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Pontifícia Universidade Católica

do Rio de Janeiro

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE DUTOS - 2023-2024


DISCIPLINA: ESCOAMENTO EM DUTOS
Teste # 2 (24-06-2023)

Grau: _____________ Conceito: ___________________________

Aluno-1 Estefane de Souza Rosa de Oliveira Empresa: Grupo Tejofran

Aluno-2 Jefferson Procópio Pires Da Silva Empresa: NTS

Aluno-3 Igor Rodrigues da Cruz Empresa: Naturgy

Teste no. 2. Entregue no dia 24 de junho, para ser devolvido até às 18:00 horas do dia 08 de julho (domingo),
dentro de duas (2) semanas.
1) Este teste, realizado fora de aula, pode ser feito por um único aluno ou em grupo de até três
escolhidos entre vocês conforme indicado acima. Todos devem escrever seus nomes na parte superior da página
de forma bem legível, indicando, inclusive, as empresas em que trabalham atualmente. A nota será atribuída aos
três autores, caso assim decidam combinar sua apresentação. Alunos YPP devem indicar em empresa, “aluno
YPP”.
2) Alunos do mesmo grupo (até três) podem trocar informações entre si e consultar literatura em geral,
como suas notas de aula, livros, manuais etc que estiver utilizando ao longo do curso. Todavia, não poderão
consultar qualquer outra pessoa, em qualquer circunstância. A prova é individual para cada grupo (um, dois
ou três alunos, e somente estes);
3) Apresente as soluções nas respectivas folhas em que estão definidos os problemas, podendo
acrescentar folhas avulsas se necessário e utilizar softwares como Excel ou MathCad. Todavia, não entregue
rascunho. Indique as soluções de forma clara, especialmente suas hipóteses. Soluções devem estar bem
apresentadas. Não serão consideradas as "ilegíveis", rabiscadas etc (não serão sequer lidas. Portanto, serão
anuladas, com grau zero na respectiva questão). É altamente recomendável apresentar suas soluções
datilografadas, inclusive equações etc. Caso apresente as questões a partir de cópia de um texto escaneado
certifique-se de que o mesmo esteja claro (não cinzento) e perfeitamente legível. Textos mal-apresentados
não serão considerados, com grau zero nas respectivas questões.
4) Caso julgue faltar algum dado específico estime-o, indicando de forma clara sua opção; consultando
tabelas, o texto, outras fontes, ou de conhecimento próprio;
5) O Teste (uma única versão para cada grupo) deve ser entregue até 18:00 horas do dia 08/07
(domingo), por e-mail por um dos autores do grupo no meu endereço:
stuckenbruck@gmail.com
Assim feito, todos do grupo estarão implicitamente aceitando efetiva participação na solução nas questões da
prova. Contato de referência para devolução do teste e indicação de gabarito e grau será o aluno da primeira
linha dos nomes constantes do grupo.
6) É solicitado que alunos que constituírem um mesmo grupo não sejam da mesma empresa.
☞ 7) Não esquecer de escreverem seus nomes acima, inclusive empresas.
Boa prova!

OBSERVAÇÃO. Algumas questões desta prova podem ter sido aplicadas em anos anteriores. Gabaritos podem
estar disponíveis por algum meio. É esperado não fazer uso desse material. O objetivo do teste é que aproveite
esta oportunidade para revisar seus estudos e consolidar seus conhecimentos neste programa de Dutos na PUC-
Rio. Se neste caso for notado acesso a esses materiais anteriores nas suas soluções será aplicado grau zero na
prova toda. Observe que isso pode ter consequências gravíssimas para os autores, com forte possibilidade de
reprovação no curso em que estão matriculados para os três. Não há, tampouco, segundas chamadas.
As regras aqui descritas serão estritamente observadas na correção.
Problema-1 (2 pontos) Um sistema de produção de gás utiliza uma placa de medição de vazão do tipo Flange
Pressure Tappings, conforme Figura (medidas em milímetros). Dados geométricos da unidade de transporte
são: duto com diâmetro interno D=250mm e orifício circular com Do=130 mm. Para uma medida de vazão as
seguintes condições são observadas (Figura): pressão a montante do orifício p1= 62,3651 bar (man), pressão a
jusante p2= 62,1417 bar (man). Temperatura local para o gás Tg= 28,0 ̊C. O gás transportado tem ainda as
seguintes propriedades: expoente isentrópico γ=cp/cv=1,295; coeficiente de compressibilidade Z= 0,872;
densidade relativa λ= 0,665; viscosidade absoluta μ= 1,011×10-5 Pa-s. Gravidade local g= 9,80 m/s2.
Calcular:
1) a vazão volumétrica do gás (em MMm3/d – condição padrão).
2) o valor do coeficiente de descarga Cd e do fator de expansão YPL
3) o valor da velocidade do gás pouco antes de chegar na placa de medição
4) A perda irreversível na pressão (em bar), entre a entrada p 1 e uma distância a jusante da placa,
conforme sugerido pela ISO 5167-2-2003, obtida das equações (6.3.11-12) – livro texto.
Observações Importantes:
a) O coeficiente de descarga a ser utilizado é o recomendado pela ISO Rep. DIS-5167, 1998 para bocal
(Eq. 6.3.14 do texto);
b) O fator de expansão a ser utilizado para esta medida deve ter por base a equação de Pistun-
Lesovoy1 (Eq. 8.58b);
c) Procurar a solução mais precisa possível – calculando valores para a vazão, Cd e YPL com pelo menos
4 algarismos significativos (será exigido). Trata-se de um equipamento de medição de vazão, importante ter
incerteza baixa, na faixa de 0,5 a 1%; portanto, habituar-se a obtê-las com precisão.
d) Suas respostas devem ser nas unidades de medida solicitadas; respostas em outras unidades,
mesmo que corretas numericamente, não serão aceitas.
Solução:

