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Segurança
segurança contra incêndio (reacção ao fogo dos materiais);
resistência a acções inerentes ao uso normal;
segurança contra as intrusões;
Habitabilidade
estanqueidade à água;
estanqueidade às poeiras / permeabilidade ao ar;
conforto higrotérmico;
conforto acústico;
conforto visual;
aspecto;
Durabilidade
conservação das características dos materiais;
limpeza, manutenção e reparação;
TELHA CERÂMICA
A telha cerâmica tem uma predominância muito significativa no revestimento de coberturas inclinadas, as
quais, por sua vez, são bastante mais frequentes que as coberturas em terraço. A utilização menos
frequente destas últimas deve-se sobretudo à falta de tradição no país desta solução e ainda a uma
reputação menos boa adquirida por esta solução construtiva, reputação essa imerecida uma vez que as
experiências negativas se deveram quase exclusivamente a situações de má concepção / construção.
A cobertura inclinada e, mais particularmente, o “telhado” faz parte do imaginário das pessoas tendo vindo
a ser utilizado com bons resultados desde há bastantes séculos. Tal deveu-se sobretudo ao relativamente
baixo nível tecnológico associado ao fabrico das telhas, mas também ao baixo custo das matérias primas.
Hoje em dia, as telhas de cimento a imitar a cor típica da argila cozida tendem a substituir parcialmente as
telhas cerâmica. No entanto, pode ainda afirmar-se que o campo de aplicação da solução objecto desde
documento engloba:
a esmagadora maioria dos edifícios tradicionais existentes (na vertente da reabilitação);
os edifícios correntes para habitação, comércio, escritórios, ensino e outros serviços;
os edifícios industriais mais antigos e alguns dos actuais com maiores preocupações
estéticas;
determinadas estruturas especiais (igrejas, pavilhões, etc.).
As principais vantagens deste tipo de revestimento de coberturas inclinadas relativamente aos alternativos
(telhas de cimento, chapas onduladas ou com outras formas em aço galvanizado, alumínio, cobre, zinco,
fibrocimento, plástico e outros materiais e soluções não tradicionais) são:
a manutenção da tradição arquitectónica;
a qualidade estética;
variedade de formas e estilos arquitectónicos;
bom desempenho mesmo perante condições atmosféricas rigorosas (chuva, radiação solar,
neve, granizo, geada, gelo-degelo, vento, variações de temperatura);
elevado rigor dimensional (em fábricas modernas);
baixo custo da matéria-prima;
elevada durabilidade;
produto ecológico, não tóxico, renovável e biodegradável.
TELHA DE CIMENTO
5.2.1. Campo de aplicação
As vulgarmente designadas telhas de cimento (efectivamente são de argamassa de cimento e areia,
eventualmente com pigmentos e granulado) são hoje em dia uma alternativa às telhas cerâmicas em
praticamente todo o campo de aplicação destas, referida acima. De facto, dadoter sido possível dar uma
tonalidade às telhas de cimente praticamente idêntica à das telhas cerâmicas, o efeito estético destas é
assim imitado. Para um observador mais atento, a diferença nota-se na geometria das telhas (Fig. 40, à
esquerda). Daí que se considere que a reabilitação de edifícios tradicionais e dos edifícios industriais mais
antigas não deve integrar o campo de aplicação desta solução de revestimento (ainda que existam
excepções - Fig. 30, à direita), que passa a integrar:
os edifícios correntes para habitação, comércio, escritórios, ensino e outros serviços;
os edifícios industriais modernos com algumas preocupações estéticas;
determinadas estruturas especiais (complexos desportivos, centros comerciais, etc.).
Deve ser referido que, com o aumento do rigor tecnológico no fabrico e com a optimização das
características do material, conseguidos tanto para as telhas cerâmicas como para as de cimento, as
diferenças entre estas duas soluções tendem a esbater-se, o mesmo acontecendo às vantagens e
desvantagens relativas acima listadas.
FIBROCIMENTO
5.3.1. Características gerais
O fibrocimento é um dos mais antigos materiais compósitos utilizados na construção. A realização prática
foi conseguida pelo engenheiro austríaco Ludwig Hatsheck que, em 1901, patenteou a primeira máquina de
chapas. Desde então, a indústria foi progredindo, iniciando- se o fabrico em Portugal no ano de 1933.
O fibrocimento é constituído por uma pasta de cimento endurecida (matriz) e fibras de amianto. A
utilização da micro-armadura (fibras de amianto) deve-se ao facto de a pasta de cimento apresentar uma
resistência à tracção baixa, apesar de resistir a esforços de compressão elevados. Para tal, é fundamental
que as fibras possuam um coeficiente de elasticidade e uma deformação no ponto de rotura superior à da
pasta de cimento.
