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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

MUNICÍPIO DE BOA ESPERANÇA


SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

LEI 1.579/2015
DE 11/03/2015

Institui o Plano Municipal de Saneamento Básico


destinado à execução dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário do Município, e
autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio de
cooperação com o Estado do Espírito Santo nos
moldes do art. 241 da CF/88, a celebrar contrato de
programa com a Companhia Espírito Santense de
Saneamento, e delegar a regulação e fiscalização
dos Serviços à Agência Reguladora Estadual -
ARSI, nos termos das Leis Federais nº 11.445/07 e
11.107/05, e Lei Estadual nº 9.096/08, e dá outras
providências.

()PREFEITO MUNICIPAL DE BOA ESPERANÇA, Estado do Espírito Santo, faço saber que a Câmara
l\1unicipal aprovou e eu sanciono, na forma do Art. 75, incisos V, da Lei Orgânica do Município de Boa
Esperança, a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei institui o Plano Mnnicipal de Saneamento Básico, nos termos do Anexo Único, destinado a
anicular, integrar e coordenar recursos tecnológicos, humanos, econômicos e financeiros para execução dos
serviços públicos municipais urbanos de abastecimento de água e esgotamento sanitário no Município, em
conformidade com o estabelecido na Lei Federal Nº 11.445/2007, e sua regulamentação, e Lei Estadual Nº
9.096/2008.

Art. 2° O Plano Municipal de Saneamento Básico, instituído por esta Lei, será revisto periodicamente a cada
04 (quatro) anos, sempre anteriormente à elaboração do plano Plurianual.

Parágrafo Único. O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar a proposta de revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico à Câmara dos Vereadores, devendo constar as alterações, caso necessárias, a atualização
e a consolidação do plano anteriormente vigente.

Art. 3° Na hipótese de delegação dos serviços, a proposta de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico
deverá ser elaborada em articulação com o prestador dos serviços, e estar em compatibilidade com as diretrizes,
metas e objetivos:

I - Das Políticas Estaduais de Saneamento Básico, de Saúde Pública e de Meio Ambiente;

II - Dos planos Estaduais de Saneamento Básico e de Recursos Hídricos.

§ 1º A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico deverá seguir as diretrizes dos planos das bacias
hidrográficas em que estiver inserido.

§ 2º O Poder Executivo Municipal, na realização do estabelecido neste artigo, poderá solicitar cooperação
técnica ao Estado do Espírito Santo.

Art. 4° As revisões do Plano Municipal de Saneamento Básico não poderão ocasionar a inviabilidade técnica ou
desequilíbrio econômico-financeiro da prestação, devendo qualquer acréscimo de custo ter a respectiva fonte de
custeio, e a anuência do prestador, na hipótese de delegação dos serviços. ~

-----------------------------------------------------------------------------------------·---------t-----------~--- .
Av. Senador Eurico Rezende, nº 780 1 Centro J Boa Esperança - ES
CEP29.845-000 1 Telefone: (27) 3768.6518 1 Fax: (27) 3768.6515 1 E-mail: planejamentogestao@ oaesperanca.es.gov.br
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
MUNICÍPIO DE BOA ESPERANÇA
SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Parágrafo Único. No caso de descumprimento do estabelecido no caput, o prestador dos serviços, se houver,
fita obrigado a cumprir o Plano Municipal de Saneamento Básico em vigor à época da delegação, nos termos do
an. 19, § 6º da Lei Federal Nº 11.445/2007.

Art. 5º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a celebrar Convênio de Cooperação com o Estado do
:&pírito Santo, em consonância com o artigo 241 da Constituição Federal, artigo 8° da Lei nº 11.445/07, e
anigo 13 da Lei Estadual nº 9.096/08, o qual definirá a forma de atuação associada nas questões afetas ao
saneamento básico do Município de Boa Esperança- ES.

Art. 6º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Contrato de Programa com a Companhia Espírito
Santense de Saneamento - CESAN, nos termos da Lei Federal nº 11.107, de 06/04/2005 c/c o art. 24, XXVI
da lei 8.666, de 22/06/1993, delegando a prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, compreendendo, entre outros, a execução de obras de infra-estrutura e atividades afins, a operação e
manutenção dos sistemas, pelo prazo de 30 (trinta) anos, prorrogável por igual período.

Parágrafo único. Fica o prestador de serviços autorizado a buscar formas de associação com o setor privado,
via subconcessão, parceria público-privada ou outras formas de parceria legalmente admitidas.

Art. 7° Fica o Município de Boa Esperança - ES, autorizado a firmar Convênio com vistas a delegar à Agência
de Saneamento Básico e Infra -Estrutura Viária do Espírito Santo - ARSI, a regulação, fiscalização e
controle dos serviços públicos delegados de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, em consonância
com o art. 8° da Lei nº 11.445/07 e art.12 da Lei Estadual nº 9.096/08.

Art. 8° Para fins de desonerar o custo da tarifa de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário,
viabilizando o estabelecimento de uma tarifação de cunho social, na hipótese de delegação dos serviços, fica a
Companhia Espírito Santense de Saneamento-CESAN isenta de todos os tributos e preços públicos municipais
incidentes, direta ou indiretamente, sobre os serviços prestados.

Art. 9° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 10. Revogam-se as disposições em contrário.

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.

Gabinete do Prefeito de Boa Esperança- ES, aos 11 dias do mês de março do ano de 2015.

ROMUALDO ANTONIO GAi


Prefeito

Registrada e publicada na data supra.

GEAN ~~pvA QUEIROS


Secretár unicipal de Planejamento e Gestão
UL_ll79 _l).'STITUl_Pl.A.'W.Mlll<ICIPA.1._SA.'iEA).IENTO_BA

Av. Senador Eurico Rezende, nº 780 1 Centro 1 Boa Esperança ES


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CEP 29.845-000 1 Telefone: (27) 3768.6518 1 Fax: (27) 3768.6515 1 E-mail: planejamentogestao@boaesperanca.es.gov.br
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA ESPERANÇA

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO


(EIXOS: ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO}

MARÇ0/2014

'
\
PLANO MUNICIPAL OE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA ESPERANÇA

Prefeito Municipal
Romualdo Antônio Gaigher Milanese

Vice-Prefeito
Valdir Turini

Equipe de Governo

Secretaria Municipal de Administração


Ronaldo Salomão Lubiana

Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social


lnez Gaigher Milanese Vida!

Secretária Municipal de Meio Ambiente


José Maria Rafalski

Secretaria Municipal de Finança


Nilson Brisson da Costa

Secretaria Municipal de Saúde


Marcos Fernando Alves

Secretaria Municipal de Obras, Transporte e Urbanismo


Reginaldo Almeida de Aguiar

Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer


Sebastião da Rocha Lima

Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico


Gean Breda Queirós

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BDA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Coordenação Técnica do PMSB

Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico

Equipe Técnica do PMSB

Coordenação do PMSB
Gean Breda Queiras

Participacões Técnicas
Edemilson Cunha dos Santos
Kariny Alves Costa de Lima Santos

Equipe da Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN


Coordenadoria de Relações Institucionais - P-CRI

2S de março de 2014

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................14

2. INTRODUÇÃ0 ...........................................................................................................16

3. OBJETO ....................................................................................................................18

4. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO PLANO ....................................................................... 19

S. LEI DE DIRETRIZES NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO - TITULARIDADE ................. 23

6. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ............................................................................24

6.1. HISTÓRIA .................................................................................................................. 24

6.2. LOCALIZAÇÃO E ÁREA ............................................................................................... 24

6.3. PRINCIPAIS ROTAS DE ACESSO ................................................................................. 25

6.4. TURISMO .................................................................................................................. 26

6.5. ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS ................................................................................ 28

6.5.1. Relevo e Geologia ................................................................................................... 28

6.5.2. Clima ....................................................................................................................... 28

6.5.3. Hidrografia ............................................................................................................. 29

6.5.4. Vegetação ............................................................................................................... 30

6.6. POPULAÇÃO ............................................................................................................. 31

6.7. ASPECTOS ECONÔMICOS ......................................................................................... 33

6.8. INFRAESTRUTURA URBANA ...................................................................................... 36

6.8.1. Aspecto Fundiário ................................................................................................... 36

6.8.2. Limpeza Pública ...................................................................................................... 37

6.8.3. Energia Elétrica ....................................................................................................... 37

6.8.4. Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário ................................................. 38

6.9. EDUCAÇÃO ............................................................................................................... 38

6.10. SAÚDE ....................................................................................................................... 40

6.11. COMUNICAÇÃO SOCIAL.. .......................................................................................... 42

7. GESTÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS ......................................................................45

8. GESTÃO PÚBLICA DE SANEAMENTO NO ESPÍRITO SANTO- SITUAÇÃO INSTITUCIONAL

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

8.1. PERFIL DA CESAN ...................................................................................................... 51

8.2. ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DA CESAN ................................................................ 53

8.3. CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE: HISTÓRICO DA EXCELÊNCIA ................................... 55

8.4. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES ............................................................. 56

8.5. GESTÃO SOCIAL ........................................................................................................ 57

8.6. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E OUTORGA .............................................................. 57

9. DIAGNÓSTICO TÉCNICO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 61

9.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE -SEDE ................................... 63

9.1.1. CARACTERÍSTICAS DAS UNIDADES ..................................................................................... 63

9.1.1.1. Captação e Adução ........................................................................................... 64

9.1.1.2. Elevatória de Água Bruta ................................................................................. 64

9.1.1.3. Tratamento de Água ........................................................................................ 65

9.1.1.4. Elevatória de Água Tratada ............................................................................. 65

9.1.1.5. Adutora de Água Tratada ................................................................................. 66

9.1.1.6. Reservação ....................................................................................................... 66

9.1.1.7. Rede de distribuição ......................................................................................... 66

9.2. GERENCIAMENTO DOS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS ..................................... 67

FONTE: CESAN ........................................................................................................................ 68

9.3. ÍNDICE DE ATENDIMENTO E DE COBERTURA DE ÁGUA ............................................ 68

9.4. PERDAS D' ÁGUA ....................................................................................................... 69

9.4.1. Balanço Hídrico .......................................•............................................................. 70

Fonte: CESAN. ................................................................................................................... 71

9.4.2. Indicadores de Perdas .......................................................................................... 71

9.4.3. Ações de Controle e Redução de Perdas .............................................................. 74

9.1.1 Índices de Acompanhamento do Programa de Controle e Redução de Perdas 75


9.5. QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................................................... 77

9.5.1. Análise de qualidade na ETA ................................................................................ 77

9.5.2. Índice de Qualidade da Água - IQA ...................................................................... 78

10. DIAGNÓSTICO TÉCNICO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................... 80

10.1. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITARIO EXISTENTE (SES) ..................................... 80

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11. DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO EM LOCALIDADES DE PEQUENO

PORTE .............................................................................................................................82

11.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE .............................................. 85

11.1.1. Bela Vista .......................................................................................................... 85

Características gerais ....................................................................................................... 85

Captação ........................................................................................................................... 85

Tratamento ....................................................................................................................... 85

Elevatória de Agua Tratada ............................................................................................. 85

Reservação ....................................................................................................................... 85

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 86

Ligações Prediais .............................................................................................................. 86

11.1.2. Cinco Voltas ...................................................................................................... 86

Características Gerais ....................................................................................................... 86

Captação ........................................................................................................................... 86

Adutora de Agua Bruta .................................................................................................... 86

Estação Elevatória de Agua Bruta .................................................................................... 86

Tratamento ....................................................................................................................... 86

Reservação ....................................................................................................................... 86

Rede de Distribuição ................. ,....................................................................................... 87

11.1.3. Córrego Pratinha .............................................................................................. 87

Características Gerais ....................................................................................................... 87

Captação ........................................................................................................................... 87

Adutora de Agua Bruta .................................................................................................... 87

Estação Elevatória de Agua Bruta .................................................................................... 87

Tratamento ....................................................................................................................... 87

Reservação ....................................................................................................................... 87

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 88

11.1.4. Córrego Sete ..................................................................................................... 88

Características Gerais ...........................................................................~·················· 88

Captação ...............................................................................................'. ... ~................ 88

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Adutora de Água Bruta .................................................................................................... 88

Estação Elevatória de Água Bruta .................................................................................... 88

Tratamento....................................................................................................................... 88
Reservação ....................................................................................................................... 88

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 89

Ligações Prediais .............................................................................................................. 89

11.1.5. Cruzeiro ............................................................................................................. 89

Características Gerais ....................................................................................................... 89

Captação........................................................................................................................... 89
Estação Elevatória de Água Bruta .................................................................................... 89

Adutora de Água Bruta .................................................................................................... 89

Tratamento....................................................................................................................... 89
Reservação ....................................................................................................................... 89

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 90

Ligações Prediais .............................................................................................................. 90

11.1.6. Escola Cier ........................................................................................................ 90

Características Gerais ....................................................................................................... 90

Captação........................................................................................................................... 90
Tratamento....................................................................................................................... 90
Reservação ....................................................................................................................... 91

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 91

11.1.7. Garrucha ........................................................................................................... 91

Características Gerais ....................................................................................................... 91

Captação........................................................................................................................... 91
Adutora de Água Bruta .................................................................................................... 91

Tratamento....................................................................................................................... 92
Elevatória de Água Tratada ............................................................................................. 92

Reservação ....................................................................................................................... 92

Rede de Distribuição ......................................................................................................... 92~


Ligações Prediais .............................................................................................................. 92 \ ~

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11.1.8. Km 20................................................................................................................ 92
Características Gerais ....................................................................................................... 92
Captação ........................................................................................................................... 92
Adutora de Água Bruta .................................................................................................... 92
Estação Elevatória de Água Bruta .................................................................................... 93
Tratamento ....................................................................................................................... 93
Reservação ....................................................................................................................... 93
Rede de Distribuição ......................................................................................................... 93
12. ESTUDO DE PROJEÇÕES E DEMANDAS ......................................................................94
12.1. METODOLOGIA E PARÂMETROS DE PROJETO .......................................................... 94

12.2. PROJEÇÃO DE DEMANDA DE VA2ÃO ........................................................................ 95

13. AÇÕES PROPOSTAS PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................ 96

14. AÇÕES PROPOSTAS PARA OS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRI0 .................... 98


15. AÇÕES PROPOSTAS PARA AS LOCALIDADES DE PEQUENO PORTE ............................ 100
15.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .............................................................. 100
15.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRI0 .............................................................. 100
16. PLANO DE METAS PARA OS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 104
16.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................ 104

16.1.1. Ampliação e melhoria no sistema existente .................................................. 104


16.1.2. Ampliação da cobertura de atendimento ...................................................... 104
16.1.3. Redução de perda de água ............................................................................. 105
17. PLANO DE METAS PARA OS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................... 106
17.1. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................... 106

17.1.1. Implantação, ampliação e melhorias do sistema de esgotamento sanitário 106


17.1.2. Ampliação da cobertura de atendimento ...................................................... 106
18. PLANO DE INVESTIMENTOS ....................................................................................107
18.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .............................................................. 108

18.1.1. Investimentos a Curto Prazo ......................................................................... 1O~


18.1.2. Investimentos a Médio Prazo ........................................................................ 10:~
18.1.3. Investimentos a Longo Prazo ........................................................................ 109

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

18.2. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRI0 .............................................................. 109

18.2.1. Investimentos a Curto Prazo ......................................................................... 109

18.2.2. Investimentos a Médio Prazo ........................................................................ 109

18.2.3. Investimentos a Longo Prazo ........................................................................ 110

19. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA .............................................................. 111

20. REGULAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE ................................................. 114

21. POLÍTICA E ESTRUTURA TARIFÁRIA ......................................................................... 116

22. INDICADORES DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS ......................................................... 120

22.1. ÍNDICE DE DESEMPENHO DE CONSTRUÇÃ0 ........................................................... 120

23.1.1 Índice de Disponibilidade de Infraestrutura ................................................... 121

23.1.2 Índice de Qualidade de Infraestrutura ........................................................... 122

22.2. INDICE DE DESEMPENHO DE OPERAÇÃO ............................................................... 124

23.2.1 fndice de Eficiência Operacional..................................................................... 125

23. REVISÃO PERIÓDICA DO PMSB ...............................................................................133

24. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA ................................ 134

2S. COMPATIBILIZAÇÃO O PMSB COM A POLÍTICA E O PLANO ESTADUAL DE RECURSOS

HÍDRICOS .......................................................................................................................137

26. FONTES DE FINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSIC0 •. 138

27. REFERENCIAS..........................................................................................................139

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização - Boa Esperança/E$ ................................................................. 25

Figura 2: Principais rotas de acesso do município de Boa Esperança/ES ................................ 26

Figura 3: Zonas naturais do município ..................................................................................... 29

Figura 4: Percentual de moradores com acesso a água ligada à rede e esgoto sanitário

adequado - 1991-2010 ..................................................................................................... 38

Figura 5: Taxa de frequência e conclusão no ensino fundamental -1991-2010 ..................... 39

Figura 6: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - 2009/2011 ....................... 39

Figura 7: Taxa de mortalidade de menores de 5 anos de idade a cada mil nascidos vivos -

1995-2010 ···························································································· ............................ 41


Figura 8: Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos - 2001-2010 ............... 41

Figura 9: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio ltaúnas .............................................................. 47

Figura 10: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus ..................................................... 50

Figura 11: Órgão de Direção e deliberação da CESAN ............................................................. 53

Figura 12: Mostra o fluxo do tratamento da água ................................................................... 62

Figura 13: Sistema de Abastecimento de Água (SAA) na cidade de Boa Esperança ................ 63

Figura 14: Área proposta para instalação da ETE e do ponto de lançamento ......................... 99

Figura 15: Sede do município de Boa Esperança ..................................................................... 99

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: População residente, segundo localização do domicílio ........................................ 31

Quadro 2: População de Boa Esperança 2000 - 2012 ............................................................. 32

Quadro 3: Índices de desenvolvimento ................................................................................... 33

Quadro 4: Equipamentos e benefícios sociais ......................................................................... 33

Quadro 5: Principais Atividades Econômicas .......................................................................... 34

Quadro 6: Principais atividades agrícolas (Área, Produção, Produtividade e valor total das

principais atividades agropecuárias do município) .......................................................... 34

Quadro 7: Atividade Pecuária .................................................................................................. 35

Quadro 8: Aquicultura e Pesca ................................................................................................. 35

Quadro 9: Principais Atividades rurais não agrícolas ............................................................... 36

Quadro 10: Aspectos das Estratificações Fundiárias ............................................................... 36

Quadro 11: Consumo e consumidores de energia elétrica, segundo classes de consumo -

2012 .................................................................................................................................. 37

Quadro 12: Número de estabelecimentos de ensino .............................................................. 40

Quadro 13: Unidades de saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde, por tipo de prestador -

Abril/2009 ......................................................................................................................... 42

Quadro 14: Composição da força de trabalho em 2011 .......................................................... 52

Quadro 15: Certificações de qualidade .................................................................................... 55

Quadro 16: Certificações de qualidade .................................................................................... 56

Quadro 17: Situação do licenciamento ambiental dos SAA. .................................................... 58

Quadro 18: Situação dos mananciais em relação à outorga de captação (Bacia do rio

ltaúnas) ............................................................................................................................. 59

Quadro 19: Características do sistema de recalque - Córrego Perlete ................................... 65

Quadro 20: Características do sistema de recalque - Reservatório ........................................ 65

Quadro 21: Características do sistema de Reservação ............................................................ 66

Quadro 22: Caracterização do sistema de distribuição existente ........................................... 66

Quadro 23: Gerenciamento dos principais impactos .............................................................. 67

Quadro 24: Modelo de balanço hídrico de água ..................................................................... 71

Quadro. 25: Ações desenvolvidas para redução de perdas....................... .. ...................... 74

11
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Quadro 26: Significado de alguns parâmetros analisados no controle de qualidade de água.

·········································································································································· 77
Quadro 27: Faixas de classificação para o IQA adotado pela CESAN ....................................... 79

Quadro 28: Investimentos realizados em saneamento rural. ................................................. 84

Quadro 29: Projeção de demanda de vazão ............................................................................ 95

Quadro 30: Características do Sistema de Adução .................................................................. 97

Quadro 31: Necessidade de investimentos em saneamento rural. ....................................... 100

Quadro 32: Ampliação e melhoria nos sistemas existentes .................................................. 104

Quadro 33: Índice de cobertura de água ............................................................................... 104

Quadro 34: Percentual de redução de perdas ....................................................................... 105

Quadro 35: Ampliação e melhoria nos sistemas existentes .................................................. 106

Quadro 36: Índice de cobertura de esgotamento sanitário .................................................. 106

Quadro 37: Estimativa de investimentos em abastecimento de água .................................. 108

Quadro 38: Estimativa de investimentos em abastecimento de água .................................. 108

Quadro 39: Estimativa de investimentos em abastecimento de água .................................. 109

Quadro 40: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário ................................... 109

Quadro 41: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário ................................... 110

Quadro 42: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário ................................... 110

Quadro 43: Identificam as principais ocorrências, origem e ações de contigência para os

Sistemas de abastecimento de água .............................................................................. 112

Quadro 44: Categorias que compõem a estrutura tarifária .................................................. 116

Quadro 45: Tabela de Tarifas Aplicáveis de acordo com as faixas de consumo, praticadas pela

CESAN ............................................................................................................................. 119

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: % População residente, segundo localização do domicílio ..................................... 31

Gráfico 2: Per capita total e Residencial consumido ................................................................ 62

Gráfico 3: Índice de atendimento e cobertura -Junho/2013 ................................................. 69

Gráfico 4: Percentuais de perdas na distribuição no período de janeiro a dezembro de 2013.

·········································································································································· 75
Gráfico 5: Percentuais de perdas de faturamento no período de janeiro a dezembro de 2013.

·········································································································································· 76
Gráfico 6: Perdas por ligação (Litros/ligação.dia) no período de janeiro a dezembro de 2013 .

.......................................................................................................................................... 76

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1. APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Saneamento Básico, nos termos preconizados pelo Art. 32 da Lei

Federal N2 11.445/07, deve abranger o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações

operacionais de: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Não obstante, tendo em vista que, de acordo com o Art. 192 "a prestação de serviços

públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada

serviço" e, tendo em vista a necessidade de desenvolver ações para adequação dos serviços

de esgotamento sanitário, apresenta-se neste documento o trabalho desenvolvido relativo

às áreas de abastecimento de água potável e ao esgotamento sanitário.

É sabido, no entanto, que para compor a integralidade do Plano Municipal de Saneamento


Básico, devem ser desenvolvidos os trabalhos relativos à limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos e à drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, trabalhos estes em fase

de contratação pela Prefeitura Municipal de Boa Esperança.

