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CÂMARA MUNICIPAL DE BETIM

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 00210/2015

“Cria no âmbito municipal cotas de seleção para mães inserirem seus filhos em creches”

No uso das atribuições que nos confere o Regimento Interno desta Casa de Leis, estamos
submetendo à apreciação do Plenário o seguinte Projeto de Resolução.

Art. 1º - Fica criada no Município de Betim, a utilização de cotas de seleção para mães
inserirem seus filhos em creches públicas, sendo priorizadas 60% do total das vagas.

§ 1º - Participarão desse processo mães com filhos, que trabalham com carteira assinada e
possuem renda líquida de no máximo dois salários mínimos.

§ 2º - Fica a cargo da Secretaria Municipal de Educação, a responsabilidade de realizar esse


processo.

§ 3º - Será expressamente obrigatório a realização dos seguintes processos:

I- Preenchimento de ficha de cadastro e termo de concordância contido no Anexo I desta


lei;
II - Análise da situação funcional;
III - Entrevista com assistente social;

Art. 2º - Para manter a vaga, é de caráter obrigatório a apresentação da CTPS - carteira de


trabalho da mãe a cada semestre, como garantia de que a mesma esteja de fato trabalhando.

Art. 3º - Caso ocorra o desligamento da mãe para com a empresa, deverá ser apresentado na
Secretaria Municipal de Educação, a carteira de trabalho, no prazo máximo de 30 dias, a
contar da data do desligamento.
Art. 4º - Após a Secretaria de Educação ser contactada, o contrato de permanência da
criança na creche se estenderá por mais 06 meses, sendo que após o vencimento desta
extensão a vaga da criança será disponibilizada para outras que estiverem aguardando.

Art. 5º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as


disposições em contrário.

SALA DAS SESSÕES DA CÂMARA MUNICIPAL DE BETIM, Estado de MINAS


GERAIS, 15 de Junho de 2015

ANEXO I

FICHA DE CADASTRO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
NOME:...........................................................................
SEXO F ( ) M ( )
NASCIMENTO..../.../.... NÚMERO DO RG .........................................
NÚMERO DO CPF........................................
ESTADO CIVIL: ......................
ENDEREÇO:......................................................NÚMERO.........................
BAIRRO:...............................CIDADE:.....................................
ESTADO: ................................ CEP:..............................
TEL. RESIDENCIAL: ( ) ................ CEL. ( )..............
TEL. CONTATO: ( )..............
NACIONALIDADE:........................................
NATURALIDADE:.........................................
E-MAIL:..............................................................

SITUAÇÃO FUNCIONAL
EMPRESA/ÓRGÃO/ENTIDADE:...........................................................................
CARGO/FUNÇÃO:............................................
TEMPO DE SERVIÇO:......................
ENDEREÇO:
PROFISSIONAL:.......................................................................................
BAIRRO:................................................... N°................. CEP:............................
CIDADE:............................ UF:............................
TEL. CONTATO :( )..............................
_____________________, _____ DE ________ DE 2015.
___________________________________
NOME E ASSINATURA DA MÃE

TERMO DE CONCORDÂNCIA

EU,...........................................................................................................................
.............................., RG................................,
CANDIDATO (A) A UMA VAGA NA CRECHE ----------------------, DECLARO
CONCORDO QUE DEVEREI CONFIRMAR QUE ESTOU TRABALHANDO
SEMESTRALMENTE E CASO NEGATIVO, CONCEDO A LIBERAÇÃO DA VAGA DE
MEU FILHO PARA OUTRA CRIANÇA, CUJA A MÃE ESTEJA TRABALHANDO.
........../............/............
__________________________________________
ASSINATURA
JUSTIFICATIVA

Senhores Vereadores,

O projeto que ora se apresenta para vossa análise e consideração, visa essencialmente educar
nossos jovens a participar mais destacadamente da realidade de sua comunidade, despertando
e criando interesse pelas decisões que direta e indiretamente o afeta e desenvolvendo uma
consciência cívica voltada as necessidades públicas.

Atualmente, é facilmente percebido o desinteresse da juventude pela política e pelas decisões


governamentais. Não apenas em nível municipal, ou no Poder Legislativo, mas, em todos os
níveis da Federação e em todos os Poderes.

Segundo alguns estudiosos do assunto, este desinteresse na verdade é uma forma de protesto
diante da situação que se apresenta e na total ausência de uma expectativa razoavelmente
melhor no futuro profissional e humano. Sendo a principal forma de exteriorização deste
pensamento, a alheação e o vandalismo. Este último caracterizado principalmente na
depredação de bens públicos.

Portanto, há que se compreender tal alheamento. E acrescente-se ainda os maus exemplos que
infelizmente a classe política vêm demonstrando a sociedade. Aqueles que deveriam buscar
soluções não apenas para os problemas dos jovens, mas para toda a sociedade organizada,
são na verdade aqueles que mais se omitem da responsabilidade à eles delegada. Porém, não
devemos e nem podemos deixar que assim permaneça esta condição, pois somos igualmente
partes desta classe.

Nós que detemos um mandato popular, temos a obrigação precípua de tentarmos mudar esta
situação alarmante que se desenvolve, pois estes jovens de hoje serão os líderes de amanhã,
serão aqueles que decidirão o futuro desta Nação, deste Estado, deste Município e desta
Comunidade.

O primeiro passo pode-se dar através da aprovação desta matéria, que sem dúvida será um
importante marco para a mudança de atitude e de visão quanto ao futuro de nossa sociedade.
Portanto, contamos com o apoiamento indispensável dos Nobres Pares para o consentimento
e instalação da Câmara Mirim.

«NOME_VEREADOR»
Vereador
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS


e GESTÃO DA QUALIDADE

Módulo 1A

RELATÓRIO 1: Descoberta

Belo Horizonte / MG
1º semestre / 201

Objetivo do relatório

O trabalho tem a finalidade de mostrar a dificuldade das mulheres com filhos menores
de serem inseridas no mercado de trabalho, onde a ingratidão com elas ao optarem
por serem trabalhadoras e mães ainda é grande. Tendo em vista que foram feitas
pesquisas que apontam o problema acima citado na cidade de Betim.

Tema e problema

Através de pesquisas realizadas, identificamos nos seguintes temas :


desenvolvimento local e inclusão social, que muitas mulheres com filhos têm
problemas para serem inseridas no mercado de trabalho por inúmeros motivos. Sendo
a falta de creches, preconceitos, falta de capacitação profissional e baixa escolaridade
entre outros. Dessa forma, procura-se responder a seguinte pergunta:
- Quais projetos poderiam auxiliar as mães com filhos menores a serem inseridas no
mercado de trabalho?