Calcula-se a constante do gás em função da constante do ar e da densidade relativa de acordo


com a equação 7.7 do material, considerando o valor de 𝑅𝑎𝑟 o determinado pelo material na eq.
7.3:
𝑅𝑎𝑟 287,077
𝑅𝑔 = = = 431,6947 𝑚2 /𝑠²𝐾
𝜆𝑔 0,665

Considerando a hipótese de gás real, se usa a equação 1.4.9 para determinar a massa
específica do gás no problema. Seja 𝑝 = 𝑝1 = 6.236.510 𝑃𝑎 e 𝑇 = 301,15 𝐾 calcula-se 𝜌:

𝑝 6.236.510
𝜌= = = 55,0130 𝑘𝑔/𝑚³
𝑍𝑅𝑔 𝑇 0,872 × 431,6947 × 301,15

Calcula-se a área da seção interna do duto 𝐴1 e do orifício 𝐴2 :

1
Pistun, Y., Lesovoy L., Calculation of Expansibility Factor of gas as it flow through an orifice platte
with flange pressure tappings, Energy Engineering and Control Systems, Vol 2, No.2, 2016.
3,1415 × 0,252
𝐴1 = = 0,0491 𝑚²
4

3,1415 × 0,132
𝐴2 = = 0,0133 𝑚²
4

Considera-se a hipótese de escoamento isentrópico para que se faça uso da equação 8.55
abaixo. Calcula-se 𝑚̇ = 21,5647 𝑘𝑔/𝑠

O próximo passo é calcular 𝜌𝑆𝑇𝐷 sabendo que 𝑃𝑆𝑇𝐷 equivale a pressão atmosférica e 𝑇𝑆𝑇𝐷 =
20 °𝐶 = 293,15 𝐾:

𝑃𝑆𝑇𝐷 101.325
𝜌𝑆𝑇𝐷 = = = 0,8007 𝑘𝑔/𝑚³
𝑅𝑔 × 𝑇𝑆𝑇𝐷 431,6947 × 293,15

Conhecendo a vazão mássica 𝑚̇ e a massa específica na condição padrão 𝜌𝑆𝑇𝐷 é possível


determinar 𝑄𝑆𝑇𝐷 :

𝑚̇ 21,5647
𝑄𝑆𝑇𝐷 = = = 26,9335 𝑚3 /𝑠
𝜌𝑆𝑇𝐷 0,8007

Convertendo 𝑄𝑆𝑇𝐷 para a unidade pedida:

26,9335 × 60 × 60 × 24
𝑄𝑆𝑇𝐷 = = 2,3271 𝑀𝑀𝑚3 /𝑑
1.000.000

Calcula-se a razão 𝛽 entre os diâmetros do orifício e do duto e a razão 𝑟 das pressões


absolutas após e antes do orifício:

𝐷𝑜
𝛽= = 0,5200
𝐷𝑝

𝑝2 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 6.214.170 + 101.325


𝑟= = = 0,9965
𝑝1 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 6.236.510 + 101.325

Sendo assim, calcula-se o fator de expansão 𝑌𝑃𝐿 valendo-se da equação 8.58b


𝑌𝑃𝐿 = 0,9920

Para o cálculo do coeficiente de descarga 𝐶𝑑 , o primeiro passo é determinar a vazão 𝑄 nas


condições do escoamento:

𝑚̇ 21,5647
𝑄= = = 0,3920 𝑚3 /𝑠
𝜌 55,0130

Após isso, calcula-se o número de Reynolds no duto (antes do orifício):

0,3920
55,0130 × (0,0491) × 0,25
𝑅𝑒 = = 10.863.627,41
0,00001011

Finalmente, calcula-se 𝐶𝑑 valendo-se da equação 6.3.14:

𝐶𝑑 = 0,9746

Para o cálculo da velocidade, usa-se a vazão do escoamento 𝑄 e a área 𝐴1 :

𝑄 0,3920
𝑉= = = 7,9858 𝑚/𝑠
𝐴1 0,0491

Para o cálculo perda de pressão irreversível, calcula-se o coeficiente de perda 𝐾𝑜𝑓


determinado pela equação 6.3.12:

Inserindo os valores de 𝛽 e 𝐶𝑑 nessa equação tem-se que 𝐾𝑜𝑓 = 0,582268

A equação 6.3.11 determina a perda de pressão irreversível ∆𝑝𝑓 :

∆𝑝𝑓 = 0,582268 × (6.236.510 − 6.214.170) = 13007,87 𝑃𝑎

∆𝑝𝑓 = 0,1300787 𝑏𝑎𝑟


Problema-2 (3 pontos)
Um duto de aço de seção transversal interna retangular com 100mm por 120mm transporta 1,50 kg/s de um
gás onde, na seção de saída, a temperatura é de 18 ºC (saída) e a pressão é atmosférica padrão ps= patm (abs). O
coeficiente de atrito é admitido constante ao longo de toda extensão do duto. Este valor deve ser calculado por
uma metodologia que julgar correta com quatro casas decimais, não simplesmente estimada de experiência,
como Colebrook-White. Os seguintes dados são conhecido: a) expoente isentrópico γ g= 1,30, b) densidade
relativa (ao ar) λg= 0,665; c) viscosidade absoluta μg= 0,0110 cp; c) rugosidade absoluta na parte interna do
duto ε= 0,012mm. Determinar a condição termodinâmica na seção 125 metros acima (montante) da seção de
saída a partir da hipótese de escoamento sob condição adiabática (sem perda de calor) como: 1) pressão em
bar (rel); 2) temperatura em graus Celcius; 3) velocidade em m/s.
Solução: Problema refere-se ao fluxo de gás numa linha de seção retangular conforme esquematizado.
Temperatura uniforme e pressão na descarga (saída) fixa igual à pressão atmosférica padrão.

