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EXTENSIVO
FUVEST
2024
Exasiu
Aula 00 – Introdução à Álgebra
Exasi
u
Prof. Marçal Ferreira
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
METODOLOGIA DO CURSO 5
Ordem do curso 6
MEU VESTIBULAR 7
1. CONCEITOS INICIAIS 9
2. EXPRESSÕES 14
APLICAÇÃO 16
2.2.1 Expressões algébricas de segundo grau 17
2.2.2. Fatoração e desenvolvimento 17
APLICAÇÃO 19
3. EQUAÇÕES 21
APLICAÇÃO 23
APLICAÇÃO 31
4. INEQUAÇÕES 33
APLICAÇÃO 34
APLICAÇÃO 36
6. CONJUNTOS 46
APLICAÇÃO 47
APLICAÇÃO 60
6.2.9. Divisores de um número 61
6.2.10. Máximo Divisor Comum - MDC 61
APLICAÇÃO 64
7.1.4. Diferença de dois cubos 64
7.1.5. Cubo da soma 65
7.1.6. Cubo da diferença 65
7.1.7. Potência de um binômio 66
Introdução
Olá, pessoal!
Meu nome é Marçal, graduado em Matemática pela UFSJ, Universidade Federal de São
João del Rei, professor em cursos pré-vestibulares desde 1999. Como tutor, orientei dezenas
de estudantes ao longo do espinhoso caminho até a aprovação em exames vestibulares de alto
desempenho como Fuvest, Unicamp, ITA, AFA, entre outros. Ao longo da vida, com satisfação,
elegi a Matemática como ferramenta pessoal para construção do conhecimento.
Minha missão aqui é dar a você todos os recursos e condições de aprovação nos
vestibulares mais procurados do país.
Como costumo dizer aos meus alunos, aproveite ao máximo o conteúdo e tenha em
mente que nada se conquista sem esforço. Se, por um lado, estamos oferecendo a você um
material de alta qualidade, por outro, você terá que se preparar para muitas e muitas horas de
trabalho duro. Não negligencie o seu desenvolvimento.
Metodologia do curso
Nossas aulas abrangerão todo o conteúdo cobrado nas provas, de forma ampla, com
centenas de exercícios resolvidos para que você possa construir seu conhecimento a cada
passo, em cada detalhe.
Nós passaremos, durante o curso, por todo o conteúdo programático do seu vestibular,
portanto, não será necessário que você procure materiais de diversas fontes como
complemento, economizando, além de dinheiro, um tempo precioso a ser utilizado efetivamente
na sua preparação.
Ao final do curso, com literalmente centenas de exercícios em sua experiência, você terá
todas as condições para fazer uma excelente prova e alcançar sua almejada aprovação.
Vamos começar?
Ordem do curso
Aula Tópico
Aula 02 Funções
Aula 03 Trigonometria
Aula 04 Progressões
Aula 05 Matrizes
Aula 08 Probabilidades
Aula 09 Complexos
Aula 10 Polinômios
Aula 16 Estatística
Meu Vestibular
Com esse conteúdo todo, uma dúvida muito comum, sobretudo no início dos estudos, é
se há tópicos que devem ser estudados mais que outros, ou ainda, se devemos estudar
apenas os tópicos que mais caem e deixar os outros de lado.
Vejamos como o ENEM tem distribuído os assuntos em suas provas nos últimos 5 anos:
Dessa forma, nós vamos percorrer o caminho mais sólido possível para que você
consiga fazer uma excelente prova e ainda tirar proveito de tudo o que aprendeu.
Teremos muito trabalho pela frente, então, conte comigo durante a sua preparação e
dedique-se.
Faça-os completamente.
E não se esqueça, não guarde suas dúvidas. Os erros que você comete hoje são vitais
para mostrar a você em quais tópicos você precisa melhorar, o que é preciso revisar e o que é
preciso estudar novamente, na íntegra.
Vamos começar!
1. Conceitos iniciais
Provavelmente você já deve ter estudado algo sobre a disciplina que começamos agora,
mas você sabe definir o que é a Matemática?
Para início de conversa, Matemática é uma ciência e seu foco de estudo é a relação
entre objetos abstratos, sobretudo pelo método dedutivo.
A Matemática tem muitas ramificações e estudaremos um pouco delas neste curso, com
ênfase dada à resolução de exercícios para o seu vestibular.
Essa é simples: teoria + exercícios. Não tem remédio, a prática é necessária para
aprender algo da Matemática.
O Professor Elon Lages Lima, em seu livro Curso de Análise, Vol. 1 diz: “Matemática
não se aprende passivamente”.
De início, vamos esclarecer alguns conceitos que serão importantíssimos para o bom
transcorrer de nosso curso.
Muito do que veremos agora você já viu nos anos finais do ensino fundamental ou no
ensino médio, mas a citação deles é vital para seguirmos de forma segura.
Vamos a eles.
Talvez seja por causa de seu núcleo comum, alicerçado fortemente na aritmética e na
álgebra, quando resolvíamos centenas de exercícios com o mesmo enunciado, “Simplifique as
expressões”.
De forma alguma!
Comecemos pelas expressões. Elas podem ser tanto aritméticas (ou numéricas) quanto
algébricas. As aritméticas apresentam apenas números em sua composição, enquanto as
algébricas, variáveis.
Expressões
Aritméticas Algébricas
4.{25 – [ 50 –14÷(8-6).7]} 𝑥 2 − 2𝑥 + 1
Vamos detalhar os métodos para essa transformação ainda nessa aula, mas não agora.
Aqui eu preciso que você foque apenas na diferenciação entre as maneiras de escrita que
usaremos em todo o curso. Aliás, você as usará em toda a sua carreira acadêmica em exatas!
Retomemos.
Escrever
Para usar uma expressão popular antiga, você trocou seis por meia dúzia.
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = (𝑥 − 1)2
Ou seja, escrever
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
(𝑥 − 1)2
É extremamente importante que você perceba que não podemos fazer um gráfico dessa
expressão, não podemos falar sobre o comportamento da função nem falar sobre quanto vale a
incógnita x. Tudo o que podemos fazer é escrevê-la de outro modo.
Agora uma mudança importante, o símbolo de igualdade, também conhecido como sinal
de igual (=). Com ele as coisas mudam de significado.
Ao usar o sinal de igual entre expressões aritméticas, temos literalmente uma igualdade,
que pode admitir valores lógicos ou de Verdadeiro (V) ou de Falso (F) (mas não ambos).
Acompanhe.
4 . 3 = 12 → (𝑉)
4 . 3 = 29 → (𝐹)
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
o que era uma expressão, passa a ser uma pergunta, uma equação.
A equação
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
é exatamente o mesmo que a pergunta: qual o número de cujo quadrado foi subtraído
seu dobro e, a essa diferença somado um, resultou em nove?
Outro ponto a ser notado é que, enquanto a equação aritmética admite valores ou de
Verdadeiro (V) ou de Falso (F), não podemos dizer o mesmo sobre equações algébricas. Não
se pode olhar para uma equação do tipo
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
Muito bem. O exemplo acima trouxe uma Equação do segundo grau. Com equações do
primeiro grau, o pensamento é o idêntico. A equação
2𝑥 + 3 = 11
é equivalente a perguntar: qual é o número cujo dobro somado a três resulta em onze?
Perceba que, em ambos os casos, espera-se uma resposta, que pode conter de nenhum
a vários números, mas sempre uma resposta.
Ao fazer um exercício sobre expressões você também oferece uma resposta, mas é
preciso que você entenda: não foi a própria expressão que trouxe a pergunta e sim o
enunciado do exercício na forma de comando ou questão propriamente dita. “Simplifique as
expressões” ou “Qual é o valor da expressão?” são comandos muito comuns nas provas.
Vamos adiante?
2𝑥 + 3 > 11
a pergunta seria algo do tipo: quais são os números possíveis cujos dobros somados a 3
são maiores que onze?
2𝑥 + 3 = 11
2𝑥 + 3 > 11
São respostas igualmente válidas para essa inequação os números {8, 12, √50, 10𝜋 … }.
𝑥>4
Detalharemos o método de resolução das inequações mais à frente nessa aula, não se
preocupe com isso agora.
𝑦 = 2𝑥 + 3
𝑦(𝑥) = 2𝑥 + 3
𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3
Todas essas notações representam a mesma função, uma variável “em função” da
outra, uma variável dependente da outra.
Vamos a um exemplo prático. Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu
salário é composto por um salário fixo de R$ 1 000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a
cada aparelho vendido no mês.
Uma maneira para representar seu salário no mês é por meio da função, seu salário S
em função do número n de vendas:
Assim, caso você venda 3 aparelhos de som em um mês, seu salário será:
𝑆(3) = 2 500
Perceba que esse não é seu salário sempre, é só para quando você fizer exatamente 3
vendas. Não é possível saber quanto você ganhará no próximo mês, ou no próximo natal.
Função não faz perguntas, lembra? Ela só informa algo a você. Resumindo:
Não faz pergunta Faz pergunta Faz pergunta Não faz pergunta
x=4 x>4
2. Expressões
As operações também têm ordem certa para serem resolvidas. Multiplicações e divisões
têm precedência sobre somas e subtrações.
Ordem de resolução
Elementos () [] {}
Operações x÷ +-
Professor, não sei se entendi bem. Entendi que primeiro se resolve o que estiver entre
parênteses, depois entre colchetes e, finalmente, entre chaves. Mas como fica a prioridade
entre uma multiplicação e uma divisão, quem tem precedência? E entre soma e subtração?
Excelente pergunta.
Pois bem, se não houver operador algum para ditar a ordem, deve-se resolver a
operação que aparecer primeiro na ordem de escrita, ou seja, da esquerda para a direita. Isso
vale tanto para multiplicações e divisões quanto para somas e subtrações.
Agora, os colchetes. Mas vá com calma! Perceba que há tanto uma divisão quanto uma
multiplicação a fazer. Qual deles faremos primeiro? Isso, a divisão, pois ela aparece à
esquerda, na ordem de escrita.
4{25 − 1}
Finalmente, as chaves.
4{25 − 1}
4.24
96
14 14
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]} = 4 {25 − [50 − 7]} = 4 (25 − (50 − 7))
(8 − 6) (8 − 6)
Essa escrita acaba por eliminar boa parte das dúvidas sobre precedência por ser uma
escrita mais intuitiva. No entanto, atenção é sempre necessária.
Atenção, todas as expressões algébricas apresentam incógnitas, porém nem tudo o que
apresenta incógnitas é expressão algébrica.
Aplicação
1. (ESPM/2018)
a) 𝟎, 𝟑𝟐𝟓
b) 𝟎, 𝟏𝟐𝟓
c) 𝟎, 𝟒𝟏𝟓
d) 𝟎, 𝟔𝟐𝟓
e) 𝟎, 𝟐𝟕𝟓
Comentários:
Muito bem. Perceba que o exercício informa uma expressão algébrica e os valores a serem
substituídos em 𝑥 e 𝑦. Não temos aqui que interpretar um problema, achar raízes de equações
ou descrever funções. Basta-nos transformar a expressão de algébrica para aritmética, ou seja,
reescrever a expressão, para chegar à resposta do exercício. Acompanhe.
𝑥3 − 𝑦3
𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2
Como precisamos dos valores 𝑥 = 0,8 e 𝑦 = 0,3, façamos a substituição direta:
0,8 3 − 0,33
0,83 + 0,82 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,32
0,512 − 0,027
0,512 + 0,64 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,09
0,485
0,512 + 0,192 + 0,072
0,485
= 0,625
0,776
Nesse tipo de questão, onde precisamos substituir os valores diretamente, precisamos estar
cientes de que se trata de uma expressão cujo valor será calculado e, além disso, ter alguma
habilidade com as operações fundamentais: soma, subtração, multiplicação e divisão.
Gabarito: d)
A questão pediu exatamente para transformar uma expressão por meio de outra. Um
caso de substituição.
𝑎𝑥 2 − 𝑏𝑥 + 𝑐
Atenção, nem toda letra é incógnita. Nesse exemplo, estamos considerando apenas o x
como incógnita, ok? Os coeficientes variarão de exercício para exercício e x está
representando a incógnita do problema. Alternativamente você pode usar qualquer letra para
coeficientes e para incógnitas. No entanto, é comum usarmos as letras iniciais do alfabeto para
coeficientes e as finais para incógnitas, todas em minúsculo.
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
E o que podemos fazer com essa expressão? Bem, uma opção é fatorá-la. Às vezes
isso facilita bastante nossa vida nas resoluções.
4 . 3 = 12
Do mesmo modo que podemos fatorar um número, que sozinho é uma expressão
aritmética, podemos também fatorar uma expressão algébrica. As técnicas para a fatoração
são distintas, mas ambas são fatorações.