O objetivo do Plano Municipal de Saneamento Básico é apresentar a situação institucional

dos serviços e o diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, bem como propor as metas e o Plano de Investimentos para atendimento à

demanda futura de serviços, para o horizonte de 30 (trinta) anos. Tem como finalidade a

universalização do serviço público de abastecimento de água e esgotamento sanitário com

serviços e produtos de qualidade.

O presente plano foi concebido seguindo as diretrizes elaboradas pela concessionária dos

serviços - Companhia Espírito Santense de Saneamento CESAN. As informações que

embasam os estudos envolvem os dados de operação, cadastro técnico fornecido pela

CESAN e o site da companhia e também Secretarias Municipais, publicações técnicas,

cadastro técnico da Prefeitura Municipal de Boa Esperança e bibliografia citada.

De acordo com a Lei de Política Nacional de Saneamento (Lei 11.445/07) o presente Plano

Municipal de Saneamento Básico deve ser divulgado através de audiência pública, colocado

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em consulta pública para receber sugestões, bem como ser revisto a cada 4 (quatro) anos e

é também condição de validação dos contratos de concessão.

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2. INTRODUÇÃO

Proporcionar a todos, o acesso universal ao saneamento básico com qualidade, equidade e

continuidade pode ser considerado como uma das questões fundamentais do momento

atual, postas como desafio para as políticas sociais. Desafio que coloca a necessidade de se

buscar as condições adequadas para a gestão dos serviços.

A Política Pública (art. 92) e o Plano de Saneamento Básico (art. 19), instituídos pela Lei

11.445/07, são os instrumentos centrais da gestão dos serviços. Conforme esses dispositivos,

a Política define o modelo jurídico-institucional e as funções de gestão e fixa os direitos e

deveres dos usuários. O Plano estabelece as condições para a prestação dos serviços de

saneamento básico, definindo objetivos e metas para a universalização e programas,

projetos e ações necessários para alcançá-la.

Prevê-se a implantação de instrumentos norteadores de planejamento relativos a ações que

envolvam a racionalização dos sistemas existentes e de projetos de ampliação, obtendo-se o

maior benefício ao menor custo, somando-se a isso melhorias na qualidade de vida e saúde;

aumentando os índices de satisfação da população e contribuindo para a redução das

desigualdades sociais existentes na região.

Como atribuições indelegáveis do titular dos serviços, a Política e o Plano devem ser

elaborados com participação social, por meio de mecanismos e procedimentos que

garantam à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos

de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços

públicos de saneamento básico (inciso IV, art. 32). Além das diretrizes da Lei Nacional de

Saneamento Básico, a Política e o Plano de Saneamento Básico devem observar, onde

houver o Plano Diretor do Município.

O presente trabalho constitui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município

de Boa Esperança, integrante do Estado do Espírito Santo e tem como objetivo a

universalização do serviço público de abastecimento de água e esgotamento san'tário, com

serviços e produtos de qualidade, em atendimento à Lei Federal 11.445/07.

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Apresenta o diagnóstico técnico do sistema de água e esgotamento sanitário, identifica suas

deficiências, propõe metas e um plano de investimentos com ações de ampliação, melhoria

ou recuperação dos sistemas, para o atendimento à demanda futura de serviços, para o

horizonte de 30 (trinta) anos. Foi elaborado a partir de dados levantados junto à Companhia

Espírito Santense de Saneamento -CESAN e com apoio dos Técnicos desta.

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3. OBJETO

O processo de planejamento conduzido pela Administração Municipal, no exercício da

titularidade compartilhada sobre os serviços de saneamento básico, tem como desafio

formular a Política Pública e elaborar o PMSB. Observadas as especificidades, respectivas

diretrizes e requisitos poderão receber apoio técnico e financeiro das várias esferas do

Governo para o desenvolvimento das ações:

a) A formulação da Política com a definição do modelo jurídico-institucional para as

funções de gestão dos serviços de saneamento básico, das garantias para o atendimento

essencial à saúde, dos direitos e deveres dos usuários, do sistema de informações para o

controle e a avaliação dos serviços e dos mecanismos e normas de regulação, bem como a

elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico;

b) A elaboração do Plano de Saneamento Básico com a abrangência de todo o território

do município e nos quatro serviços: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,

limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.

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4. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO PLANO

Para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Boa Esperança

foram utilizados os principais instrumentos legais relacionados com o setor de saneamento

brasileiro, com abrangência nas esferas federal, estadual e municipal.

Legislação Federal

O serviço público de saneamento básico é tratado expressamente na Constituição da

República Federativa do Brasil, especificamente em seus artigos 21, XX e 23, IX, que

determinam as competências da União, dos Estados-Membros, do Distrito Federal e dos

Municípios; art. 225, que disciplina o direito ambiental ecologicamente equilibrado; e o art.

196, no que tange ao direito à saúde e sua relação com esta espécie de serviço (Art. 196Q).

A Lei NQ 11.445/2007 - Lei do Saneamento Básico -, regulamentada pelo Decreto NQ

7.217/2010 (alterado pelo Decreto NQ 8.211/2014), que estabelece as diretrizes nacionais

para o saneamento básico é uma das leis federais mais importantes para o setor do

saneamento. Em termos de competência institucional e legal, a promulgação desta lei criou

um marco divisório bem definido para o setor de saneamento no Estado brasileiro, pois

possui regras mínimas de relacionamento entre titulares, prestadores de serviços e usuários

dos serviços de saneamento básico, a partir das quais os municípios deverão estabelecer

legislação, normas e entidades próprias de regulação para as atividades operacionais

relacionadas a estes serviços.

A partir da promulgação da Lei Ng 11.445/2007, cabe ao município, como titular dos serviços

públicos, formular a política de saneamento básico, elaborar o seu plano municipal de

saneamento, definir o ente responsável pela regulação e fiscalização, adotar parâmetros de

controle dos serviços executados pelo operador, fixar direitos e deveres dos usuários,

estabelecer mecanismos de controle social, promover a universalização ao acesso dos

serviços de saneamento básico, definir metas, entre outras ações.

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Em julho de 2009 o Conselho das Cidades aprovou a Resolução Recomendada N2 75 de que

estabelece orientações relativas á Política de Saneamento e ao conteúdo mínimo dos planos

de saneamento básico.

A Lei N2 11.107/2005 também é muito importante para o saneamento básico porque dispõe

sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Em seu art. 22, §32 estabelece

que "Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de

obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público,

que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as

condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor". Coube

ao Decreto Federal N2 6.017/2007 regulamentar a citada lei.

Cabe destacar a importância da Lei N2 9.433/1997, que institui a Política Nacional de

Recursos Hídricos, pois trata do uso racional e sustentável da água, proporcionando meios

para organizar, regrar e controlar as disponibilidades e os diversos usos da água, recurso

essencial ao desenvolvimento social e econômico.

O Decreto n2 7.404, de 23 de dezembro de 2010 que regulamenta a Lei n2 12.305, de 2 de

agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê

lnterministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a

Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.

O tratamento legal do saneamento básico, também, está presente em alguns dispositivos de

leis ordinárias, que não dispõem especificamente sobre este serviço público, entre as quais

podem ser citadas, como principais: Lei N2 6.776/1979 - Lei de Parcelamento do Solo-, Lei

N2 8.080/1990 - Lei Orgânica da Saúde -, e Lei N2 10.257/2001 - Estatuto da Cidade.

Saliente-se que estas legislações tratam superficialmente do serviço de saneamento básico,

apesar de este tipo de serviço público ser considerado essencial para a vida dos cidadãos em

distintos aspectos: ambiental, saúde pública e desenvolvimento urbano.

Outros dispositivos legais, em nível federal, que merecem destaque são:

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a) Portaria Nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde, que "estabelece os procedimentos

de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de

potabilidade.

b) Resolução CONAMA Nº 357/2005, que "dispõe sobre a classificação dos corpos de

água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições

e padrões de lançamento de efluentes";

c) Resolução CONAMA Nº 430/2011, que "dispõe sobre as condições e padrões de

Lançamento de efluentes complementa e altera a Resolução 357, de 17 de março de 2005,

do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA";

d) Resolução CONAMA Nº 380/2006, que "retifica a Resolução CONAMA Nº 375/2006 e

define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações

de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados";

e) Resolução CONAMA Nº 377/2006, que "dispõe sobre licenciamento ambiental

simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário".

Legislação Estadual

Os principais instrumentos legais que dizem respeito ao saneamento básico no Estado de

Espírito Santo são:

a) Lei Nº 9096/2008, que estabelece as Diretrizes e a Política Estadual de Saneamento, a

Lei Nº 9264/2009, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos;

b) Lei Nº 5.818/1998 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o

Sistema Integrado de Gerenciamento e Monitoramento dos Recursos Hídricos, do Estado do

Espírito Santo - SIGERH/ES, a LEI Nº 7.499/2003 que dispõe sobre sistemas particulares de

tratamento de esgoto sanitários e dá outras providências;

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c) DECRETO Nº 1.777/2007 que dispõe sobre o Sistema de Licenciamento e Controle

das Atividades Poluidoras ou Degradadoras do Meio Ambiente denominado SILCAP, alterado

pelo Decreto nº. 1972-R, de 26 de novembro de 2007;

d) DECRETO Nº 2319-R, DE 04 DE AGOSTO DE 2009. Regulamenta a Lei Complementar

nº 477, de 29 de dezembro de 2008, que criou a Agência Reguladora de Saneamento Básico

e Infraestrutura Viária do Espírito Santo -ARSI.

Legislação Municipal

No âmbito municipal os principais instrumentos legais que tratam as questões relacionadas

ao saneamento básico são:

a) LEI ORGÂNICA Nº 01/1990, de 05 de abril de 1990. Dispõe sobre a Lei Orgânica do

Município de Boa Esperança.

b) LEI Nº 1.423/2011, DE 21 DE MARÇO DE 2011. Dispõe sobre o Código de Meio

Ambiente no Município de Boa Esperança - ES e dá outras providências.

c) LEI Nº 853, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1993. Institui normas sobre política

administrativa - Código de Posturas - no Município de Boa Esperança, Estado do Espírito

Santo.

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5. LEI DE DIRETRIZES NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO - TITULARIDADE

A Lei de Diretrizes Nacional Saneamento Básico - LDNSB, ao positivar parcialmente a

concepção de saneamento ambiental, concebeu os serviços de saneamento como um

conjunto integrado de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento

de água, de esgotamento sanitário, de drenagem e manejo de águas pluviais e, por fim, de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (art. 3Q, caput, alíneas "a" a "d").

Com efeito, a LDNSB rompe com a concepção tradicional de que o saneamento básico é

sinônimo de abastecimento de água e esgotamento sanitário, passando a abrigar a limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos e, ainda, a drenagem e manejo de águas pluviais.

Portanto, quem for o titular dos serviços de saneamento básico, será do conjunto de

serviços, e não só de um deles.

A Constituição da República Federativa do Brasil - CRFB/88 não diz, expressamente, quem é

o titular dos serviços de saneamento básico. A LDNSB também foi omissa sobre a matéria.

De qualquer forma, é certo que as formas de cooperação federativa, inclusive a gestão

associada que pode ser concretizada pelos consórcios públicos ou pelos convênios de

cooperação firmados entre Estados e Municípios (art. 241, da CRFB/88), representam, de

forma efetiva, a saída para o impasse da titularidade dos serviços de saneamento básico,

viabilizando, assim, a boa gestão deles. Isso se explica porque os entes políticos se juntam

para resolver problemas comuns a todos, os quais sozinhos não seriam capazes de resolver.

Com isso, a gestão dos serviços de saneamento básico partirá de um consenso construído

pelos entes políticos envolvidos, diminuindo, assim, as divergências sobre divisão de

competência federativa que a matéria envolve.

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6. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

6.1. HISTÓRIA

Um dos últimos refúgios indígenas, Boa Esperança foi terra habitada pelos índios Botocudos.

O município de Boa Esperança foi criado a partir de uma pequena sesmaria de terras, dando

origem aos primeiros povoados, atraídos pela exploração de madeira da região, rica em

jacarandá e peroba. Em 1920 foi instalada a primeira serraria de madeira movida a vapor,

transportado através do braço do rio São Mateus (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly,

J.R., 2011).

Com a desvalorização da madeira a serraria foi extinta e passou-se a produzir apenas

madeira em toras que eram transportadas, por meio do rio do Norte alcançando o rio São

Mateus, até a cidade de São Mateus, onde as madeiras eram segregadas e as de melhor

qualidade seguiam para a cidade do Rio de Janeiro.

No ano de 1939, o transporte da madeira, que até então era feito somente por bois de canga

e pelo rio do Norte, passa a ser realizado por caminhão, surgindo assim às primeiras

estradas, até então apenas carreiras no meio da mata.

O município de Boa Esperança foi elevado à categoria de Distrito em 1949, através da Lei

nº 65.265, de 22 de outubro de 1949, sendo criado anos depois, pela Lei nº 1.912, de 28 de

dezembro de 1963, que foi publicada no Diário Oficial em 04 de janeiro de 1964. O município

foi desmembrado de São Mateus e instalado no dia 03 de maio de 1964 (Azevedo e Kohlz).

A partir de 1950 os italianos começaram a chegar à região e a economia foi intensificada

com a monocultura do café, aliada à extração de madeira que ainda continuava a ser feita

pelos desbravadores.

6.2. LOCALIZAÇÃO E ÁREA

Boa Esperança é um município brasileiro do estado do Espírito Santo, com uma área de

428,61 Km' (cerca de 0,93% do territorio estadual). Localiza-se na região noroeste a uma
latitude de 18º 32' 24" sul e a uma longitude de 40º 17' 45" oeste, estando a uma altitude de

······~~ 24

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140 metros, limita-se ao Norte com o Município de Pinheiros, ao Sul com Nova Venécia, a

Leste com São Mateus e a Oeste com Ponto Belo (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly,

J.R., 2011).

O município possui 24 comunidades e está dividido em 03 distritos: Sede, São José do

Sobradinho e Santo Antônio do Pouso Alegre distantes respectivamente, 25 Km e 9Km da

sede.

A figura 1 apresenta a localização do município de Boa Esperança/ES.

Figura 1: Mapa de localização - Boa Esperança/ES.

6.3. PRINCIPAIS ROTAS DE ACESSO

À distância até a capital do Estado é de cerca de 280 km tanto pela rodovia ES-130 via Nova
Venécia totalmente asfaltada, como pela BR-101 via São Mateus, também totalmente

asfaltada (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

.. ... ·.~···~
· ·
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Figura 2: Principais rotas de acesso do município de Boa Esperança/ES.

6.4. TURISMO

Quanto aos aspectos Turísticos, o município de Boa Esperança oferece alguns atrativos

turísticos com paisagens naturais ideais para quem aprecia o contato com a natureza. O

mercado de eventos da área de agroturismo vem mostrando um crescimento anual bastante

significativo, evidenciando a preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento

sustentável. Esse potencial reafirma a capacidade de expansão econômica, sobretudo, no

turismo. Dentre os destaques turísticos podemos citar; (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.;

Verly, J.R., 2011).

• Pedra da Botelha

Localizada a 22 km do centro de Boa Esperança, a Pedra da Botelha é considerada o cartão

postal do município. O local atraia aventureiros de toda parte para a realização de escaladas,

rapei, voo de parapente, e caminhadas ecológicas. No alto do monte, o turista vai se

maravilhar com a paisagem de tirar o fôlego. O trajeto dura em média uma hora.

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• Pedra do Presidente

• Prainha de Areial

Localizado na propriedade de um casal da região o local já é conhecido e visitado. É uma

praia de água doce e areia branca formada pelo Rio do Norte (rio que marca a divisa entre os

municípios de Nova Venécia e Boa Esperança). A família mantém um bar/lanchonete aos

finais de semana para dar suporte aos visitantes e não há restrição para quem quiser

acampar por lá.

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6.5. ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS

6.5.1. Relevo e Geologia

Boa Esperança possui 62 % de sua topografia plana, e os 38% restante sendo acidentadas. O

relevo varia de suavemente ondulado a plano, sendo o ponto mais elevado o Morro do

Oratório, com 442m de altitude.

O solo predominante no município é do tipo Latossolo Vermelho Distrófico (LVD11). Apesar

de muitos produtores terem consciência e fazerem um trabalho de proteção do solo, o

mesmo está sofrendo com os efeitos da agricultura convencional praticada sem critério. O

manejo do solo sem critérios técnicos, como por exemplo, uso inadequado da irrigação, uso

abusivo de defensivos químicos, exposição do solo e uso frequente sem rotação de culturas

vem contribuindo para a ampliação das áreas erodidas (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.;

Verly, J.R., 2011).

6.5.2. Clima

O clima é tropical úmido, com inverno seco e chuvas máximas no verão com precipitação

média do mês mais seco superior a 60 mm. Nos meses mais frios, a média varia entre 11,8 e

18,0ºC e nos mais quentes entre 30,7 e 34,0ºC (CESAN, 2012).

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A média das precipitações pluviométricas nos últimos 20 anos compreendidos entre 1987 a

2007 atinge valores de 1064 mm, com um período de maior precipitação entre os meses de

novembro a março, concentrando quase 70 % da chuva anual nestes meses (Rodrigues, L.;

Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

Existe deficiência hídrica pronunciada no município de Boa Esperança em praticamente

todos os meses do ano, sendo que o período de excedente hídrico ocorre apenas no mês de

dezembro. Já nos meses de janeiro, março e novembro não há nem deficiência nem

excedente hídrico. O local apresenta distribuição sazonal das chuvas com dois períodos bem

distintos: um seco, entre os meses de abril a outubro, e outro chuvoso nos demais meses.

Tanto o balanço hídrico quanto as classificações climáticas evidenciam a necessidade de

irrigação durante os meses de deficiência hídrica.

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Figura 3: Zonas naturais do município.

6.5.3. Hidrografia

As bacias que compõem a paisagem hidrográfica do município são as dos rios ltaúnas e São

Mateus, que totaliza uma área de 433,0Km 2 • Destaca-se como principais rios: ltauninhas e

Braço Norte do São Mateus (CESAN, 2012).

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Córrego Perlete

O córrego Perlete é o manancial de captação que atende o sistema de abastecimento de

água de Boa Esperança, afluente do rio ltaúnas, onde possui uma barragem de nível para

captação de 30,8L/s, representando 110 % da vazão mínima do manancial. Esse indicador

demonstra que essa captação está no limite da sua disponibilidade hídrica (REZENDE, 2002).

No córrego Perlete a vazão é visivelmente baixa para atender a demanda de abastecimento

urbano e tem se tornado escassa devido a utilização da água para irrigação das propriedades

a montante da captação. Em períodos de seca, é necessário solicitar a liberação da água aos

produtores rurais que possuem barragens a fim de atender a demanda da cidade. Deste

modo, pode-se inferir que a captação no Córrego Perlete, já nõa atende as necessidade

atuais de abastecimento em períodos de estiagem.

Rio ltaúnas

O Rio ltaúnas brota aos pés da serra que separa capixabas e mineiros, pouco antes de chegar

à Bahia. Banha oito municípios em sua bacia hidrográfica, percorrendo 34 km até chegar ao
mar. Parte do trajeto está dentro do Parque Estadual de ltaúnas. Junto ao mar, ainda

alimenta e ajuda na formação de um gigantesco manguezal. Há várias regiões de alagados.

Rio São Mateus

É formado por dois braços, o rio Cotaxé ou rio do Norte, com 224 km de extensão, cuja

nascente se localiza no município de Ouro Verde, em Minas Gerais, e o rio São Mateus ou

Cricaré, ou ainda Braço Sul, com 188 km, com nascente localizada no município de

ltajubinha, também em Minas Gerais.

6.5.4. Vegetação

O município acompanha a crescente preocupação ambiental, desenvolvendo diversas ações

de conservação e educação ambiental. Dentre as diversas atividades, citamos: a formação de

Corredores Ecológicos, revitalização de nascentes, recuperação de Áreas de Preservação


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Permanentes, Recuperação de Áreas Degradadas, Palestras e Reuniões nas Escolas,

Comunidades, Associações, etc.

Boa Esperança está localizada no entorno do semiárido, tornando a região propensa a seca e

a processos de desertificação. Por outro lado, por possuir fragmentos florestais, o município

está inserido no Corredor Ecológico Córrego do Viado. Dos 42.953,00 ha, restam hoje

somente 1.769,00 ha com florestas nativas, o que equivale a 4% da área de floresta

(Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

6.6. POPULAÇÃO

Em pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, divulgada

no Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, Boa Esperança ocupa, em relação ao

Espírito Santo, o 62º lugar (0,694), no ranking do l.D.H. - Índice de Desenvolvimento Humano

(PNUD/2000). Os índices avaliados foram: longevidade, mortalidade, educação, renda e sua

distribuição (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

Quadro 1: População residente, segundo localização do domicílio.

LOCALIZAÇÃO DO 1 li 1 1

DOMICÍLIO

Urbana 4.631 9.169 5.065 5.174 10.239


Rural
-lrãl'll~IBlll~~f;i;i ~'.~~~t~rl~~~ wllflt*~~Jiilll~~Wlf~~t~·
Total° 6.!154 6.725 13.679 7.179 7.020 14.199

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Gráfico 1: % População residente, segundo localização do domicílio.

31
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

100,00%
90,00%
72,11%
80,00%
70,00%
60,00% 111 Urbana
50,00%
Ili Rural
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
QCXJ% ·1<'.'-~~~~~~·---r--~~~.~--~·--~"

20CXJ 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e 2010.

Quadro 2: População de Boa Esperança 2000 - 2012.

POP. IBGE

20001

2001 2 13.752

2002 2

2003 2 13.918

20042

2005 2 14.165

2006'

2007 3

20082

2009 2 13.119

20101 14.199

2011 2 14.239

20122
Fonte: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas populacionais - IBGE; (3) Contagem
populacional - IBGE (1996/2007).

«t 32
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Assistência e desenvolvimento social

Quadro 3: Índices de desenvolvimento.

Valor Posição no
ranking

* Ranking Nacional, demais ranking Estadual.


Fonte: SETADES/MDS. Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN.

Quadro 4: Equipamentos e benefícios sociais.

Discriminação Boa Esperança Espírito Santo

Fonte: Relatório de Informações Sociais. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 2013. Banco
de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A (BNDES).
Nota: (1) CADÚNICO significa cadastro único para os programas sociais do governo federal.

6.7. ASPECTOS ECONÔMICOS

A exclusividade, na pecuária, da criação extensiva e a predominância, até passado recente,

da monocultura do café, vinham contribuindo para que a oferta de empregos e a circulação

de dinheiro se restringissem praticamente aos meses de abril a julho.

A introdução da cultura da cana-de-açúcar contribuiu para amenizar esta situação, embora

ainda permaneça relativamente desfavorável, sobretudo em função da baixa especialização

da mão de obra local no que se refere à atividade alcooleira, e o problema social que traz

oriundo de mão de obra vindo de outros estados.