1.2 Referencial teórico


A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Este artigo trata sobre a evolução da mulher no mercado de trabalho. As convenções do início
do século, ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não precisava e não deveria
ganhar dinheiro. As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisavam se
virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados
e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram
mal vistas pela sociedade. Mesmo assim algumas conseguiram transpor as barreiras do papel
de ser apenas esposa, mãe e dona do lar, ficou, para atrás a partir da década de 70 quando
as mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho.
O mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em equipe
contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação no
lugar da competição.
As mulheres ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de grandes
empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta. Pilotam jatos,comandam
tropas, perfuram poços de petróleo.
Não há um único gueto masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres. Não há
dúvidas de que nos últimos anos a mulher está cada vez mais presente no mercado de
trabalho. Este fenômeno mundial tem ocorrido tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento, e o Brasil não é exceção.
É importante, no entanto, ressaltarmos que a inserção da mulher no mundo do trabalho vem
sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação, não só no
que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no
informal do mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial
entre homens e mulheres.
O presente artigo está organizado da seguinte forma: um pouco da história, a participação da
mulher no mercado de trabalho, a questão da instrução e a desigualdade em relação a
rendimentos (salários), o trabalho da mulher no Brasil e vários dados estatísticos em relação
a evolução da mulher no mercado de trabalho.
2. HISTÓRIA - MERCADO DE TRABALHO
De acordo com o Artigo 113, inciso 1 da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei”.
Mas será que a realidade é essa mesma? Desde o século XVII, quando o movimento feminista
começou a adquirir características de ação política, as mulheres vem tentando realmente
colocar em prática essa lei.
Isso começou de fato com as I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945,
respectivamente), quando os homens iam para as frentes de batalha e as mulheres passavam
a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho. Mas a
guerra acabou. E com ela a vida de muitos homens que lutaram pelo país. Alguns dos que
sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho. Foi nesse
momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar
adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos.
No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmera mudanças ocorreram na
produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o
intenso crescimento da maquinaria, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as
fábricas.
Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na
Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente
salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho
da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas
depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”.
Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo.
Jornadas entre 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns.
A justificativa desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a mulher.
Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um salário equivalente ou superior
ao do homem.
3. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Pesquisas recentes comprovam um fenômeno que não obedece fronteiras. Cresce
exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas empresas. Curiosamente,
essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se houvesse um
silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da inclusão qualificada no
mundo do trabalho. Segundo alguns analistas, esse processo tem origem na falência dos
modelos masculinos de processo civilizatório. Talvez seja verdade. Os homens, tidos como
superiores, promovem guerras, realizam atentados, provocam tumultos nos estádios,
destroem o meio ambiente e experimentam a aflição inconfessa de viver num mundo em que
a fibra ótica substituiu o cipó. Quando já não se necessita tanto de vigor físico para a caça,
vale mais o conhecimento que permite salgar ou defumar a carne, de modo a preservá-la por
mais tempo. Enfim, caso Tarzan não se recicle, os filmes do futuro serão estrelados somente
por Jane.
No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos
de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos
cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%,
em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o correspondente
a 71% do salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas.
No topo, elas quase alcançam os homens. Os estudos mostram que no universo do trabalho
as mulheres são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas
pelas lesões por esforço repetitivo (LER), oito são mulheres. Segundo uma pesquisa recente
feita por Grupo de recrutamento e seleção de pessoas, as mulheres conquistam cargos de
direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam
lá depois dos 40. No entanto, essas executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus
competidores de colarinho e gravata. A boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem
caindo rapidamente. Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham
currículos menos robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em
futuro próximo.
Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento masculino.
Em 2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas também necessidade.
Em 1991, 18% das famílias eram chefiadas por mulheres. Segundo o Censo, essa parcela
subiu para 25%. Das 10,1 milhões de vagas de trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase 7
milhões acabaram preenchidas por mulheres. As pesquisas revelam que quase 30% delas
apresentam em seus currículos mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos
profissionais masculinos.
Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), houve crescimento da taxa de
atividade para as mulheres em todas as faixas etárias. A pesquisa revela ainda que no ano
passado não ocorreu mudança no perfil etário da População Economicamente Ativa ( PEA)
feminina.
Em 2001, 30% da PEA feminina correspondiam às mulheres com 40 anos ou mais; 40%
àquelas entre 25 e 39 anos; 23% às jovens de 18 a 24 anos; 5% as de 15 a 17 anos; e apenas
1% às que tinham entre 10 e 14 anos.
As estatísticas apontam que há mais mulheres que homens no Brasil. Mostram também que
elas vem conseguindo emprego com mais facilidade que seus concorrentes do sexo
masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que o dos homens.
As mulheres sofrem mais do que os homens com o estresse de uma carreira, pois as pressões
do trabalho fora de casa se duplicaram. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o
homem e, quando voltam para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao
trabalho doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da
energia que a mulher tende a dar.
4. INSTRUÇÃO MUDANDO CONCEPÇÕES
Pesquisas mostram que no Brasil as mulheres são escolhidas para a maior parte das novas
vagas. Coincidentemente, elas têm se preocupado mais do que os homens com a instrução.
A Fundação Seade mostra que, em 1994, 35% das mulheres contavam com o ensino médio
completo. Ao final da década, esse número chegou a 43%.
Na empresa do conhecimento, a mulher terá cada vez mais importância estratégica, pois
trabalha naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais. A sensibilidade
feminina, por exemplo, permite a constituição de equipes de trabalho marcadas pela diferença
e pela heterogeneidade. E isso é bom? Certamente que sim. Equipes desse tipo, quando
atuam de forma sinérgica, fazem emergir soluções variadas e criativas para problemas
aparentemente insolúveis. A empresa que aposta na singularidade de seus interlocutores
internos se torna mais inteligente, mais capaz e mais ágil.
Nos dias atuais, há belos exemplos da competência feminina em postos de direção nas
grandes empresas. É o caso de Marluce Dias, na Rede Globo, e de Maria Sílvia Bastos
Marques, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Gostaria de citar ainda o caso de Chieko
Aoki, do Grupo Blue Tree Hotels, que iniciou a carreira como secretária bilíngue na Ford e que
depois atuou na construtora Guarantã. Com muito esforço e dedicação, ela criou sua própria
empresa de administração hoteleira.
A vida da mulher no trabalho é um paraíso? Ainda não. As pesquisas demonstram a
persistência de algum preconceito, que dificulta o progresso na carreira e mantém os holerites
femininos mais magros que os masculinos. Diretoras pesquisadas, por exemplo, recebem
22,8% menos que seus colegas. De maneira geral, no Brasil, as mulheres ganham o
equivalente a 61% do salário dos homens. O problema afeta especialmente as profissões de
salário mais baixo. Quando sobem na carreira e adquire maior qualificação, as mulheres têm
seu talento mais bem remunerado. Assim, no topo elas quase se igualam aos homens. O mais
interessante é que nesse processo de conquista as mulheres que mais avançam são
justamente aquelas que não fazem da condição feminina seu cavalo de Tróia. O feminismo
não as levou além das manchetes de jornais e noticiários de televisão. Nenhuma mulher se
tornou astronauta, juíza da Suprema Corte, presidente de uma corporação apenas por não ser
homem. Ou seja, não subiram por necessidade das corporações de diversificar seu quadro.
Subiram por seus méritos medidos pelos padrões que valem tanto para homens quanto para
mulheres. Poderiam ter subido em maior número? Ou seja, já que são mais da metade da
população, deveriam ser também mais da metade dos líderes empresariais, dos deputados e
senadores? Mais da metade dos médicos e engenheiros? A resposta a essa pergunta vem de
um estudo estatístico feito pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, segundo o qual
isso é uma questão a que só o tempo responderá. É inútil fazer projeções. Se as mulheres
passarem a ser maioria em todos os degraus de entrada das profissões em questão, não
haverá discriminação nem preconceito que as impeçam de chegar em igualdade de condições
ao topo da pirâmide das empresas e das instituições.
A beleza do estudo de Harvard está em que, se a condição feminina, ao contrário do que se
imagina, não atrasou a chegada das mulheres ao mercado de trabalho, essa mesma condição
também não é motor de seu progresso.
5. O TRABALHO DA MULHER NO BRASIL
Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional. O fenômeno
ainda é lento, mas constante e progressivo. Em 1973, apenas 30,9% da População
Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era do sexo. Segundo os dados da Pesquisa Nacional
de Amostra por Domicílio (PNAD), em 1999, elas já representavam 41,4% do total da força de
trabalho. Um exército de aproximadamente 33 milhões. Em Santa Catarina, elas ocupavam
36,7% das vagas existentes em 1997. Quatro anos depois, em 2000, mais 62 mil mulheres
ingressaram pela primeira vez no mercado, aumentando a participação em 1,1 ponto
percentual.
Analisando este fenômeno, temos que levar em conta um universo muito maior, pois há uma
mudança de valores sociais nesse caso. A mulher deixou de ser apenas uma parte da família
para se tornar o comandante dela em algumas situações. Por isso, esse ingresso no mercado
é uma vitória. O processo é lento, mas sólido. Outra peculiaridade que acompanha a mulher é
a sua “terceira jornada”. Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa
cuidar dos afazeres domésticos. Isso acontece em quase 90% dos casos. Em uma década, o
número de mulheres responsáveis pelos domicílios brasileiros aumentou de 18,1% para
24,9%, segundo os dados da pesquisa “Perfil das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios no
Brasil”, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As catarinenses conquistaram mais vagas no setor de serviços, onde representam 46,9% do
total de empregados. Numa pesquisa de amostragem, o grupo mostra que 31,6% dos cargos
de encarregado são ocupados por mulheres.
Para as mulheres a década de 90 foi marcada pelo fortalecimento de sua participação no
mercado de trabalho e o aumento da responsabilidade no comando das famílias. A mulher,
que representa a maior parcela da população, viu aumentar seu poder aquisitivo, o nível de
escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem salarial que ainda existe em relação aos
homens. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dois estudos com o
balanço dos ganhos e as dificuldades enfrentadas pelas brasileiras ao longo dos anos 90. A
renda média das trabalhadoras passou de R$ 281,00 para R$ 410,00. As famílias comandadas
por mulheres passaram de 18% do total para 25%. A média de escolaridade dessas “chefes
de família” aumentou em um ano de 4,4 para 5,6 anos de estudos. A média salarial passou de
R$ 365 para R$ 591 em 2000. Uma dificuldade a ser vencida é a taxa de analfabetismo, que
ainda está 20%.
Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de fecundidade
iniciada em meados da década de 60. As mulheres têm hoje 2,3 filhos. Há 40 anos, eram 6,3
filhos.
A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita com base,
fundamentalmente, em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o aumento no nível
de instrução da população feminina. Estes fatores vêm acompanhando, passo a passo, a
crescente inserção da mulher no mercado e a elevação de sua renda. A analista do
Departamento de Rendimento do IBGE Vandeli Guerra defende que a velocidade com que isto
se dá não é o mais relevante. O que estamos constatando é uma quebra de tabus em
segmentos que não empregavam mulheres. Nas Forças Armadas, por exemplo, elas estão
ingressando pelo oficialato. Para consolidar sua posição no mercado, a mulher tem cada vez
mais adiado projetos pessoais, como a maternidade. A redução no número de filhos é um dos
fatores que tem contribuído para facilitar a presença da mão-de-obra feminina, embora não
isto seja visto pelo técnicos do IBGE como uma das causas da maior participação da mulher
no mercado.
A redução da fecundidade ocorreu com mais intensidade nas décadas de 70 e 80. Os anos 90
já começaram com uma taxa baixa de fecundidade: 2,6% que cai para 2,3% no fim da década.
Com menos filhos, as mulheres puderam conciliar melhor o papel de mãe e trabalhadora.
6. LUTAS E CONQUISTAS
Você entra numa empresa e percebe, a grosso modo, que 80% das pessoas que nela
trabalham são mulheres. A Segunda constatação, porém, é mais surpreendente: apenas 10%
destas mulheres ocupam cargos de chefia. Se esta é a regra geral, não se pode afirmar
exatamente. No entanto, de acordo com o estudo realizado pelo Hudson Institute, dos Estados
Unidos, o “Workforce 2000: Work and Workers for th 21 st. Centuty” ( Força de Trabalho 2000:
Trabalho e Trabalhadores para Século XXI), este quadro vai mudar. Ou melhor, já está
mudando, e esta é uma tendência global.As mulheres, dizem os especialistas, serão as líderes
deste mílênio.
A expectativa é de que neste século, pela primeira vez na história, as mulheres superem em
número os homens nos postos de trabalho. Se soubere aproveitar isso, capitalizando
oportunidades emergentes, o impacto no mercado de trabalho será, de fato, singular. Significa
o rompimento de uma forte estrutura, as hierarquias empresariais moldadas pelos homens a
partir da Era Industrial. A mulher da atualidade nem de longe tem o mesmo perfil daquelas que
encontravam realização trabalhando nas linhas de produção.
A diferença comportamental entre meninos e meninas é evidente desde os primeiros anos.
Pode-se dizer que esta característica é bastante clara durante toda a vida. Mas, qual é, de
fato, a atual realidade no mundo empresarial? Atualmente, os líderes ainda são os homens.
São eles que mandam e detêm a vantagem no jogo. A própria estrutura social deu margem a
esta tal divisão de trabalho. A regra é clara: homens são os que mandam e mulheres, as
subordinadas.
Em contrapartida, o século 20 mostrou a chamada inversão de papéis, Ou seja, as mulheres
conquistando maior destaque no competitivo mundo dos negócios e os homens, por sua vez,
assumindo a manutenção do lar e o cuidado com as crianças. Mas se as mulheres desejarem
sair vencedoras nesta empreitada, terão de dominar as regras que eles criaram.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar
e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as tarefas
tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente das mulheres. Ganhar seu
próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de
orgulho para todas.
Apesar da evolução da mulher dentro de uma atividade que era antes exclusivamente
masculina, e apesar de ter adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este
crescimento. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a mesma
função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que recebem
mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Embora exista uma certa discriminação
em relação ao trabalho feminino, elas estão conseguindo um espaço muito grande em áreas
que antes era reduto masculino, e ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito
grande. Apesar de ser de forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de
mulheres que ganham mais que o marido.
O grande desafio para as mulheres dessa geração, é tentar reverter o quadro da desigualdade
salarial entre homens e mulheres.
Pelo menos, elas já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser boas
motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum homem. Já está
mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de
conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da história.
Elisiana Renata Probst
A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO
São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes
refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de
vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação
da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos
sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade
brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato
este explicada pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação
da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de
fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007,
a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de
mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa)
brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade
média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível
de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho.
Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido
uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora
entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não
foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a
cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos
cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado
de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias
públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras
mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres
negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade
brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado
de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana
de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1%
para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa
que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres
que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de
desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença
dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23%
delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença
feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela
crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste,
que são efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é
contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas
próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha
crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de
trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública
da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população
economicamente ativa.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo –
FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Conforme o advogado e professor do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Jurídicas,
Marcos Vinicius Poliszezuk: Todos são iguais perante a lei. É o que estabelece o artigo 5° da
Constituição Federal. No entanto, deparamo-nos com realidades distantes daquela prevista
pelo nosso constituinte. Prova disso é o tratamento dispensado às mulheres trabalhadoras,
em que a discriminação ainda é notadamente patente.
Importante destacar que várias foram as legislações com o intuito de proteger o trabalho da
mulher. Prerrogativas e direitos lhe foram assegurados pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que dedica um capítulo inteiro de medidas protetivas ao trabalho feminino. A
nossa própria Constituição Federal também assegurou salário idêntico ao dos homens, além
de outras benesses conferidas em razão da maternidade. Hodiernamente, observa-se que tais
medidas são inócuas, uma vez que a própria sociedade desrespeita a legislação. Lei é lei,
evidente, mas não somos educados a respeitar a dignidade do trabalho feminino. Isso sem
enfocar a dupla jornada cumprida pelas mulheres, ou seja, o trabalho fora e o dentro de casa.
Saliente-se que o Brasil, seguindo a legislação e a tendência mundial, ratificou Convenções
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam de forma direta ou indireta da
desigualdade de gênero nas relações de trabalho, são elas, a nº 100 (Salário igual para
trabalho de igual valor entre o Homem e a Mulher, ratificada em 25/04/1957, com vigência
nacional em 25/04/58), a nº 103 (Amparo à Maternidade, ratificada em 18/06/65 e com vigência
nacional em 18/06/66); a nº 111 (Discriminação em matéria de emprego e Ocupação, ratificada
em 26/11/65, com vigência nacional em 26/11/66); e a de nº 117 (Objetivos e normas básicas
da política social, ratificação em 24/03/69 e vigência nacional em 24/03/70).
Todavia, tornar-se mãe, período tido como o ápice da maturidade feminina, é o principal
entrave na colocação dessas mulheres no mercado de trabalho. Aí, pouco importa a dupla
jornada, a dedicação extrema, o salário defasado e o mister maternal. Infelizmente, o que mais
pesa ao empresariado é o aumento do custo para manter essa trabalhadora e o seu filho. A
matemática é simples: os empregadores calculam o aumento dos encargos (salário, convênio
médico, creche, farmácia, etc.) e, com isso, perde-se o interesse na colaboração dessas
candidatas. Além disso, outro empecilho, na visão dos empregadores, é a maior probabilidade
de a mulher-mãe ter de ausentar-se do trabalho para cuidar das crianças.
Apesar de toda a mentalidade contrária a contratação de mulheres, pesquisas revelam que
nos últimos anos a inserção da mulher no mercado de trabalho tem sido crescente e visível,
assim como o percentual de mulheres em cargos de comando de grandes empresas.
Segundo dados do IBGE, em janeiro de 2008, havia aproximadamente 9,4 milhões de
mulheres trabalhando nas seis regiões metropolitanas onde foi realizada a pesquisa: São
Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Este número significa
43,1% das mulheres. Em 2003 esta proporção era de 40,1%. O que comprova o aumento da
representatividade feminina no mercado de trabalho.
Entretanto, elas se encontravam em situação desfavorável à dos homens, pois não chegavam
a atingir o percentual de 40% de mulheres trabalhando com carteira de trabalho assinada,
sendo que entre os homens esta proporção ficou próxima de 50%. Além disso, o rendimento
delas correspondia a 71,3% do rendimento dos homens.
A mesma pesquisa deixou claro que quando o contexto é mercado de trabalho, a maioria dos
indicadores apresentados mostrou a mulher em condições menos adequadas que a dos
homens. Outro ponto alarmante é a desigualdade na contribuição previdenciária, quando se
constatou que mais de um terço das mulheres não contribuem. Isso de uma forma geral e não
pontuando mulheres com filhos e menores de quatro anos. Com isso, torna-se mais notável
que a dificuldade da mulher no mercado de trabalho existe independe de ser mãe, mas agrava
ainda mais com a maternidade.
Neste patamar, já não importa as lutas de tantas Marias (da Penha), de Helenas (de
Americana) e de todas aquelas engajadas na promoção da dignidade do trabalho da mulher
para valerem os direitos conquistados com duras batalhas, uma vez que, repita-se, somos os
primeiros a desrespeitar as leis que nós mesmos criamos.
Talvez por essa razão já não nos impressiona as pesquisas como a recentemente divulgada
pela Catho on Line, empresa de recrutamento e seleção, segundo a qual mulheres com filhos
de até quatro anos têm mais dificuldades para conseguir emprego. Fomos educados para
aceitar essa realidade – diga-se de passagem, ilegal, com normalidade.

