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FACULDADE PRINCESA DO OESTE

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

CRISTIAN CARLA FERREIRA MOREIRA

DESAFIOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA COMUNICAÇÃO COM


PACIENTES SURDOS: REVISÃO DE ESCOPO

CRATEÚS - CEARÁ
2023
CRISTIAN CARLA FERREIRA MOREIRA

DESAFIOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA COMUNICAÇÃO COM


PACIENTES SURDOS: REVISÃO DE ESCOPO

Trabalho de Conclusão de curso


apresentado ao Curso Bacharelado
em Enfermagem da Faculdade
Princesa do Oeste, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Drª Maria da


Conceição dos Santos Oliveira
Cunha

CRATEÚS - CEARÁ
2023
CRISTIAN CARLA FERREIRA MOREIRA

DESAFIOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA COMUNICAÇÃO COM


PACIENTES SURDOS: REVISÃO DE ESCOPO

Trabalho de Conclusão de curso


apresentado ao Curso Bacharelado
em Enfermagem da Faculdade
Princesa do Oeste, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Enfermagem

Aprovado em:15/06/2023

BANCA EXAMINADORA

Profª Dr.ª Maria da Conceição dos Santos Oliveira Cunha


Faculdade Princesa do Oeste - FPO

Prof ª Ma. Rosângela Sousa Cavalcante (1º Membro)

Faculdade Princesa do Oeste - FPO

Prof. Esp.José Zilmar Souza Vieira (2º Membro)

Faculdade Princesa do Oeste – FPO


Dedico esse trabalho a minha mãe
Fatima(in memorian),por todo
ensinamento e dificuldade que ela
passou até seus últimos dias de vida,
pela vontade que ela tinha de ver ao
menos um dos filhos formados e que
infelizmente isso não foi possível.
Mãe, foi por você e pra você, onde a
senhora estiver, saiba que eu faria
tudo novamente.
AGRADECIMENTO

Agradecer primeiramente a Deus, porque sem ele, meu sonho nao estaria sendo
concretizado.
Ao meu esposo Márcio, por ser tão presente em todos os momentos de
dificuldades que passei,das noites em claros e dos dias exaustivos em que precisei
me ausentar para cumprir meus afazeres acadêmicos.
Ao Jaynno, meu filho surdo, que me ensina a falar em Libras diariamente e a ser
mais paciente a cada dia que passa. A Jaynna, minha princesa que Deus me deu
quando o mundo estava desabando sobre mim e ao meu filho Martius por ser meu
pacotinho de amor e minha motivação diária. Família, tudo é por vocês.
A minha irmã que após a morte de nossa mãe, passou a ser minha filha mais velha
pois esta requer um cuidado maior.
A minha orientadora, Dra Maria da Conceição da Cunha, por ter sido fundamental
na construção da minha tese, por seus ensinamentos e o tempo e pela paciência
que dedicou a mim.
Ao meu quarteto, que sempre esteve do meu lado nos trabalhos mais difíceis e nos
dias em que eu quis desistir, mas eles seguraram minha mão e não deixaram isso
acontecer.
Aos meus amigos mais próximos, que entenderam meus momentos de estresse e
angústia.
Aos meus colegas de aula, que me suportaram e eu convivi ao longo desses cinco
anos.
RESUMO

Introdução: A deficiência auditiva é um dos problemas sensoriais mais frequentes na


população. Estima-se que existam no mundo 278 milhões de pessoas com perda
auditiva moderada ou profunda bilateral. A garantia de atendimento inclusivo ainda
confere um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS), tanto na qualificação
profissional quanto na organização dos serviços para um melhor atendimento a maior
parte dos casos. A problemática está relacionada sobre o tópico tão simples e
essencial que é a “Comunicação” entre pessoas surdas e a equipe de enfermagem,
sendo que obstáculos existem quando a pessoa com deficiência auditiva necessita do
serviço de saúde e a comunicação de sinais não é existente no ambiente de
atendimento. Objetivo: mapear e sumarizar estudos que apontem fatores
relacionados aos desafiosda equipe de enfermagem na comunicação com pacientes
surdos. Método: Trata-se de uma revisão de escopo, que foi desenvolvida em cinco
etapas: identificação da questão da pesquisa; levantamento de estudos relevantes,
que viabilizem amplitude e abrangência da revisão; seleção dos estudos conforme
critérios predefinidos e mapeamento dos dados e apresentação dos resultados. Nesta
revisão estudos publicados em periódicos revisados por pares que atendam aos
seguintes critérios de elegibilidade, organizado pela estratégia PCC. Foram utilizados
descritores: “Equipe de Enfermagem”; “Comunicação em Saúde” e “Pessoas com
Deficiência Auditiva”, nas bases de dados eletrônicas indexadas nacionais e
internacionais: PubMed; Medline, Lilacs, Bdenf (via BVS); Scielo e biblioteca digital
de Teses e Dissertações. Resultados: Foram encontrados 110 artigos. Após a
aplicação dos filtros relacionados aos critérios de inclusão e exclusão, chegou-se ao
quantitativo de 24 artigos foram analisados seguindo o PRISMA- SRc, abordando
alguns tópicos como: os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde na
assistência a pacientes surdos, intervenções de comunicação bem-sucedidas e a
acessibilidade dos serviços de saúde para adolescentes e adultos surdos mostraram
que a equipe de enfermagem frequentemente enfrenta barreiras na comunicação com
pacientes surdos, como falta de treinamento adequado em língua de sinais e falta de
equipamentos de comunicação assistiva. Além disso, os pacientes surdos, muitas
vezes, relatam experiências negativas em relação à comunicação com a equipe de
enfermagem, incluindo sentimentos de exclusão e falta de compreensão. Conclusão:
Conclui-se que os profissionais de saúde ainda possuem grandes limitações em
comunicar-se por meio da Língua Brasileira de Sinais com os pacientes surdos que
ainda necessitam de acompanhante para facilitar a comunicação no processo de
cuidar, e como barreira principal é não saber LIBRAS para a assistência aos usuários
surdos, necessitando de outros meios para se comunicar com esses usuários, como
a escrita, gestos e as leituras labiais.

Palavras-chaves: Comunicação; Enfermagem; Libras; Surdos;


ABSTRACT

Introduction: Hearing impairment is one of the most common sensory problems


in the population. It is estimated that there are 278 million people with moderate
or profound bilateral hearing loss in the world. The guarantee of inclusive care still
poses a challenge to the Brazilian Unified Health System (SUS) in terms of both
professional qualification and the organization of services to better care for most
cases. The problem is related on such simple and essential topic that is the
"Communication" between deaf people and the nursing team, being that obstacles
exist when the person with hearing impairment needs the health service and the
communication of signs is not existing in the care environment. Objective: To map
and summarize studies that point to factors related to the challenges of the nursing
team in communicating with deaf patients. Method: This is a scope review that
was developed in five steps: identification of the research question; survey of
relevant studies, which enable breadth and scope of the review; selection of
studies, according to predefined criteria; mapping of data and presentation of
results. In this review studies published in peer-reviewed journals that met the
following eligibility criteria, organized by the PCC strategy. Descriptors were used:
"Nursing Team"; "Health Communication" and "Hearing Impaired Persons", in the
national and international indexed electronic databases: PubMed; Medline, Lilacs,
Bdenf (via BVS); Scielo and digital library of Theses and Dissertations. Results:
110 articles were found. After applying the filters related to the inclusion and
exclusion criteria, we arrived at the quantitative of 24 articles were analyzed
following the PRISMA- SRc, addressing some topics such as: the challenges
faced by health professionals in assisting deaf patients, successful communication
interventions and the accessibility of health services for deaf adolescents and
adults showed that the nursing staff often faces barriers in communicating with
deaf patients, such as lack of adequate training in sign language and lack of
assistive communication equipment. In addition, deaf patients often report
negative experiences regarding communication with nursing staff, including
feelings of exclusion and lack of understanding. Conclusion: We conclude that
health professionals still have great limitations in communicating through the
Brazilian Sign Language with deaf patients. They still need a companion to
facilitate communication in the care process, and the main barrier is not knowing
LIBRAS for assistance to deaf users, requiring other means to communicate with
these users, such as writing, gestures and lip reading.

Keywords: Deaf; Nursing; LIBRAS; Communication.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma do processo de busca e seleção das publicações de acordo


com as recomendações do PRISMA-ScR (TRICCO et al., 2018). Crateús/CE, Brasil,
2023........................................................................................................................35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição da estratégia PCC da pergunta norteadora. Crateús/CE, Brasil,


2023....................................................................................................................... 27

Tabela 2 - Descritores e suas devidas definições. Crateús/CE, Brasil, 2023....... 27


Tabela 3 - Descrição das fontes de informações para as buscas. Crateús/CE,Brasil,
2023....................................................................................................................... 28
Tabela 4 - Estratégia de busca realizada com os descritores controlados e
palavras-chave para recuperação dos documentos.Crateús/CE, Brasil, 2023..... 29
Tabela 5 - Quantitativos das produções encontradas nas bases de dados.
Crateús, CE, Brasil, 2023....................................................................................... 36
Tabela 6 - Caracterização dos estudos para revisão de Escopo, segundo: autor,
título, base de dados, periódico, ano, país e idioma. Crateús/CE, Brasil,
2023....................................................................................................................... 36
Tabela 7 - Síntese dos estudos relacionados ao: autor, objetivo, público alvo,
principais resultados e conclusões. Crateús/CE,Brasil, 2023...............................40
Tabela 8 - Caracterização dos estudos quanto aos principais desafios e as
limitações da pesquisa. Crateús/CE, Brasil, 2023 .................................................49
LISTA DE SIGLAS

AAC Comunicação aumentativa alterada


ASL American Sign Language (Língua Americana de Sinais)
CCN Necessidades complexas de comunicação
ECUs Extração, conversão, combinação, construção e uso
LIBRAS Linguagem brasileira de sinais
NP Professional Nurses (Enfermeiros Profissionais)
PCC População, conceito, contexto
SUS Sistema Único de Sáude
UBS Unidades Básicas de Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS............................................................................................................................... 19
2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................... 19
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................ 19
3 REFERÊNCIAL TEORICO............................................................................................. 20
3.1 O direito á saúde do paciente surdo...................................................................... 20
3.2 Atendimento inclusivo nos serviços de saúde a pacientes surdos ................ 22
3.3 Enfermagem na assistência ao paciente surdo ................................................. 23
4 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 26
4.1 Tipo de estudo ....................................................................................................... 26
4.2 Critérios de elegibilidade ...................................................................................... 26
4.3 Estratégia de pesquisa.......................................................................................... 28
4.4 Seleção dos estudos.............................................................................................. 31
4.5 Processo de extração dos dados ........................................................................ 32
4.6 Síntese e apresentação dos resultados .............................................................. 33
4.7 Aspectos Éticos .................................................................................................... 33
5 RESULTADOS .......................................................................................................................... 35
6 DISCUSSÃO .............................................................................................................................. 54
6.1 As dificuldades na comunicação com pacientes surdos.....................................55
6.2 As intervenções aplicadas na comunicação com paciente surdo......................60
7 CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 65
ANEXO A .......................................................................................................................71
15

1 INTRODUÇÃO

A deficiência auditiva é um dos problemas sensoriais mais frequentes


na população. Estima-se que existam no mundo 278 milhões de pessoas com
perda auditiva moderada ou profunda bilateral (Mondelli; Silva, 2011). Já no
Brasil, o levantamento do censo demográfico de 2010 identificou 9,8 milhões de
portadores de deficiência auditiva, representando 5,1% da população. Dentre
esses, 1,3% estaria na faixa etária de zero a 14 anos, 4,2% na de 15 a 65 anos,
e 25,6% na faixa de 65 anos ou mais (IBGE, 2010).
Dessa forma, observa-se a importância da comunicação auditiva, que é
fundamento de ideias que capacitam os profissionais a se direcionarem a
pacientes que cheguem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que, por meio
da comunicação total, possam ser atendidos através da Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS, com atendimento humanizado e necessário para que haja a
capacidade de compreensão e acesso da equipe de saúde ao paciente,
atendendo no todo a sua necessidade (SILVA, 2019).
A LIBRAS é reconhecida cientificamente como um sistema linguístico
de comunicação gesto-visual, com estrutura gramatical própria, independente da
Língua Portuguesa. Partindo deste princípio, os surdos utilizam as mãos, em
combinação com os braços, cabeça e tórax (SILVA, 2019).
A definição da comunicação com a comunidade surda são intervenções
através da língua de sinais que são utilizadas para o contato direto e organização
da comunicação em sinais que proporcionam a pessoa com surdez, a se
pronunciar aos profissionais da saúde com a assistência eficaz (BRASIL, 2002).
A garantia de atendimento inclusivo ainda confere um desafio para o
Sistema Único de Saúde (SUS) tanto na qualificação profissional, quanto na
organização dos serviços para um melhor atendimento a maior parte dos casos.
De acordo com Soares et al. (2018), essa comunicação se dá por meio
da linguagem verbal, seja na sua forma oral (tentando fazer com que o
usuário
16

surdo consiga ler os lábios ou com a dependência de um acompanhante


tradutor), ou na forma escrita.
A Libras se dá providencias a condição da pessoa surda com os direitos
de Lei nº 10.436/2002, provocando o serviço público ao direito ao atendimento
adequado a todos, inclusive ao paciente surdo, legalizando a comunicação
obrigatória para com o paciente que necessita de comunicação bilíngue (BRASIL,
2002).
A Unidade Básica de Saúde precisa ser atendida com a formação dos
profissionais, com preceitos e condições necessárias a comunicação da Língua de
Sinais, garantindo assim a compreensão dos pacientes que necessitam da
unidade de saúde para atendimento médico e tratamento. Os serviços públicos
precisam ter destaques no processo de comunicação devido à grande quantidade
de pacientes mistos com múltiplas deficiências, sabendo da necessidade de se
adequarem ao atendimento a pessoa com deficiência (OMS, 2004).
A enfermagem precisa possuir uma visão abrangente do atendimento
humanizado, tratando de forma integral e acolhendo os pacientes com deficiência
em suas particularidades, preocupando-se com o relacionamento enfermeiro-
usuário, com o intuito de proporcionar uma estabilidade emocional ao mesmo, para
que ocorra a promoção, proteção e recuperação da saúde (FERREIRA, 2019).
Os obstáculos existem quando a pessoa com deficiência auditiva
necessita do serviço de saúde e a comunicação de sinais não é existente no
ambiente de atendimento. A carência na formação de profissionais ao público da
comunidade surda, “gera insegurança, desconfiança, medo e frustração, fazendo
que busquem locais que tenham alguma referência quanto a qualquer
possibilidade de se estabelecer uma comunicação clara” (BEGROW et al., 2018).
Sabendo que a comunicação é o ponto de partida para todo e qualquer
atendimento, o profissional enfermeiro encontra dificuldades no atendimento
dentro dos serviços de atenção à saúde, já que a língua de sinais (LIBRAS) ainda
não é efetivamente usada, ficando inviável a comunicação entre paciente e
profissional, tornando os pacientes vulneráveis a não serem compreendidos e
assim impossibilitados de manifestar suas reais queixas(CUNHA; PEREIRA; DE
OLIVEIRA, 2019).
Pesquisas afirmam sobre a observação dos atendimentos realizados na
17