Devido ao tubo ser de forma retangular, será necessário determinar o diâmetro hidráulico, que
será utilizado sempre que um diâmetro for solicitado no decorrer dos cálculos. Sejam 𝑏 e ℎ as
dimensões de base e altura do duto retangular. Calcula-se o diâmetro hidráulico 𝐷.

4 × 0,1 × 0,12
𝐷= = 0,1091 𝑚
2 × (0,1 + 0,12)

Calcula-se a constante do gás em função da constante do ar e da densidade relativa de acordo


com a equação 7.7 do material, considerando o valor de 𝑅𝑎𝑟 o determinado pelo material na eq.
7.3:
𝑅𝑎𝑟 287,077
𝑅𝑔 = = = 431,6947 𝑚2 /𝑠²𝐾
𝜆𝑔 0,665

Calcula-se a massa específica do gás na saída, sabendo que este está a 𝑝𝑎𝑡𝑚 e 18 °𝐶 = 291,15 𝐾

𝑝𝑎𝑡𝑚 101.325
𝜌= = = 0,8062 𝑘𝑔/𝑚³
𝑅𝑔 × 𝑇 431,6947 × 291,15

Agora já é possível determinar a vazão 𝑄 na saída e depois a velocidade 𝑉 na saída (seção 2).
Sabe-se que 𝐴 = 𝑏 × ℎ.

𝑚̇ 1,5
𝑄= = = 1,8607 𝑚3 /𝑠
𝜌 0,8062

𝑄 1,8607
𝑉= = = 155,06 𝑚/𝑠
𝐴 0,012

A velocidade do som no gás na saída 𝑐 é dada pela equação 7.18 do material, considera-se a
hipótese de gás ideal:
𝑐 = √𝛾𝑅𝑔 𝑇 = √1,3 × 431,6947 × 291,15 = 404,22 𝑚/𝑠

Calcula-se o número de Mach na saída, 𝑀𝑎2 :

𝑉 155,06
𝑀𝑎2 = = = 0,3836
𝑐 404,22

Após isso, calcula-se o número de Reynolds na saída do duto:

0,8062 × 155,06 × 0,1091


𝑅𝑒 = = 1.239.669,42
0,000011

Usa-se a equação de Haaland abaixo, descrita na equação 3.2.31 do material. Com isso, calcula-
se 𝑓 = 0,01326. Assume-se que o fator de atrito é constante ao longo de toda a extensão do
duto.

Para determinar o número de Mach na seção 1, 𝑀𝑎1 , usam-se as equações 8.6 e 8.7
respectivamente abaixo:

8.6

8.7

O primeiro termo da equação 8.6 pode ser diretamente calculado:


125
= 0,01326 × 0,1091 = 15,197

Na equação 8.6, o termo referente a seção 2 também pode ser diretamente calculado por meio
da equação 8.7, uma vez que o número de Mach na seção já é conhecido.

= 2,868
Assim sendo, o termo referente a seção 1 já pode ser determinado de acordo com a Eq 8.6:

= 15,197 + 2,868 = 18,065

Ou seja, valendo-se da equação 8.7 na seção 1, pode-se escrever:

18,065 =

Devido a dificuldade de se isolar o número de Mach (no caso, 𝑀𝑎1 ) nessa expressão, fez-se
uma tabela onde o dado de entrada será um número de Mach a partir de 0,001. Pois sabe-se que
o número de Mach na seção 1 deverá ser menor que na seção 2. O segundo dado da tabela será
o termo da esquerda da equação acima calculado por meio do número de Mach imputado e da
equação 8.7. Quando este for igual ou suficientemente próximo de 18,065 o valor de 𝑀𝑎1 estará
determinado. Tomando-se apenas a faixa próxima do valor buscado:

Ma_1 (fL*/D)_1
0,183 19,315
0,184 19,0756
0,185 18,84017
0,186 18,60864
0,187 18,38091
0,188 18,1569
0,189 17,93654
0,190 17,71974
0,191 17,50644
0,192 17,29656
0,193 17,09002

É possível afirmar que o valor de 𝑀𝑎1 está entre 0,188 e 0,189 mas ainda sem a precisão
desejada. Acrescenta-se uma casa decimal entre esses valores.

Ma_1 (fL*/D)_1
0,1881 18,1347
0,1882 18,11254
0,1883 18,09041
0,1884 18,06832
0,1885 18,04627
0,1886 18,02425
0,1887 18,00227
0,1888 17,98032
0,1889 17,95841
O valor de 0,1884 já possui uma precisão adequada para o valor de 𝑀𝑎1 , e esse será o valor
adotado.

O próximo passo é determinar as propriedades críticas p* e T* utilizando as equações 8.8 na


seção 2 (Ma = 0,3836). Sabe-se que V* = c = 404,22 m/s.

O valor de p e T nas equações acima são os dados na questão para a seção 2:

𝑝∗ = 36.641,80 𝑃𝑎

𝑇 ∗ = 258,76 𝐾

Valendo-se da hipótese de escoamento isentrópico, é possível considerar que as propriedades


críticas são constantes ao longo do escoamento. Aplica-se novamente as equações 8.8
(incluindo a da velocidade abaixo) utilizando as propriedades críticas calculadas anteriormente
e o número de Mach da seção 1 (𝑀𝑎1 = 0,1884). Assim é possível determinar p, T e V na
seção 1.

