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APOSTILA RESUMO 2

Prof. Dr. Ânderson Jésus da Silva

A água do mar tem dissolvida uma grande quantidade de sais (NaCl, CaSO 4,
MgSO4, KCl, entre outros). Pelo atrito do vento com a superfície do mar, formam-se
borrifos de água que são lançados na atmosfera (você já sentiu a brisa do mar?),
formando o que chamamos de aerossóis de origem marinha. Já na atmosfera, essas
pequenas gotinhas perdem sua água (total ou parcialmente) pela evaporação.
Restam, então, cristais de sais marinhos muito pequenos, formados principalmente
de NaCl, CaSO4.2H2O e MgSO4. Estas partículas, bem como partículas de poeira
(poluentes sólidos em suspensão na atmosfera), funcionam como um núcleo sobre os
quais pequenas gotas de água condensam e aumentam a velocidade de formação
das nuvens.

Portanto é normal encontramos na água da chuva compostos de Na+, Ca++,


Mg++, K+, Cl-, além de gases dissolvidos e produtos de reações que ocorrem na
atmosfera. A vida em nosso planeta depende desta camada de ar que nos envolve.
Embora a atmosfera corresponda a 0,0001% da massa total da Terra, é dela que os
seres vivos retiram o O2 essencial à vida, o CO2 para a fotossíntese e o N2, cujos
compostos são essenciais para o crescimento das plantas. Nosso clima é dependente
do movimento do vapor d'água da terra para a atmosfera e seu retorno. Mesmo os
constituintes em proporção muito pequena na atmosfera podem ter efeitos benéficos
ou prejudiciais sobre o equilíbrio da vida.
Dos gases da Tabela 2-1 a água dissolve alguns (O2 dissolvido na água é vital
para a vida aquática), reage com outros (CO2 + H2O → H2CO3) e destas interações
depende a composição da chuva. O CO2, por ser o composto presente em maior
quantidade no ar (em condições normais) que reage com a água, é um dos principais
responsáveis pelas características químicas da chuva. O CO2 bem como o N2O, SO2,
NO2, CO e NO são chamados ÓXIDOS, ou seja, substâncias binárias onde o elemento
mais eletronegativo é o O.

Seja pela interferência do homem ou da natureza, ocorrendo alterações na


composição do ar, com certeza ocorrerão alterações na composição da chuva. A água
da chuva dissolve os gases presentes na atmosfera. Alguns gases específicos,
quando em contato com o vapor d'água e/ou chuva, são responsáveis pela formação
da chuva ácida. Atualmente, sabe-se que a probabilidade de existência do íon H+ livre
é praticamente nula. Ele reage intensamente com a água, segundo um processo
exotérmico, formando o íon H3O+ (hidrônio): Os óxidos que apresentam as mesmas
características do CO2, SO3 e N2O5 em água, são chamados de óxidos ácidos. Os
óxidos que reagem com a água dando como produto compostos com características
semelhantes ao NaOH, Ca(OH)2 e Cu(OH)2 são chamados óxidos básicos. Como
origem dos óxidos de enxofre (principalmente SO2) atmosféricos, podemos apontar
duas possibilidades: a origem natural e a origem antropogênica.

Fontes naturais: Vulcões em erupção lançam SO2 diretamente na atmosfera.


Uma vez na atmosfera o SO2 pode reagir em pequenas proporções com o O2 do ar e
formar SO3, que uma vez em contato com a água, precipita-se na forma de chuva
ácida, ou até mesmo pode formar H2SO4 dentro de nossos pulmões. Processos
biológicos de alguns microorganismos, plantas e algas presentes em ambientes
marinhos, costeiros e continentais produzem outros dois compostos gasosos de
enxofre: o H2S (sulfeto de hidrogênio) e CH3SCH3 (sulfeto de dimetila). Os oceanos
são as principais fontes de sulfeto de dimetila, originário de processos metabólicos em
algas e fitoplânctons. Os litorais formados por pântanos e mangues são fontes de H2S.
"Na América do Sul, chuvas com pH médio de 4,7 têm sido registradas tanto em áreas
urbanas e industrializadas como em regiões remotas. Isso não quer dizer que a
poluição se espalhou por toda a parte, os estudos realizados na floresta amazônica
mostraram que os valores de pH na região (entre 4,5 e 4,7) estão próximos daqueles
observados em áreas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A explicação é
natural. A chuva ácida provém da oxidação de sulfeto de hidrogênio, ou seja, a reação
do sulfeto em contato com o oxigênio do ar, que se volatiliza nas regiões alagadas.
Mas resulta principalmente da grande quantidade de ácidos orgânicos emitidos pela
própria floresta.

