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STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

EXTENSIVO

ENEM
2023
Exasiu
Aula 00 - A Matéria e
Suas Transformações

Exasi
Domine os principais conceitos químicos iniciais, dentro de uma
visão macroscópica, e aprenda a ler e a interpretar tipos
diferentes de informações, como gráficos e tabelas.

u
Prof. Guilherme Alves

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 1


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STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO GERAL 4

SOBRE ESTE MATERIAL 5

APRESENTAÇÃO PESSOAL 5

METODOLOGIA 5

SOBRE A PROVA DO ENEM 6

CRONOGRAMA DE AULAS 13

INTRODUÇÃO - A QUÍMICA 14

1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 17

MATÉRIA 18

ENERGIA 21

TRANSFORMAÇÕES 22

2. PROPRIEDADES DA MATÉRIA 25

PROPRIEDADES GERAIS 25

PROPRIEDADES FUNCIONAIS 28

PROPRIEDADES ESPECÍFICAS 28

3. UNIDADES DE MEDIDA 31

MASSA 33

TEMPERATURA 34

PRESSÃO 34

VOLUME 35

DENSIDADE 37

4. CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA 42

SISTEMA 43

SUBSTÂNCIAS PURAS 45

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PURAS 46

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MISTURAS 48

5. OS ESTADOS FÍSICOS 56

SÓLIDO 56

LÍQUIDO 57

GASOSO 57

MUDANÇAS DE ESTADOS FÍSICOS 58

6. CURVAS DE AQUECIMENTO 61

7. SEPARAÇÃO DE MISTURAS 70

MISTURAS HETEROGÊNEAS 70

MISTURAS HOMOGÊNEAS 85

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULAS 98

9. VERSÕES DA AULA 99

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APRESENTAÇÃO GERAL

Você já venceu a primeira dificuldade para entender um pouco mais sobre química e dar
um passo importante rumo à aprovação na universidade dos seus sonhos: pegou este livro!
Muitas pessoas olhariam para a palavra Química no título e não pensariam duas vezes em largar
o livro no chão, como se uma barata asquerosa (eu odeio baratas. Me julgue! ).

Eu já perdi a conta de quantas vezes, ao começar uma conversa com alguém, a pessoa
me pergunta:

“O que você faz?”

“Sou professor”, eu respondia.

“Mesmo?! E você dá aulas de quê?”

Eu tento responder, transparecendo de maneira mais agradável possível: “Química”.

E o que vejo, na maioria das vezes, é uma expressão quase que de


terror/medo/pânico/pavor e, às vezes, asco/antipatia/ojeriza/repulsa, seguido por um: “Ah, eu
nunca gostei de química. Eu acho muito difícil” ou “Você deve ser muito doido, por estudar e
ensinar química” ou ainda “Falou, valeu. Tchau!”.

Eu penso que esse sentimento é comum à maioria das pessoas porque a Química é
ensinada de forma muito abstrata, muito “matemática” (é o que já ouvi uma vez), muito fora da
realidade que vivemos. Mas, de uma forma ou de outra, todos nós fazemos Química. Somos
Química. O tempo todo.

Lembra quando você era criança (eu, pelo menos, em uma era distante, onde não existiam
essas máquinas fantásticas e maravilhosas chamadas smartphones) e usava bicarbonato de
sódio e vinagre para fazer um vulcãozinho, ou uma “bomba”, colocando esses ingredientes
dentro do recipiente que vinha dentro de um Kinder Ovo? Isto é Química! Você cozinha, ou limpa,
ou usa o removedor de esmalte para unhas? Tudo isso é Química.

Meus professores de química do colégio eram pessoas protocolares, pra não dizer
desinteressantes. Era meio desestimulante, sabe? Mas no cursinho, após eu me formar no
ensino médio (oh, época! ) tive professores que me fisgaram! Eu me divertia, eu via como era
fascinante aprender algo que antes era uma cruz a ser carregada. Foi aí que eu me percebi
apaixonado por essa ciência e, adiante, descobri minha vocação: o Ensino.

Química é, às vezes, chamada de “ciência central” (principalmente por nós, químicos


hahaha) porque, para se ter um bom entendimento de biologia, ou geologia, ou até mesmo física,
você tem que ter um bom entendimento de Química. Nosso mundo é química, e eu espero que
você aproveite a descoberta da sua natureza química e que, assim como eu, se apaixone por
ela.

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Meu maior desejo, primeiramente, é que você alcance sua tão sonhada aprovação no
vestibular dos seus sonhos e, simultaneamente, aprenda, de forma prazerosa, a ver a beleza
que é essa ciência.

SOBRE ESTE MATERIAL


Meu objetivo neste material não é fazer de você um químico (se isso for um impulso eu
ficarei imensamente feliz, claro!). Minha intenção é fornecer a você uma compreensão ampla
sobre os tópicos da Química mais cobrados no seu vestibular, tendo o cuidado, claro, de te
dar todos os pré-requisitos necessários para isso (e eu serei muito irritante nesse ponto, pois não
abro mão de uma base bem construída).

Não é pelo fato de você assistir às pessoas jogando basquete, por exemplo, independente
da intensidade, que você vai se tornar uma estrela da NBA. Você precisa praticar e se dedicar.
O mesmo acontece com a Química: Ela, de forma alguma, é um esporte para espectadores.
Como você está se preparando para o vestibular, é preciso praticar, incansavelmente, a
leitura, trabalhar os problemas e as questões, enfim, ser protagonista em seu aprendizado.
Isso será muito trabalhoso e, às vezes, cansativo, não vou te enganar, mas o fim será doce e
prazeroso. Confie em mim.

APRESENTAÇÃO PESSOAL
Antes de continuarmos, deixa eu me apresentar: meu nome é Guilherme Alves,
Professor de Química do Estratégia Vestibulares. Sou Mestre, Licenciado e Bacharel em
Química pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ensino essa ciência
MARAVILHOSA desde 2011, ano a partir do qual eu passei a me dedicar, de forma integral, a
ensinar e a ajudar meus alunos na busca do melhor caminho rumo a um aprendizado
consistente e prazeroso – algo que, a meu ver, não faz sentido acontecer de forma isolada. De
lá para cá, tenho presenciado e participado de muitas histórias de lutas e superação dos meus
alunos, e comemorado suas vitórias e conquistas, percebendo que um dos segredos desse
sucesso (além de dedicação, constância no objetivo e disciplina) é ter acesso a um material de
qualidade aliado a um equilíbrio emocional, que nunca deve ser desprezado.

METODOLOGIA
A metodologia aplicada na construção das aulas e do material consiste em:
DESENVOLVIMENTO COMPLETO DOS CONTEÚDOS + QUESTÕES FUNDAMENTAIS
(fixação de conceitos básicos) + LISTA COM QUESTÕES DE OUTROS VESTIBULARES +
QUESTÕES ANTERIORES DAS PROVAS DO ENEM, TODAS RESOLVIDAS item a item para
servir como padrão de resposta quando você for brincar com elas.

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Teoria completa em Fórum de Dúvidas:


linguagem direta e clara Canal direto entre mim e APROVAÇÃO!
(Caderno de Teoria) você

Exercícios resolvidos em
cada tópico Todas as questões
resolvidas item a item
(Caderno de Teoria)

QUESTÕES "Já caiu nos QUESTÕES "Já caiu NO SEU


principais vestibulares" VESTIBULAR"
(Caderno de Questões) (Caderno de Questões)

No Fórum de dúvidas, alguns procedimentos podem acelerar o tempo de resposta:


• Sempre copie a questão por completo quando for tirar uma dúvida. Isso evita que o
professor tenha que buscá-la na aula. Lembre-se que temos materiais personalizados por
universidade e nem sempre encontrar uma questão é uma tarefa rápida;
• Você pode anexar arquivos sempre que julgar necessário;
• Nosso fórum ainda não conta com um sistema que dá sequência às mensagens
enviadas previamente. Assim, ao fazer referência a uma pergunta feita há alguns dias,
retome o assunto por completo.

SOBRE A PROVA DO ENEM


Para que o seu rendimento no vestibular do ENEM seja o melhor possível, apresento a
você uma estatística dos temas mais cobrados nas provas de Química dessa instituição, desde
o ano 2000.

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Distribuição da prova de Química

Distribuição dos temas das questões de Química nas provas do ENEM desde 2000

Distribuição da prova de Química na área de Físico-Química

Temas mais cobrados em Físico-Química.

Sendo que, mais detalhadamente, temos a seguinte distribuição:

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Temas detalhados da Físico-Química.

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Distribuição da prova de Química na área de Química Geral

Temas mais cobrados em Química Geral.

De forma mais detalhada, temos a seguinte distribuição:

Temas detalhados da Química Geral.

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Distribuição da prova de Química na área de Química Orgânica

Temas mais cobrados em Química Orgânica.

Detalhando um pouquinho mais, temos:

Temas detalhados em Química Orgânica.

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Distribuição da prova de Química nas demais áreas

Temas mais cobrados nas demais áreas.

Portanto, para que você já tenha noção do que é historicamente mais cobrado nas provas
do ENEM, esquematizo e resumo, a seguir, com base nos dados que você acabou de ver, os
principais assuntos das áreas da Química exploradas por este vestibular.

Demais áreas Conversão de Energia

Físico-Química Equilíbrios
Principais Temas
Química Geral Cálculos Estequiométricos

Propriedades Físicas dos Compostos


Química Orgânica
orgânicos

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Por fim, lembre-se: sou seu aliado nesta caminhada, estarei sempre à disposição e terei
o maior prazer em te ajudar!

Espero que você aproveite bastante nosso material.

- Bora lá?

- Então vamos junto!

“O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse
tentado o impossível.”

Max Weber

“Superar o fácil não tem mérito, é obrigação; vencer o difícil é glorificante.”

Profª Lourdes Duarte

Grande abraço!

Professor Guilherme Alves

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CRONOGRAMA DE AULAS

O cronograma das aulas de Química foi elaborado de uma forma que você possa mesclar
os estudos da Química Geral, Físico-Química e Química Orgânica, de forma periódica. Dessa
forma, evita-se um período longo de intervalos de estudos entre as áreas de Química.
Inicialmente, destacam-se diversos assuntos da Química Geral, pois estes são fundamentos
básicos para as diversas áreas.

Basicamente, nosso curso está dividido nas seguintes aulas:


Aula 00 – Substâncias e Misturas
Aula 01 – Atomística
Aula 02 – Teoria Atômico Molecular
Aula 03 – Estequiometria
Aula 04 – Tabela Periódica
Aula 05 – Ligações Químicas
Aula 06 – Propriedades Físicas dos Compostos Químicos (Geometria, Polaridade e Forças
Intermoleculares)
Aula 07 – Oxirredução (Nox, Reações e Métodos de Balanceamento)
Aula 08 - Funções inorgânicas
Aula 09 - Reações inorgânicas
Aula 10 - Química Orgânica: Fundamentos
Aula 11 – Funções Orgânicas
Aula 12 – Soluções (parte 1)
Aula 13 – Soluções (parte 2)
Aula 14 - Propriedades Coligativas
Aula 15 – Termoquímica
Aula 16 - Cinética Química
Aula 17 – Fundamentos do Equilíbrio Químico
Aula 18 - Propriedades físicas dos Compostos Orgânicos
Aula 19 - Isomerias
Aula 20 - Equilíbrio Iônico
Aula 21 - Reações Orgânicas (parte 1)
Aula 22 - Gases
Aula 23 - Eletroquímica
Aula 24 – Reações Orgânicas (parte 2)
Aula 25 – Polímeros e Biomoléculas
Aula 26 – Química Nuclear
Aula 27 – Química Ambiental
Aula 28 – Aplicações Tecnológicas da Química Orgânica

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Introdução - A Química

Entendo que, antes de iniciarmos o conteúdo propriamente dito, você precisa enxergar
como a química ajudou na evolução da sociedade e como ela está presente em praticamente
todo o nosso cotidiano. Por isso, boa parte deste primeiro capítulo será dedicado a essas noções
iniciais, no intuito de tentar tornar a química mais palpável para você. Vamos lá?!

Antes de iniciar a leitura desta aula, você talvez tenha dado uma espiadinha no
WhatsApp, não foi? Pois é, naquele momento ocorreu uma reação química na bateria do seu
smartphone, que liberou energia por meio da passagem de corrente elétrica pelo circuito do
aparelho. Essa energia foi utilizada para acender o visor e processar os dados que você leu.
Ocorreu, portanto, a transformação de energia química em energia elétrica. No final do dia,
quando sua bateria já está quase totalmente descarregada, você pluga seu aparelho à rede
elétrica por meio de um carregador e se inicia o caminho inverso da reação química, no qual
se utiliza a energia elétrica para carregar a bateria, ou seja, produzir energia química. Pilhas e
baterias são dispositivos muito presentes em nosso dia a dia, não é mesmo? Agora mesmo,
enquanto digito, estou aqui de olho no nível de bateria do meu notebook.

No exemplo acima, os iniciantes em química podem ter se deparado com vários conceitos
ainda novos: reação química, liberação de energia, energia química e energia elétrica. Não
se preocupe, você estará familiarizado com todos esses conceitos logo logo.

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Do atrito entre duas pedras chispam faíscas e, assim, o homem pode ter aprendido a
produzir o fogo, que, até então, só ocorria de forma natural por meio de raios. A produção do
fogo foi uma das maiores revoluções já realizadas, não
pelo invento em si, mas por suas consequências para o
homem. De início, podemos lembrar que o fogo iluminava
as noites escuras e espantava os predadores. Além disso,
o cozimento dos alimentos não só melhorava os sabores
dos alimentos como também ajudava em sua
preservação. Isto é, alimentos perecíveis, como carnes,
passaram a durar por muito mais tempo sem que
estragassem. Só essas vantagens já configurariam uma
revolução produzida pelo uso do fogo controlado, já que
estamos falando de 7 mil anos a.C., época dos Homo
erectus, ancestral do Homo sapiens.

Mas as consequências do fogo para o homem


foram muito além, muito mesmo! Durante o cozimento de
um alimento, estão envolvidas várias reações. Uma delas
é a transformação da madeira em cinzas, na qual também
são liberados vapores para a atmosfera. Entretanto, neste momento estou interessado em falar
do cozimento do alimento propriamente dito, no qual ocorrem reações químicas no alimento,
modificando-o quimicamente. Essas modificações melhoram a digestibilidade do alimento, ou
seja, o alimento é mais facilmente digerido pelo sistema digestivo do homem,
melhorando/facilitando a absorção dessa energia pelo nosso organismo.

O uso do fogo também permitiu ao homem a produção de cerâmica a partir de utensílios


de barro e a obtenção de metais e ligas metálicas, como cobre e estanho (bronze) a partir do
aquecimento de minérios (rochas). A análise do uso fogo demonstra como a química sempre
esteve presente, acompanhou e colaborou para a evolução humana. O próprio fogo é resultado
de uma reação química de combustão (queima) de um combustível (madeira, capim seco,
gasolina etc.), que libera energia na forma de calor.

Esse aproveitamento energético de combustíveis como carvão e petróleo, foi o que


permitiu, por exemplo, a 1ª e a 2ª revoluções industriais. Na 1ª, houve a substituição de métodos
artesanais de produção por máquinas. O carvão era queimado e o calor liberado, utilizado para
transformar água líquida em vapor de água, o qual era utilizado para mover as engrenagens das
máquinas. Já a 2ª Revolução Industrial foi marcada pela substituição de carvão por petróleo.
Essa fase foi acompanhada de grandes inventos (avião, refrigeração, industrialização de
alimentos, produção em massa de produtos e telefone), viabilizados, quase sempre, pelo maior
aproveitamento energético que a utilização do petróleo, como combustível, permitiu. Vale
lembrar que a indústria realiza a modificação de matérias-primas, em geral, por meio de reações
químicas, para obter seus produtos. Além disso, muito do desenvolvimento da indústria
farmacêutica se deu por meio da descoberta ou da síntese de novas substâncias químicas.

