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MAPA – Material de Avaliação Prática da Aprendizagem

Acadêmico: Simone Zagonel Pinho R.A.23167350-5

Curso: Segurança no Trabalho

Disciplina: Direitos Humanos, cidadania e segurança

Valor da atividade: 4,0 pontos Prazo: 31/03

Instruções para Realização da Atividade

1. Todos os campos acima deverão ser devidamente preenchidos;


2. É obrigatória a utilização deste formulário para a realização do MAPA;
3. Esta é uma atividade individual. Caso identificado cópia de colegas, o
trabalho de ambos sofrerá decréscimo de nota;
4. Utilizando este formulário, realize sua atividade, salve em seu computador,
renomeie e envie em forma de anexo no campo de resposta da atividade
MAPA;
5. Formatação exigida para esta atividade: documento Word, Fonte Arial ou
Times New Roman tamanho 12, Espaçamento entre linhas 1,5, texto
justificado;
6. Ao utilizar quaisquer materiais de pesquisa referência conforme as normas da
ABNT;
7. No campo "Material da disciplina”, dentro do ambiente virtual da disciplina
você encontrará orientações importantes para elaboração desta atividade.
Confira!
8. Critérios de avaliação: Utilização do template; Atendimento ao Tema;
Constituição dos argumentos e organização das Ideias; Correção Gramatical
e atendimento às normas ABNT.
9. Procure argumentar de forma clara e objetiva, de acordo com o conteúdo da
disciplina.

Em caso de dúvidas, entre em contato com seu Professor Mediador.

Bons estudos!
Orientações especificadas para realização da atividade:

- Assista ao vídeo explicativo disponível no FÓRUM e na SALA DO CAFÉ;


- Leia as questões com muita atenção para entender o que é solicitado e facilitar na
resolução;
- Insira as devidas referências em caso de pesquisa;
- Ao finalizar a atividade, envie o arquivo FORMULÁRIO PADRÃO preenchido
corretamente no campo indicado dentro do ambiente da atividade MAPA (não serão
aceitos arquivos fora da data de realização da atividade). 
CUIDADO PARA NÃO INSERIR O ARQUIVO ERRADO. DIANTE DISSO, ANTES
DE FINALIZAR A ATIVIDADE, CONFIRA O ARQUIVO INSERIDO.

ATIVIDADE:

A proteção internacional de direitos humanos abrange o Regional Americano,


conhecido também como Sistema Interamericano de Direitos Humanos. A finalidade
da criação de um sistema regional foi o de intensificar a proteção desses direitos,
considerando as especificidades da região, bem como para facilitar o acesso dos
Estados e indivíduos aos órgãos de proteção.

O sistema interamericano conta com dois órgãos: a Comissão e a Corte


Interamericana que possuem a função de atuar nos casos de violações de direitos
humanos.
Para compreender melhor essa função, torna-se imprescindível conhecer um caso
real apreciado pela Comissão e pela Corte Interamericana.  Afinal, não há nada
mais proveitoso, sob o ponto de vista educacional, de conhecer a aplicabilidade
prática de um conteúdo teórico já assimilado.

Cumpre lembrar que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos pode receber


denúncias de violações de direitos humanos de qualquer indivíduo - pertencente ao
Estado-membro da OEA (Organização dos Estados Americanos) - e das
organizações internacionais.  A Comissão, assim, poderá fazer recomendações ao
Estado denunciado (que supostamente violou direitos humanos de um indivíduo) ou
encaminhar o caso à Corte Interamericana.

A Corte Interamericana, por sua vez, possui função jurisdicional e emite sentenças
(decisões judiciais definitivas), cujas determinações deverão ser acatadas pelos
Estados que aceitaram a sua jurisdição.
Essas informações são relevantes porque servirão de auxílio na compreensão do
caso a seguir apresentado julgado pela Corte Interamericana.

Trata-se de um caso julgado em junho de 2012 pela Corte Interamericana de


Direitos Humanos: “Pueblo Indígena Kichwa de Sarayku vs. Ecuador”. A situação
dizia respeito a uma exploração petrolífera de uma empresa argentina em território
do povo Kichwa de Sarayku, no Estado do Equador. Na verdade, a denúncia feita
no sistema interamericano ocorreu em face do Equador porque o povo  Kichwa de
Sarayku afirmava a negligência deste Estado em resolver o problema, permitindo a
exploração de petróleo pela empresa argentina e, com isso, gerando diversos
prejuízos de ordem ambiental, econômica, social e cultural ao povo indígena.

O povo indígena Kichwa de Sarayaku está situado no Estado do Equador e se trata


de um povoado com aproximadamente 1200 habitantes, que vive da caça, pesca e
agricultura, além de manter tradições e costumes de seus ancestrais (MARÇAL E
FREITAS, 2013).