Sendo assim,

𝑝 = 208.013,61 𝑃𝑎 = 2,0801 𝑏𝑎𝑟

𝑇 = 296 𝐾 = 22,85 °𝐶

𝑉 = 76,16 𝑚/𝑠
Problema-3 (3 pontos)
Um gasoduto NPS 16 (1/4" de espessura de parede) tem extensão de 80 km com uma derivação NPS 8 (1/4" de
espessura de parede) com 25 km, conforme esquematizado. 2,8 MMm 3/d do gás é transportado do ponto A
para B. No ponto B, localizado a 30 km de A, ocorre um desvio na direção BE à taxa de 0,80 MMm 3/d. A pressão
de entrega em E deve ser de 20 bar (rel). A vazão restante de 2,0 MMm 3/d é destinada ao terminal C com
pressão terminal de 40 bar (rel). Admita temperatura e pressão de referência de Tref= 20 ºC e pref= patm. Os
seguintes dados são conhecidos:
i- densidade relativa do gás λg= 0,66; ii- viscosidade do gás μg= 0,011 cp; fator médio para compressibilidade Z=
0,88; temperatura média interna ao longo das linhas Tm= 18 ºC; fator de eficiência para as vazões ηg= 0,95.
Ler Anexo ao Teste.
Determinar:
a) A pressão requerida de entrada em A utilizando a equação Panhandle-A (a ser utilizado em todo problema);
b) Será necessário a utilização de um regulador de pressão em E? Justificar;
c) Se a vazão de entrada em A cair para 1,70 MMm3/d, qual será o impacto no ramal BE se a vazão de Q BE= 0,80
MMm3/d for mantida?
d) O valor das velocidades para os 3 itens anteriores nos finais dos três ramais (segmentos), em m/s.
Obs. 1) Desconsiderar diferenças de altitude ao longo das linhas; 2) Justificar 100% suas respostas para cada
item, incluindo o desenvolvimento matemático numérico que o leva às suas respostas; 3) observe texto sobre
válvula reguladora no pé-desta-página 2
Solução:

O primeiro passo é converter as vazões fornecidas para o SI. Importante ressaltar que as vazões
estão na condição padrão.

2,8 × 106
𝑄𝐴𝐵 = = 32,41 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24

0,8 × 106
𝑄𝐵𝐷 = = 9,26 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24

2
REGULADOR DE PRESSÃO Em linhas longas de transporte de gás pode haver necessidade de regular a pressão de gás em
certos pontos com o propósito de satisfazer interesses de clientes. Suponha que num certo ponto de entrega a pressão seja de 50 bar
enquanto os clientes desejam uma pressão de 30 bar. Claramente haverá necessidade de reduzir a pressão por algum meio para atender
essa demanda. A situação poderá ser atendida pela utilização de um regulador de pressão que garantirá uma pressão constante a jusante
do ponto de entrega, independentemente do valor da pressão a montante do regulador.
2,0 × 106
𝑄𝐵𝐶 = = 23,15 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24

O segundo passo é determinar o diâmetro interno dos dutos NPS 16 e NPS 8. O diâmetro
interno pode ser calculado em função do diâmetro externo e da espessura segundo a equação:
𝐷𝑖 = 𝐷𝑒 − 2𝑡. Sendo assim, o diâmetro interno do duto NPS 16 é de 0,3937 𝑚 e o diâmetro
do duto NPS 8 é de 0,1905 𝑚.

Para o cálculo das pressões solicitadas usa-se a equação 8.42 do material.

O termo Grav pode ser desprezado, uma vez que as diferenças de altitude devem ser
desconsideradas. O termo 𝐾𝑇 pode ser definido pela equação 8.43:

Para toda a questão considera-se os coeficientes 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝐶1 e 𝐶2 da tabela 8.3 do material


relativas ao modelo de Panhandle-A conforme pedido no enunciado.

Utilizando-se a equação 8.42 entre os trechos B e C, todos os termos da equação de 𝐾𝑇 são


conhecidos, pressão em C é conhecida e também a vazão no segmento BC . Calcula-se a pressão
em B.

1
𝑝𝐵2 = 𝑝𝐶2 + 𝑏
𝐾𝑇 𝑄𝑠𝑡𝑑

𝑝𝐵 = 4.518.436,719 𝑃𝑎 = 45,18 𝑏𝑎𝑟

Para encontrar a pressão em A, usa-se a mesma equação entre os pontos A e B, considerando a


vazão no segmento AB, o 𝐾𝑇 calculado em função da distância AB, e a pressão em B.

1
𝑏
𝑝𝐴2 = 𝑝𝐵2 + 𝐾𝑇 𝑄𝑠𝑡𝑑

𝑝𝐴 = 4.993.756,298 𝑃𝑎 = 49,94 𝑏𝑎𝑟

Para calcular a pressão em D usa-se também a equação 8.42 entre os pontos B e D, considerando
a vazão no segmento BD, o 𝐾𝑇 calculado em função da distância BD, e a pressão em B. Vale
observar que nesse caso, a pressão buscada é a de saída (𝑝2 na equação 8.42).

1
𝑏
𝑝𝐷2 = 𝑝𝐵2 − 𝐾𝑇 𝑄𝑠𝑡𝑑
𝑝𝐷 = 3.373.928,783 𝑃𝑎 = 33,74 𝑏𝑎𝑟

Ou seja, para que obter a pressão de 20 bar no ponto E, será necessário o uso de um regulador
de pressão entre os pontos D e E.