Fontes antropogênicas: Uma vez que o enxofre é um dos elementos


presentes, em maior ou menor quantidade em todo ser vivo, ocorrendo a queima desta
biomassa (principalmente madeira), há liberação do enxofre oxidado que se espalha
pela atmosfera. O SO2 uma vez na atmosfera, pode reagir também diretamente com
H2O2, que é um poluente de nossa atmosfera, cuja quantidade vem crescendo
bastante nos últimos tempos, produzindo também H2SO4. Os combustíveis fósseis
(carvão mineral, gás natural e derivados do petróleo) apresentam, em maior ou menor
quantidade, enxofre, seja na forma inorgânica ou orgânica, que ao serem queimados
liberam quantidades apreciáveis de SO2 para a atmosfera. No Brasil, principalmente
na região sul (RS e SC), utiliza-se carvão mineral com alto teor de enxofre (2,5 a 3,0%)
para produção de energia elétrica. Um pouco mais da metade do enxofre presente no
carvão mineral está na forma de minerais, tais como as piritas, FeS2. Na combustão,
o enxofre é convertido a dióxido de enxofre. O carvão mineral também é bastante
usado em usinas siderúrgicas, onde é utilizado para obtenção de ferro gusa e/ou ferro
esponja, matéria-prima para fabricação do aço. Também nos processos metalúrgicos
o enxofre é oxidado a SO2, em altas temperaturas. Os combustíveis derivados do
petróleo geralmente não apresentam muito enxofre (depende da qualidade do
petróleo), mas a quantidade presente aumenta com o ponto de ebulição dos
combustíveis destilados do petróleo, ou seja, o teor de enxofre é maior nos óleos
residuais que em alguns lugares ainda são queimados em caldeiras para produzir
energia. O enxofre, presente nos combustíveis, geralmente está sob a forma de
compostos orgânicos, e também é convertido em SO2 por combustão. As usinas
termoelétricas (carvão, gás natural e óleo) são responsáveis por aproximadamente
80% do SO2 produzido pelo Homem. O meio óbvio de evitar a emissão do SO2 é
remover os compostos de enxofre do combustível, antes que ele seja queimado. A
pirita, FeS2, pode ser separada do carvão através de uma lavagem com solução de
NaCl (d=1,35 g/cm3). O carvão (1,2 g/cm3) flutua nessa solução, enquanto a pirita
(4,9 g/cm3) afunda. Esse método, no entanto, não é efetivo com compostos orgânicos
sulfurados, que são responsáveis por aproximadamente 50% do enxofre do carvão e
virtualmente todo o enxofre dos combustíveis do petróleo. Os meios de transporte que
utilizam combustíveis de origem fóssil (petróleo), embora em menor proporção,
contribuem bastante para o aumento do SO2 na atmosfera.
Exercícios e Problemas de estudo

01) (UFPB-2010) A chuva ácida é um fenômeno causado, sobretudo, por emissões


resultantes da queima de combustíveis fósseis. O dióxido de enxofre, lançado no ar
por algumas indústrias, e o óxido de nitrogênio, proveniente de diversos combustíveis
fósseis e de veículos motorizados, combinam-se com o hidrogênio na atmosfera e
transformam-se em ácido sulfúrico e em ácido nítrico. Considerando essas
informações, é correto afirmar que, no Brasil, o fenômeno das chuvas ácidas é:
a) inexistente, pois a matriz energética brasileira é proveniente da energia hidráulica,
considerada limpa por não causar danos ambientais.
b) irrelevante, pois a maior parte da frota automobilística brasileira é movida a álcool,
combustível livre de gases que causam as chuvas ácidas.
c) intenso em algumas áreas, principalmente nos polos siderúrgicos, em decorrência
da utilização maciça de carvão mineral.
d) inexistente, pois o carvão mineral utilizado para geração de energia elétrica é pouco
poluente por apresentar baixo teor de gases que provocam as chuvas ácidas.
e) intenso nos grandes centros urbanos, em decorrência do aumento expressivo da
frota de carros bicombustíveis.