Imagine agora a situação em que uma empresa, desconsiderando toda a origem


cultural e a sobrevivência desse povoado indígena (Kichwa de Sarayaku) e seu
apego a terra, resolve instalar uma petrolífera (CGC – Companhia Geral de
Combustíveis) em seu território mediante o consentimento do Estado do Equador, e
sem consultar o povo da região. Sem dúvida, uma verdadeira violação de direitos
humanos.

A empresa chegou a introduzir explosivos de alto poder em vários pontos do


território indígena; construiu portos; destruiu cavernas e fontes d’água; poluiu rios
utilizados pela comunidade para consumo próprio; derrubou árvores e plantas de
grande valor ambiental e de subsistência para o povo de  Kichwa de
Sarayaku  (MARÇAL E FREITAS, 2013).

Após diversas manifestações contra a empresa petrolífera, e sem sucesso na justiça


do Equador, a Associação do Povo Kichwa de Sarayaku apresentou uma petição
inicial perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 19 de dezembro
de 2003.

Sabe-se que a Comissão Interamericana tem por intuito proteger direitos humanos,
quando o Estado nacional se omite na solução do problema (para lembrar: trata-se
de uma jurisdição complementar). Tendo em vista, então, que o Estado de Equador
permaneceu inerte ao problema, o povo indígena não vislumbrou outra alternativa a
não ser buscar apoio internacional. Desse modo, apresentou uma
denúncia/reclamação perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
A referida Comissão admitiu a petição (pedido), mas sem êxito na solução do
conflito, resolveu encaminhá-la à Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 26
de abril de 2010, por violação à Convenção Americana de Direitos Humanos.  

É preciso recordar que apenas os Estados nacionais e a Comissão Interamericana


podem submeter casos à Corte Interamericana. Os indivíduos podem provocar a
Comissão e se esta não conseguir solucionar o problema, poderá submeter o caso
à Corte, pois apenas este órgão possui poder de impor uma decisão judicial a ser
obedecida pelos Estados.

A Comissão Interamericana, ao encaminhar o caso a ser julgado pela Corte


Interamericana, elaborou um relatório. Segue abaixo um trecho parcial da síntese do
relatório:   

O caso se refere, entre outros temas, à concessão por parte do Estado de uma
permissão a uma empresa petroleira privada para realizar atividades de exploração
petroleira no território do Povo indígena Kichwa de Sarayaku, na década de
1990, sem qualquer consulta prévia e sem o seu consentimento. Iniciaram-se
as fases de exploração petroleira, inclusive com a introdução de explosivos de alto
poder em vários pontos do território indígena, criando com isso uma alegada
situação de risco para a população, já que durante o período havia impedido a
busca por meios de subsistência e havia limitado ao povo o seu direito de
circulação e de expressar sua cultura. Além disso, o caso se refere à alegada
falta de proteção judicial e de observância das garantias judiciais. (CORTE
IDH, Caso Pueblo Indígena Kichwa de Sarayaku Vs. Ecuador, 2012, p. 4, tradução
livre, grifos nossos).

 A Corte Interamericana, por sua vez, ao analisar o caso, entendeu que houve
violação à Constituição Federal do Estado do Equador (norma interna) e da
Convenção Americana de Direitos Humanos (norma internacional). É preciso
destacar que a Corte apenas poderá reconhecer violações de direitos humanos
quando previstos em tratados internacionais.

Num primeiro momento, a Corte enfatizou as falhas na elaboração e na execução


do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), desconsiderando os efeitos prejudiciais no
meio ambiente.  Conforme consta na sentença, era imprescindível que a
comunidade tivesse tido conhecimento dos riscos ambientais e do
comprometimento da salubridade para, então, aceitar ou não o projeto (CORTE
IDH, Caso Pueblo Indígena Kichwa de Sarayaku Vs. Ecuador, 2012).

Todas as detonações de explosivos realizados pela empresa, que destruíram


bosques, fontes de água, rios subterrâneos, não apenas afrontaram o direito ao
meio ambiente ou direitos da natureza, mas também a própria sobrevivência da
comunidade. Esta conclusão advém das consequências destes fatos, pois impedem
os povos indígenas de buscar seus alimentos devido a destruições dos territórios
tradicionais de caça e pesca, o que acarreta a profunda redução da capacidade dos
membros desse povo de manter a sua subsistência e o seu ciclo de vida.

