Você está na página 1de 139

ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

EXTENSIVO

FUVEST
2024
Exasiu
Aula 00 – Introdução à Álgebra

Exasi
u
Prof. Marçal Ferreira

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 1


vestibulares.estrategia.com
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

METODOLOGIA DO CURSO 5

Ordem do curso 6

MEU VESTIBULAR 7

1. CONCEITOS INICIAIS 9

1.1. Expressões, Igualdades, Equações, Inequações e Funções 9

2. EXPRESSÕES 14

2.1. Expressões aritméticas 14

2.2. Expressões algébricas 15

APLICAÇÃO 16
2.2.1 Expressões algébricas de segundo grau 17
2.2.2. Fatoração e desenvolvimento 17

APLICAÇÃO 19

3. EQUAÇÕES 21

3.1. Equações de primeiro grau 21

APLICAÇÃO 23

3.2. Equações do segundo grau 26


3.2.1. Equações do segundo grau da forma ax2 + c = 0 27
3.2.2. Equações do segundo grau da forma ax2 + bx = 0 29

APLICAÇÃO 31

4. INEQUAÇÕES 33

APLICAÇÃO 34

4.1. Inequação do primeiro grau 35

APLICAÇÃO 36

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 2


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

4.1.1. Casos de inversão da inequação 37

4.2. Inequação simultânea 41

5. NOÇÕES INTUITIVAS SOBRE FUNÇÕES 44

6. CONJUNTOS 46

6.1. Aplicação dos diagramas de Venn-Euler 47

APLICAÇÃO 47

6.2. Conjuntos numéricos 51


6.2.1. Números Naturais ℕ 52
6.2.2. Números Inteiros ℤ 52
6.2.3. Números Racionais ℚ 53
6.2.4. Números Irracionais 𝕀 54
6.2.5. Números Complexos ℂ 55
6.2.6. Múltiplos de um número 56
6.2.7. Números Primos 57
6.2.8. Mínimo Múltiplo Comum - MMC 59

APLICAÇÃO 60
6.2.9. Divisores de um número 61
6.2.10. Máximo Divisor Comum - MDC 61

7. FÓRMULAS, DEMONSTRAÇÕES E COMENTÁRIOS 62

7.1. Produtos notáveis 62


7.1.1. Quadrado da soma 63
7.1.2. Quadrado da diferença 63
7.1.3. Produto da soma pela diferença 63

APLICAÇÃO 64
7.1.4. Diferença de dois cubos 64
7.1.5. Cubo da soma 65
7.1.6. Cubo da diferença 65
7.1.7. Potência de um binômio 66

7.2. Fatoração polinomial 68

8. QUESTÕES DE VESTIBULARES ANTERIORES 70

9. GABARITO DAS QUESTÕES DE VESTIBULARES ANTERIORES 86

10. QUESTÕES DE VESTIBULARES ANTERIORES RESOLVIDAS E COMENTADAS 87

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 139

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 3


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Introdução

Olá, pessoal!

Com satisfação começamos aqui nosso curso preparatório para o vestibular.

Meu nome é Marçal, graduado em Matemática pela UFSJ, Universidade Federal de São
João del Rei, professor em cursos pré-vestibulares desde 1999. Como tutor, orientei dezenas
de estudantes ao longo do espinhoso caminho até a aprovação em exames vestibulares de alto
desempenho como Fuvest, Unicamp, ITA, AFA, entre outros. Ao longo da vida, com satisfação,
elegi a Matemática como ferramenta pessoal para construção do conhecimento.

Minha missão aqui é dar a você todos os recursos e condições de aprovação nos
vestibulares mais procurados do país.

Como costumo dizer aos meus alunos, aproveite ao máximo o conteúdo e tenha em
mente que nada se conquista sem esforço. Se, por um lado, estamos oferecendo a você um
material de alta qualidade, por outro, você terá que se preparar para muitas e muitas horas de
trabalho duro. Não negligencie o seu desenvolvimento.

Ah, e se aparecer aquela dúvida enquanto estuda? É só entrar em contato, teremos


prazer em ajudar.

/professormarcal /professor.marcal /professormarcal

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 4


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Metodologia do curso

Nossas aulas abrangerão todo o conteúdo cobrado nas provas, de forma ampla, com
centenas de exercícios resolvidos para que você possa construir seu conhecimento a cada
passo, em cada detalhe.

E a Matemática é cheia deles, os detalhes, não é mesmo?

Nosso curso é composto por PDFs, com teoria e exercícios, e videoaulas.

A parte teórica é completa, porém objetiva, trazendo as informações necessárias à parte


subsequente, os exercícios direcionados. O conjunto de aulas traz os assuntos cobrados nos
últimos anos, além de outros, fundamentais para entender os tópicos oficiais de seu edital.

Nós passaremos, durante o curso, por todo o conteúdo programático do seu vestibular,
portanto, não será necessário que você procure materiais de diversas fontes como
complemento, economizando, além de dinheiro, um tempo precioso a ser utilizado efetivamente
na sua preparação.

Utilizaremos questões específicas, questões inéditas e questões de outras bancas,


quando pertinentes ao momento de seu aprendizado.

Em geral, as provas de vestibular estão em constante mudança. No entanto, quando


falamos em matemática, a maior parte do conteúdo programático é universal. Assim, mesmo
questões de outras bancas, ou ainda questões mais antigas, cumprem muito bem o papel de
suporte na sua preparação. Não as negligencie.

Outro fator importantíssimo quando estamos aprendendo matemática é o que se chama


nas artes marciais de “teste de pressão”. Se você não se submeter a condições similares às de
prova, é bem provável que seu desempenho não seja ótimo. Assim, faça as listas de exercício
propostas e os simulados. Não se aprende a nadar sem entrar na água, então, quanto mais à
vontade você estiver com a dinâmica da prova, melhor.

Ao final do curso, com literalmente centenas de exercícios em sua experiência, você terá
todas as condições para fazer uma excelente prova e alcançar sua almejada aprovação.

Vamos começar?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 5


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Ordem do curso

Aula Tópico

Aula 00 Introdução à Álgebra

Aula 01 Introdução à Função

Aula 02 Funções

Aula 03 Trigonometria

Aula 04 Progressões

Aula 05 Matrizes

Aula 06 Sistemas Lineares

Aula 07 Análise Combinatória

Aula 08 Probabilidades

Aula 09 Complexos

Aula 10 Polinômios

Aula 11 Geometria Plana

Aula 12 Geometria Plana Parte 2

Aula 13 Geometria Espacial

Aula 14 Geometria Analítica

Aula 15 Matemática Financeira

Aula 16 Estatística

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 6


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Meu Vestibular

Sabemos que há muita coisa a estudar, não só na matemática, como em todas as


disciplinas cobradas no edital.

Com esse conteúdo todo, uma dúvida muito comum, sobretudo no início dos estudos, é
se há tópicos que devem ser estudados mais que outros, ou ainda, se devemos estudar
apenas os tópicos que mais caem e deixar os outros de lado.

Na preparação para o vestibular, deixar tópicos de lado é uma armadilha e a explicação


é simples: os tópicos que mais caem são, comumente, complexos, pois exigem vários
conceitos como pré-requisitos. Não é à toa que Funções e as Geometrias (Plana, Espacial e
Analítica) estão entre os tópicos mais cobrados nos últimos 30 anos (talvez mais!).

Vejamos como o ENEM tem distribuído os assuntos em suas provas nos últimos 5 anos:

Além de Funções e das Geometrias, um tópico muito recorrente no ENEM é a


proporcionalidade que, também, é usada em muitos outros momentos da matemática.

Não há escapatória, precisamos aprender bem os conceitos basilares e, após isso,


desenvolver-nos nos tópicos mais complexos.

Dessa forma, nós vamos percorrer o caminho mais sólido possível para que você
consiga fazer uma excelente prova e ainda tirar proveito de tudo o que aprendeu.

E qual é esse caminho?

Simples: desenvolveremos uma base forte por meio do conhecimento teórico e da


prática com exercícios.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 7


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Veja bem, eu disse simples, não significa que será fácil!

Teremos muito trabalho pela frente, então, conte comigo durante a sua preparação e
dedique-se.

Durante o curso, faça simulados, tanto da sua banca, quanto de outras.

Faça-os completamente.

E as questões para as quais eu não vi o assunto ainda?

Elas funcionarão como um spoiler.

Acredite, a curiosidade é um poderoso fomento para o seu aprendizado. Ao ver um


assunto que, hoje, parece misterioso, sua memória guardará essa informação e, ao chegar à
aula correspondente, dará mais prioridade ao guardar o assunto.

E não se esqueça, não guarde suas dúvidas. Os erros que você comete hoje são vitais
para mostrar a você em quais tópicos você precisa melhorar, o que é preciso revisar e o que é
preciso estudar novamente, na íntegra.

Quando preciso, utilize o fórum de dúvidas, é outra ferramenta importantíssima no seu


desenvolvimento, combinado?

Vamos começar!

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 8


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1. Conceitos iniciais

Provavelmente você já deve ter estudado algo sobre a disciplina que começamos agora,
mas você sabe definir o que é a Matemática?

Para início de conversa, Matemática é uma ciência e seu foco de estudo é a relação
entre objetos abstratos, sobretudo pelo método dedutivo.

A Matemática tem muitas ramificações e estudaremos um pouco delas neste curso, com
ênfase dada à resolução de exercícios para o seu vestibular.

Mas professor, já li muitos materiais sobre matemática e sempre tenho dificuldades.


Como me aconselha a estudar?

Essa é simples: teoria + exercícios. Não tem remédio, a prática é necessária para
aprender algo da Matemática.

O Professor Elon Lages Lima, em seu livro Curso de Análise, Vol. 1 diz: “Matemática
não se aprende passivamente”.

De início, vamos esclarecer alguns conceitos que serão importantíssimos para o bom
transcorrer de nosso curso.

Muito do que veremos agora você já viu nos anos finais do ensino fundamental ou no
ensino médio, mas a citação deles é vital para seguirmos de forma segura.

Vamos a eles.

1.1. Expressões, Igualdades, Equações, Inequações e


Funções
Mesmo bons alunos tendem a aproximar o significado de todas estas palavras:
expressões, igualdades, equações, inequações e funções.

Talvez seja por causa de seu núcleo comum, alicerçado fortemente na aritmética e na
álgebra, quando resolvíamos centenas de exercícios com o mesmo enunciado, “Simplifique as
expressões”.

Daí a considerar as igualdades, equações, inequações e até mesmo as funções como


expressões foi um passo. Tudo o que se via com sinais matemáticos era colocado na mesma
categoria.

Oras, professor, mas não são sinônimos?

De forma alguma!

Nessa aula, veremos a diferença entre elas e aprofundaremos nosso conhecimento.

Comecemos pelas expressões. Elas podem ser tanto aritméticas (ou numéricas) quanto
algébricas. As aritméticas apresentam apenas números em sua composição, enquanto as
algébricas, variáveis.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 9


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Expressões

Aritméticas Algébricas

4.{25 – [ 50 –14÷(8-6).7]} 𝑥 2 − 2𝑥 + 1

Simplificando a expressão aritmética

4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}

verá que seu resultado é 96.

Vamos detalhar os métodos para essa transformação ainda nessa aula, mas não agora.
Aqui eu preciso que você foque apenas na diferenciação entre as maneiras de escrita que
usaremos em todo o curso. Aliás, você as usará em toda a sua carreira acadêmica em exatas!

Retomemos.

Escrever

4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}

é exatamente o mesmo que escrever 96, são equivalentes.

Para usar uma expressão popular antiga, você trocou seis por meia dúzia.

Com expressões algébricas não é diferente, veja o nosso exemplo:

𝑥 2 − 2𝑥 + 1

O que você faz com isso?

Bom, você pode escrever de outra maneira, simplificar, fatorar, expandir...

Se você se lembra dos produtos notáveis, perceberá rapidamente que

𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = (𝑥 − 1)2

Ou seja, escrever

𝑥 2 − 2𝑥 + 1

é exatamente o mesmo que escrever

(𝑥 − 1)2

porém, na forma fatorada.

É extremamente importante que você perceba que não podemos fazer um gráfico dessa
expressão, não podemos falar sobre o comportamento da função nem falar sobre quanto vale a
incógnita x. Tudo o que podemos fazer é escrevê-la de outro modo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 10


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Lembre-se, expressões trazem um valor, numérico ou algébrico.

Agora uma mudança importante, o símbolo de igualdade, também conhecido como sinal
de igual (=). Com ele as coisas mudam de significado.

Ao usar o sinal de igual entre expressões aritméticas, temos literalmente uma igualdade,
que pode admitir valores lógicos ou de Verdadeiro (V) ou de Falso (F) (mas não ambos).
Acompanhe.

4 . 3 = 12 → (𝑉)

4 . 3 = 29 → (𝐹)

Já ao adicionarmos o sinal de igual na Expressão Algébrica

𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9

o que era uma expressão, passa a ser uma pergunta, uma equação.

A equação

𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9

é exatamente o mesmo que a pergunta: qual o número de cujo quadrado foi subtraído
seu dobro e, a essa diferença somado um, resultou em nove?

Perceba que a pergunta na forma escrita é um pouco indigesta. A notação matemática,


apesar dos pesares, vem para facilitar a comunicação e o entendimento.

Outro ponto a ser notado é que, enquanto a equação aritmética admite valores ou de
Verdadeiro (V) ou de Falso (F), não podemos dizer o mesmo sobre equações algébricas. Não
se pode olhar para uma equação do tipo

𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9

e dizer se é verdadeira ou falsa. A esse tipo de informação matemática chamamos


sentença aberta; uma sentença que não admite valores de verdadeiro ou falso.

Muito bem. O exemplo acima trouxe uma Equação do segundo grau. Com equações do
primeiro grau, o pensamento é o idêntico. A equação

2𝑥 + 3 = 11

é equivalente a perguntar: qual é o número cujo dobro somado a três resulta em onze?

Perceba que, em ambos os casos, espera-se uma resposta, que pode conter de nenhum
a vários números, mas sempre uma resposta.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 11


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Ao fazer um exercício sobre expressões você também oferece uma resposta, mas é
preciso que você entenda: não foi a própria expressão que trouxe a pergunta e sim o
enunciado do exercício na forma de comando ou questão propriamente dita. “Simplifique as
expressões” ou “Qual é o valor da expressão?” são comandos muito comuns nas provas.

Falaremos sobre as técnicas de resolução para essas equações mais adiante, o


importante aqui é que fique absolutamente claro para você até aqui a diferença entre
Expressão e Equação.

Vamos adiante?

Agora é a vez das Inequações:

Como as Equações, as Inequações também fazem pergunta. No caso

2𝑥 + 3 > 11

a pergunta seria algo do tipo: quais são os números possíveis cujos dobros somados a 3
são maiores que onze?

Enquanto na igualdade tínhamos, para

2𝑥 + 3 = 11

apenas um valor como resposta, o número 4, na inequação

2𝑥 + 3 > 11

temos infinitos valores.

São respostas igualmente válidas para essa inequação os números {8, 12, √50, 10𝜋 … }.

Na verdade, qualquer número superior a 4 satisfaz a condição da inequação em voga. A


esse conjunto de valores, damos o nome de intervalo. Dessa forma, uma resposta mais
apropriada seria, naturalmente,

𝑥>4

Detalharemos o método de resolução das inequações mais à frente nessa aula, não se
preocupe com isso agora.

O próximo passo é muito importante, pois vamos diferenciar Equação de Função.

Enquanto Equação e Inequação fazem uma pergunta acerca do(s) valor(es) da


incógnita, que chamamos até aqui de “x” (pode, literalmente, ser qualquer símbolo) a Função
traz informação, ela não pergunta coisa alguma!

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 12


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

São vários os modos de se representar uma função, vejamos os principais:

𝑦 = 2𝑥 + 3

𝑦(𝑥) = 2𝑥 + 3

𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3

Todas essas notações representam a mesma função, uma variável “em função” da
outra, uma variável dependente da outra.

Vamos a um exemplo prático. Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu
salário é composto por um salário fixo de R$ 1 000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a
cada aparelho vendido no mês.

Salário fixo R$ 1 000,00

Comissão a cada aparelho de som vendido R$ 500,00

Uma maneira para representar seu salário no mês é por meio da função, seu salário S
em função do número n de vendas:

𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛

Assim, caso você venda 3 aparelhos de som em um mês, seu salário será:

𝑆(3) = 1 000 + 500.3

𝑆(3) = 2 500

Perceba que esse não é seu salário sempre, é só para quando você fizer exatamente 3
vendas. Não é possível saber quanto você ganhará no próximo mês, ou no próximo natal.

Função não faz perguntas, lembra? Ela só informa algo a você. Resumindo:

Expressão Equação Inequação Função


2x+3 2x+3=11 2x+3>11 y=2x+3

Não faz pergunta Faz pergunta Faz pergunta Não faz pergunta

Traz relação entre duas


Traz um valor Respostas pontuais Intervalo de resposta
ou mais variáveis

x=4 x>4

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 13


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

2. Expressões

2.1. Expressões aritméticas


Como já deve estar claro para você, expressões podem ser manipuladas, fatoradas,
simplificadas, expandidas.

Estudemos com mais cuidado essas possiblidades.

Expressões algébricas marcam por demandarem conhecimentos básicos das quatro


operações. Para resolver à expressão exposta como exemplo, precisamos ter em mente alguns
conceitos do ensino fundamental.

Os elementos parênteses, colchetes e chaves devem ser resolvidos nessa ordem,


obrigatoriamente.

As operações também têm ordem certa para serem resolvidas. Multiplicações e divisões
têm precedência sobre somas e subtrações.

Ordem de resolução

Elementos () [] {}
Operações x÷ +-
Professor, não sei se entendi bem. Entendi que primeiro se resolve o que estiver entre
parênteses, depois entre colchetes e, finalmente, entre chaves. Mas como fica a prioridade
entre uma multiplicação e uma divisão, quem tem precedência? E entre soma e subtração?

Excelente pergunta.

Pois bem, se não houver operador algum para ditar a ordem, deve-se resolver a
operação que aparecer primeiro na ordem de escrita, ou seja, da esquerda para a direita. Isso
vale tanto para multiplicações e divisões quanto para somas e subtrações.

Para prioridades, consideraremos as potências e raízes semelhantes à multiplicação!

Como fica, então, a resolução da expressão algébrica anterior? Fácil, veja:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 14


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}

Primeiro os parênteses, claro.

4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}

4{25 − [50 − 14 ÷ 2.7]}

Agora, os colchetes. Mas vá com calma! Perceba que há tanto uma divisão quanto uma
multiplicação a fazer. Qual deles faremos primeiro? Isso, a divisão, pois ela aparece à
esquerda, na ordem de escrita.

4{25 − [50 − 14 ÷ 2.7]}

4{25 − [50 − 7.7]}

Os colchetes ainda não foram resolvidos, então continuamos nele.

4{25 − [50 − 49]}

4{25 − 1}

Finalmente, as chaves.

4{25 − 1}

4.24

96

Atualmente, a escrita mais comum para a expressão que acabamos de resolver é

14 14
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]} = 4 {25 − [50 − 7]} = 4 (25 − (50 − 7))
(8 − 6) (8 − 6)

Essa escrita acaba por eliminar boa parte das dúvidas sobre precedência por ser uma
escrita mais intuitiva. No entanto, atenção é sempre necessária.

2.2. Expressões algébricas


As expressões algébricas têm uma característica marcante: a presença de incógnitas;
letras simbolizando números desconhecidos, incógnitos, daí o nome.

Atenção, todas as expressões algébricas apresentam incógnitas, porém nem tudo o que
apresenta incógnitas é expressão algébrica.

Existem vários tipos de expressões algébricas. Temos as de primeiro grau, de segundo


grau, racionais, trigonométricas, para citar somente algumas.

As expressões algébricas estão sujeitas à modificação na escrita, fatoração,


simplificação, expansão. O que não conseguimos é encontrar o valor da incógnita, pois, para
isso, necessitaríamos de uma equação.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 15


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Veja um exemplo de questão que deixa explícita a transformação de uma expressão:

Aplicação

1. (ESPM/2018)

O valor numérico da expressão


𝒙 𝟑 − 𝒚𝟑
𝒙𝟑 + 𝒙𝟐 𝒚 + 𝒙𝒚𝟐
Para 𝒙 = 𝟎, 𝟖 e 𝒚 = 𝟎, 𝟑 é igual a:

a) 𝟎, 𝟑𝟐𝟓

b) 𝟎, 𝟏𝟐𝟓

c) 𝟎, 𝟒𝟏𝟓

d) 𝟎, 𝟔𝟐𝟓

e) 𝟎, 𝟐𝟕𝟓

Comentários:
Muito bem. Perceba que o exercício informa uma expressão algébrica e os valores a serem
substituídos em 𝑥 e 𝑦. Não temos aqui que interpretar um problema, achar raízes de equações
ou descrever funções. Basta-nos transformar a expressão de algébrica para aritmética, ou seja,
reescrever a expressão, para chegar à resposta do exercício. Acompanhe.
𝑥3 − 𝑦3
𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2
Como precisamos dos valores 𝑥 = 0,8 e 𝑦 = 0,3, façamos a substituição direta:
0,8 3 − 0,33
0,83 + 0,82 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,32

08 ⋅ 08 ⋅ 08 − 0,3 ⋅ 0,3 ⋅ 0,3


08 ⋅ 08 ⋅ 08 + 08 ⋅ 08 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,3 ⋅ 0,3

0,512 − 0,027
0,512 + 0,64 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,09

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 16


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

0,485
0,512 + 0,192 + 0,072

0,485
= 0,625
0,776
Nesse tipo de questão, onde precisamos substituir os valores diretamente, precisamos estar
cientes de que se trata de uma expressão cujo valor será calculado e, além disso, ter alguma
habilidade com as operações fundamentais: soma, subtração, multiplicação e divisão.

Gabarito: d)

A questão pediu exatamente para transformar uma expressão por meio de outra. Um
caso de substituição.

Poderíamos, alternativamente, ter os casos de fatoração ou de expansão, que veremos


no próximo tópico.

2.2.1 Expressões algébricas de segundo grau


São expressões do tipo

𝑎𝑥 2 − 𝑏𝑥 + 𝑐

Onde a, b e c representam coeficientes numéricos e x, a incógnita.

