Você está na página 1de 9

Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado.

Este material pode ser protegido por direitos


autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

1. CARACTERÍSTICAS DO CDC APLICAÇÃO DO CDC NÃO APLICAÇÃO DO CDC


• Instituições Financeiras • Relação entre advogado
Normas de ordem pública: a principal caracterísca
(Súmula n. 297 do STJ). e cliente: prevalece que
do CDC é que suas normas são de ordem pública, ou seja,
não se aplica o CDC, uma
são inderrogáveis pela vontade das partes, podendo o juiz • Contratos de Plano vez que a relação é regida
conhecê-las de ocio.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

de Saúde, salvo os pelo Estatuto da OAB.


administrados por
Abusividade de cláusulas do contrato de consumo:
entidades de autogestão • Relação entre condomínio
como se trata de norma de ordem pública, o juiz poderá
(Súmula n. 608 do STJ). e condômino.
conhecer de ocio a abusividade de uma cláusula
do contrato de consumo. Entretanto, o STJ rmou • Serviço Público impróprio • Locação de Imóveis
posicionamento no sendo de que nos contratos bancários (específicos, uti singuli): Urbanos: jurisprudência
é vedado ao julgador conhecer, de ocio, da abusividade O STJ entende que se majoritária entende que
das cláusulas (Súmula n. 381). aplica o CDC aos serviços não incide o CDC porque se
públicos impróprios, como aplica a Lei do inquilinato.
2. ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE o serviço de esgoto e de
energia elétrica, que são • Relações de Emprego:
CONSUMO remunerados por meio de aplica-se a CLT.
tarifa ou preço público.
ELEMENTOS SUBJETIVOS: a) consumidor e b) fornecedor • Serviços Públicos Próprios
• Entidades Abertas de (usuários indeterminados,
Conceito legal de consumidor: de acordo com o art. previdência Complementar uti universi), remunerados
2º, caput, do CDC, “consumidor é toda pessoa sica ou (Súmula n. 563 do STJ). por taxa. Prevalece que
jurídica que adquire ou uliza produto ou serviço como não se aplica do CDC (Ex:
desnatário nal”. serviço de asfaltamento).

Teorias: a) teoria maximalista: desnatário nal • Entidades fechadas de


seria o desnatário fáco, bastando que a pessoa sica previdência Complementar
ou jurídica rere o bem do mercado para ser considerada (Súmula n. 563 do STJ).
consumidora; b) teoria nalista: a expressão “desnatário
nal” se refere ao caráter econômico da relação, de modo • Contratos de financiamento
que é considerado consumidor apenas aquele que se vale do estudantil – FIES .
produto para sasfazer interesse próprio ou de sua família,
excluindo pracamente de seu conceito as pessoas jurídicas;
c) teoria nalista aprofundada ou migada: desnatário 3. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL
nal terá o aspecto econômico avaliado de acordo com a sua DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
vulnerabilidade, ou seja, a relação de consumo decorrerá
essencialmente da vulnerabilidade de uma das partes e não Principais Princípios:
em função da pessoa ser sica ou jurídica.
Princípio da Vulnerabilidade (art. 4°, I, do CDC): a
Consumidor por equiparação: a) art. 2º, parágrafo presunção de vulnerabilidade do consumidor pessoa sica
único, do CDC: equipara-se a consumidor a colevidade de não depende de prova, enquanto que a do consumidor
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo pessoa jurídica deve ser comprovada no caso concreto, com
nas relações de consumo; b) art. 17 do CDC: “equiparam- base na teoria nalista migada acima estudada. O conceito
se aos consumidores todas as vímas do evento”; c) art. de vulnerabilidade é plurissignicavo, podendo ser: a)
29 do CDC: “Para os ns deste Capítulo e do seguinte técnica: consumidor não possui conhecimento especíco
(“Das Prácas Comerciais” e “Da Proteção Contratual”), acerca do produto ou serviço; b) jurídica ou cienca:
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas ocorre quando consumidor não possui conhecimentos
determináveis ou não, expostas às prácas nele previstas”. jurídicos, econômicos ou de contabilidade sucientes; c)
fáca ou socioeconômica: quando se verica um grande
Fornecedor: conforme previsto no art. 3° do CDC, desnível do poder econômico do fornecedor em relação ao
fornecedor é toda pessoa sica ou jurídica, pública ou consumidor, como no caso das concessionárias de energia
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes elétrica em relação a seus usuários; d) informacional:
despersonalizados, que desenvolvem avidade de o consumidor não possui as informações essenciais
produção, montagem, criação, construção, transformação, sobre o produto ou serviço, seja pela omissão por parte
importação, exportação, distribuição ou comercialização do fornecedor, seja pela manipulação ou o exagero das
de produtos ou prestação de serviços. Para que haja informações prestadas.
relação de consumo, é essencial que o fornecedor exerça
sua avidade de forma habitual. Princípio da Boa-fé: possui previsão na parte nal do
art. 4º, III, do CDC, sendo certo que o referido disposivo
ELEMENTOS OBJETIVOS: a) Produto: qualquer bem, se refere à boa-fé objeva, que não se confunde com a
móvel ou imóvel, material ou imaterial (§ 1° do art. 3° do boa-fé subjeva (relacionada à intenção das partes).
CDC); b) Serviço: qualquer avidade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de Boa-fé objeva: padrão éco de conduta, de
natureza bancária, nanceira, de crédito e securitária, salvo observância obrigatória por todos os sujeitos integrantes
as decorrentes das relações de caráter trabalhista (§ 2° do da relação de consumo. Analisa-se, portanto, o
art. 3° do CDC). comportamento das partes e não a intenção dos sujeitos.
Além disso, as caracteríscas inerentes à boa-fé objeva,
1
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

