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Renato Athias
Federal University of Pernambuco
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Documentação, Histórias, Memórias e Tradições dos Quilombolas do Vale Médio do Rio Capibaribe em Pernambuco View project
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Outras abordagens sobre essa questão podem ser encontradas no livro organizado por Simone Monteiro e Livio
Sansone. (Org.). Etnicidade na América Latina: Um debate sobre Raça, Saúde e Direitos Reprodutivos. Rio
de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004.
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Esta pesquisa inicialmente recebeu apoio CNPq e FACEPE, fez interface com o NUSP/UFPE, e a equipe foi
composta por Renato Athias (Coordenador), Marion Quadros, Celane Camarão, Marcela Zamboni e Luzia
Albuquerque, Polyana Benigno, Tainã El-Bacha, Juliana Lobo, Veridiana Campos, Fernando Barbosa e Karina
Leão Rodrigues do Departamento de Ciências Sociais da UFPE, em seguida a equipe incorporou ao projeto de
Pesquisa: Estilos Reprodutivos e Organizações Representativas, financiado pelo CNPq e Fundação Ford, sob a
coordenação do Prof. Parry Scott
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Os Pankararu
A base da economia Pankararu é a agricultura destacando-se como principais
cultivos o feijão, o milho e a mandioca, cujas sementes vem há anos processada e
adaptadas às características do semi-árido. Existe também uma variedade de frutas
como a pinha, a banana, a goiaba, entre outras, que faz parte da organização da
produção Pankararu. Esses produtos destinam-se principalmente para o consumo
interno e parte é comercializada nas feiras das cidades vizinhas, tais como, Tacaratu,
Petrolândia, Jatobá e Paulo Afonso. A partir de 2006 os Pankararu criaram uma feira
dentro da área indígena (Brejo dos Padres) onde são comercializados os principais
produtos de consumo.
O trabalho na agricultura é desenvolvido especificamente pelo núcleo familiar,
não obstante existem outras formas da organização do trabalho, como por exemplo, o
remunerado (assalariado) e o de “meia”, modalidade utilizada tanto para o plantio de
feijão como na fabricação da farinha de mandioca. Apesar de a Terra Indígena
encontrar-se atualmente regularizada (isto é, com uma portaria do Ministério da
Justiça para a demarcação) existe um grupo significativo de índios que não possuem
terras, outros têm apenas “roçados” muito distantes do local de moradia, tendo que
caminhar, muitas vezes, mais de duas horas para chegar ao local de trabalho, pois
parte da área indígena ainda está sob o domínio de posseiros não indígenas.
Além dessas atividades econômicas referidas acima, os Pankararu possuem
animais domésticos que se constituem de pequenos criatórios. E por causa das
inúmeras secas, que ocorrem desde 1983, essa atividade produtiva está processo de
desaparecimento, uma vez que esses animais adaptados a região de serras e ao semi-
árido são difícil de serem encontrados. Entre estas, se destaca a criação de galinhas,
porcos, bodes, cabras, carneiros e ovelhas, adaptados as áreas de serras e contra-serras
da área Pankararu. Para realizar o trabalho e o transporte de bens, as famílias possuem
burros, jegues, jumentos, cavalos, ou éguas. Os animais domésticos mais possuídos
pelas famílias são os cachorros, gatos e pássaros em gaiolas.
A produção artesanal não assume grandes proporções na economia Pankararu.
Essas atividades empregam mão-de-obra predominantemente feminina. A
indumentária dos “Praiá” (saias chapéus, máscaras, usados em cerimoniais),
vassouras, sacolas, abanos e cestas são confeccionados em palha de ouricuri e a fibra
de caroá. Com a argila e barro confeccionam panelas, fogareiros, geralmente objetos
utilitários para uso próprio ou comercializado pelos índios nas diversas feiras. Uma
pequena parcela dos Pankararu realiza um tipo de trabalho assalariado fora da aldeia.
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Estes quase sempre são trabalhos que não requerem especialização. Atualmente com a
implantação do Distrito Sanitário Especial Indígena os profissionais de saúde
indígenas estão trabalhando com salário proveniente dos recursos da FUNASA, que
juntamente com os professores indígenas formam o grupo de assalariados que vivem e
trabalham na área indígena, pois os outros assalariados trabalham fora da área
indígena.
