Escola Secundária João da Silva Correia

CHUVAS ÁCIDAS
MAFALDA FERREIRA DA SILVA CARVALHO AGUIAR

INTRODUÇÃO
Desde o princípio da Humanidade, o Homem tem utilizado recursos
CURIOSIDADES
naturais para satisfazer as suas necessidades, e o uso de recursos
naturais não é assim nada de novo para a civilização moderna. No
entanto o seu uso traz também problemas como a poluição e um
As chuvas ácidas
dos maiores problemas causados pela poluição são as chuvas
conseguem viajar milhares
ácidas. de km a partir do ponto
onde as emissões de gases
Chuvas ácidas - designação dada a qualquer forma de foram originalmente
precipitação atmosférica cujo pH seja  menor do que 5.5. O termo foi emitidas.
utilizado pela primeira vez em 1872 para descrever a chuva que caía
numa zona industrial de Manchester.

As chuvas ácidas também

CHUVA NORMAL
A chuva a que chamamos
"normal", ou seja, aquela que
não está poluída, é ligeiramente
acídica devido à presença de
CO2 na atmosfera, que
incorpora-se na sua
composição formando uma
substância ácida, e, sendo
assim, o seu pH está
compreendido entre 5.5 e 6.
Fórmula química:
H2O (l) + CO2 (g) H2CO3 (aq)
CHUVA ÁCIDA
As chuvas ácidas ou chuvas
poluídas pelos gases da
atmosfera têm um pH inferior a
5.5, normalmente de 3 ou 4,
sendo o pH mais baixo alguma
vez registado igual a 1.9. As
chuvas ácidas resultam de uma
reação complexa que começa
com a oxidação de SO2 e depois
com a sua reação com a água
ou da reação com a água de
N02.
Fórmula química:
Proveniente da combustão de
combustíveis fosseis:
podem ser causadas por
fenómenos naturais como
erupções vulcânicas.
Embora pareçam
inofensivas à nossa saúde,
estima-se que cerca de 550
pessoas morram
prematuramente todos os
anos devido às
consequências na saúde
humana causadas pelas
chuvas ácidas.

2 SO2 (g) + O2 (g) 2 S03

(oxidação que ocorre na atmosfera)

SO3 (g) + H2O (l) H2SO4 (aq.)