Se a vazão de entrada em A cair para 1,7 MMm³/d e a vazão em BD se mantiver em 0,8


MMm³/d. Isso implica em a vazão no segmento BC ser de 0,9 MMm³/d. Colocando todas essas
novas vazões no SI:


1,7 × 106
𝑄𝐴𝐵 = = 19,68 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24


0,8 × 106
𝑄𝐵𝐷 = = 9,26 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24


0,9 × 106
𝑄𝐵𝐶 = = 10,42 𝑚3 /𝑠
60 × 60 × 24

A partir daí o processo de resolução segue o mesmo padrão da vazão de entrada anterior. Todas
as demais grandezas se mantêm.

Encontrar 𝑝𝐵′ :

1
𝑝𝐵2 = 𝑝𝐶2 + 𝑏
𝐾𝑇 𝑄𝑠𝑡𝑑

𝑝𝐵′ = 4.271.584,627 𝑃𝑎 = 42,76 𝑏𝑎𝑟

Calculando 𝑝𝐷′ :

1
𝑏
𝑝𝐷2 = 𝑝𝐵2 − 𝐾𝑇 𝑄𝑠𝑡𝑑

𝑝𝐷′ = 3.027.133,247 𝑃𝑎 = 30,27 𝑏𝑎𝑟

Ou seja, caso haja redução na vazão de entrada em A, mesmo mantendo-se a vazão no braço
BD, haverá uma perda de pressão de 33,74 para 30,27 bar no ponto D.

Os finais dos ramais onde se pede a velocidade são os pontos B, C e D. Para o cálculo da
velocidade o primeiro passo é determinar a massa específica na condição padrão.
𝑅𝑎𝑟 287,077
𝑅𝑔 = = = 434,9652 𝑚2 /𝑠²𝐾
𝜆𝑔 0,66

𝑃𝑆𝑇𝐷 101.325
𝜌𝑆𝑇𝐷 = = = 0,7946 𝑘𝑔/𝑚³
𝑅𝑔 × 𝑇𝑆𝑇𝐷 434,9652 × 293,15

A partir daí analisa-se cada segmento ou ponto separadamente, seguindo os seguintes passos
até encontrar a velocidade:

• 𝑚̇ = 𝑄𝑆𝑇𝐷 × 𝜌𝑆𝑇𝐷 ; calcula-se 𝑚̇ em cada segmento


𝑝
• 𝜌= ; calcula-se 𝜌 nos pontos B, C e D
𝑍𝑅𝑔 𝑇

𝑚̇
• 𝑄= ; determina-se a vazão volumétrica real em cada ponto em cada respectiva
𝜌
condição.

𝑄
• 𝑉= ; calcula-se a velocidade em cada ponto, considerando A a área interna de cada
𝐴
duto usando-se o diâmetro interno já calculado.

Os resultados foram dispostos numa tabela, as pressões em cada ponto já são conhecidas. A
vazão nas condições padrão em cada ponto também são conhecidas. A partir da coluna de 𝑚̇
segue o processo descrito anteriormente. Para os pontos B e C, usa-se a área da seção interna
do duto NPS 16, e para o ponto D usa-se a área d

Vazão em A
(MMm³/d) Ponto 𝑝 (Pa) 𝑄𝑆𝑇𝐷 (m³/s) 𝑚̇ (kg/s) 𝜌 (kg/m³) 𝑄 (m³/s) 𝑉 (m/s)
B 4518436,719 32,41 25,754 39,198 0,657 5,397
2,8 C 4000000,000 23,15 18,396 34,701 0,530 4,355
D 3373928,783 9,26 7,358 29,270 0,251 8,821
B 4271584,627 19,68 15,639 37,057 0,422 3,467
1,7 C 4000000,000 10,42 8,280 34,701 0,239 1,960
D 3027133,247 9,26 7,358 26,261 0,280 9,831

𝑉𝐵 = 5,397 𝑚/𝑠
𝑉𝐶 = 4,355 𝑚/𝑠
𝑉𝐷 = 8,821 𝑚/𝑠
𝑉𝐵′ = 3,467 𝑚/𝑠
𝑉𝐶′ = 1,960 𝑚/𝑠
𝑉𝐷′ = 9,831 𝑚/𝑠
Problema-4 (2 pontos)
Este problema está associado ao texto das páginas seguintes (final do Teste) onde encontra-se descrito a solução
de um Projeto (hipotético) de um Longo Gasoduto - São Carlos - Brasília, problema 100% reproduzido do
Capítulo 11, Vol. B das Notas de Aula. Não é solicitado qualquer solução envolvendo desenvolvimentos e cálculos
numéricos. Contudo, é solicitado como requisito para este Problema-4 o seguinte (valendo 2 pontos):

a) Confirmação (suas respostas) para:


a.1) Terem (do Grupo) lido e compreendido o conjunto do texto
a.2) Compreendido resultados indicados pelas equações: 11.7.5 e 11.7.8
a.3) Compreendido resultados indicados pela equação: 11.7.10
a.4) Compreendido resultados mostrados pelas Figuras 11.7.1 e 11.7.2

b) Dúvidas que tenham encontrado: sugiro manifestá-las.

a) Confirmação (suas respostas) para:


a.1) Terem (do Grupo) lido e compreendido o conjunto do texto;