UBS, que proporcionam o desconforto na comunicação efetiva e um “claro


entendimento entre o deficiente auditivo e o enfermeiro, o contrário, acaba
prejudicando a assistência de enfermagem e afetando a qualidade e até a
segurança desse atendimento”. (NOGUEIRA et al., 2017).
Faz-se referência: “a frequência de procura dos deficientes auditivos pelos
serviços de saúde é baixa em relação aos demais pacientes, e quando ocorre, a
comunicação se dá em alguns casos através d a linguagem escrita ou até mesmo
verbal. Porém, a comunicação através da LIBRAS, consagrada como a linguagem
oficial dos portadores de de ficiênciaauditiva, é pouco frequente” (FRANCA; SILVA,
2018).
A prática da equipe da enfermagem em atender os pacientes ocorre de
forma humanizada e com a importância necessária dos profissionais da saúde em
manter o sigilo e os cuidados com quaisquer pacientes em busca de atendimento
clínico. A linguagem é necessidade de informação primordial entre paciente e
enfermeiro desde sua chegada a unidade até a finalização do atendimento médico
ao paciente, compreendendo que a adequação da comunicação entre paciente X
enfermagem, esteja sendo realizada como deveria. Segundo a Organização
Mundial da Saúde, 2% de uma população, apresentam algum grau de deficiência
auditiva (OMS, 2004).
As buscas por melhorias do atendimento objetivam a observação do
estágio com a necessidade de humanizar a equipe de enfermagem para receber
os pacientes com surdez em busca de atendimento de saúde, melhorando a
comunicação entre os profissionais e o usuário, dando referência a LIBRAS junto
à comunidade surda.
A problemática está relacionada sobre o tópico tão simples e essencial
que é a “Comunicação” entre pessoas surdas e a equipe de enfermagem. Surgiram
algumas indagações, tais como: Como ocorre essa interação? De que forma esse
atendimento está sendo inclusivo para o paciente com deficiência? Quais os
maiores desafios da equipe de enfermagem nessa comunicação?
Justifica-se a necessidade da pesquisa diante das observações e queixas
de usuários surdos nas UBS do município de Crateús/CE, conferindo sobre o
atendimento e a comunicação entre as pessoas com surdez e a equipe de
enfermagem.
Através de fatos pessoais com um parente com surdez em que foi possível
18

acompanhar as dificuldades enfrentadas não apenas no âmbito pessoal, mas


também aos serviços de saúde, que precisam ser inclusivos ao sistema de
atendimento a pessoas com deficiência dando extrema importância em trazer
visibilidade, humanização e atendimento necessário para o surdo nas unidades
básicas.
Dessa forma, a relevância deste estudo é pela necessidade da existência
de trabalhos que permitam ao profissional enfermeiro atender e entender as
situações pertinentes enfrentadas em seu exercício profissional e perceberem a
dificuldade de comunicação entre profissional e paciente com surdez.
19

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

● Mapear e sumarizar estudos que apontem fatores relacionados aos desafiosda


equipe de enfermagem na comunicação com pacientes surdos.

2.2 Objetivos Específicos

• Identificar alternativas desafiadoras para a comunicação entre a equipe


de enfermagem e o paciente surdo.
• Descrever os desafios dos enfermeiros na comunicação com paciente
surdo.
20

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 O direito à saúde do paciente surdo

Os direitos dos usuários dos serviços de saúde para as pessoas com


surdez estão assegurados pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora
de Deficiência, o Decreto 5626/05, foi determinado a obrigatoriedade de
organização dos serviços do SUS para atendimento da pessoa surda. (SOUZA
et al., 2017)
A capacitação para os profissionais enfermeiros se faz necessária para
que os serviços de saúde nas unidades sejam realizados com o intuito de
socializar e assegurar a importância que o atendimento inicial até a finalização
do processo de investigação da doença ou enfermidade.

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência, a


assistência à saúde do portador de deficiência não poderá ocorrer
somente nas instituições específicas de reabilitação, devendo ser
assegurado a ele o atendimento na rede de serviços, nos diversos
níveis de complexidade e de especialidades médicas. (BRASIL, 2008)

A análise de dados foi observada e estudada diante da necessidade


vista nos atendimentos sem orientação e sem a sapiência da língua de sinais
que se faz obrigatório na inclusão do atendimento aos pacientes com deficiência.
Fundamentou seus métodos educacionais na leitura labial,articulação da fala e
auxilio da datilologia, tornando a língua de sinais francesa à base da Língua
Brasileira de Sinais (REILY, 2004)
A realidade se faz presente no dia a dia nas unidades de saúde e a
necessidade de os profissionais precisarem realizar os atendimentos, traz a
dificuldade que o profissional tem em realizar a comunicação com o paciente
surdo e com ele mostrar que o atendimento é incompleto sem o auxílio da
linguagem de sinais para que possam compreender a necessidade do paciente
surdo.
Conceitua-se comunicação terapêutica como a habilidade dos
profissionais em utilizar os conhecimentos sobre comunicação para
ajudar as pessoas com tensão temporária a superarem seus
problemas, conviverem com os outros, visualizarem a experiência
vivida, ajustarem-se ao que não pode ser mudado, enfrentarem os
21

bloqueios da auto realização e auxiliá-los a encontrar novos padrõesde


comportamento. (MELLES p. 73-79, 2001)

A compreensão do processo de incluir é proposta que socialmente faz


parte da integração de qualquer área afim Porém, a necessidade de que os
profissionais da saúde tenham conhecimento da comunicação bilíngue e da
qualidade que precisam ofertar ao paciente com deficiência é desafio dos
profissionais que prestam assistência à saúde das pessoas. “A iniciativa de L’Épée
revolucionou as possibilidades de educação, comunicação, interação e cidadania
para os surdos, um grupo que se encontrava marginalizado e excluído até então.
” (REILY, p.116, 2004)
Conviver com as pessoas com deficiência faz de todos os profissionais
tenham a obrigação de ingressarem em uma formação ou entendimento de
estudos, que modificam o desenvolvimento do atendimento e do exercício da
profissão em atender sem depender de um profissional interprete ou tradutor. A
intervenção variou desde o uso de materiais impressos para capacitação até
intervenções formais, como cursos de capacitação e/ou educação continuada.
(WALL G, BUKHRER K, 1987. P.145-95)
A valorização do paciente surdo no atendimento, é o mesmo que qualquer
pessoa sem deficiência, contar com o apoio dos profissionais enfermeiros que
possuem comunicação bilíngue para a utilização da linguagem Português/ Libras,
ainda é uma realidade muito distante, mas não impossível de acontecer. A língua
de sinais é uma linguagem viso-espacial, na qual os gestos são traçados no espaço
para serem vistos. A mesma possui parâmetros próprios e assim, algumas
características da linguagem oral-como uma data entonação ou um
questionamento - não são compreensíveis para a pessoa surda (LIMA, 2006).
O Brasil possui um histórico de políticas de saúde focalizadas e
fragmentadas para as pessoas com deficiência, favorecendo o cuidado centrado
apenas no indivíduo, focado na dispensação de próteses auditivas, incoerentes
com os princípios do SUS. (JARDIM D., MACIEL, F., PIASTRELLI M. 2017).
Em 2004, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção
à Saúde Auditiva – PNASA (Portaria MS nº 2.073, de 2004) para o
aprimoramento das ações de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde (SUS) e
propôs a organização de uma rede hierarquizada, regionalizada e integrada entre
a atenção básica, a média e a de alta Complexidade, buscando desta maneira,
22

garantir não só o diagnóstico e reabilitação auditiva, mas a promoção e a proteção,


bem como a terapia fonoaudiológica de adultos e crianças (BRASIL, 2009).
As ações, junto ao paciente surdo, possuem extrema importância na
especificidade na enfermagem quando o acompanhamento de todo o atendimento
e ações a saúde favorecem as práticas de trabalho a saúde por inclusão do
paciente surdo ao sistema de atenção primária. As linhas do cuidado são
constituídas em função do usuário e de suas necessidades de saúde e implicam
dispositivos organizacionais, que provoquem a necessidade permanente de
diálogo e compromisso entre os cuidadores e gestores das diversas unidades de
saúde, afim de garantir uma coordenação responsável e transversal das ações
com o intuito de garantir a integralidade, a resolutividade e a eficiência da atenção.
(MALTA, MERHY, MACIEL, JANUARIO, ALVARENGA, 2010; 2013).

3.2 Atendimento Inclusivo nos Serviços de Saúde a pacientes surdos

Durante o processo de observação, os estudos bibliográficos mostram que


a inclusão na saúde ainda é algo preocupante, mesmo que o paciente com
deficiência auditiva seja atendido, ele não recebe ainda a prioridade da
comunicação obrigatória da comunidade surda, trazendo para o paciente e
para a família a dependência ainda de comunicação alternativa e especifica no
caso da Libras. Como explica o autor abaixo.

As barreiras de comunicação enfrentadas por portadores de


necessidades especiais passam despercebidas pelas demais pessoas,
muitas vezes devido ao fato de essas barreiras serem de caráter
ambiental. (GALVÃO, FIÚZA, REBOLÇAS,2000).

O maior desafio para os profissionais enfermeiros é a comunicação entre o


surdo e o ouvinte como um obstáculo que se encontra no acesso ao espaço do
serviço de saúde, frustração muitas vezes da pessoa com surdez no atendimento,
fazendo que muitas vezes, nem busquem locais de unidades de saúde por não
terem o que precisam desde o atendimento inicial. Lima (2006, p.63) “interagir com
outros sujeitos e construir a sua linguagem, condição imprescindível para que o
indivíduo possa apropriar-se da cultura e se constituir como sujeito”.
Tendo em vista essa realidade, podemos considerar que a atenção básica
da saúde precisa ser guiada e que seja realizada uma orientação com melhoria na
23

qualificação, a oportunidade de uma boa comunicação entre o profissional


enfermeiro e o paciente surdo. Tabelas et. al. (2009, p.15) descreve que “Os gestos
são visuais e representam a ação dos atores que participam da interação por meio
da imitação do ato simbolizando as relações com as coisas”.

Para os enfermeiros, a comunicação com os pacientes é considerada um


processo fundamental não apenas para a identificação de sinais,
sintomas e problemas que o acometem, mas também para o
desenvolvimento da comunicação terapêutica, a qual mostra o
comprometimento dos profissionais com os pacientes (TORRES, p. 369,
2007)

O paciente com deficiência auditiva precisa de uma comunicação que


exerça e garanta a segurança dele desde a execução inicial da chegada a unidade
de saúde até a conclusão do comprometimento da equipe, necessitando manter a
ética e o respeito aos seus direitos de todo o paciente. Assim, o paciente deverá
ser encaminhado, por sua DRS, para o serviço de referência localizado em sua
região, consolidando uma rede efetiva de referência e contra referência para o
atendimento integral ao deficiente auditivo. (MORESTIN, 2008)

3.3 Enfermagem na Assistência ao paciente surdo

Os atendimentos ao paciente surdo necessitam que sejam estabelecidos


qualidades no atendimento e nos serviços que a saúde exige, que o profissional
compreenda a comunicação entre o paciente e a unidade de saúde. Um progresso
da humanidade, visando apenas ao bem-estar da pessoa com deficiência, período
eminentemente assistencial. (SASSAKI, 1997).
No Brasil, pelo último Censo Demográfico, identificou-se que das quatro
deficiências pesquisadas, 23,9% das pessoas possuem pelo menos uma delas;
18,5% apresentam dificuldade visual, 5,1% auditiva, 7% motora e 1,40% mental.
Especificamente em relação à audição, mais de 7,5 milhões de pessoas relataram
possuir alguma dificuldade, sendo mais de 2,1 milhões os casos de deficiência
auditiva severa (IBGE, 2010).
Compreender que a proposta de inclusão é realizada e precisa ser integrada
a todos os sistemas que humanizam o atendimento à saúde do paciente, tratam a
prestação de serviços ao paciente como uma inclusão e obrigação do profissional
em integrar o acesso ao paciente surdo a rede pública de saúde como qualquer
24

outro paciente. Os surdos apresentam uma perda auditiva, problema de ordem


sensorial, o que dificulta sua comunicação pelas línguas orais, determinando a
necessidade de recorrer a um outro canal para se expressar, a língua de sinais
(FENEIS, 2004)
A realização do estudo deu oportunidade ao conhecimento com a melhoria
no atendimento ao paciente surdo, realizando a inclusão no processo de atuação
da comunicação e valor de esclarecimento do profissional com conhecimento na
Língua de Sinais, compreendendo a necessidade do paciente surdo com precisão
e comprometimento. O indivíduo surdo precisa dar assistência ao surdo ser
assistido de forma global, respeitadas suas crenças, seus valores e diferenças.
(SANTOS, SHIRATORI, 2004)
A experiência de atender pacientes com surdez é uma relação que facilita a
comunicação entre o que ocorre dentro do atendimento, ainda com inclusão da
comunicação parcial por conta de a equipe não ter formação para que obtenha
sucesso no atendimento e melhoria para descrever o processo de atendimento na
prática de solicitação de atendimento (SANTOS, 2004).
O atendimento à comunidade surda, promulgou-se a Política Nacionalde
Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) por meio da Portaria GM/MS no 2.073 de 28
de setembro de 2004, implantada pelo Ministério da Saúde, pelas Secretarias de
Estado de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde com objetivos de organizar
os níveis de atenção à saúde de pacientes com surdez.
25