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Já deve estar mais que claro para você como a química, as reações químicas e os
processos químicos estiveram diretamente relacionados ao caminho percorrido pelo homem até
à sociedade moderna, não é mesmo? No início desta seção, falei como Whatsapp e química se
relacionam. Retomando essa perspectiva, listo na tabela a seguir alguns exemplos de como a
química está presente em nosso cotidiano.

Área Exemplos

A combustão (queima) de combustíveis é uma reação química que


libera energia na forma de calor. Em outro exemplo é a produção do
Combustíveis
biodiesel se dá a partir de uma reação denominada
transesterificação entre um álcool e um éster.

Desenvolvimento e utilização de fertilizantes (conjunto de


substâncias químicas), que têm a função de reequilibrar a
Agricultura
quantidade de nutrientes do solo esgotados ou naturalmente
pobres, permitindo novos cultivos e a produção de alimentos.

Na produção de medicamentos estão envolvidas reações e


processos químicos. Além disso, toda parte de insumos para saúde
Saúde
(luvas, equipamentos, seringas, produtos para desinfecção
hospitalar etc) são decorrentes de processos químicos industriais.

Algumas reações químicas da indústria ocorrem sob a ação de


Fermentação bactérias e recebem o nome de fermentação. Dessas reações,
temos produtos como pães, cervejas, iogurtes, combustíveis etc.

Os metais e ligas metálicas são obtidos dos minérios (rochas) a


Metalurgia
partir de processos físicos e químicos.

Uso de reagentes químicos no tratamento de água e efluentes


(esgoto), indústrias químicas em geral (papel, alimentos, pigmentos,
Outros exemplos
vidros, polímeros, cosmético, produtos de limpeza), vestuário
(utilização de fibras sintéticas) etc.

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Nós mesmos utilizamos várias substâncias químicas em nosso cotidiano: usamos o sal
de cozinha (cloreto de sódio) para temperar alimentos; ingerimos bebidas que contêm álcool
(etanol ou álcool etílico) [ingestão permitida apenas para maiores de 18 anos]; a acetona
(propanona) é muito utilizada para remoção de esmaltes de unhas. Quando eu morava com
minha mãe, embora eu fosse o químico da residência, era ela que produzia sabão a partir de
óleo de cozinha usado e soda cáustica (hidróxido de sódio). Por fim, lembro do exemplo do
vinagre, muito utilizado em saladas, o qual apresenta em sua constituição o ácido acético.

Acredito que, a essa altura, você já tenha enxergado como a química se relacionou com
a evolução da humanidade e como ela se faz muito presente em nosso dia a dia. No entanto,
pode haver, ainda, alguns pontos de interrogação na sua cabeça:

• O que seria, então, a Química?

• O que é matéria? E energia?

• O que são substâncias químicas? Como são classificadas?

• O que são reações químicas?

Você não pode sair desta aula com nenhuma destas dúvidas, então, vamos começar a
respondê-las.

1. Conceitos Fundamentais

Chegou a hora esclarecer muitos dos conceitos que foram citados no capítulo anterior e
que são fundamentais para o estudo dos diferentes ramos da química. Os autores e fontes
trazem conceitos ligeiramente diferentes, mas, no geral, dizem a mesma coisa:

Química é a ciência que estuda a matéria, avaliando suas propriedades, composição


e estrutura. Além disso, a química avalia as transformações sofridas pela matéria e o fluxo
(movimento) de energia envolvido nesses processos.

Nada de desespero pensando que precisará decorar os conceitos apresentados nesta


seção. O mais producente para seu aprendizado é compreendê-los, então é isso que vamos
fazer. A partir do conceito do que é Química, aparecem novos termos que ainda não foram
definidos ou explicados como: matéria, composição química, transformações e energia. Este
capítulo terá como objetivo principal esmiuçar todos esses termos, a fim de criar uma base teórica
sólida que será usada durante todo o restante do nosso curso.

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MATÉRIA
Olhe ao seu redor. Pegue uma caneta, um caderno, uma borracha, sinta o ar que
respiramos. Se colocar essas coisas em uma balança verá que elas têm massa e ocupam um
lugar no espaço. Podemos definir então que:

Em química, matéria é tudo que apresenta massa e volume, ocupando, portanto, um


lugar no espaço. Em outras palavras, a matéria é qualquer coisa que tem existência
física, ou seja, que é real. Por isso, água, madeira, papel, pedra, ar são exemplos de
matéria.

A definição de matéria é muito ampla e, para facilitar o estudo, geralmente analisamos


uma parte ou porção limitada, que denominamos corpo. Caso esse corpo possua uma finalidade
específica para o homem, ele também será denominado objeto.

Assim, papel, como um todo, pode ser denominado matéria. Um caderno ou um rolo de
papel higiênico, por serem uma representação limitada da matéria papel, são exemplos de
corpos e, por motivos e especificações óbvias, também objetos.

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O que diferencia um pedaço de madeira de um punhado de areia, de certo, é a


composição química que é bem diferente. A composição química de uma madeira extraída de
um determinado tipo de árvore será ligeiramente diferente daquela extraída de outro tipo de
árvore. Observe a figura abaixo em que três tipos de solos são colocados lado a lado. Note o
quanto a coloração é diferente, devido às suas diferentes composições químicas.

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Mas, professor, o que seria essa tal composição química? – Você pode estar aí aflito
se perguntando.

Bom, para melhorar sua compreensão sobre o que é composição química e, mais tarde,
transformações, vou introduzir aqui alguns conceitos, como os de átomos, elementos químicos
e moléculas. Mas não se preocupe, não esgotarei esse assunto aqui. Teremos outras aulas,
mais a frente, em que aprofundaremos melhor em cada ponto.

Átomo é a unidade fundamental da matéria. De modo simples, podemos pensar que,


se dividirmos a matéria, continuamente, em partes cada vez menores, chegaremos a
um ponto em que essa divisão não poderá mais ser feita. Chegamos ao átomo.
Sabemos, hoje, que existem várias partículas subatômicas (menores que o átomo e
que estão contidas nele), sendo as principais: prótons, elétrons e nêutrons. Entretanto,
átomo continua sendo a unidade fundamental da matéria, por preservar
características comuns aos outros átomos do mesmo tipo.

Estrutura do átomo: o átomo apresenta um núcleo positivo que é constituído de


partículas positivas (prótons) e partículas sem carga (nêutrons). Os elétrons
(partículas negativas) estão em constante movimento na eletrosfera (região em torno
do núcleo). A estabilização dos átomos é possível pela contraposição de forças de
repulsão e atração. As forças de repulsão ocorrem entre partículas de mesmo sinal
(elétron-elétron ou próton-próton) e as de atração entre partículas de sinais diferentes
(prótons e elétrons). Hoje, já se conhece modelos matemáticos mais finos e precisos
que melhor descrevem o átomo mas, para a aula de hoje, esse modelo é suficiente e
mais didático.

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Partículas
Prótons
positivas
Núcleo
Partículas
Nêutrons
Átomo sem carga

Partículas
Eletrosfera Elétrons
negativas

Elemento químico: conjunto de átomos que apresentam o mesmo número de


prótons (número atômico). Desta forma, o átomo de um elemento químico é
diferente do átomo de outro elemento. Por exemplo, o elemento Ferro apresenta
átomos com número atômico 26, os quais são diferentes dos átomos do elemento
cobre, que apresentam 29 prótons. Como é intuitivo pensar, diferentes elementos
químicos apresentam propriedades físicas e químicas diferentes. E, vale lembrar, que
na tabela periódica estão representados os vários elementos químicos existentes,
sendo a maioria encontrados na natureza e, alguns outros, criados artificialmente.

Molécula: formada pela combinação de, pelo menos, dois átomos, que podem ser de
um mesmo elemento ou de elementos químicos diferentes. Em geral, uma molécula
é a menor estrutura que guarda as propriedades de uma substância pura. Por
exemplo: dois átomos do elemento hidrogênio (H) combinam para formar uma
molécula de gás hidrogênio (H2). Já na molécula de água (H2O), dois átomos do
elemento hidrogênio se ligam ao átomo do elemento oxigênio, ou seja, temos uma
molécula formada por 3 átomos de 2 elementos químicos diferentes. Nesse sentido,
outro exemplo é a molécula de glicose (um tipo de açúcar), C6H12O6, que é formada
por 6 átomos de carbono (C), 12 de hidrogênio e 6 de oxigênio (O).

Embora não possamos dizer que o átomo é uma esfera perfeita, considerá-lo como
tal é muito útil para, a partir de modelos moleculares, entendermos a disposição
espacial dos átomos em uma molécula. Veja no modelo molecular abaixo como se
ligam e se organizam os átomos de uma molécula de progesterona (C21H30O2), em
que as esferas pretas representam os carbonos; as vermelhas, os oxigênios; e as
cinza, os hidrogênios.

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Molécula de progesterona
Fonte: wikipedia

ENERGIA
Atualmente o consumo de energia é cada vez maior e sua produção, crescentemente
diversificada, seja pela queima do carvão e dos derivados de petróleo que movimenta caldeiras,
automóveis, aviões etc; pela energia elétrica que ilumina nossas ruas e edifícios e aciona um
grande número de aparelhos domésticos e industriais; seja pela energia química de pilhas e
baterias, fundamental para o funcionamento de aparelhos portáteis (rádios, telefones celulares
etc.); ou, ainda, pela energia nuclear, defendida por alguns e combatida por outros, e que, talvez,
se torne importante no futuro.

Mas, afinal, o que é energia? É difícil defini-la, por se tratar de algo que não é material,
mas nem por isso duvidamos de sua existência.

Energia é a capacidade de realização de trabalho; é tudo aquilo que é capaz de


modificar a matéria. Também, é tudo aquilo capaz de provocar ou anular movimentos
e causar deformações, além do fato de ser interconversível em suas várias formas.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 21


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Observações:

1. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a energia é expressa em joule (J).

2. Existem muitas formas de energia: energia elétrica, térmica, luminosa, química, nuclear,
magnética, solar (radiante).

3. A Lei da Conservação da Energia diz que a energia não pode ser criada nem destruída.
Sempre que desaparece uma quantidade de uma classe de energia, uma quantidade
exatamente igual de outra(s) classe(s) de energia é(são) produzida(s).

A energia eólica (ar em


Nas usina hidrelétricas, Nas usinas nucleares, movimento), que já foi
quando a água represada como nas termelétricas, usada para produzir
cai através de tubulações, através de processos energia mecânica nos
faz girar turbinas físico-químicos, produz- moinhos, atualmente é
acopladas a um gerador, se energia térmica, que é usada com auxílio de
o qual produz energia transformada em energia turbinas, para produzir
elétrica. elétrica.
energia elétrica.

TRANSFORMAÇÕES
Transformação da matéria é qualquer modificação que possa ocorrer por meio de um
ou mais processos. Tais transformação são também conhecidos como fenômenos, que podem
ser classificados da seguinte maneira:

Fenômenos físicos: quando não se altera a composição ou natureza da matéria. Os


átomos, íons ou moléculas, não são alterados; eles são apenas agitados, desarrumados,
reordenados etc. Muda-se a forma física como se apresenta, não sua constituição. É o caso, por
exemplo, das mudanças de estado físico, que falaremos no capítulo 7 dessa aula.

Fenômenos químicos: São fenômenos que mudam a identidade química das


substâncias, mas a identidade dos átomos se conserva. Quando ocorre um fenômeno químico,
uma ou mais substâncias se transformam e dão origem a novas substâncias. Então, dizemos
que ocorreu uma reação química.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 22


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Quando você queima um pedaço de


papel, constituído de celulose, ocorrem a
formação de uma substância de cor preta
(carvão) e, simultaneamente, a formação de
fumaça, constituída principalmente de vapor
d’água e gás carbônico. Essas novas
substâncias foram formadas pela reação química
entre a celulose e o oxigênio do ar.
Fonte: pixabay.com

Simplificando:

Não há modificação Rompimento de


Físicas da composição da interações
matéria intermoleculares
Transformações
Modificação da
Quebra de ligações
Químicas composição da
interatômicas
matéria

Uma maneira bem simples de reconhecermos a ocorrência de um fenômeno químico


é a observação visual de alterações que ocorrem no sistema. A formação de uma
nova substância está associada a:

1. Mudança de cor. Exemplos: queima de papel; cândida ou água de lavadeira em


tecido colorido; queima de fogos de artifício.

2. Liberação de um gás (efervescência). Exemplos: antiácido estomacal em água;


bicarbonato de sódio (fermento de bolo) em vinagre.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 23


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

3. Formação de um sólido. Exemplos: líquido de bateria de automóvel + cal de


pedreiro dissolvida em água; água de cal + ar expirado pelo pulmão (gás carbônico).

4. Aparecimento de chama ou luminosidade. Exemplos: álcool queimando, luz


emitida pelos vaga-lumes.

Porém, algumas reações ocorrem sem essas evidências visuais. A formação de novas
substâncias é constatada pela mudança das propriedades físico-químicas.

Outra forma de reconhecermos se ocorreu uma reação química é a alteração da


quantidade de energia na reação. Quando colocamos magnésio metálico em ácido
clorídrico, além de observarmos a saída de gases, notamos que o recipiente em que
eles foram misturados fica aquecido, isto é, há liberação de calor para o ambiente.
As combustões são reações que liberam calor. Efeitos térmicos acompanham as
reações químicas, quanto a eles as reações podem ser:

• Exotérmicas: liberam calor para o ambiente.

• Endotérmicas: absorvem calor do ambiente

As reações químicas são representadas por equações químicas, que mostram as


fórmulas das substâncias participantes, em proporções adequadas.

Esquematicamente, podemos representar uma equação da seguinte maneira:

𝐑𝐄𝐀𝐆𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒 ⟶ 𝐏𝐑𝐎𝐃𝐔𝐓𝐎𝐒

Como uma reação é um rearranjo dos átomos, é necessário que:

nº total de átomos dos reagentes = nº total de átomos dos produtos

Sempre que o número total de átomos dos reagentes for igual ao dos produtos, diz-se que
a equação está balanceada.

+ →

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 24


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Gás hidrogênio Gás oxigênio Água

4 átomos de
4 átomos de 2 átomos de hidrogênio
+ =
hidrogênio oxigênio
2 átomos de oxigênio

REAGENTES (início) PRODUTOS (final)

Estudaremos mais profundamente sobre esse assunto na aula sobre Leis Ponderais e
Estequiometria.

2. Propriedades da Matéria

Propriedades são determinadas características que, em conjunto, servirão para definir


cada espécie de matéria.

Ao definirmos uma pessoa, por exemplo, nos referimos às suas características: sua altura,
aparência, disposição, habilidades. Semelhantemente, todas as espécies de matéria apresentam
propriedades e, do mesmo modo que alguém pode ser identificado pela relação de suas
propriedades, assim também é cada material.

Podemos dividi-las em 3 grupos: gerais, funcionais e específicas.

PROPRIEDADES GERAIS
São aquelas propriedades comuns a toda espécie de matéria. Podemos destacar:

Massa: O conceito de massa é um pouco complexo. Você pode perceber a ideia de


massa, mas é muito complicado saber exatamente o que seja. Um copo cheio de água
possui maior quantidade de matéria que um copo vazio. Diremos, então, que o copo
cheio possui maior massa que o copo vazio.

Observação

É importante saber a diferença entre massa e peso. O peso de um corpo é a força de


atração gravitacional sofrida por ele, ou seja, é a força de atração que o centro da
terra exerce sobre a massa dos corpos. O peso de um corpo irá variar em função da

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 25


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posição que ele assumir em relação ao centro da terra, enquanto a massa é uma
medida invariável em qualquer local. Em Química trabalhamos preferencialmente com
massa.

Extensão: É o espaço que a matéria ocupa, o seu volume.

Inércia: É a propriedade que os corpos têm de manter o seu estado de movimento ou


de repouso inalterado, a menos que alguma força interfira e modifique esse estado.