O café conilon é de grande importância socioeconômica para o município, por envolver

quantidade significativa de mão-de-obra no seu cultivo. É comercializado por compradores


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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

locais e de outros municípios, representando também para o comércio local maior

incremento nas vendas de insumos agrícolas, provisões e equipamentos domésticos,

vestuário, materiais de construção, entre outros.

Apesar dos grandes significados da cafeicultura, vários agricultores optam por diversificar

suas propriedades, com o objetivo de dispor de fontes alternativas de renda, como por

exemplo: cana-de-açúcar, seringueira, mamão, abacaxi, maracujá, banana, mandioca,

pimenta-do-reino e cereais (Rodrigues, L.; Lino, R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

A agricultura representa 78% da economia do municio, e desses 78%, 43% são das colheitas

do café, iniciadas em maio. O município também tem uma forte potência na cultivação e

exportação de pimenta-do-reino e uma parcela visível na produção de mamãos-papaia.

Cerca de 27% da população são desempregados e 14% são analfabetos (Rodrigues, L.; Lino,

R.; Kuster, 1. S.; Verly, J.R., 2011).

Quadro 5: Principais Atividades Econômicas.

Atividades % No PIB Municipal

Agropecuária

8,36

Comércio e Serviços

Fonte:http://www.ijsn.es.gov.br/index.phpption=com_content&view=category&layout=blog&id=281&1temid=
258.

Quadro 6: Principais atividades agrícolas (Área, Produção, Produtividade e valor total das principais atividades
agropecuárias do município).

li
Produto Área Total Área a ser Quantidade Rendimento
(ha) Colhida (ha) Produzida (J) Médio (kg/ha) .

Abacaxi 4 4 180 45000 180


Banana
Borracha
Café

Coco-da-baía
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Feijão - safra 1 75 75 150 o o


Feijão - safra 2
Goiabada 2 2 40 20000 40
Laranja
Mamão 175 175 21000 120000 21000
Mandioca 375;
Manga 16 16 192 12000 192
Maracujá 10so
Milho - Safra 1 280 280 1120 4000 1120
Palmito
Pimenta
Total
Fonte: IBGE/LSPA do Estado do Espirita Santo (Agosto/2010).

Quadro 7: Atividade Pecuária.

Município Tipo de Rebanho

--
Fonte: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/ppm/default.asp e

http://www.sid ra .i bge .gov .br /bda/pecua/ dela u lt.asp?

Quadro 8: Aquicultura e Pesca.

PRODUÇÃO ESP€CIE INFORMAÇÕES

PEIXES

OUTROS PEIXES ( ) Produção em toneladas - 6

Fonte: INCAPER/ELDR Boa Esperança, 2010.

······~··~35
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Quadro 9: Principais Atividades rurais não agrícolas.

-- Atividades Número de Estabelecimentos

-
- ·Artesanato 3

Fonte: INCAPER/ELDR Boa Esperança, 2010.

6.8. INFRAESTRUTURA URBANA

6.8.1. Aspecto Fundiário

Os aspectos fundiários de um município refletem, a grosso modo, a forma como a terra está

sendo distribuída entre as pessoas e os grupos. Existem muitas formas de observar e

conceituar a partir desses números. Optamos por utilizar dados do Incra (Instituto Nacional

de Colonização e Reforma Agrária) onde a quantidade de módulos fiscais define a

propriedade em minifúndio, pequena (entre 1 a 4 módulos fiscais), média (acima de 4 até 15

módulos fiscais) e grande propriedade (superior a 15 módulos fiscais). Os módulos fiscais

variam de município para município, levando em consideração, principalmente, o tipo de

exploração predominante no município, a renda obtida com a exploração predominante e o

conceito de propriedade familiar (entre outros aspectos, para ser considerada familiar, a

propriedade não pode ter mais que 4 módulos fiscais).

Em Boa Esperança módulo fiscal equivale a 20 hectares.

A estrutura fundiária de Boa Esperança retrata o predomínio das pequenas propriedades, de

base familiar, onde os trabalhos produtivos são feitos pela própria família ou no regime de

parcerias agrícolas. A estrutura fundiária encontra-se assim distribuída:

Quadro 10: Aspectos das Estratificações Fundiárias.

Município Minifúndio Pequena Média Grande Total

Boa Esperança

Fonte: INCRA, dados de janeiro de 2011.

M 36

'~
PLANO MUNICIPAL OE SANEAMENTO BÁSICO OE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A agricultura familiar é de grande importância para o município, sendo ela responsável por

grande parte da geração de emprego e serviços. Destacamos um grande número de

pequenas propriedades, como também grande número de meeiros, comodatários e

arrendatários.

6.8.2. Limpeza Pública

Boa Esperança gera em média cerca de 08 toneladas de lixo doméstico por mês. Todo esse

lixo é recolhido adequadamente pelo serviço de limpeza urbana da Secretaria de

Infraestrutura, por meio de serviço terceirizado, é encaminhado ao aterro controlado

distante cerca de 3,5 Km da sede do município.

No entanto, para administrar essa destinação a prefeitura tem um alto custo, pois paga por

tonelada de lixo que é contabilizado desde o serviço de recolhimento até a disposição no

aterro. Essa realidade que se buscou despertar nos educadores e nos agentes para que o

trabalho de mobilização seja de forma íntegra, e consciente.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, "a capacitação do corpo docente e dos agentes de

mobilização de campo é parte primordial no processo de aplicação da educação ambiental

nas escolas e comunidades".

6.8.3. Energia Elétrica

A concessionária de energia elétrica é a ESCELSA - Espírito Santo Centrais Elétricas S/A, que

fornece energia com as seguintes características (Quadro 11):

Quadro 11: Consumo e consumidores de energia elétrica, segundo classes de consumo - 2012.

Classes de Consumo Consumo anual (kwfi) Número de


Consumidores
Total
Residencial
Industrial
Comercial 1.877.719 7,89% 328 5,51%
Rural
Outros 2.196.208 9,23% 98 1,65%
Fonte: Escelsa/2012. Prefeitura Municipal de Boa Esperança.

·~··· t37
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.8.4. Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Neste Município, em 2010, 72,0% dos moradores tinham acesso à rede de água geral com

canalização em pelo menos um cômodo e 49,0% possuíam formas de esgotamento sanitário

considerado adequado.

No Estado, em 2010, o percentual de moradores urbanos com acesso à rede geral de

abastecimento, com canalização em pelo menos um cômodo, era de 95,3%. Com acesso à

rede de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica) eram 83,7%.

-19 ••

Figura 4: Percentual de moradores com acesso a água ligada à rede e esgoto sanitário adequado - 1991-2010.

6.9. EDUCAÇÃO

No município, em 2010, 12,3% das crianças de 7 a 14 anos não estavam cursando o ensino

fundamental. A taxa de conclusão, entre jovens de 15 a 17 anos, era de 65,0%. No entanto,

para que, em futuro próximo, não haja mais analfabetos, é preciso garantir que todos os

jovens cursem o ensino fundamental. O percentual de alfabetização de jovens e

adolescentes entre 15 e 24 anos, em 2010, era de 97,9%.

No Estado, em 2010, a taxa de frequência líquida no ensino fundamental era de 85,0%. No

ensino médio, este valor cai para 49,9%.


PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

100
o 1991
80 li 2010

60

40

20

Figura 5: Taxa de frequência e conclusão no ensino fundamental -1991-2010.

O IDEB é um índice que combina o rendimento escolar às notas do exame Prova Brasil,

aplicado a crianças da 4ª e 8ª séries, podendo variar de O a 10. O município de Boa

Esperança está na 2.145.ª posição, entre os 5.565 do Brasil, quando avaliados os alunos da

4.ª série, e na 2.116.ª, no caso dos alunos da 8.ª série.

O IDEB nacional, em 2011, foi de 4,7 para os anos iniciais do ensino fundamental em escolas

públicas e de 3,9 para os anos finais. Nas escolas particulares, as notas médias foram,

respectivamente, 6,5 e 6,0.

s.o
o 2009


11111 2011

'·º
4.0

3.0

2.B

1.0

0.B

Figura 6: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - 2009/2011.

Fonte: Ministério da Educação - IDES


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De acordo com a Secretaria de Educação, o município de Boa Esperança possuía cerca de:

Matrículas em educação infantil: 477

Matrículas no ensino fundamental: 3.103

Matrículas no ensino médio: 889

Quadro 12: Número de estabelecimentos de ensino.

..
Nível de Ensino
.. . Rural

Educação Infantil

Ensino Fundamental 3 21

Ensino Médio

Supletivo 6 1

Total

Fonte: Prefeitura Municipal de Boa Esperança.

6.10. SAÚDE

O número de óbitos de crianças menores de um ano no município, de 1995 a 2010, foi 68. A

taxa de mortalidade de menores de um ano para o município, estimada a partir dos dados

do Censo 2010, é de 20,2 a cada 1.000 crianças menores de um ano.

Das crianças de até 1 ano de idade, em 2010, 3,0% não tinham registro de nascimento em

cartório. Este percentual cai para 0,7% entre as crianças até 10 anos.

O número de óbitos de crianças de até um ano informados no Estado representa 99,8% dos

casos estimados para o local no ano de 2008.

Esse valor sugere que pode ter um baixo índice de subnotificação de óbitos no município.
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Entre 1997 e 2008, no Estado, a taxa de mortalidade de menores de 1 ano corrigida para as

áreas de baixos índices de registro reduziu de 19,3 para 14,5 a cada mil nascidos vivos, o que

representa um decréscimo de 24,9% em relação a 1997.

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Figura 7: Taxa de mortalidade de menores de 5 anos de idade a cada mil nascidos vivos - 1995-2010.

Algumas doenças são transmitidas por insetos, chamados vetores, como espécies que

transmitem malária, febre amarela, leishmaniose, dengue, dentre outras doenças.

216
220

200
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180

160

140

120

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Figura 8: Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos - 2001-2010.

cr 41
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

No município, entre 2001 e 2009, houve 473 casos de doenças transmitidas por mosquitos,

dentre os quais 26 casos confirmados de malária, nenhum caso confirmado de febre

amarela, 5 casos confirmados de leishmaniose, 442 notificações de dengue. A taxa de

mortalidade (a cada 100 mil habitantes) associada às doenças transmitidas por mosquitos no

Estado, em 2009, foi de 0,1.

De acordo com dados do Ministério da Saúde - DATASUS, o município de Boa Esperança

possui:

Número de unidades de saúde: 21

Número de leitos à disposição do SUS: 26

Número de internações hospitalares do SUS em 2012: 1.011

Quadro 13: Unidades de saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde, por tipo de prestador -Abril/2009.

.. . . .
. . .' Número de prestadores

Total
Público Municipal 11 52,38
Privado sem fins lucrativos
Privado 2 9,52
Pessoa Física
Sindicato
Fonte: DATASUS. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde -Abril/2009. Elaboração: Instituto Jones dos

Santos Neves - IJSN.

6.11. COMUNICAÇÃO SOCIAL

O plano de comunicação social tem os seguintes objetivos:

a) Divulgar amplamente o processo, as formas e canais de participação e informar os

objetivos e desafios do PMSB;

b) Disponibilizar as informações necessárias à participação qualificada da sociedade

nos processos decisórios do plano;

42
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c) Estimular todos os segmentos sociais e participarem do processo de planejamento

e da fiscalização e regulação dos serviços de saneamento básico.

Mobilização Social e Saneamento Ambiental

Para a eficácia e eficiência da utilização pública dos sistemas de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário, se faz necessário o desenvolvimento de práticas educativas junto à

população beneficiada pelos serviços. Trata-se do desenvolvimento de ações de

sensibilização e orientação que devem ocorrer em todas as etapas da implantação dos

Sistemas, como também, de forma processual e permanente.

Nesse contexto, fica evidente a importância da Educação Ambiental, a qual exerce o papel

fundamental de esclarecer o que é saneamento e de despertar para a responsabilidade de

todos com as questões socioambientais.

Para tanto, torna-se necessário atuar junto às escolas da área de abrangência dos

empreendimentos, visando o apoio à adesão, uso e conservação dos sistemas. As ações

educativas objetivam sensibilizar a comunidade escolar quanto as perspectivas da região em

que vivem enfocando o saneamento ambiental e recursos hídricos.

Da mesma forma, as comunidades beneficiadas pelos investimentos, deverão ser envolvidas,

através de ações educativas em saneamento ambiental com o objetivo de minimizar os

impactos das obras, como também, estimular a adesão do imóvel ao sistema.

Nos serviços de esgotamento sanitário a resistência da população em conviver com os

impactos da implantação dos sistemas, como sua operação e tarifação, tem sido um

problema constante, principalmente por falta de envolvimento da população em sua gestão,

não compreendendo a importância dos serviços e sua necessidade visando minimizar os

impactos ambientais.

Para tanto, a metodologia qualitativa se apresentou como uma alternativa para elucidar as

interações dinâmicas entre as características individuais e comunitárias. Encontros com

professores, palestras em escolas, orientação individual ao estudante, abordagem

.f 43
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domiciliar, eventos em datas alusivas ao meio ambiente, além de visitas as ETAs e ETEs

abrangendo a todos os níveis de ensino e a todos os imóveis beneficiados são estratégias

adotadas.

Nesse sentido, é essencial a exploração de temas como: saneamento ambiental e qualidade

de vida, importância da água, poluição e contaminação dos recursos hídricos, utilização

inadequada dos poços freáticos ou artesianos, sistema de tratamento de água, uso correto

da água tratada, limpeza da caixa d'agua, tratamento e destino adequado dos esgotos

domésticos, lançamento indevido de óleo usado nas redes, adesão aos sistemas e os

benefícios advindos dos mesmos.

Os projetos deverão envolver além de escolares e comunidades, outras instituições e/ou

organizações não governamentais, engajando a sociedade para garantir a continuidade e

permanência no processo educativo estimulando o fortalecimento de parcerias na formação

de equipes que atuem como agentes multiplicadores iniciando e/ou ampliando a abOrdagem

de questões relativas ao tema.

Busca-se, através das ações desenvolvidas, otimizar o uso dos sistemas operados, além de

possibilitar uma abordagem ambiental , visando a promoção da saúde humana e a

conservação do meio físico e biótico, além de envolver os diversos elementos que

partidpam do processo, contribuindo para maior eficácia dos trabalhos desenvolvidos.

Compreender as questões ambientais para além de suas dimensões biológicas, químicas e

físicas, enquanto questões sócio-políticas exige a formação de uma "consciência ambiental"

e a preparação para o exercício da cidadania, como processo constituinte de novas relações

dos seres humanos entre si e deles com a natureza.

44

t
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7. GESTÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS

Bacia do Rio ltaúnas

A bacia hidrográfica do rio ltaúnas drena as águas de oito municípios, desaguando por fim no

Oceano Atlântico. Nos 34 quilômetros finais de seu trajeto, atravessa o Parque Estadual de

ltaúnas, uma área de preservação ambiental que forma uma grande extensão de alagados,

dando origem a um manguezal onde coexiste uma rica biodiversidade de plantas e de

animais marinhos.

A bacia do rio ltaúnas encontra-se em uma região de clima tropical úmido. A partir da

análise dos registros pluviométricos de três estações selecionadas: São João do Sobrado,

Fazenda Limoeiro e ltauninhas, situadas respectivamente nos municípios de Pinheiros,

Montanha e São Mateus, foi possível caracterizar os regimes pluviométricos da bacia ao

longo do período de registros, sendo esta caracterização de fundamental. importância para

entender a dinâmica dos processos hidrológicos que concorrem à degradação hidro-

ambiental na bacia.

Predominantemente, grande parte da bacia é ocupada pela pecuária e agricultura, com

extensa pastagem, plantações de cana-de-açúcar e silvicultura. Essas duas ocupações

predominantes implicam numa maior ocorrência da poluição do tipo difuso. Com pequenos

centros urbanos a contribuição a partir das fontes de poluição pontuais típicas em regiões

urbanas parece não ser de grande escala, devido à baixa densidade demográfica da bacia,

mas nos períodos de estiagem podem representar uma pressão significativa considerando-se

a limitação do processo de diluição característica dessa época, por conta da baixa vazão no

sistema fluvial.

De fato, o desenvolvimento de atividades agropecuárias implica no uso de pesticidas e

fertilizantes. O uso de tais compostos químicos podem ocasionar alterações das

propriedades físicas, químicas e hidráulicas do solo. Como consequências, os processos de

infiltração, de escoamento superficial e subterrâneo são significativamente afetados,

,_.\ ..
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podendo culminar em poluição dos corpos hídricos, caracterizando a poluição do tipo difuso.

O efeito indesejável desses eventos é o comprometimento da qualidade das águas da bacia.

A região hidrográfica do rio ltaúnas situa-se no extremo norte capixaba. O ltaúnas é um rio

de domínio estadual com afluentes nos estados da Bahia e Minas Gerais. Sua área de

drenagem total, considerando seus tributários baianos e mineiros, é de 4.932 km 2 • Porém a

área de drenagem no estado do Espírito Santo é de 4.391 km 2 • Os principais afluentes do

ltaúnas pela margem esquerda são: córrego Barreado, ribeirão ltauninhas, córrego Dourado,

córrego Santa Luzia, córrego da Lama, córrego da Estiva, córrego Grande e o córrego

Taquaruçu. Pela margem direita: córrego Dezoito, córrego Limoeiro, rio do Sul, córrego

Palmeiras, córrego Guariba, rio Preto do Norte, córrego do Angelim. A sua classificação no

sistema de Ottobacias é 7597-ES.

A região hidrográfica do ltaúnas apresenta baixos índices de precipitações pluviométricas.

Nas cabeceiras do rio ltaúnas, onde se situam os afluentes da margem esquerda, os totais

pluviométricos, média anual, variam entre 870 e 1040 mm. Pela margem direita os índices

de precipitação pluviométrica são um pouco maiores, variando entre 1040 e 1170 mm. Os
baixos índices pluviométricos na bacia do rio ltaúnas indicam certa limitação para o

desenvolvimento de atividades hidrointensivas como agricultura irrigada, por exemplo. O

baixo índice pluviométrico da região faz com que a disponibilidade hídrica da bacia seja

reduzida.

A região abrange parcialmente os municípios de Conceição da Barra, Ponto Belo, Boa

Esperança e São Mateus, e totalmente os municípios de: Pedro Canário, Mucurici, Montanha

e Pinheiros. Nos municípios são produzidas atividades produtivas de setores variados como
pecuária, piscicultura, turismo, agricultura e produção industrial. Na indústria destaca-se a

produção nas áreas de mineração, indústria madeireira, alimentícia (produção de farinha de

mandioca), moveleira e a produção alcooleira.

A cobertura vegetal preponderante na bacia é de pasto, com áreas com cultives

permanentes e esparsos de frutíferas (banana, laranja, coco, melancia e maracujá) e com

outros cultives perenes como pimenta do reino e café. São também importantes as culturas

~ r
·······~··.·.·.•.·.

46
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

de cana-de açúcar e de mandioca. O excessivo desmatamento praticado para o

desenvolvimento das atividades agrícolas, o desmoronamento das margens dos rios e o

barramento de muitos mananciais de superfície para a reservação da água são problemas

sérios que pressionam os recursos hídricos nesta bacia.

A região hidrográfica possui as seguintes unidades de conservação de proteção integral:

REBIO córrego do Veado, córrego Grande, parque estadual ltaúnas, reserva ecológica do

córrego do Jacarandá, estação ecológica da Barra Nova. Unidades de conservação de uso

sustentável: a RPPN fazenda Cristina, a APA Conceição da Barra e a floresta nacional do Rio

Preto.

Os municípios de Mucurici, Montanha, Pedro Canário, Pinheiros, Conceição da Barra (parte),

Ponto Belo (parte), Boa Esperança (parte) e São Mateus (parte) são localizados dentro da

área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio ltaúnas.

A Figura 9 apresenta o mapa com os limites da bacia do rio ltaúnas no Estado do Espírito

Santo, seus principais afluentes e limites municipais.

Bacia Hidrográfica do Rio ltaúnas

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Legenda
Limite (la Bocia
M Unid3des de Conservação
~ lJtn1tG Mulli.c:<P31
""""'RKI ttaunas
,-..,__, Rios Pllocipai~

• '$ad~s

Escala -1:500.000
6 4 o 16
SÃO MATEUS Km

Figura 9: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio ltaúnas.

···~ r 47
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Bacia do Rio São Mateus

O Rio São Mateus, cujas nascentes estão localizadas em Minas Gerais, a cerca de 1000m de

altitude, é formado por dois braços: o rio Cotaxé (braço Norte), que nasce no município de

ltambacuri - MG, com 244 km de extensão e o rio Cricaré (braço Sul), que nasce no

município de São Félix de Minas - MG, com 188 km. Da nascente até a altura de Nova

Venécia - ES e Boa Esperança - ES, tanto esse curso d'água como seus afluentes, possuem

muitas corredeiras e pequenas cachoeiras.

A largura máxima do rio é de 15 metros, aproximadamente. A bacia do Rio Cricaré (São

Mateus) é formada por 25 municípios, dos quais 14 mineiros e 11 capixabas, totalizando

uma área de 6.933,345km.

Os municípios situados na área de abrangência da Região Hidrográfica são: Mantenópolis,

Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Conceição da Barra,

Ecoporanga, Mucuri, Nova Venécia, Ponto Belo, Vila Pavão e São Mateus e outros 12

municípios no estado de Minas Gerais.

A região atravessada tem, basicamente, dois tipos climáticos: o tropical úmido (chuvoso),

nas proximidades do litoral, e o principal sub-úmido, com estação seca no inverno, nas

cabeceiras.

O Rio Cricaré ou Braço Sul do Rio São Mateus: nasce no Alto do Mantena, a uma altitude de

aproximadamente 750 metros, no município de São Felix de Minas. Esse rio drena uma área

de 1.761,03 km 2 , e tem como principais tributários, pela margem esquerda, os córregos São

José do Mantena e Pitengo e o ribeirão ltabira, e, pela margem direita, o córrego Central e o

ribeirão Manteninha.

O Rio Preto nasce na Serra do São Mateus, no município de Nova Belém, a 730 metros de

altitude. Sua área de drenagem é de 719,04 km 2 (no Território percorre aproximadamente

312,02 km 2 ). Sua extensão, até o limite da área em estudo, é de 23 km, e até a foz, 51 km, no

rio Cricaré ou Braço Sul do Rio São Mateus no Estado do Espírito Santo.

··~ 48
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A principal causa da degradação da Bacia Hidrográfica do São Mateus é o desmatamento

indiscriminado, tanto nas cabeceiras como na região dos tabuleiros costeiros. Há problemas

de eutrofização de represas e lagos, poluição por pesticidas organo - sintéticos usados nas

lavouras intensivas. Além disso, verifica-se a construção de estradas mal projetadas e não

conservadas; o uso indevido do fogo; e a ausência quase absoluta de práticas

conservacionistas na implantação e manutenção das áreas de cultivo.