Apresentando como um dos seus objetivos maiores a organização de uma linha


de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação),
perpassando todos os níveis de atenção (BRASIL, 2004).
A Organização Mundial de Saúde (OMS), descreve que aproximadamente
15% da população brasileira possui algum tipo de deficiência auditiva. É
necessário entender que a comparação entre os portadores de deficiência física,
auditiva e visual, o surdo é quem defronta com maior dificuldade de inclusão social,
já que a audição é um sentido fundamental para obtenção e uso da linguagem.
Acredita-se que a falta de conhecimento sobre suas limitações, na maioria das
vezes, o surdo é visto como rebelde ou como uma pessoa que não revela seus
sentimentos (PAGLIUCA; FIUZA;REBOUÇAS, 2007).
O acesso a LIBRAS é primordial na construção da identidade da pessoa
surda em todos os seus aspectos, o saber, linguísticos, cognitivos e sociais. Torna
importante o acesso a aprendizagem de LIBRAS o mais rápido possível para o
profissional enfermeiro porque somente assim haveria uma perfeita comunicação
com seu cliente e não apenas compreender sua patologia (CHAVEIRO;
BARBOSA; CELMO, 2008).
Segundo alguns pesquisadores, a presença de intérprete, junto ao serviço
de atendimento na saúde é uma realidade mas que isto não prepara o profissional
para a inclusão efetiva. Necessita-se de conhecimento na área de Libras para que
o atendimento ao paciente surdo seja mais humanizado (CHAVEIRO;
BARBOSA,2004)
26

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Este é uma revisão de escopo, conduzida com base na estrutura


metodológica desenvolvida pelo JBI (PETERS et al., 2020) e no checklist Preferred
Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extensionfor Scoping
Reviews (PRISMA-Sc) (TRICCO et al., 2018), conforme apresentado no Anexo A.
Reiteramos que para a realização desta revisão de escopo foi necessário
nos apropriarmos do conhecimento adquirido com a leitura do protocolo do Prisma
ScR, em que traz a extensão PRISMA para revisões de escopo que foi publicada
em 2018. Esta lista de verificação conteve 20 itens de relatório essenciais e 2 itens
opcionais a serem incluídos ao concluir a revisão de escopo (TRICCO, 2018).
A revisão foi desenvolvida em cinco etapas: (1) identificação da questão da
pesquisa; (2) levantamento de estudos relevantes, que viabilizem amplitude e
abrangência da revisão; (3) seleção dos estudos, conforme critérios predefinidos;
(4) mapeamento dos dados; e (5) apresentação dos resultados (PETERS, et al.;
2020; ARKSEY; O’MALLEY, 2005).

4.2 Critérios de elegibilidade

De acordo com o protocolo do Instituto Joanna Briggs (2014), que


estabeleceu um guia para condução da pergunta efetiva que direciona otrabalho
de revisão trazendo a necessidade da utilização da estratégia PCC, anacrônico
para População, Conceito e Contexto, partimos para a construção dessa
estratégia que se baseou principalmente na nossa pergunta de pesquisa. No
entanto, não foi estritamente necessário que os descritores utilizados fossem
termos presentes nesta pergunta.
A escolha dos descritores levou também em consideração ideias implícitas
na pergunta a ser respondida. Optamos por utilizar descrições mais amplas dos
componentes da pergunta de pesquisa afim de que os critérios de inclusão não
fossem
27

restritivos. Desta forma, esperamos obter uma revisão de escopo abrangente, com
menor possibilidade de viés de seleção. (HIGGINS; GREEN, 2011).
Para o desenvolvimento dessa pergunta norteadora, foi importante lembrar
de definições adotadas para cada descritor, utilizado na estratégia PCC dessa
pesquisa. Assim, para uma melhor delimitação conceitual de cada vocábulo,
tratamos de definir cada termo utilizado do anacrônico.
Assim, para esta monografia, utilizamos a questão de pesquisa que balizou
a presente monografia que foi: “O que se tem produzido na literatura científica
sobre os desafios da equipe de enfermagem na comunicação em saúde pelas
pessoas com deficiência auditiva?
Foram incluídos nesta revisão, estudos publicados em periódicos revisados
por pares que atendam aos seguintes critérios de elegibilidade, organizado pela
estratégia PCC (P – população; C – conceito; C – contexto) (PETERS et al.; 2020).
Abaixo, de maneira esquemática, indicamos os elementos que foram levados em
conta para a definição da pergunta norteadora do presente estudo de acordo com
Tabela 1:
Tabela 1 - Descrição da estratégia PCC da pergunta norteadora. Crateús/CE, Brasil,
2023.
ANACRÔNICOS DESCRIÇÃO
POPULAÇÃO Equipe de Enfermagem
CONCEITO Comunicação em Saúde
CONTEXTO Pessoas com Deficiência Auditiva
Fonte: Elaborado pela autora.

Para a definição dos descritores foi elaborado um Tabela afirmando o que


significa cada descritor. Segue abaixo o Tabela 2:

Tabela 2 - Descritores e suas devidas definições. Crateús/CE, Brasil, 2023.


DESCRITORES DEFINIÇÃO
Equipe de Enfermagem Coordenação dos serviços de enfermagem prestados pelos
diferentes profissionais de enfermagem sob a supervisão de uma
enfermeira profissional. A equipe consiste de enfermeira
universitária, técnico, auxiliar e atendente de enfermagem.

Comunicação em Saúde Transferência de informação dos peritos nas áreas de medicina e


saúde pública para os pacientes e o público. Estudo e uso de
estratégias de comunicação para informar e influenciar decisões
individuais e comunitárias que promovem saúde. É disponibilizar
para a população informação sobre promoção, prevenção e
assistência à saúde.
28

Pessoas com Deficiência Pessoa com qualquer grau de perda de audição que tem um
Auditiva impacto em suas atividades de vida diárias ou que requerem ajuda
especial ou intervenção.

Fonte: Elaborado pela autora.

4.3 Estratégia de pesquisa

No processo de identificação dos estudos, resolvemos primar pela


abrangência. Assim, trouxemos como ideal à obtenção da maioria das publicações
referentes à questão da pesquisa (publicados e indexados, publicados e não
indexados, não publicados), considerando-se periódicos, capítulos de livros e
resumos em anais, entre outras.
Quanto mais otimizada a busca (diversas unidades de análise e estratégias
bem planejadas), maior a abrangência da confiabilidade da revisão e menor risco
de viés da publicação. Todas as etapas desse processo foram minuciosamente
descritas para que houvesse a possibilidade de suareplicação por qualquer um
dos leitores.
A estratégia de busca teve como objetivo encontrar literatura disponível em
06 bases de dados. Para ampliar os achados, a estratégia será definida pelos
revisores como está descrito no Tabela 3. Foram selecionadas fontes disponíveis
em endereço eletrônico, preferencialmente em bases de dados científicas. O rol de
fontes primárias, secundárias e complementares está no Tabela abaixo:
Tabela 3 - Descrição das fontes de informações para as buscas. Crateús/CE,Brasil,
2023.
FONTES PRIMÁRIAS

PUBMED https://www.ncbi.nlm.nih.gov

MEDLINE VIA https://bvsalud.org/


(BVS)
FONTES SECUNDÁRIAS

LILACS https://lilacs.bvsalud.org/

BDENF https://bvsalud.org/

SCIELO https://www.scielo.br/
FONTES COMPLEMENTARES

BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E http://bdtd.ibict.br/vufind/


DISSERTAÇÕES
Fonte: Elaborado pela autora.
29

As pesquisas bibliográficas foram realizadas nas bases de dados


eletrônicas indexadas nacionais e internacionais (PubMed, Medline (via BVS),
Lilacs (via BVS), Scielo e Bdenf através do Portal Periódicos da Capes), não
havendo restrições de idioma ou data de publicação, num esforço de encontrar o
maior número de estudos disponíveis para análise e leitura.
Para o devido estudo, foram consultadas as fontes de literatura cinzenta
Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) afim de encontrar publicações não
convencionais. Ainda foi realizada a busca manual das referências dos estudos,
incluídos na amostra final que estavam relacionados à pergunta norteadora
proposta na pesquisa.
A estratégia de busca foi construída utilizando 3 vocabulários controlados
em saúde (DECS; MESH; EMTREE) afim de obter amplo espectro de resultados
em diferentes bases de dados. Em conjunto à linguagem controlada (descritores)
optou-se pelo uso da linguagem natural considerandoa necessidade de maior
sensibilidade e objetivando expandir os resultados de busca. Foi utilizado em
conjunto com operadores booleanos AND e OR, para obtenção de amplo espectro
de resultados nas diferentes bases de dados (ARAÚJO, 2020).
Utilizou-se a estruturação apresentada no Tabela 4.

Tabela 4 - Estratégia de busca realizada com os descritores controlados e


palavras-chave para recuperação dos documentos.Crateús/CE, Brasil,
2023.
P C C

Extração Enfermagem Comunicação em Saúde Pessoas com


Deficiência Auditiva
Conversão Team Nursing. Health Communication. Persons With Hearing
Impairments.
Combinação Nursing; Communication, Hearing Impaired
Nursing, Team; Health; Persons; Hearing
Team Nursing. Communications, Health; Impaired
Health Communications. Person;Person,
Hearing Impaired;
Persons, Hearing
Impaired; Hearing
Disabled Persons;
Disabled Persons,
Hearing; Hearing
Disabled Person;
Person, Hearing
Disabled; Persons,
30

Hearing Disabled; Deaf


Persons;
Deaf Person; Person,
Deaf; Persons, Deaf;
Hard of Hearing
Persons.

Construção (Nursing OR (“Health Communication”OR (“Persons With Hearing


“Nursing, Team” “Communication, Impairments” OR
OR “Team Health”OR “Hearing Impaired
Nursing”). “Communications, Health” Persons” OR “Hearing
OR Impaired Person” OR
“HealthCommunications”). “Person, Hearing
Impaired” OR “Persons,
Hearing Impaired” OR
“Hearing Disabled
Persons” OR “Disabled
Persons, Hearing” OR
“Hearing Disabled
Person” OR “Person,
Hearing Disabled” OR
“Persons, Hearing
Disabled” OR “Deaf
Persons” OR “Deaf
Person” OR “Person,
Deaf” OR “Persons,
Deaf” OR “Hard of
Hearing Persons”).
Uso (Nursing OR “Nursing, Team” OR “Team Nursing” AND “Health
Communication” OR “Communication, Health” OR “Communications,
Health” OR “Health Communications” AND “Persons With Hearing
Impairments” OR “Hearing Impaired Persons” OR “Hearing Impaired
Person” OR “Person, Hearing Impaired” OR “Persons, Hearing Impaired”
OR “Hearing Disabled Persons” OR “Disabled Persons, Hearing” OR
“Hearing Disabled Person” OR “Person, Hearing Disabled” OR “Persons,
Hearing Disabled” OR “Deaf Persons” OR “Deaf Person” OR “Person,
Deaf” OR “Persons, Deaf” OR “Hard of Hearing Persons”).
Fonte: Elaborado pela autora.

A construção da estratégia de busca no Tabela 4 utilizou o modelo ECUs


(Extração, Conversão, Combinação, Construção e Uso) proposto por Araújo
(2020). Por seguir um conjunto de etapas que se complementam, este modelo
de construção de condução de busca possibilitou o desenvolvimento de
estratégias de busca de alta sensibilidade.
Para cada base ou repositório, foram utilizadas equações/estratégias de
31

busca condizentes com as normas específicas de cada, como a utilização de


caracteres específicos, aspas ou parênteses, de acordo com a estratégia
utilizada.
4.4 Seleção dos Estudos

Esta revisão de escopo não visou à exclusão de artigos, segundo critérios


de qualidade metodológica. Sendo assim, foram considerados estudos com
diferentes abordagens metodológicas. De acordo com o PRISMA ScR a
avaliação da qualidade metodológica dos estudos primários reunidos através de
instrumento padronizado não constitui exigência.
Para o processo de seleção dos estudos, foram realizadas buscas com
os descritores e palavras-chaves nas fontes de pesquisa previamente definidas
nos Tabela 1 e Tabela 2 deste estudo, respectivamente, por dois revisores em
que sfoi entregue pastas de arquivos idênticas constando os estudos de cada
base de dados.
Durante a etapa de seleção, os estudos foram avaliados a partir da leitura
de título e resumo (Etapa 1) e, caso se enquadrem nos critérios de inclusão
estabelecidos, foi realizada a leitura de texto completo (Etapa 2), selecionando
então os artigos a serem utilizados na revisão de escopo. Na constatação de
estudos que foram excluídos após a leitura na integra do artigo, foi relatada a
justificativa posteriormente.
Todo esse processo de busca e seleção dos estudos foi reportado na
versão final da revisão através de um fluxograma, detalhando cada etapa
separadamente (resultados das fontes de evidência, bases de dados e fontes
adicionais, remoção de duplicatas, triagem e seleção dos estudos na etapa 1 e
2, com as razões pelas quais foram excluídos, e o número de estudos incluídos
na revisão).
As diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and
Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist foram
adotadas na elaboração desta revisão de escopo (TRICCO et al., 2018).
Todas as etapas de seleção, importação dos artigos identificados na etapa
de busca nas bases e repositórios, o gerenciamento de referências e bibliografia,
exceto a leitura dos textos na íntegra, foi realizada manualmente. Foi possível
fazer a identificação e remoção automática dos artigos duplicados, e, em seguida,
32

conduzida a fase de seleção dos estudos por dois examinadores independentes.