Observação

A massa de um corpo está associada à sua inércia, isto é, a dificuldade de fazer variar
o seu estado de movimento ou de repouso, portanto, podemos definir massa como a
medida da inércia.

fonte: shutterstock

Impenetrabilidade: Imagine-se entrando numa banheira totalmente cheia: assim que


você entra uma parte da água se derrama. Isso é chamado impenetrabilidade. Duas
porções de matéria não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo.

fonte: shutterstock

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Divisibilidade: Com o auxílio de um martelo, podemos reduzir a pó um pedaço de


giz, de grafite, de granito etc. Isso é possível porque a matéria pode ser dividida em
pequenas partículas.

Qualquer espécie de matéria pode ser dividida em partes cada vez menores até atingir
o átomo que, se for dividido, perde as propriedades da matéria.

Compressibilidade: Sob a ação de forças externas, o volume ocupado por uma


porção de matéria pode diminuir.

Observação

De uma maneira geral os gases são mais compressíveis que os líquidos e estes por
sua vez são mais compressíveis que os sólidos.

Elasticidade: Dentro de certo limite, se a ação de uma força causar deformação da


matéria, ela retornará à forma original assim que essa força deixar de agir.

fonte: shutterstock

Porosidade: É a matéria descontínua. Isso quer dizer que existem espaços (poros)
entre as partículas que formam qualquer tipo de matéria. Esses espaços podem ser
maiores ou menores, tornando a matéria mais ou menos densa.

Exemplos: A cortiça apresenta poros maiores que os poros do ferro, logo a densidade
da cortiça é bem menor que a densidade do ferro.

Indestrutibilidade: Quando um pedaço de lenha é queimado, os materiais que fazem


parte da composição da madeira se transformam em cinza e fumaça. Essa
transformação mostra que não houve destruição da matéria e sim transformação.

A matéria não pode ser criada nem destruída, apenas transformada.

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PROPRIEDADES FUNCIONAIS
São propriedades comuns a determinados grupos de compostos, identificados pela função
que desempenham. Normalmente, essas propriedades aparecem em função de certos grupos
de átomos que são comuns a grupos de moléculas.

Exemplos:

Ácidos, em soluções aquosas, liberam íons H+ (ou H3O+) e diminuem o pH das soluções;

Bases, em soluções aquosas, liberam íons OH- e aumentam o pH;

Sais, são compostos iônicos que, em solução aquosa, dissociam gerando cátions e ânions;

Óxidos, podem sem covalentes ou iônicos, mas todos eles possuem o oxigênio como
átomo mais eletronegativo;

Álcoois são compostos orgânicos que possuem o grupo hidroxila ligada a carbono saturado;

Aldeídos são compostos orgânicos que possuem o grupo carbonila em carbono terminal;

Cetonas são compostos orgânicos que possuem o grupo carbonila em carbono secundário

Etc, etc, etc...

PROPRIEDADES ESPECÍFICAS
São propriedades individuais de cada tipo de matéria. Podem ser: organolépticas,
químicas ou físicas.

Organolépticas

São propriedades capazes de impressionar os nossos sentidos, como a cor, que


impressiona a visão; o sabor, que impressiona o paladar; o odor, que impressiona o nosso olfato;
e a fase de agregação da matéria (sólido, líquido, gasoso, pastoso, pó), que impressiona o tato.

Exemplos: Água pura (incolor insípida, inodora, líquida em temperatura ambiente). Barra
de ferro (brilho metálico, sólida).

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Químicas

Responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de sofrer.


Relacionam-se à maneira de reagir de cada substância. É a característica que uma matéria
apresenta de se transformar em outra, em um processo denominado de fenômeno químico.
Muitas vezes um fenômeno químico só ocorre quando a matéria é submetida a determinadas
condições (temperatura, catalisadores, eletrólise etc.).

Exemplos: Oxidação do ferro, combustão do etanol.

Físicas

São certos valores encontrados experimentalmente para o comportamento de cada tipo


de matéria quando submetidas a determinadas condições. Essas condições não alteram a
constituição da matéria, por mais diversas que sejam. As principais propriedades físicas da
matéria são:

Pontos de fusão e solidificação: São temperaturas nas quais a matéria passa da


fase sólida para a fase líquida e da fase líquida para a sólida, respectivamente, sempre
em relação a uma determinada pressão atmosférica.

Observação

A pressão atmosférica (pressão exercida pelo ar atmosférico) quando ocorre a 0 oC,


ao nível do mar e a 45o de latitude, recebe o nome de pressão normal, à qual se
atribuiu, convencionalmente, o valor de 1 atm.

Exemplo: A água funde/solidifica a 0 oC; o oxigênio funde/solidifica a –218,8 oC; o


fósforo branco funde/solidifica a 44,1 oC.

Pontos de ebulição e condensação: São as temperaturas nas quais a matéria passa


da fase líquida para a fase gasosa e da fase gasosa para a líquida, respectivamente,
sempre em relação a uma determinada pressão atmosférica.

Exemplo: Água ebule/condensa a 100 °C; o oxigênio ebule/condensa a –182,8 °C; o


fósforo branco ebule/condensa a 280 °C.

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Densidade: É a relação entre a massa e o volume ocupado pela matéria.

Exemplo: água, d = 1 ,00 g/cm3; ferro, d = 7,87 g/cm3.

Coeficiente de solubilidade: É a máxima quantidade de uma matéria (soluto, nesse


caso) capaz de se dissolver totalmente em uma porção fixa e bem determinada de
outra matéria (solvente), geralmente 100 g água, a uma certa temperatura.

Exemplo:
Em 100g de H2O, a 10°C, é possível dissolver 20,9 g de KNO3 sem que ocorra precipitação;

Em 100g de H2O, a 20°C, é possível dissolver 31,6 g de KNO3 sem que ocorra precipitação;

Em 100g de H2O, a 0°C, é possível dissolver 20,0 g de Ce2(SO4)3 sem que ocorra
precipitação;

Em 100g de H2O, a 25°C, é possível dissolver 10,0 g de Ce2(SO4)3 sem que ocorra
precipitação;

Dureza: É a resistência que um sólido apresenta ao ser riscado por outro. Quanto
maior a resistência ao risco, mais duro é o material. Entre dois materiais, X e Y,
decidimos qual é mais duro pela capacidade que um tem de riscar o outro.

Mohs elaborou uma escala, formada por dez materiais que ocorrem na crosta
terrestre, e de durezas diferentes, atribuindo a cada um deles valores crescentes de
dureza que variam de 1 a 10.

Tenacidade: É a resistência que a matéria apresenta ao choque mecânico, isto é,


ao impacto. Dizemos que um material é tenaz quando ele resiste a um forte impacto
sem se quebrar.

Observe que o fato de um material ser duro não garante que ele seja tenaz, uma vez
que se trata de propriedades distintas.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 30


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Exemplo: O diamante, considerado o material natural mais duro, ao sofrer um forte impacto
quebra-se totalmente. Logo, mesmo apresentando alta dureza, é pouco tenaz.

Brilho: É a capacidade que a matéria possui de refletir a luz que incide sobre ela. Quando
a matéria não reflete luz, ou reflete muito pouco, dizemos que ela não tem brilho. Uma
matéria que não possui brilho, não é necessariamente opaca e vice-versa. Matéria opaca
é simplesmente aquela que não se deixa atravessar pela luz. Assim, uma barra de ouro é
brilhante e opaca, pois reflete a luz sem se deixar atravessar por ela.

3. Unidades de Medida

Muitas propriedades da matéria são quantitativas, isto é, são associadas a números.


Quando um número representa uma medida quantitativa, as unidades de grandeza devem
sempre ser especificadas. Dizer que um lápis tem o comprimento de 17,5 não significa nada.
Dizer que é 17,5 centímetros descreve, de forma adequada, seu comprimento. As unidades
usadas em medidas científicas são as do sistema métrico.

O sistema métrico foi desenvolvido inicialmente na França, no final do século XVIII, e é


usado como o sistema de medidas na maioria dos países do mundo. Vários países adotam o
sistema inglês de medidas, embora o uso do sistema métrico esteja se tornando cada vez mais
comum nesses países.

Em Química, além dos conceitos básicos de matéria e energia, também é necessário


conhecer algumas unidades de medida. A medida de uma grandeza é um número que
expressa uma quantidade, comparada com um padrão previamente estabelecido.

Por exemplo, se eu digo que o Everest mede 8849 m de comprimento (é verdade, eu


procurei no google ), 8849 é o número que expressa o comprimento (grandeza) dessa
montanha, comparada a um padrão existente conhecido que é o “1 metro”. Ou seja, é a mesma
coisa que dizer o Everest é 8849 vezes maior que o padrão 1 m. Sacou?

Unidades no SI

Em 1960, chegou-se a um acordo internacional especificando uma escolha particular


de unidades métricas para uso em medidas científicas. Essas unidades preferenciais
são chamadas unidades SI, abreviatura de Système International d'Unités. O sistema

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 31


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

SI tem sete unidades básicas das quais todas as outras são derivadas. A tabela abaixo
relaciona essas unidades básicas e seus símbolos.

Os prefixos são usados para indicar frações decimais ou múltiplos de várias


unidades. Por exemplo, o prefixo mili representa uma fração 10-3 da unidade: um
miligrama (mg) é 10-3 grama (g), um milímetro (mm) é 10-3 metro (m), e por aí vai...
Os prefixos usados com maior frequência em química estão relacionados na tabela
abaixo. Ao usar o sistema SI para resolver os exercícios e questões, é preciso saber
utilizar notação exponencial. Se você não está familiarizado com esse conceito, sugiro
que você recorra ao seu material de matemática ou procure o professor dessa
disciplina para uma abordagem adequada. Dica: você precisará demais! Pro resto da
sua vida! (ta bom, exagerei... foi só uma ênfase maior pra falar que é muito importante)

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 32


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Outro ponto ao qual devemos nos atentar diz respeito à classificação das grandezas
relacionadas a uma substância. Podemos dividir em duas categorias:
Grandezas Extensivas: são aquelas cujo valor numérico depende da quantidade de
matéria presente na amostra da substância. Como exemplo: massa, volume.
Pense em um recipiente com água líquida. O volume de 1L de água líquida tem uma
massa de aproximadamente 1 kg. Quando você duplica a quantidade de água nesse recipiente,
o volume ocupado pela água passará a 2L e a sua massa também aumentará para 2 kg.
Grandezas Intensivas: são aquelas cujo valor numérico não depende da quantidade de
matéria presente na amostra. Um dos melhores exemplos é a densidade, que discutiremos ainda
nesta aula.
Um recipiente contendo 1 litro de água tem densidade de 1 kg/L, lembrando-nos que esse
volume apresenta a massa igual a 1 kg.
1 𝑘𝑔
𝑑= = 1 𝑘𝑔/𝐿
1𝐿
Para uma jarra com 2 litros de água, que apresenta massa de 2kg, pode ser calculada por:
2 𝑘𝑔
𝑑= = 1 𝑘𝑔/𝐿
2𝐿
Perceba, portanto, que a densidade da água não depende da quantidade de matéria. É uma
característica da substância, não da amostra. Por isso, a densidade é uma grandeza intensiva.
Bem, vamos falar um pouco sobre as principais grandezas utilizadas para caracterizar a
matéria, bem como as principais unidades de medida de cada uma.

MASSA
Massa é a quantidade de matéria que existe num corpo.

No Sistema Internacional (SI), a


unidade-padrão de massa é o
quilograma (kg)

quilograma (kg) 1000g ou 103 g

grama 1g ou 100 g

miligrama (mg) 0,001g ou 10-3 g


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STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

TEMPERATURA
Compreendemos temperatura como a medida de calor ou frieza de um objeto. De fato, a
temperatura determina a direção do fluxo de calor. O calor sempre flui espontaneamente de uma
substância à temperatura mais alta para outra à temperatura mais baixa.

A escala Kelvin é a escala de temperatura no SI e a unidade SI de temperatura é o kelvin (K).

As escalas Celsius e Kelvin têm unidades de mesmo tamanho - isto é, um kelvin é do


mesmo tamanho que um grau Celsius. Assim, as escalas Kelvin e Celsius relacionam-se da
seguinte forma:

𝑲 = ℃ + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟓

PRESSÃO
A relação entre a força exercida na direção perpendicular, sobre uma dada superfície, e a
área dessa superfície.

A Terra está envolvida por uma camada de ar que tem espessura aproximada de 800 km.
Essa camada de ar exerce pressão sobre os corpos: a pressão atmosférica, que será a unidade
que mais usaremos aqui, mesmo não sendo a unidade-padrão para a pressão.

A pressão atmosférica varia


de acordo com a altitude. Em
regiões de grande altitude, há
menor quantidade de partículas do
ar por unidade de volume, portanto
a pressão também é menor.

Pelo Sistema Internacional (SI), a unidade-padrão é o pascal (Pa), que se relaciona


com a unidade atmosfera na seguinte proporção:

𝟏 𝒂𝒕𝒎 = 101325 𝑃𝑎 = 100 𝑘𝑃𝑎 = 𝟕𝟔𝟎 𝒎𝒎𝑯𝒈 = 𝟕𝟔𝟎 𝒕𝒐𝒓𝒓 = 𝟏𝟎𝟎 𝒌𝑷𝒂

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 34


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

VOLUME
Ocupar lugar no espaço é uma característica da matéria associada à grandeza
denominada volume. Em outras palavras, o volume de uma porção de matéria expressa o
quanto de espaço é ocupado por ela.

No Sistema Internacional (SI), a unidade-padrão


de volume é o metro cúbico (m3). No entanto, a unidade
mais usada em química é o litro (L)

m3 1000 dm3 ou 1000 L

dm3 ou L 1 dm3 ou 1 L

0,001 dm3 ou 0,001 L


cm3 ou mL
10-3 dm3 ou 10-3 L

Os objetos mais comumente usados em química para medir volume estão ilustrados a
seguir. Buretas e pipetas permitem verter líquidos com mais precisão do que provetas. Balões
volumétricos são usados para conter volumes específicos de líquidos.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 35


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Como calcular volume de sólidos irregulares:

Muitas vezes nos deparamos com questões que envolvem o cálculo do volume de
sólidos, porém, nem sempre é algo tão direto. Se o sólido apresenta forma
geométrica bem definida, fica simples, para você determinar seu volume, basta
medir suas dimensões e usar equações matemáticas próprias.

Se for o caso de um sólido com formato irregular, do qual conhecemos somente a sua
massa, sem conhecer a sua densidade, você pode proceder da seguinte forma, na
prática:

a) Coloque água em um recipiente graduado, como uma proveta ou um béquer, até


um determinado volume. Anote esse volume.

b) Mergulhe o sólido de formato irregular no recipiente contendo água e, após observar


o deslocamento do líquido, verifique e anote o novo volume de água.

c) A diferença entre o volume final e o volume inicial é o volume deste sólido.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 36


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

DENSIDADE
Propriedade muito utilizada para caracterizar substâncias. A densidade de um objeto ou
de uma amostra de certo material ou substância é o resultado da divisão da sua massa pelo seu
volume.

A unidade da densidade é composta por uma unidade de massa dividida por uma unidade
de volume. Assim, podemos expressá-la, por exemplo, em g/cm3, g/L, kg/L etc.

Matematicamente, podemos escrever:

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒

Em geral, materiais diferentes que ocupam o mesmo volume apresentam massas


diferentes. Sendo a densidade e a massa grandezas diretamente proporcionais, quanto
maior a massa maior a densidade. Por exemplo, um certo volume de chumbo possui maior
massa que o mesmo volume de madeira. Dizemos, então, que o chumbo é mais denso que a
madeira.

A densidade de uma mistura, caso não ocorra expansão ou contração de volume, sempre será
um valor intermediário entre as densidades das substâncias. Ao se misturar um material A
de densidade 0,5 g/mL com o material B de densidade 0,8 g/mL, o valor da densidade da mistura
se encontrará entre 0,5 e 0,8.

Para materiais diferentes que possuem mesma massa, será mais denso aquele que
ocupar menor volume, uma vez que densidade e volume são grandezas inversamente
proporcionais. É o famoso quem pesa mais: 1 kg de chumbo ou 1 kg de algodão?