Atenção, nem toda letra é incógnita. Nesse exemplo, estamos considerando apenas o x
como incógnita, ok? Os coeficientes variarão de exercício para exercício e x está
representando a incógnita do problema. Alternativamente você pode usar qualquer letra para
coeficientes e para incógnitas. No entanto, é comum usarmos as letras iniciais do alfabeto para
coeficientes e as finais para incógnitas, todas em minúsculo.

Um exemplo é a expressão já utilizada anteriormente

𝑥 2 − 2𝑥 + 1

E o que podemos fazer com essa expressão? Bem, uma opção é fatorá-la. Às vezes
isso facilita bastante nossa vida nas resoluções.

2.2.2. Fatoração e desenvolvimento


Fatorar significa transformar em fatores, “partes” de uma multiplicação cujo resultado é o
produto. Ao se multiplicar 4 por 3, obtém-se 12. O 4 e o 3 são os fatores e o 12, o produto.

4 . 3 = 12

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 17


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Fator 1 Fator 2 Produto

Do mesmo modo que podemos fatorar um número, que sozinho é uma expressão
aritmética, podemos também fatorar uma expressão algébrica. As técnicas para a fatoração
são distintas, mas ambas são fatorações.

Para isso, ambas as expressões devem, obviamente, ser equivalentes, uma seja escrita
na forma expandida e a outra, na forma fatorada.

Os produtos notáveis são excelentes exemplos disso, pois são produtos, resultado de
multiplicações.

Fatorações nos serão muito úteis durante nosso curso. Os desenvolvimentos destas e
de algumas outras estão no capítulo “Fórmulas, demonstrações se comentários”, não deixe de
passar por lá, ok?

Por enquanto, eis algumas das mais frequentes.

𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2

𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2

𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏)

𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )

𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3

𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)3

Importante ressaltar que a fatoração transforma uma expressão expandida em uma


fatorada, enquanto os produtos notáveis se dão no sentido oposto: estão expandindo,
desenvolvendo, uma expressão algébrica. Em que pese, as fórmulas são exatamente as
mesmas.

Fatoração

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 18


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝒂 + 𝒃)𝟐

Agora já podemos fatorar nossa expressão de exemplo:

𝑥 2 − 2𝑥 + 1

Verificamos se tratar do caso de diferença de dois quadrados e explicitamos os


coeficientes a, b e c constantes de nossa fórmula:

𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2

𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12

E usamos nossa fórmula no sentido da fatoração:

𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12 = (𝑥 − 1)2

Aplicação

2. (IFSC/2018)
Considere 𝒙 o resultado da operação 𝟓𝟐𝟓𝟐 − 𝟓𝟐𝟑𝟐 .

Assinale a alternativa CORRETA, que representa a soma dos algarismos de 𝒙.

a) 𝟏𝟖

b) 𝟏𝟑

c) 𝟎𝟐

d) 𝟏𝟕

e) 𝟎𝟒

Comentários:
Aqui temos dois caminhos interessantes a seguir. Um mais trabalhoso (fazer a conta
diretamente) e outro mais tranquilo (utilizar fatoração).
Resolvamos de ambas as formas para que você tenha amplitude de conhecimento e,
consequentemente, possa definir sua preferência na hora da prova.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 19


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Primeiro, façamos pelo método direto: fazer os cálculos diretamente.


5252 − 5232
275 625 − 273 529
2096
Mas professor, foram só três linhas para chegar ao resultado! Tem maneira mais fácil que
essa?
Pois é, tem sim. Na verdade, aqui não está a operação de multiplicação propriamente dita, que
foi necessária para calcular os quadrados. Essa é justamente a parte mais trabalhosa.
No intuito de evitarmos esse trabalho, podemos utilizar nossos conhecimentos sobre fatoração.
Perceba que a questão traz, diretamente, a diferença entre dois quadrados.
Oras, diferença entre dois quadrados é um dos produtos notáveis, lembra?
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)
Reescrevendo com os dados do exercício, temos:
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)
5252 − 5232 = (525 + 523)(525 − 523)
5252 − 5232 = 1048.2
5252 − 5232 = 2096
Mesmo que tenhamos escrito um pouquinho mais, usando o produto notável conseguimos
reduzir consideravelmente a complexidade dos cálculos, diminuindo bastante o tempo na
resolução da questão.
Mas professor, não há resposta com esse valor!
Calma, não acabamos ainda. É extremamente importante estarmos cientes do que estamos
calculando. Veja que o enunciado pede a SOMA dos algarismos e não o resultado diretamente.
Sendo assim, a soma solicitada é dada por:
2096 → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 2 + 0 + 9 + 6 = 17
Portanto, alternativa d) para essa questão.
Ressalto que não há um jeito “mais certo” que outro. O melhor jeito mesmo é o que você
consegue enxergar na hora da prova e executar corretamente.
O que acontece é que, com experiência em resolução de exercícios e conhecimento teórico
adequado, você acabará por ter suas preferências de resolução, otimizando seus resultados.

Gabarito: d)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 20


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

3. Equações

O termo igual vem do latim aequus, que deu origem ao verbo aequo, e significa,
literalmente, plano, nivelado, pareado. Ao adicionarmos o sufixo allis ao verbo, chegamos a
aequalis que, por fim, nos traz a ideia de igualar, colocar em mesmo patamar, equiparar.

As equações, de forma geral, carregam uma pergunta: quais são os valores para uma
certa incógnita que satisfazem uma condição pré-determinada?

Como visto na introdução, consideraremos aqui equação como igualdade envolvendo


expressão algébrica.

A princípio, estudaremos as equações de primeiro grau, de segundo


grau e modulares. Existem muitos outros tipos de equações, como as
equações logarítmicas, exponenciais e trigonométricas, e estas serão
estudados dentro de seus tópicos específicos.

Na verdade, é improvável que você faça uma prova de vestibular


sem o auxílio de expressões, equações ou funções. Esse conteúdo inicial é
vital para seu entendimento de todos os outros tópicos que veremos no
curso, portanto, dedique-se a ele com carinho.

3.1. Equações de primeiro grau


Uma equação do primeiro grau é algo do tipo:

𝑎𝑥 + 𝑏 = 0

Onde a incógnita é representada pela letra 𝑥 e os coeficientes 𝑎 e 𝑏 variam de equação


pra equação. Podemos representar as incógnitas e os coeficientes por quaisquer letras, como
já vimos, mas daremos preferência ao modelo padrão apresentado.

Para resolver uma equação de primeiro grau, tenhamos em mente uma balança de
pratos, ou uma gangorra, se preferir, onde cada lado representa um membro da equação.

2𝑥 − 6 8

O equilíbrio da estrutura, representado pela horizontalidade da barra, é representado


pelo sinal de igual. Assim,

2𝑥 − 6 = 8

é a representação matemática do equilíbrio.

Muito bem, o que aconteceria a esse equilíbrio se adicionássemos, digamos, 6 unidades


ao lado esquerdo?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 21


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

2𝑥 − 6 + 6

É evidente que essa adição desequilibraria a estrutura. O lado adicionado seria maior
que o lado não adicionado.

Então, o que podemos fazer para restaurar o equilíbrio sem ter que retirar o que
somamos?

Isso mesmo, adicionamos quantidade igual ao outro lado também!

2𝑥 − 6 + 6 8+6

Se a equação

2𝑥 − 6 = 8

representava o equilíbrio original, podemos pensar nas operações que fizemos como:

2𝑥 − 6 + 6 = 8 + 6

Não é costume escrevermos dessa forma nas resoluções, normalmente suprimimos a


expressão

−6 + 6

e deixamos apenas

2𝑥 = 8 + 6

Isso dá a nítida impressão que o 6 “pulou” para o segundo membro da equação, o que
não é verdade. Quando fazemos essa operação, de mudar alguém de lado, estamos, na
verdade, realizando a mesma operação em ambos os lados da equação.

Dessa forma, acompanhemos o processo até o final para descobrirmos o valor da


incógnita x.

2𝑥 − 6 = 8

2𝑥 = 8 + 6

2𝑥 = 14

Dividindo ambos os lados por 2:

2𝑥 14
=
2 2

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 22


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝑥=7

Assim, dizemos que a solução, ou conjunto solução, da equação

2𝑥 − 6 = 8

𝑆 = {7}

Toda operação aqui é feita em pares. Aplicou em um membro da equação, aplica no


outro. Não há exceções. Podemos usar uma gama imensa de operações: adição, subtração,
multiplicação, divisão, potenciação, radiciação, logaritmos, integrais, derivadas, para citar
somente algumas.

Uma vez chegando no resultado, podemos testar sua validade, substituindo-o no lugar
da variável na equação que lhe deu origem, veja

2𝑥 − 6 = 8

𝑆 = {7}

2.7 − 6 = 8

14 − 6 = 8

8 = 8 → (𝑉)

Chegamos a uma igualdade válida, isso quer dizer que nossa solução está correta e que
7 é realmente solução de 2𝑥 − 6 = 8.

A ideia é extremamente simples, mas não a menospreze. Saiba que, ao resolvermos


exercícios, não escrevemos todos os passos como acima. No entanto, é vital que você entenda
o processo de resolução de equações, pois nós o utilizaremos durante todo o curso e você,
durante toda a sua carreira em exatas.

Aplicação

3. Questão Estratégia Vestibulares – 4000149022

Roberto utiliza metade de seu salário para pagar o aluguel, um quarto para as contas da
casa e um quinto para mantimentos, sobrando, ao final, 𝑅$500,00 para reserva e

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 23


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

investimento.
Chamando 𝑆 o salário de Roberto, a equação que melhor descreve a situação narrada é:
𝟏 𝟏 𝟏
𝒂) + + + 𝟑𝟎𝟎
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒃) + + = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒄) + + + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) ⋅ 𝑺 + + + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒆) ( + + ) ⋅ 𝑺 + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
Comentários:
Vamos escrever expressões para cada parte do texto e, ao final, juntá-las em uma equação.
Como o próprio texto indicou, chamaremos o salário de Roberto de 𝑆. Dessa forma, temos:
“Roberto utiliza metade de seu salário para pagar o aluguel...”
1
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 = ⋅𝑆
2
“...um quarto para as contas da casa...”
Perceba aqui que temos duas elipses (figuras de linguagem), que suprimem partes importantes
do texto nesse contexto. Apesar de suprimidas, precisamos entendê-las e colocá-las tanto na
expressão correspondente à parcela quanto na equação final.
Se fossemos escrever a frase com todos os termos, teríamos algo como:
“...um quarto do salário para pagar as contas da casa...”
Assim, nossa expressão equivalente a esse trecho fica:
1
𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎 = ⋅𝑆
2
Aqui, se escrevêssemos apenas a fração meio, estaríamos dizendo que as contas da casa
equivaleriam a meio real, ou seja, a R$0,50, o que não condiz com a situação narrada.
Continuemos.
“...um quinto para mantimentos...”
Mesmo caso da expressão anterior, elipses... A expressão equivalente será:
1
𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = ⋅𝑆
5
“...sobrando, ao final, 𝑅$500,00 para reserva e investimento...”
𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 300

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 24


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Assim, podemos montar nossa equação representando tudo o que é possível fazer com o
salário de Roberto, veja:
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎 + 𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5
Já temos nossa equação, no entanto, não temos exatamente essa escrita dentre as
alternativas. Assim, vamos colocar o salário de Roberto 𝑆 em evidência para chegarmos mais
próximos de alguma alternativa.
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ( + + ) ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5

Gabarito: e)

4. Questão Estratégia Vestibulares – 4000145257


Sendo 𝒙 a raiz da equação

𝟐𝒙 + 𝟏𝟎 = 𝟏𝟔,

O valor da expressão 𝟏𝟎𝒙 é

𝒂) 𝟑

𝐛) 𝟓

𝐜) 𝟏𝟎

𝐝) 𝟐𝟎

𝐞) 𝟑𝟎
Comentários:
De início, vamos calcular a raiz da equação.
2𝑥 + 10 = 16
2𝑥 = 16 − 10
2𝑥 = 6
2𝑥 6
=
2 2
𝑥=3
Como o enunciado solicita o valor de 10𝑥, temos
10𝑥 = 10 ⋅ 3 = 30
Assim, temos nosso gabarito na alternativa e).

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 25


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Outra maneira de resolvermos a situação é induzirmos a expressão 10𝑥 no primeiro membro


da equação, sem resolvê-la propriamente, veja:
2𝑥 + 10 = 16
2𝑥 = 16 − 10
2𝑥 = 6
Nesse ponto, em vez de isolarmos o 𝑥, podemos multiplicar ambos os membros da equação
para produzir, diretamente, o valor da expressão 10𝑥 que procuramos, acompanhe.
2𝑥 = 6
5 ⋅ 2𝑥 = 6 ⋅ 5
10𝑥 = 30
De todo modo, o gabarito é o mesmo.

Gabarito: e)

3.2. Equações do segundo grau


Equações do segundo grau têm a seguinte forma:

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0

Há várias maneiras de encontrarmos as soluções desse tipo de equação, mas antes


precisamos notar alguns detalhes.

As equações do segundo grau podem ser incompletas ou completas.

O que as diferencia é a presença ou não de todos os termos:

Termo de segundo grau 𝑎𝑥 2

Termo de primeiro grau 𝑏𝑥

Termo independente 𝑐

Para que a equação seja de segundo grau, não pode faltar o termo quadrático, ou não
teríamos uma equação do segundo grau.

Entretanto, é plenamente possível termos equações do segundo grau sem os termos do


primeiro grau ou independente.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 26


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Completa 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Equação do
segundo grau Falta termo do 1º grau 𝑎𝑥 2 + 𝑐 = 0

Incompleta
Falta termo 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 = 0
independente

Para equações do segundo grau, podemos aplicar o mesmo método de resolução que
aplicamos para as equações do primeiro grau. No entanto, para que possamos aplicar a
técnica diretamente, equação do segundo grau deve estar incompleta.

Veja como é simples.

3.2.1. Equações do segundo grau da forma ax2 + c = 0


A equação do segundo grau

3𝑥 2 + 4 = 79

está incompleta, pois o coeficiente do termo de primeiro grau é zero, 𝑏 = 0.

Para resolvê-la, basta aplicar os princípios que aprendemos para as equações de


primeiro grau:

3𝑥 2 + 4 = 79

3𝑥 2 + 4 − 4 = 79 − 4

3𝑥 2 = 75

3𝑥 2 75
=
3 3
𝑥 2 = 25

√𝑥 2 = √25

|𝑥| = 5

𝑥 = ±5

Professor, por que esse módulo apareceu ali?

Daremos mais ênfase nos módulos em capítulo específico. Por enquanto, basta saber
que √𝑥 2 não é 𝑥 e sim |𝑥|. Voltaremos nesse assinto com mais profundidade no decorrer do
curso, ok?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 27


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

√25 = 5

Não é ±5, não é +5 e −5, não é +5 ou −5.

É 5.

Ou +5 se quiser.

A raiz de um número é única e, para o caso de números positivos, a raiz é somente


positiva.

É muito comum a confusão, pois, ao economizar alguns passos nas resoluções,


acabamos por escrever

𝑥 2 = 25

𝑥 = ±√25

𝑥 = ±5

E o pior: essa notação está correta!

Então, professor, por que raios a raiz de 25 não é ±5?

Calma. A notação está correta, mas são coisas diferentes. A a resposta apresentada
não é para a pergunta “Qual a raiz de 25?” e sim para “Qual número, elevado ao quadrado,
resulta em 25?”.

Percebeu a diferença?

A equação

𝑥 2 = 25

como aprendemos no início da aula, é uma pergunta e

𝑥 = ±5

É a resposta para a pergunta dessa equação, “Qual número, elevado ao quadrado,


resulta em 25?”, e não para “Qual a raiz de 25?”.

Somente avance quando essa informação estiver bem clara para você.

Agora é um bom momento para notarmos que as equações de primeiro grau


apresentam apenas uma resposta, enquanto as de segundo grau podem ter até duas
respostas reais distintas.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 28


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

3.2.2. Equações do segundo grau da forma ax2 + bx = 0


Vejamos o caso das equações incompletas, mas com a ausência do termo
independente, feito em

2𝑥 2 − 10𝑥 = 0

Aqui também se aplica o método das equações de primeiro grau, mas há um passo
precedente importante: fatorar a expressão do primeiro membro colocando o x em evidência.

2𝑥 2 − 10𝑥 = 0

𝑥(2𝑥 − 10) = 0

Precisamos desse passo para fazer a seguinte análise: como há uma multiplicação de
dois fatores e o produto é zero, um dos fatores, obrigatoriamente, deve ser zero.

Assim podemos dividir nossos cálculos em duas partes

𝑥=0 (2𝑥 − 10) = 0

𝑥=0 2𝑥 = 10

𝑥=0 𝑥=5

Temos, então:

2𝑥 2 − 10𝑥 = 0

𝑆 = {0; 5}

Ou seja, se colocarmos tanto o zero quanto o cinco na equação de origem, chegaremos


a uma igualdade verdadeira. Vamos testar?

Teste para 𝑥 = 0 Teste para 𝑥 = 5

2. 02 − 10.0 = 0 2. 52 − 10.5 = 0

0+0=0 2.25 − 50 = 0

0 = 0 → (𝑉) 50 − 50 = 0

0 = 0 → (𝑉)

Como ambas as igualdades são verdadeiras, ambas as respostas satisfazem à equação


proposta e são válidas.

3.2.3. Equações do segundo grau completas (ax2 + bx + c = 0)

Você pode estar pensando: por que será que não podemos aplicar diretamente o
método das equações de primeiro grau nas de segundo?

A resposta é simples: podemos, mas não devemos se queremos ganhar tempo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 29


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Ao aplicar o método em questão nas equações de segundo grau

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0

concluímos que suas duas respostas possíveis 𝑥 ′ e 𝑥 ′′ , são dadas por

−𝑏 + √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥′ =
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 2𝑎
𝑥= =
2𝑎 −𝑏 − √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
′′
{𝑥 = 2𝑎
Conhecida, no Brasil, como fórmula de Bhaskara, apesar de não ter sido este seu
criador.

Alguns livros didáticos trazem uma notação alternativa

∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐

−𝑏 + √∆
−𝑏 ± √∆ 𝑥′ =
𝑥= = 2𝑎
2𝑎 −𝑏 − √∆
𝑥 ′′ =
{ 2𝑎

As duas são idênticas em termos de significado, a segunda versão apenas isola o termo
argumento da raiz quadrada e o nomeia discriminante, representado pela letra grega delta.
Anote-a, pois usaremos essa separação para algumas análises futuras importantes.

Assim, a fórmula de Bhaskara é o resultado da aplicação prévia do método que


utilizamos nas equações de primeiro grau.

Outra opção para resolvermos equações do segundo grau se dá pelas Relações de


Girard. No entanto, veremos esse conteúdo e detalhes quando estudarmos polinômios.

Já sobre a fórmula de Bhaskara, a conversa é outra.

Vamos aplicá-la em uma resolução e verificar sua efetividade?

Dada a equação 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0, perceba que já não conseguimos fatorá-la como um


trinômio quadrado perfeito, como fizemos anteriormente. Sendo assim, a fórmula de Bhaskara
ajuda bastante.

∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1

5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Nossa solução, então, é

𝑆 = {3; 2}

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 30


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Você deve ter notado que, na fórmula de Bhaskara, há uma raiz quadrada.

Bem, para que raízes quadradas existam nos números reais, ela precisa ser não
negativa, ou seja, pode ser nula ou positiva.

E o que acontece se o discriminante (∆), que é o argumento da raiz quadrada, for


negativo? Pode isso?

Pode, mas, nesse caso, não existirão raízes reais para a equação. Mais à frente no
curso você verá que existirão raízes complexas, que vêm aos pares, mas isso é conversa para
aula específica.

Por enquanto, dizemos apenas que não existem raízes reais que satisfaçam às
condições da equação, ou somente que não há raízes reais para a equação.

Vejamos na prática.

Aplicação

5. (Fuvest/2008)
A soma dos valores de 𝒎 para os quais 𝒙 = 𝟏 é raiz da equação

𝒙𝟐 + (𝟏 + 𝟓𝒎 − 𝟑𝒎𝟐 )𝒙 + (𝒎𝟐 + 𝟏) = 𝟎

é igual a
𝒂) 𝟓⁄𝟐

𝒃) 𝟑⁄𝟐

𝒄) 𝟎
𝒅) − 𝟑⁄𝟐

𝒆) − 𝟓⁄𝟐

Comentários:
Os pontos importantíssimos que não podemos deixar passar antes de iniciar a resolução:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 31


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1) Temos uma equação do segundo grau na incógnita 𝑥 com coeficientes:


𝑎=1
𝑏 = (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )
𝑐 = (𝑚2 + 1)
2) O exercício já forneceu o valor para a incógnita 𝑥, não precisamos calculá-la!
3) O exercício colocou uma condição e, por meio dessa condição, calcularemos o valor de 𝑚.
Dessa forma, mesmo 𝑚 não sendo a incógnita da equação quadrática em 𝑥, ao substituirmos o
valor 𝑥 = 1 na equação, teremos uma nova equação cuja incógnita passará a ser 𝑚.
Sei que parece um pouco confuso no início, mas é importante que façamos essas observações
desde o início do nosso curso para que você fique cada vez mais ciente do que se passa nas
resoluções, caso contrário você se limitaria a memorizar processos e, na matemática, o
entendimento holístico do processo é primordial.
Para ficar mais claro, sigamos passo a passo as orientações do enunciado.
Comando: 𝑥 = 1 é raiz da equação
Desenvolvimento do comando:
𝑥 2 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )𝑥 + (𝑚2 + 1) = 0
12 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 ). 1 + (𝑚2 + 1) = 0
1 + 1 + 5𝑚 − 3𝑚2 + 𝑚2 + 1 = 0
Agrupando os termos semelhantes:
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
Perceba que, aqui, temos uma nova equação cuja incógnita é justamente 𝑚 e cujos
coeficientes não são iguais aos da equação original, fique de olho!
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Voltemos ao enunciado.
Comando: A soma dos valores de 𝑚.
Desenvolvimento do comando:
Aqui temos duas possibilidades: Podemos calcular os valores de 𝑚 e soma-los ou podemos
usar as relações de Girard. Essas relações serão demonstradas mais à frente nessa mesma
aula, então não se preocupe muito com isso agora. Em uma segunda leitura da aula você já
terá condições plenas de utilizá-las na resolução, ok?
Calculando os possíveis valores de 𝑚 com a fórmula de Bhaskara

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 32


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

∆= (5)2 − 4. (−2). 3 = 25 + 24 = 49
−5 + 7 2 1
−5 ± √49 −5 ± 7 𝑥′ = = → 𝑥′ = −
𝑥= = ={ −4 −4 2
2. (−2) −4 −5 − 7 −12
𝑥 ′′ = = → 𝑥 ′′ = 3
−4 −4
Lembrando que estamos calculando a soma dos valores de 𝑚, então:
1
𝑆 =− +3
2
Para soma de Frações, MMC. Não se lembra disso? Sem problema, revisaremos esse
conteúdo mais à frente também. Por ora, concentremo-nos no problema.
1
𝑆 =− +3
2
−1 + 6
𝑆=
2
5
𝑆=
2
O que nos leva à alternativa a) como nosso gabarito.
Professor, e como seria a resolução usando as relações de Girard?
Simples, olhando para a equação
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
E definindo os coeficientes
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Uma das relações de Girard nos diz que a soma das raízes é dada por
−𝑏 −5 5
𝑆= = =
𝑎 −2 2
Por enquanto, essa resolução usando as relações de Girard está figurando apenas como
curiosidade. Lá na aula sobre polinômios, veremos essas relações em detalhes, não fique
assustado, combinado?

