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INTRODUÇÃO

A chuva ácida é um fenômeno que ocorre quando óxidos de enxofre e de


nitrogênio lançados na atmosfera pela poluição reagem com a água das chuvas e geram
ácidos.

A chuva ácida é um fenômeno causado pela poluição atmosférica.


Principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis em indústrias e em
automóveis, o ser humano vem lançando uma grande quantidade de gases poluentes,
como alguns óxidos.

Os óxidos são compostos inorgânicos binários que têm o oxigênio como


elemento mais eletronegativo. Entre eles, temos uma classe que são os óxidos ácidos,
chamados assim porque reagem com a água, gerando ácidos, e também reagem com
bases, formando água e sal.Os principais óxidos ácidos lançados na atmosfera e que
reagem com a água das chuvas, produzindo as chuvas ácidas, são os óxidos de enxofre
(SO2 e SO3) e de nitrogênio (N2O, NO e NO2).

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Conceito

A chuva ácida é a designação dada à chuva, ou qualquer outra forma de


precipitação atmosférica, cuja acidez seja substancialmente maior do que a resultante do
dióxido de carbono (CO2) atmosférico dissolvido na água precipitada. A principal causa
daquela acidificação é a presença, na atmosfera terrestre, de gases e partículas ricos em
enxofre e azoto reativo cuja hidrólise no meio atmosférico produz ácidos fortes.
Assumem particular importância os compostos azotados (NOx) gerados pelas altas
temperaturas de queima dos combustíveis fósseis e os compostos de enxofre (SOx)
produzidos pela oxidação das impurezas sulfurosas existentes na maior parte dos
carvões e petróleos.

Quimicamente, chuva ácida não seria uma expressão adequada, porque para a
Química toda chuva é ácida devido à presença do ácido carbônico (H2CO3), mas para a
Geografia toda chuva com pH abaixo do N.T (Nível de tolerância pH) igual à
aproximadamente 5,5 é considerada ácida. Ela também pode acarretar sérios danos às
trutas por exemplo, uma vez que se cair uma chuva ácida num ambiente lacustre de uma
truta, abaixo ou acima do N.T, a truta morrerá. Os efeitos ambientais da precipitação
ácida levaram à adopção, pela generalidade dos países, de medidas legais restritivas da
queima de combustíveis ricos em enxofre e obrigando à adopção de tecnologias de
redução das emissões de azoto reactivo para a atmosfera.

História

As emissões de dióxido de enxofre e de óxidos de azoto têm crescido quase


continuamente desde o início da Revolução Industrial. Robert Angus Smith, num estudo
realizado em Manchester, Inglaterra, fez em 1852 a primeira demonstração da relação
entre a acidez da chuva e a poluição industrial, cunhando em 1872 a designação chuva
ácida.

Apesar da relação entre precipitação ácida e poluição do ar ter sido descoberta


em 1852, o seu estudo científico sistemático apenas se iniciou nos finais da década de
1960. Harold Harvey, professor de Ecologia na Universidade de Toronto, publicou em
1972 um dos primeiros trabalhos sobre um lago "morto" em resultado da acidificação

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das suas águas pela deposição ácida, trazendo a questão da chuva ácida para a ribalta da
política ambiental.

O interesse público pelos efeitos da chuva ácida iniciou-se na década de 1970, a


partir dos Estados Unidos, quando o New York Times publicou os resultados obtidos em
estudos feitos na Hubbard Brook Experimental Forest (HBES), em New Hampshire,
que demonstravam os múltiplos danos ambientais que a acidez da precipitação estava a
causar.

Ao longo das últimas décadas têm sido reportadas leituras de pH na água de


gotas de chuva e em gotículas de nevoeiro, colhidas em regiões industrializadas, com
valores inferiores a 2,4 (a mesma acidez do vinagre).