como honesdade, lealdade, sinceridade, razoabilidade, verossímil a alegação ou quando for ele hipossuciente,
são considerados deveres anexos à conduta que devem segundo as regras ordinárias de experiências;
ser observados em todas as fases que envolvem o contrato
(pré-contratual, contratual e pós-contratual).
A inversão do ônus da prova não é automática, já que
depende de decisão do juiz após verificar a existência
4. DIREITOS DO CONSUMIDOR
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

de verossimilhança (plausibilidade das alegações,


alegações razoáveis com grande chance de serem
Conforme art. 6º do CDC, são direitos básicos verdadeira) OU de hipossuficiência, caracterizada
do consumidor: pela dificuldade processual de defesa em razão de
circunstâncias técnicas, econômicas ou até mesmo
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra jurídicas (como no caso do consumidor que não teve
os riscos provocados por prácas no fornecimento de acesso a documentos ou cópia do contrato).
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado
X - a adequada e ecaz prestação dos serviços públicos
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
em geral.
escolha e a igualdade nas contratações; III - a informação
adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, Proteção à saúde e segurança
com especicação correta de quandade, caracteríscas,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem; PRODUTOS
RISCOS PRODUTOS OU SERVIÇOS
NORMAIS E OU SERVIÇOS COM ALTO
PREVISÍVEIS POTENCIALMENTE GRAU DE
O art. 31 do CDC estabelece que “a oferta e apresentação NOCIVOS OU
de produtos ou serviços devem assegurar informações (ART. 8º DO NOCIVIDADE
CDC) PERIGOSOS (ART. OU PERICU-
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua 9º DO CDC) LOSIDADE
portuguesa sobre suas características, qualidades,
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de Fornecedor é Fornecedor Não podem
validade e origem, entre outros dados, bem como obrigado a dar deve informar ser colocados
sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança informações de maneira no mercado.
dos consumidores necessárias e ostensiva e
adequadas. adequada.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
abusiva, métodos comerciais coercivos ou desleais, bem Alteração Importante: a Lei nº 13.486/2017
como contra prácas e cláusulas abusivas ou impostas no acrescentou o § 2º ao art. 8º do CDC, exigindo como
fornecimento de produtos e serviços; obrigação do fornecedor “higienizar os equipamentos
e utensílios ulizados no fornecimento de produtos ou
serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e
PUBLICIDADE
ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o
caso, sobre o risco de contaminação”.
Veicula informação total é aquela discriminatória
ou parcialmente falsa, ou de qualquer natureza, Recall: o art. 10 do CDC estabelece que o fornecedor,
ainda quando deixa de a que incite à violência, assim que ver conhecimento de que seus produtos e/ou
considerar informação explore o medo ou a serviços introduzidos no mercado de consumo apresentam
essencial do produto ou superstição, se aproveite grau considerável de periculosidade ao consumidor,
serviço (§ 1° e § 3° do art. da deficiência de deverá, às suas expensas, comunicar o fato imediatamente
37 do CDC. julgamento e experiência às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
da criança, desrespeita anúncios publicitários veiculados na imprensa, rádio e
valores ambientais, televisão. Deve-se registrar ainda que se o consumidor não
ou que seja capaz de for encontrado pelo recall ou, ainda que encontrado, não
induzir o consumidor a comparecer para trocar o produto, o fabricante não cará
se comportar de forma isento da obrigação de indenizar em caso de eventual
prejudicial ou perigosa à acidente, já que a responsabilidade do fabricante é objeva
sua saúde ou segurança (art. 12 do CDC).
(§ 2° do art. 37 do CDC).
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E
DO SERVIÇO
V - a modicação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão Conceito: a responsabilidade pelo fato do produto ou
em razão de fatos supervenientes que as tornem serviço tem como pressuposto a existência de produto/
excessivamente onerosas. VI - a efeva prevenção e serviço defeituoso, ou seja, que não apresenta a segurança
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, esperada e, em razão de evento externo (acidente de
colevos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários consumo), coloca em risco a incolumidade sica-psíquica
e administravos com vistas à prevenção ou reparação do consumidor. O produto não é considerado defeituoso
de danos patrimoniais e morais, individuais, colevos ou pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrava e no mercado (§ 2º do art. 12 do CDC).
técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, Responsabilidade: é, em regra, objeva (independe
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for da existência de culpa) e solidária conforme previsto no
2
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

