a propriedade necessidade de se trabalhar com números complexos.
associativa da multiplicação de complexos.
z  w 5 (cos a 1 i sen a)  h(cos b 1 i sen b) 5
Texto A emergência dos
5 h(cos a 1 i sen a) (cos b 1 i sen b) = números complexos
5 h(cos a  cos b 1 i cos a  sen b 1 i sen a  cos b 1 i2 sen a  sen b) 5
1. Introdução
5 h[cos a  cos b 2 sen a  sen b 1 i(sen a  cos b 1 Os números complexos desempenham um papel suma-
1 sen b  cos a)] mente importante nos mais diversos ramos da Matemática
s z  w 5 h[cos (a 1 b) 1 i sen (a 1 b)] e, através destes, em muitas das aplicações a outras áreas
do conhecimento.
 Teorema de De Moivre Em geral, o estudante se depara com eles, pela primeira
O teorema de De Moivre foi apresentado no livro do aluno sem vez, ainda no curso secundário e sua introdução é justificada
a demonstração. Mas é importante você, professor, conhecer pela necessidade de resolver equações de segundo grau
essa demonstração, pois ela dará fundamentos para possíveis com discriminante negativo. Isso cria uma falsa impressão,
dúvidas dos alunos. já que, historicamente, não foram as equações de segundo
grau que levaram à introdução dos números complexos.
1a- parte: n > 0
Nestas notas analisaremos essa questão e alguns outros
Indicando por P(n) a propriedade a ser provada, vamos aplicar aspectos ligados ao desenvolvimento do assunto.
o princípio da indução matemática (PIM):
O fato de que um número negativo não tem raiz quadrada
(I) P(0) é verdadeira, pois, para n 5 0, a propriedade se resume a: parece ter sido sempre claro para os matemáticos que se
z0 5 1 5 1(cos 0 1 i sen 0) 5 10(cos 0f 1 i sen 0f) depararam com a questão.
As equações de segundo grau apareceram na Matemática
(II) Provaremos a validade da implicação:
já nas tabuletas de argila da Suméria, aproximadamente
P(k) é verdadeira ⇒ P(k 1 1) é verdadeira, para todo k  Z1 1.700 anos antes de Cristo e, ocasionalmente, levaram
hipótese de indução a radicais de números negativos; porém, não foram elas,
em momento algum, que sugeriram o uso de números
Isto é:
complexos.
zk 5 k(cos kf 1 i sen kf) ⇒ Em rigor, uma equação era vista como a formulação ma-
hipótese de indução temática de um problema concreto; assim, se no processo
de resolução aparecia uma raiz quadrada de um número
⇒ zk 1 1 5 k 1 1 [cos (k 1 1)f 1 i sen (k 1 1)f]

37

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negativo, isso era interpretado apenas como uma indica- Se chamamos de x o comprimento de uma das partes, a
ção de que o problema originalmente proposto não tinha outra terá comprimento 10 2 x, e a condição do problema
solução. Como veremos adiante, foram só as equações de se traduz na equação:
terceiro grau que impuseram a necessidade de trabalhar x(10 2 x) 5 40
com esses números.
Isso leva à equação x2 2 10x 1 40 5 0, cujas soluções são
Vejamos inicialmente alguns antecedentes. Um primeiro
x 5 5 6  215. Cardano reconhece que o problema dado
exemplo desta atitude aparece na Arithmetica de Diophan-
não tem solução mas, talvez a título de curiosidade, observa
to. Aproximadamente no ano de 275 d.C. ele considera o
que, trabalhando com essas expressões como se fossem
seguinte problema:
números, deixando de lado as torturas mentais envolvi-
“Um triângulo retângulo tem área igual a 7 e seu perímetro é das e multiplicando 5 1  215 por 5 2  215 obtém-se
de 12 unidades. Encontre o comprimento dos seus lados.” 25 2 (215), que é igual a 40.
Chamando de x e y o comprimento dos catetos desse Em consequência, ele chama essas expressões de raízes
triângulo, temos, na nossa notação atual: sofísticas da equação e diz, a respeito dela, que são tão
1 sutis quanto inúteis.
xy 5 7; x2 1 y2 5 (12 2 x 2 y)2
2
2. A necessidade dos números complexos
Substituindo y em função de x, obtemos a equação:
Raphael Bombelli (1526-1573) era um admirador da Ars
43 6  2167 Magna de Cardano, mas achava que seu estilo de exposição
24x2 2 172x 1 336 5 0, cujas raízes são: x 5
12 não era claro (ou em suas próprias palavras, ma nel dire
Neste ponto Diophanto observa que só poderia haver so- fù oscuro). Decidiu, então, escrever um livro expondo os
172 2
lução se 2 > 24 3 336. Nesse contexto, é claro que
mesmos assuntos, mas de forma tal que um principiante
pudesse estudá-los sem necessidade de nenhuma outra
não há necessidade alguma de introduzir um sentido para referência. Publicou l’Algebra, em três volumes, 1572, em
a expressão  2167. Veneza, obra que viria a se tornar muito influente. No ca-
pítulo II dessa obra, ele estuda a resolução de equações de
Na verdade, o primeiro registro de um radical de um
grau não superior a quatro. Em particular na página 294
número negativo é um pouco anterior: ele aparece na
e nas seguintes, ele considera a equação x3 5 15x 1 4.
Estereometria de Herón, matemático grego do período
Ao aplicar a fórmula de Cardano para o cálculo de uma
Alexandrino, publicada aproximadamente em 75 d.C.
raiz, ele obtém:
Num cálculo sobre o desenho de uma pirâmide surge a
necessidade de avaliar  81 2 144. A questão parece não x5  2 1  2121 1 3 2 1  2121
3

causar nenhum problema simplesmente porque logo em


seguida os números apresentam-se trocados:  144 2 81, Seguindo Cardano, ele também chama essa expressão de
resultando  63. Que é calculado como aproximadamente sofística mas, por outro lado, ele percebe que x 5 4 é, de
15 fato, uma raiz da equação proposta.
igual a 7 . Assim, pela primeira vez, nos deparamos com uma situação
16
Encontram-se novas referências à questão na Matemática em que, apesar de termos radicais de números negativos,
indiana. Aproximadamente no ano de 850 d.C., o mate- existe verdadeiramente uma solução da equação proposta. É
mático indiano Mahavira afirma: necessário, então, compreender o que está acontecendo.
“... como na natureza das coisas um negativo não é um Bombelli concebe então a possibilidade de que existia
quadrado, ele não tem, portanto, raiz quadrada.” uma expressão da forma a 1  2b que possa ser conside-
Já no século XII o famoso matemático Bhaskara (1114-1185 rada como raiz cúbica de 2 1 2121 i.e., que verifique
(a 1  2b ) 5 2 1  2121 . A forma em que ele calcula
3
aprox.) escreve:
“O quadrado de um afirmativo é afirmativo; e a raiz quadrada essa raiz é um tanto peculiar; ele assume que a raiz cú-
de um afirmativo é dupla: positiva e negativa. Não há raiz bica de 2 2  2121 seja da forma a 2  2b . Como ele
quadrada de um negativo; pois ele não é um quadrado.” sabe que 4 deve ser raiz da equação, necessariamente
Também na Matemática europeia aparecem observações a 1  2b 1 a 2  2b 5 4. Nesse ponto, felizmente, as quan-
dessa natureza; Luca Paccioli, na Summa de arithmetica, tidades não existentes se cancelam e obtemos a 5 2. Com
esse resultado, é muito fácil voltar à equação (a 1  2b ) 5
3
geometrica proportioni et proportionalita, publicada em
1494, escreve que a equação x2 1 c 5 bx é solúvel somente 5 2 1  2121 e deduzir que b 5 1. Assim, ele obtém que
1 2
se b > c, e o matemático francês Nicolas Chuquet  2 1  2121 5 2 1  21 e que:
3

4
(1445-1500 aprox.) faz observações semelhantes sobre x = 2 1  21 1 2 2  21 5 4
“soluções impossíveis” num manuscrito de 1484, não é uma solução da equação dada.
publicado. Bombelli percebeu claramente a importância desse achado.
O próprio Cardano se deparou com esse tipo de questões Ele diz:
e, embora mantivesse a atitude dos seus contemporâneos, “Eu achei uma espécie de raiz cúbica muito diferente das
no sentido de entender que as raízes de números negativos outras, que aparece no capítulo sobre o cubo igual a uma
indicavam apenas a não existência de soluções de um de- quantidade e um número. [...] A princípio, a coisa toda me
terminado problema, pelo menos em um caso ele deu um pareceu mais baseada em sofismas que na verdade, mas eu
passo a mais. No Capítulo 37 do Ars Magna ele considera procurei até que achei uma prova. [...]
o problema de dividir um segmento de comprimento 10
Isto pode parecer muito sofisticado mas, na realidade, eu
em duas partes cujo produto seja 40.
NEIDE TOYOTA

tinha essa opinião, e não pude achar a demonstração por


meio de linhas [i.e. geometricamente], assim, tratarei da
x 10 � x multiplicação dando as regras para mais e menos.“

38

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Ele utiliza a expressão più di meno para se referir ao que nós negativo (quando aparecem) e se considera que implicam
denotaríamos como 1i e meno di meno para 2i. Ele enuncia que o caso proposto é impossível.
então o que chama de regras do produto, que citamos E assim é, de fato, no sentido estrito do que foi proposto.
abaixo junto com sua tradução na nossa simbologia: Pois não é possível que qualquer número (negativo ou
afirmativo), multiplicado por si mesmo, possa produzir
Più via più di meno fa più di meno, 1  (1i) 5 1i
(por exemplo) 24. Pois sinais iguais (tanto 1 quanto 2)
Meno via più di meno fa meno di meno, 2  (1i) 5 2i produzirão 1; e portanto não 24.
Più via meno di meno fa meno di meno, 1  (2i) 5 2i Mas também é impossível que qualquer quantidade (em-
Meno via meno di meno fa piú di meno, 2  (2i) 5 1i bora não um suposto quadrado) possa ser negativa. Pois
Piú di meno via piú di meno fa meno, (1i)  (1i) 5 2 não é possível que qualquer magnitude possa ser menos
Meno di meno via piú di meno fa piú, (2i)  (1i) 5 1 que nada, ou qualquer número menor que nada.
Meno di meno via meno di meno fa meno. (2i)  (2i) 5 2 Porém, não é esta suposição (das quantidades negativas)
nem inútil nem absurda, quando corretamente compreen-
É interessante notar que Bombelli se deparava com a dida. E, embora para a simples notação algébrica representa
dificuldade adicional de não dispor de uma boa notação. uma quantidade menor do que nada, quando se trata de
Ele utilizava p (plus) para indicar a soma; m (minus) para uma aplicação física, denota uma quantidade tão real como
subtração; R (radix) para raiz quadrada e R3 para a raiz se o sinal fosse 1; mas interpreta no sentido contrário.”
cúbica. Também não dispunha de parênteses; nos seus ma- Depois de considerar diversos exemplos de números
nuscritos sublinhava expressões para indicar quais os termos negativos interpretados em termos de segmentos sobre
afetados por um radical. Assim, por exemplo, expressão uma reta orientada, ele tenta uma interpretação para as
3
 2 1  2121 era escrita na forma: quantidades imaginárias:
“Suponhamos que num local ganhamos do mar 30 acres,
R3 2pR 0 2 121
mas perdemos em outro local 20 acres: se agora formos
Note que, como não escrevia diretamente números nega- perguntados quantos acres ganhamos ao todo a resposta
tivos, ele escreveu 2121 como 0 2 121. Dessa forma, a é 10 acres, ou 110 (pois 30 2 20 5 10).
solução da equação discutida acima aparecia como: [...] Mas, se num terceiro local perdemos mais 20 acres, a
resposta deve ser 210 (pois 30 2 20 2 20 5 210). [...]
R3 2pR 0 2 121 p R3 2mR 0 2 121 Mas agora, supondo que esta planície negativa de 21.600
square perches [20 acres correspondem a 1.600 square
3. Progressos ulteriores perches, uma outra medida inglesa da época] tem a forma
Faremos aqui um pequeno resumo da evolução dos núme- de um quadrado, não devemos supor que este quadrado
ros complexos, para que o leitor tenha uma visão global tem um lado? E, assim, qual será esse lado?
da história do assunto. Começaremos listando alguns pro- Não podemos dizer que é 40, nem 240 [...] Mas sim que
gressos na notação para depois nos ocuparmos da evolução
é  21.600 (a suposta raiz de um quadrado negativo) ou
dos conhecimentos.
10 216 ou 20 24 ou 40 21.”
• O símbolo  21 foi introduzido em 1629 por Albert
Girard. Como era de se esperar, essa interpretação não teve uma
grande acolhida entre seus contemporâneos e nenhuma
• O símbolo i foi usado pela primeira vez para representar
repercussão posterior.
 21 por Leonhard Euler em 1777, apareceu impresso
Notemos que, até aqui, nada garante que raízes cúbicas
pela primeira vez em 1794 e se tornou amplamente aceito
– ou em geral, raízes n-ésimas de complexos – sejam, de
após seu uso por Gauss em 1801.
fato, complexos. Tal como assinala M. Kline [5, p. 595], no
• Os termos real e imaginário foram empregados pela começo do século XVIII a maioria dos matemáticos ainda
primeira vez por René Descartes em 1637. acreditava que raízes de diferentes ordem de números
• A expressão número complexo foi introduzida por Carl complexos levariam à introdução de diferentes tipos de
Friederich Gauss em 1832. complexos.
Como observamos na seção anterior, a partir do trabalho Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783) foi encontrado
de Bombelli, os números complexos começaram a ser uti- abandonado na porta da igreja de St. Jean Le Rond, na
lizados devido a sua óbvia utilidade para resolver equações noite de 10 de novembro de 1717, com cujo nome foi
de terceiros grau mas, ao mesmo tempo, era claro que batizado e foi criado por pais adotivos. Sua mãe, Madame
tais números não poderiam existir. A primeira tentativa de de Tencin, era irmã de um cardeal e acompanhou sua
legitimação, via uma “interpretação geométrica”, é devida vida a distância, sem nunca reconhecê-lo oficialmente, e
a John Wallis (1616-1703), contemporâneo de Newton e seu pai, o General Destouches, lhe deixou uma quantia
professor na Universidade de Oxford. Em 1673 ele publi- suficiente para cuidar da sua educação após sua morte em
cou um tratado intitulado Algebra, em cujo capítulo LXVI 1726. Após estudar Direito e Medicina, decidiu dedicar
discute a impossibilidade da existência de quantidades sua vida à Matemática. Trabalhou em Álgebra, cálculo e
imaginárias e compara essa questão com a da existência suas aplicações, equações diferenciais ordinárias e parciais,
de quantidades negativas.* funções de variável complexa, mecânica e dinâmica. Em
“Essas quantidades imaginárias (como frequentemente 1747 publicou Refléxions sur la cause générale desvents, em
chamadas) surgem das supostas raízes de um quadrado que afirmou que toda expressão construída algebricamente

* Nós citamos a transcrição de D. E. Smith.

39

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a partir de um número complexo (onde incluía também a tumeiramente de imaginários, pois eles só existem na
extração de raízes) é da forma a 1 b 21. Não formulou imaginação.”
uma prova satisfatória no caso de expressões da forma
(a 1 bi)c 1 di, tarefa que seria completada por Euler. 4. A representação gráfica
D’Alembert foi amigo de Voltaire e colaborou com diversos A representação geométrica dos números complexos
artigos para a Enciclopédie, mas manteve nesta um discreto mediante pontos do plano foi decisiva para sua aceitação.
silêncio sobre os números complexos. A possibilidade dessa representação era clara para vários
Roger Cotes (1682-1716) foi um jovem professor no famoso autores, como Cotes, De Moivre, Euler e Vandermonde;
Trinity College de Cambridge e, após sua prematura morte, todos eles tentaram resolver a equação xn 2 1 5 0 pensando
dele disse Newton: Se Cotes tivesse vivido, teríamos aprendido em suas soluções como vértice de um polígono regular de n
alguma coisa. Em 1714 ele obteve um importante resultado, lados. Essa ideia era ainda incompleta, pois nenhum desses
relacionado com a obtenção de raízes n-ésimas da unidade autores achou também uma interpretação geométrica para
que, na notação moderna, poderíamos explicar como: as operações com complexos.
loge (cos φ 1 i sen φ) 5 iφ O primeiro a formular uma tal interpretação foi um agri-
Isso poderia ter levado à famosa “relação de Euler”: mensor norueguês chamado Caspar Wessel (1745-1818),
um autodidata. Ele é autor de um artigo intitulado Sobre
cos φ 1 i sen φ 5 e i φ
a representação analítica da direção: uma tentativa, que foi
que, por sua vez, implica a “fórmula de De Moivre”: publicado em 1799 nas memórias da Real Academia da
Dinamarca. Ali, escreveu:
(cos φ 1 i sen φ)n 5 cos (nφ) 1 i sen (nφ)
“Vamos designar por 11 a unidade retilínea positiva, por
o que resolveria o problema de achar raízes. 1ε outra perpendicular à primeira, com a mesma origem;
Porém, o caminho foi outro. Abraham De Moivre (1667- então o ângulo de direção de 11 será 0°, o de 21 será 180°,
-1754) nasceu na França, mas viveu na Inglaterra a partir o de ε será 90° e o de 2ε será 290° ou 270°.”
dos dezoito anos, quando o Edito de Nantes, que pro- Tal como fazemos hoje em dia, ele representa o complexo
tegia os huguenotes, foi revogado. Estudou Matemática a 1 bi pelo vetor do plano com origem O — a origem do
sozinho, após ler os Principia de Newton, chegando a se sistema dos eixos coordenados — e com extremo no ponto
tornar membro da Royal Society e das academias de Paris P de coordenadas (a, b). Depois dá uma representação
e Berlim. Seu trabalho versou fundamentalmente sobre geométrica da soma de dois complexos a 1 bi e c 1 di,
Trigonometria, probabilidade e cálculo de anuidades. Em representando-os pelos vetores OP e OQ, respectivamente,
1722, utilizando fatos que já havia publicado em 1707, e observando que a soma estará representada pela diagonal
ele obteve um resultado que implicou a fórmula que leva do paralelogramo construído sobre OP e OQ.
seu nome, embora tenha se limitado a casos particulares e
De forma análoga, o produto desses complexos estará
nunca tenha chegado a enunciar ou demonstrar a fórmula
representado por um vetor OR tal que o comprimento de
no caso geral.
OR é o produto dos comprimentos de OP e OQ, e o ângulo
Essa tarefa coube a Leonhard Euler (1707-1754), con- que OR forma com o eixo Ox é igual à soma dos ângulos
siderado o mais prolífico matemático de todos os tem- formados por OP e OQ com esse eixo.
pos. Numa carta endereçada a Jean Bernoulli, datada
Uma representação semelhante foi dada por Jean-Robert
de 18 de outubro de 1740, ele afirma que y 5 2 cos φ e
Argand (1768-1822), um bibliotecário suíço, também auto-
y 5 eix 1 e2ix eram ambas soluções da mesma equação
didata, que em 1806 publicou um pequeno livro intitulado
diferencial (o que reconheceu através do desenvolvimento
Essai sur la manière de représenter les quantités imaginaires
em série das soluções) e que, portanto, deviam ser iguais.
dans les constructions géométriques. Ele observa que se
Publicou esse resultado em 1743; explicitamente:
multiplicarmos 11 por i obtemos i e se multiplicarmos
eiφ 1 e2iφ eiφ 2 e2iφ esse resultado novamente por i obtemos 21. Ele pensa,
cos φ 5 e sen φ 5
2 2i então, em representar i por uma operação que aja de modo
Em 1748 ele redescobriu o resultado de Cotes, demonstrou análogo. Assim, podemos representar i por uma rotação de
a fórmula de De Moivre e estendeu sua validade para todo 90° em sentido anti-horário.
expoente n real. Com isso, a existência de raízes no campo A partir daqui, tal como Wessel, ele dá interpretações para
complexo ficou definitivamente estabelecida. números da forma a 1 bi e para as operações com comple-
Obviamente, Euler compreendia e utilizava muito bem xos, aplicando seus resultados à demonstração de teoremas
os números complexos. O fato de ele próprio ter grandes de Álgebra, Geometria e Trigonometria.
dúvidas quanto a sua legitimidade ilustra claramente o Esses trabalhos tiveram pouco ou nenhum efeito sobre os
status desse corpo numérico na época. Em Vollständige matemáticos da época; a memória de Wessel só foi notada
Anleitung zur Algebra, publicada primeiro em russo, em quando publicada em tradução francesa em 1897, e o livro
1768-69, e depois em alemão, em 1770, que se tornou de Argand, embora causasse uma certa controvérsia, teve
uma referência clássica nessa área nos dois séculos seguin- pouco impacto, talvez por ser a única contribuição de seu
tes, Euler escreve: autor à Matemática. Quem verdadeiramente tornou a inter-
“Uma vez que todos os números concebíveis são maiores pretação geométrica amplamente aceita foi Carl Friederich
do que 0, ou menores do que 0 ou iguais a 0, é claro que a Gauss (1777-1855).
raiz quadrada de um número negativo não pode ser incluída A julgar pelas suas demonstrações do teorema funda-
entre números possíveis. mental da Álgebra, ele já conhecia a interpretação gráfica
Consequentemente, devemos dizer que estes são números dos complexos em torno de 1815, embora escrevesse,
impossíveis. numa carta de 1825, que a verdadeira metafísica de  21 é
E esta circunstância nos conduz a tais números, que por elusiva. Finalmente, em 1831, ele escreveu um artigo muito
sua natureza são impossíveis, e que são chamados cos- explícito sobre a questão. Diz a introdução:

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“O autor tem considerado há vários anos esta parte im- grau e, portanto, a divisão de P(x) por D(x) pode ser efetuada
portante da Matemática sob um ponto de vista diferente, por meio de divisões sucessivas pelos fatores do primeiro grau
que permite conferir às quantidades imaginárias, como as de D(x).
negativas, uma existência objetiva. CCSeguem três textos referentes ao conteúdo que poderão auxiliá-lo
O significado intuitivo dos números complexos fica com- no trabalho deste capítulo.
pletamente estabelecido e não se precisa mais para admitir
estas quantidades no domínio da aritmética.” Texto 1 Uso de polinômios para
Ele observa também que se as unidades 1, 21,  21 não surpreender
fossem chamadas de positiva, negativa e imaginária, mas
Adaptação de parte de um artigo de Catherine Herr Mulligan,
direta, inversa lateral, as pessoas não teriam tido a impressão
do livro As ideias de Álgebra, resenhado na seção LIVROS
de que há algo de misterioso nesses números.
desta RPM
A observação de Gauss a respeito da existência objetiva
dos números complexos ilustra a visão da Matemática na Introdução
época. Parece que o fato de esses números poderem ser Ao ensinar Álgebra, tento apresentar a matéria como
representados geometricamente lhes dá essa existência. Em relevante e útil, mas não creio que seja necessário manter
outras palavras, parece que, para os matemáticos daquele sempre as considerações de “relevância” ligadas ao mun-
período, os entes geométricos tinham um tipo de realidade do real. A maioria dos meus alunos continuará estudando
que faltava aos objetos da aritmética. Matemática depois de Álgebra 1 e tento ensinar-lhes que
Finalmente, a formalização completa dos números comple- a Álgebra é um instrumento que se usa em Matemática
xos como pares ordenados de números reais será desenvol- superior, uma linguagem comum e um meio de comuni-
vida por William Rowam Hamilton (1805-1865) em 1833, cação. As aplicações ao mundo real são importantes, mas
e ainda Agustin Cauchy (1789-1857) daria outro tipo de também é bom que os alunos vejam como se usa a Álgebra
formalização em 1847. para o bem da Matemática.
MILIES, César Polcino. A emergêngia dos números complexos. São A aritmética dos polinômios é uma boa área para imple-
Paulo, Revista do professor de matemática, n. 24, 2º- semestre de 1993. mentar essa filosofia. A manipulação de expressões polino-
p. 5-15.
miais é uma técnica essencial; no entanto, como qualquer
habilidade que exige prática, pode tornar-se repetitiva e
monótona.
Uma coleção de alguns “fatos surpreendentes” permite ao
Capítulo 8
aluno “descobrir” e então demonstrar esses fatos usando a
aritmética dos polinômios.
CCOperação com polinômios
Alguns dos fatos envolvem “truques” para cálculo mental
I. Este assunto pode ser tratado como uma revisão, pois já foi
rápido, que podem ser explicados usando uma represen-
estudado no Ensino Fundamental.
tação polinomial simples.
II. Propor, como trabalho em dupla, os exercícios resolvidos
Nesta época de calculadoras, esses fenômenos são introdu-
de R.6 a R.10.
zidos, não porque são rápidos, mas porque funcionam; os
CCDivisão de polinômios por binômios de alunos são desafiados a provar por que funcionam!
1º- grau
Fato Surpreendente 1
Sempre que possível, fazer uma analogia entre as propriedades Se dois números de dois algarismos têm iguais os algarismos
dos polinômios e as propriedades dos números. Por exemplo, das dezenas, e se os algarismos das unidades somam 10,
para dividir 48 por 6, podemos dividir, sucessivamente, 48 pelos pode-se calcular seu produto instantaneamente.
fatores primos de 6:
Se os alunos me testam, com 77 3 73, por exemplo,
48 2 Fatores de 6 respondo instantaneamente 5.621. Após mais um ou dois
exemplos, revelo meu “truque”: multiplica-se o algarismo
0 24 3
das dezenas, 7, pelo seu sucessor, 8, achando 56, cujos
0 8 algarismos serão, nessa ordem, os algarismos dos milhares
Um raciocínio análogo pode ser usado na divisão de polinômios; e das centenas da resposta. Acrescenta-se à direita de 56
por exemplo, para dividir o polinômios P(x) z x3 2 2x2 2 x 1 2 o produto dos algarismos das unidades, 7 3 3 ou 21,
por D(x) z x2 2 1. Podemos dividir sucessivamente P(x) pelos obtendo-se 5.621.
fatores do 1º- grau de D(x): Podemos aumentar a confiança no processo, aplicando-o a
Fatores vários outros casos, mas muitos exemplos não constituem
x3 2 2x2 2 x 1 2 x 1 1 de x2 2 1 uma demonstração. Porém, se usarmos binômios para
x3 1 x2 x2 2 3x 1 2 x21 representar os números a serem multiplicados, podemos
dar uma demonstração que independe dos exemplos
23x 2 x 1 2
2
x 2x
2
x22
escolhidos:
23x2 2 3x 22x 1 2
Represente por a o algarismo das dezenas dos dois números
2x 1 2 22x 1 2 considerados e por b o algarismo das unidades do primei-
2x 1 2 0 ro número. Então o algarismo das unidades do segundo
número será 10 2 b.
0
Logo, 10a 1 b é o primeiro número e 10a 1 (10 2 b), o
Concluir que importância do estudo da divisão de um polinô- segundo número. Seu produto é:
mio P(x) por binômios do 1º- grau se deve ao fato de que todo
polinômio D(x) pode ser decomposto em fatores do primeiro (10a 1 b)  (10a 1 10 2 b) 5 ... 5 100a (a 1 1) 1 b (10 2 b)

41

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Fato Surpreendente 2 Para a prova do resultado, escrevemos o produto de quatro
Se você somar 1 ao produto de quatro inteiros consecutivos, inteiros consecutivos, dividindo por 8, como:
o resultado sempre será um quadrado perfeito. m (m 1 1) (m 1 2) (m 1 3)
5
Alguns exemplos levarão os alunos a suspeitar que essa 8
afirmação é sempre verdadeira. Poderemos anotar nossas
observações no quadro negro assim: m (m 1 3) (m 1 1) (m 1 2) 1
5 3 3 5
2 2 2
1 3 2 3 3 3 4 1 1 5 25 5 52
2 3 3 3 4 3 5 1 1 5 121 5 112 m2 1 3m m2 1 3m 1 2 1
5 3 3 5
2 2 2
97 3 98 3 99 3 100 1 1 5 94.109.401 5 9.7012

Para obter uma prova desse fato, vamos representar os


inteiros consecutivos por: n, n 1 1, n 1 2 e n 1 3.
5
m2 1 3m
2
3
2 [
m2 1 3m
11 3
1
2 ]
Então m2 1 3m
Logo, temos um número triangular para n 5 ,
n (n 1 1) (n 1 2) (n 1 3) 1 1 5 2
pois esse número é um inteiro positivo; verificar isso é
5 n4 1 6n3 1 11n2 1 6n 1 1 (1) um exercício interessante que deve ser proposto aos
Temos, agora, dois procedimentos possíveis. alunos.
Alguns alunos notarão que o quadrado perfeito, nos nossos MULLIGAN, Catherine H. Uso de polinômios para surpreender. São
exemplos numéricos, é o quadrado de 1 mais o produto Paulo: Revista do professor de Matemática, n. 31, 2º- quadrimestre de
1996. p. 2-5.
do primeiro pelo último termo da sequência (é também o
quadrado de 1 menos o produto do segundo pelo terceiro
termo da sequência). Poderemos observar, por exemplo,
que:
Texto 2 Uma aplicação dos
4 3 5 3 6 3 7 1 1 5 841 5 292 5 (1 1 4 3 7)2 polinômios
Expressando em polinômios, escrevemos:
Como determinar se √ 5 1 √ 7 é irracional?
[1 1 n(n 1 3)]2 5 n4 1 6n3 1 11n2 1 6n 1 1 (1)
A questão inicial
Isso, além de confirmar que (1) é um quadrado perfeito,
No final do Diálogo, a Professora e o Estudante vivem
também nos diz que número é o quadrado perfeito.
juntos alguns momentos do processo de estudo de uma
Outra maneira de proceder é trabalhar diretamente a partir
questão matemática: a de determinar se um número
de (1) e conjecturar que seria com fatorar o segundo mem-
dado é ou não irracional. Essa questão é, sem dúvida
bro e ver que ele é um quadrado perfeito. Esse quadrado
alguma, muito ampla, mas a Professora e o Estudante nos
teria, para um a conveniente, a forma:
mostram uma técnica que permite abordá-la para alguns
(n2 1 an 1 1)2 5 n4 1 2an3 1 (2 1 a2) n2 1 2an 1 1 (2) casos específicos.
Igualando os coeficientes em (1) e (2), temos: A técnica consiste em buscar primeiro uma equação com
coeficientes inteiros, que tenha como solução o número
2a 5 6 e 2 1 a2 5 11, ou seja, a 5 3 estudado, e em demonstrar, depois, que a equação en-
Então: contrada não tem nenhuma solução racional. Para que
n4 1 6n3 1 11n2 1 6n 1 1 5 (n2 1 3n 1 1)2 tipos de números funciona essa técnica? Como encontrar,
em cada caso, uma equação apropriada? Que tipos de
Fato Surpreendente 3 propriedades dos números escolhidos devem ser utiliza-
O quociente da divisão por 8 de um produto de quatro inteiros das? Que relação tem essa técnica com a técnica clássica,
positivos consecutivos é um número triangular. utilizada pelos antigos gregos, para demonstrar que  2
é irracional?
Definimos número triangular como sendo um número da
n (n 1 1) Problema
forma para n um natural positivo.
2 Determinar, com a técnica indicada, se o número  3 1  5
Logo, esses números são: 1, 3, 6, 10, 15, 21, 28... fazendo
é ou não racional.
n 5 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...
[...]
A razão do nome triangular é explicada pela figura:
 3 1  5 é solução de x4 2 16x2 1 4 5 0. Se essa equa-
p
ção tivesse uma solução racional com mdc(p, q) 5 1,
q
então q é divisor de 1 e p é divisor de 4. Teríamos, assim,
NEIDE TOYOTA

q 5 61 e p 5 61, 62, 64. Então, visto que 1 ,  3 , 2 e


2 ,  5 , 3, temos que 3 ,  3 1  5 , 5.
p
n�1 n�2 n�3 n�4 n�5
Portanto, somente seria conveniente o caso 5 4, que
q
não é solução da equação.

Testamos o resultado no exemplo: CHEVALLARD, Y.; BOSCH, M. e GASCÓN, J. Estudar


Matemáticas: o elo perdido entre o ensino e a aprendizagem. Porto
(3 3 4 3 5 3 6) 4 8 5 45 que é o número triangular Alegre: Artmed, 2001. p. 297, 298 e 314.
para n 5 9.

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Texto 3 Um modelo matemático O modelo a 5  3
do número √ 3 O modo de utilizar esse modelo é inspirado em uma técnica
[...] Fazer matemática também serve para estudar sistemas, mais geral, baseada na construção de um método interativo
nos quais os objetos envolvidos são objetos matemáticos do tipo x 5 f(x) (com f função racional) a partir do polinô-
(números e operações, figuras, expressões algébricas etc.). mio mínimo sobre Q[x] do número algébrico a.
Para isso, o que teremos de fazer é construir modelos desses Podemos ver que aqui o polinômio mínimo de a é x2 2 3,
sistemas, isto é, modelos matemáticos de sistemas formados do qual deduzimos que a é a solução de:
ao mesmo tempo por objetos matemáticos. 2
Vamos supor, por exemplo, que queiramos calcular um x 5 f(x) 5 11
x11
valor aproximado de  3 e deixamos a calculadora em casa.
Aqui,  3 é o objeto que queremos estudar, como antes era CHEVALLARD, Y., BOSCH, M. e GASCÓN, J. Estudar
a divisão de balas ou a distância do horizonte. Precisamos, Matemáticas: o elo perdido entre o ensino e a aprendizagem. Porto
Alegre: Artmed, 2001. p. 51-52.
então, de um modelo matemático desse objeto. Vamos
utilizar como modelo a equação a2 5 3.
Uma maneira usual de trabalhar esse modelo consiste em
isolar o a da equação para obter a 5  3 . No entanto,
fazendo isso, não avançamos nada, visto que não obte- Capítulo 9
mos nenhuma informação sobre o valor numérico de  3 .
Vejamos outra maneira de trabalhar com o modelo cons- CCEquação polinomial ou algébrica
truído. Em primeiro lugar, escrevemos a série de igualdades Ressaltar que, dados quaisquer números complexos, podemos
equivalentes: formar uma equação polinomial que possua esses números
a2 5 3 ⇔ a2 2 1 5 2 ⇔ (a 1 1) (a 2 1) 5 2 como raízes. Por exemplo, dados os números 2, 6 e 24, temos
2 2 a equação (x 2 2) (x 2 6) (x 1 4) 5 0, que é equivalente a
⇔a215 ⇔a5 11 x3 2 4x2 2 20x 1 48 5 0, que é uma equação polinomial que
a11 a11
Chegamos, assim, a um novo modelo de  3 : a equação possui esses números como raízes.
2 2
a5 1 1 (ou seja  3 5 1 1). CCRaízes imaginárias
a11 3 1 1
Como explorar esse modelo? Sabemos que a 5  3 está Se for possível, apresentar a demonstração do teorema das raízes
entre 1 e 2, visto que 12 é menor que 3 e 22 é maior que imaginárias para equações polinomiais de coeficientes reais.
3. Então, temos as seguintes desigualdades:
Demonstração
1 1 1
1,a,2⇒2,a11,3⇒ , , ⇒ Seja P (x) z anxn 1 an 2 1x n 2 1 1 an 2 2x n 2 2 1 ... 1 a0 um polinômio
3 a11 2
com coeficientes reais tal que o número imaginário z 5 a 1 bi,
2 2 2 5 2
⇒ , , ⇒ , 11,2 com a  R e b  R*, seja raiz da equação P(x) 5 0.
3 a11 2 3 a11
Temos que P(z) 5 0, ou seja:
2 2
Agora, como a a 5 1 1, substituímos 11
a11 a11 anzn 1 an 2 1z n 2 1 1 an 2 2z n 2 2 1 ... 1 a0 5 0 (I)
por a na última desigualdade e chegamos à conclusão de
5 Se dois complexos são iguais, então seus conjugados são iguais.
que a, isto é  3 , está entre e 2.
3 Por isso, podemos concluir da sentença (I) que:
O importante, então, é notar que podemos apurar mais o
cálculo, repetindo o processo a partir dos dados obtidos:
anzn 1 an 2 1z n 2 1 1 an 2 2z n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
5 2 2 3
, a , 2 ⇒ ... ⇒ , , ⇒
3 3 a11 4 Pelas propriedades do conjugado de um complexo, podemos
5 2 7 5 7 escrever:
⇒ , 11, ⇒ , 3 ,
3 a11 4 3 3
anzn 1 an 2 1z n 2 1 1 an 2 2z n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
Assim, a está entre 1,66... e 1,75.
Continuando o processo, obteremos sucessivamente: anzn 1 an 2 1z n 2 1 1 an 2 2z n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
5 7
,a, ⇒ 1,66 , a , 1,75 anzn 1 an 2 1z n 2 1 1 an 2 2z n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
3 4

19 7 an( z )n 1 an 2 1( z )n 2 1 1 an 2 2( z )n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
,a, ⇒ 1,72 , a , 1,75
11 4
Assim, P( z ) 5 0; e, portanto, z é raiz da equação P (x) 5 0.
19 26
,a, ⇒ 1,72 , a , 1,73
11 15
CCRaízes racionais

71 26 Se for possível, demonstrar o teorema das raízes racionais; é


,a, ⇒ 1,73170 , a , 1,73737 conveniente partir de uma equação de 2º- grau.
41 15
p
A última desigualdade determina um valor aproximado de Se , com p e q inteiros primos entre si e q i 0, é raiz da equa-
q
 3 com 2 algarismos decimais exatos:  3 5 1,73..., resol- ção do 2º- grau com coeficientes inteiros ax2 1 bx 1 c 5 0,
vendo, assim, o problema apresentado inicialmente.
então p é divisor de c, e q, divisor de a.