R; A questão apresenta o desafio de se construir um gasoduto onde existem algumas premissas


a serem consideradas, nas quais são estas; as vazões dos pontos de entrega citados, pressão de
sucção e pressão de descarga das Ecomps (Estação de compressão), Pressão de chegada na
ERP, entre outras. Com isso, a memória de cálculo mostra quantas Estações de compressão
serão necessárias no projeto, para que as condições sejam satisfeitas. Através dos cálculos
conseguimos então encontrar a melhor localização para as Ecomps e em qual km cada uma
Ecomp deve ser implantada.
Pode-se verificar que a jusante do ponto de entrega de Goiânia com a vazão já bem menor, a
taxa de queda de pressão reduziu. Isso se dá devido a menor perda de carga.
A localização das ECOMPs pode ser determinada com base na queda de pressão entre as
cidades.

a.2) Compreendido resultados indicados pelas equações: 11.7.5 e 11.7.8;

R: Tendo em vista o Consumo total de gás utilizado nas Ecomps, ficou claro que o total de gás
a entrar pelo Ponto de Recebimento São Carlos, tem que ser o somatório dos volumes a serem
nos pontos de entrega, Uberaba, Uberlândia, Itumbiara, Goiânia Brasília e o consumo geral das
estações de compressão.
As ECOMPs devem ser instaladas ao longo do gasoduto para compensar as perdas de carga.
A queda de pressão na estação de redução pode ser calculada considerando a diferença de
pressão entre montante e jusante da estação.

a.3) Compreendido resultados indicados pela equação: 11.7.10


Entendemos que é sugerida a escolha de diâmetros "ótimos" e a localização das respectivas
variações e para determinar os diâmetros ótimos, é necessário considerar a vazão, as
características do gás, a velocidade do gás e os critérios de projeto. O diâmetro do gasoduto
pode ser escolhido considerando as diferentes vazões ao longo da linha, por isso utilizou-se a
equação 11.7.10, que leva em consideração a diferença de pressão nos pontos à montante a
jusante e o trecho entre as estações, a vazão, as características do gás, a velocidade do gás e os
critérios do projeto.

a.4) Compreendido resultados mostrados pelas Figuras 11.7.1 e 11.7.2


O cálculo da equação 11.7.2, foi totalmente compreendido, visto que, aprendemos que o
gradiente de pressão (queda de pressão por unidade de comprimento) ótimo é um fator essencial
para se realizar um projeto sob o ponto de vista de custo. É muito importante manter uma queda
de pressão ótima ao longo de cada segmento para que as despesas operacionais e de instalação
sejam diminuídas. Vale salientar que se o gradiente de pressão for superior a 25KPa/km, será
exigido um fator maior de carga para os compressores, consumindo assim mais combustível. É
importante ressaltar que o gradiente de pressão excessivo propiciará um potencial maior de
possíveis problemas operacionais.

Gradientes de pressão inferiores a a 10KPa/km indicam que possivelmente foram instaladas


estações de compressão em excesso.

A vazão na entrada do gasoduto em São Carlos pode ser calculada com base na vazão esperada
em Brasília e nas perdas operacionais.

b) Dúvidas que tenham encontrado: sugiro manifestá-las.

Em relação a unidade Nm³ utilizada na equação de número (11.7.5);


A unidade em questão faz referência a um volume medido em condições normais de
temperatura e pressão. É verificado em literaturas que a temperatura de referência é 0 °C para
condições normais. Essa foi a temperatura utilizada para os cálculos?
Ou o N da unidade Nm³ representa outra informação?

Em relação aos pontos de entrega, estamos considerando que as pressões mínimas para os
pontos de entrega a montante da ERP (Estação de redução de pressão) são sempre superiores
as pressões mínimas da sucção das Ecomps?

Se a pressão de algum ponto de entrega fosse mais baixa, poderíamos não operar com uma
estação de compressão intermediária?

As duas últimas Ecomps estão trabalhando com a pressão de descarga reduzidas, isso afeta o
consumo de gás combustível?

Não ficou claro pois no cálculo da Área do segmento inciial foi utilizado um Z= 0,89 quando
(é então Zm= (0,80+0,87)/2= 0,835). E para o segmento final foi utilizado Z como 0,80. 89
quando (é então Zm= (0,80+0,87)/2= 0,835).
11.7 Projeto de um Longo Gasoduto - São Carlos - Brasília
Um projeto (hipotético) de um novo gasoduto enterrado entre as cidades de São Carlos e Brasília tem a
configuração sugerida na figura. O gasoduto sairá de São Carlos passando por Uberaba, Uberlândia, Itumbiara,
Goiania e finalmente em Brasilia. A distância total de São Carlos até Brasília é de 895 km, considerando somente
trechos retos. Em cada uma das cidades intermediárias ocorrerão pontos de entrega com vazões especificadas
na Tabela 1. A vazão esperada para Brasília é de 4,5 MMNm3/d (milhões de metros cúbicos normais por dia).
Estações de compressão (ECOMPs) devem ser instaladas ao longo deste sistema para compensar perdas de carga
(quedas de pressão). Note que os compressores são acionados por turbinas a gás que consomem gás do
gasoduto. Dados das estações são especificados a seguir.

