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Tema II.

Cofragem e falsas obras


2.1. Introdução
A cofragem desempenha um papel importante na construção de estruturas de betão. Com efeito ela ajuda a dar
forma e a suportar as mais diversas peças de betão desde a fase de betonagem até ao ponto de endurecimento
e ganho da resistência necessária. Em princípio, é possível conseguir qualquer forma em estruturas de betão
dadas as suas características moldáveis. Todavia, é preciso frisar que as formas mais complexas conseguem-se,
geralmente, a custos mais elevados. As cofragens devem obedecer a algumas características, designadamente:
 Ser resistentes o suficiente para suportar as pressões ou o peso do betão e das sobrecargas impostas
 Ser suficientemente rígidas a fim de manter a forma sem sofrer deformações assinaláveis
 Ser económicas em termos de do custo total da cofragem e dos betões.

O projecto de cofragens requer um conjunto de conhecimentos e experiência para evitar desastres resultantes
do seu mau dimensionamento. A falta deste conhecimento pode dar origem a um sub-dimensionamento ou
sobre-dimensionamento. As consequências de um sub-dimensionamento tendem a ser catastróficas em termos
de custo, acidentes e progresso da obra. Ademais, corrigir as falhas derivadas de um mau dimensionamento da
cofragem são sempre mais onerosas. Por outro lado, é muito importante, tal como nas estruturas, que se
limitem as deformações por poderem levar a defeitos de forma indesejáveis. Isto é conseguido garantindo uma
adequada rigidez da cofragem.

Quanto ao modo de fornecimento as cofragens podem ser pré-fabricadas ou comerciais e fabricadas no local da
obra para efeitos de uso específico. As cofragens comerciais são geralmente modulares e em dimensões
standard permitindo flexibilidade na utilização.

2.2. Tipos de cofragem, características.


2.2.1. Materiais dos elementos de cofragem
A selecção dos materiais para a fabricação dos elementos de cofragem é normalmente uma função de
economia, necessidade, disponibilidade ou uma combinação de alguns destes factores. Os materiais mais
comuns são a madeira, o aço e o alumínio, isoladamente ou em combinação. Quando a intenção é utilizar
poucas vezes determinados elementos de cofragem, a madeira é o material ideal. Se, no entanto se pretende
elementos com chance de elevada utilização como painéis de parede, chapas para lajes, chapas para pilares,
então o aço e o alumínio são a alternativa mais económica. Por vezes, a natureza das estruturas requer
cofragens de um tipo de material. Tal é o caso de colunas, paredes circulares de depósitos de água, túneis entre
outros, onde o aço é o material mais indicado.
A. Cofragens de madeira
A madeira é ainda o material mais utilizado nas cofragens tradicionais pelas seguintes razões:
 É abundante na natureza estando desde logo praticamente apta a ser utilizada;
 É um material com resistência significativa e leve, o que facilita o seu transporte movimentção na obra;
 É fácil de cortar e ligar;
 Permite a obtenção de boas superficies de acabamento;
 É relativamente barato, o memo tendo em conta a mão-de-obra subsequente;
 É possível de ser transformado industrialmente em outros materiais para cofragens (aglomerados de
madeira e contraplacado maritimo);
 Garante um bom isolamento térmico ao betão fresco.
 Permitem o ajuste a qualquer forma geométrica;
 Sua condutibilidade térmica baixa minimiza as retracções devidas as variações de temperatura;
 A madeira permite a liberdade da parte do ar contido no betão, devido à sua porosidade;
Apesar dos pontos a favor, o pequeno número de reutilizações (entre dez a quinze) e a forte incidência da mão-
de-obra tem feito com que a madeira perca terreno em relação a outros materais, especialmente ao nível dos
elementos de suporte dos painéis de cofragem.
Pela sua fácil utilização e relativo baixo custo, o prumo tubular metálico é ja muitas vezes conjugado com as
cofragens tradicionais.
As Tabelas Técnicas de Engenharia Civil (secção dos materiais de construção) fornecem informação detalhada
sobre as peças de madeira de interesse para os sistemas de cofragens. É possível encontrar dados das secções
comerciais correntes, bem como as designações adoptadas. O solo de cofragem, por exemplo é uma peça com
secção de 2,5 cm por 12 a 20 cm; a viga tem secção de 5 a 12 cm por 10 a 22 cm.
B. Cofragens de contraplacado
De entre as várias características das cofragens de contraplacado podem-se destacar:
 São cerca de três vezes mais caras que as cofragens de madeira;
 Permitem um maior número de aplicações (aproximadamente 50 vezes);
 Material mais leve e desformável. É necessaria a colocação de elementos adicionais que confiram rigidez;
 Permitem utilizar peças de maiores dimensões que conduzem a uma menor qualidade de mão-de-obra;
 Obtêm-se superfícies betonadas com grande qualidade estética. Podem ser utilizadas para betão à vista.
C. Cofragens de Metal
Permite um maior número de utilizações, mas são menos adaptáveis do que as cofragens de madeira. Todavia,
alguns processos engenhosos permitem a adaptação, com uma aproximação de alguns centimetros, de
cofragens metalicas para pilares e pavimentos nervuras. Utiliza-se, sobretudo a chapa de aço quinado ou
reforçado com perfis, mas de há alguns anos para cá se procura desenvolver o emprego de cofragens em liga de
aluminio moldado, o que é interessante por causa da sua leveza. Tal como nas cofragens de madeira, devem
utilizar-se óleos descofrantes.
De entre as várias caracteristicas das cofragens metálicas podem-se destacar
 Grandes dimensões que conduzem a pouca quantidade de mão-de-obra;
 Permitem um grande número de reutilizações;
 Muito duráveis quando bem utilizadas;
 Permitem a obtenção de superficies muito regulares;
 Possuem alta condutibilidade térmica que dificulta as betonagens a temperaturas baixas;
 Possuem um preço elevado, cerca de sete vezes mais caras que as cofragens de madeira.
D. Outras combineis de materiais
a. Cofragem de chapa de aluminio
Pouco indicadas uma vez que o aluminio reage com o cimento Portland e cofragem tende a ficar colada
à peça betonada.
b. Cofragem mista de madeira e aço
Apresenta todas as vantagens das cofragens de madeira conjuntamente com as facilidades de
montagem e desmontagem oferecidas pelos elementos metálicos.
c. Cofragem de telas metálicas
Em geral, são utilizadas para a cofragem de elementos verticais e horizontais nas zonas de ligação com a
superfície da nova betonagem. Obtém-se uma superfície rugosa que confere melhor aderência entre
duas partes da peça. Outras soluções existem em alternativa, como o uso de resinas epoxy.
d. Cofragem de betão
Podem ser constituidas por manilhas de betão ou blocos que ficam perdidos após a betonagem.
Indicadas para utilização em zonas que impossibilitam a recuperação da cofragem.
e. Cofragem flexível (pneumática)
São constituidas por uma tela de borracha insuflável que é esvaziada no momento da descofragem.
Bastante utilizadas no pré fabricação de tubagem de secção celular. Permitem de 100 a 200 utilizaçõs e
a utilização do próprio terreno como cofragem exterior.

