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Aula 8 - Mudanças Ambientais

Magnificação Trófica

Biomagnificação é o nome que se dá ao acúmulo progressivo de


substâncias de um nível trófico para outro, ao longo de uma cadeia alimentar. Dessa
forma, a substância terá sua maior concentração nos indivíduos que ocupam níveis
tróficos mais distantes dos produtores.

O termo é, também, chamado de magnificação trófica. No caso do


ensino médio, é comum o uso do termo bioacumulação.

Para que ocorra a biomagnificação, as substâncias devem ser


lipossolúveis (solúveis em lipídios) e, dessa forma, aderirem-se aos tecidos vivos.
Uma outra característica das substâncias que sofrem biomagnificação é que elas, de
um modo geral, não são biodegradáveis ou não são metabolizadas pelo organismo.

O fenômeno é bastante comum com metais pesados (chumbo;


mercúrio) e com certos compostos orgânicos clorados e aromáticos com massa
molecular mais alta como, por exemplo, o inseticida DDT.

Na metade do século XX, o Japão sofreu com a biomagnificação


envolvendo o mercúrio. Mais de 2 mil pessoas morreram e outras milhares ficaram
com graves sequelas. O incidente ficou conhecido como Desastre de Minamata.

Chuva Ácida

A chuva ácida é a precipitação com a presença de ácido sulfúrico,


ácido nítrico e nitroso, resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera.
Todas as chuvas são ácidas, mesmo em ambientes sem poluição.
Porém, as chuvas tornam-se um problema ambiental quando o seu pH é abaixo de
4,5.
Elas resultam da quantidade exagerada de produtos da queima de
combustíveis fósseis liberados na atmosfera, em consequência das atividades
humanas.

Como se forma a chuva ácida?


Esquema de formação da chuva ácida

O dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera já torna a chuva


levemente ácida, mesmo em condições naturais. O pH natural da água é 7 e quando
em equilíbrio com o CO2 atmosférico é 5,6, pouco ácido.

Os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e de nitrogênio (N2O, NO e NO2) são


os principais componentes da chuva ácida. Esses compostos são liberados na
atmosfera através da queima de combustíveis fósseis. Ao reagirem com as gotas de
água da atmosfera, formam o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3).
Juntos, esses dois ácidos provocam o aumento da acidez da água da chuva.

Causas

As atividades humanas são as principais responsáveis por esse


fenômeno da chuva ácida. Como vimos, a liberação de gases em decorrência do
uso de combustíveis fósseis é a principal responsável pela formação de chuvas
ácidas.

Assim, são resultado do uso de combustíveis fósseis nos transportes,


nas termoelétricas, nas indústrias e outras formas de combustão. Elas também
podem ser formadas por causas naturais, como na liberação de gases durante a
erupção de um vulcão.
Consequências

Os países industrializados são os mais afetados pela chuva ácida.


Porém, os poluentes podem ser levados pelas correntes de ar para locais distantes.

Isso ocorreu nos lagos da Escandinávia, que se tornaram ácidos pelas


chuvas em decorrência das atividades industriais da Alemanha, França e Reino
Unido.

Para a natureza, as consequências da chuva ácida são a destruição da


cobertura vegetal, acidificação dos solos e das águas de rios e lagos.

Um exemplo da consequência da chuva ácida foi observado no Brasil.


O município litorâneo de Cubatão, em São Paulo, apresenta grande concentração
de indústrias e a chuva ácida destruiu a vegetação da encosta da serra do Mar,
expondo o solo à erosão.

Quando a acidificação atinge o solo e as águas de rios e lagos, os


seres vivos que habitam esses locais são afetados. A água e o solo se tornam
impróprios para abrigar alguns organismos, levando-os a morte.

A chuva ácida também pode causar a corrosão de mármores e


calcários e a oxidação de metais em monumentos históricos, como prédios e
estátuas.

Corrosão em monumento histórico provocada pela chuva ácida

Inversão Térmica
A Inversão térmica é um fenômeno natural registrado em qualquer
parte do planeta, que corresponde à inversão das camadas atmosféricas (em escala
local) de forma que o ar frio permanece em baixas altitudes e o ar quente nas
camadas mais elevadas.
Dessa maneira, ocorre assim, uma desestabilização momentânea da
circulação atmosférica e alteração na temperatura.
Como ocorre a Inversão Térmica
Normalmente,a inversão térmica acontece no final da madrugada e no
início da manhã, em particular, no período do inverno, visto que nessa estação tanto
o solo quanto o ar, registram temperaturas mais baixas que próximas do solo,
podem chegar abaixo de 4ºC.
Com isso, resulta na impossibilidade do ar frio se elevar, ficando retido
nas camadas mais baixas da atmosfera, enquanto o ar relativamente mais quente,
que ocupa as camadas mais elevadas da atmosfera, não consegue descer.
Portanto, ocorre, desta forma, uma estabilização temporária da
circulação atmosférica, em escala local, onde se verifica uma inversão das camadas
ou a chamada Inversão Térmica: o ar frio (mais denso) permanece abaixo e o ar
quente (menos denso) acima.
Logo após o nascer do sol, a inversão térmica começa a se desfazer
mediante o gradativo aquecimento do solo e do ar, de modo que o ar aquecido que
se forma sobe, e proporcionalmente, o ar resfriado cai, voltando a normalidade da
circulação atmosférica no ambiente.
Vale lembrar que o fenômeno da inversão térmica ocorre com mais
frequência nas regiões cujo solo absorve bastante calor durante o dia e o perde
durante a noite, devido sua irradiação, esfriando as camadas mais baixas que ficam
impossibilitadas de se elevar.