1- Para as condições e hipóteses especificadas pede-se calcular os seguintes parâmetros:


1.1) Vazão na entrada do gasoduto em São Carlos (MMNm3/d)
1.2) Pressões nos pontos de entrega de cada cidade
1,3) Localização das ECOMPs
1.4) Velocidades do gás nos pontos de sucção das ECOMPs
1.5) Comparação dessas velocidades com as respectivas velocidades de erosão
1.6) Queda de pressão esperada na estação de redução localizada a 5 km antes de Brasília
1.7) Diâmetro do gasoduto. Tendo em vista as diferentes vazões ao longo da linha, sugere-se a escolha
de diâmetros “ótimos” e localização das respectivas variações

2- São condições conhecidas para o projeto os seguintes parâmetros:


2.1) Regime de escoamento permanente isotérmico
2.2) Temperatura média do gás no interior dos dutos: 26 ºC
2.3) Pressão de entrada em São Carlos: 85 bar (relativa)
2.4) Rugosidade dos dutos: 22 ìm (microns)
2.5 ) Fator de atrito: entre 0,0120 e 0,0130
2.6) Dutos de aço forjado com diâmetros nominais industriais (12", 14", ....)
2.7) Altitudes das cidades, conforme especificado nos dados das cidades
2.8) Dutos em linha reta entre as cidades, seguindo a topografia
2.9) Gás natural com a composição especificada na Tabela-3
2.10) Equação para cálculo das vazões: Teórica (Capítulo-8)
2.11) Equação para o fator de atrito: Colebrook-White
2.12) Perdas operacionais nas vazões de 3%. Ou seja, considerar rendimento ç= 0,97 para o fator de
eficiência ç na Eq. (8.41)
2.13) Estações de compressão devem trabalhar sob a seguinte condição: Pressão de descarga de 90,0
bar (rel), pressão de sucção: entre 51 e 60 bar (rel) (média= 55,5 bar)
2.14) Consumo médio de gás combustível para operação de cada ECOMP é de 46.000 Nm3/d (metros
cúbicos normais por dia). Retirado do gasoduto no ponto de entrada da ECOMP
2.15) Pressão de chegada em Brasília: 35 bar (rel)
2.16) Fatores de compressibilidade Z podem ser estimados para a média de qualquer segmento com
base nas condições das extremidades. Note que esses valores tendem a se repetir ao longo da linha. Valores
podem ser obtidos diretamente do gráfico de Standing-Katz, Apêndice -B.
2.17) Viscosidade do gás: ì= 1,07x10-5 Pa-s

Tabela 1- Vazão nos pontos de entrega


Cidade Vazão
Nm3/d
São Carlos ?
Uberaba 100.000
Uberlândia 250.000
Itumbiara 50.000
Goiania 2,1×106
Brasília 4,5×106
Tabela 2- Dados das cidades
Cidade Altitude Dist. S.C. Habitantes
(m) (km) (2018)
São Carlos 856 0 250.000
Uberaba 752 281 330.400
Uberlândia 860 380 685.000
Itumbiara 448 494 102.500
Goiania 750 685 1.495.000
Brasília 1172 895 2.975.000

Tabela 3- Composição do gás natural para São Carlos - Brasília


Componente Fração pc yi pci Tc yi Tci mci yi mci
molar (y) MPa K Mol
Metano 0,8839 4,6 4,0659 190,4 168,29 16,04 14,177
Etano 0,0605 4,88 0,2952 305,4 18,47 30,07 1,819
Propano 0,0244 4,25 0,1037 369,8 9,02 44,1 1,076
n-Butano 0,0069 3,8 0,0262 425,0 2,93 58,12 0,401
Heptana+ 0,0000 2,87 0,0000 540,3 0,00 100,2 0,000
Nitrogênio 0,0059 3,39 0,0200 126,2 0,74 28,02 0,165
CO2 0,0184 7,38 0,1358 304,1 5,60 44,01 0,809
1 4,6468 205,05 18,447

Comentários:
# Liberdade de escolha para a pressão de sucção (entrada das ECOMPS): dependente da localização
da estação. Como primeira opção poderá ser utilizada a média. A pressão de descarga deve ficar em torno de 90
bar (rel).
# A estação de redução provoca uma redução na pressão entre montante e jusante para satisfazer a
pressão especificada a jusante.

Solução.
A) Cálculos preliminares
Pseudo-pressão e pseudo-temperatura reduzidas

(11.7.1)

Com esses valores o gráfico de Standing-Katz fornece os coeficientes de compressibilidade Z1= 0,80 (pr2= 1,958)
e Z2= 0,87 (pr1= 1,194). Portanto, o valor médio para o intervalo das pressões de descarga e sucção nas ECOMPs é
então Zm= (0,80+0,87)/2= 0,835. Como estas pressões são aproximadamente constantes ao longo do duto
utilizaremos este valor para todos os intervalos. A densidade relativa do gás é ëg= 18,447/28,97= 0,6367

B) Vazão de entrada
Admitido para gradiente de pressão entre as ECOMPs o intervalo sugerido pela Eq.(8.37)

(11.7.2)

Admitindo inicialmente que o projeto aceitará limites de 15 a 20 bar/100 km para os intervalos entre as ECOMPs
obtemos as seguintes possibilidades para as distâncias entre as estações

(11.7.3)

Escolhendo a segunda opção chega-se para o número de ECOMPs

(11.7.4)

Ou seja, como primeira estimativa vamos admitir a instalação de 5 estações de compressão entre as duas
cidades extremos. Para tanto, o consumo total esperado de gás das ECOMPs será 5x46.000= 230.00 Nm3/d. Valor
que deve ser adicionado ao consumo das 5 cidades, 7,0 MMNm3/d. Portanto, a vazão prevista para a entrada em
São Carlos deverá ser (condição padrão)

(11.7.5)

C) Diâmetros e Custos
Uma estimativa para o diâmetro que satisfaça aproximadamente o gradiente de pressão em (11.7.2) tem como
ponto de partida uma velocidade máxima do gás entre 7 e 10 m/s (nossa estimativa). Escolhendo 8 m/s para o
ponto de velocidade mais alta (pressão mais baixa), de (8.34) do texto

(11.7.6)

ou, para a área no segmento inicial (São Carlos)

(11.7.7)

correspondente ao diâmetro de 0,4908 m (duto NPS 20" tem diâmetro interno de 0,4969 m).
Para o segmento final (Goiania-Brasília)

(11.7.8)

correspondente ao diâmetro de 0,3656 m (duto NPS 18" tem diâmetro interno de 0,4382 m).
Desta forma, como primeira estimativa, adotaremos os diâmetros sugeridos na Tabela 3. Custos baseados em
US$80,00/m-pol.