Com base em todos esses fatos e fundamentações sucintamente expostas, a Corte


condenou o Estado do Equador a diversas obrigações, resumidamente descritas a
seguir: (CORTE IDH, Caso Pueblo Indígena Kichwa de Sarayaku Vs. Ecuador,
2012):

a) desativar e retirar todos os explosivos da região;

b) cumprir todos os processos de participação e consulta prévia em todos os


projetos que afetam territórios ancestrais, inclusive na realização dos estudos de
impacto ambiental e social, com a participação ativa das comunidades indígenas
envolvidas;

c) adequar o ordenamento jurídico interno que já reconhece o direito à consulta


prévia, livre e informada, se necessário for;

d) implantar programas ou cursos obrigatórios dirigidos a funcionários públicos que


contemplem módulos sobre os padrões nacionais e internacionais em direitos
humanos dos povos e comunidades indígenas;

e) pagamento de indenização, a título de dano material, no valor de 90 mil dólares, a


ser entregue à Associação do Povo Sarayaku  para que a comunidade decida sobre
o investimento do dinheiro que poderá ser aplicado, entre outras coisas, em projetos
educativos, culturais, de saúde, etc.,

f) pagamento de dano moral, no valor de um milhão, duzentos e cinquenta mil


dólares, a ser entregue para a Associação, pelos sofrimentos ocasionados à
identidade cultural, em particular pela presença de explosivos, que gerou riscos e
impactou o modo de vida dos membros da comunidade.

A condenação abrangeu também o pagamento de danos materiais e morais,


conforme destacado acima. Afinal, o caso analisado pela Corte evidenciou um
grande exemplo de busca incessante por lucro em detrimento dos direitos do povo
indígena.  

Agora que você já aprendeu sobre o papel da Corte Interamericana, inclusive


conhecendo alguns julgados, é o momento de conhecer uma condenação em face
do Brasil. A Corte já julgou e proferiu sentença, até o momento, em 17 (dezessete)
casos envolvendo o nosso país. Para conhecê-las, basta acessar o sítio eletrônico
da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

A sua atividade, então, consiste na tarefa de conhecer o caso “Empregados da


Fábrica de Fogos de Santo Antônio de Jesus e seus familiares vs. Brasil ”.
Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_407_por.pdf,
Acesso em 26 jan. 2023. Trata-se de um interesse caso julgado pela Corte
Interamericana.

Após acessar o caso, responda os questionamentos a seguir:


a) Qual o tema geral do caso?
b) Quais direitos humanos foram violados?
c) Quais condenações o Brasil teve neste caso? 

Atividade

a) Qual o tema geral do caso?

O tema geral do caso refere-se a condenação que a Corte Interamericana impôs


ao Estado (Brasil) por ter violado os direitos humanos no acidente na fábrica de fogo
em Santo Antônio de Jesus na Bahia onde houve mais de 60 pessoas mortas.

b) Quais direitos humanos foram violados?


Nesse triste acontecimento o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana
por violar vários direitos humanos: o direito à vida, pessoas vieram a falecer na
explosão da fábrica de fogos. O direito à integridade pessoal, devido a pessoas ficarem
feridas e com sequelas para o resto da vida, e não tiveram ajuda adequada no
momento nem depois do ocorrido. O direito da criança, devido a crianças morrerem
no acidente estando trabalhando em trabalho análogo a trabalho escravo. O direito
do trabalho, devido aos proprietários não pagarem um salário justo e as condições
de trabalho serem bem precárias, havendo trabalho das seis da manhã as
dezessete e meia da tarde sem haver folga. E pela violação do direito as garantias
judiciais e a proteção judicial pelo fato de o Estado não resolver e não garantir os
direitos as vítimas do acidente, bem como não atuou com devida diligência.
A Corte Interamericana afirmou que as vítimas da fábrica vinham de condição
de extrema pobreza, com pouca instrução, não tinham aceso a outra fonte de renda,
por isso aceitavam um trabalho em condições vulnerável sem questionamentos.
c) Quais condenações o Brasil teve neste caso?
O Brasil foi condenado em quatro processos judiciais, nas áreas cível,
criminal, trabalhista e administrativa.
Na sentença o Brasil teve precisou cumprir algumas medidas: garantir a não
repetição de tragédias, como a da fábrica de fogos de artifícios, criação de
alternativas econômicas, criação de um programa de desenvolvimento para a
população de Santo Antônio de Jesus, se responsabilizar civilmente pelos
agressores da explosão, ficar responsável pelo tratamento médico, psicológico e um
pagamento de indenização as famílias das vítimas.
O Estado deve criar um material sobre a decisão da sentença do acidente
para divulgar em televisão e rádio, realizar um ato público de verificação de
responsabilidade internacional sobre a tragédia da fábrica de fogos de artifícios.
Referências Bibliográficas

https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/resumen_407_por.pdf . Acessado em
04/03/2023

 https://reubrasil.jor.br/caso-empregados-da-fabrica-de-fogos-de-santo-antonio-de-jesus-e-
seus-familiares-versus-brasil/ , Acessado em 06/03/2023

https://www.oas.org/es/cidh/decisiones/corte/2018/12428Fondopt.pdf . Acessado em
06/03/2023

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