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CIANOTIPIA:
Uma saída alternativa para fotografia digital
SÃO PAULO
2017
Gabriel Guimarães Garcia
CIANOTIPIA:
Uma saída alternativa para fotografia digital
SÃO PAULO
2017
RESUMO
O resgate de processos do século XIX vem sendo realizado por diversos fotógrafos
ao redor do mundo e é de grande importância para a manutenção e preservação da
história da fotografia, assim como um modo de se aplicarem novos olhares sobre
essas técnicas, utilizando-as em contextos diferentes dos quais elas foram pensadas
e agregando novos valores a partir das mesclas de linguagens. Este trabalho
pretende estudar a técnica da cianotipia, descoberta no ano de 1842 por John
Herschel, colocando-a em contato com a produção digital de imagens da fotografia
contemporânea, desenvolvendo assim métodos e linguagens a partir da junção
desses dois objetos. O projeto se coloca também como uma forma de afirmação das
possibilidades e qualidades da cianotipia, características estas que lhe foram
negadas durante muito tempo no decorrer da história da fotografia.
Figura 5 - "Natural History" de Barbara Ciurej & Lindsay Lochman, 2012 ................ 13
Figura 12 - "True Blue" exposição com roupas de papel, Annie Lopez, 2017 ........... 16
Figura 13 - “Kiddi í Hljómalind” cianótipo e pintura a mão de Egill Ibsen, 2013 ........ 17
1 Introdução ............................................................................................................... 6
Apêndices ................................................................................................................ 33
Anexos ..................................................................................................................... 39
6
I INTRODUÇÃO
II DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Marion & Cie produziu em escala comercial papéis sensibilizados para a cianotipia
entre 1860 e 1870, mas que eram anunciados e vendidos para reprodução de
desenhos e projetos técnicos, principalmente nas áreas das engenharias e da
construção civil e não tinham então uma ligação direta com a produção fotográfica
propriamente dita. Essa questão da representação da cianotipia dentro dos estudos
da história da fotografia é destacada por Jesus (2011, p. 66):
cianotipia, onde são descritos algumas formas de uso da técnica posteriores a Anna
Atkins, além do já citado uso para cópia de desenhos técnicos, a série destaca
também a sua utilização dentro das faculdades para realização de reproduções
fotográficas feitas por estudantes nas décadas de 1880 e 1890, o que forma grande
parte do acervo histórico da produção de cianótipos no século XIX. Outra forma de
aplicação foi a de produção do que eles descrevem como "fotografias muito baratas"
a partir de negativos de prata coloidal, que são os negativos de branco e preto
utilizados até hoje, a cianotipia era utilizada então, devido ao seu baixo custo, como
material de prova para testar a densidade dos negativos antes de serem
reproduzidos em outras técnicas.
Atualmente existe um movimento de resgate tanto da cianotipia quanto de
outros processos históricos, seja pelas faculdades e cursos de fotografia que vem
crescendo desde o final da século XX e que muitas vezes possuem em suas grades
o ensino dessas técnicas, ou pelo interesse de muitos artistas contemporâneos que
desejam trabalhar e estudar os processos do século XIX a fim de explorar as
linguagens e as possibilidades expressivas que eles permitem dentro da produção
de obras fotográficas.
1
Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/olivierblaise/7313579812> Acesso em: 18 de julho de
2017
11
2
Disponível em <http://www.apoian.net/float-cyanotype#3> Acesso em: 18 de julho de 2017
12
Figura 4 - "Into The Wind" mescla de fotos e radiografias, de Nan Wollman, 2010.
3
Disponível em:<www.bangordailynews.com/2011/06/23/living/umma%E2%80%99s-first-national
-exhibit-showcases-contemporary-fine-art-photography/> Acesso em 18 de julho de 2017
4
Disponível em: <www.wollmanstudios.com/photography/> Acesso em: 20 de julho de 2017.
13
5
Disponível em: <http://www.ciurejlochmanphoto.com/naturalhistory/nathist01.html> Acesso em: 19
de julho de 2017.
6
Disponível em <https://www.nga.gov/content/ngaweb/features/slideshows/MOT-contemporary-ruins.
html#slide_23> Acesso em: 18 de julho de 2017
14
7
Disponível em: <http://www.yossimilo.com/artists/marco_breuer/> Acesso em: 19 de julho de 2017.
8
Disponível em: <https://florencegriswoldmuseum.org/exhibitions/in-place/> Acesso em: 19 de julho
de 2017.
15
9
Disponível em: <http://wuchitsung.com/archives/121> Acesso em: 19 de julho de 2017.
10
Disponível em: <http://wuchitsung.com/archives/1038> Acesso em: 19 de julho de 2017.
16
Figura 12 - "True Blue" exposição com roupas de papel, Annie Lopez, 2017.
11
Disponível em: <http://www.nancybreslin.com/alternative.html> Acesso em: 19 de julho de 2017.
12
Disponível em: <http://www.phoenixnewtimes.com/arts/annie-lopez-on-her-new-work-and-exhibition
-at-walter-art-gallery-in-scottsdale-8849471> Acesso em: 19 de julho de 2017.
