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chuvas ácidas? Comparadas com as “chuvas normais”, que possuem um pH de 5,6, as chuvas ácidas têm um
pH mais baixo, em torno de 4,5 e 2,8, dependendo das regiões. Isto acontece devido à absorção de dióxido
de carbono, dióxido de enxofre e óxido nítrico por parte da água da chuva. Estes gases são emitidos por
fontes naturais ou antropogénicas (por ação humana).
Os principais gases que provocam a chuva ácida são emitidos por processos naturais, tais como a
atividade vulcânica e microbiológica, produzindo cerca de 50 a 70 milhões de toneladas por ano de dióxido
de enxofre; e devido à queima de biomassa, processos microbiológicos e relâmpagos, são libertados para a
atmosfera, todos os anos, aproximadamente 30 a 40 milhões de toneladas de óxido nítrico. A respiração dos
seres vivos e a decomposição destes também liberta gases responsáveis pelas chuvas ácidas. Porém, estas
quantidades de gases não são suficientes para mudar a acidez da chuva drasticamente, visto que não têm
um local de concentração específico e são originados através de processos equilibrados. O problema das
chuvas ácidas surge quando o Homem afeta o equilíbrio de emissão desses gases, libertando-os na natureza
de forma concentrada. Estudos revelam que o Homem lança, por ano, aproximadamente 100 a 130 milhões
de toneladas de dióxido de enxofre e 60 a 70 milhões de toneladas de óxido nítrico. Estes gases são
libertados devido à atividade agropecuária e industrial, queima de combustíveis fósseis como o carvão e o
petróleo, desmatamento e queimadas, lavagem de polpa de celulose e papel, poluição gerada pelos veículos
e aerossóis.
Os ácidos responsáveis pelas chuvas ácidas são obtidos através de reações químicas que ocorrem na
atmosfera, quando a água da chuva absorve os gases poluentes.
As chuvas ácidas podem ser bastante prejudiciais à vida humana e a toda a natureza, sejam animais
ou plantas. Quando as chuvas ácidas entram em contacto com o solo e as águas, alteram as suas
características químicas e consequentemente colocam em risco o equilíbrio dos ecossistemas. Este
desequilíbrio do ecossistema é conhecido por “acidificação do meio ambiente” e pode originar:
- A perda de biodiversidade nos oceanos, isto porque a acidificação da água dos oceanos prejudica o
plâncton, a principal fonte de alimento de diversas espécies de organismos e animais, e assim pode
modificar os níveis tróficos e originar a extinção de diversas espécies marinhas;
- A acidificação das águas continentais que origina uma maior concentração de iões metálicos,
principalmente o alumínio, e que pode causar a morte de grande parte dos peixes anfíbios e plantas
aquáticas. Para além disso, os metais pesados são deslocados para as águas subterrâneas, que são o maior
reservatório de água doce da Terra, tornando a água imprópria para consumo.
- Nas florestas, um solo com pH ácido e grandes concentrações de iões metálicos impedem que a vegetação
absorva de forma adequada a água e os nutrientes que necessita. Isso danifica as raízes, retarda o
crescimento da vegetação e torna as plantas mais fracas e mais vulneráveis a doenças e pragas.
Além de afetar a natureza, as chuvas ácidas também afetam o património artístico, histórico e
cultural construído pelo Homem. Além de correr os metais de edifícios e outras infraestruturas, danifica o
aspeto dos monumentos. Este dano é mais facilmente verificado em construções calcárias como o mármore,
que se dissolvem aos poucos devido ao efeito dos ácidos e da água. Esses danos devem-se à capacidade que
os ácidos têm em reagir com alguns componentes do monumento, como o mármore (carbonato de cálcio).
Nesta reação ocorre uma dupla troca, ou seja, quando os ácidos da chuva ácida entram em contacto com o
carbonato de cálcio forma-se um novo ácido e um novo sal.
Nessa reação, há a formação do sal nitrato de cálcio, um sal quebradiço, e do ácido carbônico, que se
converte em água e gás carbônico.
Nessa reação, ocorre a formação do sulfato de cálcio, que é o gesso, e do ácido carbônico, que se converte
em água e gás carbônico
A redução da chuva ácida deve ser feita através de ações governamentais, implementação de leis,
investimento em eficiência energética e em fontes mais limpas e renováveis para a produção de energia.
Uma das formas que diminuir as chuvas ácidas é através do Protocolo de Kioto. Em 1997, os representantes
de centenas de países reuniram-se em Kioto, no Japão, para discutir formas de reduzir a poluição ambiental.
Este protocolo estipula que algumas propostas para reduzir a poluição ambiental serão adotadas. A maior
parte dos países que participaram na reunião votaram a favor do Protocolo de Kioto, porém os EUA
opuseram-se ao acordo, alegando que iria prejudicar o seu crescimento industrial.
A Iberdola é uma das grandes empresas de produção de energia que se comprometeu a reduzir a
emissão de gases poluentes na atmosfera, assim, a empresa comprometeu-se a ter uma emissão de gases
praticamente nula na Europa em 2030 e ser neutra em carbono a nível mundial em 2050.
Alguns países da União Europeia também estão a trabalhar no sentido de diminuir a emissão de
gases poluentes para a atmosfera. Os dois países que têm maior interesse em acabar com a chuva ácida são
a Grã-Bretanha e a Alemanha. A Alemanha mudou a sua política para garantir o mínimo de poluição possível;
a Grã-Bretanha, que tem menos problemas, quer fazer mais alguns estudos antes de tomar alguma medida.
Além das indústrias, as grandes cidades e as pessoas que lá vivem também são grandes
contribuidoras para o aumento da chuva ácida e por isso é possível cada um de nós tomar medidas menos
poluentes para a atmosfera e que não vão interferir no nosso dia-a-dia, como por exemplo:
- Comprar veículos que emitam menos gases poluentes ou que sejam elétricos;
- Desligar lâmpadas, computadores e outros aparelhos quando não estão a ser utilizados;
- Utilizar aparelhos domésticos que tenham uma melhor eficiência energética;