A terra dos Pankararu situa-se entre as Serra Grande e Serra da Borborema
próxima às margens do rio São Francisco, entre os municípios de Petrolândia,
Tacaratu e Jatobá. Segundo perspectiva tradicional e corrente, o desenho da área seria
um grande circulo que tem por centro o cemitério do Brejo dos Padres, de onde parte
uma linha de uma légua de raio. Esta área indígena encontra-se encravada nos três
municípios citados. Ainda, em outra perspectiva, também segundo tradição oral,
quatro léguas em quadro de terras foram concedidas, pelo imperador Pedro II, aos
Pankararu. Existem inúmeros registros e citações em documentos oficiais que
confirmam a doação. Essa concessão de terras toma a igreja do aldeamento como
ponto central e projeta quatro linhas em cruz, para cada direção, de uma “légua de
sesmaria”, ou seja, 6.600m, totalizando dimensão de um quadrado de
aproximadamente 19.424ha. (ATLAS, 1993:38).
Registros sobre as terras dos Pankararu indicavam dois marcos geográficos,
considerados sagrados pelos índios: as cachoeiras de Paulo Afonso e as de Itaparica.
Além desses, a Serra de Borborema é extremamente importante para orientação e
histórias Pankararu, pois existem grutas e cavernas que se relacionam com os
Encantados. Relatos de índios mais velhos revelam um mito de que nas cachoeiras de
Itaparica, os ancestrais dos Pankararu, teriam sucumbido a um dilúvio e as cachoeiras
de Itaparica teriam aparecido no local exato do sepultamento de índios, e
posteriormente transformado em cemitério cristão pelos missionários. Atualmente
esses locais encontram-se submersos pelo lago da barragem de Itaparica.
É relevante a discussão acerca da territorialização, especificamente entre os
Pankararu, porque esta reflete, no sentido real, a capacidade que esse processo possui
para assegurar a sobrevivência física e a continuidade étnica dos índios.
6
em diferentes status, através da sua ligação a “troncos” familiares que se divide entre
os antigos e os novos apresentam a dinâmica de pertencimento ao grupo. Desta forma
estão operando uma dicotomia básica entre aqueles descendentes de índios “puros” e
os que descendem de índios “misturados” ou “braiados” (ou de linheiros), em
referência a uma forma de organização que é mais histórica que estrutural, e que não
corresponde a nenhuma segmentação, classes ou linhagens (Arruti 1997). Abaixo do
tronco os Pankararu localizam a família, que está diretamente vinculada ao convívio
social cotidiano, relacionado a um praiá ou a um grupo de praiás. Praia é o nome
genérico dado aos Encantados, na realidade, é a representação física do Encantado
nessa terra. Reconhece-se a vestimenta e os sinais das roupas de caroá. Cada um
possui um nome, uma história, uma família que zela pela perpetuação e das relações
com os outros praiás e um terreiro. É este convívio que dá suporte para a definição das
opções políticas das famílias. Agrupam aquelas com as quais compartilham terras
para plantar e a quem se pede ajuda com quem se compartilha a comida e o trabalho
da “farinhada”. A organização das famílias está diretamente ligada as relações com os
praiás e à disposição espacial das casas, que estão dispostas segundo duas maneiras:
agrupadas lado a lado ou em grupos de casas de uma mesma família, cuja disposição
tende à forma circular.
Essa classificação não chega a pôr em risco a identidade pankararu dessas
famílias de troncos mais novos, já que participam plenamente da divisão da terra, dos
rituais e da organização política. Também não chega a criar uma forma de organização
da sociedade, que tenha repercussão sobre as relações cotidianas ou de parentesco, a
não ser em ocasiões de disputas internas, quando pode ser usada para a faccionar e re-
classificar alguém ou uma família. A distinção de famílias por tronco não é muito
claro e surge como mais um objeto de oposições internas. Portanto, uma família está
diretamente vinculada ao convívio social diário dentro de seu espaço na área indígena
reconhecido por todos. Quando agrupadas lado-a-lado, as famílias tendem a dispor
suas casas em linha reta ao longo das principais vias de acesso internas a área.
Quando constroem em forma circular, o foco gravitacional é a casa do patriarca que,
em geral, é “pai de Praiá” ou zeladores de Praiá, como também são chamados,
realizando em seu terreiro os Torés e “obrigações” e tornando-se assim referência
religiosa para um círculo de vizinhos de extensão variável.
As famílias mais extensas mantêm uma interação cotidiana mais intensa, com
a possibilidade de compartilhar da distribuição recursos e prestígio. Estas também são
referências para a administração do posto indígena onde o “pai” ou patriarca da casa
principal serve de interlocutor privilegiado, e muitas das vezes situam-se assume o
papel de representar o interesse de todos os Pankararu. Esta interlocução lhe dá o
status de liderança.
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Fecundidade e Sexualidade
Anos 75=<
Entre 70 e 74 anos
Entre 65 e 69 anos
Entre 60 e 64 anos
Entre 55 e 59 anos
Entre 50 e 54 anos
Pop. Masculina
Pop. Feminina Entre 45 e 49 anos
Entre 40 e 44 anos
Entre 35 e 39 anos
Entre 30 e 34 anos
Entre 25 e 29 anos
Entre 20 e 24 anos
Entre 15 e 19 anos
Entre 10 e 14 anos
Entre 5 e 9 anos
Entre 0 e 4 anos
Entre os Pankararu não é mais o mesmo que nos anos anteriores. Isso foi
também notado através da entrevistas realizadas na área. No entanto, como se trata de
informações censitárias de uma comunidade indígena, nas condições em que se
encontram a situação, não se descarta as dificuldades na coleta.