17
Por último temos o trabalho do fotógrafo islandês Egill Ibsen, que pinta com
tinta acrílica determinadas zonas de suas imagens, fazendo um jogo de cores que
não busca descaracterizar a cianotipia, mas sim complementar e dar caráter único
as imagens criadas. Um método que produz resultados parecidos e que é utilizado
por muitos fotógrafos é o de sobreposição com goma bicromatada, outro processo
fotográfico que permite gerar uma imagem colorida a partir de um pigmento
qualquer.
13
Disponível em: <http://www.alternativephotography.com/egill-ibsen/> Acesso em: 20 de julho de
2017.
18
14
Consultar os anexos A e B para as informações de segurança dos produtos químicos.
22
___________________________________________________________________
3 Clerc (1950) 9 4 25
15
Tabela baseada nas fórmulas encontradas nas fontes descritas, porém com a modificação da
concentração para um ¼ da concentração original.
16
Quantidade de água utilizada para a diluição de cada um dos reagentes.
17
Disponível em: <https://alternativafotografica.wordpress.com/2009/05/21/como-fazer-uma-cianotipia
> Acesso em: 20 de agosto de 2017.
23
A cianotipia pode ser aplicada a uma grande gama de suportes, entre eles o
papel, a madeira, o vidro e alguns tipos de tecido. Para este trabalho escolhi
trabalhar apenas com o papel, fazendo um recorte dentro das possibilidades de
suporte em busca de um aprimoramento técnico a partir do teste de diferentes tipos
de papéis.
Assim como outros processos históricos da fotografia, a cianotipia necessita
de papéis específicos para poder ser realizada. Um fator limitante dos papéis
“modernos” é sua composição química, que geralmente é alcalina para retardar o
processo de amarelamento do papel. Porém os processos históricos funcionam
melhor em papéis com PH neutro, pois o meio alcalino pode borrar ou manchar as
imagens e o meio ácido prejudica a conservação desses papéis.
No caso do cianótipo, em especial, o processo químico acontece melhor em
PHs ácidos, entre 2 e 5, porém realizá-lo em meio neutro não inutiliza a técnica e
ainda assim é preferível com relação ao meio alcalino, que deve ser evitado.
Outro elemento a ser levado em conta é o fato de que os papéis além de
serem sensibilizados com o químico em estado líquido, também terão que ser
lavados, portanto precisam ser resistentes a esses processos. Por isso muitas vezes
se opta por papéis utilizados para aquarela e outras técnicas de pintura, pois estes
são projetados para resistirem a esse excesso de umidade.
Foram escolhidos então papéis com PH neutro (com exceção do Color Plus) e
com gramatura acima de 180g/m2 para suportarem melhor as etapas de
sensibilização e lavagem. A relação de papéis testados, suas gramaturas e
finalidades se encontra na tabela a seguir:
25
Platina/paládio, marrom
Platinum Rag Hahnemühle 300g/m2 20,3 x 25,4 cm Van Dyke, cianotipia e
papel salgado
___________________________________________________________________
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como o foco deste projeto é o estudo da técnica da cianotipia, optei por não
realizar captações de imagens específicas e sim trabalhar com um banco de
imagens digitais composto por fotografias pessoais realizada durante os últimos
anos e por imagens concedidas por colegas para este projeto.
Esse banco de imagens é composto por cerca de 6 mil fotografias, contendo
imagens realizadas com câmeras fotográficas digitais e arquivos de digitalização de
negativos de 35mm e 120mm, deste total foram selecionadas as vinte e seis
fotografias que compõem a obra expositiva final deste projeto.
Um dos pontos mais interessantes de trabalhar com a ideia de banco de
imagens foi poder compor com imagens de outros fotógrafos, me apropriando
dessas imagens para uma criação que dificulta a relação de autoria das mesmas,
que apesar de não perderem o vínculo com seus autores, se vêem agora em outro
27
contexto, nunca imaginado por esses autores, como se agora fossem “imagens
outras” das mesmas.
Os fotógrafos convidados a participar do projeto foram Vitor da Silva Lins,
Elizabeth Amicucci, Guilherme De Martino, Rebeca Marques da SIlva e minha
professora e orientadora Elaine Galdino, pessoas que estiveram em contato comigo
durante esse processo de estudos dentro da fotografia e que de alguma forma
contribuíram para minha formação e amadurecimento pessoal e como fotógrafo.
Esse convite é também uma forma de agradecimento e de homenagem a estes
colegas, mas que não pressupõe a competência e a relevância das imagens
escolhidas para o projeto.
O critério inicial de escolha das fotografias foi a possível identificação do
trabalho com a técnica da cianotipia, o que apesar da grande subjetividade, foi
fundamental no meu processo, pois para mim era como se as imagens pedissem
para serem reproduzidas em cianótipo. O segundo passo então foi criar folhas de
contatos a fim de testar o resultado dessas imagens em cianótipo. Por último, a partir
dos resultados obtidos nos testes de contato, foram definidas então as imagens que
seriam utilizadas na montagem final do projeto18.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
01 02 03
04 05 06
07 08 09
10 11 12
13 14 15
35
16 17 18
19 20 21
22 23 24
25 26
36
01 02 03
04 05 06
07 08 09
10 11 12
13 14 15
38
16 17 18
19 20 21
22 23 24
25 26
39
ANEXOS