2.2.2. Classificação das cofragens


As cofragens podem ser classificadas sob diversos pontos de vista como em função dos materiais, possibilidade
de reutilização, fins a que se destinam, entre outros. A classificação aqui apresentada tem a ver com o grau de
reutilização e é adoptada a proposta feita por (Lança, 2008). Segundo este autor as cofragens podem ser
classificadas como recuperáveis e não recuperáveis ou perdidas. As recuperáveis, por sua vez, agrupam-se em
especiais, racionalizadas, tradicionais melhoradas e tradicionais. As perdidas desdobram-se em estruturais e não
estruturais.
1. Cofragens recuperáveis
As cofragens recuperáveis são as mais difundidas, provavelmente devido ao facto de permitirem melhor
rentabilização do investimento feito na sua aquisição ou fabrico. Estas englobam as tradicionais (em
madeira), as tradicionais melhoradas (através da introdução da normalização e de novos materiais), as
racionalizadas (ou modulares) e as especiais (mais indicadas para estruturas especiais).

2. Cofragens tradicionais
As cofragens tradicionais prestam-se à execução de praticamente todo o elemento de betão armado,
designadamente lajes, vigas, pilares, escadas, muros e paredes, sapatas, entre outros.

3. Cofragens tradicionais melhoradas


As cofragens semi-racionalizadas ou tradicionais melhoradas foram introduzidas com o intuíto de modificar o
processo de cofragem e descofragem no sentido de o tornar mais fácil e rápido de executar. A investigação e
desenvolvimento na área e a crescente exigência de flexibilidade e economia conduziram à adopção da
modulação dos componentes das cofragens tendo em vista melhorar a produtividade. A modulação levou,
por seu turno, à introdução de alguns elementos de natureza diferente dos que são utilizados nos sistemas
tradicionais, como por exemplo:
 Prumos metálicos ajustáveis em altura e vigas metálicas extensiveis em substituir de prumos e de vigas
de madeira, respectivamente;
 Painéis de cofragem – racionalização;
 Painéis reforçados e/ou de outros materiais, tais como contraplacado plastificado e solho tosco
revestido com fibra de madeira;
 Melhoria dos sistemas de fixação/contra vento

4. Cofragens racionalizadas
As cofragens racionalizadas ou modulares são constituídas por elementos normalizados, fabricados com
materiais que admitem um elevado número de reutilizações. Os componentes aparecem normalmente
interligados a fim de permitirem uma fácil montagem e desmontagem. Distinguem-se das anteriores na
medida em que foram concebidas deliberadamente por forma a aumentar a sua rentabilidade, sobretudo
com base numa normalização de dimensões e processos de montagem e desmontagem.
Assim, de acordo com o peso crescente das unidades elementares que constituem os sistemas, ter-se-á as
cofragens ligeiras ou desmembráveis, as semi-desmembráveis e as pesadas ou monoliticas.

5. Cofragens ligeiras ou desmembráveis


Estes sistemas são os que contemplam uma separação entre os elementos de suporte e os de cofragem,
sendo que estes últimos são desmembrados em módulos.
Apresentam-se, dentro dos três sistemas racionalizados, como os mais versátis e flexiveis adaptando-se
facilmente a várias formas geométricas.