A precipitação ácida com origem industrial é um sério problema em países onde


se queimam carvões ricos em enxofre para gerar calor e electricidade, como a China e a
Rússia. Embora com outras origens, com destaque para o tráfego automóvel, o
problema afecta vastas regiões da Europa e da América do Norte.

O problema da precipitação ácida tem crescido com o aumento da população e


com a industrialização, abrangendo áreas crescentes do planeta, com destaque para a
Índia e o sudeste asiático. O uso de altas chaminés industriais para dispersar os gases
emitidos tem contribuído para aumentar as áreas afectadas, já que os poluentes são
injectados na circulação atmosférica regional, atingindo vastas áreas a sotavento do
ponto de emissão. Em resultado, é comum a deposição ocorrer a considerável distância
do ponto de emissão, com as regiões montanhosas a receberem a maior parte da acidez
precipitada (simplesmente por serem áreas de maior precipitação devido às chuvas de
montanha). Um exemplo destes efeitos é a grande acidez da precipitação na
Escandinávia quando comparada com as emissões relativamente baixas ali produzidas.

Origem da Chuva Ácida

Chama-se de chuva ácida a precipitação na forma de água que possui baixo pH,
geralmente abaixo do valor 5,6, que é o patamar considerado normal para as chuvas. A
escala de pH mede o índice de acidez de uma determinada solução. Considera-se uma
substância ácida quando o seu pH é menor do que 7. Dessa forma, podemos afirmar

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que, em condições normais, as chuvas apresentam certo grau de acidez, mas sem que
haja quaisquer tipos de prejuízo para a natureza ou para a saúde humana.

O aumento da acidez da água das chuvas ocorre em função do acúmulo de


poluentes na atmosfera, os quais são compostos geralmente por óxidos, que, quando
reagem com as moléculas de água em suspensão, geram a chuva ácida.

A emissão de gases poluentes com potencial para desencadear esse fenômeno


atmosférico pode ter origem tanto natural como antrópica. No primeiro caso, os
principais responsáveis são os vulcões, que ocasionam a liberação de uma série de
gases, materiais particulados e compostos de enxofre no ar. A decomposição de matéria
orgânica sobre as superfícies dos solos e demais processos biológicos que ocorrem
também em superfície, assim como queimadas (naturais ou não) podem emitir gases e
outras substâncias poluentes.

A origem antrópica se dá sobretudo por meio das emissões industriais, das


usinas e pela queima de combustíveis fósseis, processos esses que se concentram nos
grandes centros urbanos.

Composição

Os principais gases que provocam a chuva ácida ao reagirem com as partículas


de água suspensas no ar são:

Dióxido de enxofre: oriundo da combustão do carvão, fabricação de


fertilizantes e aquecimento de minérios do grupo sulfato.

Óxidos de nitrogênio: oriundos da combustão do carvão vegetal, da combustão


de derivados do petróleo e da fumaça de cigarros.

Formação da chuva ácida

A chuva ácida é formada a partir da reação dos óxidos presentes nos gases
poluentes com as gotículas de água que se encontram em suspensão na atmosfera. Nesse
processo, ocorre a formação de compostos ácidos, que, no momento da condensação e

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precipitação, são depositados sobre as cidades, vegetação e superfícies aquáticas. Em
função disso, a chuva ácida é chamada também de deposição ácida.

O esquema
abaixo mostra, de
forma simplificada,
como se dá o processo de
formação da chuva ácida e
algumas de suas

consequências.

Efeitos da chuva ácida

O pH da chuva sofre alterações quando combinada com o ácido sulfúrico e o


ácido nítrico, por isso, quando a chuva cai sobre o solo e as águas, altera suas
características químicas colocando em perigo o equilíbrio dos ecossistemas. É o que se
conhece como acidificação do meio ambiente, um fenômeno que tem graves efeitos:

Os oceanos podem perder biodiversidad y productividad. A queda do pH das


águas oceânicas prejudica o fitoplâncton, fonte de alimento de diferentes organismos e
animais, o que pode modificar os níveis tróficos e acarretar a extinção de diferentes
espécies marinhas.

