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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................2
2. FUNDAMENAÇÃO TEÓRICA...................................................................................................................3
2.1 A chuva e a chuva ácida: formação e características...............................................................................3
O Que é a chuva ácida.............................................................................................................................5
Acidez acrescida.............................................................................................................................................6
Amónia...........................................................................................................................................................6
Os óxidos de enxofre......................................................................................................................................7
Óxidos de azoto..............................................................................................................................................7
Chuva ácida no mundo...................................................................................................................................8
CONCLUSÃO...................................................................................................................................................9
4. REFERÊNCIAS...........................................................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO

O fenómeno da chuva é, cada vez mais, um dos fenómenos atmosféricos mais desejados e,
simultaneamente, um dos mais temidos. Se é verdade que as secas têm vindo a aumentar, o que faz a chuva
tornar-se desejável, também é verdade que são cada vez mais frequentes as notícias sobre chuvas intensas
que provocam autênticas catástrofes para pessoas e bens.
Recordem-se os recentes episódios na ilha da Madeira, ou no levante Espanhol. As regiões de Braga
e de Santiago da Compostela são regiões onde costumava chover muito intensamente no inverno mas que
desde há alguns anos se confrontam com invernos secos e com chuva, por exemplo, no mês de Agosto.
Estas, pelo menos aparentes, alterações climáticas fazem com que a chuva seja um fenómeno muito
falado no dia-a-dia do cidadão comum, nomeadamente dos que estão ligados a actividades agro-pecuárias,
negativamente influenciadas por alterações climáticas.

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2. FUNDAMENAÇÃO TEÓRICA

2.1 A chuva e a chuva ácida: formação e características

Os conceitos de chuva e precipitação aparecem muitas vezes associados, embora o segundo seja mais
abrangente que o primeiro. De facto, o conceito de precipitação inclui todo o tipo de água que cai e se
deposita na superfície da terra, quer esta se encontre no estado líquido quer se encontre no estado sólido.
Contudo, quando falamos de chuva referimo-nos apenas à precipitação de água no estado líquido. A
formação de precipitação requer a existência de condensação na atmosfera devido ao seu arrefecimento.
O processo de condensação é facilitado pela presença de partículas ou moléculas na atmosfera,
denominadas de núcleos de condensação (Smithson et al., 2002), entre os quais se destacam as moléculas de
cloreto de sódio, produtos de combustão do enxofre e compostos de azoto. As chuvas podem ser
classificadas com base nos processos que conduzem à sua formação, podendo ser:
 Convectivas: Estas chuvas formam-se por processos de evaporação derivados da insolação, em que
o ar húmido, formado nas camadas baixas da atmosfera, ascende às camadas altas, arrefecendo e
dando origem à ocorrência de condensação e chuva. Este fenómeno é habitual durante o inverno, em
zonas tropicais e em latitudes temperadas. Contudo, nestas mesmas regiões, podem existem
fenómenos análogos, embora menos intensos, durante o verão, devido ao efeito da insolação. Este
efeito é devido à produção de nuvens de desenvolvimento vertical que, na sua ascensão, passam por
um processo de arrefecimento e podem originar tempestades.
 Orográficas: Este tipo de chuvas produz-se nas zonas montanhosas devido ao arrefecimento das
massas de ar húmido que se elevam. Este arrefecimento acarreta a condensação e a posterior
precipitação. Em Espanha, este é um fenómeno típico na cordilheira Cantábrica, a qual actua como
uma barreira ao ar húmido proveniente do Atlântico, que faz com que existam zonas áridas por
detrás dessa cadeia montanhosa. Para que se produza este tipo de chuvas, as montanhas devem ter
uma altura superior a 1500 ou 2000 metros.
 Ciclónicas: Estas chuvas associam-se aos ciclones extra-tropicais ou tempestades e produzem
chuvas generalizadas.
As chuvas podem ser caracterizadas segundo diversas perspectivas (Herrick & Jamieson, 1995). Do ponto
de vista químico, considera-se a chuva é ácida quando o seu pH é inferior a 5.6 (Rhodes & Middleton, 1983;
Bashkin, & Radojevic, 2003), podendo mesmo alcançar o pH do vinagre (pH=3). Estes valores de pH,
baixos, são causados pela presença de ácidos, como o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3),
formados a partir do dióxido de enxofre (SO2) e do monóxido de azoto, respectivamente, presentes na
atmosfera (Bashkin, & Radojevic, 2003).
A chuva, normalmente, é ligeiramente ácida, apresentando um pH próximo de 5.6 (Bashkin, &
Radojevic, 2003), devido à presença de CO2 na atmosfera que, em contacto com o vapor de água (também
existente na atmosfera), dá origem ao ácido carbónico (H2CO3).
O conceito de chuva ácida foi introduzido na Europa no século XIX (Bashkin & Radojevick, 2003),
mais precisamente em 1852, pelo químico britânico Robert Angus Smith, e demorou mais de um século a
alcançar reconhecimento ao nível mundial. Este reconhecimento só foi possível graças a um estudo do
governo sueco, apresentado em 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio
Ambiente, onde constatava que os ecossistemas daquele país nórdico sofriam deste fenómeno, que se
considerava ser provocado por resíduos provenientes de indústrias, designadamente das centrais térmicas
britânicas.
Inicialmente o receio pelas chuvas ácidas estava associado à possibilidade de contaminação de
reservas de água, nomeadamente lagos (Herrick & Jamesion, 1995). Contudo, nos últimos anos, o fenómeno
da chuva ácida tornou-se num dos ícones da degradação do meio ambiente, provocada pela industrialização.
Como se referiu acima, a chuva ácida produz-se quando o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de azoto