Percebe-se que houve uma significativa redução no número de nascimentos
nesses últimos 5 anos. Essa observação, de certa forma, pode estar associada a queda
da fecundidade que Wong (1994) se refere em termos de Brasil, ou seja, essa redução
se deu basicamente nos anos 80 para toda a região nordeste, e que agora estaria tendo
um impacto nas áreas indígenas do sertão de Pernambuco, de acordo com nossas
observações. Demograficamente essa mudança é significativa, pois significa que o
padrão do número de filhos está tendo uma intervenção por parte de uma população
sexualmente ativa. E academicamente esse debate interessa antropologia.
Outra questão que chama à atenção na tabela I (2000) é que as mulheres na
faixa etária de 25 a 29 anos, que estão no mesmo número que os homens, continuam
na mesma proporção até a faixa etária de 35 a 39, quando os homens são
ultrapassados pelas mulheres. Em outras palavras, esses dados revelam que existem
mais mulheres na área indígena, dessa geração. Será que os homens dessa faixa etária
migraram para outras regiões para morar fora? Isto confirma o que as mulheres falam
nas entrevistas - que os homens fazem parte essencialmente da população Pankararu
que migrou. Na tabela II (2005), cinco anos após, percebe-se que a saída de homens
da aldeia não é mais significativa, como foi no passado, dando a entender que a
migração para os outros centros não faz parte de uma prática atual.
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Conferir, por exemplo, os trabalhos de Carvalho (1990)
7
Veja por exemplo a argumentação apresentada no trabalho de José Eustáquio Alves (1994).
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Por outro lado tivemos noticias que as maternidades (nos finais dos anos 80)
no sertão estavam promovendo ligaduras de trompa, sem muitas vezes a devida
autorização da parturiente. Que impacto esta estratégia de planejamento familiar
incide sobre a sexualidade entre Pankararu. Escutamos de mulheres Pankararu que
foram incentivadas a realizarem a ligadura, uma vez que elas já tinham número de
filhos considerados ideal pelos profissionais de saúde, nesse caso os médicos. Não nos
interessa entrar nessa questão específica, de esterilização, mas simplesmente colocá-la
como uma das possíveis explicações para sobre o número de nascimentos expressos
na base da pirâmide de 2005. Elisabeth Meloni Vieira (1994) diz que os médicos, nas
maternidades, ocuparam um papel importante nessa estratégia, e que o aumento da
esterilização no Brasil segue o exemplo de vários países onde ela se tornou mais
prevalente a partir da década de 80, como nos EUA e ainda em alguns Estados do
nordeste onde a esterilização grátis atinge índices maiores que 50% baseando-se nos
dados de Oliveira & Simões (1988).
Uma outra hipótese, que não se pode deixar de ser colocada, é que esteja
ocorrendo sub-notificação de nascimentos na área indígena Pankararu. Porém tendo
em vistas os dados qualitativos da pesquisa acredita-se que o comportamento dos
Pankararu com relação ao número ideal de filhos esteja realmente em processo de
mudar. Por outro lado, esses dados reforçam a tese de Wong que no nordeste do Brasil
a queda da fecundidade é um fato e que já se pode pensar em transição da fecundidade
para o Brasil.
Anos 75=<
Entre 70 e 74 anos
Entre 65 e 69 anos
Entre 60 e 64 anos
Entre 55 e 59 anos
Entre 50 e 54 anos
Pop. Masculina
Pop. Feminina Entre 45 e 49 anos
Entre 40 e 44 anos
Entre 35 e 39 anos
Entre 30 e 34 anos
Entre 25 e 29 anos
Entre 20 e 24 anos
Entre 15 e 19 anos
Entre 10 e 14 anos
Entre 5 e 9 anos
Entre 0 e 4 anos
500 400 300 200 100 0 100 200 300 400 500
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Tradição e Cura
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Intitulada: Reprodução, Sexualidade e Programas de Saúde desenvolvida pela Associação Saúde Sem Limites
(SSL) em parceria com a Associação dos Profissionais Indígenas de Saúde Pankararu (APROISP), Universidade
Federal de Pernambuco (NUSP, NEPE e FAGES) com apoio da Fundação Nacional de Saúde/DSEI-PE e do
Programa Estadual de DSTs e Aids/CN DST e AIDS
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prevenção das mamas e as poucas que já haviam realizado o exame o fizeram fora da
área Pankararu. Algumas mulheres já palpam o peito por causa da TV e da campanha
de marketing realizada pelo Ministério da Saúde, que divulga o auto-exame. As
mulheres se mostraram envolvidas no aprendizado do auto-exame tendo plenas
condições para assumir este auto-cuidado. Após essas orientações iniciais foi
realizado uma anamnese dirigida a abordagem das DSTs sendo que esse registro era
feito em uma ficha clínica elaborada de acordo com o modelo de “Inquérito de Acesso
Rápido” à situação das DSTs e Aids na Aldeia. Em seguida era realizado o exame da
genitália externa para a pesquisa de lesões e a coleta de material para o exame
“papanicolau”. As mulheres cujo diagnóstico de DST era evidenciado pela clínica
eram orientadas e tratadas, bem como o seu parceiro.