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As águas continentais também estão sofrendo acidificação a um ritmo muito
rápido, um fato especialmente preocupante se tivermos em consideração que, apesar de
apenas 1% da água do planeta ser doce, 40% dos peixes vivem nela. Tal acidificação
aumenta a concentração de íons metálicos — principalmente íon de alumínio —, o que
poderia ocasionar a morte de uma grande parte dos peixes, anfíbios e plantas aquáticas
dos lagos acidificados. Além disso, os metais pesados são deslocados para as águas
subterrâneas, que deixam de ser aptas para o consumo.

Nas florestas, o baixo


nível de pH do solo e a
concentração de metais como o
alumínio impedem que a
vegetação absorva corretamente a
água e os nutrientes
necessários. Isso danifica as raízes,
diminui o crescimento e
torna as plantas mais fracas e vulneráveis a doenças e pragas.

A chuva ácida também afeta o patrimônio artístico, histórico e cultural. Além de


corroer os elementos metálicos de edifícios e infraestruturas, deteriora o aspecto externo
dos monumentos quando depositada sobre eles. O maior dano se verifica nas
construções calcárias, como o mármore, que se dissolvem pouco a pouco devido ao
efeito dos ácidos e da água.

Diagrama mostrando a tolerância à acidez de várias espécies dulçaquícolas.

Efeitos da precipitação ácida

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Estudos ecotoxicológicos demonstraram que a precipitação ácida têm impactos
adversos sobre as florestas, as massas de água doce e os solos, matando plânctons,
insetos, peixes e anfíbios. Também demonstraram efeitos negativos sobre a saúde
humana. Para além disso, a precipitação ácida aumenta a corrosividade da atmosfera,
causando danos em edifícios e outras estruturas e equipamentos expostos ao ar.

Efeitos sobre os solos e as águas

Estudos ecológicos e toxicológicos revelam uma forte relação entre baixos


níveis de pH e a perda de populações de peixes em lagos. Com pH inferior a 4,5
praticamente nenhum peixe sobrevive, enquanto níveis iguais ou superiores a 6,0
promovem populações saudáveis.

Por exemplo, a presença de elevada acidez na água (pH < 5) inibe a produção
das enzimas que permitem que as larvas da maior parte das espécies de peixes de água
doce, incluindo a maioria da espécies de truta, escapem das suas ovas.

Essa mesma acidez inibe o crescimento de fitoplâncton levando a restrições na


cadeia trófica que afecta os animais dela dependentes. Em consequência, à medida que
as águas se vão acidificando, a biodiversidade é reduzida, do que já resultou o
desaparecimento de múltiplas espécies da áreas mais sensíveis.

Contudo, o contributo directo e indirecto (isto é, via o escoamento superficial)


da precipitação ácida para a acidificação das águas de rios e lagos é variável,
dependendo das características da bacia hidrográfica. Estudos revistos pela
Environmental Protection Agency dos Estados Unidos demonstraram que a precipitação
ácida causara directamente a acidificação de 75% dos lagos e de cerca de 50 % dos rios
e ribeiros estudados.

Outro efeito da redução do pH é a mobilização nos sedimentos do fundo dos


lagos e rios e nos solos de metais pesados como o alumínio, o ferro, o magnésio, o
cádmio e o manganês. Em meio aquático, a presença de sais de alumínio em solução faz
com que alguns peixes produzam muco em excesso ao redor de suas guelras,
prejudicando a respiração.

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Os lagos são particularmente afectados por receberem e concentrarem a acidez
proveniente do escorrimento através de solos acidificados pela precipitação e por
concentrarem parte importante da carga dos iões solubilizados.

Efeito da precipitação ácida numa estátua em calcário.