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(NOx) reagem

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com o oxigénio atmosférico e se dissolvem na água da chuva, formando os ácidos sulfúrico e nítrico, tal
como se esquematiza, respectivamente, nas figuras 1 e 2 (extraídas de http://revista.consumer.es/web/es/
20061101/ medioambiente/70849.php).
O vento pode fazer com que os óxidos de enxofre e de azoto percorram milhares de quilómetros
antes de caírem sob a forma de chuva, orvalho, granizo, neve ou neblina ou, inclusive, sob a forma de gases
e partículas com carácter químico ácido. Este fenómeno, designado por “deposição seca”, é, segundo
Warneck (1989), um importante processo de remoção de SO2 da atmosfera, mas, como referem Rhodes &
Meddleton (1983), neste processo de deposição os precursores da chuva ácida convertem-se em ácidos no
solo.
Embora a natureza também produza e lance para a atmosfera este tipo de gases, por exemplo a partir
do magma vulcânico, os principais responsáveis por este problema ambiental são as emissões associadas aos
meios de transporte (Boyes & Stanisstreet, 1997), às centrais térmicas, que usam combustíveis fósseis como
o carvão, (Hao et al., 2000), às indústrias e às estações agro-pecuárias, designadamente por causa do
amoníaco originado no estrume (Rhodes & Middleton, 1983). Os efeitos das chuvas ácidas sobre o meio
ambiente são notáveis e preocupantes.
A água torna-se mais ácida, o que pode provocar o desaparecimento da vida animal e vegetal dos
lagos, canais e rios. Os seres vivos mais afectados são os peixes (diversas espécies), os líquenes, os musgos
e os fungos, alguns deles essenciais para a massa florestal, bem como os organismos aquáticos mais
pequenos (Yolanda et al., s/d).
Contudo, o efeito acaba por alcançar outros seres vivos, designadamente as árvores, cuja diminuição
faz aumentar, por sua vez, a possibilidade de avalanches e deslizamentos de terras, pondo em perigo as
populações circundantes (Yolanda et al., s/d).
O processo de acidificação devido às chuvas ácidas também pode reduzir a fertilidade dos solos e
libertar metais que podem danificar os microrganismos da terra assim como as aves e até os mamíferos
posicionados no topo da cadeia alimentar, incluindo o Homem (DeHayes, 1999).
As emissões de SO2 e NOx também afectam os edifícios antigos e novos, em especial aqueles que
foram construídos com materiais facilmente degradáveis, como sendo o calcário e o arenito (ver:
http://revista.consumer.es/web/es/20061101/medioambiente/70849.php). Por exemplo, o Partenón (na
Grécia) sofreu mais o efeito da erosão nos últimos 30 anos do que durante os 2400 anos anteriores.
Em Espanha, a degradação do tesouro pictórico do museu do Prado acelerou devido a esta
contaminação. Muitos outros edifícios, alguns dos mais emblemáticos da Península Ibérica, sofrem com a
devastação que a chuva ácida provoca.
Acresce que os contaminantes que causam a acidificação da chuva podem conduzir a outros
problemas ambientais. Na verdade, o excesso de nitrogénio na água serve de nutriente para um crescimento
rápido das algas e outras plantas verdes. Este fenómeno conhecido como eutrofização conduz a um
empobrecimento do teor em oxigénio da água dos mares e dos rios provocando um declínio na
biodiversidade.
Por outro lado, os óxidos de azoto podem reagir com diversos compostos orgânicos voláteis, originando
ozono que se acumula na troposfera e que é um gás nocivo para o meio ambiente e para a saúde. Finalmente,
refira-se que, através de um estudo com a duração de 15 anos (Yolanda et al., s/d), demonstrou-se que a
chuva ácida está transformar importantes nutrientes das plantas, presentes no solo, como o cálcio, o
magnésio, e o potássio tornando-os impróprios para árvores. As chuvas ácidas mobilizam, ainda, o alumínio
dos solos florestais, diminuindo a proporção entre o cálcio e o referido elemento, até ao ponto de impedirem
o crescimento (DeHayes et al., 1999). Efeitos semelhantes aos causados nas árvores, são esperados sobre os
terrenos agrícolas e as culturas, com consequências maléficas para a economia e a sobrevivência do homem