Gabarito: a)

4. Inequações

Inequações, também chamadas de desigualdades, são informações acerca de duas


expressões que não são, necessariamente, iguais; podem trazer as relações de maior que,
maior ou igual a, menor que, menor ou igual a.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 33


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Vejamos a simbologia matemática usada para expressar essas informações:

𝑎 > 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑏

𝑎 ≥ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏

𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑏

𝑎 ≤ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏

Cuidado para não confundir os conceitos. Embora alguns autores considerem a


diferença como uma inequação, vamos diferenciar esses conceitos a partir de agora.

A afirmação 𝑎 é diferente de 𝑏 é simbolizada matematicamente por:

𝑎≠𝑏

E, além disso, utilizamos a palavra diferença, também com sentido de subtração. Assim,
a diferença entre 𝑎 e 𝑏 é notada como

𝑎−𝑏

É muito comum necessitarmos das desigualdades envolvendo expressões e é


exatamente esse nosso próximo tópico de estudos.

Aplicação

6. Questão Estratégia Vestibulares – 4000189201

Classifique em certo (C) ou errado (E) a afirmação: 1 ≥ 1

Comentários:
A leitura da inequação proposta é: um é maior ou igual a um.
Perceba que estamos falando em duas afirmações ligadas pelo conectivo OU: um é maior que
um OU um é igual a um.
A primeira parte é falsa, pois um não é maior que um.
A segunda parte é verdadeira, pois um é igual a um.
Quando ligamos duas afirmativas pelo OU, podemos considerar todo o conjunto como
verdadeiro se pelo menos uma delas é verdadeira.
Como a segunda parte é verdadeira, a afirmativa comosta 1 ≥ 1 também é verdadeira.
Portanto, 1 ≥ 1 é classificado como certa (C).

Gabarito: C

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 34


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

7. Questão Estratégia Vestibulares – 4000189199

Classifique em certo (C) ou errado (E) a afirmação: −5 ≤ −2

Comentários:
Caso semelhante ao da questão anterior, pois temos duas afirmativas ligadas pelo OU
novamente: -5 é menor que -2 (Verdadeira, pois -5 está à esquerda de -2 na reta dos números
Reais) OU -5 é igual a -2 (Falsa, pois -5 não é o mesmo que -2).
Como temos pelo menos uma delas como verdadeira, a afirmativa composta é, também,
verdadeira.

Gabarito: C

Note que, nos dois exercícios, e em muitos dos casos de inequações envolvendo ≤ ou ≥,
teremos apenas uma das afirmativas como verdadeira, o que implica a validade de toda a
inequação, ok?

Agora, vamos inserir incógnitas...

4.1. Inequação do primeiro grau


Quando temos desigualdades que podem ser reduzidas a

𝑓(𝑥) > 0

𝑓(𝑥) < 0

𝑓(𝑥) ≥ 0

𝑓(𝑥) ≤ 0

onde 𝑓(𝑥) é, necessariamente, uma função do primeiro grau, temos uma inequação do
primeiro grau.

Para resolvê-las, na maioria dos casos, basta seguir a premissa de realizar as


operações em ambos os membros, como vimos nas equações.

Vejamos um exemplo.

6𝑥 + 5 > 8

6𝑥 > 8 − 5

6𝑥 > 3

6𝑥 3
>
6 6

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 35


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1
𝑥>
2
Sem novidades.

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em uma prova.

Aplicação

8. (PUC-RJ/2017)
Assinale a menor solução inteira da inequação 𝟒𝒙 − 𝟏𝟎 > 𝟐.

a) 2

b) 3
c) 4

d) 12

e) 60

Comentários:
O exercício é simples, mas necessário para consolidar o conhecimento.
Apliquemos os conceitos vistos para a resolução da inequação.
4𝑥 − 10 > 2
4𝑥 > 2 + 10
4𝑥 > 12
12
𝑥>
4
𝑥>3
Muito cuidado aqui para não assinalar a alternativa b). Nossos valores para 𝑥 devem ser
maiores que 3, não podem ser iguais a 3.
Vejamos como fica a representação de nossa resposta na reta dos reais.

Perceba que qualquer número maior que 3 já está incluso, por exemplo, 3,000000000001. No

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 36


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

entanto, o próprio 3 não está.


Assim, o menor inteiro que satisfaz a condição solicitada pelo exercício é, naturalmente, 4.

Gabarito: c)

4.1.1. Casos de inversão da inequação

Vimos que podemos fazer algo semelhante ao que fazíamos nas equações: a mesma
operação nos dos membros da inequação.

Mas será que isso vale sempre?

Vejamos um caso interessante:

−5𝑥 > 12 + 𝑥

−5𝑥 − 𝑥 > 12

−6𝑥 > 12

−6𝑥 > 12

−6𝑥 12
<
−6 −6
𝑥 < −2

Professor, o que aconteceu ali com o sinal de > ? Por que ele virou < ?

Essa é uma peculiaridade das inequações ela e é muito importante.

Vejamos o motivo de isso acontecer.

Acompanhe o raciocino: quem está em situação mais favorável, ou menos desvantajosa


financeiramente; quem tem sobra de 𝑅$100,00 na conta poupança ou quem tem 𝑅$100.000,00?

Se o fator for somente o saldo, é óbvio que quem tem 𝑅$100 000,00 está em situação
mais favorável.

Invertamos as coisas agora. Quem está em situação mais favorável, ou menos


desvantajosa financeiramente; quem tem deve 𝑅$100,00 no cheque especial ou quem deve
𝑅$100.000,00?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 37


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Imagino que você tenha respondido: quem deve 𝑅$100.000,00.

Essa relação de maior e menor é graças à reta dos números reais que ordena os
números da esquerda para a direita e nos diz, diretamente, que quem está à esquerda é
sempre menor do que quem está à direita. É por isso que colocamos uma setinha na ponta da
reta. Não, não se deve colocar a setinha em ambas as pontas!

Veja.

É por isso que podemos dizer, entre tantas outras possibilidades de comparação, que

100 000 é maior que 100 100 000 está à direita de 100

0 é maior que -100 0 está à direita de -100

-100 é maior que -100 000 -100 está à direita de -100 000

Quando falamos que

−6𝑥 > 12

estamos informando que −6𝑥 é maior que ou igual a 12, ou seja, está acima, é maior, ou
está à direita de 12.

Do mesmo modo que a comparação entre 100 e 100.000 é invertida quando falamos em
ambos negativos (−100 e −100.000), ao trocarmos os sinais para −6𝑥 e de 12, precisamos
inverter a relação de desigualdade.

E onde foi que invertemos isso? Você pode se perguntar.

Foi quando dividimos ambos os lados por −6. À parte da relação numérica, quando
dividimos ou multiplicamos por um número negativo, alteramos o sinal do resultado de forma a
inverter a desigualdade.

Foi o que aconteceu.

Há uma alternativa para o caso, que é não se utilizar de multiplicações ou divisões por
negativos.

−5𝑥 > 12 + 𝑥

−5𝑥 − 𝑥 > 12 + 𝑥 − 𝑥

−5𝑥 − 𝑥 > 12

−6𝑥 > 12

−6𝑥 + 6𝑥 − 12 > 12 + 6𝑥 − 12

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 38


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

−12 > 6𝑥

−12 6𝑥
>
6 6
−2 > 𝑥

Não precisamos inverter o sinal e chegamos à uma desigualdade equivalente, pois

𝑥 < −2

−2 > 𝑥

são equivalentes, informando que 𝑥 está à esquerda ou em cima de −2 na primeira ou


que −2 está à direita ou em cima de 𝑥 na segunda.

Em todo caso, a informação é

E quanto, afinal, vale o 𝑥? Pois bem, não sei.

Só sabemos que ele está à esquerda de −2, ou seja, é menor que −2.

Graficamente, representamos os possíveis valores de 𝑥 hachurando a reta dos reais na


região da possibilidade demarcada pela inequação. Valores inclusos pelo sinal de igual na
inequação são representados por uma bolinha preenchida, enquanto os valores excluídos pela
ausência do sinal de igual, por uma bolinha não preenchida.

Mais um exemplo peculiar.

1 1
<
𝑥 5
Nesse exemplo, trabalhamos com o inverso de um número, também chamado de oposto
multiplicativo, ou ainda, de inverso multiplicativo.

Se temos qualquer número real 𝑎, o seu inverso é 1/𝑎. Assim, o inverso de 5 é 1/5, o
inverso de 8 é 1/8 e assim por diante.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 39


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Bem, podemos pensar que, já que podemos fazer a mesma operação em ambos os
membros da desigualdade, podemos apenas inverter os membros e a nossa inequação fica
resolvida.

Bem, essa operação de inversão é válida, diretamente, nas equações, desde que o
denominador de cada uma das expressões não seja nulo.

Assim, se tivéssemos

1 1
=
𝑥 5
poderíamos escrever, diretamente, o inverso de cada membro da equação:

𝑥=5

No entanto, há uma particularidade nessa operação quando estamos tratando de


inequações, veja.

Partamos de uma inequação reconhecidamente verdadeira:

2<3

Não há dúvidas de que 2 é menor que 3, então, podemos usar essa inequação como
ponto de partida para nosso raciocínio.

Vamos, então, inverter ambos os membros e ver a que chegamos:

1 1
2 3
Preencha a lacuna entre as frações com um sinal de maior ou de menor.

1 1
>
2 3
Se pensarmos em comida, ao dividirmos uma pizza para 2 pessoas, cada uma come
mais do que se dividíssemos a mesma pizza para 3 pessoas, não é mesmo?

Então, ao fazermos a passagem de inversão em ambos os membros de uma inequação,


o sinal de desigualdade é invetido, do mesmo modo que vimos quando dividimos ou
multiplicamos ambos os membros por um número negativo.

Assim, temos:

2<3

1 1
>
2 3
Apliquemos, então, esse mesmo raciocínio para resolver nosso exemplo proposto há
pouco:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 40


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1 1
<
𝑥 5
𝑥>5

Ao multiplicar ou dividir ambos os membros de uma inequação, inverta a desigualdade.

Ao inverter ambos os membros de uma inequação, inverta a desigualdade.

4.2. Inequação simultânea


Podemos, alternativamente, utilizar duas inequações simultâneas para simbolizar um
intervalo.

As inequações

𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
A presença dessa chave indica um sistema. Por enquanto, guaredemos que a chave
indica que ambas as inequações devem valer simultaneamente. Veremos mais sobre sistemas
nas aulas futuras.

Desse modo, temos, em conjunto, todos os números reais entre 2 e 10, excluindo-se o 2
e incluindo-se o 10.

Podemos representar essa situação das seguintes formas:

Com apenas uma inequação:

𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
é o mesmo que

2 < 𝑥 ≤ 10

ou, ainda, graficamente

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 41


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Além da representação, podemos, também, resolver inequações simultâneas


algebricamente, acompanhe:

3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
3𝑥 − 1 𝑥+1
9∙ ≤ 9 ∙ (2 + 𝑥) < 9 ∙
9 3
3𝑥 − 1 ≤ 18 + 9𝑥 < 3(𝑥 + 1)

3𝑥 − 1 − 3𝑥 ≤ 18 + 9𝑥 − 3𝑥 < 3𝑥 + 3 − 3𝑥

−1 < 18 + 6𝑥 < 3

−1 − 18 ≤ 18 + 6𝑥 − 18 < 3 − 18

−19 ≤ 6𝑥 < −15

−19 6𝑥 −15
≤ <
6 6 6
19 5
− ≤𝑥<−
6 2
Cuja representação gráfica é

Também podemos pensar na inequação

3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
como uma comparação entre três funções; 𝑓(𝑥), 𝑔(𝑥)𝑒 ℎ(𝑥).

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 42


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Assim definidas:

3𝑥 − 1
𝑓(𝑥) =
9
𝑔(𝑥) = 2 + 𝑥

𝑥+1
ℎ(𝑥) =
3
Dessa forma, a desigualdade se torna

3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥) < ℎ(𝑥)

Agora ainda não é o momento de fazermos gráficos, no entanto, se já tivermos o gráfico


pronto, podemos interpretar essa pergunta como: quando a altura do gráfico de 𝑔(𝑥) está entre
𝑓(𝑥) e ℎ(𝑥)?

Se fizermos os gráficos das três funções no mesmo plano cartesiano, veremos


claramente que esses valores são exatamente os da nossa resposta algébrica.

Nesse caso, resolver a inequação de forma algébrica seria mais prático que desenhar os
três gráficos. No entanto, há casos em que um esboço do gráfico ajuda muito na resolução.
Isso acontece frequentemente com as inequações do segundo grau, que veremos na próxima
aula.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 43


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

5. Noções intuitivas sobre Funções

Funções significam, literalmente, que uma variável depende de outra. Como no caso do
salário, discutido no início da aula, a remuneração depende das vendas. Retomando o
exemplo, temos:

𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛

Como representação algébrica em que 𝑆 representa a remuneração mensal, 𝑛 o número


de vendas, 1 000 a parte fixa do salário e 500 o coeficiente das vendas, a comissão.

Por praticidade, na maioria dos casos, simplificamos a notação, sem perda de


generalidade. Dessa forma, nomeamos:

𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛

𝑆 = 1 000 + 500. 𝑛

Variável dependente Variável independente

Quando estudamos funções sem o contexto, é praxe simbolizarmos a variável


dependente por 𝑦 e a independente por 𝑥.

Reescrevendo a fórmula dos rendimentos, mas em termos mais genéricos, teremos:

𝑦 = 500𝑥 + 1 000

Com essa função, podemos descobrir quais são todos os salários para todas as vendas
possíveis. Basta informar a venda que informamos o salário.

E o contrário também é verdade, ao se informar um salário, pode-se inferir diretamente


qual foi a venda correspondente.

No entanto, essa é apenas uma representação para a situação desse salário particular,
está longe de ser a única.

Vamos explorar algumas dessas representações?

Poderíamos, ao invés de escrever uma função, escrever um texto. Aliás, foi o primeiro
modo usado para expor a situação do salário na aula, não foi? Somente após o entendimento
textual é que passamos à representação por meio de uma função.

A representação textual, apresentada no início da aula, foi:

Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu salário é composto por um salário
fixo de R$ 1 000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a cada aparelho vendido no mês.

É uma representação válida e muito usada em contratos, inclusive de trabalho.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 44


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Ainda seria perfeitamente possível passar a mesma informação por meio de uma tabela,
veja:

Salário Base # Vendas Comissão por venda Salário total


1 000 0 500 1 000
1 000 1 500 1 500
1 000 2 500 2 000
1 000 3 500 2 500
1 000 4 500 3 000
1 000 5 500 3 500
1 000 6 500 4 000
1 000 7 500 4 500

E assim por diante.

Não é a melhor representação, pois apresenta uma certa dificuldade em inferir


rapidamente quais são os salários em todos os casos, mas é plenamente plausível.

Outra opção para a mesma representação é o gráfico.

Como temos duas variáveis, a dependente 𝑦 e a independente 𝑥, podemos fazer dois


eixos e representar os salários por meio de pontos no plano cartesiano.

Veja.

Nesse gráfico, usamos a configuração padrão para os eixos:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 45


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Eixo Horizontal Vertical

variável 𝑥 𝑦

nomenclatura abcissas ordenadas

Nessa representação percebemos características da função muito rapidamente, daí a


grande aplicabilidade desse tipo de representação.

A palavra variável vem do latim e tem seu significado atrelado à ideia de diversidade,
alteração, ser diferente, variar. Assim, podemos entender que não há uma resposta única para
uma função.

Em nosso curso, daremos ênfase em dois tipos de representação para as funções: a


representação algébrica e os gráficos.

Como exemplo usamos uma função do primeiro grau, uma variável dependente em
igualdade a uma equação do primeiro grau. Esse é um tipo, mas há inúmeras variações de
função. Estudaremos adiante alguns tipos especiais de funções, a saber: as funções de
primeiro grau, de segundo grau, modulares, compostas e inversas. Os demais tipos,
pertinentes ao escopo do vestibular, veremos durante o curso dentro dos temas específicos.

6. Conjuntos

Um conjunto, também chamado de coleção, é uma reunião de elementos que


apresentam determinada propriedade em comum.

Entre um elemento e um conjunto, existe a relação de pertinência, onde o elemento 𝑥


pode ou não pertencer ao conjunto 𝐴. As notações usadas para a relação de pertinência são:

𝑥 ∈ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴

𝑥 ∉ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑛ã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴

Para definir um conjunto qualquer, precisamos determinar uma regra que permita julgar
se um elemento pertence ou não à coleção.

Segunda-feira é um elemento que não pertence ao conjunto dos meses do ano,


enquanto o retângulo é um elemento que pertence ao conjunto dos quadriláteros.

Podemos simbolizar os conjuntos de várias maneiras, vejamos algumas possibilidades.

Pensemos no conjunto de todos os números inteiros positivos e menores que 4,


denominado conjunto A. Seus elementos são, conforme descrição: 1, 2 e 3.

Podemos simbolizar essa mesma informação usando uma linguagem mais visual, onde
uma linha fechada delimita os elementos do conjunto:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 46


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Essa notação é chamada de Diagrama de Venn-Euler e é muito útil para trabalhar


visualmente com vários conjuntos simultaneamente, veremos isso logo adiante.

Outra maneira interessante é fazer uso da álgebra, veja:

𝐴 = {𝑥 ∈ ℕ∗ /𝑥 < 4} ⇒ 𝐿ê − 𝑠𝑒: 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜𝑠 𝑁𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑛ã𝑜 𝑛𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑥 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 4.

6.1. Aplicação dos diagramas de Venn-Euler

Aplicação

9. (Unicamp/2017)

Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 5 pessoas e o livro B foi
lido por 4 pessoas.

Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,

a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.

d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.

Comentários:
O enunciado nos traz várias informações importantes para a resolução:
O total de pessoas no grupo é de 10 pessoas
Essas pessoas estão divididas em dois grupos principais: pessoas que leram o livro A e
pessoas que leram o livro B.
O número de pessoas em cada conjunto.
A rigor, poderíamos pensar em um terceiro grupo, o de pessoas que, porventura, não leram
livro algum. No entanto, é mais prático pensarmos apenas em dois conjuntos, A e B, e

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 47


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

colocarmos as pessoas que não leram livro algum fora desses conjuntos.
Dessa forma, vamos representar esses dados na forma de diagrama.

A priori, somente com as informações dadas, não conseguimos colocar com exatidão os
valores fornecidos, ficando em aberto a posição das pessoas no diagrama.
Como a questão não solicita alocar as pessoas no diagrama e sim julgar as alternativas e
assinalar a correta (única), analisaremos alternativa a alternativa, sempre procurando encontrar
um meio para prová-la falsa. A que não for possível provar falsa, será nosso gabarito. Sigamos.
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.
Obedecendo ao enunciado, é possível dispormos as pessoas da seguinte forma:

Atenção: essa não é a única maneira de dispor as pessoas nos conjuntos, mas é, certamente,

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 48


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

uma maneira possível, visto que não infringe nenhuma regra do enunciado.
Dessa forma, teríamos total concordância com o enunciado e não teríamos pessoa alguma na
intersecção, ou seja, não podemos afirmar com certeza que há alguém na região de leitura
dos dois livros, A e B, simultaneamente.
Alternativa falsa, passemos à próxima.
b) nenhuma pessoa leu os dois livros.
Novamente, tentemos provar a alternativa como falsa.

Todos os dados do enunciado satisfeitos e, ainda assim, há a possibilidade de alguém ter lido
os dois livros, portanto, alternativa falsa.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Analisando os dois primeiros diagramas, percebemos que, quanto mais pessoas lerem os dois
livros, também mais pessoas ficariam sem ler livro algum, veja o que acontece com os números
quando aumentamos sistematicamente o número de pessoas na intersecção:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 49


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 50


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

A sequência de diagramas evidencia o fato de que, se temos 10 pessoas no grupo e 5 leram


um tipo de livro e 4, outro, temos, necessariamente, pelo menos uma pessoa que não leu livro
algum. Alternativa correta e nosso gabarito.
Achemos, então, o erro da próxima alternativa.

d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.


Essa alternativa diz exatamente o contrário da anterior, se é verdadeiro que há alguém que não
leu pelo menos um dos livros (conclusão da alternativa anterior), não podemos ter todas as
pessoas lendo pelo menos um livro.

Gabarito: c)

6.2. Conjuntos numéricos


Lembra-se de que definimos o conjunto como sendo: uma reunião de elementos que
apresentam determinada propriedade em comum?

Pois é, os conjuntos numéricos se enquadram perfeitamente nessa definição, só que,


dessa vez, as propriedades são numéricas.

Uma característica do conhecimento humano é a de ser dividido em partes para melhor


entendimento e, ao estudar os números, faremos exatamente isso.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 51


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Obviamente, se você chegou até esse ponto da aula, já teve contato com números e tem
uma ideia, mesmo que intuitiva, do que eles são.