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Justificativa 2 A ênfase no uso da fórmula quadrática deve diminuir; mais
Temos que: a  qp  1 b  qp  1 c 5 0 ainda, as equações quadráticas devem ser consideradas
explicitamente como equações polinomiais de grau dois e,
Essa igualdade é equivalente a: enquanto tais, constituir exemplos de polinômios mais gerais.
p(ap 1 bq) 5 2cq2 (I) Os alicerces dessa abordagem, além de acessíveis a todos
os alunos, são importantes para eles. Os tipos de modelos
De (I) temos que p é divisor de 2cq2. Como p e q são primos
de raciocínio desenvolvidos ao se trabalhar com equações
entre si, concluímos que p é divisor de c.
polinomiais podem ser generalizados para outras situações.
De (I) temos, ainda, que q é divisor de p (ap 1 bq). Através dos polinômios, podem-se introduzir noções de nível
• Como p e q são primos entre si, podemos garantir que q é superior sobre funções. A solução de problemas que, à primeira
divisor de ap 1 bq. vista, parecem não ter qualquer ligação com polinômios acaba
• Como q é divisor de bq e q é divisor de ap 1 bq, temos que dependendo muito deles. Os polinômios são onipresentes em
q é divisor de ap. Matemática, e é importante que os alunos os dominem com
• Como p e q são primos entre si e q é divisor de ap, temos segurança. O objetivo deste artigo é dar uma ideia de como
que q é divisor de a. e por que os polinômios devem fazer parte do currículo da
escola média.
Essa demonstração, para o caso particular de equações de
2º- grau, auxilia a demonstração para uma equação de grau n,
A fatoração de polinômios
feita a seguir.
p Se r é uma raiz de um polinômio f(x) 5 a0xn 1 a1xn21 1 ... 1
Sendo uma raiz da equação, devemos ter: 1 an 2 1x 1 an, então (x 2 r) é um fator de f(x). Isto é, existe
q
n n21 n22 um polinômio g(x) tal que f(x) 5 (x 2 r) g(x). Reciproca-
an  qp  1 a  qp 
n21
1 an 2 2  qp  1 ... 1 a0 5 0 mente, se f(x) 5 (x 2 r) g(x), então r é raiz de f(x). Esse é
o teorema do fator. Obviamente, o grau de g(x) é uma
pn pn 2 1 pn 2 2 unidade menos que o de f(x).
s an  1 an 2 1  n 2 1 1 an 2 2  n 2 2 1 ... 1 a0 5 0
qn
q q Os alunos facilmente compreendem que r é uma raiz se,
Multiplicando ambos os membros por qn, obtemos: e somente se, (x 2 r) é um fator do polinômio, mas de
início encontram dificuldade para constituir g(x). Esta é
anpn 1 an 2 1pn 2 1 q 1 an 2 2pn 2 2 q2 1 ... 1 a1pqn 2 1 1 a0qn 5 0 (I)
uma oportunidade perfeita para discutir divisão de poli-
s anpn 1 an 2 1pn 2 1 q 1 an 2 2pn 2 2 q2 1 ... 1 a1pqn 2 1 5 2a0qn nômios, modelando a discussão pela divisão de números
inteiros [...]. Usando essa analogia, mesmo os alunos
s p(anpn 2 1 1 an 2 1pn 2 2 q 1 an 2 2pn 2 3 q2 1 ... 1 a1qn 2 1) 5 2a0qn fracos em Álgebra têm pouca dificuldade para entender
Como o produto de inteiros é inteiro e a soma de inteiros tam- e discutir inteligentemente a ideia de resto r(x) em f(x) 5
bém é inteiro, concluímos que o primeiro membro da igualdade 5 h(x)g(x) 1 r(x). Além disso, devido ao procedimento ins-
anterior é um número inteiro. Portanto o segundo membro, pirado nesse modelo, os alunos são estimulados a procurar
2a0qn, é inteiro e múltiplo de p, pois é igual ao produto de p analogias aritméticas para outras atividades algébricas. As
por um inteiro k1, ou seja, pk1 5 2a0qn, com k1  Z. Como p e pesquisas mostram que essas analogias são recursos efica-
q são primos entre si, temos que p e qn também o são. Logo, zes para a compreensão das estruturas algébricas.
p é divisor de a0. Quando se enfatiza e se utiliza com frequência a fatora-
Temos, ainda, que a igualdade (I) é equivalente a: ção, como achamos que devia ser, não há motivo para
persistir eternamente no algoritmo da divisão. Vale a
an 2 1pn 2 1 q 1 an 2 2pn 2 2 q2 1 ... 1 a0qn 5 2anqn, ou
pena investir o pouco tempo necessário para entender
q(an 2 1pn 2 1 1 an 2 2pn 2 2 q 1 ... 1 a0qn 2 1) 5 2anpn a divisão sintética*, que, segundo parece, é outro tópico
que simplesmente não se ensina mais.
Como a expressão entre parênteses é um número inteiro k2,
Mas por que é importante fatorar? O restante deste artigo
podemos escrever:
pode ser considerado uma longa resposta a essa questão. A
qk2 5 2anpn, com k2  Z resposta começa com um aspecto bastante óbvio, extraído
Como q e p são primos entre si, temos que q e pn também dos números reais. Se o objetivo é achar as raízes do poli-
o são. nômio f(x) e se é possível fatorar f(x) em dois fatores g(x)
Logo, q é divisor de an. e h(x), então g(x) 5 0 ou h(x) 5 0. Portanto, o problema
agora é achar as raízes de g(x) e h(x), considerando que
CC A seguir, apresentamos um texto relacionado ao conteúdo cada um desses polinômios tem grau menor que o de
trabalhado neste capítulo. f(x). Pode-se generalizar esse método para outros tipos de
problemas, como achar as raízes de sen 3x 1 3sen 2x 1
Texto Os polinômios no currículo 1 3 sen x 5 0, provar que 80 divide 32n 2 1, para todo
da escola média número par n, ou provar que o triângulo ABC é retângulo
se, e somente se, sen A sen B 5 cos C. O método é tentar
Nos últimos vinte anos parece ter havido, no currículo da decompor f(x) em fatores, quando defrontado com a equa-
escola média, uma nítida redução da ênfase nos tópicos ção f(x) 5 0, deveria ser assimilado de tal maneira pelos
relacionados com polinômios. Isso pode ser constatado alunos, que fosse sempre o primeiro a ser considerado.
mesmo no nível mais simples da fatoração de polinômios Uma das maneiras de se conseguir isso é passando por uma
quadráticos para obter suas raízes [...] série de exercícios correntes de fatoração de polinômios

* Algoritmo de Briot-Ruffini. (nota do tradutor)

44

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e reforçá-los com alguns exercícios mais difíceis — por a atenção nos candidatos entre 0 e 1. Assim, verifica-se que
exemplo, achar os polinômios tais que 1
x5 é uma raiz. Fatorando-se o polinômio, facilmente
(x 2 1)f(x 1 1) 2 (x 1 2)f(x) 5 0 ou demonstrar que um 2
quadrilátero inscrito numa circunferência não pode ter se encontram as duas outras raízes. A lista fornece também
área inteira se seus lados são inteiros consecutivos. As uma maneira sistemática de dar todas as raízes racionais
resoluções desses problemas dependem fortemente de de um polinômio.
técnicas de fatoração e estabelecem a ligação entre muitos A importância do teorema das raízes racionais torna-se
dos conceitos sobre polinômios que hoje só são estudados evidente, também, ao se fazerem gráficos de polinômios
isoladamente, se é que o são. (ver “Gráficos”) quando se consideram os polinômios
irredutíveis (ver “Polinômios irredutíveis”).
Raízes racionais
É imediato para os alunos que toda equação polinomial Soma e produtos de raízes
f(x) 5 0, de coeficientes racionais, pode ser transformada Muitos alunos e professores deduzem as fórmulas usuais da
numa outra de coeficientes inteiros. A questão surge natu- soma e do produto das raízes de uma equação do segundo
ralmente a propósito do número de zeros de um polinômio. grau manipulando a fórmula quadrática. Esse método sem
Essa questão não fica bem colocada enquanto não se ex- dúvida é válido, mas há outro mais eficaz, que pode ser
pecifica o domínio em que se procuram raízes. Por exem- generalizado para polinômios de grau superior, consistin-
plo, a cúbica x3 2 x2 1 x 2 1 tem apenas um zero inteiro do em formar uma equação derivada segundo o modelo
(x 5 1) mas outros dois zeros complexos (x 5 i e x 5 2i). do polinômio original. Esse método mais eficaz baseia-se,
Não se conhecem nenhum resultado geral sobre o número também, na fatoração do polinômio dado. Comecemos
de zeros inteiros ou reais de um polinômio, mas sabe-se que com uma equação quadrática ax2 1 bx 1 c 5 0 de raízes
um polinômio de grau n tem no máximo n raízes distintas. r1 e r2:
Trata-se do teorema fundamental da Álgebra.
Frequentemente, tem-se de achar uma raiz de um dado ax2 1 bx 1 c 5 a(x 2 r1) (x 2 r2) 5
polinômio; isso acontece, por exemplo, quando temos de 5 a [x2 2 (r1 1 r2)x 1 r1r2] 5 0
resolver uma equação diferencial linear de terceira ordem.
Uma equação desse tipo pode ser resolvida achando-se as Dividindo por a e igualando os coeficientes dos termos de
raízes de seu polinômio característico. Esse polinômio está mesmo grau, obtêm-se as conhecidas fórmulas:
associado à equação diferencial; se a equação é de ordem n, b c
(r1 1 r2) 5 2 e r1r2 5
o polinômio será de grau n, ou seja, no nosso caso, de grau a a
3. É preciso começar, portanto, achando uma raiz desse É fácil generalizar esse resultado para polinômios de grau
polinômio de grau 3 (as duas outras, então, são fáceis de superior. Por exemplo, de
achar). Um teorema que nos possibilita fazer isso em muitos
casos, o teorema das raízes racionais. [...] Seguem-se várias a0x5 1 a1x4 1 a2x3 1 a3x2 1 a4x 1 a5 5
de suas aplicações. 5 a0(x 2 r1) (x 2 r2) (x 2 r3) (x 2 r4) (x 2 r5) 5 0
Teorema obtém-se:
Se uma equação polinomial a0xn 1 a1xn 2 1 1 ... 1 an 2 1x 1 5 a1 a2 a5
r 51 ,  rirj 5 e r1r2r3r4r5 5 2
i21 1 a0 a0 a0
1 an 5 0, de coeficiente inteiros, tem uma raiz racional i2j

p p
(onde é irredutível, isto é, p e q são primos entre si: Neste ponto, podem-se fazer dois exercícios interessantes:
q q
[p, q] 5 1), então p divide an e q divide a0. (1) Se a0x3 1 a1x2 1 a2x 1 a3 5 0 tem raízes r1, r2, r3, ache
p uma equação que tenha como raízes kr1, kr2, kr3 onde
Provamos esse teorema substituindo a raiz x 5 na equa-
q k é um número real (ou complexo) qualquer.
ção, multiplicando por q a igualdade obtida e explorando o (2) Ache a relação entre as raízes do plinômio f(x) 5 a0xn 1
fato de que p (e q) deve dividir a expressão resultante.
1 a1xn 2 1 1 ... 1 an 2 1x 1 an e as do polinômio em que a ordem
É exatamente o teorema das raízes racionais que nos per- dos coeficientes é contrária: g(x) 5 anxn 1 an 2 1xn 2 1 1 ... 1
mite focalizar o primeiro e o último termos de um trinômio
1 a1x 1 a0. Não há razão para que coisas desses tipo não
quando queremos escrevê-lo como produto de dois binô-
façam parte do currículo, pois levam a compreensão da
mios. O método usual de fatorar um trinômio da forma
ax2 1 bx 1 c num produto (rx 1 m) (sx 1 n) de binômios própria estrutura dos polinômios.
consiste em achar os números r, s, m, n e de maneira que
rs 5 a, mn 5 c e rn 1 sm 5 b. Trata-se, pois, de uma apli- Gráficos
cação do teorema acima, porque r x 1
m n
( m
)(
r
s x1
n
s )50
Outro ponto do currículo em que a fatoração é útil é o tra-
çado de gráficos de polinômios e funções racionais. Quando
implica que 2 e2 são raízes racionais. se faz o gráfico de um polinômio, uma das primeiras coisas
r s
a se perguntar é se ele tem ou não raízes racionais. A ma-
O teorema fornece também um método conclusivo
neira mais fácil de responder a isso é usando o teorema
para determinar se uma equação polinomial tem ou não
das raízes racionais.
uma raiz racional: basta construir todos os quocientes
possíveis a partir dos fatores de an e a0 e testar se eles Além do mais, pode-se utilizar a divisão sintética para achar
são ou não raízes. Por exemplo, para achar as raízes de pontos do gráfico de f(x), todos tendo a mesma ordenada y.
f(x) 5 24x3 2 46x2 1 29x 2 6, constrói-se a lista de todas as Isso é particularmente interessante com polinômios cúbicos.
razões possíveis formadas dividindo-se os fatores de 6 pelos Por exemplo, seja f(x) 5 8x3 2 58x2 2 x 1 111. Dividindo
fatores de 24. Note-se que f(0) , 0 e f(1) . 0 oferece uma f(x) por x 2 7 obtém-se f(x) 5 (x 2 7) (8x2 2 2x 2 15) 1 6.
maneira prudente de começar a lista, ou seja, focalizando-se Embora 7 não seja uma raiz, o ponto (7, 6) está no gráfico

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de f(x). Mais do que isso: 8x2 2 2x 2 15 tem duas raízes, original deslizar e esticar (ou se contrair). Além de seu inte-
5 3 5 3 resse intrínseco, elas são importantes em aplicações como
2
4
e
2 
, de modo que os pontos 2 , 6 e
4  
2
, 6 na função f(x) 5 A cos (ïx 1 ), que aparece na descrição
também estão no gráfico de f(x). Em geral, se f(x) 5 de fenômenos periódicos da natureza. Mais uma vez, no
5 (x 2 a) q(x) 1 r, então (a, r) é um ponto do gráfico, pois contexto dos polinômios há técnicas que depois revelam
f(a) 5 r. Mas se s é uma raiz de q(x), então (s, r) também uma validade mais geral.
é um ponto do gráfico. Assim focalizando as raízes de q(x) Muitas vezes os alunos têm necessidade de construir um
obtêm-se pontos do gráfico que têm a mesma ordenada y. polinômio cujo gráfico passe por um conjunto de pontos
[...] Esses exercícios sobre gráficos forçam-nos a aplicar a do plano previamente especificados – um problema ge-
teoria dos polinômios. Para fazer o gráfico de ralmente encontrado nos laboratórios de física e química.
Há muitas maneiras de lidar com esses problemas, mas
x4 1 4x3 1 5x2 1 8x 1 6 o método mais eficiente é a fórmula de interpolação de
f(x) 5
x2 1 3x 2 4 Lagrange. O polinômio

deve-se fatorar o denominador, a fim de se obterem as (x 2 x2) (x 2 x3) (x 2 x1) (x 2 x3)


f(x) 5 y 1 y 1
assíntotas verticais. Pode-se usar o algoritmo da divisão (x1 2 x2) (x1 2 x3) 1 (x2 2 x1) (x2 2 x3) 2
para obter a parábola assintótica, que orientará o gráfico
(x 2 x1) (x 2 x2)
da função conforme x & Ü. Certamente é possível obter 1 y
(x3 2 x1) (x3 2 x2) 3
uma ideia do gráfico sem usar ferramentas de cálculo,
como na figura abaixo. passa pelos pontos (x1, y1), (x2, y2) e (x3, y3). A construção
y dos vários segmentos dos polinômios emprega muitos dois
princípios discutidos acima.
50
Polinômios irredutíveis
40
Se x3 1 px2 1 qx 1 r 5 0, onde p, q, r são números racio-
30
NEIDE TOYOTA

nais, não pode ser fatorado sobre o conjunto dos números


20 racionais, então suas raízes não podem ser construídas com
10 os instrumentos euclidianos. Esse teorema é a chave para se
provar que com os instrumentos euclidianos é impossível a
�6 �2 2 4 6 x trissecção do ângulo, a duplicação do cubo, e quadratura
�10
do círculo e a construção de um heptágono regular (Bold,
�20 1982; Courant e Robbins, 1941). Há um vínculo forte entre
os polinômios e os problemas de construção geométrica da
Exercícios como esse são extremamente importantes para a Antiguidade, e essa é mais uma razão para que os polinô-
compreensão do aluno. Baseiam-se em habilidades apren- mios devam fazer parte do currículo da escola média.
didas anteriormente e capacitam os alunos a enxergar as Outros tópicos importantes envolvendo polinômios são a
funções como um todo, focalizando mais seu comporta- regra de sinais de Descartes, que dá o número máximo de
mento geral do que detalhes miúdos. Os elementos cons- raízes positivas e negativas de um polinômio; de De Moivre,
trutivos básicos para se atingir essa técnica estão contidos que ajuda a achar todas as raízes de xn 5 1; e o método de
nas propriedades dos polinômios. Newton de aproximação de raízes. Podem-se aprender mui-
Além disso, estudando-se os polinômios quando se faz a tos aspectos do pensamento matemático através do estudo
substituição de x por (x 2 a), verifica-se que o gráfico de dos polinômios. Em suma, os polinômios são importantes
f(x 2 a) está relacionado com o gráfico original de f(x); e deveriam permanecer no currículo.
de maneira análoga podem-se estudar os gráficos de EISENBERG, T. DREYFUS, T. Os polinômios no currículo
f(x) 1 c, f(kx) e kf(x). Essas quatro substituições corres- da escola média. In: COXFORD, A. SHULTE, A. (Org.). As ideias
pondem às transformações ocorridas ao se fazer o gráfico da Álgebra. São Paulo: Atual, 1994. p. 127-134.

46

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b) Sendo F % a frequência relativa, temos:
Capítulo 1
número de televisores de 20 polegadas vendid
dos
F % 5 
número total de televisores vendidos
CC Exercícios propostos Logo:
19
1. a) Seja A a amplitude dessa amostra, temos: F % 5   5 0,095 5 9,5%
200
A  1,02  0,98  0,04
Logo, a amplitude dessa amostra é 0,04.
3. alternativa d
b) Volume de leite A medida total do ângulo central do gráfico de setores é 360°;
Classe Frequência então:
Frequência
(volume em litro) relativa
x 1 8x 1 36° 5 360°
0,98 4 20%
 x 5 36°
0,99 6 30%
1,00 5 25% Logo, a população hinduísta corresponde a 36°  8 5 288° do gráfico
de setores. Portanto:
1,01 4 20%
Ângulo central    Bilhões de habitantes
1,02 1 5%
  360°    1,04
Ft 5 20
Dados fictícios.   288°    y
288 °  � 1, 04
c) • Gráfico de linha  y 5   5 0,832
360 °
Volume de leite Então, 832 milhões de pessoas na Índia são hinduístas.
7
6 4. O saldo mensal é dado pela diferença entre o valor das exportações
5 e o valor das importações. Assim, podemos construir a seguinte
Frequência

tabela:
4
3
Saldo da balança comercial
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

2 Mês
1 (em bilhão de dólares)
0 Janeiro 1,155
0,98 0,99 1,00 1,01 1,02
Classe Fevereiro 1,116

Março 1,543
Dados fictícios.
Abril 1,717
• Gráfico de barras verticais
Maio 2,509
Volume de leite
7 Junho 2,357
6
Frequência

5 Julho 2,057
4
3 Na tabela podemos observar que o maior saldo mensal foi
2 2,509 bilhões de dólares.
1
0 5. alternativa e
0,98 0,99 1 1,01 1,02
Classe Seja R a razão entre a área alagada por uma represa e a potência
produzida pela usina nela instalada; então:
Dados fictícios.
• Tucuruí:
• Gráfico de setores
2 .430 km 2 km 2
R 5      0,57 
Volume de leite 4 .240 MW MW

• Sobradinho:
1,02 L
4 .214 km 2 km 2
5% R 5      4,01 
1 . 050 MW MW
20%
20% • Itaipu:
0,98 L
1,01 L
1 .350 km 2 km 2
R 5      0,11 
12 . 600 MW MW
0,99 L • Ilha Solteira:
1,00 L
25% 30% 1 .077 km 2 km 2
R 5      0,33 
3 . 230 MW MW
Dados fictícios.
• Furnas:
2. a) O número de televisores vendidos é a frequência total Ft,
1 .450 km 2 km 2
obtida pela soma das frequências das classes: R 5      1,10 
1 . 312 MW MW
Ft 5 19 1 25 1 37 1 71 1 33 1 15 5 200
Logo, nesse mês foram vendidos 200 televisores por essa Logo, o projeto que mais onerou o ambiente em termos de área
loja. alagada por potência foi Sobradinho.

47

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6. Calculando a amplitude da amostra, temos: 8 a) h
3,60 2 3,10 5 0,50
Como queremos cinco classes de mesma amplitude, dividimos 6,2
a amplitude encontrada por 5, assim:
0,50 5,6
   5 0,10
5
Logo, temos a seguinte tabela de distribuição de frequências e 4,8
seu respectivo histograma:

Comprimento das barras de cobre


Classe 3,6
Frequência
(comprimento, em metro)

FAUSTINO
[3,10; 3,20[ 2
[3,20; 3,30[ 3
[3,30; 3,40[ 2 2,0
[3,40; 3,50[ 5
[3,50; 3,60] 8
Ft 5 20
Dados fictícios.

Comprimento das barras 0 1 2 3 4 5 t


de cobre
Frequência b) 1,24 cm
c) Temos que 3,5 é o ponto médio do intervalo [3, 4]. Admitindo
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

8
8 que o crescimento da planta nesse intervalo seja linear, temos
que a altura da planta, em centímetro, será o ponto médio do
6 intervalo [4,8; 5,6], que é a média aritmética entre 4,8 e 5,6,
5 ou seja, 5,2 cm.
4 9. a) Pela tabela, temos:
3
2 2 2  � 8  � 3  � 8, 5 �  4  � 9  � 3  � 9, 5 �  2  � 10
2 x. 5   5 9
14

b) Pela tabela temos que: Mo 5 9


0 Classe
20
30

40
50
60
10

c) Escrevendo os dados numéricos em rol, temos:


3,
3,
3,

3,
3,
3,

Dados fictícios. 8; 8; 8,5; 8,5; 8,5; 9; 9; 9; 9; 9,5; 9,5; 9,5; 10; 10

7. Como queremos quatro classes de mesma amplitude, dividimos Como o rol apresenta número par de termos, a mediana é a
a amplitude da amostra por quatro, assim: média aritmética dos termos centrais, 9 e 9, isto é:
23  18,2 9  � 9
 5 1,2 Md 5   5 9
4 2
Logo, temos:
10. Pela tabela do enunciado, temos:
Temperatura do ambiente
3  � 18  �  4  � 19  �  2  �  20  � 1 �  21
Classe (temperatura, em grau Celsius) Frequência x. 5   5 19,1
10
[18,2; 19,4[ 1
[19,4; 20,6[ 10 Logo, a média horária de pontos de audiência da emissora nesse
[20,6; 21,8[ 8 período de dez horas foi 19,1.
[21,8; 23,0] 5 11. alternativa d
Ft 5 24 Pela tabela do enunciado, temos:
Dados fictícios.
32,8 � 0,07
  �
  22,7 � 0,17 � 16,0 � 0,17
IGP   �
Temperatura do ambiente 32,85 � 0,07
  �
  22,7 � 0,17
100� 16,0 � 0,17
  �
100 � 7,1 � 0,17 � 5,3 � 0,66 � 3,8 � 0,09
12,3 � 0,47
Frequência �
12,3 � 0,47 � 7,1 � 0,17 � 5,3100� 0,66 � 3,8 � 0,09
10 �
10 100

8  IGP 5 0,197%
8
12. alternativa e

6 Colocando os dados do histograma numa tabela temos:


5

4 População economicamente ativa


Classe Média das Frequência
(idade, em anos) idades (nº de pessoas)
2
1 [16, 28[ 22 20.400
[28, 40[ 34 28.200
0 Classe [40, 52[ 46 21.300
2
4
,6

,8
,0
,
,
18
19
20

21
23

[52, 64] 58 10.100

Dados fictícios. Ft 5 80.000


48

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Logo: c) A média x. não se altera. Então:
⎛20.400  � 22 � 28.200  � 34  � 21.300  � 46 � 1 0.100  � 58 ⎞ 173  226  264  211  0  0
x. 5 ⎝ anos Dam   145,7
80 .000 ⎠ 6
 x. 5 37,165 anos Logo, o desvio absoluto médio seria menor.
13. alternativa e 18. Máquina A: x.A  9,9
Pela tabela, temos: |10,6  9,9|  |9,6  9,9|  |10  9,9|  |9,4  9,9|
DamA 
x. 5 
⎛ 250  � 300  � 255 � 262 � 313 � 300  � 280 ⎞   kWh 0,7  0,3  0,1  0,5
4
1,6
⎠  0,4
⎝ 7  DamA 
4

4
 x. 5 280 kWh Máquina B: x.B  9,9
Ainda pela tabela: |10,2  9,9|  |10,6  9,9|  |9,6  9,9|  |9,2  9,9|
DamB 
Mo 5 300 kWh 4

Escrevendo os dados numéricos em rol, temos: 0,3  0,7  0,3  0,7 2


 DamB    0,5
4 4
250, 255, 262, 280, 300, 300, 313
Como DamB  DamA, concluímos que a máquina B teve maior
Como o rol apresenta número ímpar de termos, a mediana é o dispersão.
termo central 280, isto é: Md 5 280 kWh
19. a) Gustavo:
Portanto, x. 5 Md
7,0  7,5  8,0  7,0  6,0  7,0  6,5  7,0
14. Analisando o gráfico, temos: x.G 
8
(001)  Correto, pois entre 1950 e 1960 a média do número de  x.G  7,0
filhos manteve-se em 6,3.
Lucas:
(002)  Correto, pois em meados da década de 1980 os pontos do 7,0  6,5  8,0  6,5  7,5  7,5  6,0  7,0
gráfico têm ordenada menor que 3. x .L 
8
(004)  Incorreto, pois os pontos da última década considerada  x.L  7,0
no gráfico têm ordenada 2, indicando projeções de dois
filhos por mulher. b) Gustavo:
(008)  Correto, pois nessa década constata-se a queda de 1,8 filho, (7  7)2  (7,5  7)2  (8  7)2  (7  7)2
σG2  
aproximadamente, na média. E, em todas as outras décadas, 8
a queda na média foi menor. (6  7)2  (7  7)2  (6,5  7)2  (7  7)2

(016)  Incorreto, pois a média passou de 6,3 para 2, tendo, portanto, 8
uma diminuição de 68,3%, aproximadamente. 0  0,25  1  0  1  0  0,25  0
 σG2  
8
• A soma é: 001 1 002 1 008 5 11
2,5
  0,3125
15. alternativa b 8
Sendo a1, a2, a3, ..., an 2 1 e 5 os n números, temos: Lucas:
(7  7)2  (6,5  7)2  (8  7)2  (6,5  7)2
a1  �  a2  �  a3  � ... �  an  � 1  � 5 σL2  
 5 7 ⇒ 8
n
(7,5  7)2  (7,5  7)2  (6  7)2  (7  7)2
⇒ a1 1 a2 1 a3 1 ... 1 an 2 1 5 7n 2 5 
8
Dividindo por n 2 1 ambos os membros, obtemos a média arit- 0  0,25  1  0,25  0,25  0,25  1  0
mética entre os números a1, a2, a3, ..., an 2 1, ou seja:  σL2  
8
a1  �  a2  �  a3  � ... �  an  � 1 7n  � 5 3
 �      0,375
n  � 1 n  � 1 8
7n  � 5 c) Como σG2  σL2, concluímos que Gustavo teve o desempenho
  5 8 ⇒ n 5 3
n  � 1 mais regular.
16. alternativa d
Sejam a1, a2, a3, a4 e a5 os cinco números inteiros distintos, estri- CC Roteiro de trabalho
tamente positivos. Pelo enunciado, temos:
1. Respostas possíveis: sala de aula (universo estatístico) e aluno com
a  �  a2  �  a3  �  a4  �  a5
x. 5  1  5 16 ⇒ mais de 1,50 m de altura (amostra); população feminina brasileira
5 (universo estatístico) e mulheres brasileiras com mais de 25 anos
⇒ a1 1 a2 1 a3 1 a4 1 a5 5 80 (amostra) etc.
Para obter o maior valor possível que um desses inteiros pode
assumir, basta substituir os quatro outros números pelos menores 2. a) É uma tabela em que são descritas as classes em que foi separada
inteiros estritamente positivos; então: a amostra e suas respectivas frequências, facilitando a análise
dos dados numéricos da amostra.
1 1 2 1 3 1 4 1 a5 5 80 ⇒ a5 5 70
b) A frequência relativa (Fr ) de uma classe é a razão entre a
Logo, o maior valor que um desses inteiros pode assumir é 70. frequência absoluta (F ) dessa classe e a frequência total (Ft)
845  446  936  461  672 F
17. a) x.  da amostra, nessa ordem, isto é: Fr 5
Ft
5
3.360 c) No histograma são apresentadas frequências de dados agru-
 x.   672
5 pados em intervalos reais, enquanto no gráfico de barras se
|845  672|  |446  672|  |936  672| apresentam frequências de classes unitárias (classes com um
b) Dam  
5 único elemento).
|461  672|  |672  672|
 3. a) As medidas estatísticas obtidas de uma amostra de números
5
têm como objetivo propiciar a melhor compreensão da dis-
173  226  264  211  0 874 tribuição dos elementos na amostra e avaliar o afastamento
 Dam    174,8
5 5 desses elementos em relação a um valor fixo.

49

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 49 4/28/10 11:51:51 AM


120
b) As medidas de posição estabelecem a localização de um elemen- Vm 5  km/h 5 40 km/h
to da amostra de números, quando esta é disposta em rol. 3
As medidas de dispersão medem o afastamento dos elementos Logo, a velocidade média do carro nessa viagem é 40 km/h.
da amostra de números em relação a um valor fixo. 5. Os valores médios das classes são: 1, 3, 5, 7 e 9. O tempo médio x.,
c) As medidas de posição estudadas até aqui foram a média em mês, é a média aritmética ponderada desses valores médios,
aritmética, a moda e a mediana; e as de dispersão foram o cujos pesos são as frequências das respectivas classes, isto é:
desvio absoluto médio, variância e desvio padrão. 1 � 50  � 3  � 72  � 5 � 78  � 7  �  40  � 9  � 10
x. 5   ⇒
d) Porque a soma dos desvios é sempre zero e, portanto, a média 250
aritmética dos desvios também é sempre zero.
50  �  216  � 390  �  280  � 90 1 .026
e) A comparação da dispersão de duas amostras de números ⇒ x. 5   5   5 4,104
250 250
pode ser feita por qualquer um dos índices: desvio absoluto
médio, variância ou desvio padrão. Adotando um desses Logo, o tempo médio da duração da bateria é 4,104 meses.
índices para a comparação da dispersão de duas amostras, a 6. Sendo x1, x2, x3, ..., x9 e 3,2 as massas, em quilograma, dos dez
que tiver o menor índice é a menos dispersa. peixes que foram pesados, temos:
x1  �  x 2  �  x3  � ... �  x9  � 3, 2
 5 2,8 ⇒
CC Exercícios complementares 10
1. alternativa d ⇒ x1 1 x2 1 ... 1 x9 5 24,8
A máquina III é a que consome menos energia, e a I é a que con- x1  �  x 2  �  x3  � ... �  x9
   2,76
some menos água. Logo, a máquina que consome menos energia 9
elétrica não é a que consome menos água. A média dos 9 peixes restantes foi, aproximadamente, 2,76 kg. Isso
significa que ou todos eles têm aproximadamente 2,76 kg ou algum
2. alternativa c
deles tem menos de 2,76 kg. Logo, o pescador é um infrator.
Determinando o percentual de soja sobre o total de grãos em
cada ano temos: 7. alternativa b
24,9 Como temos um total de cinquenta cenas, o tempo médio de
2008:  31,05%
80,2 corte por cena é:
25,2 40
2009:  30,21% x. 5   min  5 0,8 min
84,4 50
26,9 40 1
2010:  32,65% Como o corte deve ser feito em  �  do filme, temos:
82,4 160 4
27,2
2011:  32,08% Número de cenas Corte por cena (minuto)
84,8
Logo, os percentuais decresceram de 2008 a 2009 e cresceram 18 0,75
de 2009 a 2010. 11 1
5 1,5
3. a) A amplitude da amostra é dada por: 10 2 0 5 10
16 0,5
A amplitude das classes é dada por: 10 : 4 5 2,5
Assim, temos a tabela: Logo, o desvio médio absoluto será:
Nota dos alunos na prova de redação |0,75  0,8|  18  |1  0,8|  11
Dam 5 [ 
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

50
Classe (nota) Frequência (número de aluno)
|1,5  0,08|  5  |0,5  0,8|  16
[0; 2,5[ 70  ] min 5 0,228 min 
50
[2,5; 5,0[ 140
8. a) A média x. dos salários, em real, é:
[5,0; 7,5[ 240
500  10  1.000  5  1.500  1
[7,5; 10,0] 50 x. 5 
50
Ft 5 500
2.000  10  5.000  4  10.500  1
5
Dados fictícios. 50
b)  x. 5 R$ 2.000,00
Nota dos alunos na prova de redação
b) Indicando as variâncias da atual e da nova distribuição por 
Frequência (número de aluno)

� 2A e � 2N , respectivamente, temos:
250 240
10(500  2.000)2  5(1.000  2.000)2  1(1.500  2.000)2
� 2A 5   
200 31
10(2.000  2.000)2  4(5.000  2.000)2  1(10.500  2.000)2

140 31
150
e
100 10(500  2.000)2  5(1.000  2.000)2  1(1.500  2.000)2
70 � 2N
 5   
50 33
50 12(2.000  2.000)2  4(5.000  2.000)2  1(10.500  2.000)2

33
0 Observando que as duas frações têm o mesmo numerador,
2,5 5,0 7,5 10,0 Classe (nota)
concluímos que � 2N   � 2A , ou seja, a nova distribuição terá
Dados fictícios. variância menor que a atual.

4. a) A posição teve variação nula no trecho cujo gráfico é o segmento


CC Matemática sem fronteiras
de reta horizontal. Logo, o carro esteve parado durante 0,8 hora,
ou seja, 48 minutos. 1. alternativa a
b) Indicando por Vm a velocidade média do automóvel nessa Pois a média aritmética é a razão entre o total de óbitos e o total
viagem, temos: de classes de 1.000 nascidos vivos de Janaúba.

50

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 50 5/3/10 2:27:44 PM


Logo, o perímetro do triângulo ABC é:
2. Mortes Porcentagem

31 ———  100% 10 1  2  � 7 2  5 10 1 8 2  �  2(5 �  4 2 )
⇒ x  13,55%
4,2 ———   x 2 2
b) Como 102 5 ( 2 ) � (7 2 ) ,  ou seja, (AB)2 5 (BC )2 1 (CA)2,
Logo, a variação do índice de mortalidade, em porcentagem, é temos que o triângulo ABC é retângulo em C.
dada por: 100% 2 13,55%  86%
5. Como P é um ponto do eixo das abscissas, P é da forma (x, 0).
Aproximadamente 86%, ou seja, diminuiu.
Do enunciado, temos PA 5 10. Assim:
3. Investimentos nas unidades básicas de saúde, em programas
( x  �  2)2  � (0  � 6)2  5 10 ⇒ x2 2 4x 1 4 1 36 5 100
voltados especificamente para o atendimento às gestantes e
recém-nascidos, no transporte sanitário, na distribuição de  x2 2 4x 2 60 5 0
medicamentos, além da instalação de UTI móvel.  5 (24)2 2 4  1  (260) 5 256
�(�4 ) �  256 4 � 16
4.  x 5    ⇒ x 5 
2  � 1 2
 x 5 10  ou  x 5 26
taxa de natalidade Logo, há duas possibilidades para o ponto P: P(10, 0) ou P(26, 0)
infantil
6. alternativa a
CA = CB ⇒ ^ x � 1h2 � ^2 � 1h2 � ^ x � 5h2 � ^2 � 7h2
30 Quadrando ambos os membros dessa igualdade, obtemos:
(x  1)2  32  (x 2 5)2  92 ⇒ x  8

418 6 1 10
7. xM   6 e yM   8; logo: M(6, 8)
NEIDE TOYOTA

2 2
(23) 1 5 1 1 (27)
xM   1 e yM   23; logo: M(1, 23)
2 2
8 8. a) Sendo B(x, y) o ponto procurado, temos que Q é o ponto médio
6 de AB.
4,2
3 A(3, 8) Q(2, 1) B(x, y)

Z x�3
0
Suíç
a
EUA
o a
Chile Japã Áfric riana países ]] �2 � 2
aa Logo: [ ⇒ x  7 e y  6
Subs
]1 � y � 8
\ 2
Assim, concluímos que B(7, 6).
5. Considerando que a população seja de 70 mil habitantes e onze
b) Sendo B(x, y) o ponto procurado, temos que Q é ponto médio
unidades de saúde, a média t x de habitantes por unidade de saúde
de AB.
70.000
é: x.   6.364
11 A(5, 2) (
Q 1,3
2 ) B(x, y)

Z x � (�5) 1
]] �
Capítulo 2 2 2
Logo: [ y � 2 ⇒ x6ey4
] �3
\ 2
CC Exercícios propostos

ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA


Assim, concluímos que B(6, 4).
1. a) AB 5 (9  6)2  (11  7)2 5 32  42 5 25 5 5 9. alternativa c
b) AB  63  (3)@2 1 ^13  5h2  A(1, 4)
2 2
 6 1 8  100  10
2 2 2 2
c) AB � 61 � (�1)@ � ^�1 � 3h � 2 � ^�4h � C(10, 15)
� 20 � 2 5 M(x, y)
2. O raio da circunferência é igual à distância de C(0, 3) a P(2, 5). B(4, 9)
Assim, temos que o raio é:
M é ponto médio de BC; logo: M(7, 12)
CP 5 (2  0)2  (5  3)2 5 22  22 5 8 5 2 2 O comprimento de mediana AM é dado por:
3. a) PE 5 [6  (6)]2  (12  4)2 5 400 5 20 AM  (7  1)2  (12  4)2  62  82  100  10
Como PE  23 km, concluímos que a empresa conseguirá se 10. Sendo C(xC, yC) e D(xD, yD), temos:
comunicar com o motoboy. Z 2 � xC
]] 4 �
b) ME  614  ^6h@2 1 ^16  4h2  544  23, 3 2
I. Q é ponto médio de AC, então: [
Como ME  23 km, concluímos que a empresa não conseguirá ]] 6 � 3 � y C
se comunicar com o motoboy. 2
\
Logo: xC  6 e yC  9
c) Devemos ter GE  23 km, ou seja:
^ x 1 6h2 1 ^ y  4h2  23
Z 5 � xD
]] 4 �
2
II. Q é ponto médio de BD, então: [
4. a) AB 5  (10  �  2)2  � (�1 � 5)2  5  82 � (�6)2  5 10 ]] 6 � 4 � y D
2
\
BC 5  (9  � 10 ) 2  � [�2 �
  (�1) ]2 5 (�1)2 �
  (�1 )2 �
   2
Logo, xD  3 e yD  8
  (�2 )]25  (�7)2  � 7 2 5  98  � 7 2
CA 5  (2  � 9)2 � [5 � Por I e II, concluímos que: C(6, 9) e D(3, 8)

51

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 51 4/28/10 11:51:52 AM


11. a) Após 2 minutos, o astro estava no ponto médio M do segmento 71
c) mAB   (não existe)
AB. 44
97
A(3, 6) M(x, y) B(5, 8) mBC   (não existe)
44
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

Z 5�3 Como não existem mAB e mBC  , concluímos que A, B e C são


]]x � 2 � 4 colineares.
Então: [ ⇒ M(4, 7)
]y � 8 � 6 � 7 d) mAB 
64
1
\ 2 31
Logo, o astro estava no ponto M(4, 7). 41
mBC   1
b) Após 1 minuto, o astro estava no ponto médio N do segmento 14
AM. Como mAB  mBC  , concluímos que A, B e C não são colineares.