De acordo com a folha de São Paulo, o “ Preconceito e falta de estrutura dificultam


volta de mães ao trabalho.
A arquiteta Cintia Costanzi, 40, voltou a ter um emprego em setembro, depois de mais
de três anos em que esteve cuidando dos filhos.
A história profissional de como a maternidade de Constanzi alterou a sua vida
profissional não é só dela: empresas brasileiras são as que mais veem suas
funcionárias irem embora depois do período de licença-maternidade, mostra uma
pesquisa da consultoria Robert Half feita em 14 países.
Entre cem diretores de RH ouvidos no Brasil, nenhum disse que a chance de uma
profissional voltar ao trabalho depois da licença é alta (maior que 75%). Em 85% das
empresas, menos da metade das mulheres volta ao cargo.

Para as empresas, o fato de muitas mães não voltarem é ruim porque "é difícil
encontrar pessoas especializadas", afirma Marta Chiavegatti, 31, gerente da Robert
Half.
"É importante ter ferramentas de retenção dessas profissionais", diz.
Ela cita a oferta de trabalho em horários flexíveis para que a profissional possa
compatibilizar suas diferentes atividades.
Esse índice baixo de volta ao trabalho, se comparado a outros países, não deve ser
interpretado como uma escolha da mãe, diz Débora Diniz, professora da UnB
(Universidade de Brasília).
Antes, diz, é "um sinal de que algo está errado no suporte público para o retorno ao
trabalho". Ela cita falta de creches com horários expandidos e em locais variados.
Diniz diz que, entre mulheres de nível hierárquico mais alto, a volta é maior. A
pesquisa verificou isso: entre as que ocupam cargos gerenciais, a chance de voltar é
maior do que 50% em 63% das empresas. Isso acontece no mundo inteiro, mas no
Brasil especialmente.
Em 2009, Costanzi engravidou de gêmeos. Mas perdeu um dos bebês e o outro
necessita de cuidados especiais.
O plano era voltar a trabalhar em seis meses, mas ela decidiu ficar mais tempo perto
da criança. E nessa época ela engravidou novamente. "Meu marido precisou cuidar
de todas as despesas", diz.
A socióloga Nina Madsen, do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria)
considera que um dos motivos que explicam a baixa taxa de volta ao cargo depois da
licença-maternidade é a divisão do trabalho doméstico, que geralmente fica mais sob
responsabilidade da mãe do que do pai.
"Precisaria haver uma campanha pública para que os homens assumissem mais
responsabilidades parentais. As mulheres saíram para o mercado, mas os homens
não vieram mais para casa", diz.
Ela cita que o fato de a licença-paternidade ser de cinco dias é um sintoma de como
criar os filhos é visto, inclusive pela legislação, como atividade só feminina.
Cristiane Lázara, 40, assistente-executiva da fabricante de tratores AGCO, é uma das
que saíram do emprego depois da licença, mas no caso dela, foi uma coincidência.
Ela trabalhava para uma empresa que foi vendida. Antes mesmo do período para
poder ser mãe, ela já sabia que, ao fim do período, seria desligada. Ela aproveitou
para ficar mais tempo cuidando da filha e só voltou a ter um emprego neste mês. "Não
me arrependo. Esse um ano e meio que fiquei sem trabalhar foi fundamental."
O tempo que ela ficou fora do mercado é o mais comum para as mulheres que saem
do emprego após o período de licença. Mas muitas mães nem mesmo voltam a
trabalhar.
Por enquanto, esse é o caso de Tatiana Manski Krongold Benitez, 37, mãe da Isabel.
Ela foi demitida pouco depois de voltar da licença e, em 11 meses de procura, já fez
dez entrevistas de emprego.
"Já ouvi que não seria contratada porque estava em um momento diferente. Ou seja,
já tinha uma filha. É uma visão míope, pois quem tem filho circula entre outras mães,
faz contatos."
A consultora em carreira Mariá Giulise diz que as empresas podem ter "resistência
com mães de filhos pequenos por considerarem que elas têm problema de mobilidade
para viajar, ou para ficar até tarde no trabalho".
Ela recomenda que a profissional saiba, de antemão, se a vaga que ela está
pleiteando exige isso e que, antes da seleção, já saiba como resolver essas questões.
Além disso, no período em que a mulher estiver afastada, "precisa se atualizar para
não perder o ritmo e o conhecimento".
Foi o que Laura Vieira, 35, deixou de fazer quando virou mãe da Júlia. Ela passou
uma parte da gravidez enquanto acompanhava o marido em um MBA nos EUA, mas
não aproveitou para fazer nenhum curso. "Não me reciclei profissionalmente."
Ela conta que, quando faz alguma entrevista para uma vaga, os recrutadores
perguntam se ela havia feito alguma aula na área dela. E ela só estudou inglês no
período de afastamento. Hoje, “faz decorações artesanais para festas infantis.”

Em contra partida, o deputado “Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários
menores para as mulheres porque elas engravidam”.

O deputado Jair Bolsonaro em declaração polêmica ao Jornal Zero Hora afirmou que
não acha justo, mulheres e homens receberem o mesmo salário.
Por David Ayrolla

Em uma das entrevistas mais surreais e sexistas já vistas, o deputado federal Jair Bolsonaro
(PP-RJ), ao explicar porque disse que a também deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)
não “merecia ser estuprada”, explicou ao Jornal Zero Hora porque acha justo o empresário
brasileiro pagar menores salários às mulheres

“Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30
pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos
iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça
você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher
jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco
engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar
a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando
ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano. Por
isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é
injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os
encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele
vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha
empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria
não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.”

O que mais assusta não é apenas a posição radical e tresloucada do deputado. Nem mesmo
os votos que recebeu daqueles que concordam integralmente com suas opiniões – afinal, não
se pode esperar muito mesmo de mentecaptos. O que realmente apavora é a enorme
quantidade de pessoas aparentemente mais moderadas que dizem aceitar o radicalismo de
Bolsonaro porque “ele tem razão em muita coisa“.

1.3 Metodologia
Embora o nome “design” seja frequentemente associado à qualidade e/ou aparência
estética de produtos, o design como disciplina tem por objetivo máximo promover
bem-estar na vida das pessoas. No entanto, é a maneira como o designer percebe as
coisas e age sobre elas que chamou a atenção de gestores, abrindo novos caminhos
para a inovação empresarial.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a
experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas
(considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos,
cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar
soluções.
Ele entende que problemas que afetam o bem-estar das pessoas são de natureza
diversa, e que é preciso mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e
os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim
melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Ao investir
esforços nesse mapeamento, o designer consegue identificar as causas e as
consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções.
O designer sabe que para identificar os reais problemas e solucioná-los de maneira
mais efetiva, é preciso abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza
o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares
diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções
inovadoras.
Trabalha em um processo multifásico e não linear - chamado fuzzy front end - que
permite interações e aprendizados constantes. Isso faz com que o designer esteja
sempre experimentando novos caminhos e aberto a novas alternativas: o erro gera
aprendizados que o ajudam a traçar direções alternativas e identificar oportunidades
para a inovação.
No mais, como o nome já diz, o Design Thinking se refere à maneira do designer de
pensar, que utiliza um tipo de raciocínio pouco convencional no meio empresarial, o
pensamento abdutivo. Nesse tipo de pensamento, busca-se formular
questionamentos através da apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são
formuladas perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas
durante a observação do universo que permeia o problema. Assim, ao pensar de
maneira abdutiva, a solução não é derivada do problema: ela se encaixa nele.
Não se pode solucionar problemas com o mesmo tipo de pensamento que os criou:
abduzir e desafiar as normas empresariais é a base do Design Thinking. É pensando
de maneira abdutiva que o designer constantemente desafia seus padrões, fazendo
e desfazendo conjecturas, e transformando-as em oportunidades para a inovação. É
essa habilidade, de se desvencilhar do pensamento lógico cartesiano, que faz com
que o designer se mantenha “fora da caixa”.

Design Thinking – Inovação em Negócios

Autores: Maurício Vianna, Ysmar Vianna, Isabel K. Adler, Brenda Lucena, Beatriz
Russo
Editora: MJV Press
Ano de Lançamento: 2012

1.4 Contribuições das disciplinas do módulo

A disciplina de PA contribuiu para as pesquisas, escolha e orientações sobre o tema.


A disciplina de Análise de cenários econômicos contribuiu para avaliarmos a posição
da mulher no mercado de trabalho, onde constatamos que se menos mulheres
trabalharem, menor será a movimentação da economia do país.
A disciplina de Comunicação (leitura, escrita e oratória) nos deu orientações para o
desenvolvimento da parte escrita e interpretação.
A disciplina de Análise e Interpretação de dados nos auxiliou a interpretar dados de
gráficos como IBGE e etc.
A disciplina de Empreendedorismo nos auxiliou a ter uma visão ampla sobre as
possíveis soluções sobre o tema.
A disciplina de Fundamentos de Recursos Humanos nos orientou na elaboração do
trabalho.
A disciplina de Gestão da Qualidade iniciou uma discussão com orientações para o
trabalho.

1.5 Vivência dos alunos

Ao encontrarmos o problema de uma vizinha que precisava trabalhar e não tinha com
quem deixar sua filha de dois anos porque teve dificuldade de encontrar vaga na
creche próxima a sua casa. Vimos que em Betim essa situação ocorre frequentemente
em algumas regiões. Por isso resolvemos então abordar este problema e tentar
solucioná-lo através deste trabalho.
Referências

ADLER, Isabel K.; LUCENA, Brenda; RUSSO, Beatriz; VIANNA, Mauricio; VIANNA
Ysmar. Design Thinking – Inovação em Negócios. MJV Press, 2012. 159p.

PROBST, Elisiana Renata.

CAMARGO, Orson.

MAIA, Dhiego. Preconceito e falta de estrutura dificultam volta de mães ao trabalho.


Folha São Paulo, São Paulo, 27 out. 2013. Classificados, empregos e carreiras.
POLISZEZUK, Marcos Vinicius.

Portal Metrópole, Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários menores para
as mulheres porque elas engravidam. Disponível em:
<http://www.portalmetropole.com/2015/02/bolsonaro-diz-que-patroes
deveriam.html#ixzz3ZHHg3yxG> Acesso em 05 de maio de 201

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS


e GESTÃO DA QUALIDADE

Módulo 1A
RELATÓRIO 1: Descoberta

Belo Horizonte / MG
1º semestre / 201

Objetivo do relatório

O trabalho tem a finalidade de mostrar a dificuldade das mulheres com filhos menores
de serem inseridas no mercado de trabalho, onde a ingratidão com elas ao optarem
por serem trabalhadoras e mães ainda é grande. Tendo em vista que foram feitas
pesquisas que apontam o problema acima citado na cidade de Betim.