O que faremos aqui é uma análise dos tipos de números que precisaremos para seguir
no estudo da matemática e essa divisão é feita exatamente em cima dessas propriedades que
definem os elementos dos conjuntos.

6.2.1. Números Naturais ℕ


Pensando historicamente, é muito mais provável que as primeiras contagens tenham
sido feitas usando números inteiros e positivos. Sem esse conceito, é improvável que ideias
como a de frações ou a de números negativos pudessem ser formuladas de forma prática.

Desse modo, é didaticamente interessante começarmos nossos estudos sobre conjuntos


numéricos com esse tipo de conjunto, os números inteiros e positivos.

Para escrever na forma de conjuntos, os inteiros positivos são números do tipo


{1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.

Não poderíamos escrever todos os números nessa condição, exatamente por isso a
definição dos elementos de um conjunto é importante e as reticências ao final são o sinal de
que o conjunto se estende com elementos dessa condição indefinidamente.

Você deve ter percebido que não incluímos, nesse conjunto, o zero. Oras, a ideia era
colocar os números inteiros positivos. O zero é um número inteiro, mas não é positivo (nem
negativo na verdade), por isso não foi incluído.

Aliás, demorou um tempo até que a humanidade formalizasse como número o zero. Ele
só apareceu séculos após a ideia de contagem.

Com o advento do zero, podemos inserir um conjunto novo, com uma nova
característica: Os números inteiros e não negativos, o que incluiria o zero no conjunto anterior,
resultando {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.

Chamamos a esse conjunto de Números naturais, simbolizado pela letra ℕ.

Assim, definimos nosso primeiro conjunto na matemática, o conjunto dos números


naturais:

ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }

Uma observação interessante. Para nós, o início do estudo dos números é justamente o
conjunto dos naturais e, caso queiramos nos referir somente aos números positivos, ditos
estritamente positivos, basta-nos colocar um asterisco para simbolizar essa exclusão:

ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, … }

6.2.2. Números Inteiros ℤ


Após a consolidação dos números naturais, veio o advento do oposto de um número
(também chamado de simétrico de um número), ou seja, os números negativos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 52


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Dessa forma, o oposto de 5 é −5, o oposto de 10 é −10 e assim por diante.

Professor, e o oposto de zero?

Excelente pergunta, o oposto de zero é ele mesmo, por isso não é comum escrevermos
−0, apesar de não ser um erro.

Se quisermos expressar um conjunto que contenha todos os números naturais e seus


opostos, teremos o conjunto dos inteiros, representado por ℤ:

ℤ = {… − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3 … }

Perceba que o conjunto ℤ tem reticências em ambas as extremidades, significando que


ele segue indefinidamente tanto para o lado negativo quanto para o lado positivo. Isso decorre
diretamente do fato de que cada número natural, exceto o zero, tem um oposto diferente dele
mesmo. Se há infinitos números naturais positivos, é de se esperar que haja, também, infinitos
números negativos.

6.2.3. Números Racionais ℚ


Após a utilização dos números inteiros se tornar rotineira, começaram a aparecer
problemas que esses números não podiam resolver, por exemplo:

Se uma família de 4 membros possui 6 galinhas, quantas galinhas correspondem a cada


membro da família?

Perceba que a ideia de fração ainda não existe e aí surge uma necessidade numérica
diferente.

Eis o nascimento dos números “quebrados”!

Números fracionários simbolizam exatamente uma divisão que não é necessariamente


exata e sua simbologia moderna é:
𝑎
𝑜𝑢 𝑎⁄𝑏 𝑜𝑢 𝑎 ÷ 𝑏
𝑏
Essa fração, também chamada de quociente ou razão, conta com um número natural no
numerador (a parte de cima da fração, 𝑎) e outro número natural no denominador (a parte de
baixo da fração, 𝑏).

Todos os números, sejam positivos ou negativos, que podem ser representados dessa
forma são chamados de números racionais (de razão, divisão), ainda que o denominador 𝒃
seja 1.

Simbolizamos o conjunto dos racionais por ℚ, de quociente, assim:

7 3 2
ℚ = {… − 5, − , − , 0, , 6, … }
3 2 5
Mas professor, estou vendo alguns números inteiros ali, ó!

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 53


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Calma, eles também podem ser escritos na forma de fração, por isso estão ali. Um
número racional, quando o seu denominador é 1, também é inteiro, veja:

10
= 10
1
Aliás, podemos também incluir a notação decimal, não é necessário que tenhamos
apenas a expressão do número na forma fracionária.

13
= 0, ̅13
̅̅̅
99
3
= 0,75
4
2
= 0,4
5
7
− = −2, 3̅
3
Assim, os números racionais incluem, também, todos os inteiros e, por consequência,
todos os naturais.

Note que, aqui, alguns números têm um número de casas decimais limitado, enquanto
outros apresentam dízimas periódicas. Quando a dízima é periódica, ela resulta de uma fração,
guarde isso!

6.2.4. Números Irracionais 𝕀


Avançando mais um pouco no tempo, surgiram alguns problemas que mesmo os
números fracionários não resolviam, como a razão entre o raio de uma circunferência e seu
comprimento, a diagonal de um quadrado e seu lado, entre tantos outros.

Surgiram números especiais cujos valores não se deixavam exprimir por meio de
frações. Com certeza você já deve ter visto alguns deles: √2, 𝜋, Φ, e, entre tantos outros. Essa
classificação de números passou a ser conhecida como os números irracionais, visto que não
são expressos por razões (quocientes).

Professor, mas quanto valem esses números na forma decimal?

Tecnicamente seria impossível escrever seus valores de forma completa, visto que eles
apresentam um número de casas decimais infinitos e não sequenciais, exatamente por isso
não conseguimos expressá-los na forma de fração.

No entanto, podemos apresentar uma aproximação de seus valores:

√2 = 1,4142135623 …

𝜋 = 3,14159265359 …

Φ = 1,61803398875 …

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 54


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

e = 2,81828182846 …

Perceba que esse novo conjunto, o dos números irracionais, não engloba o anterior.
Quando um número pertence aos racionais, não pode pertencer aos irracionais e vice versa.

O conjunto dos irracionais é simbolizado por 𝕀:

𝕀 = {… − √2, Φ, e, 𝜋, √10 … }

Não se preocupe com esses números caso não os tenha visto antes, daremos ênfase a
cada um deles no decorrer do curso. Por ora, basta saber que esses números não têm seus
valores expressos por meio de frações e suas dízimas não são periódicas.

Todos os números vistos aqui têm uma característica, expressam diretamente


quantidades do mundo real, uma diagonal, um tamanho, uma circunferência, etc.

Até por esse motivo, podemos definir um conjunto que seja a soma de todos esses
conjuntos citados, o conjunto dos números reais, simbolizado por ℝ. Assim:

ℝ = {ℚ + 𝕀}

6.2.5. Números Complexos ℂ


Há, também, um conjunto que não exprime exatamente uma quantidade no mundo real,
mas que é muito útil ao resolver problemas mais complexos nas ciências. Trata-se dos
números imaginários, cujo conjunto numérico que os contém é chamado conjunto dos
complexos e é simbolizado pela letra ℂ.

A base dos números imaginários é a raiz quadrada da unidade negativa, o que é


impossível de ser calculada dentro dos números reais.

Essa base imaginária é dada por 𝑖 = √−1.

Um número complexo é formado de duas partes, uma real e uma imaginária e é comum
vermos representações desses números como (2; 5) 𝑜𝑢 (2 + 5𝑖).

Teremos aulas específicas sobre esse conjunto, então deixarei os detalhes para esse
momento, ok?

Para ficar mais claro, veja como se relacionam esses conjuntos em um diagrama de
Venn-Euler que estudamos anteriormente.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 55


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Utilizaremos muitas vezes esses conceitos, portanto, não siga sem os compreender,
combinado?

6.2.6. Múltiplos de um número


Lembra-se das tabuadas?

Aqui elas serão muito, muito úteis.

Imagine que eu queira contar, mas apenas de dois em dois, iniciando do próprio dois,
como seria essa contagem?

Exatamente, {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }

Podemos notar que são todos os números pares. Mesmo que não escrevamos todos os
elementos desse conjunto, você possivelmente afirmará que 1001 não pertence a ele.

Pois bem, esses números são exatamente os múltiplos de dois.

Para encontrar os múltiplos de um número, basta iniciarmos a contagem por ele e


seguirmos contando com passos exatamente do tamanho do número inicial.

Se quisermos construir os múltiplos de 3, iniciamos com o 3 e seguimos de 3 em 3:


{3, 6, 9, 12, 15, 18 … }.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 56


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Percebeu que são exatamente os números da tabuada? Mas não se limitam a ela, visto
que estudamos poucos múltiplos nas tabuadas. Essa relação de multiplicidade é, como nos
conjuntos numéricos vistos anteriormente, infinita.

A essa altura, você já não deve ter dificuldade em construir os múltiplos de um número
qualquer, não é?

Apenas como exercício, quais seriam os múltiplos de 5, 17, 102 e de um número


desconhecido 𝑛?

Simples, esses múltiplos são:

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 5 = {5, 10, 15, 20, 25 … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 17 = {17, 34, 51, 68, … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 102 = {102, 204, 306, 408 … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑛 = {𝑛, 2𝑛, 3𝑛, 4𝑛, 5𝑛, 6𝑛 … }

Esse conceito, apesar de simples, nos é a base para o próximo passo.

6.2.7. Números Primos


Primo significa primeiro, o primeiro de vários elementos.

Assim, voltemos à contagem que fizemos anteriormente quando estávamos a


estabelecer os múltiplos de um número. Porém, agora, faremos em sequência, a partir do 2, e
com uma regra adicional: nenhum número pode ser reescrito; se já apareceu em alguma
listagem, não pode aparecer novamente.

Comecemos.

2 ⇒ {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }

3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }

Aqui os números 6, 12, 18 não apareceram na listagem do 3, pois já haviam sido escritos
na listagem do 2, ok?

Continue comigo.

O 4 não pode iniciar uma listagem, pois já consta na listagem do 2.

O 5 pode, então sigamos.

5 ⇒ {5, 25, 35, 55 … }

Novamente, os números 10, 15, 20, 30, 40, 45, 50 não configuraram na listagem do 5, pois
já haviam sido listados em listagens anteriores.

O 6 não pode iniciar listagem.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 57


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

7 ⇒ {7, 49 … }

8, 9 𝑒 10 não podem iniciar listagem...

11 ⇒ {11, 121 … }

Pois bem, vamos escrever todas as listagens que fizemos até agora.

2 ⇒ {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }

3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }

5 ⇒ {5, 25, 35, 55 … }

7 ⇒ {7, 49 … }

11 ⇒ {11, 121 … }

Os números passíveis de iniciarem esse tipo de lista vão ficando mais escassos
enquanto preenchemos novas e novas listas e, ainda hoje, não sabemos todos os números
com essa característica.

Aos números colocados como primeiros nas listas, até aqui 2, 3, 5, 7 𝑒 11, damos os
números de primos, pois são os primeiros a serem listados.

Aos demais, os que não puderam iniciar lista alguma, chamamos de números
compostos.

Mas professor, 1 não é primo?

Excelente pergunta, caro pupilo!

Pensemos...

Caso o 1 seja considerado primo, perceba que sua lista seria:

1 ⇒ {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 … }

Dessa forma, não poderíamos iniciar outras listas, o que acabaria com a nossa
brincadeira e não teríamos quaisquer outros primos exceto o 1. Exatamente por esse motivo, o
1 não é considerado primo.

E o zero, professor?

Pois é, a lista do zero seria ainda mais pitoresca que a do 1, veja:

0 ⇒ {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0 … }

Assim, o zero também não é um número primo, pois não gera números múltiplos de
zero, ou ainda, compostos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 58


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

6.2.8. Mínimo Múltiplo Comum - MMC


Como já conhecemos os múltiplos de um número, podemos ampliar essa análise para
quando temos dois ou mais números.

Quais seriam os múltiplos dos números, digamos, 6, 8 e 12?

Simples, sigamos como fizemos anteriormente:

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 12 = {12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 … }

Perceba que há, nesses múltiplos, alguns números que são comuns a 6, 8 e 12:

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }

𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 12 = {12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 … }

Existem muitos números que são múltiplos comuns a estes três números, 6, 8 e 12, e
todos eles são múltiplos de 24.

Dessa forma, é muito comum que, ao precisarmos de múltiplos comuns a um conjunto


de números, opte-se pelo menor múltiplo comum, por praticidade.

Assim, dentre os múltiplos comuns a 6, 8 e 12, percebemos que o mínimo deles é 24 e


simbolizamos essa informação da seguinte forma:

𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 24

Há maneiras mais práticas para calcularmos o MMC entre dois ou mais números, por
exemplo, a fatoração simultânea, você deve se lembrar dela da época da escola.

Escrevemos os números que queremos saber qual é o MMC e utilizamos os números


primos, do menor para o maior, para irmos “fatorando” os números.

Acompanhe.

6 8 12 2
3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1 2³. 3 = 24
𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 23 . 3 = 8.3 = 24

Nesse exemplo, utilizamos 3 números, mas podemos calcular o 𝑀𝑀𝐶 entre quantos
números precisarmos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 59


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Utilizamos muito o 𝑀𝑀𝐶 para somar frações, e frações aparecerão bastante em nosso
curso.

Aplicação

10. Questão Estratégia Vestibulares – 4000189201

Dona Joana fez operação de catarata em um de seus olhos. O médico, então,


recomendou o uso de dois colírios. O colírio 𝑨 deve ser aplicado de 𝟒 em 𝟒 horas;
enquanto o colírio 𝑩, de 𝟔 em 𝟔 horas.

Se Dona Joana aplicou os colírios 𝑨 e 𝑩, ao mesmo tempo, às 𝟖h da manhã, a próxima


vez em que acontecerá a coincidência de horários de aplicação para ambos os colírios
será:

a) ao meio-dia.
b) às 𝟏𝟒h.

c) às 𝟐𝟎h.

d) à meia noite.
e) no outro dia, às 𝟖h.

Comentários:
Como Dona Joana deverá aplicar o colírio A de 4 em 4 horas, a partir das 8h, temos seus
horários de aplicação:
𝐴 → 8ℎ → 12ℎ → 18ℎ → 20ℎ → 24ℎ → 4ℎ → 8ℎ → 12ℎ …
Já os horários de aplicação para o colírio B são:
𝐵 → 8ℎ → 14ℎ → 20ℎ → 2ℎ → 8ℎ → 14ℎ …
Perceba que há horários em comum para ambos os colírios:
𝐴 → 8ℎ → 12ℎ → 18ℎ → 20ℎ → 24ℎ → 4ℎ → 8ℎ → 12ℎ …
𝐵 → 8ℎ → 14ℎ → 20ℎ → 2ℎ → 8ℎ → 14ℎ …
Dessa forma, podemos perceber que os colírios 𝐴 e 𝐵 são aplicados simultaneamente nos
horários:
𝐴 𝑒 𝐵 → 8ℎ → 20ℎ → 8ℎ …
Ou seja, de 12 em 12 horas (𝑀𝑀𝐶(4; 6) = 12), aplicamos ambos os colíros, 𝐴 e 𝐵.
Embora às 8h do próximo dia os colírios também devam ser aplicados ao mesmo tempo, o

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 60


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

exercício pediu “a próxima vez” após a aplicação das 8h, então, nossa resposta deve ser: às
20h.

Gabarito: C

6.2.9. Divisores de um número


Para os divisores de um número, pensamos em quantas partes podemos dividi-lo sem
que obtenhamos um resultado não inteiro. Vejamos alguns exemplos.

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 6 ⇒ {1, 2, 3, 6}

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 10 ⇒ {1, 2, 5, 10}

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 11 ⇒ {1, 11}

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 200 ⇒ {1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200}

O conjunto dos divisores de um número não é infinito, como o conjunto dos múltiplos.

Números primos só têm dois números em seu conjunto de divisores, eles mesmos e o
número 1.

6.2.10. Máximo Divisor Comum - MDC


Para calcular o Máximo Divisor Comum – MDC entre dois ou mais números, podemos
pensar, inicialmente, no método da listagem, abordado anteriormente.

Vamos calcular, digamos, o MDC entre 20 e 30, ou seja, 𝑀𝐷𝐶(20,30).

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}

Quais seriam os divisores comuns entre 20 e 30?

Simples, basta olhar nas listagens de seus divisores.

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 61


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}

Assim, podemos dizer que o maior divisor comum a 20 e 30, é 10, ou 𝑀𝐷𝐶(20,30) = 10.

Alternativamente, podemos trabalhar com a fatoração para encontrar o 𝑀𝐷𝐶 entre


números. Veja.

20 2 30 2

10 2 15 3

5 5 5 5

1 2². 5 1 2.3.5

Para encontrar o 𝑀𝐷𝐶(20,30), basta multiplicarmos os primos que se repetem em todas


as fatorações, com seus menores expoentes:

𝑀𝐷𝐶(20,30) = 2.5 = 10

O 𝑀𝐷𝐶 é uma ferramenta muito útil em certos tipos de problemas de divisão e


voltaremos a esse assunto em breve.

7. Fórmulas, demonstrações e comentários

7.1. Produtos notáveis


Os produtos notáveis recebem esse nome porque são, produtos muito frequentes em
nosso caminho pela matemática.

A palavra produto vem do verbo latino produco, que significa liderar, levar adiante,
estender. Nesse contexto, entenderemos, a partir de agora, produto como o ato de multiplicar
expressões matemáticas.

Esse capítulo tem a função não de provar todos os produtos possíveis, mas de trazer
alguns dos produtos que usaremos com muita frequência durante nossa jornada.

Assim, mesmo que não memorize todos os passos que veremos nas próximas páginas,
é interessante entender o que está acontecendo, ok?

Vamos lá.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 62


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

7.1.1. Quadrado da soma


Vamos fazer a expansão do quadrado da soma e ver a que expressão chegamos.

(𝑎 + 𝑏)2

(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 + 𝑏)

𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2

𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2

Portanto, a forma expandida para o quadrado da soma é 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 , o que nos dá a


equivalência de expressões:

𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2

7.1.2. Quadrado da diferença


Façamos o mesmo com o quadrado da diferença.

(𝑎 − 𝑏)2

(𝑎 − 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)

𝑎2 − 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 + 𝑏 2

𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2

Portanto,

𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2

7.1.3. Produto da soma pela diferença


Aqui, a única diferença é que temos um produto de dois fatores diferentes, mas
procederemos da mesma maneira.

(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)

𝑎2 + 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 − 𝑏 2

𝑎2 − 𝑏 2

Portanto,

𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 63


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Aplicação

11. Questão Estratégia Vestibulares – 4000149015

Se dois números reais a² e b² são tais que a² −b² = 0, é correto afirmar que:
𝒂) 𝒂 = 𝒃

𝒃) 𝒂 = −𝒃

𝒄) 𝒂 = ±𝒃

𝒅) 𝒂 = 𝟐𝒃

𝒆) 𝒃 = 𝟐𝒂

Comentários:
Perceba que a expressão 𝑎2 − 𝑏 2 é a forma desenvolvida do produto notável (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏).
Assim, podemos reescrever a equação da seguinte forma:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
(𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 0
Perceba que temos um produto entre dois fatores: (𝑎 + 𝑏) e (𝑎 − 𝑏) e o resultado dessa
multiplicação é zero.
Esse resultado nulo só é possível se um desses fatores for zero (usaremos isso muito durante
o curso, faça uma nota mental aí!).
Dessa forma, podemos separar essa equação em duas outras, mais simples:
(𝑎 + 𝑏) = 0 𝑒 (𝑎 − 𝑏) = 0
Resolvendo ambas as equações, temos:
𝑎+𝑏 =0 𝑒 𝑎−𝑏 =0
𝑎 = −𝑏 𝑒 𝑎=𝑏
Podemos econdensar essa escrita em uma equação somente, usando o símbolo ±:
𝑎 = ±𝑏

Gabarito: c)

7.1.4. Diferença de dois cubos


Esses fatores podem ser estranhos agora, mas, ao estudarmos os polinômios, eles
ficarão mais amigáveis. Por enquanto, vamos desenvolver o produto.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 64


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

(𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )

𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 𝑎𝑏 2 − 𝑎2 𝑏 − 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3

𝑎3 − 𝑏 3

Portanto,

𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )

7.1.5. Cubo da soma


Já, para o cubo da soma, vamos utilizar o resultado que já conseguimos com o
quadrado da soma, ok? Vamos para o desenvolvimento.

(𝑎 + 𝑏)3

(𝑎 + 𝑏)2 ⋅ (𝑎 + 𝑏)

(𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 + 𝑏)

𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3

𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3

Portanto,

𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3

7.1.6. Cubo da diferença


O cubo da diferença é muito similar ao cubo da soma. Similar, mas não igual, veja.

(𝑎 − 𝑏)3

(𝑎 − 𝑏)2 ⋅ (𝑎 − 𝑏)

(𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 − 𝑏)

𝑎3 − 𝑎2 𝑏 − 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3

𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3

Portanto,

𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)3

o sinal de negativo (– ) é alternado entre as parcelas.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 65


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

7.1.7. Potência de um binômio


Esse resultado não é imediato, mas é muito interessante.

Perceba o padrão a que chegamos, quando analisamos as potências de um binômio.


Inicialmente, da soma.

(𝑎 + 𝑏)0 = 1

(𝑎 + 𝑏)1 = 𝑎 + 𝑏

(𝑎 + 𝑏)2 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2

(𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3

Vamos evidenciar os coeficientes numéricos.

(𝑎 + 𝑏)0 = 1

(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏

(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2

(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3

Se seguirmos essa sequencia numérica, construímos um triângulo muito especial, o


Triângulo de Pascal.

C0

L0 1 C1

L1 1 1 C2

L2 1 2 1 C3

L3 1 3 3 1 C4

L4 1 4 6 4 1 C5

L5 1 5 10 10 5 1 C6

L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 66


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Esse triângulo é construído com a seguinte lógica:

➢ iniciamos com o número 1 no primeiro vértice;

➢ na próxima linha, teremos um número a mais que na linha anterior; e,

➢ o número de cada posição é igual ao número imediatamente acima, somado ao


da esquerda.