A Inversão Térmica e o Efeito Tampão

A inversão térmica pode ocorrer em qualquer região do planeta,


contudo, um ambiente bastante favorável são as Metrópoles, que absorvem grande
quantidade de calor durante o dia, devido às elevadas concentrações de áreas
construídas, a impermeabilização do solo, com asfalto, cimento e calçadas,
desmatamento; sendo que durante a noite, no entanto, perdem calor rapidamente.
Assim, com a propagação do ar quente, o ar frio se concentra nas
camadas mais baixas da atmosfera, que impedido de se dispersar, concentra
toneladas de poluentes, provenientes de várias fontes, principalmente das indústrias,
agravando a poluição das baixas camadas da atmosfera.
A cidade de São Paulo é um exemplo típico dessa ocorrência,
apresentando ainda o chamado "Efeito tampão", que surge com a chegada do verão,
cujas massas de ar quente, provenientes do oceano formam um tampão sobre a
cidade, que é cercada de morros.
Essa camada de ar quente impede a subida do ar frio que está próximo
ao solo, resultando numa inversão térmica natural. No entanto, o "efeito tampão", por
impedir a subida do ar frio, permite a concentração de toneladas de poluentes nas
camadas mais baixas da atmosfera.
Desse modo, ocorre na cidade de São Paulo a inversão térmica de
inverno e a de verão. Durante o inverno, em decorrência do baixo índice
pluviométrico, a inversão térmica torna-se muito mais grave dificultando a dispersão
dos poluentes.
Importante frisar que esse fenômeno é muito nocivo aos seres
humanos, visto que a concentração de poluentes nas camadas próximas do solo,
desenvolve muitas doenças respiratórias(asma, bronquite, renite), irritações na pele
e nos olhos e intoxicações.
Soluções para a Diminuição da Inversão Térmica
 Políticas ambientais favoráveis e eficientes
 Fiscalização das Indústrias
 Diminuição das Queimadas
 Utilização de Biocombustíveis
 Campanhas de conscientização
Curiosidades
 Em 1952, na cidade de Londres, foi registrada a primeira inversão
térmica devido a grande concentração de poluentes.
 Em setembro de 2007, a cidade de São Paulo registrou um dos
piores índices de poluentes causado pela Inversão Térmica.

Ilha de Calor

As ilhas de calor são fenômenos climáticos decorrente da elevação das


temperaturas, típico das grandes cidades. Por esse motivo, são também chamadas
de “Ilhas de Calor Urbano” (ICU), uma vez que se formam nos grandes centros
urbanos, elevando consideravelmente a temperatura e intensificando o Efeito Estufa,
de forma que os raios solares atingem diretamente os centros urbanos e o calor
acumulado tem dificuldade de se dissipar, permanecendo acumulado nas cidades.
As Ilhas de Calor são consideradas microclimas urbanos, já que se
compararmos às cidades periféricas e menores, que não possuem tantas
edificações, ou até mesmo as zonas rurais, fica claro que esse fenômeno se forma
pelo conjunto de edificações e construções das grandes cidades, as quais retém,
ainda mais, o calor, formando uma grande “ilha”.
Observe que a diferença de temperatura entre os centros urbanos e
rurais, quando ocorre a Ilha de Calor, pode variar de 5° até 10° aproximadamente.
Essa elevação na temperatura é perceptível durante o dia e a noite, porém, à noite,
as pessoas costumam notar mais, posto que os prédios, o excesso de pavimentação
(ruas, estradas) receberam o calor do sol durante o dia todo.
Da mesma maneira, outro fenômeno denominado “Inversão Térmica”
atua nas grandes cidades, entretanto, nesse caso, ocorre a inversão das camadas
atmosféricas, posto que o ar frio permanece em baixas altitudes e o ar quente, por
sua vez, fica retido nas camadas mais elevadas.
Para resolver os problemas apresentados pelas Ilhas de Calor, são
necessários programas de conscientização da população, a fim de diminuir as
emissões de dióxido de carbono (lançadas pelos veículos) e outros gases poluentes,
além da preservação das áreas verdes bem como a inserção de programas de
arborização posto que o solo e a vegetação absorvem de maneira mais “natural” o
calor.