art. 12 do CDC: “O fabricante, o produtor, o construtor, responsabilidade pelo fato do produto ou serviço, em que
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, o comerciante responde apenas de forma subsidiária (art.
independentemente da existência de culpa, pela reparação 13 do CDC).
dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, VÍCIO DA QUALIDADE DO PRODUTO: se o vício não for
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento sanado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, o consumidor
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

de seus produtos, bem como por informações insucientes poderá exigir, alternavamente e à sua escolha: I - a
ou inadequadas sobre sua ulização e riscos”. substuição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso; II - a restuição imediata da
Excludentes de Responsabilidade pelo fato do quana paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
produto: o fornecedor e demais responsáveis solidários eventuais perdas e danos; III - o abamento proporcional
(fabricante, produtor, etc.) apenas poderão se isentar do do preço (§ 1° do art. 18 do CDC).
dever de indenizar pelo fato do produto se comprovarem
uma das excludentes de responsabilidade expressamente Dispensa do prazo de 30 dias: se, em razão da
previstas no § 3º do art. 12 do CDC, ou seja, se extensão do vício, a substuição das partes viciadas puder
demonstrarem: I - que não colocou o produto no mercado; comprometer a qualidade ou caracteríscas do produto,
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial, o
defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou consumidor poderá fazer uso imediato das alternavas §
de terceiros. 1° do art. 18 do CDC, dispensando-se o prazo de 30 dias.

Excludentes de responsabilidade pelo fato do serviço: VÍCIO NA QUANTIDADE DO PRODUTO: ocorre sempre
também se trata, como regra geral, de responsabilidade que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
objeva, sendo que o fornecedor apenas se eximirá da seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes
responsabilidade de indenizar quando provar: I - que, tendo do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem
prestado o serviço, o defeito inexiste; II - culpa exclusiva do publicitária, podendo o consumidor exigir, nestes casos,
consumidor ou de terceiros. alternavamente e à sua escolha: I - o abamento
proporcional do preço; II - complementação do peso ou
Responsabilidade do comerciante: é considerada medida; III - a substuição do produto por outro da mesma
subsidiária, podendo ser responsabilizado quando: I - o espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a
fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não restuição imediata da quana paga, monetariamente
puderem ser idencados; II - o produto for fornecido sem atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
idencação clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador; III - não conservar adequadamente os Responsabilidade direta do fornecedor: não obstante
produtos perecíveis. Entretanto, se o comerciante for a responsabilidade seja solidária entre os fornecedores
condenado a efevar o pagamento ao prejudicado, poderá no caso de vício de quandade, o fornecedor imediato
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, será diretamente responsável quando zer a pesagem ou
segundo sua parcipação na causação do evento danoso a medição e o instrumento ulizado não esver aferido
(art. 13 do CDC). segundo os padrões ociais, conforme previsto no § 2°do
art. 19 do CDC.
Responsabilidade do prossional liberal: trata-se de
exceção à regra geral, já que exige a comprovação de culpa, RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE QUALIDADE
ou seja, trata-se de responsabilidade subjeva, conforme DO SERVIÇO
previsto no § 4° do art. 14 do CDC.
Conceito: consideram-se vícios de qualidade do
Prescrição: de acordo com o art. 27 do CDC, a serviço as falhas que os tornem impróprios ao consumo ou
pretensão à reparação pelos danos causados por fato do lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
produto ou do serviço prescreve em cinco anos, iniciando- da disparidade com as indicações constantes da oferta ou
se a contagem do prazo a parr do conhecimento do dano mensagem publicitária.
e de sua autoria.
Nesses casos, de acordo com o art. 20 do CDC, o
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E consumidor poderá exigir, alternavamente e à sua
DO SERVIÇO escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional
e quando cabível, que poderá ser conada a terceiros
Conceito: os fornecedores de produtos de consumo devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor;
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente II - a restuição imediata da quana paga, monetariamente
pelos vícios de qualidade ou quandade que os tornem atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o
impróprios ou inadequados ao consumo a que se desnam abamento proporcional do preço.
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE QUALIDADE DO
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem SERVIÇO PÚBLICO
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, podendo o consumidor exigir a substuição das Apenas incidirão as regras do CDC em relação ao vício
partes viciadas (art. 18 do CDC). de qualidade se o serviço público for prestado mediante
pagamento de tarifa ou preço público. Nas hipóteses em que
Responsabilidade: objeva e solidária. houver pagamento de taxa, não haverá relação de consumo.