Nesse triângulo numérico, o Triângulo de Pascal, cada número pode ser referido pelo
seu endereço, que é dado com relação à linha e à coluna que ele ocupa.

Atenção, nesse contexto, começamos a contar da linha e da coluna zero, ok?

Assim, cada elemento pode ser indicado pelo seu endereço, no que chamamos de
número binomial (binomial porque apresenta dois valores, o da linha e o da coluna do número).

4 4
Por exemplo, o número binomial ( ) = 6, pois o número ( ) está na quarta linha e
2 2
segunda coluna do Triângulo de Pascal.

C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .

Pois bem, retornemos à representação das potências dos binômios, objeto da nossa
discussão, correto?

(𝑎 + 𝑏)0 = 1

(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏

(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2

(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3

Reescrevendo os coeficientes numéricos com seus correspondentes números binomiais,


temos:

(𝑎 + 𝑏)0 = (0)
0

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 67


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

(𝑎 + 𝑏)1 = (1) ⋅ 𝑎 + (1) ⋅ 𝑏


0 1

(𝑎 + 𝑏)2 = (2) ⋅ 𝑎2 + (2) ⋅ 𝑎𝑏 + (2) ⋅ 𝑏 2


0 1 2

(𝑎 + 𝑏)3 = (3) ⋅ 𝑎3 + (3) ⋅ 𝑎2 𝑏 + (3) ⋅ 𝑎𝑏 2 + (3) ⋅ 𝑏 3


0 1 2 3

Percebeu o padrão?

Agora, podemos escrever praticamente qualquer potência inteira de binômio, apenas


pegando os coeficientes da linha correspondente do Triângulo de Pascal, sem ter que fazer
toda a distribuição!

Em termos gerais, temos:


𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
(𝑎 + 𝑏)𝑛 = ( ) 𝑎𝑛 + ( ) 𝑎𝑛−1 𝑏1 + ( ) 𝑎𝑛−2 𝑏 2 + ⋯ + ( ) 𝑎𝑛−𝑘 𝑏 𝑘 + ⋯ + ( ) 𝑏 𝑛
0 1 2 𝑘 n
E o raciocínio pode ser replicado para a potência interia de um binômio de subtração,
basta-nos alternar os sinais, como já havíamos percebido anteriormente.
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
(𝑎 − 𝑏)𝑛 = ( ) 𝑎𝑛 − ( ) 𝑎𝑛−1 𝑏1 + ( ) 𝑎𝑛−2 𝑏 2 − ⋯ ( ) 𝑎𝑛−𝑘 𝑏 𝑘 + ⋯ ± ( ) 𝑏 𝑛
0 1 2 𝑘 n
Perceba que não sabemos se o último termo receberá o sinal positivo ou negativo, a
depender se temos um número par ou ímpar na potência que estamos desenvolvendo, ok?

Além disso, essa fórmula pode nos ser útil caso precisemos de um termo isolado no
meio do desenvolvimento, sem precisar desenvolver todo o produto.

Voltaremos a esse tipo de problema durante o curso, não fique apreensivo.

7.2. Fatoração polinomial


Na aula de polinômios, veremos com mais detalhes essa fatoração. No entanto, como
ela é extremamente comum, vamos apenas citá-la.

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )

Nessa fatoração, 𝑥′ e 𝑥′′ representam, como já vimos, as raízes da equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 +


𝑐 = 0. Dessa forma, sempre podemos fatorar uma expressão de segundo grau sabendo as
raízes da equação correspondente.

Vamos colocar isso à prova?

Peguemos o exemplo:

𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0

∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 68


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Se a fatoração estiver correta, podemos reescrever a expressão da seguinte maneira:

𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ ).

Sabemos que o coeficiente 𝑎 é o valor numérico que multiplica o termo quadrático 𝑥 2 , ou


seja, nesse caso, 𝑎 = 1. Além disso, temos, por Bhaskara, 𝑥 ′ = 3 e 𝑥 ′′ = 2, portanto:

𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )

𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 1 ⋅ (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)

𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)

Assim, a forma fatorada de 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 é (𝑥 − 3)(𝑥 − 2).

Mas será que essas expressões são, realmente, equivalentes?

Vamos distribuir esse produto e verificar agora mesmo!

(𝑥 − 3)(𝑥 − 2)

𝑥 2 − 2𝑥 − 3𝑥 + 3 ⋅ 2

𝑥 2 − 5𝑥 + 6

Ou seja, realmente, as duas expressões são equivalente e onde tivermos 𝑥 2 − 5𝑥 + 6,


podemos escrever, no lugar, sua expressão equivalente, fatorada, (𝑥 − 3)(𝑥 − 2).

E o contrário também vale, onde tivermos (𝑥 − 3)(𝑥 − 2), podemos substituir por 𝑥 2 −
5𝑥 + 6.

Agora, sobre decidir quando é mais apropriado escrevermos na forma fatorada ou na


forma expandida, só a experiência dirá, pois isso depende do momento em que estamos no
desenvolvimento.

Agora é hora de praticar.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 69


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

8. Questões de vestibulares anteriores


1. (UECE/2020) O resultado da multiplicação 𝟐𝟓 × 𝟏𝟓 × 𝟗 × 𝟓, 𝟒 × 𝟑, 𝟐𝟒 é igual a

𝒂) 𝟑𝟗

𝒃) 𝟑𝟏𝟏

𝒄) 𝟑𝟏𝟎

𝒅) 𝟑𝟏𝟐

2. (Unicamp/2019) A representação decimal de certo número inteiro positivo tem dois


algarismos. Se o triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número, então o
produto dos algarismos é igual a
a) 𝟏𝟎.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟒.

d) 𝟏𝟔.

3. (Fepar/2019) O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras
matemáticas de que se tem registro. Consiste em 84 problemas matemáticos
resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em que foi escrito.
Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36
metros de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor
preta, com partes importantes destacadas em vermelho.

Os problemas buscavam resolver situações do cotidiano da época, como preço do pão,


armazenamento do trigo, alimentação do gado, além de problemas mais abstratos e
algébricos, que podem ser comparados atualmente à resolução de equações. O que hoje
tratamos como a incógnita "x", na época, era nomeado por um termo sinônimo da
palavra montão".

Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta
parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 70


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Considere o texto e avalie as sentenças que se seguem.

( ) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.

( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.

( ) A equação que descreve o problema do papiro é


𝒙
𝒙 + = 𝟏𝟓
𝟒
( ) Uma equação equivalente a situação é
𝒙 + 𝟒𝒙 𝟔𝟎
=
𝟒 𝟒
( ) Um "montão" é 12.

4. (UECE/2019-2) Se o número natural 𝒑 possui exatamente três divisores positivos e


satisfaz a desigualdade 𝟏𝟎𝟎 < 𝒑 < 𝟏𝟓𝟎, então, o número 𝒒 = 𝟑(√𝒑) cumpre a
condição
𝒂) 𝟐𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟏.

𝒃) 𝟑𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟗.

𝒄) 𝟐𝟎 < 𝒒 < 𝟐𝟓.

𝒅) 𝟑𝟏 < 𝒒 < 𝟑𝟓.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 71


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 72


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

5. (UECE/2019-1) Considere a soma dos números inteiros ímpares positivos agrupados


do seguinte modo:
𝟏 + (𝟑 + 𝟓) + (𝟕 + 𝟗 + 𝟏𝟏) + (𝟏𝟑 + 𝟏𝟓 + 𝟏𝟕 + 𝟏𝟗) + (𝟐𝟏 + 𝟐𝟑 + 𝟐𝟓 + 𝟐𝟕
+ 𝟐𝟗) + . . . ..

O grupo de ordem 𝒏 é formado pela soma de 𝒏 inteiros positivos ímpares e


consecutivos. Assim, pode-se afirmar corretamente que a soma dos números que
compõem o décimo primeiro grupo é igual a
𝒂) 𝟏𝟐𝟐𝟑.

𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.

𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.

𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.

6. (Fuvest/2018) Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática, português e


inglês num concurso, 20 obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.
Além disso, sabe-se que:

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;

II. 16 não obtiveram nota mínima em português;

III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;

IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;

VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;

VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.

A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi

a) 44.

b) 46

c) 47

d) 48

e) 49

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 73


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

7. (Unicamp/2018) Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre
esses três números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 𝟎 ou 𝟏.

b) 𝟏 ou 𝟐.

c) 𝟐 ou 𝟑.

d) 𝟏 ou 𝟑.

8. (Mackenzie/2018) Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que

65 assistem ao noticiário A

45 assistem ao noticiário B

42 assistem ao noticiário C
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B

25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C

15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C

8 assistem aos três noticiários

Então, o número de pessoas que assistem somente a um noticiário é

a) 7

b) 8

c) 14

d) 28

e) 56

9. (Mackenzie /2018) O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu
sucessor é igual a 8, é

a) 5

b) 4
c) −3

d) 3

e) 2

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 74


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

10. (Unesp/2018) Renata escolhe aleatoriamente um número real de −𝟒 a 𝟐 e diferente de


zero, denotando-o por 𝒙. Na reta real, o intervalo numérico que necessariamente
𝟐−𝒙
contém o número é
𝒙
a)

b)

c)

d)

e)

11. (Unicamp/2017) Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓
pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse
grupo,

a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.

d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.

12. (Fuvest/2017) Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são
equivalentes se a soma dos divisores positivos de a coincide com a soma dos
divisores positivos de b.

Constituem dois inteiros positivos equivalentes:

a) 8 e 9.

b) 9 e 11.

c) 10 e 12.

d) 15 e 20.

e) 16 e 25.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 75


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

13. (Unesp/2016) Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao
final do primeiro mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de
aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do
primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos
totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.

Na situação descrita, a taxa paga foi de


a) 𝑹$𝟒𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.

d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

14. (Fuvest/2016) A igualdade correta para quaisquer 𝒂 e 𝒃, números reais maiores do


que zero, é
𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) =𝒂−𝒃
𝒂𝟐 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐

15. (UERJ/2015.2) O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em
dez segmentos congruentes pelos pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.

𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa
𝟔
o seguinte número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 76


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝟕
𝒅)
𝟏𝟎

16. (Unicamp/2015) Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos


refrigerantes. Recentemente, um grande fabricante nacional anunciou que havia
reduzido em 𝟏𝟑 mil toneladas o uso de açúcar na fabricação de seus refrigerantes,
mas não informou em quanto tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus
refrigerantes informa que 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒍 do produto contêm 𝟐𝟏 𝒈 de açúcar. Utilizando
apenas o açúcar "economizado" pelo referido fabricante seria possível fabricar,
aproximadamente.
a) 𝟏𝟐𝟒 milhões de litros de refrigerante.

b) 𝟐, 𝟔𝟎 bilhões de litros de refrigerante.

c) 𝟏. 𝟑𝟔𝟓 milhões de litros de refrigerante.

d) 𝟐𝟕𝟑 milhões de litros de refrigerante.

17. (Unicamp/2015) Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por
ripas de madeira. As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como
os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os parafusos são representados
por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois parafusos em
cada extremidade.

Os parafusos usados na cerca são vendidos em caixas com 𝟔𝟎 unidades. O número


mínimo de caixas necessárias para construir uma cerca com 𝟏𝟎𝟎 𝒎 de comprimento é

a) 𝟏𝟑.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟓.

d) 𝟏𝟒.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 77


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

18. (Fuvest/2015) Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser
pagas usando o bilhete único. A tarifa é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus
ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de integração (ônibus e metrô/trem). Um
usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo de R$12,50. O menor
valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é

a) R$0,85

b) R$1,15

c) R$1,45

d) R$2,50

e) R$2,80

19. (Unicamp/2014) Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior
número possível de ações de certa empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação
era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma desvalorização e esse preço caiu para
𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a 𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor
resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e
venda de ações o investidor teve
a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.

b) nem lucro nem prejuízo.


c) prejuízo de 𝑹$ 𝟔. 𝟎𝟎.

d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.

20. (Fuvest/2014) O número real 𝒙, que satisfaz 𝟑 < 𝒙 < 𝟒, tem uma expansão decimal
na qual os 𝟗𝟗𝟗. 𝟗𝟗𝟗 primeiros dígitos à direita da vírgula são iguais a 𝟑. Os 𝟏. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟏
dígitos seguintes são iguais a 𝟐 e os restantes são iguais a zero.

Considere as seguintes afirmações:


I. 𝒙 é irracional.
𝟏𝟎
𝐈𝐈. 𝒙 ≥
𝟑
III. 𝒙. 𝟏𝟎𝟐.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 é um inteiro par

Então,

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 78


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

a) nenhuma das três afirmações é verdadeira

b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras

c) apenas a afirmação I é verdadeira

d) apenas a afirmação II é verdadeira

e) apenas a afirmação III é verdadeira

21. (Fuvest/2013) As propriedades aritméticas e as relativas à noção de ordem


desempenham um importante papel no estudo dos números reais. Nesse contexto,
qual das afirmações abaixo é correta?
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.

b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.

c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.

d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂

e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.

22. (UFU/2011.2) A produção industrial caracteriza-se por um crescente domínio da


natureza, no entanto, não é mais possível negligenciar as mazelas e a depredação
ecológica que acompanham o formidável avanço das forças produtivas. Nesse
contexto, amplia-se a necessidade de mão de obra qualificada. Suponha que o exame
de ingresso em um curso de Tecnólogo de Produção Industrial preveja a realização
de uma prova valendo 𝟏𝟐𝟎 pontos. Serão aprovados candidatos que obtiveram nota
maior ou igual a 𝟗𝟎 pontos, sendo que o candidato obtém 𝟏 ponto a cada questão
respondida corretamente e que, a cada cinco questões com respostas incorretas ou
não respondidas, anula-se uma questão correta.

De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de
questões que um candidato deverá acertar deverá ser
𝒂) primo

𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗

𝒄) par

𝒅) um quadrado perfeito

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 79


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

23. (Unicamp/2011) Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel.


Somados, os homens despendem 𝑹$ 𝟐. 𝟒𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O grupo de mulheres gasta a mesma
quantia, embora cada uma tenha pago 𝑹𝑺 𝟔𝟒, 𝟎𝟎 a menos que cada homem.

Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse
problema e permite encontrar tal valor é
a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).

b) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

c) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙) (𝟒𝟎 − 𝒙).

d) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

24. (UEA/2011) Os números reais 𝒑 e 𝒒 são as raízes da equação 𝟏𝟓𝒙𝟐 − 𝟏𝟏𝒙 + 𝟐 = 𝟎.


Nesse caso,
𝟏 𝟏
+
𝒑 𝒒

vale
𝟏𝟏
𝒂)
𝟐
𝟖
𝒃)
𝟕
𝟖
𝒄)
𝟏𝟏
𝟏𝟏
𝒅)
𝟏𝟓
𝟐
𝒆)
𝟏𝟏

25. (Fuvest/2010) Leia a charge e responda.

a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 80


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.

26. (Fuvest/2008) Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro
dia de 2007 foi segunda-feira, o próximo ano a começar também em uma segunda-
feira será

a) 2012

b) 2014

c) 2016

d) 2018

e) 2020

27. (Fuvest/2007) Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145
blocos de tipo Y. Esses blocos têm as seguintes características: todos são cilindros
retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.

A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada
coluna deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem
ter a mesma altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem
ser construídas é de

a) 55

b) 56

c) 57

d) 58

e) 59

28. (Fuvest/2005) O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que
a soma seja o quadrado de um número inteiro positivo é

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 81


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

a) 37

b) 36

c) 35

d) 34

e) 33

29. (Unesp/2004) Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de
𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função,
cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora. O tempo máximo de
duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que a de
Carlos, é:
a) 𝟔 horas.

b) 𝟓 horas.

c) 𝟒 horas.

d) 𝟑 horas.

e) 𝟐 horas.

30. (Fuvest/2003) Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três
mil e quarenta e dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que
cada um recebeu, em reais, foi:

a) 3.009.006,00

b) 3.090.006,50

c) 3.090.006,00

d) 3.090.006,50

e) 3.900.060,50

31. (Fuvest/2003) As soluções da equação


𝒙−𝒂 𝒙+𝒂 𝟐(𝒂𝟒 + 𝟏)
+ = 𝟐 𝟐
𝒙 + 𝒂 𝒙 − 𝒂 𝒂 (𝒙 − 𝒂𝟐 )
onde 𝒂 ≠ 𝟎, são:
𝒂 𝒂
𝒂) − 𝒆
𝟐 𝟒

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 82


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝒂 𝒂
𝒃) − 𝒆
𝟒 𝟒
𝟏 𝟏
𝒄) − 𝒆
𝟐𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒅) − 𝒆
𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒆) − 𝒆
𝒂 𝒂

32. (Unesp/2003) Por hipótese, considere


𝒂 = 𝒃

Multiplique ambos os membros por 𝒂

𝒂² = 𝒂𝒃

Subtraia de ambos os membros 𝒃²

𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²

Fatore os termos de ambos os membros


(𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃) = 𝒃(𝒂 − 𝒃)

Simplifique os fatores comuns


(𝒂 + 𝒃) = 𝒃

Use a hipótese que 𝒂 = 𝒃

𝟐𝒃 = 𝒃

Simplifique a equação e obtenha


𝟐 = 𝟏

A explicação para isto é:

a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).

c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

e) na fatoração, faltou um termo igual a +𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

33. (Fuvest/2002) Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com
lado de mesma medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 83


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas
somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das lajotas?

34. (Fuvest/2000) Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e


consecutivos, qual dos números abaixo é necessariamente um inteiro ímpar?
a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚

b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚

c) 𝒙𝒚 + 𝟏

d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐

e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏

35. (Fuvest/1999) Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades 𝟏 ≤


𝒂 ≤ 𝟐 e 𝟑 ≤ 𝒃 ≤ 𝟓, pode-se afirmar que
𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤ 𝟓
𝟐 𝒃

36. (Fuvest/1999) Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou
os primeiros 300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a
mesma velocidade média os últimos 100 metros, completará a prova em

a) 4 minutos e 51 segundos.

b) 5 minutos e 8 segundos.

c) 5 minutos e 28 segundos.

d) 5 minutos e 49 segundos.

e) 6 minutos e 3 segundos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 84


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

37. (Fuvest/1999) Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então o
valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐

𝒆) − 𝟒

38. (Fuvest/1997) O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de
3888 por 𝒏 um cubo perfeito é

a) 6
b) 12

c) 15

d) 18

e) 24

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 85


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

9. Gabarito das questões de vestibulares anteriores


1. C
2. C
3. V-F-V-V-V
4. D
5. B
6. E
7. D
8. E
9. D
10. A
11. C
12. E
13. D
14. E
15. D
16. A
17. D
18. B
19. A
20. E
21. E
22. B
23. C
24. A
25. 291
26. D
27. E
28. A
29. D
30. A
31. E
32. C
33. 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100.
34. C
35. C
36. B
37. E
38. B

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 86


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

10. Questões de vestibulares anteriores resolvidas e


comentadas
1. (UECE/2020) O resultado da multiplicação 𝟐𝟓 × 𝟏𝟓 × 𝟗 × 𝟓, 𝟒 × 𝟑, 𝟐𝟒 é igual a

𝒂) 𝟑𝟗

𝒃) 𝟑𝟏𝟏

𝒄) 𝟑𝟏𝟎

𝒅) 𝟑𝟏𝟐
Comentários:
A primeira coisa que temos que notar nessa etapa, é que podemos seguir vários caminhos
diferentes para resolver a questão.
Uma breve análise das alternativas nos permite perceber que a banca percorreu o caminho da
fatoração, então, mãos à obra.
Primeira atividade: fatorar tudo o que pudermos e, para os decimais, transformar em frações.
Assim, nossa expressão será transformada da seguinte maneira:
25 × 15 × 9 × 5,4 × 3,24
54 324
25 × 15 × 9 × ×
10 100
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
2 × 5 22 × 52
Simplificando, temos:
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
2 × 5 22 × 52
33 34
3 × 32 × ×
1 1
3 × 32 × 33 × 34
310
Nota: algumas bancas ainda usam o símbolo × para indicar a multiplicação explícita. Em nosso
curso, utilizaremos, o símbolo ⋅ para indicar essa operação, visto que evita a confusão com a
letra 𝑥, além de ser mais frequente nas bancas de vestibular, ok?
Nessa notação, nossa pergunta seria reescrita da seguinte maneira:
25 ⋅ 15 ⋅ 9 ⋅ 5,4 ⋅ 3,24
mas sem mudança de sentido com relação à expressão original.

Gabarito: c)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 87


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

2. (Unicamp/2019) A representação decimal de certo número inteiro positivo tem dois


algarismos. Se o triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número, então o
produto dos algarismos é igual a
a) 𝟏𝟎.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟒.

d) 𝟏𝟔.
Comentários:
Nosso sistema de numeração é decimal e posicional. O valor de um algarismo depende de em
qual posição ele está na escrita.

Alguns exemplos:

23 → 2 dezenas e 3 unicades → 2 · 10 + 3
521 → 5 centenas, 2 dezenas e 1 unicade → 5 · 100 + 2 · 10 + 1

Assim, um número de dois algarismos escrito da forma 𝑎𝑏 (não é 𝑎 vezes 𝑏, é só a posição


mesmo) deve ser representado da mesma forma:

𝑎𝑏 → a dezenas e b unidades → 𝑎 · 10 + 𝑏

Tomemos, então, o número inteiro positivo como 𝑛 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏, onde 𝑎 representa o algarismo


das dezenas; e 𝑏, o das unidades.
Reescrevendo parte do enunciado como equação, temos:
“... o triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número...”
3(𝑎 + 𝑏) = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
3𝑎 + 3𝑏 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
2𝑏 = 7𝑎
2𝑏
=𝑎
7
Como 𝑎 e 𝑏 são, necessariamente, inteiros e positivos, temos que 𝑏 deve ser múltiplo de 7,
pois 𝑎 é inteiro.
Como 0 < 𝑏 < 9, afinal, estamos falando de dígitos de um número, o único valor possível para
𝑏 é 7, o que retorna 𝑎 = 2. Assim, temos 𝑎 ⋅ 𝑏 = 2 ⋅ 7 = 14.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 88


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Gabarito: c)

3. (Fepar/2019) O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras
matemáticas de que se tem registro. Consiste em 84 problemas matemáticos
resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em que foi escrito.
Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36
metros de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor
preta, com partes importantes destacadas em vermelho.