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 37


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Os termos densidade e peso, algumas vezes pode causar uma certa confusão. Quando uma
pessoa diz que o chumbo pesa mais que o algodão, normalmente essa pessoa quer dizer que
uma substância tem uma densidade maior do que outra.
Apesar de apresentarem o mesmo peso

𝑃𝑒𝑠𝑜 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 · 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

o peso aparente não é o mesmo. O algodão apresenta um peso aparente menor. Você sente o
chumbo mais pesado. Tanto no chumbo como no algodão atua uma força dirigida para cima
denominada EMPUXO

𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 = 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 · 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 · 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒

Essa força se contrapõe ao peso e depende do volume do corpo. Como 1 kg de algodão tem um volume
muito maior que 1 kg de chumbo, então o empuxo no algodão é maior tornando-o “mais leve”:
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 − 𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜

(Sem querer causar intrigas, longe de mim, mas que tal você importunar o professor de física
sobre esse assunto... assim, do nada... ele vai adorar te responder isso! Hahahaha)

Densidade e flutuação:

Comparando os valores de densidades dos seguintes materiais:

𝑑á𝑔𝑢𝑎 A cortiça
= 1 𝑔/𝑐𝑚3 flutua na água
porque é menos
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑡𝑖ç𝑎 densa que ela e o
= 0,32 𝑔/𝑐𝑚3 chumbo afunda
porque é mais
𝑑𝑐ℎ𝑢𝑚𝑏𝑜 denso que esse
= 11,3 𝑔/𝑐𝑚3 líquido.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 38


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

A comparação entre as densidades permite prever se um corpo irá afundar ou flutuar em


um certo líquido. Imagine, por exemplo, que uma bolinha de gude (d = 2,7 g/cm3) e um pedaço
de isopor (d = 0,03 g/cm3) sejam colocados num frasco com azeite de oliva (d = 0,92 g/cm3). O
que se pode prever é que o pedaço de isopor, menos denso que o azeite, irá flutuar nele. E a
bolinha de gude, mais densa que ele, irá afundar.

Fatores que afetam a densidade

A densidade depende, em primeiro lugar, do material considerado (Ah, vá! Jura?!).


Alguns valores de densidade aparecem na tabela a seguir.

Densidade Densidade
Substância Material
(g/cm3) a 25 oC (g/cm3) a 25 oC

Ósmio 22,6 Madeira balsa 0,11 a 0,14

Platina 21,5 Bambu 0,31 a 0,4

Ouro 19,3 Couro seco 0,86

Mercúrio 13,5 Manteiga 0,86 a 0,87

Chumbo 11,3 Borracha 0,91 a 1,25

Prata 10,5 Ébano 1,11 a 1,33

Cobre 8,96 Gelatina 1,27

Ferro 7,87 Osso 1,7 a 2,0

Cloreto de sódio 2,17 Quartzo 2,65

Água 1,00 Granito 2,64 a 2,76

Lítio 0,53 Diamante 3,51

Em segundo lugar, a densidade de um mesmo material depende da temperatura. De


forma geral, ao diminuir a agitação das partículas, essas se aproximam ocorrendo uma contração
de volume do material, ocupando menor espaço. Por outro lado, quanto maior a agitação entre
as partículas, maior o afastamento entre elas e, consequentemente, maior será expansão de
volume observada. Portanto, de forma geral, a matéria no estado sólido ocupa menos volume
que o estado líquido e gasoso.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 39


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Entretanto, é observado na água um


comportamento anômalo, relativo à
expansão/contração térmica.
Considerando uma mesma massa, a água
no estado sólido (gelo) ocupa um volume
maior do que no estado líquido.

Quando a água passa para o estado


sólido, cada molécula passa a acomodar
um número máximo de quatro ligações de
hidrogênio (um tipo de interação que
ocorre entre as moléculas de água –
Veremos sobre isso na aula 6). Como as
moléculas no estado sólido geralmente não
se deslocam — apenas vibram em torno de
suas posições no retículo cristalino —
essas ligações de hidrogênio são duráveis
e não se desfazem. Para acomodar esse
grande número de ligações, o arranjo
cristalino do gelo é bastante ‘aberto’, pois
as moléculas acomodam-se em arranjos
hexagonais, restando grandes espaços
vazios no interior desses hexágonos (vide
figura ao lado). Isso faz com que o arranjo
ocupe um volume maior, o que explica a
menor densidade do gelo. Quando o gelo
se funde, esses vazios desaparecem e as
moléculas de água podem ficar mais
próximas umas das outras, o que faz com
que o volume ocupado por elas diminua,
aumentando a densidade. Enquanto isso,
Figura: Arranjo cristalino das moléculas de água no gelo
para a maior parte dos outros materiais o (Fonte: Coleção Explorando o Ensino, v. 5 – Química)
que se observa é uma contração de volume
e aumento da densidade.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 40


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Como a densidade é a razão


entre a massa e o volume, a água
sólida, abaixo de 0 °C, tem densidade
menor (d = 0,92 g/cm3) do que a 25
°C (d = 1 g/cm3), considerando
amostras de mesmo volume. Essa
diferença faz com que o gelo flutue
sobre a água líquida. Uma
constatação natural para esse
fenômeno é, por exemplo, o
congelamento superficial de lagos.
Como o gelo é um mau condutor, ele
evita que o resto da água perca calor
commons.wikimedia.org para a atmosfera, fato esse que
permite a existência de vida marinha
na parte não congelada, ao fundo.

No caso de gases, cujo volume é muito sensível a variações de pressão, a densidade,


além de depender da temperatura, depende também da pressão. Falaremos sobre a densidade
de gases, de forma apropriada, na aula sobre esse tema.

Um caso particular importante é o da medição das densidades dos líquidos, que é


feita diretamente pelos densímetros. Esse instrumento é um tubo de vidro, como
mostrado a seguir, cuja parte inferior é mais larga e “pesada” do que a superior, que
consiste em uma haste graduada em densidades. Colocado num líquido o densímetro
afunda mais ou menos, e a graduação da haste, que coincide com o nível líquido, dá
diretamente a densidade do líquido.

Os densímetros são usados, por exemplo, em postos de gasolina, para medir a


densidade do álcool vendido; em cooperativas de leite, para comprovar a qualidade
do leite negociado, e assim por diante.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 41


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

O densímetro indicado na figura A flutua na água de modo que sua escala marca 1,0
g/mL (densidade da água pura) na superfície do líquido. O densímetro da figura B
flutua numa solução de bateria de automóvel carregada de modo que sua escala
marca 1,3 g/mL (densidade da solução de bateria carregada). O líquido da bateria é
uma solução de ácido sulfúrico em água, apresentando densidade maior que a água.

4. Classificação da Matéria

Quando estudamos uma “porção limitada da matéria”, passamos a chamá-la de sistema


de estudo. Veremos então que alguns sistemas se apresentam uniformes, como a água límpida
e potável, o leite, um fragmento de metal etc, e outros não-uniformes, como uma pedra que
possui pontos claros e outros escuros (como o granito), um pedaço de madeira com veios de
diferentes cores etc.

A água límpida é um exemplo O granito é um bom exemplo Ouro 18k, um exemplo de


de sistema homogêneo. de sistema heterogêneo. sistema homogêneo

Fonte: pixabay.com

Em decorrência dessas observações, surge a necessidade da seguinte classificação:

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SISTEMA
Talvez esse seja um dos conceitos mais importantes para as classificações que faremos
daqui para frente. A Química é uma ciência experimental e, para fazer experiências com um
determinado material, o químico precisa isolar uma porção desse material do resto do universo.

Sistema é uma parte do universo considerada como um todo para efeito de estudo.
Tudo que não é o sistema, está em contato com ele e chamaremos isso de vizinhança
ou meio.

Podemos classificar um sistema de duas maneiras diferentes e independentes entre si:

1) A partir do número de substâncias presentes:

Uma substância será chamada de PURA quando, em um sistema considerado, ela for a
única ali presente. Ao contrário, quando houver mais de uma substância presente, chamaremos
de MISTURA.

2) A partir do número de fases observadas:

Podemos definir fase como uma amostra de matéria que apresenta as mesmas
propriedades. Uma fase pode se apresentar de forma contínua (monofásica) ou
fragmentada em várias partes (polifásica). Simplificando, fase é tudo aquilo com
conseguimos distinguir visualmente, dentro do sistema. É cada uma das porções do
sistema, a qual apresenta aspecto visual homogêneo ou uniforme.

Um sistema será chamado de HOMOGÊNEO quando, nele, for observado somente uma
fase, independentemente do número de substâncias presentes, mantendo as mesmas
propriedades em todos os pontos. Teremos um sistema HETEROGÊNEO quando esse possuir
mais de uma fase, independentemente do número de substâncias, não observando as mesmas
propriedades por toda sua extensão.

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Número de Número de Número de

Água e açúcar
Água

Açúcar
substâncias: 1 substâncias: 2 substâncias: 1
Número de fases: 1 Número de fases: 1 Número de fases: 1
Classificação: Classificação: Classificação:
Pura e homogênea Mistura homogênea Pura e homogênea

Número de Número de Número de


Água e areia
Água e óleo

Água e gelo

substâncias: 2 substâncias: 2 substâncias: 1


Número de fases: 2 Número de fases: 2 Número de fases: 2
Classificação: Classificação: Classificação:
Mistura heterogênea Mistura heterogênea Pura e heterogênea

Alguns sistemas aparentam ter uma única fase a olho nu, porém são classificados como
heterogêneos. Primeiramente, fase é a porção de um corpo que apresenta aspecto homogêneo
mesmo quando observado por um microscópio comum. Sabendo disso, é necessário ter
atenção com alguns materiais como, por exemplo, sangue e leite. Esses materiais aparentam
um único aspecto quando observados a olho nu, porém ao olhar por um microscópico comum
percebemos mais de uma fase. Portanto, leite e sangue são classificados como materiais
heterogêneos.

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Fonte: pixabay.com

Resumindo, um sistema pode ser classificado da seguinte maneira:

Substâncias puras
Uma substância pura é todo material que apresenta propriedades químicas, como
composição molecular, e físicas, como as temperaturas de fusão (PF) e de ebulição
(PE) e a densidade, constantes e bem definidas, a uma dada pressão e temperatura.
Ou seja, apresentam um valor de temperatura de fusão, um valor de temperatura de
ebulição e densidade característica.

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Duas substâncias diferentes podem possuir algumas propriedades iguais, mas nunca
todas elas. Caso aconteça de todas as propriedades de duas substâncias serem iguais, então
elas são, na verdade, a mesma substância.

Água: Enxofre:
líquido incolor sólido amarelo
com PF = 0 oC, PE com PF = 115 oC,
= 100 oC, d = 1,0 PE = 445 oC, d =
g/cm3. 2,07 g/cm3.

Ferro: Cloreto de sódio:


sólido cinza com sólido branco
PF = 1538 oC, PE = com PF = 801 oC,
2861 oC, d = 7,87 PE = 1465 oC, d =
g/cm3. 2,17 g/cm3.

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PURAS


Uma substância pura pode ser classificada quanto ao número de elementos formadores.
Essa classificação se dá da seguinte forma:

1) Substância pura simples:

São formadas pela combinação de átomos de um único elemento químico como, por
exemplo, o gás hidrogênio (H2) formado por dois átomos de hidrogênio e o ozônio (O 3) formado
por três átomos de oxigênio.

Outros exemplos: Ag, Cu, H2, O2, O3 e S8.

Há átomos que permanecem isolados. Um exemplo é o átomo de hélio, que representa


simultaneamente o elemento químico hélio e a substância simples hélio. Assim, um átomo
de hélio representa uma molécula de hélio.
Chama-se atomicidade o número de átomos existentes em uma molécula de substância
simples. Dessa definição decorre a seguinte classificação:
• moléculas monoatômicas, quando têm um átomo (exemplo: He);
• moléculas diatômicas, quando têm dois átomos (exemplo: O2);
• moléculas triatômicas, quando têm três átomos (exemplo: O3); e assim por diante.

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1.1) Alotropia:

A alotropia é o fenômeno no qual substâncias simples diferentes são formadas pelo


mesmo elemento químico. Essas substâncias simples podem diferir entre si pela quantidade
diferentes de átomos (atomicidade) ou por suas posições relativas diferentes nas estruturas de
cada variedade alotrópica.

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2) Substância pura composta:

São formadas pela combinação de átomos de dois ou mais elementos químicos


diferentes como, por exemplo, a água (H2O) formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo
de oxigênio e o ácido clorídrico (HCl) formado por um átomo de hidrogênio e um átomo de cloro.
Elas são classificadas de acordo com o número de elementos: binárias (2 elementos químicos),
ternárias (3 elementos químicos), quaternárias (3 elementos químicos) etc.

Outros exemplos: binárias (CO2, C2H6); ternárias (H2SO4, HNO3, C12H22O11); e


quaternárias ((NH4)2SO4, C17H34COONa).

MISTURAS
São pouquíssimas as substâncias puras encontradas na natureza. Quase tudo que nos
cerca são misturas. A água da chuva, por exemplo, é formada por várias substâncias, por isso
dizemos que ela é uma mistura.

Nas várias formas em que encontramos a água na natureza e, dependendo das


substâncias que estão misturadas a ela, sua temperatura varia durante a fusão e a ebulição, bem
como sua densidade.

Logo, podemos conceituar misturas como:

Misturas: materiais em que a fusão e a ebulição ocorrem em determinado intervalo


de temperatura e apresentam densidades que variam de acordo com sua
composição (número de componentes na mistura e quantidade de cada uma delas).
Simplificando, suas propriedades físicas variam de acordo com a proporção dos
participantes da mistura.

Exemplo: É muito comum ver fotos de pessoas boiando nas águas do Mar Morto, lendo
um livro e tranquilas. Essa mesma cena muito dificilmente será vista nas águas de
Guarapari ou de Cabo Frio. Para se ter uma ideia, a média da quantidade de sal nos
oceanos é de 35g para cada litro d’água, enquanto no Mar Morto a média é de 300g!

Fonte: pixabay.com

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1) Misturas homogêneas:

É a mistura de substâncias que apresenta uma única fase, ou seja, possui aspecto visual
homogêneo.

Exemplos: Água e açúcar dissolvido, água e álcool, ar atmosférico, vinagre, ligas metálicas,
água de torneira, soro caseiro, soro fisiológico, gasolina (mistura de hidrocarbonetos) etc.

2) Misturas heterogêneas:

É a mistura que apresenta mais de uma fase, ou seja, não possui um aspecto visual
homogêneo.

Exemplos: Água e óleo, ar e poeira, gasolina e água, areia e sal, granito (quartzo, feldspato
e mica), madeira, água com gás, açúcar e sal etc.

Observações:

1. As misturas homogêneas são chamadas soluções.

2. Misturas formadas por n sólidos apresentam n fases. Exemplos: açúcar e sal (2 componentes
e 2 fases).

3. Misturas formadas por quaisquer composições de gases são sempre homogêneas.

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Sistema

Número de Número de
substâncias fases

Uma Mais de uma


Monofásico Polifásico
substância substância
1 fase + de 1 fase

Pura Mistura Homogêneo Heterogêneo

Simples Composta Homogênea Heterogênea


1 elemento + de 1 elemento 1 fase + de 1 fase

A hierarquia dos materiais: a matéria, seja sólida, líquida ou gasosa, é feita de misturas
ou de substâncias. As substâncias são feitas de compostos ou de elementos. Técnicas físicas
são usadas para separar as misturas em substâncias puras. Técnicas químicas são usadas para
separar compostos em seus elementos

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(UNICAMP SP/2013) Como um químico descreve a cerveja? “Um líquido amarelo,


homogêneo enquanto a garrafa está fechada, e uma mistura heterogênea quando a
garrafa é aberta. Constitui-se de mais de 8.000 substâncias, entre elas o dióxido de
carbono, o etanol e a água. Apresenta um pH entre 4,0 e 4,5, e possui um teor de etanol
em torno de 4,5 % (v/v).”
Sob a perspectiva do químico, a cerveja

a) apresenta uma única fase enquanto a garrafa está fechada, tem um caráter ligeiramente
básico e contém cerca de 45 gramas de álcool etílico por litro do produto.
b) apresenta duas fases logo após a garrafa ser aberta, tem um caráter ácido e contém cerca
de 45 ml de álcool etílico por litro de produto.
c) apresenta uma única fase logo após a garrafa ser aberta, tem um caráter ligeiramente ácido
e contém cerca de 45 gramas de álcool etílico por litro de produto.
d) apresenta duas fases quando a garrafa está fechada, tem um caráter ligeiramente básico
e contém 45 ml de álcool etílico por 100 ml de produto.