Responsabilidade do comerciante: a responsabilidade No caso especíco dos serviços públicos com vício
do comerciante pelo vício do produto e do serviço é de qualidade, como caria inviável aplicar a regra geral
solidária e objeva (art. 18 do CDC), diferentemente da prevista no art. 20, o CDC estabelece que “nos casos de
3
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar
os danos causados” (parágrafo único do art. 22 do CDC).
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

No que diz respeito à responsabilidade pelos danos causados por fato do produto e do serviço, prescreve em cinco
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

anos a pretensão à reparação pelos danos causados, iniciando-se a contagem do prazo a parr do conhecimento do dano
e de sua autoria (art. 27 do CDC).

Já em relação à responsabilidade pelo vício do produto ou serviço, o prazo será decadencial, contato da
seguinte forma:

PRAZO DECADENCIAL

PRODUTO NÃO DURÁVEL PRODUTO DURÁVEL


(PERECÍVEL) - 30 DIAS - 90 DIAS

Se o vício for Se o vício for oculto, Se o vício for


aparente, o prazo Se o vício for oculto,
o prazo, o prazo aparente, o prazo
começa a partir da o prazo decadencial
decadencial inicia-se começa a partir da
entrega do bem ou do inicia-se no momento
no momento em que entrega do bem ou do
término da prestação em que ficar
ficar evidenciado término da prestação
do serviço evidenciado o defeito
o defeito do serviço

Garana: se o fornecedor conceder prazo de garana, Sociedades coligadas: As sociedades coligadas só


o art. 50 do CDC espula que a garana contratual deve ser responderão por culpa (responsabilidade subjeva).
fornecida por escrito e o seu prazo é complementar à legal,
ou seja, primeiro computa-se o prazo de garana contratual
que depois será acrescido do prazo da garana legal. 5. PRÁTICAS COMERCIAIS
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA OFERTA

No direito do consumidor (art. 28 do CDC) a No âmbito do CDC, se a oferta for sucientemente


desconsideração da personalidade jurídica é mais simples precisa, ou seja, suciente para o consumidor ter o seu
que no direito civil, podendo ocorrer em diversas situações, convencimento sobre a viabilidade do bem ou serviço
como no caso abuso de direito, excesso de poder, infração ofertado, ela será vinculante (art. 30 do CDC), obrigando
da lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato o fornecedor a cumpri-la e integrando o futuro contrato
social, falência, estado de insolvência, encerramento a ser celebrado (princípio da vinculação da oferta), sendo
ou inavidade da pessoa jurídica provocados por má que a negava ao cumprimento da oferta congura práca
administração, ou ainda no caso da personalidade ser, de abusiva, conforme art. 39, II, do CDC.
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
aos consumidores (teoria menor). Oferta pela internet: a oferta feita pela internet deve
ocorrer “mediante divulgação ostensiva do preço à vista,
RESPONSABILIDADE DAS SOCIEDADES junto à imagem do produto ou descrição do serviço, em
caracteres facilmente legíveis com tamanho de fonte não
Grupos societários e sociedades controladas: inferior a doze” (art. 2º, III, da Lei nº 10.962/2004).
as sociedades integrantes dos grupos societários e as
sociedades controladas são subsidiariamente responsáveis Recusa do cumprimento da oferta: se o fornecedor se
pelas obrigações decorrentes do CDC. recusar a cumprir a oferta, além de congurar práca abusiva
(art. 39, II, do CDC), o consumidor poderá alternavamente
Sociedades consorciadas: as sociedades consorciadas são e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do CDC. da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
4
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem
serviço equivalente ou III - rescindir o contrato, com como, sem justa causa, a limites quantavos (exemplos:
direito à restuição de quana eventualmente antecipada, venda de uma sobremesa condicionada à compra do prato
monetariamente atualizada, e a perdas e danos. principal (venda casada), ou consumação mínima em
determinado estabelecimento).
Expressões subjevas e exageradas: a oferta feita
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