6. Cofragens perdidas
As cofragens perdidas são aquelas que após a betonagem dos elementos ficam solidárias com os mesmos,
não sendo, por conseguinte reutilizadas. Estas podem ser classificadas em estruturais ou colaborantes e em
não estruturais ou não colaborantes.
As cofragens estruturais para além de moldarem o elemento enquanto o betão está fresco, têm uma
contribuição activa para a resistência da peça após o endurecimento do betão (tida em conta no calculo).
As cofragens não estruturais têm geralmente a função de limitar o acesso do betão fresco a determinadas
zonas, garantindo assim o aligeiramento das peças.
Cofragens perdidas estruturais ou colaborantes
As cofragens estruturais comerciais estão circunscritas às lajes, podendo ser em betão armado ou metálicas;
podem ser Pré – lajes e Chapas de aço galvanizado
As pré-lajes desempenham uma função tripla:
1. Servem de cofragem à camada de betão complementar;
2. Têm função estrutural;
3. Servem de tecto acabado
As chapas de aço galvanizado têm funções semelhantes às pré-lajes: cofragem, armadura e acabamento. As
suas nervuras permitem aumentar a área de armadura e aumentar a superfície de aderência.

Exemplo de cofragem colaborante


7. Cofragens especiais

a. Cofragens deslizantes
As cofragens deslizantes constituem uma forma especial de cofragens cuja utilização é para estruturas de
altura assinalável e com secção contínua ou variável. Empregam-s em estruturas que não podem ser
executadas de uma só vez. À medida que o processo de construção for avançando a cofragem vai subindo
gradualmente. É um tipo de cofragem com alguma complexidade e custos elevados mas constitui uma
solução vantajosa para casos de edifícios de grande altura, torres, pilares, chaminés, silos entre outros,
onde há uma enorme dose de repetitividade.
Figura. Esquemas de cofragem auto-trepante numa parede e pilar

O grau de reutilização deste tipo de cofragens é um dos motivos pelo qual foram concebidos. As cofragens
deslizantes permitem a betonagem de grandes estruturas de betão muitas vezes de uma só vez, processo
que pode levar dias à medida que a cofragem vai subindo, reduzindo substanciamente o tempo de
execução e os custos dos materiais. O sistema deslizante consiste não na cofragem em si como também em
espaço acessório para a movimentação do pessoal, assentamento de andaimes e equipamento diverso. A
cofragem deslizante propicia uma betonagem contínua, podendo se atingir ritmos de elevação de
aproximadamente 20 cm/hora, tendo em conta que o betão colocado em obra necessita de alcançar
alguma consistência antes que se prossiga com as operações.

Figura. Cofragens deslizantes na construção em altura de estruturas

As cofragens deslizantes podem ser de diversas subcategorias, sendo as mais difundidas as movidas por
gruas e auto-movimentadas. As movidas por gruas, como o nome indica, são movimentadas em torno da
estrutura a betonar por meio de gruas logo que o processo de presa e endurecimento tiver ocorrido. O
auto movimentado possui equipamento mecânico (normalmente hidráulico) o qual promove a subida do
sistema por via de ferrocarris fixados na estrutura. Quando o avanço da cofragem é realizado com o auxílio
de gatos hidráulicos estes são normalmente assentes numa plataforma ou base, sendo fundamental que a
operação dos gatos seja feita em simultâneo a fim de evitar desequilíbrios e consequentes empenos nas
peças. O apoio do sistema na estrutura é geralmente garantido por via de cones de ancoragem.

b. Cofragem semi-deslizante
A cofragem semi-deslizante, contrariamente à deslizante, não tem movimento contínuo, sendo
sucessivamente deslocada para novas posições quando se conclui a betonagem de uma secção. A cofragem
semi-deslizante é apropriada para peças como caixas de elevador, caixas de escada, paredes inclinadas bem
como muros de suporte.
Avanços sucessivos
A cofragem em forma de avanços sucessivos é normalmente utilizada na execução de obras de grande
engenharia usualmente pontes de grande altura, pilares de grandes dimensões múltiplos vãos. Para pontes
com diferentes características destas é racional utilizar métodos clássicos de cofragem. Uma das razões
desta solução é a dificuldade de colocar cimbres sobre o solo e os cursos de água para suportar as
cofragens.
Os cimbres são deste modo suportados pelos trechos de pilares e tabuleiros já executados. De um modo
geral, a parte de um sistema de cofragem deste tipo consta de:
(1) Cofragem propriamente ditas;
(2) Estrutura de suporte da cofragem (cimbre);
(3) Apoios sobre os pilares e tabuleiros e
(4) Mecanismos de movimentação do cimbre e da cofragem.
Justificam-se, economicamente, para pontes com um número de vãos superior a três. É possível distinguir
três tipos principais de sistemas de cofragem desta família, designadamente:
c. Sistemas MSS
Estes sistemas (também conhecidos por vigas de lançamento) são apropriados para aduelas betonadas in-
situ. As vigas de lançamento comumente usadas na construção de pontes (Movable Scaffolding System)
foram desenvolvidas por volta de 1973 pela empresa Strukturas e têm duas versões, designadamente a viga
superior que funciona sobre o tabuleiro e suportando as cofragens em suspensão; a inferior funcionando
sob o tabuleiro e recebendo as cofragens. Em qualquer dos dois tipos de vigas a cofragem a usar pode ser a
mesma. A movimentação dos MSS faz-se com apoio de roletas/rodízios dispostos na parte inferior da
estrutura. Os elementos da cofragem são transportados de um vão para o outro através de vagões
(carrinhos) internos.