Tema e problema

Através de pesquisas realizadas, identificamos nos seguintes temas :


desenvolvimento local e inclusão social, que muitas mulheres com filhos têm
problemas para serem inseridas no mercado de trabalho por inúmeros motivos. Sendo
a falta de creches, preconceitos, falta de capacitação profissional e baixa escolaridade
entre outros. Dessa forma, procura-se responder a seguinte pergunta:
- Quais projetos poderiam auxiliar as mães com filhos menores a serem inseridas no
mercado de trabalho?

1.2 Referencial teórico


A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Este artigo trata sobre a evolução da mulher no mercado de trabalho. As convenções do início
do século, ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não precisava e não deveria
ganhar dinheiro. As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisavam se
virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados
e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram
mal vistas pela sociedade. Mesmo assim algumas conseguiram transpor as barreiras do papel
de ser apenas esposa, mãe e dona do lar, ficou, para atrás a partir da década de 70 quando
as mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho.
O mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em equipe
contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação no
lugar da competição.
As mulheres ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de grandes
empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta. Pilotam jatos,comandam
tropas, perfuram poços de petróleo.
Não há um único gueto masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres. Não há
dúvidas de que nos últimos anos a mulher está cada vez mais presente no mercado de
trabalho. Este fenômeno mundial tem ocorrido tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento, e o Brasil não é exceção.
É importante, no entanto, ressaltarmos que a inserção da mulher no mundo do trabalho vem
sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação, não só no
que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no
informal do mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial
entre homens e mulheres.
O presente artigo está organizado da seguinte forma: um pouco da história, a participação da
mulher no mercado de trabalho, a questão da instrução e a desigualdade em relação a
rendimentos (salários), o trabalho da mulher no Brasil e vários dados estatísticos em relação
a evolução da mulher no mercado de trabalho.
2. HISTÓRIA - MERCADO DE TRABALHO
De acordo com o Artigo 113, inciso 1 da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei”.
Mas será que a realidade é essa mesma? Desde o século XVII, quando o movimento feminista
começou a adquirir características de ação política, as mulheres vem tentando realmente
colocar em prática essa lei.
Isso começou de fato com as I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945,
respectivamente), quando os homens iam para as frentes de batalha e as mulheres passavam
a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho. Mas a
guerra acabou. E com ela a vida de muitos homens que lutaram pelo país. Alguns dos que
sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho. Foi nesse
momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar
adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos.
No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmera mudanças ocorreram na
produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o
intenso crescimento da maquinaria, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as
fábricas.
Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na
Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente
salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho
da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas
depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”.
Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo.
Jornadas entre 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns.
A justificativa desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a mulher.
Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um salário equivalente ou superior
ao do homem.
3. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Pesquisas recentes comprovam um fenômeno que não obedece fronteiras. Cresce
exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas empresas. Curiosamente,
essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se houvesse um
silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da inclusão qualificada no
mundo do trabalho. Segundo alguns analistas, esse processo tem origem na falência dos
modelos masculinos de processo civilizatório. Talvez seja verdade. Os homens, tidos como
superiores, promovem guerras, realizam atentados, provocam tumultos nos estádios,
destroem o meio ambiente e experimentam a aflição inconfessa de viver num mundo em que
a fibra ótica substituiu o cipó. Quando já não se necessita tanto de vigor físico para a caça,
vale mais o conhecimento que permite salgar ou defumar a carne, de modo a preservá-la por
mais tempo. Enfim, caso Tarzan não se recicle, os filmes do futuro serão estrelados somente
por Jane.
No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos
de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos
cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%,
em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o correspondente
a 71% do salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas.
No topo, elas quase alcançam os homens. Os estudos mostram que no universo do trabalho
as mulheres são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas
pelas lesões por esforço repetitivo (LER), oito são mulheres. Segundo uma pesquisa recente
feita por Grupo de recrutamento e seleção de pessoas, as mulheres conquistam cargos de
direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam
lá depois dos 40. No entanto, essas executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus
competidores de colarinho e gravata. A boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem
caindo rapidamente. Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham
currículos menos robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em
futuro próximo.
Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento masculino.
Em 2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas também necessidade.
Em 1991, 18% das famílias eram chefiadas por mulheres. Segundo o Censo, essa parcela
subiu para 25%. Das 10,1 milhões de vagas de trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase 7
milhões acabaram preenchidas por mulheres. As pesquisas revelam que quase 30% delas
apresentam em seus currículos mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos
profissionais masculinos.
Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), houve crescimento da taxa de
atividade para as mulheres em todas as faixas etárias. A pesquisa revela ainda que no ano
passado não ocorreu mudança no perfil etário da População Economicamente Ativa ( PEA)
feminina.
Em 2001, 30% da PEA feminina correspondiam às mulheres com 40 anos ou mais; 40%
àquelas entre 25 e 39 anos; 23% às jovens de 18 a 24 anos; 5% as de 15 a 17 anos; e apenas
1% às que tinham entre 10 e 14 anos.
As estatísticas apontam que há mais mulheres que homens no Brasil. Mostram também que
elas vem conseguindo emprego com mais facilidade que seus concorrentes do sexo
masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que o dos homens.
As mulheres sofrem mais do que os homens com o estresse de uma carreira, pois as pressões
do trabalho fora de casa se duplicaram. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o
homem e, quando voltam para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao
trabalho doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da
energia que a mulher tende a dar.
4. INSTRUÇÃO MUDANDO CONCEPÇÕES
Pesquisas mostram que no Brasil as mulheres são escolhidas para a maior parte das novas
vagas. Coincidentemente, elas têm se preocupado mais do que os homens com a instrução.
A Fundação Seade mostra que, em 1994, 35% das mulheres contavam com o ensino médio
completo. Ao final da década, esse número chegou a 43%.
Na empresa do conhecimento, a mulher terá cada vez mais importância estratégica, pois
trabalha naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais. A sensibilidade
feminina, por exemplo, permite a constituição de equipes de trabalho marcadas pela diferença
e pela heterogeneidade. E isso é bom? Certamente que sim. Equipes desse tipo, quando
atuam de forma sinérgica, fazem emergir soluções variadas e criativas para problemas
aparentemente insolúveis. A empresa que aposta na singularidade de seus interlocutores
internos se torna mais inteligente, mais capaz e mais ágil.
Nos dias atuais, há belos exemplos da competência feminina em postos de direção nas
grandes empresas. É o caso de Marluce Dias, na Rede Globo, e de Maria Sílvia Bastos
Marques, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Gostaria de citar ainda o caso de Chieko
Aoki, do Grupo Blue Tree Hotels, que iniciou a carreira como secretária bilíngue na Ford e que
depois atuou na construtora Guarantã. Com muito esforço e dedicação, ela criou sua própria
empresa de administração hoteleira.
A vida da mulher no trabalho é um paraíso? Ainda não. As pesquisas demonstram a
persistência de algum preconceito, que dificulta o progresso na carreira e mantém os holerites
femininos mais magros que os masculinos. Diretoras pesquisadas, por exemplo, recebem
22,8% menos que seus colegas. De maneira geral, no Brasil, as mulheres ganham o
equivalente a 61% do salário dos homens. O problema afeta especialmente as profissões de
salário mais baixo. Quando sobem na carreira e adquire maior qualificação, as mulheres têm
seu talento mais bem remunerado. Assim, no topo elas quase se igualam aos homens. O mais
interessante é que nesse processo de conquista as mulheres que mais avançam são
justamente aquelas que não fazem da condição feminina seu cavalo de Tróia. O feminismo
não as levou além das manchetes de jornais e noticiários de televisão. Nenhuma mulher se
tornou astronauta, juíza da Suprema Corte, presidente de uma corporação apenas por não ser
homem. Ou seja, não subiram por necessidade das corporações de diversificar seu quadro.
Subiram por seus méritos medidos pelos padrões que valem tanto para homens quanto para
mulheres. Poderiam ter subido em maior número? Ou seja, já que são mais da metade da
população, deveriam ser também mais da metade dos líderes empresariais, dos deputados e
senadores? Mais da metade dos médicos e engenheiros? A resposta a essa pergunta vem de
um estudo estatístico feito pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, segundo o qual
isso é uma questão a que só o tempo responderá. É inútil fazer projeções. Se as mulheres
passarem a ser maioria em todos os degraus de entrada das profissões em questão, não
haverá discriminação nem preconceito que as impeçam de chegar em igualdade de condições
ao topo da pirâmide das empresas e das instituições.
A beleza do estudo de Harvard está em que, se a condição feminina, ao contrário do que se
imagina, não atrasou a chegada das mulheres ao mercado de trabalho, essa mesma condição
também não é motor de seu progresso.
5. O TRABALHO DA MULHER NO BRASIL
Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional. O fenômeno
ainda é lento, mas constante e progressivo. Em 1973, apenas 30,9% da População
Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era do sexo. Segundo os dados da Pesquisa Nacional
de Amostra por Domicílio (PNAD), em 1999, elas já representavam 41,4% do total da força de
trabalho. Um exército de aproximadamente 33 milhões. Em Santa Catarina, elas ocupavam
36,7% das vagas existentes em 1997. Quatro anos depois, em 2000, mais 62 mil mulheres
ingressaram pela primeira vez no mercado, aumentando a participação em 1,1 ponto
percentual.
Analisando este fenômeno, temos que levar em conta um universo muito maior, pois há uma
mudança de valores sociais nesse caso. A mulher deixou de ser apenas uma parte da família
para se tornar o comandante dela em algumas situações. Por isso, esse ingresso no mercado
é uma vitória. O processo é lento, mas sólido. Outra peculiaridade que acompanha a mulher é
a sua “terceira jornada”. Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa
cuidar dos afazeres domésticos. Isso acontece em quase 90% dos casos. Em uma década, o
número de mulheres responsáveis pelos domicílios brasileiros aumentou de 18,1% para
24,9%, segundo os dados da pesquisa “Perfil das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios no
Brasil”, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As catarinenses conquistaram mais vagas no setor de serviços, onde representam 46,9% do
total de empregados. Numa pesquisa de amostragem, o grupo mostra que 31,6% dos cargos
de encarregado são ocupados por mulheres.
Para as mulheres a década de 90 foi marcada pelo fortalecimento de sua participação no
mercado de trabalho e o aumento da responsabilidade no comando das famílias. A mulher,
que representa a maior parcela da população, viu aumentar seu poder aquisitivo, o nível de
escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem salarial que ainda existe em relação aos
homens. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dois estudos com o
balanço dos ganhos e as dificuldades enfrentadas pelas brasileiras ao longo dos anos 90. A
renda média das trabalhadoras passou de R$ 281,00 para R$ 410,00. As famílias comandadas
por mulheres passaram de 18% do total para 25%. A média de escolaridade dessas “chefes
de família” aumentou em um ano de 4,4 para 5,6 anos de estudos. A média salarial passou de
R$ 365 para R$ 591 em 2000. Uma dificuldade a ser vencida é a taxa de analfabetismo, que
ainda está 20%.
Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de fecundidade
iniciada em meados da década de 60. As mulheres têm hoje 2,3 filhos. Há 40 anos, eram 6,3
filhos.
A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita com base,
fundamentalmente, em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o aumento no nível
de instrução da população feminina. Estes fatores vêm acompanhando, passo a passo, a
crescente inserção da mulher no mercado e a elevação de sua renda. A analista do
Departamento de Rendimento do IBGE Vandeli Guerra defende que a velocidade com que isto
se dá não é o mais relevante. O que estamos constatando é uma quebra de tabus em
segmentos que não empregavam mulheres. Nas Forças Armadas, por exemplo, elas estão
ingressando pelo oficialato. Para consolidar sua posição no mercado, a mulher tem cada vez
mais adiado projetos pessoais, como a maternidade. A redução no número de filhos é um dos
fatores que tem contribuído para facilitar a presença da mão-de-obra feminina, embora não
isto seja visto pelo técnicos do IBGE como uma das causas da maior participação da mulher
no mercado.
A redução da fecundidade ocorreu com mais intensidade nas décadas de 70 e 80. Os anos 90
já começaram com uma taxa baixa de fecundidade: 2,6% que cai para 2,3% no fim da década.
Com menos filhos, as mulheres puderam conciliar melhor o papel de mãe e trabalhadora.
6. LUTAS E CONQUISTAS
Você entra numa empresa e percebe, a grosso modo, que 80% das pessoas que nela
trabalham são mulheres. A Segunda constatação, porém, é mais surpreendente: apenas 10%
destas mulheres ocupam cargos de chefia. Se esta é a regra geral, não se pode afirmar
exatamente. No entanto, de acordo com o estudo realizado pelo Hudson Institute, dos Estados
Unidos, o “Workforce 2000: Work and Workers for th 21 st. Centuty” ( Força de Trabalho 2000:
Trabalho e Trabalhadores para Século XXI), este quadro vai mudar. Ou melhor, já está
mudando, e esta é uma tendência global.As mulheres, dizem os especialistas, serão as líderes
deste mílênio.
A expectativa é de que neste século, pela primeira vez na história, as mulheres superem em
número os homens nos postos de trabalho. Se soubere aproveitar isso, capitalizando
oportunidades emergentes, o impacto no mercado de trabalho será, de fato, singular. Significa
o rompimento de uma forte estrutura, as hierarquias empresariais moldadas pelos homens a
partir da Era Industrial. A mulher da atualidade nem de longe tem o mesmo perfil daquelas que
encontravam realização trabalhando nas linhas de produção.
A diferença comportamental entre meninos e meninas é evidente desde os primeiros anos.
Pode-se dizer que esta característica é bastante clara durante toda a vida. Mas, qual é, de
fato, a atual realidade no mundo empresarial? Atualmente, os líderes ainda são os homens.
São eles que mandam e detêm a vantagem no jogo. A própria estrutura social deu margem a
esta tal divisão de trabalho. A regra é clara: homens são os que mandam e mulheres, as
subordinadas.
Em contrapartida, o século 20 mostrou a chamada inversão de papéis, Ou seja, as mulheres
conquistando maior destaque no competitivo mundo dos negócios e os homens, por sua vez,
assumindo a manutenção do lar e o cuidado com as crianças. Mas se as mulheres desejarem
sair vencedoras nesta empreitada, terão de dominar as regras que eles criaram.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar
e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as tarefas
tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente das mulheres. Ganhar seu
próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de
orgulho para todas.
Apesar da evolução da mulher dentro de uma atividade que era antes exclusivamente
masculina, e apesar de ter adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este
crescimento. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a mesma
função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que recebem
mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Embora exista uma certa discriminação
em relação ao trabalho feminino, elas estão conseguindo um espaço muito grande em áreas
que antes era reduto masculino, e ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito
grande. Apesar de ser de forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de
mulheres que ganham mais que o marido.
O grande desafio para as mulheres dessa geração, é tentar reverter o quadro da desigualdade
salarial entre homens e mulheres.
Pelo menos, elas já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser boas
motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum homem. Já está
mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de
conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da história.
Elisiana Renata Probst
A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO
São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes
refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de
vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação
da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos
sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade
brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato
este explicada pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação
da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de
fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007,
a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de
mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa)
brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade
média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível
de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho.
Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido
uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora
entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não
foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a
cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos
cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado
de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias
públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras
mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres
negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade
brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado
de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana
de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1%
para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa
que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres
que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de
desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença
dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23%
delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença
feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela
crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste,
que são efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é
contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas
próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha
crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de
trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública
da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população
economicamente ativa.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo –
FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Conforme o advogado e professor do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Jurídicas,