Além dos problemas causados pela erosão das margens dos rios da bacia, devido à

destruição das matas ciliares, detectou-se alguns malefícios causados por algumas obras

hidráulicas, como, por exemplo, a drenagem de zonas inundáveis com grandes modificações

da calha dos rios; e a construção de barragens sem padrões técnicos adequados que trazem

prejuízos para abastecimento público, pois não garantem a vazão regular dos rios.

Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Mateus

A partir do advento da Lei 9433/97, Lei das Águas, o estado de Minas Gerais cria a Lei

13199/99 - Lei Estadual de Recursos Hídricos, as quais estabelecem o Sistema Nacional e

Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, dividindo o estado de Minas Gerais em

UPGRH - Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, sendo que na Bacia do

Atlântico Leste, está localizada a bacia SMl, uma das últimas bacias hidrográficas a criar seu

CBH.

A Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, tem efetiva e contínua mobilização desde o ano de

2001, quando se constituiu a 1• Comissão Provisória. Várias reuniões foram realizadas na

bacia desde então e mesmo com a mudança política de representantes dos municípios, as

equipes básicas de lideranças e representantes de instituições não se desfizeram.

Assim, em todas estas reuniões, sobressai a necessidade de ações práticas nesta bacia,

especialmente a recuperação dos mananciais, da quantidade e qualidade das águas, do

saneamento dos centros urbanos através do tratamento de esgotos, lixos residenciais e lixos

hospitalares e especiais, para a melhoria da saúde de nossa população. Também há a

necessidade de se produzir conhecimento integrado sobre a bacia e a região com suas

culturas, seus potenciais a serem explorados e suas regionalidades que precisam ser

····~···t 49
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integradas. A região ainda necessita da produção de um diagnóstico integrado das mais

diversas áreas, tendo como carro-chefe as questões socioambientais.

Portanto a criação do COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO MATEUS, órgão

integrante do sistema estadual de gerenciamento dos recursos hídricos, é uma necessidade

para esta microrregião. Uma região que apesar de não possuir grandes empresas, com

exploração dos recursos hídricos, excelente produtora de vários produtos básicos industriais

e de consumo e que faz uma grande diferença na balança comercial do estado e do país.

Todas as etapas legais e cumprimento ás orientações do IGAM e do CERH foram mais do que

cumpridas, pois temos o compromisso e a oportunidade de ter na criação do Comitê, a

alavancagem do desenvolvimento de uma das mais importantes regiões do leste do estado

de Minas Gerais.

Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus

BA

Legenda
Limite da Bacia
~ Unldacle$ de Conservaç.ao
(;3 Limite Municipal

""""" Rio São Mateus


Rede de Drenagem
• Sedes

Ptojoçao Univo!rul Trani~~ de r.itreator

Escala • 1 :730.000
1050 10 20
Km

so
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8. GESTÃO PÚBLICA DE SANEAMENTO NO ESPÍRITO SANTO - SITUAÇÃO INSTITUCIONAL

8.1. PERFIL DA CESAN

A Companhia Espírito Santense de Saneamento-CESAN, cpm sede em Vitória-ES, foi criada

em 8 de fevereiro de 1967 pela lei n2 2.282 tendo como objetivo legal "planejar, projetar,

executar, ampliar, remodelar e explorar industrialmente serviços de abastecimento de água

e esgotos sanitários". Foi modificada por meio das Leis n. 2.295/67 e regulamentada pelo

Decreto n. 4809 de 20 de setembro de 1967.

A CESAN é uma e Empresa de economia mista, enquadrada no Regime Jurídico de Direito

Privado como sociedade anônima de capital fechado. A Companhia é controlada

diretamente pelo Governo do Estado com 77,07% das ações e de forma indireta através da

Agência de Desenvolvimento em Redes do Espírito Santo com 22,24% das ações, totalizando

99,31%. Os 0,69% remanescentes das ações são detidas por acionistas não controladores. O
patrimônio líquido da CESAN (em 31 de dezembro de 2011) é de R$ 1,214 bilhão.

A Cesan atua em 52 dos 78 municípios do Estado do Espírito Santo, inclusive os 7 (sete)

municípios da região metropolitana, por delegação do Governo e de contratos de concessão

com os municípios.

A Companhia atua no setor concessionário de abastecimento de água e coleta e tratamento

de esgoto, realizando estudos, projetos, construção, operação e exploração industrial dos

serviços. Possui 88 Estações de Tratamento de Água (ETAs) e 74 Estações de Tratamento de

Esgoto (ETEs).

Em 2011, seu quadro de empregados efetivos contou com 1.482 empregados efetivos,

regidos pela CLT e 336 adolescentes aprendizes/estagiários, totalizando 1.818. O Quadro 14

mostra a composição da força de trabalho da Companhia.

51
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Quadro 14: Composição da força de trabalho em 2011.

... • ••
Perfil por
Escolaridade
Fundamental 133 9 Gerencial 18 1,2 Estagiários 287

Técnicos
Administrativo/
Superior 458 30,9 1348 90,9
operacional

Ensino Médio

Ensino pós-
85 5,7 Diretor 5 0,3
médio
Não informado

Total 1.482 100 1482 100 336


Fonte: CESAN

Em média os serviços da Companhia cobrem mais de 70% do Espírito Santo e 98% de todas

as localidades por ela atendidas. A empresa de saneamento básico tem gestão sujeitas às

decisões de governo Estadual por estar inserida na política macroeconômica do Governo e

suas tarifas sob condução da Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura

Viária do Espírito Santo (www.arsi.es.gov.br).

O sistema de tarifação é revisto anualmente, geralmente no mês de julho, tendo como base

a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro da Companhia, considerando tanto os

investimentos efetuados com sua estrutura de custos e despesas. A cobrança pelos serviços

ocorre diretamente dos usuários tendo com base o volut)'le de água consumido e esgoto

coletado multiplicado pela tarifa autorizada.

O planejamento estratégico é a ferramenta chave para a gestão da Companhia. Foi

reestruturado em 2002, com a definição da visão, missão e valores, e sua atualização é feita

em eventos que contam com a participação de mais de 400 empregados. Questionários são

enviados para os gestores, que interagem com a força de trabalho no processo de análise e

resposta às perguntas. Os questionários respondidos servem de base para a revisão do

planejamento estratégico, feita no workshop anual entre gestores e a alta direção da

S2
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empresa. A cada dois anos são analisados e estabelecidos os valores e princípios

organizacionais da empresa.

8.2. ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DA CESAN

A Figura 11 apresenta os Órgãos de Direção e Deliberação da Companhia Espírito Santense

de Saneamento - CESAN.

Figura 11: Órgão de Direção e deliberação da CESAN.

Assembleia Geral dos Acionistas (AGA)

Principal estrutura de deliberação e tomada de decisões estratégicas. Reúne-se,

ordinariamente, uma vez por ano, e, extraordinariamente, sempre que convocada.

53
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Conselho de Administração

Tem como principal atribuição fazer cumprir as deliberações da AGA, analisando as

propostas da Diretoria e os resultados alcançados, com o objetivo de viabilizar as condições

necessárias para a realização das metas estratégicas.

Ao Conselho compete aprovar previamente planos, orçamentos, financiamentos, reajustes

de tarifas, balanços e outras ações estratégicas. É composto por seis membros efetivos e seis

suplentes, sendo quatro representantes do Governo do Estado do Espírito Santo, que é o

acionista majoritário, um representante dos acionistas minoritários e um representante dos

empregados.

O Conselho de Administração realiza pelo menos uma reunião por mês. As convocações

extraordinárias podem ser feitas pelo Presidente do Conselho ou pelo Diretor Presidente da

Companhia.

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal funciona de forma permanente, com o objetivo de garantir que as ações

empreendidas pela Diretoria e aprovadas pelo Conselho de Administração estejam alinhadas

com as deliberações da AGA. É composto por três membros, e respectivos suplentes, sendo

um membro representante dos acionistas minoritários. É eleito anualmente pela AGA e

realiza reuniões de acordo com a convocação de um dos seus, membros efetivos.

Diretoria

Exerce a administração da empresa sempre de acordo com as deliberações do Conselho de

Administração e em alinhamento ao aprovado pela AGA. É composta por cinco membros

(Diretor Presidente, Diretor de Relações com o Cliente, Diretor de Operação Metropolitana,

Diretor de Operação do Interior, e Diretor de Meio Ambiente), eleitos pelo Conselho de

Administração.
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8.3. CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE: HISTÓRICO DA EXCELÊNCIA

'
A decisão estratégica de aperfeiçoar os processos e as relações com os clientes levou à

obtenção de certificações da qualidade de acordo com rigorosos requisitos de normas

internacionais e modelos de excelência de gestão, conforme pode ser observado nos

Quadros 15 e 16.

Quadro 15: Certificações de qualidade.

AÇÃO

- · CESAN (corporativo) e Gerência de Coleta e Tratamento de Esgoto premiadas no PNQS -

•--
- - . Ce1rtific:acã•o.-


- - ' Certificação.-Centro de Controle Operacional - CCO

-
Fonte: CESAN.
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Quadro 16: Certificações de qualidade.

··~!'iirama<ro seils'!'isi;i:;'!ir
,.~.2'&is~i\tro1i ae sl;~~fr«~ãé···
Implantação do ERP·SAP·lntegração dos Sistemas da Controladoria, Empreendimentos, Gestão da
Manutenção, Recursos Humanos e Suprimentos

Fonte: CESAN.

8.4. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES

A principal ferramenta para monitorar a satisfação dos clientes é a pesquisa realizada

anualmente, desde 2003, por instituto de pesquisa independente. A amostragem é definida

de acordo com critérios de densidade populacional, de forma a representar o universo de

clientes atendidos nos 52 municípios do Espírito Santo onde a Cesan atua.

Entre outros critérios, o público é segmentado por renda familiar e faixa etária. Só responde

à pesquisa pessoas maiores de 16 anos, que tenham informações da conta de água e que
sejam chefes da família ou responsáveis pelo pagamento da conta. O índice de satisfação do

consumidor é obtido pelo questionamento de 14 indicadores, ponderados pelo nível de

importância que o cliente confere a cada indicador.

A pesquisa também avalia a satisfação dos clientes com todos os serviços prestados pela

Cesan, operacionais e de atendimento, além de verificar a audiência de campanhas

~-··~··S6
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publicitárias. Os resultados são apresentados em reunião anual da diretoria com os gestores,

que utilizam os dados para orientar planos de ação nas unidades.

O Call Center e os Escritórios de Atendimento ao Cliente na Região Metropolitana da Grande

Vitória são certificados pela ISO 9001:2008 e avaliam a satisfação por meio de urnas

colocadas nos escritórios, onde os clientes podem manifestar-se sobre a qualidade do

atendimento prestado. As sugestões são analisadas e, caso sejam viáveis, são desenvolvidas

e implantadas.

8.5. GESTÃO SOCIAL

A Cesan trabalha para manter um relacionamento frequente e transparente com todos os

cidadãos e com as comunidades nas quais está inserida. Dessa forma, atua para desenvolver

o conhecimento por parte da população das ações da empresa, abrangendo desde a

implantação de novas obras até o estímulo ao uso correto dos serviços de saneamento

básico.

Ao mesmo tempo, a Cesan realiza investimentos sociais nas comunidades por meio de

atividades voltadas à promoção da educação e da saúde, em projetos próprios ou em

parceria com organizações sociais.

A Cesan promove um constante diálogo com as comunidades, através da realização de

reuniões, visitas técnicas e atendimento por demanda. Esses eventos envolvem os cidadãos

nas ações da empresa.

8.6. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E OUTORGA

Desde a publicação da Resolução CONAMA n201/1986, todos os empreendimentos novos

tem sido licenciados pela CESAN a partir de sua concepção. Os empreendimentos dos SAA e

SES antigos vêm sendo regularizados de forma gradativa. Visando adequar esses

empreendimentos as exigências ambientais foi elaborado, em 2010, um instrumento de

planejamento intitulado "Plano de Regularização Ambiental" que estabelece metas a médio

e longo prazo e apresenta uma proposta de alteração da Legislação, por meio da criação de

cr 57
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decreto específico para o licenciamento de atividades de saneamento no estado do Espírito

Santo. Em observância aos preceitos estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente,

para garantir a qualidade ambiental de seus empreendimentos, CESAN tem realizado o

licenciamento ambiental dos sistemas de abastecimento água (SAA) conforme pode ser

observado nos Quadro 17.

Quadro 17: Situação do licenciamento ambiental dos SAA.

SEDE URBANA
UNIDADE SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE AGUA (SAA)
ATENDIDA

Declaração de Dispensa nº1638/2009

Declaração de Dispensa nº1572/2009

Fonte: CESAN.

A Licença Ambiental é uma autorização, emitida pelo órgão público competente, concedida

ao empreendedor para que exerça o seu direito à livre iniciativa, desde que atendidas às

precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado.

Disponibilidade Hídrica dos Mananciais

Para a utilização de recursos hídricos para a captação de água, visando tratamento e

abastecimento humano e industrial, a concessionária tem que solicitar ao Instituto Estadual

de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), órgão gestor das águas do domínio do Estado

do Espírito Santo, a outorga do direito de uso de recursos hídricos, cujos critérios estão

estabelecidos pelas Instruções Normativas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos SEAMA e IEMA.

No que tange à Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos, desde a publicação da

Resolução Normativa NºOOS/2005, a CESAN vêm regularizando suas captações de água,

visando atender à Lei Federal nº 9.433/1997.

·~ ·cr 58
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A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos instrumentos da Política Nacional

e Estadual de Recursos Hídricos e tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e

qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

Outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante o qual o

poder público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado

(requerente) o direito de uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas

condições expressas no respectivo ato administrativo.

A avaliação dos pedidos de outorga de captação requer a análise quanto à disponibilidade

hídrica, que por sua vez deve conter a avaliação dos limites outorgáveis estabelecidos pela

legislação de recursos hídricos vigente no Espírito Santo e a demanda de água existente na

bacia. O IEMA adota como vazão de referência a vazão com permanência de 90% (Qg 0 ).

Para se estimar a quantidade de água superficial das bacias e respeitar os critérios de

outorga foi realizado pela CESAN, por meio do Projeto águas Limpas, Estudo denominado

Regionalização de Vazões no ES que possibilitou estimar as vazões de referência. Nos

cálculos foram consideradas as áreas de drenagem em cada seção de captação de água.

Os Mananciais atualmente explorados para o sistema de abastecimento de água de Boa

Esperança requer ampliações.

Para garantir o direito de uso dos mananciais que abastecem a população do município de

Boa Esperança a CESAN já requereu a certificação destes quanto à outorga de captação,

conforme pode ser observado no Quadro 18, conforme as exigências contidas na Legislação

Federal e Estadual de Recursos Hídricos.

Quadro 18: Situação dos mananciais em relação à outorga de captação (Bacia do rio ltaúnas).

•• •
• • •• OUTORGA
:'
MANANCIAL

Primeiro
Córrego requerimento
365692 7954572 63233360 25/07/2013 25L/s (requerido)
Perlete em 2008.
Novo

~·· t 59
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requerimento
Requerimento
Rio para
365714 7954638 63232472 25/07/2013 15L/s (requerido)
ltauninhas operação
emergencial
Fonte: CESAN.

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9. DIAGNÓSTICO TÉCNICO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Em seu estado natural, a água, na maioria das vezes, não atende aos requisitos de qualidade

para fins potáveis. A presença de substâncias orgânicas, inorgânicas e organismos vivos

tornam necessária a aplicação de métodos de tratamento desde o mais simples até sistema

avançado de purificação. Portanto, o Tratamento de água tem por finalidade a remoção de

partículas finas em suspensão e em solução presentes na água bruta, bem como a remoção

de microrganismos patogênicos.

Na CESAN a maioria dos sistemas de abastecimento implantados utiliza a água captada em

mananciais superficiais. Em face de degradação dos mananciais e a necessidade de

atendimento aos requisitos de potabilidade da água as concepções iniciais de alguns

sistemas têm sido modificados.

Nas Estações de Tratamento de Água (ETA) em operação na CESAN, que foram concebidas

como Sistema Convencional ou Filtração Direta ou Flotação, a água bruta captada no

manancial, por gravidade ou por recalque, ao passar pelas etapas de tratamento, conforme

Figura 12, é reservada e distribuída à população em conformidade com as exigências da

Portaria n2 2.914/2011.

De acordo com o Censo de 2010 o município de Boa Esperança possui uma população total

de 14.199 habitantes sendo que destes 10.239 estão localizados na área urbana. No mês de

junho de 2013 a população abastecida foi de 8.090 habitantes e o percapita residencial

consumido foi de 131,46 L/dia.

····.·~·······.
61

~t
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ÁGUA BRUTA

Fluoretaçio ÁGUA TRATADll<

Figura 12: Mostra o fluxo do tratamento da água.

O Gráfico 2 apresenta os valores de consumo per capita total e per capita residencial

consumido em 2013 e os valores médios de 138,2 L/hab.dia e 125,6 L/hab.dia,

respectivamente.

Gráfico 2: Per capita total e Residencial consumido.

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190,00

180,00

170,00

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....... Cosumo per capita total {l/hab.dia) •••••••Per capita residencial Consumido (l/hab.dia)

-valor Médio Cosumo per capita total (l/hab.dia) -Valor Médio er capita residencial Consumido (l/hab.día)

Fonte: CESAN.

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No processo de tratamento a estação produz água para abastecimento da população e gera

resíduo: lodo acumulado nos decantadores/flotadores e filtros. Os lodos gerados se

caracterizam por possuírem grande umidade, geralmente maior que 95%, nesse sentido

ações/projetos diversos têm sido implementados no sentido de melhorar a qualidade da

água, reduzir as perdas no processo e reduzir o consumo evitando o desperdício.

9.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE - SEDE

O Sistema de Abastecimento de Água (SAA) na cidade de Boa Esperança é feito por um

sistema com captação, adução, tratamento, reservação e distribuição. A vazão média mensal

da ETA de Boa Esperança chega a 31,75L/s (Figura 13).

- LEGENDA:

*=
Rede adutora de água bruta

Rede adutora de água tratada

Rodo do dl'"'b"ição

Figura 13: Sistema de Abastecimento de Água (SAA) na cidade de Boa Esperança.

9.1.1. Características das Unidades

O atual sistema de abastecimento de água de Boa Esperança, opera conforme projeto

elaborado pela CESAN em 1973.

63
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9.1.1.1. Captação e Adução

O manancial explorado para o abastecimento é o Córrego Perlete, onde capta-se

aproximadamente 29,0 até 36,0 L/s . A captação para a Estação de Tratamento é por

bombeamento, com 02 conjuntos moto bombas de 75 cv.

No rio Perlete, localizado nas proximidades do rio ltaúnas, a captação se dá através de

barragem de acumulação com vertedor de nível para extravasar a vazão excedente. A

adução até a ETA se dá por meio de tubulação de ferro fundido e DEFOFO de DN 200mm

com cerca de 6.120 metros de extensão.

No Córrego Perlete a vazão é visivelmente baixa para atender a demanda de abastecimento

urbano e tem se tornado escassa devido a utilização da água para irrigação das propriedades

a montante da captação. Em períodos de seca, é preciso solicitar a liberação da água aos

produtores rurais que possuem barragens a fim de atender a demanda da cidade.

Foi implantada uma alternativa de captação emergencial, a partir do Rio ltauninhas, que se

encontra a, aproximadamente, 200 m do ponto de captação atual, no Córrego Perlete. Esse

rio também é responsável por abastecer a cidade de Pinheiros.

9.1.1.2. Elevatória de Água Bruta

Possui capacidade de bombeamento de aproximadamente 35 L/s, formada por dois

conjuntos moto-bombas, sendo um de reserva e rodízio. As características principais de cada

conjunto são:

~ Q=110m 3/h

~ H =110 m.c.a

~ P =100cv

64

t
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Quadro 19: Características do sistema de recalque - Córrego Perlete.

CARACTERÍSTICAS CONJUNTOS: 01 e 02
... KSB

TIPO
POTÊNCIA lOOCV
ASSÍNCRONO

Fonte: CESAN.

9.1.1.3. Tratamento de Agua

O tratamento das águas é completo. A ETA conta com as seguintes unidades: coagulação,

floculação, decantação, filtração, desinfecção, correção do pH e fluoretação com adição de

reagentes químicos.

O sistema de tratamento possui 02 floculadores, 02 decantadores e 04 filtros.

9.1.1.4. Elevatória de Agua Tratada

Com equipamentos eletro-mecânicos situados no mesmo complexo onde está o

reservatório de distribuição, promove o bombeamento diretamente para rede de

distribuição por meio de 02 conjunto moto-bombas comandados pelas opções manualmente

ou eletronicamente através de inversores de frequência.

Quadro 20: Características do sistema de recalque - Reservatório.

CARACTERÍSTICAS CONJUNTOS: 01 e 02

MARCA KSB

TIPO

•• • • ••
• • 256mm

POTÊNCIA
ASSÍNCRONO 1710rpm


Fonte: CESAN.

65
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9.1.1.5. Adutora de Água Tratada

A adução de água tratada é feita através de adutora, com diâmetro nominal de 200 mm e

30,0 metros de extensão que abastece diretamente uma zona da rede de distribuição.

9.1.1.6. Reservação

Atualmente o sistema de abastecimento de água conta com duas unidades de reservação:

Quadro 21: Características do sistema de Reservação.

UNIDADES Características Capacidade Abrangência

Reservatório 01 Semi-enterrado 300m' Toda a sede

Reservatório 02

Fonte: CESAN.

9.1.1.7. Rede de distribuição

A sede do município possui 29.783 Km de rede de distribuição de água e cerca de 2.846

ligações de água {CESAN, 2013).

Quadro 22: Caracterização do sistema de distribuição existente.

LOCALIDADE DIÂMETRO MATERIAL EXTENSÃO (rn)

29.783
32mm PVC 967
STO ANTONIO P.
ALEGRE
75rnm PVC 2362
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:,\:S<•. •:~:;s,;,;;:;,j,~;;;_:
EXTENSÃO TOTAL: 5.496
Fonte: CESAN, 2013.

9.2. GERENCIAMENTO DOS IMPACTOS SOCIAIS EAMBIENTAIS

Buscando a cada ano aprimorar a forma de tratar os impactos sociais e ambientais que

surgem no processo prestação de serviços públicos de abastecimento de água, por meio dos

processos de produção e distribuição de água tratada, O Quadro 23 mostra como a

Companhia vem gerenciando os principais impactos.

Quadro 23: Gerenciamento dos principais impactos.

IMPACTOS GERENCIAMENTO

Visando conhecer para melhor gerenciar, em 2010 foi iniciado um Projeto Piloto que visa estudar
as caractedstkas dos lodos gerados em algumas Estações de Tratamento de Água (ETA), bem
Lodo de ETA como seus.p.ossíveis impactos quando do seu lançamento nos corpos d'água. Os resultados irão
sübsidiár a CESAN lla tomada de decisão quanto ao gerenciamento dos mesmos.