Os problemas buscavam resolver situações do cotidiano da época, como preço do pão,


armazenamento do trigo, alimentação do gado, além de problemas mais abstratos e
algébricos, que podem ser comparados atualmente à resolução de equações. O que hoje
tratamos como a incógnita "x", na época, era nomeado por um termo sinônimo da
palavra montão".

Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta
parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?

Considere o texto e avalie as sentenças que se seguem.

( ) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.

( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.

( ) A equação que descreve o problema do papiro é


𝒙
𝒙 + = 𝟏𝟓
𝟒
( ) Uma equação equivalente a situação é
𝒙 + 𝟒𝒙 𝟔𝟎
=
𝟒 𝟒
( ) Um "montão" é 12.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 89


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Comentários:
Para essa questão, vamos interpretar e resolver todo o problema e julgar as alternativas ao
final.
A questão traz o enunciado: um montão e sua quarta parte, todos juntos são 15. Diga-me
quanto é esse montão?
Chamando “um montão” de 𝑥, temos que sua quarta parte é 𝑥⁄4.
A informação de que a soma do montão com sua quarta parte, todos juntos são 15 equivale à
equação:
𝑥
𝑥+ = 15
4
Agora, precisamos descobrir o valor do 𝒙. Para a soma de frações, já sabe, MMC.
Atenção, podemos calcular o MMC para apenas um dos membros ou para toda a equação;
ambos os métodos estão corretos. Optaremos por tirar o MMC para os dois membros por
antecipação à quarta afirmação da questão, que coloca ambos os membros da equação com o
mesmo denominador.
𝑥
𝑥+ = 15
4
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Multiplicando ambos os termos da equação por 4,
𝑥 + 4𝑥 = 60
5𝑥 = 60
Dividindo ambos os termos por 5,
5𝑥 = 60
5𝑥 60
=
5 5
𝑥 = 12
Agora sim, podemos julgar as alternativas.
(V) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.
Correto, de acordo com a definição vista nessa mesma aula.
(F) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
A equação correspondente é do primeiro grau, não do segundo.
(V) A equação que descreve o problema do papiro é
𝑥
𝑥 + = 15
4

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 90


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Absolutamente correto, a resolução traz exatamente a mesma equação.


(V) Uma equação equivalente a situação é
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Correto novamente, como vimos na resolução.
(V) Um "montão" é 12.
Também correto, nossa resolução trouxe 𝑥 = 12 como solução da equação.

Gabarito: V-F-V-V-V

4. (UECE/2019-2) Se o número natural 𝒑 possui exatamente três divisores positivos e


satisfaz a desigualdade 𝟏𝟎𝟎 < 𝒑 < 𝟏𝟓𝟎, então, o número 𝒒 = 𝟑(√𝒑) cumpre a
condição
𝒂) 𝟐𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟏.

𝒃) 𝟑𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟗.

𝒄) 𝟐𝟎 < 𝒒 < 𝟐𝟓.

𝒅) 𝟑𝟏 < 𝒒 < 𝟑𝟓.


Comentários:
Como 𝑝 tem apenas 3 divisores positivos, podemos assumir que ele deve ser um quadrado
perfeito e, ainda, de um número primo.
Dessa forma, garantimos que ele só será divisível por ele mesmo, pelo primo que o compõe e
por 1.
Já que 𝑝 está entre 100 e 150, o único primo ao quadrado que pode servir como base é o 11.
𝑝 = 112 = 121
Portanto:
𝑞 = 3√121 = 3 ⋅ 11 = 33

Gabarito: d)

5. (UECE/2019-1) Considere a soma dos números inteiros ímpares positivos agrupados


do seguinte modo:
𝟏 + (𝟑 + 𝟓) + (𝟕 + 𝟗 + 𝟏𝟏) + (𝟏𝟑 + 𝟏𝟓 + 𝟏𝟕 + 𝟏𝟗) + (𝟐𝟏 + 𝟐𝟑 + 𝟐𝟓 + 𝟐𝟕
+ 𝟐𝟗) + . . . ..

O grupo de ordem 𝒏 é formado pela soma de 𝒏 inteiros positivos ímpares e


consecutivos. Assim, pode-se afirmar corretamente que a soma dos números que
compõem o décimo primeiro grupo é igual a
𝒂) 𝟏𝟐𝟐𝟑.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 91


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.

𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.

𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.
Comentários:
Como estamos interessados na soma de cada grupo, vamos calcular cada soma dessas para
ver se há algum padrão que possamos usar.
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125

Percebeu algum padrão nesses grupos? Todas essas somas resultam em um cubo perfeito,
veja:
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1 = 13
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8 = 23
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27 = 33
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64 = 43
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125 = 53
Desse modo, podemos extrapolar que o décimo primeiro grupo terá a soma equivalente a
113 = 1331.

Gabarito: b)

6. (Fuvest/2018) Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática, português e


inglês num concurso, 20 obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.
Além disso, sabe-se que:

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;

II. 16 não obtiveram nota mínima em português;

III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;

IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;

VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;

VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 92


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi

a) 44.

b) 46

c) 47

d) 48

e) 49
Comentários:
Com o enunciado, percebemos que há várias informações acerca dos alunos. Uma maneira
muito interessante para organizar essas informações é a utilização dos diagramas de Venn-
Euler, por tratar os dados de maneira visual.
Inicialmente, façamos um diagrama com o número de conjuntos pretendido:

Nesse contexto, consideraremos o conjunto “Matemática” como o conjunto dos alunos que não
obtiveram nota mínima em Matemática, aplicando o mesmo raciocínio para Português e para
Inglês.
Sendo assim, a região em cinza a seguir representa os alunos que não obtiveram nota mínima
nas três disciplinas simultaneamente, ou seja, em Matemática, em Português e em Inglês.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 93


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Para evitar contabilização duplicada, é indicado começarmos justamente por essa intersecção.
Como o exercício nos diz:
VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.
Começaremos justamente colocando essa informação no diagrama.

Nosso próximo passo é extremamente importante e dele depende todo o decorrer de nossa
resolução.
A região hachurada na próxima figura representa as pessoas que não obtiveram nota mínima
em Português e em Inglês, veja:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 94


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Perceba o que o exercício nos informa exatamente sobre essa região:


VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;
Aqui há uma tendência a colocar os 7 na área que falta, porém já há a anotação de 2 pessoas
nessa região, portanto, podemos apenas acrescentar 5 para que, na região toda, haja as 7
pessoas informadas, concorda?

Veja como fica:

Agora que você já pegou o jeito, vamos completar as informações faltantes em sequência,
sempre com o mesmo raciocínio:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 95


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;

IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 96


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

II. 16 não obtiveram nota mínima em português;

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 97


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Muita calma agora. Apesar de termos inserido todas as informações de I a VII no diagrama, há
uma informação crucial no enunciado e que ainda não foi inserida, veja:
“Dentre os candidatos que fizeram proas de matemática, português e inglês num concurso, 20
obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.”
Mas professor, em qual desses conjuntos colocaremos esses 20 alunos?
Veja bem, no início do nosso exercício definimos que entrariam nesses conjuntos (Matemática,
Português e Inglês) os alunos que não conseguiram nota mínima para aprovação.
Se o enunciado nos informa que 20 alunos conseguiram a nota mínima, eles não podem ser
inseridos em nenhum desses 3 conjuntos, então ficarão de fora mesmo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 98


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Agora sim, temos todos os dados para resolvermos praticamente qualquer questão acerca
dessas informações.
Voltando ao enunciado, retomemos:
“A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi”
Aqui a questão está solicitando o que chamamos de “conjunto universo”, ou seja, a soma de
todos os elementos de dentro e de fora de nossa delimitação.
Alguns livros didáticos fazem essa representação gráfica com uma delimitação maior contendo
os 3 conjuntos, veja:

Essa delimitação do conjunto universo não nos é crucial para a resolução, bastando entender
que há apenas dois tipos de pessoas que participaram do concurso: as que não conseguiram
nota mínima (dentro das delimitações Matemática, Português e Inglês) e as que conseguiram
(as 20 pessoas fora desses 3 conjuntos).
Enfim, conseguimos nossa resposta. O número N de pessoas que participaram do concurso é
dado por:
𝑁 = 8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 + 20 = 49
Ou seja, nossa alternativa e).
Aprofundando um pouco mais. Com o diagrama feito, poderíamos pensar em muitos tipos de
perguntas e gostaria de explorar algumas delas com você.
Olhando nosso último diagrama, responda:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em até duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 99


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Vejamos as respostas:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
8 + 6 + 4 = 18
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
3+1+5 =9
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em até duas disciplinas?
3 + 1 + 5 + 8 + 6 + 4 = 27
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?
8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 = 29
Agora sim, estamos prontos para seguir.

Gabarito: e)

7. (Unicamp/2018) Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre
esses três números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 𝟎 ou 𝟏.

b) 𝟏 ou 𝟐.

c) 𝟐 ou 𝟑.

d) 𝟏 ou 𝟑.
Comentários:
Chamando 𝑝 um número par e 𝑖 um número ímpar, temos as seguintes possibilidades:
𝑝+𝑝+𝑝 =𝑝 𝑝+𝑝+𝑖 =𝑖 𝑝+𝑖+𝑖 =𝑝 𝑖+𝑖+𝑖 =𝑖

Como o enunciado disse que o resultado é um número ímpar, temos apenas duas
possibilidades: ou apenas uma parcela da soma é formada por número ímpar ou as três
parcelas da soma são números ímpares.

Gabarito: d)

8. (Mackenzie/2018) Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que

65 assistem ao noticiário A

45 assistem ao noticiário B

42 assistem ao noticiário C

20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B

25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C

15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 100


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

8 assistem aos três noticiários

Então, o número de pessoas que assistem somente a um noticiário é

a) 7

b) 8

c) 14

d) 28

e) 56
Comentários:
Para esses exercícios de conjuntos, lembre-se do diagrama de Venn-Euler e de seu
preenchimento preferencial a partir da intersecção dos 3 conjuntos.
A informação a ser preenchida inicialmente é a de que 8 assistem aos três noticiários e deve
ser colocada logo na intersecção do diagrama.
As informações em sequência são as intersecções de dois em dois dos conjuntos, e são
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
É vital aqui que você lembre que esses números não vão escritos diretamente, pois dentro
deles estão contados os 8 que já assistem aos 3 noticiários e é preciso subtraí-los de cada um
destes.
E, finalmente, as informações restantes, de cada conjunto individualmente:
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
Também, lembrando de fazer as devidas subtrações.
Seguindo as orientações dadas em aula, o diagrama de Venn-Euler para o problema proposto
é:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 101


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Agora estamos aptos a responder o que for necessário acerca desses dados.
O enunciado solicitou o número de pessoas que assistem somente a um noticiário.
Consultando o diagrama, vemos que as pessoas que assistem somente ao noticiário A somam
28 pessoas; as que assistem somente ao noticiário B, 18 e as que assistem somente ao
noticiário C, 10.
Dessa forma, o número 𝑛 de pessoas solicitado é dado por:
𝑛 = 28 + 18 + 10 = 56

Gabarito: e)

9. (Mackenzie/2018) O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu
sucessor é igual a 8, é

a) 5

b) 4
c) −3

d) 3

e) 2
Comentários:
Para chegar à solução, precisamos, antes, escrever a equação que representa o problema.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 102


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Podemos representar o antecessor de um número por 𝑥 − 1 e o sucessor por 𝑥 + 1. O


problema afirma que o produto do antecessor pelo sucessor é 8, então:
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
O que é a equação correspondente ao problema.
Vamos, então, à sua resolução.
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
Ao invés de distribuir o produto, podemos pensar nos produtos notáveis, especificamente no
produto da soma pela diferença:
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
𝑥 2 − 12 = 8
𝑥2 = 8 + 1
𝑥2 = 9
𝑥 = ±√9
𝑥 = ±3
Como o enunciado pede apenas a solução inteira e positiva, nossa resposta é 3.

Gabarito: d)

10. (Unesp/2018) Renata escolhe aleatoriamente um número real de −𝟒 a 𝟐 e diferente de


zero, denotando-o por 𝒙. Na reta real, o intervalo numérico que necessariamente
𝟐−𝒙
contém o número é
𝒙
a)

b)

c)

d)

e)

Comentários:
Do enunciado, escolhemos o número 𝑥 entre 4 e 2, ou seja: −4 < 𝑥 < 2
2−𝑥
Para conseguir induzir a expressão , dada no enunciado, façamos o inverso de cada termo
𝑥

multiplicado por 2. Mas cuidado, ao invertermos a inequação, precisamos inverter os sinais de


desigualdade.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 103


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

2 2
− >
4 𝑥
2 2 2 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
− > >+ → 𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 →
4 𝑥 2 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎 2 2
{ 𝑥 > +
2

2 2 2 2
− > >+
4 𝑥 𝑥 2
2
2 >1
−0,5 > 𝑥
𝑥
2
2 −1>1−1
−0,5 − 1 > − 1 𝑥
𝑥
2
2 −1>0
−1,5 > − 1 𝑥
𝑥
2−𝑥
2−𝑥 >0
−1,5 > 𝑥
𝑥

Gabarito: a)

11. (Unicamp/2017) Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓
pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse
grupo,

a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.

d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.


Comentários:
Se o grupo conta com 10 pessoas, 5 pessoas leram o livro 𝐴 e 4, o livro 𝐵, temos 9 pessoas
lendo algum livro, deixando possibilidade para que, pelo menos uma, não tenha lido livro
algum.
Exercício resolvido em detalhes na teoria, seção 6.1.

Gabarito: c)

12. (Fuvest/2017) Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são
equivalentes se a soma dos divisores positivos de a coincide com a soma dos
divisores positivos de b.

Constituem dois inteiros positivos equivalentes:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 104


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

a) 8 e 9. b) 9 e 11. c) 10 e 12. d) 15 e 20. e) 16 e 25.


Comentários:
Muito bem. Antes de analisarmos as alternativas, faz-se necessário entender o que o
enunciado diz.
A título de esclarecimento, peguemos dois números, digamos 6 e 10. Para saber se eles são
equivalentes, façamos o proposto pelo enunciado, somemos seus divisores. Acompanhe:

Número Divisores Soma


6 1, 2, 3 𝑒 6 1 + 2 + 3 + 6 = 12
10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18
Portanto, pelos dados do enunciado, os números 6 e 10 não são equivalentes.
Para uma análise mais ampla, façamos o mesmo com todos os números citados nas
alternativas:

Número Divisores Soma


8 1, 2, 4 𝑒 8 1 + 2 + 4 + 8 = 15
9 1, 3 𝑒 9 1 + 3 + 9 = 13
10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18
11 1 𝑒 11 1 + 11 = 12
12 1, 2, 3, 4, 6 𝑒 12 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
15 1, 3, 5 𝑒 15 1 + 3 + 5 + 15 = 24
16 1, 2, 4, 8 𝑒 16 1 + 2 + 4 + 8 + 16 = 31
20 1, 2, 4, 5, 10 𝑒 20 1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 20 = 42
25 1, 5 𝑒 25 1 + 5 + 25 = 31
Perceba que apenas os números 16 e 25 apresentam somas iguais, indicando a alternativa e)
como nosso gabarito!

Você não precisaria saber o que são os números equivalentes. É muito comum um exercício
trazer uma definição “nova” para você e, dando informações suficientes, solicitando alguma
atividade que exija adaptação de seus conhecimentos. Não se desespere com termos
diferentes e conceitos novos, a prova dará informações suficientes nessas situações.

Gabarito: e)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 105


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

13. (Unesp/2016) Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao
final do primeiro mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de
aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do
primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos
totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.

Na situação descrita, a taxa paga foi de


a) 𝑹$𝟒𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.

d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
Comentários:
No primeiro mês, Rafael pagou:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
Nos outros meses, só o aluguel, ou seja:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 = 900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎
Rafael pagou, em um ano, 1 vez o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 e 11 vezes só o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙, contabilizando
R$6.950,00. Assim, podemos escrever a equação equivalente a seguir:
1 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎) + 11 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙) = 6.950
1 ⋅ (900) + 11 ⋅ (900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎) = 6.950
Chamemos a taxa de 𝑥 e, em seguida, resolvamos a equação.
1 ⋅ 900 + 11 ⋅ (900 − 𝑥) = 6.950
900 + 9900 − 11𝑥 = 6.950
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
3.850 = 11𝑥
350 = 𝑥
Desse modo, nossa taxa é de 𝑅$350,00.

Gabarito: d)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 106


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

14. (Fuvest/2016) A igualdade correta para quaisquer 𝒂 e 𝒃, números reais maiores do


que zero, é
𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) 𝟐 =𝒂−𝒃
𝒂 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐
Comentários:
Mais uma questão que, para resolvê-la, precisamos analisar alternativa a alternativa.
Podemos perceber que teremos que “provar” certas propriedades por meio de equações e há,
basicamente, três meios para se provar uma igualdade 𝐴 = 𝐵: podemos sair de 𝐴 e chegar em
𝐵, sair de 𝐵 e chegar em 𝐴 ou ainda sair da própria igualdade 𝐴 = 𝐵 e chegar a uma igualdade
irrefutavelmente verdadeira (ou falsa, para provar que a igualdade não é válida).
Mãos à obra!
𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
Nessa igualdade, optaremos pela terceira das possibilidades apresentadas, saindo da
igualdade original e tentando chegar a uma igualdade irrefutavelmente válida ou inválida.
3
√𝑎3 + 𝑏 3 = 𝑎 + 𝑏
3 3
( √𝑎3 + 𝑏 3 ) = (𝑎 + 𝑏)3

𝑎3 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3
Se você se lembra dos produtos notáveis apresentados no início da aula, já deve ter percebido
que a igualdade não é válida, pois o desenvolvimento do cubo da soma não é a soma dos
cubos, veja:
𝑎3 + 𝑏 3 ≠ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3. 𝑎2 𝑏 + 3. 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
Portanto a alternativa a) é falsa, vamos para a próxima.
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
Novamente, partamos da igualdade completa.
1 1
=−
𝑎√𝑎2 + 𝑏 2 𝑏
Rearranjando os termos, cientes de que 𝑎 e 𝑏 não são nulos, temos:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 107


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝑏
− = √𝑎2 + 𝑏 2
𝑎
Ao olhar a igualdade, sabendo que 𝑎 e 𝑏 são maiores do que zero, portanto positivos, podemos
perceber que a fração apresentada no primeiro termo da equação será sempre negativa e um
resultado negativo nunca poderia ser resultado de a extração de uma raiz quadrada no domínio
dos números reais.
Novamente, alternativa falsa.
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
Para essa alternativa, vamos sair do primeiro membro e tentar chegar ao segundo para
verificar a validade da afirmação.
2 2 2
(√𝑎 − √𝑏) = √𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + √𝑏 = 𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + 𝑏
Como a expressão a que chegamos não é equivalente ao segundo termo da equação
apresentada, classificamos, também, essa alternativa como falsa.
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
Para a análise dessa alternativa, saiamos do segundo membro da equação para tentar chegar
ao primeiro.
1 1
+
𝑎 𝑏
Para soma de frações, MMC:
1 1 𝑏+𝑎
+ =
𝑎 𝑏 𝑎𝑏
Novamente, chegamos a uma expressão não equivalente à informada na igualdade. Alternativa
também falsa.
Sem mais alternativas, não nos resta escolha além de assinalar a alternativa e) como nosso
gabarito, mas, a título de exercício, vamos analisá-la também para atestar sua validade.
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) =𝒂−𝒃
𝒂𝟐 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐
Nessa alternativa, vamos partir da expressão apresentada no primeiro termo e verificar se ela é
equivalente ao segundo termo.
𝑎3 − 𝑏 3
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2
Como vimos nos produtos notáveis apresentados no início, podemos fatorar a expressão 𝑎3 −
𝑏3 .

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 108


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝑎3 − 𝑏 3 (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
= = (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 (𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
Exatamente o que nossa alternativa afirmou.

Gabarito: e)

15. (UERJ/2015.2) O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em
dez segmentos congruentes pelos pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.

𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa
𝟔
o seguinte número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎
𝟕
𝒅)
𝟏𝟎
Comentários:
A distância 𝑍 entre 𝑌 e 𝑋 é dada pela diferença entre esses dois números, ou seja:
Z=Y−X
3 1
Z= −
2 6
9−1
Z=
6
8 4
Z= =
6 3
Perceba que essa distância não é entre cada letra indicada, e, sim, entre 𝑋 e 𝑌.
Como temos, entre 𝑋 e 𝑌, 10 intervalos iguais, podemos descobrir a distância 𝑑 entre cada
letra simplesmente dividindo 𝐷 por 10.
𝑍
𝑑=
10
4
𝑑= 3
10
4 1
𝑑= ⋅
3 10

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 109


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

4 2
𝑑= =
30 15
O ponto 𝐷 está 4 unidades 𝑑 à direita de 𝑋, então, podemos dizer que o ponto 𝐷 representa o
número:
𝐷 =𝑋+4⋅𝑑
1 2
𝐷= +4⋅
6 15
1 8
𝐷= +
6 15
5 + 16
𝐷=
30
21 7
𝐷= =
30 10
Quem diria, o ponto 𝐷 está na alternativa d). Que coisa, não? 😎

Gabarito: d)

16. (Unicamp/2015) Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos


refrigerantes. Recentemente, um grande fabricante nacional anunciou que havia
reduzido em 𝟏𝟑 mil toneladas o uso de açúcar na fabricação de seus refrigerantes,
mas não informou em quanto tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus
refrigerantes informa que 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒍 do produto contêm 𝟐𝟏 𝒈 de açúcar. Utilizando
apenas o açúcar "economizado" pelo referido fabricante seria possível fabricar,
aproximadamente.
a) 𝟏𝟐𝟒 milhões de litros de refrigerante.

b) 𝟐, 𝟔𝟎 bilhões de litros de refrigerante.

c) 𝟏. 𝟑𝟔𝟓 milhões de litros de refrigerante.

d) 𝟐𝟕𝟑 milhões de litros de refrigerante.