Para isso, ambas as expressões devem, obviamente, ser equivalentes, uma seja escrita
na forma expandida e a outra, na forma fatorada.
Os produtos notáveis são excelentes exemplos disso, pois são produtos, resultado de
multiplicações.
Fatorações nos serão muito úteis durante nosso curso. Os desenvolvimentos destas e
de algumas outras estão no capítulo “Fórmulas, demonstrações se comentários”, não deixe de
passar por lá, ok?
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏)
𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
Fatoração
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝒂 + 𝒃)𝟐
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12
𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12 = (𝑥 − 1)2
Aplicação
2. (IFSC/2018)
Considere 𝒙 o resultado da operação 𝟓𝟐𝟓𝟐 − 𝟓𝟐𝟑𝟐 .
a) 𝟏𝟖
b) 𝟏𝟑
c) 𝟎𝟐
d) 𝟏𝟕
e) 𝟎𝟒
Comentários:
Aqui temos dois caminhos interessantes a seguir. Um mais trabalhoso (fazer a conta
diretamente) e outro mais tranquilo (utilizar fatoração).
Resolvamos de ambas as formas para que você tenha amplitude de conhecimento e,
consequentemente, possa definir sua preferência na hora da prova.
Gabarito: d)
3. Equações
O termo igual vem do latim aequus, que deu origem ao verbo aequo, e significa,
literalmente, plano, nivelado, pareado. Ao adicionarmos o sufixo allis ao verbo, chegamos a
aequalis que, por fim, nos traz a ideia de igualar, colocar em mesmo patamar, equiparar.
As equações, de forma geral, carregam uma pergunta: quais são os valores para uma
certa incógnita que satisfazem uma condição pré-determinada?
𝑎𝑥 + 𝑏 = 0
Para resolver uma equação de primeiro grau, tenhamos em mente uma balança de
pratos, ou uma gangorra, se preferir, onde cada lado representa um membro da equação.
2𝑥 − 6 8
2𝑥 − 6 = 8
2𝑥 − 6 + 6
É evidente que essa adição desequilibraria a estrutura. O lado adicionado seria maior
que o lado não adicionado.
Então, o que podemos fazer para restaurar o equilíbrio sem ter que retirar o que
somamos?
2𝑥 − 6 + 6 8+6
Se a equação
2𝑥 − 6 = 8
representava o equilíbrio original, podemos pensar nas operações que fizemos como:
2𝑥 − 6 + 6 = 8 + 6
−6 + 6
e deixamos apenas
2𝑥 = 8 + 6
Isso dá a nítida impressão que o 6 “pulou” para o segundo membro da equação, o que
não é verdade. Quando fazemos essa operação, de mudar alguém de lado, estamos, na
verdade, realizando a mesma operação em ambos os lados da equação.
2𝑥 − 6 = 8
2𝑥 = 8 + 6
2𝑥 = 14
2𝑥 14
=
2 2
𝑥=7
2𝑥 − 6 = 8
𝑆 = {7}
Uma vez chegando no resultado, podemos testar sua validade, substituindo-o no lugar
da variável na equação que lhe deu origem, veja
2𝑥 − 6 = 8
𝑆 = {7}
2.7 − 6 = 8
14 − 6 = 8
8 = 8 → (𝑉)
Chegamos a uma igualdade válida, isso quer dizer que nossa solução está correta e que
7 é realmente solução de 2𝑥 − 6 = 8.
Aplicação
Roberto utiliza metade de seu salário para pagar o aluguel, um quarto para as contas da
casa e um quinto para mantimentos, sobrando, ao final, 𝑅$500,00 para reserva e
investimento.
Chamando 𝑆 o salário de Roberto, a equação que melhor descreve a situação narrada é:
𝟏 𝟏 𝟏
𝒂) + + + 𝟑𝟎𝟎
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒃) + + = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒄) + + + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) ⋅ 𝑺 + + + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
𝟏 𝟏 𝟏
𝒆) ( + + ) ⋅ 𝑺 + 𝟑𝟎𝟎 = 𝑺
𝟐 𝟒 𝟓
Comentários:
Vamos escrever expressões para cada parte do texto e, ao final, juntá-las em uma equação.
Como o próprio texto indicou, chamaremos o salário de Roberto de 𝑆. Dessa forma, temos:
“Roberto utiliza metade de seu salário para pagar o aluguel...”
1
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 = ⋅𝑆
2
“...um quarto para as contas da casa...”
Perceba aqui que temos duas elipses (figuras de linguagem), que suprimem partes importantes
do texto nesse contexto. Apesar de suprimidas, precisamos entendê-las e colocá-las tanto na
expressão correspondente à parcela quanto na equação final.
Se fossemos escrever a frase com todos os termos, teríamos algo como:
“...um quarto do salário para pagar as contas da casa...”
Assim, nossa expressão equivalente a esse trecho fica:
1
𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎 = ⋅𝑆
2
Aqui, se escrevêssemos apenas a fração meio, estaríamos dizendo que as contas da casa
equivaleriam a meio real, ou seja, a R$0,50, o que não condiz com a situação narrada.
Continuemos.
“...um quinto para mantimentos...”
Mesmo caso da expressão anterior, elipses... A expressão equivalente será:
1
𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = ⋅𝑆
5
“...sobrando, ao final, 𝑅$500,00 para reserva e investimento...”
𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 300
Assim, podemos montar nossa equação representando tudo o que é possível fazer com o
salário de Roberto, veja:
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎 + 𝑚𝑎𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5
Já temos nossa equação, no entanto, não temos exatamente essa escrita dentre as
alternativas. Assim, vamos colocar o salário de Roberto 𝑆 em evidência para chegarmos mais
próximos de alguma alternativa.
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5
1 1 1
𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 = ( + + ) ⋅ 𝑆 + 300
2 2 5
Gabarito: e)
𝟐𝒙 + 𝟏𝟎 = 𝟏𝟔,
𝒂) 𝟑
𝐛) 𝟓
𝐜) 𝟏𝟎
𝐝) 𝟐𝟎
𝐞) 𝟑𝟎
Comentários:
De início, vamos calcular a raiz da equação.
2𝑥 + 10 = 16
2𝑥 = 16 − 10
2𝑥 = 6
2𝑥 6
=
2 2
𝑥=3
Como o enunciado solicita o valor de 10𝑥, temos
10𝑥 = 10 ⋅ 3 = 30
Assim, temos nosso gabarito na alternativa e).
Gabarito: e)
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Termo independente 𝑐
Para que a equação seja de segundo grau, não pode faltar o termo quadrático, ou não
teríamos uma equação do segundo grau.
Completa 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Equação do
segundo grau Falta termo do 1º grau 𝑎𝑥 2 + 𝑐 = 0
Incompleta
Falta termo 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 = 0
independente
Para equações do segundo grau, podemos aplicar o mesmo método de resolução que
aplicamos para as equações do primeiro grau. No entanto, para que possamos aplicar a
técnica diretamente, equação do segundo grau deve estar incompleta.
3𝑥 2 + 4 = 79
3𝑥 2 + 4 = 79
3𝑥 2 + 4 − 4 = 79 − 4
3𝑥 2 = 75
3𝑥 2 75
=
3 3
𝑥 2 = 25
√𝑥 2 = √25
|𝑥| = 5
𝑥 = ±5
Daremos mais ênfase nos módulos em capítulo específico. Por enquanto, basta saber
que √𝑥 2 não é 𝑥 e sim |𝑥|. Voltaremos nesse assinto com mais profundidade no decorrer do
curso, ok?
√25 = 5
É 5.
Ou +5 se quiser.
𝑥 2 = 25
𝑥 = ±√25
𝑥 = ±5
Calma. A notação está correta, mas são coisas diferentes. A a resposta apresentada
não é para a pergunta “Qual a raiz de 25?” e sim para “Qual número, elevado ao quadrado,
resulta em 25?”.
Percebeu a diferença?
A equação
𝑥 2 = 25
𝑥 = ±5
Somente avance quando essa informação estiver bem clara para você.
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
Aqui também se aplica o método das equações de primeiro grau, mas há um passo
precedente importante: fatorar a expressão do primeiro membro colocando o x em evidência.
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑥(2𝑥 − 10) = 0
Precisamos desse passo para fazer a seguinte análise: como há uma multiplicação de
dois fatores e o produto é zero, um dos fatores, obrigatoriamente, deve ser zero.
𝑥=0 2𝑥 = 10
𝑥=0 𝑥=5
Temos, então:
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑆 = {0; 5}
2. 02 − 10.0 = 0 2. 52 − 10.5 = 0
0+0=0 2.25 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉) 50 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉)
Você pode estar pensando: por que será que não podemos aplicar diretamente o
método das equações de primeiro grau nas de segundo?
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
−𝑏 + √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥′ =
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 2𝑎
𝑥= =
2𝑎 −𝑏 − √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
′′
{𝑥 = 2𝑎
Conhecida, no Brasil, como fórmula de Bhaskara, apesar de não ter sido este seu
criador.
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
−𝑏 + √∆
−𝑏 ± √∆ 𝑥′ =
𝑥= = 2𝑎
2𝑎 −𝑏 − √∆
𝑥 ′′ =
{ 2𝑎
As duas são idênticas em termos de significado, a segunda versão apenas isola o termo
argumento da raiz quadrada e o nomeia discriminante, representado pela letra grega delta.
Anote-a, pois usaremos essa separação para algumas análises futuras importantes.
∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1
5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Nossa solução, então, é
𝑆 = {3; 2}
Você deve ter notado que, na fórmula de Bhaskara, há uma raiz quadrada.
Bem, para que raízes quadradas existam nos números reais, ela precisa ser não
negativa, ou seja, pode ser nula ou positiva.
Pode, mas, nesse caso, não existirão raízes reais para a equação. Mais à frente no
curso você verá que existirão raízes complexas, que vêm aos pares, mas isso é conversa para
aula específica.
Por enquanto, dizemos apenas que não existem raízes reais que satisfaçam às
condições da equação, ou somente que não há raízes reais para a equação.
Vejamos na prática.
Aplicação
5. (Fuvest/2008)
A soma dos valores de 𝒎 para os quais 𝒙 = 𝟏 é raiz da equação
𝒙𝟐 + (𝟏 + 𝟓𝒎 − 𝟑𝒎𝟐 )𝒙 + (𝒎𝟐 + 𝟏) = 𝟎
é igual a
𝒂) 𝟓⁄𝟐
𝒃) 𝟑⁄𝟐
𝒄) 𝟎
𝒅) − 𝟑⁄𝟐
𝒆) − 𝟓⁄𝟐
Comentários:
Os pontos importantíssimos que não podemos deixar passar antes de iniciar a resolução:
∆= (5)2 − 4. (−2). 3 = 25 + 24 = 49
−5 + 7 2 1
−5 ± √49 −5 ± 7 𝑥′ = = → 𝑥′ = −
𝑥= = ={ −4 −4 2
2. (−2) −4 −5 − 7 −12
𝑥 ′′ = = → 𝑥 ′′ = 3
−4 −4
Lembrando que estamos calculando a soma dos valores de 𝑚, então:
1
𝑆 =− +3
2
Para soma de Frações, MMC. Não se lembra disso? Sem problema, revisaremos esse
conteúdo mais à frente também. Por ora, concentremo-nos no problema.
1
𝑆 =− +3
2
−1 + 6
𝑆=
2
5
𝑆=
2
O que nos leva à alternativa a) como nosso gabarito.
Professor, e como seria a resolução usando as relações de Girard?
Simples, olhando para a equação
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
E definindo os coeficientes
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Uma das relações de Girard nos diz que a soma das raízes é dada por
−𝑏 −5 5
𝑆= = =
𝑎 −2 2
Por enquanto, essa resolução usando as relações de Girard está figurando apenas como
curiosidade. Lá na aula sobre polinômios, veremos essas relações em detalhes, não fique
assustado, combinado?
Gabarito: a)
4. Inequações
𝑎 ≥ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏
𝑎 ≤ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏
𝑎≠𝑏
E, além disso, utilizamos a palavra diferença, também com sentido de subtração. Assim,
a diferença entre 𝑎 e 𝑏 é notada como
𝑎−𝑏
Aplicação
Comentários:
A leitura da inequação proposta é: um é maior ou igual a um.
Perceba que estamos falando em duas afirmações ligadas pelo conectivo OU: um é maior que
um OU um é igual a um.
A primeira parte é falsa, pois um não é maior que um.
A segunda parte é verdadeira, pois um é igual a um.
Quando ligamos duas afirmativas pelo OU, podemos considerar todo o conjunto como
verdadeiro se pelo menos uma delas é verdadeira.