Nos solos, a alteração do pH altera as suas propriedades biológicas e químicas,


levando a alterações na solubilidade de diversos compostos e a alterações na
microbiologia do solo, já que alguns microorganismos são incapazes de tolerar as
alterações resultantes. Os enzimas desses microorganismos são desnaturados, perdendo
a sua funcionalidade. Os iões hidrónio também levam à mobilização toxinas e à
solubilização e consequente perda de nutrientes e micronutrientes essenciais à vida
vegetal e ao equilíbrio trófico dos solos. Um dos caminhos para a solubilização é o
seguintes:

2H+ (aq)
+ Mg2+ (argilas) ⇌ 2H+ (argilas) +
Mg2+(aq)

A química dos
solos sofre profundas
modificações quando catiões
importantes para o suporte
da vegetação, como o Ca++
e Mg++, são perdidos por
lexiviação.

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Efeitos sobre a saúde humana

Estudos epidemiológicos sugerem uma ligação directa entre a acidez atmosférica


e a saúde das populações, sendo os iões tóxicos libertados devido à precipitação ácida a
maior ameaça.

O cobre mobilizado foi implicado nas epidemias de diarreia em crianças jovens


e acredita-se que existem ligações entre o abastecimento de água contaminado com
alumínio e o aumento da ocorrência de casos da doença de Alzheimer.

Estudos demonstraram que partículas finas em suspensão no ar, uma grande


parte das quais são formadas por sais dos ácidos formados na precipitação ácida
(sulfatos e nitratos), estão correlacionadas com o aumento da morbilidade das pessoas e
a morte prematura em resultado de doenças como o cancro.

Aumento da corrosão atmosférica

A precipitação ácida pode causar danos nos edifícios e estruturas expostas ao ar,
com destaque para os edifícios históricos e monumentos, especialmente os construídos
ou revestidos com calcários e mármores. Esse aumento da corrosividade resulta da
reacção do ácido sulfúrico contido na precipitação com os compostos de cálcio contidos
na pedra, formando gesso que é solubilizado ou se desagrega da estrutura:

CaCO3 (s) + H2SO4 (aq) ⇌ CaSO4 (aq) + CO2 (g) + H2O (l)

A desagregação que se segue é rápida e comum, basta observar elementos


escultóricos e lápides localizadas nas grandes cidades, onde é comum elementos
epigráficos ficarem ilegíveis em poucas décadas. A precipitação ácida também aumento
o ritmo de oxidação das estruturas em ferro, causando um rápido crescimento da
ferrugem e dos danos por ela causados.

Outro efeito é a redução da visibilidade devido à presença de aerosóis contendo


sulfatos e nitratos, em geral associados à formação de nevoeiros fotoquímicos
extremamente ácidos.

Regiões mais afectadas

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As regiões particularmente afectadas pela precipitação ácida incluem a maior
parte da Europa, particularmente a Escandinávia, onde muitos dos lagos estão tão
acidificados que já não têm peixes e com extensas áreas florestais fortemente
danificadas, grande parte do nordeste dos Estados Unidos e do sudeste do Canadá.
Outras regiões afectadas são sudeste da China e Taiwan.

Regiões potencialmente afectadas nas próximas décadas incluem o sul da Ásia


(Indonésia, Malásia e Tailândia), a África do Sul, o subcontinente indiano e o Sri Lanka
e partes da África Ocidental (países como o Gana, Togo e Nigéria).

A natureza transfronteiriça da poluição atmosférica leva a que poluição


atmosférica cuja origem física está total ou parcialmente compreendida numa zona
submetida à jurisdição nacional de um Estado produza os seus efeitos nocivos numa
zona submetida à jurisdição de um outro Estado, mas a uma distância tal que não é
possível distinguir as contribuições de fontes emissoras individuais ou de grupos de
fontes. Esses efeitos transfronteiriços levaram à assinatura de diversos acordos e
tratados internacionais tendo como objecto o controlo da poluição do ar e em particular
as emissões que levam à acidificação da precipitação. Entre esses instrumentos tem
particular importância a Convenção sobre a Poluição Atmosférica Transfronteiriça a
Longa Distância, da qual Portugal é signatário. Aquela Convenção tem Protocolos
adicionais sobre o controlo das emissões atmosféricas de óxidos de enxofre e de azoto e
sobre a acidificação e a eutrofização das massas de água interiores.