A(3, 6) N(x, y) M(4, 7) 21. alternativa d

Z Os pontos (1, 3), (2, 4) e (x, 0) são colineares se, e somente se,
3�4 7
]]x � 2 � 2 7 13 43 40
Então: [ ⇒ N[ , ] 2  1

2  x
⇒ x  10
]y � 6 � 7 � 13 2 2
\ 2 2 22. a) Quando não são colineares.
7 13
Logo, o astro estava no ponto N [ , ]. b) Para que A, B e C sejam vértices de um triângulo, A, B e C não
2 2
devem ser colineares. Assim, devemos ter mAB  mBC .
12. a) α  135º e m  tg 135º  1
Temos:
b) α  60º e m  tg 60º  3
42 2 q34
14  6 mAB 5   e mBC 5  5 q 2 1
13. a) m  4 16 5 21
42
5  (1) 3 Então:
b) m   2 3
3  1 2 q 2 1    ⇒ q  
5 5
33
c) m  0 Logo, para que A, B e C sejam vértices de um triângulo, deve-
2  (1)
61 5 3
d) m  $ B% é vertical.
 . Não existe m, isto é, a reta A mos ter q  .
5
88 0
14. Sendo α a inclinação da reta r, temos: 23. a) Sendo q a quantidade atual de gases na atmosfera, daqui a
∆y 30 100 anos a quantidade será 3q. Assim, daqui a 54 anos a
a) m  tg α    3 quantidade de gases na atmosfera é o valor k representado
∆x 01
b) α  120° no gráfico:
15. Espera-se que os alunos respondam que as retas desenhadas Quantidade
devem ser paralelas e não verticais, pois sendo paralelas elas de gás
têm a mesma inclinação e, não sendo verticais, retas de mesma 3q C
inclinação têm o mesmo coeficiente angular.

16. a) O eixo Ox determina nas retas paralelas r e s ângulos corres-


k B
pondentes congruentes; logo, a inclinação da reta r é a mesma
da reta s, ou seja, 45° e, portanto, mr  tg 45°  1.
b) Calculando o coeficiente angular m da reta que passa pelo
30 q A
ponto A(5, 3) e B(2, 0), temos m   1 e, portanto, a

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
52
inclinação de ,AB- é 45°.
Como ,AB- // r e B  r, concluímos que ,AB-  r e, portanto, 0 54 100 Tempo
A  r. (ano)
17. Espera-se que os alunos percebam que funções que são repre-
Pelo teorema de Tales, temos:
sentadas graficamente por uma reta são crescentes quando o
AB 54  0 kq 54 kq
coeficiente angular é positivo; decrescentes quando é negativo;   ⇒ 
AC 100  0 3q  q 100 2q
e constantes quando é nulo.
kq 108
50  32 18    108%
18. a) m    1,5 q 100
12  0 12
Logo, em 54 anos, o aumento percentual de gases na atmosfera
b) Significa que a cada minuto a temperatura aumentou 1,5 °C.
será de 108%.
19. a) A(2001; 209,9)
6 m1  210,7  209,9
 0,8
b) Sendo t a temperatura atual do planeta, e sendo a o tempo
2002  2001 decorrido, a partir de hoje, para que a temperatura aumente
B(2002; 210,7)
6 m2  214,9  210,7 1,7 °C, temos o gráfico:
 4,2
2003  2002 Temperatura
C(2003; 214,9)
(°C)
b) No período de 2002 a 2003, pois o coeficiente angular da reta
é maior.
t � 5,8 C
20. a) mAB  6  4  2
10
42
mBC  2 t � 1,7
0  (1) B
Como mAB  mBC  , concluímos que A, B e C são colineares. t A
22
b) mAB  0
51
22
mBC  0 0 a
65 100 Tempo
Como mAB  mBC  , concluímos que A, B e C são colineares. (ano)

52

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 52 4/28/10 11:51:53 AM


Pelo teorema de Tales, temos: 29. a) Pelo teorema de Tales, temos:
AB a0 t 1 1,7  t a 1,7 Volume (L)
  ⇒ 
AC 100  0 t 1 5,8  t 100 5,8
B
 a  29,3 40
Logo, a temperatura sofrerá um aumento de 1,7 °C em D
29,3 anos aproximadamente. 30

FAUSTINO
C
c) Como a temperatura varia linearmente com o tempo, a taxa y
de variação anual é constante para qualquer período consi-
10
derado. Assim, a taxa anual de variação em uma década ou A
5,8
em um século é a mesma, e portanto a razão  5 0,058 é 0 x
100 8 24 Tempo (s)
a resposta à pergunta.
BC 40 2 y 24 2 8
5 5
Logo, a taxa anual de variação da temperatura é 0,058 °C. BA 40  10 24  0
 y 5 20
24. alternativa c
Logo, após 8 segundos o tanque continha 20 litros de água.
Sendo y o número de espécies ameaçadas em 2011, o ponto
(2011, y) deve pertencer à reta que passa pelos extremos su- b) Queremos determinar o tempo x em que o volume de água
periores das barras verticais que formam o gráfico. Assim, os no tanque é 75% de 40 L, ou seja, 30 L.
pontos (1983, 239), (2007, 461) e (2011, y) devem ser colineares Pelo teorema de Tales, temos:
e, portanto: BD 40 2 30 24 2 x
5 5
461 2 239 y 2 461 222 y 2 461 BA 40  10 24  0
 5 ⇒      x 5 16
2007  1983 2011  2007 24 4
 y  498 Logo, o tanque atingiu 75% da capacidade total depois de
16 segundos.
Logo, se for mantida a tendência de crescimento, em 2011 haverá
498 espécies ameaçadas de extinção. 30. Como r é perpendicular ao eixo x e passa pelo ponto (22, 3), sua
equação é x 5 22.
25. a) Para P (6, 3)  e  m 5 2, temos: y 2 3 5 2(x 2 6)
Logo, uma equação da reta é: 2x 2 y 2 9 5 0 Como s é perpendicular ao eixo y e, portanto, paralela ao eixo x,
passando pelo ponto (22, 3), sua equação é y 5 3.
b) Para P (4, 25)  e  m 5 1, temos:
y 2 (25) 5 1(x 2 4) 31. a) Como Q é um ponto da bissetriz dos quadrantes ím­pares, ele
Logo, uma equação da reta é: x 2 y 2 9 5 0 tem abscissa e ordenadas iguais. Do gráfico, a abscissa de Q é
8; portanto, sua ordenada também é 8. Logo, temos Q(8, 8).
c) y  0  8(x  0) ⇒ 8x  y  0  y  8x
Além disso, M é ponto médio do segmento OQ, em que
3 1 5
d) Para P [ , 2 ] e m 5  , temos: O(0, 0) e Q(8, 8). Temos, então:
2 4 6 018
1 5 3 •  xM 5 54
y 2 [ ] 5  [x 2  ] 2
4 6 2 018
Logo, uma equação da reta é: 5x 1 6y 2 6 5 0 •  yM 5  54
2
26. alternativa d Logo, temos M(4, 4).
\ Temos, também, que a reta s é perpendicular ao eixo y e,
A(2, �5) portanto, paralela ao eixo x.
[
\ m � tg 135� � �1 Dessa forma, M e T têm mesma ordenada, que vale 4. E, como T
Logo, a reta pode ser representada por: y  5  1(x  2), ou pertence à bissetriz dos quadrantes pares, sua abscissa é o oposto
ainda, x  y  3  0. da sua ordenada, ou seja, 24. Finalmente, temos T(24, 4).
\ Portanto: M(4, 4), Q(8, 8) e T (24, 4)
A(4, 0)
27. a) r : [ b) (s) y  4
3
\ m � tg 60� �
(bi) y  x
Logo, a reta r pode ser representada por: y 2 0  3(x  4),
(bp) y  x
ou ainda, 3x 2 y 2 4 3  0.
\ (r) x  8
A(5, 2)
b) s: [ 32. alternativa e
\ m � tg 45� � 1 Para que um ponto pertença à bissetriz dos quadrantes pares
Logo, a reta s pode ser representada por: y 2 2  1(x  5),
suas coordenadas devem ser opostas.
ou ainda, x 2 y 2 3  0.
\ 33. Como P pertence à bissetriz dos quadrantes ímpares, ele é da
A(0, 4)
c) $AB% [ forma P(a, a), com a  R. Assim, temos:
\ m � tg 0� � 0 PQ 5 10 ⇒ (a  1)2  (a  3)2 5 10
Logo, a reta pode ser representada por: y 2 4  0(x  0), ou
ainda, y  4.  a2 2 4a 2 45 5 0
 5 (24)2 2 4  1  (245) 5 196
28. a) O coeficiente angular da reta que passa por A e B  é: 4  14
 a 5 (4)  196 ⇒ a 5
11 2 3 21 2
m 5   5 2
62  a 5 25  ou  a 5 9
Assim, a reta que passa por A e B tem como equação: Logo, há duas possibilidades para P: P(25, 25) ou P(9, 9)
y 2 3 5 2(x 2 2)
Logo, uma equação da reta é: y 5 2x 2 1
CC Roteiro de trabalho
b) O coeficiente angular da reta que passa por A e B é:
1. Resposta pessoal.
1 2 5
m 5     5 22
2  (1) 2. a) A distância AB entre dois pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dada
Assim, temos: por: AB  (xB  xA)2  (yB  yA)2
y 2 (21) 5 22(x 2 2)
b) Se a reta não é vertical, considere A(xA, yA) e B(xB, yB) dois
Logo, uma equação da reta é: y 5 22x 1 3
pontos distintos da reta. Seu coeficiente angular é dado por:
c) Como A e B têm ordenadas iguais, temos que tais pontos y 2 yB
m5 A
pertencem à reta de equação y 5 8, ou ainda, y 2 8 5 0. xA  xB

53

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 53 4/28/10 11:51:54 AM


, B- e B
c) Se as retas A , C- têm o mesmo coeficiente angular, elas C é ponto médio de AB; logo:
têm a mesma inclinação e, portanto, são paralelas. Mas, se tais Z x�3
retas são paralelas e têm o ponto B em comum, então elas são ]] 2 � 0
[ y �1 ⇒ x  3 e y  9 e, portanto, B(3, 9)
paralelas coincidentes e, portanto, A, B e C pertencem a uma
] �5
mesma reta. \ 2
d) Inicialmente, lembremos que dois pontos distintos determinam 422 521
5. a) mAB   1 e mCD   4
uma reta. Dessa forma, basta atribuirmos dois valores distintos 13 2 1 1
a uma das variáveis e encontrarmos os respectivos valores da Como mAB  mCD, temos que ,AB- e ,CD- são concorrentes.
outra. Determinamos, assim, dois pontos distintos da reta.
Marcamos, então, tais pontos no plano e traçamos a reta. 523 1 827 1
b) mAB   e mCD  
214 3 112 3
Como mAB  mCD, temos que ,AB- e ,CD- são paralelas.
CC Exercícios complementares
923
c) mAB  (não existe)
1. alternativa b 44
Como o ponto A está no terceiro quadrante a 3 km do eixo Ox 521
mCD  (não existe)
e 5 km do eixo Oy, temos A(25, 23). Ao seguir 15 km para o 11
, B- e C
Como não existem mAB e mCD, temos que A , D- são paralelas.
leste, o automóvel chega ao ponto P(25 1 15, 23), ou seja,
P(10, 23). Seguindo 3 km para o norte, chega ao ponto a 2 (21)
6. m  tg 135° ⇒  1; logo, a  3.
Q(10, 23 1 3), isto é, Q(10, 0). Andando 3 km para o oeste, chega 125
ao ponto R(10 2 3, 0), ou seja, R(7, 0). Finalmente, indo 2 km para
7. O gráfico a seguir descreve a variação da temperatura  y, em grau

FAUSTINO
o norte, o automóvel chega ao ponto B(7, 0 1 2), isto é, B(7, 2).
Celsius, em função da profundidade x, em metro.
A distância entre A(25, 23) e B(7, 2) é:
AB 5 [7  (5)]2  [2  (3)]2  122  52 y

 AB 5 13 km
A
2. alternativa c 27 C
T
B
O triângulo ABC é retângulo em A se, e somente se, 21
(AB)  (AC) 5 (BC) , ou seja:
2 2 2

( (m  1)2  [4  (2)]2 )  ( (1  0)2  (2  6)]2 ) 


2  2

 ( (m  0)  (4  6) ) ⇒ m 5 49
2 2 2

3. alternativa b
Do enunciado, temos o esquema a seguir:
0 40 100 x
y
Sendo T a temperatura a 40 m de profundidade, temos, pelo
teorema de Tales:
D C AC 40
40 5
α CB 100  40
AC 27 2 T
5
CB T  21
180° � α
Logo:
A B
40 27 2 T 123
0 20 60 80 100 x 5 ⇒T5 5 24,6
60 T  21 5
Portanto, a temperatura da água a 40 m de profundidade é 24,6 °C.

8. alternativa c
A área da região sombreada, que representa a região do quadri-
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

O gráfico está contido na reta r que passa pelos pontos A(0, 36)
látero ABCD alcançada pelas transmissões, é dada por:
e B(40.000, 44). Assim, temos:
90°  π  202 α  π  202 (180° 2 α)π  202
2  1  1   400π A(0, 36)
360° 360° 360° r 36 2 (44) 1
A área não alcançada pelas transmissões é dada pela diferença m5 
0  44.000 500
entre a área do quadrilátero e a área da região sombreada, ou 1
seja: Logo, uma equação da reta r é: y  36 5 (x  0) ou ainda,
500
(AB 1 CD)  AD x
2 400π  y 1 36
2 500
(100 1 60)  40 Observando que para x  20.000 obtém-se y  4, concluímos
 2 400π  400(8 2 π)
2 que a 20.000 pés de altitude a temperatura é 4 °C.
Portanto, a área do quadrilátero ABCD que não é alcançada pelas
transmissões da emissora é 400(8 2 π) km2. 9. alternativa a
Analisando as afirmativas, temos:
4. alternativa a
I. Correta. A 20 m de profundidade, a pressão é de 3 atm, e a
30 m de profundidade é de 4 atm. Assim, o acréscimo foi de
1 atm.
II. Incorreta. Ao passar de 40 m para 50 m de profundidade, o
aumento na pressão é de 1 atm. Ao passar de 10 m para 30 m,
A(3, 1)  B (x, y) esse aumento é de 2 atm.
C(0, 5)
III. Correta. Para a abscissa nula, o gráfico mostra que a ordenada
correspondente é 1.
IV. Incorreta. Como o aumento é linear, o mergulhador pode
descer até 90 m.

54

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 54 4/28/10 11:51:54 AM


CC Matemática sem fronteiras b) Para x 5 0, temos: 2  0 1 3y 5 0 ⇒ y 5 0
Para x 5 3, temos: 2  3 1 3y 5 0 ⇒ y 5 22
1. Número de Portanto, a reta passa pelos pontos (0, 0) e (3, 22).
bactérias
Logo, o gráfico de t é:
B
275
y

A
190

3
135
0 x
90
�2
65

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
47 t
32
c) Temos: x 2 6 5 0 ⇒ x 5 6
0 1 2 3 4 5 6 Tempo (hora)
Assim, a reta é vertical e passa pelo ponto (6, 0).
Logo, o gráfico de v é:
2. Número de y v
bactérias
B
275
C
n
A
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

190

135 0 6 x

90
65 2. Respostas possíveis:
47 a) Para x 5 0, temos: 0 1 2y 2 6 5 0 ⇒ y 5 3
32
Para y 5 0, temos: x 1 2  0 2 6 ⇒ x 5 6
0 1 2 3 4 5 6 Tempo (hora) Portanto, a reta passa pelos pontos (0, 3) e (6, 0).
5,5 Assim, o coeficiente angular de r é:
0  � 3 1
m 5   ⇒ m 5 �
3. O ponto (5,5; n) pertence ao segmento de reta AB se, e somente 6  � 0 2
se, A, B e C forem colineares, portanto: b) Para x 5 0, temos: 4  0 2 3y 2 24 5 0 ⇒ y 5 28
n 2 190 275 2 190 n 2 190 Para y 5 0, temos: 4x 2 3  0 2 24 5 0 ⇒ x 5 6
 ⇒  85
5,5  5 65 0,5 Portanto, a reta passa pelos pontos (0, 28) e (6, 0).
Assim, estimamos que 5 horas e 30 minutos depois do início da Assim, o coeficiente angular de s é:
experiência, a cultura tinha aproximadamente 233 bactérias. 0  � (�8) 4
m 5   ⇒ m 5 
6  � 0 3

3. a) y
Capítulo 3 x y
0 1
1
1 0
CC Exercícios propostos

1. a) Para x 5 0, temos: 3  0 2 2y 2 12 5 0 ⇒ y 5 26
Para y 5 0, temos: 3x 2 2  0 2 12 5 0 ⇒ x 5 4 0 1 x
r
Portanto, a reta passa pelos pontos (0, 26) e (4, 0).
Logo, o gráfico de q é: b) Fazendo x  k na equação x  y  1  0, temos:
ky10⇒y1k
y Logo, um ponto genérico da reta r é G(k, 1 2 k), com k  R.
q c) Impondo que a distância entre os pontos G(k, 1  k) e
O(0, 0) seja igual a 5, temos:

(k  0)2  (1  k  0)2 5 5 ⇒ k2  (1  k)2  25


 2k2  2k  24  0
0 x S1
4 ⇒ k  4 ou k  3
P  12

Concluímos, então, que há dois pontos: G(4, 3) e G'(3, 4)

4. a) O ponto de intersecção de r com s é solução do sistema:


   x  �  2 y  � 1 � 0    x  �  2 y  � 1 � 0
 ⇒ 
�6 2 x  �    y  � 3  � 0 4 x  �  2 y  � 6  � 0
 x 5 21  e  y 5 1
Logo, o ponto de intersecção das retas é (21, 1).

55

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 55 4/28/10 11:51:55 AM


b) O ponto de intersecção de r com s é solução do sistema: b) Como a equação reduzida de r é y 5 2x 1 6, seu coeficiente
5 x  �    y  � 3  � 0 � 15 x  � 3 y  � 9  � 0      (I ) angular é m 5 2 e seu coeficiente linear é q 5 6.
 ⇒ 
2 x  � 3 y  � 17  � 0       2 x  � 3 y  � 17  � 0    (II ) c) O coeficiente angular da reta é a tangente da inclinação de r.
Somando as equações (I) e (II), temos: O coeficiente linear da reta é a ordenada do ponto em que a
213x 1 26 5 0 ⇒ x 5 2 reta intercepta o eixo das ordenadas.
E, portanto, de (II): 9. O coeficiente angular da reta r é m 5 tg  5 3, e seu coeficiente
2  2 1 3y 1 17 5 0 ⇒ y 5 27 linear é q 5 22. Assim, a equação reduzida de r é: y 5 3x 2 2
Logo, o ponto de intersecção das retas é (2, 27).
10. alternativa c
5. Como P é o ponto em que a reta intercepta o eixo Ox, P é da A função custo é dada por: C(x) 5 5.000 1 4x
forma (x, 0), e, como Q é o ponto em que a reta intercepta o eixo A função receita é dada por: R(x) 5 12x
Oy, Q é da forma (0, y). E a função lucro é dada por:
Substituindo x 5 0 na equação da reta, temos: L(x) 5 R(x) 2 C (x) ⇒ L(x) 5 8x 2 5.000
4  0 2 3y 1 12 5 0 ⇒ y 5 4 Além disso, o break-even point é tal que:
Substituindo y 5 0 na equação da reta, temos: 5.000 1 4x 5 12x ⇒ x 5 625
4x 2 3  0 1 12 5 0 ⇒ x 5 23 Para x 5 625, temos: y 5 12  625 5 7.500
Logo, P(0, 4), Q(23, 0) e a distância entre P e Q é: Logo, o break-even point é (625, 7.500).
PQ 5  (�3  � 0 )2  � (0  �  4 )2 5 5 11. Temos:
• mr 5 5  e  qr 5 2
6. A reta r passa pelos pontos (0, 0) e (2, 23). Portanto, seu coefi-
• A forma reduzida da equação da reta t é y 5 5x 1 2;
ciente angular é:
logo mt 5 5  e  qt 5 2.
�3  � 0 3 • Não existe mv.
m 5   � �
2  � 0 2 • Não existe mz.
Dessa forma, uma equação de r é: Portanto:
3 a) mr 5 mt e qr 5 qt ⇒ r e t são paralelas coincidentes.
y 2 0 5 � (x 2 0) ⇒ 3x 1 2y 5 0
2
b) mt e e mv ⇒ t e v são concorrentes.
A reta s passa pelos pontos (24, 0) e (26, 24). Então seu coe-
ficiente angular é: c) e mv e e mz ⇒ v e z são paralelas. Como (7, 0)  v (7, 0)  z,
as retas paralelas v e z são distintas.
�4  � 0
m 5   5 2 12. O coeficiente angular da reta s é ms 5 tg 135° 5 21. Como r é
�6  � (�4 )
paralela à reta s, devemos ter mr 5 ms 5 21. Além disso, r passa
Dessa forma, uma equação de s é:
pelo ponto P(5, 4); então:
y 2 0 5 2[x 2 (24)] ⇒ 2x 2 y 1 8 5 0 (r) y 2 4 5 21(x 2 5)
O ponto de intersecção de r com s é solução do sistema: Logo, uma equação geral de r é: x 1 y 2 9 5 0
3 x  �  2 y  � 0 16 24 13. O coeficiente angular da reta s, que passa pelos pontos (2, 0) e
 ⇒ x 5 �  e  y 5 
2 x  �  y  � 8  � 0 7 7 (0, 4), é:
 16 24  4  � 0
Logo, o ponto de intersecção das retas é � ,   . ms 5   5 22
 7 7 0  �  2
Como r é paralela a s, seu coeficiente angular é mr 5 22. Além disso,
7. Sendo D o determinante da matriz dos coeficientes do sistema
r passa por P(23, 1); então:
4 x  �  2 y  � 3
linear  , as retas r e s são concorrentes se, e somente (r) y 2 1 5 22[x 2 (23)]
5 x  �  ky  � 1 Logo, a equação reduzida de r é: y 5 22x 2 5
se, D  0, isto é:
14. a) A forma reduzida da equação de s é y 5 23x 1 2. Então, seu
4 2
0 ⇒ 4k2250 coeficiente angular é ms 5 23.
5 k Como r é paralela a s e passa pelo ponto P(2, 5), temos que
5 sua equação é dada por:
 k   y 2 5 5 23(x 2 2)
2
Portanto, a equação reduzida de r é: y 5 23x 1 11
Assim, as retas r e s são concorrentes para qualquer número
5 b) O coeficiente angular de s é ms 5 24.
real k, com k   . Como r é paralela a s, mr 5 24; além disso, r passa pelo ponto
2
P(0, 1). Logo, a equação de r é:
8. a) Para x 5 0, temos: y 5 2  0 1 6 ⇒ y 5 6
y 2 1 5 24(x 2 0)
Para y 5 0, temos: 0 5 2x 1 6 ⇒ x 5 23 Portanto, a equação reduzida de r é: y 5 24x 1 1
Portanto, a reta passa pelos pontos (0, 6) e (23, 0).
2x 1
Logo, o gráfico de r é: c) A forma reduzida da equação de s é y 5   �  . Então, seu
3 3
y 2
r coeficiente angular é ms 5  .
3
2
Como r é paralela a s, temos que mr 5 ms  ; além disso, r
3
passa pelo ponto P(0, 0). Logo, a equação de r é:
6 2
y 2 0 5  ( x  � 0 )
FAUSTINO

3
2x
Portanto, a equação reduzida de r é: y 5 
3
15. O coeficiente angular da reta ,AB- é:
7  � 1
mAB 5   5 23
1 � 3
�3
0 Como a reta C, D- é paralela a A
, B-, temos que mCD 5 23. Além disso,
x
tal reta passa por C(5, 2). Temos, então:

56

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 56 4/28/10 11:51:55 AM


(,CD-) y 2 2 5 23(x 2 5) 2x  y  2  0
Logo, uma equação geral da reta é: 3x 1 y 2 17 5 0 c) ⇒ x  1 e y  4
x  2y  9  0
16. a) y Logo: A(1, 4)
R
C d) O ponto A é o ponto médio do segmento T PP':

NEIDE TOYOTA
6 P(5, 2) A(1, 4) P'(x, y)
P
FAUSTINO

x5
1
2
Logo: ⇒ x  3 e y  6
y2
3  4
2
 P' (3, 6)
20. Como P(1, 1) não pertence à reta r de equação x 1 y 5 4, o
0 3 x centro O do quadrado é a projeção ortogonal de P sobre r. Além
disso, a reta s que contém O e P é suporte da outra diagonal do
b) • O ponto P, comum às duas retas, indica quando o custo C
quadrado e o simétrico de P em relação a r é outro vértice do
e a receita R são iguais, ou seja, quando não há lucro nem
quadrado.
prejuízo.
• Para x  xp, a curva que representa C está acima da curva A forma reduzida da equação de r é y 5 2x 1 4. Assim, seu coe­
que representa R. Dessa forma, C  R e a empresa, neste ficiente angular é mr 5 21. Dessa forma, o coeficiente angular
caso, tem prejuízo. de s é tal que:
Para x  xp, a curva que representa C está abaixo da curva 1
ms 5 � ⇒ ms 5 1
que representa R. Dessa forma, C  R e a empresa, neste mr
caso, tem lucro. Como a reta s passa por P(1, 1), temos:
x (s) y 2 1 5 1(x 2 1)
17. a) A forma reduzida da equação de r é: y 5 �  1 5.
2 Logo, uma equação de s é: y 5 x
1
Assim: mr 5 � Assim, O é solução do sistema:
2
Como s é a reta perpendicular a r passando por P, temos: xy4
⇒x2ey2
1 yx
mr 5 � ⇒ mr  ms 5 21
ms Concluímos, então, que O(2, 2).
1 Dessa forma, as coordenadas do ponto P', simétrico de P em
 �   ms 5 21 ⇒ ms 5 2 relação a r, são dadas por:
2
1x 1y
E, portanto: 52⇒x53e 52⇒y53
2 2
(s) y 2 4 5 2(x 2 2) Como ms 5 1, a inclinação de s é 450. Assim, dois dos lados do
Logo, uma equação de s é: y 5 2x quadrado são paralelos ao eixo das abscissas e os outros dois são
5x paralelos ao eixo das ordenadas. Dessa forma, um dos vértices
b) A forma reduzida da equação de r é: y 5 � tem a mesma abscissa de P e a mesma ordenada de P' e o outro
4
5 tem a mesma ordenada de P e a mesma abscissa de P'.
Assim: mr 5 � Logo, os quatro vértices do quadrado são (1, 1), (1, 3), (3, 1) e (3, 3).
4
Como s é perpendicular a r, temos: 21. Temos:
1
mr 5 � ⇒ mr  ms 5 21 x  �  2t  � 5  x  �  2t  � 5   (I )
ms   ⇒ 
 y  � 3  � t t  � 3  �  y      (II )
5 4
 �   ms 5 21 ⇒ ms 5  Substituindo (II) em (I), obtemos:
4 5
x 5 2(3 2 y) 2 5
E, portanto, como s passa por P(0, 24): x 1
Assim, a equação reduzida de r é: y 5 �  � 
4 2 2
(s) y 2 (24) 5  ( x  � 0 )
5
22. Temos:
Logo, uma equação de s é: 4x 2 5y 2 20 5 0
• x 5 t 1 5 ⇒ t 5 x 2 5 (I)
18. A reta r passa pelos pontos (8, 0) e (0, 4). Assim, seu coeficiente y � 6
4  � 0 1 • y 5 3t 1 6 ⇒ t 5  (II)
3
angular é: mr 5   5 � .
0  � 8 2
De (I) e (II), temos:
Como a reta s, passando por P(2, 6), deve ser perpendicular a s,
y � 6
1 x255 ⇒ 3x 2 15 5 y 2 6
devemos ter: ms 5 �  5 2 3
1
�  3x 2 y 2 9 5 0
2
Temos, então: 23. Temos:
y 2 6 5 2(x 2 2)
Logo, uma equação da reta s é: y 5 2x 1 2 x  � t  � 1 t  �  x  � 1     (I )
  ⇒ 
Q(1, 0)  y  �  kt  � 5  y  �  kt  � 5   (II )
19. a) r:  2  0 ⇒ y  0  2(x  1) Substituindo (I) em (II):
mr 
01 y 5 k(x 2 1) 2 5
Logo, uma equação da reta r é: 2x  y  2 5 0 Assim, a equação reduzida de r é: y 5 kx 2 k 2 5
P(5, 2) 1 Como r passa pelo ponto P(2, 22), temos:
b) s: 1 1 ⇒ y  2  2 (x  5) 22 5 2k 2 k 2 5 ⇒ k 5 3
ms   
mr 2 Logo, a equação reduzida de r é y 5 3x 2 8 e, portanto, o coefi­
Logo, uma equação da reta s é: x – 2y – 9 5 0 ciente angular de r é mr 5 3.

57

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 57 5/3/10 2:28:30 PM


24. Somando membro a membro as duas igualdades, obtém-se C
x  y  1. Como 0  x  1 e 0  y  1, temos o gráfico:

y 654
1
FAUSTINO

NEIDE TOYOTA
0 1 x

CC Roteiro de trabalho 622

1. Espera-se que os alunos percebam que na equação


ax  by  c  0, ao dividirmos todos os termos por b (b  0) e
ax c 0
isolarmos a variável y, obtemos a forma reduzida y   – . 33 M
b b
a O coeficiente angular dessa reta é:
Assim o seu coeficiente angular será m   e o coeficiente
b
c 654  � 622 32
linear será q   . Espera-se ainda que os alunos se lembrem m 5   � 
b 33  � 0 33
de que para podermos encontrar a forma reduzida da equação Logo, a equação reduzida da reta é:
da reta, a equação geral não pode representar uma reta vertical, 32 32
ou seja, o coeficiente de y deve ser diferente de zero. C 2 622 5  ( M  � 0 ) ⇒ C 5  M � 622
33 33
2. Espera-se que os alunos respondam que m é o coeficiente angu- M
lar da reta e que q é o coeficiente linear. O coeficiente angular  C 5 M 1 622 2 
33
indica a tangente da inclinação da reta. Já o coeficiente linear 3. As coordenadas do ponto de intersecção de r com s são as coor-
indica a ordenada do ponto em que a reta intercepta o eixo das denadas da solução do sistema:
ordenadas.
2 x  � 3 y  � 1 � 0
3. a) coeficientes angulares diferentes   ⇒ x  10 e y  7
3 x  �  4 y  �  2  � 0
b) coeficientes angulares iguais e coeficientes lineares diferentes Logo, o ponto de intersecção das retas é (10, 7).
c) coeficientes angulares iguais e coeficientes lineares iguais
4. a) A reta r intercepta o eixo das abscissas no ponto em que a
d) O coeficiente angular de uma reta deve ser o oposto do inverso ordenada é y  0. Para y  0, temos:
do coeficiente angular de outra reta.
3x  5  0  30  0 ⇒ x  10
Logo, o ponto de intersecção da reta r com o eixo das abs-
CC Exercícios complementares cissas é (10, 0).