Comentários:
a) Errado. Enquanto está fechada apresenta uma única fase, porém apresenta pH menor que 7,
logo é um material ácido. E apresenta 4,5 % em volume de álcool, ou seja, de 1 litro da cerveja
4,5/100 x 1 L = 0,045 L = 45 mL de etanol.
b) Correto. Após aberta a garrafa apresentará bolhas, ou seja, 2 fases (1 fase líquida e 1 fase
gasosa). O pH é menor que 7, logo é ácido. E possui 4,5/100 x 1 L = 0,045 L = 45 mL de etanol.
c) Errado. A cerveja após ser aberta apresentará duas fases (1 fase líquida e 1 fase gasosa) e
não possui 45 gramas de etanol, mas sim 45 mL.
d) Errado. Desconsiderando o ar contido na embalagem, a cerveja apresenta uma única fase e
caráter ácido (pH menor que 7) e 45 mL de álcool etílico.
Gabarito: B

(UERJ/2016) Cosméticos de uso corporal, quando constituídos por duas fases líquidas
imiscíveis, são denominados óleos bifásicos. Observe na tabela as principais
características de um determinado óleo bifásico.

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Para diferenciar as duas fases, originariamente incolores, é adicionado ao óleo um


corante azul de natureza iônica, que se dissolve apenas na fase em que o solvente
apresenta maior afinidade pelo corante. Essa adição não altera as massas e volumes
das fases líquidas.
As duas fases líquidas do óleo bifásico podem ser representadas pelo seguinte
esquema:

a)

b)

c)

d)

Comentários:
O corante irá se dissolver na água pelo fato de ter característica iônica. A água é uma substância
polar e a fase orgânica é apolar. Como a água e a fase orgânica são imiscíveis, a fase de maior
densidade será depositada ao fundo e a fase menos densa irá flutuar.
Iremos apresentar duas resoluções:
- Resolução detalhada
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
Cálculo da densidade de cada material: 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
30,0 𝑔
𝑑á𝑔𝑢𝑎 = = 1,0 g/mL
30,0 𝑚𝐿
56,0 𝑔
𝑑𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑜 = = 0,8 g/mL
70,0 𝑚𝐿

Portanto, a fase aquosa com o corante azul será depositada ao fundo do recipiente.

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- Resolução rápida
Ao invés de fazer a conta completa, basta fazer uma dedução do valor. O mais importante é
determinar o maior e o menor valor, não, necessariamente, calcular o valor. Essa estratégia em
provas de vestibulares é mais recomendada para ganhar tempo e evitar erros de atenção em
contas.
30,0 𝑔 56,0 𝑔
Temos duas razões comparativas: 30,0 𝑚𝐿 𝑒 70,0 𝑚𝐿

Conseguimos perceber que a primeira razão é maior que a segunda, logo a água é mais densa.
Consequentemente, a fase aquosa azulada estará depositada ao fundo do recipiente.
Gabarito: D

(FGV SP/2013) Em um experimento na aula de laboratório de química, um grupo de


alunos misturou em um recipiente aberto, à temperatura ambiente, quatro substâncias
diferentes:

Nas anotações dos alunos, consta a informação correta de que o número de fases
formadas no recipiente e sua ordem crescente de densidade foram, respectivamente:

a) 2; mistura de água e etanol; mistura de grafite e polietileno.


b) 3; polietileno; mistura de água e etanol; grafite.
c) 3; mistura de polietileno e etanol; água; grafite.
d) 4; etanol; polietileno; água; grafite.
e) 4; grafite; água; polietileno; etanol.

Comentários:
A água e o etanol são miscíveis – formam uma única fase –, os outros materiais em pó formarão
uma fase cada, assim, o número de fases total será: 1 fase para polietileno em pó, 1 fase para
água e etanol e 1 fase para grafite em pó. Somente com essa análise já conseguimos saber que
a resposta correta é o item B, pois é a única opção que apresentou as fases corretamente.
Porém, a fim de determinar a ordem crescente de densidade, iremos calcular a densidade da
mistura água e etanol.
massaá𝑔𝑢𝑎+ massa𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙
𝑑á𝑔𝑢𝑎+𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = volumeá𝑔𝑢𝑎+ volume𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 53


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𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
𝑔
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑚𝐿 ∙ 20 𝑚𝐿 = 20 g (sabendo que 1 mL = 1 cm3)
𝑔
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 0,8 ∙ 5 𝑚𝐿 = 4 g
𝑚𝐿
20 𝑔+ 4 𝑔
𝑑á𝑔𝑢𝑎+𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = = 0,96 𝑔/𝑚𝐿
20 mL+5 mL

Assim, a ordem crescente de densidade será:


dpolietileno (0,9 g/cm3) < dágua e etanol (0,96 g/cm3) < dgrafite (2,3 g/cm3)
Gabarito: B

(CEFET MG/2016) Em uma aula prática de Ciências os alunos analisaram um líquido de


identidade desconhecida. Inicialmente verificaram a existência de uma única fase. Em
seguida, determinaram a densidade, a temperatura de ebulição e a massa residual após
a evaporação de 100 mL do líquido.
A tabela abaixo evidencia os resultados das análises:

Com base nos resultados, o líquido em questão é uma

a) substância simples.
b) substância composta.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea.

Comentários:
O material não possui temperatura de ebulição definida, portanto não pode ser uma substância.
Como o líquido analisado apresenta uma única fase, logo, se trata de uma mistura homogênea.
Gabarito: D

(UNESP SP/2015) Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático


Empédocles a Teoria dos Quatro Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de
tudo o que existe no mundo e sua transformação se dariam a partir de quatro elementos
básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química tem outra definição para elemento: o
conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico. Portanto, definir a água
como elemento está quimicamente incorreto, porque trata-se de

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a) uma mistura de três elementos.


b) uma substância simples com dois elementos.
c) uma substância composta com três elementos.
d) uma mistura de dois elementos.
e) uma substância composta com dois elementos.

Comentários:
A água apresenta fórmula definida por H2O contendo 2 elementos químicos e 3 átomos, sendo
2 átomos de hidrogênio e 1 átomo de oxigênio por molécula. A fórmula da água apresenta dois
elementos químicos em sua composição, logo é classificada como substância composta.
Gabarito: E

(UFGD MS/2015) Os elementos químicos que estão representados na tabela periódica


podem se unir por meio de ligações químicas, para formar diversas substâncias. As
diversas moléculas existentes podem ser chamadas de substâncias e classificadas
como substâncias simples ou compostas.
No esquema abaixo, cada “bolinha” representa um átomo diferente.
Conforme a quantidade de moléculas, substâncias simples e substâncias compostas,
assinale a alternativa correta.

a) 5 moléculas, 12 substâncias simples e 3 substâncias compostas


b) 12 moléculas, 5 substâncias simples e 3 substâncias compostas
c) 5 moléculas, 3 substâncias simples e 2 substâncias compostas
d) 5 moléculas, 2 substâncias simples e 3 substâncias compostas
e) 12 moléculas, 2 substâncias simples e 3 substâncias compostas

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Comentários:
O sistema apresentado possui 5 moléculas, que são agrupamentos de átomos; 3 elementos
químicos, que são os tipos de átomos; 12 átomos, que são as esferas totais; 3 substâncias
simples, formadas por um único elemento químico; 2 substâncias compostas, que são formadas
por elementos químicos distintos; e 5 substâncias diferentes que formam uma mistura.
Lembrando que essa é uma representação microscópica, sendo assim, impossível, somente com
esses detalhes, determinar se essa mistura é homogênea ou heterogênea.
Gabarito: C

5. Os Estados Físicos

Toda matéria é constituída de pequenas partículas e, dependendo do maior ou menor grau de


agregação entre elas, ou seja, dependendo do quão próximas essas partículas estão, poderão ser
encontradas em três estados físicos principais na natureza: sólido, líquido e gasoso.

Esses estados físicos apresentam diferentes formas de empacotamento de suas


partículas. Em geral, quanto mais próximas estiverem as partículas, maior a tendência de
se encontrarem no estado sólido. Em contrapartida, quanto maior o grau de liberdade entre
elas, maior a tendência de serem encontradas no estado gasoso. O grau de liberdade
confere características macroscópicas como forma e volume.

Cada um dos três estados de agregação apresenta características próprias, como o


volume, a densidade e a forma, que podem ser alteradas pela variação da energia do sistema,
através do aquecimento ou do resfriamento, por exemplo.

Quando uma substância muda de estado físico, sofre alterações nas suas características
macroscópicas (volume, forma etc.) e microscópicas (arranjo das partículas), não havendo,
contudo, rompimento de ligações entre os átomos que compõem sua estrutura, ou seja, sem que
haja alteração em sua composição.

SÓLIDO
No estado sólido, as partículas se encontram bem próximas
umas das outras. Essas partículas possuem apenas movimento
vibracional, ou seja, oscilam entorno de um ponto de equilíbrio, o que
confere a esse estado físico forma e volume definidos, bem como
alta organização.

No estado sólido, as partículas vibram com baixas


velocidades, possuindo assim, baixa energia cinética média.
Como as forças de atração entre as partículas são altas, esse é o
estado de menor energia interna.

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LÍQUIDO
No estado líquido, as partículas se encontram mais afastadas
do que no estado sólido, executando movimentos vibracionais,
rotacionais e translacionais de curto alcance com velocidade e
energia cinética intermediárias.

A existência de movimentos translacionais confere a esse


estado físico uma forma variável. A razoável proximidade entre as
partículas torna um líquido muito pouco influenciado pela pressão,
ou seja, pouco compressível, pois é necessária uma pressão muito
elevada para produzir uma redução de volume muito pequena.

Como a energia cinética e as forças de atração entre essas partículas são intermediárias
(medianas), o estado líquido apresenta energia interna também intermediária.

GASOSO
As partículas que um gás estão totalmente afastadas e
apresentam grande movimentação (têm movimento vibracional,
rotacional e translacional).

As forças de atração entre suas partículas são baixas,


conferindo a esse estado um alto grau de desordem, pois uma
partícula se movimenta independentemente de suas vizinhas.

O estado gasoso é bastante diferente dos demais, possuindo


forma e volume variáveis; os gases adquirem a forma e o volume do recipiente no qual estão
contidos. Um sistema gasoso apresenta alta compressibilidade e alta dilatabilidade, uma vez que
suas partículas estão distantes e podem ser aproximadas ou afastadas com maior facilidade,
quando comparada aos outros estados físicos.

Praticamente toda a energia das partículas gasosas é energia cinética, em razão das
fracas forças de atração entre suas partículas. Entretanto, a energia interna do estado gasoso
é maior que a dos estados sólido e líquido.

O estado gasoso pode ser compreendido em duas fases, a fase vapor e a fase gasosa.
Sem querer aprofundar nesse tema aqui, pois trataremos disso na aula sobre gases, podemos
simplificar dizendo que um gás é uma substância que em seu estado normal, a 25 ℃ e 1 atm, é
naturalmente gasosa como, por exemplo, o gás oxigênio, o gás carbônico etc. Já o vapor é o
resultado do aquecimento de uma substância que naturalmente é líquida, a 25 ℃ e 1 atm. A
exemplo disso temos a água quando aquecida em uma chaleira, o vapor da gasolina etc.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 57


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

MUDANÇAS DE ESTADOS FÍSICOS

Maurício de Souza Produções Ltda.


Feltre, Ricardo. Química. Vol.1, 6ª Edição. São Paulo, 2004

Os três estados físicos podem ser convertidos uns nos outros, simplesmente aquecendo-
os ou resfriando-os ou, ainda, alterando a pressão do sistema.

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A fusão, a vaporização e a sublimação ocorrem a partir da ruptura de interações atrativas


entre as partículas. Já as mudanças de estado físico solidificação, liquefação ou condensação e
ressublimação ocorrem com a formação de interações atrativas entre as partículas.

OBSERVAÇÕES

1. A passagem de um estado de menor agitação das partículas para um estado de maior agitação
sempre corresponderá a um fenômeno endotérmico, fenômeno que ocorre com absorção de
energia. Exemplos: fusão, vaporização e sublimação;

2. A passagem de um estado de maior agitação das partículas para um estado de menor agitação
sempre corresponderá a um fenômeno exotérmico, fenômeno que ocorre com liberação de
energia. Exemplos: solidificação, condensação/liquefação e sublimação;

1. Liquefação é o processo de transformação do gás para o líquido, enquanto condensação é


o processo de transformação do vapor para o líquido.

3. A vaporização pode ser dividida em:

I. Evaporação: É um processo natural, lento e espontâneo, à temperatura ambiente. Nesse


processo, a temperatura do líquido é inferior à sua temperatura de ebulição. Exemplo: Uma
roupa no varal seca, pois a água nela contida evapora.

II. Ebulição: Processo rápido e, normalmente, não espontâneo para as substâncias na fase
líquida, à temperatura e pressão ambientes. Ocorre em toda massa líquida, com a formação e
desprendimento de bolhas. Exemplo: Água líquida necessita de aquecimento para passar ao
estado de vapor (ferver).

III. Calefação: É o processo de ebulição realizado sob aquecimento excessivo. Nesse


processo, a temperatura do líquido é superior à temperatura de ebulição. Exemplo: Uma gota de
água jogada sobre uma chapa muito quente, como num ferro de passar roupas.

4. Em algumas questões podem aparecer o termo “ressublimação”, ou “sublimação inversa” ou,


simplesmente, sublimação. Todas, no entanto, significam a mesma coisa.

(UDESC 2018/2) Ao entrar em um Laboratório de Química, um estudante depara-se com


três frascos que estão com os rótulos rasgados. Ao examinar o conteúdo de cada
frasco, ele percebe que no primeiro e no terceiro o conteúdo está em estado líquido, e
no segundo em estado sólido. Então, o estudante decide colocar o primeiro e o terceiro
frasco na geladeira a -4 °C. Após algum tempo, somente o conteúdo do primeiro frasco
solidificou.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 59


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Sabendo-se que o laboratório é mantido à temperatura constante de 25°C e com base


nos dados a seguir:
Composto A: Ponto de Fusão: 10 °C e Ponto de Ebulição: 110 °C
Composto B: Ponto de Fusão: -37 °C e Ponto de Ebulição: 128 °C
Composto C: Ponto de Fusão: 55 °C e Ponto de Ebulição: 179 °C.
Assinale a alternativa em que estão contidos os compostos do primeiro, do segundo e
do terceiro frasco, respectivamente.

a) Composto B, Composto C, Composto A


b) Composto A, Composto B, Composto C
c) Composto C, Composto A, Composto B
d) Composto A, Composto C, Composto B
e) Composto C, Composto B, Composto A

Comentários:
De acordo com o enunciado, a temperatura do laboratório é de 25°C. Dessa forma, para que um
composto esteja sólido nessa temperatura, é necessário que o ponto de fusão dessa substância
seja superior a 25 °C. De acordo com os dados fornecidos acima, o composto C é o único com
ponto de fusão superior a 25°C, logo, esse composto está em estado sólido e corresponde ao
conteúdo do segundo frasco. A temperatura da geladeira é de -4°C. Nesse sentido, para que
algum composto se solidifique, essa temperatura deve estar abaixo da temperatura de fusão da
substância. Os compostos A e B, apresentam ponto de fusão, respectivamente, a 10°C e -37°C,
logo, o composto A se solidificará, mas o composto B não. Portanto, o conteúdo do primeiro
frasco é o composto A e do terceiro, o composto B.
Gabarito: D

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 60


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6. Curvas de aquecimento

É possível observar comportamentos térmicos diferentes nas mudanças de estados


físicos dos materiais puros e impuros pela análise de suas curvas de aquecimento. Um material
puro é um sistema formado por um único tipo de substância, enquanto em um material impuro
estão presentes, no sistema, mais de um tipo. Chamaremos, então, o material puro de
substância, e o material impuro de mistura.