Soluções

Nos EUA, muitas usinas de energia que queimam carvão usam o sistema de
dessulfuração de gás de fumeiro (FGD) para retirar os gases contendo enxofre de suas
chaminés. Um exemplo de FGD é o depurador molhado que geralmente é usado nos
EUA e em muitos outros países. Um depurador molhado é basicamente uma torre de
reacção equipada com um ventilador que extrai a fumaça de gases quentes da chaminé
de uma usina de energia. O calcário ou a pedra calcária em forma de slurry também é
injectada na torre para se misturar com os gases da pilha e combinar-se com o dióxido
de enxofre presente. O carbonato de cálcio da pedra calcária produz sulfato de cálcio de
pH neutro, que é fisicamente retirado do depurador. Ou seja, o depurador transforma a
poluição de enxofre em sulfatos industriais.
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Em algumas áreas os sulfatos são vendidos a companhias químicas como gesso
quando a pureza de sulfato de cálcio é alta. Em outros, eles são colocados num aterro.

Algumas pessoas opõem-se à regulação da geração de energia, acreditando que


essa geração de energia e poluição necessitam de caminhar juntas. Isto é falso. Um
reactor nuclear gera menos que um milionésimo do lixo tóxico (medido por efeito
biológico líquido) por watt gerado, quando os dejectos de ambas as instalações de
geração de energia são adequadamente comparados (os Estados Unidos proíbem a
reciclagem nuclear, de modo que esse país produz mais lixo que outros países).

Um esquema regulador mais benigno envolve a negociação de emissões. Por


este esquema, a cada planta poluidora actual é concedida uma licença de emissões que
se torna parte do capital da empresa. Os operadores então podem instalar equipamentos
de controlo da poluição e vender partes das suas licenças de emissões. O principal efeito
deste procedimento é oferecer incentivos económicos reais para os operadores
instalarem controles de poluição. Desde que grupos de interesse público possam
aposentar as licenças por compra, o resultado líquido é um decréscimo contínuo e um
menor conjunto de fontes poluidoras. Ao mesmo tempo, nenhum operador particular
jamais será forçado a gastar dinheiro sem retorno do valor de venda comercial dos
activos.

Entre essas coisas citamos mais algumas que também ajudam:

 Conservar energia;
 Transporte colectivo;
 Utilização do metrô;
 Utilizar fontes de energia menos poluentes;
 Purificação dos escapamentos dos veículos;
 Utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre.

Causas

A chuva ácida pode ter origem antrópica ou natural, sendo que esse último
ocorre em menor escala. Os principais geradores naturais de chuva ácida são os vulcões,
que emitem à atmosfera gases, partículas, compostos de enxofre e poeira. Além disso,

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os processos biológicos ocorridos nos solos, pântanos e oceanos, além da respiração
animal e vegetal, também causam chuva ácida.

Já os principais contribuintes antrópicos à chuva ácida estão relacionados aos


ambientes com grande concentração de indústrias e veículos. A saber, a queima de
combustíveis fósseis para geração de energia e os gases lançados pelos veículos
favorecem a formação de chuva ácida.

Vale dizer que a chuva ácida não ocorre apenas no local onde há emissões de
gases à atmosfera. É possível que o vento transporte esses gases para regiões mais
afastadas, podendo provocar o fenômeno atmosférico em outras regiões.

Consequências

As consequências da chuva ácida são extremamente prejudiciais para os


ecossistemas terrestres e aquáticos, bem como para a saúde humana. A seguir, alguns
exemplos de consequências da chuva ácida:

Solo: aumento do pH do solo, levando à deficiência de nutrientes e perda de


fertilidade. Além disso, a taxa de decomposição vegetal é reduzida.