1. a) Para o capital de R$ 5.000,00, temos: b) A reta r intercepta o eixo das ordenadas no ponto em que a
abscissa é x  0. Para x  0, temos:
y 5 5.000 1 0,2  5.000  x ⇒ y 5 5.000 1 1.000x
3  0  5y  30  0 ⇒ y  6
Para o capital de R$ 4.000,00, temos:
Logo, o ponto de intersecção da reta r com o eixo das orde-
y 5 4.000 1 0,25  4.000  x ⇒ y 5 4.000 1 1.000x
nadas é (0, 6).
b) y
5. Seja r a reta que passa pelos pontos (2, 0) e (0, 3). O coeficiente
angular dessa reta é:
3  � 0 3
mr     
0  � (�2) 2
Dessa forma, uma equação de r é:
6.000
3
y  0   [x  (2)] ⇒ 3x  2y  6  0
NEIDE TOYOTA

5.000 2
4.000 Seja s a reta que passa pelos pontos (6, 0) e (0, 6). O coeficiente
angular dessa reta é:
6  � 0
ms     1
0  � 6
Dessa forma, uma equação de s é:
y  0  1(x  6) ⇒ x  y  6  0
O ponto P é a intersecção das retas r e s. Então, as coordenadas
0 1 x desse ponto são a solução do sistema:
c) 1o modo 3 x  �  2 y  � 6  � 0 6 24
Os montantes acumulados serão iguais quando:   ⇒ x     e  y  
 x  �  y  � 6  � 0 5 5
5.000 1 1.000x 5 4.000 1 1.000x ⇒
 6 24 
⇒ 5.000 5 4.000 (Absurdo!) Logo, o ponto de intersecção das retas é P  ,   .
5 5 
Logo, os montantes nunca serão iguais.
6. a) Pelo gráfico, concluímos que havia 10 litros de água no tanque
2o modo A quando foi aberta a segunda torneira.
Como os gráficos são semirretas paralelas distintas, concluí-
mos que os montantes nunca serão iguais, pois os gráficos b) A reta r passa pelos pontos (0, 10) e (3, 19). Assim, seu coefi-
não têm ponto comum. ciente angular é:
19  � 10
2. alternativa a mr 5   5 3
3  � 0
O gráfico a seguir descreve a quantidade C de anos cristãos em Logo, uma equação de r é:
função da quantidade M de anos muçulmanos: y 2 10 5 3(x 2 0) ⇒ y 5 3x 1 10

58

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 58 4/28/10 11:51:57 AM


A reta s passa pelos pontos (0, 0) e (3, 15). Assim, uma equa- 2k  � 3 1
ção de s é: 10. a) A equação reduzida de r é: y 5  x  �   
3 3
15
y 5  x ⇒ y 5 5x Para que r e s sejam paralelas, devemos ter mr 5 ms, isto é:
3
2k  � 3 3
c) Os dois tanques ficaram com o mesmo volume de água  �  ⇒ 4k 1 6 5 9
quando: 3 2
3x 1 10 5 5x ⇒ x 5 5 3
Quando x 5 5: y 5 5  5 5 25  k 5 
4
Portanto, os dois tanques ficaram com o mesmo volume de
água após 5 minutos. Esse volume era 25 litros. 1 1
b) Temos qr 5 �  e qs 5  . Assim, como mr 5 ms e qr  qs, as
d) Como o coeficiente angular da reta r é 3, a vazão da primeira 3 3
torneira é de 3 L/min. retas são paralelas distintas.
Assim, para encher 10 L, foram necessários 
11. a) O gráfico a seguir descreve a massa y, em quilograma, em
10
 min 5 3 min 20 s. Portanto, a segunda torneira foi aberta função do tempo x, em dia, decorrido após a conexão.
3
3 minutos e 20 segundos após a primeira. y

7. Como a reta que contém r passa pelos pontos


(0, 50.000) e (100, 60.000), seu coeficiente angular é: y�

NEIDE TOYOTA
60 .000  � 50 .000
mr 5   5 100 8
100
Assim, o custo de produção é: 5
y 2 50.000 5 100(x 2 0) ⇒ y 5 100x 1 50.000
Entretanto, a reta que contém s passa pela origem e por
0 10 16 x� x
(100, 15.000). Assim, a receita é dada por:
15 .000 O coeficiente angular da reta que contém esse gráfico é:
y 5  x ⇒ y 5 150x
100 8  � 5 1
m 5   5 �
a) Para que a receita se iguale ao custo de produção, devemos 10  � 16 2
ter: Logo, a equação reduzida da reta é:
100x 1 50.000 5 150x ⇒ x 5 1.000 1 x
Logo, devem ser vendidas 1.000 bicicletas. y 2 8 5 � ( x  � 10 )  ⇒ y 5 �  � 13
2 2
b) Para se obter lucro, ou seja, a receita ultrapassar o custo de b) Para o momento em que o botijão foi conectado ao fogão, ou
produção, devem ser vendidas mais de 1.000 bicicletas, ou seja, x 5 0, temos:
seja, a indústria passará a ter lucro a partir de 1.001 bicicletas 1
fabricadas e vendidas. y’ 5 �   0 1 13 ⇒ y’ 5 13
2
8. a) O gráfico de r é: Portanto, no momento em que o botijão foi conectado ao
y fogão havia nele 13 kg de gás.

r c) Para y 5 0, temos:
1
0 5 � x’ 1 13 ⇒ x’ 5 26
2
Logo, todo o gás do botijão será consumido em 26 dias.
NEIDE TOYOTA

5 B
1
d) O coeficiente angular da reta é � . Isso significa que, por
3 A 2
dia, foi consumido 0,5 kg de gás.

12. a) A forma reduzida da equação de r é: y 5 22x 2 7


0 1 2 x Assim, mr 5 22. A reta s é perpendicular a r passando por
P(21, 2). Então:
523 1 1
b) O coeficiente angular de r é: m 5 5 22 ms 5 � ⇒ ms 5 
12 m 2
r

Assim, a equação reduzida de r é: E, portanto:


 y 2 3 5 22(x 2 2) ⇒ y 5 22x 1 7 1
(s) y 2 2 5  [x 2 (21)]
c) O coeficiente angular de r é m 5 22, e seu coeficiente linear 2
é q 5 7. Logo, uma equação de s é: x 2 2y 1 5 5 0
2 1
P (3, 1) b) A forma reduzida da equação de r é: y 5 � x�  
5 5
9. a) s: 4�0
ms  mAB  2 2
0 � (�2) Assim, mr 5 � . A reta s é perpendicular a r passando por
5
 y  1  2(x  3) ⇒ y  2x  5
P(2, 6). Então:
b) Fazendo x  k na equação y  2x  5, obtemos: y  2k  5 1 5
Logo, o ponto G tem ordenada 2k  5. ms 5 � ⇒ ms 5 
mr 2
c) Um ponto genérico da reta s é G(k, 2k  5).
E, portanto:
Impondo que GO  GB, temos: 5
(s) y 2 6 5  (x 2 2)
(k  0)2  (2k  5  0)2  (k  0)2  (2k  5  4)2 ⇒ 2
⇒ 4k2  20k  25  4k2  36k  81 Logo, uma equação de s é: 5x 2 2y 1 2 5 0
7 3x 3
 k c) A forma reduzida da equação de r é y 5  . Assim, mr 5  .
2 4 4
7
Concluímos, então, que G ,2 . A reta s é perpendicular a r passando por P(21, 0). Então:
2

59

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 59 4/28/10 5:23:03 PM


1 4 2. • Para x  8: y  0,25  8  1,25  3,25
ms 5 � ⇒ ms 5 �
mr 3 • Para x  9: y  0,25  9  1,25  3,5
E, portanto: Logo, de acordo com a estimativa, os índices inflacionários
4 nos meses de agosto e setembro serão 3,25% e 3,5%, respecti-
(s) y 2 0 5 � [x 2(21)] vamente.
3
Logo, uma equação de s é: 4 x 1 3y 1 4 5 0
3
13. O coeficiente angular de s é ms 5 tg  5  . Como r é perpen- Capítulo 4
5
dicular à reta s, seu coeficiente angular é tal que:
1 5 CC Exercícios propostos
mr 5 � ⇒ mr 5 �
ms 3
Como r passa por P(22, 5), temos: | 5  �  1  � 12
   � 3  �  2 | 39
1. a) dPr 5   5  53
5 52  �  122 13
(r) y 2 5 5 � [ x  � (�2)]
3
b) Uma equação geral da reta r é x 2 y 2 8 5 0; logo:
Logo, a equação reduzida da reta r é:
  ( �  4  )  �
| �  2 �   8| 6
5x 5 dPr 5   5  53 2
y 5 �  �  1 2  � (�1)2 2
3 3
c) Uma equação geral da reta r é x 1 0y 2 4 5 0;
14. O gráfico (I) passa pelos pontos (0, 1.000) e (10; 1.001,8). Assim,
| 9 � 0 � 6 � 4 | 5
o coeficiente angular da reta que contém esse gráfico é: logo: dPr 5   5  5 5
12 � 02 1
1 . 001, 8  � 1 .000
m 5   5 0,18
10  � 0
d) Uma equação geral da reta r é 0x 1 y 2 3 5 0;
E uma equação da reta é:
| 0 � 5 � 2 � 3 | 5
v � 1 .000 logo: dPr 5   5  5 5
v 2 1.000 5 0,18(T 2 0) ⇒ T 5    (i) 02 � 12 1
0, 18
O gráfico (II) passa por (0, 40) e (10, 90). Assim, o coeficiente
90  �  40 | 2 � 0 � 8 � 2 | 10
angular da reta que contém esse gráfico é: m 5   5 5 2. dPr 5   5  52 5
10  � 0 22 � 12 5
Logo, uma equação da reta é:
| 0 � 2 � (�8 ) � 6 | 10
c �  40 dPr 5   5  52 5
c 2 40 5 5(T 2 0) ⇒ T 5    (ii) 12 � 22 5
5
De (i) e (ii), temos: Como o ponto P equidista de r e s, conclui-se que P pertence a
uma das bissetrizes dos ângulos formados por r e s.
v  � 1 .000 c  �  40
 �   ⇒ 5v 2 5.000 5 0,18c 2 7,2
0, 18 5 ⎧B( 5, 0 )
 v 5 0,036c 1 998,56 ⎪⎪ 3
3. a)  AB : ⎨ ⇒ y 20 5 �  (x 2 5)
Portanto, uma equação que expressa v em função de c é: ⎪m � 3 � 0 � � 3 4
v 5 0,036c 1 998,56, para c  R, com 40  c  90 ⎪⎩ 1� 5 4
Logo, uma equação geral da reta AB é: 3x 1 4y 2 15 5 0
CC Matemática sem fronteiras
b) A medida d da altura pedida é a distância entre C e AB :
1. Associando a esta figura um sistema cartesiano de eixos ortogo- | 3 � 0 � 4 � 5 � 15 | 5
nais, temos o seguinte gráfico: d 5   5  51
3 2 � 42 5

y 4. Sendo P(0, a) o ponto procurado, temos:


| 15 � 0 � 8 � a � 2  |
dPr 5 2 ⇒ 5 2, ou seja,
152 � 82
3,5 |8a  2|  34 ⇒ 8a  2  34 ou 8a  2  234
9
NEIDE TOYOTA

3,0  a  4 ou a  �
2,8 2
2,5 9
Logo, há dois pontos possíveis: P(0, 4) e P’ [0,  ]
2,0 2

1,5 5. alternativa e
Sendo (a, a) as coordenadas de um ponto genérico da bissetriz dos
quadrantes ímpares, vamos impor que dGr  3:
| 4a � 3a � 12 |
  3 ⇒ |a  12|  15
4 2 � (�32 )
0 1 2 3 4 5 6 7 x
 a  12  15 ou a  12  215 ⇒ a  3 ou a  2 27. Assim, os
Seguindo apenas a intuição, uma reta próxima dos sete pontos pontos (3, 3) e (227, 227) distam três unidades da reta r. O ponto
do gráfico é a reta que passa pelos pontos (1; 1,5) e (7, 3). O médio M do segmento com extremos nesses pontos é:
227  3 227  3
coeficiente angular dessa reta é: M[  ] ⇒ M (212, 212)
3  1,5 2 2
m  0,25
71 6. alternativa e
Assim, sua equação reduzida é: Consideremos um ponto qualquer de uma das retas, por exemplo,
y  1,5  0,25(x  1) ⇒ y  0,25x  1,25 atribuindo o valor zero à variável y da equação da reta r, obtém-se

60

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 60 4/28/10 11:51:59 AM


x  5; logo, o ponto A(5, 0) pertence a r. A distância d entre A e c) ABCD  ABEFG 2 (ABEC  ACFD  ADGB )  24 2 (4  2  9)  9
s é a distância entre r e s.
1 2 1
| 5 � 3 � 0 | 10
d 5   5  d) D  3 6 1  18
2
1 � 3 2 2
7 5 1
7. a) Temos: Logo, a área ABCD do triângulo é dada por:
 t | D | | �18 |
t  � 3 x  � 6 ABCD   9
 x  �  3  �  2  2 2
r:     ⇒   t 9
 y  � � t  �  9 
y  � �  � 
4 2
 4 2 9. alternativa b

1 3 1
3x
[ y 5 �  1 6 D 3 7 1  24
4
 3x 1 4y 2 24 5 0 0 10 1
A menor distância entre o asteroide e a Terra é igual à distância
Logo, a área A do triângulo é dada por:
entre o ponto O(0, 0) e a reta r. Temos, então:
| D | | 24 |
| �24 | A �  12
| 3  � 0  �  4  � 0  �  24 | 2 2
d 5   5 
3 2  �  4 2 25
10. alternativa c
 d 5 4,8 x  � y � 1 � 0
Logo, tal distância é 480.000 km. ⇒ x53ey54
2x � y � 2 � 0
b) O ponto A em que a distância é mínima pertence à reta r
x�
  y � 1 � 0
perpendicular à trajetória do asteroide passando por O. Como ⇒ x 5 1 e y 5 0
y�0
3
o coeficiente angular da trajetória é � , o coeficiente da reta
4 2x  � y � 2 � 0
⇒ x51ey50
�1 4 y�0
r perpendicular a ela é m 5   5  . Temos, então:
3 3
� Logo, os vértices do triângulo são os pontos (3, 4), (1, 0) e (1, 0).
4 | D |
A área A desse triângulo é dada por A 5 , em que:
O(0, 0 ) 2
 4 3 4 1
r:   4 ⇒ y 2 0 5   (x 2 0)
m  �  3 3 | 8 | 8
 D  1 0 1  8 ⇒ A   4
2 2
4x 1 0 1
 y 5 
3
11. alternativa a
Assim, as coordenadas de tal ponto são solução do sistema:
0 1 1
⎧ 3x D  2 4 1  2k  19
⎪⎪ y  � � 4 � 6 72 96 7 k 1
⎨ ⇒ x 5    e  y 5 
⎪ y  �  4 x 25 25
⎪⎩ 3 | 2k � 19 | 25
Assim, temos: � ⇒ k  3 ou k  222
2 2
72
Substituindo x 5 na equação paramétrica, obtemos: 12. Como A dista 4 m da margem r e 6 m da margem s, temos que a
25 abscissa de A é 4 e a ordenada é 6, ou seja, A(4, 6).
t 72 t Analogamente, temos: B (5, 10), C (15, 8) e D (7, 3)
x 5   1 2 ⇒   5   1 2
3 25 3 A área do terreno ABCD é igual à soma das áreas dos triângulos
66 ABC e ACD.
 t 5   5 2,64 • Área AABC do triângulo ABC:
25
Logo, a distância mínima entre o asteroide e a Terra ocorrerá 4 6 1
depois de 2,64 anos. D 5 5 10 1  5 42
8. a) y 15 8 1
| D | | �42 |
 AABC 5   5   5 21
E C F 2 2
6
5 D • Área AACD do triângulo ACD:
NEIDE TOYOTA

4 6 1
2 D 5  15 8 1  5 239
B G
7 3 1
1 3 7 x
| D | | �39 | 39
 AACD 5   5   5   5 19,5
2 2 2
b) ABEFG  BG  BE  6  4  24 Logo, a área do terreno ABCD é dada por:
BE � EC 4 �2 AABCD 5 (21 1 19,5) m2 5 40,5 m2
ABEC  � �4
2 2
FD � CF 1 �4 1 2 1
ACFD  � �2
2 2 13. a) D  0 5 1 0
GD � BG 3 �6 2 1 1
ADGB  � �9
2 2 Como D  0, concluímos que A, B e C são colineares.

61

Guia_Mat3_Paiva_CAP1-4.indd 61 4/28/10 11:52:00 AM


1 7 1 18. a) x  3
b) D  0 1 1  22
y
4 3 1

Como D  0, concluímos que A, B e C não são colineares.


1
4 1
4
1 0 3 x
c) D  3 1 0
2
5 A reta origem tem equação: x  3
0 1
4 b) y  4  0 ⇒ y  4
y
Como D  0, concluímos que A, B e C são colineares.

4
14. Os pontos A, B e C são colineares se, e somente se,
x 4 1
2 9 1  0 ⇒ x  1 ou x  8
0 x 1
0 x
A reta origem tem equação: y  4
15. alternativa e c) y  x  5
Basta impor a condição de não alinhamento para os três pontos, y
ou seja:

2 5 1 5
0 x
4 0 1 0
k 1 3 1
�5
9
Resolvendo esta inequação, obtemos: k 

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
5

x y 1 A reta origem tem equação: y  x  5


16. a) 4 5 1 0 ⇒ x2y10 d) 3x  y  6  0 ⇒ y  3x  6
1 2 1 y

6
x y 1
b) 2 0 1  0 ⇒ x 1 y  2  0
6 8 1
2 x
x y 1
c) 2 3 1 0 ⇒ x220
2 5 1 A reta origem tem equação: y  3x  6

⎧y  �  x     (I)
x y 1 ⎪
19. a) ⎨
d) 1 2 1  0 ⇒ y  2  0 ⎪⎩y  � 2 � x (II)
4 2 1 Os pontos (x, y) que satisfazem (I) e (II) simultaneamente são
obtidos pela intersecção dos semiplanos (I) e (II), isto é:
17. Indicando por t a temperatura pedida, temos que os pontos y
A(5, 12), B(11, 3) e C(6, t) são colineares:

2
Temperatura (�C)
1
12 A
1 2 x
C
NEIDE TOYOTA

t
b) Representamos em um mesmo plano cartesiano cada um
dos semiplanos determinados pelas inequações x  4 e
2x  y  4  0. Os pontos comuns aos dois semiplanos
formam o conjunto solução do sistema:
11 y
0 56 Horário
(horas) 0 4 5 x
�3 B

Logo:
5 12 1 �4
6 t 1  0 ⇒ t  9,5
11 �3 1 �6
Assim, concluímos que às 6 h a temperatura era 9,5 C.

62

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c) Raciocinando como no item a, obtemos: CC Exercícios complementares
y
1. A medida de cada lado desse quadrado é a distância entre as
8 retas r e s. Atribuindo o valor zero (poderia ser um outro valor
qualquer) à variável x da equação da reta r, temos:
3  0  y 1  0 ⇒ y  1
Logo: P (0, 1)  r
Assim, a medida um é dada por:
4
| 3 � 0 � 1 � 2 | 1
 dPs  
3 2 � 12 10
E, portanto, a área A do quadrado é:

A[ ] 
1 2
1
0 3 5 9 x 
10 10
20. alternativa a
A equação da reta que passa pelos pontos (30, 0) e (0, 15) é: 2. a) Para t  0:
• as equações da trajetória r nos fornecem x  4  0  2  2
x y 1
x e y  3  0  0. Assim, no instante inicial, a partícula de
30 0 1 0 ⇒ y�  15
trajetória r estava no ponto A(2, 0);
2
0 15 1 • as equações da trajetória s nos fornecem x  4  0  5  5
Assim, a região em destaque representa as soluções do sistema: e y  2  0  4  4. Assim, no instante inicial, a partícula
de trajetória s estava no ponto B(5, 4).
⎧x � 0 ⎧x � 0  Portanto, a distância AB, em metro, entre as partículas no
⎪ ⎪
⎨y � 0 ⇒ ⎨y � 0 instante inicial é dada por:
⎪ x ⎪ 2 2
  AB  (5 � 2) � (4 � 0) � 25 � 5
⎩ y � � 15 ⎩x � 2y � 30
2
b) Inicialmente, obtemos uma equação geral da reta que contém
a trajetória r:
21. alternativa b
y  �  4t � 2 y  �  4t � 2 (I)

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

Relacionando as informações fornecidas no enunciado, obtemos 


 ⇒  y
o seguinte sistema: y  � 3t    
t � (II)
3
⎧ x  �  y  � 8 .000
⎪ 3 x  �  4 y  � 54 .000 Substituindo (II) em (I), obtemos:
⎨ 4y
⎪ x  � 0 x�
3
� 2 ⇒ 3x � 4y � 6 � 0
⎩ y  � 0
As soluções desse sistema são representadas pela região som- Pelo item a, obtivemos o ponto B(5, 4) onde estava a partícula
breada a seguir: de trajetória s, no instante inicial. Assim, devemos calcular
y da distância d, entre o ponto B e a reta de equação
3x  4y  6  0:
8.000
| 3 � 5 � 4 � 4 � 6 | | �7 | 7
d   1,4
3 2 � (�4)2 5 5

P
 ortanto, a distância entre B e a trajetória r, no instante inicial,
era 1,4 m.

0 3. A área A do quadrilátero EFGH é igual à soma das áreas dos


8.000 x
triângulos EHF e HGF.
• Área AEHF do triângulo EHF:
CC Roteiro de trabalho
3 4 1
1. a) A distância entre um ponto P e uma reta r é a medida do segmento
D 5 0 1  32
de reta Pt P’u, em que P’ é a projeção ortogonal de P sobre r.
5 1 1
b) A distância entre um ponto P(x0, y0) e uma reta r de equação
geral ax  by  c  0 é dada por: | D | | �32 |
 AEHF    16
| ax0 � by0 � c | 2 5
d  
a 2 � b2 • Área AHGF do triângulo HGF:

c) Qualquer polígono pode ser decomposto em triângulos cujos 5 1 1


vértices são vértices do polígono; logo, a área do polígono é a D 0 4 1  45
soma das áreas desses triângulos, que podem ser calculadas 5 0 1
pela fórmula em questão.
2. a) É um semiplano. | D | | 45 |
 AHGF    22,5
2 2
b) Desenha-se a reta r origem do semiplano. Para estabelecer
qual dos dois semiplanos determinados por r é o gráfico da Logo: A  16  22,5 5 38,5
inequação e verificar qual é o semiplano determinado pela
 1
inequação, pode-se considerar um ponto P fora da reta e 4. a) Sejam: S � 3 , 0 , R 2,   , B  3 ,  4 e V 5,  7  .
 2   2  2   2
testá-lo na inequação: se o ponto satisfizer a inequação, então
o semiplano determinado por P e r é o gráfico da inequação; A
 área do quadrilátero SRVB é igual à soma das áreas dos
caso contrário, o gráfico da inequação é o semiplano oposto triângulos SRV e SVB.
em relação a r. •  Área ASRV  do triângulo SRV :

63

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3
� 0 1   7 9
2  M2  4 ,  4  9 1 7
1 u:  ⇒ y 2   5  x �  
  D 5      2 1  5 � 3  1 0 1 7 � 5  1  21  2 0 5 9 4 7 4
2 4 2 4 m  �  1
7  u 7
   5 1 x
2 Logo, a equação da reta u é: y 5   �  2  
7
| D| |9| 9 Finalmente, o ponto C é a solução do sistema:
   ASRV 5   5   � 
2 2 2  y  � �7 x  �  2
 ⇒ x 5 0  e  y 5 2
 x
•  Área ASVB do triângulo SVB:  y  �  7  �  2

3 Logo, o ponto equidistante de S, R e B é C (0,2).


� 0 1
2 5. alternativa c
7 21 21 31 Sendo C(a, 0) o vértice que pertence ao eixo das abscissas,
  D 5     5 1  5 �  1 0 1 20 �  1 6 2 0 5 
2 4 4 2 temos:
3
   4 1 2 1 1
2 |D|
4 , em que D  3 2 1  3a  7
2
31 a 0 1
|D| 2 31
   ASVB 5   5   5  | 3a � 7 | 1
2 2 4 Logo: 4  ⇒ a  5 ou a  �
2 3
Logo, a área do quadrilátero SRVB é dada por:
 1 
9 31 49 Assim, o ponto C é (5, 0) ou � , 0 .
ASRVB 5   �   �   3 
2 4 4
A escala do mapa é 1 cm : 10.000.000 cm, ou seja, 6. a) Resolvendo os sistemas:
1 cm : 100 km. Assim, sendo 1 cm2 : 10.000 km2, temos que a y  �  1 ⎧y  �  1 y  �  2x � 5
 ⎪ 
área pedida vale:  ;⎨ ;
y  � 2x � 5 ⎪⎩x  � 2y � 5 � 0 x  � 2y � 5 � 0
⎛ 49 ⎛
⎜ � 10.000 ⎜ km2 5 122.500 km2
⎝ 4 ⎝ obtemos as coordenadas dos pontos A, B e C: A(3, 1), B(3, 1) e
C(5, 5).
b) Sendo:
3 1 1
⎛ 3 ⎞
S ⎜� , 0⎟ , R ⎛⎜2,  1 ⎞⎟ e B ⎛⎜ 3 ,  4⎞⎟ b) D  3 1 1  24
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2⎠ ⎝2 ⎠
5 5 1
O ponto equidistante de S, R e B é o circuncentro C do triân­ | �24 |
Logo, a área A do triângulo é: A   12
gulo SRB, que é o centro da circunferência circunscrita a esse 2
triângulo. Para determiná-lo, basta obter a intersecção de duas
mediatrizes desse triângulo. 7. alternativa e
Podemos representar a P.A. (a, b, c) por ( b � r, b, b � r), com
Sendo M1 e M2 os pontos médios de St Ru e R
t Bu, respectivamente, a c
temos: r  R, e, desse modo, temos:
  A(r b, 0), B(0, b) e C(b  r, 0)
3 1
 �  �  2 0  �    1 1
M1  2
,  2   5 M1  4 ,  4  A área S do triângulo ABC é dada por:
 2 2 
 
r b 0 1
|D|
 3 1  S , em que D  0 b 1  �2b
2

 2  �   �  4   7 9 2
M2  2 2   5 M2  4 ,  4  b r 0 1

 2 2 
  | �2b 2 |
Logo: S  b ⇒ b
Sendo mt e mu os coeficientes angulares das mediatrizes t, de 2

tSRu, e u, de tRBu, temos:  b  1 ou b  0 (não convém)


1 1
mt 5 �  5 �  5 27
mSR 1 8. AB  BC é mínimo se, e somente se, A, B e C são colineares.
 � 0
2
3 1 3 1
2  �  Temos que: a 7 1 0 ⇔ a2
2
a 2 1 1
1 1 1
mu 5 �  5 � 1  5  7
mRB 4  �  Logo, AB  BC é mínimo se, e somente se, a  2.
2
3 9. alternativa d
 �  2
2 Relacionando as informações fornecidas no enunciado, temos
o seguinte sistema:
Obtendo as equações de t e u:
  1 1 0, 3b  � 0, 25c  � 75
M ,  1  1 
t:  1  4 4  ⇒ y 2   5 27 x �   0, 30 b  � 0, 08c  � 30

m  � �7 4  4 
 t b  � 0
c  �  0
Logo, a equação da reta t é: y 5 27x 1 2

64

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As soluções desse sistema são representadas pela região sombrea­
da a seguir: Capítulo 5

c CC Exercícios propostos

375 1. A equação reduzida de uma circunferência de centro C(a, b) e


raio R é dada por: (x 2 a)2 1 (y 2 b) 5 R2
300
4.500 Assim, para cada item, temos:
17 a) C(4, 6) e R 5 10
(x 2 4)2 1 (y 2 6)2 5 102
Logo, a equação reduzida da circunferência de centro C e raio
R é: (x 2 4)2 1 (y 2 6)2 5 100

b) C(7, 0) e R 5  3
0 500 100 250 b
( )
2
17 (x 2 7)2 1 (y 2 0)2 5  3
Logo, a equação reduzida da circunferência de centro C e raio
que é uma região triangular, no primeiro quadrante.
R é: (x 2 7)2 1 y2 5 3
2
c) C(0, 1) e R 5 
3
CC Matemática sem fronteiras
 2
2

(x 2 0)2 1 (y 2 1)2 5  


1. Sintetizando os dados desse enunciado em uma tabela, temos:  3
Logo, a equação reduzida da circunferência de centro C e raio
Tipo A Tipo B
Quantidade 4
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

(quantidade (quantidade R é: x2 1 (y 2 1)2 5 


em estoque 9
por pacote) por pacote)
d) C(0, 0) e R 5 4
Calças 2 3 300 (x 2 0)2 1 (y 2 0)2 5 42
Logo, a equação reduzida da circunferência de centro C e
Camisas 3 2 300 raio R é: x2 1 y2 5 16
2. Vamos comparar as equações dadas com a equação
Sendo x e y as quantidades de pacotes do tipo A e do tipo B,
respectivamente, a receita z obtida com a venda dessas quanti- (x 2 a)2 1 (y 2 b)2 5 R2, em cada caso:
dades é dada por: a) a  � 6 a  � 6
 
z 5 70x 1 90y b  �  2  ⇒   b  �  2
R 2  �  49  R  � 7
Relacionando as informações fornecidas, obtemos o seguinte  
sistema: Logo: C(6, 2) e R 5 7
⎧ 3 x  �  2 y  � 300
⎪ b) (x 2 4)2 1 y2 5 5 ⇒ (x 2 4)2 1 (y 2 0)2 5 5
⎨ x  � 0
⎪ a  �  4 a  �  4
⎩ y  � 0  
b  � 0  ⇒   b  � 0
As soluções desse sistema são representadas pela região som-  R 2  � 5  R  �  5
 
breada a seguir:
y Logo: C(4, 0) e R 5  5
16
c) (x 1 1)2 1 (y 1 2)2 5    ⇒
25
150 16
⇒ [x 2(21)]2 1 [y 2(22)]2 5 
25
a  � �1 a  � �1
100  
b  � �2 
  ⇒   b  � �2
60  16  4
 R 2  �   R  � 
 25  5
4
Logo: C(21, 22) e R 5 
0 5
60 100 150 x
3. alternativa d
O máximo valor de z é obtido ao se atribuírem às variáveis x Substituindo as variáveis x e y da equação pela abscissa e ordenada
e y as coordenadas de um determinado vértice do polígono de cada ponto, respectivamente, temos:
sombreado. a) (5 2 1)2 1 (8 1 5)2 5 42 1 132 5 185  25
Testando cada um dos vértices, temos:
(1 2 1)2 1 (3 1 5)2 5 02 1 82 5 64  25
• (0, 0) ⇒ z 5 70  0 1 90  0 5 0
Logo, (5, 8) e (1, 3) não pertencem à circunferência da equa-
• (100, 0) ⇒ z 5 70  100 1 90  0 5 7.000
ção dada.
• (60, 60) ⇒ z 5 70  60 1 90  60 5 9.600
b) (22 2 1)2 1 (21 1 5)2 5 (23)2 1 42 5 9 1 16 5 25
• (0, 100) ⇒ z 5 70  0 1 90  100 5 9.000
Assim, o máximo valor de z é obtido no ponto (60, 60). (23 2 1)2 1 (24 1 5)2 5 (24)2 1 12 5 16 1 1  25
Portanto, para que se obtenha a receita máxima, devem ser for- Logo, (22, 21) pertence à circunferência, mas (23, 24) não
mados 60 pacotes do tipo A e 60 pacotes do tipo B. pertence.

65

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c) (6 2 1)2 1 (25 1 5)2 5 52 1 02 5 25  R53
(1 2 1)2 1 (21 1 5)2 5 02 1 42 5 16  25 Assim, concluímos que a circunferência tem centro C(5, 1)
Logo, (6, 25) pertence à circunferência, mas (1, 21) não e raio R 5 3.
pertence.
b) Comparando a equação x2 1 y2 2 8x 1 6y 1 19 5 0 com a equa-
d) (4 2 1)2 1 (29 1 5)2 5 32 1 (24)2 5 25 ção geral x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0, temos:
(1 2 1)2 1 (0 1 5)2 5 02 1 52 5 25
� 2 a  � �8  a  �  4 (I )
Logo, os pontos (4, 29) e (1, 0) pertencem à circunferência.  
� 2b  � 6 ⇒ b  � �3 (II )
e) (0 2 1) 1 (0 1 5) 5 (21) 1 5 5 26  25
2 2 2 2
a 2  �  b 2  �  R 2  � 19  a 2  �  b 2  �  R 2  � 19 (III )
(3 2 1)2 1 (2 1 5)2 5 22 1 72 5 4 1 49  25  
Logo, (0, 0) e (3, 2) não pertencem à circunferência. Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos:
4. (x 2 5)2 1 (y 1 6)2 5 20 42 1 (23)2 2 R2 5 19
 R 5  6
P(1, k) pertence à circunferência; então:
Assim, concluímos que a circunferência tem centro C(4, 23)
(1 2 5)2 1 (k 1 6)2 5 20
e raio R 5  6 .
 42 1 k2 1 12k 1 36 5 20
 k2 1 12k 1 32 5 0 ⇒ k 5 24 ou k 5 28 c) Comparando a equação x2 1 y2 2 14x 1 44 5 0 com a equação
Logo, os possíveis valores de k são 24 e 28. geral x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0, temos:
5. Para que a circunferência de equação (x 2 6)2 1 (y 2 8)2 5 k � 2 a  � �14 a  � 7 (I )
passe pela origem (0, 0) dos sistemas de eixos, devemos ter:  
� 2b  � 0 ⇒ b  � 0 (II )
(0 2 6)2 1 (0 2 8)2 5 k ⇒ 36 1 64  k a 2  �  b 2  �  R 2  �  44 a 2  �  b 2  �  R 2  �  44
  (III )
Logo: k 5 100
6. Queremos a equação da circunferência que tem centro C(3, 2) e Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos:
passa pelo ponto P(7, 5). 72 1 02 2 R2 5 44
O raio R dessa circunferência é dado por:  R 5  5
2 2
R 5 dPC 5  (7  � 3)  � (5 �  2)  5  16  � 9 Assim, concluímos que a circunferência tem centro C(7, 0)
 R55 e raio R 5  5 .
Logo, a equação reduzida da circunferência será: d) Comparando a equação x2 1 y2 2 3 5 0 com a equação geral
(x 2 3)2 1 (y 2 2)2 5 25 x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0, temos:
7. Nos pontos que pertencem ao eixo das ordenadas, o valor da � 2 a  � 0 a  � 0                               (I )
abscissa é zero, ou seja, x 5 0. Então:  
� 2b  � 0 ⇒ b  � 0                              (II )
(x 2 3)2 1 (y 2 7)2 5 64 a 2  �  b 2  �  R 2  � �3 a 2  �  b 2  �   R 2  � �3       (III )
 (0 2 3)2 1 (y 2 7)2 5 64 ⇒ 9 1 y2 2 14y 1 49 5 64  
 y2 2 14y 2 6 5 0 Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos:
 5 (214)2 2 4  1  (26) 5 196 1 24 5 220 02 1 02 2 R2 5 23
14  �  2 55  R 5  3
 y 5   ⇒ y 5 7 1  55  ou y 5 7 2  55
2 Assim, concluímos que a circunferência tem centro C(0, 0)
Logo, os pontos de intersecção de  com o eixo das ordenadas e raio R 5  3 .
( ) (
são:   0, 7  �  55   e   0, 7  �  55 ) e) Temos: 5x2 1 5y2 2 10x 1 10y 2 10 5 0 ⇒
8. Essa circunferência tem centro C(4, 24) e passa por P(4, 0). ⇒ x2 1 y2 2 2x 1 2y 2 2 5 0
R 5 dCP 5  (4  �  4 )2  � (�4  � 0 )2  5  0  � 16  5 4 Comparando a equação x2 1 y2 2 2x 1 2y 2 2 5 0 com a equa-
Logo, a equação reduzida dessa circunferência é: ção geral x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0, temos:
(x 2 4)2 1 (y 1 4)2 5 16
� 2 a  � �2  a  � 1 (I )
9. Temos que C(k, 0) pertence ao eixo Ox (k  R), que a circunfe-  
� 2b  �  2 ⇒ b  � �1 (II )
rência passa por P(2, 21) e que R 5 dPC 5  5 , logo: a 2  �  b 2  �  R 2  � �2  a 2  �  b 2  �  R 2  � �2
  (III )
(2  �  k )2  � (�1 � 0 )2  5  5 ⇒ 4 2 4k 1 k2 1 1 5 5
 k2 2 4k 5 0 ⇒ k(k 2 4) 5 0 Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos:
 k 5 0 ou k 5 4 12 1 (21)2 2 R2 5 22
Para k 5 0, temos: C1(0, 0) e R1 5  5  R52
Assim, concluímos que a circunferência tem centro C(1, 21)
Para k 5 4, temos: C2(4, 0) e R2 5  5
Logo, as equações dessas circunferências são: e raio R 5 2.
(1) x2 1 y2 5 5 12. a) Temos:
(2) (x 2 4)2 1 y2 5 5 x2 1 y2 2 6x 2 2y 2 26 5 0 ⇒ (x2 2 6x) 1 ( y2 2 2y) 5 26
10. a) Tal equação representa uma circunferência se, e somente se:  (x2 2 6x 1 9) 1 (y2 2 2y 1 1) 5 26 1 9 1 1
k240⇒k4 Assim, a equação reduzida da circunferência é:
(x 2 3)2 1 ( y 2 1)2 5 36
b) Tal equação representa um único ponto se, e somente se: Portanto, o centro C e o raio R dessa circunferência são:
k2450⇒k54 C(3, 1) e R 5 6
c) Tal equação representa o conjunto vazio se, e somente se: b) Temos:
k240⇒k4 x2 1 y2 1 4x 2 8y 1 19 5 0 ⇒ (x2 1 4x) 1 ( y2 2 8y) 5 219
11. a) Comparando a equação x2 1 y2 2 10x 2 2y 1 17 5 0 com a equa-  (x2 1 4x 1 4) 1 ( y2 2 8y 1 16) 5 219 1 4 1 16
ção geral x2 1 y2 2 2ax 2 2by 1 a2 1 b2 2 R2 5 0, temos: Assim, a equação reduzida da circunferência é:
(x 1 2)2 1 ( y 2 4)2 5 1
� 2 a  � �10  a  � 5 (I )
  Portanto, o centro C e o raio R dessa circunferência são:
� 2b  � �2 ⇒ b  � 1 (II )
C(22, 4) e R 5 1
a 2  �  b 2  �  R 2  � 17  a 2  �  b 2  �  R 2  � 17 (III )
  c) Temos:
Substituindo (I) e (II) em (III), obtemos: x2 1 y2 1 10x 1 23 5 0 ⇒ (x2 1 10x) 1 (y2) 5 223
52 1 12 2 R2 5 17  (x2 1 10x 1 25) 1 (y2) 5 223 1 25

66

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Assim, a equação reduzida da circunferência é: dPA 5 dPB ⇒  ( x  � 3)2  � ( y  �  4 )2 5 ( x  �  2)2  � ( y  � 5)2
(x 1 5)2 1 y2 5 2  x2 2 6x 1 9 1 y2 2 8y 1 16 5 x2 2 4x 1 4 1 y2 2 10y 1 25
Portanto, o centro C e o raio R dessa circunferência são:  x2y1250
C(25, 0) e R 5  2 . Então, substituímos x por 0 na equação da mediatriz e encon-
d) Para obtermos a equação reduzida, é mais cômodo trabalhar- tramos a abscissa de C:
mos com os coeficientes de x e y unitários; por isso, vamos 02y1250⇒y52
dividir por 9 ambos os membros da equação, obtendo: Dessa forma, o centro da circunferência  é C (0, 2) e seu raio R é
2x 1 a distância entre A(3, 4) e C (0, 2), ou seja:
x2 1 y2 2  2 y 1 5 0
3 9 2
R 5  (0  � 3)2  � (2  �  4 )2  5  (�3)  � (�2)
2

Temos, então:
2x 1  R 5  13
x2  y2  y 0⇒ Logo, uma equação dessa circunferência é:
3 9

⇒ [x2 
2x
]  (y 2  y)  
1 ( ) 2
(x 2 0)2 1 ( y 2 2)2 5  13  ⇒ x2 1 y2 2 4y 1 4 5 13
3 9  x 1 y 2 4y 2 9 5 0
2 2

1 1 1 1
 [x  2x 
2
 ]  [y  2y 
2
 ] Portanto, a equação geral de  é: x2 1 y2 2 4y 2 9 5 0
3 9 2 4
17. alternativa e
1 1 1

9

9

4 As equações das alternativas a, b e c não representam uma
circunferência, pois em uma equação normal os coeficientes de
Assim, a equação reduzida da circunferência é:
x2 e y2 são iguais e não nulos; e o coeficiente de xy é zero.
1 2 1 2 1
[x  ]  [y  ]  Na equação da alternativa d, temos:
3 2 4
Portanto, o centro C e o raio R dessa circunferência são: x2  2x  1  y2  4y  4  6  1  4
1 1 1 (x  1)2  (y  2)2  1, que representa o conjunto vazio.
C[ , ]eR Na equação da alternativa e, temos:
3 2 2
x2  8x  16  y2  7  16
13. alternativa e
(x  4)2  y2  9
Pelo método da redução, temos:
Essa equação representa a circunferência de centro (4, 0) e raio 3.
x2 1 y2 2 4x 2 6y 5 0 ⇒ (x2 2 4x) 1 (y2 2 6y) 5 0
 (x2 2 4x 1 4) 1 (y2 2 6y 1 9) 5 4 1 9 18. Inicialmente, representamos a equação na forma reduzida:
 (x 2 2)2 1 (y 2 3)2 5 13 (x2  2x)  (y2  4y)  k  3 ⇒
Logo, a equação representa uma circunferência de centro (2, 3), ⇒ (x2  2x  1)  (y2  4y  4)  k  3  1  4
ou seja, o conjunto dos pontos equidistantes do ponto (2, 3).  (x  1)2  (y  2)2  k  2
14. alternativa c Logo, a equação representa uma circunferência se, e somente se:
Pelo método da redução, temos: k  2  0 ⇒ k  2
x2 1 y2 2 6x 2 8y 2 1 5 0 ⇒ (x2 2 6x) 1 (y2 2 8y) 5 1 19. a) (1  2)2  (2  2)2  5; logo, P é interior à circunferência.
 (x2 2 6x 1 9) 1 (y2 2 8y 1 16) 5 1 1 9 1 16
Assim, a equação reduzida da circunferência é: b) 12  52  8  1  6  0; logo, P é exterior à circunferência.
(x 2 3)2 1 (y 2 4)2 5 26 ⇒ C(3, 4) c) 42  (2)2  2  4  6  (2)  24  0; logo, P pertence à
Dessa forma, o centro da circunferência que queremos é C(3, 4) circunferência.
e seu raio R é a distância entre P(1, 3) e C(3, 4), ou seja:
20. a) Os pontos P(x, y) que satisfazem a inequação
2 2
R 5  (3  � 1)  � (4  � 3) 5  2 2  � 12 (x  4)2  (y  4)2  4 são todos os pontos do círculo de
 R 5  5 centro C(4, 4) e raio 2.
Logo, uma equação dessa circunferência é: y
( )
2
(x 2 3)2 1 (y 2 4)2 5  5  ⇒ x2 2 6x 1 9 1 y2 2 8y 1 16 5 5
 x2 1 y2 2 6x 2 8y 1 20 5 0
15. O centro C da circunferência é o ponto em que a mediatriz de C 4
tABu intercepta o eixo das abscissas.
Lembrando que todos os pontos P(x, y) da mediatriz r de um
segmento tABu equidistam de A e B, a equação da mediatriz de
tABu é dada por: 2
dPA 5 dPB ⇒  ( x  � 3)2  � ( y  � 1)2 5  ( x  � 6)2  � ( y  �  2)2
 x2 2 6x 1 9 1 y2 2 2y 1 1 5 x2 2 12x 1 36 1 y2 2 4y 1 4
 3x 1 y 2 15 5 0
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

Então, substituímos y por 0 na equação da mediatriz e encon- �4 �2 x


tramos a abscissa de C: b) Os pontos que satisfazem a inequação (x  4)  (y  4)2  4
2

3x 2 0 2 15 5 0 ⇒ x 5 5 são os pontos interiores ao círculo de centro (4, 4) e raio 2.