Ao aquecermos materiais puros e impuros, percebemos diferenças notáveis. O material


puro não apresenta alteração de temperatura durante as mudanças de estado, enquanto o
material impuro apresenta, no mínimo, uma alteração de temperatura durante a fusão e/ou
ebulição.

Observe as diferenças nos seguintes gráficos de aquecimento e resfriamento:

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 61


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Nos gráficos notamos dois trechos horizontais constantes (dois patamares). O primeiro
patamar do gráfico de aquecimento mostra que a fusão do gelo ocorre à temperatura constante
de 0 °C, que é a temperatura de fusão ou ponto de fusão (P.F.) do gelo. Da mesma forma, o
segundo patamar indica que a ebulição da água ocorre à temperatura constante de 100 °C, que
é a temperatura de ebulição ou ponto de ebulição (P.E.) da água. Mantidas as mesmas
condições de um sistema, os materiais puros apresentam um único valor de temperatura
durante as mudanças de estado sólido-líquido e líquido-vapor, temperaturas essas que são as
mesmas apresentadas no resfriamento, com a diferença agora que o sistema está perdendo
energia.

Nas misturas, as temperaturas de mudança de fase são variáveis:

Os patamares característicos das substâncias puras não são mais encontrados. Assim,
por exemplo, uma mistura de água e açúcar terá um intervalo variável (ou faixa) de fusão e
um intervalo variável (ou faixa) de ebulição, como se viu acima.

As substâncias apresentam 2 patamares de temperatura constante: patamar de


ebulição e patamar de fusão.

As misturas apresentam faixa ou intervalo de ebulição e/ou faixa ou intervalo de fusão.

Misturas especiais:
Existem misturas especiais que acabam se comportando como se fossem substâncias
puras, diante dos fenômenos de fusão/solidificação ou de ebulição/condensação.

No primeiro caso, temos uma mistura eutética (ou, simplesmente, um eutético), que se
funde/solidifica em temperatura constante (como no caso da liga metálica que contém, em
massa, 62% de estanho e 38% de chumbo, que se funde à temperatura constante de 183 °C);

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 62


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

No segundo caso, temos uma mistura azeotrópica (ou, simplesmente, um azeótropo),


que ferve/se condensa em temperatura constante (como ocorre com a mistura contendo, em
volume, 96% de álcool comum e 4% de água, que ferve à temperatura constante de 78,1 °C)

Além dos gráficos, é comum a utilização de tabelas para retratar os dados, conforme a seguir:

Substância Ponto de fusão (PF) Ponto de ebulição (PE)

Iodo 114 oC 184 oC

Naftaleno 80 oC 218 oC

Benzeno 6 oC 80 oC

Água 0 oC 100 oC

Mercúrio -39 oC 357 oC

Amônia -78 oC -33 oC

Metanol -98 oC 65 oC

Nitrogênio -210 oC -196 oC

Oxigênio -219 oC -183 oC

Hidrogênio -259 oC -253 oC

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 63


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

O esquema a seguir exemplifica uma forma de prever se, em determinada temperatura, a


substância estará sólida, líquida ou gasosa

(UDESC SC/2017) O gráfico abaixo representa a temperatura de uma amostra,


inicialmente no estado sólido, em função da quantidade de calor absorvida.

Analise as proposições em relação aos números, indicados no gráfico, referentes aos


estados físicos da matéria e às suas características.
I. No estado líquido a substância assume a forma do recipiente que o contém. No
gráfico, esse estado está representado pelo número 3.
II. O número 2 representa mudança de estado físico, conhecida como sublimação.
III. Uma das características do estado gasoso é que as partículas que formam a matéria
estão bastante afastadas, dispersas no espaço. Devido a isso, nesse estado físico a
matéria pode ter a forma e o volume variáveis. No gráfico, este estado físico está
representado pelo número 5.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 64


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

IV. O número 1 representa o estado sólido, que é caracterizado por a substância


apresentar volume e forma fixos. Para a amostra em questão, o estado sólido é
predominante até a temperatura de 350 K.
V. A ebulição está representada pelo número 4, e este processo é caracterizado pela
passagem do estado líquido para o sólido.
Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.


b) Somente a afirmativa I é verdadeira.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.

Comentários:
Julgando os itens, tem-se:
I. certo. O número 3 está situado entre os dois patamares: fusão (2) e ebulição (4), portanto
corresponde ao estado líquido.
II. errado. O número 2 corresponde a mudança de estado físico do sólido para o líquido
denominada fusão. A sublimação é a passagem do sólido para o gasoso e não apresenta
representação nesse gráfico.
III. certo. Temperaturas superiores a 500 K correspondem ao estado gasoso. Esse estado é
caracterizado pelo afastamento das partículas que contribui para ocupar todo o recipiente tendo
formato e volume variáveis.
IV. certo. O estado físico encontrado a 350 K é o estado sólido. Esse estado é caracterizado por
apresentar partículas que vibram em posicionamentos fixos, logo apresentam forma e volume fixos.
V. errado. O item 4 corresponde a ebulição, porém é a passagem do estado líquido para o gasoso.
Gabarito: A

(UNICAMP SP/2018) Icebergs flutuam na água do mar, assim como o gelo em um copo
com água potável. Imagine a situação inicial de um copo com água e gelo, em equilíbrio
térmico à temperatura de 0 °C. Com o passar do tempo o gelo vai derretendo. Enquanto
houver gelo, a temperatura do sistema

a) permanece constante, mas o volume do sistema aumenta.


b) permanece constante, mas o volume do sistema diminui.
c) diminui e o volume do sistema aumenta.
d) diminui, assim como o volume do sistema.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 65


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Comentários:
À temperatura de 0 °C e ao nível do mar (1 atm), a água se encontra na temperatura de fusão.
Enquanto houver a mudança de estado físico, a temperatura do sistema permanece constante.
Para uma mesma massa qualquer, o estado sólido ocupa maior volume que o estado líquido,
logo a fase sólida apresenta menor densidade. Assim, durante a fusão do gelo, a conversão do
estado sólido para o estado líquido ocorrerá uma contração de volume.
Gabarito: B

Vemos nas mídias que o derretimento das geleiras aumentará o nível dos mares. Essa
informação é correta, porém o gelo que será responsável por esse aumento no nível do mar
não é o iceberg flutuando sobre a água, mas sim a porção de gelo que está sobre o
continente. A geleira é formada pelo acúmulo de neve em áreas de baixas temperaturas,
onde a taxa de acúmulo seja superior à taxa de degelo. A Antártica corresponde a maior
geleira terrestre com cerca de 14∙106 km2 e abriga praticamente 90 % do gelo do planeta
Terra. Além da Antártica temos como principais geleiras a Groelândia, a Patagônia e o
Ártico, que juntas totalizam quase 70 % da água doce do mundo. Portanto, o derretimento
dessas geleiras, ocasionaria o aumento no nível de mares, além da perda de água doce.

1880 e 2005 da geleira Muir Glacier Inlet no Alasca. [Fonte: Pensamento Verde]

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 66


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

(UEM PR/2017 - adaptado) O quadro abaixo apresenta o calor específico e os calores


latentes e temperaturas de fusão e de ebulição da água e do etanol, a uma pressão de
1atm.

Tomando por base esse quadro, assinale o que for correto.


01. À temperatura de –10 °C, a água encontra-se no estado sólido, e o etanol, no estado
líquido.
02. À temperatura de 90 °C, a água e o etanol encontram-se no estado líquido.

Comentários:
Julgando os itens, tem-se:
01. certo. O valor de –10°C é inferior à temperatura de fusão 0 °C, logo a água é encontrada no
estado sólido. O mesmo valor de -10 °C está situado entre o patamar de fusão e ebulição para o
etanol, portanto é encontrado no estado líquido.
02. Errado. A água encontra-se no estado líquido e o etanol na forma vapor (estado gasoso).
Gabarito: “01”

(Univag - 2015/2) O gráfico representa o processo de aquecimento contínuo de uma


substância sólida utilizada na fabricação de medicamentos.

Observando o gráfico, é correto afirmar que:

a) no intervalo de 3 a 4 minutos, ocorre o resfriamento da substância no estado líquido.


b) a 40 ºC, ocorre a ebulição da substância.
c) a 30 ºC, ocorre a sublimação da substância.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 67


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d) a 50 ºC, a substância encontra-se no estado líquido.


e) no intervalo de 1 a 3 minutos, a substância encontra-se no estado sólido.

Comentários:
Pelo gráfico de aquecimento apresentado acima, podemos observar que a 20 oC ocorre a fusão
da substância e a 40 oC a ebulição do mesmo. Dessa forma, acima dos 40 oC graus, a substância
estará no estado gasoso. No intervalo inferior a 1 min, a substância estará no estado sólido,
passando por um aquecimento. No intervalo de 1 a 3 minutos a substância se encontrará em
dois estados físicos: sólido e líquido. No intervalo de 3 a 4, a substância estará no estado líquido
(sendo aquecida) e nos intervalos de 4 a 6 a substância se encontrará em dois estados: líquido
e gasoso.
Gabarito: B

(UEFS 2013/2) A curva de aquecimento, representada no gráfico, mostra a variação de


temperatura em função do tempo, de uma amostra de álcool vendido em
supermercado.
Considerando-se essas informações, uma análise desse gráfico permite corretamente
afirmar:

a) O álcool da amostra é uma substância composta pura.


b) O vapor formado no final do aquecimento contém apenas etanol.
c) A temperatura de ebulição mostra que esse álcool é uma mistura azeotrópica.
d) A temperatura de ebulição constante caracteriza que o álcool da amostra é isento de água.
e) A temperatura de fusão variável mostra que o álcool vendido em supermercado é uma
mistura eutética.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 68


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Comentário:
Observando o gráfico acima, nota-se que a temperatura na faixa de transição dos estados sólido
e líquido não é constante. Além disso, observamos no gráfico que a faixa de transição entre os
estados líquido e gasoso é constante. Dessa forma, concluímos que a amostra de álcool não é
pura, pois esse perfil de curva de aquecimento é característico de uma mistura azeotrópica. Uma
mistura azeotrópica se comporta como substância pura no ponto de ebulição, ou seja, o ponto
de ebulição é definido (temperatura constante).
Gabarito: C

(Unit-Al 2018)

O diagrama representa o comportamento de uma amostra sólida durante o


aquecimento, em função do tempo.
Uma análise desse gráfico permite corretamente afirmar:

a) A amostra é uma substância composta pura.


b) O comportamento durante o aquecimento revela que a amostra é uma mistura eutética.
c) A temperatura da amostra permanece constante durante as mudanças de estado físico.
d) O diagrama de mudança de estado de uma substância simples sólida apresenta um
patamar.
e) O ponto de fusão está associado à presença da fase sólida em equilíbrio com a fase de
vapor.

Comentários:
Observando o gráfico acima, observa-se que a temperatura de fusão é constante e bem definida
(constante). Já a temperatura de ebulição, não é definida. Dessa forma, concluímos que o
comportamento da curva de aquecimento é característico de uma mistura eutética.
Gabarito: B

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7. Separação de Misturas

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Em função disso, é necessário


utilizarmos métodos ou técnicas específicas se quisermos obter uma determinada substância.
Para a separação dos componentes de uma mistura, ou seja, para a obtenção separada de cada
uma das suas substâncias puras que deram origem à mistura, utilizamos um conjunto de
processos físicos denominados análise imediata ou somente métodos de separação mesmo.

Esses processos não alteram a composição das substâncias que formam uma dada
mistura.

Mistura:
A+B+C

Método de
separação

Substância Substância Substância


pura A pura B pura C

Objetivo dos métodos de separação: Obtenção de substâncias puras

A escolha dos melhores métodos para a separação e misturas exige um conhecimento


anterior de algumas das propriedades das substâncias presentes.

Muitas vezes, dependendo da complexidade da mistura, é necessário usar vários


processos diferentes, numa sequência que se baseia nas propriedades das substâncias
presentes na mistura.

Vamos estudar agora, alguns desses principais processos de separação.

MISTURAS HETEROGÊNEAS

Sólido + Sólido
Levigação:

É a utilização da corrente de água para separar sólidos de densidades diferentes. Você já


utilizou a água para tirar areia de algum objeto? Pronto, já realizou uma levigação. Outro exemplo
muito cobrado nos vestibulares é a utilização de bateia, utilizada por garimpeiros, para separar
o barro e areia do ouro.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 70


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Fonte: gratispng.com/png-9kr1en Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br/

Ventilação:

É o processo em que um dos sólidos, o menos denso, pode ser arrastado por uma corrente
de ar. A separação da palha do arroz e seu grão pode ser feita por meio dessa técnica. Ou, até
mesmo, aquele assopro que você dá sobre a mesa para retirar a poeira de cima dos livros…
vejam só se não é uma ventilação também…

Fonte: https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-jlkyi

Tamisação ou peneiração:

Usado para separar sólidos formados por partículas de dimensões diferentes. São usadas
peneiras que tenham malhas diferentes (granulometrias diferentes). Industrialmente, usam-se
conjuntos de peneiras superpostas que separam as diferentes granulações.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 71


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Fonte: pexels.com

Catação:

Esse é um processo bastante importante para o meio ambiente e a preservação dos


recursos naturais: a separação de materiais de valor comercial, encontrados no lixo, para
reciclagem. É o caso das latas de alumínio e outros metais, dos plásticos, como o PET, de vidros
e de papeis.

É o método de separação de mistura mais simples. Consiste em utilizar as mãos ou pinças


para separar sólidos, de acordo com as características desejadas.

Fonte: pexels.com

Separação magnética:

A separação magnética é utilizada para separar metais que são atraídos por ímãs,
daqueles sólidos que não apresentam propriedades magnéticas. Esse processo é utilizado em
larga escala para separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.

Mas tenha em mente: Nem todos os metais são atraídos por ímãs, assim, podemos
classificar os materiais, em relação ao comportamento magnético, em três classificações:
ferromagnético, paramagnético e diamagnético. Simplificadamente, temos:

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 72


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

- Materiais ferromagnéticos: sofrem atração magnética, por exemplo, ferro, níquel e


cobalto. Esse tipo de material é muito utilizado quando se deseja obter campos
magnéticos de altas intensidades.

- Materiais diamagnéticos: não sofrem atração por ímãs, por exemplo, ouro, prata,
zinco e chumbo.

- Materiais paramagnéticos: são materiais fracamente atraídos por imãs, como é o


caso do alumínio, magnésio, sulfato de cobre etc.

Fonte: pixabay.com Fonte: unsplash.com

Muitos autores tratam atração magnética e a imantação como sinônimos. Inclusive algumas
questões de vestibulares. Nesse último caso, é importante avaliar o contexto da questão,
escolher a alternativa menos errada e esperar uma anulação o que, infelizmente, pode não
acontecer.

– Mas professor, o que você acha disso?! – você pode se perguntar.

Então eu te responderia:

– AHHHH, MAS NÃO É A MESMO COISA, MEEESMO!!!

E eu te explico:

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 73


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Atração magnética é diferente de imantação: imantação é quando um material se manifesta


semelhante a um ímã por um curto período. Você provavelmente já brincou com clips e
percebeu que ao tirar o contato do clip com o ímã, este atraía outros clips como se fosse um ímã.
Porém, passado um tempinho, essa atração cessa. É isso, você observou o fenômeno da
imantação.