Figura. Construção de pontes por avanços sucessivos (suspensa – Carros de Avanço e apoiada - MSS)

Os sistemas MSS permitem construir pontes com vãos livres até cerca de 70 metros e raios de curvatura de
tabuleiros até 250 metros. Uma grande parte das pontes de grandes vãos como a do rio Zambeze foi feita
com recurso a estes métodos. Normalmente, os comprimentos máximos das aduelas (segmentos) são de 5,0
metros. Os painéis de cofragem com comprimentos até 5 metros são transportados com recurso ao cimbre
móvel de uma secção para a outra. Estes comprimentos estão associados a uma capacidade do equipamento
dentre 100 a 450 toneladas (peso do cofragem e betão).

Figura. Cofragem e betonagem de aduela num sistema MSS

As principais vantagens destes sistemas incluem o baixo peso, soluções fáceis de montagem e transporte,
adaptabilidade a diferentes secções de pontes (secções em T, células simples e duplas, entre outras),
reduzida necessidade de mão-de-obra e elevada eficiência (pode-se executar um vão por semana). Quando
as condições técnicas e naturais o permitirem é possível dispor de apoios provisórios intermédios.
d. Carros de avanço
Os carros de avanço foram concebidos para funcionamento em consola livre na construção de pontes in-situ
normais de caixões e suspensas. Consistem em duas partes designadamente a estrutura de suporte e a
cofragem propriamente dita. Tal como no caso de MSS estes sistemas podem operar na parte superior ou
inferior da estrutura da ponte. No caso de avanço em consolas é possível obter aduelas até 5 metros, o que
normalmente requer uma estrutura de peso entre 25 a 70 toneladas, em função da superstrutura da ponte a
qual pode pesar entre 75 a 300 toneladas, por sua vez. Todavia, é possível conceber sistemas para aduelas
abaixo e ou além dos 5 metros, conforme os requisitos do projecto.
Na situação de betonagem in-situ a construção dos segmentos é feita com recurso ao deslocamento dos
cimbres em balanço suportados pelas partes já concluídas da estrutura em construção. É comum a
construção decorrer de ambos os lados do pilar de modo a criar equilíbrio. Quando as consolas são desiguais
ou se se pretende partir de um apoio para os seguintes continuamente procede-se à instalação de apoios
provisórios intermédios ou cabos de equilíbrio ancorados em apoios provisórios e nos permanentes. As
aduelas podem ser betonadas in-situ ou pré-fabricadas. No primeiro caso, os carros em balanço com as
cofragens são apoiados nos trechos já concluídos. No segundo caso as aduelas são fabricadas junto à face da
aduela anterior para garantir um bom ajustamento. A ligação das aduelas é feita com recurso aos cabos de
pré-esforço provisórios e permamentes e com cola polimerizável à base de resina aplicada na superfície de
ligação. Os carros de avanço e as cofragens podem ser ajustados em função dos comprimentos das aduelas e
das dimensões, pesos e formas de secção. A cofragem a empregar pode ser de madeira, metal ou plástico.
As principais vantagens destes sistemas incluem o baixo peso, soluções fáceis de montagem e transporte,
adaptabilidade a diferentes secções de pontes elevada eficiência.
Figura. Construção de ponte em avanços sucessivos simétricos a partir de cada pilar

Figura. Esquemas de montagem das estruturas de lançamento (Carro de Avanco)

As vigas são c3oncebidas para ter uma grande rigidez a fim de evitar possíveis deflexões da estrutura. Este
sistema pode ser utilizado tanto para a construção pré-fabricada como para a betonagem in-situ. Os cimbres
podem ter peso acima das 100 toneladas e cada aduela centenas de toneladas.

Figura. Esquema de uma grua de lancamento


e. Semi-desmembráveis
As cofragens semi -desmembráveis são sistemas em que os seus elementos de suporte e os painéis de
cofragem se confundem, ou seja, os próprios painéis de cofragem são elementos de suporte, necessitando
apenas de algumas escoras em função da altura do elemento a betonar. Incluem o sistema mesa, a cofragem
trepante e a auto-trepante (também designada correntemente por semi-deslizante).