para esmular o consumo por meio de expressões • Recusar atendimento às demandas dos
subjevas como “o melhor”, “o mais saboroso” não consumidores, na exata medida de suas disponibilidades
obriga o fornecedor, uma vez que a avaliação de ser “o de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e
melhor” ou “o mais saboroso” não é intrínseca ao produto, costumes (exemplos: a tulo de exemplo, o taxista não
dependendo da avaliação do consumidor. No mesmo pode recusar um passageiro alegando que o trajeto a ser
sendo, as ofertas notoriamente exageradas (pung), que percorrido é muito curto)
veiculam expressões como “o melhor produto do mundo”
o “produto realizará todos os seus sonhos” também não • Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
vinculam o fornecedor, já que, em razão do exagero, não prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço.
garantem a precisão da informação. Além disso, o parágrafo único do art. 39 do CDC estabelece
que os serviços prestados e os produtos remedos ou
Retratação ou revogação da oferta: o fornecedor entregues ao consumidor, sem solicitação prévia, equiparam-
poderá recar ou revogar a oferta, desde que o faça pela se às amostras grás, inexisndo obrigação de pagamento.
mesma publicidade veiculada originariamente. Nesse caso,
entendemos que a revogação ou retratação tem efeito • Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância
ex nunc (não retroage), ou seja, desobriga o fornecedor do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
apenas a parr da data da publicação da retratação/ conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
revogação. seus produtos ou serviços (exemplo: exigência de cheque
caução pelo hospital como requisito para a internação de
Produtos importados: os fabricantes e importadores paciente em estado grave). Aliás, a exigência de cheque
deverão assegurar a oferta de componentes e peças de caução passou a ser considerada crime, conforme art. 135-
reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação A do CP.
do produto. Além disso, caso a produção ou importação
sejam cessadas, a oferta deverá ser manda por período • Repassar informação depreciava, referente a ato
razoável de tempo, na forma da lei (art. 32 do CDC). pracado pelo consumidor no exercício de seus direitos
(exemplo: é vedada a criação de listas clandesnas contendo
PUBLICIDADE o nome dos consumidores que mais reclamam ou que mais
entram com ações judiciais. A proibição, evidentemente,
O Código de Defesa do Consumidor veda expressamente não abrange os serviços de proteção ao crédito).
qualquer tipo de publicidade enganosa ou abusiva.
• Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto
ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
PUBLICIDADE
ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA órgãos ociais competentes ou, se normas especícas não
exisrem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
Informação inteira ou Discriminatória, que incite ou outra endade credenciada pelo Conselho Nacional
parcialmente falsa, à violência, explore o de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
capaz de induzir o medo ou a superstição, se (CONMETRO) – os fornecedores devem cumprir as normas
consumidor a erro. aproveite da deficiência de técnicas, como forma de garanr a qualidade e segurança
julgamento e experiência da dos produtos vendidos.
Pode ser comissiva criança, desrespeita valores
ou omissiva ambientais, ou que seja capaz • Recusar a venda de bens ou a prestação de
de induzir o consumidor serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
a se comportar de forma mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
prejudicial ou perigosa à sua intermediação regulados em leis especiais – veda-se a
saúde ou segurança exigência de intermediários na aquisição de produtos e
serviço pelo consumidor, salvo quando a necessidade de
Apenas na forma comissiva intermediação decorre de lei.

PRÁTICAS ABUSIVAS • Elevar sem justa causa o preço de produtos


ou serviços – proíbe-se a elevação abusiva, sem
Conceito: as prácas abusivas são consideradas juscava razoável (exemplo: considera-se abusivo o
condutas ilícitas do fornecedor em razão de abuso de aumento excessivo do preço da água que ocorreu nos
direito, ou seja, condutas do tular de um direito que, ao estabelecimentos comerciais localizados nas Cidades
exercê-lo, excedem manifestamente os limites impostos afetadas pelo desastre de Mariana).
pelo seu m econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes (art. 187 do CC). Alteração Importante: entendia-se majoritariamente
que o estabelecimento comercial não podia estabelecer
Hipóteses: as prácas abusivas são enumeradas diferença de preço para o cliente que pagasse em
exemplicavamente (rol não exausvo) no art. 39 do CDC. dinheiro, em cartão de crédito, à vista ou a prazo. A Lei
n. 13.455/2017, entretanto, passou a considerar válida
Principais hipóteses: a referida diferenciação, permindo a xação de preços
diferentes para bens e serviços oferecidos ao público em
• Condicionar o fornecimento de produto ou de função do prazo ou do instrumento de pagamento ulizado.
5
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