Nos casos de falta d' água localizados, são mantidos diálogos constantes com as lideranças e
moradores para a realização de diagnósticos situacionais e avaliação técnica para adoção de
procedimentos necessários à correção do problema. Além disso, o atendimento, à população
afetad11 é reali.zado através de medidas emergenciais, como abastecimento com carros·pipa e
manobras operacionais.

Foi desenvolÇi(lo Plano de Comunicação Social que permite o relacionamento contínuo entre as
e
comunidades as empresas envolvidas nas obras de intervenção. A ação prioritária é esclarecer à
população sobre as atividades a serem implantadas pelo empreendimento e contribuir para
eliminar e/ou amenizar as possíveis insatisfações geradas, propiciando um convívio e relação
harmoniosa entre os envolvidos.

67
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

IMPACTOS

Na fase de projeto, em função de situações específicas algumas Estações Elevatórias são


Sonoro e visual concebidas de forma que a emissão de atenda no mínimo as exigências contidas na legislação.
.
de elevatórias Além disso, visando minimizar o impacto visual algumas são concebidas de tal forma que sua
estrutura arquitetônica se integre a paisagem local.

Acidentes-
sinistros

Fonte: CESAN.

9.3. ÍNDICE DE ATENDIMENTO E DE COBERTURA DE ÁGUA

O Gráfico 02 mostra que o serviço de abastecimento de água em dezembro/2013 atendeu a

94,5% da população de Boa Esperança. No entanto o mesmo gráfico mostra que a cobertura

disponível é de 100%. Entende-se como população atendida. àquela que contribui para o

faturamento da companhia. Entende-se como população coberta toda aquela alcançada


'
pelos serviços da CESAN.

68
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Gráfico 3: Índice de atendimento e cobertura -Junho/2013.

100,0

100,0
90,0
80,0
70,0
60,0 Ili Índice de Atendimento

50,0 111 Índice de Cobertura


40,0
30,0
20,0
10,0 -JL..-----~
índice de Índice de
Atendimento Cobertura

Fonte: CESAN.

9.4. PERDAS D' ÁGUA

Em um Sistema de Abastecimento de Água (SAA), desde a retirada da água do rio até a

chegada à casa do cliente, ocorrem perdas de água que correspondem aos volumes não

contabilizados. Assim, a perda de água é a diferença entre a água que é produzida e o

consumo autorizado.

Diversos custos estão associados às perdas de água, são eles: o custo direto de produção de

água perdida, o custo de interrupção do abastecimento e da eliminação dos vazamentos

(custos diretos e danos de imagem da Companhia), custos sociais pela interrupção do

abastecimento, o custo associado ao risco de contaminação, e os custos ambientais de

utilização ineficiente de água e energia.

As perdas de água podem ser de diferentes tipos, podendo ser classificadas em perda física
ou real e perda não física ou aparente, também classificadas como perda operacional e
perda comercial, respectivamente. As perdas físicas, que representam a parcela não

consumida, e as perdas não físicas, que correspondem à água consumida e não registrada.

69

t
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As perdas físicas originam-se de vazamento no sistema, envolvendo a captação, a adução de

água bruta, o tratamento, a reservação, a adução de água tratada e a distribuição, além de

procedimentos operacionais como lavagem de filtros e descargas na rede, quando estes

provocam consumos superiores ao estritamente necessário para operação.

O controle das perdas físicas pode ser realizado por meio da implementação das seguintes

ações:

a) Controle ativo de vazamentos;

b) Agilidade e qualidade na eliminação do vazamento;

c) Controle das pressões e reabilitação da infraestrutura.

As perdas não físicas originam-se de ligações clandestinas ou não cadastradas, hidrômetros

parados, fraudes em hidrômetros e outras. São também conhecidas como perdas de

faturamento, uma vez que seu principal indicador é a relação entre o volume disponibilizado

e o volume faturado.

As perdas aparentes podem ser minimizadas através das seguintes ações:

a) Inspecionar periodicamente as ligações evitando que estas tenham consumo não

autorizado;

b) Impedir o acesso de pessoas não autorizadas aos hidrantes e tomadas de carro pipa;

c) Instalar e realizar manutenção de hidrômetros.

9.4.1. Balanço Hídrico

As melhores práticas do processo de controle e redução de Perdas de Água, consolidadas em

metodologia de âmbito mundial, direcionam as principais atividades básicas na redução das

perdas de água para a correta medição e quantificação dos volumes de água que compõem

o Balanço Hídrico e dos parâmetros necessários para o cálculo dos indicadores de

desempenho.
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O balanço hídrico consiste numa contabilização, o mais rigorosa possível, de todos os

volumes de água de um sistema e é um instrumento indispensável na avaliação das perdas

de água. As parcelas de perdas que contribuem para o subfaturamento são indicadas no

modelo de balanço hídrico, conforme pode ser observado no Quadro 24:

Quadro 24: Modelo de balanço hídrico de água.

FATURADO - MEDIDO

FATURADO- ESTIMADO

NÃO FATURADO - MEDIDO

..... ;VAZAMENTOS-·~À~Àk· . '''

. ·.VAZAMENTOS- ~ED~~

VAZAMENTOS EM RESERV,l\TÓRIOSf
Fonte: CESAN.

9.4.2. Indicadores de Perdas

O desempenho com relação às perdas tem sido acompanhado pelas empresas de

saneamento através dos indicadores percentuais: Índice de Perdas na Distribuição (IPD) e

Índice de Perdas de Faturamento (IPF). No entanto a lnternational Water Association {IWA)

não aconselha o uso deste indicador para a gestão de perdas. Apesar de ser de fácil

compreensão, este não possibilita a comparação entre sistemas, localidades ou prestadores

de serviço, além de não considerar as variações de características de um sistema para outro.

Diante do exposto o indicador selecionado para acompanhamento das ações realizadas pela

CESAN será o Índice de Perdas por Ligação (IPL), indicador recomendado pela IWA.

Considerando que para acesso a recursos de investimentos em Programas do Ministério das

Cidades é obrigatória a adimplência do Proponente junto ao Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento - SNIS, são apresentados a seguir os três indicadores de

perdas contidos no referido Sistema que utilizam em suas fórmulas volumes anualizados, ou

71
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

seja, representam a média dos dados dos últimos 12 meses. Os indicadores são descritos a

seguir:

a) Índice de Perda por Ligação (IPL):

Índice de Perdas Vai. Disponibilizado - Vai. Água de Serviço - Vai. Consumido


por Ligação (1 PL)
(Nº Ligações ativas do mês + Nº Ligações ativas do mês do ano
=
anterior)/ 2 X 360 dias

b) Índice de Perda na Distribuição (IPD):

Índice de Perdas
Vai. Disponibilizado - Vai. Água de Serviço - Vai. Consumido
na Distribuição
(IPD) = (Vai. Disponibilizado -Vai. Consumido)

c) Índice de Perda de Faturamento (IPF):

Índice de Perdas
Vai. Disponibilizado -Vai. Água de Serviço -Vai. Faturado
de Faturamento
(IPF) = (Vai. Disponibilizado - Vai. Faturado)

A fórmula de cálculo do Índice de Perdas por Ligação (IPL) segundo metodologia da IWA -

lnternational Water Association.

Índice de Perdas
Vol. Disponibilizado -Vol. Água de Serviço -Vai. Consumido
por Ligação (IPL) - - - - ' - - - - - - - - ' " - - - - - - ' ' - - - - - - - -
= Média de ligações dos últimos 12 meses x 365 dias

A seguir são apresentadas definições que constam no glossário do Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento (SNIS):

a) Volume Disponibilizado: Volume anual de água disponível para consumo,

compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada,

.··~···~ 72
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou

estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s).

b) Volume Consumido: Volume anual de água consumido por todos os usuários,

compreendendo o volume micro medido, o volume de consumo estimado para as

ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado e o volume de água

tratada exportado.

c) Volume Faturado: Volume anual de água debitado ao total de economias (medidas e

não medidas), para fins de faturamento. Inclui o volume de água tratada exportado.

d) Volume de água de serviço: Valor da soma dos volumes anuais de água usados para

atividades operacionais e especiais, com o volume de água recuperado.

e) Volume de água para atividades operacionais: Volume de água utilizado como

insumo operacional para desinfecção de adutoras e redes, para testes hidráulicos de

estanqueidade e para limpeza de reservatórios, de forma a assegurar o cumprimento

das obrigações estatutárias do operador.

f) Volume de água para atividades especiais: Volume de água utilizado para usos

especiais, enquadrando-se nesta categoria, os consumos dos prédios próprios do

operador, os volumes transportados por caminhões-pipa, os consumidos pelo corpo

de bombeiros, os abastecimentos realizados a título de suprimentos sociais, como

para favelas e chafarizes, por exemplo, os usos para lavagem de ruas e rega de

espaços verdes públicos, e os fornecimentos para obras públicas.

g) Volume de água recuperado: Volume de água recuperado em decorrência da

detecção de ligações clandestinas e fraudes, coincidência retroativa dentro do ano de

referência. Informação estimada em função das características das ligações

eliminadas, baseada nos dados de controle comercial (ganho recuperado e registrado

com a aplicação de multas).

73
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9.4.3. Ações de Controle e Redução de Perdas

Reduzir o índice de perdas a um nível considerado aceitável tem sido um dos objetivos da

CESAN tendo em vista que esta atividade pode adiar ou eliminar a necessidade de aumento

de produção de água, com reflexos diretos na eficiência operacional, na gestão econômico-

financeira da Companhia de Saneamento e na utilização racional e eficiente dos recursos

hídricos.

Para tanto investimentos vem sendo realizados na implantação de ações e diretrizes

previstas no Plano Diretor de Controle e Redução de Perdas da CESAN. Visando alcançar as

metas estabelecidas no referido Plano o Quadro 25 mostra as ações que estão sendo

desenvolvidas pela CESAN.

Quadro 25: Ações desenvolvidas para redução de perdas.

ATIVIDADES

Vistoria em ligações inativas

Ações de Combate a Perda na Produção

Fonte: CESAN.

74

t
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O sistema de telemetria/telecomando é um instrumento eficaz, de gestão, pois permite o

ajustamento da produção e distribuição de água em função da demanda e a redução das

perdas de água. Além disso, contribui para melhoria no atendimento aos clientes e reduz os

custos operacionais.

9.1.1 Índices de Acompanhamento do Programa de Controle e Redução de Perdas

Os gráficos 4 a 6 mostram a comportamento dos índices de Perdas na Distribuição, de

Faturamento e por Ligação no município de Boa Esperança, ocorridos no período de janeiro

a dezembro de 2013. Sendo, os valores máximos para os índices de perdas na distribuição,

no faturamento e por ligação são, 22,9%, 8,2% e 116,8 Litros/ligação.dia, respectivamente.

Gráfico 4: Percentuais de perdas na distribuição no período de janeiro a dezembro de 2013.

-índice de Perdas na Distribuição llPD)


25,0%.,
24,0% ~
23,0% 1
22,0% 1
21,0% .,
20,0% ~ 20,6% 20,6%
2 93
º'
19,0% ~
1
. 18,4% 18,2% lS,0%
18,0%
17,0%
16,0%
15,0% +---+--------------~-
jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13

Fonte: CESAN.

7S
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Gráfico 5: Percentuais de perdas de faturamento no período de janeiro a dezembro de 2013.

-Índice de Perdas de faturamento (IPF)


10,0%
9,0%
8,0%
7,íf'lo

-~ 1 3,8%
5,0%
3,5% 3,3%
5,6% 5,6%
5,9%

4,0%
3,0%
2,0%
1,0%
0,0%
jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13
Fonte: CESAN.

Gráfico 6: Perdas por ligação (litros/ligação.dia) no período de janeiro a dezembro de 2013.

-Índice de Perdas por Ligação (L/ligação.dia} -Valor Médio (IPL)


120,0

110,0

100,0 103,4

99,S
92,4
9l,4 90,1
90,0

8~0 +--·--·---,---·~·--r·-·-·~·--·T··---······r············-·.,········-··r·················r······················T···-·····-··r····-······r··················r···············r

jan/13 fcv/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 sct/13 out/13 nov/13 dcz/13
Fonte: CESAN.

76
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9.5. QUALIDADE DA ÁGUA

9.5.1. Análise de qualidade na ETA

Para garantir a qualidade da água produzida nas Estações de Tratamento de Água, os

profissionais técnicos de operação da ETA trabalham em regime de escala e, além das

atividades diretas de operação do processo de tratamento da água, realizam também

análises da qualidade da água por ela recebida e produzida levando-se em conta os

parâmetros: pH, Turbidez, Cor, Flúor, Cloro, Alumínio, etc. O controle operacional é

realizado, entre outros, por meio de Jar-Test, Taxa de Filtração e Taxa de Expansão de
Filtros. Mensalmente são realizadas aproximadamente 1130 análises físico-químicas por

ETA.

O Quadro 26 apresenta o significado de alguns parâmetros que são analisados para

atendimento a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde - Norma de Qualidade da

Água para Consumo Humano.

Quadro 26: Significado de alguns parâmetros analisados no controle de qualidade de água.

PARÂMETROS SIGNIFICADOS

TURBIDEZ

COR APARENTE :.caract.erística que mede o grau de coloração da água.

CLORO

RESIDUAL LIVRE

Indica o.quanto a água é ácida (pH baixo) ou alcalina (pH alto). É importante parâmetro

.para.o tratamento da água e a manutenção de boas condições de canaliiação.

lridic~dor microbiológico utilizado para medir eventual contaminação de água por


ESCHERICHIA
·material fecal que pode ou não vir a veicular microorganismos que afetam a saúde do
COLI
homem.

Fonte: CESAN.

·~··· 77

,t
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

De acordo com o Art. 40º da Portaria nº 2914/2011 os responsáveis pelo controle da

qualidade da água de sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água

para consumo humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo, devem coletar

amostras semestrais da água bruta, no ponto de captação, para análise de acordo com os

parâmetros exigidos nas legislações específicas, com a finalidade de avaliação de risco à

saúde humana.

A quantidade total e média dos resultados das análises da água tratada na rede de

distribuição para atender a Portaria nº 2914/2011, bem como relatórios anuais por

município são sistematicamente disponibilizados no site da CESAN www.cesan.com.br.

9.5.2. Índice de Qualidade da Água - IQA

Para garantir a qualidade da água distribuída a CESAN mantém um laboratório junto a

estação de tratamento, no qual é realizado um serviço de monitoramento diário da água por

ela distribuída.

Antes do tratamento, a Cesan monitora as condições dos mananciais de onde obtém a água.

São feitas coletas sistemáticas e análises das propriedades físico-químicas, bacteriológicas e

hidrobiológicas. Esse trabalho permite que a empresa decida sobre qual o método mais

eficaz.de tratamento da água. O monitoramento também é feito durante o tratamento e no

decorrer de todo o processo de distribuição. Isso garante a distribuição de água de

qualidade.

Com o objetivo de se determinar o percentual de conformidade dos resultados analíticos

para os parâmetros cor, tubidez, cloro residual, flúor e coliformes totais é realizado o cálculo

do Índice de Qualidade da Água Distribuída, onde o número total das análises referenciadas

anteriormente é dividido pelo total de amostras que atenderam aos padrões estabelecidos

na Portaria nº 2914/ 2011.

O percentual obtido é comparado com as faixas apresentadas no Quadro 27 permitindo a

classificação do IQA. No ano de 2012 o IQA para o município de Boa Esperança foi de 96,67.

78
PLANO MUNICIPAL OE SANEAMENTO BÁSICO OE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Classificação
.. 1 • 1 • D .
Quadro 27: Faixas de classificação para o IQA adotado pela CESAN.

Faixa(%)
'

Excelente Acima de 96 % de todas as análises aceitáveis

Entre 90% e 95,99% de todas as análises aceitáveis

Aceitável Entre 85% e 89,99% de todas as análises aceitáveis

Ruim Entre 70% e 84,99% de todas as análises aceitáveis

Muito Ruim Menor 70% de todas as análises aceitáveis

Fonte: BIRD/CESAN.

O IQA é um indicador de controle de qualidade que foi implantado por sugestão do Banco

Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).

79
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

10. DIAGNÓSTICO TÉCNICO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os principais agentes poluidores de águas nas áreas urbanas são os esgotos, que na maioria

das vezes são lançados diretamente nos corpos de água. A falta de tratamento dos esgotos

sanitários e condições adequadas de saneamento podem contribuir para a proliferação de

inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação do corpo da água.

Considerando a necessidade de despoluir os recursos hídricos e proteger a saúde da

população, as companhias de saneamento vêm investindo, com recursos próprios ou com

apoio de instituições de financiamento, no sentido de aumentar a cobertura de coleta e

tratamento de esgoto.

O esgoto que sai das residências deve ser coletado por meio das redes e encaminhado para

as Estações são de Tratamento de Esgoto (ETE) para promover o seu tratamento reduzindo

os riscos de poluição do meio ambiente. No processo de tratamento é gerado um resíduo,

rico em matéria orgânica, denominado "Lodo de Esgoto".

O esgoto que sai das residências é conduzido através de redes coletoras, por gravidade ou

por recalque, até a ETE onde passa inicialmente por tratamento preliminar para remoção

dos sólidos grosseiros. A partir daí o esgoto passa por um processo de biodegradação, isto é,

decomposição da matéria orgânica pela ação dos microorganismos. Após esse processo o

esgoto é separado em duas fases: líquida, que é denominado de efluente líquido, e sólido,

que é denominado de lodo de esgoto.

10.1. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITARIO EXISTENTE (SES)

O sistema de esgotamento sanitário do município vem sendo operado pela prefeitura e

constatou-se que não existe cadastro completo das poucas redes coletoras implantadas na

área urbana do município.

Segundo informações da prefeitura, existem seis estações de tratamento tipo fossa séptica

seguida de filtro anaeróbio em vários bairros da cidade.

80
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os sistemas de tratamento existentes funcionam de maneira precária, não possuem

eficiência no tratamento. Além disso, pode-se observar alguns lançamentos in natura dos

esgotos em corpos d'água da região, visto que muitas das redes executadas atuam no

transporte de esgoto e águas pluviais.

81
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11. DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO EM LOCALIDADES DE PEQUENO

PORTE

A população residente em localidades distante da Sede do seu Município, sem acesso aos

serviços de saneamento prioritários, convive com situações sanitárias críticas, devido à

ausência ou precariedade de instalações adequadas para o atendimento dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, ficam sujeitas às enfermidades e óbitos.

Essas comunidades, que tem como fonte de abastecimento de água os pequenos córregos e

nascentes, lançam seus dejetos e resíduos nesses corpos d' água, reduzindo a disponibilidade

hídrica local. Soma-se ao problema o desmatamento, que ocasiona o rebaixamento do lençol

freático, causando um grande impacto ambiental.

A necessidade da implantação, ampliação ou realização de melhorias dos serviços de

saneamento nessas áreas especiais se faz necessário para a prevenção, controle dos agravos

da insalubridade, contribuindo para se alcançar, progressivamente, o objetivo da

universalização dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, em

consonância à Lei Federal 11.445/07.

O abastecimento público de água, o esgotamento sanitário e as melhorias sanitárias

domiciliares e/ou coletivas de pequeno porte, merecem prioridade nesse contexto atual de

saneamento básico municipal, pois estão diretamente vincula das as prevenções e ao

controle de doenças de veiculação hídrica nessas populações vulneráveis. Desta forma,

torna-se indispensável, a implementação de ações de educação sanitária e ambiental, bem

como, seu monitoramento pelo poder público.

Por isso, que a elegibilidade da população beneficiada pela implantação dos serviços de

saneamento básico, tem como base, critérios sanitários, epidemiológicos, sociais e

ambientais, podendo ser realizados através de parcerias com o Banco Nacional de

Desenvolvimento do Espírito Santo - BNDES, Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN,

Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Governo do Estado/ Secretaria de Estado de

82
PLANO MUNICIPAL OE SANEAMENTO BÁSICO OE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano - SEDURB, Companhia Espírito Santense

de Saneamento - CESAN e Prefeituras Municipais.

Com isso, espera-se aumentar os índices de satisfação da população, reduzir as doenças de

veiculação hídrica e mortalidade infantil, ampliar os índices de Desenvolvimento Humano

Municipal - IDH-M, contribuindo para a redução das desigualdades sociais existentes nessas

regiões.

O Saneamento nas localidades de Pequeno Porte, nos municípios sob a concessão da CESAN,

acontece de acordo com o modelo do Auto-Gerenciamento, no caso do município solicitar a

parceria da Companhia. O citado modelo preconiza que o sistema será entregue à

comunidade, quem estará responsável pela operação, considerando como parceiro o

município.

A CESAN, através da Divisão de Saneamento Rural, oferece apoio técnico com elaboração de

projetos; treinamento de operadores e partida inicial do sistema; para mobilização da

comunidade e organização de Comitês/Associações responsáveis pela gestão dos sistemas.

Ressaltamos que, a gestão do sistema pelo modelo Pró-Rural não dispensa o pagamento de

taxa, considerando sem possibilidades a distribuição de água tratada gratuitamente. A

comunidade será mobilizada com o apoio da assistente social da Divisão de Saneamento

Rural, de modo a ser criado um Comitê para Gestão do Sistema, cujos componentes serão

responsáveis pela organização/operação.

O modelo existente, considerando o Auto-Gerenciamento, está construído sobre pilares: a

comunidade, gestora, opera o sistema; o município é o parceiro próximo, responsável pela

saúde e bem estar de sua população, divide os custos e obrigações com a comunidade; a

CESAN oferece o suporte técnico para operação e gestão dos sistemas.

O Município de Boa Esperança possui as Localidades de Cinco Voltas, Bela Vista 1 e li,

Córrego Pratinha, Córrego Sete, Cruzeiro, Escola Cier, Garrucha, Quilômetro Vinte,

Palmeirinha, Santo Antônio Pouso Alegre dotadas de Sistemas de Saneamento do Tipo PRÓ-

RURAL, com sistema de abastecimento de água, conforme Quadro 28.

83
PIANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS OE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Quadro 28: Investimentos realizados em saneamento rural.

SITUAÇÃO ANO VALOR PREVISTO PARA


LOCALIDADE SISTEMA NECESSIDADE ATUAL
ATENDIMENTO CONCLUSÃO INVESTIMENTO

BELA VISTA

CINCO VOLTAS

OBRA EM
SOBRADINHO ÁGUA 1150 2014 IMPLANTAÇÃO R$ 3.000.000,00
ANDAMENTO

TOTAL

Fonte: CESAN.

84
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE

11.1.1. Bela Vista

Características gerais

• População Residencial de início de plano: 255 habitantes

• População Residencial final de plano: 311 habitantes

• Alcance do projeto: 20 anos

Captação

Captação subterrânea - 02 poços.

Adutora de Água Bruta: Adução por meio de tubulação de 400,00m de PVC PBA DN 50,

ligando o poço à ETA.