2.2.3. Andaimes e Cimbres


Definição: Armaduras que são elaboradas, juntem-se e coloquem-se para facilitar os trabalhos de cofragem,
fundição e terminações de obras.
Figura. Andaimes para reparação de fachadas

Figura. Elementos constituintes de andaimes


Figura. Prumos e cimbres no suporte de cofragens

2.3. Descofragem e reutilização, segurança trabalhista

2.3.1. Cofragens e água do betão


As cofragens susceptíveis de absorver quantidades significativas de água do betão ou de facilitar a evaporação
devem ser adequadamente humedecidas para reduzir a saída de água do betão, a não ser em casos em que esse
propósito é deliberado, como, por exemplo, no caso de cofragens de permeabilidade controlada.
A superfície interior das cofragens deve estar limpa, pode ser útil para a limpeza dos moldes prever uma janela
provisória no fundo dos moldes. Se as cofragens forem utilizadas para produzir superfícies aparentes, o
tratamento das suas superfícies deve ser o adequado à obtenção do acabamento pretendido e devem ser
empregues produtos Descofragem de acordo com o tipo de cofragem e as indicações do fabricante, para evitar a
aderência ao betão.

2.3.2. Descofragem
O tempo necessário para a descofragem depende do ritmo de endurecimento do betão, da temperatura,
humidade e do tipo de peça em consideração. A descofragem deve ser feita de forma a não originar impactos
sobre e estrutura, sobrecarga excessiva ou danos. Os cimbres e as cofragens não devem ser desmontados antes
de o betão ter adquirido a resistência suficiente para:
 Suas superfícies resistirem eventuais danos resultantes da descofragem;
 Suportar as acções impostas ao elemento de betão nesta fase;
 Evitar deformações superiores as toleradas devidas ao comportamento elástico e plástico (fluência)
do betão.
As cargas sobre os cimbres devem ser aliviadas com uma sequência que garanta que outros elementos não
fiquem submetidos a cargas excessivas. A estabilidade dos cimbres e das cofragens deve ser mantida quando se
aliviam as cargas e durante as operações de remoção.
Prazos mínimos para a retirada dos moldes
Nos casos correntes em condições normais de temperatura e humidade (nas regiões frias os prazos são maiores)
e para o betão de cimento portland normal, os prazos mínimos para a retirada dos moldes e dos escoramentos,
contados a partir da data de conclusão da betonagem, são os indicados a seguir:

 Moldes de faces laterais em vigas, pilares e paredes – 2 a 3 dias


 Moldes de faces inferiores em lajes de vão inferior a 6 metros – 7 dias
 Moldes de face inferior em lajes de vão superior a 6 metros – 14 dias
 Moldes de faces inferiores em vigas – 14 dias
 Escoramento em lajes de vão inferior a 6 metros – 21 dias
 Escoramento e cofragem em lajes fungiformes de elevado peso – 28 dias
 Escoramento em vigas – 21 dias

Para as lajes e vigas que na ocasião de descimbramento estejam com solicitações muito próximas da sua
capacidade resistente, recomenda-se que a descofragem se faça aos 28 dias.

Produtos descofrantes ou escofrantes


Os produtos descofrantes devem ser escolhidos e aplicados de forma a não serem prejudiciais ao betão, às
armaduras ou às cofragens e não terem efeitos nocivos no meio ambiente.
Os produtos descofrantes não devem ter efeitos nocivos na qualidade das superfície, na sua cor ou nos
revestimentos subsequentes, a não ser que esse seja o intento.
Os produtos descofrantes devem ser aplicados de acordo com as especificações do produto ou as disposições
válidas no local da construção

2.3.3. Custos da cofragem


Os custos da cofragem assumem capital importância uma vez que influenciam de forma significativa os custos
dos trabalhos de betão. Os custos relativos da cofragem em estruturas de betão armado tendem a variar imenso
em grande medida em função da complexidade das formas desejadas. Em alguns casos os custos da cofragem
podem atingir 50% ou mais dos custos totais das peças estruturais. Há casos em tais custos podem chegar aos
75% do custo total. Os factores determinantes para estes custos são os materiais e a mão-de-obra para a
preparação, colocação e remoção da cofragem. Os materiais e elementos envolvidos podem ser dos mais
variados desde a madeira, metal, os pregos, parafusos, lubrificantes, escoras, entre outros.
Normalmente, o número de vezes em que os elementos de cofragem podem ser utilizados influi sobremaneira
no custo. Se um elemento é utilizado apenas uma vez é evidente que vai ser mais oneroso do que outro
utilizado num grande número de vezes, o qual pode facilmente amortizar o custo da sua fabricação. Cofragens
metálicas tendem a possuir custos iniciais elevadíssimos mas dado o facto de poderem ser reutilizados inúmeras
vezes o seu custo efectivo por uso tende a ser bastante económico. Mesmo em relação a madeira, em muitos
casos. A forma da cofragem é um factor a considerar. Se uma determinada forma permite utilização recorrente
ou em diferentes peças, os custos da mão-de-obra para a fabricação reduzem imenso porque o emprego da
cofragem cinge-se à colocação e remoção.