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As emissões de dióxido de enxofre e de óxidos de azoto têm crescido quase continuamente desde o início
da Revolução Industrial. Robert Angus Smith, num estudo realizado em Manchester, Inglaterra, fez
em 1852 a primeira demonstração da relação entre a acidez da chuva e a poluição industrial, cunhando
em 1872 a designação chuva ácida.
Apesar da relação entre precipitação ácida e poluição do ar ter sido descoberta em 1852, o seu estudo
científico sistemático apenas se iniciou nos finais da década de 1960. Harold Harvey, professor
de Ecologia na Universidade de Toronto, publicou em 1972 um dos primeiros trabalhos sobre um lago
"morto" em resultado da acidificação das suas águas pela deposição ácida, trazendo a questão da chuva
ácida para a ribalta da política ambiental.
O interesse público pelos efeitos da chuva ácida iniciou-se na década de 1970, a partir dos Estados
Unidos, quando o New York Times publicou os resultados obtidos em estudos feitos na Hubbard Brook
Experimental Forest (HBES), em New Hampshire, que demonstravam os múltiplos danos ambientais que a
acidez da precipitação estava a causar.
Ao longo das últimas décadas têm sido reportadas leituras de pH na água de gotas de chuva e em
gotículas de nevoeiro, colhidas em regiões industrializadas, com valores inferiores a 2,4 (a mesma acidez do
vinagre).
A precipitação ácida com origem industrial é um sério problema em países onde se queimam carvões
ricos em enxofre para gerar calor e electricidade,[10] como a China e a Rússia. Embora com outras origens,
com destaque para o tráfego automóvel, o problema afecta vastas regiões da Europa e da América do Norte.
O problema da precipitação ácida tem crescido com o aumento da população e com a industrialização,
abrangendo áreas crescentes do planeta, com destaque para a Índia e o sudeste asiático. O uso de altas
chaminés industriais para dispersar os gases emitidos tem contribuído para aumentar as áreas afectadas, já
que os poluentes são injectados na circulação atmosférica regional, atingindo vastas áreas a sotavento do
ponto de emissão. Em resultado, é comum a deposição ocorrer a considerável distância do ponto de emissão,
com as regiões montanhosas a receberem a maior parte da acidez precipitada (simplesmente por serem áreas
de maior precipitação devido às chuvas de montanha). Um exemplo destes efeitos é a grande acidez da
precipitação na Escandinávia quando comparada com as emissões relativamente baixas ali produzidas.

