Também conhecido como alfabeto digital ou datilológico ou dactilológico,
o alfabeto manual é um sistema de representação simbólica e icônica das letras dos alfabetos das línguas orais representado por meio das mãos. Cada letra é representada por configurações de mãos específicas, assim como os numerais.
O alfabeto manual surgiu da necessidade das letras serem representadas de
forma visual pelas línguas de sinais. Foi inserido nessas línguas por educadores, tanto ouvintes como surdos, e serve de ponte entre a língua de sinais e a língua oral que a rodeia.
No sistema linguístico da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ele é
caracterizado como empréstimo linguístico da Língua Portuguesa utilizado na representação de palavras para as quais ainda não foi atribuído um sinal; quando queremos expressar nomes próprios de pessoas ou lugares, siglas e sinais de pontuação; para solicitar o sinal de uma palavra. Por exemplo: se alguém não conhece o sinal de Alemanha, pode perguntar soletrando A-L- E-M-A-N-H-A; para explicar ao surdo a forma escrita de uma palavra em Língua Portuguesa; para sinalizar uma palavra da Língua Portuguesa que por empréstimo passou a pertencer à Libras. Exemplo: CPU, USB.
A comunicação em línguas de sinais ocorre por meio de sinais e não apenas
por meio do alfabeto manual. Para a maioria das palavras existe um sinal específico em Libras. Isso significa que não é necessário utilizar o alfabeto manual para soletrar todas as palavras. Utilizar apenas o alfabeto manual em uma conversação seria além de cansativo, extremamente demorado e difícil para compreender. A soletração rítmica, datilologia, digitação ou digitalização é uma “atividade intensamente utilizada nas primeiras aulas de Libras e durante contatos esporádicos dos ouvintes com surdos” (GESSER, 2012, p. 146).
Por ser uma convenção, o alfabeto manual é configurado de forma
específica nas línguas de cada país. Ou seja, cada país tem seu alfabeto manual como também sua língua de sinais.
Referência
GESSER, Audrei. O ouvinte e a surdez: sobre ensinar e aprender Libras.
São Paulo: Parábola Editorial, 2012 Alfabeto e os numerais da Libras