Fonte: pixabay.com

(ENEM/2010/1ª Aplicação) Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos


pôde observar a série de processos de beneficiamento da cana-de-açúcar, entre os
quais se destacam:
1. A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões e é despejada em mesas
alimentadoras que a conduzem para as moendas. Antes de ser esmagada para a
retirada do caldo açucarado, toda a cana é transportada por esteiras e passada por um
eletroímã para a retirada de materiais metálicos.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldeiras, que geram vapor e
energia para toda a usina.
3. O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado por filtros e sofre
tratamento para transformar-se em açúcar refinado e etanol.
Com base nos destaques da observação dos alunos, quais operações físicas de separação
de materiais foram realizadas nas etapas de beneficiamento da cana-de-açúcar?

a) Separação mecânica, extração, decantação.


b) Separação magnética, combustão, filtração.
c) Separação magnética, extração, filtração.
d) Imantação, combustão, peneiração.
e) Imantação, destilação, filtração.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 74


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Comentários:
Analisando etapa por etapa, tem-se:
1. Separação magnética. A presença do eletroímã marca o processo, uma vez, que por
propriedades magnéticas, ele atrai as impurezas compostas por materiais metálicos.
2. Extração. A cana é esmagada e extrai-se o caldo, ou seja, isso caracteriza o processo de
extração. Nota-se que o bagaço segue para caldeira e, somente lá, ele é colocado para
combustão.
3. Filtração. Depois do esmagamento, o caldo primário passa por filtros, que onde partículas
sólidas da mistura ficam retidas, caracterizando o processo de filtração.
Gabarito: C

Dissolução fracionada ou Solubilização ou Extração

Essa técnica de separação está baseada na diferente tendência de os componentes


sólidos de uma mistura se dissolverem em determinado solvente. Para ocorrer a separação, um
dos sólidos deve se dissolver no solvente e o outro não. Dissolveu-se uma fração, uma parte da
mistura. Pronto.

Como exemplo, consideremos a mistura heterogênea sal e areia. Como separá-los?

Inicialmente, adicionamos água à mistura. A água dissolve o sal, mas não dissolve a areia.
Após agitação, obtemos um sistema heterogêneo constituí do por duas fases: uma delas é a
água salgada (solução salina), e a outra é a areia, que não se dissolveu na água.

Fonte: Sergio Dotta Jr. (modificado)

Sólido não dissolvido em líquido:


Decantação

Baseia-se no repouso de uma mistura heterogênea em que a substância menos densa


se localiza sobre a substância mais densa.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 75


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Fonte: https://www.infoescola.com/quimica/decantacao/

Agitando-se uma mistura de água e enxofre em pó, obtemos, inicialmente, uma suspensão
de enxofre em água. Deixando-se a mistura em repouso, depois de algum tempo, há uma
sedimentação do enxofre sólido, separando-se, assim, da água.

Na falta de um funil de decantação, pode ser feita uma sifonação. Esse procedimento
consiste em transferir uma das fases líquidas por diferença de pressão, utilizando uma
mangueira, que recebe o nome de sifão.

Em misturas sólido-gás, a decantação é acelerada pela utilização de uma câmara de


poeira (ou chicana). Esse processo consiste em forçar a mistura que se quer separar a passar
por uma câmara cheia de obstáculos. O sólido se choca contra os obstáculos, perde velocidade
(energia) e se deposita no fundo do recipiente.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 76


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Fonte: Mortimer, E. F. Química 1, 2ª Edição 2013. Ed. Scipione

(ENEM/2014/3ª Aplicação) Uma forma de poluição natural da água acontece em regiões


ricas em dolomita (CaCO3MgCO3). Na presença de dióxido de carbono (dissolvido na
água) a dolomita é convertida em Ca(HCO3)2 e MgCO3, elevando a concentração de íons
Ca2+ e Mg2+ na água. Uma forma de purificação dessa água, denominada água dura, é
adicionar Ca(OH)2 e Na2CO3 a ela. Dessa forma, ocorre uma série de reações químicas
gerando como produto final CaCO3 e Mg(OH)2, que são menos solúveis que Ca(HCO3)2
e MgCO3.
Uma técnica apropriada para obtenção da água pura após o abrandamento é

a) decantação.
b) sublimação.
c) dissolução fracionada.
d) destilação fracionada.
e) extração por solvente apolar.

Comentários:
O abrandamento, que é provocado pela adição da base, forma compostos insolúveis em água:
CaCO3 e Mg(OH)2. A separação será efetiva quando o método for apropriado para uma mistura
imiscível de sólido em líquido. Identificando os métodos, tem-se:

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 77


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

a) Certo. Decantação: sepração de sólido imiscível em líquido.


b) Errado. Sublimação. Transformação do estado sólido para o estado gasoso.
c) Errado. Dissolução fracionada: separação de materiais com solubilidades diferentes em um
solvente.
d) Errado. Destilação fracionada: separação de líquidos miscíveis.
e) Errado. Extração por solvente apolar: separação de materiais com solubilidades diferentes em
um solvente.
Gabarito: A

Centrifugação

A decantação, vista anteriormente, é um processo lento, pois depende da ação da


gravidade sobre as partículas. Porém, se imprimirmos às partículas dispersas uma aceleração
bem maior, a deposição do sólido será mais rápida. Esse tipo de deposição pode ser obtido por
meio de um centrifugador ou centrífuga.

Fonte: stocksy.com

(ENEM/2017/1ª Aplicação) As centrífugas são equipamentos utilizados em laboratórios,


clínicas e indústrias. Seu funcionamento faz uso da aceleração centrífuga obtida pela
rotação de um recipiente e que serve para a separação de sólidos em suspensão em
líquidos ou de líquidos misturados entre si.
RODITI, I. Dicionário Houaiss de física.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2005 (adaptado).

Nesse aparelho, a separação das substâncias ocorre em função

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 78


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

a) das diferentes densidades.


b) dos diferentes raios de rotação.
c) das diferentes velocidades angulares.
d) das diferentes quantidades de cada substância.
e) da diferente coesão molecular de cada substância.

Comentários:
A centrifugação é a decantação acelerada. A geração de uma gravidade aparente no
equipamento da centrífuga acelera a sedimentação das partículas mais densas. Quanto maior a
densidade de um material, maior a atração gravitacional pelo centro do planeta.
Gabarito: A

Flotação

Utiliza-se um líquido, normalmente a água, como elemento de separação de dois sólidos em


que um deles possui densidade menor que a desse líquido. Isso faz com que o sólido menos denso
fique sobrenadando. Vale lembrar que esses sólidos não podem ser solúveis nesse líquido.

Exemplos: Separação da serragem da areia e do alpiste da areia pela água.

Fonte: pngegg.com

(ENEM/2013/1ª Aplicação) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está


o sulfato de alumínio que, em meio alcalino, forma partículas em suspensão na água,
às quais as impurezas presentes no meio se aderem.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 79


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as


impurezas aderidas é a

a) flotação.
b) levigação.
c) ventilação.
d) peneiração.
e) centrifugação.

Comentários:
Analisando alternativa por alternativa, tem-se:
a) Certa. A flotação consiste na adição de bolhas de ar a uma mistura de líquido com sólido.
Essas bolhas de ar levam as impurezas para superfície, facilitando a remoção. Isso acontece
nesse processo para remoção do sulfato de alumínio. Nesse caso, a floculação (formação de
flocos com impurezas, parte sólida da mistura) precede a flotação.
b) Errada. A levigação é um método de separação de misturas sólidas heterogêneas baseada
na densidade. Porém, nesse método, utiliza-se uma corrente de água para promover essa
separação. Esse processo é realizado pelos garimpeiros na procura de ouro e não se aplica à
remoção do sulfato de alumínio.
c) Errada. A ventilação é um método de separação de misturas sólidas heterogêneas baseada
na densidade. Porém, uma corrente de ar passa pela mistura e a forma menos densa é levada
pelo vento, sendo separada. Esse processo não se aplica ao tratamento de água.
d) Errada. A peneiração é um método de separação de uma mistura de sólidos, ou seja, através
de uma peneira, separa-se o sólido mais fino do mais grosseiro. Sendo assim, esse processo
não é aplicável à remoção do sulfato de alumínio.
e) Errada. A centrifugação é um método utilizado para substâncias heterogêneas, em que, depois
de o recipiente ser submetido à velocidade, a espécie mais densa decanta. No caso, isso não
seria aplicado à mistura para separação do sulfato de alumínio, já que isso poderia desarranjar
os flocos recém-formados.
Gabarito: A

Filtração

Processo de separação da mistura de um sólido e um líquido em que o sólido ficará retido


no papel de filtro.

A filtração também pode ocorrer em uma mistura sólido-gás e, neste caso, a separação
é feita sempre por sucção do gás e retenção do sólido.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 80


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Exemplos: Filtração da mistura água e pó de café, do ar no aspirador de pó ou em uma máscara.

Fonte: pixabay.com

(ENEM 2016) Em Bangladesh, mais da metade dos poços artesianos cuja água serve à
população local está contaminada com arsênio proveniente de minerais naturais e de
pesticidas. O arsênio apresenta efeitos tóxicos cumulativos. A ONU desenvolveu um
kit para tratamento dessa água a fim de torná-la segura para o consumo humano. O
princípio desse kit é a remoção do arsênio por meio de uma reação de precipitação
com sais de ferro(III) que origina um sólido volumoso de textura gelatinosa.
Disponível em: http://tc.iaea.org. Acesso em: 11 dez. 2012 (adaptado).

Com o uso desse kit, a população local pode remover o elemento tóxico por meio de

a) fervura.
b) filtração.
c) destilação.
d) calcinação.
e) evaporação.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 81


STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Comentários:
Analisando os métodos listados, tem-se:
a) Errado. Fervura. A fervura é a transformação de um material líquido em vapor por um processo
de aquecimento chamado ebulição. Esse método e adequado quando se deseja separar um
sólido solúvel em líquido, o que no caso descrito não ocorre. O sólido se encontra precipitado.
b) Certo. Filtração. A filtração é o método mais recomendado para remover uma porção sólida
imiscível em um líquido.
c) Errado. Destilação. A destilação é utilizada para separar sólidos miscíveis em líquidos. Uma
vez que o sólido já se encontra depositado ao fundo do recipiente, não se faz necessário a
destilação.
d) Errado. Calcinação. A calcinação é uma reação química de decomposição térmica. Uma vez
que o sólido já se encontra depositado ao fundo do recipiente, não se faz necessário reagi-lo
para produzir outro material.
e) Errado. Evaporação. A evaporação é utilizada para separar sólidos miscíveis em líquidos. Uma
vez que o sólido já se encontra depositado ao fundo do recipiente, não se faz necessário a
evaporação.
Gabarito: B

Filtração a vácuo

Processo rápido realizado quando os grãos do sólido são muito pequenos. É obtida por sucção.

Na filtração a vácuo de uma mistura sólido-líquido, usa-se um funil de Büchner – funil de


porcelana que tem fundo chato, perfurado, sobre o qual se coloca o papel de filtro. A sucção do ar é
comumente feita com trompa de água.

A filtração a vácuo é também chamada filtração com sucção ou, ainda, filtração a pressão reduzida.

Exemplo: Filtração a vácuo na purificação de uma amostra de ácido benzoico por


recristalização.

Fonte: www.splabor.com.br/blog/filtracao/bomba-a-vacuo-uso-geral-e-laboratorio

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Líquidos imiscíveis

A separação de líquidos imiscíveis pode ser feita pela diferença de densidade que existe
entre os componentes da mistura. Nesse processo utiliza-se um tipo especial de funil chamado
funil de bromo, funil de decantação ou de separação. O líquido mais denso fica na parte
inferior do funil e é escoado, controlando-se a abertura da torneira.

Fonte: pixabay.com

Sistemas heterogêneos e o teste da gasolina

A gasolina comercializada possui um teor médio de 25% em volume de etanol. A fim de evitar
que se comercialize um produto adulterado, fora das especificações previstas em lei, fiscais da
ANP realizam um teste relativamente simples em amostras de gasolina para determinar,
experimentalmente, se o teor de etanol está de acordo com a legislação. Acompanhe a figura da
página a seguir.

Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.


Cartilha do posto revendedor de combustíveis. 5. ed. Rio de Janeiro: ANP, 2011.
Disponível em: <http://www.sincombustiveis.com.br/cartilha.pdf>. Acesso em: set. 2015.

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Inicialmente, um volume de 50 mL da amostra de gasolina é colocado em uma proveta,


previamente limpa (A). A seguir, adiciona-se água cuidadosamente, deixando-a escorrer pelas
paredes internas da proveta, até que o volume de 100 mL seja completado (B). A proveta é
tampada e agitada por inversão, pelo menos dez vezes, mas sem agitação enérgica (C). Isso
causa a extração do etanol da gasolina para a fase aquosa. O sistema é então deixado em
repouso até a separação total das duas fases (gasolina sem etanol e fase aquosa contendo
etanol) (D). O percentual em volume de etanol anidro na amostra de gasolina pode ser então
estimado com base no acréscimo de volume da fase aquosa, conforme mostra a figura.

Esse teste indica que há materiais que se dissolvem em outros, formando um sistema com uma só
fase, como ocorre com etanol e gasolina ou com etanol e água. Por outro lado, há materiais que não
se dissolvem em outros, formando um sistema com mais de uma fase, como gasolina e água

(UFJF - 2018) Uma mistura de NaCl dissolvido em água e azeite, após ser agitada, foi
colocada em um funil de extração, como mostra a figura abaixo. Considerando a
densidade do azeite à 25°C, 0,889 g mL-1 e da solução aquosa de NaCl 1,0 g mL-1,
analise as afirmativas abaixo e marque a opção CORRETA:

Fonte: ChemDraw

a) Trata-se de um sistema heterogêneo com duas fases e dois componentes.


b) A fase A é a fase que possui maior densidade.
c) A fase A é a solução aquosa de NaCl.
d) O azeite é mais denso que a solução aquosa de NaCl.
e) Há dois componentes na fase B.

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Comentários:
A mistura entre solução aquosa de NaCl e azeite, forma uma mistura heterogênea de duas fases:
uma fase referente a fase aquosa e a outra ao azeite. Entretanto, nesse sistema temos três
componentes: a água, o NaCl e o azeite. A densidade do azeite é de 0,889 g mL -1 e da solução
aquosa de NaCl 1,0 g mL-1. Dessa forma, nessa mistura, a solução aquosa de maior densidade,
formada pela água e NaCl, corresponderá a fase B, isto é, abaixo do azeite correspondente a
fase A.
Gabarito: E

MISTURAS HOMOGÊNEAS

Sólido dissolvido em líquido


Evaporação

A evaporação é um processo de obtenção do sólido a partir da evaporação de um líquido.


Esse método pode ocorrer a partir da evaporação de um solvente. A obtenção do sal marinho
pela evaporação da água do mar ou evaporação de água contida em uma roupa molhada são
exemplos desse método de separação.

Fonte: pixabay.com

Fusão Fracionada

Serve para separar sólidos, tomando por base seus diferentes pontos de fusão. Quanto
maior a distância da temperatura de fusão dos sólidos, melhor a eficiência da separação. Baseia-
se, portanto, em um aquecimento da mistura com controle da temperatura.

Destilação simples

Essa técnica é utilizada para separar misturas homogêneas de sólidos e líquidos. A


mistura é aquecida e a porção líquida da mistura vaporiza. Posteriormente, o vapor é resfriado

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no condensador e, por fim, escorre como líquido em outro recipiente. Dessa forma, o sólido e o
líquido são obtidos em recipientes diferentes.

Na destilação ocorre isolamento do líquido, enquanto na evaporação não ocorre.

Fonte: blog.estrategiavestibulares.com.br/quimica/destilacao-simples-e-fracionada/

Líquidos miscíveis
Destilação fracionada

A destilação fracionada é, na verdade, uma melhoria à destilação simples que tem por
objetivo tornar a destilação mais rápida no caso de misturas de dois líquidos.

Por exemplo, quando temos uma mistura de água e álcool, os pontos de ebulição são
muito mais próximos do que os pontos de ebulição da água e do sal. Por isso, a destilação
simples da mistura água e álcool seria muito lenta.

É importante observar que o álcool é mais volátil que a água, pois seu ponto de ebulição é de
78°C. Quando fazemos uma destilação, o vapor terá um teor maior de álcool do que de água.

Para facilitar a destilação, utiliza-se uma coluna de fracionamento, que cria várias regiões de
equilíbrio líquido-vapor, levando a uma série de pequenas destilações sucessivas. À medida que o
vapor percorre a coluna de fracionamento, o teor do líquido mais volátil – no caso, o álcool – aumenta.