 O Que é a chuva ácida

A água da chuva, na ausência de poluição, tem um pH ligeiramente ácido (pH = 5,6), devido à acidificação
provocada pelo dióxido de carbono existente no ar. No entanto, as chamadas chuvas ácidas têm um pH
muito inferior a esse valor.
O termo é usado para descrever os vários tipos de acidez atmosférica. Essa acidez tem duas formas: a
forma húmida e a forma seca. A forma húmida refere-se à chuva, nevoeiro e neve que caem sobre a terra. A
forma seca refere-se a partículas sólidas e gases.
Cerca de metade da acidez atmosférica deposita-se na superfície terrestre sob a forma de depósitos sólidos
ou de gases, os quais aderem à superfície de edifícios, carros, árvores, etc. Estas superfícies são «lavadas»
pelas chuvas, que assim se tornam ainda mais ácidas.

Como seforma a chuva ácida?


A água da chuva, que, como dissemos, tem uma acidez natural resultante da dissolução do CO2
atmosférico, tem sofrido alterações alarmantes no valor do seu pH em algumas regiões. Nas últimas décadas,
a acidez das chuvas caídas no norte da Europa, no oeste dos Estados Unidos, no Canadá e no Japão
aumentou imenso.

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O pH da chuva nessas regiões pode chegar ao valor 2. Em 1978, na Pensilvânia (EUA) o pH da
chuva atingiu mesmo o valor de 1,5! As chuvas ácidas formam-se normalmente a grandes altitudes, nas
nuvens onde os óxidos de enxofre e os óxidos de azoto reagem com a água, o oxigénio e outros oxidantes,
formando uma solução de ácido nítrico e ácido sulfúrico. Parte do S02 atmosférico provém de processos
naturais como as erupções dos vulcões. No entanto, a actividade humana é também responsável pela
produção de uma quantidade significativa de S02' É o que se passa na Europa, 90% do S02 tem esta origem.
Das actividades humanas que produzem S02 destacam-se a extracção dos metais Zn, Pb, Cu e Ni, a
partir dos seus minérios sulfurosos e a combustão dos combustíveis fósseis, principalmente o carvão, nas
centrais termoeléctricas. Os óxidos de azoto (NOx ) formam-se sobretudo durante a combustão nos motores
de automóveis e centrais térmicas. A elevadas temperaturas, os óxidos de azoto são oxidados a pentóxido de
diazoto (N20S ) que, em solução aquosa, forma o ácido nítrico (HN03).

Acidez acrescida

A acidez acrescida que está na origem da precipitação ácida resulta na sua maior parte da interacção
dos componentes naturais da atmosfera terrestre com poluentes primários, entre os quais avultam os óxidos
de azoto e os óxidos de enxofre, os quais reagem com a água atmosférica para formar ácidos fortes como
sejam o ácido sulfúrico e o ácido nítrico. A principal fonte desses poluente primários é a queima
de combustíveis fósseis para produção de energia térmica, energia eléctrica e para a propulsão de veículos.
Embora existam processos naturais que contribuem para a acidificação da precipitação, com destaque
para os gases lançados na atmosfera pelos vulcões e os gerados pelos processos biológicos que ocorrem nos
solos, pântanos e oceanos, as fontes antrópicas, isto é resultantes da acção humana, são claramente
dominantes. A prova dessa predominância foi obtida pela determinação da diferença entre a acidez da
precipitação nas zonas industrializadas e em partes remotas do globo, pela comparação da acidez actual com
o registo deixado pela captura da precipitação no gelo dos glaciares ao longo de milhões de anos e pelo
registo deixado nos fundos de lagos e oceanos pela deposição de restos orgânicos indiciadores das condições
de acidez prevalecentes.
A análise das camadas de gelo depositadas em glaciares e nas calotas polares mostram uma rápida
diminuição do pH da precipitação a partir do início da Revolução Industrial, passando em média de 5,6 para
4,5 ou mesmo 4,0 nalgumas regiões, mostrando um forte acidificação. Igual conclusão é retirada da análise
da prevalência de espécies de diatomáceas em camadas de sedimento recolhidos do fundo de lagos,
confirmando a correlação entre a industrialização e a diminuição do pH da precipitação.
As principais fontes humanas dos gases poluentes primários são as indústrias, as centrais
termoelétricas e os veículos de transporte motorizado. Os gases libertados podem ser transportados
na circulação atmosférica por muitos milhares de quilómetros antes de reagirem com gotículas de água,
originando então os compostos que acidificam a precipitação.
A sua natureza transfronteiriça, já que a circulação atmosférica dispersa os efeitos ao longo de
grandes áreas da Terra, leva a que também afecte as regiões sitas a jusante do seu ponto de emissão no
sistema de circulação atmosférica, levando a que áreas onde as emissões não são significativas possam ser
severamente prejudicadas pela precipitação de poluentes gerados a montante.