Marcos Vinicius Poliszezuk: Todos são iguais perante a lei. É o que estabelece o artigo 5° da
Constituição Federal. No entanto, deparamo-nos com realidades distantes daquela prevista
pelo nosso constituinte. Prova disso é o tratamento dispensado às mulheres trabalhadoras,
em que a discriminação ainda é notadamente patente.
Importante destacar que várias foram as legislações com o intuito de proteger o trabalho da
mulher. Prerrogativas e direitos lhe foram assegurados pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que dedica um capítulo inteiro de medidas protetivas ao trabalho feminino. A
nossa própria Constituição Federal também assegurou salário idêntico ao dos homens, além
de outras benesses conferidas em razão da maternidade. Hodiernamente, observa-se que tais
medidas são inócuas, uma vez que a própria sociedade desrespeita a legislação. Lei é lei,
evidente, mas não somos educados a respeitar a dignidade do trabalho feminino. Isso sem
enfocar a dupla jornada cumprida pelas mulheres, ou seja, o trabalho fora e o dentro de casa.
Saliente-se que o Brasil, seguindo a legislação e a tendência mundial, ratificou Convenções
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam de forma direta ou indireta da
desigualdade de gênero nas relações de trabalho, são elas, a nº 100 (Salário igual para
trabalho de igual valor entre o Homem e a Mulher, ratificada em 25/04/1957, com vigência
nacional em 25/04/58), a nº 103 (Amparo à Maternidade, ratificada em 18/06/65 e com vigência
nacional em 18/06/66); a nº 111 (Discriminação em matéria de emprego e Ocupação, ratificada
em 26/11/65, com vigência nacional em 26/11/66); e a de nº 117 (Objetivos e normas básicas
da política social, ratificação em 24/03/69 e vigência nacional em 24/03/70).
Todavia, tornar-se mãe, período tido como o ápice da maturidade feminina, é o principal
entrave na colocação dessas mulheres no mercado de trabalho. Aí, pouco importa a dupla
jornada, a dedicação extrema, o salário defasado e o mister maternal. Infelizmente, o que mais
pesa ao empresariado é o aumento do custo para manter essa trabalhadora e o seu filho. A
matemática é simples: os empregadores calculam o aumento dos encargos (salário, convênio
médico, creche, farmácia, etc.) e, com isso, perde-se o interesse na colaboração dessas
candidatas. Além disso, outro empecilho, na visão dos empregadores, é a maior probabilidade
de a mulher-mãe ter de ausentar-se do trabalho para cuidar das crianças.
Apesar de toda a mentalidade contrária a contratação de mulheres, pesquisas revelam que
nos últimos anos a inserção da mulher no mercado de trabalho tem sido crescente e visível,
assim como o percentual de mulheres em cargos de comando de grandes empresas.
Segundo dados do IBGE, em janeiro de 2008, havia aproximadamente 9,4 milhões de
mulheres trabalhando nas seis regiões metropolitanas onde foi realizada a pesquisa: São
Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Este número significa
43,1% das mulheres. Em 2003 esta proporção era de 40,1%. O que comprova o aumento da
representatividade feminina no mercado de trabalho.
Entretanto, elas se encontravam em situação desfavorável à dos homens, pois não chegavam
a atingir o percentual de 40% de mulheres trabalhando com carteira de trabalho assinada,
sendo que entre os homens esta proporção ficou próxima de 50%. Além disso, o rendimento
delas correspondia a 71,3% do rendimento dos homens.
A mesma pesquisa deixou claro que quando o contexto é mercado de trabalho, a maioria dos
indicadores apresentados mostrou a mulher em condições menos adequadas que a dos
homens. Outro ponto alarmante é a desigualdade na contribuição previdenciária, quando se
constatou que mais de um terço das mulheres não contribuem. Isso de uma forma geral e não
pontuando mulheres com filhos e menores de quatro anos. Com isso, torna-se mais notável
que a dificuldade da mulher no mercado de trabalho existe independe de ser mãe, mas agrava
ainda mais com a maternidade.
Neste patamar, já não importa as lutas de tantas Marias (da Penha), de Helenas (de
Americana) e de todas aquelas engajadas na promoção da dignidade do trabalho da mulher
para valerem os direitos conquistados com duras batalhas, uma vez que, repita-se, somos os
primeiros a desrespeitar as leis que nós mesmos criamos.
Talvez por essa razão já não nos impressiona as pesquisas como a recentemente divulgada
pela Catho on Line, empresa de recrutamento e seleção, segundo a qual mulheres com filhos
de até quatro anos têm mais dificuldades para conseguir emprego. Fomos educados para
aceitar essa realidade – diga-se de passagem, ilegal, com normalidade.

De acordo com a folha de São Paulo, o “ Preconceito e falta de estrutura dificultam


volta de mães ao trabalho.
A arquiteta Cintia Costanzi, 40, voltou a ter um emprego em setembro, depois de mais
de três anos em que esteve cuidando dos filhos.
A história profissional de como a maternidade de Constanzi alterou a sua vida
profissional não é só dela: empresas brasileiras são as que mais veem suas
funcionárias irem embora depois do período de licença-maternidade, mostra uma
pesquisa da consultoria Robert Half feita em 14 países.
Entre cem diretores de RH ouvidos no Brasil, nenhum disse que a chance de uma
profissional voltar ao trabalho depois da licença é alta (maior que 75%). Em 85% das
empresas, menos da metade das mulheres volta ao cargo.

Para as empresas, o fato de muitas mães não voltarem é ruim porque "é difícil
encontrar pessoas especializadas", afirma Marta Chiavegatti, 31, gerente da Robert
Half.
"É importante ter ferramentas de retenção dessas profissionais", diz.
Ela cita a oferta de trabalho em horários flexíveis para que a profissional possa
compatibilizar suas diferentes atividades.
Esse índice baixo de volta ao trabalho, se comparado a outros países, não deve ser
interpretado como uma escolha da mãe, diz Débora Diniz, professora da UnB
(Universidade de Brasília).
Antes, diz, é "um sinal de que algo está errado no suporte público para o retorno ao
trabalho". Ela cita falta de creches com horários expandidos e em locais variados.
Diniz diz que, entre mulheres de nível hierárquico mais alto, a volta é maior. A
pesquisa verificou isso: entre as que ocupam cargos gerenciais, a chance de voltar é
maior do que 50% em 63% das empresas. Isso acontece no mundo inteiro, mas no
Brasil especialmente.

Em 2009, Costanzi engravidou de gêmeos. Mas perdeu um dos bebês e o outro


necessita de cuidados especiais.
O plano era voltar a trabalhar em seis meses, mas ela decidiu ficar mais tempo perto
da criança. E nessa época ela engravidou novamente. "Meu marido precisou cuidar
de todas as despesas", diz.
A socióloga Nina Madsen, do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria)
considera que um dos motivos que explicam a baixa taxa de volta ao cargo depois da
licença-maternidade é a divisão do trabalho doméstico, que geralmente fica mais sob
responsabilidade da mãe do que do pai.
"Precisaria haver uma campanha pública para que os homens assumissem mais
responsabilidades parentais. As mulheres saíram para o mercado, mas os homens
não vieram mais para casa", diz.
Ela cita que o fato de a licença-paternidade ser de cinco dias é um sintoma de como
criar os filhos é visto, inclusive pela legislação, como atividade só feminina.
Cristiane Lázara, 40, assistente-executiva da fabricante de tratores AGCO, é uma das
que saíram do emprego depois da licença, mas no caso dela, foi uma coincidência.
Ela trabalhava para uma empresa que foi vendida. Antes mesmo do período para
poder ser mãe, ela já sabia que, ao fim do período, seria desligada. Ela aproveitou
para ficar mais tempo cuidando da filha e só voltou a ter um emprego neste mês. "Não
me arrependo. Esse um ano e meio que fiquei sem trabalhar foi fundamental."
O tempo que ela ficou fora do mercado é o mais comum para as mulheres que saem
do emprego após o período de licença. Mas muitas mães nem mesmo voltam a
trabalhar.
Por enquanto, esse é o caso de Tatiana Manski Krongold Benitez, 37, mãe da Isabel.
Ela foi demitida pouco depois de voltar da licença e, em 11 meses de procura, já fez
dez entrevistas de emprego.
"Já ouvi que não seria contratada porque estava em um momento diferente. Ou seja,
já tinha uma filha. É uma visão míope, pois quem tem filho circula entre outras mães,
faz contatos."
A consultora em carreira Mariá Giulise diz que as empresas podem ter "resistência
com mães de filhos pequenos por considerarem que elas têm problema de mobilidade
para viajar, ou para ficar até tarde no trabalho".
Ela recomenda que a profissional saiba, de antemão, se a vaga que ela está
pleiteando exige isso e que, antes da seleção, já saiba como resolver essas questões.
Além disso, no período em que a mulher estiver afastada, "precisa se atualizar para
não perder o ritmo e o conhecimento".
Foi o que Laura Vieira, 35, deixou de fazer quando virou mãe da Júlia. Ela passou
uma parte da gravidez enquanto acompanhava o marido em um MBA nos EUA, mas
não aproveitou para fazer nenhum curso. "Não me reciclei profissionalmente."
Ela conta que, quando faz alguma entrevista para uma vaga, os recrutadores
perguntam se ela havia feito alguma aula na área dela. E ela só estudou inglês no
período de afastamento. Hoje, “faz decorações artesanais para festas infantis.”