Como a segunda parte é verdadeira, a afirmativa comosta 1 ≥ 1 também é verdadeira.
Portanto, 1 ≥ 1 é classificado como certa (C).
Gabarito: C
Comentários:
Caso semelhante ao da questão anterior, pois temos duas afirmativas ligadas pelo OU
novamente: -5 é menor que -2 (Verdadeira, pois -5 está à esquerda de -2 na reta dos números
Reais) OU -5 é igual a -2 (Falsa, pois -5 não é o mesmo que -2).
Como temos pelo menos uma delas como verdadeira, a afirmativa composta é, também,
verdadeira.
Gabarito: C
Note que, nos dois exercícios, e em muitos dos casos de inequações envolvendo ≤ ou ≥,
teremos apenas uma das afirmativas como verdadeira, o que implica a validade de toda a
inequação, ok?
𝑓(𝑥) > 0
𝑓(𝑥) < 0
𝑓(𝑥) ≥ 0
𝑓(𝑥) ≤ 0
onde 𝑓(𝑥) é, necessariamente, uma função do primeiro grau, temos uma inequação do
primeiro grau.
Vejamos um exemplo.
6𝑥 + 5 > 8
6𝑥 > 8 − 5
6𝑥 > 3
6𝑥 3
>
6 6
1
𝑥>
2
Sem novidades.
Aplicação
8. (PUC-RJ/2017)
Assinale a menor solução inteira da inequação 𝟒𝒙 − 𝟏𝟎 > 𝟐.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 12
e) 60
Comentários:
O exercício é simples, mas necessário para consolidar o conhecimento.
Apliquemos os conceitos vistos para a resolução da inequação.
4𝑥 − 10 > 2
4𝑥 > 2 + 10
4𝑥 > 12
12
𝑥>
4
𝑥>3
Muito cuidado aqui para não assinalar a alternativa b). Nossos valores para 𝑥 devem ser
maiores que 3, não podem ser iguais a 3.
Vejamos como fica a representação de nossa resposta na reta dos reais.
Perceba que qualquer número maior que 3 já está incluso, por exemplo, 3,000000000001. No
Gabarito: c)
Vimos que podemos fazer algo semelhante ao que fazíamos nas equações: a mesma
operação nos dos membros da inequação.
−5𝑥 > 12 + 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12
−6𝑥 > 12
−6𝑥 > 12
−6𝑥 12
<
−6 −6
𝑥 < −2
Professor, o que aconteceu ali com o sinal de > ? Por que ele virou < ?
Se o fator for somente o saldo, é óbvio que quem tem 𝑅$100 000,00 está em situação
mais favorável.
Essa relação de maior e menor é graças à reta dos números reais que ordena os
números da esquerda para a direita e nos diz, diretamente, que quem está à esquerda é
sempre menor do que quem está à direita. É por isso que colocamos uma setinha na ponta da
reta. Não, não se deve colocar a setinha em ambas as pontas!
Veja.
É por isso que podemos dizer, entre tantas outras possibilidades de comparação, que
100 000 é maior que 100 100 000 está à direita de 100
-100 é maior que -100 000 -100 está à direita de -100 000
−6𝑥 > 12
estamos informando que −6𝑥 é maior que ou igual a 12, ou seja, está acima, é maior, ou
está à direita de 12.
Do mesmo modo que a comparação entre 100 e 100.000 é invertida quando falamos em
ambos negativos (−100 e −100.000), ao trocarmos os sinais para −6𝑥 e de 12, precisamos
inverter a relação de desigualdade.
Foi quando dividimos ambos os lados por −6. À parte da relação numérica, quando
dividimos ou multiplicamos por um número negativo, alteramos o sinal do resultado de forma a
inverter a desigualdade.
Há uma alternativa para o caso, que é não se utilizar de multiplicações ou divisões por
negativos.
−5𝑥 > 12 + 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12 + 𝑥 − 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12
−6𝑥 > 12
−6𝑥 + 6𝑥 − 12 > 12 + 6𝑥 − 12
−12 > 6𝑥
−12 6𝑥
>
6 6
−2 > 𝑥
𝑥 < −2
−2 > 𝑥
Só sabemos que ele está à esquerda de −2, ou seja, é menor que −2.
1 1
<
𝑥 5
Nesse exemplo, trabalhamos com o inverso de um número, também chamado de oposto
multiplicativo, ou ainda, de inverso multiplicativo.
Se temos qualquer número real 𝑎, o seu inverso é 1/𝑎. Assim, o inverso de 5 é 1/5, o
inverso de 8 é 1/8 e assim por diante.
Bem, podemos pensar que, já que podemos fazer a mesma operação em ambos os
membros da desigualdade, podemos apenas inverter os membros e a nossa inequação fica
resolvida.
Bem, essa operação de inversão é válida, diretamente, nas equações, desde que o
denominador de cada uma das expressões não seja nulo.
Assim, se tivéssemos
1 1
=
𝑥 5
poderíamos escrever, diretamente, o inverso de cada membro da equação:
𝑥=5
2<3
Não há dúvidas de que 2 é menor que 3, então, podemos usar essa inequação como
ponto de partida para nosso raciocínio.
1 1
2 3
Preencha a lacuna entre as frações com um sinal de maior ou de menor.
1 1
>
2 3
Se pensarmos em comida, ao dividirmos uma pizza para 2 pessoas, cada uma come
mais do que se dividíssemos a mesma pizza para 3 pessoas, não é mesmo?
Assim, temos:
2<3
1 1
>
2 3
Apliquemos, então, esse mesmo raciocínio para resolver nosso exemplo proposto há
pouco:
1 1
<
𝑥 5
𝑥>5
As inequações
𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
A presença dessa chave indica um sistema. Por enquanto, guaredemos que a chave
indica que ambas as inequações devem valer simultaneamente. Veremos mais sobre sistemas
nas aulas futuras.
Desse modo, temos, em conjunto, todos os números reais entre 2 e 10, excluindo-se o 2
e incluindo-se o 10.
𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
é o mesmo que
2 < 𝑥 ≤ 10
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
3𝑥 − 1 𝑥+1
9∙ ≤ 9 ∙ (2 + 𝑥) < 9 ∙
9 3
3𝑥 − 1 ≤ 18 + 9𝑥 < 3(𝑥 + 1)
3𝑥 − 1 − 3𝑥 ≤ 18 + 9𝑥 − 3𝑥 < 3𝑥 + 3 − 3𝑥
−1 < 18 + 6𝑥 < 3
−1 − 18 ≤ 18 + 6𝑥 − 18 < 3 − 18
−19 6𝑥 −15
≤ <
6 6 6
19 5
− ≤𝑥<−
6 2
Cuja representação gráfica é
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
como uma comparação entre três funções; 𝑓(𝑥), 𝑔(𝑥)𝑒 ℎ(𝑥).
Assim definidas:
3𝑥 − 1
𝑓(𝑥) =
9
𝑔(𝑥) = 2 + 𝑥
𝑥+1
ℎ(𝑥) =
3
Dessa forma, a desigualdade se torna
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤ 2+𝑥 <
9 3
𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥) < ℎ(𝑥)
Nesse caso, resolver a inequação de forma algébrica seria mais prático que desenhar os
três gráficos. No entanto, há casos em que um esboço do gráfico ajuda muito na resolução.
Isso acontece frequentemente com as inequações do segundo grau, que veremos na próxima
aula.
Funções significam, literalmente, que uma variável depende de outra. Como no caso do
salário, discutido no início da aula, a remuneração depende das vendas. Retomando o
exemplo, temos:
𝑆 = 1 000 + 500. 𝑛
𝑦 = 500𝑥 + 1 000
Com essa função, podemos descobrir quais são todos os salários para todas as vendas
possíveis. Basta informar a venda que informamos o salário.
No entanto, essa é apenas uma representação para a situação desse salário particular,
está longe de ser a única.
Poderíamos, ao invés de escrever uma função, escrever um texto. Aliás, foi o primeiro
modo usado para expor a situação do salário na aula, não foi? Somente após o entendimento
textual é que passamos à representação por meio de uma função.
Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu salário é composto por um salário
fixo de R$ 1 000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a cada aparelho vendido no mês.
Ainda seria perfeitamente possível passar a mesma informação por meio de uma tabela,
veja:
Veja.
variável 𝑥 𝑦
A palavra variável vem do latim e tem seu significado atrelado à ideia de diversidade,
alteração, ser diferente, variar. Assim, podemos entender que não há uma resposta única para
uma função.
Como exemplo usamos uma função do primeiro grau, uma variável dependente em
igualdade a uma equação do primeiro grau. Esse é um tipo, mas há inúmeras variações de
função. Estudaremos adiante alguns tipos especiais de funções, a saber: as funções de
primeiro grau, de segundo grau, modulares, compostas e inversas. Os demais tipos,
pertinentes ao escopo do vestibular, veremos durante o curso dentro dos temas específicos.
6. Conjuntos
𝑥 ∈ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴
Para definir um conjunto qualquer, precisamos determinar uma regra que permita julgar
se um elemento pertence ou não à coleção.
Podemos simbolizar essa mesma informação usando uma linguagem mais visual, onde
uma linha fechada delimita os elementos do conjunto:
𝐴 = {𝑥 ∈ ℕ∗ /𝑥 < 4} ⇒ 𝐿ê − 𝑠𝑒: 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜𝑠 𝑁𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑛ã𝑜 𝑛𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑥 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 4.
Aplicação
9. (Unicamp/2017)
Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 5 pessoas e o livro B foi
lido por 4 pessoas.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Comentários:
O enunciado nos traz várias informações importantes para a resolução:
O total de pessoas no grupo é de 10 pessoas
Essas pessoas estão divididas em dois grupos principais: pessoas que leram o livro A e
pessoas que leram o livro B.
O número de pessoas em cada conjunto.
A rigor, poderíamos pensar em um terceiro grupo, o de pessoas que, porventura, não leram
livro algum. No entanto, é mais prático pensarmos apenas em dois conjuntos, A e B, e
colocarmos as pessoas que não leram livro algum fora desses conjuntos.
Dessa forma, vamos representar esses dados na forma de diagrama.
A priori, somente com as informações dadas, não conseguimos colocar com exatidão os
valores fornecidos, ficando em aberto a posição das pessoas no diagrama.
Como a questão não solicita alocar as pessoas no diagrama e sim julgar as alternativas e
assinalar a correta (única), analisaremos alternativa a alternativa, sempre procurando encontrar
um meio para prová-la falsa. A que não for possível provar falsa, será nosso gabarito. Sigamos.
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.
Obedecendo ao enunciado, é possível dispormos as pessoas da seguinte forma:
Atenção: essa não é a única maneira de dispor as pessoas nos conjuntos, mas é, certamente,
uma maneira possível, visto que não infringe nenhuma regra do enunciado.
Dessa forma, teríamos total concordância com o enunciado e não teríamos pessoa alguma na
intersecção, ou seja, não podemos afirmar com certeza que há alguém na região de leitura
dos dois livros, A e B, simultaneamente.
Alternativa falsa, passemos à próxima.
b) nenhuma pessoa leu os dois livros.
Novamente, tentemos provar a alternativa como falsa.
Todos os dados do enunciado satisfeitos e, ainda assim, há a possibilidade de alguém ter lido
os dois livros, portanto, alternativa falsa.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Analisando os dois primeiros diagramas, percebemos que, quanto mais pessoas lerem os dois
livros, também mais pessoas ficariam sem ler livro algum, veja o que acontece com os números
quando aumentamos sistematicamente o número de pessoas na intersecção:
Gabarito: c)
Obviamente, se você chegou até esse ponto da aula, já teve contato com números e tem
uma ideia, mesmo que intuitiva, do que eles são.
O que faremos aqui é uma análise dos tipos de números que precisaremos para seguir
no estudo da matemática e essa divisão é feita exatamente em cima dessas propriedades que
definem os elementos dos conjuntos.
Não poderíamos escrever todos os números nessa condição, exatamente por isso a
definição dos elementos de um conjunto é importante e as reticências ao final são o sinal de
que o conjunto se estende com elementos dessa condição indefinidamente.
Você deve ter percebido que não incluímos, nesse conjunto, o zero. Oras, a ideia era
colocar os números inteiros positivos. O zero é um número inteiro, mas não é positivo (nem
negativo na verdade), por isso não foi incluído.
Aliás, demorou um tempo até que a humanidade formalizasse como número o zero. Ele
só apareceu séculos após a ideia de contagem.
Com o advento do zero, podemos inserir um conjunto novo, com uma nova
característica: Os números inteiros e não negativos, o que incluiria o zero no conjunto anterior,
resultando {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.
ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }
Uma observação interessante. Para nós, o início do estudo dos números é justamente o
conjunto dos naturais e, caso queiramos nos referir somente aos números positivos, ditos
estritamente positivos, basta-nos colocar um asterisco para simbolizar essa exclusão:
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, … }
Excelente pergunta, o oposto de zero é ele mesmo, por isso não é comum escrevermos
−0, apesar de não ser um erro.
ℤ = {… − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3 … }
Perceba que a ideia de fração ainda não existe e aí surge uma necessidade numérica
diferente.
Todos os números, sejam positivos ou negativos, que podem ser representados dessa
forma são chamados de números racionais (de razão, divisão), ainda que o denominador 𝒃
seja 1.
7 3 2
ℚ = {… − 5, − , − , 0, , 6, … }
3 2 5
Mas professor, estou vendo alguns números inteiros ali, ó!
Calma, eles também podem ser escritos na forma de fração, por isso estão ali. Um
número racional, quando o seu denominador é 1, também é inteiro, veja:
10
= 10
1
Aliás, podemos também incluir a notação decimal, não é necessário que tenhamos
apenas a expressão do número na forma fracionária.
13
= 0, ̅13
̅̅̅
99
3
= 0,75
4
2
= 0,4
5
7
− = −2, 3̅
3
Assim, os números racionais incluem, também, todos os inteiros e, por consequência,
todos os naturais.
Note que, aqui, alguns números têm um número de casas decimais limitado, enquanto
outros apresentam dízimas periódicas. Quando a dízima é periódica, ela resulta de uma fração,
guarde isso!
Surgiram números especiais cujos valores não se deixavam exprimir por meio de
frações. Com certeza você já deve ter visto alguns deles: √2, 𝜋, Φ, e, entre tantos outros. Essa
classificação de números passou a ser conhecida como os números irracionais, visto que não
são expressos por razões (quocientes).
Tecnicamente seria impossível escrever seus valores de forma completa, visto que eles
apresentam um número de casas decimais infinitos e não sequenciais, exatamente por isso
não conseguimos expressá-los na forma de fração.
√2 = 1,4142135623 …
𝜋 = 3,14159265359 …
Φ = 1,61803398875 …
e = 2,81828182846 …
Perceba que esse novo conjunto, o dos números irracionais, não engloba o anterior.
Quando um número pertence aos racionais, não pode pertencer aos irracionais e vice versa.
𝕀 = {… − √2, Φ, e, 𝜋, √10 … }
Não se preocupe com esses números caso não os tenha visto antes, daremos ênfase a
cada um deles no decorrer do curso. Por ora, basta saber que esses números não têm seus
valores expressos por meio de frações e suas dízimas não são periódicas.
Até por esse motivo, podemos definir um conjunto que seja a soma de todos esses
conjuntos citados, o conjunto dos números reais, simbolizado por ℝ. Assim:
ℝ = {ℚ + 𝕀}
Um número complexo é formado de duas partes, uma real e uma imaginária e é comum
vermos representações desses números como (2; 5) 𝑜𝑢 (2 + 5𝑖).
Teremos aulas específicas sobre esse conjunto, então deixarei os detalhes para esse
momento, ok?
Para ficar mais claro, veja como se relacionam esses conjuntos em um diagrama de
Venn-Euler que estudamos anteriormente.
Utilizaremos muitas vezes esses conceitos, portanto, não siga sem os compreender,
combinado?
Imagine que eu queira contar, mas apenas de dois em dois, iniciando do próprio dois,
como seria essa contagem?
Podemos notar que são todos os números pares. Mesmo que não escrevamos todos os
elementos desse conjunto, você possivelmente afirmará que 1001 não pertence a ele.
Percebeu que são exatamente os números da tabuada? Mas não se limitam a ela, visto
que estudamos poucos múltiplos nas tabuadas. Essa relação de multiplicidade é, como nos
conjuntos numéricos vistos anteriormente, infinita.
A essa altura, você já não deve ter dificuldade em construir os múltiplos de um número
qualquer, não é?
Comecemos.
3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }
Aqui os números 6, 12, 18 não apareceram na listagem do 3, pois já haviam sido escritos
na listagem do 2, ok?
Continue comigo.
Novamente, os números 10, 15, 20, 30, 40, 45, 50 não configuraram na listagem do 5, pois
já haviam sido listados em listagens anteriores.
7 ⇒ {7, 49 … }
11 ⇒ {11, 121 … }
Pois bem, vamos escrever todas as listagens que fizemos até agora.
3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }
7 ⇒ {7, 49 … }
11 ⇒ {11, 121 … }
Os números passíveis de iniciarem esse tipo de lista vão ficando mais escassos
enquanto preenchemos novas e novas listas e, ainda hoje, não sabemos todos os números
com essa característica.
Aos números colocados como primeiros nas listas, até aqui 2, 3, 5, 7 𝑒 11, damos os
números de primos, pois são os primeiros a serem listados.
Aos demais, os que não puderam iniciar lista alguma, chamamos de números
compostos.
Pensemos...
Dessa forma, não poderíamos iniciar outras listas, o que acabaria com a nossa
brincadeira e não teríamos quaisquer outros primos exceto o 1. Exatamente por esse motivo, o
1 não é considerado primo.
E o zero, professor?
0 ⇒ {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0 … }
Assim, o zero também não é um número primo, pois não gera números múltiplos de
zero, ou ainda, compostos.
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }
Perceba que há, nesses múltiplos, alguns números que são comuns a 6, 8 e 12:
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }
Existem muitos números que são múltiplos comuns a estes três números, 6, 8 e 12, e
todos eles são múltiplos de 24.
𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 24
Há maneiras mais práticas para calcularmos o MMC entre dois ou mais números, por
exemplo, a fatoração simultânea, você deve se lembrar dela da época da escola.
Acompanhe.
6 8 12 2
3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1 2³. 3 = 24
𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 23 . 3 = 8.3 = 24
Nesse exemplo, utilizamos 3 números, mas podemos calcular o 𝑀𝑀𝐶 entre quantos
números precisarmos.
Utilizamos muito o 𝑀𝑀𝐶 para somar frações, e frações aparecerão bastante em nosso
curso.
Aplicação
a) ao meio-dia.
b) às 𝟏𝟒h.
c) às 𝟐𝟎h.
d) à meia noite.
e) no outro dia, às 𝟖h.
Comentários:
Como Dona Joana deverá aplicar o colírio A de 4 em 4 horas, a partir das 8h, temos seus
horários de aplicação:
𝐴 → 8ℎ → 12ℎ → 18ℎ → 20ℎ → 24ℎ → 4ℎ → 8ℎ → 12ℎ …
Já os horários de aplicação para o colírio B são:
𝐵 → 8ℎ → 14ℎ → 20ℎ → 2ℎ → 8ℎ → 14ℎ …
Perceba que há horários em comum para ambos os colírios:
𝐴 → 8ℎ → 12ℎ → 18ℎ → 20ℎ → 24ℎ → 4ℎ → 8ℎ → 12ℎ …
𝐵 → 8ℎ → 14ℎ → 20ℎ → 2ℎ → 8ℎ → 14ℎ …
Dessa forma, podemos perceber que os colírios 𝐴 e 𝐵 são aplicados simultaneamente nos
horários:
𝐴 𝑒 𝐵 → 8ℎ → 20ℎ → 8ℎ …
Ou seja, de 12 em 12 horas (𝑀𝑀𝐶(4; 6) = 12), aplicamos ambos os colíros, 𝐴 e 𝐵.
Embora às 8h do próximo dia os colírios também devam ser aplicados ao mesmo tempo, o
exercício pediu “a próxima vez” após a aplicação das 8h, então, nossa resposta deve ser: às
20h.
Gabarito: C
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 6 ⇒ {1, 2, 3, 6}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 200 ⇒ {1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200}
O conjunto dos divisores de um número não é infinito, como o conjunto dos múltiplos.
Números primos só têm dois números em seu conjunto de divisores, eles mesmos e o
número 1.
Assim, podemos dizer que o maior divisor comum a 20 e 30, é 10, ou 𝑀𝐷𝐶(20,30) = 10.
20 2 30 2
10 2 15 3
5 5 5 5
1 2². 5 1 2.3.5
𝑀𝐷𝐶(20,30) = 2.5 = 10
A palavra produto vem do verbo latino produco, que significa liderar, levar adiante,
estender. Nesse contexto, entenderemos, a partir de agora, produto como o ato de multiplicar
expressões matemáticas.
Esse capítulo tem a função não de provar todos os produtos possíveis, mas de trazer
alguns dos produtos que usaremos com muita frequência durante nossa jornada.
Assim, mesmo que não memorize todos os passos que veremos nas próximas páginas,
é interessante entender o que está acontecendo, ok?
Vamos lá.
(𝑎 + 𝑏)2
(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 + 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2
(𝑎 − 𝑏)2
(𝑎 − 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 − 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
Portanto,
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2
(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 − 𝑏 2
𝑎2 − 𝑏 2
Portanto,
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)
Aplicação
Se dois números reais a² e b² são tais que a² −b² = 0, é correto afirmar que:
𝒂) 𝒂 = 𝒃
𝒃) 𝒂 = −𝒃
𝒄) 𝒂 = ±𝒃
𝒅) 𝒂 = 𝟐𝒃
𝒆) 𝒃 = 𝟐𝒂
Comentários:
Perceba que a expressão 𝑎2 − 𝑏 2 é a forma desenvolvida do produto notável (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏).
Assim, podemos reescrever a equação da seguinte forma:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
(𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 0
Perceba que temos um produto entre dois fatores: (𝑎 + 𝑏) e (𝑎 − 𝑏) e o resultado dessa
multiplicação é zero.
Esse resultado nulo só é possível se um desses fatores for zero (usaremos isso muito durante
o curso, faça uma nota mental aí!).
Dessa forma, podemos separar essa equação em duas outras, mais simples:
(𝑎 + 𝑏) = 0 𝑒 (𝑎 − 𝑏) = 0
Resolvendo ambas as equações, temos:
𝑎+𝑏 =0 𝑒 𝑎−𝑏 =0
𝑎 = −𝑏 𝑒 𝑎=𝑏
Podemos econdensar essa escrita em uma equação somente, usando o símbolo ±:
𝑎 = ±𝑏
Gabarito: c)
(𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 𝑎𝑏 2 − 𝑎2 𝑏 − 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3
𝑎3 − 𝑏 3
Portanto,
𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
(𝑎 + 𝑏)3
(𝑎 + 𝑏)2 ⋅ (𝑎 + 𝑏)
(𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 + 𝑏)
𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
Portanto,
(𝑎 − 𝑏)3
(𝑎 − 𝑏)2 ⋅ (𝑎 − 𝑏)
(𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎3 − 𝑎2 𝑏 − 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3
𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3
Portanto,
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
(𝑎 + 𝑏)1 = 𝑎 + 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3
C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
Nesse triângulo numérico, o Triângulo de Pascal, cada número pode ser referido pelo
seu endereço, que é dado com relação à linha e à coluna que ele ocupa.
Assim, cada elemento pode ser indicado pelo seu endereço, no que chamamos de
número binomial (binomial porque apresenta dois valores, o da linha e o da coluna do número).
4 4
Por exemplo, o número binomial ( ) = 6, pois o número ( ) está na quarta linha e
2 2
segunda coluna do Triângulo de Pascal.
C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
Pois bem, retornemos à representação das potências dos binômios, objeto da nossa
discussão, correto?
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3
(𝑎 + 𝑏)0 = (0)
0
Percebeu o padrão?
Além disso, essa fórmula pode nos ser útil caso precisemos de um termo isolado no
meio do desenvolvimento, sem precisar desenvolver todo o produto.
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )
Peguemos o exemplo:
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0
∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1
5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Se a fatoração estiver correta, podemos reescrever a expressão da seguinte maneira:
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ ).
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 1 ⋅ (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
(𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
𝑥 2 − 2𝑥 − 3𝑥 + 3 ⋅ 2
𝑥 2 − 5𝑥 + 6
E o contrário também vale, onde tivermos (𝑥 − 3)(𝑥 − 2), podemos substituir por 𝑥 2 −
5𝑥 + 6.
𝒂) 𝟑𝟗
𝒃) 𝟑𝟏𝟏
𝒄) 𝟑𝟏𝟎
𝒅) 𝟑𝟏𝟐
b) 𝟏𝟐.
c) 𝟏𝟒.
d) 𝟏𝟔.
3. (Fepar/2019) O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras
matemáticas de que se tem registro. Consiste em 84 problemas matemáticos
resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em que foi escrito.
Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36
metros de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor
preta, com partes importantes destacadas em vermelho.
Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta
parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?
( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.
𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.
𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.
a) 44.
b) 46
c) 47
d) 48
e) 49
7. (Unicamp/2018) Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre
esses três números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 𝟎 ou 𝟏.
b) 𝟏 ou 𝟐.
c) 𝟐 ou 𝟑.
d) 𝟏 ou 𝟑.
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
a) 7
b) 8
c) 14
d) 28
e) 56
9. (Mackenzie /2018) O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu
sucessor é igual a 8, é
a) 5
b) 4
c) −3
d) 3
e) 2
b)
c)
d)
e)
11. (Unicamp/2017) Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓
pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse
grupo,
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
12. (Fuvest/2017) Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são
equivalentes se a soma dos divisores positivos de a coincide com a soma dos
divisores positivos de b.
a) 8 e 9.
b) 9 e 11.
c) 10 e 12.
d) 15 e 20.
e) 16 e 25.
13. (Unesp/2016) Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao
final do primeiro mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de
aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do
primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos
totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.
b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.
d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
15. (UERJ/2015.2) O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em
dez segmentos congruentes pelos pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.
𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa
𝟔
o seguinte número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎
𝟕
𝒅)
𝟏𝟎
17. (Unicamp/2015) Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por
ripas de madeira. As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como
os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os parafusos são representados
por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois parafusos em
cada extremidade.
a) 𝟏𝟑.
b) 𝟏𝟐.
c) 𝟏𝟓.
d) 𝟏𝟒.
18. (Fuvest/2015) Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser
pagas usando o bilhete único. A tarifa é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus
ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de integração (ônibus e metrô/trem). Um
usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo de R$12,50. O menor
valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é
a) R$0,85
b) R$1,15
c) R$1,45
d) R$2,50
e) R$2,80
19. (Unicamp/2014) Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior
número possível de ações de certa empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação
era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma desvalorização e esse preço caiu para
𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a 𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor
resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e
venda de ações o investidor teve
a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.
d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.
20. (Fuvest/2014) O número real 𝒙, que satisfaz 𝟑 < 𝒙 < 𝟒, tem uma expansão decimal
na qual os 𝟗𝟗𝟗. 𝟗𝟗𝟗 primeiros dígitos à direita da vírgula são iguais a 𝟑. Os 𝟏. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟏
dígitos seguintes são iguais a 𝟐 e os restantes são iguais a zero.
Então,
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂
e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de
questões que um candidato deverá acertar deverá ser
𝒂) primo
𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗
𝒄) par
𝒅) um quadrado perfeito
Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse
problema e permite encontrar tal valor é
a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).
vale
𝟏𝟏
𝒂)
𝟐
𝟖
𝒃)
𝟕
𝟖
𝒄)
𝟏𝟏
𝟏𝟏
𝒅)
𝟏𝟓
𝟐
𝒆)
𝟏𝟏
26. (Fuvest/2008) Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro
dia de 2007 foi segunda-feira, o próximo ano a começar também em uma segunda-
feira será
a) 2012
b) 2014
c) 2016
d) 2018
e) 2020
27. (Fuvest/2007) Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145
blocos de tipo Y. Esses blocos têm as seguintes características: todos são cilindros
retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.
A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada
coluna deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem
ter a mesma altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem
ser construídas é de
a) 55
b) 56
c) 57
d) 58
e) 59
28. (Fuvest/2005) O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que
a soma seja o quadrado de um número inteiro positivo é
a) 37
b) 36
c) 35
d) 34
e) 33
29. (Unesp/2004) Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de
𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função,
cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora. O tempo máximo de
duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que a de
Carlos, é:
a) 𝟔 horas.
b) 𝟓 horas.
c) 𝟒 horas.
d) 𝟑 horas.
e) 𝟐 horas.
30. (Fuvest/2003) Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três
mil e quarenta e dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que
cada um recebeu, em reais, foi:
a) 3.009.006,00
b) 3.090.006,50
c) 3.090.006,00
d) 3.090.006,50
e) 3.900.060,50
𝒂 𝒂
𝒃) − 𝒆
𝟒 𝟒
𝟏 𝟏
𝒄) − 𝒆
𝟐𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒅) − 𝒆
𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒆) − 𝒆
𝒂 𝒂
𝒂² = 𝒂𝒃
𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²
𝟐𝒃 = 𝒃
a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).
c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.
33. (Fuvest/2002) Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com
lado de mesma medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5
m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas
somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das lajotas?
b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚
c) 𝒙𝒚 + 𝟏
d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐
e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
36. (Fuvest/1999) Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou
os primeiros 300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a
mesma velocidade média os últimos 100 metros, completará a prova em
a) 4 minutos e 51 segundos.
b) 5 minutos e 8 segundos.
c) 5 minutos e 28 segundos.
d) 5 minutos e 49 segundos.
e) 6 minutos e 3 segundos.
37. (Fuvest/1999) Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então o
valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐
𝒆) − 𝟒
38. (Fuvest/1997) O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de
3888 por 𝒏 um cubo perfeito é
a) 6
b) 12
c) 15
d) 18
e) 24
𝒂) 𝟑𝟗
𝒃) 𝟑𝟏𝟏
𝒄) 𝟑𝟏𝟎
𝒅) 𝟑𝟏𝟐
Comentários:
A primeira coisa que temos que notar nessa etapa, é que podemos seguir vários caminhos
diferentes para resolver a questão.
Uma breve análise das alternativas nos permite perceber que a banca percorreu o caminho da
fatoração, então, mãos à obra.
Primeira atividade: fatorar tudo o que pudermos e, para os decimais, transformar em frações.
Assim, nossa expressão será transformada da seguinte maneira:
25 × 15 × 9 × 5,4 × 3,24
54 324
25 × 15 × 9 × ×
10 100
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
2 × 5 22 × 52
Simplificando, temos:
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
2 × 5 22 × 52
33 34
3 × 32 × ×
1 1
3 × 32 × 33 × 34
310
Nota: algumas bancas ainda usam o símbolo × para indicar a multiplicação explícita. Em nosso
curso, utilizaremos, o símbolo ⋅ para indicar essa operação, visto que evita a confusão com a
letra 𝑥, além de ser mais frequente nas bancas de vestibular, ok?
Nessa notação, nossa pergunta seria reescrita da seguinte maneira:
25 ⋅ 15 ⋅ 9 ⋅ 5,4 ⋅ 3,24
mas sem mudança de sentido com relação à expressão original.
Gabarito: c)
b) 𝟏𝟐.
c) 𝟏𝟒.
d) 𝟏𝟔.
Comentários:
Nosso sistema de numeração é decimal e posicional. O valor de um algarismo depende de em
qual posição ele está na escrita.
Alguns exemplos:
23 → 2 dezenas e 3 unicades → 2 · 10 + 3
521 → 5 centenas, 2 dezenas e 1 unicade → 5 · 100 + 2 · 10 + 1
𝑎𝑏 → a dezenas e b unidades → 𝑎 · 10 + 𝑏
Gabarito: c)
3. (Fepar/2019) O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras
matemáticas de que se tem registro. Consiste em 84 problemas matemáticos
resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em que foi escrito.
Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36
metros de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor
preta, com partes importantes destacadas em vermelho.
Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta
parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?
( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
Comentários:
Para essa questão, vamos interpretar e resolver todo o problema e julgar as alternativas ao
final.
A questão traz o enunciado: um montão e sua quarta parte, todos juntos são 15. Diga-me
quanto é esse montão?
Chamando “um montão” de 𝑥, temos que sua quarta parte é 𝑥⁄4.
A informação de que a soma do montão com sua quarta parte, todos juntos são 15 equivale à
equação:
𝑥
𝑥+ = 15
4
Agora, precisamos descobrir o valor do 𝒙. Para a soma de frações, já sabe, MMC.
Atenção, podemos calcular o MMC para apenas um dos membros ou para toda a equação;
ambos os métodos estão corretos. Optaremos por tirar o MMC para os dois membros por
antecipação à quarta afirmação da questão, que coloca ambos os membros da equação com o
mesmo denominador.
𝑥
𝑥+ = 15
4
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Multiplicando ambos os termos da equação por 4,
𝑥 + 4𝑥 = 60
5𝑥 = 60
Dividindo ambos os termos por 5,
5𝑥 = 60
5𝑥 60
=
5 5
𝑥 = 12
Agora sim, podemos julgar as alternativas.
(V) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.
Correto, de acordo com a definição vista nessa mesma aula.
(F) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
A equação correspondente é do primeiro grau, não do segundo.
(V) A equação que descreve o problema do papiro é
𝑥
𝑥 + = 15
4
Gabarito: V-F-V-V-V
Gabarito: d)
𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.
𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.
𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.
Comentários:
Como estamos interessados na soma de cada grupo, vamos calcular cada soma dessas para
ver se há algum padrão que possamos usar.
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125
⋮
Percebeu algum padrão nesses grupos? Todas essas somas resultam em um cubo perfeito,
veja:
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1 = 13
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8 = 23
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27 = 33
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64 = 43
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125 = 53
Desse modo, podemos extrapolar que o décimo primeiro grupo terá a soma equivalente a
113 = 1331.
Gabarito: b)
a) 44.
b) 46
c) 47
d) 48
e) 49
Comentários:
Com o enunciado, percebemos que há várias informações acerca dos alunos. Uma maneira
muito interessante para organizar essas informações é a utilização dos diagramas de Venn-
Euler, por tratar os dados de maneira visual.
Inicialmente, façamos um diagrama com o número de conjuntos pretendido:
Nesse contexto, consideraremos o conjunto “Matemática” como o conjunto dos alunos que não
obtiveram nota mínima em Matemática, aplicando o mesmo raciocínio para Português e para
Inglês.
Sendo assim, a região em cinza a seguir representa os alunos que não obtiveram nota mínima
nas três disciplinas simultaneamente, ou seja, em Matemática, em Português e em Inglês.
Para evitar contabilização duplicada, é indicado começarmos justamente por essa intersecção.
Como o exercício nos diz:
VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.
Começaremos justamente colocando essa informação no diagrama.
Nosso próximo passo é extremamente importante e dele depende todo o decorrer de nossa
resolução.
A região hachurada na próxima figura representa as pessoas que não obtiveram nota mínima
em Português e em Inglês, veja:
Agora que você já pegou o jeito, vamos completar as informações faltantes em sequência,
sempre com o mesmo raciocínio:
Muita calma agora. Apesar de termos inserido todas as informações de I a VII no diagrama, há
uma informação crucial no enunciado e que ainda não foi inserida, veja:
“Dentre os candidatos que fizeram proas de matemática, português e inglês num concurso, 20
obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.”
Mas professor, em qual desses conjuntos colocaremos esses 20 alunos?
Veja bem, no início do nosso exercício definimos que entrariam nesses conjuntos (Matemática,
Português e Inglês) os alunos que não conseguiram nota mínima para aprovação.
Se o enunciado nos informa que 20 alunos conseguiram a nota mínima, eles não podem ser
inseridos em nenhum desses 3 conjuntos, então ficarão de fora mesmo.
Agora sim, temos todos os dados para resolvermos praticamente qualquer questão acerca
dessas informações.
Voltando ao enunciado, retomemos:
“A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi”
Aqui a questão está solicitando o que chamamos de “conjunto universo”, ou seja, a soma de
todos os elementos de dentro e de fora de nossa delimitação.
Alguns livros didáticos fazem essa representação gráfica com uma delimitação maior contendo
os 3 conjuntos, veja:
Essa delimitação do conjunto universo não nos é crucial para a resolução, bastando entender
que há apenas dois tipos de pessoas que participaram do concurso: as que não conseguiram
nota mínima (dentro das delimitações Matemática, Português e Inglês) e as que conseguiram
(as 20 pessoas fora desses 3 conjuntos).
Enfim, conseguimos nossa resposta. O número N de pessoas que participaram do concurso é
dado por:
𝑁 = 8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 + 20 = 49
Ou seja, nossa alternativa e).
Aprofundando um pouco mais. Com o diagrama feito, poderíamos pensar em muitos tipos de
perguntas e gostaria de explorar algumas delas com você.
Olhando nosso último diagrama, responda:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em até duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?
Vejamos as respostas:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
8 + 6 + 4 = 18
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
3+1+5 =9
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em até duas disciplinas?
3 + 1 + 5 + 8 + 6 + 4 = 27
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?
8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 = 29
Agora sim, estamos prontos para seguir.
Gabarito: e)
7. (Unicamp/2018) Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre
esses três números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 𝟎 ou 𝟏.
b) 𝟏 ou 𝟐.
c) 𝟐 ou 𝟑.
d) 𝟏 ou 𝟑.