Amónia

Embora a amónia e os compostos orgânicos voláteis, com destaque para o dimetilsulfureto (DMS) de
origem oceânica[18] e o ácido fórmico em algumas regiões de floresta tropical, contribuam para a acidez da
precipitação, os dois principais grupos de compostos que geram a acidez da precipitação são os óxidos

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de azoto e os óxidos de enxofre, com predominância para estes últimos, os quais são esmagadoramente de
origem antrópica.

Os óxidos de enxofre

A principal causa de acidificação da precipitação é a presença na atmosfera de óxidos de enxofre


(SOx), com destaque para o dióxido de enxofre (SO2), um gás proveniente da oxidação de compostos
de enxofre (S) contidos nos combustíveis fósseis e na matéria orgânica que é queimada. Outra importante
fonte de gases contendo enxofre são as emissões dos vulcões.
Apesar das crescentes restrições ao consumo de combustíveis ricos em enxofre sem os adequados
mecanismos de controlo das emissões, estudos recentes estimam as quantidades emitidas de SO2 (expresso
em S elementar) em cerca de 70 000 000 toneladas/ano (70 Teragramas/ano) a partir da queima de
combustíveis fósseis, 2 800 000 toneladas/ano (2,8 Tg/ano) a partir da queima de biomassa, em especial
por fogos florestais, e cerca de 8 000 000 toneladas/ano (8 Tg/ano) em resultado de emissões vulcânicas.
Na fase gasosa o dióxido de enxofre é oxidado por adição do radical hidroxilo via uma
reacção intermolecular:
SO2 + OH· → HOSO2·
que é seguida por:
HOSO2· + O2 → HO2· + SO3
na presença de água líquida nas gotículas das nuvens, nevoeiros e outras formas de condensação
atmosférica, o trióxido de enxofre (SO3) é rapidamente convertido em ácido sulfúrico:
SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (l)
Para além das reacções atrás apontadas verificam-se outras, em meio aquoso, as quais levam a que o
ritmo de perda de SO2 na presença de nuvens seja substancialmente maior do que o verificado em meio
gasoso. Tal deve-se à hidrólise nas gotículas de água, na qual o dióxido de enxofre dissolvido, num processo
similar ao descrito para o dióxido de carbono, hidrolisa numa série de reacções de equilíbrio químico:
SO2 (g)+ H2O ⇌ SO2·H2O
SO2·H2O ⇌ H++HSO3-
HSO3- ⇌ H++SO32-
No meio atmosférico ocorrem numerosas reacções aquosas que oxidam o enxofre (S) do estado de
oxidação S(IV) (S+4) para o estado de oxidação S(VI) (S+6), levando à formação de ácido sulfúrico
(H2SO4), um dos mais fortes ácidos conhecidos. As reacções mais importantes, muitas delas com uma forte
componente fotoquímica, ocorrem com o ozono (O3), peróxido de hidrogénio (H2O2) e oxigénio (O2). As
reacções com o oxigénio são catalisadas por traços de ferro e manganês presentes nas gotículas das nuvens.

Óxidos de azoto

Apesar do azoto (N2) ser o gás mais abundante na composição da atmosfera da Terra, aquele
elemento na sua forma diatómica é muito pouco reactivo. Para reagir com o oxigénio gasoso precisa de
grande quantidade de energia sob a forma de altas temperaturas e pressões ou uma via catalítica adequada.
Para além da conversão bioquímica que ocorrem em organismos especialmente adaptados à fixação do
azoto, na natureza a oxidação do azoto apenas ocorre nas descargas eléctricas das trovoadas, fazendo