As discordâncias existentes foram solucionadas por consenso ou através
de um terceiro examinador. A verificação da concordância Inter examinador para
seleção dos estudos através dos critérios de inclusão foi feita através de um teste
piloto, o qual deverá ter uma concordância de pelo menos 75% entre os
examinadores, conforme as recomendações do Manual do JBI.
4.5 Processo de extração dos dados

Os dados foram extraídos de maneira independente pelos dois revisores,


através de um formulário desenvolvido pelos próprios autores, seguindo as
recomendações do Manual do JBI.
Para a seleção dos estudos, foi realizada em quatro etapas. Inicialmente,
ocorreu na primeira etapa uma triagem com a leitura de todos os títulos e
resumos, feita pelos revisores em pares, de forma independente e munidos de
checklist específico para determinar se os estudos identificados através da
pesquisa bibliográfica atendem aos critérios de elegibilidade.
A segunda etapa foi o encontro dos revisores para identificar os estudos
incluídos e excluídos devido à primeira etapa, e se revisores estão de acordo
com os achados. Na terceira etapa, foi feito avalição dos artigos completos
elencados na triagem preliminar, atendendo aos critérios de inclusão, sendo
considerados válidos ou inválidos para os objetivos desta Revisão de escopo.
A Quarta etapa foi feito o reencontro dos revisores para tomar uma decisão
definitiva quanto aos motivos da exclusão.
Quaisquer discrepâncias entre os dois autores da revisão foram
resolvidas através de consulta com a um terceiro autor de revisão. A revisão
seguiu o fluxograma de progresso PRISMA-Sc (Tricco, et al., 2018) que foi
incluído para o processo de relatoria dos achados.
Sobre o mapeamento das informações, foi feito com base no instrumento
do JBI para caracterizar as produções (PETERS, et al.; 2020). Foi produzido
Tabela de extração que incluiu: autoria, periódico de publicação, país de origem,
ano da publicação, objetivos, desenho, número da amostra e principais
resultados. Esses tópicos foram extraídos na identificação dos fatores
relacionado os desafios da equipe de enfermagem sobre a comunicação com as
pessoas com deficiência visual. As descrições da caracterização dos estudos
33

foram apresentadas em Tabelas, findando em síntese narrativa.


4.6 Síntese e apresentação dos resultados

Os dados foram apresentados na forma de Tabelas e fluxograma,


além da descrição de forma narrativa com o objetivo desta revisão de
escopo para facilitar a exposição dos resultados e compreensão do leitor
quanto ao tópicode pesquisa.
Por meio de um Tabela comparativo, uma síntese dos estudos foi
apresentada a partir da descrição das informações como são os desafios
da equipe de enfermagem sobre a comunicação com as pessoas com
deficiência visual. Um resumo narrativo acompanhaou os resultados
mapeados com a finalidade de descrever como os mesmos se relacionam
com o objetivoe a questão de pesquisa da revisão.
A síntese das evidências foi conduzida por meio de texto construído
para o presente estudo. Conforme orientação da JBI, os resultados
alcançados foram descritos de forma narrativa e por meio de Tabelas
demonstrativas. A categoria de participação e o enfoque de cada estudo
foram destacados nos Tabelas que foram agrupados os estudos
selecionados a partir de informações: autor/Ano/País; Objetivo do estudo;
Tipo de estudo; Número de participantes e principais resultados. A
apresentação com sua devida discussão narrativa foi fundamental para
representar os achados de vários estudos.

4.7 Aspectos Éticos

A pesquisa, por tratar-se de uma revisão de escopo, não foi submetida


ao comitê de ética em pesquisa por não se tratar de pesquisas primárias com
seres humanos nem com dados confidenciais. Toda a pesquisa foi baseada em
dados de estudos publicados em bases de dados eletrônicas e literatura
cinzenta, envolvendo apenas dados de domínio público.
34

5 RESULTADOS

A partir da definição dos critérios, partiu-se para as buscas nas bases de


dados escolhidas. Ao todo, houve o retorno inicial de 104 (pesquisas originais) e 06
pesquisas (literatura cinzentas), totalizando n= 110. Após a aplicação dos filtros
relacionados aos critérios de inclusão e exclusão, chegou-se ao quantitativo de 27
artigos, cujos foram selecionados para serem analisados e verificar sua pertinência
aos objetivos da pesquisa. Após um processo de análise e seleção dos estudos,
chegou-se ao quantitativo final de 24 artigos. Na figura 1 a seguir é apresentado um
fluxograma exemplificando todo o processo.

Figura 2 - Fluxograma do processo de busca e seleção das publicações de acordo com as


recomendações do PRISMA-ScR (TRICCO et al., 2018). Crateús/CE, Brasil, 2023.
Identificação

Artigos encontrados nas buscas


Literatura cinzenta (dissertações e teses):
iniciais nas bases de dados:
(n = 06)
(n = 104)

Excluídos por aplicação


Total de estudos identificados: dos filtros:
Triagem

(n = 110) (n = 56)

Estudos após aplicação do filtro: (n= )


Excluídos por critério
(n = 54) de inclusão e exclusão:
(n = 25)

Estudos após aplicação dos critérios de


Elegibilidade

inclusão e exclusão Duplicidade:


(n = 29) (n = 02)

Estudos após aplicação análise da Excluídos após a leitura


duplicidade na íntegra:
(n = 27) (n = 03)
Incluídos

Amostra final:
(n = 24)

Fonte: Fluxograma PRISMA ScR (adaptado) do processo de seleção do estudo.


35

No Tabela 5 são apresentados os artigos que foram identificados, quantificados e filtrados através das buscas nas bases
de dados e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão e pelo processo de análise dos títulos, resumos e texto integral, sendo
delimitados por base de dados.

Tabela 5 - Quantitativos das produções encontradas nas bases de dados.Crateús, CE, Brasil, 2023.

BASE DE INICIAL FILTRADOS EXCLUÍDOS DUPLICADOS ANALISADOS AMOSTRA


DADOS NA ÍNTEGRA FINAL
MEDLINE 49 14 10 01 04 04
LILACS 10 02 00 01 01 01
BDENF 09 08 01 01 05 05
PUBMED 29 23 14 00 08 08
SCIELO 06 05 03 00 03 03
BIBLI. TESE 06 06 03 00 03 03
TOTAIS 110 59 31 03 24 24
Fonte: Elaborado pela autora.

A seguir, são apresentadas todas as pesquisas recuperadas e filtradas para a elaboração dessa pesquisa. No Tabela 6
são apresentados dados sobre os estudos conforme: autores, título, base de dados, periódico, ano/país e idioma no qual o artigo
foi publicado

Tabela 6 - Caracterização dos estudos para revisão de Escopo, segundo: autor, título, base de dados, periódico, ano, país e
idioma. Crateús/CE, Brasil, 2023.
Nº Autor Título Base de Periódico Ano/país Idioma
dados
01 Soares, et al How do I talk to you? The communication of
the nurse with the deaf user SCIELO Rev. Baianaenf 2018 Português
Brasil
36

02 Dificuldade de profissionais na atenção à saúde da Português


França, et al pessoa com surdez severa SCIELO Ciência Y 2016 Inglês
enfermeriaXXII Brasil Espanhol

03 Intervenciones de comunicación exitosas para el Enfermeria


Martínez; Miranda; cuidado a la salud em personas com deficiência SCIELO UniversitariaEneo 2012 Espanhol
auditiva México
04 O enfermeiro e os desafios da inclusão: outros
Brito; Lavareda “entrelugares” da formação e da prática LILACS Comun. ciênc. 2015 Português
profissional Saúde Brasil

05 Assistência de enfermagem a uma paciente surda Revista


Nepomuceno, hospitalizada: relato reflexivo de uma experiência BDENF EnfermagemAtual 2022 Português
et al Inderm Brasil
06 Sanches et al The role of the nurse in relation to the deaf patient Revista Brasileira
BDENF deciências da vida 2019 Português
Brasil Inglês

07 Marquete, et al Comunicação com deficientes auditivos na ótica de BDENF Rev. Baiana 2018 Português
profissionais de saúde Enferm Brasil

08 Thomaz, et al Acessibilidade do adolescente com BDENF Rev. Eletr. 2019 Português


deficiência auditiva aos serviços de Enferm Brasil Inglês
saúde.
9 Aragão, et al Access and communication of deaf BDENF Rev. Pesquisa 2014 Português
adults: a voicesilenced in health services. cuidado é Brasil Inglês
fundamental
on line
10 Widner-Kolberg Hard of Hearing Is Not Deaf PUBMED Revista on line 2014 Inglês
AJN. EUA
37

11 Pendergrass, et al Nurse practitioner perceptions of PUBMED Journal of the 2017 Inglês


barriers and facilitators in providing American EUA
health care for deaf american sign Association
language users: a qualitative socio- of Nurse
ecological approach Practitioners
12 Hickey, et al Breast cancer education for the Deaf PUBMED Oncol Nurs 2013 Inglês
community inAmerican Sign Language Forum EUA
13 Funk; Mullen CE: Original Research: Understanding PUBMED Am J Nurs. 2018 Inglês
the HospitalExperience of Older Adults EUA
with Hearing Impairment
14 Sheppard Deaf adults and health care: giving voice to their PUBMED J Am Assoc 2013 Inglês
stories Nurse Pract EUA

15 Gregory K, et al Bridging communication gaps with the PUBMED Nursing 2013 Inglês
deaf EUA
16 Yuksel; Unver PUBMED Clinical 2016 Inglês
Use of Simulated Patient Method to Simulation in Turquia
TeachCommunication With Deaf Patients Nursing
in the Emergency Department
17 Lori J, et al Promoting Best Practice for Perinatal PUBMED Nursing for 2018 Inglês
Care of DeafWomen Women’s EUA
Health
18 Hemsley, et al Caring for patients with complex MEDLINE Revista J AN 2011 Inglês
communication needs: time as barrier and Austrália
facilitator for successful communication in
the hospital
19 Patak, et al Improving patient-professional MEDLINE Institutes 2009 Inglês
communication: a call to action Heakth of EUA
National
20 Finke, et al A systematic review of nurse MEDLINE Journal of 2008 Inglês s
communication effectiveness with patients Clinical EUA
with complex communication needs Nursing
focusing on the use of augmentative and
38

alternative communication

21 Happ, et al54 Silence is not golden MEDLINE Institutes 2008 Inglês


Heakth of EUA
National
22 Nogueira Planejamento familiar entre casais BIBLIOTECA Tese (Doutorado 1998 Português
surdos: relatode uma metodologia DE TESE em enfermagem) Brasil
educativa Universidade
Federal do
Ceará
23 Áfio Tecnologia assistiva para educação BIBLIOTECA Tese 2019 Português
de surdo sobresaúde sexual e uso do DE TESE (Doutorado Brasil
preservativo em
Enfermagem)
-Faculdade
de Farmácia,
Odontologia
e
Enfermagem,
UFC
24 Silva Vídeo educativo acessível sobre BIBLIOTECA Tese (Doutorado 2021 Português
doação desangue para surdos DE TESE em enfermagem) Brasil
Universidade
Federal do
Ceará

Fonte: Elaborado pela autora

Trata-se de uma lista de estudos relacionados aos desafios da equipe de enfermagem na comunicação com pacientes
surdos no contexto dos serviços de saúde. Os artigos foram publicados entre 1998 à 2022, sendo as pesquisas descritas numa
sequencia cronológica em que foram evidenciados 24 estudos, nos anos de: 1998 (01 estudo); 2008 (02 estudos); 2009 (01 estudo);
2011(01 estudo); 2012(01 estudo); 2013 (03 estudos); 2014 (02 estudos); 2015(01 estudo); 2016 (02 estudos); 2017(01 estudo);
39

2018 (04 estudos); 2019 (03 estudos); 2021 e 2022, cada um com um estudo.
Todos os estudos estão disponíveis em diferentes idiomas (português, inglês e espanhol) em diferentes plataformas online
como Scielo, Pubmed, Medline,Lilacs, BDENF e nas Bases de Teses e Dissertações. Com relação aos Países que fizeram as
pesquisas sobre a temática, destacamos: Brasil ( 11 estudos); Estados Unidos da América (10 estudos); México (01 estudo). Turquia
(01 estudo) e Austrália (01 estudo). Alguns dos tópicos abordados nesses artigos incluem os desafios enfrentados pelos profissionais
de saúde na assistência a pacientes surdos, intervenções de comunicação bem-sucedidase a acessibilidade dos serviços de saúde
para adolescentes e adultos surdos.
Tabela 7 - Síntese dos estudos relacionados ao: autor, objetivo, público alvo, principais resultados e conclusões. Crateús/CE,
Brasil, 2023.
Nº Autor Objetivo Público Alvo Principais resultados Conclusões

01 Soares, et al., Descrever os saberes e Academicos da área da Foram encontrados empecilhos ao Com os resultados negativos
as práticas de saúde, com o foco em atendimento de pessoas surdas, já foi possível concluir que existe
profissionais enfermeiros enfermargem, bem como que os enfermeiros mostraram a necessidade de implementar
da atenção básica na enfermeiros (as) com desconhecer a língua de sinais melhor medidas de
assistência do usuário graduação concluída. brasileira, bem como enfretam atendimento aos pacientes
surdo. Profissionais da área da dificuldades em se comunicar na surdos, além de ser necessário
saúde no geral. falta de um acompanhante, não fazer um estudo com outras
sendo bem compreendidos muitas áreas profissionais no intuito
vezes com a utilização da escrita e de realizar uma inclusão maior
mimicas. do paciente.