02) (PUC-RS) Especialistas observam que, nas últimas décadas, obras de arte
expostas em praças públicas na Itália estão sofrendo um acentuado desgaste. É mais
provável que essa situação esteja relacionada:
a) à ação de visitantes despreparados para a contemplação das obras de arte.
b) ao fenômeno El Niño, que aumenta a concentração de chuvas no verão.
c) às ondas de frio que têm assolado o continente nos últimos invernos.
d) ao aquecimento global.
e) às chuvas ácidas.

03) A chuva ácida é um fenômeno provocado pela poluição atmosférica. Sobre esse
fenômeno, assinale a alternativa INCORRETA:
a) As chuvas, normalmente, contêm um grau de acidez, porém não agridem o meio
ambiente. Portanto, toda chuva é ácida e tem pH naturalmente abaixo de 5,6.
b) As maiores ocorrências de chuvas ácidas, até 1990, eram nos Estados Unidos.
c) É chamada de chuva ácida toda chuva que apresenta pH maior que 4,5.
d) As chuvas ácidas reagem com carbonatos como o mármore, provocando o
desgaste de monumentos históricos e de obras de arte.

04) Assinale a alternativa que indica a causa das chuvas ácidas:


a) Massas de ar quentes e úmidas que se instalam em uma determinada região.
b) Queima de combustíveis fósseis por automóveis e indústrias, que lança gases
poluentes à atmosfera.
c) Formação de ilhas de calor nos grandes centros urbanos.
d) Desflorestamento de áreas destinadas à agropecuária.

05) (UFF/1997) Sabe-se hoje, que a "chuva ácida" prejudica tanto os ecossistemas
terrestres quanto os aquáticos. Seus efeitos acarretam problemas de desenvolvimento
e sobrevivência de muitos animais. Maior controle sobre as indústrias e utilização de
equipamentos antipoluição representam medidas que podem conduzir à diminuição
da ocorrência desse fenômeno. Descreva de forma sucinta como ocorre esse tipo de
precipitação.
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06) A ocorrência de chuva ácida é constatada em várias partes do planeta, no entanto,


esse fenômeno é mais comum em alguns países. Quais os países mais afetados pela
chuva ácida?
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07) A emissão de óxido de nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de


carbono (CO2) na atmosfera reage com as nuvens que se precipitam com pH
(potencial hidrogeniônico) baixo, caracterizando as chuvas ácidas. Esse fenômeno
tem consequências desastrosas para o meio ambiente. Cite os principais.
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08) (PUC-PR) A industrialização europeia teve como base energética o uso do carvão
mineral. Até hoje, mesmo com a ampliação do uso de petróleo, da energia hidrelétrica
e das usinas nucleares, o carvão permanece como importante fonte energética,
principalmente, nos países da Europa Oriental. Ocorre, porém, que a queima do
carvão mineral, em grandes quantidades, pode provocar o aumento do volume do
dióxido de enxofre na atmosfera e, com isso, o fenômeno:
a) da chuva ácida.
b) do vento geotrópico.
c) da rarefação do ar.
d) desertificação.
e) da redução da ionosfera.

09) (UEG) A água da chuva é normalmente ácida. Porém a presença de poluentes no


ar atmosférico (ácido sulfúrico, ácido clorídrico, trióxido de enxofre, dióxido de
nitrogênio) torna a água da chuva mais ácida ainda. Sobre esse fenômeno, é
INCORRETO afirmar:
a) As áreas mais afetadas pelas chuvas ácidas estão no Hemisfério Norte,
principalmente nos Estados Unidos, no Canadá e nos países europeus.
b) As indústrias na Alemanha, no Reino Unido e na França emitem grande quantidade
de poluentes contribuindo para acidificar os lagos da Escandinávia.
c) No Brasil, esse fenômeno não ocorre de forma significativa em função do recente
processo de industrialização e da desconcentração industrial.
d) As chuvas ácidas causam impactos também na cobertura vegetal; algumas
florestas não estão resistindo a essa agressão, como é o caso da Floresta Negra.