OU
N02 (g) + H20 (l) HNO3 (aq)
AS CONSEQUÊNCIAS
DAS CHUVAS
ÁCIDAS
Como  vimos em cima, as reações químicas
que originam as chuvas ácidas resultam
em ácido sulfúrico e ácido nítrico, ácidos
que são considerados fortes. Além disso,
estão diluídos em água, e como as
propriedades dos ácidos só se revelam
quando estes estão diluídos em algum
líquido, as chuvas ácidas conseguem
provocar estragos.
Exemplos:
1. Acidificação do solo: Com a
infiltração de chuvas ácidas nos
solos ocorre a acidificação dos
mesmos, o que leva a que sejam
transportados para fora do solo
catiões de potássio, cálcio e
magnésio, resultando numa baixa
percentagem de nutrientes no solo,
levando assim à sua perda de
fertilidade. No entanto, numa
experiência feita na Rússia
verificou-se que os solos
conseguem tolerar níveis mais
altos de acidez sem que ocorram
mudanças no ecossistema,
comparativamente às águas dos
rios e lagos.
2. Consequências nas atividades
animais: Vários estudos apontam
para uma diminuição da taxa
metabólica dos animais expostos a
chuvas ácidas. Além disso, quando
expostos às chuvas ácidas os
animais mudam comportamentos,
pondo em risco a sua
sobrevivência. Os seus níveis
hormonais também se alteram
completamente.
3. Acidificação da água: As
chuvas ácidas resultam na
acidificação da água de lagos e
rios. A incorporação de chuvas
ácidas nestes cursos de água
muda a sua composição
química e mineralógica.
Verifica-se assim morte de
fauna e flora presente nestes
locais e, num estudo
desenvolvido no Canadá
descobriu-se que nos lagos onde
o nível de acidez era maior os
peixes ingeriam mais metais
pesados, pois a acidez da água
propicia a saída de alumínio,
magnésio e potássio das rochas.
Além disso, em lagos onde o pH
é inferior a 5 não se encontram
moluscos, pois a acidez retira
todo o cálcio da água, tornando
assim impossível o processo de
formação da concha. 
4. Danificação de materiais e
edifícios: Os edifícios
constituídos por mármore e
calcário sofrem deterioração
pela deposição contínua e
prolongada de ácidos
(provenientes das chuvas
ácidas) pois estas são rochas
carbonatadas, significando que
em contacto com ácido
libertam iões de cálcio,
hidrogenocarbonato e sulfato,
em solução. As chuvas ácidas
aceleram também o processo
de corrosão (em cidades
poluídas este processo é
acelerado entre 2 a 10 vezes) de
monumentos e materiais como
por exemplo os materiais
ferrosos, que, quando expostos a
chuvas ácidas enferrujam mais
rapidamente.
3. Consequências em
florestas e plantações: Nas
árvores a deposição de ácido
ocorre de duas maneiras: nas
folhas e na raiz. Alguns dos
sinais notados quando as
árvores são atingidas por
estas chuvas é a descoloração
das folhas, perda das
mesmas, raízes danificadas e
morte. Já em campos com
plantações verificou-se uma
redução de fixação de CO2
quando as plantas eram
atingidas por este tipo de
chuvas. Além disso, várias
funções fisiológicas e
características morfológicas
das plantas pertencentes a
plantações começam a falhar
ou alteram-se quando são
atingidas por este tipo de
chuvas.
6. Consequências nos seres
humanos: Os efeitos das
chuvas ácidas no ser humano
não são diretos mas indiretos.
Efeitos indiretos ocorrem
quando entramos um
contacto com um material ou
substância que tenha sido
exposto às chuvas ácidas.
Quando expostos a estas, a
respiração torna-se mais
difícil e existe normalmente
irritabilidade ocular, além de
que em concentrações mais
elevadas possam causar
irritações da pele. Estes
efeitos podem também ser
sentidos através do consumo
de metais tóxicos, pois, como
já foi explicado anteriormente,
estes são passados para os
animais e solo, contaminando
aquilo que comemos e tendo
consequências graves para a
saúde.
FORMAS DE
MINIMIZAR AS
CHUVAS ÁCIDAS
A minimização das chuvas ácidas
depende na maioria da ação humana
a diferentes níveis: pessoal, social e
industrial.
Nível pessoal: conservar energia através de
ações simples como desligar a luz e outros
equipamentos elétricos quando não em
utilização, comprar equipamentos que
necessitam de um menor uso de energia,
andar menos de carro e tentar utilizar
transportes públicos ou até caminhar e
usar meios alternativos como bicicleta. Ao
tomar estas medidas é possiível diminuir
o consumo de combustíveis fósseis que
estão na fonte do problema.
Nível social: educar a população para o
problema, persuadir para a mudança de
hábitos na comunidade e tomar ações a
nível de conselho ou distrito e impor
legislações para regular a libertação de
gases como SO2 e NO2.
Nível industrial: a nível industrial podem ser
utilizados mecanismos como torres de
tratamento para onde se enviam os gases
resultantes da combustão. Nestas torres
poderiam existir chuveiros de água por onde
se faria passar óxido de cálcio e os gases da
combustão.
Uma série de reações vão ocorrer:
Ca (s) + H2O (l) Ca(OH)2 (aq)
SO2 (g) + H2O (l) H2SO3 (aq)
H2SO3 (aq) + Ca(OH)2 CaSO3 * 2H2O (s)
Desta maneira o produto final não vai ser
S02 mas sim uma substância não poluente.
Além disto, as indústrias automóveis podem
incluir catalizadores nos tubos de escape de
modo a que estes facilitem a reação entre
os óxidos de nitrogénio, monóxido de
carbono e combustível por queimar,
transformando-os em substâncias não
poluentes como água e dióxido de carbono.