02 Investigar as dificuldades Academicos da área da Comunicação prejudicada, déficit A comunicação prejudicada


França, et al de profissionais da saúde saúde, com o foco em na formação de recursos humanos constitui uma barreira para a
para a realização da enfermargem, bem como para a consulta e reconhecimento promoção de saúde e que
consulta com a pessoa enfermeiros (as) com das necessidades de saúde, profissionais e unidades de
com surdez severa. graduação concluída. infraestrutura inadequada para saúde não estão capacitados
Profissionais da área da acolhimento e atendimento ao para acolher e atender às
saúde no geral. Pessoas e surdo, incerteza com relação aos necessidades de saúde da
familiares em condição de cuidados em saúde prescritos na pessoa com surdez severa.
40

surdez. consulta e prejuízo da autonomia


do paciente.

03 Investigar, por meio de Academicos da área da O resultado obtido é que a língua A utilização de medidas para
Martínez; uma revisão de literatura, saúde, com o foco em de sinais, recursos visuais e facilitar a comunicação entre o
Miranda; quais são as estratégias enfermargem, bem como interpretes foram os métodos mais enfermeiro e o paciente com
existentes para melhorar enfermeiros (as) com utilizados com sucesso. deficiência auditiva deve ser
a comunicação entre o graduação concluída. implementada nos sistemas de
paciente surdo e o Profissionais da área da cuidado ao paciente, facilitando
enfermeiro, saúde no geral. Pessoas e assim a realização do
desenvolvidas de 2000 a familiares em condição de tratamento adequado.
2012 ao longo do mundo, surdez.
podendo-se destacar os
artigos do Brasil e
Estados Unidos.

04 Apresentar Academicos da área da Apesar de existir uma base comum É necessária a implantação de
Brito; panoramicamente alguns saúde, com o foco em para a lingua de sinais (LIBRA) é medidas que combinem o
Lavareda dispositivos legais que enfermargem, bem como importante destacar que os valores conhecimento do profissional
norteiam o enfermeiro e o enfermeiros (as) com culturais devem ser levados em de enfermagem com as
cliente surdo em graduação concluída. conta, devido a pluralidade diferentes vertentes da cultura
instituições de saúde. Profissionais da área da brasileira, bem como entender o brasileira ao abordar o cuidado
saúde no geral. papel do enfermeiro como agente com o paciente surdo.
inclusivo do paciente.

05 Relatar, numa Academicos da área da Os enferemeiros internos tiveram A equipe da unidade de saúde
Nepomuceno, perspectiva reflexiva, a saúde, com o foco em um conhecimento acerca das prestou, mesmo com suas
et al experiência vivenciada enfermargem, bem como dificuldades do estabelecimento de limitações, uma assistência de
por internos de enfermeiros (as) com comunicação com a paciente qualidade à paciente, pautada
enfermagem no seu graduação concluída. devido ao desafio de passar o nos princípios éticos, morais e
processo prático de Profissionais da área da conhecimento que tinham para a bioéticos. A experiência e
41

formação a assistência saúde no geral. Pessoas e paciente destacando que ela reflexões descritas foram
de enfermagem a uma familiares em condição de estava em estado grave, utilizando importantes para a aquisição e
paciente surda surdez. os recursos que tinham para a consolidação de
hospitalizada. comunicação. conhecimentos técnicos-
teóricos e o aprimoramento do
julgamento clínico e crítico dos
internos de enfermagem e de
seus supervisores.

06 Relatar a experiência Academicos da área da Observou-se, durante a Necessita-se, assim, de os


Sanches, vivenciada por discentes saúde, com o foco em apresentação do tema, que os profissionais de saúde estarem
et al do curso de graduação enfermargem, bem como alunos estavam atenciosos, se atualizando, por meio do
em Enfermagem, em enfermeiros (as) com absorveram o máximo de curso em LIBRAS, para que
uma atividade de graduação concluída. informações possíveis dentre as possam estar aptos para
extensão voltada para a Profissionais da área da mesmas, dando relevância à atender os indivíduos surdos
sensibilização sobre o saúde no geral. Pessoas e importância de um profissional de maneira que aconteça um
papel do enfermeiro no familiares em condição de saber a Língua Brasileira de Sinais atendimento satisfatório de
atendimento ao surdo e surdez. quando necessário. ambas as partes.
para a importância do
uso da linguagem de
sinais em seu campo de
atuação.

07 Marquete, et Descrever o Academicos da área da Verificou-se que 92,4% dos Na percepção dos
al conhecimento e a saúde, com o foco em profissionais acreditavam estar profissionais de saúde, a
capacitação dos enfermargem, bem como despreparados para atender o barreira de comunicação com
profissionais de saúde enfermeiros (as) com deficiente auditivo, 83,8% não os deficientes auditivos ocorria
quanto à comunicação graduação concluída. sabiam comunicar-se com esses e por não saberem comunicar-se
com os deficientes Profissionais da área da 96,5% não sabiam se comunicar em LIBRAS, por isso,
auditivos. saúde no geral. Pessoas e em Libras. Muitos utilizavam utilizavam mecanismos como
familiares em condição de estratégias visando quebrar a gestos e mímicas para tentar a
surdez. barreira de comunicação, tais comunicação.
como: gestos e escritas (18,7%), Deve-se promover uma
fala e gestos (11,6%), matéria curricular para ensino
42

da linguagem de sinais.

08 Thomaz, et al Identificar a perspectiva Academicos da área da Os resultados mostram que a Conclui-se que a falta de
do cuidador familiar saúde, com o foco em busca pelos serviços de saúde preparo e a insegurança dos
acerca das facilidades e enfermargem, bem como ocorre esporadicamente, em casos profissionais dificultam
dificuldades no acesso enfermeiros (as) com de adoecimento e/ou consultas significativamente a qualidade
do adolescente com graduação concluída. regulares. Os participantes e a humanização da
deficiência auditiva aos Profissionais da área da relataram preconceito e indiferença assistência, uma vez que a
serviços de saúde. saúde no geral. Pessoas e vivenciados dentro dos serviços de comunicação é a base para o
familiares em condição de saúde. Soma-se a dificuldade que entendimento humano.
surdez. os profissionais têm em comunicar-
se com os surdos, ferindo os
princípios do Sistema Único de
Saúde e levando a consultas
insatisfatórias.

09 Aragão, et al Investigar o acesso e a Academicos da área da Verificou-se que 75% dos surdos O acesso dos surdos nos
comunicação de adultos saúde, com o foco em acessam o serviço médico e, serviços de saúde é
surdos nos serviços de enfermargem, bem como 88,9%, o odontológico, sendo as permeado por dificuldades,
saúde. enfermeiros (as) com instituições públicas as mais sendo a dificuldade da
graduação concluída. acessadas (53,1%). Os principais comunicação não verbal um
Profissionais da área da fatores que motivaram 25% não dos principais fatores que
saúde no geral. Pessoas e buscarem serviços de saúde fragiliza a inclusão desses
familiares em condição de foram: não precisar (88,8%) e não sujeitos.
surdez. ter ninguém para acompanhar
(44,4%). Todos referiram
dificuldade de comunicação com
os profissionais de saúde, sendo o
auxílio de um familiar (86,1%) a
alternativa mais utilizada.
43

10 Widner- Elucidar a diferença Academicos da área da As maiorias das pessoas É necessário promover a
Kolberg entre uma pessoa que é saúde, com o foco em desconhecem a diferença entre conscientização da população
surda e outra que possui enfermargem, bem como deficiente auditivo e surdez, nem a respeito da diferença entre
deficiência auditiva. enfermeiros (as) com tão pouco sabem que são surdez e deficiência auditiva,
graduação concluída. deficientes auditivos. bem como, promover medidas
Profissionais da área da que melhorem o atendimento
saúde no geral. Pessoas e dessas pessoas.
familiares em condição de
surdez e deficiência
auditiva, a população.

11 Pendergrass, Examinat as percepções Academicos da área da Barreiras foram identificadas em Os profissionais de saúde
et al dos profissionais de saúde, com o foco em todos os níveis. Os enfermeiros precisam ter conhecimento da
enfermagem de barreiras enfermargem, bem como preferiram que os intérpretes lingua de sinais para garantir
e facilitadores na enfermeiros (as) com facilitassem a visita, mas um atendimento de qualidade
prestação de cuidados graduação concluída. desconheciam seu papel em aos pacientes em condição de
de saúde para usuários Profissionais da área da garantir que a comunicação eficaz surdez.
surdos de ASL. saúde no geral. Pessoas e fosse alcançada. Um intérprete
familiares em condição de profissional de língua de sinais foi
surdez e deficiência considerado um último recurso
auditiva, a população. quando todos os outros meios de
comunicação falharam.

12 Hickey, et al Apresentar os resultados Academicos da área da O estudo relevou que o Foram identificadas barreiras a
de uma investigação saúde, com o foco em conhecimento dos participantes todos os níveis.
qualitativa que examina enfermargem, bem como sobre as estratégias para melhorar Os enfermeiros preferiam
as percepções dos enfermeiros (as) com a comunicação entre o enfermeiro intérpretes para facilitar a
profissionais de graduação concluída. e o paciente era ausente ou nula, visita, mas não tinham
enfermagem (NP) sobre Profissionais da área da bem como os enfermeiros consciência do seu papel na
as barreiras e os saúde no geral. Pessoas e relataram estar cientes das garantia de uma comunicação
factores que facilitam a familiares em condição de dificuldades de comunicação, mas efetiva. Um intérprete
prestação de cuidados surdez. não de suas ramificações. O profissional de língua gestual
de saúde a pessoas método de interprete no local foi o eraconsiderado um último
surdas e que usam a mais aceito em comparação aos recurso quando todos os
ASL como principal meio outros, como o de vídeo. outros meios de comunicação
44

de comunicação. falham. Os gestos, a escrita de


notas, a leitura labial e a
utilização de um intérprete
familiar foram todos
considerados facilitadores.

13 Funk; Mullen Criar e avaliar um vídeo Profissionais da área de O conhecimento sobre o câncer de O conhecimento sobre o
educacional projetado saúde e pessoas surdas e mama variou muito e os câncer de mama de mulheres
para aumentar o seus familiares. entrevistados responderam uma surdas aumentou
conhecimento média de 3 em cada 10 perguntas significativamente ao assistir a
relacionado ao câncer de corretamente. Após a intervenção, um vídeo educacional na ASL
mama e os os entrevistados responderam e a maior parte do novo
comportamentos de corretamente a uma média de 8 de conhecimento permaneceu no
triagem entre mulheres 10 perguntas, aumentando mais acompanhamento de dois
surdas e usam a Língua ainda com o passar de dois meses. meses.
Americana de Sinais
(ASL) como seu método
de comunicação
preferido.
14 Sheppard Relatar a experiência de Profissionais da área de Os participantes relataram É necessário promover
nove pacientes surdos saúde e pessoas surdas e momentos traumatizantes tanto atendimento as pessoas
ao longo dos seus familiares. durante o diagnóstico de surdez, surdas de forma adequada a
atendimentos médicos. bem como em outros suas limitações, bem como
atendimentos. Eles relataram oferecer amparo psicológico
situações embaraçosas e devido os traumas emocionais
constrangedoras que mostraram o que ocorrem ao longo dos
total despreparo dos profissionais anos.
de saúde perante a situação.

15 Gregory K, et Descrever as melhores Academicos da área da Podem ser utilizados métodos Os profissionais de saúde
al formas de comunicação saúde, com o foco em como intérpretes (online ou devem aumentar seus
entre profissionais da enfermargem, bem como presenciais), familiares, linguagem esforços para melhorar a
saúde e pacientes enfermeiros (as) com de sinais. comunicação com pacientes
surdos ou deficientes graduação concluída. surdos/HOH para garantir que
auditivos. Profissionais da área da eles recebam atendimento de
45

saúde no geral. qualidade ao paciente.

16 Yuksel; Unver Revelar as experiências Academicos da área da Os alunos desenvolveram Repetir a simulação 3 vezes
de comunicação de saúde, com o foco em habilidades para um atendimento produziu uma melhoria no
estudantes de enfermargem, bem como melhor a pacientes surdos por aprendizado das habilidades
enfermagem sênior com enfermeiros (as) com meio de 07 preferências. de comunicação dos alunos
pacientes surdos e graduação concluída. para fornecer serviços a
desenvolveu um Profissionais da área da pacientes surdos.
caminho para os saúde no geral.
estudantes de
enfermagem usarem ao
se comunicar com esses
pacientes.
17 Lori J, et al Compartilhar os Academicos da área da Somente o uso de um intérprete As novas técnicas podem ser
resultados de um estudo saúde, com o foco em não é suficiente para manter uma utilizadas para melhorar o
piloto e descritivo que enfermargem, bem como comunicação eficiente com a entendimento entre
explora as experiências enfermeiros (as) com gestante grávida, sendo possível profissional e paciente, não só
de mulheres surdas que graduação concluída. utilizar medidas tecnológicas, em situações obstétricas, mas
recebem cuidados Profissionais da área da aliadas a cultura dos surdos, bem no geral.
perinatais e oferecer saúde no geral. como fortalecer a relação
múltiplas implicações enfermeiro- gestante surda,
para a prática de transmitindo acolhimento á
enfermagem. paciente também.
18 Hemsley, et al Investigar os conceitos Academicos da área da Os enfermeiros identificaram o O tempo é percebido pelos
de 'tempo' expressos por saúde, com o foco em 'tempo' como uma barreira e um enfermeiros como inimigo e
enfermeiras em histórias enfermargem, bem como facilitador para uma comunicação amigo para melhorar a
sobre comunicação com enfermeiros (as) com bem-sucedida. comunicação. Os enfermeiros
pacientes com graduação concluída. que percebem que a
deficiência de Profissionais da área da comunicação demora muito
desenvolvimento e saúde no geral. podem evitar a comunicação e
necessidades complexas perder oportunidades de
de comunicação no melhorar a comunicação por
hospital. meio de maior familiaridade
com os métodos de
comunicação da pessoa.
46

Aqueles que levam tempo para


se comunicar narram a
aplicação de uma série de
estratégias para alcançar o
sucesso na comunicação das
necessidades básicas.