10) (Facimpa – MG ) Observe: I – Uma pedra de naftalina deixada no armário; II –


Uma vasilha de água deixada no freezer; III- Uma vasilha de água deixada no fogo;
IV – O derretimento de um pedaço de chumbo quando aquecido; Nesses fatos estão
relacionados corretamente os seguintes fenômenos:

a) I. Sublimação; II. Solidificação; III. Evaporação; IV. Fusão.


b) I. Sublimação; II. Sublimação; III. Evaporação; IV. Solidificação.
c) I. Fusão; II. Sublimação; III. Evaporação; IV. Solidificação.
d) I. Evaporação; II. Solidificação; III. Fusão; IV. Sublimação.
e) I. Evaporação; II. Sublimação; III. Fusão; IV. Solidificação.

11) (UNCISAL) A rapadura, um produto sólido de sabor doce tradicionalmente


consumido pela população do Nordeste do Brasil, originou-se das crostas presas às
paredes dos tachos durante a fabricação do açúcar. Atualmente, o posicionamento da
rapadura como “produto natural” ou “produto rural” é um valor agregado que a
diferencia do açúcar refinado, seu principal concorrente. A produção da rapadura a
partir do caldo de cana envolve as etapas apresentadas a seguir:

Na concentração, o caldo de cana é aquecido até transformar-se em um xarope denso


e viscoso que borbulha no tacho. Quando atinge esse ponto, o xarope é transferido
para um tipo de tanque redondo onde é moldada a rapadura. A concentração do caldo
de cana ocorre porque a água está sendo eliminada por:
a) destilação. b) evaporação. c) sublimação. d) solidificação. e) condensação.

12) O gráfico a seguir representa a curva de resfriamento da água pura à pressão


constante de 1 atm.
Gráfico de mudança de estado de agregação com curva de resfriamento. Julgue se
são verdadeiras ou falsas as afirmações a seguir:
a. ( ) O fenômeno que ocorre na região B da curva é a solidificação e há duas fases
em equilíbrio.
b. ( ) Na região C da curva, há somente a fase sólida.
c. ( ) Nas regiões B e D da curva, a temperatura permanece constante.
d. ( ) Na região D da curva, coexistem as fases sólida e líquida.

13) (UEA) Define-se a capacidade térmica de um corpo (C) como a razão entre a
quantidade de calor que ele recebe (Q) e a correspondente variação de temperatura
ocorrida (ΔT):

Se um corpo de capacidade térmica igual a 25 cal/ºC recebe calor de uma fonte


durante 20 minutos com taxa constante de 50 cal/min, ele sofre uma variação de
temperatura, em ºC, igual a:
a) 10,0. b) 40,0. c) 50,0. d) 62,5. e) 84,5.

14) Leia as afirmações a respeito da capacidade térmica de um corpo e dê como


resposta a soma dos valores das afirmações corretas.

01. A capacidade térmica é determinada pela razão entre a variação de temperatura


de um corpo e a quantidade de calor recebida.
02. A capacidade térmica pode ser determinada pelo produto da massa pelo calor
específico do corpo.
04. A unidade de medida da capacidade térmica, de acordo com o Sistema
Internacional de Unidades, é cal/ºC.
08. Se a capacidade térmica de um corpo for de 30 cal/ºC e sua massa corresponder
a 2 kg, o calor específico desse material será de 0,015 cal/g°C.
16. A capacidade térmica é inversamente proporcional à massa da substância.

A soma das respostas corretas é:


a) 14. b) 31. c) 23. d) 15. e) 7.

15) Determine a capacidade térmica, em cal/°C, para 300 g de uma substância que
possui calor específico igual a 0,09 cal/g.ºC.

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