Em contra partida, o deputado “Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários
menores para as mulheres porque elas engravidam”.
O deputado Jair Bolsonaro em declaração polêmica ao Jornal Zero Hora afirmou que
não acha justo, mulheres e homens receberem o mesmo salário.
Por David Ayrolla

Em uma das entrevistas mais surreais e sexistas já vistas, o deputado federal Jair Bolsonaro
(PP-RJ), ao explicar porque disse que a também deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)
não “merecia ser estuprada”, explicou ao Jornal Zero Hora porque acha justo o empresário
brasileiro pagar menores salários às mulheres

“Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30
pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos
iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça
você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher
jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco
engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar
a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando
ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano. Por
isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é
injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os
encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele
vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha
empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria
não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.”

O que mais assusta não é apenas a posição radical e tresloucada do deputado. Nem mesmo
os votos que recebeu daqueles que concordam integralmente com suas opiniões – afinal, não
se pode esperar muito mesmo de mentecaptos. O que realmente apavora é a enorme
quantidade de pessoas aparentemente mais moderadas que dizem aceitar o radicalismo de
Bolsonaro porque “ele tem razão em muita coisa“.

1.3 Metodologia

Embora o nome “design” seja frequentemente associado à qualidade e/ou aparência


estética de produtos, o design como disciplina tem por objetivo máximo promover
bem-estar na vida das pessoas. No entanto, é a maneira como o designer percebe as
coisas e age sobre elas que chamou a atenção de gestores, abrindo novos caminhos
para a inovação empresarial.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a
experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas
(considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos,
cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar
soluções.
Ele entende que problemas que afetam o bem-estar das pessoas são de natureza
diversa, e que é preciso mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e
os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim
melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Ao investir
esforços nesse mapeamento, o designer consegue identificar as causas e as
consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções.
O designer sabe que para identificar os reais problemas e solucioná-los de maneira
mais efetiva, é preciso abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza
o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares
diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções
inovadoras.
Trabalha em um processo multifásico e não linear - chamado fuzzy front end - que
permite interações e aprendizados constantes. Isso faz com que o designer esteja
sempre experimentando novos caminhos e aberto a novas alternativas: o erro gera
aprendizados que o ajudam a traçar direções alternativas e identificar oportunidades
para a inovação.
No mais, como o nome já diz, o Design Thinking se refere à maneira do designer de
pensar, que utiliza um tipo de raciocínio pouco convencional no meio empresarial, o
pensamento abdutivo. Nesse tipo de pensamento, busca-se formular
questionamentos através da apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são
formuladas perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas
durante a observação do universo que permeia o problema. Assim, ao pensar de
maneira abdutiva, a solução não é derivada do problema: ela se encaixa nele.
Não se pode solucionar problemas com o mesmo tipo de pensamento que os criou:
abduzir e desafiar as normas empresariais é a base do Design Thinking. É pensando
de maneira abdutiva que o designer constantemente desafia seus padrões, fazendo
e desfazendo conjecturas, e transformando-as em oportunidades para a inovação. É
essa habilidade, de se desvencilhar do pensamento lógico cartesiano, que faz com
que o designer se mantenha “fora da caixa”.

Design Thinking – Inovação em Negócios

Autores: Maurício Vianna, Ysmar Vianna, Isabel K. Adler, Brenda Lucena, Beatriz
Russo
Editora: MJV Press
Ano de Lançamento: 2012

1.4 Contribuições das disciplinas do módulo


A disciplina de PA contribuiu para as pesquisas, escolha e orientações sobre o tema.
A disciplina de Análise de cenários econômicos contribuiu para avaliarmos a posição
da mulher no mercado de trabalho, onde constatamos que se menos mulheres
trabalharem, menor será a movimentação da economia do país.
A disciplina de Comunicação (leitura, escrita e oratória) nos deu orientações para o
desenvolvimento da parte escrita e interpretação.
A disciplina de Análise e Interpretação de dados nos auxiliou a interpretar dados de
gráficos como IBGE e etc.
A disciplina de Empreendedorismo nos auxiliou a ter uma visão ampla sobre as
possíveis soluções sobre o tema.
A disciplina de Fundamentos de Recursos Humanos nos orientou na elaboração do
trabalho.
A disciplina de Gestão da Qualidade iniciou uma discussão com orientações para o
trabalho.

1.5 Vivência dos alunos

Ao encontrarmos o problema de uma vizinha que precisava trabalhar e não tinha com
quem deixar sua filha de dois anos porque teve dificuldade de encontrar vaga na
creche próxima a sua casa. Vimos que em Betim essa situação ocorre frequentemente
em algumas regiões. Por isso resolvemos então abordar este problema e tentar
solucioná-lo através deste trabalho.

Referências

ADLER, Isabel K.; LUCENA, Brenda; RUSSO, Beatriz; VIANNA, Mauricio; VIANNA
Ysmar. Design Thinking – Inovação em Negócios. MJV Press, 2012. 159p.

PROBST, Elisiana Renata.

CAMARGO, Orson.

MAIA, Dhiego. Preconceito e falta de estrutura dificultam volta de mães ao trabalho.


Folha São Paulo, São Paulo, 27 out. 2013. Classificados, empregos e carreiras.
POLISZEZUK, Marcos Vinicius.
Portal Metrópole, Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários menores para
as mulheres porque elas engravidam. Disponível em:
<http://www.portalmetropole.com/2015/02/bolsonaro-diz-que-patroes
deveriam.html#ixzz3ZHHg3yxG> Acesso em 05 de maio de 201

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS


e GESTÃO DA QUALIDADE

Módulo 1A

RELATÓRIO 1: Descoberta

Belo Horizonte / MG
1º semestre / 201

Objetivo do relatório
O trabalho tem a finalidade de mostrar a dificuldade das mulheres com filhos menores
de serem inseridas no mercado de trabalho, onde a ingratidão com elas ao optarem
por serem trabalhadoras e mães ainda é grande. Tendo em vista que foram feitas
pesquisas que apontam o problema acima citado na cidade de Betim.

Tema e problema

Através de pesquisas realizadas, identificamos nos seguintes temas :


desenvolvimento local e inclusão social, que muitas mulheres com filhos têm
problemas para serem inseridas no mercado de trabalho por inúmeros motivos. Sendo
a falta de creches, preconceitos, falta de capacitação profissional e baixa escolaridade
entre outros. Dessa forma, procura-se responder a seguinte pergunta:
- Quais projetos poderiam auxiliar as mães com filhos menores a serem inseridas no
mercado de trabalho?