Comentários:
Chamando 𝑝 um número par e 𝑖 um número ímpar, temos as seguintes possibilidades:
𝑝+𝑝+𝑝 =𝑝 𝑝+𝑝+𝑖 =𝑖 𝑝+𝑖+𝑖 =𝑝 𝑖+𝑖+𝑖 =𝑖
Como o enunciado disse que o resultado é um número ímpar, temos apenas duas
possibilidades: ou apenas uma parcela da soma é formada por número ímpar ou as três
parcelas da soma são números ímpares.
Gabarito: d)
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
a) 7
b) 8
c) 14
d) 28
e) 56
Comentários:
Para esses exercícios de conjuntos, lembre-se do diagrama de Venn-Euler e de seu
preenchimento preferencial a partir da intersecção dos 3 conjuntos.
A informação a ser preenchida inicialmente é a de que 8 assistem aos três noticiários e deve
ser colocada logo na intersecção do diagrama.
As informações em sequência são as intersecções de dois em dois dos conjuntos, e são
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
É vital aqui que você lembre que esses números não vão escritos diretamente, pois dentro
deles estão contados os 8 que já assistem aos 3 noticiários e é preciso subtraí-los de cada um
destes.
E, finalmente, as informações restantes, de cada conjunto individualmente:
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
Também, lembrando de fazer as devidas subtrações.
Seguindo as orientações dadas em aula, o diagrama de Venn-Euler para o problema proposto
é:
Agora estamos aptos a responder o que for necessário acerca desses dados.
O enunciado solicitou o número de pessoas que assistem somente a um noticiário.
Consultando o diagrama, vemos que as pessoas que assistem somente ao noticiário A somam
28 pessoas; as que assistem somente ao noticiário B, 18 e as que assistem somente ao
noticiário C, 10.
Dessa forma, o número 𝑛 de pessoas solicitado é dado por:
𝑛 = 28 + 18 + 10 = 56
Gabarito: e)
9. (Mackenzie/2018) O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu
sucessor é igual a 8, é
a) 5
b) 4
c) −3
d) 3
e) 2
Comentários:
Para chegar à solução, precisamos, antes, escrever a equação que representa o problema.
Gabarito: d)
b)
c)
d)
e)
Comentários:
Do enunciado, escolhemos o número 𝑥 entre 4 e 2, ou seja: −4 < 𝑥 < 2
2−𝑥
Para conseguir induzir a expressão , dada no enunciado, façamos o inverso de cada termo
𝑥
2 2
− >
4 𝑥
2 2 2 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
− > >+ → 𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 →
4 𝑥 2 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎 2 2
{ 𝑥 > +
2
2 2 2 2
− > >+
4 𝑥 𝑥 2
2
2 >1
−0,5 > 𝑥
𝑥
2
2 −1>1−1
−0,5 − 1 > − 1 𝑥
𝑥
2
2 −1>0
−1,5 > − 1 𝑥
𝑥
2−𝑥
2−𝑥 >0
−1,5 > 𝑥
𝑥
Gabarito: a)
11. (Unicamp/2017) Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓
pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse
grupo,
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Gabarito: c)
12. (Fuvest/2017) Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são
equivalentes se a soma dos divisores positivos de a coincide com a soma dos
divisores positivos de b.
Você não precisaria saber o que são os números equivalentes. É muito comum um exercício
trazer uma definição “nova” para você e, dando informações suficientes, solicitando alguma
atividade que exija adaptação de seus conhecimentos. Não se desespere com termos
diferentes e conceitos novos, a prova dará informações suficientes nessas situações.
Gabarito: e)
13. (Unesp/2016) Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao
final do primeiro mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de
aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do
primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos
totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.
b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.
d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
Comentários:
No primeiro mês, Rafael pagou:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
Nos outros meses, só o aluguel, ou seja:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 = 900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎
Rafael pagou, em um ano, 1 vez o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 e 11 vezes só o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙, contabilizando
R$6.950,00. Assim, podemos escrever a equação equivalente a seguir:
1 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎) + 11 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙) = 6.950
1 ⋅ (900) + 11 ⋅ (900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎) = 6.950
Chamemos a taxa de 𝑥 e, em seguida, resolvamos a equação.
1 ⋅ 900 + 11 ⋅ (900 − 𝑥) = 6.950
900 + 9900 − 11𝑥 = 6.950
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
3.850 = 11𝑥
350 = 𝑥
Desse modo, nossa taxa é de 𝑅$350,00.
Gabarito: d)
𝑎3 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3
Se você se lembra dos produtos notáveis apresentados no início da aula, já deve ter percebido
que a igualdade não é válida, pois o desenvolvimento do cubo da soma não é a soma dos
cubos, veja:
𝑎3 + 𝑏 3 ≠ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3. 𝑎2 𝑏 + 3. 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
Portanto a alternativa a) é falsa, vamos para a próxima.
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
Novamente, partamos da igualdade completa.
1 1
=−
𝑎√𝑎2 + 𝑏 2 𝑏
Rearranjando os termos, cientes de que 𝑎 e 𝑏 não são nulos, temos:
𝑏
− = √𝑎2 + 𝑏 2
𝑎
Ao olhar a igualdade, sabendo que 𝑎 e 𝑏 são maiores do que zero, portanto positivos, podemos
perceber que a fração apresentada no primeiro termo da equação será sempre negativa e um
resultado negativo nunca poderia ser resultado de a extração de uma raiz quadrada no domínio
dos números reais.
Novamente, alternativa falsa.
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
Para essa alternativa, vamos sair do primeiro membro e tentar chegar ao segundo para
verificar a validade da afirmação.
2 2 2
(√𝑎 − √𝑏) = √𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + √𝑏 = 𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + 𝑏
Como a expressão a que chegamos não é equivalente ao segundo termo da equação
apresentada, classificamos, também, essa alternativa como falsa.
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
Para a análise dessa alternativa, saiamos do segundo membro da equação para tentar chegar
ao primeiro.
1 1
+
𝑎 𝑏
Para soma de frações, MMC:
1 1 𝑏+𝑎
+ =
𝑎 𝑏 𝑎𝑏
Novamente, chegamos a uma expressão não equivalente à informada na igualdade. Alternativa
também falsa.
Sem mais alternativas, não nos resta escolha além de assinalar a alternativa e) como nosso
gabarito, mas, a título de exercício, vamos analisá-la também para atestar sua validade.
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) =𝒂−𝒃
𝒂𝟐 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐
Nessa alternativa, vamos partir da expressão apresentada no primeiro termo e verificar se ela é
equivalente ao segundo termo.
𝑎3 − 𝑏 3
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2
Como vimos nos produtos notáveis apresentados no início, podemos fatorar a expressão 𝑎3 −
𝑏3 .
𝑎3 − 𝑏 3 (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
= = (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 (𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
Exatamente o que nossa alternativa afirmou.
Gabarito: e)
15. (UERJ/2015.2) O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em
dez segmentos congruentes pelos pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.
𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa
𝟔
o seguinte número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎
𝟕
𝒅)
𝟏𝟎
Comentários:
A distância 𝑍 entre 𝑌 e 𝑋 é dada pela diferença entre esses dois números, ou seja:
Z=Y−X
3 1
Z= −
2 6
9−1
Z=
6
8 4
Z= =
6 3
Perceba que essa distância não é entre cada letra indicada, e, sim, entre 𝑋 e 𝑌.
Como temos, entre 𝑋 e 𝑌, 10 intervalos iguais, podemos descobrir a distância 𝑑 entre cada
letra simplesmente dividindo 𝐷 por 10.
𝑍
𝑑=
10
4
𝑑= 3
10
4 1
𝑑= ⋅
3 10
4 2
𝑑= =
30 15
O ponto 𝐷 está 4 unidades 𝑑 à direita de 𝑋, então, podemos dizer que o ponto 𝐷 representa o
número:
𝐷 =𝑋+4⋅𝑑
1 2
𝐷= +4⋅
6 15
1 8
𝐷= +
6 15
5 + 16
𝐷=
30
21 7
𝐷= =
30 10
Quem diria, o ponto 𝐷 está na alternativa d). Que coisa, não? 😎
Gabarito: d)
Gabarito: a)
17. (Unicamp/2015) Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por
ripas de madeira. As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como
os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os parafusos são representados
por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois parafusos em
cada extremidade.
a) 𝟏𝟑.
b) 𝟏𝟐.
c) 𝟏𝟓.
d) 𝟏𝟒.
Comentários:
A menor cerca possível necessita de 5 ripas e tem 2 metros de comprimento. A cada 2 metros
adicionais, temos que adicionar 4 ripas.
Assim, como precisamos de uma cerca de 100 metros, precisamos de (5 + 4 + 4 + ⋯ + 4)
ripas, ou seja, (5 + 49 ⋅ 4) ripas.
Como cada ripa utiliza 4 parafusos (dois em cada extremidade), temos o número de parafusos
dado por 4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4).
O enunciado informou que cada caixa de parafuso tem 60 unidades, portanto, precisaremos de
um número 𝑛 de caixas dado por:
4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4) 20 + 784 804
𝑛= = = = 13,4 ∴ 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 14 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠.
60 60 60
Gabarito: d)
18. (Fuvest/2015) Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser
pagas usando o bilhete único. A tarifa é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus
ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de integração (ônibus e metrô/trem). Um
usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo de R$12,50. O menor
valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é
a) R$0,85
b) R$1,15
c) R$1,45
d) R$2,50
e) R$2,80
Comentários:
Para essa análise, podemos trabalhar com a proposta de exaustão, pois são poucas
possibilidades.
Imaginemos, inicialmente, que a pessoa utilize apenas bilhetes para viagens simples, ou seja,
de R$3,00 cada. Assim, para que o valor seja superior aos R$12,50 já presentes no bilhete
único, teríamos o mínimo de 5 viagens:
3 + 3 + 3 + 3 + 3 = 15 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,50
Caso a pessoa utilize apenas uma viagem de integração, teríamos:
3 + 3 + 3 + 4,65 = 13,65 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,15
Caso a pessoa utilize duas viagens de integração:
3 + 3 + 4,65 + 4,65 = 15,30 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,80
Caso a pessoa utilize três viagens de integração:
4,65 + 4,65 + 4,65 = 13,95 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,45
Caso a pessoa utilize mais viagens do que as citadas, o valor ultrapassaria sempre mais do
que os depósitos excedentes calculados.
Dentre as opções, o menor valor a ser depositado deve ser de R$1,15, ou seja, alternativa b).
Mas professor, não tem uma fórmula para resolver esse tipo de exercício?
Pois é, não tem. E isso é muito comum nas provas.
Como no exercício anterior, devemos utilizar os conhecimentos básicos adquiridos nos ensinos
fundamental e médio para resolver as situações-problema propostas.
Com a prática adquirida nos exercícios das aulas você será mais do que capaz de escapar
dessas armadilhas. Por isto nossas aulas contam com tantos exercícios resolvidos
detalhadamente: para proporcionar a você a experiência necessária para fazer uma excelente
prova!
Não negligencie a parte de prática, ok? É aqui que você consolida seu conhecimento!
Vamos adiante.
Gabarito: b)
19. (Unicamp/2014) Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior
número possível de ações de certa empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação
era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma desvalorização e esse preço caiu para
𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a 𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor
resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e
venda de ações o investidor teve
a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.
d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.
Comentários:
200
1º mês: Compra de = 22 ações ao custo 𝐶1 de 22 ⋅ 𝑅$ 9 = 𝑅$ 198
9
200
2º mês: Compra de = 28 ações ao custo 𝐶2 de 28 ⋅ 𝑅$ 7 = 𝑅$ 196
7
3º mês: Venda de 22 + 28 = 50 ações ao valor 𝑉 de 50 ⋅ 𝑅$ 8 = 𝑅$ 400
Assim, o lucro 𝐿 é dado por 𝐿 = 𝑅$ 400 − 𝑅$ 198 − 𝑅$ 196 = 𝑅$ 6.
Gabarito: a)
20. (Fuvest/2014) O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na
qual os 999.999 primeiros dígitos à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001
dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são iguais a zero.
Então,
Gabarito: e)
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂
e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
Comentários:
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.
Como comentado anteriormente, nem a potenciação nem a radiciação podem ser
desmembradas em somas ou subtrações. Para provar a afirmação como falsa, basta
apresentarmos um contraexemplo:
√1 + 1 = √1 + √1
√2 = 1 + 1
√2 = 2
O que é absurdo, ou seja, a alternativa a) é falsa.
b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.
Ao desenvolver, tomemos cuidado com os sinais envolvidos:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
√𝑎2 = √𝑏 2
±𝑎 = ±𝑏
𝑎 = ±𝑏
Ou seja, alternativa falsa.
Em nossa próxima aula, veremos com mais profundidade o que vem a ser a expressão √𝑎2 .