Tratamento

Casa de química; filtro de drenagem simplificada em fibra de vidro de 31/s; caixa vertedora;

tanque de contato enterrado composto por 02 (duas) caixas d'água em fibra de vidro com

capacidade de 5m 3 cada.

Elevatória de Água Tratada

Elevatória de água tratada em alvenaria de lajota, com 02 (dois) conjuntos moto-bombas de

3/4cv, sendo 01 (um) de reserva.

Reservação

Reservatório elevado em concreto armado com capacidade de 17m3 e reservatório elevado

em fibra de vidro com estrutura de concreto e capacidade de 20m 3 •

8S
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Rede de Distribuição

Implantado 478,00m de tubo PVC DN50, 72,00m de tubo PVC DN75 e 350,00 de tubo PVC

DN40.

Ligações Prediais

Implantado 32,00 ligações domiciliares.

11.1.2. Cinco Voltas

Características Gerais

• População Beneficiada: 106 Habitantes

Captação

Captação subterrânea: Poço Freático 0 = 4,00m.

Adutora de Água Bruta

Adução por meio de tubulação 600,00m em Tubo PVC 12 JE DN 75 de 85mm.

Estação Elevatória de Água Bruta

Elevatória de água com bombas Trifásica, Barrilete fQ GQ 3", 02 conjuntos moto bomba com

pot.= 5,0 CV cada um.

Tratamento

Dosagem de cloro e flúor direto da casa de química associada a casa de bombas sobre o

poço freático.

Reservação

Reservatório impermeabilizado.

86
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Rede de Distribuição

A rede existente encontra-se me boas condições, fazendo-se necessária a substituição e

incremento da capacidade de vazão num trecho de 312m para melhor atendimento às

últimas casas.

11.1.3. Córrego Pratinha

Características Gerais

• População Beneficiada: 543 Habitantes

Captação

Captação subterrânea: Poço Freático sob Casa de Bombas.

Adutora de Água Bruta

Adução por meio de tubulação com 300m de PVC JE DN 50.

Estação Elevatória de Água Bruta

Elevatória de água com bombas Trifásica, Barrilete 2", 02 conjuntos moto bomba com pot.=

3,0 CV cada um.

Tratamento

Casa de Química sobre o poço freático com simples dosagem e aplicação de cloro e flúor.

Reservação

Reservatório metálico elevado tipo taça com capacidade 15.000 L.

87
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Rede de Distribuição

Realizada através de rede à Escola Mepes, Escola Singular, Igreja e casa próximas do

Entorno. Para atendimento às famílias localizadas de modo disperso no entorno se

construirá um chafariz para abastecimento de reservatórios portáteis.

11.1.4.Córrego Sete

Características Gerais

• População Beneficiada: 173 Habitantes

Captação

Captação subterrânea: Poço Freático 0 = 4,00m H = 5,00m sob Casa de Química e Casa de

Bombas.

Adutora de Água Bruta

Adução por meio de tubulação com 900m.

Estação Elevatória de Água Bruta

Elevatória de água com bombas Trifásica, F2 GQ 3", 02 conjuntos moto bomba com pot.= 3,0

CV cada um.

Tratamento

Casa de Química com cloro e flúor, dosando diretamente no poço freático.

Reservação

Reservatório metálico, cilíndrico horizontal com capacidade 20.000 1.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Rede de Distribuição

Será executada com 1122 metros de Tubo PVC 12 JE DN 50, 606m em Tubo PVC Sold. DE 40,

e 300m em Tubo PVC Sold. DE 32.

Ligações Prediais

Serão executadas 6 ligações em Rede Sold. DE 32, 12 ligações em Rede Sold, DE 40 e 08

ligações em Rede PVC JE DN 50.

11.1.5. Cruzeiro

Características Gerais

• População Beneficiada: 80 Habitantes

Captação

Captação subterrânea: Poço Freático 0 = 4,00m e pequena barragem de acumulação.

Estação Elevatória de Água Bruta

Elevatória de água com bombas Trifásica, Barrilete 2", 02 conjuntos moto bomba com pot.=

5,0 CV cada um.

Adutora de Água Bruta

Adução por meio de tubulação 600m em Tubo PVC 12 JE DN 50.

Tratamento

Sobre o Poço Freático através de Casa de Química para dosagem de cloro e flúor.

Reservação

Reservatório metálico elevado tipo taça com capacidade 15.000 L.

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Rede de Distribuição

Implantado 270m de Tubo PVC sold. D 50 e 762m em Tubo PVC sold D 40.

Ligações Prediais

Implantado 12 ligações domiciliares.

11.1.6. Escola Cier

Características Gerais

• População Beneficiada: 149 Habitantes

• População Residencial final de plano: 221 habitantes

• Alcance do projeto: 20 anos

• Vazão de projeto: l,SGL/s

Captação

Captação subterrânea: Poço profundo, existente, com conjunto de recalque e instalações

hidráulicas e elétricas, disponibilidade de l,Sm 3/h. Deverá ser aproveitado

integralmente.

Tratamento

Casa de dosagem em alvenaria de lajotas, padrão Pro-Rural, para produção e dosagem

de cloro, combate e prevenção às infecções da água, dosagem de barrilha para controle

do PH. Instalação de filtro de pressão em fibra de vidro, com leito de areia e material

catalítico para remoção de ferro e manganês, mod. 60 DFL -4, Darka ou similar.
3
Instalação de tanque de contato construído com caixa d'água fibra de vidro, 5,0m ,

enterrado em 90% de sua altura, para mistura dos produtos químicos à água. Construção

de elevatória de água tratada, compartimento de bomba, constituído de 02 conjuntos

90
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

moto-bombas, 3/4 cv, sendo 01 de reserva, elevando a água do tanque de contato para

o reservatório.

Reservação

Reservatório em concreto armado, construído sobre a laje de cobertura da escola, prédio


3
principal, capacidade de 17,0m • Deverá ser aproveitado integralmente como se

encontra.

Rede de Distribuição

Aproveitamento integral das instalações existentes. Todos os prédios com instalações

hidráulicas estão interligados ao reservatório de distribuição.

11.1.7. Garrucha

Características Gerais

• População Residencial de início de plano: 180 habitantes

• População Residencial final de plano: 268 habitantes

• Alcance do projeto: 20 anos

Captação

Captação subterrânea: Poço Freático com casa de bomba, diâmetro de 4m e profundidade

de5m.

Adutora de Água Bruta

Adução por meio de tubulação com 258,00m de tubulação PVC PBA DN 50, ligando o novo

poço à ETA.

91
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Tratamento

Casa de química, fornecimento de equipamentos e vidrarias; instalação de 01 (um) filtro de

pressão em fibra de vidro com leito filtrante cata'litico para remoção de ferro e manganês;

02 (dois) tanques semi-enterrados em fibra de vidro com capacidade de 5m 3 cada.

Elevatória de Água Tratada

Elevatória de água tratada em alvenaria, padrão Pró-Rural, com 02 (dois) conjuntos moto-

bombas de 3/4cv, sendo 01 (um) de reserva.

Reservação

Implantação de 02 (dois) reservatórios em fibra de vidro com capacidade de 10m 3 cada,

elevados sobre estrutura de concreto, com altura de 6,00metros.

Rede de Distribuição

Rede de distribuição com 3.066,00m de tubulação em PVC PBA DN 50 JE classe 12.

Ligações Prediais

Implantação de 34,00 (trinta e quatro) ligações domiciliares com hidrometração.

11.1.8.Km 20

Características Gerais

• População Beneficiada: 799 Habitantes

Captação

Captação subterrânea: 02 Poços Freáticos 0 =4,00m.

Adutora de Água Bruta

A adutora com capacidade para maior vazão PVC DN 75/ DE 85.

92
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Estação Elevatória de Água Bruta

Elevatória de água com bombas Elevatória de água com bombas Trifásica, Barrilete 3", 02

conjuntos moto bomba com pot.= 5,0 CV cada um.

Tratamento

Casa de Química para dosagem de cloro e flúor.

Reservação

Reservatório metálico tipo taça de 15.000 L, com considerando a já prevista pelo Município,

construção de mais 40 casas populares.

Rede de Distribuição

A rede existente encontra-se me boas condições, fazendo-se necessária apenas a ampliação

para atendimento as casas que serão construídas.

93
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12. ESTUDO DE PROJEÇÕES E DEMANDAS

As informações relativas à projeção demográfica e demanda de vazão utilizada neste Plano

foram retiradas Sistema de Informações Operacionais da CESAN.

12.1. METODOLOGIA E PARÂMETROS DE PROJETO

A projeção demográfica foi elaborada com base do Censo Demográfico - IBGE/2010,

considerando a população residente para o Município de Boa Esperança.

As projeções populacionais foram realizadas através do método de componentes, o qual

incorpora as informações sobre as tendências da mortalidade, da fecundidade e da migração

para o período de planejamento entre 2010 a 2031.

Os principais critérios e parâmetros de projeto adotado foram consubstanciados nos

estudos, projetos e planos existentes, além dos dados e das informações gerenciais e

operacionais.

Com base na avaliação dos dados de consumo de água da CESAN, considerando-se os

valores adotados nos estudos e projetos existentes mais recentes, foram obtidos os

coeficientes de consumo "per capita", infiltração, variação de vazão e de retorno de esgotos,

utilizados no cálculo das vazões de projeto, para o Município de Boa Esperança, apresentado

abaixo:

);>- Consumo per capta de água: 150 L/hab.dia

);>- Coeficiente do dia de maior consumo (Kl): 1,2

);>- Coeficiente da hora de maior consumo (K2): 1,5

);>- Coeficiente de retorno de esgoto (K3): 0,80

Jo>- Vazão de infiltração: 5,63 L/s

Jo>- Taxa de infiltração: 0,00015 L/s. m.

Jo>- Horas de funcionamento da ETA: 15 horas

94
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12.2. PROJEÇÃO DE DEMANDA DE VAZÃO


Quadro 29: Projeção de demanda de vazão.

População
• (hab)

2012
2013 14.353 22,9 18,3
2014
2015 14.469 23,0 18,4
~f:fli~tlf'iAirs2~i ··•.: ;.•·. .:•. t'.">.·.·.~·.· .l..·••.·•.•·..· .•.·.·.•·•.·
1
2016 '@;b!ii:JífhY>+2:1 L .:;~e<;.: /C. "'
2.··.·.·.·.a
•.••.•••..··.1.·
•. ...·••.: . /

2017 14.585 23,2 18,6


2018
2019 14.702 23,4 18,7
2020 S!f~~f1:~~ffe~4i '.: : ~: ;'.'. J~~I~~1~~1·;.·; :~~~.~if:t::::
2021 14.820 23,6 18,9
2022 fí~1E~~f~I~9::: :l:~'.k !iH;~~ti~.':.'.: ~:3}7;}u
2023 14.939 23,8 19,0
2024
2025 15.059 24,0 19,2
2026
2027 15.180 24,2 19,3
2028
2029 15.302 24,4 19,5
2030
2031 15.425 24,6 19,6
2032
2033 15.549 24,8 19,8
2034
2035 15.674 25,0 20,0
2036
2037 15.800 25,2 20,1
2038
15.927 25,4 20,3

1'11~1%[~~231'i~lf1J~ ft~~~~·;:t~;t>'i'· :·::.:!~l~;;~~~fl~Z~!l&i


16.054 25,6 20,4
2042

Taxa crescimento populacional de 0,40% (IBGE).


Fonte: CESAN.

95
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

13. AÇÕES PROPOSTAS PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A concepção proposta para ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água da

sede do município, prevê a mudança do manancial de captação de água para o Rio do Norte,

visando garantir a cobertura de atendimento numa projeção de 30 anos.

Para o pleno fornecimento de água, a captação consistirá de uma tomada d'água no Rio do

Norte a partir de um ressalto hidráulico existente e a ser recuperado. Ali devem ser

instaladas as tubulações de sucção de bombas anfíbias, que ficarão na margem do rio,

ancoradas numa plataforma de concreto a ser construída.

O projeto prevê que a tomada d'água será feita a partir de um poço de sucção com o nível

d'água elevado através do ressalto hidráulico existente, a ser recuperado e elevado. No poço

de sucção deverá ser feito um corte em rocha com a finalidade de aprofundar o mesmo,

para que a tubulação fique submersa suficiente.

Está previsto ainda o fechamento do poço de sucção através de comportas, com a finalidade

de proceder a descarga e limpeza do mesmo, bem como, uma sinuosidade no canal de

entrada ao poço de sucção, para favorecer a sedimentação da areia.

O sistema de bombeamento deverá ser totalmente automatizado com acionamento por

telecomando. Na concepção do projeto foi previsto a instalação de até três conjunto

elevatórios para final de plano. A vazão máxima do sistema é de cerca de 77,0 l/s, mas com a

regulagem da velocidade do motor, a vazão poderá ser adequada à demanda.

São previstas a intalação de adutora de água bruta de ferro fundido com extensão de cerca

de 5.080m (captação à ETA) com diâmetro de 300mm. A vazão de captação no Rio do Norte

será de 58,321/s e o sistema de recalque deverá contar com as seguintes características

(Quadro 30):

96
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Quadro 30: Características do Sistema de Adução.

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE ADOÇÃO

Nº de unidades

•••• 1 ' •• CENTRÍGUGA TIPO ANFÍBIA

Eficiência do conjunto

Vazão 38,41/s (por bomba)

Potência do motor

Altura manométrica 133,0m

• • • • 1

Frequência 60 Hz

Fonte: CESAN.

Além desta, outras ações compreendem as necessidades de melhoria do sistema, como a

setorização da distribuição melhorando a utilização da reservação existente, ampliação da

ETA com a construção de um floculador e transformação dos flocodecantadores existentes

em flotadores.

97
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14. AÇÕES PROPOSTAS PARA OS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A concepção proposta para ampliação e melhoria do sistema de esgotamento sanitário da

sede do município de Boa Esperança, teve como objetivo central unificar o sistema de

esgoto da cidade, que hoje se encontra desarticulado e de forma isolada. Buscou-se também

aproveitar ao máximo a rede coletora existente, que foram executadas com material em

conformidade com as normas vigentes.

A área urbana foi dividida em 7 (sete) bacias de esgotamento com as nomenclaturas de A, B,

C, C', D, E e F. O traçado do plano de escoamento e a divisão das sub-bacias de esgotamento

foram concebidos com o objetivo de reduzir o número de estações elevatórias do sistema,

de modo a diminuir problemas operacionais, otimizar o consumo de energia elétrica e evitar

sobrecargas hidráulicas na estação de tratamento de esgoto.

São previstas 6 (seis) estações elevatórias de esgoto bruto para inversão de fluxo e reunir

todo esgoto gerado em um único ponto de tratamento.

A extensão total de rede coletora de esgoto sanitário é de cerca de 37,GKm.

A área prevista para instalação da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário localiza-se nas

coordenadas geográficas UTM 364.206E e 7 .949.998S. O corpo receptor do efluente tratado

será o Córrego Boa Esperança. O emissário de descarga está localizado nas coordenadas

geográficas UTM 364.045E e 7.950.347S, o emissário possui 335 metros de comprimento seu

DN 300mm. A Figura 12 mostra a localização da Estação de Tratamento de Esgoto e do

ponto de lançamento do efluente.

98
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

-~
'11'1'° 3114:1~0

•'~

i
•~

~
E

1
j Legenda:
®' Emissario: UTM 364.045 E 7.950.3475
(=:J ETE - UTM 364.206E 7.949.9985
o 35 70 1.io Ml!l('•s ~ Are:l U1banitada

Figura 14: Área proposta para instalação da ETE e do ponto de lançamento.

Figura 15: Sede do município de Boa Esperança

·. ;\'·'--··'
~
\

99

«t
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE AGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

15. AÇÕES PROPOSTAS PARA AS LOCALIDADES DE PEQUENO PORTE

15.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Para atendimento das localidades de São Cristóvão, Valani, Gameleira, Guadalupe e Poço

Azul há necessidade de concepção do sistema completo de abastecimento de água, que


consiste desde a implantação da estação de tratamento até a implantação das redes de

distribuição de água.

Quadro 31: Necessidade de investimentos em saneamento rural.

LOCALIDADE SISTEMA

SÃO CRISTOVÃO

VALANI

GAMELEIRA

••
POÇOAZUt

Fonte: CESAN.

Além destes, nas localidades de Quilômetro Vinte e São Brás, também há necessidade de

concepção de projeto para implantação de um novo sistema de abastecimento de água.

15.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Para atendimento das localidades de Boa Esperança há necessidade de concepção do

sistema completo de esgotamento sanitário, que consiste desde a instalação de ligações

domiciliares, a instalação de redes coletoras até a implantação do sistema de tratamento

preliminar e da estação de tratamento de esgoto, além da instalação de leito de secagem

para lançamento do lodo antes da destinação final.

100
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

16. SOLUÇÕES INDIVIDUAIS

A Política Nacional de Saneamento {11.445/2007), em seu Art. 45º estabelece que:

Art. 45. Ressalvadas as disposições em contrário das normas do titular,


da entidade de regulação e de meio ambiente, toda edificação
permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento
das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso
desses serviços.

§ 1o Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão

admitidos soluções individuais de abastecimento de água e de


afastamento e destinação final dos esgotos sanitários, observadas as
normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis
pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos.

Deste modo, em casos específicos, onde não há disponibilidade de redes de abastecimento

de água e esgotamento sanitário, poderão ser admitidas as seguintes soluções alternativas:

16.1. ALTERNATIVA PARA ABASTECIMENTO DE ÁGUA: CAPTAÇÃO DE ÁGUA

SUBTERRÂNEA

16.1.1. Características gerais

A água subterrânea corresponde à parcela da água infiltrada no solo e compõem os

aquíferos. Os aquíferos, por sua vez, são formações geológicas constituídas por rochas

capazes de armazenar e transmitir quantidades significativas de água. São efetivamente

reservatórios naturais subterrâneos que podem ser de variados tamanhos e profundidade.

16.1.2. Restrições ao uso do sistema

101
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No que diz respeito à utilização de águas subterrâneas para uso e abastecimento humano,

ainda não existe normativa estadual que determine parâmetros e exija outorga,

licenciamento ou cadastramento dos poços.

No entanto, a Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei Federal 9.433/1997, já estabelece,

em seu Art. 49º que a perfuração de poços para extração de água subterrânea ou sua

operação sem a devida autorização, constitui infração.

Sendo assim, para extração de água de aquífero subterrâneo o usuário deverá submeter-se

aos critérios técnicos e procedimentos gerais para uso, bem como inspecionar o controle da

qualidade da água produzida em conformidade com a legislação vigente e novos critérios a

serem estabelecidos.

Tenho em vista que, a falta de controle e uso indiscriminado dos lençóis subterrâneos pode

levar a exaustão do aquífero além de aumentar o risco de contaminação do mesmo, institui-

se, sempre que possível, o uso da rede pública de abastecimento de água de forma

pragmática com intuito de se minimizar riscos de contaminação além de facilitar a

identificação de eventuais fontes poluidoras e sua neutralização.

16.2. ALTERNATIVA PARA DESTINAÇÃO DOS EFLUENTES SANITÁRIOS: FOSSA SÉPTICA

16.2.1. Características gerais

As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico. Trata-se de

um tanque enterrado, que recebe os dejetos e águas servidas, retém a parte sólida e inicia o

processo de biodegradação da matéria orgânica. Evitando o lançamento dos dejetos

humanos diretamente nos corpos hídricos.

"O sistema de tanques sépticos aplica-se primordialmente ao tratamento de esgoto

doméstico" (NBR 7229/1993). Os critérios para implantação de fossas sépticas devem

atender as especificações técnicas das normas em vigor.

102
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

16.2.2. Restrições ao uso do sistema

A NBR 7229/1993, estabelece que o sistema em funcionamento deva preservar a qualidade

das águas superficiais e subterrâneas, é importante observar atentamente as restrições

relativas à estanqueidade e distâncias, bem como, os tipos de lançamentos.

16.2.3. Disposição final dos efluentes

A disposição final dos efluentes tratados devem atender aos critérios técnicos estabelecidos

na NBR 13969/1997 e demais legislações em vigor.

16.2.4.Sistema de limpeza/retirada de lodo

Deve ser previsto, manutenção periódica do lodo biológico acumulado no fundo do sistema

considerando o intervalo de limpeza correspondente.

103
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

17. PLANO DE METAS PARA OS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

17.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

17 .1.1.Ampliação e melhoria no sistema existente

Hoje o sistema de água da sede do município tem uma cobertura de 100% da população

urbana. A meta é manter estes indicadores até o final de plano através de ampliação do

sistema e do crescimento vegetativo.

O Quadro 32 mostra as intervenções estabelecidas para o período 2014 a 2043, relativa a

execução de obras e serviços para ampliação e melhoria do sistema existente.

Quadro 32: Ampliação e melhoria nos sistemas existentes.

DESCRIÇÃO

Ampliação e melhoria no sistema de


captação e adução - sede
X X X
1
Expansão e melhorias para as localidades de
Pequeno Porte

Crescimento vegetativo X X X X X X X X X X X

Fonte: CESAN.

17.1.2.Ampliação da cobertura de atendimento

O Quadro 33 mostra o índice de cobertura atual e os índices a serem mantidos no período

entre 2014 a 2043, de acordo com a execução de obras e serviços. Para manter a meta em

100% o aumento da cobertura será proporcional ao aumento da população e se dará por

meio de crescimento vegetativo.

Quadro 33: Índice de cobertura de água .

Índice de cobertura (%)

Fonte: CESAN.
••••••••
104
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Tendo em vista o processo de expansão urbana em que se encontra a sede do município, a

ampliação do SAA para atendimento da demanda torna-se essencial. Para tanto, sugere-se a

melhoria no sistema de captação e adutora de recalque para a ETA na sede do município.

17.1.3. Redução de perda de água

O Quadro 34 apresenta o índice de perda atual na distribuição e índices de redução de

perdas a serem atingidos no período entre 2014 a 2043, de acordo com a previsão do Plano

de Perdas, que estabelece a execução de obras e serviços específicos para essa ação.

Quadro 34: Percentual de redução de perdas.

Perdas na distribuição
(%)
Fonte: CESAN
---
Deverão ser adotadas ações que visem à minimização das perdas de maneira geral, com a

finalidade de evitar o incremento de vazão a ser disponibilizado no setor. As perdas não

físicas de água são constituídas pelos consumos não autorizados (furto a uso ilícito) e pelos

erros medição dos hidrômetros. As perdas físicas de água correspondem ao volume perdido

no sistema de adução e distribuição através de fugas, rupturas e extravasamentos que

ocorrem na captação, adução, tratamento, reserva e distribuição (incluindo os ramais de

serviço), até ao hidrômetro do cliente. Alguns possíveis fatores que influenciam o índice

elevado de perdas na distribuição são:

a) Hidrômetros antigos e sem calibração, que subavalia as medições;

b) Pressões excessivas agravando as perdas físicas;

c) Ligações clandestinas;

d) Fraudes;

e) Tubulações antigas;

f) Cadastro comercial desatualizado.