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dos óxidos de azoto

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compostos em geral pouco comuns. Esta situação alterou-se profundamente nas regiões industrializadas com
a introdução dos motores a explosão. Naqueles motores, as pressões e temperaturas criadas no interior dos
cilindros levam à oxidação do azoto do ar ali injectado, formando uma complexa mistura de óxidos de azoto,
em geral designados por NxOx, que é libertada para a atmosfera com os gases de escape. São estes gases
que, reagindo com os componentes da atmosfera, em particular com a água, formam ácido nitroso (HNO2) e
ácido nítrico (HNO3), ácidos fortes que contribuem poderosamente para a acidificação da precipitação.
Pela queima de combustíveis fósseis a altas pressões e temperaturas na presença de azoto do ar,
temos que na câmara de combustão dos motores, ocorre:
N2 (g) + O2 (g) → 2 NO (g)
O óxido de azoto formado, instável nas condições atmosféricas normais, na presença do oxigénio do
ar, produz:
2 NO (g) + O2 (g) → 2 NO2 (g)
O dióxido de azoto formado, na presença de água líquida nas gotículas das nuvens, nevoeiros e
outras formas de condensação atmosférica, produz por adição do ião hidroxilo (NO2 + OH· → HNO3):[5]
2 NO2 (g) +H2O (l) → HNO3 (aq) + HNO2 (aq)

Chuva ácida no mundo

A chuva ácida ocorre principalmente nas metrópoles e diversos estudos vêm sendo feitos a fim de
analisar esse problema em territórios nacionais. Por muitas vezes não provocar efeitos imediatos, esse
fenômeno passa despercebido pela maioria da população.
Foram registradas, no Brasil, ocorrências na região carbonífera de Santa Catarina, na região do polo
industrial de São Paulo e de Minas Gerais e na região do polo petroquímico da cidade de Camaçari, no
estado da Bahia. Um exemplo bastante conhecido no Brasil ocorreu na região da Serra do Mar em Cubatão,
São Paulo, no ano de 1977, devido à elevada emissão de gases pelas indústrias instaladas nessa área.
A concentração de gases enviados à atmosfera como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e
benzeno ultrapassavam mil toneladas ao dia. A chuva ácida em São Paulo, segundo dados do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), já atingiu um pH de 4,6 no período entre os anos de 1983 e 1985.
A principal consequência foi os danos causados à Mata Atlântica, bioma que abrange essa região.
Boa parte da vegetação foi perdida devido à acidez. Programas de reflorestamento na cidade de Cubatão já
foram elaborados com o intuito de reflorestar a área e proteger as encostas que perderam a cobertura vegetal.
A população da região também sofreu bastante com a ocorrência das chuvas, apresentando elevados
índices de doenças respiratórias e crianças com má formação do sistema nervoso.
No mundo, países do continente europeu e da América do Norte sofrem também com os efeitos da
chuva ácida. Veja alguns países que sofrem com a acidez elevada da água:

Estados Aproximadamente 10% dos lagos da região montanhosa de Adirondack possuem pH


Unidos inferior a 5.
Alemanha Mais da metade das florestas sofreram danos provocados pela ocorrência de chuva ácida.
Polônia As ferrovias sofreram grandes efeitos corrosivos.
Reino Unido A precipitação ácida causou danos a aproximadamente 67% das florestas.

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CONCLUSÃO

A chuva ácida, também chamada de deposição ácida, é o nome que se da a chuva que tem a acidez
maior que o resultante de dióxido de carbono. A maior causa dessa chuva é a presença na atmosfera de gases
e partículas que contenham muito enxofre e azoto recativo.
Ná água ela deixa um nível de pH baixo inferior a 4.5 e nesse pH praticamente nenhum peixe vive,
para ter populações saudáveis é necessário um nível igual ou superior a 6.0. Existem várias formas das
árvores serem danificadas pela chuva ácida: nutrientes são perdidos; o crescimento das raízes ficam mais
lentas; e minerais são dispersos e perdidos pelas águas.

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4. REFERÊNCIAS

BASHKIN, V. & RADOJEVIC, M. (2003). Acid rain and its mitigation in Asia. International Journal of
Environmental Studies, 60(3), 205-214

BOYES, E. & STANISSTREET, M. (1997). The environmental impact of cars: children’s ideas and
reasoning. Environmental Education Research, 3(3), 269-282.

BRODY, M. (1994). Student science knowledge related to ecological crises. International Journal of Science
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0DANIEL, J. (2000). Sciences de la terre e de l’univers. Paris: Vuibert.

DeHAYES, D. et al. (1999). Acid rain impacts on calcium nutrition and forest health, BioScience, 49(10),
789-800.

DOVE, J. (1998). Alternative conceptions about the weather. School Science Review, 79 (289), 65-69.

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