Principais Causas e Consequências


As principais causas da formação das ilhas de calor é a poluição
atmosférica causada sobretudo, pela intensa urbanização seja por meio de inúmeras
construções (edificações de concreto) e pavimentação (de asfalto), que barram a
circulação dos ventos; falta de cobertura vegetal, excesso de veículos e fábricas
(emissão de gases poluentes), elevada densidade demográfica, dentre outras.
Uma vez que os raios solares atingem diretamente o concreto dos
centros urbanos, esse calor fica absorvido e é enviado para atmosfera em formas de
ondas de calor. Essa diferença é percebida num dia de verão em que o asfalto pode
chegar a uma temperatura de 45°, enquanto a grama não passará de 35°.
Note que muitos problemas são destacados para os próprios cidadãos
que vivem nos grandes centros, desde problemas com a saúde, posto que a
umidade relativa do ar fica muito baixa; o aumento do consumo (aumento do uso da
eletricidade), intensificação do fenômeno do aquecimento global, dentre outros. São
Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Pequim, Nova Deli e Nova York são
exemplos de grandes centros urbanos em que o fenômeno da Ilha de Calor torna-se
recorrente.

Poluição Biológica

A Poluição Biológica resulta da presença de microrganismos patogênicos,


especialmente na água potável. A água pode ser infectada por organismos
patogênicos, existentes nos esgotos. Assim, ela pode conter:
Bactérias- Provocam infecções intestinais epidêmicas e endêmicas.
Vírus- provocam hepatites, infecções nos olhos etc.
Protozoários- Responsáveis pelasamebíases e giardíases, etc.
Vermes- Esquistossomose e outras infestações.

Muitas pessoas preferem, por exemplo, beber a água cristalina de nascentes ou de


poços artesianos em lugar de água de torneira que foi convenientemente tratada e
distribuída.
Frequentemente, entretanto, a água dos poços e nascentes é contaminada pela
proximidade com fossas e lançamento de esgotos. A contaminação se dá
porinfiltração através do solo, de tal maneira que as partículas em suspensão
(causadoras da turbidez) ficam retidas neste, enquanto que as bactérias e vírus, por
serem muito menores, atravessam o solo atingindo a água do poço ou da nascente,
que embora "cristalina" passará a transmitir doenças.
Doenças Transmitidas através da água:

Diretamente:
*Febre tifoide;
*Cólera;
*Febre paratifoide;*Disenteria bacilar;
*Amebíase ou disenteria amebiana;
*Hepatite infecciosa;
*Poliomielite.

Indiretamente:
*Esquistossomose;
*Fluorose;
*Malária;
*Febre-amarela;
*Tracoma;
*Perturbações gastrointestinais de etiologia escura;
*Infecções dos olhos, ouvidos, gargantas e nariz.

Principal Causador da Poluição Biológica: O Esgoto

Também chamado dejeto, o esgoto é grande gerador depoluição e de transmissão


de doenças. Quando jogado diretamente no meio ambiente, gera odor forte e fétido,
além de conter bactérias nocivas, como os coliformes (Escherichia coli, por
exemplo), causadoras de enfermidades, o que significa que a água por elas
infectada se torna um risco para a saúde. Esgoto é o termo usado para caracterizar
os despejos provenientes dos diversos usos da água, como odoméstico, o
comercial, o industrial e o agrícola, entre outros. O doméstico representa parcela
muito significativa dos chamados esgotos sanitários e provêm, principalmente, de
residências e edificações públicas e comerciais.
Apesar de variarem em função dos costumes e condições socioeconômicas das
populações, os domésticos têm características bem definidas, pois são resultado
dos hábitoshigiênicos e das necessidades fisiológicas do ser humano. Compõem-se,
basicamente, de águas de banho e de lavagem, urina, fezes, restos de comida,
sabão e detergentes. A quantidade produzida varia de 90 a 210 litros/dia/habitante.
De modo geral, todo esgoto sanitário possui 99,9% de água e 0,1% de sólidos (70%
de sólidos orgânicos, como proteínas, carboidratos e gorduras, e 30% de sólidos
inorgânicos, comoareia, sais e metais). A água nada mais é do que um meio de
transporte das inúmeras substâncias orgânicas e inorgânicas e microrganismos
eliminados pelo homem diariamente, sendo os sólidos responsáveis pela
deterioração da qualidade da água. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, IBGE, revelam que no Brasil apenas 49% do esgoto produzido são
coletados por meio de redes e destessomente 10% são tratados. As regiões
metropolitanas e grandes cidades produzem elevados volumes, que são despejados
sem tratamento nos rios, mares, etc., ocasionando o grave problema da poluição
das águas. O esgoto contém sólidos suspensos e produtos químicos que afetam o
ambiente, como, por exemplo, nitrogênio e fósforo, que, sendo fertilizantes,
favorecem o desenvolvimento de algas, cujocrescimento excessivo pode impedir a
penetração da luz do sol e sujar a água; o material orgânico que as bactérias do
ambiente decompõem necessita de oxigênio, cuja insuficiência na água pode
ocasionar a mortandade de peixes; os sólidos suspensos no esgoto tornam a água
escura e podem prejudicar a respiração e visão de peixes.

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