• Deixar de espular prazo para o cumprimento de vontade constantes de escritos parculares, recibos e pré-
sua obrigação ou deixar a xação de seu termo inicial contratos relavos às relações de consumo vinculam o
a seu exclusivo critério - o fornecedor deve especicar fornecedor, ensejando inclusive execução especíca, nos
previamente o termo inicial e o prazo para a execução do termos do art. 84 e parágrafos do CDC; c) Nas compras
serviço sob pena de se caracterizar práca abusiva. fora do estabelecimento comercial (telefone, internet,
por exemplo), o consumidor pode desisr do contrato,
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

• Permir o ingresso em estabelecimentos comerciais no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato
ou de serviços de um número maior de consumidores que de recebimento do produto ou serviço. O direito de
o xado pela autoridade administrava como máximo arrependimento é potestavo, isto é, o consumidor
(Lei n. 13.425/2017). Além disso, permir o ingresso de não precisa juscar por que se arrependeu da compra.
um número maior de pessoas do que o permido também Ressalta-se ainda que o fornecedor deve arcar com
congura o crime previsto no § 2º do art. 65 do CDC. todos os custos necessários para a garanr a devolução
do produto, além do que o direito de arrependimento
COBRANÇA DE DÍVIDAS não pode ser afastado por cláusula contratual (art. 51 do
CDC); d) A garana contratual é complementar à legal.
Exposição ao ridículo: o consumidor inadimplente não
Para a prova da OAB, deve-se considerar que os prazos
será exposto a ridículo, nem será submedo a qualquer
decadenciais de 30 dias (produto não durável) e 90 dias
po de constrangimento ou ameaça, além do que todos
(produto durável) previstos no art. 26 do CDC integram o
os documentos de cobrança de débitos apresentados
prazo de garana legal, os quais devem ser somados aos
ao consumidor deverão constar o nome, o endereço e o
prazos de garana contratual. Assim, se o consumidor
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF
adquirir um carro com garana de 5 anos e este possuir
ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do
um vício de fácil constatação, ele terá o prazo de 5 anos
fornecedor do produto ou serviço correspondente (argos
(garana contratual) + 90 dias (garana legal de produto
42, caput, e 42-A do CDC).
durável) para reclamar do vício.
Cobrança indevida: se o consumidor for cobrado em CLÁUSULAS ABUSIVAS
quana indevida, terá direito à repeção do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido HIPÓTESES: o art. 51 do CDC elenca exemplicavamente
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de como cláusulas contratuais abusivas aquelas que:
engano juscável (parágrafo único do art. 42 do CDC).
BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES I - Impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
Finalidade: fornecer subsídio para as empresas fornecedoras natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia
de crédito secertificaremacercada inadimplência dosconsumidores. ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre
o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização
Natureza: são considerados entidades de caráter poderá ser limitada, em situações justificáveis;
público (§ 4° do 43 do CDC), de modo que os consumidores
poderão inclusive se valer de habeas data para garanr II - Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
o acesso ou a recação das informações constantes. A quantia já paga, nos casos previstos neste código;
recusa ao fornecimento das informações que constam no
banco de dados pode caracterizar o crime previsto no art. III - Transfiram responsabilidades a terceiros;
72 do CDC
IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
Comunicação: a negavação do nome o consumidor abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
deve ser comunicada por escrito, normalmente encaminhada exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
por carta, não se exigindo, entretanto, o aviso de recebimento equidade;
(AR), conforme disposto na Súmula n. 404 do STJ.
VI - Estabeleçam inversão do ônus da prova em
Cancelamento: se o devedor pagar a dívida, o prejuízo do consumidor;
credor deverá providenciar, no prazo de 5 dias úteis,
o cancelamento da anotação do nome do devedor no VII - Determinem a utilização compulsória de
cadastro de proteção ao crédito, conforme disposto na arbitragem;
Súmula n. 548 do STJ.
VIII - Imponham representante para concluir ou
Prazo: os bancos de dados não podem conter realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
informações negavas referentes a período superior a
cinco anos, além do que, consumada a prescrição relava à IX - Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, contrato, embora obrigando o consumidor;
pelos respecvos Sistemas de Proteção ao Crédito,
X - Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
quaisquer informações que possam impedir ou dicultar
variação do preço de maneira unilateral;
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores (§§ 1° e 5°
do art. 43 do CDC). XI - Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido
6. PROTEÇÃO CONTRATUAL ao consumidor;

XII - Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de


Regras mais importantes: a) as cláusulas contratuais cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
serão interpretadas de maneira mais favorável ao seja conferido contra o fornecedor;
consumidor (art. 47 do CDC); b) as declarações de
6
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