Tabela 3- Diâmetros, distâncias e custos dos segmentos


Segmento Diâmetro Distância (km) Custo (US$)
AE (São Carlos-Goiania) NPS20 (496,9 mm) 685 1.096,0x106

EF (Goiania-Brasília) NPS18 (438,2 mm) 210 302,4x106


Total 895 1.398,4x106

D) Localização das ECOMPs


Primeira estimativa para a localização das ECOMPs é obtido a partir das equações Q vs ÄP entre ECOMPs. Portanto,
para o modelo Teórico, de (8.42),

(11.7.9)

co
nhecidos os outros parâmetros

(11.7.10)

on
de p1 e p2 são as pressões de descarga e sucção e Qstd a vazão na linha. Observe-se ainda que se entre duas
ECOMPs sucessivas houver algum ponto de entrega (saída de gás), este processo deve ser realizado em duas
etapas: a primeira entre a ECOMP anterior e o ponto de entrega em questão. Desta forma calcula-se a pressão
no ponto de entrega (será superior à pressão de sucção da próxima ECOMP). Obtida esta pressão determina-se
então a distância deste ponto até a sucção da ECOMP seguinte, a jusante. A distância entre as duas será a soma
dos dois valores assim obtidos.
E) Efeito da eficiência sobre o cálculo da vazão
O parâmetro eficiência ç utilizado na equação (8.41) tem a ver com incertezas que o projetista encontra na
estimativa da vazão a partir dos diversos parâmetros da equação. Para evitar surpresas de sub-
dimensionamento que resultem para a vazão valores inferiores àqueles desejados (projetados), o parâmetro
é sempre inferior à unidade. Quanto mais distante de 1,0, maior a incerteza.
No processo de dimensionamento utilizado na equação (11.7.9) está claro que a introdução do fator
ç tem efeito direto em superestimar a vazão de projeto para um valor efetivo Qefe= Qstd/ç, superior, portanto, ao
valor esperado Qstd. No presente estudo o resultado esperado pode ser duplo: a) a queda de pressão entre dois
pontos de interesse (duas ECOMPs próximas, por exemplo) precisa ter um tolerância para mais (na queda de
pressão) que garanta a vazão desejada, ou; b) a distância calculada entre as ECOMPs, ÄL na Eq. (11.7.10), deve ser
conservadora (inferior daquela calculada para uma eficiência unitária). Qualquer das opções tem por objetivo
diminuir as incertezas para as vazões.

F) Pressão ao longo da linha


De (11.7.9) obtém-se a pressão p2(x) em qualquer ponto äL distante de p1

(11.7.11)

G) Velocidade no duto

(11.7.12)

H) Velocidade de erosão

(11.7.13)

I) Resultados
Os seguintes dados foram obtidos por cálculo computacional a partir das fórmulas acima.

Cidade ECOMP Dist Orig Flow PSuc PDes Dia VelSuc VelEros dp/dx
km kNm3/d bar-rel bar-rel Pol m/s m/s kPa/km
São Carlos --- 0, 7230, --- 90, 20, --- --- ---
São Carlos 0 140, 7184, 60,04 90, 20, 6,26 13,17 20,7
São Carlos 1 275, 7184, 61,31 90, 20, 6,09 13,03 21,3
Uberlândia 2 425, 7038, 57,94 90, 20, 6,30 13,39 20,0
Itumbiara 3 590, 6742, 57,74 83, 20, 6,06 13,41 18,8
Goiania 4 775, 6646, 68,20 78, 20, 8,05 13,73 17,4
Redutor --- 890, 4500, 64,64 35, 18, 6,36 12,21 15,6
Brasilia --- 895, 4500, 35,00 35, 18, --- --- ---

A Fig. 11.7.1 mostra a distribuição da pressão ao longo do gasoduto, com destaque para a localização
das cinco estações de compressão EC0 a EC4. Note-se uma inflexão no gradiente de pressão a jusante de Goiania
devido à redução marcante na vazão de gás após Goiania, de 7 MMm3/d para 4,5 MMm3/d.
A Fig. 11.7.2 Indica dois estágios de proposta para posicionamento das estações de compressão. A
primeira, Fig 1 (a), baseada simplesmente na variação das pressões de sucção e descarga sugeridas
originalmente, 55 e 90 bar, aproximadamente. Como se pode observar, os resultado não são convenientes,
basicamente devido à grande variação na distribuição de distâncias entre as cidades. Com base nessa primeira
tentativa uma redistribuição na localização das estações sugere algo conforme mostrado na opção (b). Aqui as
pressões de descarga das duas últimas estações foram progressivamente reduzidas para melhor se adaptar à
pressão de entrada no redutor de pressão em Brasília. Uma posterior análise mais criteriosa levará para uma
configuração ainda melhor, não só na distribuição, como na definição da capacidade das estações.
Fig. 11.7.1 - Distribuição de pressão ao longo do gasoduto, Localização das ECOMPs em destaque.

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