19 Patak, et al Elancar uma série de Academicos da área da Ao implementar formalmente a Essas estratégias podem
dicas que ajudem a saúde, com o foco em avaliação das necessidades de trazem efeitos positivos. Foi
construir um melhor enfermargem, bem como comunicação do paciente nos possível reduzir a dificuldade
diálogo entre o enfermeiros (as) com cuidados de rotina, os de comunicação entre a
profissional de sáude e graduação concluída. administradores de enfermagem relação do profissional-
seu paciente com Profissionais da área da criarão um senso de paciente, reduzindo erros
dificuldade de saúde no geral. responsabilidade entre os médicos e melhorando o
comunição. enfermeiros de cabeceira para atendimento.
atender às necessidades dos
pacientes vulneráveis à
comunicação

20 Finke, et al Revisar Academicos da área da Os resultados obtidos em todas as A comunicação entre


sistematicamente a saúde, com o foco em catégorias analisádas foram à de enfermeiros e pacientes é
pesquisa sobre enfermargem, bem como que a comunicação entre os fundamental para fornecer e
comunicação entre enfermeiros (as) com enfermeiros e os pacientes é de receber cuidados de
enfermeiros e pacientes graduação concluída. suma importância, independente qualidade. O uso de
com CCN; examinar os Profissionais da área da da condição do paciente, podendo- estratégias de AAC ajudará
resultados desta saúde no geral. se citar os pacientes inconscientes, enfermeiros e pacientes a se
pesquisa; e discutir bem como pacientes com comunicarem melhor uns com
implicações para dificuldade na fala tiveram uma os outros quando a fala não for
melhorar a comunicação aplicação de tratamento intensivo. uma opção. Relevância para a
entre enfermeiros e prática clínica. A comunicação
pacientes com CCN. nem sempre pode ser
alcançada usando a
modalidade de fala. Os
enfermeiros precisam ter
ferramentas e habilidades que
47

lhes permitam se comunicar


com todos os seus pacientes,
quer eles falem ou não

21 Happ, et al Construir uma base de Academicos da área da Foi notada a necessidade de É necessário um treinamento
evidências para as saúde, com o foco em acomodações específicas para dos profissionais para
melhores práticas com enfermargem, bem como deficiências de comunicação situações assim, bem como
idosos hospitalizados enfermeiros (as) com agudas ou crônicas é necessária melhorias nas acomodações e
que apresentam graduação concluída. para fornecer cuidados seguros e tratamento com consultas
deficiências agudas ou Profissionais da área da eficazes a idosos no ambiente regulares com um
crônicas de saúde no geral. Idosos e hospitalar, bem como, foi traçado a fonoaudiólogo.
comunicação. familiares. existencia de barreiras na
qualidade do atendimento devido a
falta de comunicação.

22 Nogueira Desenvolver um modelo Academicos da área da O conhecimento por parte dos É necessária a realização de
educativo e participativo saúde, com o foco em casais de surdos quanto a medidas que promovam a
que permita à enfermeira enfermargem, bem como métodos contraceptivos restringia- educação sexual de forma
prestar assistência eficaz enfermeiros (as) com se apenas aqueles de fácil acesso, correta para pessoas surdas
em planejamento familiar graduação concluída. sendo desconhecido métodos ou com dificuldade auditiva.
aos casais surdos. Profissionais da área da como o dispositivo intrauterino e
saúde no geral. cirúrgicos.
23 Áfio Validar tecnologia Academicos da área da A eficácia da tecnologia foi Conclui-se que a construção e
assistiva na modalidade saúde, com o foco em verificada com o aumento validação de vídeo educativo
de vídeo educativo para enfermargem, bem como significativo de acertos após acessível para surdos foi
pessoas surdas sobre enfermeiros (as) com visualização do vídeo, sendo eficaz para promover
saúde sexual e uso do graduação concluída. observado aumento de conhecimento, sendo
preservativo. Profissionais da área da conhecimento nas dez questões, acessível e necessário a essa
saúde no geral. Pessoas e sendo significativo estatisticamente população.
familiares em condição de em cinco.
surdez.
48

24 Silva Desenvolver uma Academicos da área da Validação da aparência realizada O intuito do vídeo foi atingido
tecnologia assistiva para saúde, com o foco em por 13 surdos e obteve sendo reforçada a sua
surdos, na modalidade enfermargem, bem como concordância estatisticamente disseminação para
de vídeo educativo, enfermeiros (as) com superior a 80%, avaliada como conscientização nacional.
sobre doação de graduação concluída. compreensível e aprovada quanto
sangue. Profissionais da área da à interatividade, aos objetivos, à
saúde no geral. Pessoas e relevância, eficácia e clareza.
familiares em condição de
surdez.

Fonte: Elaborado pela autora com base em dados próprios da pesquisa.

Tabela 8 - Caracterização dos estudos quanto aos principais desafios e as limitações da pesquisa. Crateús/CE, Brasil, 2023.

Nº Autor Principais Desafios Limitação da Pesquisa


01 Soares, et al O desconhecimento dos profissionais de saúde Os sujeitos do estudo foram profissionais apenas da
quanto à língua de sinais, não sendo bem Atenção Básica de Saúde e a problemática da
compreendidos por meio de mimicas ou dificuldade de assistência ao usuário surdo deve
explicações visuais. estender-se também para a atenção secundária e
terciária. Além disso, foram selecionados apenas
profissionais de enfermagem de nível superior,
quando poderia ter sido considerada toda a equipe de
enfermagem ou, melhor ainda, toda a equipe de
saúde.

02 A limitação do estudo está na não adoção de qualquer


França, et al Falta de autonomia do paciente, dificuldade na critério para dimensionar a amostra qualitativa, a não
comunicação entre o paciente surdo e o ser o reconhecimento de experiência clínica declarada
profssional, falta de amparo estrutural para pelos profissionais.
atender as necessidades do paciente.

03
Martínez; Miranda; Por abordar tantos artigos de diversos países, o Não foi descrita nenhuma limitação ao longo do
desafio de compreender termos e a realidade trabalho.
49

abordada para desenvolver um concenso comum


para qual a melhor conduta do enfermeiro na
comunicação entre o paciente surdo-profissional.

04 Esse estudo deve ser analisado e refletido em


Brito; Lavareda A forma como os profissionais da área da diferentes abordagens, adequando-se as variações
enfermagem precisam se adequar as variações linguísticas.
linguísticas existentes no território brasileiro.

05 Dois grandes desafios: programar os Trata-se de um relato de caso, não podendo ser
Nepomuceno, et al conhecimentos técnico-teóricos baseados em tratado como verdade única, mas que deve ser
evidência científica estudados durante a analisado como um todo.
graduação; e prestar uma assistência de alta
complexidade para uma paciente surda. Ambos
os desafios foram importantes para processo de
aprendizagem dos internos. Assim manter a
comunicação foi uma tarefa complexa.

06 Sanches, et al Trata-se de um relato de caso, não podendo ser


O principal desafio observado foi o tratado como verdade única, mas que deve ser
desconhecimento dos internos de enfermagem analisado como um todo.
quanto à língua de sinais, bem como a sua
aplicação na rotina de atendimentos.

07 Marquete, et al A maioria dos profissionais de saúde não tem


conhecimento em LIBRAS para atender os Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
pacientes surdos que em sua grande maioria vão tratado como verdade única, mas que deve ser
sozinhos aos consultórios. A maioria dos médicos analisado como um todo.
atuam em horários que chocam com o período
das aulas ofertadas para LIBRAS.

08 Thomaz, et al Falta de preparo dos atendentes aos pacientes Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
surdos, bem como das unidades de saúde, tratado como verdade única, mas que deve ser
50

causando assim contrangimento ao paciente e analisado como um todo.


sua família, menorizando a saúde destes
adolescentes.

09 Aragão, et al A dificuldade de comunicação entre paciente Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
surdo-profissional e a dependência de um ente tratado como verdade única, mas que deve ser
familiar para a realização do atendimento com analisado como um todo.
mais praticidade.

10 Widner-Kolberg A perda auditiva afeta a segurança dos pacientes, Não possui limitação, pois se trata de um artigo de
bem como as atividades mais importantes da vida opinião.
diária. Ao impedir a comunicação, a perda
auditiva também contribui para sentimentos de
solidão, depressão e isolamento.

11 Pendergrass, et al Os atendimentos são dificultados pela ausência Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
do conhecimento dos profissionais de saúde tratado como verdade única, mas que deve ser
quanto à língua de sinais. analisado como um todo.

12 Hickey, et al A possibilidade de os assistentes sociais não A prática real pode diferir da resposta do participante
saberem como cuidar de um utilizador surdo de devido os seus empencilhos.
ASL, bem como, a necessidade do entrevistador
elucidar termos.Além disso, a utilização da
técnica de entrevista exige que o participante
conte ou preveja ações.

13 Funk; Mullen O conhecimento acerca do câncer de mama Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
pelos entrevistados surdos era muito baixa tratado como verdade única, mas que deve ser
devido a falta de conscientização que atendesse analisado como um todo.
às necessidades desse grupo.

14 Sheppard O despreparo por parte dos profissionais de Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
saúde e estabelecimentos médicos para atender tratado como verdade única, mas que deve ser
51

pacientes surdos causam traumas emocionais analisado como um todo.


que são levados por esses pacientes a vida toda.

15 Gregory K, et al A falta de comunicação clara e adequada para Trata-se de um artigo pontual, não podendo ser
pacientes surdos ou com deficiência auditiva tratado como verdade única, mas que deve ser
atrapalha no tratamento e na caracterização do analisado como um todo.
paciente como pessoa capaz de tomar decisões.

16 Yuksel; Unver Os profissionais da área da enfermagem não Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
estão preparados para atender pacientes surdos tratado como verdade única, mas que deve ser
a partir do que é repassado academicamente. analisado como um todo.

17 Lori J, et al As mulheres surdas grávidas não tem tanto Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
conhecimento a respeito da sua condição devido tratado como verdade única, mas que deve ser
a falta de material adequado, bem como, a analisado como um todo.
utilização de técnicas de comunicação, por parte
dos profissionais de saúde, muitas vezes com
termos fora do entendimento da gestante, o que a
deixa desamparada.

18 Hemsley, et al Por falta de capacitação muitos enfermeiros Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
relatam a dificuldade em atender pacientes tratado como verdade única, mas que deve ser
surdos, precisando de um familiar para auxiliar, analisado como um todo.
bem como o tempo de experiência desses
profissionais interferiu diretamente na qualidade
do serviço ofertado.

19 Patak, et al A falta de comunicação adequada entre Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
profissionais da saúde e pacientes surdos levam tratado como verdade única, mas que deve ser
a erros médicos, tratamentos prolongados e analisado como um todo.
dificuldade de compreensão por ambas as partes.
52

20 Finke, et al A maioria dos profissionais da área da Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
enfermagem não estão preparados para atender tratado como verdade única, mas que deve ser
pacientes surdos, dificultando o seu cuidado. analisado como um todo.
Poucos são os profissionais que utilizam
técnicas, como linguagem de sinal, para manter
um atendimento de qualidade.
21 Happ, et al O número de idosos com deficiência auditiva ou Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
surdez é alto, os centros médicos não estão tratado como verdade única, mas que deve ser
preparados para atender as necessidades desses analisado como um todo.
pacientes.

22 Nogueira O conhecimento de casais surdos quanto a Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
métodos contraceptivos não é de qualidade tratado como verdade única, mas que deve ser
remetendo assim a seu planejamento familiar, analisado como um todo.
bem como, se sentem mais acolhidos quando
estão em grupo para abordar esse assunto.

23 Áfio A educação sexual para pessoas surdas ainda é Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
pouco comum. tratado como verdade única, mas que deve ser
analisado como um todo.

24 Silva Pessoas surdas enfrentam barreiras de Trata-se de um estudo pontual, não podendo ser
comunicação e linguística na educação em saúde tratado como verdade única, mas que deve ser
e têm ficado à margem do processo de ensino- analisado como um todo.
aprendizagem. Assim, captar e fidelizar esse
público como doadores de sangue constituem
empecilhos diante do desconhecimento e da
dificuldade no entendimento do processo, ao
passo que os hemocentros enfrentam escassez
sanguínea todos os anos

Fonte: Elaborado pela autora com base em dados próprios da pesquisa.