A defesa do consumidor em juízo poderá ser feita


XIII - Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente por ações individuais ou por ações colevas.
o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
celebração; INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS
XIV - Infrinjam ou possibilitem a violação de
normas ambientais; Interesses difusos (art. 81, I, do CDC): entendidos
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

como os transindividuais, de natureza indivisível,


XV - Estejam em desacordo com o sistema de proteção de que sejam tulares pessoas indeterminadas e
ao consumidor; ligadas por circunstâncias de fato.
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
Interesses colevos (art. 81, II, do CDC):
por benfeitorias necessárias.
entendidos como os transindividuais, de natureza
indivisível, de que seja tular grupo, categoria ou
Consequência: as cláusulas abusivas são nulas. classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
Deve-se salientar, no entanto, que a nulidade de contrária por uma relação jurídica base.
uma cláusula contratual abusiva não invalida todo o
contrato, salvo se sua ausência, apesar dos esforços Interesses individuais homogêneos (art. 81, III,
de integração, causar ônus excessivo a qualquer das do CDC): são aqueles decorrentes de origem comum.
partes (§ 2° do art. 51 do CDC). esses interesses são essencialmente individuais,
mas poderão ser tutelados colevamente se forem
Venda à prestação: nas vendas de móveis homogêneos e possuírem origem comum de fato ou
ou imóveis mediante pagamento em prestações, de direito (vímas de uma explosão ocorrida em um
bem como nas alienações duciárias em garana, shopping center). O objeto nos direitos individuais
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas homogêneos será divisível, na medida em que a
que estabeleçam a perda total das prestações decisão judicial pode variar para cada membro do
pagas em benecio do credor que, em razão do grupo (no caso da explosão do shopping, embora
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a todos tenham sido vímas do evento, a reparação do
retomada do produto alienado. Entretanto, permite- dano poderá variar para cada um dos indivíduos).
se que sejam descontados, além da vantagem
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o
desistente ou inadimplente causar ao grupo. Sujeitos Indetermináveis

Súmula nº 543 do STJ: “Na hipótese de resolução INTERESSES DIFUSOS Objeto Indivisível
de contrato de promessa de compra e venda de imóvel
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve Circunstância de fato
ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador – integralmente, em caso de Sujeitos Determináveis
culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, INTERESSES Objeto Indivisível
ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem COLETIVOS
deu causa ao desfazimento”. Relação Jurídica base
Súmula nº 302 do STJ: “É abusiva a cláusula Sujeitos Determináveis
contratual de plano de saúde que limita no tempo a INTERESSES
internação hospitalar do segurado”. INDIVIDUAIS Objeto Divisível
HOMOGÊNEOS
Súmula nº 597 do STJ: “A cláusula contratual de Origem comum
plano de saúde que prevê carência para ulização
dos serviços de assistência médica nas situações de LEGITIMIDADE PARA AS AÇÕES COLETIVAS
emergência ou de urgência é considerada abusiva se
ultrapassado o prazo máximo de 24 horas, contado Legimados: possuem legimidade concorrente para
da data da contratação.” o ajuizamento de ação coleva: I - Ministério Público,
II - União, Estados, Municípios e Distrito Federal, III -
CONTRATO DE ADESÃO Endades e órgãos da Administração Pública, direta
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
Principais regras: a) nos contratos de adesão especicamente desnados à defesa dos interesses e
admite-se cláusula resolutória (aquela que deixa a direitos protegidos pelo CDC e IV - Associações legalmente
arbítrio de uma das partes a exnção contratual), constuídas há pelo menos um ano e que incluam entre
mas essa cláusula apenas terá validade se for ulizada seus ns instucionais a defesa dos interesses e direitos
em favor do consumidor e b) os contratos de adesão protegidos CDC, dispensada a autorização assemblear.
escritos devem ser redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho Associações: o requisito da pré-constuição de pelo
da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a menos 1 ano das associações pode ser dispensado pelo juiz
facilitar sua compreensão pelo consumidor, além do quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
que as cláusulas que implicarem limitação de direito dimensão ou caracterísca do dano, ou pela relevância do
do consumidor deverão ser redigidas com destaque, bem jurídico a ser protegido (§ 1° do art. 82 do CDC).
permindo sua imediata e fácil compreensão.
Ministério Público: se o MP não intervier no processo
como parte, atuará obrigatoriamente como scal da lei.
7. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
7
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