Ambientes aquáticos: acidificação dos oceanos, rios e lagos, afetando


fitoplâncton, anfíbios, invertebrados e peixes. A acidez aumenta a taxa de mortalidade
dos peixes, causa falhas na reprodução e aumenta absorção de metais pesados.

Vegetação: a chuva ácida danifica as folhas e as raízes das árvores, o que resulta
em diminuição da cobertura do dossel e morte dos vegetais. Além disso, as plantas
podem tornar-se suscetíveis à ocorrência de pragas e doenças.

Agricultura: as plantas cultivadas apresentam significativa sensibilidade a este


tipo de precipitação atmosférica. Em um ambiente com pH 2,6, a soja, por exemplo,
apresenta redução na fixação de CO₂, um processo importante para o crescimento da
planta. A chuva ácida afeta severamente a agricultura, uma vez que ela causa redução da
taxa fotossintética.

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Materiais e edifícios: monumentos de pedra feitos de mármore e calcário, bem
como materiais de construção contendo grandes quantidades de carbonato são
suscetíveis à chuva ácida. Isso pode representar uma grande perda de patrimônios,
incluindo os registros históricos e culturais.

Saúde humana: aumento da ingestão de metais pesados, pois eles ficam mais
disponíveis no solo. Os metais pesados mais comuns, como Al, Cd, Zn, Pb, Hg, Mn e
Fe, são dissolvidos no solo e na água. Assim, acabam fazendo o seu caminho para as
águas subterrâneas, que são consumidas por humanos, e contaminam os alimentos
(peixes, carnes e vegetais) e novos consumidores.

Controle de chuva ácida e impactos na economia: o controle da chuva ácida


pode ser feito com calagem (adição de cal), controle de emissão de gases poluentes e
intervenção política. Cada medida tem suas próprias vantagens e desvantagens. Mas é
importante implementar medidas de redução de chuva ácida, uma vez que seus impactos
podem ser irreversíveis.

Com a perda de produção de biomassa, redução dos serviços ecossistêmicos e


impactos em edifícios, monumentos históricos, lavouras e faunas aquáticas e terrestres,
os prejuízos econômicos também são consideráveis.

CONCLUSÃO

Chegamos a conclusão que por muito tempo, a humanidade adotou modelos de


desenvolvimento que priorizavam o progresso a todo custo, deixando de lado os
impactos causados no meio ambiente. Ou seja, era uma matriz de desenvolvimento não
sustentável, que utilizava fontes energéticas esgotáveis (principalmente petróleo e
carvão mineral) e capazes de gerar sérias consequências para o clima, como, a chuva
ácida.

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Inicialmente, é importante que você saiba que demorou anos para a sociedade
começar, de fato, a ter noção dos reais impactos ambientais devido à intensificação da
poluição. Isto é, muitos fenômenos já estavam ocorrendo por todo o mundo, mas foram
descobertos/estudados tardiamente, o que agravou ainda mais a situação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 O que corresponde a um de pH aproximado de 5,2 a 20 °C. Em água destilada, o


pH gerado àquela temperatura e concentração de dióxido de carbono seria 5,6.
 «What is Acid Rain? | Acid Rain | US EPA». www.epa.gov. Consultado em 1 de
maio de 2009
 «New Science Directorate Bio Mass Burning Redirect». Consultado em 1 de
Novembro de 2008. Arquivado do original em 17 de Junho de 2011
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 Weathers, K. C. e G. E. Likens. 2006. "Acid rain", pp. 1549–1561, in: W. N.
Rom (editor), Environmental and Occupational Medicine (4.ª edição),
Lippincott-Raven Publ., Philadelphia.
 Seinfeld, John H.; Pandis, Spyros N (1998). Atmospheric Chemistry and Physics
- From Air Pollution to Climate Change. John Wiley and Sons, Inc.

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