Alternativamente, podemos pensar também em um contraexemplo como fizemos na alternativa
anterior:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
Peguemos os valores de 𝑎 = 1 e 𝑏 = −1.
(1)2 = (−1)2
1=1
√(−1)2 = −1
Lembre-se da “tia” da escola: “Primeiro os parênteses!”.
√1 = −1
1 = −1
Como chegamos a um absurdo com 𝑎 = −1, não podemos afirmar que a equação é verdadeira
“qualquer que seja o número real 𝑎”.
Atenção: É plenamente possível encontrarmos algum 𝑎 que satisfaça a equação, o que não se
pode afirmar é que a equação vale para todo 𝑎, ok?
Como a alternativa fala em “qualquer que seja o número 𝑎”, não há escolha a não ser
classificá-la como falsa.
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que
𝟏⁄ < 𝟏⁄ .
𝒃 𝒂
Vamos para mais um contraexemplo. Assumamos 𝑎 = −1 e 𝑏 = 1. Para esses valores, tem-se
como verdadeira a primeira parte 𝑎 < 𝑏, pois −1 < 1.
Vejamos se a segunda parte se sustenta:
1 1
<
𝑏 𝑎
1 1
<
1 −1
1 < −1
Outro absurdo.
e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
Analisemos com calma.
Sabemos que, para todo 0 < 𝑎 < 1, 𝑎2 < 𝑎.
Se você não tomou isso como automático, pense no exemplo da pizza. Se alguém come
metade da metade de uma pizza, come menos que a metade, veja:
1 1 1
. <
2 2 2
1 2 1
( ) <
2 2
1 1
<
4 2
Desse modo, e como 0 < 𝑎 < 1, podemos dizer:
0<𝑎<1
Multiplicando todos os termos por 𝑎:
0 < 𝑎2 < 𝑎
Extraindo a raiz quadrada de todos os termos:
Gabarito: e)
De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de
questões que um candidato deverá acertar deverá ser
𝒂) primo
𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗
𝒄) par
𝒅) um quadrado perfeito
Comentários:
Vamos definir o número que questões certas como 𝑐 e erradas como 𝑒 = 120 − 𝑐. Assim
𝑒
𝑐 ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 − ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 ≥ 90 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
5
(120 − 𝑐)
𝑐∙1− ∙ 1 ≥ 90
5
(120 − 𝑐)
𝑐− ≥ 90
5
Multiplicando ambos os membros da desigualdade por 5, temos:
5 ⋅ 𝑐 − (120 − 𝑐) ≥ 90 ⋅ 5
5 ⋅ 𝑐 − 120 + 𝑐 ≥ 450
6𝑐 − 120 ≥ 450
Somando 120 de ambos os membros.
6𝑐 ≥ 570
Dividindo ambos os membros por 6.
𝑐 ≥ 95
Ou seja, o mínimo de questões a serem acertadas no exame é 95.
Vamos, então, analisar as alternativas.
𝒂) primo
Fatorando o 95, temos
95 = 5 ⋅ 19
Portanto, 95 é um número composto, não primo.
𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗
Como vimos na fatoração anterior, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, sim, múltiplo de 19, o que faz desta
alternativa, nosso gabarito.
𝒄) par
95 é um número ímpar.
𝒅) um quadrado perfeito
Como vimos, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, não é um quadrado perfeito.
Gabarito: b)
Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse
problema e permite encontrar tal valor é
a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).
Gabarito: c)
15𝑥 2 − 11𝑥 + 2 = 0
∆= 𝑏 2 − 4 ∙ 𝑎 ∙ 𝑐 = (−11)2 − 4 ∙ 15 ∙ 2 = 121 − 120 = 1
11 + 1 12 2
𝑥′ = p = = =
−b ± √∆ −(−11) ± √1 30 30 5
𝑥= = =
2⋅𝑎 2 ⋅ 15 11 − 1 10 1
𝑥 ′′ = q = = =
{ 30 30 3
Com esses dados, calculemos o valor da expressão pedida:
1 1
+
𝑝 𝑞
1 1
+
2 1
5 3
5 3
+
2 1
5+6
2
11
2
Gabarito: a)
Gabarito: 291
26. (Fuvest/2008) Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro
dia de 2007 foi segunda-feira, o próximo ano a começar também em uma segunda-
feira será
a) 2012
b) 2014
c) 2016
d) 2018
e) 2020
Comentários:
Mais um exemplo de exercício sem referência a uma fórmula pronta. Vejamos o que sabemos
acerca do assunto.
Você já deve ter percebido que seu aniversário, a cada ano que passa, “adianta” um dia na
semana a cada ano comum; e dois dias a cada ano bissexto.
Não percebeu?
Então vamos verificar esse fato matematicamente. Acompanhe.
Uma semana tem 7 dias, um ano comum tem 365 dias e um ano bissexto tem 366 dias.
Vamos tentar relacionar esses números.
Qual é o número múltiplo de 7 mais próximo de 365?
Se você fizer a conta manualmente, verá que, a divisão de 365 por 7 deixa resto 1, o que
significa que 364 é o múltiplo de 7 mais próximo de 365.
Pelo fato de 365 ser uma unidade à frente de um múltiplo de 7, que seu aniversário “anda” um
dia da semana por ano.
Perceba que no posterior ao ano bissexto, seu aniversário (ou qualquer dia de referência),
andará dois dias ao invés de um, pois 366 está 2 unidades à frente de um múltiplo de 7.
Além disso, precisamos saber quais são os anos bissextos para conseguir uma dedução válida
no exercício.
A divisão de 2007 por 4 deixa resto 3, ou seja, 2007 está 3 anos à frente de um ano bissexto,
ou um ano antes de outro, se preferir.
Vamos fazer uma relação dos anos bissextos, sequencialmente, e dos dias da semana que
cada um “avança” na semana quando de sua passagem.
Dessa forma, percebemos que o próximo ano a ter seu primeiro dia em uma segunda-feira,
após 2007, será 2018.
Gabarito: d)
27. (Fuvest/2007) Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145
blocos de tipo Y. Esses blocos têm as seguintes características: todos são cilindros
retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.
A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada
coluna deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem
ter a mesma altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem
ser construídas é de
a) 55
b) 56
c) 57
d) 58
e) 59
Comentários:
O enunciado apresenta várias informações. Para maior clareza, vamos dispor essas
informações de forma mais clara.
Tipo de Bloco X Y
Quantidade 117 145
Altura do bloco (cm) 120 150
Como temos que fazer sempre colunas de mesma altura, independentemente de serem feitas
com os blocos X ou Y, precisamos achar a altura que encaixe um número inteiro de blocos,
tanto X quanto Y.
A ferramenta para esse cálculo é o Mínimo Múltiplo Comum, nesse caso entre 120 e 150 que
são as alturas dos dois tipos de bloco. Fatorando 120 e 150 simultaneamente, chegamos a
𝑀𝑀𝐶(120; 150) = 600, que representa a altura.
De posse do valor da altura, precisamos saber quantos blocos vão em cada coluna e quantas
colunas de cada tipo conseguimos fazer. Para facilitar o entendimento, ampliemos nossa tabela
inicial com esses dados.
Tipo de Bloco X Y
Quantidade 117 145
Altura do bloco (cm) 120 150
Altura da coluna (cm) 600 600
Blocos por coluna 600 600
=5 =4
120 150
Quantidade de colunas 117 145
≅ 23 ≅ 36
5 4
Perceba que as divisões 117⁄5 e 145⁄4 não são exatas. Diferentemente dos exercícios
anteriores, aqui a aproximação foi para baixo. A pergunta se refere a quantas colunas
conseguimos fazer e, ao sobrar blocos insuficientes para fazer uma coluna, não podemos
considerar uma coluna feita, portanto, desconsideramos o resto das divisões e consideramos
apenas as colunas inteiras.
Esse discernimento é muito importante ao interpretar o exercício e fornecer a resposta correta.
Voltando ao cálculo, percebemos, pela tabela, que conseguimos 23 colunas com os blocos do
tipo X e 36 colunas com os blocos do tipo Y, totalizando 59 colunas completas.
Gabarito: e)
28. (Fuvest/2005) O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para
que a soma seja o quadrado de um número inteiro positivo é
a) 37
b) 36
c) 35
d) 34
e) 33
Comentários:
Excelente enunciado para praticar a tradução do Português para o “matematiquês”.
Chamando o número solicitado de 𝑥 e o quadrado de um número inteiro positivo de 𝑦 2 com
𝑦 ∈ ℕ (total falta de criatividade, eu sei... pode-se usar quaisquer letras para incógnitas no lugar
dos tradicionais 𝑥 e 𝑦, ok?), temos:
987 + 𝑥 = 𝑦 2
Analise comigo quais são os números quadrados de inteiros positivos:
1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, … , 900, 961, 1024, 1089, 1156 …
Como queremos um número que somado a 987 dê um quadrado perfeito, o quadrado deve,
obrigatoriamente, ser superior a 987, assim nossas opções são resumidas a:
1024, 1089, 1156 …
Mas o exercício pediu o menor 𝑥 possível, então nossa escolha deve ser o menor quadrado
perfeito maior que 987, ou seja, 1024.
Perceba que 𝑦 2 = 1024, pois 𝑦 2 está simbolizando nosso quadrado de um número inteiro
positivo, ok?
Agora podemos, finalmente, escrever a equação referente ao problema:
987 + 𝑥 = 1024
Subtraindo 987 de ambos os termos da equação, temos:
𝑥 = 1024 − 987
𝑥 = 37
Gabarito: a)
29. (Unesp/2004) Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de
𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função,
cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora. O tempo máximo de
duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que a de
Carlos, é:
a) 𝟔 horas.
b) 𝟓 horas.
c) 𝟒 horas.
d) 𝟑 horas.
e) 𝟐 horas.
Comentários:
Queremos que o Custo de animação de Daniel não seja maior que o custo de animação de
Carlos.
E o que significa não ser maior?
Significa ser igual ou menor.
Chamando 𝐶 o custo total de animação de Carlos para uma festa de ℎ horas e 𝐷 o custo total
de Daniel para uma festa de mesma duração, temos, pela condição do enunciado:
𝐷≤𝐶
55 + 35ℎ ≤ 100 + 20ℎ
15ℎ ≤ 45
ℎ≤3
Assim, se o tempo de duração da festa for de até 3 horas, o Custo de animação de Daniel não
será maior que o custo de animação de Carlos.
Gabarito: d)
30. (Fuvest/2003) Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três
mil e quarenta e dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que
cada um recebeu, em reais, foi:
a) 3.009.006,00
b) 3.090.006,50
c) 3.090.006,00
d) 3.090.006,50
e) 3.900.060,50
Comentários:
Aqui temos uma rara pergunta direta. Basta dividir o prêmio pelo número de amigos.
Além da possibilidade de fazer a divisão manualmente, você pode fazer o cálculo mental, caso
queira.
Acompanhe uma sugestão para o cálculo mental.
Os sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais.
Vamos, então, dividir por partes:
Vinte e um milhões divididos em partes iguais para sete amigos resultam em três milhões.
Sessenta e três mil divididos em partes iguais para sete amigos resultam em nove mil.
Quarenta e dois reais divididos em partes iguais para sete amigos resultam e seis reais.
Assim, nosso resultado deve ser: três milhões, nove mil e seis reais; R$3.009.006,00.
Aqui a opção foi pela escrita e não pela notação simbólica justamente por simbolizar o
pensamento. Tome muito cuidado com os cálculos mentais, pois podem levar a armadilhas.
Essa questão foi bem direta, com números múltiplos de sete em uma divisão por sete; isso não
acontece sempre.
Gabarito: a)
1
√𝑥 2 = √
𝑎2
1
𝑥 = ±√
𝑎2
1
𝑥=±
𝑎
Criando um pouco de suspense: analisaremos com mais detalhes na próxima aula o que
acontece com √𝑥 2 .
É de extrema importância que você perceba o que foi feito aqui. Como a parte algébrica foi um
pouco extensa, é fácil se perder.
O exercício nos pediu para resolver uma equação, o que, você sabe, gera a necessidade de
uma resposta, ou seja, quais são os valores que satisfazem a condição inicial dada.
O exercício deixou claro, por meio das alternativas, que 𝑥 é a variável a ser descoberta e que 𝑎
é um termo fixo, que, inclusive, pode aparecer em nossa resposta como se um número fosse. E
de fato apareceu.
Sendo assim, nossa resposta para os possíveis valores de 𝑥 é:
1
𝑥=±
𝑎
Nota: ± não quer dizer, em matemática, “mais ou menos” no sentido popular de
“aproximadamente”. Aqui esse símbolo comunica exatamente a possibilidade dupla do sinal, ou
seja, ambas as possibilidades estão ali.