Vantagens e desvantagens
Como qualquer outro material, as chapas plásticas apresentam vantagens e desvantagens que se apresentam
de seguida.
BETUMINOSOS
6.1. CHAPAS BETUMINOSAS COM FIBRAS CELULÓSICAS [5]
6.1.1. Campo de aplicação
Esta solução, sempre com a função de subtelha, é frequentemente utilizada na reabilitação de edifícios
antigos com revestimento em telha cerâmica tipo canudo. É bastante menos frequente em edifícios
construídos de raiz.
A sua base de suporte pode ser: superfícies contínuas de betão ou madeira, superfícies descontínuas de
betão pré-fabricado, perfis metálicos ou ripado de madeira e sistemas de isolamento térmica.
METÁLICOS
7.1. CAMPO DE APLICAÇÃO
Por razões relacionadas fundamentalmente com a tradição (que praticamente impõe a telha, cerâmica ou
não, nas coberturas inclinadas), mas também com algumas das desvantagens do revestimento em chapa
metálica referidas a seguir, a aplicação em deste tipo de solução em edifícios de habitação, comércio,
escritórios e ensino tenha sido até aqui bastante reduzida e se tenha limitado fundamentalmente a edifícios
acessórios, anexos e instalações de carácter provisório.
Já no âmbito das estruturas industriais, esta solução é muito frequente por permitir coberturas leves,
baratas e rápidas de executar, tendo como principais concorrentes os revestimentos em fibrocimento ou
plástico. Daí que seja uma solução aplicada já há várias décadas e que tem conhecido um incremento de
aplicação significativo pela introdução de novos materiais e sistemas, que permitem coberturas com uma
melhor estética, um melhor isolamento térmico e acústico e uma grande durabilidade. Daí que a sua
utilização tenha também sido estendida a pavilhões gimno-desportivos, aeroportos, centros comerciais,
edifícios agrícolas e de agro- pecuária e outras estruturas de grande vão, para além de habitações, edifícios
administrativos e escolares.
As coberturas de grande vão são também um dos campos em que o revestimento em chapa metálica é mais
utilizado, se bem que neste curso as soluções indiferenciadas de coberturas (em que o mesmo elemento
tem uma função de suporte e de vencer o vão e simultaneamente de revestimento) não sejam tratadas.
Os revestimentos metálicos são ainda bastante do agrado de um número significativo de arquitectos, que os
utilizam em estruturas especiais, nalguns casos com grande qualidade estética.
Resta acrescentar que a procura de leveza das peças determina uma escassa espessura de chapa, o que
exige que se considere este revestimento como uma “pele” que necessita de elementos associados para
correcções de desempenho.
PLÁSTICOS
8.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os plásticos apresentam uma grande vantagem, na aplicação em coberturas, que é o seu baixo peso
específico. No entanto, apresentam também um grande inconveniente, que é a sua variabilidade / incerteza
em relação à resistência ao envelhecimento perante a luz solar e aos agentes atmosféricos.
Os materiais plásticos aplicados em coberturas são:
chapas opacas de policloreto de vinilo planas ou onduladas ou ainda com formas a imitar telhas ou as
placas de lousa; o policloreto de vinilo, vulgo PVC, apresenta uma estrutura molecular resistente ao ataque
da maioria dos produtos químicos; amolece no intervalo compreendido em 80oC e 140oC, perdendo a esta
temperatura toda a resistência mecânica; envelhece sujeito à acção prolongada dos raios ultravioletas [6]; o
processo de fabrico vulgar é feito através de uma extrudora que aquece o PVC, mistura e comprime,
produzindo, através de uma fileira, chapa lisa ou corrugada que depois é arrefecida;
chapas translúcidas, planas ou onduladas, de poliester reforçado com fibras de vidro; as fibras de vidro
conferem ao poliester uma maior resistência, sendo adicionadas antes do seu endurecimento; as suas
propriedades dependem do seu grau de reticulação; os materiais assim reforçados possuem uma maior
resistência por unidade de massa que os metais, boas propriedades eléctricas, resistência à corrosão e
reduzida combustibilidade; as características da resina poliester utilizada no fabrico das chapas, em
particular a resistência à radiação ultravioleta, resistência ao fogo e propriedades mecânicas, são critérios a
utilizar na selecção e controlo das chapas; para maior resistência das chapas aos elementos climáticos,
devem-se escolher resinas com resistência à hidrólise e não devem ser utilizadas fibras com ligantes ou
tratamentos superficiais de emulsão; o fabrico das chapas planas de poliester reforçado com fibras de vidro
é efectuado numa máquina com as seguintes operações em cadeia: espalhamento, desenrolamento do
material, impregnação, remoção de bolhas, aquecimento, “pós-cura”, separação do filme, corte e remoção.