HONORÁRIOS, CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS Lisconsortes: proposta a ação coleva que tutela
interesses individuais homogêneos, será publicado edital
Para facilitar o acesso do consumidor à jusça e no órgão ocial, a m de que os interessados possam
esmular o uso as ações colevas, o CDC dispensa o intervir no processo como lisconsortes, sem prejuízo de
adiantamento de qualquer despesa processual, além ampla divulgação pelos meios de comunicação social por
do que isenta o autor do pagamento de honorários de parte dos órgãos de defesa do consumidor.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

advogados, custas e despesas processuais, salvo no caso


de má-fé, hipóteses em que a associação autora e os Liquidação e Execução: se o pedido for julgado
diretores responsáveis pela propositura da ação serão procedente, a condenação será genérica, xando a
solidariamente condenados em honorários advocacios e responsabilidade do réu pelos danos causados, sendo
ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade que a liquidação e a execução de sentença poderão ser
por perdas e danos. promovidas pela víma e seus sucessores, assim como
pelos legimados de que trata o art. 82 do CDC
AÇÃO COLETIVA PARA DEFESA DE INTERESSE
INDIVIDUAL HOMOGÊNEO Falta de habilitação dos interessados: Decorrido
o prazo de um ano sem habilitação de interessados em
Competência: estabelece o art. 93 do CDC que, número compavel com a gravidade do dano, poderão os
ressalvada a competência da Jusça Federal, é competente legimados do art. 82 promover a liquidação e execução
para a causa a jusça local: I - no foro do lugar onde da indenização devida, devendo o produto da indenização
ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; ser reverdo para o fundo criado pela Lei n.º 7.347/1985.
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal,
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando- COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS
se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.

INTERESSE INTERESSES COLETIVOS INTERESSES INDIVIDUAIS


DIFUSOS HOMOGÊNEOS
Efeito erga omnes, Efeito ultra partes, Efeito erga omnes, bastando
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO beneficiando todos limitadamente ao grupo, ao consumidor se habilitar na
da coletividade. categoria ou classe. liquidação e promover a execução.
Efeito erga omnes, Efeito ultra partes, A coisa julgada alcança apenas
mas não prejudica mas não prejudica os indivíduos que se habilitaram
IMPROCEDÊNCIA DO ações individuais ações individuais dos como litisconsorte do legitimado
PEDIDO POR QUALQUER dos interessados. interessados. Ou seja, coletivo. Os indivíduos que não se
FUNDAMENTO QUE NÃO apenas os legitimados habilitaram como litisconsortes
SEJA INSUFICIÊNCIA DE coletivos que não poderão poderão ingressar com ações
PROVA discutir novamente a individuais.
questão transitada em
julgado.
Não possui efeito Não possui efeito ultra A coisa julgada alcança apenas
erga omnes (não partes (não há coisa os indivíduos que se habilitaram
há coisa julgada julgada material), de como litisconsorte do legitimado
material), de modo modo que os legitimados coletivo. Os indivíduos que não se
IMPROCEDÊNCIA
DO PEDIDO POR que os legitimados do art. 82 do CDC podem habilitaram como litisconsortes
INSUFICIÊNCIA DE PROVA do art. 82 do CDC entrar com nova ação, poderão ingressar com ações
podem entrar com desde que haja prova individuais.
nova ação, desde nova.
que haja prova
nova.

Conclusão: a coisa julgada coleva, portanto, independentemente do interesse transindividual tutelado, não
prejudicará as pretensões individuais, ou seja, o consumidor poderá se valer da ação individual mesmo que a ação coleva
seja julgada improcedente. A única exceção a essa regra ocorre quando se tratar de ação coleva tutelando interesses
individuais homogêneos em que os indivíduos se habilitaram como lisconsorte, já que, neste caso, a coisa julgada vai
angir os lisconsortes de qualquer forma (procedente ou improcedente), de modo que eles não poderão ingressar com
ação individual sobre o mesmo assunto já decidido.

CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Conceito: entende-se por convenção coleva de consumo o instrumento feito por escrito, em que fornecedores e
consumidores, por meio de suas endades representavas, estabelecem antecipadamente determinados elementos e
regras que irão compor os contratos individuais de consumo, como condições relavas ao preço, à qualidade, à quandade,
à garana e caracteríscas de produtos e serviços, bem como no que diz respeito à composição de eventuais conitos.

Para a prova da OAB/FGV é essencial o conhecimento do art. 107 do CDC:


8
Impresso por Jenifer Cassia da Silva, CPF 101.854.489-50 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/03/2021 15:39:54

DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Art. 107. As endades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica
podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relavas
ao preço, à qualidade, à quandade, à garana e caracteríscas de produtos e serviços, bem como à reclamação e
composição do conito de consumo.

§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos.


OAB NA MEDIDA | DIREITO DO CONSUMIDOR | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro
do instrumento.

Você também pode gostar