Dessa forma, o centro da circunferência que queremos é C(5, 0)
y
e seu raio R é a distância entre A(3, 1) e C(5, 0), ou seja:
2 2 2 2
R 5  (5 � 3)  � (0  � 1)  5  2  � (�1)
 R 5  5
Logo, uma equação dessa circunferência é: C 4
( )
2
(x 2 5) 1 (y 2 0) 5  5  ⇒ x 2 10x 1 25 1 y 5 5
2 2 2 2

 x2 1 y2 2 10x 1 20 5 0
2
16. O centro C da circunferência  é o ponto em que a mediatriz de
tABu intercepta o eixo das ordenadas.
Lembrando que todos os pontos P(x, y) da mediatriz r de um
segmento tABu equidistam de A e B, a equação da mediatriz de
x
tABu é dada por:
�4 �2

67

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c) Temos: Logo, uma equação de reta t é: 4x  3y  55  0
x2  y2  12x  16y  75  0 ⇒
24. O centro C e o raio R de  são C (1, 1) e R  3. Toda reta s, s  t,
⇒ (x2  12x  36)  (y2  16y  64)  75  36  64
tem uma equação geral da forma 3x  4y  k  0, com k  .
 (x  6)2  (y  8)2  25
Devemos ter:
Portanto, as soluções (x, y) da inequação |3  (1)  4  1  k|
x2  y2  12x  16y  75  0 são os pontos exteriores à dCs  R ⇒ 3
32  42
circunferência de centro C(6, 8) e raio 5.
 |1  k|  15 ⇒ k  14 ou k   16
Portanto, as equações pedidas são:
y
s: 3x  4y  14  0 e s': 3x  4y  16  0

25. a) y  6  x (I)
C (x  1)2  y2  25 (II)
8
Substituindo (I) em (II), temos:
(x  1)2  (6  x)2  25 ⇒
3
⇒ x2  2x  1  36  12x  x2  25  0
 x2  5x  6  0 ⇒ x  2 ou x  3
Para x  2, a equação (I) nos dá y  4.
6 x Para x  3, a equação (I) nos dá y  3.
Concluímos, então, que: s    {(2, 4), (3, 3)}
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

d) Temos: b) O comprimento dessa corda é a distância entre os pontos


x3  y2  6x  2y  1  0 ⇒ A(2, 4) e B(3, 3), ou seja:
⇒ (x3  6x  9)  (y2  2y  1)  1  9  1
AB  (3  2)2  (3  4)2  2
 (x  3)2  (y  1)2  9
Portanto, as soluções (x, y) da inequação
26. a) x  1  y (I)
x2  y2  6x  2y  1  0 são os pontos que pertencem à x2  y2  2x  4y  3  0 (II)
circunferência de centro C(3, 1) e raio 3 e os pontos exte-
riores a ela. Substituindo (I) em (II), temos:
(1  y)2  y2  2(1  y)  4y  3  0 ⇒
y ⇒ 1  2y  y2  y2  2  2y  4y  3  0
 y2  2y  1  0 ⇒ y  1
Para y  1, a equação (I) nos dá x  0.
4
Concluímos, então, que: s    {(0, 1)}

1 C b) x  4  3y (I)
x2  y2  8x  6y  22  0 (II)
3 x
Substituindo (I) em (II), temos:
(4  3y)2  y2  8(4  3y)  6y  22  0 ⇒
⇒ 16  24y  9y2  y2  32  24y  6y  22  0
21. a) O centro C e o raio R de  são: C(1, 2) e R  2  5y2  3y  3  0
|3  1  4  2  15| Observamos que   (3)2  4  5  3  51, isto é,   0,
dCs  2 concluímos que s    .
32  42
dCs  R; logo, s é tangente a . 27. y  0 (I)
b) O centro C e o raio R de  são: C(1, 4) e R  3 (x  3)2  (y  2)2  20 (II)
|2  (1) 4  1| Substituindo (I) em (II), obtemos:
dCs   5
22  (1)2 (x  3)2  (0  2)2  20 ⇒ x2  6x  7  0
dCs  R; logo, s é secante a . Logo: x  7 ou x  1
c) O centro C e o raio R de  são: C(1, 2) e R  1 Para x  7, a equação (I) nos dá y  0.
|4  (1)  3  2  8| Para x  1, a equação (I) nos dá y  0.
dCs  2 Portanto: Ox    {(1, 0), (7, 0)}
42  32
dCs  R; logo s é exterior a . 28. y

(0, 4) 2
22. a) s: 40 ⇒ y  4  2(x  0)
NEIDE TOYOTA

ms  2 
02
Logo, uma equação geral da reta s é: 2x  y  4  0
b) O raio R da circunferência é a distância entre C e s, ou seja: 22 2 x
|2  1  1  4| 5
R  dCs    5
22  (1)2 5
Logo, a equação reduzida da circunferência é: 22
(x  1)2  (y  1)2  5
Observando que uma reta r de equação y  k, com k  , é
23. a) Substituindo as variáveis x e y por 7 e 9, respectivamente, na equa- horizontal e passa pelo ponto (0, k), temos:
ção da circunferência , obtemos uma sentença verdadeira: a) r é exterior a  se, e somente: k  2 ou k  2
(7  3)2  (9  6)2  25
b) r é tangente a  se, e somente se: k  2 ou k  2
Logo, P  .
c) r é secante a  se, e somente: 2  k  2
b) O centro é o ponto: C(3, 6)
29. y  mx (I)
P(7, 9)
4 x2  y2  10x  16  0 (II)
c) t : 1 4 ⇒ y  9   (x  7)
mt    3
mCp 3 Substituindo (I) em (II), obtemos: x2  (mx)2  10x  16  0,

68

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ou ainda, (m2  1)x2  10x  16 = 0 (note que essa equação é • Reta s secante à circunferência:
do segundo grau para qualquer m real).
A reta é secante à circunferência se, e somente se, D  0, ou seja: s
3 3
100  64(m2  1)  0 ⇒   m 
4 4

C
CC Roteiro de trabalho

1. Sendo C um ponto de um plano a e R uma medida positiva,


chama-se circunferência de centro C e raio R o conjunto dos
pontos do plano a que distam de C a medida R.
5. É formado por um ângulo reto.
2. • Ponto P interior à circunferência:

P P

C
C r


• Ponto P pertencente à circunferência:
P
CC Exercícios complementares

1. Sendo C(a, 0) o centro da circunferência, temos que:


CA  5 ⇒ (a  0)2  (0  4)2  5
C
 a2  16  25 ⇒ a  3 ou a  3
Assim há duas circunferências,  e ', possíveis:
C(3, 0) ⇒ (x  3)2  y2  25
:
ILUSTRAÇÕES: NEIDE TOYOTA

R5
• Ponto P exterior à circunferência:
e ': C'(3, 0) ⇒ (x  3)2  y2  25
P R5

2. alternativa a
Sendo R o raio da órbita, temos:
C 2  3,14  R  12.560  5 ⇒ R  10.000
Logo, a equação da órbita é:
(x  0)2  (y  0)2  10.0002 ⇒ x2  y2  108
3. O centro C é um ponto do tipo C(k, 2k  1), com k  . Impondo

que CA  CB, temos:
3. O centro de uma circunferência não pertence a ela, pois a distância (k  2)2  (2k  1  3)2  (k  3)2  (2k  1  2)2
do centro a ele mesmo é nula e, portanto, diferente do raio da  k1
circunferência.
C(1, 1)
Logo, :
4. • Reta s exterior à circunferência: R  CA  (1  2)2  (1  3)2  5
s  : (x  1)2  (y  1)2  5
4. Seja t o tempo em hora. Como o raio da circunferência é 10 km,
temos:
10 10
1.200  ⇒t
t 1.200
C
1
 t h  30 s
120
Portanto, após a explosão, levará 30 s para que sejam atingidos
os pontos da circunferência x2  y2  100  0.

5. alternativa c
• Reta s tangente à circunferência:
Como a circunferência é tangente aos eixos coordenados e tem
s raio R 5 250 km, seu centro é C(250, 250). Dessa forma, uma
equação dessa circunferência é:
(x 2 250)2 1 (y 2 250)2 5 2502

6. Para obter o centro C da circunferência, escrevemos sua equação


C na forma reduzida:
x2 2 16x 1 y2 1 14y 1 109 5 0 ⇒
⇒ (x2 2 16x 1 64) 1 (y2 1 14y 1 49) 5 2109 1 64 1 49
 (x 2 8)2 1 (y 1 7)2 5 4
Logo, temos C(8, 27).

69

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�6  � 6 2. A medida do eixo maior é dada por:
, B- é: mAB 5 
O coeficiente angular da reta A  5 2
�4  �  2 A1A2 5 A1F1 1 A2F1 5 1,47  108 km 1 1,53  108 km 5 3  108 km
Assim, uma equação da reta ,AB- é: Já a distância focal é dada por:
y 2 6 5 2(x 2 2) ⇒ y 5 2x 1 2 F1F2 5 A2F1 2 A2F2 5 1,53  108 km 2 1,47  108 km 5
Além disso, para que a distância CP seja mínima, ,CP- deve ser 5 0,06  108 km 5 6  106 km
1
perpendicular a ,AB-. Temos, então, mCP 5 � , e uma equação 3. a) O centro da elipse é C(6, 3), o semieixo maior mede
2
a 5 10 2 6 5 4 e o semieixo menor mede b 5 5 2 3 5 2.
de ,CP- é:
Logo, a equação reduzida da elipse é:
1 x
y 2 (27) 5 � ( x  � 8)  ⇒ y 5 �  � 3 ( x  � 6)2 ( y  � 3)2
2 2 ( x  � 6)2 ( y  � 3)2
 �  51 ⇒    �  51
As coordenadas de P são a solução do sistema: 42 22 16 4
b) O centro da elipse é C(7, 24), o semieixo menor mede
 y  �  2 x  �  2
 b 5 7 2 5 5 2 e o semieixo maior mede a 5 21 2(24) 5 3.
 x ⇒ x 5 22  e  y 5 22
y  � �  � 3 Logo, a equação reduzida da elipse é:
 2
( x  � 7)2 [ y  �(�4 )]2 ( x  � 7)2 ( y  �  4 )2
Logo, para que a distância entre C e o cano AB seja mínima,  �  51 ⇒    �  51
22 32 4 9
temos P(22, 22).
c) O centro da elipse é C(0, 0), o semieixo menor mede b 5 6 e
7. Seja P(x, y) um ponto atingido pelo terremoto. Temos dPE  5, o semieixo maior mede a 5 7. Logo, a equação reduzida da
ou seja: elipse é:
( x  � 0 )2 ( y  � 0 )2 x2 y2
( x  � 3)2  � ( y  � 0 )2   5 ⇒ (x 2 3)2 1 y2  25 2
 �  2 5 1 ⇒    �  51
6 7 36 49
Portanto, a inequação (x 2 3)2 1 y2  25 expressa toda a região
atingida pelo terremoto.
4. a) y

CC Matemática sem fronteiras

1. O custo total C de produção, em real, é dado por:


C
x y 6
C  x 100   y 50 
10 10
Logo, para x  380 e y  240, temos:
380 240 3
C  380 100   240 50  ⇒ C  17.320
10 10
Assim, a produção de 380 litros do perfume A e 240 litros de B
terá o custo de R$ 17.320,00.
9 14 x
2. Os pontos (x, y) formam o segmento de reta OA obtido pela
intersecção da reta de equação y  2x com a região indicada no b) y
texto, isto é:
3
y

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
C
A
350 0 x
NEIDE TOYOTA

�4
C
250

c) y
6
O 175 500 600 x

3. Observamos que a maior produção possível, de modo que y  2x,


ocorre para x  175 e y  350; logo, o maior custo total C possível,
em real, nessas condições é:

175 350 C
C  175[100  ] + 350[50  ]  C  19.687,50 �4 0 4 x
10 10

Capítulo 6

CC Exercícios propostos

1. Temos que os eixos da elipse medem 4 m e 3,2 m. Assim: �6


• 2a 5 4 m ⇒ a 5 2 m
• 2b 5 3,2 m ⇒ b 5 1,6 m 5. Como a distância entre um dos focos e o vértice mais próximo
Então: dele é 11 2 8 5 3, a distância entre o outro foco e o outro vértice
a2 5 b2 1 c2 ⇒ 22 5 1,62 1 c2 também é 3. Logo, o eixo maior mede 2a 5 3 1 11 2 4 5 10, ou
 c 5 1,2 seja, a 5 5 e a distância focal é 2c 5 8 2 4 5 4, isto é, c 5 2. A
Como M e N são os focos da elipse, a distância entre M e N é c 2
excentricidade da elipse é, então: e 5 
2c, ou seja, 2,4 m. a 5

70

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 70 4/28/10 12:23:14 PM


6. Vamos obter a equação reduzida da elipse: f) O retângulo de referência ABCD está representado a seguir:
4x2 1 9y2 2 16x 2 20 5 0 ⇒ y
⇒ 4(x2 2 4x 1 4) 1 9y2 5 0 1 20 1 16
( x  �  2)2 y2
 4(x 2 2)2 1 9y2 5 36 ⇒    �  51 6 P
9 4
Representando graficamente a elipse, temos: A 2√3 B
y

2 F1
C F2

C �4 �2 0 2 4 x
�1 2 5 x

C �2√3 D
7. a) Segundo o enunciado, o custo, em real, para a produção de
x quilolitros do tipo A é x(100 2 x) e para a produção de y
 y
quilolitros do tipo B é y 120  �   . Como o custo total deve
 4
g) As assíntotas r e s da hipérbole estão representadas a seguir:
ser R$ 16.800,00, temos:
y
 y
x(100 2 x) 1 y 120  �    5 16.800 ⇒ s r
 4
6 P
y2
⇒ x2 2 100x 1   2 120y 5 216.800
4 2√3
A
y2 B
 (x2 2 100x 1 2.500) 1 [
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

 120y 1 14.400]  5
4

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
5 216.800 1 2.500 1 14.400 ⇒
2 F1 F2
y 
⇒ (x 2 50)2 1   � 120 5 100
2  �4 �2 2 4 x
( x  � 50 )2 ( y  �  240 )2
   �  51
100 400
Logo, os pontos (x, y) formam a elipse representada a seguir: D
C �2√3
y

260
C
240 h) Os coeficientes angulares das assíntotas da hipérbole são:
220 2 3  � 0
mr 5   �  3  e
2  � 0
�2 3  � 0
ms 5   � � 3
2  � 0
Logo, as equações de r e s são:
(r) y 2 0 5  3 ( x  � 0 )  ⇒ y 5  3 x
(s) y 2 0 5 � 3 ( x  � 0 ) ⇒ y 5 � 3 x

9. alternativa e
Do enunciado, temos a seguinte figura:

F2
0 40 50 60 x x
P 12 Q
8. a) O eixo real mede 2a tal que: |PF1 2 PF2| 5 2a ⇒
3
V
⇒ [4  � (�4 )]2  � (6  � 0 )2  2  (4  � 4 )2  � (6  � 0 )2  5 2a 12

   8 2  � 6 2  �  0 2  � 6 2 5 2a ⇒ 2a 5 4


C
b) A distância focal é: 2c 5 |24 2 4| 5 8
15�x
c) Dos itens a e b, temos a 5 2 e c 5 4. Assim:
c2 5 a2 1 b2 ⇒ 42 5 22 1 b2
 b 5 2 3
F1
Logo, a medida do eixo imaginário é: 2b 5 4 3 .
c 4
d) A excentricidade é: e 5   �   5 2 Pela definição de hipérbole:
a 2
|PF1 2 PF2| 5 2a ⇒
t 1F2u. Temos, então:
e) O centro C é o ponto médio de F
⇒ 12 2  � (30  �  x )2 2  12 2  �  x 2 5 24
 �4  �  4 0  � 0 
C  ,   5 C (0, 0)
 2 2   12 2  � (30  �  x )2 5 24 1  12 2  �  x 2 ⇒

71

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 71 4/28/10 5:25:25 PM


⇒ 144 1 900 1 60x 1 x2 5 c) y
5 516 1 48 144  �  x 2 1 144 1 x2

 5x 1 27 5 4 144  �  x 2 ⇒


⇒ 25x2 1 270x 1 729 5 2.304 1 16x2
 x2 1 30x 2 175 5 0 ⇒ x 5 5 F1 A1 C A2 F2
Logo, um dos focos da hipérbole está a 20 m �7 �4 x
(15 m 1 5 m) do solo. �1
�4 � 2√2 �4 � 2√2
10. a) Temos: a 5 A1C 5 |23 2 0| 5 3
e  c 5 F1C 5 |25 2 0| 5 5
Assim:
c2 5 a2 1 b2 ⇒ 52 5 32 1 b2
 b54 d) y
Logo, como o eixo real é paralelo ao eixo x, a equação reduzida
da hipérbole é:

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
( x  � 0 )2 ( y  �  2)2 x2 ( y  �  2)2
 �  5 1 ⇒    �  51
32 42 9 16
 0  � 6 
b) O centro da hipérbole é: C 2,   5 C(2, 3)
 2 
Temos: a 5 A1C 5 |1 2 3| 5 2 e c 5 F1C 5 |0 2 3| 5 3 F1 A1 C A2 F2
Assim: �1 0 1 x
�√2 √2
c2 5 a2 1 b2 ⇒ 32 5 22 1 b2
 b 5  5
Logo, como o eixo real é paralelo ao eixo y, a equação reduzida
da hipérbole é:
( y  � 3)2 ( x  �  2)2 ( y  � 3)2 ( x  �  2)2
 �  5 1 ⇒     �  51
( )
2 2
2 5 4 5

11. a) y

12. Por definição, temos:


F1C 5 c ⇒ |23 2 2| 5 c
 c55
A1C 5 a ⇒ |21 2 2| 5 a
F1 A1 C A2 F2  a53
2
c 5
Como e 5 , então: e 5  .
a 3

1 2 6 10 x 13. a) Para obter a equação reduzida de , adotamos os procedi-


11
mentos a seguir.
• Agrupamos os termos em x e os termos em y e isolamos
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

o termo independente em um dos membros da igualdade:


b) y (4x2 2 8x) 1 (29y2 1 18y) 5 41
• Fatoramos cada agrupamento, pondo em evidência os coe-
F1 ficientes de y2 e de x2:
7
4(x2 2 2x) 2 9(y2 2 2y) 5 41
• Completamos os quadrados perfeitos nas expressões entre
parênteses, adicionando um mesmo número a ambos os
A1
membros da igualdade:
3 4(x2 2 2x 1 1) 29(y2 2 2y 1 1) 5 41 1 4 2 9 ⇒
⇒ 4(x 2 1)2 2 9(y 2 1)2 5 36
• Dividimos por 36 ambos os membros dessa equação, obtendo
a forma reduzida:
1 x ( x  � 1)2 ( y  �  1)2 5 1
 � 
9 4
b) Temos que:
�3 C • o centro da hipérbole é o ponto C (1, 1);
• o denominador da fração precedida pelo sinal "1" é o qua-
drado da medida do semieixo real e, portanto:
a2 5 9 ⇒ a 5 3
• o denominador da fração precedida pelo sinal "2" é o qua-
drado da medida do semieixo imaginário e, portanto:
b2 5 4 ⇒ b 5 2
�9
A2
c2 5 a2 1 b2 ⇒ c2 5 32 1 22
 c 5 13
• a fração precedida pelo sinal "1" é a que contém x no nume-
rador e, portanto, o eixo real é paralelo ao eixo x.
Para esboçar o gráfico, vamos desenhar o retângulo referência
�13
F2 MNPQ e as assíntotas MP e NQ. A seguir, traçamos a hipérbole,
aproximando-se "indefinidamente" das assíntotas:

72

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 72 4/28/10 12:23:25 PM


y |0  1 y 1|
PF  Pr ⇒ (1 2 2)2 (y 2 4)2 
02  12
2
 1  (y 2 4)2  |y  1| ⇒ 5 1  (y 2 4)2 6  |y  1|2

M N 8
3  1  y2  8y  16  y2  2y  1 ⇒ y 
3
F1 A1 C A2 F2 Logo, a ordenada do ponto P é 8 .
1 3
16. Seja e o eixo de simetria, V o vértice e F o foco da parábola. Por
1 � 13 �2 1 4 1 � 13 x
pontos da semirreta VyF %, distintos de V, traçamos algumas retas
Q �1 P
paralelas a d. Com a ponta-seca do compasso em F e o raio igual
à distância entre d e uma das retas paralelas, traçamos um arco
que cruza essa reta em dois pontos. Repetindo esse procedimento
em cada reta paralela traçada encontramos pontos pertencentes
à parábola.
c) A assíntota MP passa pelo ponto P (4, 21) e tem coeficiente
Então, unindo esses pontos obtemos o esboço da parábola de
igual a: 3 � (�1) �� 4  �
  �
2 foco F e diretiz d.
�2 �4 6 3
Logo, a equação dessa assíntota é: F
2 2x 5
y 2 (21)  2 (x 2 4) ⇒ y  � �
3 3 3 4 cm
A assíntota NQ passa pelo ponto N (4, 3) e tem coeficiente V
3 � (�1) 4 2
angular igual a: �   �
 
4 � (�2) 6 3 d

Logo, a equação dessa assíntota é: e

2 2x 1
y23 (x 2 4) ⇒ y  � 17. a) O vértice da parábola é V(22, 5) e o parâmetro da parábola é:
3 3 3
p 5 2  |5 2 1| 5 8
14. O custo, em real, para a produção de x panelas do tipo A é Logo, a equação reduzida da parábola é:

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
x [x 2(22)]2 5 2  8(y 2 5) ⇒ (x 1 2)2 5 16(y 2 5)
x [25  ] e para a produção de y panelas do tipo B é
40  �4  �  2 
b) O vértice da párabola é V 0,   5 V(0, 21) e o parâ-
y
y [20  ]. Do enunciado, temos:  2 
10
metro da parábola é: p 5 |2 2 (24)| 5 6
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

x y
x[25  ] y[20  ]  5.000 ⇒ Logo, a equação reduzida da parábola é:
40 10
(x 2 0)2 5 2  6[y 2(21)] ⇒ x2 5 12(y 1 1)
x 2
y 2
⇒ 25x   20y   5.000
40 10 c) O vértice da parábola é V(1, 6) e o parâmetro é:
 x  1.000x  4y  800y  200.000  0 ⇒
2 2 p 5 2  |24 2 1| 5 10
⇒ (x2  1.000x  250.000)  4(y2  200y  10.000)  Logo, a equação reduzida da parábola é:
 2200.000  250.000  40.000 (y 2 6)2 5 22  10(x 2 1) ⇒ (y 2 6)2 5 220(x 2 1)
 (x  500)2  4(y  100)2  10.000 ⇒
18. a)
y
(x 2 500)2 (y 2 100)2
⇒  1
10.000 2.500
Representando esse gráfico no plano cartesiano para
0  x  400, e 0  y  150 temos:
y
12 F

10 V d
8

150
F1 A1 C A2 F2
100 x

b) y
400 500 600 x
6 d
500 � 50 5 500 � 50 5

V
3 � 2√5 3 � 2√5
Os pontos que interessam desse gráfico são apenas aqueles da 1
parte da hipérbole que não está tracejada, cujas coordenadas são 3
x
números naturais.
�4
15. a) y  1  0 F
b) p  3
c) x  2  0
d) Sendo P(1, y) o ponto procurado, temos:

73

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 73 4/28/10 12:23:28 PM


Assim, o foco da parábola, que está na mesma reta vertical que o
c) y p 6
vértice V e à distância   �   5 3 acima de V, é F(0, 7).
d 2 2
Então, a distância do cometa, no momento em que passar pelo
V F ponto (8, 1), ao Sol será:
3
(8  � 0 )2  � (1 � 7)2 5 10
23. Uma secção plana que contém o eixo de simetria do paraboloide é
um arco de parábola. A esse arco, associamos um sistema cartesiano,
2 6 10 x
conforme mostra a figura:
105
y
16
F

FAUSTINO
d) y

0,5
�7 �4 �1
x V
�2 0 2 x

�3 A equação da parábola que contém esse arco é x 5 2py, em


2

F V
que p é o parâmetro. Como o ponto (2; 0,5) pertence a essa
parábola, temos:
d
22 5 2p ? 0,5 ⇒ p 5 4
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

Logo, o receptor, que se localiza no foco F, dista 2 m do vértice V.

19. a) y 5 3x2 1 6x 2 5 ⇒ y 5 3(x2 1 2x) 2 5 CC Roteiro de trabalho


 y 1 5 1 3 5 3(x2 1 2x 1 1)
1 1. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas próprias palavras
 (x 1 1)2 5  ( y  � 8) que fixados dois pontos, F1 e F2, de um plano tal que F1F2  2c,
3
chamamos de elipse o conjunto de pontos P do plano cuja soma
b) x 5 y2 2 6y 1 7 ⇒ x 2 7 1 9 5 y2 2 6y 1 9
das distâncias PF1 e PF2 é uma constante 2a, com 2a  2c.
 (y 2 3)2 5 x 1 2
x2 b) Resposta pessoal.
c) y 5   2 x 2 3 ⇒ 4y 5 x2 2 4x 2 12
4 c) Espera-se que os alunos respondam que quanto mais próximos
 4y 1 12 1 4 5 x2 2 4x 1 4 ⇒ (x 2 2)2 5 4(y 1 4) do zero estiver o número e, mais próximo de uma circunferên-
cia estarão os pontos de uma elipse e, quanto mais próximo
20. Para encontrar o vértice da parábola, escrevemos sua equação
de 1 estiver o número e, mais próximos de um segmento de
na forma reduzida:
reta estarão os pontos da elipse.
y 5 2x2 2 8x 1 1 ⇒ y 2 1 5 2(x2 2 4x)
1 2. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas próprias palavras
 y 2 1 1 8 5 2(x2 2 4x 1 4) ⇒ (x 2 2)2 5  ( y  � 7)
2 que fixados dois pontos, F1 e F2, de um plano, tal que F1F2  2c,
Logo, temos: V(2, 27)
chamamos de hipérbole o conjunto de pontos P do plano cujas
21. a) Num sistema de coordenadas cartesianas, temos a seguinte diferenças, em módulo, das distâncias PF1 e PF2, são iguais a
situação: uma constante 2a, com 0  2a  2c.
y
b) Resposta pessoal.
c) Espera-se que os alunos respondam que, quanto mais próximo
2 de 1 estiver a excentricidade, mais próximo de duas semirretas
colineares de sentidos opostos estará a hipérbole. E, quanto
1 mais próximo de  estiver a excentricidade, mais próxima
de duas retas paralelas estará a hipérbole.
3. Espera-se que os alunos respondam que dados um ponto F e uma
0 1,6 x reta r de um plano, sendo que F não pertence a r, chamamos de
Assim, o vértice da parábola é V(1,6; 2) e, sendo p seu parâ- parábola o conjunto dos pontos P desse plano que equidistam
metro, sua equação é dada por: de r e F.
(x 2 1,6)2 5 22p( y 2 2)
Como a parábola passa pelo ponto (0, 1), temos: CC Exercícios complementares
(0 21,6)2 5 22p(1 2 2) ⇒ p 5 1,28
Logo, a diretriz da parábola passa a uma altura de:  13  � 1
1. a) O centro da elipse é C 6,   5 C(6, 7), o semieixo menor
1  2 
2 1   1,28 5 2,64 mede b 5 9 2 6 5 3 e o semieixo maior mede a 5 13 2 7 5 6.
2
Logo, a equação reduzida da elipse é dada por:
Ou seja, 2,64 m do solo.
1 ( x  � 6)2 ( y  � 7)2 ( x  � 6)2 ( y  � 7)2
b) O foco está a uma altura de: 2 2  1,28 5 1,36 2
 �  2 51 ⇒    �  51
2 3 6 9 36
Ou seja, 1,36 m do solo.
 10 
22. alternativa b b) O centro da elipse é C  , 0  5 C(5, 0), o semieixo maior
 2 
Da equação x2 5 12(y 2 4), concluímos que a parábola tem con- 10
mede a 5   5 5 e o semieixo menor mede b 5 4. Logo, a
cavidade para cima, diretriz paralela ao eixo x, vértice V(0, 4) e 2
parâmetro p tal que: 2p 5 12 ⇒ p 5 6 equação reduzida da elipse é dada por:

74

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 74 4/28/10 12:23:33 PM


( x  � 5)2 ( y  � 0 )2 ( x  � 5)2 y2 ( y  �  4 )2 [ x  � (�3)]2 ( x  � 3)2
 �  51 ⇒    �  51  �  5 1 ⇒ ( y 2 4)2 2 51
5 2
4 2
25 16 2 2
8
1 ( 2 2 )
2. Como a distância entre um dos focos e o vértice mais próximo 7. a) y
dele é 3 2 0 5 3, a distância entre o outro foco e o outro vértice
também é 3. Logo, o eixo maior mede 2a 5 7 2 0 1 3 5 10, ou
seja, a 5 5 e a distância focal é 2c 5 7 2 3 5 4, isto é, c 5 2. A
c 2
excentricidade da elipse é, então: e 5   �  .
a 5
13 F1
3. a) 16x2 1 9y2 1 64x 2 54y 1 1 5 0 ⇒
⇒ 16(x 1 4x 1 4) 1 9(y 2 6y 1 9) 5 0 2 1 1 64 1 81
2 2

 16(x 1 2)2 1 9(y 2 3)2 5 144 ⇒ 12 A1


2 2
( x  �  2) ( y  � 3) C
⇒  �  51
9 16 0 x
b) x2 1 9y2 2 4x 2 18y 2 23 5 0 ⇒
⇒ (x2 2 4x 1 4) 1 9(y2 2 2y 1 1) 5 0 1 23 1 4 1 9 �12 A2
( x  �  2)2 ( y  � 1)2
 (x 2 2)2 1 9(y 2 1)2 5 36 ⇒    �  51
36 4 �13 F2
c) 3x2 1 5y2 2 12x 2 3 5 0 ⇒
⇒ 3(x2 2 4x 1 4) 1 5y2 5 0 1 3 1 12
( x  �  2)2 y2
 3(x 2 2)2 1 5y2 5 15 ⇒    �  51
5 3
2
d) 9x2 1 4y2 5 1 ⇒   x � y2 5 1 y
    b)
1 1
9 4
3x 2 5y2
e) 3x2 1 5y2 5 2 ⇒    �  51
2 2
4 � √2
x2 y2
     
� 51 F1
2 2
5
3 5 A1
4 C

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
4. A distância entre um dos focos e o ponto mais próximo é A2
3
212 1 6.400 5 6.612 e a distância entre um dos focos e o ponto F2
mais distante é 616 1 6.400 5 7.016. Assim, temos:
4 � √2
2a 5 6.612 1 7.016 5 13.628 ⇒ a 5 6.814
Além disso, como a distância entre um foco e o ponto mais pró- 2 x
ximo é 6.612 km, a distância entre o outro foco e o ponto mais
distante também é 6.612 km. Logo, a distância entre os focos é:
13.628 2 2  6.612 5 404
c) y
Portanto: 2c 5 404 ⇒ c 5 202
Dessa forma, a excentricidade da elipse é:
c 202 101
 �   �   0,03
a 6 . 814 3 . 407
5. Sendo a a medida do semieixo maior da elipse orbital de Mercúrio, a F1
√17
medida do semieixo maior da elipse orbital de Plutão é 100a. Se T é
o período da órbita de Plutão, pela terceira lei de Kepler, temos: 4
A1
2
 1
 4 
2
T2  1
 �  3  ⇒ T 2 5    106
(100 a)3 a  4
C
1
 T 5 4 ? 103 5 250 2 x

Logo, o período da órbita de Plutão é 250 anos terrestres.