1.2 Referencial teórico


A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Este artigo trata sobre a evolução da mulher no mercado de trabalho. As convenções do início
do século, ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não precisava e não deveria
ganhar dinheiro. As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisavam se
virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados
e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram
mal vistas pela sociedade. Mesmo assim algumas conseguiram transpor as barreiras do papel
de ser apenas esposa, mãe e dona do lar, ficou, para atrás a partir da década de 70 quando
as mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho.
O mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em equipe
contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação no
lugar da competição.
As mulheres ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de grandes
empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta. Pilotam jatos,comandam
tropas, perfuram poços de petróleo.
Não há um único gueto masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres. Não há
dúvidas de que nos últimos anos a mulher está cada vez mais presente no mercado de
trabalho. Este fenômeno mundial tem ocorrido tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento, e o Brasil não é exceção.
É importante, no entanto, ressaltarmos que a inserção da mulher no mundo do trabalho vem
sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação, não só no
que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no
informal do mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial
entre homens e mulheres.
O presente artigo está organizado da seguinte forma: um pouco da história, a participação da
mulher no mercado de trabalho, a questão da instrução e a desigualdade em relação a
rendimentos (salários), o trabalho da mulher no Brasil e vários dados estatísticos em relação
a evolução da mulher no mercado de trabalho.
2. HISTÓRIA - MERCADO DE TRABALHO
De acordo com o Artigo 113, inciso 1 da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei”.
Mas será que a realidade é essa mesma? Desde o século XVII, quando o movimento feminista
começou a adquirir características de ação política, as mulheres vem tentando realmente
colocar em prática essa lei.
Isso começou de fato com as I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945,
respectivamente), quando os homens iam para as frentes de batalha e as mulheres passavam
a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho. Mas a
guerra acabou. E com ela a vida de muitos homens que lutaram pelo país. Alguns dos que
sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho. Foi nesse
momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar
adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos.
No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmera mudanças ocorreram na
produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o
intenso crescimento da maquinaria, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as
fábricas.
Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na
Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente
salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho
da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas
depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”.
Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo.
Jornadas entre 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns.
A justificativa desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a mulher.
Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um salário equivalente ou superior
ao do homem.
3. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Pesquisas recentes comprovam um fenômeno que não obedece fronteiras. Cresce
exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas empresas. Curiosamente,
essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se houvesse um
silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da inclusão qualificada no
mundo do trabalho. Segundo alguns analistas, esse processo tem origem na falência dos
modelos masculinos de processo civilizatório. Talvez seja verdade. Os homens, tidos como
superiores, promovem guerras, realizam atentados, provocam tumultos nos estádios,
destroem o meio ambiente e experimentam a aflição inconfessa de viver num mundo em que
a fibra ótica substituiu o cipó. Quando já não se necessita tanto de vigor físico para a caça,
vale mais o conhecimento que permite salgar ou defumar a carne, de modo a preservá-la por
mais tempo. Enfim, caso Tarzan não se recicle, os filmes do futuro serão estrelados somente
por Jane.
No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos
de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos
cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%,
em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o correspondente
a 71% do salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas.
No topo, elas quase alcançam os homens. Os estudos mostram que no universo do trabalho
as mulheres são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas
pelas lesões por esforço repetitivo (LER), oito são mulheres. Segundo uma pesquisa recente
feita por Grupo de recrutamento e seleção de pessoas, as mulheres conquistam cargos de
direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam
lá depois dos 40. No entanto, essas executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus
competidores de colarinho e gravata. A boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem
caindo rapidamente. Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham
currículos menos robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em
futuro próximo.
Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento masculino.
Em 2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas também necessidade.
Em 1991, 18% das famílias eram chefiadas por mulheres. Segundo o Censo, essa parcela
subiu para 25%. Das 10,1 milhões de vagas de trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase 7
milhões acabaram preenchidas por mulheres. As pesquisas revelam que quase 30% delas
apresentam em seus currículos mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos
profissionais masculinos.
Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), houve crescimento da taxa de
atividade para as mulheres em todas as faixas etárias. A pesquisa revela ainda que no ano
passado não ocorreu mudança no perfil etário da População Economicamente Ativa ( PEA)
feminina.
Em 2001, 30% da PEA feminina correspondiam às mulheres com 40 anos ou mais; 40%
àquelas entre 25 e 39 anos; 23% às jovens de 18 a 24 anos; 5% as de 15 a 17 anos; e apenas
1% às que tinham entre 10 e 14 anos.
As estatísticas apontam que há mais mulheres que homens no Brasil. Mostram também que
elas vem conseguindo emprego com mais facilidade que seus concorrentes do sexo
masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que o dos homens.
As mulheres sofrem mais do que os homens com o estresse de uma carreira, pois as pressões
do trabalho fora de casa se duplicaram. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o
homem e, quando voltam para casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao
trabalho doméstico. Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da
energia que a mulher tende a dar.
4. INSTRUÇÃO MUDANDO CONCEPÇÕES
Pesquisas mostram que no Brasil as mulheres são escolhidas para a maior parte das novas
vagas. Coincidentemente, elas têm se preocupado mais do que os homens com a instrução.
A Fundação Seade mostra que, em 1994, 35% das mulheres contavam com o ensino médio
completo. Ao final da década, esse número chegou a 43%.
Na empresa do conhecimento, a mulher terá cada vez mais importância estratégica, pois
trabalha naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais. A sensibilidade
feminina, por exemplo, permite a constituição de equipes de trabalho marcadas pela diferença
e pela heterogeneidade. E isso é bom? Certamente que sim. Equipes desse tipo, quando
atuam de forma sinérgica, fazem emergir soluções variadas e criativas para problemas
aparentemente insolúveis. A empresa que aposta na singularidade de seus interlocutores
internos se torna mais inteligente, mais capaz e mais ágil.
Nos dias atuais, há belos exemplos da competência feminina em postos de direção nas
grandes empresas. É o caso de Marluce Dias, na Rede Globo, e de Maria Sílvia Bastos
Marques, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Gostaria de citar ainda o caso de Chieko
Aoki, do Grupo Blue Tree Hotels, que iniciou a carreira como secretária bilíngue na Ford e que
depois atuou na construtora Guarantã. Com muito esforço e dedicação, ela criou sua própria
empresa de administração hoteleira.
A vida da mulher no trabalho é um paraíso? Ainda não. As pesquisas demonstram a
persistência de algum preconceito, que dificulta o progresso na carreira e mantém os holerites
femininos mais magros que os masculinos. Diretoras pesquisadas, por exemplo, recebem
22,8% menos que seus colegas. De maneira geral, no Brasil, as mulheres ganham o
equivalente a 61% do salário dos homens. O problema afeta especialmente as profissões de
salário mais baixo. Quando sobem na carreira e adquire maior qualificação, as mulheres têm
seu talento mais bem remunerado. Assim, no topo elas quase se igualam aos homens. O mais
interessante é que nesse processo de conquista as mulheres que mais avançam são
justamente aquelas que não fazem da condição feminina seu cavalo de Tróia. O feminismo
não as levou além das manchetes de jornais e noticiários de televisão. Nenhuma mulher se
tornou astronauta, juíza da Suprema Corte, presidente de uma corporação apenas por não ser
homem. Ou seja, não subiram por necessidade das corporações de diversificar seu quadro.
Subiram por seus méritos medidos pelos padrões que valem tanto para homens quanto para
mulheres. Poderiam ter subido em maior número? Ou seja, já que são mais da metade da
população, deveriam ser também mais da metade dos líderes empresariais, dos deputados e
senadores? Mais da metade dos médicos e engenheiros? A resposta a essa pergunta vem de
um estudo estatístico feito pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, segundo o qual
isso é uma questão a que só o tempo responderá. É inútil fazer projeções. Se as mulheres
passarem a ser maioria em todos os degraus de entrada das profissões em questão, não
haverá discriminação nem preconceito que as impeçam de chegar em igualdade de condições
ao topo da pirâmide das empresas e das instituições.
A beleza do estudo de Harvard está em que, se a condição feminina, ao contrário do que se
imagina, não atrasou a chegada das mulheres ao mercado de trabalho, essa mesma condição
também não é motor de seu progresso.
5. O TRABALHO DA MULHER NO BRASIL
Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional. O fenômeno
ainda é lento, mas constante e progressivo. Em 1973, apenas 30,9% da População
Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era do sexo. Segundo os dados da Pesquisa Nacional
de Amostra por Domicílio (PNAD), em 1999, elas já representavam 41,4% do total da força de
trabalho. Um exército de aproximadamente 33 milhões. Em Santa Catarina, elas ocupavam
36,7% das vagas existentes em 1997. Quatro anos depois, em 2000, mais 62 mil mulheres
ingressaram pela primeira vez no mercado, aumentando a participação em 1,1 ponto
percentual.
Analisando este fenômeno, temos que levar em conta um universo muito maior, pois há uma
mudança de valores sociais nesse caso. A mulher deixou de ser apenas uma parte da família
para se tornar o comandante dela em algumas situações. Por isso, esse ingresso no mercado
é uma vitória. O processo é lento, mas sólido. Outra peculiaridade que acompanha a mulher é
a sua “terceira jornada”. Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa
cuidar dos afazeres domésticos. Isso acontece em quase 90% dos casos. Em uma década, o
número de mulheres responsáveis pelos domicílios brasileiros aumentou de 18,1% para
24,9%, segundo os dados da pesquisa “Perfil das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios no
Brasil”, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As catarinenses conquistaram mais vagas no setor de serviços, onde representam 46,9% do
total de empregados. Numa pesquisa de amostragem, o grupo mostra que 31,6% dos cargos
de encarregado são ocupados por mulheres.
Para as mulheres a década de 90 foi marcada pelo fortalecimento de sua participação no
mercado de trabalho e o aumento da responsabilidade no comando das famílias. A mulher,
que representa a maior parcela da população, viu aumentar seu poder aquisitivo, o nível de
escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem salarial que ainda existe em relação aos
homens. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dois estudos com o
balanço dos ganhos e as dificuldades enfrentadas pelas brasileiras ao longo dos anos 90. A
renda média das trabalhadoras passou de R$ 281,00 para R$ 410,00. As famílias comandadas
por mulheres passaram de 18% do total para 25%. A média de escolaridade dessas “chefes
de família” aumentou em um ano de 4,4 para 5,6 anos de estudos. A média salarial passou de
R$ 365 para R$ 591 em 2000. Uma dificuldade a ser vencida é a taxa de analfabetismo, que
ainda está 20%.
Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de fecundidade
iniciada em meados da década de 60. As mulheres têm hoje 2,3 filhos. Há 40 anos, eram 6,3
filhos.
A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita com base,
fundamentalmente, em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o aumento no nível
de instrução da população feminina. Estes fatores vêm acompanhando, passo a passo, a
crescente inserção da mulher no mercado e a elevação de sua renda. A analista do
Departamento de Rendimento do IBGE Vandeli Guerra defende que a velocidade com que isto
se dá não é o mais relevante. O que estamos constatando é uma quebra de tabus em
segmentos que não empregavam mulheres. Nas Forças Armadas, por exemplo, elas estão
ingressando pelo oficialato. Para consolidar sua posição no mercado, a mulher tem cada vez
mais adiado projetos pessoais, como a maternidade. A redução no número de filhos é um dos
fatores que tem contribuído para facilitar a presença da mão-de-obra feminina, embora não
isto seja visto pelo técnicos do IBGE como uma das causas da maior participação da mulher
no mercado.
A redução da fecundidade ocorreu com mais intensidade nas décadas de 70 e 80. Os anos 90
já começaram com uma taxa baixa de fecundidade: 2,6% que cai para 2,3% no fim da década.
Com menos filhos, as mulheres puderam conciliar melhor o papel de mãe e trabalhadora.
6. LUTAS E CONQUISTAS
Você entra numa empresa e percebe, a grosso modo, que 80% das pessoas que nela
trabalham são mulheres. A Segunda constatação, porém, é mais surpreendente: apenas 10%
destas mulheres ocupam cargos de chefia. Se esta é a regra geral, não se pode afirmar
exatamente. No entanto, de acordo com o estudo realizado pelo Hudson Institute, dos Estados
Unidos, o “Workforce 2000: Work and Workers for th 21 st. Centuty” ( Força de Trabalho 2000:
Trabalho e Trabalhadores para Século XXI), este quadro vai mudar. Ou melhor, já está
mudando, e esta é uma tendência global.As mulheres, dizem os especialistas, serão as líderes
deste mílênio.
A expectativa é de que neste século, pela primeira vez na história, as mulheres superem em
número os homens nos postos de trabalho. Se soubere aproveitar isso, capitalizando
oportunidades emergentes, o impacto no mercado de trabalho será, de fato, singular. Significa
o rompimento de uma forte estrutura, as hierarquias empresariais moldadas pelos homens a
partir da Era Industrial. A mulher da atualidade nem de longe tem o mesmo perfil daquelas que
encontravam realização trabalhando nas linhas de produção.
A diferença comportamental entre meninos e meninas é evidente desde os primeiros anos.
Pode-se dizer que esta característica é bastante clara durante toda a vida. Mas, qual é, de
fato, a atual realidade no mundo empresarial? Atualmente, os líderes ainda são os homens.
São eles que mandam e detêm a vantagem no jogo. A própria estrutura social deu margem a
esta tal divisão de trabalho. A regra é clara: homens são os que mandam e mulheres, as
subordinadas.
Em contrapartida, o século 20 mostrou a chamada inversão de papéis, Ou seja, as mulheres
conquistando maior destaque no competitivo mundo dos negócios e os homens, por sua vez,
assumindo a manutenção do lar e o cuidado com as crianças. Mas se as mulheres desejarem
sair vencedoras nesta empreitada, terão de dominar as regras que eles criaram.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar
e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as tarefas
tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente das mulheres. Ganhar seu
próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de
orgulho para todas.
Apesar da evolução da mulher dentro de uma atividade que era antes exclusivamente
masculina, e apesar de ter adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este
crescimento. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a mesma
função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que recebem
mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Embora exista uma certa discriminação
em relação ao trabalho feminino, elas estão conseguindo um espaço muito grande em áreas
que antes era reduto masculino, e ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito
grande. Apesar de ser de forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de
mulheres que ganham mais que o marido.
O grande desafio para as mulheres dessa geração, é tentar reverter o quadro da desigualdade
salarial entre homens e mulheres.
Pelo menos, elas já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser boas
motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum homem. Já está
mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de
conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da história.
Elisiana Renata Probst
A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO
São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes
refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de
vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação
da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos
sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade
brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato
este explicada pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação
da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de
fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007,
a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de
mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa)
brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade
média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível
de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho.
Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido
uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora
entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não
foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a
cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos
cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado
de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias
públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras
mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres
negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade
brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado
de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana
de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1%
para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa
que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres
que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de
desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença
dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23%
delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença
feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela
crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste,
que são efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é
contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas
próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha
crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de
trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública
da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população
economicamente ativa.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo –
FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Conforme o advogado e professor do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Jurídicas,


Marcos Vinicius Poliszezuk: Todos são iguais perante a lei. É o que estabelece o artigo 5° da
Constituição Federal. No entanto, deparamo-nos com realidades distantes daquela prevista
pelo nosso constituinte. Prova disso é o tratamento dispensado às mulheres trabalhadoras,
em que a discriminação ainda é notadamente patente.
Importante destacar que várias foram as legislações com o intuito de proteger o trabalho da
mulher. Prerrogativas e direitos lhe foram assegurados pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que dedica um capítulo inteiro de medidas protetivas ao trabalho feminino. A
nossa própria Constituição Federal também assegurou salário idêntico ao dos homens, além
de outras benesses conferidas em razão da maternidade. Hodiernamente, observa-se que tais
medidas são inócuas, uma vez que a própria sociedade desrespeita a legislação. Lei é lei,
evidente, mas não somos educados a respeitar a dignidade do trabalho feminino. Isso sem
enfocar a dupla jornada cumprida pelas mulheres, ou seja, o trabalho fora e o dentro de casa.
Saliente-se que o Brasil, seguindo a legislação e a tendência mundial, ratificou Convenções
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam de forma direta ou indireta da
desigualdade de gênero nas relações de trabalho, são elas, a nº 100 (Salário igual para
trabalho de igual valor entre o Homem e a Mulher, ratificada em 25/04/1957, com vigência
nacional em 25/04/58), a nº 103 (Amparo à Maternidade, ratificada em 18/06/65 e com vigência
nacional em 18/06/66); a nº 111 (Discriminação em matéria de emprego e Ocupação, ratificada
em 26/11/65, com vigência nacional em 26/11/66); e a de nº 117 (Objetivos e normas básicas
da política social, ratificação em 24/03/69 e vigência nacional em 24/03/70).
Todavia, tornar-se mãe, período tido como o ápice da maturidade feminina, é o principal
entrave na colocação dessas mulheres no mercado de trabalho. Aí, pouco importa a dupla
jornada, a dedicação extrema, o salário defasado e o mister maternal. Infelizmente, o que mais
pesa ao empresariado é o aumento do custo para manter essa trabalhadora e o seu filho. A
matemática é simples: os empregadores calculam o aumento dos encargos (salário, convênio
médico, creche, farmácia, etc.) e, com isso, perde-se o interesse na colaboração dessas
candidatas. Além disso, outro empecilho, na visão dos empregadores, é a maior probabilidade
de a mulher-mãe ter de ausentar-se do trabalho para cuidar das crianças.
Apesar de toda a mentalidade contrária a contratação de mulheres, pesquisas revelam que
nos últimos anos a inserção da mulher no mercado de trabalho tem sido crescente e visível,
assim como o percentual de mulheres em cargos de comando de grandes empresas.
Segundo dados do IBGE, em janeiro de 2008, havia aproximadamente 9,4 milhões de
mulheres trabalhando nas seis regiões metropolitanas onde foi realizada a pesquisa: São
Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Este número significa
43,1% das mulheres. Em 2003 esta proporção era de 40,1%. O que comprova o aumento da
representatividade feminina no mercado de trabalho.
Entretanto, elas se encontravam em situação desfavorável à dos homens, pois não chegavam
a atingir o percentual de 40% de mulheres trabalhando com carteira de trabalho assinada,
sendo que entre os homens esta proporção ficou próxima de 50%. Além disso, o rendimento
delas correspondia a 71,3% do rendimento dos homens.
A mesma pesquisa deixou claro que quando o contexto é mercado de trabalho, a maioria dos
indicadores apresentados mostrou a mulher em condições menos adequadas que a dos
homens. Outro ponto alarmante é a desigualdade na contribuição previdenciária, quando se
constatou que mais de um terço das mulheres não contribuem. Isso de uma forma geral e não
pontuando mulheres com filhos e menores de quatro anos. Com isso, torna-se mais notável
que a dificuldade da mulher no mercado de trabalho existe independe de ser mãe, mas agrava
ainda mais com a maternidade.
Neste patamar, já não importa as lutas de tantas Marias (da Penha), de Helenas (de
Americana) e de todas aquelas engajadas na promoção da dignidade do trabalho da mulher
para valerem os direitos conquistados com duras batalhas, uma vez que, repita-se, somos os
primeiros a desrespeitar as leis que nós mesmos criamos.
Talvez por essa razão já não nos impressiona as pesquisas como a recentemente divulgada
pela Catho on Line, empresa de recrutamento e seleção, segundo a qual mulheres com filhos
de até quatro anos têm mais dificuldades para conseguir emprego. Fomos educados para
aceitar essa realidade – diga-se de passagem, ilegal, com normalidade.