Para a realização dessas atividades9 foram visitadas 12 aldeias, realizadas 14
palestras com participação de homens e mulheres atingindo um total de 257 pessoas
sendo que 191 mulheres e 66 homens. Na ocasião desse processo de intervenção
foram realizados 176 exames papanicolau. De acordo com os dados demográficos
existentes na ocasião (1.953 mulheres) desse processo, esses exames representaram
cerca de 10% população Pankararu. Desse total de exames realizados apenas 6
mulheres tiveram resultado normal. Portanto 96% das mulheres examinadas
apresentaram algum tipo de alteração no colo do útero.
Esses dados sobre essa atividade realizada na área indígena confirmam que o
acesso a um exame preventivo ainda se concentra em poucas mulheres. A grande
maioria ainda não participa dessas atividades ou as equipes de saúde sentem
dificuldades em procurar interiorizar ainda mais as ações nessa direção na área
indígena.
Políticas de Saúde
l.
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Informações retiradas do Relatório de Intervenção Educativa da Associação Saúde Sem Limites,
elaborado por Marina Machado e Juliana Lobo.
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Neste sentido, observa-se que o primeiro tipo de enfoque (nas doenças) que
equipe de saúde do distrito tem se associa nitidamente a um estilo de administração de
programas de saúde que favorece conhecimentos biomédicos especializadas. As
suas medidas de eficácia são na redução de índices de morbidade e mortalidade cuja
causalidade se restringe à doença, alvo de um determinado programa. Em outras
palavras, não existe por parte da equipe de saúde que atua na área indígena, um
entendimento maior das possibilidades existentes com relação ao auto-cuidado e as
tradições culturais Pankararu. As persistências de indicadores negativos mostram os
velhos problemas onde a ação biomédica ainda é privilegiada na área indígena. Essas
estratégias ampliam a “consciência”, que atacar a doença muitas vezes é uma
estratégia que, apesar de render alguns resultados, que não poderiam ser obtidos por
outro caminho, porém, às vezes, torna-se uma estratégia cara cujos resultados são
precarizados por fatores fora do controle dos profissionais de saúde. Evidentemente,
que essas ações sensibilizam principalmente aqueles administradores de programas de
saúde mais preocupados com os índices contábeis de custo-benefício de que com a
identificação de grupos sociais específicos cujas demandas precisam ser atendidas.
Ganham-se alguns adeptos dispostos a juntar forças com outros profissionais
afinados com os interesses de segmentos e grupos específicos necessitados da
população. O apelo à "integralidade" foi a maneira encontrada de, simultaneamente,
criticar a fragmentação costumeira dos portadores do conhecimento médico de
tratamento por órgãos e doenças específicas, e aproveitar dos seus serviços
direcionados ao que interessava à mulher e ao adolescente no estabelecimento de
centros de referência. A idéia de integrar também serviu para chamar atenção à
necessidade de realizar outras formas e intensificar o diálogo entre os curadores e
agentes tradicionais de curas com os atores do ambiente ambulatorial da equipe
médica.
19
* * *
A intensificação de trabalhos relacionados com a etnicidade em Pernambuco é
proveniente de uma decisão explicita de realçar a condição das populações indígenas
do Nordeste, feito a partir da UFPE por integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisas
sobre Etnicidade (NEPE) em meados da década de noventa. Como conhecedores das
condições do sertão do Sub-M;edio São Francisco, e com experiências com outras
etnias, tanto do próprio estado de Pernambuco quanto da Amazônia, a inclusão na
pesquisa sobre Reprodução, Sexualidade e Grupos Sociais Diferente, apoiada pelo
CNPQ ajudou a dar um direcionamento para a colaboração com FAGES e a inclusão
de gênero, geração e parentesco num esforço de identificar a especificidade cultural
dos Pankararu. Este trabalho ocorre num período de efervescência nacional do
estabelecimento dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. É neste contexto que se
estabelece um desafio excepcional de compor estruturas que possam representar e
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