É certo que em muitas ocasiões os requisitos de arquitectura e estética podem justificar o investimento em
cofragens fora do comum. No entanto, é sempre útil pensar-se na economia do empreendimento na fase da
concepção. De acordo com (Ilinoiu, 2006), dentre os aspectos mais importantes a ter em conta no projecto da
cofragem incluem-se:
(1) Tipo de material a empregar,
(2) Natureza das cargas,
(3) Número de utilizações,
(4) Condições de humidade,
(5) Limitação da deformação.
Alguns aspectos que trazem consequências nos custos da cofragem incluem: formas irregulares, ausência total
da modulação dos elementos de construção, entre outros. Por isso, a concepção deveria ter em conta a
possibilidade de reutilização dos elementos da cofragem nas diversas partes da construção, colocar ênfase na
modulação dos elementos e o envolvimento de construtores para transmitir a sua experiência neste campo.

2.3.4. Acidentes com cofragens


Os acidentes com as cofragens são um fenómeno indesejável dadas as consequências que os mesmos
acarretam. Os acidentes podem provocar atrasos, prejuízos e mesmo perdas de vidas humanas. Um acidente
com a cofragem pode envolver a queda de toda ou parte da cofragem e pode ser causado pela distorção ou
movimento dos elementos da cofragem. A correcta concepção e construção são elementos fundamentais para
evitar os acidentes. As causas mais comuns dos acidentes com as cofragens incluem a remoção adiantada dos
elementos de suporte (prumos), elementos de suporte colocados incorrectamente, rotura das tábuas de
cofragem, rotura dos prumos e sabotagem.

2.4. Cofragens de fundações, paredes, pilarem e vigas


2.4.1 Cofragem para fundações
A cofragem para fundações podem ser realizada das mais diversas formas. Para cada tipo de fundação,
designdamente as sapatas isoladas, as sapatas corridas, as lajes de fundação, (ensoleiramento geral) é possível
encontrarem características próprias. As sapatas isoladas são executadas de uma determinada maneira,
enquanto as sapatas corridas, lajes e vigas de fundação assumem outras especifidades. A cofragem das sapatas
isoladas é similar à cofragem dos pilares e a cofragem de sapatas corridas é feita com uso de painéis laterais
devidamente reforçados e escorrados.

Figura: Cofragem de sapata de fundação


Figura. Cofragem de viga de fundação em ‘’T’’ invertido

2.4.2 Cofragens paredes


A cofragem das paredes de betão envolve uma série de elementos designadamente os painéis propriamente
ditos, os elementos de reforço dos painéis, verticais e horizontais e escoras. O processo de preparação destes
elementos é descrito em seguida.
 Marcação no piso da posição das paredes
 Colocação das armaduras sendo previamente preparados os painéis de armaduras, no estaleiro de
obra;
 Colocação dos painéis de cofragem, com a face em contacto com o betão coberta com produtos
descofrantes, e colocação dos respectivos elementos de suporte;
 Ligação dos painéis entre si e entre painéis das duas faces da parede, utilizando os acessórios
adequados a fim de garantir o equilíbrio das cargas.
 Betonagem das paredes, seguida imediatamente da vibração do betão;
 Descofragem das paredes, após o betão atingir a resistência adequada;
 Limpeza dos painéis de cofragem.

Figura. Painéis de cofragem metálica e de madeira

As escoras colocadas lateralmente ajudam imenso para manter a verticalidade dos painéis e para reduzir o
número de elementos de ligação entre os dois painéis (arame). Adicionalmente, as escoras são importantes
principalmente quando se pretende um acabamento final bem apurado. É sempre preciso encontrar um
equilíbrio entre o uso de muitas escoras e os arames de ligação dos painéis laterais tendo em conta que se
emprega uma quantidade significativa de madeira para as escoras.
2.4.3. Cofragens de pilares
A cofragem de pilares faz-se com recurso à painéis verticais com largura aproximada à do pilar objecto de
construção e espessura de cerca de 2 a 3 cm. Quando se recorre à madeira esta por ser natural em forma de
tábuas ou em contraplacado devidamente preparado para o efeito. Hoje em dia é comum o emprego de painéis
metálicos os quais aparecem em diversas dimensões. A cofragem é feita tendo em conta a forma do pilar, sendo
as formas mais comuns a quadrangular, rectangular, em L, octagonal e circular. De um modo geral o processo de
cofragem dos pilares é o seguinte:
 marcação do posicionamento do pilar no piso;
 colocação das armaduras, sendo sempre recomendável uma prévia preparação destas no estaleiro para
permitir maior rapidez na montagem;
 colocação dos painéis de cofragem do pilar, e ligação entre eles; estes devem ser aprumados nas duas
direcções, o que é feito com auxilio de escoras; antes da colocação dos painéis, é conveniente utilizar
produto descofrante;
 betonagem do pilar e respectiva vibração do betão; a colocação do betão deve ser feita de modo a não
causar segregação do betão;
 descofragem do pilar, após o betão ganhar presa;
 limpeza dos painéis de cofragem.

Figura. Cofragens de pilar circular e rectangular

No caso de reutilização da cofragem para diferentes alturas o reforço da cofragem é normalmente feito na base
tendo em mente o aumento da pressão.