De acordo com a folha de São Paulo, o “ Preconceito e falta de estrutura dificultam


volta de mães ao trabalho.
A arquiteta Cintia Costanzi, 40, voltou a ter um emprego em setembro, depois de mais
de três anos em que esteve cuidando dos filhos.
A história profissional de como a maternidade de Constanzi alterou a sua vida
profissional não é só dela: empresas brasileiras são as que mais veem suas
funcionárias irem embora depois do período de licença-maternidade, mostra uma
pesquisa da consultoria Robert Half feita em 14 países.
Entre cem diretores de RH ouvidos no Brasil, nenhum disse que a chance de uma
profissional voltar ao trabalho depois da licença é alta (maior que 75%). Em 85% das
empresas, menos da metade das mulheres volta ao cargo.

Para as empresas, o fato de muitas mães não voltarem é ruim porque "é difícil
encontrar pessoas especializadas", afirma Marta Chiavegatti, 31, gerente da Robert
Half.
"É importante ter ferramentas de retenção dessas profissionais", diz.
Ela cita a oferta de trabalho em horários flexíveis para que a profissional possa
compatibilizar suas diferentes atividades.
Esse índice baixo de volta ao trabalho, se comparado a outros países, não deve ser
interpretado como uma escolha da mãe, diz Débora Diniz, professora da UnB
(Universidade de Brasília).
Antes, diz, é "um sinal de que algo está errado no suporte público para o retorno ao
trabalho". Ela cita falta de creches com horários expandidos e em locais variados.
Diniz diz que, entre mulheres de nível hierárquico mais alto, a volta é maior. A
pesquisa verificou isso: entre as que ocupam cargos gerenciais, a chance de voltar é
maior do que 50% em 63% das empresas. Isso acontece no mundo inteiro, mas no
Brasil especialmente.

Em 2009, Costanzi engravidou de gêmeos. Mas perdeu um dos bebês e o outro


necessita de cuidados especiais.
O plano era voltar a trabalhar em seis meses, mas ela decidiu ficar mais tempo perto
da criança. E nessa época ela engravidou novamente. "Meu marido precisou cuidar
de todas as despesas", diz.
A socióloga Nina Madsen, do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria)
considera que um dos motivos que explicam a baixa taxa de volta ao cargo depois da
licença-maternidade é a divisão do trabalho doméstico, que geralmente fica mais sob
responsabilidade da mãe do que do pai.
"Precisaria haver uma campanha pública para que os homens assumissem mais
responsabilidades parentais. As mulheres saíram para o mercado, mas os homens
não vieram mais para casa", diz.
Ela cita que o fato de a licença-paternidade ser de cinco dias é um sintoma de como
criar os filhos é visto, inclusive pela legislação, como atividade só feminina.
Cristiane Lázara, 40, assistente-executiva da fabricante de tratores AGCO, é uma das
que saíram do emprego depois da licença, mas no caso dela, foi uma coincidência.
Ela trabalhava para uma empresa que foi vendida. Antes mesmo do período para
poder ser mãe, ela já sabia que, ao fim do período, seria desligada. Ela aproveitou
para ficar mais tempo cuidando da filha e só voltou a ter um emprego neste mês. "Não
me arrependo. Esse um ano e meio que fiquei sem trabalhar foi fundamental."
O tempo que ela ficou fora do mercado é o mais comum para as mulheres que saem
do emprego após o período de licença. Mas muitas mães nem mesmo voltam a
trabalhar.
Por enquanto, esse é o caso de Tatiana Manski Krongold Benitez, 37, mãe da Isabel.
Ela foi demitida pouco depois de voltar da licença e, em 11 meses de procura, já fez
dez entrevistas de emprego.
"Já ouvi que não seria contratada porque estava em um momento diferente. Ou seja,
já tinha uma filha. É uma visão míope, pois quem tem filho circula entre outras mães,
faz contatos."
A consultora em carreira Mariá Giulise diz que as empresas podem ter "resistência
com mães de filhos pequenos por considerarem que elas têm problema de mobilidade
para viajar, ou para ficar até tarde no trabalho".
Ela recomenda que a profissional saiba, de antemão, se a vaga que ela está
pleiteando exige isso e que, antes da seleção, já saiba como resolver essas questões.
Além disso, no período em que a mulher estiver afastada, "precisa se atualizar para
não perder o ritmo e o conhecimento".
Foi o que Laura Vieira, 35, deixou de fazer quando virou mãe da Júlia. Ela passou
uma parte da gravidez enquanto acompanhava o marido em um MBA nos EUA, mas
não aproveitou para fazer nenhum curso. "Não me reciclei profissionalmente."
Ela conta que, quando faz alguma entrevista para uma vaga, os recrutadores
perguntam se ela havia feito alguma aula na área dela. E ela só estudou inglês no
período de afastamento. Hoje, “faz decorações artesanais para festas infantis.”

Em contra partida, o deputado “Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários
menores para as mulheres porque elas engravidam”.

O deputado Jair Bolsonaro em declaração polêmica ao Jornal Zero Hora afirmou que
não acha justo, mulheres e homens receberem o mesmo salário.
Por David Ayrolla

Em uma das entrevistas mais surreais e sexistas já vistas, o deputado federal Jair Bolsonaro
(PP-RJ), ao explicar porque disse que a também deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)
não “merecia ser estuprada”, explicou ao Jornal Zero Hora porque acha justo o empresário
brasileiro pagar menores salários às mulheres

“Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30
pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos
iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça
você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher
jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco
engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar
a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando
ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano. Por
isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é
injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os
encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele
vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha
empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria
não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.”

O que mais assusta não é apenas a posição radical e tresloucada do deputado. Nem mesmo
os votos que recebeu daqueles que concordam integralmente com suas opiniões – afinal, não
se pode esperar muito mesmo de mentecaptos. O que realmente apavora é a enorme
quantidade de pessoas aparentemente mais moderadas que dizem aceitar o radicalismo de
Bolsonaro porque “ele tem razão em muita coisa“.

1.3 Metodologia

Embora o nome “design” seja frequentemente associado à qualidade e/ou aparência


estética de produtos, o design como disciplina tem por objetivo máximo promover
bem-estar na vida das pessoas. No entanto, é a maneira como o designer percebe as
coisas e age sobre elas que chamou a atenção de gestores, abrindo novos caminhos
para a inovação empresarial.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a
experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas
(considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos,
cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar
soluções.
Ele entende que problemas que afetam o bem-estar das pessoas são de natureza
diversa, e que é preciso mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e
os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim
melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Ao investir
esforços nesse mapeamento, o designer consegue identificar as causas e as
consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções.
O designer sabe que para identificar os reais problemas e solucioná-los de maneira
mais efetiva, é preciso abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza
o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares
diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções
inovadoras.
Trabalha em um processo multifásico e não linear - chamado fuzzy front end - que
permite interações e aprendizados constantes. Isso faz com que o designer esteja
sempre experimentando novos caminhos e aberto a novas alternativas: o erro gera
aprendizados que o ajudam a traçar direções alternativas e identificar oportunidades
para a inovação.
No mais, como o nome já diz, o Design Thinking se refere à maneira do designer de
pensar, que utiliza um tipo de raciocínio pouco convencional no meio empresarial, o
pensamento abdutivo. Nesse tipo de pensamento, busca-se formular
questionamentos através da apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são
formuladas perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas
durante a observação do universo que permeia o problema. Assim, ao pensar de
maneira abdutiva, a solução não é derivada do problema: ela se encaixa nele.
Não se pode solucionar problemas com o mesmo tipo de pensamento que os criou:
abduzir e desafiar as normas empresariais é a base do Design Thinking. É pensando
de maneira abdutiva que o designer constantemente desafia seus padrões, fazendo
e desfazendo conjecturas, e transformando-as em oportunidades para a inovação. É
essa habilidade, de se desvencilhar do pensamento lógico cartesiano, que faz com
que o designer se mantenha “fora da caixa”.

Design Thinking – Inovação em Negócios

Autores: Maurício Vianna, Ysmar Vianna, Isabel K. Adler, Brenda Lucena, Beatriz
Russo
Editora: MJV Press
Ano de Lançamento: 2012

1.4 Contribuições das disciplinas do módulo

A disciplina de PA contribuiu para as pesquisas, escolha e orientações sobre o tema.


A disciplina de Análise de cenários econômicos contribuiu para avaliarmos a posição
da mulher no mercado de trabalho, onde constatamos que se menos mulheres
trabalharem, menor será a movimentação da economia do país.
A disciplina de Comunicação (leitura, escrita e oratória) nos deu orientações para o
desenvolvimento da parte escrita e interpretação.
A disciplina de Análise e Interpretação de dados nos auxiliou a interpretar dados de
gráficos como IBGE e etc.
A disciplina de Empreendedorismo nos auxiliou a ter uma visão ampla sobre as
possíveis soluções sobre o tema.
A disciplina de Fundamentos de Recursos Humanos nos orientou na elaboração do
trabalho.
A disciplina de Gestão da Qualidade iniciou uma discussão com orientações para o
trabalho.

1.5 Vivência dos alunos

Ao encontrarmos o problema de uma vizinha que precisava trabalhar e não tinha com
quem deixar sua filha de dois anos porque teve dificuldade de encontrar vaga na
creche próxima a sua casa. Vimos que em Betim essa situação ocorre frequentemente
em algumas regiões. Por isso resolvemos então abordar este problema e tentar
solucioná-lo através deste trabalho.

Referências

ADLER, Isabel K.; LUCENA, Brenda; RUSSO, Beatriz; VIANNA, Mauricio; VIANNA
Ysmar. Design Thinking – Inovação em Negócios. MJV Press, 2012. 159p.

PROBST, Elisiana Renata.

CAMARGO, Orson.

MAIA, Dhiego. Preconceito e falta de estrutura dificultam volta de mães ao trabalho.


Folha São Paulo, São Paulo, 27 out. 2013. Classificados, empregos e carreiras.
POLISZEZUK, Marcos Vinicius.

Portal Metrópole, Bolsonaro diz que patrões deveriam pagar salários menores para
as mulheres porque elas engravidam. Disponível em:
<http://www.portalmetropole.com/2015/02/bolsonaro-diz-que-patroes
deveriam.html#ixzz3ZHHg3yxG> Acesso em 05 de maio de 201

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