cúpulas, clarabóias e outros elementos de pequena superfície, de transparência semelhante à do vidro,
constituídos por polimetacrilato de metilo (vulgo acrílico); os plásticos acrílicos são mais transparentes que
o vidro comum; são relativamente resistentes ao envelhecimento perante as condições climatéricas, as
atmosferas corrosivas e ambientes salinos; os plásticos acrílicos podem funcionar continuamente a
temperaturas até 70oC - 75oC; amolecem a partir de 100oC; são combustíveis, ardendo lentamente;
apresentam uma baixa resistência ao choque;
chapas alveolares translúcidas de policarbonato; os policarbonatos constituem um grupo especial de
poliesters; possuem elevada transparência, boa ductilidade, boa resistência ao choque, amolecem no
intervalo compreendido por 130oC e 170oC e possuem boas propriedades eléctricas e grande resistência
química; apresentam igual ou melhor transparência do que os plásticos acrílicos e elevada durabilidade às
acções prolongadas dos raios ultravioletas; estas chapas são moldadas por extrusão; o material amolecido
por aquecimento é deslocado por um parafuso sem fim, para uma abertura que apresenta várias peças que
definem o negativo da secção transversal da peça a obter, sendo arrefecido em seguida; de uma forma
geral, as chapas de policarbonato, apresentam as seguintes características:
Peso Específico:
Transmissão luminosa:
Classificação ao fogo:
Resistência à tracção:
Alongamento à rotura:
Coeficiente de dilatação térmica linear:
As desvantagens são:
quando comparadas com outros revestimentos de coberturas inclinadas, apresentam uma menor
durabilidade a agentes atmosféricos;
quando comparadas com outros revestimentos de coberturas inclinadas, apresentam uma menor
durabilidade face à acção prolongada da radiação dos raios ultravioletas; a energia destes é suficiente para
iniciar muitas das reacções químicas que os oxidam e degradam ou torna-os quebradiços;
apresentam, também, fraca resistência mecânica;
apresentam maior limitação no comprimento do vão a vencer;
a variação térmica a que são muito sujeitas, aliada a uma execução menos cuidada,
origina inevitavelmente perda de vida útil expectável; caso as chapas não tenham folga suficiente, nos
pontos de apoio, para não originar tensões internas, pode dar- se a sua fissuração;
dificuldade ou impossibilidade de se caminhar sobre as chapas;
em contacto com a água (sobretudo as chapas de resina de poliester armadas com
fibras de vidro), as chapas deterioram-se mais rapidamente do que quando secas;
impossibilidade de colocar isolante térmico;
são combustíveis;
possibilidade de desenvolvimento de colónias de fungos nos alvéolos e nas juntas,
colocando em causa a transparência e qualidade estética do revestimento.
Referência bibliografia
Coberturas de Edifícios”, Seminário de Especialização e Aperfeiçoamento, CPP 516, Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, Lisboa, 1988.
[2] “Manual de Aplicação de Telhas Cerâmicas”, Instituto da Construção / Centro Tecnológico da
Cerâmica e do Vidro, APICC, Coimbra, 1998.
[3] “Materiais Compósitos”, Folhas da disciplina de Materiais de Construção II, IST, Lisboa, 1998.
[4] Macedo, R. - Higiene Industrial - Relatório da actividade relativa ao ano de 1995. Publicação interna da
AIPA
[5] Venâncio, Catarina M. P.; Bordado, João C. M. - Utilização de Materiais Poliméricos Em Engenharia
Civil.
[6] Rocha, Adélia; Materiais Plásticos para a Construção Civil; 1990 LNEC.
[7] Avis technique 5/85 - 537
[8] Agrément Certificat n.o 86 / 1641 / C, BBA
[9] Brito, Jorge de, “Coberturas em Telha Cerâmica”, IST, Lisboa, 2001.
[10] Brito, Jorge de, “Coberturas em Telha Não Cerâmica”, IST, Lisboa, 2001.
[11] Brito, Jorge de; Paulo, Pedro, “Coberturas com Revestimento Metálico”, IST, Lisboa,
2001.
[12] Paulo, Pedro; Brito, Jorge de, “Coberturas em Fibrocimento e Plástico”, IST, Lisboa,
2003.
[13] Rato, Vasco; Brito, Jorge de, “Exigências Funcionais das Coberturas Inclinadas”, IST,
Lisboa, em elaboração.
[14] Rato, Vasco; Brito, Jorge de, “Isolamento Térmico de Coberturas em Edifícios
Correntes”, IST, Lisboa, 2003.
[15] Brito, Jorge de, “Drenagem e Impermeabilização de Coberturas Inclinadas”, IST,
Lisboa, em elaboração.
[16] Paulo, Pedro; Correia, João, “Coberturas de Grande Vão”, IST, Lisboa, em elaboração.
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