2.4.4. Cofragem de vigas


A cofragem das vigas pode ser, tal como no caso dos pilares, de madeira ou em chapa metálica. O processo de
preparação é como se segue.
 Marcação da cota da base da viga nos pilares e/ou paredes;
 Colocação da cofragem da viga, com o respectivo escoramento; previamente, a cofragem deve ser
preparada com produto descofrante; os painéis devem ser convenientemente aprumados e ajustados
para as respectivas dimensões da viga;
 Montagem das armaduras, sobre o molde de cofragem;
 Betonagem da viga com a devida vibração do betão;
 Após o betão ganhar resistência suficiente, podem se remover os painéis laterais, podendo ficar os
prumos, ainda durante mais alguns dias;
 Limpeza dos painéis de cofragem.

2.4.5. Cofragem de lajes


A cofragem de lajes é em geral mais complexa do que os outros tipos de cofragem na medida em que envolve
mais elementos e a sua montagem requer mais trabalho e cuidados. Os principais elementos são os prumos, as
vigas e, em geral no caso de lajes maciças lisas, as tábuas que recebem o betão. Havendo uma variada gama de
lajes existe uma diversidade de elementos de recepção do betão.
Os sistemas racionais para a execução de lajes decompõem-se nos seguintes elementos: prumos (para pés-
direitos muito elevados, pode-se recorrer a cimbres, longarinas (vigas principais), carlingas (vigas secundárias) e
painéis de cofragem. Revelam-se como sistemas muito económicos sobretudo na realização de lajes fungiformes
maciças ou aligeiradas devido à sua rapidez e facilidade de montagem/desmontagem.
 Marcação da cota de nível do fundo da laje nos pilares e/ou paredes;
 Definição do local onde serão colocados os prumos (existem sistemas com calhas que facilitam imenso
este trabalho;
 Colocação dos prumos com a altura correcta (na situação em que os prumos têm tripé de apoio e
alavanca de aperto, esta operação é muito mais simples;
 Colocação das longarinas (vigas principais) apoiadas nos topos dos prumos e respectivo nivelamento;
 Colocação de apoios intermédios;
 Colocação das carlingas sobre as longarinas;
 Quando os painéis de cofragem pode iniciar-se a colocação de armaduras, seguindo-se a betonagem.
2.4.5.1 Cofragem das lajes fungiformes
A cofragem das lajes fungiformes é mais simples do que a cofragem das lajes vigadas. Na execução de lajes
fungiformes aligeiradas, em substituição dos painéis de cofragem, são colocados, directamente sobre o sistema
reticulado de vigas (porta-travessa e travessa), moldes de plástico (vulgarmente designados por “cocos”, que no
final são recuperados e reutilizados; estes moldes são também frequentemente utilizados em conjunto com
uma estrutura de suporte de cofragem tradicional e permitem um número muito elevado de reutilizações.

Figura. Cofragem de laje fungiforme aligeirada com ‘’cocos’’


Dado que nas lajes fungiformes existem zonas maciças, é preciso conjugar os painéis correntes com os moldes
plásticos; em determinados sistemas de moldes, existem uniões metálicas que travam os moldes e impedem o
seu deslocamento relativo; pela necessidade de rentabilizar os moldes (que são frequentemente alugados e
pagos em função do tempo em obra), é necessário que o sistema de escoramento da laje permita a retirada dos
moldes (que pode ser auxiliada insuflando ar sob pressão entre os cocos e o betão) pouco após a betonagem
sem por em causa a segurança.

2.4.5.2 Cofragem de lajes nervuradas


As lajes nervuradas são geralmente adoptadas quando a magnitude das sobrecargas é diminuta e se deseja
tectos lisos. A lâmina superior e as nervuras são formadas pelo betão enquanto o espaço entre nervuras é
constituído por materiais de enchimento, usualmente blocos de cimento, tijolos, plástico, entre outros. O
espaçamento das nervuras determina o tipo a forma de cofragem a empregar. O espaço preenchido pelos
materiais de enchimento não requer uma base de cofragem, sendo esta apenas necessária sobre as nervuras.

Figura. Esquema de uma laje aligeirada (nervurada) com blocos de enchimento

2.4.6. Painéis para paredes


Os painéis de cofragens de parede são formados por um conjunto monolítico, constituído pela superficie de
cofragem vertical, pelos elementos de suporte e pela plataforma de trabalho. São painéis de dimensões médias
a grandes, geralmente metálicos, que permitem a redução do número de juntas e dos acabamentos.
Os painéis podem ser associados entre si tornando a montagem e desmontagem mais rápidas. É preciso
mencionar que este tipo de sistemas tem um custo inicial significativo de tal sorte que a sua utilização é
condicionada a um número mínimo de aplicações sucessivas em obras de modo a torná-las rentáveis.

2.5. Cargas nas cofragens

Embora a cofragem seja uma estrutura provisória, dado que ela tem de suportar as solicitações que decorrem
durante a betonagem, para alem de um correcto dimensionamento, é importante que n o se descure os
trabalhos de montagem.
As cofragens poderem estar sujeitas a variados tipos de carregamento em função da sua natureza e forma. De
um modo geral as cargas a considerar nas cofragens são as seguintes:
 Peso próprio
 Cargas devido ao betão
 Cargas acidentais – pessoal da obra, equipamentos e materiais de construção
 Vento e cargas horizontais
A consideração das cargas actuantes sobre as cofragens deve ser feita tende presente três principais estágios
designadamente, antes da colocação do betão, durante a colocação e depois da colocação do betão. O alívio
das cargas nesta última etapa ocorre após a presa e endurecimento do betão.