Comentários:
O número 𝑛 de refrigerantes de 200 𝑚𝑙, contendo 21 𝑔 de açúcar por unidade, é:
200 𝑚𝑙
13.000.000 𝑘𝑔 13.000.000.000 𝑔 ⋅ ( 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ) 13.000.000.000 ⋅ 200 𝑚𝑙
= = =
21 𝑔 21 𝑔 21
( ) ( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
200 𝑚𝑙
( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
= 123.809.523.810 𝑚𝑙 = 123.809.523,810 𝑙 ≅ 124 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠

Gabarito: a)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 110


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

17. (Unicamp/2015) Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por
ripas de madeira. As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como
os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os parafusos são representados
por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois parafusos em
cada extremidade.

Os parafusos usados na cerca são vendidos em caixas com 𝟔𝟎 unidades. O número


mínimo de caixas necessárias para construir uma cerca com 𝟏𝟎𝟎 𝒎 de comprimento é

a) 𝟏𝟑.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟓.

d) 𝟏𝟒.
Comentários:
A menor cerca possível necessita de 5 ripas e tem 2 metros de comprimento. A cada 2 metros
adicionais, temos que adicionar 4 ripas.
Assim, como precisamos de uma cerca de 100 metros, precisamos de (5 + 4 + 4 + ⋯ + 4)
ripas, ou seja, (5 + 49 ⋅ 4) ripas.
Como cada ripa utiliza 4 parafusos (dois em cada extremidade), temos o número de parafusos
dado por 4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4).
O enunciado informou que cada caixa de parafuso tem 60 unidades, portanto, precisaremos de
um número 𝑛 de caixas dado por:
4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4) 20 + 784 804
𝑛= = = = 13,4 ∴ 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 14 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠.
60 60 60

Gabarito: d)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 111


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

18. (Fuvest/2015) Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser
pagas usando o bilhete único. A tarifa é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus
ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de integração (ônibus e metrô/trem). Um
usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo de R$12,50. O menor
valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é

a) R$0,85

b) R$1,15

c) R$1,45

d) R$2,50

e) R$2,80
Comentários:
Para essa análise, podemos trabalhar com a proposta de exaustão, pois são poucas
possibilidades.
Imaginemos, inicialmente, que a pessoa utilize apenas bilhetes para viagens simples, ou seja,
de R$3,00 cada. Assim, para que o valor seja superior aos R$12,50 já presentes no bilhete
único, teríamos o mínimo de 5 viagens:
3 + 3 + 3 + 3 + 3 = 15 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,50
Caso a pessoa utilize apenas uma viagem de integração, teríamos:
3 + 3 + 3 + 4,65 = 13,65 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,15
Caso a pessoa utilize duas viagens de integração:
3 + 3 + 4,65 + 4,65 = 15,30 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,80
Caso a pessoa utilize três viagens de integração:
4,65 + 4,65 + 4,65 = 13,95 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,45
Caso a pessoa utilize mais viagens do que as citadas, o valor ultrapassaria sempre mais do
que os depósitos excedentes calculados.
Dentre as opções, o menor valor a ser depositado deve ser de R$1,15, ou seja, alternativa b).
Mas professor, não tem uma fórmula para resolver esse tipo de exercício?
Pois é, não tem. E isso é muito comum nas provas.
Como no exercício anterior, devemos utilizar os conhecimentos básicos adquiridos nos ensinos
fundamental e médio para resolver as situações-problema propostas.
Com a prática adquirida nos exercícios das aulas você será mais do que capaz de escapar
dessas armadilhas. Por isto nossas aulas contam com tantos exercícios resolvidos

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 112


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

detalhadamente: para proporcionar a você a experiência necessária para fazer uma excelente
prova!
Não negligencie a parte de prática, ok? É aqui que você consolida seu conhecimento!
Vamos adiante.

Gabarito: b)

19. (Unicamp/2014) Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior
número possível de ações de certa empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação
era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma desvalorização e esse preço caiu para
𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a 𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor
resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e
venda de ações o investidor teve
a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.

b) nem lucro nem prejuízo.


c) prejuízo de 𝑹$ 𝟔. 𝟎𝟎.

d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.
Comentários:
200
1º mês: Compra de = 22 ações ao custo 𝐶1 de 22 ⋅ 𝑅$ 9 = 𝑅$ 198
9
200
2º mês: Compra de = 28 ações ao custo 𝐶2 de 28 ⋅ 𝑅$ 7 = 𝑅$ 196
7
3º mês: Venda de 22 + 28 = 50 ações ao valor 𝑉 de 50 ⋅ 𝑅$ 8 = 𝑅$ 400
Assim, o lucro 𝐿 é dado por 𝐿 = 𝑅$ 400 − 𝑅$ 198 − 𝑅$ 196 = 𝑅$ 6.

Gabarito: a)

20. (Fuvest/2014) O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na
qual os 999.999 primeiros dígitos à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001
dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são iguais a zero.

Considere as seguintes afirmações:


𝑰. 𝒙 é 𝒊𝒓𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍.
𝟏𝟎
𝑰𝑰. 𝒙 ≥
𝟑
𝑰𝑰𝑰. 𝒙. 𝟏𝟎𝟐.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 é 𝒖𝒎 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒑𝒂𝒓

Então,

a) nenhuma das três afirmações é verdadeira

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 113


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras

c) apenas a afirmação I é verdadeira

d) apenas a afirmação II é verdadeira

e) apenas a afirmação III é verdadeira


Comentários:
Muito bem. Antes de julgar as afirmações, vamos explicitar nosso número x:
𝑥 = 3,3333 … 33 2222 … 22 0000 …
Obviamente, respeitados os números de casas decimais fornecidos de 999.999 casas decimais
com o algarismo 3, de 1.000.001 casas decimais com o algarismo 2 e de todas as seguintes
com o algarismo 0.
Assim, vejamos as afirmações.
𝑰. 𝒙 é 𝒊𝒓𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍.
Como 𝑥 tem um número finito de casas decimais diferentes de zero, nesse caso 999.999 +
1.000.001 = 2.000.000, 𝑥 é racional, tornando a afirmativa falsa.
𝑰𝑰. 𝒙 ≥ 𝟏𝟎/𝟑
10
𝑥≥
3
10
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥
3
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥ 3,3333 … 33 3333 … 33 3333 …
O que é falso.
𝑰𝑰𝑰. 𝒙. 𝟏𝟎^𝟐. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 é 𝒖𝒎 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒑𝒂𝒓
Quando multiplicamos um número por uma potência positiva de dez, acabamos por transpor a
vírgula para a direita um número de casas decimais igual à potência de dez multiplicada.
Sendo assim, nesse caso, ao multiplicarmos um número por 102.000.000 , levamos a vírgula para
a direita dois milhões de casas.
Se o nosso número 𝑥 tem exatamente dois milhões de casas diferentes de zero após a vírgula,
ao multiplicarmos esse número por 102.000.000, ele se tornará um inteiro, pois todas as casas
restantes após a vírgula serão iguais a zero.
Desse modo, afirmativa verdadeira.

Gabarito: e)

21. (Fuvest/2013) As propriedades aritméticas e as relativas à noção de ordem


desempenham um importante papel no estudo dos números reais. Nesse contexto,
qual das afirmações abaixo é correta?

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 114


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.

b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.

c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.

d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂

e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
Comentários:
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.
Como comentado anteriormente, nem a potenciação nem a radiciação podem ser
desmembradas em somas ou subtrações. Para provar a afirmação como falsa, basta
apresentarmos um contraexemplo:
√1 + 1 = √1 + √1
√2 = 1 + 1
√2 = 2
O que é absurdo, ou seja, a alternativa a) é falsa.
b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.
Ao desenvolver, tomemos cuidado com os sinais envolvidos:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
√𝑎2 = √𝑏 2
±𝑎 = ±𝑏
𝑎 = ±𝑏
Ou seja, alternativa falsa.
Em nossa próxima aula, veremos com mais profundidade o que vem a ser a expressão √𝑎2 .
Alternativamente, podemos pensar também em um contraexemplo como fizemos na alternativa
anterior:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
Peguemos os valores de 𝑎 = 1 e 𝑏 = −1.
(1)2 = (−1)2
1=1

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 115


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

E, apesar de termos 𝑎2 − 𝑏 2 = 0 temos, claramente, 𝑎 ≠ 𝑏, tornando a alternativa também


falsa.
c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.
Aqui há o mesmo erro apresentado na alternativa b). Perceba que para 𝑎 = −1 a equação não
se sustenta:
√𝑎 2 = 𝑎

√(−1)2 = −1
Lembre-se da “tia” da escola: “Primeiro os parênteses!”.
√1 = −1
1 = −1
Como chegamos a um absurdo com 𝑎 = −1, não podemos afirmar que a equação é verdadeira
“qualquer que seja o número real 𝑎”.
Atenção: É plenamente possível encontrarmos algum 𝑎 que satisfaça a equação, o que não se
pode afirmar é que a equação vale para todo 𝑎, ok?
Como a alternativa fala em “qualquer que seja o número 𝑎”, não há escolha a não ser
classificá-la como falsa.
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂
Vamos para mais um contraexemplo. Assumamos 𝑎 = −1 e 𝑏 = 1. Para esses valores, tem-se
como verdadeira a primeira parte 𝑎 < 𝑏, pois −1 < 1.
Vejamos se a segunda parte se sustenta:
1 1
<
𝑏 𝑎
1 1
<
1 −1
1 < −1
Outro absurdo.
e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
Analisemos com calma.
Sabemos que, para todo 0 < 𝑎 < 1, 𝑎2 < 𝑎.
Se você não tomou isso como automático, pense no exemplo da pizza. Se alguém come
metade da metade de uma pizza, come menos que a metade, veja:
1 1 1
. <
2 2 2

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 116


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1 2 1
( ) <
2 2
1 1
<
4 2
Desse modo, e como 0 < 𝑎 < 1, podemos dizer:
0<𝑎<1
Multiplicando todos os termos por 𝑎:
0 < 𝑎2 < 𝑎
Extraindo a raiz quadrada de todos os termos:

√0 < √𝑎2 < √𝑎


Como sabemos que 𝑎 é positivo, √𝑎2 = 𝑎, então:
0 < 𝑎 < √𝑎
Perceba o que conseguimos ao unir duas das informações obtidas:
0 < 𝑎2 < 𝑎
0 < 𝑎 < √𝑎
Unindo essas duas informações em uma única inequação, temos:
0 < 𝑎 2 < 𝑎 < √𝑎
A afirmativa e) diz que
𝑎 2 ≤ √𝑎
O que está de acordo com nossa conclusão.

Gabarito: e)

22. (UFU/2011.2) A produção industrial caracteriza-se por um crescente domínio da


natureza, no entanto, não é mais possível negligenciar as mazelas e a depredação
ecológica que acompanham o formidável avanço das forças produtivas. Nesse
contexto, amplia-se a necessidade de mão de obra qualificada. Suponha que o exame
de ingresso em um curso de Tecnólogo de Produção Industrial preveja a realização
de uma prova valendo 𝟏𝟐𝟎 pontos. Serão aprovados candidatos que obtiveram nota
maior ou igual a 𝟗𝟎 pontos, sendo que o candidato obtém 𝟏 ponto a cada questão
respondida corretamente e que, a cada cinco questões com respostas incorretas ou
não respondidas, anula-se uma questão correta.

De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de
questões que um candidato deverá acertar deverá ser
𝒂) primo

𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 117


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝒄) par

𝒅) um quadrado perfeito
Comentários:
Vamos definir o número que questões certas como 𝑐 e erradas como 𝑒 = 120 − 𝑐. Assim
𝑒
𝑐 ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 − ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 ≥ 90 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
5
(120 − 𝑐)
𝑐∙1− ∙ 1 ≥ 90
5
(120 − 𝑐)
𝑐− ≥ 90
5
Multiplicando ambos os membros da desigualdade por 5, temos:
5 ⋅ 𝑐 − (120 − 𝑐) ≥ 90 ⋅ 5
5 ⋅ 𝑐 − 120 + 𝑐 ≥ 450
6𝑐 − 120 ≥ 450
Somando 120 de ambos os membros.
6𝑐 ≥ 570
Dividindo ambos os membros por 6.
𝑐 ≥ 95
Ou seja, o mínimo de questões a serem acertadas no exame é 95.
Vamos, então, analisar as alternativas.
𝒂) primo
Fatorando o 95, temos
95 = 5 ⋅ 19
Portanto, 95 é um número composto, não primo.
𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗
Como vimos na fatoração anterior, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, sim, múltiplo de 19, o que faz desta
alternativa, nosso gabarito.
𝒄) par
95 é um número ímpar.
𝒅) um quadrado perfeito
Como vimos, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, não é um quadrado perfeito.

Gabarito: b)

23. (Unicamp/2011) Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 118


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Somados, os homens despendem 𝑹$ 𝟐. 𝟒𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O grupo de mulheres gasta a mesma


quantia, embora cada uma tenha pago 𝑹𝑺 𝟔𝟒, 𝟎𝟎 a menos que cada homem.

Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse
problema e permite encontrar tal valor é
a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).

b) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

c) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙) (𝟒𝟎 − 𝒙).

d) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)𝒙.


Comentários:
n° de pessoas n° de homens n° de mulheres Gasto homem Gasto mulher
40 𝑥 40 − 𝑥 2400 2400
− 64
𝑥 𝑥
Pelo enunciado, podemos dizer que
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 ⋅ 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟 = 2400
2400
(40 − 𝑥) ⋅ ( − 64) = 2400
𝑥
2400 − 64𝑥
(40 − 𝑥) ⋅ ( ) = 2400
𝑥
(40 − 𝑥) ⋅ (2400 − 64𝑥) = 2400 ⋅ 𝑥

Gabarito: c)

24. (UEA/2011) Os números reais 𝒑 e 𝒒 são as raízes da equação 𝟏𝟓𝒙𝟐 − 𝟏𝟏𝒙 + 𝟐 = 𝟎.


Nesse caso,
𝟏 𝟏
+
𝒑 𝒒
vale
𝟏𝟏
𝒂)
𝟐
𝟖
𝒃)
𝟕
𝟖
𝒄)
𝟏𝟏
𝟏𝟏
𝒅)
𝟏𝟓
𝟐
𝒆)
𝟏𝟏
Comentários:
Vamos calcular as raízes da equação pedida.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 119


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

15𝑥 2 − 11𝑥 + 2 = 0
∆= 𝑏 2 − 4 ∙ 𝑎 ∙ 𝑐 = (−11)2 − 4 ∙ 15 ∙ 2 = 121 − 120 = 1
11 + 1 12 2
𝑥′ = p = = =
−b ± √∆ −(−11) ± √1 30 30 5
𝑥= = =
2⋅𝑎 2 ⋅ 15 11 − 1 10 1
𝑥 ′′ = q = = =
{ 30 30 3
Com esses dados, calculemos o valor da expressão pedida:
1 1
+
𝑝 𝑞

1 1
+
2 1
5 3

5 3
+
2 1

5+6
2

11
2

Gabarito: a)

25. (Fuvest/2010) Leia a charge e responda.

a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?

b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.


Comentários:
Ok, essa questão não é inteiramente matemática, ainda assim é uma questão interessante.
Vejamos:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 120


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?


Analisando a tirinha, Mafalda foi ao banheiro para lidar com sua frustração de não conseguir
resolver o problema proposto na aula.
b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.
Sem dar a mesma desculpa de Mafalda, vamos traduzir o enunciado em linguagem
matemática.
Primeiro, limpemos o texto. A tirinha traz as seguintes informações:
“O toneleiro passou 218 litros de um barril de vinho para 𝑔 garrafas de 75 centilitros.”
Ah, professor, está melhorando! Pelo menos agora não foi 𝑥...
Pois é, usemos, para variar, 𝑔 para simbolizar o número de garrafas necessárias à situação
proposta. Mas não se acostume, viu? Ainda sou fã do 𝑥...
Vamos lá.
Aqui nós precisaremos de um conhecimento sobre nomenclatura. O prefixo centi é usado para
quando queremos a centésima parte de algo, exatamente o que acontece com o centímetro
(que é a centésima parte do metro). Se preferir, pode pensar no centi como sendo a divisão por
cem, ou, alternativamente, como a multiplicação de algo por 10−2.
Assim, 75 centilitros nada mais é do que 75⁄100 litros, ou 0,75 litros.
Dessa forma, enunciemos nossa pergunta:
Qual é o número 𝑔 de garrafas necessárias para conter todos os 218 litros?
218
𝑔=
0,75
𝑔 = 290, 6̅
Uma observação é necessária antes de darmos nossa resposta. É razoável imaginar que todas
as garrafas sejam iguais e que não se possa pegar 0, 6̅ garrafas. Dessa forma, uma resposta
mais razoável é utilizarmos 291 garrafas.
Perceba que se a pergunta tivesse sido diferente, por exemplo:
Quantas garrafas podem ser completamente preenchidas com o que há no tonel?
Nossa resposta seria 290, pois o que sobraria, 0, 6̅ garrafas, não chega a ser uma garrafa
completamente preenchida.
Essa situação é muito comum em vestibulares. Fique atento ao perguntarem sobre leitos de
hospital, lugares no cinema ou teatro, quantidade de caixas e embalagens... Não podemos
contar com frações desses itens, então é necessário adequar a resposta numérica obtida na
resolução da equação à situação particular de cada exercício.
Fique de olho.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 121


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Gabarito: 291

26. (Fuvest/2008) Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro
dia de 2007 foi segunda-feira, o próximo ano a começar também em uma segunda-
feira será

a) 2012

b) 2014

c) 2016

d) 2018

e) 2020
Comentários:
Mais um exemplo de exercício sem referência a uma fórmula pronta. Vejamos o que sabemos
acerca do assunto.
Você já deve ter percebido que seu aniversário, a cada ano que passa, “adianta” um dia na
semana a cada ano comum; e dois dias a cada ano bissexto.
Não percebeu?
Então vamos verificar esse fato matematicamente. Acompanhe.
Uma semana tem 7 dias, um ano comum tem 365 dias e um ano bissexto tem 366 dias.
Vamos tentar relacionar esses números.
Qual é o número múltiplo de 7 mais próximo de 365?
Se você fizer a conta manualmente, verá que, a divisão de 365 por 7 deixa resto 1, o que
significa que 364 é o múltiplo de 7 mais próximo de 365.
Pelo fato de 365 ser uma unidade à frente de um múltiplo de 7, que seu aniversário “anda” um
dia da semana por ano.
Perceba que no posterior ao ano bissexto, seu aniversário (ou qualquer dia de referência),
andará dois dias ao invés de um, pois 366 está 2 unidades à frente de um múltiplo de 7.
Além disso, precisamos saber quais são os anos bissextos para conseguir uma dedução válida
no exercício.
A divisão de 2007 por 4 deixa resto 3, ou seja, 2007 está 3 anos à frente de um ano bissexto,
ou um ano antes de outro, se preferir.
Vamos fazer uma relação dos anos bissextos, sequencialmente, e dos dias da semana que
cada um “avança” na semana quando de sua passagem.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 122


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Ano Bissexto Avança na semana Primeiro dia


2007 Não 1 dia Segunda-feira
2008 Sim 2 dias Terça-feira
2009 Não 1 dia Quinta-feira
2010 Não 1 dia Sexta-feira
2011 Não 1 dia Sábado
2012 Sim 2 dias Domingo
2013 Não 1 dia Terça-feira
2014 Não 1 dia Quarta-feira
2015 Não 1 dia Quinta-feira
2016 Sim 2 dias Sexta-feira
2017 Não 1 dia Domingo
2018 Não 1 dia Segunda-feira
2019 Não 1 dia Terça-feira

Dessa forma, percebemos que o próximo ano a ter seu primeiro dia em uma segunda-feira,
após 2007, será 2018.

Gabarito: d)

27. (Fuvest/2007) Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145
blocos de tipo Y. Esses blocos têm as seguintes características: todos são cilindros
retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.

A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada
coluna deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem
ter a mesma altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem
ser construídas é de

a) 55

b) 56

c) 57

d) 58

e) 59
Comentários:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 123


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

O enunciado apresenta várias informações. Para maior clareza, vamos dispor essas
informações de forma mais clara.

Tipo de Bloco X Y
Quantidade 117 145
Altura do bloco (cm) 120 150
Como temos que fazer sempre colunas de mesma altura, independentemente de serem feitas
com os blocos X ou Y, precisamos achar a altura que encaixe um número inteiro de blocos,
tanto X quanto Y.
A ferramenta para esse cálculo é o Mínimo Múltiplo Comum, nesse caso entre 120 e 150 que
são as alturas dos dois tipos de bloco. Fatorando 120 e 150 simultaneamente, chegamos a
𝑀𝑀𝐶(120; 150) = 600, que representa a altura.
De posse do valor da altura, precisamos saber quantos blocos vão em cada coluna e quantas
colunas de cada tipo conseguimos fazer. Para facilitar o entendimento, ampliemos nossa tabela
inicial com esses dados.

Tipo de Bloco X Y
Quantidade 117 145
Altura do bloco (cm) 120 150
Altura da coluna (cm) 600 600
Blocos por coluna 600 600
=5 =4
120 150
Quantidade de colunas 117 145
≅ 23 ≅ 36
5 4
Perceba que as divisões 117⁄5 e 145⁄4 não são exatas. Diferentemente dos exercícios
anteriores, aqui a aproximação foi para baixo. A pergunta se refere a quantas colunas
conseguimos fazer e, ao sobrar blocos insuficientes para fazer uma coluna, não podemos
considerar uma coluna feita, portanto, desconsideramos o resto das divisões e consideramos
apenas as colunas inteiras.
Esse discernimento é muito importante ao interpretar o exercício e fornecer a resposta correta.
Voltando ao cálculo, percebemos, pela tabela, que conseguimos 23 colunas com os blocos do
tipo X e 36 colunas com os blocos do tipo Y, totalizando 59 colunas completas.