105
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

18. PLANO DE METAS PARA OS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

18.1. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

18.1.1. Implantação, ampliação e melhorias do sistema de esgotamento sanitário

Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Boa Esperança - Sede e

complementação após a universalização através de crescimento vegetativo.

Quadro 35: Ampliação e melhoria nos sistemas existentes.

DESCRIÇÃO
-1111
Construir EEEB's nas sub-bacias
X X X X
(Sede).

Construir a ETE (Sede).

Construir o Emissário (Sede). X X

Implantar ligações prediais (Sede).

Implantação do SES em comunidade


X X
de pequeno porte- Km 20
Fonte: CESAN.

18.1.2.Ampliação da cobertura de atendimento

O Quadro 36 mostra o índice de cobertura atual e os índices a serem atingidos no período

entre 2014 a 2042, de acordo com a execução de obras e serviços. Para manter a meta em

100% o aumento da cobertura será proporcional ao aumento da população e se dará por

meio de crescimento vegetativo.

Quadro 36: Índice de cobertura de esgotamento sanitário.

-·····
11111 ••••••
Fonte: CESAN.

106
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

19. PLANO DE INVESTIMENTOS

O resultado do diagnóstico técnico dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento

sanitário do município de Boa Esperança identificou as principais deficiências destes serviços

e norteou a definição dos valores necessários para implementar as propostas de ampliação,

melhoria ou recuperação dos mesmos, num horizonte de 30 (trinta) anos.

Ressalta-se que algumas das ações previstas neste Plano ainda não têm orçamento definido.

As tabelas apresentadas nos itens 19.1 e 19.2 sintetizam as necessidades de recursos de

investimentos previstos no período de 2014 a 2043, para melhoria da cobertura do

abastecimento de água e esgotamento sanitário, objetivando a universalização desses

serviços.

As previsões de investimentos contemplam programas relacionados aos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, cujas fontes de recurso para financiamento

podem ser oriundas de parcerias com o Banco Nacional de Desenvolvimento do Espírito

Santo - BNDES, Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Governo do Estado/ Secretaria de

Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano - SEDURB, bem como, por

meio de capital da própria Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN ou ainda

com recurso do município, sendo a viabilização da captação desses recursos junto aos

órgãos financiadores do setor de saneamento de responsabilidade do gestor municipal.

Conforme apresentado a seguir estão previstos investimentos na área urbana e nas

localidades de pequeno porte para implantação e ampliação dos sistemas de abastecimento

de água e esgotamento sanitário, bem como, os investimentos a serem aplicados em

crescimento vegetativo, melhorias operacionais e manutenção dos sistemas.

107
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

19.1. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

19.1.1. Investimentos a Curto Prazo

O Quadros 37 apresenta as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SAA

e estimativa de investimentos a curto prazo.

Quadro 37: Estimativa de investimentos em abastecimento de água.

Curto Prazo (2014 a 2018).

DESCRIÇÃO

R$ 3.000*

*Recurso deve ser captado pelo município junto aos órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte

de recursos públicos adivindo do governo federal ou estadual ou municipal, para implantar as melhorias no

sistema de abastecimento de água da localidade.

19.1.2. Investimentos a Médio Prazo

O Quadro 38 apresentam as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SAA

e estimativa de investimentos a médio prazo.

Quadro 38: Estimativa de investimentos em abastecimento de água.

Médio Prazo (2019 a 2028).

DESCRIÇÃO INVESTIMENTO ESTIMADO (x R$ 1000)

Expansão e Melhorias Operacionais no Sistema de


R$500
Abastecimento de Água - Sede.
Expansão e Melhorias para as Localidades de
Pequeno Porte
* Recurso deve ser captado pelo município junto aos órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte

de recursos públicos adivindo do governo federal ou estadual ou municipal, para implantar as melhorias no

sistema de abastecimento de água da localidade.

108
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

19.1.3.lnvestimentos a Longo Prazo

O Quadro 39 apresentam as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SAA

e estimativa de investimentos a longo prazo.

Quadro 39: Estimativa de investimentos em abastecimento de água.

Longo Prazo (2029 a 2042).

DESCRIÇÃO

R$100

19.2. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

19.2.1. Investimentos a Curto Prazo

O Quadro 40 apresentam as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SES

e estimativa de investimentos a curto prazo.

Quadro 40: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário.

Curto Prazo (2014 a 2018).

DESCRIÇÃO INVESTIMENTO ESTIMADO (x R$ 1000)

Implantação, Expansão e Melhorias Operacionais no


Sistema de Esgotamento Sanitário - Sede.
Implantação, Expansão e Melhorias para Distrito de
R$ 1.878*
Km20.
* Recurso deve ser captado pelo município junto aos órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte

de recursos públicos adivindo do governo federal ou estadual ou municipal, para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da sede.

19.2.2.lnvestimentos a Médio Prazo

O Quadro 41 apresentam as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SES

e estimativa de investimentos a médio prazo.

109
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Quadro 41: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário.

Médio Prazo (2019 a 2028).

DESCRIÇÃO INVESTIMENTO ESTIMADO (x R$ 1000)

Implantação, Expansão e Melhorias Operacionais no


Sistema de Esgotamento Sanitário - Sede.
Implantação, Expansão e Melhorias para Localidades
R$100
de Pequeno Porte
*Recurso deve ser captado pelo município junto aos órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte

de recursos públicos adivindo do governo federal ou estadual ou municipal, para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da sede.

19.2.3. Investimentos a Longo Prazo

O Quadro 42 apresentam as metas de expansão, melhorias operacionais e gestão para o SES

e estimativa de investimentos a longo prazo.

Quadro 42: Estimativa de investimentos em esgotamento sanitário.

Longo Prazo (2029 a 2042).

DESCRIÇÃO INVESTIMENTO ESTIMADO (x R$ 1000)

Implantação, Expansão e Melhorias Operacionais no


Sistema de Esgotamento Sanitário - Sede.
Implantação, Expansão e Melhorias para Localidades
R$ SOO*
de Pequeno Porte
* Recurso deve ser captado pelo município junto aos órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte

de recursos públicos adivindo do governo federal ou estadual ou municipal, para implantação do sistema de

esgotamento sanitário nas localidades de pequeno porte.

110
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

20. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

As ações de contingência contemplam todas as hipóteses acidentais identificadas, suas

conseqüências e medidas efetivas para o desencadeamento das ações de controle. Sua

estrutura contempla os procedimentos e recursos, humanos e materiais, de modo a

propiciar as condições para adoção de ações, rápidas e eficazes, para fazer frente aos

possíveis acidentes causados durante a operação dos serviços de água e esgotamento

sanitário, anomalias operacionais e imprevisíveis que surgirem.

As ações buscam descrever as estruturas disponíveis e estabelecer as formas de atuação da

Operadora em exercício tanto de caráter preventivo como corretivo procurando elevar o

grau de segurança e a continuidade operacional das instalações afetas aos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário. Na operação e manutenção dos sistemas

de abastecimento de água e de esgotos sanitários do município efetuado pela operadora em

exercício serão utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão no sentido de prevenir

ocorrências indesejadas por meio de controles e monitoramentos das condições físicas das

instalações e dos equipamentos visando minimizar ocorrências de sinistros e interrupções na

prestação dos serviços.

Em caso de ocorrências atípicas, que extrapolem a capacidade de atendimento local, a

Operadora em exercício deverá dispor de todas as estruturas de apoio com mão de obra,

materiais, equipamentos, de suas áreas de manutenção estratégica, das áreas de Gestão,

Projetos e de toda área que se fizerem necessárias, inclusive áreas de suporte como

comunicação, marketing, suprimentos e tecnologia da informação dentre outras, visando a

correção dessas ocorrências atípicas, para que os sistemas de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário do município tenham a segurança e a continuidade operacional.

As ações de caráter preventivo, em sua maioria, buscam conferir grau adequado de

segurança aos processos e instalações operacionais evitando descontinuidade. Como em

qualquer atividade, no entanto, sempre existe a possibilidade de ocorrência de situações

imprevistas. As obras e os serviços de engenharia em geral, e os de saneamento em

111
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

particular, são planejados respeitando-se determinados níveis de segurança resultados de

experiências anteriores e expressos na legislação ou em normas técnicas.

A Operadora em exercício disponibilizará os instrumentos necessários para atendimento as

situações de contigências e a estrutura de responsabilidade para tomada de decisão durante

uma situação de emergência. Além disso, deve estabelecer procedimentos que permitam

agilizar as ações com eficácia nos locais onde ocorrer os imprevistos, reduzindo ao mínimo o

perigo potencial de lesões, mortes, danos à propriedade, ao meio ambiente e a toda

coletividade. Deverá ainda, informar e estabelecer os procedimentos corretos a serem

tomados em caso de emergências diversas.

No caso dos serviços de abastecimento de água do município foram identificados, conforme

Quadro 43 os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a serem

desencadeadas.

Quadro 43: Identificam as principais ocorrências, origem e ações de contigência para os Sistemas de
abastecimento de água.

OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES DE CONTIGÊNCIA

112
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES DE CONTIGÊNCIA


a) Deficiências de água nos • Verificação e adequação de plano de
mananciais. ação às características da ocorrência.
b) Interrupção temporária no • Comunicação à população/
fornecimento de energia instituições/ autoridades.
elétrica nas instalações de • Comunicação á policia.
produção de água. Comunicação à operadora de energia
c) Interrupção no fornecimento de elétrica.
energia elétrica em setores de • Deslocamento de frota de caminhões
distribuição. tanque.
d) Danificação de equipamentos de • Reparo das instalações danificadas.
estações elevatórias de água • Transferência de água entre setores de
tratada. abastecimento.
e) Danificação de estruturas de
reservatórios e elevatórias de
água tratada.
f) Rompimento de redes e linhas
adutoras de água tratada.
Ações de vandalismo.
Fonte: CESAN.

113
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE AGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

21. REGULAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE

Fundamental para a promoção da saúde e qualidade de vida da população, o setor de

saneamento básico, apesar de sua importância, durante muitos anos não teve um modelo

institucional definido, uma política especifica, um marco regulatório.

Assim, contratos de concessão ou convênios genéricos eram firmados e, quem prestava o

serviço acumulava diversas funções como as de planejamento, execução de obras e

definição das tarifas. Nesta situação, o poder concedente tinha pouquíssima ou nenhuma

participação nas decisões sobre a forma da prestação de serviços na sua cidade.

Depois de décadas de debates, propostas, e projetos de lei, em 2007, foi sancionada a Lei

Federal 11.445, que estabeleceu as diretrizes nacionais e a política federal para o

saneamento básico. Esta nova legislação trouxe mudanças significativas para a prestação dos

serviços de saneamento, dentre elas a separação das funções de planejamento, regulação e

prestação dos serviços. Agora, as referidas atividades deverão ser desempenhadas por

atores diferentes: o planejamento deverá ficar a cargo do município, enquanto que a

prestação dos serviços caberá a um ente público municipal ou a uma concessionária publica

ou privada.

O Capitulo V da Lei Federal nº. 11.445/07 estabelece as diretrizes gerais para a atividade

regulatória que deve ser exercida baseando-se nos princípios da independência decisória,

incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora. Para

atender a esta exigência foi criada a Agência Reguladora de Saneamento Básico e

Infraestrutura Viária do Espírito Santo ARSI.

A regulação terá como objetivos estabelecer padrões e normas para a adequada prestação

dos serviços e para a satisfação dos usuários; garantir o cumprimento das condições e metas

estabelecidas; prevenir e reprimir o abuso do pode econômico, ressalvada a competência

dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; e definir tarifas que

assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos como a modicidade

tarifaria, mediante mecanismo que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que

permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

114
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Ambiente de Regulação

As diretrizes e a política estadual de saneamento básico do Espírito Santo são determinadas

pela Lei nº 9.096/2008 e pela Lei Complementar nº 477 /2008, que criou a Agência

Reguladora de Saneamento Básico e de Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi), uma

autarquia de regime especial, dotada de personalidade jurídica de direito público e

autonomia administrativa, patrimonial, técnica e financeira, vinculada à Secretaria de Estado

de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEDURB).

Essas leis alinham o Espírito Santo à legislação brasileira do setor de saneamento

estabelecida em 2007, através da Lei Federal de Saneamento Básico (nº 11.445), e

institucionalizam o compromisso do Governo Estadual com a universalização do acesso ao

abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos.

Além disso, determinam que esses serviços sejam realizados de maneira adequada à saúde

pública, à proteção do meio ambiente e mediante regulação, buscando parceria com os

municípios. Nesse contexto, a Arsi cumpre o papel de regular e fiscalizar os serviços

prestados, os procedimentos de atuação das concessionárias do setor de saneamento, bem

como a verificação do cumprimento dos planos de saneamento e dos contratos de

programa.

1 )

115
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

22. POLÍTICA E ESTRUTURA TARIFÁRIA

A política e estrutura tarifária vigente, praticadas pela CESAN, são reguladas pela ARSI,

conforme disposto na Lei Complementar Estadual nº 477, de 29 de Dezembro de 2008.

Nos termos do Art. 46º da Lei Nº 9.096 de 29 de dezembro de 2008, o reajuste das tarifas de

serviços públicos de saneamento básico serão realizados observando-se um intervalo

mínimo de 12 meses. Ainda, a referida lei dispõe em seu artigo 62:

"§ 2º Após o período de transição fixado em 2 (dois) anos, após a

publicação desta Lei, a política tarifária a ser praticada pela CESAN será

estabelecida pela entidade estadual reguladora e fiscalizadora, com base

nas diretrizes e metas estabelecidas no Plano Regional de Saneamento

Básico".

A Arsi, por meio da Nota Técnica GET/DA/ARSI Nº 001/2011 que deu origem à Resolução

012/2011, estabeleceu em seu item 7, além do aperfeiçoamento da estrutura de tarifas, o

cálculo das tarifas e, a metodologia para definição do Índice de Reajuste Tarifário - IRT.

A estrutura tarifária tem por objetivo a:

• Simplificação para a classificação da Categoria Residencial;

• Redução dos custos para atualização cadastral;

• Redefinição de critério para enquadramento na Tarifa Social;

• Definição de descontos tarifários para a Tarifa Social;

O Quadro 44, a seguir, apresenta as categorias que compõem a estrutura tarifária da CESAN.

Quadro 44: Categorias que compõem a estrutura tarifária.

CATEGORIAS
Tarifa Social

Fonte: CESAN

Tarifa
A Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi)

estabeleceu um conjunto de medidas para o aperfeiçoamento da estrutura tarifária da

CESAN. Entre outros objetivos, as medidas visam definir com objetividade os critérios para

116
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

concessão de Tarifa Social, simplificar os critérios de classificação de clientes e estabelecer

tarifas progressivamente maiores para consumos mais elevados, estimulando a economia e

a redução do desperdício.

As tarifas são fixadas com base no custo dos serviços de abastecimento de água e

esgotamento sanitário cuja finalidade é: à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro

da prestação dos serviços, mediante a atualização dos valores monetários; à revisão e

atualização das condições da prestação dos serviços e seus reflexos na composição dos

custos; ao cumprimento dos programas e ações de investimentos em expansão,

modernização ou reposição das infraestruturas.

Destaca-se, ainda que, é previsto a cobrança para os serviços assessórios específicos

executados relativos à: extensão de redes de água e de esgotos, ligações domiciliares,

instalação e conservação de hidrômetros, remanejamento de ramais de ligação solicitados

pelos usuários, exame de projetos de infraestruturas de rede de abastecimento de água e

coletora de esgoto e de instalações hidros sanitárias prediais, entre outros. Além disso, as

tarifas permanecem crescentes quanto maior for a faixa de consumo.

Tarifa social
Visando universalizar a prestação de serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos

sanitários, foi criada uma tarifa distinta, denominada "Tarifa Social", que consiste em uma

tarifa diferenciada, com descontos de até 60%, passando a beneficiar os usuários da

categoria Residencial e que estejam inscritos no Programa Bolsa Família ou que recebam

Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Tarifas de esgoto

Em relação aos efluentes residenciais, as tarifas dos serviços de esgotamento sanitário são

fixadas em até 80% (oitenta por cento) das tarifas de abastecimento de água, acrescidos,

quando for o caso, da cobrança relativa ao lançamento de efluentes de características não

domésticas, observada a categoria a qual pertença o imóvel e a respectiva faixa de consumo,

desde que o mesmo possua aprovação de viabilidade técnica pela CESAN.

E ainda, o usuário que utiliza poço artesiano ou outra fonte alternativa própria de

abastecimento de água está sujeito à cobrança das tarifas pelo uso do sistema de

117
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

esgotamento sanitário, com base no volume mensal da água consumida, o qual deve ser

aferido por meio de hidrômetro instalado pelo usuário na respectiva fonte de

abastecimento.

No Quadro 45, a seguir, são apresentadas as tarifas atuais praticadas pela CESAN, conforme

determinação da Arsi.

118
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÃSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE AGUA E ESGOTAMENTO SANITÃRIO

Quadro 45: Tabela de Tarifas Aplicáveis de acordo com as faixas de consumo, praticadas pela CESAN .

Tarifa de esgoto por Faixa de Consumo {R$/m 3 ) Tarifa de esgoto por Faixa de Consumo (R$/m 3 )
Tarifa de água por Faixa de Consumo (R$/m 3 )

• 16-20r113

Municípios: Região Metropolitana da Grande Vitória


21-30m5

S,08
>SOm1

0,61
11~1sm 3

.0,71
16-20m3

2,44
21-30m3

3,35
31-SOm3

3,58
> 50m 3

3,74
0-10m 3

0,23
11-15m3

0,27
16-20m3

0,93
21-30m3

1,27

Observação: Até agosto/2016, todos os municípios atendidos pela CESAN passarão a ter a mesma tarifa.

119
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

23. INDICADORES DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS

A Lei 11.445/2007 estabelece três grandes objetivos a serem alcançados pelo PMSB: a

universalização dos serviços; a qualidade e eficiência da prestação; e a modicidade tarifaria.

Para atingir esses objetivos faz-se necessário estabelecer mecanismos e procedimentos que

garantam à sociedade informações, representações técnicas e participação nos processos de

formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos

de saneamento básico.

O novo marco regulatório exige que sejam estabelecidos os parâmetros e indicadores de

qualidade que serão monitorados e atingidos ao logo do tempo por meio da implantação do

plano de investimento e mecanismo e procedimentos para a avaliação sistemática da

eficiência e eficácia das ações programadas.

O titular dos serviços deve definir os indicadores, seus níveis e metas e sua forma de

divulgação ao longo do tempo, garantindo a transparência. Os indicadores devem cumprir o

papel de averiguar e incentivar os incrementas de eficiência/eficácia do sistema e os

incrementas econômicos, sociais e sanitários, definidos pela política pública de saneamento.

Para garantir a disponibilidade da infraestrutura projetada seguindo os padrões de qualidade

de construção e manutenção, garantir uma operação de alta qualidade em conformidade

com normas e padrões vigentes e garantir a sustentabilidade dos sistemas é fundamental a

utilização de indicadores de desempenho como instrumentos gerenciais.

O Índice de Desempenho é formado a partir de índices que mensuram os principais tópicos

da construção - inclusive crescimento vegetativo - e operação - inclusive manutenções - dos

sistemas de esgotamento sanitário do Espírito Santo, agrupados em Desempenho de

Construção e Desempenho de Operação.

23.1. ÍNDICE DE DESEMPENHO DE CONSTRUÇÃO

O índice de desempenho de construção á composto pelos Índices de Disponibilidade de

Infraestrutura (IDI) e Índice de Qualidade de Infraestrutura (IQI), conforme representação

abaixo:

120
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

101
Í~~ice ~e Disponibilida~e de
IDC ; . , ,.\.)nfraestrutura ... ·
Ll0HI>l1>:0'.\:j)().ti$; ::-:;;;:,:;Y\-~c~\ 1'r<t::biliiifúY.\0f%\'.f0

IQI

23.1.1 Índice de Disponibilidade de Infraestrutura

O Índice de Disponibilidade de Infraestrutura (IDI) foi elaborado para retratar a

disponibilidade da infraestrutura durante o período de obras para o adequado atendimento

dos usuários, acompanhando o cronograma de implantação do sistema de saneamento.

A avaliação da disponibilidade é feita através dos indicadores de Número de Ligações

Disponibilizadas e de Fator de segurança em tratamento.

23.1.1.1 Número de Ligações Disponibilizadas (IDL)

Este indicador destina-se a avaliar a quantidade de ligações que será disponibilizada, de

modo a permitir a acessibilidade do serviço, no que diz respeito à possibilidade de ligação do

usuário às infraestruturas físicas da CONCESSIONÁRIA. É definido como a quantidade

acumulada de ligações de esgoto disponibilizada com capacidade operacional na área de

intervenção da CONCESSIONÁRIA, dividida pela quantidade de ligações de água

disponibilizada na mesma área, apurados pelo sistema comercial da CESAN.

CD
/DL=-
CP

Onde:

IDL- Indicador de Ligações disponibilizadas com capacidade operacional.

CD - Cobertura de esgoto disponibilizada: razão entre a quantidade ligações de esgoto


disponibilizada e quantidade de ligações de água disponível no mesmo momento.

121
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

CP- Cobertura de esgoto prevista.

23.1.1.2 Fator de Segurança em Tratamento (IDST}

Este indicador consistirá na relação entre a vazão mensal média registrada no trimestre

sobre a capacidade mensal nominal de projeto efetivamente instalada da estação que

possuir a maior relação entre tratamento registrado e capacidade instalada. Deve ser aferido

por estação, sendo os valores registrados individualmente em cada uma das estações de

tratamento por sua capacidade mensal nominal de projeto efetivamente instalada.

VMM
IDST=--
CINP

Onde:

VMM -Vazão mensal média registrada no trimestre, medida na saída da estação de


tratamento.

CINP - Capacidade Mensal Nominal de Projeto efetivamente instalada.

23.1.2 Índice de Qualidade de Infraestrutura

O Índice de Qualidade de Infraestrutura {IQI) avalia a qualidade das obras de

responsabilidade da CONCESSIONÁRIA.

23.1.2.1 Índice de Frequência de Acidentes (IFA}

É definido como o percentual de casos de acidente de trabalho com lesão física,


independentemente de afastamento do trabalho, abrangendo toda a força de trabalho

(próprios e terceiros) da Concessionária sobre a quantidade de horas que foram

efetivamente trabalhadas durante a implantação das obras.

QATx 106
FFA=
QHFI

IFA = (QAT*106}/QHH

122
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Onde:

IFA - Índice de Frequência de Acidentes com lesão física, independentemente de

afastamento do trabalho, abrangendo toda a força de trabalho (próprios e terceiros) da

Concessionária durante a implantação das obras.