Pressão produzida pelo betão fresco


O betão fresco exerce uma pressão sobre as superfícies da cofragem devido à altura hidrostática do betão. Esta
pressão é no global perpendicular à superfície da cofragem, sendo proporcional à densidade e profundidade da
camada do betão nos moldes. A pressão exercida pelo betão fresco reduz gradualmente, à medida que o betão
endurece passando para o estado sólido. O endurecimento do betão efectiva-se gradualmente com o tempo
sendo mais rápida com temperaturas elevadas e lenta com temperaturas relativamente baixas. Por outro lado, a
pressão máxima da camada, no caso de estruturas em altura como paredes, de betão torna-se mais elevada
consoante a velocidade da betonagem. Se neste tipo de estruturas a velocidade de betonagem e a temperatura
se mantiverem constantes durante várias horas o aumento da pressão máxima no fundo decorrerá ao mesmo
ritmo.
A pressão produzida pela massa do betão sobre as paredes da cofragem depende também da dosagem do
cimento, da relação água -cimento e do modo de vibração.
Um elevado ritmo da betonagem e baixas temperaturas conduzem a elevadas pressões uma vez que o
endurecimento do betão é retardado e, consequentemente, o alívio das pressões hidrostáticas.
A betonagem pausada de camadas numa parede de tal forma que a camada seguinte seja betonada depois do
endurecimento da anterior resultaria numa pressão na base semelhante à pressão no topo da parede. Este
princípio é amplamente utilizado na betonagem de estruturas como silos e torres, onde se utilizam cofragens
deslizantes sendo que as camadas anteriores suportam as seguintes. A pressão exercida pelo betão betonado a
ritmo baixo ante baixas temperaturas pode situar-se a mais de 60% da pressão do betão a temperaturas mais
elevadas.
Por esta razão, as cofragens em climas frios devem ser mais robustas do que em climas quentes e a descofragem
deve ocorrer tardiamente.
No cálculo da pressão é preciso considerar que o betão tem características próprias cuja descrição é complexa.
Por isso, a determinação exacta das pressões tende a ser difícil. De um modo geral, alguns factores têm de ser
considerados na determinação das pressões, designadamente:
 A velocidade de betonagem,
 A temperatura do betão e
 O método de colocação do betão.
Normalmente, acham-se determinadas pressões quando a colocação e espalhamento são manuais e pressões
mais elevadas quando a colocação e vibração é por meios mecânicos.

O vento pode ter uma magnitude assinalável nas cofragens e a sua incidência depende da zona, do clima e da
localização. Por outro lado as chuvas podem induzir ao aumento das cargas. Particular atenção deve ser dada
aos solos de fundação onde pode ocorrer erosão.
Cargas de impacto
Vários equipamentos e ferramentas podem causar impactos sobre as cofragens. Incluem-se os recipientes de
transorte do betão, os camiões, entre outros. Imediatamente após a constatação de danos é recomendável
proceder-se a uma reparação.
Sismos
O efeito dos sismos é normalmente tido em conta para estruturas de cofragens que permanecem por largos
períodos de tempo (seis meses ou mais).
Outras cargas
Têm origem em diversos fenómenos como a retração do betão. São de rara ocorrência.

É comum considerar para efeitos de cálculo das cargas:


• Um peso específico de betão de 2500 kg/m3
• 100 kg/m2 para o pessoal e equipamento
• 300 Kg/m2 para o betão
• 400 Kg/m2 para os materiais de construção.
No entanto, dependendo das circunstâncias específicas é pertinente avaliar a natureza das cargas bem como a
sua magnitude. Por outro lado, os regulamentos vigentes em várias regiões podem ser um meio de orientação.

Relativamente às deformações é comum estabelecerem-se limites de próximos de 0,30 cm ou 1/250 do vão livre
da chapa de madeira (vão entre elementos de reforço). As dimensões e o espaçamento dos elementos verticais
e horizontais de reforço são determinados em função das tensões de corte e de flexão, enquanto as deflexões
ajudam a impor limites do vão livre das chapas de cofragem.

A Tabela 2 fornece as pressões máximas exercidas pelo betão fresco quando vibrado.
Tabela 2. Pressão Máxima exercida pelo betão quando vibrado (psi)
Ritmo de Betonagem Temperatura em Graus Fahrenheit -
em pés por hora
80 70 60 50 40
1 425 438 463 500 550
2 475 500 550 625 725
3 525 563 638 750 700
4 575 625 725 875 1075
5 625 688 813 1000 1250
6 675 750 900 1125 1425
7 725 813 988 1250 1600
8 775 875 1075 1375 1775
9 825 938 1165 1500 1950
10 875 1000 1250 1600 2125
15 1125 1313 1688 2250 2995
20 1375 1675 2125 2875 3875
A conversão de graus Fahrenheit para graus centígrados faz-se pela fórmula:

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