6. a) Temos: a 5 A2C 5 |3 2 0| 5 3 e c 5 F2C 5 |5 2 0| 5 5
A2
Assim: c2 5 a2 1 b2 ⇒ 52 5 32 1 b2 �4
 b54
�√17
Logo, como o eixo real é paralelo ao eixo x, a equação reduzida F2
da hipérbole é:
( x  � 0 )2 ( y  � 0 )2 x2 y2
 �  51 ⇒  �  51
3 2
4 2
9 16

 1 � 7  8. Primeiramente, escrevemos a equação da hipérbole em sua forma


b) O centro da hipérbole é: C �3,   5 C(23, 4)
 2  reduzida:
Temos: a 5 A1C 5 |5 2 4| 5 1  e c 5 F1C 5 |7 2 4| 5 3 16x2 2 y2 2 160x 1 399 5 0 ⇒
Assim: c2 5 a2 1 b2 ⇒ 32 5 12 1 b2 ⇒ 16(x2 2 10x 1 25) 2 y2 5 0 2 399 1 400

 b 5 2 2 ( x  � 5)2
 16(x 2 5)2 2 y2 5 1 ⇒ 2 y2 5 1
Logo, como o eixo real é paralelo ao eixo y, a equação reduzida 1
da hipérbole é: 16

75

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 75 4/28/10 12:23:39 PM


As equações das assíntotas da hipérbole são tais que: y
c)
( x  � 5)2 d
 2 y2 5 0 ⇒ 16(x 2 5)2 2 y2 5 0
1
16
 [4(x 2 5) 1 y][4(x 2 5) 2 y] 5 0 ⇒
⇒ 4x 1 y 2 20 5 0 ou 4x 2 y 2 20 5 0
Logo, as equações das assíntotas são: 4x 1 y 2 20 5 0 e
F V
4x 2 y 2 20 5 0
�5 �2 0 x
9. Como (AO)2 2 (3x 1 2)2  0, temos: 7
2 �
5 (x 2 0)2  (y 2 0)26 2 (3x  2)2  0 ⇒ 2
⇒ x2  y2 2 9x2 2 12x 2 4 5 0
9 9
 y2 2 8x2 2 12x 2 4 5 0 ⇒ y2 2 8x2  12x  542
2 2
2
3
x1
3x 9 1 4 y2
 y2 2 8 x2   52 ⇒ 2 51 d) y
2 16 2 1 1
16 2
Logo, a equação representa um ramo de hipérbole,
com x   1:
y
d
2 21
5
11
5 F
V
1
5
�1 0 x 10 �
1
8 x
2 � 3
3 7 3
100

�2
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

10. a) O vértice da parábola é V(5, 4) e o parâmetro da parábola é 12. a) x 5 2y2 1 2y 2 1 ⇒ x 1 1 5 2( y2 1 y)


p 5 2  |3 2 5| 5 4. Logo, a equação reduzida da parábola é: 1  1  1 1 3
2

 x 1 1 1   5 2 y 2  �  y  �   ⇒  y �   5  x �  

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
( y 2 4)2 5 2  4(x 2 5) ⇒ ( y 2 4)2 5 8(x 2 5) 2  4  2 2 2
b) O vértice da parábola é V(0, 0) e o parâmetro da parábola é 9 9
p 5 2  |22 2 0| 5 4. Logo, a equação reduzida da parábola b) y 5 x2 1 3x ⇒ y 1   5 x2 1 3x 1 
4 4
é: ( y 2 0)2 5 2  4(x 2 0) ⇒ y2 5 8x 2
 3 9
11. a) y  x �   5 y 1
 2 4
1 d c) y 5 23x2 1 6x 1 4 ⇒ y 2 4 5 23(x2 2 2x)
 y 2 4 2 3 5 23(x2 2 2x 1 1) ⇒
V
1
0 x ⇒ (x 2 1)2 5 � ( y  � 7)
�1 F 3
d) x 5 1 2 y2 ⇒ y2 5 21(x 2 1)
13. a) Num sistema de coordenadas cartesianas, temos a seguinte
situação:
y

300

b) y

d
1
1
1 V x

2
2

3
�2 F
0 200 x

Assim, o vértice da parábola é V(0, 300) e, sendo p seu parâ-


metro, sua equação é dada por:
x2 5 22p( y 2 300)

76

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 76 4/28/10 12:23:43 PM


Como a parábola passa pelo ponto (200, 0), temos: 3. a) Para x 5 5, temos: z1 5 0 e z2 5 10
200 Logo, z1 e z2 são números reais.
2002 5 22p(0 2 300) ⇒ p 5 
3
b) Para x 5 25, temos: z1 5 210, um número real, e
Assim, a diretriz da parábola passa a uma altura de z2 5 210i, um número imaginário puro.
 1 200  1 .000 c) Para x 5 7, temos: z1 5 2 1 24i e z2 5 12 1 2i
300  �  2  �  3   m  �  3  m ou aproximadamente
Logo, z1 e z2 são números imaginários.
333,33 m do solo. 4. a) O número (x2 2 9) 1 (x 2 3)i será real se sua parte imaginária
 1 200  800 for nula, isto é:
b) O foco da parábola está a 300  �  � m � m  ou
 2 3  3 x2350⇒x53
aproximadamente 266,67 m do solo. b) (x2 2 9) 1 (x 2 3)i será imaginário se:
14. Num sistema de coordenadas cartesianas, temos a seguinte x230⇒x3
situação: c) (x2 2 9) 1 (x 2 3)i será imaginário puro se:
y  x 2  � 9  � 0  x 2  � 9
 ⇒  
 x  � 3  � 0  x  � 3
32
 x 5 23

5. Na equação 2a 1 (a 1 2)i 5 (b 2 a) 1 bi, aplicamos a definição


de igualdade de números complexos, obtendo:
B 14 D
2 a  �  b  �  a
  ⇒ a 5 1 e b 5 3
a  �  2  �  b
�40 A 0 C 40 x Logo: a 5 1 e b 5 3

6. Na igualdade x2 1 4x 1 (x 2 y)i 5 9 2 y2 1 3i, temos:


Assim, o vértice da parábola é V(0, 32) e, sendo p seu parâmetro,
sua equação é dada por:  x 2 �  4 x � 9  � y 2
x2 5 22p( y 2 32)  ⇒ (x 5 0  e y 5 23) ou (x 5 1 e y 5 22)  
 x  �  y  � 3
ilustrações: FAUSTINO

Como a parábola passa pelo ponto (40, 0), temos:


402 5 22p(0 2 32) ⇒ p 5 25 7. a) z1 1 z2 5 24 1 2i 1 5 1 i 5 1 1 3i
Logo, uma equação da parábola é: x2 5 250( y 2 32)
As abscissas de B e D são soluções da equação: b) z3 1 z.2 2 z4 5 6 1 (5 2 i) 2 (23i) 5 11 2 i 1 3i 5 11 1 2i
x2 5 250(14 2 32) ⇒ x2 5 900
8. a) z1  z2 5 (5 1 3i)  (6) 5 30 1 18i
 x 5 230  ou  x 5 30
Dessa forma, temos B(230, 14), D(30, 14) e a distância entre os b) z1  z3 5 (5 1 3i)  (2i) 5 10i 1 6i2 5 26 1 10i
pilares é: |230 2 30|m 5 60 m c) z2  z4. 5 (6)  (2 1 i) 5 12 1 6i

z4 2 2 (2 � 3i ) 4  � 6i
9. a) �  5   �  2  5
Capítulo 7 z1 2  � 3i (2  � 3i )(2  � 3i ) 2  � (3i )2

4  � 6i 4  � 6i 4 6i
5   �   5   �   
CC Exercícios propostos 4  � 9i 2 4  � 9 13 13

z3 4i 4 i (2  � i ) 8i  �  4 i 2
1. De acordo com os números apresentados e o diagrama, temos: b)  �   5   5  2  5 
z2 2  � i (2  � i )(2  � i ) 2  �  i 2
r  N, então r 5 0
s  (Z 2 N), então s 5 23 �4  � 8i 4 8i
 5 �  �   
t  (Q 2 Z), então t 5 3,14
5 
4  � 1 5 5
u  (R 2 Q), então u 5  2  
v  (C 2 R), então v 5 4 2 2i c) (z2)21 5 
1
 5 
1
 5 
1( 2 � i )
 5 
z2 2 � i (2  � i )(2  � i )
2. Considerando o diagrama de Venn dos números complexos:
2  � i 2  � i 2 i
5   �   5   �   
2 2  � i 2 4  � 1 5 5

i 1 1(24i) 4i 4i i


Z Q R C d) (z3)21 5 5 5 5 5 5  
N z3 4i 4i(4i) 16i2 16 4

10. a) 3 1 2i 1 (1 1 5i)(2 2 i) 5
5 3 1 2i 1 (2 2 i 1 10i 2 5i2) 5
a) Verdadeira, pois R está contido em C.  5 3 1 2i 1 9i 1 7 5 10 1 11i
b) Falsa, pois o número 5i, por exemplo, é complexo, mas não é 2  � i (2  � i )(1 �  2i )
b)  1 2i (1 2 3i) 5 1 2i 2 6i2 5
real. 1 �  2i (1 �  2i )(1 �  2i )
c) Falsa, pois R está contido em C, e, portanto, C > R 5 R. 2  �  4 i  � i  �  2i 2 5i
5  1 6 1 2i 5   1 6 1 2i 5
d) Verdadeira, pois z 5 a 1 bi, com {a, b}  R e b  0, é um 12  � (2i )2 1 �  4 i 2
número complexo não pertencente a R. 5i
5   1 6 1 2i 5 i 1 6 1 2i 5 6 1 3i
e) Falsa, pois sendo z 5 3 1 4i seu conjugado é z. 5 3 2 4i. 5
f ) Verdadeira, pois o conjugado de z 5 a 1 bi é z. 5 a 2 bi. 11. Sendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, temos que
g) Verdadeira, pois: z. 1 2z 2 i 5 6 1 3i é equivalente a:
a 1 3i 5 6 1 bi ⇒ a 5 6 e b 5 3 (x 2 yi) 1 2(x 1 yi) 2 i 5 6 1 3i ⇒
 a1b59 ⇒ x 2 yi 1 2x 1 2yi 2 i 5 6 1 3i

77

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 77 4/28/10 12:23:50 PM


 3x 1 ( y 2 1) i 5 6 1 3i Substituindo b por 21 em (II), temos: a 5 21
Aplicando a definição de igualdade entre números complexos, Concluímos, então, que as raízes quadradas de 2i são:
obtemos o sistema: w1 5 1 1 i e w2 5 21 2 i
3 x  � 6
  ⇒ x 5 2 e y 5 4 18. Aos números z1, z2, z3, z4, z5, z6, z7 e z8 associamos os pontos deter-
 y  � 1 � 3 minados pelos pares ordenados de números reais (5, 4), (23, 6),
Logo, o número complexo pedido é: z 5 2 1 4i (24, 25), (2, 24), (6, 0), (23, 0), (0, 3) e (0, 22), respectivamente,
obtendo:
12. z 5 (1 1 ai)(a 2 4i) 5 a 2 4i 1 a2i 2 4ai2 5
Im
5 a 1 4a 1 (a2 2 4)i 5 5a 1 (a2 2 4)i
Para que z seja um número real, sua parte imaginária deve ser
nula, ou seja:
a2 2 4 5 0 ⇒ a 5  2 z2 6
2
(2  � i )( a  � i ) 2 a  �  2i  �  ai  � i z1
13. z 5   5  5 
( a  � i )( a  � i ) a 2  � i 2 4
3 z7
2 a  � 1 � ( a  �  2) i (2 a  � 1) ( a  �  2)i
5   5  2  1  2  
a 2  � 1 a  � 1 a  � 1
Para que z seja real, sua parte imaginária deve ser nula, isto é: �4 z6 2 z5

a  �  2 �3 0 5 6 Re
 5 0 ⇒ a 5 2
a 2  � 1 �2 z8

14. Linha 1 i0  1 i4  1 i8  1
�4 z4
Linha 2 i1  i i5  i i9  i z3 �5
Linha 3 i  21
2
i  21
6
i  21
10

Linha 4 i3  2i i7  2i i11  2i
19. a) z 5 3 1 yi, com y  R
a) Dividimos os expoentes 246 e 123 por 4 e obtemos resto 2 e
3, respectivamente. Portanto, as potências estariam nas linhas Im
3 e 4, respectivamente.
b) i246 5 21 e i123 5 2i
c) i0 1 i6 1 i9 1 i40 5 1 1 (21) 1 i1 1 5 1 1 i
0 3 Re
d) n 1 31 5 32 ⇒ n 5 32 2 31
n51

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
15. a) i65 5 i1 5 i

b) i36 5 i0 5 1 b) z 5 x 1 5i, com x  R


c) i22 5 i2 5 21 Im

d) i51 5 i3 5 2i
e) (2i)7 5 27  i7 5 27  i  i6 5 128i(i2)3 5 128i (21)3 5 2128i
5
f ) (3i)3 5 33  i3 5 27  i  i2 5 27i(21) 5 227i
g) (1 1 i)16 5 [(1 1 i)2]8 5 (1 1 2i 1 i2)8 5 (2i)8 5
5 256i8 5 256 (i2)4 5 256(21)4 5 256
0 Re
16. alternativa b
(1 1 i)15 5 (1 1 i)(1 1 i)14 5 (1 1 i)[(1 1 i)2]7 5
5 (1 1 i)(1 1 2i 1 i2)7 5 (1 1 i)(1 1 2i 2 1)7 5 (1 1 i)(2i)7 5 c) z 5 x 1 xi, com x  R
5 (1 1 i)  27  i7 5 128  (1 1 i)  i  i6 5 Im
5 128i(1 1 i)(i2)3  5 (128i 1 128i2)(21)3  5 2(128i 2 128)
5 128 2 128i 5 128(1 2 i)
2
17. a) (w1)2 5 [ 21 i 2] 5
2 2
5 [ 2] 1 2 . 2 . i 2 1 [i 2] 5 2 1 4i 2 2 5 4i 45°
2 2
(w2)2 5 52 [ 2 1 i 2]6 5 [ 21 i 2] 5 4i Re
Logo w1 e w2 são raízes quadradas de 4i.
b) Sendo w 5 a 1 bi, com, {a, b}  R, uma das raízes quadradas
de 2i, temos:
w2 5 z ⇒ d) z 5 x 2 xi, com x  R
⇒ (a 1 bi)2 5 2i Im
 a 2 b2 1 2abi 5 0 1 2i
⎧ a² � b² � 0 (I)
⎨   1  (II)
2ab � 2 ⇒ a �
⎩ b
Substituindo (II) em (I):
45° Re
1 2 b2 5 0
b2
 b4 5 1 ⇒ b 5 ±1
Substituindo b por 1 em (II), temos: a 5 1

78

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 78 4/28/10 5:25:28 PM


20. Fazendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, temos: obtemos:
16 |z 2 4 2 2i| 5  5  ⇒ |(x 1 yi) 2 4 2 2i| 5  5  
x 2 yi 5
x 1 yi
 |x 1 yi 2 4 2 2i| 5  5  ⇒ |(x 2 4) 1 ( y 2 2)i| 5  5
 (x 2 yi) (x 1 yi)5 16 ⇒ x2 1 y2 5 16
Assim, o lugar geométrico é a circunferência de centro C (0, 0)  ( x  �  4 )2  � ( y  �  2)2  �  5  
e raio R 5 4.
 (x 2 4) 1 ( y 2 2) 5 5
2 2

Im a) O L.G. das imagens dos números complexos z 5 x 1 yi é a cir-


4 cunferência de equação (x 2 4)2 1 ( y 2 2)2 5 5, cujo gráfico é:
Im

�4 4 2 � √5
C
0 Re

2 C

�4

4 Re
21. a) |4 1 3i| 5  4 2  � 3 2  �  25  5 5
b) |12 2 5i| 5  12 2  � (�5)2  �  144  �  25  5
b) Os números complexos z 5 x 1 yi que têm parte real
5  169  5 13 igual a 2 e que pertencem à circunferência de equação
c) |4i| 5  4 2  �  16  5 4 (x 2 4)2 1 ( y 2 2)2 5 5 obedecem ao sistema:

d) |27i| 5  (�7)2  �  49  5 7  x  �  2


 2 2  ⇒
( x  �  4 ) � ( y  �  2)  � 5
e) |9| 5  9 2  �  81  5 9
⇒ (x 5 2 e y 5 1) ou (x 5 2 e y 5 3)
f ) |26| 5  (�6)2  �  36  5 6 Logo, os números complexos são: 2 1 i e 2 1 3i

22. Indicando o número complexo z por x 1 yi, com {x, y}  R, c) e d) A intersecção da circunferência com a reta que passa pelo
temos: seu centro e pela origem dos eixos determina o ponto mais

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
a) |z 2 3| 5 6 ⇒ |x 1 yi 2 3| 5 6 próximo e o ponto mais distante da origem. Assim, resolvemos
 |(x 2 3) 1 yi| 5 6 ⇒  ( x  � 3)2  �  y 2 5 6 o sistema com as equações da circunferência e da reta:
 (x 2 3)2 1 y2 5 36 ⎧ x 2  �  y 2  � 8 x  � 8 y  � 15 � 0
Logo, o L.G. das imagens dos números complexos z 5 x 1 yi é ⎪

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

⎨ x
a circunferência de equação(x 2 3)2 1 y 5 36, cujo gráfico é: ⎪ y  � 
⎩ 2
Im
⇒ (x 5 2 e y 5 1) ou (x 5 6 e y 5 3)
Logo, os números complexos procurados são: 2 1 i e 6 1 3i
Calculando seus módulos, temos:
|z1| 5 |2 1 i| 5  2 2  � 12  �  5  
C
|z2| 5 |6 1 3i| 5  6 2  � 3 2  �  36  � 9  5 45  � 3 5  
�3 3 9 Re
Assim, 2 1 i é o ponto mais próximo e 6 1 3i é o ponto mais
distante da origem do sistema de eixos.

24. a) |z| 1 |3z| 5 4 ⇒ |z| 1 3|z| 5 4


 4|z| 5 4 ⇒ |z| 5 1
b) |z 2 2 1 5i| 5 4 ⇒ |(x 1 yi) 2 2 1 5i| 5 4
Logo, o L.G. das imagens dos complexos z é a circunferência
 |(x 2 2) 1 (  y 1 5)i| 5 4 ⇒ ( x  � 2)2  � ( y  � 5)2 5 4 de centro C (0, 0) e raio 1.
 (x 2 2)2 1 ( y 1 5)2 5 16
Logo, o L.G. das imagens dos números complexos z 5 x 1 yi Im
é a circunferência de equação(x 2 2)2 1 ( y 1 5)2 5 16, cujo 1
gráfico é:
Im

2 6 C
Re �1 0 1 Re

�1
�5
C
b) z  z. 5 |4z| ⇒ |z|2 5 4|z|
 |z|2 2 4|z| 5 0 ⇒ |z|(|z| 2 4) 5 0
 |z| 5 0 ou |z| 5 4
Logo, o L.G. das imagens de z é formado pelo ponto (0, 0) e
23. Indicando o número complexo z por x 1 yi, com {x, y}  R, pela circunferência de centro C(0, 0) e raio 2.

79

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 79 4/28/10 12:24:01 PM


Im 3π
3 5 270° ou 
2
2
4 5 0° ou 0 rad
Em que 1, 2, 3 e 4 são os argumentos dos números z1, z2, z3
e z4, respectivamente.

Seja z 5 a 1 bi, com {a, b}  R1, o número complexo de argu-


C
27.
�2 0 2 Re π
mento  . Vamos representar no plano complexo z 5 a 1 bi,
7
z. 5 a 2 bi, 2z 5 2a 2 bi e 2z. 5 2a 1 bi:

�2 Im

25. Como z  z. 5 |z|2, em que z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, temos: �t z b z


z  z. 2 |z|2 2 5 0 ⇒ |z|2 2 |z| 2 2 5 0
Sendo |z| 5 y, temos: y2 2 y 2 2 5 0
Resolvendo a equação do 2º grau, obtemos:
 5 (21)2 2 4  1  (22) 5 9 �a a Re
�(�1)  ±   9
 y 5   ⇒ y 5 2 ou y 5 21
2  � 1
Como y 5 |z|, temos:
�z �b tz
• |z| 5 21 (não convém)
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

2 2
• |z| 5 2 ⇒  x  �  y 5 2
Assim, sendo 1, 2 e 3 os argumentos dos números complexos
 x2 1 y2 5 4
z., 2z e 2z., respectivamente, temos:
Concluímos então que o lugar geométrico que satisfaz as con- π 13 π
dições do enunciado representa, no plano Argand-Gauss, uma a) 1 5 2π 2   �   
7 7
circunferência com o centro na origem e raio 2, ou seja:
π 8π
Im b) 2 5 π 1   �   
7 7
2 π 6π
c) 3 5 π 2   �   
7 7

parte real: 1
28. a) z1 5 1 1 i → 
C parte imaginária: 1
�2 0 2 Re O módulo  e o argumento  de z1 são dados por:
 5  (1)2  � (1)2  �  2
 1 2
�2 cos �  �  2
 � 
2 ⇒
  5 45°
cos �  �  1 2
26. Representando z1 5 4i, z2 5 25, z3 5 26i e z4 5 3 no plano  2
 � 
2
complexo, obtemos:
Concluímos, então, que o número complexo z1 tem módulo 
Im  π 
2  e argumento 45° ou    rad . 
 4 
4 z1 parte real: 1
b) z2 5 1 2  3 i →   
parte imaginária: � 3
O módulo  e o argumento  do número complexo z2 são
z2 z4 dados por:

 5  12  � (� 3 )  �  4  5 2
2
�5 3 Re
 1
cos �  �  2
  ⇒  5 300°
sen  �  � � 3  
 2
Concluímos, então, que o número complexo z2 tem módulo
�6 z3
 5π 
2 e argumento 300° ou   rad .
Lembrando que o módulo de um número complexo é a distância  3 
entre a sua imagem e a origem do plano complexo, temos:  2
|z1| 5 4, |z2| 5 5, |z3| 5 6, |z4| 5 3 2 2 parte real: � 2
c) z3 5 �  �  i → 
Sabendo que o argumento de um número complexo de imagem 2 2
parte imaginária: 2
P é a medida  do ângulo formado por OP e pelo semieixo  2
positivo Ox, com 0°    360° ou 0    2π, no sentido
O módulo  e o argumento  do número complexo z3 são
anti-horário, temos:
dados por:
π
1 5 90° ou  2
2 2 2
2  5  � 2   �  2  5   �   5 1
 2   2  4 4
2 5 180° ou π

80

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 � 2 5π 5π 2 2
   c) z3 5 cos  1 isen  5 �  �  i
cos      2   � � 2 4 4 2 2
 � �
 1 2
 ⇒  5 135° 31. a) z  u 5 [2(cos 45° 1 isen 45°)]  [8(cos 255° 1 isen 255°)] 5
 2
 5 (2  8)  [cos (45° 1 255°) 1 isen (45° 1 255°)] 5
2  �  2  
sen  � �  1 3
 1 2 5 16  (cos 300° 1 isen 300°) 5 16[  i]
2 2
Concluímos, então, que o número complexo z3 tem módulo 5 8 2 8 3i
 3π 
1 e argumento 135° ou   rad .
 4  u 8  (cos 255°  isen 255°)
b) 5 5
z 2  (cos 45°  isen 45°)
parte real: � 5 3
d) z4 5 �5 3  2 5i →  5 4  [cos (255° 2 45°) 1 isen (255° 2 45°)] 5
parte imaginária:  �5
3 1
O módulo  e o argumento  do número complexo z4 são 5 4  (cos 210° 1 isen 210°) 5 4 [  i] 5
2 2
dados por: 5 2 3 2i
 5  (�5 3 )  � (�5)2 5  75 � 25  �  100  5 10
2

z 2 � (cos 45° � isen 45°)


c) u 5  5
  �5 3 3 8 � (cos 255° � isen 255°)
cos �  �  10   � � 2 2
  ⇒  5 210° 5  8  [cos (45° 2 255°) 1 isen (45° 2 255°)] 5
sen  �  �  �5  � � 1  
 1
10 2 5  4  [cos (2 210°) 1 isen (2 210°)] 5
Concluímos, então, que o número complexo z4 tem módulo 1 1 3 1
5  4  [cos 150° 1 isen 150°) 5 4 [  i] 5
 7π  2 2
10 e argumento 210° ou   rad .
 6  5   i
3 1
8 8
a) z1 5 1 1  3 i → 
parte real: 1
29.
uz
parte imaginária:   3 d) 5
w
O módulo  e o argumento  do número complexo z1 são
dados por: [8 � (cos 255° � isen 255°)] � [2 � (cos 45° � isen 45°)]
5  5
2
 5  12  � ( 3 )  5  4  5 2 [1 (cos 120° � isen 120°)]
 1 8 � 2 [cos(255° � 45°) � isen(255° � 45°)
cos �  �  2    5  5
 ⇒  5 60° [1 (cos 120° � isen 120°)]
sen  �  �  3   16 � (cos 300° � isen 300°)
 2 5  5
Logo, a forma trigonométrica de z1 é: 1 � (cos 120° � isen 120°)

z1 5 2(cos 60° 1 isen 60°) ou z1 5 2[cos


π
1 isen ]
π 5 16  [cos (300° 2 120°) 1 isen (300° 2 120°)] 5
3 3
5 16  [cos 180° 1 isen 180°) 5 16 (21 1 i  0) 5 216
parte real: 1
b) z2 5 1 2 i →    32. Inicialmente, vamos representar o número 3 1 i na forma
parte imaginária:  �1 trigonométrica:
O módulo  e o argumento  do número complexo z2 são
parte real:   3
dados por: 31i → 
parte imaginária:  1
 5  12  � (�1)2  �  2  
O módulo  e o argumento  são dados por:
 1 2
cos �  �  2  �  2    ( 3 )  � 1
2 2
 ⇒  5 315°  5   �  4  5 2

sen  �  �  �1  � � 2    3
 2 2 cos �   �  2
  ⇒  5 30°
Logo, a forma trigonométrica de z2 é: sen  �   �  1
7π 7π  2
z2 5  2 (cos 315° 1 isen 315°) ou z2 5  2 [cos  1 isen  ]
4 4 Logo, a forma trigonométrica de 3 1 i é dada por:
parte real:  � 3 2 (cos 30° 1 isen 30°)
c) z3 5 � 3  1 i →  Temos:
parte imaginária:  1
O módulo  e o argumento  do número complexo z3 são
z  5  3 � i ⇒ z 5 w 3  � i  
( )
w
dados por:
Substituindo as formas trigonométricas na igualdade acima,
 5  (� 3 )  � (1)2  5  3  � 1  �  4  5 2
2
obtemos:  (cos  1 isen ) 5
 � 3 5 [7(cos 18° 1 isen 18°)][2(cos 30° 1 isen 30°)] 5
cos �  �  2   
5 (7  2) [cos (18° 1 30°) 1 isen (18° 1 30°)] 5
  ⇒  5 150°
sen  �  �  1   5 14(cos 48° 1 isen 48°)
 2 Logo, o módulo  é 14 e o argumento  é 48°.
Logo, a forma trigonométrica de z3 é: ⎡ ⎛ π π ⎞⎤ ⎡ ⎛ tπ t π ⎞⎤
5π 5π 33. zw 5 ⎢2 ⎜cos   �  isen   ⎟⎥ ⎢3  ⎜cos   �  isen   ⎟⎥ 5
z3 5 2(cos 150° 1 isen 150°) ou z3 5 2[cos  1 isen  ] ⎣ ⎝ 5 5 ⎠⎦ ⎣ ⎝ 10 10 ⎠⎦
6 6
⎡ ⎛π tπ ⎞ ⎛π tπ ⎞⎤
30. a) z1 5 2 (cos 90° 1 isen 90°) 5 2 [0 1 i(1)] 5 2i 5 6 ⎢cos ⎜  �  ⎟ � isen ⎜  �  ⎟⎥   
⎣ ⎝5 10 ⎠ ⎝5 10 ⎠⎦
 3 1 
b) z2 5 6 (cos 30° 1 isen 30°) 5 6   �  i   5
� 3 331 3i Para que o produto zw seja um número imaginário puro, devemos
 2 2  ter sua parte real nula e sua parte imaginária não nula, isto é:

81

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 π tπ  5 ( 3)2  12 5 3  1 5 4  2
 cos   5  �  10  � 0     (I )

   � 3
cos �  � 
 sen    π  �  t π   � 0     (II ) 2 ⇒  5 150°
 
5 10    1
sen  �  � 
De (I), temos: 2
π tπ π Logo:
 �   5   1 kπ, com k  Z ⇒  3  i 5 2(cos 150° 1 isen 150°)
5 10 2
Pela fórmula de De Moivre, temos:
tπ π π
⇒   5   �   1 kπ, com k  Z ( 3  i)10 5 210[cos (10  150°) 1 isen (10  150°)] 5
10 2 5 1 3
t π 3π 5 210(cos 60° 1 isen 60°) 5 1.024 [ 2  i] 5
  5   1 kπ, com k  Z 2
10 10  512 1 512 3i
 t 5 3 1 10k, com k  Z
36. Vamos representar z 5  3  � 3i  na forma trigonométrica:
De (II), temos:
π tπ tπ π parte real:  3
 �    0 1 kπ, com k  Z ⇒ 10   � 5  1 kπ, com k  Z 
5 10 parte imaginária:  3
 t  22 1 10k, com k  Z Sendo  o módulo de z e  o seu argumento, temos:
Como queremos o menor valor real positivo de t, concluímos
( 3 )  � 3
2 2
que t 5 3.  5   �  3  � 9  5  12  �  2 3  

⎛ π π ⎞  3 1
34. Sendo z 5 2 ⎜cos    � isen   ⎟  e aplicando o teorema de De cos �  �  2 3  �  2
⎝ 12 12 ⎠

⇒  5 60°
Moivre, obtemos: sen  �  �  3  �  3 3  �  3
⎡ ⎛ π⎞ ⎛ π ⎞⎤  2 3 2  � 3 2
a) z8 5 28 ⎢cos 8 ⎜ ⎟  � isen 8 ⎜ ⎟⎥ 5
⎣ ⎝ 12 ⎠ ⎝ 12 ⎠⎦ Logo, a forma trigonométrica de z é dada por:
⎛ 2π 2 π⎞ z 5 2 3 (cos 60° 1 isen 60°)
5 256 ⎜cos   � isen   ⎟  
⎝ 3 3⎠ Aplicando a fórmula de De Moivre, temos:

b) zn 5 2n ⎢cos 

12
nπ ⎤
 � isen  ⎥  
12 ⎦
( ) n
zn 5  2 3  [cos (n  60°) 1 isen (n  60°)]

Para z ser real, sua parte imaginária deve ser nula, isto é:
n
Para zn ser real, sua parte imaginária deve ser nula, ou seja: sen (n  60°) 5 0 ⇒ n  60° 5 0° 1 k  180°, com k  Z
sen
nπ nπ
 5 0 ⇒   5 0 1 kπ, com k  Z  n 5 3k, com k  Z
12 12 Como queremos o menor valor inteiro positivo, concluímos
 n 5 12k, com k  Z que n 5 3.
Assim, para k 5 1, obtemos n 5 12, que é o menor valor
inteiro positivo de n.
⎡ nπ nπ ⎤
CC Roteiro de trabalho
c) zn 5 2n ⎢cos   � isen  ⎥  
⎣ 12 12 ⎦ 1. Resposta pessoal.
Para zn ser imaginário puro, devemos ter:
nπ nπ π 2. a) Espera-se que os alunos respondam que todos os números
(I) cos  5 0 ⇒   5   1 kπ, com k  Z reais cuja parte imaginária é igual a zero são complexos.
12 12 2
 n 5 6 1 12k, com k  Z b) b 5 0; a 5 0 e b  R*

 nπ  nπ 3. a) Espera-se que os alunos respondam que afixo o de um número


(II) sen     0 ⇒    0 1 kπ, com k  Z
 12  12 complexo z 5 a 1 bi, com {a, b}  R, é o ponto (a, b) repre-
 n  12k, com k  Z sentado no plano de Argand-Gauss. O módulo é a distância do
Logo, o menor valor inteiro positivo de n é 6. afixo do número complexo até a origem do plano de Argand-
-Gauss. O argumento é o ângulo formado pela semirreta de
35. a) Inicialmente, vamos representar 1 1 3i na forma trigono- origem no ponto (0, 0) que passa pelo afixo, com o semieixo
métrica: positivo Ox medido no sentido anti-horário.
parte real  1
1 1 3i → b) Espera-se que os alunos respondam que qualquer número
parte imaginária  3
completo z 5 a 1 bi, com {a, b}  R pode ser representado
Sendo  o argumento e  o módulo, temos: na forma z 5  (cos 1 isen), onde  é o módulo do número
 5 12  ( 3)25 1  3 5 4  2 a
complexo,  é o argumento do número complexo, cos 5
b 
1 e sen 5 .
cos �  �  
2
⇒  5 60°
  3
sen  �  � 
2
CC Exercícios complementares
Logo: 1. O número (3x 2 12) 1 (x2 2 16)i é real se, e somente se, sua parte
1 1 3i 5 2(cos 60° 1 isen 60°) imaginária é nula. Assim:
Pela fórmula de De Moivre, temos: x2 2 16 5 0 ⇒ x 5 4 ou x 5 24
(1 1 3i)8 5 28[cos (8  60°) 1 isen (8  60°)] 5
5 28(cos 120° 1 isen 120°) 5 2. alternativa a
1 3 O número (x2 2 5x 1 6) 1 (x 2 1)i será imaginário puro se, e
 256 [  i ] 5 2128 1 128 3i 
2 2 somente se, sua parte real for nula, assim:
b) Inicialmente, vamos representar  3  i na forma trigono- x2 2 5x 1 6 5 0 ⇒ x 5 2 ou x 5 3
métrica:
3. Na igualdade 2p 1 q 1 (p 1 q)i 5 21 2 (2p 1 q)i, temos:
parte real:  3
parte imaginária: 1 2 p  �  q  � �1  ⇒ p 5 22 e q 5 3

Sendo  o módulo e  o argumento, temos:  p  �  q  � �2 p  �  q

82

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4. alternativa a 10. Dividimos os expoentes 80, 401, 128, 40 e 39 por 4, obtendo restos
2  �  2i (2  �  2i )(1 � i ) 2  �  2i  �  2i  �  2i 2 0, 1, 0, 0 e 3, respectivamente.
z 5  5 5  5 Assim:
1 � i (1 � i )(1 � i ) 12  � i 2
2  �  2  �  4 i �4 i i 80 � i 401 � i 128 i 0  � i 1  � i 0 (2  � i )(1 � i )
5  5  5 22i z 5  5  0 5   5 
1 � 1 2 i 40 � i 39 i  � i 3 (1 � i )(1 � i )

2 2i 2  �  2i  � i  � i 2 1 � 3i 1 3i


5.  �   2 i(1 2 3i) 1 4i 5 5  5   ⇒ z 5   � 
3i 1 � i 12  � i 2 2 2 2
2  � i 2i(1 � i ) 11. [(1 1 i)2 1 (1 2 i)2]192 5 (1 1 2i 1 i2 1 1 2 2i 1 i2)192 5 0192 5 0
5   �   2 i 1 3i2 1 4i 5
3i  � i (1 � i )(1 � i )
2i 2i  �  2i 2 2i 2i  �  2 12. alternativa d
5   �  2  1 3i 2 3 5 �  �   1 3i 2 3 5
�3 1  � i 2 3 2  1 � i 
25
 (1 � i )(1 � i ) 
25
 (1 � i )2 
25

�2i  � 3i  � 3  � 9i  � 9 4i  1 � i 


5 
(1    i )(1    i )  5  2 2 
5
5   5 24 1  � �   1  � i 
3 3 25 25
 1 �  2i  � i 2   1 �  2i  � 1
6. Seja z 5 x 1 yi, com {x, y}  R. 5  5   5 (2i) 5
25
 1 � 1 

 2
zz. 1 (z 1 z. )i 5 4 ⇒
⇒ (x 1 yi)(x 2 yi) 1 [(x 1 yi) 1 (x 2 yi)]i 5 4 5 (2i)(2i)24 5 (2i)[(2i)2]12 5 2i(21)12 5 2i
 x2 1 y2 1 2xi 5 4
13. Os números complexos z1, z2 e z3 representados no gráfico têm
Aplicando a definição de igualdade de números complexos, pares ordenados (5, 4), (24, 2) e (0, 22), respectivamente.
obtemos o sistema: Assim, podemos representá-los algebricamente por: z1 5 5 1 4i,
 x 2  �  y 2  �  4 ⇒ x 5 0 e y 5  2 z2 5 24 1 2i  e  z3 5 22i

2 x  � 0 a) z1 1 z2 5 5 1 4i 2 4 1 2i 5 1 1 6i
Logo, os números complexos que satisfazem a equação inicial b) z2  z3 2 z1 5 (24 1 2i)(22i) 2 (5 1 4i) 5
são 2i e 22i. 5 8i 2 4i2 2 5 2 4i 5 4i 2 4(21) 2 5 5
(2 a  � 1)(1 �  ai ) 2 a  �  2 a 2i  � 1 �  ai 5 4i 1 4 2 5 5 21 1 4i
7. z 5   5   5
c) (z2 2 z1)2 1 (z3)7 5 [(24 1 2i) 2 (5 1 4i)] 1 (22i)7 5
2
(1 �  ai )(1 �  ai ) 12  � ( ai )2
2 a  � 1 �  a (2 a  � 1) i 2 a  � 1 a (2 a  � 1) i 5 (24 1 2i 2 5 2 4i) 1 (22)  (i) 5
2 7 7

5   5   2    5 (29 2 2i)2 2 128 (i)3 5 81 1 36i 1 4i2 1 128i 5


1 �  a 2 1 �  a 2 1 �  a 2
5 81 2 4 1 164i 5 77 1 164i
Para que o número complexo acima seja imaginário, devemos ter:
1 14. alternativa a
a(2a 1 1)  0 ⇒ a  0 e a  �
2 Indicando o número complexo z por x 1 yi, com {x, y}  R,
8. Como z é imaginário puro, podemos representá-lo por z 5 yi, obtemos: z2 5 (x 1 yi)2 5 x2 1 2yi 1 y2i2 5 x2 2 y2 1 2yi
com y  R9. Assim: Assim, a parte real de z2 é: x2 2 y2
2 2
 x2 2 y2 5 2
2 z � 3i (2 yi  � 3i ) � (1 � i ) 2 yi  � 3i  �  2 yi  � 3i
 5   5  5 x2 y2
1 � i (1 � i ) � (1 � i ) 1 � i 2
  �   5 1
2 2
2 y  � 3  � (2 y  � 3) i A equação acima representa uma hipérbole.
5 
2
15. a) Sendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, um número real de módulo
Para o número acima ser real, devemos ter:
5, obtemos o sistema:
3
2y 1 3 5 0 ⇒ y 5 �  x 2  �  y 2  � 5  ⇒ y 5 0 e x 5 5
2 
 y  � 0
3i
Portanto: z 5 yi 5 �   Logo, as imagens dos números reais de módulo 5 são os pontos
2
de coordenadas (25, 0) e (5, 0).
2i
9. • z1 5   1 i(2 2 i) 5  2i  � (4  � 3i )  1 2i 2 i2 5 Im
4  � 3i (4  � 3i )(4  � 3i )
8i  � 6i 2 8i � 6
5  1 1 1 2i 5   1 1 1 2i 5 0
4 2  � (3i )2 16  � 9 �5 5 Re
8i  � 6  �  25 � 50i 31 � 58i
5   5    b) Sendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, um número complexo de
25 25 módulo igual a 5, temos:
 z1  C
|z| 5 5 ⇒ x2  y2 5 5
• z2 5  (
2 2 2  � i )
 1  2 (i )  5  x2 1 y2 5 52
( )(
2 2  � i 2 2  � i 9i (i) ) Logo, as imagens dos números complexos de módulo igual a
5 formam a circunferência de equação x2 1 y2 5 52.
2 i 4  �  2 i
4  �  2 i 2i 4
5   1  2  5   �   5    Im
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

(
2
2 2  � i 2 )
9i 8  � 1 9 9
5
 z2  Q
2 (1 �  2 i) 2i
• z3 5   2   5
(1 �  2 i) (1 �  2 i) 3i 2
C
�5 0 5 Re
2  �  2i 2i 2  �  2i  �  2i 2
5  1   5   �   
( ) 3 3 3
2 2
1  �  2 i
 z3  (R 2 Q)
Logo: z2 5 t, z3 5 u  e  z1 5 v �5