QAT- Quantidade de acidentes de trabalho.

QHH - Quantidade de homem-hora efetivamente trabalhada.

23.1.2.2 Reclamações de Clientes e Órgãos Públicos Referentes à Obra em Geral {IQRC}

Este indicador destina-se a avaliar as percepções de clientes e órgãos públicos que não

foram bem sucedidos com os produtos ou serviços que receberam. É definido como a

quantidade de reclamações recebidas frente à meta estipulada de reclamações para aquele

período.

RCOP
IQRC=--
MR

Onde:

RCOP- Número de reclamações de clientes e órgãos públicos.

MR- Meta de reclamações.

23.1.2.3 Reclamações de Clientes e Órgãos Públicos Referentes ao Pavimento {JQRCP}

Este indicador destina-se a avaliar as percepções de clientes e órgãos públicos que não

foram bem sucedidos com os produtos ou serviços que receberam. É definido como a

quantidade de reclamações recebidas frente à meta estipulada de reclamações para aquele

período.

RCOP
IQRCP=--
MR

Onde:

123
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÃSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RCOP - Número de reclamações de clientes e órgãos públicos em relação à

pavimentação.

MR - Meta de reclamações

23.1.2.4 Regularidade Ambiental de Sistemas de Tratamento Fase Obra {IQRA)

Este indicador destina-se a avaliar o cumprimento das exigências legais de licenciamento e

outorga ambiental das ETEs. É definido como a porcentagem de licenças de obra (Licença

Prévia, Licença de Instalação, Licença Simplificada e Licença Regularização Ambiental)

vigentes com atendimento das condicionantes ambientais em dia.

IQRA=LOCD
LO
Onde:

LOCO - Licenças de obra (LP, LI, LS e LAR) vigentes com atendimento das condicionantes

ambientais em dia.

LO - Número total de licenças de obra (LP, LI, LS e LAR) vigentes.

Este indicador destina-se a avaliar as percepções de clientes e órgãos públicos que não

foram bem sucedidos com os produtos ou serviços que receberam.

23.2. INDICE DE DESEMPENHO DE OPERAÇÃO

O índice de desempenho da operação {IDO) é composto pelos indicadores de Eficiência

Operacional e de Qualidade Operacional.

f 124
PIANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

IEO

IDO

IQO
Índice de Qualidade

23.2.1 Índice de Eficiência Operacional

O Índice de Eficiência Operacional (IEO) foi elaborado com o objetivo de avaliar os aspectos

de disponibilidade e eficiência durante o período de operação do sistema de saneamento.

A avaliação da eficiência operacional será feita através de 6 (seis) indicadores: Remoção de

Carga Orgânica, Disponibilidade das EEEs, Extravasamento de Esgoto Sanitários, Obstrução

de Ramais, Controle de Ocorrência de Odores e Índice de Ligações Conectadas.

23.2.1.1 Remoção de Carga Orgânica {IRDBO)

O mau tratamento do esgoto coletado pode gerar graves danos à CONCESSIONÁRIA, à

população e, principalmente, ao meio ambiente, uma vez que o esgoto será lançado no

corpo receptor sem atender aos padrões estipulados, com elevado percentual de carga

orgânica não removida.

Este indicador consistirá na relação entre a carga orgânica no esgoto bruto e carga orgânica

que foi removida após o esgoto ser tratado.

A nota final do indicador será obtida através da média ponderada entre as notas obtidas por

cada ETE e sua capacidade nominal. Esse cálculo se dará da seguinte maneira:

a) Cálculo da eficiência de remoção de cada tipo de carga de acordo com o sistema.

(DBOEB- DBOET)
IRDBO = DBOEB

125
PLANO MUNICIPAL OE SANEAMENTO BÁSICO OE BOA ESPERANÇA/ES
SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Onde:

IROSO - Indicador de Remoção de DBO

COES - DBO no esgoto bruto

COET- DBO no esgoto tratado

CP=MEF

Onde:

CP - Concentração de fósforo (P)

MEF - Medição no efluente final

b) Média ponderada entre as notas finais das ETEs e sua capacidade nominal.

Para cada uma dessas cargas se obtém uma nota com base nos valores de referência. Em

seguida, deve-se fazer uma média simples das notas.

L;-1 IRDBO; X CN;


JRCOl= - CNT

IRC:OZ = L;=1 lRDBO; X CN; + L;=1 CP._ X CN;


2xCNT

Onde:

IRDSOi - Indicador de remoção de DBO por ETE.

CPi - Concentração de P por ETE.

IRCOl - Indicador de Remoção de Carga Orgânica.

IRC02- Indicador de Remoção de Carga Orgânica.

CNT- Capacidade nominal total das ETE's.

126
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

CNi - Capacidade nominal por ETE.

23.2.1.2 Disponibilidade das EEEs (IEODE)

A indisponibilidade de uma Estação Elevatória de Esgoto pode gerar graves danos à

CONCESSIONÁRIA e principalmente à população, uma vez que o esgoto fica impossibilitado

de alcançar a estação de tratamento.

Este indicador consistirá na relação entre o total de horas em que o sistema esteve

disponível no trimestre e o total de horas do trimestre, exceto casos devidamente

justificados.

DS
IEODE=-
TH

Onde:

OS - Disponibilidade dos sistemas das EEE's em total de horas com sistema disponível

TH - Total de Horas

23.2.1.3 Extravasamentos de Esgotos Sanitários (JE03}

Ao longo do sistema de esgotamento são verificadas perdas de esgoto. É necessário evitar

tais perdas para aumentar a eficiência do serviço.

As causas da elevação dos extravasamentos de esgotos podem ter origem na operação

inadequada da rede coletora, ou na utilização inadequada das instalações sanitárias pelos

usuários. Extravasamento de esgoto pode ser definido como o fluxo indevido de esgotos

ocorrido nas vias públicas, nos domicílios ou nas galerias de águas pluviais, como resultado

do rompimento ou da obstrução de redes coletoras, interceptares ou emissários de esgotos.

Este indicador consistirá na relação entre a quantidade de obstruções de redes coletoras e a

extensão da mesma em quilômetros.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

EXT
lEO'J= CRED

Onde:

EXT - Quantidade de extravasamentos na rede de esgotos registrados no trimestre,

incluindo repetições.

CRED - Comprimento total da malha de coleta de esgotos no último dia útil do trimestre,
incluindo redes de coleta, coletores e interceptares e excluindo ramais prediais e

emissários de recalque.

Enquanto existirem imóveis lançando águas pluviais na rede coletora de esgotos sanitários, e

enquanto a CONCESSIONÁRIA não tiver efetivo poder de controle sobre tais casos, não serão

considerados, para efeito de cálculo dos Indicadores de obstrução de rede, os casos de

obstrução e extravasamento ocorridos durante e após 6 (seis) horas da ocorrência de

chuvas.

23.2.1.4 Obstrução de Romois {IEOR)

As causas da elevação do número de obstruções podem ter origem na operação inadequada

da rede coletora, ou na utilização inadequada das instalações sanitárias pelos usuários. Estas

obstruções tanto podem acontecer em ramais (o presente indicador), como em coletores.

Entretanto, qualquer que seja a causa das obstruções, a responsabilidade pela redução dos

índices será da CONCESSIONÁRIA, seja pela melhoria dos serviços de operação e

manutenção da rede coletora, ou através de mecanismos de correção e campanhas

educativas por ela promovidos de modo a conscientizar os usuários do correto uso das

instalações sanitárias de seus imóveis.

Este indicador consistirá na relação entre a quantidade de obstruções de ramais no período

e o número de imóveis ligados à rede.

NRO
IEOR=--
L

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Onde:

NRO - Número de ramais com obstruções ao longo do trimestre.

L- Número de ligações de esgoto efetivamente operadas ao final do trimestre.

23.2.1.5 Controle de Ocorrência de Odores (IEO)

As instalações de tratamento ou elevação de esgotos sanitários podem gerar odores em

função dos processos adotados e das condições operacionais empregadas. Por

consequência, estas instalações tornam-se indesejáveis às suas vizinhanças, justificando a

implementação da gestão das emissões odorantes, seja na adoção de medidas de prevenção

na sua produção, ou na ação de tratamento dos gases. Este indicador visa verificar a eficácia

de eliminação de odores por parte da CONCESSIONÁRIA.

EPIC
IEO=--
NE

Onde:

EFIC - Número de estações elevatórias e de tratamento com sistemas considerados

eficazes em inspeção ao fim de trimestre.

NE - Número total de estações elevatórias e de tratamento em operação.

23.2.1.6 Índice de Ligações Conectadas (IEOLC)

Este indicador destina-se a avaliar a adesão dos usuários ao serviço para os quais está

disponível a infraestrutura física da CONCESSIONÁRIA. O serviço inclui coleta, transporte e

tratamento de esgotamento sanitário em instalações de tratamento. É definido como a

percentagem do número total de ligações localizadas na área de intervenção da

CONCESSIONÁRIA para as quais as infraestruturas de coleta, transporte e tratamento de

esgotamento sanitário se encontram disponíveis e operacionais e têm contrato ativo com a

CONCESSIONÁRIA.

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SISTEMAS OE ABASTECIMENTOOE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

IEOLC=NLC
NLD
Onde:

IEOLC - Indicador de adesão ao sistema de esgotamento sanitário.

NLC- Número de ligações conectadas ao sistema de esgotamento.

NLD- Número de ligações disponíveis para conexão ao sistema de esgotamento.

23.2.1.7 Índice de Qualidade Operacional {IQO)

O Índice de Qualidade Operacional (IQO) foi elaborado para retratar a satisfação dos

usuários com a qualidade do serviço do sistema de esgotamento sanitário durante sua

operação.

A avaliação de qualidade é feita através de 4 (quatro) indicadores: Tempo total de

atendimento aos serviços de manutenção de rede de esgoto, Satisfação geral, Satisfação por

serviço e Regularidade ambiental de sistemas de tratamento.

23.2.1.8 Tempo Médio de Atendimento a Solicitações na Rede de Esgoto {IQOTA)

Este indicador tem como objetivo medir a eficiência da CONCESSIONÁRIA a responder a

solicitações dos usuários para os serviços de manutenção da rede de esgoto, referentes à

solicitação de ligações, obras e reparos de manutenção e outros serviços.

IQOTA = NCONF
NSS
Onde:

NCONF - Número de solicitações em conformidade com os tempos máximos permitidos

para cada solicitação.

NSS- Número total de solicitações de atendimento no trimestre.

Os tempos gastos na manutenção serão apurados desde o registro da solicitação até a sua

conclusão, incluindo os tempos gastos com serviços complementares.

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23.2.1.9 Satisfação Geral na Prestação de Serviços de Esgotamento (IQOSG)

Este indicador procura aferir a satisfação dos usuários em atributos gerais da

CONCESSIONÁRIA. É definido através da nota dada pelos usuários através de pesquisas

realizadas.

IQOSG=NSAT
N
Onde:

NSAT - Número de clientes com nota "ótimo" ou "bom"

N -Amostragem total de clientes considerada

23.2.1.10 Satisfação por Ordem de Serviço (IQOSS)

Este indicador procura aferir a satisfação dos usuários em relação ao atendimento de

solicitações de serviço por parte da CONCESSIONÁRIA. É definido através da nota dada pelos

usuários através de pesquisas realizadas.

IQOSS = NSA TSS


NSS
Onde:

NSATSS- Número de solicitações com desempenho considerado "ótimo" ou "bom" pelo


usuário.

NSS- Número total de solicitações presentes na amostragem.

23.2.1.11 Regularidade Ambiental de Sistemas de Tratamento - Fase Operação (IQORA)

Este indicador destina-se a avaliar o cumprimento das exigências legais de licenciamento e

outorga ambiental das ETEs. É definido como a porcentagem de licenças de operação

(Licença de Operação e Licença de Regularização Ambiental) vigentes com atendimento das

condicionantes ambientais em dia.

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IQORA=LOCD
LO
Onde:

LOCO - Licenças de operação (LO e LAR) vigentes com atendimento das condicionantes

ambientais em dia.

LO - Número total de licenças de operação (LO e LAR) vigentes.

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24. REVISÃO PERIÓDICA DO PMSB

De acordo com política federal de saneamento (Lei nº. 11.445, de 5 de janeiro de 2007/§2º

do artigo 52), o plano deve ser avaliado anualmente, utilizando-se dos mecanismos aqui

apresentados, e revisado a cada quatro anos. Ao final dos 20 anos de horizonte de projeto,

elaborar complementação das intervenções sugeridas e incluir novas demandas para a área

deplanajame~odoPMSB.

Para assegurar a revisão e aperfeiçoamento deste instrumento a primeira deve ser realizada

após 2 (dois) anos de sua edição.

Para assegurar a atualidade do PMSB, é indispensável o monitoramento permanente das

ações e serviços nele previsto, através da divulgação sistemática de dados e de informações

atuais e confiáveis, da consequente geração de indicadores e de índices setoriais que

reflitam a realidade local, da valorização e garantia do controle e da participação popular.

Após a aprovação e transformação do Plano Municipal de Saneamento em Lei, o município

deverá voltar os esforços para a implantação de estratégias que busquem atingir os

objetivos e metas estabelecidas no Plano, sempre monitorando e avaliando os resultados

por meio dos indicadores estabelecidos.

133
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25. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SUSTENTABILIDADE HÍDRICA

Nos diagnósticos relativos a abastecimento de água, foram identificadas as deficiências e as

necessidades de ampliações e melhorias do SAA. Foram relacionadas e analisadas técnica e

economicamente medidas estruturais, estando previsto investimentos a curto, médio e

longo prazo.

No que concerne as ações não estruturais, que têm impacto importante e apresentam

menor custo em relação às estruturais, utilizando como instrumentos a legislação, normas e

manuais técnicas, dois aspectos devem ser considerados no que se refere a abastecimento

de água:

a) Conservação e recuperação do manancial; e

b) Redução do consumo de água potável, por meio da gestão da demanda, incluindo um

plano de combate a perdas.

No que concerne a conservação e recuperação do manancial os diversos sistemas de gestão

de recursos hídricos implantados ou em discussão no Brasil se baseiam nas seguintes

premissas:

a) O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada tendo como

unidade de gestão a bacia hidrográfica e deve compreender também o solo e a

cobertura vegetal;

b) A gestão deve considerar o princípio do usuário-pagador e do poluidor-pagador,

permitindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água;

c) A gestão deve ser descentralizada, criando-se comitês de bacia que contemplem a

participação dos usuários e da sociedade civil e dos governos municipais;

d) As políticas de gestão devem enfocar a viabilidade financeira do gerenciamento

integrado.

134
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Pela Lei nº 9.433/97 a emissão de outorga está condicionada às prioridades de uso

estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos (Planos de Bacia) e ao respeito ao

enquadramento qualitativo dos corpos de água.

Em função dos problemas apontados e indícios de degradação das áreas dos mananciais,

decorrentes das condições de uso e ocupação do solo, se faz necessário aprofundar o

conhecimento das áreas por meio da elaboração de um diagnóstico ambiental.

É importante que a administração municipal tenha uma forte atuação em conjunto com
municípios vizinhos e com os Comitês de Bacia para estabelecer um plano efetivo de

recuperação ambiental:

a) Condições de uso e ocupação do solo;

b) Recuperação de florestas nativas (reserva legal);

c) Criação de um comitê intersetorial para avaliação e resolução de conflitos;

d) Programa de monitoramento e recuperação da bacia;

e) Criação de um fundo municipal, com recursos originários de um percentual da conta

de água, para custear as ações de recuperação da bacia:

,; Implantação de culturas perenes e sistemas agroflorestais;

,; Restrição ao uso de agrotóxicos;

,; Pagamento de serviços ambientais.

Num mundo com cenários preocupantes de escassez de água, a estratégia da gestão da

demanda por meio de ações não estruturais já vem sendo amplamente utilizada para

melhorar as condições de sustentabilidade hídrica, mas também para superar a falta de

recursos necessários para ampliação da oferta de água.

A seguir estão relacionadas algumas das ações recomendadas visando reduzir a demanda de

água potável:

13S
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SISTEMAS OE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

a) Sistemas de gestão de recursos hídricos: por meio da criação de grupos de estudo,

conselhos ou comitês municipais com representantes da comunidade;

b) Campanhas de conscientização sobre recursos hídricos: eventos, oficinas e concursos

de uso racional da água, campanhas de economia e uso racional na mídia diária;

c) Combate ao desperdício e as perdas de água: auditoria do consumo de água em

prédios e grandes consumidores, leituras quinzenais em grandes consumidores e

sistema de alerta de consumos acima da média;

d) Uso de águas menos nobres para fins menos nobres: regulamentar e criar incentivos

para o uso de água da chuva para fins não potáveis, tais como: irrigação, limpeza de

pisos externos, lavagem de roupas, descarga de vasos sanitários;

e) Reuso da água: regulamentar e criar incentivos para reuso da água por grandes

consumidores industriais;

f) Cobrança justa e disciplinadora: manter política tarifaria realista, reduzindo subsídios

cruzados;

g) Definição de metas e programas anuais de incentivos para redução do consumo de

água; e

h) Divulgação e análise sistemática dos resultados.

r
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26. COMPATIBILIZAÇÃO O PMSB COM A POLÍTICA E O PLANO ESTADUAL DE RECURSOS

HÍDRICOS

É fundamental que seja realizada a compatibilização do Plano Municipal de Saneamento


Básico (PMSB) de Boa Esperança junto às políticas de recursos hídricos que estão sendo

desenhadas no Estado do Espírito Santo.

Para tanto, são apresentados a seguir alguns procedimentos estratégicos para a efetivação

da compatibilização de Planos:

a) Encaminhar cópias do PMSB ao gestor Estadual do Plano Estadual de Recursos

Hídricos, a Secretaria para Assuntos de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, após a

aprovação de seu Projeto de Lei;

b) Criar instrumento de cooperação entre a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal

de Saneamento e o Governo do Estado, para garantir o diálogo entre as entidades;

c) Estabelecer uma agenda permanente de encontros e reuniões entre técnicos das

Secretarias Municipais de Meio Ambiente, de Serviços, de Saneamento e Obras;

d) Realizar uma Oficina de Compatibilização quando da fase de conclusão do Plano

Estadual de Recursos Hídricos, para serem apresentados os princípios, objetivos

gerais, diretrizes, objetivos específicos e metas do PMSB ao grupo gestor do Plano

Estadual.

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27. FONTES DE FINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

O plano de investimentos apresenta o custo projetado para atingir as metas estabelecidas ao

longo do período de planejamento. Algumas fontes de recurso para o financiamento destes

investimentos necessários a universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento

básico são provenientes de:

Financiamento Recursos Federais

Os recursos federais destinados ao financiamento do setor de saneamento básico aos

municípios são repassados por programas e linhas de financiamento de agentes financeiros

públicos como a Caixa Econômicà Federal (Programa de Aceleração do Crescimento-PAC,

Orçamento geral da União-OGU), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e

Fundação Nacional de Saúde.

Financiamento com Recursos Estadual

As obras de saneamento no Espírito Santo tem sido realizadas através de recursos do

Governo do Estado e próprios da CESAN.

Financiamento com Recursos Externos

Entre as possibilidades de captação de recursos externos destacam-se o Banco Internacional

para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e Banco lnteramericano de Desenvolvimento

(BID).

O BIRD é uma instituição que junto com a Associação Internacional de Desenvolvimento

(AID) formam o Banco Mundial. Esta instituição é constituída de membros de 185 países

desenvolvidos e em desenvolvimento.

Parceria Pública Privada (PPP'S)

As PPP's (modalidades especiais de concessões) foram reguladas recentemente e ainda são

pouco utilizadas como forma de financiamento dos serviços.

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28. REFERENCIAS

AZEVEDO, Eliusson Antônio de; Kohlz, Rafael. Câmara Municipal de Boa Esperança.
Disponível em: <http://www.cmbe.es.gov.br/frames/frame-historia.html>.

BUARQUE, Sergio. C., Metodologia e Técnicas de Construção de Cenários Globais e


Regionais, IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ministério de Planejamento,
Orçamento e Gestão, Brasília/DF, Fevereiro 2003.

BOSCOV, Maria Eugenia. Geotecnia ambiental. Resíduos Sólidos. São Paulo: Oficinas de
Textos, 2008. Cap. 1.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Senado. Brasília,


1988.

BRASIL. Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei no 11.107, de 6 de


abril de 200S, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos.

BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de


janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

BRASIL. Decreto nº 8.211, de 21 de março de 2014. Altera o Decreto nº 7.217, de 21 de


junho de 2010 que regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece
diretrizes nacionais para o saneamento básico.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos


Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

BRASIL. Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos.

BRASIL. Lei nº 11.445, de OS de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o


saneamento básico.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de procedimentos


de vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da


qualidade da água para consumo humano. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Guia para
elaboração de planos municipais de saneamento. Brasília, DF: Fundação Nacional de Saúde,
2006.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução


CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e


padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

BRASIL. Lei n2 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a


promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços
correspondentes.

BRASIL. Lei n2 8.987 de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e


permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal.

BRASIL. Lei n2 11.124 de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Recursos
Hídricos de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Recursos Hídricos de Interesse
Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n2 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os


procedimentos de controle e de vigilância da Qualidade da Água para consumo humano e
seu padrão de potabilidade.

BRASIL. Ministério das Cidades. Resolução Recomendada n2 75 de 02 de julho de 2009.


Estabelece orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos
Planos de Saneamento Básico.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 12• Conferência Nacional de


Saúde. 2004.

ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Companhia Espírito Santense de


Saneamento-CESAN. Relatório Empresarial 2010.

ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Companhia Espírito Santense de


Saneamento-CESAN. Balanço Empresarial 2011.

ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Companhia Espírito Santense de


Saneamento-CESAN. Memorial Descritivo: Sistema de Esgotamento Sanitário de Boa
Esperança. C-011-000-90-0-MD-0001, 2012.

CASTRO, C. F. A.; SCARIOT, A. A água e os objetivos de desenvolvimento do milênio.


Administrando a Água como se fosse importante: gestão ambiental e sustentabilidade. São
Paulo: Ed. SENAC, 2005.

CASTRO, J. E. Águas disputadas: regimes conflitantes de governabilidade no setor dos


serviços de saneamento. Administrando a água como se fosse importante: gestão ambiental
e sustentabilidade. São Paulo: Ed. SENAC, 2005.

DATASUS. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - Abril/2009. Elaboração:


Instituto Jones dos Santos Neves IJSN. Disponível em: <
http://cnes.datasus.gov.br/Mod_lnd_Tipo_Prestador .asp ?VEstado=32&VM un=320100>

~ ·ar··~40
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTODE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RODRIGUES, Lozenil; Lino, Renilzo; Kuster, lvanildo Schmith; Verly, Josué da Rocha.
Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural - Proater. 2011 - 2013. Planejamento e
Programação de Ações. INCAPER. 2011.

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