A destilação é o processo químico utilizado para obter bebidas com teor alcóolico superior a 11%.

Por meio da destilação, é possível obter diversas misturas com teor alcóolico mais
elevado, como a vodka (40%) e o absinto (acima de 50%). No entanto, não é possível obter um
teor alcóolico superior por meio apenas da destilação. Por exemplo, o álcool de limpeza não é
álcool puro, mas sim uma mistura 96% de álcool em água. Não é possível purificá-lo
completamente por meio somente de destilação, seja simples ou fracionada.

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Por que acontece isso?

O álcool de limpeza não é puro, porque a mistura de álcool 96% é azeotrópica. Nas misturas
azeotrópicas, a composição do vapor é exatamente igual à composição do líquido. Portanto, não
é mais possível separá-la por destilação.

No entanto, em algumas aplicações comerciais, precisa-se do álcool realmente puro, como é o


caso do álcool combustível. Nesse caso, como poderíamos fazer a separação?

A técnica mais utilizada consiste em misturar cal virgem (CaO) à mistura. Esse composto reage
somente com a água formando um composto iônico insolúvel em álcool.

CaO + H2 O → Ca(OH)2

Como o hidróxido de cálcio é insolúvel em álcool, ele precipita, isto é, se deposita no fundo do
recipiente, restando apenas o álcool puro na parte superior.

Fonte: blog.estrategiavestibulares.com.br/quimica/destilacao-simples-e-fracionada/

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Toda destilação ocorre seguindo os seguintes processos:

vaporização da recolhimento
Aquecimento substância mais resfriamento e do vapor
da mistura volátil (de condensação condensado,
homogênea menor ponto do vapor em recipiente
de ebulição) separado

Como, por exemplo,

Esquema de aparelho caseiro utilizado para obtenção de água doce a partir da água
salobra.

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(ENEM 2014 / 2ª Aplicação)


O Brasil e o segundo maior produtor de etanol combustível do mundo, tendo fabricado
26,2 bilhões de litros em 2010. Em uma etapa de seu processo de produção, o etanol
forma uma mistura líquido homogênea com a água e outras substâncias. Até uma
determinada concentração, o etanol a mais volátil que os outros componentes dessa
mistura.
Industry Statistics: World Fuel Ethanol Production. Disponível em: ethanolrfa.org. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).

Nesta faixa de concentração, a técnica física mais indicada para separar o etanol da
mistura é a

A) filtração.
B) destilação.
C) sublimação.
D) decantação.
E) centrifugação.

Comentário:
De acordo com o enunciado do texto, o etanol, em uma determinada etapa do processo, é mais
volátil que os outros componentes da mistura líquida homogênea. Sabendo disso, podemos
isolá-lo utilizando a técnica de destilação que consiste na separação de líquidos com pontos de
ebulição diferentes.
Gabarito: B

Destilação Por Arraste a Vapor

Chamo a atenção para o fato de existir na mistura um composto ou substância que pode
decompor termicamente. Sendo assim, é inviável utilizarmos aquecimento como acontece na
destilação simples e na destilação fracionada. Por isso, nesses casos, uma saída é separar essa
substância por meio da passagem de um vapor pela mistura. Esse vapor será responsável por
arrastar algum ou alguns compostos ali presentes.

Essa técnica consiste na passagem de vapor d’água em um recipiente fechado contendo


a mistura a ser destilada. Neste recipiente fechado, o componente de interesse estará presente
tanto na fase sólida como na fase a vapor. A fase a vapor será arrastada pelo vapor d’água

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 89


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injetado. A mistura dessas duas fases, que não são miscíveis, serão condensadas e podem ser
facilmente separadas utilizando a técnica de decantação. Essa destilação é empregada na
extração de óleos essenciais, como o óleo de cravo ou de coco.

O esquema do processo de destilação por arraste a vapor segue abaixo.

Esquema da destilação por arraste a vapor [Fonte:

Óleos essenciais: extração, importância e aplicações no cotidiano.]

Observe que o vapor d’água gerado pelo aquecimento dela se dirige ao recipiente
contendo a mistura (balão de destilação), que nesse caso é o vegetal. Nesse recipiente, o vapor
d’água arrasta o componente volátil, nesse caso, o óleo essencial. O vapor d’água juntamente
com o óleo são condensados no condensador e coletados ao final do processo. Como água e
óleo são imiscíveis (não se misturam), então, os dois podem ser separados por decantação ou
centrifugação.

Extração por Solvente

Para usar este processo usa-se um solvente que só dissolve um dos constituintes da
mistura, como por exemplo: extração da cafeína do chá, usando clorofórmio para remover o iodo
da água com iodo.

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(ENEM 2014 / 2ª Aplicação) Uma pessoa é responsável pela manutenção de uma sauna
úmida. Todos os dias cumpre o mesmo ritual: colhe folhas de capim-cidreira e algumas
folhas de eucalipto. Em seguida, coloca as folhas na saída do vapor da sauna,
aromatizando-a, conforme representado na figura.

Qual processo de separação é responsável pela aromatização promovida?

a) Filtração simples.
b) Destilação simples.
c) Extração por arraste.
d) Sublimação fracionada.
e) Decantação sólido-líquido.

Comentários:
Julgando os itens, tem-se:
a) Errado. Filtração simples. A filtração é a passagem de uma mistura por um filtro, em que ocorre
retenção de partículas sólidas, que são insolúveis no meio. No experimento não existe nenhum
filtro empregado.
b) Errado. Destilação simples. A destilação é fundamentada pela vaporização e condensação.
Os aromas não sofrem vaporização e condensação, ou seja, não ocorre transformação do estado
gasoso (aroma) para o líquido. O aroma é encontrado no estado gasoso que é inspirado por um
indivíduo.

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c) Certo. Extração por arraste. O vapor de água, ao entrar em contato com as folhas, solubiliza
materiais voláteis, que são hidrossolúveis. O método de separação de mistura que utiliza
diferença a interação entre partículas a partir de adição de um outro material é chamado de
extração por solvente ou dissolução fracionada ou solubilização fracionada. Essa extração
também pode ser chamada por arraste a vapor.
d) Errado. Sublimação fracionada. A sublimação fracionada é a passagem do estado sólido para
o estado gasoso. Se a sublimação fracionada fosse possível, bastava-se aquecer a folha para
detectar o aromo emitido. Porém, faz-se necessário a utilização da água para o método ser
efetivo.
e) Errado. Decantação sólido-líquido. Não ocorre separação de fases sólidas e líquidas. O
procedimento descreve separação de vapor e sólido.
Gabarito: C

Liquefação Fracionada

A mistura de gases passa por um processo de liquefação e, posteriormente, pela


destilação fracionada. Essa técnica que permite isolar nitrogênio líquido e oxigênio líquido,
utilizados tanto em processos industriais como em hospitais. Observe o esquema:

Adsorção

O processo físico de separação de misturas gás-gás ou gás-líquido, que consiste em


aproveitar a capacidade que algumas substâncias possuem de reter outras substâncias em sua
superfície, é conhecido como adsorção. A substância mais usada na retenção é o carvão ativo
ou ativado, que foi anteriormente mencionado no tópico de tratamento de água. A capacidade
de adsorção do carvão ativo está relacionada com a sua grande porosidade.

Um dos primeiros adsorventes utilizados pelo homem foi o carvão ativado, mostrado na
figura abaixo. Sua superfície possui uma grande afinidade por substâncias orgânicas.
Atualmente, muitos filtros de água utilizam o carvão ativado na descontaminação de água
destinada ao consumo humano.

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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o_ativado

Outros exemplos: filtro de máscaras contra gases, purificação, descoloração e


desodorização de líquidos e gases.

Cromatografia:

Cromatografia é um método de separação de misturas e identificação de seus componentes, que


separa os componentes de uma mistura com base em suas diferentes capacidades de aderirem
às superfícies de sólidos como papel ou sílica. O procedimento consiste em passar uma solução
ou solvente (fase móvel) através de uma fase estacionária, onde se efetua o procedimento de
separação com base nas diferentes interações entre as substâncias. A cromatografia pode
ser feita em colunas, tiras de papel ou em placas de vidro recobertas com a fase
estacionária. Na cromatografia de papel, adicionamos uma gota da mistura na base de uma tira
de papel. Você pode utilizar em casa, como exemplo, tinta de caneta.

Em seguida, colocamos a tira em contato com um solvente apropriado, de tal modo que o
solvente molhe somente a parte debaixo do papel, sem molhar a mancha da mistura. No caso
da tinta de caneta, os componentes podem ser separados pela água.

Fonte: SHUTTERSTOCK

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À medida que é absorvido, o solvente vai subindo gradativamente pelo papel. Os componentes
da mistura sobem com diferentes velocidades pelo papel, aparecendo como manchas em
diferentes regiões da tira.

Esse procedimento permite identificar e determinar o número de componentes na mistura. A


identificação dos componentes é feita pela comparação de resultados obtidos em cromatografias
de substâncias puras (padrões). Por exemplo, vamos considerar que temos uma amostra
desconhecida de uma “substância X”, que pode ser: naftaleno, octanamida ou ácido benzoico.
Como descobrir qual é a substância? Podemos resolver esse problema com uma cromatografia
de papel, utilizando as três possíveis substâncias como padrões. As manchas que correrem
juntas são formadas pela mesma substância. Veja o exemplo:

A cromatografia também pode ser realizada em colunas de vidro, preenchidas com uma fase
estacionária de sílica. No topo da coluna, coloca-se a mistura e, em seguida, adiciona-se a fase
móvel que desce pela coluna arrastando os componentes da mistura.

As diferentes capacidades das substâncias de interagirem com a fase móvel e com a fase
estacionária separam os componentes da mistura ao longo da coluna. No exemplo a seguir,
podemos concluir que a mistura inicial continha no mínimo três componentes. Veja:

Cromatografia em coluna [Fonte: SHUTTERSTOCK]

Atualmente, existem equipamentos muito sofisticados que realizam cromatografias muito


complexas de forma automatizada. Esses equipamentos são denominados cromatógrafos
gasosos ou CGs. O princípio é o mesmo da cromatografia em coluna, só que a fase móvel
utilizada é gasosa. A cromatografia gasosa é utilizada na identificação e purificação de
substâncias e hoje é um dos métodos de análise mais importantes em química.

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(Fuvest 2011) Os confeitos de chocolate de determinada marca são apresentados em


seis cores. Com eles, foi feito o seguinte experimento, destinado a separar os corantes
utilizados em sua fabricação: Confeitos de cada uma das seis diferentes cores foram
umedecidos com água e pressionados contra uma folha de papel especial, de modo a
deixar amostras dos corantes em pontos igualmente espaçados, sempre a 2 cm da
base da folha. A seguir, a folha foi colocada em um recipiente com água, de forma a
mergulhar somente a base da folha de papel na água, sem que o líquido tocasse os
pontos coloridos. Após algum tempo, quando a água havia atingido o topo da folha,
observou-se a formação de manchas de diferentes cores, aqui simbolizadas por
diferentes formas e tamanhos:

Os confeitos em cuja fabricação é empregado um corante amarelo são os de cor

a) vermelha, amarela e marrom.


b) amarela, verde e laranja.
c) verde, azul e marrom.
d) vermelha, amarela e verde.
e) vermelha, laranja e marrom.

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STRATÉGIA VESTIBULARES – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Comentários:
O experimento descrito é chamado cromatografia: a água sobe pela folha de papel, arrastando
os componentes dos corantes que mais interagem com ela, produzindo manchas de diferentes
cores, formas e tamanhos.
Observando o experimento:

Nota-se que a cor amarela possui apenas um tipo de pigmento; os corantes vermelho e verde
também apresentam a mesma mancha, logo os corantes que apresentam a presença do amarelo
são: vermelho, amarelo e verde.
Gabarito: D

Tratamento de água

A nossa água potável é resultado de um conjunto de métodos físicos e químicos que são
aplicados à água de mananciais para que essa fique em condições adequadas para o consumo.
Apesar da grande quantidade de água existente no planeta, somente cerca de 6 L a cada 1 000
L dessa água estão potencialmente disponíveis para o uso do homem. Desses 6 L, apenas 0,5
L é destinado ao uso doméstico. Por isso, a preservação de nossas nascentes de água doce é
algo importante.

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 96


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A água doce disponível em rios e lagoas normalmente não é potável devido à presença de muitos
resíduos sólidos e de micro-organismos que podem causar doenças. Por isso, a água é tratada
em uma ETA (estação de tratamento de água) antes de chegar até a sua casa. O tratamento da
água em uma ETA possui as seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação, filtração,
fluoretação, desinfecção e correção de pH.

■ Pré-cloração: Primeiro, o cloro é adicionado assim que a água chega à estação. Isso facilita
a retirada de matéria orgânica e metais.

■ Pré-alcalinização: Depois do cloro, a água recebe cal ou soda, que servem para ajustar o pH*
aos valores exigidos nas fases seguintes do tratamento.

*Fator pH –O índice pH refere-se à água ser um ácido, uma base, ou nenhum deles (neutra). Um
pH de 7 é neutro; um pH abaixo de 7 é ácido e um pH acima de 7 é básico ou alcalino. Para o
consumo humano, recomenda-se um pH entre 6,0 e 9,5.

■ Coagulação: etapa em que a água, na sua forma bruta, entra na ETA. Ela recebe, nos tanques,
uma determinada quantidade de sulfato de alumínio ou sulfato férrico e cal viva. Essas
substâncias reagem formando substâncias gelatinosas que aglomeram as partículas sólidas
encontradas na água, como, por exemplo, a argila.

■ Floculação: ocorre em tanques de concreto, logo após a coagulação. Com a água em


movimento, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.

■ Decantação: nesta etapa, que é posterior à coagulação e à floculação, por ação da gravidade,
os flocos com as impurezas e partículas ficam depositados no fundo de outros tanques,
separando-se da água.

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■ Filtração: etapa em que a água passa por filtros formados por carvão ativado, areia e pedras
de diversos tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro. O
carvão ativado possui uma grande capacidade de adsorver substâncias, promovendo a
clarificação, desodorização e purificação da água. Muitos filtros domésticos utilizam carvão
ativado.

■ Pós-alcalinização: Em seguida, é feita a correção final do pH da água, para evitar a corrosão


ou incrustação das tubulações.

■ Desinfecção: aplicação de compostos de cloro ou ozônio na água para eliminar micro-


organismos causadores de doenças. A ação oxidante desses compostos promove reações
químicas que eliminam os micro-organismos.

■ Fluoretação: adição de compostos de flúor na água, cuja finalidade é prevenir a formação de


cárie dentária em crianças.

■ Correção de pH: esse procedimento serve para corrigir o pH da água e preservar a rede de
encanamentos de distribuição.

8. Considerações Finais das Aulas

UUUUUFA!!

Chegamos ao fim da nossa primeira aula. Essa foi a primeira de muitas do nosso curso e
espero, de coração, que você tenha ficado animado para encarar esse desafio.

Sua caminhada rumo à sua aprovação não será fácil, mas tenha certeza que estarei lado
a lado com você até a vitória!

Não hesite em entrar em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas ou, se sentir à vontade,
pelas redes sociais. Suas dúvidas são muito importantes. Também se sinta livre para falar sobre
o que você gostou desse curso e o que você não gostou, pois nós buscaremos melhorar.

Bons estudos para você e até a nossa próxima aula.

Sugestão: daqui 1 mês, coloque em seu calendário para refazer de 5 a 10 questões


aleatórias deste material. Após terminar a resolução, confira o Gabarito e compare com a sua
primeira resolução. Observe evoluções e reforce apontamentos nessa comparação. Esse passo
é muito importante para o seu aprendizado. Aprender é um processo contínuo e gradual.

@prof.guialves

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 98


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9. Versões da Aula

04/01/2021 Versão 1 Aula original


20/11/2021 Versão 2 Mudanças de figuras e acréscimo
de novos conteúdos

AULA 00 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 99

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