Gabarito: e)

28. (Fuvest/2005) O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para
que a soma seja o quadrado de um número inteiro positivo é

a) 37

b) 36

c) 35

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 124


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

d) 34

e) 33
Comentários:
Excelente enunciado para praticar a tradução do Português para o “matematiquês”.
Chamando o número solicitado de 𝑥 e o quadrado de um número inteiro positivo de 𝑦 2 com
𝑦 ∈ ℕ (total falta de criatividade, eu sei... pode-se usar quaisquer letras para incógnitas no lugar
dos tradicionais 𝑥 e 𝑦, ok?), temos:
987 + 𝑥 = 𝑦 2
Analise comigo quais são os números quadrados de inteiros positivos:
1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, … , 900, 961, 1024, 1089, 1156 …
Como queremos um número que somado a 987 dê um quadrado perfeito, o quadrado deve,
obrigatoriamente, ser superior a 987, assim nossas opções são resumidas a:
1024, 1089, 1156 …
Mas o exercício pediu o menor 𝑥 possível, então nossa escolha deve ser o menor quadrado
perfeito maior que 987, ou seja, 1024.
Perceba que 𝑦 2 = 1024, pois 𝑦 2 está simbolizando nosso quadrado de um número inteiro
positivo, ok?
Agora podemos, finalmente, escrever a equação referente ao problema:
987 + 𝑥 = 1024
Subtraindo 987 de ambos os termos da equação, temos:
𝑥 = 1024 − 987
𝑥 = 37

Gabarito: a)

29. (Unesp/2004) Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de
𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função,
cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora. O tempo máximo de
duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que a de
Carlos, é:
a) 𝟔 horas.

b) 𝟓 horas.

c) 𝟒 horas.

d) 𝟑 horas.

e) 𝟐 horas.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 125


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Comentários:
Queremos que o Custo de animação de Daniel não seja maior que o custo de animação de
Carlos.
E o que significa não ser maior?
Significa ser igual ou menor.
Chamando 𝐶 o custo total de animação de Carlos para uma festa de ℎ horas e 𝐷 o custo total
de Daniel para uma festa de mesma duração, temos, pela condição do enunciado:
𝐷≤𝐶
55 + 35ℎ ≤ 100 + 20ℎ
15ℎ ≤ 45
ℎ≤3
Assim, se o tempo de duração da festa for de até 3 horas, o Custo de animação de Daniel não
será maior que o custo de animação de Carlos.

Gabarito: d)

30. (Fuvest/2003) Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três
mil e quarenta e dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que
cada um recebeu, em reais, foi:

a) 3.009.006,00

b) 3.090.006,50

c) 3.090.006,00
d) 3.090.006,50

e) 3.900.060,50
Comentários:
Aqui temos uma rara pergunta direta. Basta dividir o prêmio pelo número de amigos.
Além da possibilidade de fazer a divisão manualmente, você pode fazer o cálculo mental, caso
queira.
Acompanhe uma sugestão para o cálculo mental.
Os sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais.
Vamos, então, dividir por partes:
Vinte e um milhões divididos em partes iguais para sete amigos resultam em três milhões.
Sessenta e três mil divididos em partes iguais para sete amigos resultam em nove mil.
Quarenta e dois reais divididos em partes iguais para sete amigos resultam e seis reais.
Assim, nosso resultado deve ser: três milhões, nove mil e seis reais; R$3.009.006,00.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 126


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Aqui a opção foi pela escrita e não pela notação simbólica justamente por simbolizar o
pensamento. Tome muito cuidado com os cálculos mentais, pois podem levar a armadilhas.
Essa questão foi bem direta, com números múltiplos de sete em uma divisão por sete; isso não
acontece sempre.

Gabarito: a)

31. (Fuvest/2003) As soluções da equação


𝒙−𝒂 𝒙+𝒂 𝟐(𝒂𝟒 + 𝟏)
+ = 𝟐 𝟐
𝒙 + 𝒂 𝒙 − 𝒂 𝒂 (𝒙 − 𝒂𝟐 )
onde 𝒂 ≠ 𝟎, são:
𝒂 𝒂
𝒂) − 𝒆
𝟐 𝟒
𝒂 𝒂
𝒃) − 𝒆
𝟒 𝟒
𝟏 𝟏
𝒄) − 𝒆
𝟐𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒅) − 𝒆
𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒆) − 𝒆
𝒂 𝒂
Comentários:
Uma questão um pouco mais técnica.
Perceba que a questão trata 𝑥 como variável e 𝑎 como constante, o que fica evidenciado ao
analisarmos as respostas contendo o termo 𝑎.
Assim, vamos resolver a equação em termos de 𝑥 e consideraremos o termo 𝑎 como
constante.
Dessa forma, temos:
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2(𝑎4 + 1)
+ =
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎2 (𝑥 2 − 𝑎2 )
Como temos uma soma de frações, a primeira coisa é fazer o MMC entre os denominadores.
Podemos fazer o MMC entre todos os termos da equação ou apenas dos termos do primeiro
membro. Optaremos aqui pela segunda opção.
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2(𝑎4 + 1)
+ =
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎2 (𝑥 2 − 𝑎2 )
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑥 + 𝑎)2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
Vamos desenvolver e simplificar o numerador da primeira fração.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 127


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑥 + 𝑎)2 2(𝑎4 + 1)


= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
2𝑥 2 + 2𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
Colocando 2 em evidência no numerador e desenvolvendo o produto do denominador (lembre-
se dos produtos notáveis!), ambos do primeiro termo da equação, e simplificando:
2(𝑥 2 + 𝑎2 ) 2(𝑎4 + 1)
=
(𝑥 2 − 𝑎2 ) 𝑎2 (𝑥 2 − 𝑎2 )
2(𝑥 2 + 𝑎2 ) 𝟐(𝑎4 + 1)
= 2 𝟐
(𝒙𝟐 − 𝒂𝟐 ) 𝑎 (𝒙 − 𝒂𝟐 )
Aqui, temos que fazer a ressalva de 𝑥 ≠ ±𝑎, ou corremos o risco de dividirmos por zero e
chegarmos a uma resposta inválida. Desse ponto em diante, nossas respostas não podem
admitir 𝑥 = ±𝑎, tudo bem?
Continuemos simplificando...
(𝑥 2 + 𝑎2 ) (𝑎4 + 1)
=
1 𝑎2
𝑎4 + 1
𝑥 2 + 𝑎2 =
𝑎2
𝑎4 + 1
𝑥2 = − 𝑎2
𝑎2
Mais uma fração, portanto, mais um MMC.
𝑎4 + 1
𝑥2 = − 𝑎2
𝑎2
𝒂𝟒 + 1 − 𝒂𝟒
𝑥2 =
𝑎2
1
𝑥2 = 2
𝑎

1
√𝑥 2 = √
𝑎2

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 128


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1
𝑥 = ±√
𝑎2
1
𝑥=±
𝑎
Criando um pouco de suspense: analisaremos com mais detalhes na próxima aula o que
acontece com √𝑥 2 .
É de extrema importância que você perceba o que foi feito aqui. Como a parte algébrica foi um
pouco extensa, é fácil se perder.
O exercício nos pediu para resolver uma equação, o que, você sabe, gera a necessidade de
uma resposta, ou seja, quais são os valores que satisfazem a condição inicial dada.
O exercício deixou claro, por meio das alternativas, que 𝑥 é a variável a ser descoberta e que 𝑎
é um termo fixo, que, inclusive, pode aparecer em nossa resposta como se um número fosse. E
de fato apareceu.
Sendo assim, nossa resposta para os possíveis valores de 𝑥 é:
1
𝑥=±
𝑎
Nota: ± não quer dizer, em matemática, “mais ou menos” no sentido popular de
“aproximadamente”. Aqui esse símbolo comunica exatamente a possibilidade dupla do sinal, ou
seja, ambas as possibilidades estão ali.
Uma forma mais explícita de escrevermos nosso resultado é:
1 1
𝑥=− 𝑜𝑢 𝑥 = +
𝑎 𝑎

Gabarito: e)

32. (Unesp/2003) Por hipótese, considere


𝒂 = 𝒃

Multiplique ambos os membros por 𝒂

𝒂² = 𝒂𝒃

Subtraia de ambos os membros 𝒃²

𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²

Fatore os termos de ambos os membros


(𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃) = 𝒃(𝒂 − 𝒃)Simplifique os fatores comuns

(𝒂 + 𝒃) = 𝒃

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 129


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Use a hipótese que 𝒂 = 𝒃

𝟐𝒃 = 𝒃

Simplifique a equação e obtenha


𝟐 = 𝟏

A explicação para isto é:

a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).

c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

e) na fatoração, faltou um termo igual a +𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.


Comentários:
O erro está na simplificação dos fatores comuns. Como 𝑎 é igual a 𝑏 (equação inicial), temos
que (𝑎 − 𝑏) = 0 e, ao dividir ambos os termos da equação por (𝑎 − 𝑏), o autor acabou por
dividir por zero, o que não é possível.

Gabarito: c)

33. (Fuvest/2002) Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas
com lado de mesma medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5
m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas
somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das lajotas?
Comentários:
Muito bem. É mais comum nesse tipo de exercício a pergunta sobre o maior tamanho possível,
o que seria dado pelo Máximo Divisor Comum entre 200 cm e 500 cm 𝑀𝐷𝐶(200,500) (o
exercício informou em metros, mas pediu que fossem calculados os lados da lajota quadrada
em centímetros).
Nesse problema a pergunta se referiu aos possíveis valores para o lado das lajotas. Muita
atenção, quando se pergunta quais são os “possíveis” valores, não se está perguntando sobre
“alguns” valores e sim sobre “todos” os valores!
Comecemos com a análise dos divisores comuns entre 200 e 500.

Número Divisores

1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200


200

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 130


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100, 125, 250, 500


500

Como queremos todos os possíveis valores para uma lajota quadrada, perceba que
precisamos de um valor para o lado da lajota que permita um número inteiro de lajotas tanto no
lado de 5 metros quanto no de 2 metros da sala. Dessa forma, qualquer número que seja
divisor de ambos os números (5 m = 500 cm e 2 m = 200 cm) simultaneamente, representa
uma possibilidade.
Assim, todos os possíveis valores inteiros para os lados das lajotas, em centímetros, são: 1, 2,
4, 5, 10, 20, 25, 50 e 100.

Gabarito: 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100.

34. (Fuvest/2000) Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e


consecutivos, qual dos números abaixo é necessariamente um inteiro ímpar?
a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚

b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚

c) 𝒙𝒚 + 𝟏

d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐

e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Comentários:
Antes de iniciarmos a análise das alternativas, é importante notar que se temos dois números
consecutivos e estritamente positivos, um deles é par e o outro, ímpar. Além disso, a expressão
“estritamente positivos” exclui o zero das possibilidades.
Atenção: de 𝑥 e 𝑦, não sabemos quem é par e quem é ímpar.
Considerações feitas, vamos às análises
a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚
Dessa soma, a parcela 2𝑥 é, com certeza, par, independente de 𝑥, pois o dobro de algo é
sempre par. Já não temos tanta certeza sobre a parcela 3𝑦, que pode ser tanto par (caso 𝑦
seja par) quanto ímpar (caso 𝑦 seja ímpar).
Assim, não se pode ter certeza de que a soma seja par ou ímpar como quer o enunciado.
b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚
Exatamente o mesmo caso da alternativa a), a parcela 3𝑥 pode ser tanto par quanto ímpar, a
depender do valor de 𝑥 ser par ou ímpar.
c) 𝒙𝒚 + 𝟏

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 131


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

O produto 𝑥𝑦 é, com certeza, par, pois temos a multiplicação de um número par e outro ímpar,
independente de qual é qual (são dois números consecutivos, lembra? Com certeza um par e
outro ímpar).
Sendo assim, o produto 𝑥𝑦 par somado a 1 resulta em um número ímpar e esse é nosso
gabarito!
d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐
O produto 𝑥𝑦 é, como já vimos na alternativa anterior, par. O dobro desse produto, 2𝑥𝑦,
continua a ser par e, a soma de um número par a 2, resulta, novamente, em um número par.
O exercício pede a expressão que resulta em um número ímpar, então essa alternativa não
obedece ao critério solicitado.
e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Essa é sutil. Perceba que temos, obrigatoriamente, um número par e um número ímpar entre 𝑥
e 𝑦.
Se somarmos 1 ao número ímpar, seja 𝑥 ou 𝑦, teremos um número par que, somado ao outro
par, soma par novamente, não atendendo à solicitação do enunciado de resultar em um
número ímpar.

Gabarito: c)

35. (Fuvest/1999) Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades


𝟏 ≤ 𝒂 ≤ 𝟐 e 𝟑 ≤ 𝒃 ≤ 𝟓, pode-se afirmar que
𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤ 𝟓
𝟐 𝒃
Comentários:
Analisemos cada uma das alternativas.
𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
Para que essa desigualdade seja sempre verdadeira, analisaremos o pior caso possível, ou
seja, quando a fração 𝑎⁄𝑏 é a maior possível. Se mesmo com a maior fração possível ela ainda

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 132


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

for menor ou igual a 2⁄5, a desigualdade será verdadeira para quaisquer outros valores nos
intervalos dados.
Para que a fração 𝑎⁄𝑏 seja a maior possível, queremos o maior denominador possível, ou seja,
o maior 𝑎 possível, e o menor denominador, o menor valor de 𝑏.
Dos intervalos dados no enunciado, vemos que o maior valor para 𝑎 é 𝑎 = 2 e o menor valor
para 𝑏 é 𝑏 = 3. Assim, a desigualdade, em sua condição extrema, é dada ppor:
𝑎 2

𝑏 5
2 2

3 5
0, 6̅ ≤ 0,4
O que, claramente, é falso.
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
Aqui o raciocínio é similar, porém invertido.
Se queremos a fração 𝑎⁄𝑏 maior que algo, a pior situação possível é a menor dessas frações e
esse caso se dá com o menor 𝑎 e o maior 𝑏 possíveis, ou seja, 𝑎 = 1 e 𝑏 = 5.
𝑎 2

𝑏 3
1 2

5 3
3 10

15 15
0,2 ≥ 0, 6̅
Qualquer que seja sua notação favorita, percebe-se claramente a falsidade da inequação.
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
Nessa alternativa, faremos duas comparações, uma para 1⁄5 ≤ 𝑎⁄𝑏 e outra para 𝑎⁄𝑏 ≤ 2⁄3.
Apenas para o caso de ambas serem verdadeiras, a alternativa será aceitável.
Lembre-se: para 𝑎⁄𝑏 maior que algo, usaremos a menor fração possível, ou seja, 𝑎⁄𝑏 = 1⁄5;

enquanto para 𝑎⁄𝑏 menor que algo, usaremos a maior fração possível, 𝑎⁄𝑏 = 2⁄3.
1 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 3

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 133


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

1 1 2 2
≤ ≤
5 5 3 3
𝑉 𝑉
Como, em ambas, temos ≤, ambas são verdadeiras, ou seja, a alternativa c) é o nosso
gabarito!
Vejamos o motivo de as restantes serem falsas...
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
Mesmo raciocínio e condições anteriores:
1 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 2
1 𝑎 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 2
1 1 2 1
≤ ≤
5 5 3 2
𝑉 𝐹
Como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤𝟓
𝟐 𝒃
3 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏
3 𝑎 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏 𝑏
3 1 2
≤ ≤5
2 5 3
𝐹 𝑉
Novamente, como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.

Gabarito: c)

36. (Fuvest/1999) Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre,
completou os primeiros 300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador
mantiver a mesma velocidade média os últimos 100 metros, completará a prova em

a) 4 minutos e 51 segundos.

b) 5 minutos e 8 segundos.

c) 5 minutos e 28 segundos.

d) 5 minutos e 49 segundos.

e) 6 minutos e 3 segundos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 134


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Comentários:
Novamente, aqui temos uma situação-problema que pode ser resolvida de diversas maneiras,
inclusive com a fórmula a posição do Movimento Uniforme MU que você já deve ter estudado
nas aulas de Física.
Daremos ênfase aqui em uma resolução dedutiva, sem a utilização da fórmula do MU. Caso
seja de seu interesse, resolva-a também pela fórmula, assim você aproveita para revisar o
conteúdo!
Vamos lá.
Pelo enunciado, o nadador deverá chegar à marca dos 400 metros, mas ainda está na marca
dos 300 metros com um tempo de 3 minutos e 51 segundos.
Muito bem.
Se ele já nadou 300 metros, faltam 100 metros.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos, deve nadar 100 metros em um terço
desse tempo, ou seja, 1 minuto e 17 segundos, já que a suposição do exercício é a de que ele
mantenha a mesma velocidade média.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos e ainda faltam 100 metros, nos quais
ele deve gastar mais 1 minuto e 17 segundos, seu tempo total será igual à soma de 3 minutos
e 51 segundos a 1 minuto e 17 segundos.
Façamos essa soma com cuidado:
𝑀𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠

3 51
+
1 17

4 68

Tome cuidado: nossa resposta seria, se em uma base decimal, 4 minutos e 68 segundos. No
entanto, sabemos que não contamos os segundos de um minuto de 100 em 100 e sim de 60
em 60.
Professor, como faço então?
Simples.
Os 68 segundos indicados na soma são, na verdade, 1 minuto e 8 segundos; esse minuto extra
é somado à resposta já obtida de 4 minutos, totalizando 5 minutos e 8 segundos.

Gabarito: b)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 135


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

37. (Fuvest/1999) Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então
o valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐

𝒆) − 𝟒
Comentários:
Muito bem. Nessa equação, sabemos que tanto 𝑎 quanto −𝑎 são raízes. Sejamos obedientes e
façamos as duas substituições de maneira separada:
Substituindo 𝑥 por 𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = 0
Substituindo 𝑥 por −𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8(−𝑎)3 + 𝑘(−𝑎)2 − 18(−𝑎) + 9 = 0
−8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9 = 0
Como as duas substituições têm como resultado 0, podemos dizer que ambas têm o mesmo
valor numérico, ou seja, podemos igualá-las.
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9
Simplificando:
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9
8𝑎3 + 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 + 𝟗 + 8𝑎3 − 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 − 𝟗 = 0
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
Colocando 4𝑎 em evidência.
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
4𝑎(4𝑎2 − 9) = 0
Como temos uma multiplicação de três termos esse produto é igual a zero, temos,
obrigatoriamente, um deles iguais a zero. Analisemos as possibilidades:

4=0 𝑎=0 4𝑎2 − 9 = 0


𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 uma possibilidade 4𝑎2 − 9 = 0
4𝑎2 = 9
𝑎2 = 9⁄4

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 136


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

𝑎 = ±√9⁄4
𝑎 = ± 3⁄2
duas possibilidades
Perceba que, aqui, conseguimos 3 possibilidades para o valor de 𝑎, mas a questão nos
solicitou o valor de 𝑘, não de 𝑎.
Apesar de o valor de 𝑎 nos ajudar a alcançar o valor solicitado, de 𝑘, ainda não chegamos à
resposta.
Para conseguir o valor de 𝑘, como já conseguimos os valores de 𝑎, que são, na verdade, raízes
da equação, vamos fazer uma nova substituição para calcular o valor solicitado. Acompanhe.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 0:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8. 03 + 𝑘. 02 − 18.0 + 9 = 0
9=0
𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Não sendo suficiente para calcular o valor de 𝑘 com essa substituição, avancemos para a
próxima substituição possível.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 3⁄2:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
3 3 3 2 3
8. ( ) + 𝑘. ( ) − 18. ( ) + 9 = 0
2 2 2
27 9 3
8. + 𝑘. − 18. + 9 = 0
8 4 2
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
𝑘. + 9 = 0
4
9
𝑘. = −9
4
9. 4
𝑘=−
9
𝑘 = −4
Como o enunciado disse que as raízes reais de 8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0 são 𝑎 e −𝑎, caso
substituamos o valor de 𝑎 = −3/2, conseguiremos exatamente o mesmo valor de 𝑘 = −4.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 137


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

Gabarito: e)

38. (Fuvest/1997) O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de
3888 por 𝒏 um cubo perfeito é

a) 6

b) 12

c) 15

d) 18

e) 24
Comentários:
Novamente, traduzamos o texto em linguagem matemática:
Produto de 3888 por 𝑛 → 3888. 𝑛
Um cubo perfeito → 𝑦 3 , com 𝑦 ∈ ℕ.
Agora a equação completa:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
Aqui temos uma proposta ligeiramente diferente do que fizemos no exercício 04, apesar da
proximidade dos enunciados.
Nesse caso, fatoremos o 3888=24 . 35 = 23 . 21 . 33 . 32 .
Mas professor, por que você separou em mais de um fator de 2 e mais de um fator de 3?
Simples, jovem padawan, separamos assim para explicitar a potência de três, já que estamos
procurando justamente um cubo perfeito, lembra?
Voltemos à nossa equação principal:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
24 . 35 . 𝑛 = 𝑦 3
23 . 21 . 33 . 32 . 𝑛 = 𝑦 3
Percebe que há termos cuja potência não são múltiplas de 3?
Para que tenhamos um cubo perfeito, seria interessante que todas as potências fossem
múltiplas de 3 e como o enunciado pede o menor 𝑛 possível, faremos com os menores fatores
possíveis.
23 . 21 . 22 . 33 . 32 . 31 = 𝑦 3
Perceba que substituímos o fator 𝑛 por 22 . 31 , deixando, assim, as potências todas múltiplas de
3 e com as menores inserções possíveis, veja:
23 . 23 . 33 . 33 = 𝑦 3

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 138


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROFESSOR MARÇAL FERREIRA

O exercício solicitou o menor 𝑛 a ser multiplicado por 3888. Percebemos no desenvolvimento


que a menor inserção foi possível quando 𝑛 = 22 . 31 , ou seja, 𝑛 = 4.3 = 12, o que nos faz
escolher a alternativa b) como correta.
Perceba que, com a mesma situação, poderíamos ter muitas outras questões, como:
Qual é o cubo formado? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656)
O cubo formado tem qual base? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656 → 𝑦 = 36)
Ressalto a importância de, após os cálculos, retornar ao enunciado e responder exatamente o
que foi perguntado, sobretudo em questões abertas. Fique de olho!

Gabarito: b)

11. Considerações finais

Ufa!

Passamos boas horas juntos.

Muitos dos assuntos dessa aula serão recorrentes por todo o curso. Mesmo sendo a
nossa aula inicial, esses assuntos são muito importantes e devem receber a sua devida
atenção.

Agora é revisar e ir para a próxima aula, pois há muito mais pela frente.

Novamente, se surgirem dúvidas (e é natural que elas surjam), utilize o fórum de dúvidas
no site do Estratégia.

Grande abraço e bons estudos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA 139

Você também pode gostar