53

06 DISCUSSÃO

A busca pelos artigos que compõem a base de dados desta pesquisa


foi realizada de forma rigorosa, seguindo critérios de inclusão e exclusão
específicos. Através desse processo, foi possível identificar, quantificar e filtrar as
produções relevantes para a elaboração deste estudo. Os resultados obtidos
foram organizados em Tabelas, que apresentavam os quantitativos de cada base
de dados pesquisada, bem como a quantidade de artigos inicialmente
encontrados, filtrados, excluídos, duplicados, analisados na íntegra a amostra
final selecionada.
São estudos relacionadas aos desafios da equipe de enfermagem na
comunicação com pacientes surdos no contexto dos serviços de saúde. Tais
estudos abordam sobre as maneiras de cuidados adequados e as formas de
comunicação com pacientes surdos, bem como as experiências de pacientes
surdos no acesso aos serviços de saúde. Alguns dos estudos também abordam
o uso de tecnologia assistiva na educação em saúde para surdos.
A partir dos resultados encontrados nessa revisão, observou-se que
duas categorias temáticas relacionadas aos objetivos do estudo, surgiram no
decorrer da análise dos resultados, que são: As dificuldades na comunicação com
paciente surdo e as intervenções aplicadas na comunicação com paciente surdo.
No entanto, primeiramente, é necessário abordar a relevância da
comunicação ao longo dos atendimentos, ponto chave presente em todos os
estudos. Em uma consulta, poder detalhar o que está sentindo, bem como,
entender as explicações dos profissionais de saúde, sendo médico ou enfermeira
é de suma importância para as relações sociais.
De acordo com Souza e Porrozzi (2009), o paciente surdo dificilmente
é atendido de forma correta, devido ao fato de que os serviços de saúde não
possuem atendimento qualificado, apesar de ser direito do indivíduo em questão
ter acesso a serviços de saúde de qualidade.
Assim, ao longo da leitura dos estudos foi notado que essa barreira na
comunicação se tornou um empecilho ao longo dos atendimentos e experiências
relatadas, sendo que em inúmeras situações os autores citaram a possibilidade
de condutas médicas erronêas, constrangimento do paciente, bem como entraves
por parte dos enferemeiros para a realização de procedimentos ao longo do
54

tratamento.
De acordo com pesquisadores no estudo 05, em que trazem
informações sobre qualquer dificuldade e barreira de comunicação que podem
comprometer a segurança do paciente, tendo em vista que é preciso existir uma
comunicação clara para que qualquer tratamento terapêutico possa ser prescrito
e implementado (NEPOMUCENO et al., 2022).
Essa situação também foi verificada no estudo 02, no qual
pesquisadores afirmam que os obstáculos para a interação entre o paciente surdo
e o profissional impedem que haja prescrições seguras de tratamento, já que as
dificuldades na comunicação podem gerar incertezas (FRANÇA et al, 2016).
No estudo 07, também traz essa condição da importância da
comunicação ao longo dos atendimento. Nesse estudo pesquisadores descrevem
como é abordado as relações e que somente a troca de informações,
conhecimentos, experiências, proporcionam o autocuidado, a promoção, a
prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde (MARQUETE, et.al, 2018).
Assim, é perceptivel que o grande impasse para um atendimento e
tratamento de qualidade, é assegurar que a linha de comunicação entre
profissional da saúde e paciente surdo seja traçada de forma clara, objetiva,
atendendo todas as suas demandas, independe de qual seja a forma de se
comunicar.

6.1 As dificuldades na comunicação com paciente surdo

Os elementos que determinam a comunicação são: o emissor (com uma


intenção), uma mensagem, um receptor, um referente (o assunto que está sendo
falado), um canal de comunicação (escrita, imagem, som) e um código de expressão
(língua, música, pintura, fotografia). O conhecimento dos códigos de expressão ajuda
a entender corretamente a mensagem transmitida, da mesma forma a escolha ideal
de um canal a comunicação garante um vínculo de confiança entre o emitente e o
receptor, o oposto pode causar comportamentos de pessoas medo, frustração, apatia
ou isolamento social. (SEGOB, 2011).
A comunicação entre profissional da saúde e paciente surdo é de extrema
importância para um atendimento e tratamento seguro e eficaz. Para isso, medidas
devem ser tomadas em atendimentos com pacientes em qualquer situação ou tipo de
55

deficiência, realizando assim medidas de inclusão. No tópico da saúde em pessoas


em condição de deficiência auditiva em todas as suas vertentes, manobras podem ser
realizadas por meio do uso da linguagem de sinais, interpretes, mimicas, entre outros
tópicos para garantir um atendimento inclusivo.
Ademais, esse tipo de serviço é garantido por lei, estando no capítulo VII
do Decreto de Lei nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, que trata da “garantia do
direito à saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva”, sendo assim o SUS
e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de
assistência á saúde devem garantir a pessoas com deficiências auditivas atendimento
por profissionais capacitados para o uso de LIBRAS ou para tradução e interpretação
(BRASIL, 2005).
No entanto, o que foi visto pelas análises dos trabalhos neste estudo foi que
a maioria dos profissionais não estão qualificados para atender a comunidade dos
deficientes auditivos por não conhecerem a linguagem de sinais, necessitando assim
de um interprete nesses atendimentos.
O estudo 01, que fizeram entrevista com 20 enfermeiros atuantes nas
Unidades Básicas de Saúde no estado de Alagoas,Brasil. Constatou na pesquisa
depoimentos sobre: “Desconhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais” e
“Práticas utilizadas pelos enfermeiros para viabilizar a interação com usuários surdos”.
E foi evidenciado com base nos depoimentos dos sujeitos da pesquisa, que todos os
profissionais entrevistados relatarem não saber a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Alguns disseram que já tiveram contato superficial, mas nenhum a dominava
(SOARES, et al., 2018).
No estudo 02, que investigou as dificuldades de profissionais da saúde para
a realização da consulta com a pessoa com surdez severa, no município de Campina
Grande, Paraiba, em 2011. Dentre as dificuldades destacaram-se: comunicação
prejudicada, déficit na formação de recursos humanos para a consulta e
reconhecimento das necessidades de saúde, infraestrutura inadequada para
acolhimento e atendimento ao surdo, incerteza com relação aos cuidados em saúde
prescritos na consulta e prejuízo da autonomia do paciente (FRANÇA, et al, 2016).
Vale destacar que a presença de interpretes é um ponto positivo com
controversias. Ao longo dos 24 artigos estudados, os relatos foram que apesar dos
interpretes ajudarem os profissionais de saúde a entender o paciente, não se pode
garantir uma segurança nesses atendimentos, pois boa parte dessas pessoas não são
56

profissionais treinados e sim membros da familia.


Com isso, muitas vezes os termos utilizados não são bem esclarecidos ao
paciente, bem como este, que se sente envergonhado e acaba mentindo devido à
presença de um familiar, aumentando as chances de um tratamento erronêo. Logo,
essa comunicação por interpretes inviabiliza também a sensação do paciente como
indivíduo pertencente, já que ele fica como, “segunda voz” ao longo dos atendimentos.
Brito e Lavareda (2015), no estudo 04, trazem informações quando dizem que apesar
dos surdos valorizarem a presença, possuem ressalvas na confiança, tempo
disponível, constrangimento e sentimento de piedade.
Outro estudo que traz a importância do profissional de saúde saber se
comunicar com LIBRAS é o estudo 08, em que é esclarecido que, diante das
entrevistas que foram realizadas o atendimento fo considerado inadequado devido a
falta de entendimento, impossibilitando o conhecimento real do problema, bem como
dificulta a compreensão do surdo frente ás condutas terapêuticas que serão
realizadas. Além disso, os pesquisadores também relatam que os entrevistados
mostraram mais satisfação e alivio quando encontraram médicos e enfermeiros que
soubessem se comunicar por LIBRAS, chegando até a acalmar as crianças surdas,
que se sentiram acolhidas (THOMAZ, et al., 2019).
Sendo assim, essa falta de qualificação profissional foi observada em
quase todos os estudos (22 artigos), podendo-se citar os estudos 20, 19, e 16, no
qual exemplificaram as situações onde o atendimento foi realizado, no entanto com
muita dificuldade (FINKE et al.,2011; PATAK et al., 2009; YUKSEL, UNVER, 2016).
Nas situações relatadas pelos autores acima supracitados, demonstraram
que o tempo de atendimento é muito maior nesses casos, porque demanda do
profissional da saúde tentar diversas técnicas para entender o que está acontecendo
com o paciente, bem como, repassar diagnósticos e tratamentos. Assim, ocorre não
só essa demora a mais nos atendimentos, mas também um constrangimento por parte
do paciente, ocasionando numa reluta em buscar estabelecimentos de saúde, o que
reduz a qualidade de vida, bem como, o nível de saúde das pessoas surdas (FINKE,
et al.,2011; PATAK, et al., 2009; YUKSEL, UNVER, 2016).
Essa problemática está intimamente ligada ao fato dos profissionais de
sáude desconhecerem a linguagem de sinais. Todos os 24 estudos avaliados
evidenciaram a total ausência de médicos e enfermeiros que fossem treinados em
LIBRAS, sendo que os poucos casos onde foi possível encontrar um interprete, a
57

maioria não tinha o conhecimento na área da saúde, construindo outra barreira na


comunicação.
Com isso, não possível por parte dos profissionais de saúde aplicar seus
conhecimentos academicos, bem como, os pacientes não conseguiam entender o seu
diagnóstico, o tratamento e nem repassar o que estavam sentindo, diminuindo a
qualidade da consulta. Marquete, et.al., (2018), trouxe no estudo 07, dados em que
foi evidente em seu experimento esse fato, no qual 96,5% dos profissionais de saúde
relataram não saber se comunicar com LIBRAS e 92,4% afirmaram não ter preparação
para atender pessoas surdas.
Por conseguinte, esses resultados vão ao encontro do que era esperado,
pois no Brasil, a linguagem de sinais foi reconhecida como segunda língua pela lei Nº
10.436 (BRASIL, 2002). Sendo assim, uma possível justificativa para esse fato é que
nas grades curriculares das faculdades, a matéria de LIBRAS é eletiva para os cursos
de saúde (SARAIVA, 2017). Além de começarem a introduzir como matéria somente
em 2010, fato exposto por Marquete, et al., (2018). Logo, existe uma baixa aderência
por parte dos alunos a esse conhecimento, o que resulta futuramente em
atendimentos de baixa qualidade.
Outra questão a respeito da linguagem de sinais evidenciada pelos artigos,
é a situação onde o desconhecimento não ocorre só pelos profissionais da área da
saúde, mas também pelos próprios pacientes. Nepomuceno, et.al (2022), no estudo
05, trouxe a situação onde a paciente não conhecia o sistema de LIBRAS, se
comunicando por meio de sinais desenvolvidos pela família.
Com isso, é demonstrada a exclusão que muitos pacientes têm da vida
social e que muitas vezes inviabiliza os atendimentos. Os estudos 22, 23 e 24 trazem
esse debate também ao citarem como os surdos se sentem mais a vontade quando
tem mais deficiêntes auditivos no ambiente, além da ausência de conhecimento sobre
questões básicas como doação de sangue e métodos contraceptivos (NOGUEIRA,
1998; ÁFIO, 2019; SILVA, 2021).
Logo é possivel criar a análise de a educação dessas pessoas é restringida,
ficando na responsabilidade dos familiares passarem o conhecimento, utilizando
muitas vezes códigos pessoas, que não se encaixam no sistema de LIBRAS, visto que
nem todos procuram aprender esa forma de comunicação. O resultado é a ausência
de uma padronização da comunicação, existindo um código proprio para se
comunicarem, que atrapalha a indepedencia do paciente surdo, criando mais uma
58

barreira nos atendimentos de saúde, como estão expostos por estudos 05 e 13, ao
abordar o conhecimento de mulheres surdas sobre o câncer de mama
(NEPOMUCENO, et.al., 2022; FUNK, MULLEN, 2018).
Os pacientes surdos fazem uso diferenciado do sistema de saúde
comparado aos pacientes ouvintes e dizem sentir medo, desconfiança e frustração.
Alguns surdos dizem que a Língua de sinais não é opcional, e sim a língua da
comunidade surda e que o médico escreve horário em que se deve tomar remédio,
isso é fácil. Difícil é entender as explicações sobre a doença e qual é o efeito do
remédio. (CHAVEIRO, et al., 2008)
Concomitantemente, a falta de preparo dos profissionais de saúde vai além
da correlação do conhecimento em linguagem de sinais, mas também da
aceitabilidade e postura dos enfermeiros. No estudo 11, descreveram que os
pacientes surdos se sentem ignorados por atendentes de saúde, além de enfermeiros
relatarem que em alguns casos sabiam a linguagem de sinal mas optaram por esperar
um interprete ou um familiar para realizar o procedimento. (PENDERGASS,
et.al.,2017).
É importante destacar sobre a estrutura dos centros de saúde também
foram apontados por alguns estudos como causas para a dificuldade da comunicação
nos atendimentos, podendo-se citar o estudo 21, sendo que a falta de infraestrutura
impossibilita a adoção de medidas como o uso de videos e aplicativos que auxiliam
nas consultas (HAPP, et.al., 2008).
Não obstante, esses entraves entre a comunicação causam uma
diminuição da procura por atendimentos, como relatado por Sheppard (2013) em sua
entrevista com nove surdos. Ao longo do estudo 14 o autor relata inúmeras
experiencias ruins, fazendo com que essas pessoas se sentissem desconfortáveis em
procurar atendimentos futuros, pois muitos profissionais da saúde eram grossos, não
conseguiam se comunicar e por fim o atendimendo não era satisfatório (SHEPPARD,
2013).
Assim, começa um ciclo vicioso, em que a falta de aprimoramento por parte
dos centros de saúde, deixando muitos pacientes esperando horas para serem
atendidos porque não escutam seu nome sendo “chamado” (Nascimento, et.al, 2015)
e seus profissionais é ocasionada pela baixa demanda de pacientes surdos, que
relutam em ir até esses locais porque não tem atendimentos eficientes. O ambiente
hospitalar, que por si só favorece a insegurança, o paciente precisa se sentir seguro
59

e ter confiança no profissional que o atende para permitir o cuidado, e esse vínculo de
confiança se conquista muitas vezes através comunicação interpessoa (TRECOSSI;
ORTIGARA, 2013).
Ademais é importante ressaltar que todos os artigos trazem que essa
problematização do conhecimento de LIBRAS e adequação do atendimento para
surdos é um problema global, presente em inúmeros países e que se fundamenta no
preconceito social. No estudo 11, descreve como ocorre a exclusão dessas pessoas,
as medidas que efetivem um tratamento melhor, não são levadas em conta e os
profissionais que passam por essa realidade muitas vezes estão com as mãos atadas,
pois não receberam orientações e treinamentos ao longo da vida acadêmica
(PENDERGASS et al., 2017). os profissionais de enfermagem estão sobrecarregados
de atendimentos e os horários em que a maioria dos cursos de LIBRAS são ofertados
ocorrem em contramão com os horários disponíveis por esses profissionais.
Por fim, através dos 24 artigos estudados, foi possível criar um parâmetro
sobre os principais desafios para os atendimentos de pessoas surdas, podendo-se
resumir em: falta de preparo dos profissionais, baixa estrutura dos centros de saúde
para as necessidades de pessoas surdas, ausência ou baixa de conhecimento de
LIBRAS por parte dos profissionais e do paciente, redução da procura por atendimento
devido a traumas existentes em pessoas com deficiência auditiva.
6.2 As intervenções aplicadas na comunicação com paciente surdo.