83

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 83 5/3/10 2:34:46 PM


16. a) |22 2 3i| 5  (�2)  � (�3)  �  4  � 9  �  13  
2 2 Concluímos que o número complexo z2 tem módulo 2 e

b) |28 1 15i| 5  (�8)  � 15  �  64  �  225  5 
2 2 argumento 210° ou  . 
6
5  289  5 17  3
3 i parte real:   2  
c) 1 �  3 i  �  12 � ( 3 )2 5  1 � 3  �  4  5 2 c) z3 5  �  →   
2 2 parte imaginária:   1
 2
17. a) Sendo z 5 x 1 yi, com {x, y}  R, temos:
O módulo  e o argumento  do número complexo z3 são
|z 2 3i| 5 5 ⇒ |x 1 yi 2 3i| 5 5
dados por:
 |x 1 ( y 2 3)i| 5 5 ⇒  x 2  � ( y  � 3)2  5 5 2 2
 3   1 3 1
 x2 1 ( y 2 3)2 5 25  5    �   5  �  5 1 5 1
 2   2 4 4
Logo, o L.G. das imagens dos números complexos
z 5 x 1 yi é a circunferência de equação x2 1 ( y 2 3)2 5 25,  3
cujo gráfico é:  2 3
cos �   �   �  π
Im 1 2 ⇒  5 30° ou  5  
 6
8  1
 2    1
sen  �   �  1

2
π
Concluímos que z3 tem módulo 1 e argumento 30° ou  .
6
3 C 19. De acordo com a figura dada, temos:
 1
parte real:   2  
• z1:   
Re parte imaginária:   1
 2
�2 O módulo 1 de z1 é dado por:
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

b) |z 1 4 2 2i| 5 3 ⇒ |x 1 yi 1 4 2 2i| 5 3 
1
2
1 2 
2
1 2
 |(x 1 4) 1 ( y 2 2)i| 5 3 ⇒ 1 5     �    �   5   �   
 2  2 4 2 2
⇒  ( x  �  4 )2  � ( y  �  2)2 5 3 Sendo 1 o argumento de z1:
 (x 1 4)2 1 ( y 2 2)2 5 9 1
Logo, o L.G. das imagens dos números complexos z 5 x 1 yi 2 2
é a circunferência de equação (x 1 4)2 1 ( y 2 2)2 5 9, cujo sen 1 5 cos 1 5   �  ⇒ 1 5 45°
2 2
gráfico é: 2
Im  3
parte real:  � 2  
• z2: 
5 parte imaginária:   1
 2
O módulo 2 de z2 é dado por:
2 2
C  
2 5  � 3   �  1   �  1  5 1
2
 2   2

�4 Re Sendo 2 o argumento de z2:


 3
⎧ parte real:   2   cos �1   � � 2
18. a) z1 5 2 2 2i → ⎨  
 ⇒ 2 5 150°
⎩ parte imaginária: � 2 sen  �   �  1
O módulo  e o argumento  do número complexo z1 são  2
2
dados por:
parte real:  �2 3  
 5  2 2  � (�2)2  �  8  5 2 2   • z3:   
parte imaginária: � 2
 2 1 2 O módulo 3 de z3 é dado por:
cos �   �  2 2  �  2  �  2 7π
  ⇒  5 315° ou  5 3 5 (�2 3 )  � (�2)  �  16  5 4
2 2
sen  �   �  �2  � � 1  � � 2 4
 2 2 2 2 Sendo 3 o argumento de z3:
Concluímos que z 1 tem módulo 2 2  e argumento 315°   2 3 3
cos �3   � � 4  � � 2
7π  ⇒ 3 5 210°
ou   .  sen  �   � � 2  � � 1
4
 3
4 2
parte real:  � 3  
b) z2 5 � 3  � i →  parte real:  3  
• z4:   
parte imaginária: � 1
parte imaginária:  �3
O módulo  e o argumento  do número complexo z2 são O módulo 4 de z4 é dado por:
dados por:
4 5  3 2  � (�3)2  �  18  � 3 2  
 5  (� 3 )  � (�1) 5  3 � 1  �  4 5 2
2 2
Sendo 4 o argumento de z4, temos:

 3  3 2
cos �   � � 2 cos � 4   �  3 2  �  2
 ⇒  5 210° ou   5 7π    ⇒ 4 5 315°
sen  �   � � 1 6 sen  �   �  �3  � � 2
 2  4
3 2 2

84

Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 84 4/28/10 12:24:55 PM


parte real:  �2   Como z e w pertencem a uma mesma circunferência:
20. a) z1 5 22 2 2i →    |w| 5 |z| 5 4
parte imaginária: � 2
O argumento  do número complexo w é 20° maior que o argu-
O módulo  e o argumento  do número complexo z1 são
mento de z, então:
dados por:
 5  1 20° ⇒  5 120° 1 20° 5 140°
 5 (�2)2  � (�2)2  �  8  � 2 2  
Assim, a forma trigonométrica de w é:
 2 1 2 w 5 4(cos 140° 1 isen 140°)
cos �   � � 2 2  �  � 2  � � 2 5π
   ⇒  5 225° ou  5    ⎛ 5π 5π ⎞
4 20 ⎜cos   � isen   ⎟
sen  �   �  �2  � � 1  � � 2 z ⎝ 3 3 ⎠
 2 2 2 2 23. a)  �   5
w ⎛ 7π 7π ⎞
Logo, a forma trigonométrica de z1 é: 5 ⎜cos   � i sen ⎟
⎝ 6 6 ⎠
z1 5 2 2 (cos 225° 1 isen 225°) ou  20  ⎡ ⎛ 5π 7π ⎞ ⎛ 5π 7π ⎞ ⎤
5    ⎢cos ⎜   �  ⎟  �  isen ⎜  �  ⎟  ⎥  5 
⎛ 5π 5π ⎞  5 ⎣ ⎝ 3 6⎠ ⎝ 3 6⎠⎦
z1 5 2 2 ⎜cos   � isen ⎟     
⎝ 4 4 ⎠
⎛ π π⎞
5 4 ⎜cos   � isen   ⎟  54 (0 1 i  1) 5 4i
 3 ⎝ 2 2⎠
3 i parte real:   2  
b) z2 5  �  →    ⎛ 7π 7π ⎞
2 2 5 ⎜cos   � isen   ⎟
parte imaginária: � 1 w ⎝ 6 6⎠
 2 b)  �   5
u ⎛ π π⎞
O módulo  e o argumento  do número complexo z2 são 1 ⎜cos   � isen  ⎟
⎝ 6 6⎠
dados por:
2 2  5   7 π π  7π π 
 3  1 3 1 5   cos   �    � i sen    �     5
 5     � �   �   �   5 1  1   6 6  6 6 
 2   2 4 4
5 5 (cos π 1 isen π) 5 5 (21 1 i  0) 5 25
 3
 3 ⎡ ⎛ 7π 7π ⎞⎤ ⎡ ⎛ π ⎞⎤
cos �   �  2  � 
π
⎢5 ⎜⎝cos   � isen   ⎟⎥ ⎢1 ⎜cos   � isen  ⎟⎥
1 2 11π wu ⎣ 6 6 ⎠⎦ ⎣ ⎝ 6 6 ⎠⎦
 ⇒  5 330° ou  5    c)  �   5
 1 6 z ⎛ 5π 5π ⎞
� 20 ⎜cos   � isen   ⎟
 2 1 ⎝ 3 3⎠
sen  �   �  1  � � 2
 5 � 1 ⎡ ⎛ 7π π 5 π⎞ ⎛ 7π π 5π ⎞ ⎤
Logo, a forma trigonométrica de z2 é: 5  ⎢cos ⎜  �   �  ⎟ �    isen ⎜  �   �  ⎟⎥  5 � 
 20  ⎣ ⎝ 6 6 3⎠ ⎝ 6 6 3 ⎠⎦
z2 5 cos 330° 1 isen 330° ou
11π 11π 1⎡ ⎛ π⎞ ⎛ π⎞⎤ 1⎛ 5π 5π ⎞
z2 5 cos  1 isen 5  ⎢cos ⎜� ⎟  � isen ⎜ � ⎟⎥  5  ⎜cos   � isen   ⎟ 5
6 6 4⎣ ⎝ 3⎠ ⎝ 3 ⎠⎦ 4⎝ 3 3⎠
⎧parte real : �2 3  
c) z3 5 �2 3  �  2i → ⎨   1 1 i  �  3  1 3 i
⎩parte imaginária: �2 5    �   5    �   
4 2 2  8 8
O módulo  e o argumento  do número complexo z3 são
dados por: 1 1(cos 2π �  isen 2π )
d)  �   5 
 5  (�2 3 )  � (�2)2  �  12 � 4  �  16 5 4 u
2 ⎛ π π⎞
1 ⎜cos   � isen   ⎟
⎝ 6 6⎠
 2 3 3
cos �   � � 4  � � 2  1 ⎡ ⎛ π⎞ ⎛ π ⎞⎤
7π  1 ⎢cos ⎜⎝2 π  �  6 ⎟⎠  � isen ⎜⎝2 π  �  6 ⎟⎠⎥ 5 
 ⇒  5 210° ou  5   ⎣ ⎦
sen  �   �  �2  � � 1 6
 4 2 ⎛ 11π 11π ⎞ 3 i
5 1 ⎜cos   � isen  ⎟  5   �   
Logo, a forma trigonométrica de z3 é: ⎝ 6 6 ⎠ 2 2
z3 5 4(cos 210° 1 isen 210°)  ou
24. a) Representando a base da potência na forma trigonométrica,
⎛ 7π 7π ⎞ temos:
z3 5 4 ⎜cos   � isen   ⎟  
⎝ 6 6 ⎠  2
2 2i parte real:  � 2
⎛ π π⎞ ⎛1 3 ⎞ z5�  �  →   
21. a) z1 5 4 ⎜cos   � isen   ⎟  5 4 ⎜  �  i⎟  5 2 2 parte imaginária:  � 2
⎝ 3 3⎠ ⎝2 2 ⎠  2
5 2 1 2 3 i   O módulo  e o argumento  são dados por:
2 2
b) z2 5 7(cos 0 1 isen 0) 5 7(1 1 0i) 5 7  2  2 2 2
 5  �  � �  5   �   �  1  5 1
 2   2  4 4
⎛ 3π 3π ⎞
c) z3 5 6 ⎜cos   � isen   ⎟  5 6(0 2 i) 5 26i
⎝ 2 2 ⎠  2
 �
2 2
22. alternativa d cos  � �  � �
 1 2
parte real:  � 2    ⇒  5 225°
z 5 22 1 2 3 i →   2

parte imaginária:  2 3  2 2
sen  �  � 1
 � �
2
O módulo  e o argumento  de z são dados por:

 5  (�2)2  � (2 3 ) 5  4  � 12  �  16  5 4 Logo, a forma trigonométrica de z é dada por:


2

z 5 cos 225° 1 isen 225°


 2 1 Pela fórmula de De Moivre, temos:
cos �   � � 4  � � 2 z100 5 cos (100  225) 1 isen (100°  225°)
  ⇒  5 120°
sen  �   �  2 3  �  3 Reduzindo (100  225°) à primeira volta positiva, obtemos 180°.
 4 2 Assim: z100 5 cos 180° 1 isen 180° 5 21 1 0 5 21

85

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b) Dividindo 43 por 4, obtemos resto 3; logo i43 5 i3. 2. Para que o polinômio P(x) seja identicamente nulo devemos
Assim: z 5 2 3  1 i 2 i43 5 2 3  1 i 2 i3 5 2 3  1 i 1 i ter P(x) 5 0, ou seja, todos os coeficientes devem valer zero.
Assim:
parte real:   2 3
 z 5 2 3 1 2i →    P(x) 5 0 ⇒ (2a 1 3b)x4 2 (a 2 b 1 5)x2 5 0
parte imaginária:   2
2 a  � 3b  � 0
Sendo  e  o módulo e o argumento de z, respectivamente:   ⇒ a 5 23  e  b 5 2
� ( a  �  b  � 5) � 0
 5  (2 3 ) � 2 2  5  12 � 4 �  16  5 4
2
Concluímos que os números complexos a e b são 23 e 2 res-
 2 3 3 pectivamente.
cos  �  � 4  � 2 3. Para que o polinômio P(z)  (k2 2 4)z7 1 (k 2 2)z5 1 9z2 2 1
 ⇒  5 30°
sen  �  � 2  � 1 tenha grau 5, o coeficiente k2 2 4 tem que ser nulo e o coeficiente
 4 2 k 2 2 não pode ser nulo.
Logo, a forma trigonométrica de z é dada por: Assim:
z 5 4(cos 30° 1 isen 30°) k2 2 4 5 0 ⇒ k 5 2  ou  k 5 22 e
Pela fórmula de De Moivre, temos: k220⇒k2
z6 5 46[cos(6  30°) 1 isen(6  30°)] 5 Concluímos que: k 5 22
5 4.096(cos 180° 1 isen 180°) 5 4.096(21 1 0) 5 24.096 4. Dado P(x)  x3 1 (a 1 4)x2 1 1, temos:
25. Pela figura, z 5 a 1 2i, com a  R e o argumento de z é 150°. P(22) 5 5 ⇒ (22)3 1 (a 1 4)  (22)2 1 1 5 5
2  a 5 21
Além disso, sabemos que sen 150° 5 , então: Concluímos que o número complexo a é 21.
|z|
1 2
� ⇒ |z| 5 4 5. Do enunciado: P(0) 5 2, P(1) 5 3 e P(2) 5 8
2 |z|
Assim: z 5 4(cos 150° 1 isen 150°) Indicando o polinômio do 2º grau por P(x)  ax2 1 bx 1 c,
Portanto: z6 5 46[cos(6  150°) 1 isen(6  150°)] 5 temos:
5 46(cos 180° 1 isen 180°) 5 a  � 0 2  �  b  � 0  �  c  �  2
5 4.096(21 1 i  0) 5 24.096  2
a  � 1  �  b  � 1 �  c  � 3 ⇒ a 5 2, b 5 21  e  c 5 2
26. Pela expressão do centro de massa z, dada por
a  �  2 2  �  b  �  2  �  c  � 8

m1 z1  �  m2 z 2  �  m3 z 3
z 5  , temos:  P(x)  2x2 2 x 1 2
m1  �  m2  �  m3
1
6. a) 2x2 2 x 2 1 5 0 ⇒ x 5 1  ou  x 5 �
2(6  � 3i ) � 3(�2  �  4 i ) � 5(6i ) 2
z 5   ⇒
2  � 3  � 5 1
Assim, as raízes de P(x) são: 1 e �
12  � 6i  � 6  � 12i  � 30i 6  �  48i 3  �  24 i 2
⇒ z 5   5   5   
10 10 5 b) x3 1 1 5 0 ⇒ (x 1 1)(x2 2 x 1 1) 5 0
Logo, o centro de massa é a imagem do número complexo:  x 1 1 5 0 ou x2 2 x 1 1 5 0
3 24 i
z 5   �   . 1 3i 1 3i
5 5  x 5 21 ou x 5  �   ou x  �   � 
2 2 2 2
27. Os cinco pontos materiais de massa m estão localizados nas 1 3i 1 3i
imagens de z1 5 6 1 2i, z2 5 1 1 5i, z3 5 24 1 3i, z4 5 22 2 5i e Logo, as raízes de Q(x) são: 21,  �   e   �
2 2 2 2
z5 5 3 2 3i. Então, o centro de massa z é dado por:
c) Fatorando T(x), temos:
m(6  �  2i  � 1 � 5i  �  4  � 3i  �  2  � 5i  � 3  � 3i ) 4  �  2i T(x)  x(x2 1 1) 2 4(x2 1 1) ⇒ T(x)  (x 2 4)(x2 1 1)
z 5   5  
5m 5  (x 2 4)(x2 1 1) 5 0 ⇒ x 5 4  ou x 5 i  ou  x 5 2i
4 2i Assim, as raízes de T(x) são: 4, i e 2i
 z 5   �   
5 5
7. Do enunciado temos que:
Logo, o centro de massa é a imagem do número complexo:
P(x)  (2a 2 b)x4 1 ax3 1 (3b 2 2a)x2 1 1
4 2i
z 5   �    e que 1 e 21 são raízes.
5 5
•  Se 1 é raiz, então P(1) 5 0
•  Se 21 é raiz, então P(21) 5 0
CC Matemática sem fronteiras Assim:
(2 a  �  b ) � 14  �  a  � 13  � (3b  �  2 a) � 12  � 1 � 0
  ⇒
1. a) Uma translação de cinco unidades para a direita e duas unidades 4 3 2
(2 a  �  b ) � (�1)  �  a  � (�1)  � (3b  �  2 a) � (�1)  � 1 � 0
para baixo.
a  �  2b  � �1
b) Cada ponto do segmento AB foi transformado em um ponto ⇒   
� a  �  2b  � �1
do segmento A'B' por meio de uma translação de duas unida- 1
des para cima e uma unidade para a direita. Assim, o número Resolvendo o sistema, obtemos: a 5 0 e b 5 � . 
2
complexo que deve ser somado é 1 1 2i.
8. a) Temos:
2. Devemos multiplicar por: cos 45º 1 isen 45º
• no ponto A passam 100 carros por hora; logo, nesse
ponto passam 100t carros em t horas;
• no ponto B passam 50t2 carros em t horas;
Capítulo 8 • no ponto C passam 40t3 carros em t horas.
Concluímos, então, que:
P(t)  40t3 1 50t2 1 100t
CC Exercícios propostos
b) P(3) é o número de veículos que passaram pelos três pontos
1. alternativa e nas três primeiras horas de monitoramento.
A única expressão que tem todos os expoentes naturais da variável c) O total de veículos que passaram pelos três pontos durante
5x 9 as 4 horas de monitoramento é dado por:
x é: 9ix 2 
3
 �  7
7 P(4) 5 40 ? 43 1 50 ? 42 1 100 ? 4 5 3.760

86

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Logo, passaram 3.760 automóveis pelos três pontos no período b) Se o preço de cada ação do tipo B varia de acordo com a função
monitorado. polinomial g(x) 5 x3 2 10x2 1 21x 1 1, então dois dias após o
início do estudo, ou seja, para x 5 2, temos:
a  4  a  2b g(2) 5 23 2 10  22 1 21  2 1 1 ⇒ g(2) 5 11
9. P(x)  Q(x) ⇔ ⇒ a6eb2
a  3b  0 Concluímos que o preço de cada ação do tipo B dois dias após
o início dos estudos era R$ 11,00.
2cab
10. P(x)  Q(x) ⇔ 2a  (b  5) ⇒ a  4, b  3 e c  5 c) Para obtermos os preços após três dias do início dos estudos
a40 basta calcular  f (3) e g(3). Assim:
f (3) 5 33 2 8  32 1 15  3 1 1 ⇒  f (3) 5 1
11. Se P(x)  3x3 1 2x2 2 4x, Q(x)  x2 1 3x 2 1 e g(3) 5 33 2 10  32 1 21  3 1 1 ⇒ g(3) 5 1
T(x)  4x 2 2, então: Concluímos que as duas ações estavam com o mesmo valor de
a) P(x) 1 Q(x)  (3 1 0)x3 1 (2 1 1)x2 1 (24 1 3)x 1 0 2 1 R$ 1,00 após três dias.
 P(x) 1 Q(x)  3x3 1 3x2 2 x 2 1 d) Um polinômio P (x) que, no instante x, representa um lote de
dez ações do tipo A e vinte do tipo B é:
b) P(x) 2 Q(x)  (3 2 0)x 1 (2 2 1)x 1 (24 2 3)x 1 [0 2 (21)]
3 2
P (x)  10 f (x) 1 20g(x) ⇒ P (x) 
 P(x) 2 Q(x)  3x3 1 x2 2 7x 1 1  10x3 2 80x2 1 150x 1 10 1 20x3 2 200x2 1 420x 1 20
c) 4P(x)  4  3x3 1 4  2x2 1 4  (24x)  P (x)  30x3 2 280x2 1 570x 1 30
 4 P(x)  12x3 1 8x2 2 16x e) Um polinômio possível é f (x) 2 g (x), isto é:
f (x) 2 g (x)  2x2 2 6x
d) 2P(x) 2 5Q(x)  6x 1 4x 2 8x 2 5x 2 15x 1 5
3 2 2

 2P(x) 2 5Q(x)  6x3 2 x2 2 23x 1 5 16. a)   8x4 1 4x3 1 10x2 1 14x 2 1 2x2 1 3
2 4
e) Q(x)  T(x) 1 P(x)    8x 1 12x2 4 x 2  �  2 x  � 1

t
 (x2 1 3x 2 1)  (4x 2 2) 13x3 1 2x2 2 4x ⇒   4x3 2 2x2 1 14x 2 1 Quociente

⇒ Q(x)  T(x) 1 P(x)   2 4x3 1 6x

t
 4x3 2 2x2 1 12x2 2 6x 2 4x 1 2 1 3x3 1 2x2 2 4x   22x2 1 8x 2 1
2
 Q(x)  T(x) 1 P(x)  7x3 1 12x2 2 14x 1 2   22x2 23

t
  8 x �  2
 f ) [Q(x)]2  Q(x)  Q(x)  (x2 1 3x 2 1)  (x2 1 3x 2 1)  Resto
 x4 1 3x3 2 x2 1 3x3 1 9x2 2 3x 2 x2 2 3x 1 1 Concluímos, então, que:
 [Q(x)]2  x4 1 6x3 1 7x2 2 6x 1 1 Q(x)  4x2 1 2x 2 1 e R(x)  8x 1 2
12. Se Q(x)  2x4 2 4x3 1 3x2 2 1, T(x)  x3 1 2x 1 4 e b)   x5 1 x4 1 3x3 1 x2 1 4x 1 2 x3 1 2x 2 1
P(x) 1 3Q(x)  2T(x), então P(x)  2T(x) 2 3Q(x). 2
  x5    1 2x3 2 x2 x2 1 x 1 1
t
Assim:   x4 1 x3 1 2x2 1 4x 1 2
P(x)  2x3 1 4x 1 8 2 6x4 1 12x3 2 9x2 1 3 2 4
  x
t
1 2x2 2 x
 P(x)  26x4 1 14x3 2 9x2 1 4x 1 11
  x3 1 0x2 1 5x 1 2
2
  x3 1 2x 2 1
13. (x3 1 x 1 1)(ax 1 b) 1 4x2 2 3x 2 1  2x4 1 x3 1 6x2 ⇒ t

⇒ ax4 1 bx3 1 ax2 1 bx 1 ax 1 b 1 4x2 2 3x 2 1  3x 1 3


 2x4 1 x3 1 6x2 Concluímos, então, que:
 ax4 1 bx3 1 (a 1 4)x2 1 (a 1 b 2 3)x 1 b 2 1  Q(x)  x2 1 x 1 1 e R(x)  3x 1 3
 2x4 1 x3 1 6x2
Assim: c)   x4 1 0x3 1 0x2 1 0x 2 1 x21
2  x4 2 x3 x3 1 x2 1 x 1 1
a  2 a  2
t

b  1 b  1 x3 1 0x2 1 0x 2 1
a 1 4  6 ⇒ a  2    2 x3 2 x2
t

a 1 b 2 3  0 a 1 b  3 x2 1 0x 2 1
b 2 1  0 b  1 2 x2 2 x
t

Como para a 5 2 e b 5 1, a 1 b 5 3 é uma sentença verdadeira,


x21
concluímos que, na identidade, a 5 2 e b 5 1.
2 x 2 1
t

14. Se o paralelepípedo não tivesse os furos, seu volume seria: 0x 1 0


V1 5 6x(4x 1 2)(x 1 5) Concluímos, então, que: Q(x)  x3 1 x2 1 x 1 1 e R(x)  0
Os paralelepípedos que representam os furos têm volumes:
V2 5 x ? x ? 6x 5 6x 3 17. Do enunciado, temos:
V3 5 x ? x ? (4x 1 2) 5 x 2(4x 1 2) 2x4 1 6x3 2 x2 2 3x 1 5  D(x)  (2x2 2 1) 1 5
V4 5 x ? x ? (x 1 5) 5 x 2(x 1 5) Temos ainda que:
gr(Q) 5 gr(E ) 2 gr(D) ⇒ gr(D) 5 4 2 2 5 2
A intersecção dos três furos é um cubo de aresta x e, portanto, de
Assim: D(x)  ax2 1 bx 1 c
volume V5 5 x3. Assim, temos que o volume V da peça é:
Logo:
V 5 V1 2 V2 2 V3 2 V4 1 2V5
2x4 1 6x3 2 x2 2 3x 1 5  (ax2 1 bx 1 c)(2x2 2 1) 1 5 ⇒
Observe que adicionamos 2V5 à diferença V1 2 V2 2 V3 2 V4,
⇒ 2x4 1 6x3 2 x2 2 3x 1 5 
porque nessa diferença subtraímos três vezes a intersecção dos
 2ax4 2 ax2 1 2bx3 2 bx 1 2cx2 2 c 1 5
furos, quando deveríamos ter subtraído apenas uma vez.
 2x4 1 6x3 2 x2 2 3x 1 5 
Concluímos, então:
 2ax4 1 2bx3 1 (2a 1 2c)x2 2 bx 2 c 1 5
V 5 6x(4x 1 2)(x 1 5) 2 6x3 2 x2(4x 1 2) 2 x2(x 1 5) 1 2x3
Assim:
∴ V 5 15x3 1 125x 2 1 60x
2 a  �  2
15. a) Se o preço de cada ação do tipo A varia de acordo com a função 
2b  � 6
polinomial  f (x) 5 x3 2 8x2 1 15x 1 1, então no início desse
� a  �  2c  � �1   ⇒  a 5 1, b 5 3 e c 5 0
estudo, ou seja, para x 5 0, temos: �b  � �3
f (0) 5 03 2 8  02 1 15  0 1 1 ⇒  f (0) 5 1 
Concluímos que o preço de cada ação do tipo A no início �c  � 5 � 5
desse estudo era R$ 1,00. Concluímos, então, que: D(x)  x2 1 3x

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Guia_Mat3_Paiva_CAP5-9.indd 87 4/28/10 12:25:22 PM


18. Para calcularmos o volume do paralelepípedo reto-retângulo temos:
de comprimento 2x2 1 x, largura 8x e altura x 2 2, temos que c  2b  4a  3  1
multiplicar essas três medidas. Assim, sendo V(x) o polinômio c  3b  9a  10  ~
que representa o volume, temos: c  4b  16a  21 

V(x) 5 (2x2 1 x)  8x  (x 2 2) ⇒ V (x) 5 16x4 2 24x3 2 16x2 c  2b  4a  3



Se essa peça foi cortada em P (x) cubos de volume 2x2 2 3x 2 2, ~ b  5a  7 2 ~

então P(x) é o quociente de V(x) por 2x2 2 3x 2 2: 2b  12a  18
16x4 2 24x3 2 16x2 1 0x 1 0 2x2 2 3x 2 2 c  2b  4a  3   (I)
2
16x 2 24x 2 16x
4 3 2
8x2 ~ b  5a  7   (II)
t

0 2a  4   (III)
Assim, concluímos que o polinômio que representa o total de Da equação (III), obtemos: a  2
cubos é: P(x)  8x2 Substituindo a por 2 em (II), obtemos: b  3
Substituindo a por 2 e b por 3 em (I), obtemos: c  1
19. a(x 1 3) 1 b(x 2 3) 3x Logo: P(x)  2x2  3x  1
5 2
(x 2 3)(x 1 3) x 29
ax  3a  bx  3b 3x 26. a) Verdadeira, pois:
5 2
x2 2 9 x 29  1 1 1 1 1  1
P    �  2  �  4  �  3  1 7   2  �  4  �   2 4 ⇒ P    5 0
(a  b)x  3a  3b 3x  2 2 2 2 2  2
5 2
x2 2 9 x 29
b) Verdadeira, pois:
ab3 a  b  3  (I) P(21) 5 2(21)4 1 (21)3 1 7(21)2 1 4(21) 2 4 ⇒ P(21) 5 0
⇒ 
3a  3b  0 ab   (II)
c) Falsa, pois:
3 P(3) 5 2  34 1 33 1 7  32 1 4  3 2 4 ⇒ P(3) 5 260  0
Substituindo (II) em (I), obtemos: a  a  3 ⇒ a  
2
3 d) Verdadeira, pois:
Como a  b, então: b 
2 P(2i) 5 2  (2i)4 1 (2i)3 1 7  (2i)2 1 4  2i 2 4 ⇒ P(2i) 5 0
20. alternativa d 27. Temos:
2x  1 a(x  3)  b(x  2) ⇒
 P(3)  34  4  33  4  32  4  3  3 
(x  2)(x  3) (x  2)(x  3)
 81  108  36  12  3  0
2x  1 (a  b)x  3a  2b P(i)  i4  4  i3  4  i2  4  i  3  1  4i  4  4i  3  0
⇒ 
(x  2)(x  3) (x  2)(x  3) Como P(3)  0 e P(i)  0, concluímos, pelo teorema de
D'Alembert, que P(x) é divisível por x  3 e por x  i.
ab2
 3a  2b  1 ⇒ a  5 e b  7 28. alternativa e

Analisando as alternativas, constatamos que a correta é a d, O polinômio f (x) é divisível por x  3 se, e somente se, f (3)  0.
pois: 7  5  12 Assim temos:
14
33  4  32  m  3  5  0 ⇒ m 
21. a) O resto é P (2), ou seja: 3
P (2)  3  24  2  23  1  33 P(2)  0 (2)3  a  (2)2  b  (2)  6  0
29. ⇒ 3
P(1)  0 1  a  12  b  1  6  0
b) O resto é P (1), ou seja:
P (1)  (1)3  6  (1)2  5  (1)  10  0 4a 2 2b  14
 ⇒ a4eb1
1 ab5
c) O resto é P  , ou seja:
2
30. P(x) é divisível por x  1 se, e somente se, P(1)  0, ou seja,
1 1 4 1 3 1 2 1
P   32  28  1 (1)n  1  0 e, portanto, (1)n  1. Esta igualdade é sa-
2 2 2 2 4
tisfeita para qualquer número n par, não nulo, do universo
22. alternativa e considerado.
O resto da divisão de P (x) por x 1 1 é igual a P (21). Assim,
31. a) 2 6 1 3 1 2
temos:
6 11 25 51 100
P (1)  4 ⇒ 3  (1)5  2  (1)4  3k  (1)3  (1) 1  4
7 Logo: Q(x)  6x3  11x2  25x  51 e R  100
 k2
3 b) 1 2 0 1 0 3 1
23. alternativa d 2 2 3 3 0 1
Os restos das divisões de P (x) por x  1 e por x  1 são, respec- Logo: Q(x)  2x4  2x3  3x2  3x e R  1
tivamente, iguais a P (1) e P (1). Assim temos: c) 3 1 0 0 0 81
P (1)  4 (1)3  p  (1)  q  4 1 3 9 27 0
⇒ 3 Logo: Q(x)  x3  3x2  9x  27 e R  0
P (1)  8 1 p1q8
 p1eq6 32. 1 1 0 0 0 0 1
1 1 1 1 1   0
24. alternativa e
f (x)  (x2  2x  1)(x  2)  1 Logo, o quociente Q(x) e o resto R da divisão de P(x) por x  1 são:
O resto R da divisão de f (x) por x  1 é igual a f (1), ou seja, Q(x)  x4  x3  x2  x  1 e R  0
R  f (1)  [(1)2  2  (1)  1](1  2)  1  11 Como P(x)  Q(x)  (x  1)  R, concluímos:
P(x)  (x4  x3  x2  x  1)(x  1)
25. Se P (x)  ax2  bx 1 c, com {a, b, c}  , então:
33. Como P(21)  0, concluímos que P(x) é divisível por x 1 1.
P (2)  3 ⇒ 4a  2b  c  3
P (3)  10 ⇒ 9a  3b 1 c  10 Sendo Q(x) o quociente dessa divisão, temos:
P (4)  21 ⇒ 16a  4b 1 c  21 1 1 0 0 0 0 0 0 1
c  2b  4a  3 1 1 1 1 1 1 1 0
Resolvendo o sistema: c  3b  9a  10 Logo: Q(x)  x6  x5  x4  x3  x2  x  1
c  4b  16a  21 Então, temos: P(x)  (x  1)(x6  x5  x4  x3  x2  x  1)

88

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E(x) CC Roteiro de trabalho
E(x) E(x) x21
34. a)   (com x  1) 1. a) Polinômio complexo na variável x é toda expressão P(x) que
3x 2 3 3(x 2 1) 3
pode ser apresentada na forma:
Inicialmente, dividimos E(x) por x  1, obtendo o quociente
Q1(x) e o resto R1: anxn  an1xn1  ...  a1x  a0, em que {a0, a1, ..., an}  C,
{n, n  1, n  2, ..., 1, 0}  N e a variável x pode assumir qual-
1 1 0 3 1 0 1
quer complexo. Exemplo possível: P(x)  ix2  5x  2x
1 1 2 1 1 2
b) Polinômio real na variável x é toda expressão P(x) que pode
Q1(x)  x4 1 x3  2x2  x 2 1 e R1  2; logo: ser apresentada na forma: anxn  an1xn1  ...  a1x  a0,
Q1(x) x4 x3 2x2 x 1 em que {ao, a1, ..., an}  R, {n, n  1, n  2, ..., 1, 0}  N e a
Q1(x)       e
3 3 3 3 3 3 variável x pode assumir qualquer valor real.
R  R1  2 5x3
Exemplo possível: P(x)  3x4    2 x1
E(x) 2
1 c) Sim, pois o conjunto dos números reais está contido no con-
x2 junto dos números complexos.
E(x) E(x) 2 1
b)   com x 
2x 2 1 1 2 2 2. a) f (x)  x²  120x  2.000
2 x2
2
1 b) A expressão x²  120x  2.000 é um polinômio de grau 2 em que:
Inicialmente dividimos E(x) por x 2 , obtendo o quociente 1, 120 e 2.000 são seus coeficientes; x é sua variável; x², 120x,
2
Q1(x) e o resto R1: 2.000 são seus termos e 2.000 é seu termo independente.
1
6 0 2 2 c) Para encontrar quantos espécimes desse animal havia ao final
2
7 15 do ano de 2008 basta atribuir o valor zero à variável x, já que
6 3 esse instante representa o início da marcação do tempo.
2 4
7 15 3. a) Dividir o polinômio E(x) pelo polinômio D(x) significa obter
Q1(x)  6x2  3x 1 e R1  os polinômios Q(x) e R(x) tais que: Q(x)  D(x)  R(x)  E(x)
2 4
Q (x) 3x 7 e gr(R)  gr(D) ou R(x)  0.
 Q(x)  1  3x2   e
2 2 4 b) Quando R(x)  0, dizemos que a divisão E(x) por D(x) é exata,
15 ou ainda, que E(x) é divisível por D(x).
R  R1 
4
E(x) CC Exercícios complementares
E(x) E(x) x22
c)   (com x  2) 1. a) Se  f (t )  t 3 2 t 2 2 t 1 1 é a quantidade de água remanescente
2 2 x (x 2 2) 1
Inicialmente, dividimos E(x) por x 2 2, obtendo o quociente no reservatório após t horas do início do esvaziamento, então
Q1(x) e o resto R1: 1
após 30 minutos, ou hora, temos:
2
2 1 0 0 0 0 0 1
1 2 4 8 16 32 63  1  1
3
 1
2
1  1 3
f   �   �   2   1 1 ⇒ f   �  5 0,375
Q1(x)  x  2x  4x  8x  16x  32 e R1  63;
5 4 3 2
 2  2  2 2  2 8

Q1(x) Concluímos que após 30 minutos há 0,375 m3 de água no


logo: Q(x)   x5  2x4  4x3  8x2  16x  32 e reservatório.
1
R  R1  63 b) Toda a água terá sido utilizada para  f (t ) 5 0, ou seja:
1 t � 1
35. a) A raiz do polinômio D(x) é ; logo, o resto R da divisão de t 3 2 t 2 2 t 1 1 5 0 ⇒   
3
P(x) por D(x) é dado por: t � �1 (não convém )
1 1 3 1 2
Concluímos que para t 5 1, ou seja, após 1 hora toda a água
R  P  9 3 1⇒R1
3 3 3 do reservatório terá sido utilizada.
1
b) A raiz do polinômio D(x) é  ; logo, o resto R da divisão
2 x2
de P(x) por D(x) é dado por: 2. Se temos x caixas pequenas com   pacotes com seis livros
8
1 1 4 1 x2
R  P    16   2   3 ⇒ R  1 cada um, então o total de livros, nas caixas pequenas, é x     6,
2 2 2 8
c) A raiz do polinômio D(x) é i; logo, o resto R da divisão de P(x) 3x3
ou seja,   livros.
por D(x) é dado: 4
R  P(i)  2i5  3i4  1 ⇒ R  2i  2 x x3
Se temos caixas médias com   pacotes com oito livros cada
1 45 1 k 45 2 24
36. P   ⇒  3 x x3
4 16 16 4 16 um, então o total de livros, nas caixas médias, é       8, ou
2 24
Multiplicando por 16 ambos os membros, temos: x4
1  4k  48  45 ⇒ k  1 seja,   livros.
6
2 x x4
37. A raiz do binômio 3x  2 é . Para mostrar que P (x) é divisível Se temos caixas grandes com pacotes com doze livros
3
2 4 288
por 3x  2, basta verificarmos que P   0. Temos: x x4
3 cada um, então o total de livros, nas caixas grandes, é    12,
4 288
2 2 3 2 2 2 x5
P   27  9 3  14 ⇒ ou seja, livros.
3 3 3 3 96
2
⇒ P   8  4  2  14  0 Assim, o polinômio P (x) que representa o total de livros é obtido
3
através da soma dos totais de livros que há nas caixas pequenas,
Logo, P (x) é divisível por 3x  2. médias e grandes.
38. Devemos ter P (2)  0, ou seja: 3x3 x4 x5
Logo: P (x)   �  1   
2  4  2  3  2  k  0 ⇒ k  58
5 3 4 6 96

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3. alternativa a
Capítulo 9
A(x)  B(x)  C(x)  x2  x  1 (x2  4x  4)  (3x) 
 x2  x  1 3x3  12x2  12x  3x3 1 13x2  13x  1
4. alternativa c
CC Exercícios propostos
Efetuando a divisão de P(x) por x2 1 x 1 1 temos: 1. a) (x  1)(x  2)(x 4)  0 ⇒