Uma forma mais explícita de escrevermos nosso resultado é:
1 1
𝑥=− 𝑜𝑢 𝑥 = +
𝑎 𝑎
Gabarito: e)
𝒂² = 𝒂𝒃
𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²
(𝒂 + 𝒃) = 𝒃
𝟐𝒃 = 𝒃
a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).
c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.
Gabarito: c)
33. (Fuvest/2002) Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas
com lado de mesma medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5
m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas
somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das lajotas?
Comentários:
Muito bem. É mais comum nesse tipo de exercício a pergunta sobre o maior tamanho possível,
o que seria dado pelo Máximo Divisor Comum entre 200 cm e 500 cm 𝑀𝐷𝐶(200,500) (o
exercício informou em metros, mas pediu que fossem calculados os lados da lajota quadrada
em centímetros).
Nesse problema a pergunta se referiu aos possíveis valores para o lado das lajotas. Muita
atenção, quando se pergunta quais são os “possíveis” valores, não se está perguntando sobre
“alguns” valores e sim sobre “todos” os valores!
Comecemos com a análise dos divisores comuns entre 200 e 500.
Número Divisores
Como queremos todos os possíveis valores para uma lajota quadrada, perceba que
precisamos de um valor para o lado da lajota que permita um número inteiro de lajotas tanto no
lado de 5 metros quanto no de 2 metros da sala. Dessa forma, qualquer número que seja
divisor de ambos os números (5 m = 500 cm e 2 m = 200 cm) simultaneamente, representa
uma possibilidade.
Assim, todos os possíveis valores inteiros para os lados das lajotas, em centímetros, são: 1, 2,
4, 5, 10, 20, 25, 50 e 100.
b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚
c) 𝒙𝒚 + 𝟏
d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐
e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Comentários:
Antes de iniciarmos a análise das alternativas, é importante notar que se temos dois números
consecutivos e estritamente positivos, um deles é par e o outro, ímpar. Além disso, a expressão
“estritamente positivos” exclui o zero das possibilidades.
Atenção: de 𝑥 e 𝑦, não sabemos quem é par e quem é ímpar.
Considerações feitas, vamos às análises
a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚
Dessa soma, a parcela 2𝑥 é, com certeza, par, independente de 𝑥, pois o dobro de algo é
sempre par. Já não temos tanta certeza sobre a parcela 3𝑦, que pode ser tanto par (caso 𝑦
seja par) quanto ímpar (caso 𝑦 seja ímpar).
Assim, não se pode ter certeza de que a soma seja par ou ímpar como quer o enunciado.
b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚
Exatamente o mesmo caso da alternativa a), a parcela 3𝑥 pode ser tanto par quanto ímpar, a
depender do valor de 𝑥 ser par ou ímpar.
c) 𝒙𝒚 + 𝟏
O produto 𝑥𝑦 é, com certeza, par, pois temos a multiplicação de um número par e outro ímpar,
independente de qual é qual (são dois números consecutivos, lembra? Com certeza um par e
outro ímpar).
Sendo assim, o produto 𝑥𝑦 par somado a 1 resulta em um número ímpar e esse é nosso
gabarito!
d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐
O produto 𝑥𝑦 é, como já vimos na alternativa anterior, par. O dobro desse produto, 2𝑥𝑦,
continua a ser par e, a soma de um número par a 2, resulta, novamente, em um número par.
O exercício pede a expressão que resulta em um número ímpar, então essa alternativa não
obedece ao critério solicitado.
e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Essa é sutil. Perceba que temos, obrigatoriamente, um número par e um número ímpar entre 𝑥
e 𝑦.
Se somarmos 1 ao número ímpar, seja 𝑥 ou 𝑦, teremos um número par que, somado ao outro
par, soma par novamente, não atendendo à solicitação do enunciado de resultar em um
número ímpar.
Gabarito: c)
for menor ou igual a 2⁄5, a desigualdade será verdadeira para quaisquer outros valores nos
intervalos dados.
Para que a fração 𝑎⁄𝑏 seja a maior possível, queremos o maior denominador possível, ou seja,
o maior 𝑎 possível, e o menor denominador, o menor valor de 𝑏.
Dos intervalos dados no enunciado, vemos que o maior valor para 𝑎 é 𝑎 = 2 e o menor valor
para 𝑏 é 𝑏 = 3. Assim, a desigualdade, em sua condição extrema, é dada ppor:
𝑎 2
≤
𝑏 5
2 2
≤
3 5
0, 6̅ ≤ 0,4
O que, claramente, é falso.
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
Aqui o raciocínio é similar, porém invertido.
Se queremos a fração 𝑎⁄𝑏 maior que algo, a pior situação possível é a menor dessas frações e
esse caso se dá com o menor 𝑎 e o maior 𝑏 possíveis, ou seja, 𝑎 = 1 e 𝑏 = 5.
𝑎 2
≥
𝑏 3
1 2
≥
5 3
3 10
≥
15 15
0,2 ≥ 0, 6̅
Qualquer que seja sua notação favorita, percebe-se claramente a falsidade da inequação.
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
Nessa alternativa, faremos duas comparações, uma para 1⁄5 ≤ 𝑎⁄𝑏 e outra para 𝑎⁄𝑏 ≤ 2⁄3.
Apenas para o caso de ambas serem verdadeiras, a alternativa será aceitável.
Lembre-se: para 𝑎⁄𝑏 maior que algo, usaremos a menor fração possível, ou seja, 𝑎⁄𝑏 = 1⁄5;
enquanto para 𝑎⁄𝑏 menor que algo, usaremos a maior fração possível, 𝑎⁄𝑏 = 2⁄3.
1 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 3
1 1 2 2
≤ ≤
5 5 3 3
𝑉 𝑉
Como, em ambas, temos ≤, ambas são verdadeiras, ou seja, a alternativa c) é o nosso
gabarito!
Vejamos o motivo de as restantes serem falsas...
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
Mesmo raciocínio e condições anteriores:
1 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 2
1 𝑎 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 2
1 1 2 1
≤ ≤
5 5 3 2
𝑉 𝐹
Como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤𝟓
𝟐 𝒃
3 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏
3 𝑎 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏 𝑏
3 1 2
≤ ≤5
2 5 3
𝐹 𝑉
Novamente, como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
Gabarito: c)
36. (Fuvest/1999) Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre,
completou os primeiros 300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador
mantiver a mesma velocidade média os últimos 100 metros, completará a prova em
a) 4 minutos e 51 segundos.
b) 5 minutos e 8 segundos.
c) 5 minutos e 28 segundos.
d) 5 minutos e 49 segundos.
e) 6 minutos e 3 segundos.
Comentários:
Novamente, aqui temos uma situação-problema que pode ser resolvida de diversas maneiras,
inclusive com a fórmula a posição do Movimento Uniforme MU que você já deve ter estudado
nas aulas de Física.
Daremos ênfase aqui em uma resolução dedutiva, sem a utilização da fórmula do MU. Caso
seja de seu interesse, resolva-a também pela fórmula, assim você aproveita para revisar o
conteúdo!
Vamos lá.
Pelo enunciado, o nadador deverá chegar à marca dos 400 metros, mas ainda está na marca
dos 300 metros com um tempo de 3 minutos e 51 segundos.
Muito bem.
Se ele já nadou 300 metros, faltam 100 metros.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos, deve nadar 100 metros em um terço
desse tempo, ou seja, 1 minuto e 17 segundos, já que a suposição do exercício é a de que ele
mantenha a mesma velocidade média.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos e ainda faltam 100 metros, nos quais
ele deve gastar mais 1 minuto e 17 segundos, seu tempo total será igual à soma de 3 minutos
e 51 segundos a 1 minuto e 17 segundos.
Façamos essa soma com cuidado:
𝑀𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
3 51
+
1 17
4 68
Tome cuidado: nossa resposta seria, se em uma base decimal, 4 minutos e 68 segundos. No
entanto, sabemos que não contamos os segundos de um minuto de 100 em 100 e sim de 60
em 60.
Professor, como faço então?
Simples.
Os 68 segundos indicados na soma são, na verdade, 1 minuto e 8 segundos; esse minuto extra
é somado à resposta já obtida de 4 minutos, totalizando 5 minutos e 8 segundos.
Gabarito: b)
37. (Fuvest/1999) Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então
o valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐
𝒆) − 𝟒
Comentários:
Muito bem. Nessa equação, sabemos que tanto 𝑎 quanto −𝑎 são raízes. Sejamos obedientes e
façamos as duas substituições de maneira separada:
Substituindo 𝑥 por 𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = 0
Substituindo 𝑥 por −𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8(−𝑎)3 + 𝑘(−𝑎)2 − 18(−𝑎) + 9 = 0
−8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9 = 0
Como as duas substituições têm como resultado 0, podemos dizer que ambas têm o mesmo
valor numérico, ou seja, podemos igualá-las.
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9
Simplificando:
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9
8𝑎3 + 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 + 𝟗 + 8𝑎3 − 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 − 𝟗 = 0
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
Colocando 4𝑎 em evidência.
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
4𝑎(4𝑎2 − 9) = 0
Como temos uma multiplicação de três termos esse produto é igual a zero, temos,
obrigatoriamente, um deles iguais a zero. Analisemos as possibilidades:
𝑎 = ±√9⁄4
𝑎 = ± 3⁄2
duas possibilidades
Perceba que, aqui, conseguimos 3 possibilidades para o valor de 𝑎, mas a questão nos
solicitou o valor de 𝑘, não de 𝑎.
Apesar de o valor de 𝑎 nos ajudar a alcançar o valor solicitado, de 𝑘, ainda não chegamos à
resposta.
Para conseguir o valor de 𝑘, como já conseguimos os valores de 𝑎, que são, na verdade, raízes
da equação, vamos fazer uma nova substituição para calcular o valor solicitado. Acompanhe.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 0:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8. 03 + 𝑘. 02 − 18.0 + 9 = 0
9=0
𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Não sendo suficiente para calcular o valor de 𝑘 com essa substituição, avancemos para a
próxima substituição possível.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 3⁄2:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
3 3 3 2 3
8. ( ) + 𝑘. ( ) − 18. ( ) + 9 = 0
2 2 2
27 9 3
8. + 𝑘. − 18. + 9 = 0
8 4 2
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
𝑘. + 9 = 0
4
9
𝑘. = −9
4
9. 4
𝑘=−
9
𝑘 = −4
Como o enunciado disse que as raízes reais de 8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0 são 𝑎 e −𝑎, caso
substituamos o valor de 𝑎 = −3/2, conseguiremos exatamente o mesmo valor de 𝑘 = −4.
Gabarito: e)
38. (Fuvest/1997) O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de
3888 por 𝒏 um cubo perfeito é
a) 6
b) 12
c) 15
d) 18
e) 24
Comentários:
Novamente, traduzamos o texto em linguagem matemática:
Produto de 3888 por 𝑛 → 3888. 𝑛
Um cubo perfeito → 𝑦 3 , com 𝑦 ∈ ℕ.
Agora a equação completa:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
Aqui temos uma proposta ligeiramente diferente do que fizemos no exercício 04, apesar da
proximidade dos enunciados.
Nesse caso, fatoremos o 3888=24 . 35 = 23 . 21 . 33 . 32 .
Mas professor, por que você separou em mais de um fator de 2 e mais de um fator de 3?
Simples, jovem padawan, separamos assim para explicitar a potência de três, já que estamos
procurando justamente um cubo perfeito, lembra?
Voltemos à nossa equação principal:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
24 . 35 . 𝑛 = 𝑦 3
23 . 21 . 33 . 32 . 𝑛 = 𝑦 3
Percebe que há termos cuja potência não são múltiplas de 3?
Para que tenhamos um cubo perfeito, seria interessante que todas as potências fossem
múltiplas de 3 e como o enunciado pede o menor 𝑛 possível, faremos com os menores fatores
possíveis.
23 . 21 . 22 . 33 . 32 . 31 = 𝑦 3
Perceba que substituímos o fator 𝑛 por 22 . 31 , deixando, assim, as potências todas múltiplas de
3 e com as menores inserções possíveis, veja:
23 . 23 . 33 . 33 = 𝑦 3
Gabarito: b)
Ufa!
Muitos dos assuntos dessa aula serão recorrentes por todo o curso. Mesmo sendo a
nossa aula inicial, esses assuntos são muito importantes e devem receber a sua devida
atenção.
Agora é revisar e ir para a próxima aula, pois há muito mais pela frente.
Novamente, se surgirem dúvidas (e é natural que elas surjam), utilize o fórum de dúvidas
no site do Estratégia.