Como foi relatado anteriormente, o maior problema que cerca os


atendimentos são as barreiras que cercam as comunicações entre profissioal da
saúde e pacientes surdos. Ao longo dos 24 artigos, as principais formas de
comunicação abordadas entre as consultas foram: LIBRAS (linguagem de sinais),
mimicas, interpretes, vídeos, rercusos visuais e a escrita.
No estudo 01, os profissionais relataram que utilizam a forma escrita para
se comunicar com os pacientes surdos que foi relatada por muitos entrevistados como
um fator que auxiliava bastante no contato com usuários surdos, mas, para tanto, era
preciso garantir que o usuário soubesse ler e escrever (SOARES, et al., 2018).
Também foi repassado pelos pesquisados do estudo 01, que os
profissionais enfermeiros descrevam a utilização da linguagem corporal e a utilização
de outros sentidos, como os gestos e a leitura labial, foram também consideradas
facilitadoras da comunicação(SOARES, et al., 2018).
60

Visto isso, o estudo 03 traz um efoque para esse assunto ao fazer uma
revisão de literatura para investigar as principais estratégias que melhoram a relação
profissional de saúde-paciente com deficiência auditiva. O resultado obtido é o de que
a linguagem de sinais, os recursos visuais e os interpretes foram os métodos que mais
se mostraram eficientes para manter a comunicação (MARTÍNEZ; MIRANDA, 2012).
É importante destacar que o método que mais apresenta benéficios é o uso
da linguagem de sinais, visto que possibilita uma comunicação direta entre o
profissional e o paciente, além de assegurar outras questões como o sigilo dos
profissionais de saúde, o reconhecimento do paciente como cidadão ativo, reduzir as
chances de mentiras ao longo da anamnese. Logo, o uso de LIBRAS assegura um
atendimento seguro, sem chances de erros, já que o profissional consegue entender
o que paciente esta sentindo, sem precisar de um intercessor na conversa.
Por isso, é cabivel que ocorram mudanças no sistema educacional de
saúde, transformando a materia de LIBRAS em algo que seja necessário de ser
realizado pelos alunos, bem como que ocorram debates acerca de como melhorar o
atendimento nessas situações com academicos ao longo de sua graduação, visto no
que é abordado no estudo 06. (SANCHES, et.al., 2019).
No estudo 16 relata a questão do ensino de libras e sua importância na
formação de futuros profissionais, no qual o contato dos alunos com situações de
atendimento a pessoas surdas foi desenvolvido e o interesse de procurar aprender
LIBRAS, além de estratégias para que os própios alunos melhorem seus
atendimentos, se tornando mais inclusivos (YUSKEL; UNVER, 2016).
A inclusão de Libras como disciplina obrigatória da grade curricular dos
cursos da área da saúde é uma das soluções para os problemas enfrentados pelos
profissionais e pacientes surdos durante as consultas, além de aumentar o interesse
dos alunos por este assunto e consequentemente, as chances de um atendimento
bem sucedido. (SOUZA; PORROZZI, 2009; OLIVEIRA et al., 2014; SARAIVA, 2017;
SOUZA; MONTENEGRO; SOUZA, 2016).
Nesse sentido, no estudo 09, o mesmo informa que é necessária a
qualicação em estratégias de comunicação, como o uso da língua de sinais, que
permitam estabelecer adequadamente o cuidado a essas pessoas. Isso preservaria o
direito à confidencialidade, reduziria o estresse causado pela presença de terceiros
durante a assitência e garantiria a inclusão plena e satisfatória dos usuários.
(THOMAZ, et.al., 2019).
61

Ademais, é necessário destacar que as outras medidas citadas nos


estudos, tais como: recursos visuais e os interpretes, trazem um atendimento um
pouco melhor, no entanto não superam a qualidade que o conhecimento em LIBRAS
traz, pois como citado anteriormente, o uso de interpretes, não exclui as chances de
o paciente mentir por vergonha, bem como, tem altas chances de desenvolver
enganos ao passarem tratamentos, na triagem do paciente, entre outras situações
(THOMAZ, et.al., 2019).
Já os recursos visuais são muito sucintos, muitas vezes não trazendo as
informações para o diagnóstico, além de também não garantirem o entendimento
completo do paciente acerca do tratamento passado, já que muitos conseguem ler
sobre como realiza-lo, mas não entendem o por quê da utilização dos farmácos.
Logo, o uso dos recursos visuais, como vídeos educativos, auxilia na
compreensão de um assunto e promove a conscientização, mas não dinamiza o
atendimento, já que as formas de comunicação ainda estão bloqueadas. Por isso, é
necessário utilizar essas medidas visuais atreladas ao uso de LIBRAS. Os estudos
13, 17, 23 e 24, trazem esse conceito, já que todos estudam como as formas de
conscientização, por meio de videos e fotos, trazem conhecimento aos indivíduos
surdos, sobre doação de sangue, educação sexual, câncer de mama e gravidez
(FUNK; MULLEN, 2018; LORI et al., 2018; ÁFIO, 2019; SILVA, 2021).
Sendo assim, no estudo 17, também traz a importância para a paciente
grávida surda sobre o uso associado de médidas de comuicação para promover um
conhecimento por parte da gestante sobre a sua condição, bem como, um
acolhimento, já que neste estudo diversas grávidas relataram se sentirem mais
seguras e acolhidas ao passarem seus atendimentos com enfermeiras que sabiam se
comunicar por LIBRAS (LORI et al., 2018).
Por fim, o concenso entre os artigos é o de que o uso da linguagem de
sinais é a melhor forma de assegurar um atendimento inclusivo e consequentemente
de qualidade aos pacientes. Mas o uso de tecnologias pode auxiliar nas relações
entre os profissionais de saúde e o paciente surdo.
62

7 CONCLUSÃO

A comunicação efetiva entre a equipe de enfermagem e pacientes surdos


é um desafio significativo em ambientes de cuidados com a saúde afim de explorar
as questões relacionadas a esse desafio, foram realizadas discussões e análises de
estudos que foram identificados, quantificados e filtrados através de buscas em
diversas bases de dados.
Os resultados desse trabalho mostraram que a equipe de enfermagem
frequentemente enfrenta barreiras na comunicação com pacientes surdos, como falta
de treinamento adequado em língua de sinais e falta de equipamentos de
comunicação assistiva. Além disso, os pacientes surdos muitas vezes relatam
experiências negativas em relação à comunicação com a equipe de enfermagem,
incluindo sentimentos de exclusão e falta de compreensão.
Diante desses desafios, alguns estudos sugerem estratégias para melhorar
a comunicação com pacientes surdos, como a utilização de intérpretes de língua de
sinais, o uso de equipamentos de comunicação assistiva e o aumento da
conscientização e treinamento da equipe de enfermagem sobre as necessidades
específicas dos pacientes surdos.
No entanto, é importante destacar que ainda há uma lacuna significativa na
literatura sobre a comunicação com pacientes surdos na área de cuidados de saúde.
Há uma necessidade de pesquisas mais aprofundadas para entender melhor as
barreiras enfrentadas pela equipe de enfermagem e desenvolver intervenções mais
eficazes para melhorar a comunicação com pacientes surdos.
Uma limitação da pesquisa, está direcionada a quantidade de pesquisas
originais realizadas com os pacientes surdos sobre a interação com a equipe de
enfermagem em todos os serviços de saúde.
Esta revisão de escopo enfatiza a importância da comunicação efetiva na
área de cuidados de saúde e destaca os desafios que a equipe de enfermagem
enfrenta na comunicação com pacientes surdos. Espera-se que esta revisão ajude a
direcionar futuras pesquisas e intervenções para melhorar a comunicação e os
cuidados para pacientes surdos.
Conclui-se que os profissionais de saúde ainda tem grandes limitações em
63

comunicar-se por meio da Língua Brasileira de Sinais com os pacientes surdos que
ainda necessitam de acompanhante para facilitar a comunicação no processo de
cuidar, como barreira principal é não saber LIBRAS para a assistência aos usuários
surdos, necessitando de outros meios para se comunicar com esses usuários, como
a escrita, gestos e as leituras labiais. Também observou-se nos estudos que os
serviços de saúde precisam melhorar as estruturas físicas.
Por fim, sugere-se que os profissionais de saúde, principalmente a equipe de
enfermagem, sejam capacitados no serviços para atender todos os usuários que
necessitam de cuidados, independente das suas limitações físicas e psíquicas.
64

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70

ANEXO A

Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses


extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist
REPORTED
SECTION ITEM PRISMA-ScR CHECKLIST ITEM
ON PAGE #
TITLE
Title 1 Identify the report as a scoping review. 1;2
ABSTRACT
Provide a structured summary that includes
(as applicable): background, objectives,
Structured eligibility criteria, sources of evidence,
2 2
summary charting methods, results, and conclusions
that relate to the review questions and
objectives.
INTRODUCTION
Describe the rationale for the review in the
context of what is already known. Explain
Rationale 3 3
why the review questions/objectives lend
themselves to a scoping review approach.
Provide an explicit statement of the
questions and objectives being addressed
Objectives 4 4
with reference to their key elements (e.g.,
population or participants, concepts, and
71

REPORTED
SECTION ITEM PRISMA-ScR CHECKLIST ITEM
ON PAGE #
context) or other relevant key elements
used to conceptualize the review questions
and/or objectives.
METHODS
Indicate whether a review protocol exists;
state if and where it can be accessed (e.g.,
Protocol and a Web address); and if available, provide
5 4
registration registration information, including the
registration number.
Specify characteristics of the sources of
evidence used as eligibility criteria (e.g.,
Eligibility criteria 6 years considered, language, and 5
publication status), and provide a rationale.
Describe all information sources in the
search (e.g., databases with dates of
Information
7 coverage and contact with authors to 6
sources*
identify additional sources), as well as the
date the most recent search was executed.
Present the full electronic search strategy
Search 8 for at least 1 database, including any limits 6,7
used, such that it could be repeated.
Selection of State the process for selecting sources of
sources of 9 evidence (i.e., screening and eligibility) 7
evidence† included in the scoping review.
Describe the methods of charting data from
the included sources of evidence (e.g.,
calibrated forms or forms that have been
Data charting tested by the team before their use, and
10 8,9
process‡ whether data charting was done
independently or in duplicate) and any
processes for obtaining and confirming data
from investigators.
List and define all variables for which data
Data items 11 were sought and any assumptions and 8,9,10
simplifications made.
If done, provide a rationale for conducting a
Critical appraisal of critical appraisal of included sources of
individual sources 12 evidence; describe the methods used and 11
of evidence§ how this information was used in any data
synthesis (if appropriate).
Describe the methods of handling and
Synthesis of results 13 12
summarizing the data that were charted.
RESULTS
Give numbers of sources of evidence
Selection of screened, assessed for eligibility, and
Click here to
sources of 14 included in the review, with reasons for
exclusions at each stage, ideally using a enter text.
evidence
flow diagram.
72

REPORTED
SECTION ITEM PRISMA-ScR CHECKLIST ITEM
ON PAGE #
Characteristics of For each source of evidence, present
Click here to
sources of 15 characteristics for which data were charted
enter text.
evidence and provide the citations.
Critical appraisal
If done, present data on critical appraisal of Click here to
within sources of 16
included sources of evidence (see item 12). enter text.
evidence
For each included source of evidence,
Results of
present the relevant data that were charted Click here to
individual sources 17
that relate to the review questions and enter text.
of evidence
objectives.
Summarize and/or present the charting
Click here to
Synthesis of results 18 results as they relate to the review
enter text.
questions and objectives.
DISCUSSION
Summarize the main results (including an
overview of concepts, themes, and types of
Summary of Click here to
19 evidence available), link to the review
evidence enter text.
questions and objectives, and consider the
relevance to key groups.
Discuss the limitations of the scoping Click here to
Limitations 20 review process. enter text.
Provide a general interpretation of the
results with respect to the review questions Click here to
Conclusions 21
and objectives, as well as potential enter text.
implications and/or next steps.
FUNDING
Describe sources of funding for the included
sources of evidence, as well as sources of Click here to
Funding 22
funding for the scoping review. Describe the enter text.
role of the funders of the scoping review.
JBI = Joanna Briggs Institute; PRISMA-ScR = Preferred Reporting Items for Systematic reviews and
Meta-Analyses extension for Scoping Reviews.
* Where sources of evidence (see second footnote) are compiled from, such as bibliographic databases,
social media platforms, and Web sites.
† A more inclusive/heterogeneous term used to account for the different types of evidence or data sources
(e.g., quantitative and/or qualitative research, expert opinion, and policy documents) that may be eligible ina
scoping review as opposed to only studies. This is not to be confused with information sources (see first
footnote).
‡ The frameworks by Arksey and O’Malley (6) and Levac and colleagues (7) and the JBI guidance (4, 5)
refer to the process of data extraction in a scoping review as data charting.
§The process of systematically examining research evidence to assess its validity, results, and relevance
before using it to inform a decision. This term is used for items 12 and 19 instead of "risk of bias" (which is
more applicable to systematic reviews of interventions) to include and acknowledge the various sources of
evidence that may be used in a scoping review (e.g., quantitative and/or qualitative research, expert
opinion, and policy document).

From: Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O'Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews
(PRISMAScR): Checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169:467–473. doi: 10.7326/M18-0850

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