3x2  3x  10 x2  x  1 ⇒ (x2  2x  x 1 2)(x  4)  0


2  (x2  3x 1 2)(x  4)  0
3x2  3x    3 3
t

⇒ x3  4x2  3x3  12x  2x  8  0


71  x3  7x2  14x  8  0
Logo, o resto da divisão é 7. b) (x  5)(x  1)(x  1)  0 ⇒ (x  5)(x  1)2  0 ⇒
⇒ (x  5)(x2  2x  1)  0
5. alternativa a
 x3  2x2  x  5x2  10x  5  0 ⇒
5x  1 A(x  1)  B(x  1)
 ⇒ ⇒ x³  7x2  11x  5  0
x2 2 1 (x  1)(x  1)
c) 3(x  2)(x  2)(x  2)(x  2)  0 ⇒
5x  1 (A  B)x  A  B
⇒  ⇒ 3(x  2)²  (x  2)²  0
x2 2 1 x2  1
 3(x2  4x  4)(x2  4x  4)  0 ⇒
AB5 ⇒ 3(x4  4x3  4x2  4x3  16x2  16x  4x2  16x  16)  0
 ⇒ A3eB2
AB1 Logo: 3x4  24x3  72x2  96x  48  0
2. O polinômio P(x)  x3  7x2  12x  10 é divisível por x  5,
6. Sendo P(x)  ax2 1 bx 1 c o polinômio procurado, temos:
pois P(5)  0; portanto P(x) pode ser escrito como
P(0)  1 c  1 (I) P(x)  (x  5)  Q(x). Por Briot-Ruffini, temos:
P(1)  0 ⇒ a  b  c  0 (II)
P(1)  4 a  b  c  4 (III) 5 1 7 12 10
Substituindo (I) em (II) e (III), temos: 1 2 2   0
 P(x)  (x  5)(x2  2x  2)
ab10
⇒ a  3 e b  2 Assim, a equação x3  7x2  12x  10  0 é equivalente a:
ab14
(x  5)(x2  2x  2)  0
Logo: P(x)  3x2  2x  1 Pela propriedade do produto nulo, temos:
7. alternativa b x  5  0 ou x2  2x  2  0
 x  5 ou x  1  i
O polinômio P(x) é divisível por x  1 e por x  1 se, e somente
Logo: S  {5, 1  i, 1  i}
se, P(1)  0 e P(21)  0; e o resto de P(x) por x  2 é igual a
P(2). Assim, temos: 3. 2 2 2 13 1 6
13  a  12  b  1  c  0   3 2 6 1 3 0
(1)3  a  (1)2  b  (1)  c  0 ⇒ 2   0 1 0
23  a  22  b  2  c  12 Assim, a equação 2x4  2x3  13x2  x  6  0 é equivalente a:
a  b  c  1 (x  2)(x  3)(2x2  1)  0
⇒ abc1 Pela propriedade do produto nulo, temos:
4a  2b  c  4 x  2  0 ou x  3  0 ou 2x2  1  0
Resolvendo o sistema, obtemos: a  2, b  1 e c  2 2
 x  2 ou x  3 ou x  
8. A área total da faces laterais da coluna em forma de prisma regular 2
hexagonal, em função da medida x da aresta da base, é: Logo: S  2, 3, 2 2
,
6  (x  4x) 5 24x2 2 2
Assim, a área total a ser pintada pelo operário, em metro qua-
4. Se um ciclista e um corredor começam, juntos, uma competição
drado, em função de x, é: A(x) 5 24x2 1 12x 1 6
segundo as equações e 5 t3 2 6t2 1 9t e e 5 4t, respectivamente,
A tinta usada para a pintura tem rendimento de 2x2 1 x metros
sendo a posição e, em metro, e o tempo t, em segundo, então
quadrados por litro; assim, fazendo a divisão de A(x) por
eles se encontrarão novamente quando:
2x2 1 x, temos:
t3 2 6t2 1 9t 5 4t ⇒ t3 2 6t2 1 5t 5 0
24x2 1 12x 1 6 2x2 1 x Fatorando a expressão, temos:
2
24x2 1 12x 12 t (t2 2 6t 1 5) 5 0
t

6 Pela propriedade do produto nulo, temos:


Logo, com 12 litros de tinta, será possível pintar parte da área t  � 0
total, restando 6 m2 a ser pintado.  2 ⇒ t 5 0  ou  t 5 1  ou  t 5 5
t � 6t  � 5 � 0
Como x  1,5, temos que 2x2 1 x  6. Logo, o rendimento da
Assim, a posição mais afastada do ponto de partida na qual eles
tinta é maior que 6 m2/L. Portanto, para pintar os 6 m2 será
se encontrarão será para t 5 5.
suficiente mais 1 L de tinta.
Logo:
Assim, concluímos que serão necessários, no mínimo, 13 L de
e 5 4t ⇒ e 5 20
tinta para completar a pintura.
Concluímos, então que eles se encontrarão a 20 metros do ponto
9. alternativa c de partida.
O volume V remanescente do bloco é dado por V  x3  8.
5. a) As raízes P(x) são dadas por:
Observando que 2 é raiz desse polinômio, podemos fatorá-lo
4x2  x  3  0
com um fator igual a x  2. Por isso, efetuamos a divisão de
  (1)2  4  4  (3)  49
x3  8 por x  2:
2 1 0 0 8 1  49 3
x ⇒ x  1 ou x 
1 2 4 0 8 4
resto Pelo teorema da decomposição, obtemos P(x) na forma
Logo: V  (x  2)(x2  2x  4) fatorada:

90

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3 11. 1 1 5 17 17 6
P(x)  4(x  1)[x  ]
4 1 1 6 11  6 0
b) As raízes de P(x) são dadas por: 1 5  6   0 resto

x3  8x2  12x  0 ⇒ x(x2 2 8x  12)  0 resto

 x  0 ou x  2 ou x  6 Logo a equação proposta é equivalente a:


Pelo teorema da decomposição, obtemos P(x) na forma (x  1)2(x2  5x  6)  0
fatorada: Pela propriedade do produto nulo, temos:
P(x)  x(x  2)(x  6)
(x  1)2  0 ou x2  5x  6  0 ⇒
c) 2 3 6 3 6 5 1
3   0 3   0 ⇒ x  1 ou x 
2
⇒ P(x)  (x  2)(3x2  3)  x  1 ou x  2 ou x  3
As raízes de P(x) são dadas por: Logo: S  {1, 2, 3}
(x  2)(3x2  3)  0 ⇒ x  2  0 ou 3x2  3  0
 x  2 ou x  i ou x  i 12. 1 1 3 p q
Pelo teorema da decomposição, obtemos P(x) na forma 1 1 4 4p 4pq
resto
fatorada: 1 5 9p
resto
P(x)  3(x  2)(x  i)(x  i)
Assim, temos que:
6. Por Briot-Ruffini, temos:
1 3 59 10 4pq0
25 47 ⇒ p  9 e q  5
2 3 22 37 10  0 9p0
3 16  5    0
13. Dividindo o polinômio P(x)  x4  5ix3  9x2  7ix  2 por x  i,
Logo: P(x)  (x  1)(x  2)(3x2  16x  5)
temos:
As raízes de P(x) são dadas por:
i 1 5i 9 7i 2
(x  1)(x  2)(3x2  16x  5)  0 ⇒
1 4i 5 7i 0
⇒ x  1  0 ou x  2  0 ou 3x2  16x  5  0
1 Logo: P(x)  (x  i)  (x  4ix  5x  2i)
3 2

 x  1 ou x  2 ou x  5 ou x 
3 Q1(x)
Portanto, a forma fatorada de P(x) é: Dividindo Q1(x) por x  i, temos:
1
P(x)  3(x  1)(x  2)(x  5)[x  ] i 1 4i 5 2i
3
1 3i 2 0
x1  x2  3
7. a) ⇒ (x1  1 e x2  2) ou (x1  2 e x2  1) Logo: P(x)  (x  i)(x  i)  (x2  3ix 2 2)
x1  x2  2
Q2(x)
b) Temos que: P(x)  x(x  2)(x  1) ⇒
Dividindo Q2(x) por x  i, temos:
⇒ P(x)  x3  3x2  2x
i 1 3i 2
Logo, o coeficiente do termo de grau 2 é 3.
1 2i   0
8. a) Pela propriedade do produto nulo, temos:
Logo: P(x)  (x  i)(x  i)(x  i)(x  2i)
(x  2)3  0 ou (x  5)4  0 ou x  7  0
 x  2 ou x  5 ou x  7 Observamos assim, que i é raiz tripla de P(x) e 2i é raiz simples.
Logo: S  {2, 5, 7} 14. Se 3  2i é raiz da equação, então 3  2i também é; logo, o
b) A raiz 2 tem multiplicidade de 3, a raiz 5 tem multiplicidade conjunto solução S dessa equação é:
4 e 7 é raiz simples. S  {5, 3  2i, 3  2i}
c) O grau da equação é a soma das multiplicidades das raízes,
15. Como os coeficientes da equação são números reais, temos que:
isto é: 3  4  1  8 se 3i é raiz simples, então  3i é raiz simples; se 4  i é raiz dupla,
9. P(x)  6(x  1)(x  1)(x  2)(x  2)(x  2)(x  3) então 4  i é raiz dupla.
Logo, a equação polinomial pedida é: Portanto, a equação deve ter pelo menos sete raízes:
6(x  1)2(x  2)3(x  3)  0 1, 3i, 3i, 4  i, 4  i, 4  i e 4  i
10. Dividindo o polinômio P(x)  x5 2 4x4  x3  10x2  4x  8 por Logo, concluímos que o grau mínimo da equação deve ser 7.
x  1, temos: 16. (x  3i)(x  3i)(x  1)(x  1)  0 ⇒
1 1 4 1 10 4 8 ⇒ x4  2x3  10x2  18x  9  0
1 5 6  4 8   0
17. Se o número 4i é raiz da equação, então 4i também é; logo, a
Logo: P(x)  (x  1)(x4  5x3  6x2  4x  8) equação pode ser representada sob a forma:
(x  4i)(x  4i)  Q(x)  0 ⇒ (x2  16)  Q(x)  0
Q1(x)
em que Q(x) é o quociente da divisão:
Dividindo Q1(x) por x  1, temos:
x4  x3  10x2  16x  96     x2  16
1 1 5  6  4 8 2 x4  16x2 x2  x  6
t

1 6 12 8   0 x3  6x2  16x  96
2
Logo: P(x)  (x  1)(x  1)(x  6x  12x  8)
3 2
x3  16x
t

 6x2  0x  96
Q2(x) 2
 6x2  96
t

Dividindo Q2(x) por x  1, temos:


0
1 1 6 12  8
Logo, a equação propostaé equivalente a:
1 7 19 27
(x2  16)(x2  x  6)  0,
Logo Q2(x) não é divisível por x  1. cujas raízes são 4i, 4i, 3 e 2.
Concluímos, então, que 1 tem multiplicidade 2 e a raiz 2 tem Assim, temos como conjunto solução:
multiplicidade 3. S  {4i, 4i, 3, 2}

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18. A equação possui coeficientes reais. Portanto, se 1  i é raiz da 1 1 3 3 3 2
equação, então 1  i também o é. Assim o polinômio 2 1 2 1 2 0
P(x)  x4  4x3  7x2  6x  2 é divisível por: 1 0 1 0
[x  (1  i)][x  (1  i)]  (x  1)2  i2  x2  2x  2 Assim, a equação P(x)  0 é equivalente a:
(x  1)(x  2)(x2  1)  0
Efetuando a divisão de P(x) por x2  2x  2, temos:
Pela propriedade do produto nulo, temos:
x4  4x3  7x2 2 6x  2    x2  2x  2 x  1  0 ou x  2  0 ou x2  1  0 ⇒
2 x4  2x3  2x2 x2  2x  1 ⇒ x  1 ou x  2 ou x  i ou x  i
t

 2x3  5x2  6x  2 Portanto: S  { 1, 2, i, i}


2  2x3 1 4x2 2 4x
t

x2  2x  2 21. alternativa b
2 x2  2x  2 p
Se é raiz da equação, com p e q inteiros primos entre si e
t

0 q
Logo a equação proposta é equivalente à equação: q  0, então p é divisor de 7 e q é divisor de 5. Logo, as possíveis
(x2  2x  1)(x2  2x  2)  0 raízes racionais da equação estão dentre os números:
Assim, temos: 1 1 7 7
1, 1, ,  , 7, 7, e
x2  2x  1  0 ou x2  2x  2  0 ⇒ 5 5 5 5
2 0 2  2i Como, dentre esses números, o único não inteiro e maior que 1
⇒x ou x  7
2 2
é (1,4), concluímos que ele é raiz da equação.
 x  1 ou x  1  i ou x  1  i 5
Logo: S  {1, 1  i, 1  i} 22. a) ab  6 m2

FAUSTINO
p x x
19. a) Se essa equação admite raiz do tipo , com p e q inteiros
q
x x a b
primos entre si e q  0, então p é divisor de  1 e q é divisor
x  abx  4 ⇒ x  6x  4 ⇒ x3  6x  4  0
3 3
de 2.
p 1 b) Pesquisando raízes racionais da equação anterior, temos que 2
Logo:  1,  é raiz. Logo, o polinômio x3  6x  4 é divisível por x  2:
q 2
Testando cada um dos valores na equação P(x)  0, temos: 2 1 0 6 4
P(1)  2  14  13  12  1  1  4 ⇒ 1 não é raiz 1 2 2 0
P(1)  2  (1)4  (1)3  (1)2  (1) 1  0 ⇒ Portanto, a equação pode ser representada por:
⇒ 1 é raiz (x  2)(x2  2x  2)  0
1 1 4 1 3 1 2 1 Pela propriedade do produto nulo, temos:
P 2    10⇒
2 2 2 2 2 x  2  0 ou x2  2x  2  0 ⇒
1 ⇒ x  2 ou x  1  3 ou x  1  3 (não convém)
⇒ é raiz
2 Concluímos, então, que a medida da aresta do cubo é 2 m
1 1 4 1 3 1 2 1 ou (1  3) m.
P  2       1
2 2 2 2 2
b
5 1 3  5 3  5  
 ⇒ não é raiz 2
4 2 23. ⇒ b  12 e c  8
c
Logo a equação admite exatamente duas raízes racionais, que [3  5][3  5] 
2
1
são os números 1 e .
2 24. Se 3  i é raiz da equação, então 3  i também é; logo:
b) Se essa equação possui raízes racionais, então elas pertencem b
32i3i
ao conjunto {1, 2}. 4
c ⇒ b  24 e c  40
Testando cada um desses valores na equação P(x)  0, (3 2 i)(3 1 i) 
temos: 4
P(1)  15  3  14  8  13  7  1  2  13 ⇒
⇒ 1 não é raiz
 [ 3] 3
P(1)  (1)5  3  (1)4  8  (1)3  7  (1)  2  25. a) r1  r2  
2 2
 15 ⇒ 1 não é raiz
P(2)  25  3  24  8  2³  7  2  2  0 ⇒ 2 é raiz 6
b) r1r2 
P(2)  (2)5  3  (2)4  8  (2)3  7  (2)  2  2
 92 ⇒ 2 não é raiz 3
Logo, a equação admite apenas uma raiz racional, que é o 1 1 r r 2 3 18
c)   2r r 1    
número 2. r1 r2 1 2 6 6 6
20. Se essa equação possui raízes racionais, então elas pertencem ao
2
conjunto {1, 2}. 3 2 2
 
Testando cada um desses valores na equação P(x)  0, temos: 6 2
P(1)  14  3  13  3  12  3  1  2  12 ⇒
⇒ 1 não é raiz 3 3 2
d) r1  r2  ⇒ (r1  r2)2 
2 2
P(1)  (1)4  3  (1)3  3  (1)2  3  (1)  2  0 ⇒ 3
Logo: r21  2r1r2  r22 
⇒ 1 é raiz 4
P(2)  24  3  23  3  22  3  2  2  60 ⇒
6
⇒ 2 não é raiz Como r1r2  , temos:
2
P(2)  (2)4  3  (2)3  3  (2)2  3  (2)  2  0 ⇒
6 3
⇒ 2 é raiz r21  2   r22 
2 4
O polinômio P(x) possui duas raízes racionais: 1 e 2. 3 324 6
r21  r22   6 
Logo, P(x) é divisível por x  1 e por x  2 : 4 4

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1 1 r2  r2 r2  r2 30. Sejam s  r, s e s  r as raízes da equação.
e)  2  2r2 r2 1  (r1 r )22 
r21 r2 1 2 1 2 Uma das relações de Girard garante que: s 2 r 1 s 1 s 1 r  60
3 24 6 Logo: s  20
4 34 6 Dividindo o polinômio x3  60x2  1.100x  6.000 por x  20,
  temos:
6
2
6
2 20 1 60 1.100 6.000
1 40 300 0
(3)
26. a) r1  r2  r3   1 Logo, a equação proposta é equivalente a:
3
(x  20)  (x2  40x  300)  0
6 Pela propriedade do produto nulo, temos:
b) r1r2  r1r3  r2r3   2
3
x  20  0 ou x2  40x  300  0 ⇒
(21) 1
c) r1r2 r3    ⇒ x  20 ou x  10 ou x  30
3 3
Portanto: S  {10, 20, 30}
1 1 1 r r 1 r r 1 r1r2 2
d)    2 3 r r1 r3  6 31. alternativa a
r1 r2 r3 1 2 3 1
3 Indicando as raízes da equação por r  3, r e r  3, temos, por
uma das relações de Girard:
e) r1  r2  r3  1 ⇒ (r1  r2  r3)2  12; logo;
r12  r22  r32  2r1r2  2r1r3  2r2r3  1, ou seja; r  3  r  r  3  15 ⇒ r  5
r21 1 r22  r32 1 2(r1r2  r1r3  r2r3)  1, ou, ainda; Assim o conjunto solução S da equação é:
r21 1 r22  r32 1 2  2  1 e, portanto: S  {2, 5, 8}
r21 1 r22  r32  3 Pelas outras relações de Girard, temos:

f ) r1r2  r1r3  r2r3  2 ⇒ (r1r2  r1r3  r2r3)2  22, logo; 252858a


⇒ a  66 e b  80
(r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2  2r1r2  r1r3  2r1r2  r2r3  2  5  8  b
 2r1r3  r2r3  4, ou seja;
r1  r2  r3  r4  0
(r1r3)2  (r1r3)2  (r2r3)2 1 2r1r2r3(r1  r2  r3)  4 ou, ainda;
r1r2  r1r3  r1r4  r2r3  r2r4  r3r4  3
1 32.
(r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2 1 2   1  4 e, portanto: r1r2r3  r1r2r4  r1r3r4  r2r3r4  1
3
10 r1r2r3r4  0
(r1r2)2  (r1r3)2  (r2r3)2 
3
1 1 1 r22  r32 1 r12  r23 1 r12  r22 33. As relações de Girard garantem que:
g) 2  2  2  r12  r22  r32 
r1 r2 r3 2  4  4  4  a
10 10 2  4  (2)  4  (2)  4  4  4  4  4  4  4  b
(r r )2  (r1r3)2 1 (r1r2)2 3 3 2  4  4  (2)  4  4  (2)  4  4  4  4  4  c
 23    30
(r1r2r3)2 1 2 1 2  4  4  4  d
3 9 a  10
27. Sendo x1, x2 e x3, as raízes da equação, tal que x1  x2  1,
b  24

temos: c  32
b 1 d  128
x1  x2  x3   ⇒ 1  x3  
a 2 34. Sendo r, r, r, s e s as raízes dessa equação, as relações de Girard
1
 x3  garantem que:
2
Por Briot-Ruffini, temos: (6)
r  r  r  s  (s)   ⇒r2
1 1
2 1 13 6
2 Por Briotr-Ruffini, temos:
2 2 12 0 2 1 6   0 64 144 96
Logo, a equação proposta é equivalente a: 2 1 4   8 48   48   0
1 1 2 1 2 12 24     0
x (2x2  2x  12)  0, cujas raízes são: , 2 e 3 1   0 12 0
2 2
Assim, temos o conjunto solução: Assim, a equação proposta é equivalente a:
1 (x2  12)(x  2)3  0
S  { , 2, 3} Portanto:
2
x2  12  0 ou (x  2)3  0,
28. alternativa c
ou seja:
Sejam r, s e t as raízes da equação tal que: r  s  1
x   2 3 ou x  2
Aplicando a relação de Girard, temos: r  s  t  7, e substituindo
rs por 1, temos: t  7  S  {2 3, 2 3, 2}
Dividindo o polinômio 2x3  19x2  37x  14 por x  7, temos:
7 2 19 37 14 CC Roteiro de trabalho
2 5 2 0 1. a) Equação polinomial na incógnita x é toda equação que pode
Logo, a equação proposta é equivalente a: ser representada na forma:
(x  7)  (2x2  5x  2)  0 anxn 1 an  1xn  1 1 an  2xn  2 1 ... a1x + a0  0,
Pela propriedade do produto nulo, temos:
com {a0, a1, ..., an}  C, n  n e n  1
1
x  7  0 ou 2x2  5x  2  0 ⇒ x  7 ou x  2 ou x  Resposta possível: 6x4 1 2x3 1 x2 2 7x 1 9  0
2
Portanto, a soma das duas maiores raízes da equação é 9. b) Um polinômio de grau n, com n  1, pode ser decomposto
como produto de n polinômios do 1º grau.
29. alternativa d
Resposta possível: P(x)  x3 2 9x2 1 26x 2 24  0 ⇒
Duas das relações de Girard para essa equação nos garantem
⇒ P(x)  (x 2 4)(x 2 2)(x 2 3)
que:
c) Um número r é raiz tripla de uma equação polinomial P(x)  0
a  b  c  10 se, e somente se, essa equação for equivalente a
abc  20 (x  r)3  Q(x)  0, em que Q(x) é um polinômio com
Logo: a2bc  ab2c  abc2  abc(a  b  c)  20  10  200 Q(r)  0.

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d) O número máximo de raízes imaginárias que uma equação às 20 h em função do tempo t, em hora, então, após 2 horas e
polinomial de grau 5 pode ter é 4, pois como consequência 3 horas do início do período do rush, temos:
do teorema de raízes imaginárias, sabemos que o número de v (2) 5 a  23 1 b  22 2 9  2 1 20 e
raízes imaginárias é necessariamente par. v (3) 5 a  33 1 b  32 2 9  3 1 20
e) Pois, segundo o teorema: Do enunciado temos que as velocidades médias após 2 e 3 horas
p do início do rush são 18 km/h e 20 km/h. Assim:
Seja com p e q inteiros primos entre si e q  0.
q   8 a  �  4 b  �  2  � 18 2 a  �  b  �  4
p   ⇒ 
Se é raiz da equação polimonial 27 a  � 9b  � 7  �  20 3 a  �  b  � 3
q
anxn 1 an  1xn  1 1 ... 1 a1x 1 a0 5 0, na variável x e coefi- Resolvendo o sistema, temos que: a 5 21 e b 5 6
cientes inteiros, então p é divisor de a0 e q é divisor de an. Assim:
v (t) 5 2t3 1 6t2 2 9t 1 20
f) Se na equação anxn 1 an 2 1xn 2 1 1 ... 1 a1x 1 a0 5 0, an  0,
temos que zero é uma das raízes, então, sabemos que o 1
a) Para t 5  , temos:
produto de todas as raízes, incluindo o zero, é dado por  2
n 3 2
(�1)  �  a0  Assim:  1  1  1 1
. v    � �   1 6   � 9  �  1 20 5 16,875
an  2  2  2 2
(�1)n  �  a0 Logo, às 15 h 30 min a velocidade média era, aproximada-
 5 0 ⇒ a0 5 0 mente, 16,9 km/h.
an
Concluímos que o termo independente é zero. b) Para v 5 16 km/h
2t3 1 6t2 2 9t 1 20 5 16 ⇒ 2t3 1 6t2 2 9t 1 4 5 0
Resolvendo a equação, temos que t 5 1 ou t 5 4.
CC Exercícios complementares
Assim, às 16 h e às 19 h a velocidade média do tráfego é
1. a) O polinômio P(x) é divisível por x  5, pois P(5)  0; portanto: 16 km/h.
P(x)  (x  5)  Q(x)
4. Do enunciado, temos:
Por Briot-Ruffini, temos:
x
5 1 2 13 10
x
1   3    2    0

FAUSTINO
10
Logo a equação x3  2x2  13x  10  0 é equivalente a: x (10 � 2x)
(x  5)  (x2  3x  2)  0
Pela propriedade do produto nulo, temos: 10 (10 � 2x)
x  5  0 ou x2  3x  2  0 ⇒ x  5 ou x  2 ou
a) Assim, o volume P (x) é dado por:
x  1
P(x)  x(10 2 2x)(10 2 2x) ⇒
Portanto: S  {5, 2, 1}
⇒ P(x)  x(100 2 40x 1 4x2)
1 1
b) O polinômio P(x) é divisivel por x  , pois P  0;  P(x)  4x3 2 40x2 1 100x
2 2
1 b) Se o volume P(x) é 48 cm3, então:
portanto: P(x)  x   Q(x) 4x3 2 40x2 2 100x 5 48 ⇒ x3 2 10x2 1 25x 2 12 5 0
2
p
Por Briot-Ruffini, temos: Se a equação x3 2 10x2 1 25x 2 12 admitir raiz do tipo , com
q
1 p e q inteiros e primos entre si e q  0, então p é divisor de
2 1 2 1
2 212 e q é divisor de 1. Assim, sabemos que 3 pode ser raiz
2   0 2   0 de P1(x) 5 0, em que P1(x)  x3 2 10x2 1 25x 2 12. Então,
Logo, a equação 2x³  x² 1 2x 2 1  0 é equivalente a: testando pelo dispositivo prático de Briot-Ruffini, temos:
1 3 1 210 25 212
x  (2x2  2)  0
2 1 27  4    0
Pela propriedade do produto nulo,
temos: Logo: P1(x)  (x 2 3)(x2 2 7x 1 4)
1 1 Assim:
x  0 ou 2x2  2  0 ⇒ x  ou x  i ou P1(x) 5 0 ⇒ (x 2 3)(x2 2 7x 1 4) 5 0
2 2
x  i 7 � 33 7 � 33
 x 5 3 ou x 5  ou  x 5 
1 2 2
Portanto: S  , i, i
2
Como 0 , x , 5, concluímos que a medida do lado de cada
7 � 33
2. alternativa a quadrado retirado pode ser 3 ou .
2
P(2)  0 ⇒ 23  4  22  a  2  6  0 ⇒ a  1
Logo: P(x)  x3  4x2  x  6 5. a) Os volumes dos cubos de arestas 6, 5, 4 e 3 são, respectiva-
Como P(2)  0, temos que P(x) é divisível por x  2. mente, 63, 53, 43 e 33.
Efetuando a divisão, temos: Assim, temos: 53 1 43 1 33 5 125 1 64 1 27 5 216 ⇒
2 1 4  1 6 ⇒ 53 1 43 1 33 5 63
1 2 3 0 b) n3 5 (n 2 1)3 1 (n 2 2)3 1 (n 2 3)3 ⇒
resto
⇒ n3 5 3n3 2 18n2 1 42n 2 36
Logo: P(x)  (x  2)(x2  2x  3)  n3 2 9n2 1 21n 2 18 5 0
As raízes de P(x) são dadas por: Como sabemos que 6 é raiz de P (n) 5 0, em que
(x  2)(x2  2x  3)  0 ⇒ x  2  0 ou P (n) 5 n3 2 9n2 1 21n 2 18, temos pelo dispositivo prático
x2  2x  3  0 de Briot-Ruffini:
 x  2 ou x  3 ou x  1
6 1 9 21 18
Finalmente, pelo teorema da decomposição, concluímos:
P(x)  1(x  2)(x  3)(x  1) 1 3  3   0

3. Se v (t) 5 at 1 bt 2 9t 1 20 descreve a velocidade média, em


3 2 Logo: P (n)  (n 2 6)(n2 2 3n 1 3)
quilômetro por hora, do tráfego no período do rush que é das 15 h Assim: P (n) 5 0 ⇒ (n 2 6)(n2 2 3n 1 3) 5 0

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3�i 3 3�i 3 Assim, a equação proposta é equivalente a:
 n 5 6  ou  n 5  ou  n 5  (x2  1)(2x2  3x  1)  0
2 2
Logo, n 5 6 é o único valor inteiro que satisfaz Pela propriedade do produto nulo, temos:
n3 5 (n 2 1)3 1 (n 2 2)3 1 (n 2 3)3. x2  1  0 ou 2x2  3x  1  0 ⇒
1
⇒ x  i ou x  i ou x  1 ou x  
6. 1(x  1)2(x  2)2  0 ⇒ x4  2x3  3x2  4x  4  0 2
1
7. a) Por Briot-Ruffini, temos: Logo, a maior raiz real do polinômio é  .
2
5 1 10 25 0 1 10 25 p
5 1 5   0 0 1 5   0 12. a) Se essa equação admite raiz do tipo , p e q inteiros primos
q
5 1   0   0 0 1   0
entre si e q  0, então é divisor de 2 e q é divisor de 1, ou seja,
1   5 25 125 626
p  {1, 2} e q  {1}
Logo, o polinômio P(x)  x6  10x5  25x4  x2  10x  25
p
é divisível por (x  5)2 e não é divisível por (x  5)3; assim, Logo:  {1, 2}
q
concluímos que 5 é raiz dupla da equação P(x)  0.
Testando cada um desses valores na equação P(x)  0,
b) Por Briot-Ruffini, temos: temos:
2 1 6 11 2 12 8 P(1)  14  3  13  3  12  3  1  2  12 ⇒ 1 não é raiz
2 1 4   3   4 4 0 P(1)  (1)4  3  (1)3  3  (1)2  3  (1)  2  0 ⇒
2 1 2 1   2   0 ⇒ 1 é raiz
2 1   0 1   0 P(2)  24  3  23  3  2² 1 3  2  2  60 ⇒ 2 não é raiz
1   2   3 P(2)  (2)4  3  (2)3  3  (2)2  3  (2)  2  0 ⇒
Logo, o polinômio P(x)  x5  6x4  11x3  2x2  12x  8 ⇒ 2 é raiz
é divisível por (x  2)3 e não é divisível por (x  2)4; assim, Logo, a equação admite exatamente duas raízes racionais:
concluímos que 2 é raiz tripla da equação P(x)  0. 1 e 2

8. Aplicando o dispositivo de Briot-Ruffini, temos: b) Se essa equação possui raízes racionais, então elas pertencem
1 3
1 1 3 2 2 3 1 ao conjunto 1,  , 3,  . Testando o número 1 na
2 2
1 1 2 0 2 1 0
resto equação P(x)  0, temos:
1 1 1 1 1 0 P(1)  2  13  12  3  0 ⇒ 1 é raiz
resto
1 1
1 1 0 1 0 Em vez de calcular P(1), P ,P  , P(3),
2 2
resto

1 1 1 0 3 3
P(3), P eP  , podemos aproveitar o fato de que
resto 2 2
1 2 1 é raiz e dividir P(x) por x 2 1:
resto

Logo, a equação proposta pode ser apresentada sob a forma: 1 2 1 0 3


2 3 3 0
(x  1)4(x  1)  0
resto
Portanto, a raiz 1 tem multiplicidade 4.
Logo, a equação proposta é equivalente a:
9. alternativa b (2x2  3x  3)(x  1)  0 ⇒ 2x2  3x  3  0 ou x  1
Aplicando o dispositivo de Briot-Ruffini, temos: Como o discriminante da equação 2x2  3x  3  0 é negativo,
2 1 4 8 16 16 concluímos que a equação P(x)  0 possui como única raiz
2 1 2 4 8 0 racional o número 1.
resto
13. a) Se essa equação possui raízes racionais não nulas, então elas
1 0 4 0
resto 1
pertencem ao conjunto 1,  .
2
Logo, a equação proposta é equivalente a:
(x  2)2(x2  4)  0 Testando os valores em P(x)  0, temos:
Pela propriedade do produto nulo, temos que: P(1)  2  14  4  13  12  1  0 ⇒ 1 é raiz
(x  2)2  0 ou x2  4  0 ⇒ x  2 ou x  2i ou Dividindo P(x) por x  1, temos:
x  2i 1 2 4 1 1 0
Assim, concluímos que: S  {2, 2i, 2i} 2 2 1 0 0
resto
10. alternativa e
A equação polinomial possui todos os coeficientes reais; logo, Logo, a equação dada é equivalente a:
se um número imaginário z é raiz dessa equação, então o con- (2x3  2x2  x)  (x  1)  0 ⇒
jugado de z também é raiz da equação. Como a equação tem ⇒ x  (2x2  2x  1)  (x  1)  0
exatamente quatro raízes, concluímos que as demais raízes são: Pela propriedade do produto nulo, temos:
1ie2i x  0 ou 2x2  2x  1  0 ou x  1  0 ⇒
11 3 12 3
11. Como todos os coeficientes da equação polinominal são reais, ⇒ x  0 ou x  ou x  ou x  1
2 2
temos que se i é raiz da equação, então i também o é. Logo,
o polinômio 2x4  3x3  3x2  3x  1 é divisível por (x  i) 11 3 12 3
Portanto: S  0, , ,1
(x  i), ou seja, x2  1. Efetuando a divisão, temos: 2 2
2x4  3x3  3x2  3x  1 | x2  1 b) Se essa equação possui raízes racionais, então elas perten-
2 2x4  2x2 2x2  3x  1 cem ao conjunto {1, 1}. Testando os valores em P(x)  0,
t

3x3  x2  3x  1 temos:
2 3x3  3x P(1)  14  2  13  2  12  2  1  1  8 ⇒ 1 não é raiz
t

x2  0x  1 P(1)  (1)4  2  (1)3  2  (1)2  2  (1)  1  0 ⇒


2 x2 1 ⇒ 1 é raiz
t

0 Por Briot-Ruffini temos:

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1 1 2 2 2 1 Por Briot-Ruffini, temos:
1 1 1 1 1 0 2 1 11 36 36
resto
1 9 18 0
1 1 0 1 0
resto Logo, a equação proposta é equivalente a
1 1 2 (x  2)(x2  9x  18)  0, cujas raízes são: 2, 6 e 3. Assim,
resto
temos o conjunto solução: S  {2, 6, 3}
Logo, 1 é raiz dupla e, portanto, a equação proposta é equiva-
lente a (x  1)2(x2  1)  0, cujas raízes são: 1, i e i. 18. alternativa a
Assim, temos o conjunto solução: S  {1, i, i} Sendo a, b e c as dimensões do paralelepípedo, temos que a àrea
14. Do enunciado temos as dívidas DA e DB após três anos.
total AT e no volume V desse sólido são dados por:
AT  2(ab  ac  bc)
a) Banco A: DA 5 20.000 1 3  20.000  x
V  abc
Banco B: DB 5 10.000 (1 1 x)3
Logo a equação que relaciona as quantias pagas aos dois Como as dimensões a, b e c são as raízes da equação proposta,
bancos é: duas das relações de Girard nos garantem que:
20.000 1 3 ? 20.000x 5 10.000(1 1 x)3 ab  ac  bc  31
que é equivalente a: abc  30
x3 1 3x2 2 3x 2 1 5 0 Logo: AT  62 cm2 e V  30 cm3
b) Como a soma dos coeficientes da equação é zero, deduzimos 19. a) Sendo a  r, a e a  r as raízes do polinômio, uma das relações
que 1 é raiz. Dividindo o polinômio x3 1 3x2 2 3x 2 1 por de Girard nos garante que:
x 2 1, temos:
araar3⇒a1
1 1 3 23 21 Assim temos:
1 4   1   0 P(1)  0 ⇒ 13  3  12  m  0
Assim, a equação é equivalente a: m2
(x 2 1)(x2 1 4x 1 1) 5 0 b) Do item a, concluímos que P(x)  x3  3x2  2. Dividindo
Logo: x 5 1 ou x 5 �2  �  3  ou x 5 �2  �  3 . P(x) por x  1, temos:
Como a taxa de empréstimo é positiva, concluímos que a
taxa anual é 100%. 1 1 3 0 2
1 2 2 0
15. Sendo r1 e r2 as dimensões, em centímetro, do retângulo de resto
perímetro P e área A, temos:
b 2b Logo: P(x)  (x  1)(x2  2x  2)
P  2r1  2r2  2(r1  r2)  2   As raízes de P(x) são dadas por:
a a
c (x  1)(x2  2x  2)  0 ⇒ x  1  0 ou x2  2x  2  0
A  r1r2 
a Portanto: x  1 ou x  1  3 ou x  1  3
2b c
Logo: P   cm e A  cm2 20. alternativa a
a a
16. alternativa d Sendo x1, x2 e x3 as raízes da equação, tal que x1  x2  1, temos
Sendo p e q as raízes da equação, temos que: por uma das relações de Girard:
53 x1  x2  x3  2 ⇒ 1  x3  2 ⇒ x3  2
pq Substituindo x por 2 na equação, concluímos:
19
1 2  (2)3 (2)2 1 k  (2)  4  0 ⇒ k  8
pq 
19
53 21. alternativa d
1 1 qp 19 Sendo 2, a, b e c as raízes do polinômio, uma das relações de
Logo:     53
p q pq 1 Girard nos garante que:
19 2  a  b  c  1 ⇒ a  b  c  1

17. Sendo x1, x2 e x3 as raízes da equação, tal que x1  x2  18, temos, 22. alternativa b
por uma das relações de Girard: Sendo 1, 1, a, b e c as raízes da equação, uma das relações de
x1 x2  x3  36 ⇒ 18x3  36 Girard nos garante que:
 x3  2 1  1  a  b  c  1 ⇒ a  b  c  3

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